O Teatro em Poços de Caldas

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Poços de Caldas em

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Poços de Caldasem

Hugo PONTES

2006

Poços de Caldasem

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

P858p

Pontes, Hugo, 1945-A poesia das Águas : retratos escritos de Poços de Caldas

/ Hugo Pontes. – Poços de Caldas, MG : Sulminas, 2004122p. : il. : 21cm

Inclui bibliografiaISBN 85-98178-11-X

1. Poços de Caldas (MG) – História – Fontes. 2. Poços de Caldas (MG) – Vida intelectual. 3. Poços de Caldas (MG) na literatura. I. Título.

04-0474. CDD 981.512 CDU 94(815.12)

26.02.04 01.03.04 005633

Copyright © 2004 by Hugo Pontes

Endereço do Autor:Caixa Postal, 922CEP 37701-970 - Poços de Caldas - MGE-mail: [email protected]

Revisão: do Autor

Capa: Victor Hugo Manata Pontes

Gráfica Sulminas: Projeto Gráfico: Vanessa Cristina Maioqui Impressão Offset

AgradecimentosAnita ZanattaNicionelly CarvalhoDouglas MiglioranziSônia Maria AlmeidaLourival Storani JúniorYeda Tarquínio BertozziSebastião Pinheiro ChagasGaspar Eduardo de Paiva Pereira

ÍndicePrefácio.................................................................................................09

Teatro, Alegoria da Vida ......................................................................11

Origem do Teatro.............................................................................11

O Teatro Enquanto Estrutura ...............................................................14

Produtor ...........................................................................................14

Diretor..............................................................................................15

Texto ................................................................................................15

Atores ...............................................................................................16

Considerações sobre o Teatro..............................................................17

O Teatro em Poços de Caldas ..............................................................18

O Centro Teatral “Léo Ferrer” ............................................................24

Grupo de Teatro Vila Cruz ...................................................................29

Poços de Caldas Recebe o Teatro de Vanguarda ................................31

O Grupo do SESC ..................................................................................32

O Teatro do Estudante .........................................................................35

O Teatro na Associação Atlética Caldense ..........................................37

O Grupo de Teatro Alvorada ................................................................38

O Teatro de Alumínio ...........................................................................65

Os Novos Grupos...................................................................................66

Conclusão..............................................................................................73

Bibliografia ...........................................................................................74

Prefácio

Sebastião PINHEIRO CHAGAS*

Ao iniciar esta breve consideração, quero deixar aqui um depoimento de emocionada lembrança, afirmando ser o teatro uma escola-padrão de conceitos morais que se conciliam no tema encenado ou se conflitam no mesmo, provocando acirrados debates de úteis controvérsias entre os personagens e, portanto, instrutivos para a cultura de elite ou para o aprendizado popular, dirimindo ilusões e dúvidas, fixando verdades e certezas.

Se ele, o Teatro, produz manifestações alegres, gera outras tristes como “as madrugadas de cinzas gotejando angústias”, no dizer do erudito jornalista e brilhante poeta Gaspar Eduardo Paiva Pereira, num confronto de risos e lágrimas pela boa ou má sorte das figuras cômicas ou trágicas representadas pelos respectivos atores e atrizes.

Essa controvérsia — objetiva e formal — instrui socialmente a conduta humana sob o aspecto ético, aprimorando culturalmente o espírito face aos assuntos discutidos no enredo, mormente se elevados na sua essência filosófica, científica, artística e literária.

Tal, em suma, é a importância do teatro hoje, ontem e em todos os tempos, tanto que seus edifícios por toda a parte são reflexos dessas grandiosidades espirituais, construídos de maneira imponente e minuciosa decoração artística, seja no Brasil, na Itália, na Rússia, na França e nos diversos países de refinada civilização, majestosos externamente e elegantes no interior de seus vestíbulos, salões de entrada, salas de espetáculos, palcos, câmaras, bastidores, camarins, panos ou cortinas e corredores e divisões complementares.

Ilustram essa assertiva alguns exemplos como os teatros municipais do Rio de Janeiro, São Paulo e do Amazonas, além de muitos outros instalados pelo mundo.

Obviamente, esse culto ao teatro se justifica por ser ele um espelho cristalino da vida, reproduzindo-a nas suas perfeições e

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defeitos, realidades e utopias, cultivando nos seus jardins “úlceras e orquídeas”, no contraste conceitual do renomado historiador e brilhante intelectual Hugo Pontes.

Assim é o teatro na sua tempestuosa e serena fotografia da vida social e política; na sua caricata ou séria batalha contra os tabus e convencionalismos; no seu desfile de anteposições entre a hipocrisia e a sinceridade; a guerra e a paz; a violência bárbara e a docilidade civilizada; a abominação e a simpatia; a crença e a incredulidade; a racionalidade e a animalidade; o modernismo e o arcaísmo; a queda e a ascensão; a felicidade e a desgraça; a pobreza e a riqueza; o sagrado e o profano; a sabedoria e a ignorância; a docilidade e a aspereza e uma de anversos e reversos na psicanálise individual ou no exame do comportamento versátil da sociedade.

Assim é o teatro. Dramaticidade ou comicidade aos trechos escritos, suscitando emoções por gestos, mímicas e palavras. Representação de sentimentos e idéias através de movimentos corpóreos, especialmente da cabeça, dos braços e dos olhos, com vozes traduzindo a psicologia dos sentimentos humanos; a crítica elogiosa ou depreciativa dos usos e costumes da sociedade, seja na teatralização austera, clássica ou moderna.

Assim é o teatro que diverte, instrui e educa.

*Advogado

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Teatro, Alegoria da Vida

Origem do Teatro

A palavra teatro tem sua etimologia na língua grega - theatron - e o seu sentido é “lugar onde se vai para ver; mirante; miradouro''. A partir do seu aparecimento, na antiga Grécia, a manifestação artística propagou-se pelo mundo. Dessa maneira, o homem conseguia inter-pretar e expressar seus sentimentos, emoções e opinião sobre os fatos de sua época.

Sob o aspecto físico, na sua origem grega, o teatro era um espaço aberto onde atores e público se reuniam para as apresentações.

A despeito de haver uma representação, ou melhor, por ser uma representação, os atores eram personagens, para tanto, usavam máscaras que os identificavam como parte de uma ficção.

Tais máscaras, as quais escondiam a verdadeira face do ator, caracterizavam personagens, pois eram marcas da alegria, dor e tristeza, para que o público pudesse, de onde estava, identificar a sua função.

Outra característica da máscara era a de servir como caixa de ressonância para a voz do ator. Assim, a sua fala chegava mais forte e em bom som até a platéia, uma vez que o teatro era ao ar livre.

De acordo com os manuais de teoria literária, sabe-se que as peças na sua forma tradicional comportavam o protagonista e o antagonista, ou seja, o herói e o vilão, respectivamente.

No teatro moderno tal distinção desapareceu e, pode-se dizer, em alguns casos o mesmo personagem consegue representar tanto o bem quanto o mal.

Ainda em nosso tempo, o teatro grego é modelo - quer na encenação dos textos das tragédias clássicas, fundamentadas na temática mitológica, quer nas comédias, que tendiam a criar situações absurdas e, assim, elaborar uma crítica essencialmente política aos

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governantes e aos costumes da época - em sua forma original ou com adaptações para situações do mundo moderno.

Um bom exemplo é Gota D'água - feliz adaptação da Medéia, de Eurípides - escrita por Paulo Pontes e Chico Buarque de Holanda.

É preciso dizer que o teatro na Grécia floresceu em virtude de vários fatores, sendo o mais significativo deles o culto a Dionísio, cuja representação e o programa eram dedicados a essa divindade.

“O sacerdote de Dionísio presidia à representação e um crime cometido no seu decurso era considerado sacrilégio”. (Sabato Magaldi)

Subentendeu-se nisso algo fora da representação teatral, mas também um comportamento religioso.

A tragédia é um bom exemplo da dicotomia entre o bem e o mal. Nela os espectadores purgavam os seus males, pois a idéia do bem e do mal; do castigo e da piedade que giravam em torno dos personagens traziam ao público os conhecimentos estéticos e filosóficos, morais e religiosos.

Segundo Sabato Magaldi, na antiga Roma o teatro não reviveu a popularidade alcançada na Grécia, pois o público voltou-se para os prazeres do circo.

Na Idade Média, com o renascimento da liturgia, o teatro ganha público, pois este reconhece a semelhança com as festas dionisíacas. Os espectadores dos dramas acompanhavam a representação como um ato de fé.

Podemos avaliar que isso acontece até os nossos dias, pois as cerimônias realizadas na Semana Santa, com a representação da paixão de Cristo, levam multidões a acompanhar as procissões durante uma semana em que o palco é a frente da igreja e as ruas; os atores é a gente do povo e o público é a massa de fiéis plena de religiosidade.

A dependência religiosa vai acontecer no período elisabetano, na Inglaterra, e no classicismo espanhol, que souberam preservar a popularidade do teatro.

No mundo culto o teatro sempre foi uma atração, pois a sociedade o encara não só como lazer, mas como forma de transmissão de conhecimento e cultura. Há investimentos acentuados nos espetá-

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culos e a estrutura é empresarial, sem, contudo, deixar de valorizar os atores e a representação.

No Brasil, o teatro tem sua fórmula comercial estruturada nas novelas de TV, tanto no conteúdo quanto na exploração da imagem do ator. Pode-se dizer que a televisão é a vitrina para o teatro atual.

Devemos considerar ser esse um aspecto e caminho necessários, pois a luta por um teatro autônomo, profissional e rentável é muito grande. Muitas pessoas - entre atores, técnicos e produtores - ficam pelo caminho desanimadas com a falta de perspectiva nesse campo artístico, assim como em tantos outros.

O certo é que inúmeros artistas passam a exercer atividades outras, buscando ocupações que lhes garantam a sobrevivência, e abdicam de seus sonhos.

O teatro amador, como o nome pode indicar, é bem isso. Só o faz aqueles que, paralelamente, ocupam outras atividades profissionais que lhes garantam o sonho e o amor pela arte de representar.

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O Teatro, enquanto Estrutura

Cabe, neste início, falar sobre as pessoas que se movimentam em torno do teatro as que fazem com que tudo possa ser realizado no palco.

Produtor

Pouco ou nada - no mundo empresarial em que vivemos - adian-tariam os esforços do ator, do diretor, no cenógrafo e outros trabalha-dores da cena do teatro, se não existisse a figura do produtor.

Esse profissional é aquele que vai se incumbir de fazer a mediação entre o espetáculo a ser produzido e o público.

O produtor é aquele que terá, como função básica e primordial, de providenciar tudo para que o espetáculo tenha sucesso de público, de renda e de crítica.

O teatro deverá estar cheio, por conseqüência, obter grande arrecadação e receber crítica favorável porque a produção - no seu conjunto - foi impecável, desde a escolha do texto, dos atores e a apresentação final.

Caso esse conjunto de fatores não esteja afinado, é ao produtor que caberá o ônus do fracasso do espetáculo.

É bom salientar que, hoje, existindo a Lei de Incentivo à Cultura, não é o produtor que fará com que uma empresa ligue sua marca e imagem a qualquer espetáculo.

Muitas empresas, ao serem procuradas, tomam sempre o cuidado de analisar - através de uma consultoria especializada - a proposta de um grupo teatral ou de outra atividade artística para, finalmente, aprovar ou não, a sua parceria.

E, nisso, a figura do produtor é fundamental, pois ele não só age como um especialista em cultura, mas como um hábil negociador.

Diretor

Trabalha para a encenação da peça. O diretor é aquele que trans-formará as palavras e trará para o palco os personagens e as ações contidas no texto. Sendo o profissional que conduz, estará enformando - com sua sensibilidade - cenários e atores.

Para tanto contará com uma equipe competente composta por músicos, cenógrafos, figurinistas, desenhistas, marceneiros, ilumi-nador, técnico de som, coreógrafo, contra-regra, maquiador, adminis-trador, bilheteiro, camareiro, porteiro e segurança.

O diretor é, sem dúvida, a pessoa que tem por função compre-ender todo o sentido do texto. Assim, ele estudará o conteúdo e os personagens.

Na verdade ele precisa ser, não só técnico, mas um artista sensível para perceber todos os aspectos históricos, sociais, políticos, costumes e tradições para enriquecer a interpretação dos atores.

