Descentralização POR OUTORGA POR DELEGAÇÃO. Delegação CONCESSÃOPERMISSÃOAUTORIZAÇÃO.
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Abril, 2017
O PAPEL DE UMA DELEGAÇÃO NO CONTRIBUTO DO
SERVIÇO PÚBLICO TELEVISIVO EM PORTUGAL: O CASO DA RTP COIMBRA
Daniela Filipa Ferreira Santos
Relatório de Estágio de Mestrado em Ciências da Comunicação:
Estudo dos Media e Jornalismo
Relatório de Estágio apresentado para cumprimento dos requisitos necessários
à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Comunicação - vertente Estudo
dos Media e Jornalismo, realizado sob a orientação científica de Paulo Nuno
Vicente, professor auxiliar do Departamento de Ciências da Comunicação da
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
“A formação total de um jornalista está sempre incompleta se se restringir à
formação académica. Mesmo que esta inclua uma alargada componente prática,
há muita coisa prática que só se aprende com a experiência em contextos
profissionais – e em contacto direto, ativo, quotidiano, com outros profissionais”.
Joaquim Fidalgo
A todos os que me deram força.
Aos meus pais. Todos os dias.
RESUMO
ABSTRACT
O PAPEL DE UMA DELEGAÇÃO NO CONTRIBUTO DO SERVIÇO
PÚBLICO TELEVISIVO EM PORTUGAL: O CASO DA RTP COIMBRA
[DANIELA FILIPA FERREIRA SANTOS]
Este relatório pretende refletir sobre a importância da Delegação da Rádio e
Televisão de Portugal situada em Coimbra para o contributo no Serviço Público
Televisivo em Portugal. Para tal, serão analisadas as rotinas de produção da
delegação e a importância e especificidade que os conteúdos informativos
produzidos por estes profissionais têm no panorama televisivo do canal público.
A edificação deste relatório surge após a realização de um estágio nas instalações
da delegação da Rádio e Televisão de Portugal de Coimbra durante três meses.
A aprendizagem permitiu conhecer como são produzidos conteúdos noticiosos
através da necessária relação estabelecida entre uma delegação e outros
Centros de Produção, nomeadamente o de Lisboa e Porto, bem como
compreender os obstáculos e desafios quotidianos de uma instituição com estas
caraterísticas, agregadora de dois meios: a televisão e a rádio.
Com o objeto de definir a importância da produção de conteúdos informativos
da delegação, o estudo empírico do relatório procedeu à análise dos conteúdos
produzidos durante a terceira semana de cada mês do estágio, relativamente ao
tipo de conteúdos, às categorias temáticas onde se inserem, ao destaque que
possuem nos alinhamentos dos noticiários do canal público - considerando a
RTP1, RTP2 e RTP3-, à origem e à forma.
PALAVRAS-CHAVE: Televisão, Serviço Público, Conteúdos Informativos, RTP
This report intends to address the significance of the Delegation of Radio and
Television of Portugal, located in Coimbra, and its contribution to the Television
Public Service. In order to address this issues, it will be analyzed the production
routines of the delegation, and the importance and specificity that the
informative content produced by these professionals have in the television
panorama of the public channel.
The construction of this report emerges after the realization of a three-month
internship in the Delegation of Radio and Television of Portugal facilities.
The apprenticeship allowed to understand how is news content produced,
through the necessary relationship established between a delegation and other
Production Centers, specifically Lisbon and Porto, as well to recognize the
difficulties and challenges faced by an institution with these physiognomies,
aggregator of two resources: television and radio.
In order to define the importance of the delegation production of informative
contents, the empirical study of this report analyzed the contents produced
during the third week of each month of the internship, in relation to the content
type, thematic categories in which they are inserted, the highlight they have in
the alignments of the public channel news - considering RTP1, RTP2 and RTP3 –
and to the origin and form.
KEYWORDS: Television, Public Service, Informative Content, RTP
ÍNDICE
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………………………………...…….1
CAPÍTULO I: RTP-O O ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO DE
ACOLHIMENTO…..……………………………………………………………………………………….……………….4
1.1Breve História da Rádio e Televisão em Portugal………………………………………………………5
1.1.2 O Nascimento da EN e televisão pública em Portugal…………………………………………..5
1.1.3 Pós-25 de Abril de 1974: as mudanças na EN e na RTP…………………………………………7
1.1.4 Década de 90: O aparecimento das televisões privadas em Portugal……………………8
CAPÍTULO II: O SERVIÇO PÚBLICO
..................................... …………………………………………………………………………..……10
2.1 Serviço Público - Da origem do conceito à realidade Portuguesa………………….…..……11
2.2 O Serviço Público de televisão em Portugal: Legislação, Missão e Desafios....………..15
Capítulo III: A TELEVISÃO…………………………………………………………………………………………….21
3.1 O poder da televisão………………………….…………………………………………………………………..22
3.2A imagem aliada ao som………………………………………………………………………....................25
3.3O poder da televisão na construção da realidade social……………….…………….…………..26
CAPÍTULO IV: O ESTÁGIO NA EMPRESA DE ACOLHIMENTO……………………………………...28
4.1O Estágio na Delegação da RTP Coimbra………………………………………………………………...29
4.2. O quotidiano na delegação da RTP Coimbra: tarefas desempenhadas…………………..32
CAPÍTULO V: A DELEGAÇÃO DA RTP EM COIMBRA……………………………………………………..35
5.1 A delegação da RTP em coimbra: nascimento e evolução……………………………………….36
5.2 A Convergência da Rádio e Televisão: práticas e implicações de redações
Integradas……………………………………………………………………………………………………………………37
5.3 O Papel da Delegação Coimbra no Serviço Público de Televisão e a Relação com os
centros de Produção em Lisboa e Porto……………………………………………………………….………41
4.3 Obstáculos e desafios do serviço público na informação televisiva – o caso da RTP
Coimbra………………………………………………………………………………………………………….……………43
CAPÍTULO VI: METODOLOGIA APLICADA……………………………………………………………………48
6.1 Estratégia Metodológica……………………………………………………………..……………………….49
6.2 Procedimentos………………………………………………………………………………..…………………..49
6.3 Algumas Considerações sobre o Estudo Empírico………………………………..……………….50
6.4 Recolha e Tratamento de dados empíricos………………………..…………………………………51
CAPÍTULO VII: DISCUSSÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS………….………………………………...59
7.1 Discussão e Análise dos resultados obtidos em Estudo Empírico….……….……………..60
CONCLUSÃO…………………………………………………….……………………………………………………….81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………….………………………………………………….………...….83
ANEXO(S)……………….………………………………………………………………………………….………….....87
LISTA DE ABREVIATURAS
RTP – Rádio e Televisão de Portugal
SPT – Serviço Público de Televisão
SIC – Sociedade Independente de Comunicação
TVI – Televisão Independente
EM – Emissora Nacional
1
INTRODUÇÃO
No momento em que tanto se discute a legitimidade do serviço público
um pouco por toda a Europa e também em Portugal, torna-se imperativo dar a
conhecer o papel e contributo da estação pública na construção da cidadania,
para uma espírito mais informado e mais atento, capaz de responder aos
desafios quotidianos de uma forma mais informada e ponderada.
A Rádio e Televisão de Portugal (RTP) chega, além da casa de todos os
portugueses, também a diversas partes do mundo, estabelecendo o contato
através dos seus canais de rádio e televisão com vários portugueses e
comunidades que residem fora de Portugal. A rádio pública chega primeiro a
Portugal, com a criação da Emissora Nacional, nos anos 30. Só mais tarde, nos
anos 50, viria a aparecer a RTP – designada inicialmente Radiotelevisão
Portuguesa –, em 1955. Contudo, só aproximadamente dois anos mais tarde
ocorreria a primeira emissão oficial de televisão regular.
Com a discussão envolta da necessidade da existência ou não de um
serviço público de rádio e televisão, defendida por uns pela programação
diferenciada que oferece (ou deveria oferecer), num mercado composto
também por operadores privados, e por outros criticado pelo mimetismo que
representa face à programação dos operadores comerciais, importa conhecer o
trabalho da estação pública produzido de dia para dia, para honrar o Contrato
de Concessão acordado.
Com esse objetivo, tornava-se essencial para um estudante de jornalismo
aprender e compreender, no seio prático da profissão jornalística, como são as
rotinas de produção e o processo de construção de conteúdos informativos no
serviço público, dada a sua importância no mercado português.
A Delegação da Rádio e Televisão de Portugal em Coimbra foi o local
escolhido para esta experiência em contexto prático e profissional da profissão,
uma vez que oferecia condições de aprendizagem em dois meios distintos.
Embora o relatório desenvolva e se debruce mais acerca da televisão pública e
da sua essência no mercado audiovisual português, considerando este meio para
2
efeitos de estudo empírico, o estágio permitiu a produção de conteúdos para
rádio e televisão, bem como o contato com as rotinas de produção específicas
de cada um.
O primeiro capítulo (RTP: O órgão de Comunicação de acolhimento), o
segundo capítulo (Serviço Público) e o terceiro capítulo (A televisão)
representam espaços de enquadramento ao tema, de conteúdo mais genérico e
teórico. O quarto capítulo (O estágio na empresa de acolhimento) e quinto
capítulo (a delegação da RTP coimbra) respeitam ao processo de estágio em si e
das suas implicações, mas também às ilações retiradas após esse período, acerca
das funções de uma delegação da RTP no panorama geral do serviço público, das
relações que estabelece para a concretização dos conteúdos informativos, da
realidade que enfrenta de redações integradas e os desafios que enfrenta no
quotidiano.
Os dois capítulos finais, sexto (metodologia aplicada) e sétimo capítulo
(discussão e análise de resultados) respeitam ao estudo empírico realizado
referente aos conteúdos informativos pela delegação da RTP Coimbra durante a
terceira semana de cada mês do período de estágio – setembro, outubro,
novembro e dezembro de 2016.
Com a finalização do relatório presente, o objeto é adquirir a perceção
que a delegação em causa tem no serviço público televisivo português e perceber
se, depois dos centros de produção de Lisboa e Porto, a delegação do país da
Rádio e Televisão de Portugal, é a instituição que maior destaque confere na
produção de conteúdos informativos.
No contexto dessa produção, solicita-se compreender com o estudo
empírico o número de conteúdos informativos produzidos e a sua tipologia, a
forma e categoria temática correspondente, o seu poder nos alinhamentos dos
telejornais da estação pública, a origem dos conteúdos e a forma que lhes foi
conferida aquando a sua produção.
3
Trata-se de um produto resultado de uma aprendizagem inserida naquilo
que deverá ser o futuro de um estudante desta área – a integração numa redação
e nas rotinas do mundo jornalístico.
4
CAPÍTULO I
RTP: O ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO DE ACOLHIMENTO
5
1.1 Breve História da Rádio e Televisão em Portugal
1.1.2 O Nascimento da EN e televisão pública em Portugal
A Rádio Pública portuguesa nasceu a 1 de agosto de 1935 como Emissora
Nacional de Radiodifusão (EN), coincidindo com a afirmação do Estado Novo.
Sendo este o veículo mais antigo, a EN teve como primeiro diretor Henrique
Galvão e, “numa primeira fase as pessoas reuniam-se em locais públicos e
espaços comerciais para ouvirem as emissões de rádio, já que os recetores
tinham um preço elevado”. A generalização de aparelhos radiofónicos nas casas
portuguesas surgiu com a venda pela EN de rádios de baixo custo1. Começava
assim a profissionalização da rádio em Portugal, com a oferta de uma
programação assente na música erudita e na emissão falada2. No ano seguinte,
em 1936, a EN iniciava a gravação de emissões.
Em setembro de 1940, é publicada a primeira Lei Orgânica da Emissora
Nacional, com objetivo de organização dos seis serviços e a execução do Plano
de Radiodifusão Nacional, prevendo a criação também de emissores regionais na
cidade do Porto, Coimbra e Faro.3 É depois, fundada a União Europeia de
Radiodifusão (UER) e, em 1955, a Emissora Nacional inicia as emissões, mas desta
vez em frequência Modelada (FM).
A televisão surge como uma conquista “maravilhosa” e, ainda que atrasada pela
II Guerra Mundial, explode como o novo “mass media” após o conflito.
1 Informações em Ensina RTP. Disponível em http://ensina.rtp.pt/artigo/emissora-nacional/
2Arquivo RTP. Disponível em http://media.rtp.pt/80anosradio/historia/criacao-da-emissora-nacional/
33Arquivo RTP. Disponível em http://media.rtp.pt/80anosradio/historia/criacao-da-emissora-nacional/
TP. Disponível em http://ensina.rtp.pt/artigo/emissora-nacional/
3Arquivo RTP. Disponível em http://media.rtp.pt/80anosradio/historia/criacao-da-emissora-nacional/
33Arquivo RTP. Disponível em http://media.rtp.pt/80anosradio/historia/criacao-da-emissora-nacional/
6
A Televisão chega a Portugal - ainda que mais tarde que a maioria dos
países - por entusiasmo do último chefe da censura, Marcello Caetano, e cedo se
tornou um meio de comunicação popular entre as pessoas. “A RTP foi
inicialmente uma entidade mista, pública e privada”, o que justificava “a sua
relação umbilical com o poder político (..) de dependência e propaganda” mas
também a existência de publicidade comercial e uma programação orientada
para o que alguns intelectuais chamam “o maior denominador comum” (Cintra
Torres: 2011:47).
Enquanto Marcello Caetano se revela entusiasta com a “caixinha
mágica”, António Oliveira Salazar não lhe via as potencialidades associadas e, por
isso, assumia uma posição receosa: “O governo espera que os dirigentes do novo
serviço público saibam fazer desse instrumento um meio de elevação moral e
cultural do povo português (Teves, 1998:31).
Em Portugal, só em 1946, um engenheiro da Emissora Nacional, Francisco
Bordalo Machado, apresentou um trabalho intitulado “Televisão – O Estado
Atual, Possibilidades de Instalação em Portugal”, um acontecimento
fundamental para instalação de televisão em Portugal. Posteriormente, “um
grupo de Estudos e Ensaios da Emissora Nacional iniciou trabalhos, em 1953,
para instalar uma rede distribuidora de sinal de TV”.4
Depois da Comissão de Televisão entregar um relatório sobre o estudo
para instalação dos serviços nacionais de televisão, o Governo elaborou, a 9 de
setembro, o Decreto-lei nº40 341 que “promovia a constituição de uma
sociedade anónima, de responsabilidade limitada, para prestação de um serviço
público de televisão”.5
4RTP. 50 anos de História. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe50/TVEMPORTUGALOEstudoEALegislacao/Pag7/defa
ult.htm
5RTP. 50 anos de História. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe50/TVEMPORTUGALOEstudoEALegislacao/Pag7/defa
ult.htm
7
Em 1955, a 15 de dezembro, nasceu a RTP (Radiotelevisão Portuguesa)
mas a primeira emissão oficial de televisão regular chegaria apenas a 7 de março
de 1957.
Durante esse período, em 1956, a RTP fazia as suas primeiras emissões
experimentais na Feira Popular e, a 4 de setembro, chegou a fazer uma “pré-
inauguração” com o intuito de familiarizar o público lisboeta com as
particularidades e potencialidades da “caixinha mágica” que viria a mudar o
mundo. Na década de 60, alargar-se-ia as emissões ao resto de Portugal e a
criação do segundo canal da televisão pública chegaria em 1968. Salazar acabou
por “ser liquidado e Marcello Caetano continuou a sua política de controlo do
Serviço Público de televisão até ao 25 de Abril de 1974, sempre em nome do
interesse nacional” (Cádima apud Carneiro, 2006: 22).
Quanto à Emissora Nacional de Radiodifusão, são inaugurados dois
primeiros emissores FM em Lisboa e na Lousã em 1956. “Assim cresce a EN nos
anos 50, sempre com a divulgação do ideário do Estado como motor: apetrecha-
se tecnicamente, inaugura novas instalações, expande a rede de emissores
nacionais, transmite dois programas nacionais e aumenta as emissões para fora
da metrópole”. (Santos, 2013:66).
1.1.3 Pós-25 de Abril de 1974: as mudanças na EN e na RTP
A revolução dos cravos teve como instrumento fundamental a rádio, que
fez com que a canção “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso e “E depois do
Adeus”, de Paulo Carvalho servissem de “código”6 ao plano organizado pelo
Movimento das Forças Armadas.
Chegava assim o fim da censura e um novo cenário político para o país. A
televisão passa a designar-se Radiotelevisão Portuguesa, EP7, foi nacionalizada e
6 Rádio TSF. Informação disponível em http://www.tsf.pt/vida/interior/radio-foi-factor-fundamental-
para-o-exito-do-25-de-abril-frisa-otelo-2301645.html
7 Com a Lei nº 21/92 de 14 de agosto 1992 a televisão torna-se uma sociedade anónima apenas de
capitais públicos, a Radiotelevisão Portuguesa, S.A –)
8
tornada empresa pública, a 25 de Abril de 1975. Apesar do argumento cair por
terra mais tarde, mantinha-se “a justificação tecnológica para a continuação do
monopólio na RTP” do Estado, por “limites nos espetro das ondas hertzianas”
(Cordeiro, 2006: 22).
Em 1976, a Emissora Nacional altera a sua designação para Radiodifusão
Portuguesa (RDP) e é criada a Antena 2, “cuja programação é baseada na música
erudita e programas culturais”8, tal como hoje. Com a revisão do regulamento
das Radiocomunicações, em 1959, desenrolou-se a manifestação de rádios
livres/piratas pela Europa (em Portugal, legalizadas apenas em 1988).
Década de 90: O aparecimento das televisões privadas em Portugal
Entre as décadas de 50 a 70, a televisão de serviço público dominava e
com grande êxito pela Europa. Porém, nos anos 70 e 80, “perante um público
que queria mais imagens na proporção do crescimento do parque televisivo e a
reticência da televisão pública em se abrir e renovar” (Wolton, 1994:27) o
sentimento pelo desejo do “fruto proibido” crescia: a televisão privada. Com
uma televisão pública que se confundia com a televisão política, servindo de
instrumento ao poder político, e que não servia às mentalidades do público, a
televisão privada começava a impor-se por quase todo o lado, sendo a França,
em 1984, o primeiro país a criar um canal privado9 (Wolton, 1994:29,30,31).
Em Portugal, a chegada operadores privados de televisão revelou-se bem
mais tardia. A Constituição Portuguesa de 1976 proibia ainda a existência de
canais privados de televisão, assunto referenciado no artigo 38º, alínea 6: “A
televisão não pode ser objeto de propriedade privada10”.
8Perfil da Antena 2. Disponível em http://www.rtp.pt/antena2/geral/perfil-de-canal-antena-2_3142#
9 O primeiro canal público foi criado em França em 1984, com a designação de Canal Plus.
10 Constituição da República Portuguesa, aprovada em 2 de Abril de 1976. Disponível em
https://www.parlamento.pt/parlamento/documents/crp1976.pdf
9
Em 1986, com entrada de Portugal na Comunidade Económica
Europeia11, com o fenómeno das televisões piratas e a internacionalização do
espaço televisivo - 10 de Junho de 1992 marcou ao início das emissões regulares
da RTP internacional, com o intuito de levar a estação pública aos portugueses
residentes pelo mundo – propiciou-se a discussão para a abertura aos
operadores privados.
Só em 1990 foi aprovada, em Diário da República, a Lei da Televisão, que
definia a possibilidade de exercício da atividade televisiva por operadores
públicos e privados (artigo 3º)12, com condição de licença, a conferir por
concurso público (alínea 3 do mesmo artigo). Assim, só a 6 de outubro de 1992
aparece o primeiro operador privado de televisão, a SIC (Sociedade
Independente de Comunicação), e seguidamente a TVI (Televisão
Independente), uma televisão de influência cristã, a 20 de Fevereiro de 1993.
A televisão de serviço público teria agora, a partir dos anos 90, de se
defrontar com a concorrência, contando já o espetro televisivo com dois canais
públicos (RTP1 e RTP2) e dois canais privados (SIC e TVI). Em 1995, a SIC
“conseguia não só suplantar as audiências da Radiotelevisão Portuguesa, como
apresentar um relatório de contas com resultados positivos (Lopes, 2000: 2). No
panorama Audiovisual Português, a RTP era a estação que mais dificuldades
atravessava e não conseguia responder ao que prometera: “um serviço público
de qualidade, com uma programação dirigida a todos os portugueses,
respeitador da identidade cultural do país e independente das forças de
financiamento que, em Portugal, se repartem pelas verbas do Estado e pela
publicidade” (ibidem).
Para Adriano Duarte Rodrigues (1999:113) a televisão tornara-se “para
uns num fator de maior independência em relação ao poder político e para
outros uma nova dependência, desta feita em relação ao mercado. A RTP não
conseguia apresentar resultados financeiros desde 1991 e estava em falência
técnica desde 1995 (Lopes, 2000:2), uma situação que pedia uma urgente
solução e exigiu, em tempos futuros, uma profunda reestruturação.
10
CAPÍTULO II
O SERVIÇO PÚBLICO
11
2.1 Serviço Público - Da origem do conceito à realidade Portuguesa
Para compreender o conceito de Serviço Público, torna-se indispensável
uma breve explanação do nascimento da televisão, não só nos Estados Unidos
mas também na espetro Europeu. Em 1928, os Estados Unidos e a França fazem
progressos técnicos na bem-sucedida descoberta “técnica da transmissão de
imagens animadas e sonorizadas, através de ondas hertzianas”, pelo britânico
John Logie Baird, mas insuficiente pois “comportava apenas dezasseis linhas”
(RUIVO, 2013:4).
As emissões experimentais de televisão haviam começado na Grã-
Bretanha via BBC, a 30 de Setembro de 1929, com meia hora por dia de emissão,
cinco dias por semana. Os programas “chegavam a diversos pontos do país e
quando Baird pensava que não existiam mais de 50 aparelhos recetores de TV
em Inglaterra, a Estação Regional de Londres deu novo alento aos serviços
experimentais graças à transmissão simultânea de imagem e som”. 13
A primeira emissão oficial da televisão foi em França, em 1935. Dois anos
depois, “difundia um programa regularmente, a partir de um emissor instalado
na Torre Eiffel” e foi “daí que parte para Susse Downs, a considerada primeira
transmissão internacional com considerada alta definição e também o primeiro
programa de uma televisão estrangeira vista na Grã-Bretanha”14. Segundo a
mesma página dedicada aos 50 anos de história da RTP15, a data oficial da
1313RTP: 50 anos de história:1957-2007. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe50/TELEVISAOUmaHistoriaComMuitosProtagonistas/
Pag8/default.htm
14RTP: 50 anos de história:1957-2007. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe50/TELEVISAOUmaHistoriaComMuitosProtagonistas/
Pag8/default.htm
15RTP: 50 anos de história:1957-2007. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe50/TELEVISAOUmaHistoriaComMuitosProtagonistas/
Pag7/default.htm
12
televisão na Grã-Bretanha ergue-se a 2 de novembro de 1936, considerado o
primeiro serviço regular de programação de TV em todo mundo, em espaço
hertziano.
Assim, em Fevereiro de 1937, o Television Advisory Committe escolhia o
sistema eletrónico EMI para sistema oficial do serviço público de televisão deste
país e, pouco tempo depois, esse serviço foi testado frente a milhares de
londrinos na Coroação do rei Jorge VI.
Anteriormente, nos Estados Unidos, “a RCA promovia as primeiras
sessões públicas de projeção de televisão sobre grande ecrã com o intuito de
conquista de um lugar privilegiado na venda de televisores”. Em 1931, a NBC
instalou um emissor no edifício mais alto do mundo (à época) – o Empire State
Building, em Nova Iorque. Em menos de uma década, a televisão torna-se assim
num meio de comunicação de massas.
Porém foram adotados dois modelos institucionais diferentes para o
funcionamento deste meio. Nos Estados Unidos o modelo televisivo adotado
entregou a atividade do meio à iniciativa privada, cabendo ao Estado a
fiscalização. A escolha deve-se ao receio que o poder do Estado na televisão
resultasse “na intromissão das liberdades estabelecidas, pois entendia que
qualquer ação do Estado na produção de conteúdos informativos ou outros
originaria tomadas de posição e até propaganda” (Cintra Torres, 2011:13].
