O teatro e a evangelização da criança
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O Teatro e a Evangelização da Criança
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TEATRO É AÇÃO
AÇÃO É EXPERIÊNCIA
EXPERIÊNCIA É VIDA
O Teatro e a Evangelização da Criança
1) DEFINIÇÃO
Teatro está em toda parte; dentro de nós e a nossa volta. Misura-se a todos os nossos atos
individuais.
Encontramos a « ação teatral » no seu estado primitivo no brincar espontâneo das crianças.
São espetáculos sem expectadores. A imitação, a representação, o teatro enfim, são as
primeiras formas de educação, mais precisamente de auto-educação. Através dele a criança
inicia a formação de sua personalidade.
O teatro constitui um grande instrumento, do qual o educador não pode nem deve se abster
de lançar mão.
2 - O USO DO TEATRO COMO MEIO
Educar não é tarefa fácil, uma vez que ao faze-lo o educador estará levando a
criança à plenitude de sua vida.
Educar é dar-se, é compreender, é conhecer.
Para atingir este objetivo, de compreender a criança, de conhecer suas
potencialidades e limitações, de sondar seu íntimo, o evangelizador precisa lançar
mão de todos os recursos que tem ao seu alcance.
Celso Antunes em seu livro « LUDOPEDAGOGIA » diz que enquanto o aluno está
envolvido em atividades recreativas como o jogo, a arte ou o teatro, « a atividade do
super-ego », relaxa-se, diminuindo seu efeito sublimador e vigilante, criando assim
condições para assimilação e criatividade, além de permitier que a criança se mostre
como realmente é.
„Educação é o processo de reconstrução e reorganização da experiência, pelo qual lhe percebemos mais agudamente o sentido, e com isso nos habilitamos a melhor dirigir o curso de nossas experiências futuras.“ (Dewey – em „Vida e Educação“).
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Por suas várias modalidades, as atividades dramáticas são as mais indicadas para
satisfazer necessidades da criança e do educador.
São razões para o uso do teatro:
a) VALOR PSICOLÓGICO
Favorece a identidade (busca de si mesmo) ;
Leva a vivência de papéis ;
Proporciona a auto-expressão ;
Favorece a luta contra a timidez e a inibição ;
Estimula a imaginação e a criação.
b) VALOR SOCIAL
É oportunidade de aproximação.
Desenvolve sentimentos de vivência grupal, tais como: o cooperação o fraternidade o respeito o cortezia e outras virtudes sociais
c) VALOR PEDAGÓGICO
Motiva;
torna o assunto interessante e sua aprendizagem dinâmica;
desenvolve a linguagem e outras habilidades;
cria oportunidade de aprendizagem viva.
3- OBJETIVOS DO USO DO TEATRO
1) PARA O ALUNO: Por ser uma atividade natural ao ser humano, representar torna-se muitas vezes, um fim em si mesmo.
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A) QUANTO À REPRESENTAÇÃO
A partir dos 8 ou 9 anos, quando a criança já sabe ler e trabalhar em grupo, ela já pode representar peças escritas por outras pessoas. Antes disso, as representações são livres e o professor pode, no máximo, sugerir temas. Na seleção de peças o evangelizador deverá ter o cuidado de : b.1 - Evitar frases suntuosas ou longas. A linguagem deve ser pura, sincera, simples ; frases curtas e objetivas, fáceis de serem entendidas e/ou decoradas ; b.2 - Garantir que a peça tenha sólida ontextura moral, trazendo ensinamentos construtivos. Como na estória, o teatro deve suerir e propor situações que possibilitem ao indivíduo tirar suas próprias conclusões, aprendendo assim a refletir. b.3 - Evitar roteiros que apresentem brigas, terror, ou que sejam «cor-de-rosa », «água-com-açúcar ». b.4 - Garantir que o teatro não seja benefício de determinado grupo. Estimular em aula a participação de todos através das várias modalidades de teatro existentes, fazendo com que qualquer criança enha sua oportunidade e participe de atividade de expressão dramática. O aprimoramento aos grupos que apresentam forte inclinação para o teatro é tarefa que deverá ser realizada fora do horário regular de aula, como atividde complementar, por vezes chamada de extra-curricular. Este trabalho tem sido útil quando realizado com adolescentes, favorecendo a integração do jovem no movimento do grupo espírita a que pertence e integrando-se em outros grupos. b.5 - A não obrigatoriedade na participação é fundamental, podendo parecer paradoxal que se queira ao mesmos tempo, que a criança participle e que se respeite sua espontaneidade. Sugere-se que, partindo do interesse do grupo, se dê a atividade dramática, deixando livre a participação. O aluno geralmente acaba aderindo, passando a conhecer novas formas de auto-expressão, e posteriormente, optando conscientemente, quanto à sua participação.