A ele compete fazer com que os atores leiam o texto por inteiro, a fim de que todos o conheçam, interpretem e entrem no espírito da narrativa.

Depois disso é que, cada um dos atores passa a memorizar as suas falas.

Interpretar não é somente conhecer o texto e sua fala, mas é necessário que o ator passe por experiências da vida real. Assim, se um ator tiver que interpretar a figura de um professor, ele deverá observar o trabalho e o comportamento desse profissional dentro da sala-de-aula e no ambiente da escola, fazendo - assim - o que no meio dá-se o nome de “laboratório”.

Texto

Para uma peça de teatro, o texto não necessariamente deve ser especial para ser representado.

Podemos citar dois tipos de texto.

Um para ser representado, ou seja, escrito para receber uma interpretação; e aquele que é adaptado, no caso um conto, um romance ou uma crônica e até mesmo um poema. Como exemplo de

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poemas adaptados, podemos citar "Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto e Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles.

Praticamente, todos os textos para teatro contêm diálogos. Isso porque as peças têm mais de um personagem e eles falam, trocam opinião, discutem e são interlocutores dentro de um texto que exige a troca de informações entre os componentes da peça.

Existem peças em que somente um personagem atua. Assim teremos o monólogo, ou seja, a fala de um só ator. Exemplo de monólogo é “As Mãos de Eurídice”, de Pedro Bloch.

Atores

Conforme colocamos antes, o teatro no Brasil tem um relativo sucesso graças aos atores que também atuam na televisão. Seus rostos e corpos atraem mais do que a capacidade interpretativa. Entretanto, não é isso que se viu sempre e o valor está, primordialmente, na capacidade de interpretar.

Ser ator é abraçar uma profissão fundada na capacidade que a pessoa tem de ser ela e ser múltipla. Isso nasce com a pessoa e o artista carrega e cultiva esse dom por toda a sua existência.

O bom ator deve ser sensível, ter capacidade para se comunicar, disciplina, capacidade de expressão no falar e no movimento do corpo, memória e percepção da realidade.

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Considerações sobre o Teatro

O teatro brasileiro, de modo geral, sempre enfrentou graves problemas. Dois deles se destacam por interferir, sobremaneira, na sua qualidade cultural. O primeiro é de ordem financeira. Se há neces-sidade de financiamento, os juros bancários são uma barreira e o aluguel das salas não deixam margem para que haja lucro ou mesmo um equilíbrio nas contas. Com isso qualquer iniciativa tende à falência.

O problema número dois é o da linguagem. Ao acompanhar a evolução política do país, o teatro engajou-se e explorou os temas sociais, mas quem freqüentava o teatro era a própria burguesia que o dramaturgo combatia e que, com sua presença, acabava financiando o espetáculo.

Exemplos de textos nessas condições são: Eles não Usam Black-tie, de Gian Francesco Guarnieri e o Pagador de Promessas, de Dias Gomes.

Outro exemplo foi o Teatro de Arena com sua proposta de fazer teatro e política, mas alguma coisa nisso tudo ficou prejudicada, restando apenas a aura intelectual dessas iniciativas.

Poderia o teatro nacional fugir à condição de explorar o drama do oprimido para centrar suas atenções na transformação porque passa a classe dominante, sob um ponto de vista revolucionário, tanto no conteúdo quanto na estética, conforme o fizera Brecht, com grande esforço, divorciando-se de toda a tradição do teatro europeu?

Os grandes mercados para espetáculos teatrais são o Rio de Janeiro e São Paulo. Se ontem havia o exagero da crítica à classe dominante, hoje as peças abordam temática de dramas circunstan-ciados no cotidiano das grandes metrópoles. E a fórmula traz resul-tados nas bilheterias, mas não significa qualidade. Percebe-se que o apelo não acontece só com os temas, mas com os rostos bonitos que aparecem nas novelas de TV. Dessa forma, pode-se calcular que do Oiapoque ao Chuí a realidade brasileira fica pasteurizada, proporcio-nando uma aculturação indesejável.

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O Teatro em Poços de Caldas

A primeira notícia sobre um grupo de teatro na vila de Poços de Caldas está no jornal Município de Caldas, número 43, página 2, de 18 de fevereiro de 1900: “Em Poços de Caldas, nas noites de 24 e 25 do corrente, pelo Grupo Drammático d'aquella Villa, dirigido pelo cidadão Antonio Rodrigues de Paiva, serão levados á scena o importante drama “A Greve dos Operários” e a comédia “Os Irmãos das Almas”.

Entretanto, o primeiro teatro, como casa de espetáculo em Poços de Caldas, data do ano de 1904, quando o fotógrafo Manuel Barbosa de Sá Vasconcelos inaugura na Praça da Colúmbia, o seu teatro Odeon-Armilla, em homenagem à sua filha Armilla Vasconcelos, com o objetivo de reunir um grupo de atores em que figuravam: jovens locais, ele, a filha e a esposa, Amélia Vasconcelos.

Vasconcelos despertou na juventude, daquele começo do século XX, a arte da representação. Para isso os sócios do recém-criado Clube Recreativo Beneficente decidiram contratar o ator e cenógrafo Pedro Senna, vindo de Ribeirão Preto, para dar aulas de interpretação às pessoas interessadas em atuar no teatro.

A primeira peça escolhida para ser ensaiada foi O Juramento Maldito, de autor não mencionado, baseada em fato real ocorrido em Paris, França, no mês de maio de 1901.

No dia 13 de junho levou-se ao público no Teatro Odeon-Armilla as seguintes comédias: Um rapto masculino e A raiz maravilhosa; o Vaudeville (comédia musicada) Maricota; e a cançoneta Assim... Assim, todas sem referência de autor.

O primeiro grupo artístico teatral de outra localidade a se apresentar em Poços foi o de Carlos Califani, proveniente de São Paulo, que encenou A Passagem do Ventre Humano - 1ª Parte - no Teatro Odeon-Armilla nos dias 5 e 9 de novembro de 1904. Infelizmente,

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segundo o jornal, “a pouca concorrência e, sobretudo, o tempo chuvoso não corresponderam aos esforços dos talentosos artistas cujo mérito real demonstraram nas peças em que se exibiram”.

A receita propiciada pelos espetáculos mal deu para a despesa. Os gastos com música, aluguel do teatro, imposto, foguetes e dispêndio com empregados importaram em soma tal que apenas se verificou um saldo de dez tostões.

O articulista FAPA, pseudônimo do jornalista Fausto de Paiva, filho do também jornalista José Augusto de Paiva Teixeira, Casusa, proprietário do jornal Revista de Poços, em seu texto crítico dizia:

“Se quisermos ter bons espetáculos em Poços; se desejarmos a freqüência de bons artistas, que nos proporcionem noites de agradável diversão, é preciso que se reduza o preço das despesas para os espetá-culos porque, afinal, se isso não fizerem os interessados, e se as boas companhias não nos procurarem, é certo que quem terá prejuízo não serão elas, porque aqui não virão, mas aqueles que se locupletem com a sua temporada quando elas aqui vêm”.

No dia 11 de dezembro de 1904 o Teatro Odeon-Armilla abrigava a peça Os Vampiros Sociais, escrita por Araújo Pinheiro, de São Paulo, que foi ensaiada pelo Grupo Amador Filhos de Talma. Não se fazia

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Teatro Odeon-Armilla - Praça da Colúmbia -1904

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referência sobre quem eram os componentes desse grupo. Na ocasião foi também apresentado o Vaudeville Cada doido com sua mania, sob a regência do maestro José Pinto de Aguiar, vindo de São João da Boa Vista, que recebeu $341 mil réis, renda líquida do espetáculo, como pagamento pelo seu trabalho.

No dia 13 de novembro a Companhia Califani, por causa da chuva torrencial, não pôde apresentar a 2ª parte de A Passagem do Ventre Humano que, segundo o crítico FAPA, fizera grande sucesso em Montevidéu, Buenos Aires e São Paulo.

Em 27 de novembro a Companhia realizou o musical com a atriz Eugênia Califani, apresentando a ária Música Proibida, cuja renda foi revertida para a atriz.

No dia 15 de janeiro de 1905, pelo Clube Dramático Beneficente, foi levado ao palco o monólogo O caos, com o ator Fausto de Paiva. Segundo notícias, os espectadores assistiram, pela primeira vez, a essa modalidade de representação.

Em fevereiro do mesmo ano, o Clube Dramático Beneficente levava a peça, em três atos, Tio Padre, com os seguintes atores: Pedro Luna, Chrysantho Alves, Sebastião Fernandes Pereira Júnior, Expedito Pereira e Arminda Teixeira. A renda foi revertida em benefício da atriz Arminda Teixeira. Naquela época mencionava-se como benefício o fato de a renda do espetáculo ser destinada a um ator, como forma de pagamento.

O ator Quito apresentou a comédia ou cena cômica Não me importo com a vida alheia. E o grupo levou a comédia em um ato Choro ou Rio.

A própria condição cultural e intelectual da época não fez evoluir o teatro na vila de Poços.

Entre as décadas de 1910 a 1950 vários prédios destinados ao teatro de variedades e cinema foram construídas, como o Cine-Teatro Politeama, na Avenida Francisco Salles e o Radium, na Praça Pedro Sanches, que se tornaram casas da moda durante alguns anos.

Ali eram exibidos os primeiros filmes mudos, que conquistaram todas as classes sociais. Abriram-se os cassinos para oferecer inúmeras diversões aos banhistas tais como: o jogo, a música, os espetáculos de

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mágica e ilusionismo. Isso, de alguma forma, acabou por prejudicar a evolução do teatro amador e os atores poços-caldenses recolheram-se.

Nos anos de 1920 a 1950 surgem nos palcos dos cassinos os cantores e dançarinos, com algumas operetas e comédias musicais. Assim o público da época pôde apreciar as apresentações, nos anos de 1920, das Companhias de Arte Dramática Abgail Maia e A. Giordanno, de São Paulo; Nacional de Comédias, do famoso ator e diretor Leopoldo Fróes, do Rio de Janeiro.

A partir da década de 1930 sobressaíram-se as atividades do Rádio. Em 1933, a então recém-fundada Rádio Cultura de Poços de Caldas reunia os melhores músicos e cantores de rádio para aqui se apresentarem, tais como: Francisco Alves, Marília Batista, Carmen Miranda, Aurora Miranda, Luiz Gonzaga, Vassourinha, Ary Barroso e tantos outros.

Ary Barroso, pianista, compositor e criador de “No Tabuleiro da Baiana” e “Aquarela do Brasil” já estivera atuando, por volta de 1927,em Poços de Caldas, como pianista do Jazz Band Club ao Ponto. Nessa época, pode-se dizer, teve início o seu aprendizado como compositor, trabalhando numa cidade tranqüila e em companhia de músicos de reconhecida competência artística como Nico Duarte. Segundo registros e informações de sua filha Mariúza Barroso, o

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Cine-Teatro Politeama-1912

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compositor voltou para trabalhar em Poços de Caldas entre os anos de 1930 e 1945.

No início de 1930 surgiu o Grupo Dramático de Amadores Caldenses que apresentou peças teatrais de caráter lírico-amoroso, como O Priminho do Coração, destacando-se o ator Reinaldo Barbosa, conforme noticiava o jornal Revista de Poços.

Em agosto de 1944, a Rádio Cultura, tendo como diretor teatral Walter Lambert, programava o Rádio-teatro Cultura, levando ao ar peças como Divino Perfume, de Renato Viana; ou A Vingança do Judeu. Do elenco da emissora faziam parte os rádio-atores Alva Mussolin e Ramalho Júnior.

Não faltavam as Companhias de Comédia, com a de Jayme Costa e outros que eram contratadas para atuar no Cine-Teatro Cassino, no Cassino Balneário da Urca, Cassino Caldense, Cassino Gibimba, Cassino Imperial e Cine-Teatro Politeama. Em dezembro de 1943, Jayme Costa e a sua Companhia iniciavam a temporada poços-caldense com A Família Lero-Lero.

Ainda nos anos de 1940 a 1950 a imprensa registra a freqüência, nos palcos dos cassinos de Poços de Caldas, de artistas contratados

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Cine-Teatro Radium - 1929

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para iniciarem temporadas nos cassinos do Rio de Janeiro, passando por Santos, Caxambu, São Lourenço.