Contudo, o modelo seguido pela Europa, inclusive em Portugal, foi
distinto. O modelo adotado definiu que a televisão permanecia como
“monopólio dos Estado”, com a justificação da escassez no espectro
radioelétrico” (Cintra Torres, 2011:13)”. Todavia, o motivo era outro: a televisão
era “um poderoso instrumento de orientação política, social e cultural” do qual
o Estado não queria abdicar. (ibidem)
O conceito de Serviço Público conhece os seus primeiros passos em França, onde
primeiro se teorizou e desenvolveu nos finais do séc. XIX. Contudo, segundo
Chevallier (apud Santos 2013: 3) esse progresso só foi praticável por dois tipos
de mudanças ocorridas: o surgimento de um novo posicionamento do Estado e
uma procura de solidificação do direito público. Recorrendo novamente a Sílvio
Santos (2013:4) no seu livro “Os Media de Serviço Público”, é percetível que as
13
conjunturas que se reuniam “no seguimento da Revolução Industrial e da
Revolução Francesa” e da perceção “de que o movimento do liberalismo
económico não podia satisfazer todas as necessidades do povo”, propiciavam o
reforço do papel Estatal, “com uma ação mais interventiva, nomeadamente em
serviços que garantissem a coesão social” (Santos 2013:4). Ou seja, “o conceito
de SP foi tomando forma ligado à noção de coletivo, no seio da doutrina
francesa”, sendo Leon Duguit o principal teorizador da Escola de Bordéus ou
Escola de Serviço Público (Santos, 2013:13).
Em 1922, no Reino Unido, o conceito de Serviço Público aglomera mais
evoluções, com a criação da BCC16, a primeira emissora pública de rádio e
televisão do Reino Unido, sendo a única fornecedora de informação de rádio e
televisão durante alguns anos. É ainda, nos dias de hoje, uma referência nacional
e internacional no mundo em conteúdos informativos. Segundo Carneiro (2006:
10) é à BBC “que se deve o modelo de SP Europeu, baseado nos princípios
informar, educar e divertir.”
Contudo, a nível nacional, quando falamos em serviço público,
associamos o conceito instantaneamente à RTP.
Em Portugal, as experiências para a rádio começaram nos anos 20 e em 1935
nasceu a Emissora Nacional de Radiodifusão, atual Antena 117.
Contudo, a criação da Emissora Nacional coincidiu com a afirmação do
Estado Novo e, por isso, os conteúdos, a programação e a sua estrutura de
funcionamento, foram sendo definidos pelo Estado Novo.
O caminho para que se conseguisse “uma televisão para todos os
portugueses” começou na mais tarde, na década de 50, quando já se contavam
poucos países europeus sem emissões regulares de TV18. Foi nesta década que,
16BBC significa British Broadcasting Corportation (Corporação Britânica de Radiodifusão) e foi a primeira
emissora pública de rádio e televisão do Reino Unido.
17Emissora Nacional de Radiodifusão. Disponível em http://ensina.rtp.pt/artigo/a-historia-da-radio/
18RTP: 50 anos de história:1957-2007. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe50/TVEMPORTUGALOEstudoEALegislacao/default.ht
m
14
quem ainda não tinha televisão, pensava urgentemente em tê-la, mesmo nos
países em que a IIº Guerra Mundial havia deixado marcas profundas. A
Radiotelevisão Portuguesa (designação da televisão da estação pública até 2004)
nasceu então, por iniciativa do Governo, a 15 de dezembro de 1955, com
escritura no gabinete da direção da Emissora Nacional de Radiodifusão,
estabelecida com sede em Lisboa. Contudo, arrancou com as emissões
oficialmente em 1957.
Marcello Caetano defendia a urgência para que a televisão se tornasse
uma realidade para o país, também pelo avanço “inerente à sociedade de
consumo”, mas fundamentalmente pela pressa “em se dispor de um meio de
comunicação que iria tornar tudo diferente e servir os desígnios do Poder.19
Assinava-se então o primeiro Contrato de Concessão de Serviço Público
de Televisão a 16 de janeiro de 1956, subscrito pelo Presidente da administração
da RTP à data, Camilo de Mendonça, e por Marcello Caetano, Ministro da
Presidência e Ministro das Comunicações Interino.20
O movimento de democratização em Portugal, a 25 de Abril de 1974,
significou o fim da censura e o início da liberdade de expressão, com mudanças
na estação pública tanto de rádio como de televisão. Uma das grandes mudanças
foi, segundo Manuela Carneiro (2006:22) “a criação de legislação para a
independência da atividade com a Lei da Imprensa de 1975, a Constituição de
1976 e o Estatuto dos Jornalistas em 1979”. Com a revolução, o Monopólio do
Estado continuava a justificar-se pelas “alegadas” limitações tecnológicas” do
espetro das ondas hertzianas, utilizadas para a transmissão do sinal radiofónico
e televisivo. (Ibidem). Contudo, a desregulamentação do setor viria a alterar o
panorama televisivo no mercado português e abrir portas a canais privados nos
19RTP: 50 anos de história:1957-2007. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe50/TVEMPORTUGALOEstudoEALegislacao/default.ht
m
20Informação disponível em https://arquivos.rtp.pt/conteudos/assinatura-do-contrato-de-concessao-de-
servico-publico/
15
anos 90: a SIC, primeiro operador privado de televisão (6 Outubro de 1992) e
depois a TVI (20 Fevereiro de 1993).
Para Tadayoni, Henten e Skouby (apud Fidalgo, 2003: 2) “o SPT, nos seus
primórdios, acabou por desempenhar um papel importante no contexto de
afirmação dos Estados-Nação, (…) favorecendo a identidade nacional”. Esse SP
primordial tinha como “principais objetivos a proteção dos interesses
estratégicos do Governo e da nação e pela promoção do desenvolvimento
industrial e económico dos novos sistemas de comunicação (McQuail apud
Jakubowicz, 2011:3), numa altura em que a “ideologia do serviço público
consistia em fazer programas educativos e populares (Wolton, 1994:25).
2.2 O Serviço Público de televisão em Portugal: Legislação, Missão e Desafios
O serviço público é, como referido no ponto anterior, regulado com legislação
própria. Na Constituição Portuguesa, está presente no Artigo 38º21 - Liberdade
de imprensa e os Meios de Comunicação Social -, na alínea 5, o seguinte: “O
Estado assegura a existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e
televisão”. Para além da alínea 5, pode ler-se no Contrato de Concessão em vigor
estabelecido entre as duas partes – o Estado Português e a Rádio e Televisão de
Portugal, S.A. - o seguinte:
“É imperativo do Estado assegurar a existência e o funcionamento de um
serviço público de rádio e televisão (…) Tanto a estrutura como o
funcionamento da concessionária do serviço público de rádio e televisão devem
garantir a sua independência do governo, a Administração e os demais poderes
públicos (…)
21Constituição da República Portuguesa, VII Revisão Constitucional Disponível para consulta em
http://www.parlamento.pt/Legislacao/Documents/constpt2005.pdf
16
É portanto, preponderante um afastamento necessário às estruturas e
grupos políticos, com a intenção de manter o Serviço Público de Televisão
independente dos interesses subjacentes a esse mundo. Apresentada a
legislação que o sustenta, importa agora debater a Legitimidade do Serviço
Público televisivo em Portugal.
Tanto se discute hoje, por toda a Europa, Portugal incluído, a necessidade
ou não da existência de serviço público. O debate eclodiu mesmo em Portugal
com a polémica na “sequência das intenções manifestadas pelo Governo
PSD/CDS-PP, saído das eleições legislativas de 17 de março de 2002, de alterar o
quadro até então de funcionamento da televisão, seja com uma profunda
reestruturação da RTP, seja com a própria redefinição do modelo global de
prestação de um Serviço Público de Televisão do nosso país (Fidalgo, 2003:7).
Porque deve, então, de ser assegurada a sobrevivência destas
organizações de serviço público? Numa altura em que a legitimidade do serviço
público de televisão é tão discutida e se há ou não espaço no mercado para este
tipo de serviço, no futuro, nesta nova era do audiovisual, há acérrimos autores
que defendem a televisão enquanto serviço público.
Jakubowicz (2011:10) refere que a ambição pelo lucro e sobrevivência
dos operadores comerciais favorece a prestação cada vez mais diminuída de
conteúdos verdadeiramente de serviço público, ao retirar significativamente da
emissão conteúdos de qualidade em detrimento de audiências. Surge então um
novo espaço para os canais públicos voltarem a informação televisiva para
acontecimentos de “interesse público”, em quese exige do destinatário um
esforço intelectual para compreender aquilo que se passa” sendo que, nestes
casos, “a contextualização se revela fulcral” (Lopes, 1999: 93,94).
A contextialização dos factos é essencial para uma informação de
qualidade pois, para Patrick Charaudeau, uma informação contextualizada é uma
mensagem que agrega explicações adicionais e por isso o telespectador tende a
tomá-la como mais credível (apud Lopes, 1999:190-194). Charaudeau defende
que o “fazer saber” deve sempre acompanhar-se do “fazer crer”, que pode
assumir modalidades como “problematizar causas e consequências
17
possibilitando ao telespetador a liberdade para formular os respectivos juízos de
valor, elucidar significados latentes (…) e avaliar o que aconteceu/acontecera,
reforçando aí o lado subjectivo daquilo que é proferido (Charaudeau apud Lopes,
1999:90-94).
A contextualização agregada à informação que a televisão disponibiliza é
fundamental no sucesso da formação da opinião pública em conteúdos
relevantes, de interesse público.
Para Eduardo Cintra Torres, a fragmentação de audiências resultante “da
explosão de canais e explosão de plataformas” e consequente “individualização
de indivíduos” conduziu a que a “TV fornecesse conteúdos mais diversificados”
e levou a programadores a criar para minoria, na contingência de já não poderem
contar com maioria” (Cintra Torres, 2011:30).
A fragmentação de audiências surge como a disponibilização de
conteúdos não lineares acedíveis “Anytime, Anyway, Anyplace”. Um dos serviços
favoráveis a essa dispersão do público foi a Pay TV22. A penetração deste serviço
em Portugal tem revelado uma tendência crescente de ano para ano, como
demonstra a Figura 1.
22Expressão inglesa para Televisão Paga ou televisão por assinatura em que o consumidor paga por um
número de canais de televisão que não estão disponíveis em canal aberto.
FIGURA 1
18
Com essa fragmentação de audiências e com a ausência de conteúdos de
verdadeiro serviço público nos operadores comerciais, o serviço público de
televisão, neste caso a RTP, tem ainda um papel mais preponderante e
determinante no que respeita a uma programação de relevância,
qualitativamente exigente.
É urgente, como refere Jean-Jacques Jespers (apud Brandão, 2010:16)
“uma informação diversificada enuma estação de serviço público, estando em
causa decisões que comprometem a vida das pessoas, independentemente do
interesse que cada cidadão lhe dedique, o seu tratamento noticioso não deve ser
comprometido. Estamos a falar de interesse público e não de informação
produto escolhida e divulgada em função do seu valor de mercado”.
Ao longo dos seus 60 anos de história, a RTP, como refere no seu site
oficial, tem vindo a construir um trajeto, “procurando informar e documentar,
educar e entreter, sempre na consciência da grande responsabilidade que nos
cabe, enquanto prestadores dum serviço público sério e credível”23. Mas como
se constrói essa credibilidade?
Estabelecido no contrato de concessão do serviço público de rádio e
televisão pode ler-se na cláusula nº 4,no ponto 2, que a concessionária (a RTP),
assegura o seguinte:
“Uma programação variada, contrastada e abrangente, que corresponda às
necessidades e interesses dos diferentes públicos”;
“Uma programação de referência, qualitativamente exigente e que procure a
valorização cultural e educacional dos cidadãos”;
“Uma programação globalmente diferenciadora face à oferta do mercado
audiovisual português”
23Informações recolhidas no Arquivo RTP. Disponível em
http://rtp.pt/arquivo/index.php?tm=31&headline=14&visual=5 [consultado a 28 fevereiro 2017]
19
Para além dos pontos enumerados, a concessionária deve caminhar no
sentido da valorização da criatividade, da língua e da promoção do país no
estrangeiro, mas também de uma informação precisa, independente e
contextualizada que permita o contraditório e distintos pareceres, num cenário
de aposta tecnológica e acessível em diversas plataformas e contextos24. Para
tal, a RTP deve atender a princípios, por missão de serviço público, “da
universalidade e da coesão social, da diversificação, da qualidade, da
diferenciação e da indivisibilidade da programação, do pluralismo e do rigor, da
isenção e da independência da informação, bem como do princípio da inovação”.
É neste último princípio – o da inovação - que o serviço público televisivo
pode caminhar quando se depara e compete no panorama da fragmentação de
audiências. Com o fim da maioria de audiências, que se assumia há algumas
décadas como uma “ferramenta de unificação” que operava como “principal
fonte de informação e de formação de gostos e escolhas”, a televisão pública e
os seus “conteúdos têm de se renovar para servir novos públicos,
nomeadamente minorias exigentes (Cintra Torres, 2011:29,30).
Apesar de estabelecido no contrato de concessão do serviço público de
televisão (pode ler-se acima) que o Serviço Público televisivo deve “dotar-se de
uma programação globalmente diferenciadora face à oferta do mercado
audiovisual português, não faltam críticas a uma “tendência global generalizada
no sentido da uniformização e do mimetismo concorrencial”, tendência em que
as televisões públicas entraram na mesma onda” (Fidalgo, 2003:4). Falta à
Televisão Pública uma oferta diferente dos operadores privados, SIC e TVI, para
que a minorias se possam sentir-se representadas.
A par da crise que atravessou e da reestruturação que a estação pública
de televisão ainda está a sofrer, Rui Cádima (2011:3) afirma que a RTP conseguiu
24No ponto nº2, respeitante aos Princípios, Finalidades e Obrigações (Parte 2) da concessionária, estão
descritos os deveres da RTP para a defesa do serviço público. Online.
http://media.rtp.pt/institucional/wp-content/uploads/sites/31/2015/07/contratoConcessao2015.pdf
[consultado a 25 fevereiro 2017]
20
criar “consenso na sociedade portuguesa a dois níveis, no que respeita aos
“portugueses não têm dúvidas” da necessidade de um serviço público de
televisão mas que, como foi dito, não corresponde ao contratualizado no
contrato de concessão respeitante à diferenciação concorrencial. Para o autor,
os portugueses “concordam genericamente também que o principal canal de
televisão do Estado Português - a RTP1, não faz mais que mimar a oferta dos
operadores comerciais” (Ibidem). E esse paradoxo entre a comprovada
necessidade de existência e o mimetismo aos operadores privados deve,
segundo o autor, levar à reflexão e ao debate público (Cintra Torres, 2011:12).
Eduardo Cintra Torres (2011:12) questiona o perigo “para um país cuja
TV generalista quase desapareça, e com ela a função de “cimento social” ligando
os cidadãos de uma comunidade nacional”, mas também se “será razoável que
os cidadãos continuem a suportar com os seus impostos um sistema de serviço
público de televisão que ora fornece programas que não são considerados
consensualmente de “serviço público”, ora são vistos por pequenas minorias”.
21
Capítulo III
A televisão
22
3.1 O poder da televisão Dominique Wolton (1997:103) no seu livro Pensar a Comunicação
defendia, à data, a televisão como “um dos principais elos sociais da sociedade
individual de massas (…) é a única atividade partilhadapor todas as classes sociais
e por todos os grupos etários”.
Porém, a televisão como a conhecíamos compete, atualmente, com o
surgimento de novos modelos de comunicacionais. Um relatório filandês,
intitulado “Highlighting Media & Journalism Futures 2030”25, antecipa algumas
transformações futuras : “The production and consumption of media contents is
personalized, and mass media as it was used to be known has ceased to
exist.”(Taylor, Heinonen,, Ruotsalainen , & P, 2015:38). Traduzindo, o relatório
filandês considera que “ a produção e o consumo de conteúdos dos media são
personalizados e os meios de comunicação de massa, tal como eram conhecidos,
deixaram de existir”.
A emergência é por conteúdos personalizados e individualizados, numa
informação exequível através de tecnologias móveis, como resultado de
integração de todas as plataformas, inclusive a Televisão.
Na era da “Internet of things” (Internet das Coisas), a tendência é para
que os cidadãos descartem, progressivamente, a televisão enquanto “mass
media” para se informarem e sintonizarem em conteúdos importantes para cada
cidadão.
“One-person media outlets are emerging, large media companies TV
stations disrupted. With the Internet of things, chips and sensors will make each
individual journalists. People seek information from the collective intelligence
portals and Social media outlets, rather than newspapers or TV news
channels.”(Taylor, Heinonen,, Ruotsalainen , & P, 2015:17). Traduzindo, os
autores defendem que “os media individualizados estão a emergir e as estações
de televisão de grandes empresas de media a ser interrompidas. A Internet das
25 Filand Futures Research Centre. Authors: Amos Taylor, Sirkka Heinonen, Juho Ruotsalainenand Marjukka Parkkinen. Disponível em http://www.utu.fi/fi/yksikot/ffrc/julkaisut/e-tutu/Documents/FFRC_eBook_3-2015.pdf [consultado a 10 de março de 2017]
23
Coisas, os Chips e os sensores farão de cada um, um jornalista individual. As
pessoas procuram informação nos portais de inteligência coletiva e nos meios
sociais, em vez de jornais ou canais de notícias de televisão”.
E essa procura pela informação na televisão sofre um declínio visivel já
nos dias de hoje. Contrariando o que Wolton Dominique(1997:103) anunciava, a
televisão não é mais partilhada por todos os grupos etários.
Numa conferência26, Jon Steinberg, presidente do BuzzFeed, anunciava
que o “espetador de televisão tem agora, em média, entre os 40 e muitos e os
50 anos. Quando avaliamos certas notícias por cabo, a média é ainda mais alta.
Então, existem duas hipóteses: Ou aos 47 anos de idade todos começam a ver
televisão. Improvável. Ou já não existem novos assinantes de jornais a nascer. E
não há novos telespetadores a nascer. Acho que esta é a escolha mais provável
(“The average television viewer right now, for right now, for network television,
late 40s, early 50s. When you look at certain cable news networks it goes even
higher. So you have one of two possibilities: Either at 47 years old, everybody
starts watching television. Unlikely. Or there's no new newspaper subscribers
being born, for print. And there's no new television viewers being born. I think
that's probably the likely choice).
Num artigo de Andrew Beaujon para o Poynter em 201327, refere-se que
o centro de pesquisa PEW has consistently found that the audience for news on
TV and print has aged, and a recent report claimed that "by 2015, almost half of
all television viewing will be done by folks over the age of 50…”. Traduzindo, o
Centro de Pesquisa PEW “tem sistematicamente descoberto que o público para
as notícias de televisão e jornais envelheceu e um relatório recente afirmou que
26 Disponível emhttps://www.youtube.com/watch?v=r4Py9-hMDNY&feature=youtu.be&t=19m7s
[consultado a 10 março 2017]
27Disponível em http://www.poynter.org/2013/no-new-tv-viewers-or-newspaper-subscribers-are-being-
born-buzzfeed-president-says/224269/ [consultado a 10 março de 2017]
24
“até 2015, quase metade de toda a televisão será feita por pessoas com mais de
50 anos”.
As conclusões da audiência de televisão entre os perfis mais jovens e mais
velhos são completamente distintas. A televisão continuará no futuro, a ser
associada a uma audiência mais envelhecida, consequência da deslocação da
audiência mais jovem para conteúdos disponibilizados na internet.
Para refletirmos no caso português, podemos consultar um estudo
esmiuçado online pelo Jornal Público28, intitulado “As novas dinâmicas do
consumo audiovisual em Portugal”. Executado no final de 2015 pela
Universidade Católica e pela empresa de análise de mercado GfK, o estudo
concluiu que 99% dos inquiritos numa amostra de 1018 pessoas, admitem ver
televisão pelo menos uma vez por semana. Apesar do estudo não indicar o
tempo dispendido dos inquiridos em cada media, “a resistência da televisão é
explicada pelo fosso digital que deixa algumas gerações fora da internet e pela
grande presença da TV nos hábitos dos consumidores de todas as idades, mesmo
entre aqueles que mais acedem a conteúdos online.” Apesar da audiência mais
jovem em portugal ainda ver televisão, o estudo revela que “a televisão seria um
hábito dificil de abandonar para a maioria das pessoas, com excepção da faixa
etária entre os 15 e os 34 anos, que já está mais apegada à internet.”
Assim, a realidade portuguesa permite concluir que a televisão ainda tem
um papel central no dia-a-dia dos portugueses apesar do crescente cenário
digital. Contudo, os telespectadores mais jovens admitem conseguir abandonar
o hábito de ver televisão sem grande problema comparativamente aos mais
velhos, que, devido ao seu desligamento do cenário digital, consagram a
audiência da televisão explicando a resistência ainda deste meio nos lares dos
portugueses.Por este prisma, a tendência é que, no futuro, a televisão veja o seu
papel reduzido para dar lugar a conteúdos acedidos noutros ecrãs pelas gerações
28Jornal Público. A televisão continua a ser central nos hábitos dos portugueses. Artigo disponível em
https://www.publico.pt/2016/05/15/sociedade/noticia/a-televisao-continua-a-ser-central-nos-habitos-
dos-portugueses-1731956 [consultado a 10 de março de 2017]
25
agora jovens e pelos que venham a nascer, já familiarizados com a realidade
digital.
Mas, ainda que numa tendência descendente no que respeita ao seu
papel na sociedade, a televisão permite “ver de longe” e trazer ao público
acontecimentos que, com a ausência deste meio não chegariam ao
conhecimento do público. Como não seriam do conhecimento público, para esse
público, eles não teriam acontecido. É com base nesta ideia que Giovanni Sartori
(2000: 81) no livro “Homo Videns: televisão e pós-pensamento” defende que as
“chacinas atrozes no passado, em Madagáscar, no Uganda e na Nigéria”,
acontecimentos que, “nunca niguém viu (na televisão)” acabam por “não existir
para a maioria”.
Sendo assim, o poder da televisão é ainda descomunal - apesar de
decrescente - em informar o telespetador, esteja ele em qualquer lugar ou
qualquer distância. É, antes de mais, pelo poder que detém na construção da
realidade social que as suas potencialidades devem ser repensadas e usadas com
fidelidade à realidade que representa.
3.2 A imagem aliada ao som
Quando John Logie Baird desvendou a técnica de transmissão de imagens
animadas e sonorizadas e, em 1930, começou a ser enviado som e imagem em
conjunto, estabeleceria a força extraordinária que este media viria a conseguir
em relação a todos os outros. A televisão consagra aptidão no que respeita à
relação de complementaridade entre a imagem e o som e é por esse motivo que
“as palavras devem, então, servir de suporte a essa imagem, dar apoio,
complementá-la” (Paternostro, 1999: 12).
Segundo Jean-Jacques Jespers (1998:88), a memória humana é mais
eficaz se o objeto for mostrado e simultaneamente nomeado, enquanto que uma
mensagem visual diferente da mensagem auditiva provoca uma memorização
deturpada.
Paternostro defende que “a televisão surge com uma arma poderosa e
infalível: a informação visual, a imagem em movimento.” (Ibidem 199: 13).
26
Para Wolton Dominique, no livro “Elogio do Grande Público” (1994:71) a
imagem é o fundamento do êxito da televisão”, depois do som representar o
êxito da rádio.
Neste meio, a imagem é um poderoso instrumento se comparado com o
som em que para o “telespetador as coisas representadas em imagens contam e
pesam mais do que as coisas ditas com palavras”(Sartori, 2000:22). Neste
sentido, a imagem constrói a história e a voz falante deve ser construída envolta
nas imagens disponíveis, sendo a primeira prevalece sobre o falar, que comenta
a imagem.
Para Robert Hackett (apud Brandão 2010: 17) a televisão surge como “o
meio de informação mais credível do público e o telejornal como uma forma
particularmente potente de realismo” que, para Nuno Goulart Brandão
(2010:17) se deve “ao poder de combinação da narrativa com o nível visual do
seu discurso”.
