O Papel Do Psicólogo

download O Papel Do Psicólogo

of 1

description

Psicologia

Transcript of O Papel Do Psicólogo

O papel do psiclogo MARTN-BAR, Igncio. O papel do Psiclogo. IN: MARTN-BAR: Estudos de Psicologia. Brasil, v.02, n. 01. pp. 7-27.1996.

Igncio MartnBar, psiclogo e padre jesuta espanhol, dedicou seus trabalhos a investigao da difcil realidade social e poltica dos pases centro-americano. Responsvel pelo departamento de Psicologia e Educao da Universidade Centro-americana Jos Simen Caas (UCA) e fundadora do Instituto de Opinio Pblica (IUDOP) foi um seguidor da Teologia da Libertao e defensor de uma Psicologia Social de Libertadora. Lutou pelos Direitos Humanos, pela igualdade e a justia social no Equador, criticando o impacto negativo da poltica dos Estados Unidos nesta regio.No estudo de psicologia intitulado "O Papel do Psiclogo, Martn-Bar, procurou definir o papel do psiclogo centro-americano. O autor optou por deixar de lado indicativos vindos dos Estados Unidos sobre as atribuies dos psiclogos no que refere principalmente a aplicao de testes para a seleo e explorao de mo de obra e adotou um caminho contra-hegemnico buscando a conscientizao do fazer psicolgico frente definio de um novo saber e uma identidade profissional.Dentro desta perspectiva da especificidade da psicologia como quefazer cientfico e prtico, o autor sugere neste estudo que o psiclogo neste contexto assuma as seguintes posies: repense a imagem de si mesmo como profissional, assuma a perspectiva das maiorias populares e coloque o saber psicolgico a servio da construo de uma sociedade mais justa e igualitria.Como psiclogos, seremos chamados a discutir questes centrais a cerca do indivduo e da sociedade. Diante de temas que atingem a humanidade como a injustia estrutural, as guerras e alienao nacional mencionados no estudo pelo autor, no precisamos esperar sermos convocados para dialogar por questes sociais. Necessitamos sim, suspender julgamentos e inserir reflexes coletivas em uma determinada realidade social mais ampla, sem esquecer as dimenses individuais de sofrimento. Reafirmando assim, que a psicologia individualizada deixa de ser a nica primazia a partir do momento em que no se pode analisar o indivduo fora da sociedade e nem abandonar as questes sociais.Partindo deste pressuposto, Igncio Martn-Bar conclui em seu estudo que a existncia de psiclogos comprometidos com as questes sociais e polticas podem contribuir para a formao de uma identidade, pessoal e coletiva, que responda s exigncias mais autnticas dos povos (MARTN-BAR, 1996, p. 22). Contudo, penso que no basta apenas um envolvimento, pois os psiclogos como qualquer outra profisso, podem tornar-se um grupo controlado pelo governo e no conseguir exercer sequer esta posio sugerida. Faz-se necessrio uma conscientizao e saber crtico sobre si e sobre a realidade no qual precisa interferir.Diante desta realidade fica um questionamento: Ser que como psiclogos, realmente refletimos sobre quais as reais necessidades do Brasil, quando pensamos nas ameaas que a Copa do Mundo de 2014 pode trazer a populao menos favorecida? Ou pensando em um contexto mais especfico de uma psicologia poltica e social fica o questionamento: Ns, enquanto categoria, estudantes de psicologia, e psiclogos clnicos, ou educacionais, ou organizacionais, esto dispostos a abandonar nossas verdades no sentido da construo de uma prtica mais comprometida?El saber psicolgico debe ponerse al servicio de una sociedad donde el bienestar de los menos no se asiente sobre el malestar de los ms, donde la realizacin de los unos no requiera la negacin de los otros, donde el inters de los pocos no exija la deshumanizacin". (MARTN-BAR, 1996)