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b.6 - Criar um clima favorável de trabalho ; por clima favorável entende-se :
informalidade
espontaneidade
calor humano
autodisciplina
liberdade de expressão dentro dos ideais cristãos
aceitação incondicional do outro
valorização do trabalho em grupo
respeito pelo outro
motivação para aprender a crescer
livre acesso a recursos que peritam a o evangelizando criar personagens e cenários.
2) PARA O EVANGELIZADOR / EDUCADOR:
Para o evangelizador, a representação não é um fim em si mesmo: é um recurso educativo, através do qual se procura:
4 – MODALIDADES DE TEATRO
a) TEATRO INDIRETO
Fantoches
Varetas o Simples o sombra
Marionetes
Teatro de sobras vivas
Teatro de fantoche humano
Teatro de mascaras
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b) TEATRO DIRETO 1. Jogo dramático (conversas, histórias, fatos, cenas) 2. Brinquedo dramático (expressão rítmica, mímica, danças) 3. Teatro infantile
5– O EVANGELIZADOR E O TEATRO COMO ATIVIDADE
COMPLEMENTAR
PAPEL DO EVANGELIZADOR:
Propor temas e/ou peças adequadas à idade e características do grupo.
Selecionar temas e/ou peças de acordo com seu conteúdo moral e/ou doutrinário.
Reunir candidatos aos papeis (coordenar a escolha evitando imposições)
Favorecer a interpretação espontânea.
Supervisionar o grupo na montagem, ensaio e apresentação, garantindo condições de trabalho.
b.7 - Durante os trabalhos levar os alunos à :
observação
uso dos sentidos
sensibilidade ao mundo que o cerca
indagação
curiosidade
uso da imaginação
inventividade
busca ativa de respostas
persistência
segurança
autorrealização b.8 - Escolher peças teatrais segundo os critérios abaixo :
fundo moral
comicidade
música
paisagem e cenários
movimentação
ruídos e sons
luz
diálogos
6– CONCLUSÃO
A importância do uso do teatro como recurso do trabalho de evangelização da criança abrange a recreação, aspectos culturais, pedagógicos, psicológicos, sociais, terapêuticos e morais. Cabe aqui fazermos uma observação sobre este trabalho. Enfatizamos,propositalmente, a atividade dramática realizada pela criança, sob a coordenação do evangelizador. Isto porque ao aprovitar a potencialidade dessa atividade, que envolve grandemente a dinâmica de grupos, e a extraordinária motivação que a atividade dramática desperta, o evangelizador perceberá que estará praticando a educação como um processo direto, um contínuo reconstruir de experiência.
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Não queremos, entretanto, deixar de frisar que o emprego do teatro como técnica pedagógica (o evangelizador apresentando-o para a criança), é também um recurso
educativo altamente motivador O teatro na escola de evangelização poderá,
portanto,ser organizado:
com adultos - representado para a criança;
com crianças – representado para adultos;
com crianças – representado para crianças;
com adultos – representado para adultos. A experiência com este trabalho tem demonstrado que o uso do teatro realizado com jovens adolescents e reprsentado para crianças mais novas, do próprio grupo espírita ou de outros grupos, é atividade que atria, fixa e envolve o jovem como elemento atuante do grupo espírita. Outros problemas, tais como:
Como deve a criança ser levada à representação dramática ? Deve ser orientada até que ponto ? Se o professor sugerir o tema, onde o espírito criador ? E as técnicas e recursos para montagem ? Como montar ?
Essas e outras perguntas, o evangelizador que deseja iniciar os alunos na atividader de dramatização, se fará. A resposta, sem dúvida é :
PONHA EM PRÁTICA!!!
Uma ressalva, contudo se impõe: não esqueça que o teatro é um
meio, um recurso utilizado para alcançar um objetivo que é o da
evangelização espírita para as novas gerações. Desse modo, o seu
emprego não pode perder de vista a sua finalidade.
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Bibliografia :
- Apostilas dos cursos de preparação de evangelizadores do Estado do Rio de Janeiro ;
- Apostila « Perspectiva Sócio-Econômica do Lazer », organizada pelo Serviço de Orientação Educacional do Departamento Municipal de Ensino de São Paulo ;
- Dramatização na Escola Primária – Lúcia Lemos (Ed.Ao Livro Técnico S/A – Rio de Janeiro – 1970)
- Ludoterapia – Celso Antunes e Uyvão A. Pegaia (Ed.do Brasil – São Paulo, 1974)
- Vida e Educação - Dewey. Cortesia de Eleane, Maceió/Al – Departamento de Infância e Juventude do Centro Espírita William Crookes, 2005 Diagramação: Arlete Laenzlinger