A imagem traz consigo o mistério da receção pela sua polissemia “com
todas as discrepâncias possíveis entre a significação intencional do autor e a
perceção e a interpretação do espetador, ao mesmo tempo idênticas e
diferentes de espetador para espetador” (Wolton, 1994:72). A ambiguidade da
imagem, o êxito da televisão, pode potenciar um choque entre a significação
intencional da imagem e o quadro de perceção em que a mesma se insere de
espetador para espetador.
A televisão pode ser responsabilizada pelo reforço de determinada
perceção do mundo consoante o que divulga e, por esse mesmo motivo, deve
ter uma atenção extraordinária na transmissão dos conteúdos que promove.
3.3 O poder da televisão na construção da realidade social
Com o mundo fugaz das tecnologias e a Era da Informação, a
compreensão da informação televisiva disponibilizada ao telespectador na
programação informativa é essencial para a formação cívica e política dos
cidadãos. Contudo, essa compreensão informativa – e não apenas a ilusão do
saber - exige mais tempo. Esse tempo favorável à assimilação dos conteúdos é
27
muitas das vezes descartado devido ao que Nuno Goulart Brandão designa de
“velocidade audiovisual”, o que conduz à “formatação da mentalidade pública”
em vez da racionalidade ponderada dos acontecimentos (Brandão, 2010: 27/28).
Os conteúdos dos media e, em específico, os conteúdos informativos
influenciam a opinião pública e geram conhecimento, tendo um papel
determinante na construção da realidade social. É por essa razão que os
conteúdos não podem ser vistos apenas como produto, nem o telespetador
como audiência. A televisão surge como uma “fonte de socialização através da
interpretação que faz da realidade (Ferrés apud Brandão 2010:31).
Ao assumir esse papel de mediador na realidade social, é necessário que
a televisão seja dotada de conteúdos com significação e sentido para a vida de
quem interage com esta, para que o conteúdo contribua para uma
“responsabilidade educativa, virada para o conhecimento e para a cidadania.”
(Brandão, 2010:31).
28
IV. O Estágio na empresa
de Acolhimento
29
4.1 O Estágio na Delegação da RTP Coimbra
O Centro Regional de Coimbra é um dos treze Centros Regionais da Rádio
e Televisão em Portugal (RTP) dispersos pelo país, que tem a sua sede em Lisboa.
O estágio teve início no dia 19 de setembro e término no dia 14 de Dezembro,
contado para efeitos de obtenção do grau de mestre em Ciências da
Comunicação – vertente Estudo dos Media e Jornalismo pela Universidade Nova
de Lisboa.
A referida delegação não presta cobertura informativa apenas a região
de Coimbra, mas a uma extensa área de Intervenção, seguidamente enumerada:
Leiria; Batalha; Ourém; Marinha Grande; Pombal; Alvaiázere; Figueiró dos
Vinhos; Soure; Ansião; Figueira da Foz; Águeda; Albergaria-a-Velha; Anadia;
Arganil; Aveiro; Cantanhede; Castanheira de Pera; Coimbra; Condeixa-a-Nova;
Góis; Ílhavo; Lousã; Mealhada; Mira; Miranda do Corvo; Montemor-o-Velho;
Mortágua; Oliveira do Bairro; Oliveira do Hospital; Pampilhosa da Serra;
Pedrogão Grande; Penacova; Penela; Santa Comba Dão; Tábua; Tondela; Vagos;
Vila Nova de Poiares. A delegação de Coimbra é atualmente coordenada por
Pedro Ribeiro, também jornalista da Antena 1. No momento em que o relatório
é produzido, trabalham na delegação de Coimbra, integrados na redação de
televisão, os jornalistas Carolina Ferreira, Paula Costa, Paulo Rolão e Álvaro
Coimbra e três repórteres de imagem: Cláudio Calhau, Pedro Teodoro e Paulo
Oliveira. Para além da televisão, este espaço integra também as valências de
jornalismo radiofónico (Antena1), onde trabalham os jornalistas Horácio
Antunes, Joaquim Reis e Pedro Ribeiro.
A Delegação de Coimbra relevou-se um primeiro contacto fundamental
com o significado de fazer jornalismo, ainda para mais em contexto de serviço
público.
O primeiro dia foi ocupado a conhecer os espaços de trabalho de que o
centro da RTP em Coimbra dispunha: as duas redações – onde os jornalistas de
rádio, televisão e repórteres de imagem se encontram mesclados -, dois estúdios
de rádio e as respetivas salas de controlo, três ilhas de montagem de peças
televisivas, uma régie e uma sala para realização de duplex - para uma eventual
30
comunicação bidirecional com os estúdios de televisão da RTP em Lisboa ou no
Porto. Para além de jornalistas, na delegação de Coimbra trabalham técnicos de
informáticas, pessoal dos serviços de secretariado e administração, assistentes
de produção e realização, seguranças e trabalhadores que asseguram a
manutenção e limpeza das instalações. A empresa dispõe de viaturas
devidamente identificadas para assegurar o cumprimento dos serviços e das
saídas necessárias para a concretização de peças.
Logo no segundo dia de aprendizagem, a primeira saída para um serviço
– um evento solidário de magia que tinha como palco o Centro Hospital
Universitário de Coimbra – revelou-se um primeiro teste: o jornalista Paulo Rolão
depositara a sua confiança no estagiário para realização de algumas entrevistas,
que viriam a ser aproveitadas para a peça final. Chegada a redação, o jornalista
acompanhou o estagiário à ilha de montagem e cedeu todas as correções sobre
o trabalho que havia sido feito. Depois do regresso, seguia-se sempre o mesmo
processo: a elaboração de um texto escrito com base nas informações recolhidas
em campo e que dava voz às imagens, seleção de imagens/sons e gravação dos
Offs. As correções eram feitas peça a peça, saída a saída, o que permitiu melhoria
das aptidões do estagiário dia-a-dia no processo jornalístico.
Ao longo deste processo de aprendizagem, conheci a denominada
“pressão do tempo”, muito instaurada nas atuais redações. A falta de tempo
para concretizar uma peça e enviar o produto finalizado era frequentemente
evidente, com “timings” impostos e apressados. Apesar disso, a perícia dos
jornalistas profissionais, com experiência longa em redações, fazia-se notar
comparativamente ao tempo que um estagiário despendia na construção de um
texto para acompanhar as imagens, na escolha de “vivos” até à peça final
(processo moroso comparativamente à rapidez dos profissionais que,
frequentemente, ainda nem chegados à redação, têm já uma ideia da peça final).
Para além das saídas, havia uma aprendizagem em estúdio, referente aos
noticiários radiofónicos: com o auxílio do coordenador de estágio, Pedro Ribeiro,
o estagiário selecionava, de forma autónoma, sete notícias da Agência Lusa que
integrariam o noticiário. Desta feita, era testado o critério de relevância do que
deveria ser noticiado. Neste processo, aprende-se a corrigir erros cometidos na
31
produção de conteúdos para este media – siglas pouco claras, distinção entre o
lançamento e notícia em si, a não utilização de valores numéricos no mesmo
parágrafo, entre outros. A Rádio dispensa textos complexos, mas torna
fundamentais aspetos como a colocação de voz, a dicção e as pausas para que o
noticiário chegue de forma clara e precisa ao ouvinte. Depois do primeiro
noticiário gravado em estúdio, o coordenador aconselhou a gravação trava-
línguas e, depois desse investimento pessoal, a diferença para o segundo
noticiário foi colossal. Realmente, a experiência no jornalismo é um passo
fundamental para a qualidade.
Durante todo o processo, acompanhei vários trabalhos. Dependendo das
especificidades, algumas peças eram adaptadas para os dois meios – rádio e
televisão. Num contexto de transmedialidade, os profissionais adaptam e
produzem trabalhos para os dois meios, num contexto de profissionais
multifacetados que são capazes de produzir para dois suportes.
A Delegação de Coimbra produz trabalhos pedidos pelas suas congéneres
Lisboa e Porto mas também algumas peças por iniciativa própria, que chegam
como possíveis temas de interesse através de contato telefónico, correio
eletrónico ou assuntos publicados, muitas das vezes, nos jornais regionais.
Diariamente, a Delegação recebia dois jornais regionais – Diário das Beiras e
Diário de Coimbra –, todos os jornais generalistas nacionais – Público, Correio da
Manhã, Diário de Notícias, Jornal I, Jornal de Notícias – e dois jornais desportivos
– A Bola e o Record.
Apesar das peças dos estagiários não poderem ser emitidas, o aprendiz
não assimila as práticas jornalísticas apenas observação direta, mas no terreno
com os profissionais.
Aprende-se a fazer e, por isso, o estagiário goza de todos os processos de
aprendizagem no jornalismo (exceto a publicação do produto final). Durante o
tempo de estágio, o estagiário faz diversas pesquisas prévias para conseguir
informação prévia para as entrevistas, realiza entrevistas e auxilia na escolha dos
vivos e os planos de imagem que suportavam a peça. Ao longo do tempo, através
32
de observação participante, o estagiário acompanha e vive como um jornalista,
com rotinas e desafios adjacentes ao trabalho jornalístico.
Mas o crescimento profissional não foi a única razão para validar este
estágio e o processo de aprendizagem que dele resultou. Na ordem do dia,
haviam sempre questões que era discutidas e que potenciavam o crescimento
do estagiário enquanto aprendiz da profissão e enquanto pessoa. Todas as
minhas curiosidades eram facilmente satisfeitas se dependessem da
disponibilidade dos profissionais. Esta abertura permitia eliminar os prováveis
constrangimentos entre seres humanos experienciados no jornalismo e um
estudante que está a ter o primeiro contacto com a profissão (inclusive, muitas
das vezes, os profissionais pediam uma opinião acerca do que eles próprios
produziam). Talvez porque, tal como afirmavam, o jornalismo não é um ciência
exata: há diversas formas de fazer e levar um assunto ao público.
4.2. O quotidiano na delegação da RTP Coimbra: tarefas desempenhadas
O dia-a-dia na delegação era propiciador ao desenvolvimento de
competências jornalísticas. O Estágio possibilita ao estagiário a aquisição de
competências em dois meios: a rádio e televisão. Desde a pesquisa de
informação, preparação e realização de entrevistas, escrita de peças televisivas
e radiofónicas, gravação e edição, o estágio foi valioso pelo contacto com o
jornalismo em contexto real.
Como se constrói o processo de aprendizagem numa delegação da RTP?
No caso em concreto, o estagiário acompanha constantemente as equipas ao
exterior para trabalho de campo, seja no caso da rádio ou em televisão. Em
contexto real, ao estagiário é permitido colocar todo o tipo de questões que
possam esclarecer as suas dúvidas ao contexto profissional, sejam a nível de
imagem, entrevistas, ou qualquer outra prática. Os profissionais mostraram-se,
sempre, prontamente disponíveis. Em determinadas situações, era dada a
33
liberdade para o estagiário colocar perguntas ao entrevistado, sendo depois esta
entrevista aproveitada para o produto final a ser emitido. Para as saídas em
terreno, o bloco de notas era uma permanente aliado pois, segundo o jornalista
Joaquim Reis, da Antena 1, “as saídas não eram passeio” mas sim trabalho.
Todavia, antecedia a todas as saídas para o terreno uma pesquisa elaborada
sobre o assunto a ser tratado para efeitos jornalísticos. Nesse processo, a
consulta de informações era efetuada, a título de exemplo, em sites de outros
órgãos de comunicação social ou em agências noticiosas, maioritariamente -
senão todas no caso da delegação da RTP Coimbra – nacionais.
Depois de cumpridos os serviços29, era tempo de regressar à redação. Aí,
o acompanhamento dos trabalhos do estagiário – de rádio ou televisão – era
constante, sempre feito pelos jornalistas que o acompanhavam, mesmo com a
pouca disponibilidade que muitas vezes usufruíam.
No regresso à redação o processo era sempre semelhante: Escrever o
próprio texto jornalístico – independente do meio a que se destinava – e
adicionar, posteriormente, as declarações dos entrevistados. As declarações
eram, obrigatoriamente, selecionadas mediante a visualização de imagens ou
mediante a audição dos RM´s30 recolhidos.
Concluídos estes passos e supervisionados pelo jornalista que se
acompanhava em campo, seguia-se a gravação da peça. No caso da rádio, o
estagiário dirigia-se para o estúdio de forma independente para gravar a peça e,
no final, editados os RM´s de relevância a utilizar, procedia-se à montagem da
notícia na sua totalidade no Software Dalet Plus, muitas das vezes adicionando
contextualização sonora ou efeitos musicais (recolhidos online desde que
pertinente com a temática ou recolhidos em pleno ambiente exterior para
contextualizar as produções).
29 Denominação atribuída pelos profissionais de jornalista da delegação RTP Coimbra a todas as saídas
para o terreno.
30 Designação dada aos sons dos entrevistados para a rádio.
34
Apesar de, no processo radiofónico, o estagiário ter maior liberdade na
criação e autonomia na rotina das práticas jornalísticas, no caso da televisão, o
processo de edição e gravação do off é sempre acompanhado pelo operador de
imagem nas ilhas de montagem. O Software utilizado para edição de peças
televisivas era o Edios7 e, depois de escrito o texto e efetuadas as devidas
correções, seguia-se a escolha dos planos que o estagiário considerava
pertinentes para pintar31 a peça, a gravação do off32 e a escolha dos vivos33 ou
parte destes que se consideraria pertinente para a peça em causa. Durante este
processo, era dados feedbacks importantes, sobre a colocação da voz, a
produção de um texto para televisão, a utilização de planos de corte, entre
outras aprendizagens.
No final do período de estágio, contabilizaram-se, produzidas pelo
estagiário, 22 peças radiofónicas, sete noticiários radiofónicos e cinco peças
televisivas finalizadas34.
31 Imagens selecionadas que iriam acompanhar o texto em determinada peça televisiva
32 Texto que iria sonorizar a peça e acompanhar as imagens escolhidas
33 Imagens dos entrevistados que testemunhavam sobre determinado assunto retratado.
34 Face a uma autonomia superior na produção radiofónica durante o período de estágio relativamente
à produção televisiva, o número de conteúdos radiofónicos produzidos é visivelmente superior. A
dependência dos operadores de imagem para edição dos conteúdos televisivos determinaram que
apenas cinco peças fossem finalizadas, ficando outras - com a saída para o terreno, os offs escritos e os
planos definidos já concretizados pelo estagiário – por finalizar.
35
CAPÍTULO V
A DELEGAÇÃO DA RTP EM COIMBRA
36
5.1 A delegação da RTP em coimbra: nascimento e evolução
José Manuel Portugal, em 2012, numa entrevista realizada em direto a
partir da Delegação da RTP em Coimbra para o programa “Portugal no Coração”,
em Lisboa, detalhava a validade das delegações da RTP espalhadas pelo país: “O
facto de estarmos mais próximos dos portugueses. É o grande objetivo desta
nossa distribuição geográfica dos centros da RTP por todo o país. Queremos ter
uma presença efetiva junto dos portugueses, dos seus problemas, dos seus
anseios, das suas questões, enfim: queremos ser uma televisão de proximidade
e estar a dar voz e também mostrar aquilo que vai da mais pequena aldeia até à
grande cidade”.
A Lei 58/90, de 7 de setembro, define como um dos princípios específicos
da atividade de televisão a competência de “contribuir para a informação, a
recreação e a promoção educacional do público em geral, atendendo à sua
diversidade de idades, interesses e origens” (artigo 6º). Esta premissa
fundamentada na preocupação com a pluralidade e heterogeneidade foi
assumida enquanto valor estruturante da RTP que, como constata Felisbela
Lopes (1999:136) “tentou responder a essa exigência (…), multiplicando
delegações e centros regionais por todo o território nacional”.
Depois da inauguração do Centro de Produção do Porto, em 1959, da
Madeira (1972) e dos Açores (1975), a estação pública instalou, em 1988,
diversas delegações35e centros regionais pelo país, sendo uma delas na cidade
de Coimbra. Essa decisão, a favor da distribuição estratégica do serviço público
português, pretendia alcançar uma cobertura equilibrada e, para José Manuel
35Em 1988, a RTP instalou delegações nas cidades de Vila Real, Viseu, Coimbra e Évora. Nesse mesmo ano, o equipamento da Delegação de Faro foi também renovado.
37
Portugal36, só assim se cumpria “de facto, o serviço público dando voz a todo o
país”.
De seguida, descrever-se-á algumas das especificidades desta delegação
da Rádio e Televisão de Portugal, instalada na Rua Dr. José Alberto Reis, em
Coimbra.
5.2 A Convergência da Rádio e Televisão: práticas e implicações de redações integradas
Em contexto de redações integradas, a delegação da RTP Coimbra tem
especificidades e contextos particulares subjacentes à produção para os dois
meios – rádio e televisão.
Se recuarmos no tempo, até ao aparecimento da Televisão em Portugal,
o presidente da Rádio Clube Português, o major Jorge Botelho Moniz37,
respondia: “Acredito que o advento da TV nada prejudicará a radiodifusão
sonora. Pelo contrário, os dois serviços tenderão a complementar-se
mutuamente, mais do que a prejudicar-se entre si.”
A Administração da Rádio e Televisão de Portugal assumia assim, e em
pleno, a necessidade de mudança na cultura da empresa. Em 2003, a
aproximação entre a RTP (Radiotelevisão portuguesa) e RDP (Radiodifusão
portuguesa) “era ponto assente para o Conselho de Administração que
respondia pelas estações de rádio e televisão de serviço público”38.
36Declarações do jornalista da delegação de Coimbra e subdiretor de informação José Manuel Portugal em entrevista no programa Portugal no Coração, referentes ao papel e conteúdos produzidos pelo centro da RTP instalado na cidade de Coimbra.
37Presidente do Rádio Clubes Português e representante das estações particulares de radiodifusão na
Comissão que elaborou o relatório sobre o advento da TV. Museu RTP. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe50/TVEMPORTUGALOEstudoEALegislacao/Pag7/defa
ult.htm
38 50 anos história RTP. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe00/RadioETelevisaoDePortugal-
OCicloDasGrandesDecisoes/default.htm
38
Assim, as entidades que antes estavam separadas e representavam
entidades jurídicas independentes foram alvo de restruturação em 2004,
fundidas numa só empresa pública, denominada Rádio e Televisão de Portugal.
Esta reestruturação visava, fundamentalmente, promover o
aproveitamento de sinergias através da “integração de todos os serviços
administrativos e de suporte, da concentração das instalações físicas das duas
empresas em Lisboa e da utilização comum de estruturas regionais e
internacionais.”39
Neste contexto de mudanças, as estruturas físicas dos centros regionais
sofreram alterações e a RTP Coimbra não foi exceção. Segundo o relatório de
contas de 2004 da RTP40, este foi o ano não só da inauguração da Nova Sede, na
Av. Marechal Gomes da Costa (31 de Março de 2004), que representou “a
primeira fase de um processo que visa concentrar num único local a globalidade
das atividades da RTP e RDP que se exercem na área de Lisboa”, mas também de
mudanças na rede das delegações regionais. Ainda no relatório de contas
designado, é descrito que “o edifício histórico da RDP sofreu uma profunda
renovação, instalando-se um estúdio de televisão completo e transferindo-se a
RTP para as novas instalações.”
Esta foi uma missão que desejava o aproveitamento das estruturas
comuns e da consequente exploração de sinergias na área técnica e produtiva. A
delegação da RTP instalada em coimbra passou assim a funcionar com as
valências de jornalismo radiofónico e televisivo.
Essa agregação na mesma casa de dois meios distintos promoveu
intermerdialidades que segundo Mendes (2011:3) deve ser tido como “as
práticas comunicacionais desenvolvidas simultaneamente em, ou para,
diferentes media, ou usando meios e dispositivos comuns a diferentes media”,
39 50 Anos História RTP. Disponível em
https://museu.rtp.pt/livro/50Anos/Livro/DecadaDe00/RadioETelevisaoDePortugal-
OCicloDasGrandesDecisoes/Pag3/default.htm
40 Relatório de Contas RTP (pág. 15) Disponível para consulta em http://media.rtp.pt/empresa/wp-
content/uploads/sites/31/2015/07/2004-relatorio-contas.pdf
39
neste caso a rádio e televisão. Neste contexto, importa referir também o
conceito de transmedialidade, tendo em conta a produção de conteúdos que
ultrapassam a barreia de vários media.
Na delegação de coimbra, a par das sinergias das estruturas físicas em
que as redações de rádio e televisão estão integradas no mesmo edifício,
também as sinergias produtivas se faziam notar. Frequentemente, o
coordenador Pedro Ribeiro e os jornalistas previam as potencialidades futuras
ou não da produção de um mesmo conteúdo tanto para rádio como para
televisão. Esse era também um dos objetivos da sinergia na mesma delegação,
podendo ler-se no relatório de contas de 200441 que “os jornalistas, sempre que
se justificou, realizaram trabalho de reportagem para a RDP e RTP, em
simultâneo, cumprindo a satisfação de sinergias possibilitadas pela criação do
Centro Regional Comum”.
Vários foram os trabalhos acompanhados pelo estagiário em que o
jornalista saía em trabalho para dar cobertura a determinado acontecimento e
produzia para ambos os meios, rádio e televisão. Um exemplo prático desta
situação em que o jornalista assume um papel multitasking, aconteceu a 11
novembro. Neste dia, o jornalista Horácio Antunes foi destacado, em conjunto
com o operador de imagem Paulo Oliveira, para dar cobertura à plantação de
árvore na mata do Buçaco, protagonizada por José Cid. O jornalista Horácio
Antunes é jornalista da Antena 1, mas algumas vezes é lhe solicitado para
trabalhar em conteúdos televisivos e por isso, neste caso, produziu uma peça
para a Antena 1 e outra para a RTP sobre a plantação de uma árvore por José Cid
na mata do Buçaco.
Mas a incorporação da RDP e da RTP no mesmo edifício em Coimbra
promoveu outro tipo de sinergias, mesmo sendo os mesmos conteúdos
produzidos por um jornalista proveniente da rádio e outro pela televisão. Era
41 Relatório de Contas RTP (pág. 33) Disponível para consulta em http://media.rtp.pt/empresa/wp-
content/uploads/sites/31/2015/07/2004-relatorio-contas.pdf
40
frequente política da delegação de coimbra a sinergia a nível dos veículos da
empresa, por exemplo. Em diversas situações durante o período de estágio, era
habitual o jornalista de rádio, de televisão e operador de imagem deslocarem-se
no mesmo veículo da empresa para dar cobertura a determinado
acontecimento. Se esta sinergia pode revelava diversas vantagens para a
empresa pode, porém, revelar algumas dificuldades ao entendimento entre
diferentes meios.
As práticas de produção para a rádio e televisão são distintas. Enquanto
o jornalista de rádio deve conseguir envolver o ouvinte na estória, descrevendo
tudo o que vê pela ausência da imagem e captando os sons do meio que envolve
o acontecimento para melhor descrever a estória, um direto televisivo pode
simplificar o processo através da imagem. Contudo, estas práticas jornalísticas
diferenciadas podem dificultar a recolha de informações no terreno por
profissionais de rádio e televisão que, sustentados pela política das sinergias,
precisam de espaços temporais diferenciados para a recolha de dados,
incompatibilidades que se verificavam, em muitos casos, na delegação em causa.
Esta sinergia dos equipamentos da empresa era frequente. A título de
exemplo, das 22 peças radiofónicas que segui e realizei acompanhada por um
jornalista de rádio, 16 foram produzidas também para a televisão.
O processo de sinergia de redações integradas de rádio e televisão na
delegação de Rádio e Televisão de Coimbra, situada na Rua Dr. José Alberto Reis,
fez-se acompanhar de proveitos para a empresa e para a produção multifacetada
de conteúdos mas também de alguns inconvenientes em situações específicas:
incompatibilidades horárias para os dois meios, sendo que os profissionais de
televisão usufruem de isenção de horário; a capacidade de produzir para os dois
meios de alguns jornalistas em relação a outros, o que pode trazer complicações
na coordenação da agenda e na relação profissional; a pouca disponibilidade de
cedência de conteúdos de um meio para o outro, em que um vivo televisivo
poderia ser reaproveitado, através da sua prévia conversão, para utilização de
RM radiofónico, a título de exemplo.
41
5.3 O Papel da Delegação Coimbra no Serviço Público de Televisão e a Relação com os centros de Produção em Lisboa e Porto
Uma televisão de serviço público deve sustentar-se de diferentes vozes,
pensamentos, mas também de díspares fontes, temas e territórios que mediatiza
para conseguir sucesso na proximidade de públicos distintos, quer em literacia
quer em modos de vida.