Trabalharam nos cassinos poços-caldenses: Arrelia, comediante; Antônio Marzo, ator; Alvarenga e Ranchinho, dupla de cantores serta-nejos; Balé Atlântico, grupo de dança; Berry Brothers, bailarinos de teatro e cinema; Carlos Galhardo, cantor romântico; Carlos Machado, orquestra e teatro de revista; Carmen Brown, dançarina e cantora afro-cubana; Colé e Celeste Aída, comediantes; Eduardo Garcez, cantor; Fernando Borel, cantor; Dircinha Batista, cantora; Emilinha Borba, cantora; Grande Otelo, comediante; Dick Farney, cantor; Haymond, transformista; Gregório Barrios, cantor; Juan Daniel, cantor; Libertad Lamarque, cantora argentina; Luís Gonzaga, cantor e compositor; Marília Franco, bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro; Mário Canaro, orquestra; Marlene, cantora; Pedro Vargas, cantor uruguaio; Richiardi Júnior, companhia de balé; Trigêmeos Vocalistas, cantores; Rosina Pagã, cantora; Virgínia Lane, vedete do teatro de revista e Zulma Antunes, cantora.

O Centro Teatral Léo Ferrer

O teatro amador local só volta a ser cultivado quando, em 1950, um grupo de jovens liderados por Sebastião Pinheiro Chagas, natural de Oliveira-MG, afeito às questões de ordem cultural; advogado e, mais tarde, Diretor dos Serviços Termais, deputado estadual e prefeito de Poços de Caldas, cria o Centro Teatral Léo Ferrer.

Destacamos que, o chefe de gabinete do Secretário da Saúde - Pio Canedo - Sebastião Pinheiro Chagas veio para Poços de Caldas no final do ano de 1946 para conciliar uma briga entre médicos das Termas “Antônio Carlos”. Resolvida a questão, Chagas acabou sendo atraído pelas belezas da cidade e aqui permaneceu.

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Atores do Centro Teatral “Léo Ferrer” - 1950

Marlene Lamberti, Maria Rosália Dias, Newton Delgado, MyrtesFerreira e Silva, CecíliaGuelfi, Otávio Junqueira Toledo, Nina Fazzini, Maria Helena Ayres, José Donaldo Santamaria,Luiz Sodré Ayres, Iolanda Sólia, nãoidentificado, BenignoGaiga.

Glauco Bertozzi, AnaCecília Pinheiro Chagas,Maria Cláudiae Sebastião Pinheiro Chagas.

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O grupo, que desenvolveu inúmeras atividades apresentando peças de humor em Poços e cidades vizinhas, tinha como participantes atores, técnicos ou diretores: Agenor Ferraz, Angelina Ponce, Antônio Gomes, Asdrúbal de Moraes Andrade, Atílio Jacometti, Benedito Pires, Benedito Ribeiro, Benigno Gaiga, Carmen Fazzini, Cecília Maran Guelfi, Celeste Lemos Junqueira, Cleveland Perrone, Djalma Ayres Filho, Donato Andrade, Éder Trezza, Edvaldo Beccaro, Geraldo Tasso de Andrade, Glauco Bertozzi, José Amarante Junqueira, José Donaldo Santamaria, José Graco Bertinatto, Júlio Beccaro, Jurandir Ferreira, Leny Carmargo Andrade, Luiz Sodré Ayres, Márcio Chaves Magalhães, Maria Alice Junqueira, Maria Aparecida Bonifácio, Maria Cecília Pinheiro Chagas, Maria Glória Silveira, Maria Helena Aires, Maria Lígia Marinoni, Maria Rosália Dias, Marisa Fonseca, Marlene Lamberti, Mercedez Fazzini, Moacir Carvalho Dias, Myrthes Ferreira e Silva, Newton Delgado, Neyde Andrade, Nina Fazzini, Nízia Pereira, Romeu Ferreira, Rubenita Tavares, Otávio Junqueira Toledo, Sebastião Nora, Sebastião Pinheiro Chagas, Wagner Durante e Yara Andrade (Brasil).

Em artigo escrito em 6 de dezembro de 1950, para o Jornal Diário de Poços, Pinheiro Chagas assim falava sobre a primeira experiência a ser desenvolvida pelo Centro Teatral Léo Ferrer:

“Como primeira experiência do Centro Teatral Léo Ferrer, agremiação que será brevemente organizada em Poços de Caldas, subirá à cena, amanhã, no Teatro da Urca, uma interessante comédia sob aspectos habituais da vida brasileira. Singela nos seus diálogos, modesta nos seus recursos técnicos, a peça a ser estrelada amanhã tem, no entanto, o condão mágico de estimular aqueles que se dedicam aos assuntos teatrais, hoje em dia mais compreendidos pelas elites e mesmo pelas multidões que superlotam as nossas pequenas e grandes platéias".

O movimento teatral dos estudantes em todas as capitais criando uma outra atmosfera social para o drama e para a comédia tomou corpo, dominou horizontes nunca dantes poetizados e fez com que novos talentos se abrissem para a glória.

Muitos desses, de uma só arrancada, como é o caso de Sérgio Cardoso, o genial intérprete de Hamlet no Teatro dos Estudantes, consagraram-se de uma noite para o dia, saltaram espetacularmente do amadorismo escolar da Universidade para o profissionalismo técnico do Teatro Brasileiro de Comédia.

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“Não queremos, os amadores locais, ir a tanto em relação a nosso teatro, ainda incipiente porque, para a consecução desse fim, é evidente que precisaria a nossa rapaziada contar com aquelas forças conjugadas do capital e ajuda técnica de primeira categoria”.

Ora, o que se pretende na Estância, o que se revela querer a mocidade unida sob a bandeira de Léo Ferrer, é caminhar do simples para o complexo que representa, por si só, um bom método para vencer. É experimentar o seu engenho e arte por etapas racionais de tal modo que não se cometam transtornos e nem se levem sustos".

Naquele mês de dezembro, o teatro concorria com as apresen-tações de Luiz Gonzaga, o rei do baião, que estava sempre presente na cidade, quer para descanso ou a trabalho, tanto que possuía uma chácara nas imediações da Rua Serro Azul, no bairro Santana.

Em 10 de janeiro de 1951 o Centro Teatral Léo Ferrer apresen-tou-se no Teatro da Urca, encenando O Beijo que Era Meu, cuja renda foi revertida para a Santa Casa.

Participaram desse espetáculo os atores: Agenor Ferraz, Geraldo Tasso Rocha, Glauco Bertozzi, Maria Cecília Guelfi, Marisa Fonseca, Neyde Andrade, Newton Delgado, Nízia Pereira e Yara Andrade. A direção foi de Sebastião Pinheiro Chagas e Celeste Lemos Junqueira. A equipe técnica era composta por Otávio Toledo, diretor de cena; José Amarante Junqueira, diretor artístico; Maria Cecília Lobato Pinheiro Chagas, ponto; Nina Fazzini, contra-ponto.

Nesse mesmo mês o grupo fez uma apresentação na cidade de Caldas.

Em agosto de 1951 o Teatro “Léo Ferrer” ensaiava Joaninha Buscapé, de Wanderley Lara, sob a direção de Celeste Lemos Junqueira e Moacir Carvalho Dias. Em setembro era levada As Mãos de Eurídice, de Pedro Bloch, com os atores Donato Andrade e Atílio Jacometti. Além de outras como: Priminho do Coração, Erro Judiciário, Feitiço, Terra Natal e A Ceia dos Cardeais.

No ano de 1952, encenaram Não Me Conte Esse Pedaço, comédia de Miguel Santos, tendo como atores: Angelina Ponce, Ana Andrade, Agenor Ferraz, Glauco Bertozzi, Maria Cecília Guelfi, Myrtes Ferreira, Newton Delgado, Neyde Andrade, Nízia Pereira e Sebastião Nora.

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A Pupila dos Meus Olhos, de Joracy Camargo, em 1953, teve a direção de Sebastião Pinheiro Chagas, com a equipe técnica composta por Nízia Pereira, Anésia Camargo Andrade e Zilda Andrade e os atores: Éder Trezza, Edwaldo Beccaro, Antônio Gomes, Márcio Magalhães, Maria Glória Silveira, Maria Lygia Marinoni, Neyde Andrade, Leny Camargo Andrade, José Donaldo Santamaria, Rubenita Tavares e José Gracco Bertinatto.

O jornalista e advogado Romeu Ferreira, em artigo para o jornal Diário de Poços, tecia comentários elogiando a disposição dos “jovens artistas em manter viva a chama do teatro local”.

A última peça apresentada por esse grupo foi Irene, de Pedro Bloch, levada também aos palcos de Alfenas, com grande presença de público e com muitos elogios da imprensa daquela cidade, conforme relato de João Luiz Lacerda em seu livro “Teatro de 55 anos”, de 1998. Ainda é Lacerda quem diz: “O teatro “Léo Ferrer” foi um dos melhores conjuntos de amadores de Minas”. (pág. 97)

Participaram os seguintes atores: Marlene Lamberti, Maria Rosália Dias, Newton Delgado, Myrtes Ferreira e Silva, Maria Cecília Guelfi, Maria Helena Ayres, José Donaldo Santamaria, Luiz Sodré Ayres, Yolanda Sólia, Glauco Bertozzi, e Sebastião Pinheiro Chagas. A direção foi de Benigno Gaiga e Sebastião Pinheiro Chagas. A equipe técnica era composta por Otávio Junqueira Toledo, Ana Cecília Lobato Pinheiro Chagas e Nina Fazzini.

Em 26 julho de 1953 o Centro Teatral “Léo Ferrer” traz a Escola de Arte Dramática de São Paulo para realizar uma apresentação na Urca.

O grupo era dirigido por Alfredo Mesquita que, antes do espetá-culo, falou sobre o sentido cultural da Escola de Arte Dramática, expli-cando que o teatro do futuro seria o de equipe. E, dessa forma, ele estava conduzindo os alunos da EAD, pois além de interpretar, seus alunos faziam a montagem dos cenários, costuravam as roupas, faziam a sonoplastia e os efeitos de luz.

No dia foi apresentada a peça de Tennessee Willians, “À Margem da Vida”, em dois atos, com os atores Geraldo Mateos, Floramy Pinheiro, Rosires Rodrigues e José Henrique de Carti. A direção coube ao teatrólogo Alfredo Mesquita e os cenários de Clóvis Graciano.

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Mais peças foram apresentadas nos dias 27 e 28. Ressonâncias, de Abie Gerstenburg, com os atores Flora Basaglia, Iara Pensinotto, Marly Mendonça e Dione Isabel; Quando a Lua Nasce, de Lady Gregory, contando com os atores Jorge Fisher Jr., Jorge Andrade, Durval de Souza, Armando Pedro e Geraldo Mateos; Viagem Feliz, de Thornton Wilder, com Jorge Fisher Jr., Maria Madalena Diogo, Flora Basaglia, Jorge Andrade e Maria do Carmo Bauer.

A vinda da Escola de Arte Dramática foi um momento de apren-dizado para o Centro Teatral, cujo grupo esteve junto por quatro anos. Continuaram envolvidos com o teatro amador: Maria Bonifácio, Benigno Gaiga, Glauco Bertozzi.

Sebastião Pinheiro Chagas não foi somente ator ou diretor de peças teatrais. Como dramaturgo deixou algumas peças, inéditas, entre elas: Espelho Maldito, drama em três atos; Poços de Caldas Só... Riso, escrita em 1952, que permanece na gaveta. O objetivo do autor era o de homenagear a cidade. Em seu primeiro ato, o texto fala da descoberta das águas termais; no segundo, aborda o tema relaci-onado aos cassinos e ao carnaval; no terceiro enfoca a Poços cente-nária e o quarto, inacabado, apresenta a cidade a partir dos anos de 1960.

No primeiro ato encontramos a figura de Frank, personagem que dá o tom inicial ao texto, dizendo:

“Sou o cronista Frank. Cronista social, bem entendido... Vocês vão me conhecer de fama... Outros - graças a Deus... não me toleram. Sou muito falado aqui nos Poços. Falado porque falo de muita gente... porque não fico de boca fechada, quando descubro alguns escandalo-zinhos, em nossa mui severa e pacata sociedade. Sou, como se vê, um fofoqueiro e de marca maior. Também pudera, sou cronista social. Por isso mesmo, para fofocar, com engenho e arte, procurei conhecer a cidade na palma da mão, vasculhando-a no presente e no passado. O resultado a que cheguei, lendo as crônicas e histórias da cidade, conversando com os mais velhos sobre os fatos mais importantes que aqui se deram, uns sérios e outros de fazer a gente morrer de rir... E isso todos vão conhecer agora".

