O PALEOLíTICO MÉDIO NO TERRITóRIO PORTUGUêS
Transcript of O PALEOLíTICO MÉDIO NO TERRITóRIO PORTUGUêS
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
O PaleOlíticO MédiO nO territóriO POrtuguês
Telmo Pereirai, Jonathan Hawsii e Nuno Bichoiii
resuMO: No presente artigo apresenta-se um breve resumo sobre o estado da arte do Paleolítico Médio em Portugal abordando-se a indústria lítica, o registo faunístico e os padrões de assentamento. Embora o número de jazidas ainda não seja muito grande, parece ser claro que o território português terá sido aquele onde sobreviveram os últimos Neanderthais. Ao mesmo tempo, parece também ser claro que, pelo menos desde há pelo menos ~240 mil anos, estas comunidades apresentavam um leque de características comportamentais singulares, que as distin-guiam dos grupos situados além Pirenéus. De facto, enquanto estes eram especializados na caça e exploração da rena com utensílios de sílex, os localizados no território português eram especializados na exploração eclética dos recursos disponíveis. Tal diferença poderá estar relacionada com as substanciais diferenças climáticas e paisagísticas, dado que o território em causa não apresenta indícios de forte impacto das fases mais rigorosas das glaciações. Esta exploração variada dos recursos parece estar na base da tardia sobrevivência dos grupos neanderthais no extremo ocidental da Ibéria.
Palavras-chave: Paleolítico Médio; Moustierense, Exploração de recursos; Portugal.
el PaleOlíticO MediO en el territOriO POrtugués
resuMen: En este artículo se presenta un breve resumen sobre el estado del arte del Paleolítico Medio en Por-tugal enfocandose la industria lítica, el registro faunístico y los patrones de asentamiento. Aunque el número de depósitos no sea muy grande, parece claro que el territorio portugués ha sido donde los últimos neanderthales so-brevivieron. Al mismo tiempo, también parece claro que, al menos por lo menos ~ 240 mil años, estas comunidades tenían una serie de características únicas en su comportamiento que las distingue a los grupos situados más allá de los Pirineos. De hecho, mientras que estos eran expertos en la caza de renos con herramientas de sílex, los situados en el territorio portugués se especializan en la exploración ecléctica de los recursos disponibles. Esta diferencia puede estar relacionada con las diferencias sustanciales en el clima y el paisaje, ya que la zona en cuestión no muestra evidencia de fuerte impacto del endurecimiento de las fases de la glaciación. Esta explotación variada de recursos parece ser la base de la supervivencia tardía de los grupos neanderthales en el extremo occidental de Iberia.
Palabras-clave: Paleolítico Médio; Moustierense; Explotacion de recursos; Portugal.
i Bolseiro de pós-doutoramento, Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia, Universidade do Algarve, Campus Gambelas, 8005-139 Faro PORTUGAL. E-mail: [email protected].
ii Professor Associado, Department of Anthropology, College of Arts & Sciences, University of Louisville, Lutz Hall Room 228, 2301 S. 3rd St., Louisville, KY 40208, USA. E-mail: [email protected].
iii Professor Associado, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, University of Algarve, Campus Gambelas, 8005-139 Faro PORTUGAL. E-mail: [email protected]
12 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
the Middle PaleOlithic in the POrtuguese territOry
abstract: In this paper we present a brief synthesis of the Middle Paleolithic in Portugal, focusing both the lithic and faunal assemblages, along with the settlement patterns. Despite the number of sites being small, it seems clear that the Portuguese territory might have been that where the last Neanderthals have lived. At the same time, it also seems that since ~240ka these communities presented a spectrum of particular behavioral features that allow us to distinct them from those located at East of the Pyrenees. In fact, while these were specialized in hunting and exploitation of reindeer with flint tools, those located in Portugal were specialized in the exploitation of a wider diversity of available resources. Such difference might be related with strong differences on environment and lands-cape, once this territory did not present evidence of strong impact in the most rigorous phases of the glacial periods. This diverse exploitation might have been the base of the survival of Neanderthal populations in the southwestern-most part of Iberia.
Key-wOrds: Middle Paleolithic; Mousterian; Resource Exploitation; Portugal.