No artigo 50.º42, o ponto 2 da Lei nº27/2007, de 30 de junho, define um
dos princípios do serviço público de televisão como garante da “observância dos
princípios da universalidade e da coesão social (…)”. Mas para Felisbela Lopes
(1999:87) só é possível que um telejornal de serviço público promova o
fortalecimento da coesão social se “os factos noticiados forem diversificados
quer na temática quer geograficamente”. Esta distribuição geográfica deve ser
visível e promovida na informação televisiva de serviço público, que aliás é
facilitada em Portugal pela presença das delegações de Rádio e Televisão de
Portugal em pontos estratégicos do país.
A Delegação da RTP Coimbra teve já a seu cargo a produção de
programas. Contudo, atualmente é responsável pela produção de conteúdos
informativos televisivos, para integrar posteriormente os vários noticiários da
RTP1 e RTP3 (Bom dia Portugal, Jornal da Tarde, Portugal em Direto, Telejornal
e todos do canal 3) e, esporadicamente, para os noticiários da RTP2.
A delegação tem um papel substancial na produção de informação para
a estação pública televisiva, nomeadamente no que respeita a ocorrências em
Coimbra, cidade muitas vezes escrutinada nos noticiários (depois de Lisboa e
Porto). Na apreciação de Cebrián Herreros43 (apud Lopes, 1999:74) a delegação
da RTP em Coimbra produz conteúdos de prioridade uma vez que “mais do que
42O artigo 50.º da Lei da Televisão indicado na Lei nº27/2007, de 30 de junho, manteve-se inalterado
com as alterações pela Lei n. º8/2011, de 11 de Abril e Lei n.º 40/2014, de 9 de julho
43Num livro da sua autoria dedicado à informação televisiva, Herreros afirma “que os telejornais
ganharam uma autonomia tal que podem ser considerados os eixos ao redor dos quais gira toda a
programação (apud Lopes, 1999:74)
42
outro tipo de programas, a informação tem sempre o seu lugar cativo numa
estação generalista situando-se em momentos de grande audiência, onde este
tipo de conteúdos se “assume como coluna vertebral da programação
conferindo ao respetivo canal um certo prestígio.”
As televisões generalistas parecem atender aos conteúdos informativos
como prioritários. Recorrendo a um estudo realizado pela MediaMonitor, entre
1 de Janeiro e 15 de Novembro de 2015, essa situação é verificável relativamente
à tipologia de programas emitidos pela RTP1, RTP2, SIC e TVI que a informação
lidera a oferta programática destes canais. Na página online do Grupo Marktest44
(anexo 1) - onde é possível aceder a esta análise de dados – é observável que
mais de um em cada cinco minutos de emissão foi relativo a programas de
informação (21% da oferta total).
Para além de conteúdos televisivos, a delegação produz conteúdos
informativos para os noticiários da Antena 1 (noticiários de hora a hora, Portugal
em Direto), daí providenciar a convergência de redações de rádio e televisão
como referido no ponto anterior.
A ocupar o papel de delegação, este centro em Coimbra estabelece uma
relação naturalmente vincada e dependente dos centros de produção de Lisboa
e do Porto, locais onde estão instalados os estúdios televisivos para os noticiários
a partir dos quais os mesmos são emitidos. Todavia, esta relação que a delegação
da RTP Coimbra estabelece com a sede em Lisboa o centro de produção do Porto
é acompanhada de dificuldades45 – essencialmente comunicacionais, mas
também técnicas - que irão ser descritas daqui em diante.
O planeamento da delegação de coimbra com Lisboa e Porto é baseado
em reuniões maioritariamente concretizadas através de videoconferência,
habitualmente realizado uma vez por semana, às quintas-feiras. A articulação é
44 O Grupo Marktest é constituído por várias empresas especializadas na área de estudos de mercado e
processamento de informação. Disponível em http://www.marktest.com/wap/a/n/id~1fd2.aspx
[consultado a 4 de março 2017]
45As dificuldades comunicacionais e técnicas descriminadas correspondem às notadas na duração
correspondente ao estágio, durante os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2016.
43
feita através do coordenador da delegação de coimbra e dos coordenadores de
programas, sobretudo do Bom dia, do Jornal da Tarde, do Portugal em Direto e
do telejornal.
A articulação entre a delegação da delegação em Coimbra e os Centros
de Produção nem sempre é bem-sucedida. No que respeita à produção de
conteúdos, a dependência face aos centros de produção de Lisboa e Porto é
elevada e a maioria dos conteúdos são solicitados por estes centros. Porém,
ainda que esporadicamente, a falta de comunicação promoveu casos em que os
conteúdos solicitados por profissionais da RTP em Lisboa, não tiveram depois
lugar no alinhamento de nenhum dos blocos noticiosos.
A coordenação de programação em Lisboa, com a frequente alteração de
responsáveis, pode promover situações como esta, em que a falta de
comunicação entre coordenadores do mesmo noticiário, deixa “cair em
esquecimento” um conteúdo que havia sido solicitado e produzido
atempadamente pela delegação de coimbra. Ainda a acrescentar que esses
conteúdos, quando emitidos, não identificavam, esporadicamente, os autores
(não destacando que o trabalho pertencia aos profissionais da delegação em
causa) ou não atribuíam oráculos aos vivos.
4.2 Obstáculos e desafios do serviço público na informação televisiva – o caso da RTP Coimbra
Apesar de edificar a principal Delegação da Rádio e Televisão de Portugal
a nível nacional - a maior em termos dimensionais e pelo número de profissionais
que emprega – e da relevância que detém no processo noticioso imediatamente
após os Centros de Produção de Lisboa e do Porto, pode afirmar-se que existem
especificidades de um jornalismo de proximidade, nomeadamente na gestão da
proximidade dos jornalistas com as próprias fontes. Esta particularidade reflete-
se, para Carlos Cipriano46num verdadeiro desafio para a profissão: “Muitos
46Declarações de Carlos Cipriano, diretor da Gazeta das Caldas, no 4º congresso de jornalistas
44
jornalistas cruzam-se com assessores de imprensa, membros do governo,
administradores de grandes empresas... (…) No final de contas, é tudo uma
grande aldeia. E de facto, conhecemos as fontes todas (…) Isto, de facto, coloca
um desafio para o jornalista (...) Como é que isto se resolve? Resolve-se se
fizermos um trabalho sério, se formos jornalistas”.
Carlos Cipriano admite a inevitável proximidade diária com as fontes e a
dificuldade para os jornalistas em não se imiscuírem nessa realidade, isto se o
jornalismo for tomado como um trabalho sério. O facto da delegação em análise
estar instalada em Coimbra - e apesar agregar outras áreas de intervenção em
distritos como Aveiro e Leiria – propicia a que se verifiquem mais
acontecimentos mediatizados na cidade de Coimbra. Os profissionais desta
delegação da RTP, cruzam-se repetidamente com as mesmas fontes políticas, os
mesmos assessores de imprensa, os mesmos dirigentes desportivos ou
associações porque possuem todos, na sua essência, a mesma área de atuação
e, por esse motivo se trata de “um jornalismo de proximidade,
fundamentalmente comprometido com a sua região e as suas gentes” (Lopes. R.,
2003: 37).
No decorrer do estágio, ficou a compreensão de que tempo na delegação
para produção dos conteúdos é frequentemente escasso, com visíveis deadlines
apertados que condicionam o modo de produção dos conteúdos em que “ao
jornalista estabelecem-se dispositivos de temporalidade que o obrigam a uma
prática sob o signo da rapidez (ou precipitação) e da renovação permanente”
(Lopes R., 2003:19). Mas este condicionalismo à prática jornalística é apenas uma
reflexão “do tempo que se torna cada vez mais intensivo, como um sistema de
representação do mundo, sobretudo devido à televisão”. (Brandão: 2010: 28).
Apesar de bem equipados ao nível de meios técnicos, os profissionais da
Delegação da RTP Coimbra, falta tempo, como se supõe na maioria das redações
de jornalismo, para confirmação de fontes e informações, por vezes porque o
tempo entre o acontecimento e a reprodução do mesmo em meios televisivos é
escasso. Como defende Jean-Jacques Jespers (1998:66) “quanto mais se reduz o
tempo entre o acontecimento e o seu relato televisivo, menos é possível
45
assegurar este relato de forma deontológica e metodologicamente aceitáveis. A
título de exemplo, muitos dos conteúdos informativos produzidos no telejornal
(noticiário noturno) eram produzidos a meio da tarde desse mesmo dia, o que
pode prejudicar a produção - quer na escolha de melhores imagens, entrevistas
significativas ou na confirmação de fontes – desses conteúdos. Esta atitude
promovida pela falta de tempo nas redações pode favorecer mutabilidades na
opinião pública já que “a escolha de imagens, dos testemunhos e dos
comentários pode influenciar negativamente a visão dos factos que será grava
no espírito do público, e por vezes de maneira definitiva” (ibidem).
A complexidade de tarefas subjacente ao jornalismo televisivo são ainda
mais agravadas na delegação da RTP Coimbra pela quantidade de profissionais
disponíveis, provocando a acumulação de tarefas inevitáveis. O jornalista
televisivo reúne uma complexidade de tarefas para chegar “à mensagem
virtual”, tais como “encontrar pessoas para entrevistar, combinar encontros,
dirigir-se ao local, dar instruções para a gravação, realizar as entrevistas e
eventuais vivos, consultar os arquivos (..), voltar a escrever a informação numa
linguagem televisiva e gravar um comentário” (Jespers, 1998:84). Porém, a
juntar a todas estas missões do jornalista televisivo, este têm ainda proceder à
edição da mensagem visual recolhida, em conjunto com o operador de imagem.
Em outras circunstâncias, se estes mesmos conteúdos informativos
fossem produzidos pela sede da RTP em Lisboa, haveria um profissional
disponível e com funções específicas de edição e de construção da peça. A
acrescentar a esta multiplicidade de tarefas, o planeamento de “trabalhos
jornalísticos” sofria, frequentemente alterações face à disponibilidade de
entrevistas ou até mesmo à recusa de entrevistados em participar quando
ocupavam o papel de protagonistas na história. Cedendo exemplos práticos do
que foi referenciado, uma situação ocorrida durante o período de estágio são
agora oportunas de revelação. A 29 de setembro, o jornalista da Antena 1,
46
Joaquim Reis, estava escalado para a realização de uma reportagem televisiva47,
em conjunto com o operador de imagem Cláudio Calhau, acerca de um protesto
junto à câmara municipal de Penacova, protagonizado por jovens Guineenses
que estudavam em Portugal durante três anos. O encontro com dois jovens
guineenses – marcado previamente ainda na delegação via contato telefónico –
estava decidido frente à câmara municipal de Penacova e assim aconteceu.
Importa referenciar que estes mesmos jovens haviam sido protagonistas, no dia
anterior, de uma reportagem radiofónica, realizada pelo mesmo jornalista
(Joaquim Reis), acerca do mesmo acontecimento. Porém, quando chegados ao
local e combinadas as instruções para a gravação, os dois jovens recusaram
participar na reportagem pois haviam ponderado sobre o assunto e não queriam
tal protagonismo. Alegaram que não queriam expor a imagem mas
posteriormente foi-lhe dada a possibilidade de manter o anonimato com
alteração do nome e descrição na filmagem, apenas filmando as próprias
sombras. Os jovens recusaram ainda assim, alegando que o assunto ganhara já
as proporções que desejavam e, desta feita, a reportagem acabou por não se
concretizar pela falta de protagonistas na história.
Um outro problema destacado na delegação da RTP Coimbra é a falta de
profissionais que, muitas das vezes, não conseguem responder aos trabalhos
pedidos pela simultaneidade de acontecimentos. No dia 25 de outubro, a
delegação tinha apenas uma equipa disponível na delegação que estava
destinada ao reportar do acontecimento do bebé desaparecido em Amieira, em
Ourém, local a partir de onde faziam constantes diretos. Porém, o bebé, a meio
da manhã, foi encontrado e a mesma equipa – a única disponível para a
cobertura – teve de se deslocar ao Hospital de Leiria para outros diretos
televisivos.
Antes do Hospital, foi solicitado à mesma equipa para uma entrevista às
autoridades que estavam a tomar conta do ocorrência, no posto da polícia, com
47Na delegação da RTP Coimbra, depois da reestruturação da RDP e RTP e união dos profissionais no
mesmo espaço, propiciou o aparecimento do jornalista multitasking (multitarefa), virado para a
transmedialidade (capacidade de produzir para diferentes media).
47
o objetivo de o mesmo jornalista fazer diretos para a rádio Antena 1. Porém,
depois de todo este processo, foi novamente solicitado à equipa de serviço –
Álvaro Coimbra e Pedro Teodoro – que regressassem a Amieira, em Ourém, para
uma entrevista à avó do bebé em causa. Para além dos equipamentos serem já
insuficientes na resposta – as baterias tinham já esgotado -, os profissionais
estavam saturados e com dificuldades na concretização eficaz do trabalho
jornalístico (dado o tempo alargado de trabalho, tendo em conta as viagens
também entre a cidade de Leiria e Coimbra).
Nesta situação, os outros meios de comunicação presentes – SIC, TVI,
CMTV contavam ao seu dispor, sem qualquer exceção, de duas equipas cada um
para dar cobertura ao acontecimento. Este esgotamento profissional repetiu-se
na cobertura de outros casos em que, por exemplo, a 25 de outubro, foram
realizadas buscas ao Bairro do Ingote e todos os outros meios de comunicação
presentes, mais uma vez, dispunham de duas equipas para a cobertura e a RTP
apenas tinha uma equipa estava destacada.
Esta situação pode ser um risco a dois níveis: o condicionamento da
missão televisiva, pela incapacidade de resposta a possíveis casos que até teriam
significação para a cidadania ou, por outro lado, o reportado não corresponder
ao exigido para o caso, pela incapacidade de resposta a todos os pormenores do
caso devido ao esgotamento profissional da dupla jornalística destacada para o
processo.
48
CAPÍTULO VI
METODOLOGIA APLICADA
49
6.1 Estratégia Metodológica
O Corpus pretende focar-se no estudo alusivo ao papel desempenhado
por uma delegação da RTP – neste caso a Delegação da RTP instalada na cidade
de Coimbra – para contributo no serviço público de televisão em Portugal.
Neste capítulo, desenvolver-se-á um estudo empírico efetuado em
contexto de relatório para conclusão de Mestrado em Ciências da Comunicação
– vertente Estudo dos Media e Jornalismo, frequentado na Universidade Nova
de Lisboa, na Faculdade Ciências Sociais e Humanas.
Os estudos empíricos realizados e agora sintetizados, acompanhados
com os seus resultados, foram efetuados no âmbito individual de investigação,
durante o período de estágio. Neste contexto, foram analisados 52 blocos
noticiosos para os quais a Delegação da RTP Coimbra contribuiu através da
produção de conteúdos noticiosos, correspondentes à terceira semana de cada
mês de estágio – Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro de 2016.
6.2 Procedimentos
A recolha de dados realizou-se entre Janeiro e Marco de 2017, através da
observação de telejornais disponíveis para consulta online na RTPPLAY. Os
telejornais em análise correspondem a quatro blocos noticiosos da RTP1 (Bom
dia Portugal; Jornal da Tarde; Portugal em Direto; Telejornal), a nove blocos
noticiosos da RTP3 (Bom dia Portugal que ocorre em simultâneo com a RTP1; 3
às 10; 3 às 11; 3 às 14; 3 às 15; 3 às 16; 3 às 17; 24 Horas; Horas Extraordinárias)
e ao noticiário da RT2, o Jornal2.
Procurando não arriscar que os dados obtidos, após a observação de
noticiários, se assemelhassem nas mesmas categorias temáticas dominantes,
tanto produzidas por outras delegações da RTP e centros de Produção de Lisboa
e Porto como pela própria Delegação da RTP instalada em Coimbra, foi
estipulado que a observação não seria eficaz e apropriada a um mês de estágio
num todo, mas feita uma análise de um mês estruturado, isto é, proceder a
50
análise de uma semana (dias úteis e não úteis) de cada mês correspondente ao
período de realização do estágio.
Assim, a terceira de semana surge como base ao referido estudo empírico
por questões convenientes temporais aquando a realização desse mesmo
período de aprendizagem (já que o estágio teve início apenas na terceira semana
de setembro de 2016 e terminou também na terceira semana respeitante ao mês
de dezembro de 2016).
6.3 Algumas Considerações sobre o Estudo Empírico
O programa “Bom Dia Portugal”, noticiário matutino do serviço público,
tem lugar em simultâneo nos canais RTP1 e RTP3. Assim, as peças realizadas por
a delegação da RTP Coimbra que foram divulgadas neste bloco noticiário foram
contabilizadas uma única vez para efeitos de estudo.
Apenas os noticiários do canal RTP1 contém intervalos, por isso quando
é analisado o alinhamento da notícia produzida pela delegação da RTP Coimbra
deve ser tido em conta que nos blocos de noticiários da RTP3 (3 às 10/3 às 11/3
às 14/ 3 às 15/ 3 às 16/ 3 às 17/ 3 às 18/ 3 ás 19/ 3 às 20/ 24 horas) existe apenas
a primeira parte – e única – desse noticiário. Apenas é indicado na tabela se a
notícia ocupou a primeira ou última parte (no caso do Bom dia Portugal serão
oito partes de informação interrompidas por intervalos) nos blocos de
informação que têm lugar na RTP1.
Quando é referido o tipo de conteúdo estamos a identificar se, à data de
envio, os trabalhos produzidos pela delegação da RTP Coimbra se tratavam de
peças finalizadas – notícias – ou apenas do envio de imagens e entrevistas para
os centros de produção de Lisboa ou Porto a pedido dos mesmos para integração
posterior em peças/ reportagens.
No caso de se tratarem de imagens ou entrevistas, é necessário assumir que
estes conteúdos foram enviados pela delegação de Coimbra em bruto, isto é,
sem qualquer tipo de edição.
51
O Duplex é um sistema de comunicação composto por dois interlocutores
– neste caso estabelecendo a comunicação entre a delegação da RTP coimbra e
o Centro de Produção de Lisboa ou Porto – que podem comunicar, numa
transmissão em direto, em ambas as direções.
6.4 Recolha e Tratamento de dados empíricos
Os dados recolhidos dos conteúdos produzidos pela delegação da RTP Coimbra
serão agora detalhados, em forma de tabela, mês a mês. A primeira semana de
análise corresponde ao mês de Setembro.
TABELA 1. ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE SETEMBRO (SEM. 19 A 25)
CONTEÚDOS PRODUZIDOS PELA
RTP COIMBRA
ENCONTROS DE MAGIA
(2:55min) (22SET)
PRAXE ACADÉMICA EM COIMBRA
(1:49min) (23SET)
BENÇÃO DOS CAPACETES EM FÁTIMA
(2:35min) (25 SET)
TIPO DE CONTEÚDO NOTÍCIA NOTÍCIA DIRETO
PROGRAMA (S) PORTUGAL EM DIRETO (RTP1)
3 Às 14 (RTP3)
PORTUGAL EM DIRETO (RTP1) JORNAL DA TARDE (RTP1)
3 Às 15 (RTP3) JORNAL DA TARDE (RTP1)
ALINHAMENTO PD: PENÚLTIMA (1ºPARTE DE
2) 3 ÀS 14: PENÚLTIMA NOTÍCIA
PD: ÚLTIMA NOTÍCIA (1ºPARTE DE 2)
JT: 1ºMETADE DO NOTICIÁRIO (EM 2 PARTES) 3 ÀS 15: ÚLTIMAS CINCO DO
NOTICIÁRIO
JT: ANTEPENÚLTIMA NOTÍCIA DO JORNAL (NUM TOTAL DE
2 PARTES)
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS POSITIVA POSITIVO NEUTRO
CATEGORIAS-TEMÁTICAS SOCIEDADE SOCIEDADE SOCIEDADE
SUB-CATEGORIAS TEMÁTICAS ARTES E ESPETÁCULOS EDUCACÃO RELIGIÃO
ORIGEM SUGERIDO COIMBRA PEDIDO PEDIDO
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE IMAGEM
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: CLÁUDIO CALHAU
JORNALISTA: ÁLVARO COIMBRA
R.I: CLAUDIO CALHAU
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: PEDRO TEODORO
FORMA DIFERIDO DIFERIDO DIRETO
No total do mês de Setembro, a delegação da RTP instalada na cidade de
Coimbra produziu quatro conteúdos: Encontros de Magia Solidária, Praxe
Académica em Coimbra e dois conteúdos relativos à Bênção dos capacetes
Motards em Fátima. Neste mês, o primeiro de estágio e de análise empírica, a
52
delegação de Coimbra produziu três reportagens e um direto (na tabela
seguinte).
ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE SETEMBRO (SEM. 19 A 25- CONTINUAÇÃO)
MOTARDS EM FÁTIMA PARA BENÇÃO DOS CAPACETES EPEDIR PROTEÇÃO (1:35min) (25SET)
A segunda semana de análise corresponde à terceira semana do mês de
Outubro. No total foram produzidos, em Outubro, nove conteúdos noticiosos
pela delegação da RTP em Coimbra.