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Grupo de Teatro Vila Cruz

A Vila Cruz é um dos bairros mais antigos e tradicionais de Poços de Caldas. O princípio da sua formação dá-se com a chegada dos imigrantes italianos. A distância entre o núcleo central da então vila de Poços de Caldas fazia com que a Vila Cruz fosse considerada zona rural.

Com o tempo a Vila foi crescendo e tornou-se um núcleo autônomo, com vida própria, tendo atividades de comércio, indústria, serviços e cultura muito ricas.

Das reuniões no Salão Paroquial, todas as noites, surgiu - no final do ano de 1953 - o Grupo de Teatro Vila Cruz, coordenado por Vera Beatriz Pesente, professora da Escola São Sebastião, autora da peça Viagem Inesquecível, contando com o apoio do padre George M. White, conhecido como o “padre índio”.

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Teatro da Vila Cruz - 1953

Em pé: Valentino Rodrigues Bento, João Ramos, Anita Zanatta, Maria Aparecida Mota e Nancy Carlos.Sentados: Ivone Barreto, Olga Carlos e Vênus Duarte.

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Zanatta

Os atores que participavam do grupo eram: Abel Braz, Anita Zanatta, Antônio Chiocheti (Niquinho), Ari Loro, José Alves (Avestruz), Douglas Miglioranzi, Elza Miglioranzi Carlos, Eurípedes, Henrique de Freitas, José, Luís Carlos Loro, Manoel, Nanci Miglioranzi Carlos, Nelson Miglioranzi Carlos, Nilbes Vitti, Pedro Merli, Reginaldo Victor Zangiacomi, Rubens Custódio, Terezinha Neri, Terezinha Zanatta da Costa, Valentino Rodrigues Bento, Vanildo Manoel do Prado e Vênus Maria Duarte.

Ressalte-se que o jovem Valentino, estudante de rara inteli-gência, escreveu a peça Hotel do Sossego, representada pelo grupo.

Segundo as informações que nos passou Douglas Miglioranzi, o grupo não contava com recursos financeiros e o guarda-roupa utilizado nas apresentações era improvisado com roupas comuns, do dia-a-dia.

Não eram cobrados ingressos para que os espetáculos fossem assistidos.

Excetuando a professora Vera, todos os integrantes do grupo tinham, na época, entre 13 e 15 anos de idade. Apresentavam-se no Salão Paroquial e eram convidados a atuar nas em cidades vizinhas, como Botelhos e Caldas, onde levaram a peça Chica Boa.

Importante destacar que o grupo esteve ativo até 1959 e não era vinculado à Escola, mas ao movimento de jovens da Paróquia de São Sebastião da Vila Cruz, dirigida pelos padres Oblatos, cujo vigário era o padre William Thomaz Lindkoogal.

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Poços de Caldas Recebe o Teatro de Vanguarda

A 10 janeiro de 1957 a Companhia Tonia-Celli-Autran - consti-tuída pelos atores Tonia Carrero, Benedito Corsi e Anny Cachet - apresentou-se no Teatro de Bolso do Palace Cassino com Um Deus Dormiu lá em Casa, do escritor Guilherme de Figueiredo. O aconteci-mento trouxe ânimo a alguns aficionados do teatro, mas não foi possível constituir um grupo que trouxesse de volta aos palcos os amadores poços-caldenses.

No início de 1959, o jornal Folha de Poços de Caldas noticiava a presença de um grupo de São Paulo, que iniciava o chamado “Teatro de Arena”; Os atores vieram representar Eles não usam Black Tie, de Gian Francesco Guarnieri e À Margem da Vida, de Tennessee Willians.

Segundo o jornal, “foi uma revelação; foi a descoberta do teatro pelo público de nossa cidade. Foi o acontecimento artístico da estação”.

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Eles não usam black-tie, deGianfrancesco Guarnieri.

Da esquerda para a direita: Oduvaldo Vianna Filho, Vera Gertel, Milton Gonçalves, Celeste Lima, Flávio Migliaccio, Xandó Batista, Henrique César e Lélia Abramo

O Grupo de Teatro do SESC

A unidade do Serviço Social do Comércio - SESC - de Poços de Caldas foi inaugurada em abril de 1959, e sua primeira diretora foi a professora Yeda Tarquínio Bertozzi, que em agosto de 1960 tornou possível a criação do Grupo de Teatro SESC.

No mês de junho, sob a direção de Glauco Bertozzi, foram encenadas as peças Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado, com os atores Euclides Mendes, Allan Kardec, João e Sebastião Banhos.

No decorrer dos anos foram levadas: Irene, de Pedro Bloch, com Matilde Guidugli, Victor Corrêa, Maria José Geraldi, Glauco Bertozzi, Sebastião Banhos e Marco Antônio Valadares Guimarães.

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Teatro do SESC - 1960 - Peça: Pluft, o fantasminha

Atores: Euclides Mendes, Allan kardec, João e Sebastião Banhos

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Do Tamanho de Um Defunto, de Millor Fernandes. Direção de Marco Antônio Valadares Guimarães. Atores: Paulo Roberto Silva, Jamil Gerônimo, Elfrida Maywald e Sebastião Banhos. Equipe técnica: Messias Franco, Sebastião Bastos, Luiz Carlos Moure, José de Souza, Susie Francis, Matilde Guidugli, Zilda Paulino e Carlos Roberto Machado.

Alguns atores da época: Euclides Mendes, Maria Ângela Prezia, Mariza Baldini, Maria José Geraldi, Joaquim, João Batista, Glauco Bertozzi e Allan Kardec.

Sempre ativo por tradição, o Teatro SESC volta em 1985, contando à época com quatorze integrantes entre atores e técnicos e todo o trabalho do grupo estava voltado para o teatro infantil.

Em seu período mais produtivo, o grupo apresentou as seguintes peças: E Agora..., de Ivan José; Noite na Repartição, de Carlos Drummond de Andrade; A Arte de Ser Feliz, de Cecília Meireles; Alma de Outro Mundo, de Figueiredo Pimentel; A Bruxinha que Era Boa, de Maria Clara Machado.

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Teatro do SESC - 1963 - Peça: Irene, de Pedro Bloch

Atores Matilde Guid gli, Victor Corrêa, Maria José Geraldi, GlaucoBertozzi, Sebastião Banhos, não identificada e Marco Antônio Valadares.

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O Grupo do SESC esteve composto dos seguintes atores: Andréa Viana, César Augusto Marques, Débora Cristina Alves, Edna Zangiacomi Martinez, Fábio André Albuquerque, Geraldo Abreu, Graça Alves, Lucimar Spinelli Sargaço, Luiz Carlos Alves, Luiz Gustavo Ribeiro Noronha, Marcos Nogueira de Lima, Rosemeire Marquesine, Sandra Zangiacomi Martinez, Sílvia Zanetti, Vanderson Medina, Waldir Pereira do Lago e Wilde Pereira Dias.

Na direção geral estava Durce Helena Gouveia. No apoio técnico e artístico: Geraldo de Abreu, Pedro Lima, Roberto Bonifácio, Luciana Valverde, Nilva, Evaristo Gomes e Mário Donizete Gouveia. Diretor: Marcos Nogueira de Lima.

Em 1995, com incentivo de sua diretora, Durce Helena Gouveia, o SESC retomou as atividades ligadas ao teatro, encenando O Diário de Karina. Além disso, abriu suas portas para que grupos novos pudessem ocupar o espaço destinado à representação, e mesmo para que a diretora do Teatro Alvorada, Nicionelly Carvalho, ministrasse curso básico de teatro para associados e pessoas interessadas.

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O Teatro do Estudante

Esse grupo teatral, presidido por Gaspar Eduardo de Paiva Pereira, surgiu em 1959. Na ocasião alguns jovens se reuniam na Casa do Rádio, de Orlando Gaiga, e ali tiveram a idéia de organizar o Teatro do Estudante.

Assim, agruparam-se em torno dessa idéia os jovens: Aristóteles Abreu, Beatriz Viviani, Icílio Bonazzi, João Bosco Simões, João Carlos de Delduque de Paiva, José Edwaldo Alexandre (Doca) e Yara César de Miranda. Gaspar Eduardo Paiva Pereira era o presidente; Orlando Gaiga, o técnico de som e iluminação; Benigno Gaiga, o diretor.

A primeira peça apresentada ao público foi Testemunha de Acusação. Com ela os jovens estudantes percorreram algumas cidades

Teatro do Estudante

Aristóteles Abreu, João Bosco Simões, Icílio Bonazzi, José Edwaldo AlexandreOrlando Gaiga, Gaspar E. P. Pereira, Benigno Gaiga e João Carlos de Paiva XandóBeatriz Viviani eYara César de Miranda.

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da região e tiveram oportunidade de ensaiar outras e levá-las com grande sucesso.

Uma delas foi Almas em Conflito, em três atos, primeira peça escrita pelo jovem Icílio Bonazzi, cuja apresentação ocorreu no Teatro de Bolso do Palace Cassino, em 28 de julho de 1959.

Atuaram no espetáculo: Beatriz Viviani, José Edvaldo Alexandre, Yara César de Miranda, Lúcia Beatriz de Freitas, Marisa Baldini, Dgeney Diniz de Melo e João Bosco Simões.

A direção coube a Benigno Gaiga e a equipe técnica era composta de José Carlos Delduque de Paiva, Orlando e Plínio Gaiga.

Esse Grupo permaneceu atuando até 1963.

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O Teatro na Associação Atlética Caldense

A presença dos atores do Teatro de Arena, no ano de 1959, incen-tivou Benigno Giordano Gaiga a criar o Teatro de Arena dentro da Associação Atlética Caldense, aproveitando sócios do clube como atores.

O grupo de amadores, organizado em 1963, recebeu o nome de Teatro Icílio Bonazzi, em homenagem ao filho do professor Júlio Bonazzi que havia falecido em um acidente automobilístico na Avenida João Pinheiro. Vale mencionar que Icílio Bonazzi pertenceu ao Teatro do Estudante.

A primeira peça encenada foi Paiol Velho, de Abílio de Almeida, tendo como atores: Sebastião Banhos, Allan Kardec Lino, Maria Helena Oliveira, Zina dos Santos, José Carlos de Faria, Enedina Marques de Souza, Wanderley Rodrigues, Marco Antônio Latrônico, José de Souza e Hilton José Mendes. O grupo extinguiu-se no início de 1964.

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O Grupo de Teatro Alvorada

Na seqüência, Benigno Gaiga não perdeu tempo e criou o Grupo Teatro Amador Alvorada, em janeiro de 1966.

Conforme depoimento de uma das fundadoras, Anna Maria Avelino Ayres, a estréia do grupo deu-se em São José do Rio Pardo, em 1966, quando foi levada a peça Feia, de Paulo Magalhães. Depois, em abril, ela foi apresentada no Teatro de Bolso do Palace Cassino.

Era a primeira experiência do grupo com grande sucesso. O público que lotou as dependências do Teatro de Bolso não economizou aplausos para aquele elenco, cujos atores eram: Malvina Gonçalves, Maria do Carmo Faria, Sebastião Afonso Bastos, Luiz Carlos Borges, Nicionelly Carvalho, Anna Maria Avelino Ayres, Rubens Pinto Rodrigues e José Carlos do Lago. A direção coube a Benigno Giordano Gaiga.

De agosto de 1966 e no ano de 1967 o “Alvorada” apresentou-se em diversas cidades da região, tanto no Estado de Minas, quanto no Estado de São Paulo, levando A Expiação do Passado, peça com mensagem espírita, escrita por Nicionelly Carvalho; ou Alma do Outro

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Eduardo Paiva, Luiz Carlos Borges, Nicionelly Carvalho, Malvina Gonçalves, Benigno Gaiga, “Cabelinho”, Rubens Rodrigues,

Marco Antônio Latrônico e Anna Maria Avelino Ayres.