1 DELGADO, J. (1884).2 BREUIL, H. E ZBYSZEWSKI, G. (1942); BREUIL E ZBYSZEWSKI, G. (1945); ZBYSZEWSKI, G. (1958);
ZBYSZEWSKI, G. (1943A).3 PENCK, A. E BRÜCKNER, E. (1909).4 BREUIL, H. E ZBYSZEWSKI, G. (1942).5 BORDES, F. (1961b); SONNEVILLE-BORDES, D. E PERROT, J. (1954); SONNEVILLE-BORDES, D. E
PERROT, J. (1955); SONNEVILLE-BORDES, D. E PERROT, J. (1956).6 BORDES, F. (1961b).7 ZBYSZEWSKI, G. (1974).8 ZBYSZEWSKI, G. et al. (1977).9 ZBYSZEWSKI, G. E CARDOSO, J. (1989); ZBYSZEWSKI, G. E FERREIRA, O. (1989).
intrOduçãO
Durante a centúria que vai da década de 1870 e a de 1970, a Comissão Geológica de Portugal, posteriormente designada de Serviços Geológicos de Portugal, teve o quase monopó-lio da investigação do Paleolítico Inferior e Mé-dio em Portugal. O primeiro contexto de Paleo-lítico Médio escavado em Portugal foi a Gruta da Furninha1, cuja escavação teve um rigoroso registo vertical e horizontal da proveniência dos artefactos, bem como uma rápida publicação e divulgação internacional dos resultados. Apesar deste promissor início e da existência de vastas regiões cársicas, a investigação neste período de-rivou ainda durante o século XIX para métodos incipientes, onde a escavação de jazidas deu lu-gar a simples prospecções recolha de artefactos descontextualizados existentes nos terraços mé-
dios das bacias dos grandes rios e das praias ele-vadas do litoral2. A idade dos sítios era inferida pela combinação dos princípios altimétricos e eustáticos do ciclo alpino3 em associação com o “Método das Séries”4. Esta metodologia foi uti-lizada sempre da mesma forma e nunca foi subs-tituída, calibrada ou corrigida pelos progressos introduzidos pela arqueologia científica5. Não é pois surpreendente que de tal abordagem sim-plista tivessem resultado, por um lado, a incapa-cidade de caracterizar este período tecno-tipo-logicamente, reconhecer-lhe variações internas como em França6 e, por outro, tivesse permitido obtenção de inferições como a evolução direc-ta do Acheulense para o Languedocense7 ou do Moustierense para o Solutrense8.
Apesar deste status quo se tivesse mantido até à primeira década do Século XXI9 , o corte epistemológico deu-se na década de 1970 pela
O Paleolítico Médio no território português 13
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
10 RAPOSO, L. (2001); RAPOSO, L. (1996).11 G.E.E.P. (1979); G.E.E.P. (1983).12 RAPOSO, L., et al. (1985).13 BREUIL, H. (1913); BREUIL, H. E ZBYSZEWSKI, G. (1942).
mão do Grupo para o Estudo do Paleolítico Português (G.E.P.P.) com que introdução dos princípios da escola antropológica francesa e da arqueologia científica. As intensivas pros-pecções na bacia do Tejo permitiram localizar dezenas de jazidas inéditas (Figura 1) e esca-var as mais significativas como Milharós10, Vi-las Ruivas11, Foz do Enxarrique12. A partir daí, a continuação dos trabalhos tem permitido enriquecer o conhecimento sobre a ocupação neanderthal no extremo ocidental da Península, principalmente graças à vinda de investigadores estrangeiros, ao crescente número de projectos interdisciplinares financiados e à multiplicação de datações absolutas. Apesar deste incremento, salienta-se a ainda pouca quantidade de trabal-hos académicos, existindo menos de uma deze-na de mestrados e nenhum doutoramento.
crOnOlOgia dO PaleOlíticO MédiO eM POrtugal
Durante décadas a cronologia das estações de Paleolítico Médio era inferida pela classi-ficação dos artefactos segundo o seu aspecto moustieroide em combinação com o “Método das Séries”13, o qual partia do princípio do uni-formitarismo. Considerava-se que aqueles tin-ham estado sujeitos a índices de erosão estáveis e constantes ao longo do tempo pelo que, quanto maior fosse a sua alteração maior seria a sua an-tiguidade. Dado que se tratavam de jazidas de superfície ou provenientes de cascalheiras, a pre-sença de artefactos com patinas distintas denun-ciava a existência de palimpsestos e das várias épocas que tinham contribuído na formação do conjunto arqueológico. Essas séries de patinas eram ordenadas e subdivididas da mais para a
menos intensa (Ia, Ib, etc.), sendo a primeira a mais antiga e sempre correspondente à Série I. Um dos problemas deste método era o de, por um lado, o número das séries só fazer sentido dentro de cada conjunto, não representando
Figura 1. Mapa dos sítios do Paleolítico Médio, Centro e Sul de Portugal. 1. Buraca Escura; 2. Pedrõgão; 3. Casal do Azemel;
4. Casal Santa Maria; 5. Mira Nascente; 6. Praia Rei Cortiço; 7. Lapa dos Furos; 8. Estrada do Prado; 9. Gruta do Caldeirão; 10. Santa Cita; 11. Galeria Pesada; 12. Gruta da Oliveira; 13. Lapa dos Coelhos; 14. Ribeira da Atalaia; 15. Vilas Ruivas; 16. Foz do Enxarrique; 17. Furninha; 18. Gruta Nova da Columbeira;
19. Vale do Forno; 20. Quinta da Boavista; 21. Arneiro Cortiço; 22. Salemas; 23. Santo Antão do Tojal; 24. Correio-Mor; 25.