TABELA 2: ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE OUTUBRO (SEM. 17 A 23)
CONTEÚDOS PRODUZIDOS
PELA RTP COIMBRA
DÍVIDAS AVULTADAS DO
SISTEMA PRISIONAL
(1:30min) (17 E 18OUT)
MINISTRA DA JUSTIÇA SOBRE ENDIVIDAMENTO DAS CADEIAS
(1:51min) (18 E 19 OUT)
30 DOENTES SUBMETIDOS A IMUNOTERAPIA
(1:44min) (18 OUT)
TIPO DE CONTEÚDO
NOTÍCIA IMAGENS E ENTREVISTA NOTÍCIA
PROGRAMA (S)
24 HORAS (RTP3-17OUT) 3 Às 10 (RTP3)
BOM DIA PORTUGAL (RTP1/3 18OUT)
24 HORAS (RTP3-18OUT) 3 As 16 (18- OUT RTP3) 3 Às 11 (RTP3 – 19OUT)
BOM DIA PORTUGAL (RTP1/3)
ALINHAMENTO
24H: 2ºMETADE DO NOTICIÁRIO 3 ÀS 10: ENTRE 3º E 5º PÓS-
INTERVALO BDP: ANTEPENÚLTIMA NOTÍCIA PRÉ-INTERVALO; 1º METADE DO NOTICIÁRIO
3 ÀS 16: MEIO NOTICIÁRIO 24 H: 1º METADE DO NOTICIÁRIO
3 ÀS 11: 2º METADE DO NOTICIÁRIO
BDP: 2º METADE DO NOTICIÁRIO
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS
NEUTRA NEUTRA POSITIVA
CATEGORIAS TEMÁTICAS
ECONOMIA ECONOMIA SOCIEDADE
SUB-CATEGORIAS TEMÁTICAS
ORDEM E SEGURANÇA INTERNA ORDEM E SEGURANÇA INTERNA SAÚDE
ORIGEM PEDIDO PEDIDO PEDIDO
TIPO DE CONTEÚDO NOTÍCIA
PROGRAMA (S) TELEJORNAL (RTP1)
ALINHAMENTO TJ: ÚLTIMA NOTÍCIA (1º PARTE EM 2)
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS NEUTRA
CATEGORIAS TEMÁTICAS SOCIEDADE
SUB-CATEGORIAS TEMÁTICAS RELIGIÃO
ORIGEM PEDIDO
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE IMAGEM
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: PEDRO TEODORO
FORMA DIFERIDO
53
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE
IMAGEM
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: PEDRO TEODORO
JORNALISTAS: PAULO ROLÃO (Coimbra) /RAQUEL
AMADO) R.I: PAULO MAIA GOMES (fora de
Coimbra)
JORNALISTA: ALVARO COIMBRA
R.I: PEDRO TEODORO
FORMA DIFERIDO DIFERIDO DIFERIDO
ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE OUTUBRO (SEM. 17 A 23 - CONTINUAÇÃO)
CONTEÚDOS PRODUZIDOS PELA RTP
COIMBRA
DEGRADAÇÃO DA
SECUNDÁRIA JOSÉ
FALCÃO
(1:51min) (17, 18 e 19
OUT)
JULGAMENTO DE FAMÍLIA ACUSADA DE
ESCRAVIZAR UM HOMEM EM ÉVORA (2:40min) (20 OUT)
CRITICAL SOFTWARE CRIA SOFTWARE NA MISSÃO A MARTE
(1:20min) (20 OUT)
TIPO DE CONTEÚDO NOTÍCIA IMAGENS E ENTREVISTA DIRETO
PROGRAMA (S)
PORTUGAL EM DIRETO (RTP 1 – 17OUT)
BOM DIA PORTUGAL (RTP1/3- 18OUT)
3 Às 14 (RTP3)
3 Às 14 (RTP3) JORNAL DA TARDE (RTP1)
TELEJORNAL (RTP1)
PORTUGAL EM DIRETO (RTP1)
ALINHAMENTO
PD: 3º O 5º PÓS-INTERVALO BDP: 2ºMETADE (5ºPARTE);
2º METADE (8ºPARTE) 3 ÀS 14: ANTEPENÚLTIMA
NOTÍCIA
3 ÀS 14: 2º METADE NOTICIÁRIO
JT:1º METADE (EM 2) TL: 11º 1º METADE (EM 2)
PD:3º O 5º PÓS-INTERVALO
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS NEGATIVO NEUTRO POSITIVO
CATEGORIAS TEMÁTICAS SOCIEDADE SOCIEDADE SOCIEDADE
SUB-CATEGORIAS TEMÁTICAS
EDUCAÇÃO TRIBUNAIS E JUSTIÇA TECONOLOGIA E CIÊNCIA
ORIGEM PEDIDO PEDIDO PEDIDO
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE IMAGEM
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: PEDRO TEODORO
JORNALISTAS: PAULO ROLÃO (Coimbra) /RAQUEL GOMES/TERESA
MARQUES R.I: PEDRO TEODORO
(Coimbra) /JOSÉ CARRILHO
JORNALISTA: ÁLVARO COIMBRA
R.I: PAULO OLIVEIRA
FORMA DIFERIDO DIFERIDO DIFERIDO
ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE OUTUBRO (SEM. 17 A 23 - CONTINUAÇÃO)
CONTEÚDOS PRODUZIDOS PELA
DELEGAÇÃO DA RTP COIMBRA
GOVERNO APROVA
PLANO DE PRIORIDADE
AO INTERIOR
(4:28min) (20OUT)
NOTAS INFLACIONADAS PODERÃO SER
REAJUSTADAS NO ENS. SUPERIOR
(1:52 min) (21 OUT)
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO ENSINA
OBRA DE BOB DYLAN (2:04 min) (21 OUT)
TIPO DE CONTEÚDO DUPLEX ENTREVISTA NOTÍCIA
PROGRAMA (S)
JORNAL 2
TELEJORNAL (RTP1)
JORNAL DA TARDE (RTP1)
ALINHAMENTO JORNAL 2: 3º DE ABERTURA TL: 1º METADE (1ºPARTE EM
2) JT: ÚLTIMA NOTÍCIA DO
NOTICIÁRIO
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS POSITIVO NEUTRO NEUTRO
CATEGORIAS TEMÁTICAS POLÍTICA SOCIEDADE SOCIEDADE
SUB-CATEGORIAS TEMÁTICAS
ESTADO (GOVERNO) EDUCACÃO EDUCAÇÃO
ORIGEM PEDIDO PEDIDO SUGERIDO COIMBRA
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE IMAGEM
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: PAULO OLIVEIRA
JORNALISTAS: PEDRO RIBEIRO (Coimbra) /DIANA PALMA DUARTE
R.I: PEDRO TEODORO (Coimbra) /MARQUES
ALMEIDA
JORNALISTA: ÁVARO COIMBRA
R.I: CLAÚDIO CALHAU
FORMA DIRETO DIFERIDO DIFERIDO
54
No total foram produzidos nove conteúdos pela delegação da RTP
Coimbra no mês de Outubro referentes: Governo aprova plano de prioridade ao
interior; Possível reajustamento de notas inflacionadas; Professor Universitário
ensina obra de Bob Dylan; Degradação da Secundária José Falcão; Julgamento de
Família acusada de escravizar homem em Évora; Critical Software cria software
na missão a Marte; Dividas avultadas no sistema prisional; Ministra da Justiça
comenta dividas avultadas no sistema prisional; 30 doentes submetidos a
tratamentos de Imunoterapia. No total, foram contabilizadas quatro notícias, um
duplex, um envio exclusivo de entrevista, um direto e dois envios de imagens e
entrevistas para os Centros de Produção de Lisboa e Porto.
No total, a delegação da RTP Coimbra produziu dez conteúdos
informativos ao longo da terceira semana do mês de Novembro (a terceira de
análise neste estudo empírico).
Esta é a semana de análise que mais conteúdos contabilizou, produzidos
pela RTP Coimbra.
TABELA 4: ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE NOVEMBRO (SEM. 14 A 20)
CONTEÚDOS PRODUZIDOS PELA
RTP COIMBRA
SOBREVIVENTES DE CANCRO
(2:16min) (15 e 16 NOV)
CIRURGIA AUTOTRANSPLANTE DE FÍGADO
(1:34 min) (16 e 17NOV)
FALHAS NO SINAL DA TDT (2:26) (16 NOV)
TIPO DE CONTEÚDO NOTÍCIA NOTÍCIA ENTREVISTAS
PROGRAMA (S)
PORTUGAL EM DIRETO (RTP1 15NOV)
BOM DIA PORTUGAL (RTP1/3-16NOV 3 ÀS 15 (RTP3- 16NOV)
PORTUGAL EM DIRETO (RTP1 16NOV) TELEJORNAL (RTP1 16 NOV))
BOM DIA PORTUGAL (RTP1/3 17NOV)
TELEJORNAL (RTP1)
ALINHAMENTO PD: 1ºNOTÍCIA PÓS INTERVALO
BDP: 2º METADE DO NOTICIÁRIO 3 ÀS 15: ANTEPENÚLTIMA NOTÍCIA
PD: 1º NOTÍCIA DA 2ºPARTE TJ: 2º METADE DO NOTICIÁRIO
BDP: 2º METADE DO NOTICIÁRIO
TJ: ÚLTIMA NOTÍCIA PRÉ-INTERVALO
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS
POSITIVA NEUTRO NEUTRO
CATEGORIAS TEMÁTICAS SOCIEDADE SOCIEDADE SOCIEDADE
SUB- CATEGORIAS TEMÁTICAS
SAÚDE SAÚDE TECNOLOGIA E CIÊNCIA
ORIGEM PEDIDO PEDIDO PEDIDO
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE IMAGEM
JORNALISTA: ÁLVARO COIMBRA
R.I: PEDRO TEODORO
JORNALISTA: ÁLVARO COIMBRA
R.I: PAULO OLIVEIRA
JORNALISTA: PEDRO RIBEIRO
R.I: PAULO OLIVEIRA
FORMA DIFERIDO DIFERIDO DIFERIDO
55
56
ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE NOVEMBRO (SEM. 14 a 20- CONTINUAÇÃO)
CONTEÚDOS PRODUZIDOS
PELA RTP COIMBRA
7 MILITARES DETIDOS
POR MORTES NOS
COMANDOS (1:56min)
(17NOV)
FEIRA DO MEL E DA CASTANHA NA
LOUSÃ (2:01 min) (18NOV)
7 MILITARES PRESENTES AO JUIZ DE INSTRUÇÃO
(2:49 min) (17 e18NOV)
TIPO DE CONTEÚDO DIRETO NOTÍCIA IMAGENS
PROGRAMA (S) 3 AS 14 (RTP3
PORTUGAL EM DIRETO
(RTP1)
24 HORAS (17NOV) JORNAL 2 (17NOV)
BOM DIA PORTUGAL (18NOV)
ALINHAMENTO 3ºNOTÍCIA DE ABERTURA PD: PENÚLTIMA
NOTICIA PRÉ-INTERVALO
24 HORAS: 1ºNOTICIA DE ABERTURA JORNAL 2: 2º NOTÍCIA DE ABERTURA
BDP: 1ºMETADE NOTICIÁRIO/ 1ºMETADE DO NOTICIÁRIO/ 1º METADE DO NOTICIÁRIO/
2ºMETADE DO NOTICIÁRIO
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS
NEGATIVO POSITIVO NEUTRO
CATEGORIAS-TEMÁTICAS
SOCIEDADE CULTURA SOCIEDADE
SUB - CATEGORIAS TEMÁTICAS
TRIBUNAIS E JUSTIÇA FESTIVIDADES/SOLENID
ADES JUSITÇA E TRIBUNAIS
ORIGEM PEDIDO PEDIDO PEDIDO
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE
IMAGEM
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: PAULO OLIVEIRA
JORNALISTA: PAULA COSTA
R.I: PAULO OLIVEIRA
JORNALISTAS: PAULO ROLÃO (coimbra) / MARCELO SOBRAL/ SANDRA FELGUEIRAS/DIANA DUARTE
R.I: PAULO OLIVEIRA (coimbra)
FORMA DIRETO DIFERIDO DIFERIDO
ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE NOVEMBRO (SEM. 14 A 20 -
CONTINUAÇÃO)
CONTEÚDOS PRODUZIDOS
PELA RTP COIMBRA
JERÓNIMO DE SOUSA
DISCURSA EM COIMBRA
(0:55 min) (17 e 18NOV)
50 ANOS DO CÓSIGO CIVIL (3:04 min) (16NOV)
FESTIVAL CAMINHOS DO CINEMA PORTUGUÊS (55seg/1:30 min) (18
NOV)
TIPO DE CONTEÚDO
IMAGENS DUPLEX DUPLEX
PROGRAMA (S)
24 HORAS (RTP3 – 17NOV) 3 AS 10 (RTP3 – 18 NOV) 3 AS 11 (RTP3 – 18 NOV)
JORNAL DA TARDE (RTP1 – 18NOV)
3 AS 14 (RTP3 – 18 NOV)
JORNAL 2 (RTP2)
JORNAL 2 (RTP2) BOM DIA PORTUGAL)
ALINHAMENTO
24 HORAS: 1º METADE 3 ÀS 10: 1º METADE DO
NOTICIÁRIO 3 ÀS 11:2ºNOTÍCIA
ABERTURA JT: 2º METADE DO
NOTICIÁRIO 3 AS 14: ENTRE AS 5
ÚLTIMAS
JORNAL 2: ENTRE AS 5 ÚLTIMAS DO
NOTICIÁRIO
JORNAL 2 – PENÚLTIMA NOTÍCIA
BDP – ANTEPENÚLTIMA NOTÍCIA
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS
NEUTRO NEUTRO NEUTRO
CATEGORIAS TEMÁTICAS
POLÍTICA POLÍTICA CULTURA
SUB-CATEGORIAS TEMÁTICAS
PARTIDOS POLÍTICOS FESTIVIDADES/SOLENIDADES ARTES E ESPETÁCULOS
ORIGEM PEDIDO PEDIDO PEDIDO
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE
IMAGEM
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: PAULO OLIVEIRA R.I: PEDRO TEODORO R.I: PAULO OLIVEIRA
FORMA DIFERIDO DIRETO DIRETO
57
ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE NOVEMBRO (SEM. 14 A 20 -CONTINUAÇÃO)
PRESENTES A TRIBUNAL OS 7 MILITARES DETIDOS (0:15seg) (18 NOV)
No total, a delegação da RTP Coimbra produziu, na terceira semana do
mês de Novembro, dez conteúdos informativos referentes a: Sobreviventes de
Cancro; Cirurgia de Autotransplante de Fígado; Falhas no Sinal TDT; sete militares
detidos por mortes nos comandos; Feira do Mel e da Castanha na Lousã; 7
Militares detidos presentes ao Juiz de Instrução; Jerónimo de Sousa discursa em
coimbra; 50 anos do código civil; Festival Caminhos do Cinema Português;
Presentes a Tribunal os sete militares detidos. No total, a delegação da RTP
Coimbra produziu, na terceira semana do mês de novembro, três notícias, um
direto, dois duplex, um envio de entrevistas e três envios de imagens para os
Centros de Produção de Lisboa e Porto.
TABELA 4: ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE DEZEMBRO (SEM. 12 A 18)
Durante a terceira semana do mês de Dezembro, a delegação da RTP
coimbra produziu apenas quatro conteúdos.
TIPO DE CONTEÚDO IMAGENS (ACOMPANHADO COM OFF PIVOT)
PROGRAMA (S) 3 Às 10 (RTP3) 3 Às 11 (RTP3)
ALINHAMENTO 3 ÀS 10: ENTRE 3º E 5º DE ABERTURA 3 ÀS 11: 1º METADE DO NOTICIÁRIO
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS NEUTRA
CATEGORIAS TEMÁTICAS SOCIEDADE
SUB-CATEGORIAS TEMÁTICAS TRIBUNAIS E JUSTIÇA
ORIGEM PEDIDO
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE IMAGEM
R.I: PAULO OLIVEIRA
FORMA DIFERIDO
58
CONTEÚDOS PRODUZIDOS
PELA DELEGAÇÃO
DA RTP COIMBRA
PISTA DE GELO
ECOLÓGICA
(3:30 min) (12DEZ)
CONFERÊNCIA SOBRE O MASSACRE DE SANTA CRUZ
ORGANIZADO PELA UNIV.COIMBRA
(1:44min) (13 DEZ)
TAPETE PARA REDUÇÃO DE VELOCIDADE
RODOVIÁRIA (2:20 min) (13 e 14DEZ)
TIPO DE CONTEÚDO
DIRETO NOTÍCIA NOTÍCIA
PROGRAMA (S) PORTUGAL EM DIRETO
(RTP1) 24 HORAS (RTP3)
PORTUGAL EM DIRETO (RTP1 – 13DEZ)
3 Às 15 (RTP3 – 14DEZ
ALINHAMENTO PD: 2ºNOTÍCIA PÓS-
INTERVALO 24HORAS: 1º METADE DO
NOTICIÁRIO
PD: 1ºNOTÍCIA PÓS-INTERVALO
3 ÀS 15: ENTRE 5 ÚLTIMAS
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS
POSITIVO NEUTRO POSITIVO
CATEGORIAS TEMÁTICAS
SOCIEDADE SOCIEDADE SOCIEDADE
SUB -CATEGORIAS TEMÁTICAS
AMBIENTE EDUCACÃO TECNOLOGIA E CIÊNCIA
ORIGEM SUGERIDO COIMBRA PEDIDO PEDIDO
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE
IMAGEM
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: PEDRO TEODORO
JORNALISTA: ÁLVARO COIMBRA
R.I: PEDRO TEODORO
JORNALISTA: PAULO ROLÃO
R.I: CLÁUDIO CALHAU
FORMA DIRETO DIFERIDO DIFERIDO
ANÁLISE REFERENTE À SEMANA 3 DO MÊS DE DEZEMBRO (SEM. 12 A 18-CONTINUAÇÃO)
NOVA UNIDADE DE PEDIATRIA NO HOSPITAL DE COIMBRA (1:11 min) (16DEZ)
No mês de dezembro, foram produzidos quatro conteúdos
informativos referentes a pista de gelo ecológica; Conferência sobre o Massacre
de Santa Cruz organizado pela Universidade de Coimbra; Tapete inovador que
reduz velocidade rodoviária; Nova Unidade de Pediatria no Hospital de Coimbra.
Durante o período de análise, a RTP coimbra produziu um total de 27 conteúdos
informativos. No capítulo seguinte, vamos prosseguir com a discussão dos dados
recolhidos.
TIPO DE CONTEÚDO NOTÍCIA
PROGRAMA (S) PORTUGAL EM DIRETO (RTP1) 3 Às 15 (RTP3)
ALINHAMENTO PD:ENTRE 3º E 5º DE ABERTURA 3 Ao 15:2º METADE DO NOTICIÁRIO
VALÊNCIA DE CONTEÚDOS POSITIVO
CATEGORIAS TEMÁTICAS SOCIEDADE
SUB-CATEGORIAS TEMÁTICAS SAÚDE
ORIGEM PEDIDO
AUTOR: JORNALISTA E REPÓRTER DE IMAGEM
JORNALISTA: ÁLVARO COIMBRA
R.I: PEDRO TEODORO
FORMA DIFERIDO
59
CAPÍTULO VII
DISCUSSÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS
60
7.1 Discussão e Análise dos resultados obtidos em Estudo Empírico
No estudo realizado, A delegação da RTP Coimbra produziu 27 conteúdos
noticiosos (entre peças, imagens e/ou entrevistas em bruto, diretos e duplex),
sendo que esses conteúdos tiveram lugar no alinhamento dos demais programas
em análise 57 vezes. De seguida analisar-se-á para quais os canais – RTP1, RTP2,
RTP3 - a Delegação da RTP Coimbra produziu um maior número de conteúdos.
Quanto a uma análise quantitativa de conteúdos produzidos pela
delegação da RTP Coimbra, é fundamental salientar que o bloco noticioso Bom
Dia Portugal tem transmissão simultânea na RTP1 e na RTP3 e, por esse motivo,
tenha sido contabilizado para efeitos de análise do gráfico anterior em ambos os
canais da estação pública.
No gráfico é observável um maior número de conteúdos noticiosos
produzidos para o canal 1, correspondendo a um total de 27 peças destinadas
aos blocos noticiosos deste mesmo canal e perfazendo 47% da sua produção no
estudo em análise. Essa produção é maior em relação ao canal 3 da estação
público se considerarmos a distinção numerosa dos blocos noticiosos que
integram a RTP1 e a RTP3, já que o primeiro integra apenas quatro blocos
FIGURA 2
61
noticiosos (Bom dia Portugal, Jornal da Tarde, Portugal em Direto, Telejornal), e
o segundo agrega nove blocos noticiários (Bom dia Portugal, exibido em
simultâneo na RTP1, 3 às 10, 3 às 11, 3 às 14, 3 às 15, 3 às 16, 3 às 17, 24 horas,
Horas Extraordinárias). Ainda que atentando a esse fenómeno, a produção de
conteúdos com destino à RTP3 semelhante embora ligeiramente reduzida,
representando um total de 46% da produção da RTP instalada na cidade de
Coimbra. Para a RTP3 foram produzidas um total de 26 peças e a RTP2 regista
apenas 4 peças concebidas por esta delegação (7% de conteúdos produzidos em
análise) no Jornal 2, o único bloco de informação deste canal. Contudo, os canais
subdividem-se em noticiários e para o estudo empírico foram analisados 13 dos
três canais da estação pública.
Analisando os demais blocos noticiosos em análise, o noticiário “Bom Dia
Portugal”, noticiário matutino da RTP1 e com transmissão em simultâneo na
RTP1 e RTP3 com lugar das 6h30 até às 10h00, foi o bloco de noticiário que mais
peças contabilizou no alinhamento da autoria da delegação de Coimbra, com 12
conteúdos informativos a integrarem este noticiário. Seguem-se os restantes
dois blocos noticiosos principais do canal 1 da estação de televisão pública em
Portugal – o Jornal da Tarde e o Telejornal, ambos com cinco conteúdos
noticiosos cada a integrarem o seu alinhamento. Por sua vez, a maioria dos
blocos de noticiário do canal 3 – 3 às 10, 3 às 11, 3 às 14 – contabilizou três
12
5
10
53 3
5 41 0
5
04
PROGRAMAS PARA OS QUAIS A RTP COIMBRA PRODUZIU CONTEÚDOS
(nº peças
FIGURA 3
62
conteúdos noticiosos de coimbra, bem como o Jornal 2, da RTP2. No que respeita
ao noticiário 3 às 15 e 24 Horas, ambos do canal 3 da televisão pública,
contabilizaram cada quatro conteúdos noticiosos nos seus alinhamentos.
Porém, analisar-se-á agora o tipo de conteúdos que o programa Bom dia
Portugal, o bloco noticioso que mais conteúdos produzidos pela delegação de
Coimbra agregou, integrou no seu alinhamento, bem como se esses conteúdos
informativos foram produzidos apenas para o Bom Dia Portugal ou para outros
programas.
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Imagens
Noticia
Duplex
Tipos de conteúdos produzidos para o noticiário "Bom Dia Portugal"
3 as 15 9%
Jornal 217%
Telejornal 8%
(Só) Bom dia Portugal
8%3 às 10
8%3 às 14
8%
Portugal Direto25%
24 Horas17%
PROGRAMAS QUE INTEGRAM OS MESMOS CONTEÚDOS QUE O "BOM DIA
PORTUGAL"
58 %
34%
8 %
FIGURA 4
FIGURA 5
63
No total dos 12 conteúdos que integraram o alinhamento do “Bom Dia
Portugal, 7, 58% dos conteúdos produzidos foram notícias (sete conteúdos), 34%
dos conteúdos são referentes a imagens (quatro conteúdos) produzidas pela
delegação e enviadas para o Centro de Produção de Lisboa e 8% dos conteúdos
produzidos foram duplex (um conteúdo).
Os conteúdos do tipo notícia que integrara o alinhamento do Bom Dia
Portugal foram os seguintes: “Dívidas do Sistema Prisional” (reproduzido duas
vezes, referente a Ordem e Segurança Interna), “Degradação da Escola
Secundária José Falcão” (reproduzido duas vezes, referente a Educação),
“Sobreviventes de Cancro”, “Cirurgia Inovadora Autotransplante de Fígado e 30
doentes que receberam tratamentos de Imunoterapia (Saúde). No alinhamento
do programa Bom dia Portugal esteve incluído um Duplex acerca do Festival
Caminhos (Artes e Espetáculos) e ainda Imagens (reproduzidas quatro vezes)
produzidas pelas delegação da RTP Coimbra acerca dos sete militares detidos por
envolvimento na morte dos comandos.
Na figura 5, verifica-se apenas um conteúdo informativo produzido pela
delegação de Coimbra que integrou exclusivamente o alinhamento do Bom Dia
Portugal, uma peça acerca de 30 doentes que receberam tratamentos de
imunoterapia (integrado na categoria temática Saúde), equivalente a 8% da
produção da delegação especificamente para o alinhamento deste noticiário.
Com o mesmo peso (8%) os conteúdos que integraram o Bom dia Portugal
integraram também outros noticiários como o Telejornal (canal 1), “3 às 10” e “3
às 14” (canal 3), cada noticiário com um conteúdo cada. Com uma frequência
ligeiramente superior, os conteúdos do Bom Dia Portugal fizeram parte do
alinhamento do 3 às 15 em 9% (1 dos conteúdos) e ainda, de forma mais
relevante, no noticiário “24 Horas” e Jornal 2 com 17% (dois dos conteúdos).
Porém, os conteúdos que integraram o alinhamento do Bom Dia Portugal têm
também uma expressão muito significativa e mais frequente no programa
64
Portugal em Direto do canal 1 da estação pública televisiva com 25%, três dos
conteúdos, a integrarem os alinhamentos dos dois noticiários.
O noticiário apresentado por Dina Aguiar, denominado Portugal em
Direto, foi o que contabilizou o maior número de conteúdos noticiosos depois do
programa Bom Dia Portugal. Este programa é um espaço de informação nacional,
com transmissão habitualmente duas horas antes do noticiário noturno do canal
1 – o telejornal – e que tem como objetivo escrutinar os problemas das
populações. Na totalidade, dos 27 conteúdos produzidos durante o estudo
empírico (referentes á terceira semana de cada mês no período de estágio), 10
desses conteúdos foram produzidos para o programa Portugal em Direto.
Como referido acima, o Portugal em Direto foi o segundo noticiário que
mais conteúdos agregou no seu alinhamento produzidos na Delegação da RTP
instalada em Coimbra. Importa então expor os tipos de conteúdos produzidos
para este noticiário e se outros blocos noticiosos integraram esses conteúdos ou
apenas foram produzidos com destino ao “Portugal em Direto”.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Notícia
Direto
Tipo de conteúdos produzidos para o noticiário "Portugal em Direto"
FIGURA 6
65
Ao consultar a página oficial da RTP48 especificamente no programa
“Portugal em Direto”, é visível que este bloco noticioso é construído através da
cooperação dos vários centros regionais da RTP e “dispõe de vários meios
técnicos e meios humanos especiais que lhe permitem deslocar-se às localidades
mais recônditas de Portugal, para garantir em cada emissão, um debate alargado
sobre um tema de interesse local e nacional”. Esta breve exposição pode
elucidar, em grande parte, a produção mais elevada de conteúdos produzidos
pela delegação da RTP Coimbra para este noticiário.