Alma do Outro Mundo - 1966A

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Mundo, de F. Napoleão de Vitória, cujo espetáculo contava com os seguintes atores: Anna Maria Avelino Ayres, Marco Antônio Latrônico, Rubens Pinto Rodrigues, Luiz Carlos Borges, Nicionelly Carvalho, “Cabelinho”. Contra-regra: Malvina Gonçalves; direção: Benigno Gaiga.

Segundo pesquisa realizada, 60% do público aprovou o espetá-culo.

Preocupado com o aprimoramento dos atores, Gaiga promove, no início de 1967, o primeiro curso de teatro, ministrado em Poços de Caldas pelo professor Mário Pavão.

No ano de 1967 quatro espetáculos foram programados:

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A Cigana Me Enganou, comédia romântica de Paulo Magalhães.

Atores: Sebastião Bastos, Nicionelly Carvalho, Marco Antônio Latrônico, Anna Maria Avelino Ayres, Vera Ribeiro, Malvina Gonçalves, José Luiz Escandiussi. Equipe técnica: Guiomar Viana, Rubens Rodrigues e Marlene Grasman. Direção: Benigno Gaiga

Os Inimigos não Mandam Flores, de Pedro Bloch.

Atores: Magaly Guidugli e Álvaro Alves. Equipe técnica: Armando Brunelli Santos, Maria Tereza e Carlos Alberto Casalinho. Direção: Nicionelly Carvalho.

Observação: Essa foi a primeira e única apresentação do Grupo Amador de Teatro Experimental - GATE - criado dentro do Alvorada.

Maria Cachucha, de Joracy Camargo.

Atores: Marco Antônio Latrônico, Gilda Ramos Evaristo, Dino Banhos, Nicionelly Carvalho, Sebastião Bastos, Anna Maria Avelino Ayres e Eurico Santos. Direção: Benigno Gaiga.

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Em pé: Rubens Rodrigues, Guiomar Viana e Benigno Gaiga,Sentados: Sebastião Bastos, Nicionelly Carvalho, Malvina Gonçalves, Marco AntônioLatrônico, Anna Maria Avelino Ayres, José Luiz Escandiussi e Vera Ribeiro.

A Cigana me Enganou - 1967

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Barco Sem Pescador, drama de Alejandro Casona.

Atores: Dino Banhos, Carlos Victor Moraes, Guiomar Viana, José Andrade, Marco Antônio Latrônico, Nicionelly Carvalho, Marlene Carrijo, Eurico Santos e Anna Maria Avelino Ayres. Direção: Benigno Gaiga. Contra-regra: Orlando Gaiga.

A Hora Marcada, drama de Isaac Gondim Filho, foi a única peça apresentada no ano de 1968. Atores: José Luiz Escandiussi, Victor Corrêa, Eurico Santos, Magaly Guidugli, Matilde Guidugli, Nicionelly Carvalho. Equipe técnica: Ivone Santos, Anna Maria Avelino Ayres, Carlos Alberto Casalinho e Armando Brunelli dos Santos.

Em 1969 o grupo ousa mais e prepara Mortos Sem Sepultura, de Jean Paul Sartre. Com esse drama o GTAA venceu o I Festival de Teatro Amador de Passos, em julho de 1969, obtendo quatro prêmios. Venceu o I Festival de Teatro Amador da Prefeitura de Alfenas, tendo recebido o prêmio de melhor ator José Carlos Garuti; melhor atriz, Magaly Guidugli e melhor direção para Nicionelly Carvalho.

Participaram: Anna Maria Avelino Ayres, Lino Barbosa, Eduardo Paiva, Clóvis Ricci, Armando Brunelli Santos, Nicionelly Carvalho, Carlos Alberto Casalinho, Eurico Santos, Magaly Guidugli, Dino Banhos, José Carlos Garuti e Benedito Gonçalves. Direção: Benigno Gaiga.

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Em pé:Marco Antônio

Latrônico, Anna Maria Avelino Ayres,

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Viana, Dino Banhos e Orlando Gaiga.

Sentado: Benigno Gaiga.

Barco sem Pescador - 1967

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No teatro infantil foi levada A Onça de Asas, de Walmir Ayala. No elenco: Maria de Lourdes Fróes, Luís Antônio Fróes Filho, Robson dos Santos, Sueli Ferreira de Bem, Vera Simões, Silmara Junqueira Santos e Míriam Miglioranzi. O balé do Conservatório Musical, sob a direção de Itália Cacciatore, desenvolveu a coreografia do espetáculo. Equipe técnica: Ivone Santos, Armando Brunelli Santos, Anna Maria Avelino Ayres e José Carlos Garuti

Miquelina, de Pedro Bloch. Comédia que enfoca o comporta-mento da juventude nos anos de 1960.

Atores: Carlos Alberto Casalinho, Matilde Guidugli, Maria Izabel Siqueira, Dino Banhos, Nicionelly Carvalho, Anna Maria Avelino Ayres, Magaly Guidugli, José Luiz Escandiussi e Malvina Gonçalves.

Equipe técnica: Armando Brunelli Santos e Glória Martins.

No ano de 1969 a diretoria do GTAA estava assim constituída:

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Mortos sem Sepultura - 1969

Em pé: Anna Maria Avelino Ayres, Lino Barbosa, Eduardo Paiva, Benigno Gaiga, Clóvis Ricci, Armando Brunelli e Nicionelly Carvalho.Sentados: Carlos Alberto Casalinho, Eurico Santos,Magaly Guidugli, Dino Banhos, José Carlos Garuti e Benedito Gonçalves.

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Presidente de Honra: Benigno Gaiga

Presidente: Anna Maria Avelino Ayres

Secretário: Carlos Alberto Casalinho

Tesoureira: Ivone Santos

Direção Artística: Nicionelly Carvalho

1970

A Bruxa, de Nestor de Holanda. Texto de difícil interpretação mostra aspectos psicanalíticos, à luz das teorias freudianas.

Importante salientar que a partir desse trabalho, Nicionelly foi a diretora artística de todas as peças que vieram a seguir.

Atores: Nicionelly Carvalho, Maria Helena Oliveira, José Luiz Escandiussi e José Carlos Garuti. Equipe técnica: Carlos Alberto Casalinho, Armando Brunelli Santos e Anna Maria Avelino Ayres.

Nessa peça, em agosto de 1970, em seu folheto de apresentação, o GTAA prestou uma homenagem a seu fundador e incentivador, Benigno Giordano Gaiga, dando-lhe o nome de Teatro Alvorada Grupo “Benigno Gaiga”. E o folheto trazia:

“Com seu passamento ficou uma lacuna em nossa sociedade, mas as árvores que ele plantou produzirão muitos frutos. E “sempre resta um pouco de perfume nas mãos que oferecem flores...”

Até a data de falecimento de Gaiga, em 28 de junho de 1970, o grupo levou aos palcos mais de vinte peças. E, sabidamente, no decorrer desse tempo, o Teatro Alvorada tornou-se o movimento cultural mais abrangente e de maior projeção vivido pelos poços-caldenses.

Com a ausência do seu fundador, o grupo passou a ser dirigido por Nicionelly Carvalho e estava composto por quinze pessoas. Realiza seus ensaios nas dependências do Grupo Escolar “David Campista”, em sala cedida pela diretora Elvira Chagas.

No decorrer desses anos, o Alvorada apresentou-se nos mais diversos palcos entre Minas Gerais e São Paulo, conseguindo conquistar alguns prêmios.

A equipe esteve composta dos atores, técnicos e diretores: Álvaro Alves, Anna Maria Avelino Ayres, Antônio Tadeu Menezes de

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Andrade, Aparecido Inácio de Assis, Armando Brunelli Santos, Benedito Gonçalves, Carlos Alberto Casalinho, Cássio Antônio de Souza, Cristina Rehder Acúrcio, Cristina Tamburi Santos, Cibellius de Souza, Deborah Soares, Diva Lima, Icinha Basso, João Batista Acúrcio, João de Faria, João Vital de Oliveira, José Augusto Scassiotti, Ludgero Borges, Luiz Fernando Frizzo, Maria Helena de Carvalho, Maria Helena Oliveira, Maria Luiza de Oliveira, Maria Rosa, Miguel Arcanjo Mina, Miguel Victor Gonçalves, Nicionelly Carvalho, Nilson Rossi Chagas, Orlando Gaiga, Paulo Henrique Pioli, Pedro Theodoro Alvarenga, Tânia Pinto Ferreira, Valmir Ortega e Rowilson da Silva Xavier e outros nomes que estarão relacionados como parte dos espetáculos abaixo.

Destacamos que entre os atores do grupo estava Carlos Alberto Casalinho que escreveu a peça de caráter religioso Pelos Caminhos do Gólgota, encenada há mais de vinte anos, por ocasião da Semana Santa.

Está Lá Fora Um Inspetor, do dramaturgo inglês J.B. Priestley.

O seu texto tem um caráter social, mostrando aspectos da vida de operários numa cidadezinha industrial da Inglaterra. Os atores: José Carlos Garuti, José Luiz Escandiussi, Matilde Guidugli, Carlos Alberto Casalinho, Rosa Maria Nassif Mesquita, Carlos Alberto Gruber, Armando Brunelli Santos. Equipe técnica: Anna Maria Avelino Ayres, Luiz Antônio Anunciação.

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Em pé: José LuizEscandiussi, Carlos Alberto Casalinho,Armando Brunellie José CarlosGaruti.Sentados: Matilde Guidugli,Rosa Mesquita e Carlos AlbertoGruber.

Está lá fora um inspetor1970

Foram levadas ao palco, em 1971, as seguintes peças:

O Anjinho da Reforma, peça infanto-juvenil de Isis Bianchi.

Elenco: Vera Cristina Simões, Luiz Rachid de Paula, Luiz Antônio Anunciação, Antônio Carlos Perez Borges, Wilson Frizon Júnior, Rosana Acúrcio de Freitas, Tereza Cristina Tamburi, Sueli Ferreira de Bem, Rosângela Acúrcio de Freitas, Valério Rodrigues Ravanelli, Rita de Cássia Tamburi, Denise Morais Novais, José Carlos Garuti, Armando Brunelli, Carlos Alberto Casalinho e Anna Maria Avelino Ayres.

A Infidelidade ao Alcance de Todos, de Lauro César Muniz. Nessa peça o autor enfoca o tema da infidelidade, envolvendo personagens pertencentes às camadas sociais variadas: intelectuais e pessoas comuns; ricos e pobres. Elenco: Carlos Alberto Casalinho, Tereza Rodrigues, Benedito Gonçalves, Neuracy Malaquias, Rosa Maria Nassif Mesquita e João Batista Peixoto. Equipe técnica: Anna Avelino, Magaly Guidugli e Armando Brunelli.

1972

Abre a Janela e Deixa Entrar o Ar Puro e o Sol da Manhã..., de Antônio Bivar. Atores: Tereza Rodrigues, Magaly Guidugli, Carlos Alberto Casalinho.

Nosso Filho Vai Ser Mãe, de Walmir Ayala. Tragicomédia com os atores: Neusa Maria Marques, Tereza Rodrigues, Carmine Acconcia, Carlos Zanetti, Lino Barbosa e Benedito Gonçalves. Equipe técnica: Orlando Gaiga, Carlos Zanetti e Armando Brunelli Santos.

Morre um Gato na China, de Pedro Bloch.

Com Icinha Basso, Álvaro Alves e Carmine Acconcia.

Transe, de Ronald Radde, escritor gaúcho.

Atores: Benedito Gonçalves, Carlos Zanetti, Carlos Alberto Casalinho, Tereza Rodrigues e Magaly Guidugli. Equipe técnica: Edith Menezes, Armando Brunelli Santos e Orlando Gaiga.

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Neste ano de 1972, no I Festival de Teatro Amador da Média Mojiana, em São João da Boa Vista, o Alvorada foi convidado, às pressas, para concorrer em nome do Grupo de Teatro Sanjoanense GAJOS, que não conseguiu concluir os ensaios da peça que iriam apresentar no Festival.

O Alvorada apresentou-se e conseguiu a maioria dos prêmios para o GAJOS.

Nessa época a diretoria do Alvorada estava assim constituída:

Presidente: Anna Maria Avelino Ayres

Secretário: Carlos Alberto Casalinho

Tesoureira: Ondina Garcia Casalinho

Diretora Artística: Nicionelly Carvalho

1974

Apaga a Luz e Faz de Conta que Estamos Bêbados, do teatró-logo gaúcho, Ronald Radde.