Na totalidade, foram produzidos dez conteúdos noticiosos para o
Portugal em Direto, dos quais nove são notícias – o que representa 10% da
produção da delegação de Coimbra para este noticiário - e um direto com
duração de três minutos e trinta, equivalente a 10% da produção (gráfico 4). O
direto deu a conhecer a da pista de gelo ecológica instalada em Montemor-o-
Velho e as diversas diversões associadas à época festiva natalícia nessa mesma
localidade.
48 Página RTP. Disponível em http://www.rtp.pt/programa/tv/p19455 [consultado a 18 abril 2017]
Jornal da tarde 7%
Telejornal 7%
Bom dia Portugal 22%
3 às 1414%
3 às 1529%
(Só)Portugal Direto21%
Programas que integraram os mesmos conteúdos que o "Portugal em Direto"
FIGURA 7
66
Quanto aos conteúdos produzidos para este noticiário, é evidenciado no
gráfico 7 que os conteúdos noticiosos produzidos pela delegação de Coimbra
com destino ao “Portugal em Direto” foram retransmitidos noutros noticiários
tais como o Jornal da Tarde e o Telejornal, com transmissão de 7% cada desses
mesmos conteúdos, o 3 às 14 com 14%, o Bom dia Portugal com 22% e o 3 às 15
com 29%, sendo este o noticiário que mais retransmitiu os conteúdos que
integraram também o alinhamento do Portugal em Direto.
Contudo há a destacar uma parte da produção de conteúdos noticiosos
pela delegação de Coimbra do total das 10 peças produzidas para este programa
que integraram apenas o alinhamento do Portugal em Direto. Essa produção
exclusiva de conteúdos representa 21% da produção de Coimbra para o
noticiário -um valor significativo – e foi concebido com uma notícia acerca do
software criado pela empresa Critical Software para uma destaca missão a
marte, uma notícia para dar a conhecer a feira do mel e da castanha na Lousã e
ainda um direto acerca da pista de gelo ecológica em Montemor-o-Velho. Este
fenómeno que suporta a produção de peças apenas com destino único ao
noticiário Portugal em Direto pela essência deste espaço informativo que, 49“sem
menosprezar a atualidade, procura dar mais atenção aos assuntos e às pessoas
da nossa terra o que diferencia o seu conteúdo da restante informação
funcionando como um complemento informativo do telejornal, por exemplo”.
Assim, é produção de peças por uma delegação da RTP como a de
Coimbra é importante para a especificidade deste noticiário porque escrutina a
atualidade nacional mas também local, onde a delegação de Coimbra usufrui de
recursos privilegiados pela proximidade que tem da grandes aldeias e pequenas
aldeias que ganham assim voz nos noticiários e na programação da estação
pública.
49 Página RTP. Disponível em http://www.rtp.pt/programa/tv/p19455 [consultado a 18 abril 2017]
67
A delegação da RTP Coimbra é uma instituição que não produz apenas
conteúdos finalizados e editados para integração imediata nos alinhamentos dos
jornais televisivos. A articulação com outras delegações mas principalmente com
os dois centros de produção de Lisboa e Porto é constante e por isso a construção
de conteúdos noticiosos resulta, muitas das vezes, da cooperação entre os
mesmos.
A cooperação entre delegações e os centros de produção de Lisboa e
Porto é uma caraterística comum desta delegação quer para o planeamento quer
para a concretizados dos conteúdos. Apesar dos conteúdos enquanto peças
finalizadas e editadas seja dominante – a representar 52% da produção em
análise (14 conteúdos no total) -, também outras assumem relevância no que
respeita à produção da delegação. Em análise, o duplex, o envio de imagens em
bruto e o direto assumem a mesma relevância, representando 11% da produção
em análise (equivalente à produção de três duplex, três diretos e envio três vezes
de imagens em bruto sem edição para os centros de Produção de Lisboa e Porto.
O envio conjunto de imagens e entrevista ou apenas de entrevista em
bruto, para posterior integração em peças construídas de raiz por Lisboa/Porto
ou outras delegações da RTP instalada pelo país, ocupa uma relevância
semelhante ainda que ligeiramente menor. Este tipo de conteúdos referidos
Peça52%
Direto11%
Imagens (bruto)11%
Entrevista8%
Imagens e entrevista
7%
Duplex11%
Peça Direto Imagens (bruto) Entrevista Imagens e entrevista Duplex
FIGURA 8
68
assumem 7 e 8% da produção da produção da RTP Coimbra, com a produção de
dois destes conteúdos produzidos.
Depois da análise ao alinhamentos da totalidade dos 13 noticiários, dos
27 conteúdos produzidos, um dos mesmos foi notícia de abertura do noticiário –
no noticiário 24 Horas, da RTP3 com a notícia dos sete militares detidos
presentes a juiz de instrução no caso das 2 mortes dos comandos – no dia 17
novembro. Porém um dos conteúdos surgiu também em último no noticiário de
21 outubro no noticiário Jornal da tarde - professor que ensina a obra de Bob
Dylan - da RTP1.
Assim como quantitativamente os conteúdos de abertura e de fecho
criados pela delegação de Coimbra estão equiparados, no que respeita à segunda
notícia de abertura e penúltima do fim do noticiário a situação é semelhante,
com o registo de duas situações para ambos.
Na figura 9 é observável que foram registadas quatros situações em que
os conteúdos produzidos por Coimbra se situaram entre os cinco primeiros da
abertura do bloco noticioso, um número inferior se comparado com os cinco
0 2 4 6 8 10 12 14 16
1º noticia de abertura
2º noticia de abertura
entre 3º e 5º notícia de abertura
1º metade do noticiario (de 6º notícia até antepenultima)
Antepenúltima pré-intervalo
Penúltima pré-intervalo
Última pré-intervalo
Meio noticiario
1º noticia pós intervalo
2º noticia pós intervalo
entre 3º e 5º notícia pós-intervalo
2ºmetade noticiario (de 6ºnotícia até antepenultima)
5º última
Antepenúltima
Penúltima
Última
ALINHAMENTO DE CONTEÚDOS PRODUZIDOS PELA DELEGAÇÃO DA RTP COIMBRA
FIGURA 9
69
últimos conteúdos de fecho do noticiário, situação registada pelos conteúdos
desta delegação em sete vezes. Por três vezes, os conteúdos produzidos por
Coimbra foram notícia de abertura pós-intervalo, também em três vezes foram
o último conteúdo noticioso a ser noticiado antes do intervalo e ainda existem
três registos dos conteúdos se situarem entre o terceiro e quinto lugar de
conteúdos de abertura pós-intervalo.
O estudo empírico permitiu identificar ainda um registo de conteúdos
noticiosos posicionados precisamente ao nível intermédio do bloco noticioso e o
mesmo número de registos de conteúdos na antepenúltima posição pré-
intervalo e no registo na posição de segundo conteúdo de abertura já pós-
intervalo. Por fim, de salientar o registo de duas ocorrências de conteúdos a
ocuparem a penúltima posição pré-intervalo.
Em suma, a figura 9 permite retirar a seguinte ilação: dos 57 registos de
divulgação de conteúdos noticiosos em 27 conteúdos produzidos durante o
período estruturado de análise, 28 dos registos surgiram na primeira
metade/primeira parte do noticiário (dependendo dos casos de blocos
noticiosos sem interrupção ou com interrupção), um registo a nível intermédio e
28 dos conteúdos produzidos surgidos na segunda metade/segunda parte do
noticiário (dependendo dos casos de blocos noticiosos sem interrupção ou com
interrupção). A posição assumida pelos conteúdos produzidos pela delegação da
RTP Coimbra nos alinhamos dos blocos noticiosos é exatamente intermédia, com
50% dos mesmos a integrar a primeira parte/primeira metade e 50% a integrar
a segunda parte/segunda metade.
70
Mas ao proceder-se à comparação exaustiva dos conteúdos produzidos
que constituíram o início do alinhamento da globalidade dos noticiários
televisivos em análise, é evidenciado que os conteúdos produzidos pela
delegação da RTP em Coimbra ocuparam uma disposição superior no fecho dos
blocos noticiosos se atentarmos aos últimos cinco lugares desse noticiário
informativo, comparativamente aos cinco primeiros lugares no alinhamento dos
telejornais.
Os conteúdos em análise produzidos pelos profissionais desta delegação,
registaram-se 10 vezes nesta posição, o que perfaz um total de 32% da totalidade
dos conteúdos registados, comparativamente ao espaço ocupado pelos outros
posicionamentos em análise (cinco notícias de abertura do bloco noticioso, nas
três últimas notícias no pré intervalo, no meio do noticiário e entre as cinco
primeiras notícias pós-intervalo). Na posição intermédia regista-se apenas um
conteúdo noticioso produzido, equivalente a 3 %. Porém a posição assumida em
análise entre as cinco primeiras notícias de abertura (pré-intervalo) e as cinco
primeiras notícias pós-intervalo é igual, com sete conteúdos produzidos para
ambos as frações, equivalente a 23%. Todavia, a proporção de conteúdos da
delegação é menor quanto se atenta ao número de conteúdos integrados no
Entre as 5 primeiras notícias
de abertura 23%
Entre as 3 últimas da 1º parte
19%
Meio noticiario 3%
Entre as 5 primeiras notícias
da 2ºparte 23%
Entre as 5 últimas do noticiário
32%
ALINHAMENTO DOS CONTEÚDOS PRODUZIDOS POR COIMBRA EM PERCENTAGEM
FIGURA 10
71
alinhamento imediatamente antes da interrupção do bloco noticioso,
representado 19% dos conteúdos, isto é, seis conteúdos neste segmento.
Apenas um dos conteúdos informativos produzidos por esta delegação
foi notícia de abertura do noticiário da RTP3 “24 Horas”, relativamente à
subcategoria temática “Justiça e Tribunais” sobre a detenção de 7 militares por
duas mortes nos comandos. Assim, quatro das sete notícias que ocuparam os
primeiros cinco lugares de destaque no alinhamento estão relacionadas com a
detenção dos 7 militares no caso dos comandos, sendo a subcategoria Justiça e
Tribunais, dos conteúdos produzidos pela delegação, o conteúdo que maior
destaque recebeu nos alinhamentos. O fenómeno pode ser explicado pelo
envolvimento do exército e pelas vítimas mortais em causa.
Porém, a categoria temática “Política” assume uma posição de destaque,
já que dois dos três conteúdos informativos produzidos pela delegação desta
categoria temática está entre as cinco primeiras posições do alinhamento.
Na subcategoria temática “Partidos políticos” as imagens enviadas do
discurso em Coimbra do Líder do PCP, Jerónimo de Sousa, foram o segundo
conteúdo de abertura do programa “3 às 11” e o duplex para o “Jornal 2” sobre
a aprovação do plano prioritário do Governo para o interior foi o 3º conteúdo
informativo de abertura deste noticiário (subcategoria Governo-Estado). Por fim,
as dívidas avultadas do sistema prisional português, noticiado no “3 às 10”, na
Conteúdos posicionados entre os cinco primeiros de
abertura de noticiários Programa Alinhamento
Categoria Temática
Subcategoria Temática
Tipo de Conteúdo
Líder do PCP, Jerónimo de Sousa, discursa em Coimbra
3 Às 11 2º Notícia Politica Partidos políticos Imagens
Presentes a tribunal os 7 militares detidos
3 Às 10 4ºnotícia Sociedade Justiça e Tribunais Imagens
7 Militares detidos por morte nos comandos
3 Às 14 3º Noticia Sociedade Justiça e tribunais DIRETO
7 Militares detidos presentes a juiz de instrução
24 Hora24s
1º Noticia Sociedade Justiça e tribunais Envio de
imagens (peça conjunta)
7 Militares detidos presentes a juiz de instrução
Jornal 2 2ºnoticia Sociedade Justiça e tribunais Envio de
imagens (peça conjunta)
Governo aprova plano prioritário para o Interior
Jornal 2 3ºnoticia Politica Governo (Estado) Duplex
Dividas avultadas do sistema prisional
3 Às 10 4º Noticia Economia Ordem e Segurança
interna Notícia
72
subcategoria ordem e segurança interna, ocupou a quarta posição no
alinhamento.
Dos sete conteúdos produzidos pela delegação de Coimbra que
mereceram destaque, três resultaram da cooperação com o centro de Produção
de Lisboa – duplex (Jornal 2) e detenção dos sete militares por mortes nos
comandos para os programas 24 Horas e Jornal 2. Porém, quatro dos conteúdos
foram produto exclusivo de criação da delegação – discurso do líder do PCP
(envio de imagens do discurso de Jerónimo de Sousa), detenção dos sete
militares (direto/ imagens acompanhadas com voz off do pivot) e dívidas do
sistema prisional (notícia). Todavia, torna-se visível que nenhum dos conteúdos
foi destaque na abertura dos noticiários principais do canal 1 da estação pública
– Bom dia Portugal, Jornal da Tarde, Telejornal -, tendo estes apenas destaque
nos diversos blocos noticiosos da RTP3 (3às 10, 3 às 11, 3 às 14, 24 Horas) e RTP2
(Jornal2).
Conteúdos posicionados entre os Cinco últimos de noticiários
Programa Alinhamento Categoria Temática
Subcategoria Temática
Tipo de Conteúdo
Professor Universitário ensina obra De Bob Dylan
Jornal da Tarde Última notícia Sociedade Educação Notícia
Encontros de Magia Solidária 3 Às 14 Penúltima Cultura Artes e Espetáculos Notícia
Festival Caminhos Jornal 2/BDP Penúltima/Antepenúltima ma Cultura Artes e Espetáculos Duplex
Bênção dos capacetes Motards em Fátima
Jornal da Tarde Antepenúltima Sociedade Religião Direto
Sobreviventes de Cancro 3 Às 15 Antepenúltima Sociedade Saúde Notícia
Degradação Sec. José Falcão 3 Às 14 Antepenúltima Sociedade Educação Notícia
Líder do PCP, Jerónimo de Sousa, discursa em Coimbra
3 Às 14 4º Última Politica Partidos Políticos Imagens
Praxe académica em Coimbra 3 Às 15 5º Última Sociedade Educação Notícia
50 Anos do Código Civil Jornal 2 5º Última Política Festividades/Solenidades Duplex
Tapete Inovador de Redução Rodoviária
3 Às 15 5º Última Sociedade Tecnologia e Ciência Notícia
Por sua vez, também apenas um dos conteúdos informativos produzidos
por esta delegação ocupou a última posição do alinhamento no noticiário da
RTP3 “24 Horas”, relativamente à subcategoria temática “Educação” sobre o
Professor Universitário que ensinava a obra de Bob Dylan. A falta de destaque
do conteúdo no programa “Jornal da Tarde” pode ser explicado por assumir
73
quase um papel de “fait-divers”, relativo ao Nobel da Literatura recentemente
entregue ao cantor.
A análise determina a falta de destaque a temas relacionados com
cultura, na subcategoria temática de Artes e Espetáculos, sendo que os dois
conteúdos produzidos pela delegação da RTP Coimbra – Festival Caminhos e
Encontros de Magia Solidária - ocupam a penúltima posição nos alinhamentos
dos blocos noticiosos.
Também a Política mereceu parco destaque quando respeita a
celebrações dos 50 anos do Código Civil (quinta última notícia do noticiário), bem
como as imagens do discurso de Jerónimo de Sousa (quarta última notícia) que,
curiosamente, mereceram destaque no alinhamento de outro noticiário
(segunda notícia de abertura no noticiário “3às 11). Um direto produzido pela
delegação para o “Jornal da Tarde” sobre a bênção dos capacetes em Fátima,
registou a antepenúltima posição do noticiário, tal como os conteúdos
“Sobrevivente de Cancro” (integrada na subcategoria temática saúde) e
“Degradação da Escola Secundária José Falcão” (integrada na subcategoria
temática educação). A praxe académica em Coimbra mereceu a quinta posição
final do alinhamento do noticiário “3 às 15” (subcategoria temática educação),
bem como a inovação de um tapete alternativo a lombas para redução de
velocidade rodoviária (subcategoria temática Tecnologia e Ciência).
Dos 10 conteúdos produzidos pela delegação de Coimbra que
mereceram escasso destaque, dois resultaram da cooperação com os Centros de
Produção de Lisboa e Porto (duplex dos 50 anos do Código Civil e do Festival
Caminhos) e os restantes oito são produto exclusivo de criação da delegação.
Os conteúdos catalogados de festividades ou artes e espetáculos ocupam
uma posição menos favorável, bem como a educação, religião e tecnologia e
ciência se comparados com justiça e tribunais, política (do Governo e Partidária)
e economia. Segundo Jespers (apud Brandão,2010:16,17) a hierarquização de
informações nos telejornais tende a ser construída de maneira a que terminem
“com informações-produtos sem utilidade real, mas que fazem parte da
comunicação agradável – resultados desportivos, notícias ligeiras ou fúteis (…),
74
recordes estúpidos”. Porém para o autor “é no último minuto que deveria ser
colocada uma das informações mais importantes (..) pois são os grupos das
primeiras e últimas peças citadas no alinhamento do telejornal que são
memorizados” (ibidem).
Se prestarmos atenção aos conteúdos informativos prestados pela
delegação da RTP em Coimbra que ocuparam o último lugar – apenas um
conteúdo em análise fechou o alinhamento – reparamos que a condição
apresentava por Jespers se comprova, já que o conteúdo referente a “Professor
Universitário de Coimbra ensina obra de Bob Dylan” figura num produto sem
utilidade real com significação subjacente para a sociedade.
Mesmo atentando aos restantes conteúdos que integraram as últimas
posições no alinhamento verificamos que a situação é idêntica, tratando-se de
conteúdos de caráter mais leve e descontraído. O conteúdo informativo
produzido por esta delegação referente discurso do Líder do PCP, Jerónimo de
Sousa, que nos pode suscitar dúvidas por se incluir no âmbito político é também
uma informação sem utilidade real, tratando-se “de uma adaptação do discurso
político” (Brandão, 2010:18) “à lei mediática do espetáculo” (Le Paige apud
Brandão, 2010:18) uma vez que não se trata de uma atividade política em
específico, que pode alterar o funcionamento do quotidiano, mas de críticas
banais à oposição em forma de discursos tantas outras vezes ocorridos).
75
A sociedade é a categoria temática que mais laboração exigiu à delegação
da RTP Coimbra, já que das 27 peças produzidas, 20 pertencem a essa categoria
temática. Esta categoria representa 74% de toda a produção de conteúdos
informativos da delegação da RTP Coimbra. Posteriormente e, apesar de uma
tremenda disparidade quantitativa de conteúdos informativos relativos ao
mundo da Política, esta é a categoria temática que apresenta mais conteúdos no
período analisado com 3 conteúdos produzidos, o equivalente a 11% de toda a
produção da delegação.
Os conteúdos referentes à categoria temática “Política” são os seguintes:
“Governo aprova plano prioritário para o interior do país”, um duplex realizado
com Helena Freitas, responsável por grupo de missão governamental para o
desenvolvimento do interior, a partir dos estúdios da RTP Coimbra para os
estúdios de Lisboa”; “Congresso para comemoração dos 50 anos do Código Civil
organizado pela Universidade de Coimbra”, um duplex com António Pinto
Monteiro, presidente da Comissão organizadora do Congresso; Discurso em
P O L I T I C A
E C O N O M I A
S O C I E D A D E
C U L T U R A
D E S P O R T O
3
2
20
2
0
CATEGORIAS TEMÁTICAS DE CONTEÚDOS PRODUZIDOS PELA DELEGAÇÃO DA RTP
COIMBRA
74 %
11 %
7 %
8 %
0 %
FIGURA 11
76
Coimbra do Líder do PCP, Jerónimo de Sousa, com o apelo ao combate das
políticas de direita.
A escassa produção de conteúdos informativos de cariz político por parte
da Delegação de Coimbra pode ser explicada, sobretudo, pelo distanciamento
que possui de órgãos centrais políticos localizados em Lisboa e, por isso, tratados
maioritariamente pelo sede da RTP em Lisboa (que possui mais recursos
humanos e equipamento para cobertura destes eventos de forma mais eficaz).
A delegação da RTP Coimbra produz conteúdos informativos de cariz
político particularmente quando acontecimentos são deslocados da capital para
outras localidades ou distritos fora dos grandes centros urbanos. É desta forma
que a produção de notícias do âmbito político pela delegação da RTP Coimbra se
legítima como sendo pouco elevado, justificando-se, na maioria dos casos,
quando o presidente da República, primeiro-ministro ou representantes de
outros partidos ou outras personalidades célebres se deslocam às áreas de
intervenção deste centro da RTP na cidade de Coimbra.
A presença de conteúdos informativos do âmbito económico e cultural
é igual, sendo que cada uma das categorias regista dois conteúdos, o equivalente
a 7%/8% da produção dos conteúdos criados pela delegação. De cariz cultural,
os conteúdos produzidos são referentes ao Festival Caminhos do Cinema
Português, um duplex realizado com Vítor Pereira, diretor do festival, a partir dos
estúdios de Coimbra para o Jornal 2 em Lisboa e ainda uma peça sobre a Feira
do mel e da castanha na Lousã. De cariz económico foram registadas dois
conteúdos, apesar de circundarem o mesmo assunto: uma realizada apenas
pelos profissionais da delegação da RTP Coimbra e outra valendo-se da
cooperação com a RTP Lisboa - fenómeno de alguma frequência – sobre as
dívidas avultadas do sistema prisional português.
Quanto ao desporto, a delegação da RTP Coimbra geralmente não produz
conteúdos desportivos televisivos, apenas radiofónicos. Por esse motivo, não
foram encontrados conteúdos informativos desportivos durante o período de
análise estabelecido (os conteúdos realizados no âmbito desportivo ao nível do
estágio foram apenas de âmbito radiofónico). A frequência destes conteúdos é
77
rara, apenas se justificando em eventos desportivos que tenham lugar em
Coimbra ou em áreas de intervenção territorial desta delegação.
Torna-se pertinente examinar também as subcategorias temáticas mais
frequentes presentes nos conteúdos produzidos por esta delegação.
Com o recurso à figura 12, é percetível que, dos 27 conteúdos produzidos,
há uma maior contribuição de conteúdos informativos catalogados para a
subcategoria temática “Educação”, equivalente a cinco registos, o que perfaz
19% de toda a produção em análise. Estes conteúdos inseridos na subcategoria
temática da educação respeitam a uma Escola Secundária degradada situada na
cidade de Coimbra (informação do âmbito local), o reajustamento de Notas
aquando a candidatura ao Ensino superior (informação do âmbito nacional), a
praxe académica em Coimbra (informação do âmbito regional/local), um
professor universitário que ensina nas suas aulas a obra de Bob Dylan
(informação de âmbito regional/local) e uma conferência organizada pela
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Tecnologia e Ciência
Saúde
Ambiente
Tribunais e Justiça
Educação
Religião
Artes e espetáculos
Festividades/Solenidades
Ordem e Segurança Interna
Estado (Governo)
Partidos Políticos
SUBCATEGORIAS DOS CONTEÚDOS INFORMATIVOS NOTICIOSOS PRODUZIDOS PELA
DELEGAÇÃO DA RTP COIMBRA
4%
4%
4%
11%
15%
15%
19% 7%
7%
7%
7%
FIGURA 12
78
Universidade de Coimbra acerca do Massacre de Santa Cruz, em Timor Leste
(informação de âmbito local/regional).
Posteriormente, a subcategoria temática “Tribunais e Justiça” e a
“Saúde” representam 15% da produção, equivalente a quatro conteúdos
informativos produzidos, o que patenteia estas categorias como as mais
frequentes na produção de conteúdos informativos da delegação depois da
educação.
No que respeita à subcategoria temática “Saúde” os conteúdos dizem
respeito a uma nova Unidade de Pediatria no Hospital de Coimbra, a 30 doentes
receberem tratamentos de Imunoterapia, a Sobreviventes de Cancro e a uma
cirurgia inovadora de Autotransplante de Fígado.
Por sua vez os conteúdos informativos integrantes à subcategoria
temática “Tribunais e Justiça” respeitam à detenção de sete militares e presença
ao juiz de instrução por envolvimento nas duas mortes de comandos (a matéria
regista a produção de três conteúdos informativos nesta subcategoria) e o
julgamento em tribunal de uma família que escravizou um homem em Évora.
A subcategoria “Tecnologia e Ciência” um lugar de destaque com 11% da
produção em conteúdos informativos. No total, a delegação produziu três
conteúdos informativos referentes a esta subcategoria que respeitam à criação
de um tapete inovador para redução de velocidade rodoviária, criação de
software para uma destacada missão a Marte pela empresa Critical Software e
Falhas no sinal da TDT na localidade de Vouzela, distrito de Coimbra.
Com menor destaque, surgem quatro subcategorias temáticas
equiparadas com a produção de dois conteúdos informativos para cada,
representado cada uma das mesmas 7% de toda a produção da delegação. As
subcategorias que ocupam este posicionamento são “Ordem e Segurança
Interna” (dois conteúdos referentes ao funcionamento do sistema prisional
português), a Festividades/Solenidades (referentes à Feira do mel e da Castanha
na Lousã e às Comemorações dos 50 anos do Código Civil), “Artes e Espetáculos”
(conteúdos referentes aos Encontros de Magia Solidária e ao Festival Caminhos
79
do Cinema Português) e Religião (dois conteúdos referentes à bênção dos
capacetes de Motards em Fátima).
Com menor representatividade na produção de conteúdos informativos
em análise produzidos por a delegação instalada em Coimbra posicionam-se as
subcategorias temáticas “Ambiente” (conteúdo referente a edificação de uma
pista ecológica), “Estado- Governo) ” (conteúdo referente à aprovação de um
plano que providencia prioridade ao interior) e “Partidos Políticos (conteúdo
referente ao discurso do líder do Partido Comunista Português, Jerónimo de
Sousa, apelando ao combate de políticas de direita), segmentos que totalizam a
realização de um conteúdo para cada, equivalente a 4% da produção da
totalidade dos conteúdos da delegação da RTP Coimbra.
80
Antes da concretização e produção dos conteúdos noticiosos, há outras
tarefas fundamentais a concretizar. Os profissionais da delegação da RTP
Coimbra e os profissionais de outras delegações e dos Centros de Produção de
Lisboa e Porto estão em permanente contacto para o sucesso no planeamento
de tarefas e a sua posterior concretização. É em reuniões semanais de
planeamento, habitualmente entre Coimbra e os coordenadores de programas
noticiosos, que são definidos muitos dos conteúdos necessários a produzir por
esta delegação da RTP. Contudo, o contato mantêm-se através de uma agenda
digital acessível a todas as delegações e Centros de Produção e, é através dessa
plataforma, para além do planeamento em reuniões semanais, que é pedido a
produção de conteúdos aos profissionais de Coimbra.
O gráfico 13 demonstra que 89% dos conteúdos produzidos, isto é, 24
dos 27 conteúdos produzidos por Coimbra neste estudo empírico, são pedidos
que chegam de Lisboa e Porto através dessas múltiplas formas de contato
anteriormente referidas (reuniões de planeamento, agenda digital, contato
telefónico). Apesar da total liberdade para os profissionais apresentarem
sugestões para a criação de conteúdos, a dependência da agenda é morosa e
evidencia-se elevada comparativamente aos conteúdos propostos por Coimbra.
Apenas 11% dos conteúdos informativos em análise foram proposta da
Delegação, equivalente a três conteúdos em 27 analisados.
3
24
0 5 10 15 20 25 30
SUGERIDO
PEDIDO
Conteúdos pedidos à RTP Coimbra e sugeridos pela Delegação
89%
11%
FIGURA 13
81
CONCLUSÃO
A Delegação da RTP Coimbra assume um papel efetivo junto dos
portugueses, nomeadamente à população da zona centro do país, dando voz a
essas pessoas e, desta forma, atuando enquanto serviço público chegando aos
grandes centros urbanos mas também às pequenas aldeias.
A delegação avoca um jornalismo de proximidade que potencia a
visibilidade das áreas de intervenção pelas quais é responsável. É certo que a
delegação, apesar de ter a seu cargo outras áreas de intervenção, como Leiria
por exemplo, produziu significativamente (ao que reporta ao período de estágio)
mais conteúdos informativos sobre Coimbra.
Durante o período em análise, a terceira semana de cada mês de estágio,
a delegação da Rádio e Televisão de Portugal produziu 27 conteúdos noticiosos.
Depois da elaboração e análise do estudo empírico, é possível retirar
algumas ilações conclusivas. Assim, os 27 conteúdos televisivos produzidos por
esta delegação foram emitidos 57 vezes, isto é, 27 vezes (equivalente a 47%) em
blocos noticiosos do canal 1, 26 vezes (equivalente a 46%) em blocos noticiosos
no canal 3 e quatro vezes para o canal 2 (equivalente a 7%) da estação televisiva
pública portuguesa.
O estudo empírico determinou que foi o programa Bom dia Portugal –
noticiário matutino transmitido simultaneamente no canal 1 e 3 da estação
pública – que contou com mais conteúdos informativos produzidos pela
delegação de coimbra no alinhamento, totalizando no seu programa 12 dos 27
conteúdos.
O tipo de conteúdo produzindo foi, maioritariamente as peças finalizadas
– notícias -, representando 52% de toda a produção em análise. Quanto à posição
que os conteúdos assumem no alinhamento dos telejornais, é visível que o
número de conteúdos que abriram, nos cinco primeiros lugares de destaque, o
bloco noticioso é o mesmo do número de conteúdos que abriu os noticiários pós
intervalo. Porém se considerarmos as últimas cinco posições no alinhamento dos
82
noticiários, o número de conteúdos produzidos pela delegação é superior,
representando 32% da produção face aos conteúdos de abertura (25%).
A categoria temática mais presente nos conteúdos informativos de
coimbra é, sem sombra de dúvida, Sociedade, a representar 74% de toda a
produção, sendo, por outro lado, o desporto a categoria desvalorizada na
produção desta delegação (não contabiliza nenhum conteúdo).
Uma diferença também substancial quando referidos os conteúdos
solicitados à delegação – principalmente pelos Centros de Produção de Lisboa e
Porto –, equivalente a 89% dos conteúdos produzidos, isto é, 24 dos 27
conteúdos em análise.
A análise foi consumada através de observação direta dos blocos
noticiosos disponíveis online, no “RTP PLAY”, num total de quatro telejornais
examinados na RTP1, nove telejornais examinados na RTP3 e um telejornal
examinado na RTP2.
Contudo, a produção de conteúdos pela delegação em Coimbra da RTP é
limitado pela notada falta de recursos humanos que, ao longo dos anos, têm
vindo a sofrer uma diminuição nos dois meios, tanto na rádio como em televisão.
Em televisão faltam principalmente operadores de imagem e em rádio o número
de trabalho tem vindo a decrescer exponencialmente, não havendo condições,
esporadicamente, para prestar cobertura a todos os acontecimentos até com
alguma significância noticiosa.
O estágio correspondeu às expetativas, numa perspetiva de
aprendizagem de produção de conteúdos e de rotinas jornalísticas. O estagiário
não tem permissão para dar a sua voz aos conteúdos televisivos que produz e as
suas peças não chegam a ser emitidas. Porém, todo o restante processo de
produção de conteúdos é permitido, havendo alguma liberdade e essencial
autonomia concedida ao aprendiz que, tal como no mundo jornalístico, deve ser
autónomo e independente.
83
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ANEXO(S)
88
Anexo 1
Anexo 2
Diário de Campo
Semana I
19 Setembro (Segunda-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Primeiro contacto com o local de estágio. Leitura dos
jornais nacionais e regionais recebidos na delegação. Conhecimento das instalações e
primeiros contactos com os jornalistas e todos os restantes trabalhadores da delegação.
20 Setembro (Terça-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO: Leitura dos jornais nacionais e regionais recebidos na delegação.
Preparação da primeira saída ao exterior: preparação das entrevistas e do que se
tratava.
TARDE/ EXTERIOR: Primeira saída ao exterior com o jornalista Paulo Rolão e o repórter
de imagem Cláudio Calhau (RTP) para fazer uma peça televisiva. O objetivo era fazer
notícia sobre o evento de magia solidária que tinha como palco o Centro Hospital
Universitário de Coimbra, inserido na 20º Edição dos Encontros mágicos em Coimbra
ANEXO 1: INFORMAÇÃO LIDERA OFERTA
PROGRAMÁTICA DOS CANAIS GENERALISTAS PORTUGUESES
89
(organizado pelo mágico Luís de Matos).Entrevistas doentes que estavam a assistir ao
espetáculo, visitantes e mágicos. Fiz as primeiras entrevistas para televisão no estágio.
21 Setembro (Quarta-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Explicação do funcionamento dos programas utilizados
na RTP quer para vídeo (televisão) quer para o som (Rádio). Para a Rádio são
frequentemente utilizados o Audicity – que permite a eliminação de canais de som – e
o Dalet Plus – programa utilizado para construção e edição de peças radiofónicas e que
se encontra instalado em todos os computadores da delegação. Quanto à televisão, o
programa utilizado para edição de peças é o Edios7, onde o repórter Cláudio Calhau me
explicou as funções principais de edição e do que o programa permitia fazer.
Fui para uma das ilhas de edição/montagem com o jornalista Paulo Rolão para rever as
minhas entrevistas realizadas no Centro Hospital Universitário de Coimbra. O jornalista
explicou o que tinha feito bem e os aspetos a melhorar:
-Não ser precipitada e esperar pela conclusão da fala do entrevistado para colocar uma
nova pergunta
- Perguntar de início ou no final o nome no hospital e o cargo (quando se justifica) para
ficar registado em imagem e facilitar à posterior a identificação dos entrevistados.
22 Setembro (Quinta-feira)
MANHÃ / EXTERIOR: Saída com o jornalista Álvaro Coimbra e o repórter Cláudio Calhau
(RTP) até à Praça da República, em Coimbra. O objetivo era fazer uma peça televisiva
sobre a praxe académica em Coimbra, os seus costumes e verificar se haviam excessos
dos superiores. Entrevista com caloiras e superiores de psicologia e de geografia.
TARDE / EXTERIOR: Saída com o jornalista Álvaro Coimbra e o repórter Cláudio Calhau
(RTP) até à Praça da República para entrevistar o Presidente da Associação Académica
de Coimbra, José Dias. Regresso à redação e início da escrita dos offs sobre a praxe
académica.
23 Setembro (Sexta-feira)
90
MANHÃ E TARDE / REDAÇÃO: Leitura dos jornais regionais e nacionais. Visionamento
da peça final sobre a praxa académica em Coimbra realizada por Álvaro Coimbra e o
repórter de imagem Cláudio Calhau. Continuação da escrita dos offs sobre a minha peça
televisiva sobre a praxe académica de Coimbra; Escolha dos vivos a utilizar e dos planos.
Semana II
26 Setembro (Segunda-feira)
MANHÃ /EXTERIOR: Saída com o jornalista Joaquim Reis (Antena 1), Álvaro Coimbra e
o repórter de imagem Cláudio Calhau (RTP) até Cantanhede. A intenção era fazer uma
peça sobre as compotas que os Bombeiros Voluntários estavam a fazer para vender,
resultado dos excedentes de fruta do verão doados pela população em época de
incêndios. Captação de imagens, entrevista ao presidente da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, Adérito Machado, e ao comandante dos
Bombeiros de Cantanhede, José Oliveira.
TARDE/ REDAÇÃO: Escrita dos offs para uma peça radiofónica minha sobre a compotas
feitas pelos Bombeiros Voluntários de Cantanhede. Seleção dos RM´s.
Acompanhamento com o jornalista em estúdio para gravação da peça final e
ambientação com os estúdios. Conclusão da edição na redação. Fiz também o mesmo
processo par uma peça televisiva (edição nas semanas seguintes)
27 Setembro (Terça-feira)
MANHÃ E TARDE /REDAÇÃO: Leitura de jornais regionais e nacionais. Seleção de sete
notícias da ordem do dia destacadas na Agência Lusa para construção de um noticiário
radiofónico (noticiário nº1). Construção de sete lançamentos e respetivas notícias.
28 Setembro (Quarta-feira)
MANHÃ /REDAÇÃO: Leitura de jornais nacionais e regionais. Pesquisa de informação
acerca da saída ao exterior à tarde. Discussão com o jornalista e repórter de imagem
sobre a forma e conteúdo a dar à peça. Contacto e agendamentos com os
intervenientes.
91
TARDE/EXTERIOR: Saída com o jornalista Joaquim Reis (Antena 1) e o repórter de
imagem Cláudio Calhau para fazer uma peça televisiva sobre os estudantes de
Guineenses que dormiam já há duas noites juntos à Câmara Municipal de Penacova em
forma de protesto pelas condições de alojamento no Mosteiro do Lorvão, onde residiam
enquanto estudavam em Portugal.
Apesar do jornalista Joaquim Reis ter feito uma peça radiofónica sobre o assunto no dia
anterior e entrevistado 2 estudantes, neste dia os estudantes não quiseram ser
entrevistados e, por isso, a peça televisiva acabou por não se concretizar.
29 Setembro (Quinta-feira)
MANHÃ /EXTERIOR: Acompanhamento de entrevista de Paulo Rolão (acompanhado do
repórter de imagem Cláudio Calhau – RTP) no cenário exterior da RTP a um professor
universitário formado em segurança para comentar a fuga de um emigrante ilegal
argelino do aeroporto de Lisboa.
Envio da entrevista em bruto para integrar uma peça televisiva sobre a fuga de um
imigrante ilegal do aeroporto de Lisboa, onde fazia escala em Lisboa para o seu voo.
TARDE/REDAÇÃO: Leitura dos jornais do dia. Construção da minha peça radiofónica
acerca do protesto dos estudantes Guineenses junto à Câmara Municipal de Penacova.
Escrita dos offs, escolha dos RM´s recolhidos por Joaquim Reis quando fez a peça para
os noticiários da Antena 1. Gravação da peça e edição dos sons.
30 Setembro (Sexta-feira)
FALTEI por motivos de entrega de documentos para inscrição da componente não-letiva
na faculdade Nova de Lisboa - dia compensado no final do estágio)
Semana III
3 Outubro (Segunda-feira)
92
MANHÃ E TARDE/REDAÇÃO: Gravação do noticiário nº2 em estúdio com
acompanhamento do coordenador de estágio Pedro Ribeiro. Correções na colocação da
voz, nas pausas para respiração e na leitura demasiado rápida e conturbada. Sugestão
do coordenador para treinar em estúdio nos tempos mais livres de trava línguas para
treinamento da dição e leitura sem enganos.
TARDE /REDAÇÃO:
4 Outubro (Terça-feira)
MANHÃ/EXTERIOR: Saída com o jornalista Joaquim Reis (Antena 1) e o repórter de
imagem Cláudio Calhau para entrevistar Manuel Machado, presidente da Associação
Nacional de Municípios Portugueses após uma reunião para discutir a situação da
atribuição dos fundos europeus a projetos portugueses.
Jornalista de rádio, Joaquim Reis, fez peça para noticiários da Antena 1 e as imagens da
entrevista foram enviadas para a RTP em Lisboa.
TARDE/REDAÇÃO: Escrita dos offs para peça acerca da saída ao exterior da parte da
manhã. Seleção dos RM´s mais importantes de Manuel Machado.
5 Outubro (Quarta-feira)
FERIADO Nestes casos apenas se encontra na delegação uma equipa de serviço, isto é,
um jornalista de televisão, um repórter de imagem e um jornalista de rádio.
6 Outubro (Quinta-feira)
MANHÃ /EXTERIOR: Saída com o jornalista Álvaro Coimbra e o repórter de imagem
Pedro Teodoro (RTP) para entrevistar a presidente da Sociedade Portuguesa de
Oncologia.
Envio da entrevista para a congénere Lisboa para integrar uma peça sobre o atraso nas
cirurgias a doentes oncológicos.
TARDE / REDAÇÃO: Com a entrevista para televisão Gabriela Sousa, presidente da
Sociedade Portuguesa de Oncologia, fiz uma peça para rádio. Escolha dos RM´s mais
93
pertinentes; pesquisa de informação sobre os atrasos nas cirurgias em sites de
comunicação social; escrita dos offs, gravação e edição da peça no programa Dalet.
7 Outubro (Sexta-feira)
MANHÃ /EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1), o jornalista
Paulo Rolão e o repórter de imagem Cláudio Calhau ao Grande Auditório do Centro de
Congressos do Convento de São Francisco para fazer uma peça radiofónica e televisiva
sobre o encontro de Professores “O professor de hoje e os desafios de amanhã”.
Comunicações do professor David Rodrigues, Licínio Lima, Inspetor José Calçada e
secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira. Entrevista final a Mário Nogueira depois
do encontro.
TARDE / REDAÇÃO E EXTERIOR: Escrita da peça radiofónica sobre o Encontro de
professores “O professor de hoje e os desafios de amanhã”: escrita dos offs, escolha dos
RM´s a utilizar. Saída com o jornalista Horácio Antunes até ao Estádio Municipal de
Aveiro para ir à conferência de imprensa do jogo Portugal – Andorra. Discurso do
treinador do Andorra.
Semana IV
10 Outubro (Segunda-feira)
MANHÃ E TARDE /REDAÇÃO: Leitura de jornais regionais e nacionais. Seleção de sete
notícias da ordem do dia destacadas na Agência Lusa para construção de um noticiário
radiofónico (noticiário nº2). Construção de sete lançamentos e respetivas notícias.
11 Outubro (Terça-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Leitura dos jornais regionais e nacionais. Escrita na notícia
radiofónica da Antevisão ao jogo a contar para o campeonato Europeu entre Portugal-
Andorra. Escrita dos offs, gravação em estúdio e finalização da edição na redação.
12 Outubro (Quarta-feira)
MANHÃ E TARDE /EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1) até ao
Candal, São Pedro do Sul e Arouca. O objetivo era acompanhar as buscas da Policia
94
Judiciária para localizar o fugitivo Pedro Dias, suspeito dos crimes ocorridos em Aguiar
da Beira.
O jornalista da Antena 1, Horácio Antunes, entrou em direto no noticiário das 19h para
relatar os desenvolvimentos da investigação no terreno e fazer o ponto da situação
(suspensão das buscas e desmobilização de grande parte dos meios no local). Entrevista
à noite ao Major Pedro Gonçalves, responsável pela comunicação à imprensa.
13 Outubro (Quinta-feira)
MANHÃ E TARDE /REDAÇÃO: Leitura dos jornais nacionais e regionais.
Acompanhamento da construção da peça radiofónica e auxílio na escolha dos RM´s e a
escrever o texto a passar nos noticiários desse dia, feito pelo jornalista Horácio Antunes
acerca das buscas para encontrar Pedro Dias. Ao longo da tarde, procedi à construção
da minha própria peça sobre o mesmo assunto, acompanhado no terreno no dia
anterior. Escolha dos RM´s (seleção) e escrita dos offs. Depois da verificação e correção
dos erros, procedi à gravação da peça no estúdio radiofónico e à edição final.
14 Outubro (Sexta-feira)
MANHÃ /EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1), o jornalista
Álvaro Coimbra e o repórter de imagem Cláudio Calhau (RTP) até ao Exploratório de
Ciência Viva em Coimbra. O objetivo era fazer uma peça radiofónica acerca do projeto
“Sair da Casca”, uma chocadeira de pintos que permitia às famílias assistir ao
nascimento destes animais ao vivo. Realização de entrevistas ao diretor do exploratório,
Paulo Trincão e à assistente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão
Deficiente Mental, Helena Albuquerque.
TARDE/REDAÇÃO: Gravação do noticiário nº2 em estúdio com acompanhamento do
coordenador de estágio Pedro Ribeiro. Correções na colocação da voz e melhorias
acentuadas após a gravação e treinamento de trava-línguas. Correções na construção
dos lançamentos.
Semana V
17 Outubro (Segunda-feira)
95
MANHÃ/REDAÇÃO: Escrita dos offs para a peça “Projeto Sair da Casca”, presente no
Exploratório de Ciência Viva em Coimbra. Escolha dos vivos a utilizar na peça televisiva
e respetivos timelines. Escolha das imagens para pintar a peça.
TARDE/EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes em reportagem para a
Antena 1 até ao Salão Brasil, no centro histórico de Coimbra. A peça radiofónica
pretendia dar a conhecer os sete concertos de jazz, com nomes nacionais e
internacionais, a ter lugar no Salão Brasil e no Convento de São Francisco, em Coimbra.
18 Outubro (Terça-feira)
MANHÃ/REDAÇÃO: Edição da peça do dia anterior no programa Dalet Plus. Edição do
RM´s de José Miguel Pereira, diretor do festival de jazz e diretor do Jazz ao centro clube,
gravação dos offs em estúdio e adição de efeitos musicais.
TARDE/ REDAÇÃO: Entrevista no estúdio da Antena 1 a Ferreira Nunes, um dos
candidatos à presidência na Associação de Futebol de Coimbra. Preparação anterior em
estúdio da entrevista com o jornalista Horácio Antunes. Contacto telefónico com o outro
candidato – de seu nome também Horácio Antunes - para agendar entrevista.
19 Outubro (Quarta-feira)
MANHÃ/REDAÇÃO: Leitura dos jornais nacionais e regionais. Preparação da entrevista
a Horácio Antunes: elaboração de pergunta e pesquisa de informação.
TARDE/ EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes até à Associação de Futebol
de Coimbra, em Taveiro. O objetivo era entrevistar o outro o candidato à presidência da
Associação, Horácio Antunes, para concluir a reportagem (a entrevista foi na Associação
já que Horácio Antunes era o atual presidente da Associação e iria candidatar-se a um
novo mandato).
20 Outubro (Quinta-feira)
MANHÃ E TARDE /REDAÇÃO: Avaliação das entrevistas feitas aos dois candidatos e
acompanhamento em estúdio da construção da reportagem sobre os candidatos à
presidência da Associação de Futebol de Coimbra, realizada por o jornalista Horácio
96
Antunes. Construção da minha reportagem com os dois candidatos – escrita do texto,
gravação e edição dos RM´s e da gravação dos offs. Edição final da peça visionamento e
correções do jornalista.
21 Outubro (Sexta-feira)
MANHÃ/ EXTERIOR: Saída com o jornalista Álvaro Coimbra e o repórter de imagem
Cláudio Calhau (RTP) para entrevistar Stephen Wilson, professor da Universidade de
Coimbra que estuda e ensina a obra de Bob Dylan. O objetivo era fazer uma peça
televisiva com uma entrevista para falar do facto do cantor ter vencido o Nobel da
Literatura. Entrevista e captação de imagens.
TARDE/REDAÇÃO: Escrita do offs sobre a saída durante a manhã. O texto foi escrito mas
não foi gravado nem a peça chegou a ser editada e construída no programa Edius7 por
falta de disponibilidade, uma vez que a edição de peças televisivas têm de ser
obrigatoriamente acompanhadas por um repórter de imagem (o estagiário tinha de
gerir a construção das suas peças em função dessa mesma disponibilidade e, por vezes,
por força de ou horários, não era possível). Visionamento da peça final televisiva feita
pelo jornalista e repórter de imagem.
Semana VI
24 Outubro (Segunda-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO: Leitura dos jornais regionais e nacionais. Preparação da peça para
a tarde: pesquisa de informação sobre a loja social da Mealhada. Investigação de
notícias feitas em sites de jornais locais e regionais.
TARDE/ EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1) até à Loja Social
da Mealhada promovida pela Câmara Municipal daquela localidade. Recolha de
entrevistas e de sons para construção de uma peça radiofónica. Regresso à redação para
escrita e gravação da peça.
25 Outubro (Terça-feira)
MANHÃ/ EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1), Paulo Rolão e
o repórter de imagem Paulo Oliveira (RTP) para conferência da Polícia Judiciária acerca
97
de uma operação realizada ao início da manhã ao Bairro do Ingote. Recolha de dados
para peça radiofónica.
TARDE / REDAÇÃO: Conclusão da edição da peça da Loja Social da Mealhada (escolha
dos RM´s a utilizar e dos sons recolhidos no exterior). Acompanhamento e auxílio na
construção da peça radiofónica - escrita do texto e escolha dos RM´s a utilizar - sobre o
mesmo assunto realizada pelo jornalista Horácio Antunes.