Participaram os atores Magaly Guidugli e Carlos Alberto Casalinho.

A peça foi apresentada no 3º. Festival de Teatro Amador da Média Mojiana, mas sem concorrer.

1975

Em maio era eleita a nova diretoria do Teatro Alvorada - Grupo “Benigno Gaiga”. A presidência coube a Nicionelly Carvalho; vice: Carlos Alberto Casalinho; secretário: Carlos Zanetti; tesoureiro: Romualdo Fiorin; diretor de propaganda: Miguel Gonçalves; diretora social: Tereza Rodrigues; Conselho Fiscal: Orlando Gaiga, Benedito Gonçalves e Déa Tavares Paes.

A primeira ação dessa diretoria foi trazer à cidade dois profes-sores para ministrarem dois cursos para atores. Estiveram aqui Pedro Paulo Cava, diretor do Teatro de Pesquisa, de Belo Horizonte e fundador e primeiro presidente da Associação de Teatro de Minas Gerais; Lúcio Navarro, professor da Faculdade de Música e Curso de Belas Artes Santa Marcelina de São Paulo.

As peças apresentadas no ano de 1975 foram:

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A Dama de Copas e o Rei de Cuba, de Timochenco Welbi.

Atores: Tereza Rodrigues, Nicionelly Carvalho e Miguel Gonçalves. Equipe técnica: Carlos Zanetti, Orlando Gaiga, Armando Brunelli dos Santos e Tereza Rodrigues.

Peripécias na Lua, de Walmir Ayala.

Atores: Déa Tavares Paes, Sueli de Bem, Vera Simões, Rosa Maria Nassif Mesquita, Paulo Augusto Barreto, Carlos Alberto Casalinho e Maria Isabel Siqueira. Equipe técnica: Sebastião Bastos, Anna Maria Avelino Ayres e Ivone Santos.

Pedreira das Almas, de Jorge Andrade. Foi uma das peças de grande sucesso que o Teatro “Benigno Gaiga” apresentou. Nela o elenco desdobrou-se para tornar o espetáculo bem próximo da reali-dade. Pedreira das Almas enfoca a situação de antiga família sul-mineira que, devido à falta de terra para a pastagem do gado, migra para o Estado de São Paulo. O enredo mostra o drama dessa família, cujo berço é a parte do sul de Minas compreendida entre Carrancas, Cruzília e São Tomé das Letras.

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A Dama de Copas e o Rei de Cuba1975

Miguel Gonçalves, Nicionelly Carvalho, Tereza Rodrigues e Benedito Gonçalves.

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Nessa ocasião foram lançados novos atores.

Elenco: Ana Cláudia Pomarico Medri, Déa Tavares Paes, Mário Pereira, Luiz Fernando Frizzo, Icinha Basso, Maria Luisa de Oliveira, Rose Marie de Paula, Joana Ferro Frison, Simone Vieira, Tânia Pinto Ferreira, Ana Paula Assunpção, Cláudia Ladeira Neto, Carlos Ferreira da Silva, José Augusto Scassiotti, Aparecido Inácio Assis, Cássio Antônio de Souza, Eduardo Assunpção, Carlos Alberto Casalinho e Anderson Lago Leite.

Grupo de atrizes dePedreira das Almas

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Pomarico Medri e Tutão

Pedreira das Almas

1975

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Participação do Balé Corpo, dirigido por Itália Cacciatore, e do Coral “Camargo Guarnieri”, dirigido por Walderez Medina Ferreira.

Equipe técnica: Orlando Gaiga, Roberto Tereziano, Maria José de Souza e Benedito Gonçalves.

Um Gosto de Mel, de Shelagh Delaney.

Com Nicionelly Carvalho, Tereza Rodrigues, Carlos Alberto Casalinho e Miguel Gonçalves. Direção: Benedito Gonçalves.

À Margem da Vida, de Tennessee Williams

Elenco: Nicionelly Carvalho, Ana Cláudia Pomarico Medri, Antônio Viviani e Carmine Acconcia.

Próxima Vítima, de Marcos Rey

Com Marcos Araújo, Luiz Fernando Frizzo, Icinha Basso, João Batista Acúrcio, Miguel Ângelo Pisani e Benedito Gonçalves.

Um Gosto de Mel

Carlos Alberto Casalinho e Nicionelly Carvalho.

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Dona Xepa, de Pedro Bloch, comédia.

Atores: Paulo Roberto Seabra Franco, Cleivis Banhos Lopes, Luiz Fernando Frizzo, Selma Santos, Nicionelly Carvalho, Maria Aparecida Bastos, Carlos Zanetti, Antônio Carlos Monteiro e João Batista Acurcio.

Direção de Miguel Victor Gonçalves. Equipe técnica: Carlos Alberto Casalinho, Orlando Gaiga, Benedito Gonçalves, Mauro Vianna e Tereza Rodrigues.

1977

Esta Noite Choveu Prata, de Pedro Bloch. Monólogo levado pelo excelente ator Luiz Fernando Frizzo, cuja atuação foi brilhante.

Equipe técnica: Orlando Gaiga, Antônio Carlos Monteiro, Carlos Alberto Casalinho e José Augusto Pampanini.

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Em pé: Nicionelly Carvalho e Maria Aparecida Bastos.Sentados: João Batista Acurcio (Tié), Cleivis Banhos Lopes, Luiz FernandoFrizzo, Paulo Roberto Seabra Franco, Selma Santos, Antônio Carlos Monteiro e Carlos Zanetti.

Dona Xepa - 1976

1978

A Casa de Bernarda Alba, de Federico Garcia Lorca. Esta peça teve grande repercussão, uma vez que o desempenho dos atores e o trabalho de toda a equipe técnica foram impecáveis.

Atores: Icinha Basso, Maria Helena Oliveira, Tereza Cristina Alvisi, Deborah Soares, Maria Ignez Bissoli, Nicionelly Carvalho, Vilma Silva e Déa Tavares Paes.

Equipe técnica: Orlando Gaiga, Luiz Fernando Frizzo, Carlos Alberto Casalinho, Carlos Zanetti, Cristina Acurcio, Cidinha Santos, João Batista Acurcio, e Maria José de Souza na consultoria literária.

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A Casa de Bernarda Alba - 1978

Tereza Cristina Alvisi, Ana Cláudia Medri,

Maria Helena Oliveira, Maria Ignez Bissoli,

Deborah Soares e Icinha Basso.

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1991Rosemar Barbosa, Maria Aparecida Horta, Sandra Martinez, Leila Porto, Maria das Graças Alves e Sandra Marise Sampaio.

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O Crime Roubado, sátira social de João Bethencourt.

Atores: Antônio Carlos Monteiro, Benedito Gonçalves, Carlos Alberto Casalinho, Deborah Soares, Eduardo Soares, João Vital de Oliveira, Miguel Gonçalves, Nicionelly Carvalho, Luiz Carlos de Paiva e Victor Guimarães Correia.

1979

O Santo Inquérito, de Dias Gomes

Atores: Icinha Basso, Carlos Alberto Casalinho, José Augusto Scassiotti, Luiz Fernando Frizzo, João Batista Acurcio, Cássio Antônio de Souza e Aparecido Inácio Assis. Iluminação de Orlando Gaiga.

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O Santo Inquérito

1979

Cássio de Souza, João Batista Acúrcio,

Icinha Basso e Luiz Fernando Frizzo.

Icinha Basso e José Augusto Scassiotti

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1980

Três Peraltas na Praça, peça infantil de José Valluzi.

Atores: Tânia Cristina Bastos, Anderson Marcondes Soares, Maria Isabel Corrêa Norberto, Cássio Motta e Márcia Medeiros.

O Alvorada contou com o trabalho das bailarinas Márcia Motta, Cláudia Costa e Ana Lúcia Carlini.

O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

Atores: Cristina Acurcio, Cássio Souza, José Augusto Scassiotti, Luiz Fernando Frizzo, Pedro Theodoro Alvarenga, Tânia Pinto Ferreira, Aparecido Inácio Assis, Nilson Rossi Chagas, João Vital de Oliveira, Miguel Arcanjo Mina, Rowilson Xavier, Miguel Victor Gonçalves, Tadeu Menezes e Maria Luiza Oliveira. Equipe técnica: Déa Tavares Paes, Orlando Gaiga e Darcy Ladeira Dias, na consultoria literária.

Em novembro de 1980 a Câmara Municipal, por iniciativa do vereador Eduardo Paiva, aprova o Projeto de Lei dando o nome de “Benigno Gaiga” ao teatro municipal.

1981

Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos

Atores: Rose Marie de Paula e Cássio de Souza. Equipe técnica: Orlando Gaiga, Déa Tavares Paes, Maria Nancy do Lago, Icinha Basso e Gina Beatriz Rende.

1983

Quarta-feira sem Falta lá em Casa, de Mário Brasini

Atores: Nicionelly Carvalho e Icinha Basso.

Equipe técnica: Orlando Gaiga, Déa Tavares Paes, Anderson Lago Leite e Tereza Cristina Alvisi.

As Primícias, de Dias Gomes

Atores: Deborah Soares, Maria Rosa, Maria Aparecida Siqueira, João Batista Acurcio, Maria Helena Oliveira, Tânia Pinto Ferreira, Cássio de Souza, Pedro Theodoro Alvarenga, Rosemeire de Paula e

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Paulo Henrique Pioli. Equipe técnica: Orlando Gaiga, Déa Tavares Paes e Anderson Lago Leite.

1984

O Santo Milagroso, de Lauro César Muniz

Atores: Luiz Fernando Frizzo, Cássio de Souza, Miguel Gonçalves, Icinha Basso, Pedro Alvarenga, Paulo Henrique Pioli, Jorge Demétrio Cunha, Anderson Lago Leite e Tarcísio Galvão.

Equipe técnica: Orlando Gaiga, Rose Marie de Paula, Diva Tereza Lima e Déa Tavares Paes.

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As Primícias - 1983

Em pé: Paulo Pioli, Tânia Ferreira, Cássio de Souza, Pedro TheodoroAlvarenga, Maria Helena Oliveira, Tarcísio Galvão, Maria Aparecida Siqueira, João Batista Acúrcio, Soraia do Nascimento, Deborah Soares, Maria Rosa, Rosemeire de Paula e Maria Lopes.Sentados: Orlando Gaiga, Anderson Lago Leite, Nicionelly Carvalho e Icinha Basso.

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1985

Miquelina, de Pedro Bloch. O grupo obteve um grande sucesso e foi muito elogiado pela imprensa local.

Atores: Jorge Demétrio Cunha, Deborah Soares, Rosa Maria, Luiz Fernando Frizzo, Diva Tereza Lima, Nicionelly Carvalho, Renata Rita Oliveira, Paulo Henrique Pioli, Cássio de Souza e Maria Helena Oliveira.

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O Santo Milagroso - 1984

Pedro Alvarenga, Nicionelly Carvalho,Jorge Demétrio Cunha(Nanny People, atrizdo SBT), Anderson Lago Leite, Orlando Gaiga,Giovanni Dias;Cássio de Souza, Luiz Fernando Frizzo, Icinha Basso, Miguel Gonçalves;Tarcísio Galvão,Paulo Pioli, Diva Lima eRosemeire de Paula.A

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Miquelina - 1985

Jorge Demétrio Cunha, (Nanny People, atrizdo SBT), Nicionelly Carvalho, Luiz Fernando Frizzo, Cássio de Souza e Maria Helena Oliveira.

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Equipe técnica: Orlando Gaiga, Giovanni Dias, Nina Souza, José Luiz Loiola, Déa Tavares Paes e direção de Icinha Basso.

Velório à Brasileira, de Aziz Bajur.

Marca o início das comemorações dos vinte anos do Teatro Alvorada.

Atores: Icinha Basso, Tereza Cristina Alvisi, Luiz Fernando Frizzo, Diva Lima, Paulo Pioli, Miguel Gonçalves e Pedro Alvarenga.

Equipe técnica: Orlando Gaiga, Giovanni Dias, Deborah Soares, Maria Rosa, Nina Souza.

1986

Velório à Brasileira continua em cartaz. E no início de janeiro houve uma exposição na URCA para mostrar o trabalho feito nos vinte anos de existência do Alvorada – Grupo Benigno Gaiga.

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As comemorações foram enriquecidas pelo 24º. Encontro de Grupos Mineiros de Teatro Amador, promovido pela FETEMIG - Federação de Teatro de Minas Gerais - com debates, palestras, cursos e apresentação de peças teatrais por diversos grupos mineiros. No período, foi encenada em Machado, Campestre, Pouso Alegre, Andradas e São João da Boa Vista.

Ainda nesse ano a diretora artística Nicionelly Carvalho tomou posse como tesoureira da Federação de Teatro de Minas Gerais.

Guerra Mais ou Menos Santa, de Mário Brasini.

Encenada em outubro, foi dirigida por Luiz Fernando Frizzo.

Elenco: Miguel Gonçalves, Valmir Ortega, Luiz Fernando Frizzo, Paulo Pioli, Deborah Soares, Maria Helena Oliveira, Pedro Alvarenga, Diva Lima, Ludgero Borges, João de Faria, Maria Rosa, Tânia, Rita, Ana, Cláudia e Aparecida. Equipe técnica: Giovanni, João Batista Pereira e Nina de Souza.

1987

Nó de Quatro Pernas, comédia de Nazareno Tourinho.

Atores: Miguel Gonçalves, Luiz Fernando Frizzo, Nicionelly Carvalho, Deborah Soares, Diva Lima, Antônio Henrique Poscidônio, Paulo Pioli, Ana Cláudia Pomarico Medri. Equipe técnica: Giovanni Dias, Rita Alvarez Dias, Rosinha e João Batista Pereira.

1988

A Moratória, de Jorge Andrade

O texto retrata o momento em que determinada geração de fazendeiros, originária do sul de Minas, se desloca para o interior paulista e se vê às voltas com a crise econômica de 1930.

Elenco: Luiz Fernando Frizzo, Maria das Graças Alves, Luiz Rachid de Paula, Diva Lima, Maria Helena Oliveira e Luís Carlos Alves.

Equipe técnica: Giovanni Dias, João Batista Pereira, Deborah Soares, Luiz Rachid, Luiz Fernando Frizzo.

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Nesse ano, em 27 de março, vários grupos se reuniram para comemorar o dia Internacional do Teatro, organizando um pequeno festival, cuja realização aconteceu no Teatro Municipal “Benigno Gaiga”.

Participaram do evento:

Grupo PAI, com a peça Maranatha, sob a direção de Mário Chianello e coordenação de Wilde Pereira Dias.

Grupo de Teatro SESC, dirigido por Durce Helena Gouveia.

Grupo de Teatro do Colégio Municipal, coordenado por profes-sores.

Federação de Teatro Amador de Poços de Caldas

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Em pé: Luiz Carlos Alves, Luiz Fernando Frizzo e Luiz Rachid.Sentadas: Maria das Graças Alves, Diva Tereza Lima e Maria Helena Oliveira.

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A Moratória - 1988

1989

Do Tamanho de um Defunto, comédia de Millor Fernandes.

Atores: Luiz Fernando Frizzo, Nicionelly Carvalho, Miguel Gon-çalves e Paulo Pioli.

1990

O Crime Roubado, de João Bethencourt.

Atores: Fábio Guilherme Ferreira, Paulo Pioli, Nicionelly Car-valho, Miguel Gonçalves, José Mário Teixeira, Edmar Alexandre, Marcos Franco, Deborah Soares, Maria Rosa, Diva Lima, João Batista Pereira e Giovanni Dias. Desse espetáculo todos os componentes do grupo participaram da produção e montagem.

1990

Este Banheiro é Pequeno demais para Nós Dois, comédia de Ziraldo. Atores: Deborah Soares, Stélio Marras e Roberta Santos. Direção: José Luiz Loiola.

1991

A Casa de Bernarda Alba, de Federico Garcia Lorca.

Apresentada, na Urca, em 1978 com grande sucesso, volta em 1991 com novos atores como: Adriana Rossi, Sandra Marise Sampaio, Maria das Graças Alves, Leila Porto, Maria Aparecida Horta, Sandra Martinez, Rosimar Barbosa e Marcilene Oliveira. Equipe técnica: Fábio Cagnani, Edmar Alexandre, Luiz Alberto Munhoz e Edna Martinez.

1991

O Santo Milagroso, de Lauro César Muniz

Peça encenada em 1984, volta com o seguinte elenco: Luiz Fernando Frizzo, Diva Tereza Lima, Edmar Alexandre, Paulo Pioli, Marcos Henrique Franco, Eduardo Da-Ré, José Mário Teixeira, Maria Rosa, Miguel Gonçalves.

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1991

Nesse ano tem início uma nova etapa do Teatro Alvorada.

Tudo começou quando Clésio Roque Tardelli teve a iniciativa de reunir “causos” interioranos em um livro para o qual deu o título de “A Venda do Zevaristo”. Coube ao ator e diretor de teatro Miguel Gonçalves fazer a adaptação, para o teatro, das diversas histórias contidas no livro.

Desde essa época, a peça tem sido apresentada e há quinze anos está em cartaz nas salas de teatro de Poços de Caldas ou em cidades do sul de Minas e do interior do Estado de São Paulo. Para tanto, o Teatro Alvorada estruturou-se de uma maneira empresarial e profissional e a equipe formada mantém-se coesa, na busca da excelência, para

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O Santo Milagroso - 1991

José Mário Teixeira, Fernando Frizzo, Eduardo Da-Ré, Paulo Pioli,Miguel Gonçalves, Marcos Franco, Diva Lima, Nicionelly Carvalho, Edmar Alexandre e Maria Rosa.

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alcançar o objetivo desejado, qual seja, ter o reconhecimento público por seu trabalho desenvolvido no teatro.

Atualmente o Alvorada está sob a direção de Miguel Victor Gonçalves. Tem como atores: Clésio Tardelli, José Mário Teixeira, Miguel Gonçalves, Paulo Pioli, Diva Lima e Marcos Franco. Produção de Amarildo Gonçalves e a montagem é da própria equipe que forma o grupo teatral.

1993

Miquelina, de Pedro Bloch.

Com os seguintes atores: Diva Lima, Edmar Alexandre, Erika Bento Gonçalves, Fábio Freitas, Marcilene de Oliveira, Nicionelly Carvalho e Paulo Pioli.

1997

Arlequim, Servidor de Dois Amos, de Carlos Goldoni.

É um texto dentro do gênero “Commedia dell'Arte italiana, de gosto e aceitação popular nos séculos 16 e 17”.

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A Venda do Zevaristo - 1991

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Clésio Tardelli, Miguel Gonçalves, Marcos Franco, José Mário Teixeira, Diva Tereza Lima ePaulo HenriquePioli.

Atores: Cristiane Rocha, Diva Tereza Lima, Elizangela Virga, Ernesto Guidugli, Fábio Freitas, Fernando Elias Silva, Juliana Almeida, Luiz Fernando Frizzo e Marcos Franco.

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Arlequim. O servidor de Dois Amos - 1997

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Fernando Frizzo, Elizangela Virga e Fábio Freitas.

Diva Lima, Elizangela Virga, Fábio Freitas, Marcos Franco, Juliana Perez e Juliana Almeida.

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Equipe técnica: Miguel Gonçalves, Rosemeire de Oliveira, Jairo Godinho. Consultoria literária: Hugo Pontes.

A estréia, em 17 de maio de 1997, marcou a reabertura do Teatro da Urca, agora denominado “Benigno Gaiga”.

No mês de julho de 2000, durante o Festival Brasileiro de Teatro e do Festival de Teatro de Minas Gerais, ocorrido em Belo Horizonte, a Federação Mineira de Teatro concedeu Medalha do Mérito Cultural para Deborah Soares, Adriana Rossi, Nicionelly Carvalho pelas suas produções teatrais. Concedeu a Giovani Dias o prêmio de melhor ator e diretor e à Roberta Dias prêmio de melhor atriz, todos pela peça Os Saltimbancos, de Chico Buarque de Hollanda.

Nicionelly Carvalho, em junho de 2001, promoveu o Curso de Iniciação ao Teatro. No final os novos atores Carolina Maria, Gabriela Silva, Priscila Rennó, Regiane Capra, Sarah Cristina, Aparecido Roberto Junqueira e Ramiro Neto encenaram A Incelença, de Luiz Marinho.

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O Avarento, do escritor francês Molière

Atores: Laura Nascimento, Thiago Virga, Eduardo Da-Ré, Vivyam Costa, Paulo Pioli, Samira Faleiros, Cristiano Prado e Nicionelly Carvalho.

Na atualidade o Grupo de Teatro Alvorada tem Nicionelly Carvalho na direção artística; Paulo Henrique Pioli, como diretor-executivo; Juliana Perez, secretária e Marcos Franco, tesoureiro. O Conselho Fiscal é composto por:

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O Avarento - 2002

Eduardo Da-Ré, Thiago Virga, Samira, Vivian, Cristiano Prado, Laura, Paulo Pioli, Nicionelly Carvalho.

O Teatro de Alumínio

Numa entrevista, o ator circense Carequinha menciona que esse teatro foi inspirado no que o Circo Sarrazani, de São Paulo, realizou em 1950 criando o Circo de Alumínio.

Aqui em Poços o radialista Oswaldo Corrêa dirigiu, para um empresário de São Paulo, na Avenida Santo Antônio, no terreno onde está hoje o Edifício Interprise, o Teatro de Alumínio, iniciativa cujo objetivo principal era movimentar a juventude daquele início de 1970 para participar de atividades culturais ligadas ao cinema e ao teatro.

Apesar do pouco conforto proporcionado, pois o interior do Teatro de Alumínio era abafado e concentrava um calor excessivo, o local era muito freqüentado pela platéia infanto-juvenil e trouxe muitas alegrias, conforme depoimentos de José Cássio de Oliveira Rocha, Gustavo Durante e Richard Alves de Morais.

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Os Novos Grupos

O Centro Teatral Léo Ferrer, o Teatro SESC, O Teatro do Estudante e o Grupo Alvorada trouxeram para o movimento teatral poços-caldense um aspecto positivo que devemos destacar: a formação de atores e a criação de grupos de jovens, que foram despertados para a arte da representação.

Um desses é o Grupo Experimental de Teatro Força Livre, criado em novembro de 1987 com o objetivo de difundir a cultura, a represen-tação e ser uma opção para a juventude estar ativa “em um movimento pela força ao teatro”.

A equipe inicial foi constituída por João de Faria, Luciana Valverde e José Luiz Loiola.

Em 1988, o grupo encena Quiméria, escrita pelo estudante de Letras e ator Ênio Avelar. Os atores eram: João de Faria, José Luiz Loiola, Adriano Franco, Andréa Loiola, Evandro Luiz Loiola, Soraya Elizabeth e Ênio Avelar. A equipe técnica estava composta por: João Batista Pereira, Eliana Maria Neri, Neiva Zanetti dos Reis. Direção: João de Faria e José Luiz Loiola.

Alguns outros espetáculos levados pelo Força Livre:

1995 – Sarutarc, de Fernando Peixoto e Augusto Boal; 1995 – Ópera das Cigarras, de Maria Clara Machado; 1997 – Retratos, um resgate do teatro de revista; 1998 – As Aventuras de Dom Chicote e Zé Chupança (comédia); 1999 – Um aniversário no Mundo Clown; 2001 – O Sexo dos Anjos, de Flávio de Souza; 2002 – Vida Íntima de Pierre e Maria Antonieta; 2002 – O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

Nesses anos todos, de acordo com os registros pesquisados na imprensa local, participaram desse grupo experimental os seguintes atores, diretores e técnicos: Adriana Rossi, Adriano Franco, Andréa Loiola, Edmar Alexandre, Ênio Avelar, Evandro Luiz Loiola, Fabiana Generoso, Fernanda Carraro, Fernando Donizetti, Jadson Egídio,

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Janaína Rossi, João de Faria, José Carlos Muniz, José Luiz Loiola, Juliano Rossi, Karina Muniz, Luciana Valverde, Luiz Munhoz, Núbio Melo, Renato Delgado, Sirlei Lourival,

Grupo de Teatro Magia

Surge em 1997 e uma de suas primeiras atividades foi repre-sentar Poços de Caldas na 10ª. Edição do “Festiminas” – Festival de Teatro de Minas Gerais, apresentando Bauzinho Encantado. Os atores: Deborah Soares, Luiz Munhoz, Karina Muniz e Camila Infante. A direção esteve a cargo de Deborah Soares.