26 Outubro (Quarta-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Seleção de sete notícias da ordem do dia destacadas na
Agência Lusa para construção de um noticiário radiofónico (noticiário nº3). Construção
de sete lançamentos e respetivas notícias e gravação no estúdio do noticiário. Após a
gravação, o coordenador procedia às devidas correções, nomeadamente prestar
atenção às pausas na respiração.
27 Outubro (Quinta-feira)
MANHÃ / REDAÇÃO: Finalização da pela televisiva acerca das compotas solidárias feitas
pelos Bombeiros Voluntários de Cantanhede. Escolha dos planos, correções no offs que
davam voz à peça e nova gravação. Visualização final da peça. Sugestões e dicas do
repórter de imagem Cláudio Calhau acerca de noções básicas sobre o texto para TV e a
escolha dos planos.
TARDE / EXTERIOR: Saída ao final de com o coordenador de estágio Pedro Ribeiro para
assistir ao programa da RTP2 apresentado por João Fernando Ramos em direto da Lousã,
local onde durante a tarde tinha ocorrido o conselho de ministros para discutir o reforço
da vigilância das florestas. Acompanhamentos das dinâmicas de um direto.
28 Outubro (Sexta-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Leitura de jornais regionais e nacionais. Início da peça do
Bairro do Ingote. Escrita do texto, correções do mesmo feitas pelo jornalista Horácio
Antunes e posterior gravação e montagem da peça radiofónica.
Semana VIII
98
31 Outubro (Segunda-feira)
(ponte de feriado da delegação. Dia compensado no final do estágio, dia 16 de
dezembro)
1 Novembro (Terça-feira)
FERIADO Nestes casos apenas se encontra na delegação uma equipa de serviço, isto é,
um jornalista de televisão, um repórter de imagem e um jornalista de rádio.
2 Novembro (Quarta-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Leitura de jornais regionais e nacionais. Preparação de
uma reportagem acerca da construção da casa de talentos e loja do Cidadão em Miranda
do Corvo, projetos incluídos no Orçamento desse município. Preparação de entrevistas.
Pesquisa e recolha de informação nos jornais nacionais/locais e sites de media.
3 Novembro (Quinta-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Leitura de jornais nacionais e regionais. Edição na ilha de
montagem da peça televisiva acerca das compotas confecionadas pelos Bombeiros de
Cantanhede. Acompanhada pelo repórter de imagem Cláudio Calhau, gravei os offs no
microfone da ilha, escolhi os planos (imagens que iriam pintar a peça) e os vivos e
respetivos timelines. (peças televisivas editas dependendo da disponibilidade dos
repórteres de imagem). Elaboração de lista acerca de alguns constrangimentos
constatados da delegação de Coimbra.
4 Novembro (Sexta-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO: Leitura de jornais regionais e nacionais. Preparação de eventuais
pergunta para colocar ao treinador do Arouca, Lito Vidigal, na antevisão do jogo a que
iriamos assistir no período da tarde.
TARDE/EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1) até ao Estádio do
Arouca para cobrir a conferência de imprensa de antevisão ao jogo Sporting-Arouca a
realizar-se no dia 6 novembro. Recolha de sons do treinador do Arouca Lito Vidigal e
99
entrada em Direto do jornalista Horácio Antunes no noticiário da Antena 1. Envio dos
RM´s já selecionados para Lisboa. Regresso à redação para construção do texto sobre o
encontro entre Sporting-Arouca.
Semana VIII
7 Novembro (Segunda-feira)
MANHÃ E TARDE/EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1), o
jornalista Paulo Rolão e o repórter de imagem Pedro Teodoro (RTP) para Viseu. O
objetivo era fazer uma peça televisiva e radiofónica sobre a antecipação à inauguração
do novo centro da IBM (Internacional Business Machines) em Viseu. Recolha de Imagens
e entrevistas à diretora de marketing do novo centro e ao presidente da IBM Portugal,
António Raposo.
8 Novembro (Terça-feira)
MANHÃ E TARDE/EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1), o
jornalista Paulo Rolão e o repórter de imagem Pedro Teodoro (RTP) para Viseu. O
objetivo era fazer uma peça televisiva e radiofónica sobre a inauguração do novo centro
da IBM (Internacional Business Machines) em Viseu. Recolha de Imagens e dos discursos
do presidente da IBM Portugal, António Raposo, do presidente da Camara Municipal de
Viseu, Almeida Henriques, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo Sousa. Um
Direto para a rádio com sons dos entrevistados selecionados. Selecionei os aspetos mais
importantes do discurso do primeiro-ministro para o jornalista Horácio Antunes
sublinhar no direto. Visita do Presidente da República ao Museu Grão Vasco, Santa Casa
da Misericórdia e regimento da Infantaria nº14, em Viseu.
9 Novembro (Quarta-feira)
MANHÃ E TARDE/REDAÇÃO: Leitura de jornais regionais e nacionais. Escrita do texto
de inauguração ao centro da IBM em Viseu. Correções dos offs por parte do jornalista
que acompanhei. Acompanhamento da peça televisiva.
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10 Novembro (Quinta-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO: Gravação da peça radiofónica sobre a inauguração do centro da
IBM e finalização de edição. Conclusão da peça da Antevisão ao jogo Sporting-Arouca –
gravação do texto em estúdio e edição dos RM´s e dos offs.
TARDE/EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1) e o repórter de
imagem Paulo Oliveira até à Mata do Buçaco onde o cantor José Cid iria plantar uma
árvore acompanhado da sua mulher, Gabriela Carrascalão, num cenário onde seria
recriado o regresso do Rei D. Sebastião pelo coro Coimbra Gospel Choir e pelo Teatro
Viv´Arte. Recolha de entrevistas e gravação dos sons da encenação.
O jornalista Horácio Antunes fez uma peça para rádio mas também pata televisão.
11 Novembro (Sexta-feira)
MANHÃ / EXTERIOR: Saída com o jornalista Joaquim Reis (Antena 1) e o jornalista Álvaro
Coimbra e repórter de imagem Cláudio Calhau (RTP) ao Exploratório de Ciência Viva em
Coimbra. O objetivo era fazer uma peça radiofónica a televisiva acerca da nova
exposição de contos infantis que o Exploratório de Coimbra tinha recebido. Recolha das
entrevistas com o diretor do exploratório e a diretora da exposição. Regresso à redação
para construção da peça – escrita, gravação e edição dos RM´s e dos sons gravados na
exposição.
TARDE/REDAÇÃO: Escrita da peça da visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao centro da
IBM, Museu Grão Vasco, Santa Casa da Misericórdia e Regimento da Infantaria. Escolha
dos RM´s e edição da peça radiofónica no Dalet Plus.
Semana IX
14 Novembro (Segunda-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Leitura dos jornais nacionais e regionais. Conclusão da
escrita dos offs para peça da plantação de uma árvore por José Cid na Mata do Buçaco.
Gravação do texto em estúdio. Adição de partes musicais da autoria do cantor. Escolha
dos RM´s a utilizar de José Cid e António Gravato, presidente da mata do Buçaco. Adição
de sons conseguidos no exterior.
101
15 Novembro (Terça-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Seleção de sete notícias da ordem do dia destacadas na
Agência Lusa para construção de um noticiário radiofónico (noticiário nº4). Construção
de sete lançamentos e respetivas notícias.
16 Novembro (Quarta-feira)
MANHÃ/ EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1), Álvaro Coimbra
e o repórter de imagem Paulo Oliveira (RTP) até ao Centro Hospital Universitário de
Coimbra. O objetivo era fazer uma peça televisiva e radiofónica acerca de uma cirurgia
inovadora na área do auto transplante de fígado. Conferência com o médico Emanuel
Furtado.
TARDE/REDAÇÃO E EXTERIOR: Escrita e gravação dos offs para peça dos transplantes
Hepáticos. Escolha dos RM´s e devidas correções por parte do jornalista Horácio
Antunes. Edição da minha peça. Acompanhamento da peça radiofónica do jornalista e
auxílio na escrita dos offs da peça do mesmo.
17 Novembro (Quinta-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO E EXTERIOR: Saída com Horácio Antunes (Antena 1) e Álvaro
Coimbra e o repórter de imagem Pedro Teodoro (RTP) ao Teatro Académico Gil Vicente,
em Coimbra, para entrevistar o diretor do Festival Caminhos do Cinema Português, Vítor
Pereira.
TARDE/REDAÇÃO: Escrita dos offs e gravação dos mesmos em estúdio. Edição da peça
radiofónica sobre o Festival Caminhos do Cinema Português. Corte dos RM´s e escolha
de partes sonoras dos filmes integrantes do festival para adicionar e completar a peça
radiofónica. Acompanhamento em estúdio da peça final do jornalista.
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18 Novembro (Sexta-feira)
MANHÃ E TARDE/REDAÇÃO: Leitura dos jornais nacionais e regionais. Término do
noticiário com início na segunda-feira. Gravação do mesmo no estúdio com o
coordenador Pedro Ribeiro. Atenção: Leitura mais pausada e não confundir o ouvinte
com números e percentagens em excesso. Melhorias no texto (lançamentos e notícias.
Semana X
21 Novembro (Segunda-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Seleção de sete notícias da ordem do dia destacadas na
Agência Lusa para construção de um noticiário radiofónico (noticiário nº5). Construção
de sete lançamentos e respetivas notícias e gravação no estúdio do noticiário. Após a
gravação, o coordenador procedia às devidas correções, nomeadamente prestar
atenção às pausas na respiração.
22 Novembro (Terça-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO: Leitura dos jornais nacionais e regionais. Pesquisa e recolha de
informação acerca do “serviço” da tarde.
TARDE/EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1), Paulo Rolão e o
repórter de imagem Pedro Teodoro à Quinta da Conraria, em Coimbra, para fazer uma
reportagem televisiva e radiofónica sobre os ensaios da peça designada “Cinema
Mudo”.
23 Novembro (Quarta-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO: Construção do texto sobre o Cinema Mudo, organizado pela Quinta
da Conraria e protagonizado pelos utentes da Associação de Paralisia Cerebral de
Coimbra. Escolha dos RM´s a utilizados: Adriana Campos (orientadora do projeto),
Mariana Nunes (professora de teatro), Paulo Ferreira (realizador do projeto),
TARDE/EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1), Álvaro Coimbra
e o repórter de imagem Cláudio Calhau (RTP) para fazer peça televisa. O objetivo era
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cobrir a visita do primeiro-ministro, António Costa, ao Instituto Pedro Nunes (empresas
integradas como Take The Wind e Perceive 3D) e à empresa Critical Software, uma
iniciativa integrada na “agenda mais crescimento”.
24 Novembro (Quinta-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Gravação do texto radiofónico sobre o Cinema Mudo no
estúdio e adição de fragmentos sonoros retirados dos ensaios que embelezam e
completam a peça radiofónica enquanto estímulo musical no programa Dalet.
Gravação em estúdio de offs para edição de uma peça com entrevista Manuel Machado,
presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, acerca da aceleração e
aplicação de fundos europeus em Portugal e possível congelamento.
25 Novembro (Sexta-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Ensinamentos e dicas para gravação dos offs para peças
televisivas. Comparação entre peças televisivas realizadas no início do estágio e no
decorrer do mesmo. Escrita e gravação dos offs numa ilha de edição, escolha das
imagens e timing dos vivos a utilizar na peça da visita de António Costa a empresas de
inovação em Coimbra. Visionamento da peça final com acompanhamento do repórter
de imagem Cláudio Calhau e devidas correções (no texto, na voz e na escolha das
imagens).
Semana XI
28 Novembro (Segunda-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO: Leitura dos jornais nacionais e regionais. Pesquisa de assuntos que
estivessem na ordem do dia e pudessem dar uma peça quer para os noticiários da RTP
quer para os noticiários da Antena 1.
TARDE/EXTERIOR: Saída com a jornalista Paula Costa e com o repórter de imagem Paulo
Oliveira para concretizar uma peça televisiva já com imagens de o dia anterior recolhidas
sobre os transportes urbanos em Coimbra. Foi me dada a liberdade de entrevistar
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pessoas na rua sobre a satisfação com os serviços de transportes, com os preçários e
necessidades dos mesmos no quotidiano. Dicas acerca da entrevista televisiva.
29 Novembro (Terça-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO: Visionamento da peça final acerca do serviço de transportes
urbanos de Coimbra. Pesquisa e recolha de informação para a Antevisão do jogo a
acontecer à tarde, entre Arouca e Sporting.
TARDE/EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena 1) até ao Estádio do
Arouca para recolher as declarações de Lito Vidigal, treinador do Arouca, na antevisão
do jogo Sporting-Arouca do dia seguinte a contar para a Taça da Liga. Acompanhamento
de entrevista a Nuno Valente, jogador do Arouca. Aproveitamento das circunstâncias
para uma entrevista a um outro jogador do Arouca brasileiro que conhecia os jogadores
e o treinador do Chapecoense vítimas do trágico acidente aéreo. Envio dos RM´s
recolhidos para Lisboa de Lito Vidigal e Nuno Valente em bruto para uma peça acerca
da Antevisão. Envio do RM´s acerca do acidente do Chapecoense em bruto para a
congénere Lisboa que, posteriormente, usou para uma peça acerca da temática. No
regresso à redação, acompanhei o jornalista Horácio Antunes na escrita dos offs para a
peça sobre a Antevisão do jogo e gravação e edição da peça para os Noticiários da noite
(que ocorrem de hora a hora) na Antena 1).
30 Novembro (Quarta-feira)
MANHÃ/ REDAÇÃO: Escrita do meu próprio texto sobre a Antevisão do jogo Sporting-
Arouca, escolha dos RM´s, gravação e edição da peça no programa Dalet.
TARDE/ REDAÇÃO: Acompanhamento da edição de uma peça televisiva realizada por
Paulo Rolão e Cláudio Calhau (RTP) acerca de um estudo que identificava os malefícios
do tabaco que valeu a um investigador jovem no maior congresso da especialidade.
Acompanhamento da edição recolhidas no terreno, da gravação dos offs, escolha das
imagens e dos vivos a utilizar.
Discussão na Redação acerca de Donald Trump e do movimento Tea Party.
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1 Dezembro (Quinta-feira)
FERIADO Nestes casos apenas se encontra na delegação uma equipa de serviço, isto é,
um jornalista de televisão, um repórter de imagem e um jornalista de rádio
2 Dezembro (Sexta)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Seleção de sete notícias da ordem do dia destacadas na
Agência Lusa para construção de um noticiário radiofónico (noticiário nº6). O noticiário
não podia exceder sete minutos. Depois de escritos os 7 lançamentos – destinados à
leitura pelo coordenador de estágio Pedro Ribeiro – e respetivas noticias, seguiu-se a
ida para o estúdio para gravação do mesmo. Após a gravação, o coordenador procedia
às devidas correções, nomeadamente prestar atenção às pausas na respiração.
Semana XII
5 Dezembro (Segunda-feira)
MANHÃ/EXTERIOR: Saída com o jornalista Joaquim Reis (Antena 1), Álvaro Coimbra e o
repórter de imagem Cláudio Calhau ao Teatro Académico Gil Vicente, em coimbra, para
conferência da FENPROF -Federação Nacional de Professores- acerca da passagem das
instituições públicas a fundações, evento que contou com a presença do secretário-geral
da FENPROF Mário Nogueira.
TARDE/EXTERIOR: Escrita dos Offs e escolha dos RM´s para peça radiofónica da
conferência da FENPROF. Visionamento e comentários acerca da peça final televisiva
sobre o mesmo assunto.
6 Dezembro (Terça-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Dia passado na redação. As equipas de reportagem não
saíram neste dia. Acompanhamento da peça da FENPROF para televisão – escolha dos
vivos e imagens. Gravação em estúdio da minha peça e edição.
Gravação ao final do dia do noticiário nº5 (o noticiário era gravado dependendo da
disponibilidade do coordenador de estágio, Pedro Ribeiro.
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7 Dezembro (Quarta-feira)
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: Seleção de sete notícias da ordem do dia destacadas na
Agência Lusa para construção de um noticiário radiofónico (noticiário nº7). O noticiário
não podia exceder sete minutos. Depois de escritos os 7 lançamentos – destinados à
leitura pelo coordenador de estágio Pedro Ribeiro – e respetivas notícias, seguiu-se a
ida para o estúdio para gravação do mesmo. Após a gravação, o coordenador procedia
às devidas correções, fossem elas no texto ou referentes à colocação/entoação da voz.
8 Dezembro (Quinta-feira)
FERIADO Nestes casos apenas se encontra na delegação uma equipa de serviço, isto é,
um jornalista de televisão, um repórter de imagem e um jornalista de rádio.
9 Dezembro (Sexta-feira)
MANHÃ/REDAÇÃO: Leitura de jornais nacionais e regionais para perceber quais as
notícias da ordem do dia e quais poderiam ser aproveitadas para uma peça (quer para
a RTP como para a Antena 1). Verificação de trabalhos planificados em agenda da
Delegação para o período da tarde e pesquisa de informações – nomeadamente nos
sites de outros meios de comunicação regionais de tiragem diária – para preparação da
peça sobre o Colóquio “Timor-Leste: mil palavras, mil imagens”, organizado pela
Universidade de Coimbra.
TARDE/ EXTERIOR: Saída com o jornalista Paulo Rolão e o repórter de imagem Cláudio
Calhau (RTP) e o jornalista Joaquim Reis (Antena 1) para o Colóquio “Timor-Leste: mil
palavras, mil imagens”, na sala do carvão da casa das caldeiras, na Universidade de
Coimbra.
O objetivo seria realizar uma peça que iria ser transmitida no Jornal da tarde e também
no noticiário do canal 3 da RTP e uma peça para os noticiários da Antena 1.
Contudo, um imprevisto relacionado com desenvolvimentos no caso do
desaparecimento das jovens de Montemor-o-Velho ditou que a peça sobre o início do
Colóquio não fosse realizada. Deslocação até Montemor onde acompanhei os diretos
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feitos pelo jornalista Paulo Rolão para o Portugal em Direto (PD) e o Telejornal (e outros
jornais e foram depois enviadas imagens recolhidas no local e vivos para construção de
uma peça a partir de Lisboa. No caso da Antena 1, foi apenas enviado os sons dos
entrevistados e gravada uma peça em lisboa para contar o desenvolvimento do caso.
Semana XIII
12 Dezembro (Segunda-feira)
MANHÃ/REDAÇÃO: Construção da peça radiofónica sobre as jovens de Montemor-o-
Velho colhidas por um comboio: Escrever Offs e posterior gravação em estúdio, escolha
e corte dos RM´s a utilizar: Porfírio Quedas, presidente da junta de freguesia Vila Nova
de Anços; Major Armando Videira.
TARDE/EXTERIOR: Saída ao final da tarde com o jornalista Horácio Antunes para o Jogo
Arouca-Rio Ave, a contar para a jornada 13 do campeonato. O jogo teve início às 20h00
no Estádio do Arouca. O jornalista da Antena1, Horácio Antunes, entrou por três vezes
em direto:
- Noticiário das 20h00: para dar o onze escolhido e ausências, a equipa de arbitragem e
o treinador, e o ambiente no início da partida (condições climatéricas, número
aproximado de adeptos presentes, etc)
- Noticiário das 21h: ponto da situação após a primeira parte da partida: resultado,
jogadas e lances mais importantes.
- Noticiário das 22h: Resultado final e detalhes essenciais do encontro entre Arouca- Rio
Ave (2-0 para Rio Ave), atualização da posição geral no campeonato.
Seguimos depois para a conferência de imprensa entre os treinador de ambas as equipas
– Lito Vidigal, treinador do Arouca e Luís Castro, treinador do Rio Ave. Após conferência
de imprensa, os RM´s de ambos os treinadores foram enviados para Lisboa -
devidamente selecionados - para integrarem o noticiário das 23h da Antena1.
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13 Dezembro (Terça-feira)
MANHÃ/EXTERIOR: Saída com o jornalista Horácio Antunes (Antena1) Paulo Rolão e o
repórter de imagem Cláudio Calhau (RTP) á Universidade de Coimbra para fazer uma
peça para rádio e televisão. O Objetivo era dar a conhecer que um investigador da
instituição tinha vencido a 1ºedição do prémio Inovação Segurança Rodoviária pelo
desenvolvimento de um sistema alternativo de redução de velocidade (alternativa às
tradicionais lombas).
TARDE/REDAÇÃO: Edição da peça para televisão. Acompanhamento da escolha das
imagens, dos vivos e da gravação dos Offs. Fiz a minha própria peça sobre o prémio
Inovação Segurança Rodoviária atribuído ao investigador da Universidade de Coimbra:
escolha de RM´s, escrita dos Offs e gravação dos mesmos em estúdio, adição de efeitos
sonoros para dar magia à peça.
No final do dia, o trabalho foi mostrado ao jornalista de rádio e acompanhei a construção
da peça final - dando sugestões e ideias na construção do texto e escolha dos RM´s - que
iria para o ar no programa de radio da Antena1.
A peça de televisão foi realizada para o programa Portugal em Direto (PD) deste dia e a
peça de rádio integrou o programa Portugal em Direto da Antena 1 no dia seguinte (14
dezembro).
14 Dezembro (Quarta-feira)
MANHÃ/EXTERIOR: Saída com o jornalista Álvaro Coimbra e o repórter de imagem
Pedro Teodoro ao Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra, para entrevistar Adriana
Calcanhotto, cantora e compositora brasileira. O objetivo era entrevistar a cantora que
iria passar um semestre a dar aulas de poesia na Universidade de Coimbra como
professora convidada, a convite da instituição.
O Jornalista Álvaro Coimbra fez peça para televisão e também uma reportagem para
rádio para o Portugal em Direto.
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TARDE/REDAÇÃO: Escrita dos Offs para reportagem radiofónica da entrevista feita de
manhã à cantora e compositora Adriana Calcanhotto. Escolha dos RM´s a utilizar da
cantora e de excertos de músicas musicadas ou originais da cantora para completar a
peça.
Visionamento da peça final realizada para televisão por Álvaro Coimbra e Adriana
Calcanhoto. Dicas sobre a captação de imagem.
15 Dezembro (Quinta-feira) 50
MANHÃ E TARDE/ REDAÇÃO: O dia foi passado na redação a gravar duas peças
radiofónicas em atraso (referentes à FENPROF – Federação Nacional dos professores) e
a editar uma peça televisiva também em atraso no programa Edios7 com o repórter de
imagem Cláudio Calhau.
Nota: A edição de peças televisivas dependia obrigatoriamente de acompanhamento
por parte de um repórter de imagem – normalmente o que havia antes acompanhado
na saída para o terreno – e, desse modo, da sua disponibilidade. Por esse motivo, os Offs
eram escritos imediatamente após o regresso à redação, mas a sua edição (escolha de
vivos, de planos e gravação dos Offs) concretizado alguns dias depois.
16 Dezembro (Sexta-feira)51
MANHÃ/EXTERIOR: Saída com o jornalista da RTP Paulo Rolão e o repórter de imagem
Cláudio Calhau para realizar uma peça com o refugiados a viver em Penela há um ano –
um ano de balanço da vida em Portugal.
50 Dia de estágio após o término da data oficial – dia 14 dezembro. O motivo do seu prolongamento foi a
deslocação à faculdade para resolução de assuntos relacionados com o mesmo.
51 Dia de estágio após o término - dia 14 dezembro. O motivo do seu prolongamento foi a deslocação à
faculdade para resolução de assuntos relacionados com o mesmo.
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MANHÃ/ REDAÇÃO: Gravação em estúdio dos offs da Entrevista a Adriana Calcanhotto.
Montagem da peça final e apresentação ao jornalista para devidas correções ou
melhoramentos. Escrita dos offs para a peça de televisão acerca da saída da parte da
manhã – um ano de balanço de uma família de refugiados a viver em Penela -, sendo
que a peça não foi edita por falta de tempo.
A peça televisiva só foi editada pelo jornalista Álvaro Coimbra (em substituição a Paulo
Rolão que realizou a entrevista) e repórter de imagem Cláudio Calhau no sábado e
enviado nesse mesmo dia para a congénere em Lisboa.