Em 2001 o grupo apresenta Chico Rei, de Walmir Ayala. Atores: Roberto Tereziano, Deborah Soares e Maria Rosa.

Grupo Teatral Trancos & Barrancos

É criado em 1997. Apresenta-se com Presente da Morte, tendo como atores Edmar Alexandre, Márcia Melo, Adriano Franco, José Carlos Muniz e Jadson Egídio.

Em 1998 apresentam Xou, sai Capeta!; A Família Addams em: A Coisa Também Ama, dirigidas por Adriano Franco e apresentadas durante a semana de 21 a 28 de julho em horários diferentes.

Em fevereiro de 1999 o grupo traz A Família Addams em: A Coisa Também Ama, sob a direção de Adriano Franco, contando com o seguinte elenco: Adriana Rossi, Adriano Franco, Edmar Alexandre, Karina Muniz, Luiz Munhoz e Núbio Melo.

No ano de 2003, sob a direção de Adriano Franco e Luiz Munhoz, é levada Velório à Brasileira, no Teatro da Urca.

Na atualidade o grupo é composto por Adriano Frizon, Luiz Munhoz, Mário Jorge Frison Franco, Juliano Franco, Tatiane Rodrigues, Karoline Erler, Rosângela Nery, Lílian Tranches, Rafael de Oliveira e Thales Henrique.

Cia. Bella de Artes

Em meados de 1994 surgiu a Companhia Bella de Artes, fundada por Giovanni Dias, com o objetivo de, junto à sociedade, analisar os

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verdadeiros atributos da arte, questionando, ensinando, fantasiando, enfim, usando os recursos artísticos como o teatro, a dança, a literatura e as artes plásticas para alcançar o papel essencial da arte: elevar a qualidade de vida.

Inicialmente suas atividades restringiram-se às manifestações relacionadas às artes cênicas, desenvolvendo o espetáculo O Destruidor, de Luiz Fernando Frizzo e Giovanni Dias, para ser imple-mentado nas escolas públicas do município em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Poços de Caldas no projeto Educarte, que atingiu um significativo número de estudantes (aproximadamente 17.000 crianças), o que despertou o interesse da Prefeitura Municipal da Cidade de Andradas, e o posterior fechamento de contrato com o grupo para desenvolver apresentações também nas escolas daquela cidade. Atuavam: André Cardoso, Elisângela Virga, Fábio Cagnani, Giovanni Dias, Jacqueline Sales, Juliana Almeida, Laura Dias, Raquel, Roberta Dias, Rosemeire, Simone Abrão e Thiago Virga.

Daí em diante, o grupo não parou mais de produzir e desenvolver projetos com o município; com as empresas privadas e com as institu-ições culturais e assistenciais de toda a região. Em 1995 apresentou o espetáculo Os Peraltas no Natal, e, em 1996, Gato, Cachorro e Confusão.

Com o objetivo de contribuir num contexto de humanização do Hospital da Santa Casa, em 1996, o grupo cria o projeto “Clínica da Alegria” com os “doutores Palhaços” animando a ala pediátrica do hospital e, posteriormente, em todas as alas. O projeto se tornou independente através da criação da Associação dos Amigos da Clínica da Alegria. Ainda nesse ano começa implementar o Projeto Educando, que acompanha o grupo até os dias de hoje.

Em 1997, produz os espetáculos A Cigarra e a Formiga e Os Peraltas no Natal; em 1998, remonta o espetáculo Gato, Cachorro e Confusão. Durante o período percorre a região com suas encenações voltadas ao público infantil.

Em 1999, na esteira da Lei Municipal de Incentivo à Cultura produz o espetáculo Os Saltimbancos, de Chico Buarque de Holanda, trazendo a público uma superprodução infantil que atingiria 15.000

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espectadores no Teatro Municipal Benigno Gaiga, além de percorrer todo o país durante dois anos, culminando no reconhecimento institu-cional através dos prêmios de Melhor Ator e Diretor, Giovanni Dias; Melhor Atriz, Roberta Dias; e Melhor Espetáculo no Festival Nacional de Teatro de Minas Gerais (2000), em Belo Horizonte, promovido pela FETEMIG Federação de Teatro de Minas Gerais.

No mesmo ano lança a idéia de criação de um Instituto Cultural independente, uma organização não-governamental, que pudesse incentivar as artes e a cultura em todos os segmentos, de maneira a criar um movimento cultural para a formação do artista e do público.

A resposta foi imediata e vários artistas se aproximaram do grupo, abraçando a nova idéia. Nesse sentido, criou-se em 2001 o Jornal Papo*Arte, um informativo periódico com objetivo principal estabelecer um fórum permanente de discussão cultural e ao mesmo tempo abrir um espaço de propostas às políticas públicas no município.

Em 2001 ainda, dando continuidade no Projeto Educando, a Companhia Bella produz o espetáculo teatral Avessas, de Giovanni Dias, abordando a temática sexualidade e drogas, e assistido por cerca de 10.000 adolescentes no município.

A Companhia Bella de Artes hoje ocupa – em comodato – o espaço cultural Manhattan e ali realiza todos os projetos culturais pensados por Giovanni Dias e sua equipe de colaboradores.

O Grupo Teatral da Companhia conta com os seguintes atores: Clistenis Betti, Deborah Soares, Giovanni Dias, João Batista Ribeiro, Laura Dias, Lívia Dias, Márcio Lapidusas, Roberta Dias, Selma Mixttura e Tatiane Rodrigues.

Cia. Tempo Teatral

Grupo surgido em 1998 apresentou a peça Era uma Vez João e Maria, sob a direção de Luiz Humberto. Atores: Rogério Rossi, Graziela Turato, Jacqueline Martins e Luiz Humberto.

Monteiros & Lobatos

É uma companhia de teatro, cujo registro de aparecimento no cenário artístico data de julho de 2000, ocasião em que apresenta na

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Praça da Urca A Fantástica Máquina de Reciclagem, de Clistenis Betti. Essa peça tem caráter didático e é dirigida ao público infantil. Foi apresentada em outras ocasiões.

Grupo Luz de Teatro

Surge em 2002 com Se eu me Chamasse Raimundo, baseada em texto de Carlos Drummond de Andrade. Monólogo com Luiz Henrique Bernardes. No mês de junho o grupo apresenta Quadrilha, baseada no conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade.

Grupo Teatral Fórróbódó

Em julho de 2000, o Grupo Vocal da Escola de Música Vivace, desenvolve a Opereta, inspirada na compositora brasileira Chiquinha Gonzaga. Desde então o grupo apresenta-se uma vez por ano com um trabalho musical de alto nível, que tem agradado a tantos quanto participam dessas apresentações. A última aconteceu em julho de 2003, no Teatro da Urca.

Cia. Tema de Artes Cênicas

Grupo recém-fundado, leva em 2002, no Teatro “Benigno Gaiga”, Caminhos e Delírios, cujo tema é o uso da droga.

Grupo Fênix

Foi criado em março de 2005, tendo como parceiro o Serviço Social do Comércio - SESC de Poços de Caldas, entidade dirigida por Durce Helena Golvea.

Coordenado pela excelente atriz, Magaly Guidugli, reconhecida por seu trabalho atuando no Alvorada, existe um movimento no SESC que contempla a preparação de atores da Terceira Idade.

No início o Grupo Fênix era constituído por Magaly Guidugli, Mathilde Guidugli e Maria Helena Oliveira. Aos poucos outras pessoas se aproximaram dando ao projeto mais consistência, entre elas: Agostinho de Faria Vieira, Camila Barbosa Amaral, Ditinha Ferreira de

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Oliveira, Fátima de Paula Carneiro, José Azor de Souza, Leila de Faria Vieira, Luiza Fernandes Munakata, Maria Flor do Rosário e Marly Rodrigues.

A primeira peça encenada pelo Fênix foi A Velha Atriz, monólogo em um ato, de Eduardo Chianca de Garcia. Direção de Magaly Guidugli, intérpretes: Mathilde Guidugli e Maria Helena Oliveira, no Salão Nobre do SESC, em 08 de abril de 2005.

Outra peça foi baseada na crônica de Mário Prata, Os Novos Cinqüentões, direção e adaptação para o teatro feita por Magaly Guidugli, tendo como intérpretes: Agostinho Faria, Leila Faria, Azor de Souza e Marly Rodrigues. A apresentação foi na Unifenas, em 19 de setembro de 2005.

Em 21 de setembro de 2005, no Teatro do SESC, o grupo levou a peça O Chafariz, sob a direção de Magaly Guidugli, tendo como atores: Maria Helena Oliveira, Maria Flor da Paixão e Maria Luiza.

Em 25 de setembro de 2005, no Teatro da Urca, foi levado o monólogo, de Magaly Guidugli, em um ato As minhas, as suas, as nossas ... lembranças. A interpretação foi de Mathilde Guidugli e direção da autora.

Outras peças vêm sendo ensaiadas e outras estão em fase de leitura.

Outros Grupos Teatrais em Atividade

Cia. Luzes da Ribalta, Grupos Bonecos Vivos, Na Ativa, Clínica da Alegria, Grupo Máscaras Vivas, Balé & Cia. Grupo Bem-me-quer de Teatro, Grupo Alfa de Teatro, Grupo de Teatro Garatuja e Grupo Bonecos Vivos.

Além do grande esforço desses grupos amadores, observa-se que o poder público, por sua vez, sensível aos apelos e demandas, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura passou a promover, a partir de 1990, o 1º. Festival Estudantil de Teatro, com o objetivo de mobilizar as escolas estaduais, municipais e particulares de Poços de Caldas e seus professores e estudantes interessados em participar de grupos que representassem as suas entidades educacionais. O evento

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está, hoje, na sua 14ª. Edição e é realizado no mês de novembro. Do último, acontecido em 2003, participaram quinze escolas com dezenove peças, sendo algumas escritas pelos próprios alunos.

Outro aspecto a ser destacado é o da criação da Associação dos Artistas Cênicos de Poços de Caldas, entidade cujo objetivo é o de congregar e fortalecer a atividade dos profissionais ligados às artes cênicas. O primeiro presidente eleito, em 2002 foi o ator Marcelo Betti.

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Conclusão

Finalizando, voltamos os olhos para 1900 e 1904, e mencionamos o nome de Antônio Rodrigues de Paiva e Manuel Barbosa de Sá Vasconcelos; em 1950 para destacar o nome de Sebastião Pinheiro Chagas que, além de despertar a juventude naquela década, foi também criador de peças teatrais como Espelho Maldito, drama em três atos; Poços de Caldas Só... Riso, comédia histórica em quatro atos; buscar 1964 e chamar a atenção para a figura ilustre de Benigno Giordano Gaiga, cujo amor pelo teatro tornou-o imortal em nossa terra; e hoje, para dignificar o nome de Nicionelly Carvalho, dupla-mente homenageada pela incansável disposição de se doar à arte da representação.

Nesses cento e seis anos de teatro amador, Poços de Caldas pode não ter uma história longa para contar, mas tem o registro de fatos que compõem um período de lutas em favor dessa arte que é cultuada desde que o homem surge na face da terra e entende que o mundo é uma eterna alegoria e o ser humano uma metáfora de si mesmo, pois o pano estará descendo sempre, a cada movimento de nossas vidas.

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Bibliografia

BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira, Editora Cultrix, 1974 , São Paulo.

BRUNA, Jaime. Teatro Grego, Editora Cultrix, 1968, São Paulo.

LACERDA, João Luiz. Teatro de 55 Anos: 1942-1997, Edição do Autor, 1998, Alfenas-MG

LESKY, Albin. A Tragédia Grega, Editora Perspectiva, 1976, São Paulo.

MACHADO, Maria Clara. Biblioteca Educação é Cultura, Teatro II, MEC-FENAME-BLOCH, 1980, Brasília-DF.

MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro, Ao Livro Técnico, 1965, Rio.

MAGALHÃES JÚNIOR, Raymundo. Biblioteca Educação é Cultura, Teatro I, MEC-FENAME-BLOCH, 1980, Brasília-DF.

Jornais consultados

Revista de Poços

Jornal A Justiça

Jornal Vida Social

Gazeta do Sul de Minas

Diário de Poços de Caldas

Jornal da Cidade

Jornal da Mantiqueira

Jornal Município de Caldas

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(35) 3722 1663

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Poços de Caldas - MG