Conceição; 26. Gruta da Figueira Brava; 27. Gruta do Escoural; 28. Sapateiros 2; 29. Vinhas; 30. Porto Meirinho; 31. Lagoa
Funda 1; 32. Lagoa Funda 2; 33. Lagoa Funda 3; 34. Lagoa do Bordoal; 35. Vale Boi; 36. Ibn-Amar; 37. Praia da Galé.
14 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
uma cronologia concreta, pelo que é, ainda hoje, impossível qualquer comparação inter-sítio fazendo-se uso apenas da bibliografia. Paralela-mente, o depósito geológico onde a jazida se en-contrava era datado por princípios altimétricos e eustáticos do ciclo alpino14. Com este protoco-lo de análise, a equipa dos Serviços Geológicos conseguiu relacionar esta “cultura” aos terraços médios e baixos das bacias dos grandes rios, cuja formação era atribuída à glaciação de Würm15.Nas últimas décadas, contudo, este problema foi ultrapassado pela obtenção de um conjunto alargado de datações absolutas, que ultrapassam já as oitenta datações utilizando diferentes mé-todos, nomeadamente, 14C, AMS, U-Th, OSL e TL (Tabela 1). Infelizmente, algumas delas têm desvios padrões demasiado grandes, o que faz com que sejam virtualmente inúteis na tare-fa de enquadrar cronológica e com pormenor as diferentes particularidades de cada ocupação, de forma a gerar-se uma sequência-chave regional detalhada. Paralelamente, existem outras obti-das para contextos subjacentes a camadas com artefactos característicos do Paleolítico Supe-rior, mas em contextos com intensa biopertur-bação, o que faz com que não seja possível per-ceber se o resultado corresponde a uma ou outra fase, levando a que fique aberta a possibilidade de discussão dos processos de substituição das comunidades neanderthais com tecno-comple-
xo moustierense pelas de humanos anatomica-mente modernos com tecno-complexo típico de Paleolítico Superior16. São, entre outros, os casos da Gruta do Caldeirão17 e Gruta Nova da Columbeira18.
Finalmente, registam-se ainda alguns sítios, muitas vezes escavados em áreas significativas e como medida preventiva da sua destruição pela construção de habitações e infra-estruturas, que nunca foram e nunca poderão ser datados. Nalguns destes casos, tal informação teria sido da maior importância, uma vez que são dota-dos de grandiosas colecções artefactuais, es-pecificamente indústria lítica, e a obtenção de um valor absoluto cronométrico permitiria en-quadrar numa sequência temporal, os padrões tecnológicos e tipológicos das comunidades neanderthais. Entre estes casos encontram-se, por exemplo, Sapateiros 219, Porto Meirinho20, Santa Cita21, Estrada do Prado22, Quinta da Boa Vista23 ou Arneiro Cortiço24.
Os resultados existentes, e particularmente aquele obtido para a camada inferior das Gale-rias Pesadas (Grutas do Almonda), parecem in-dicar que, no território em causa, o Paleolítico Médio já estaria presente há ~240ka25. Porém, esta datação é, também ela problemática, e po-derá corresponder apenas a cerca de metade deste valor, isto é, ~120ka. Este valor mais re-cente está em concordância com outros contex-
14 PENCK, A. E BRÜCKNER, E. (1909).15 BREUIL, H. E ZBYSZEWSKI, G. (1942); BREUIL, H. E ZBYSZEWSKI, G. (1945); ZBYSZEWSKI, G.(1958);
ZBYSZEWSKI, G. (1943a); RAPOSO, L., SALVADOR, M. E SILVA, A. (1985); RAPOSO. L. (2001); RAPOSO, L. (1996); G.E.E.P. (1979); G.E.E.P. (1983).
16 ZILHÃO, J. et al. (2010); BICHO, N. (2005A); ZILHÃO, J. et al. (2011). 17 ZILHÃO, J. (1997).18 ZBYSZEWSKI, G. (1963); CARDOSO, J. et al. (2002); FERREIRA, O. (1984); ZILHÃO, J. et al. (2011).19 CURA, S. (2003).20 CARRONDO, J. (2006).21 BICHO, N. E FERRING, R. (2001); BICHO, N. (1997); LUSSO, T. et al. (2001).22 GEMA CHACÓN, M. E RAPOSO, L. (2001); MATEUS, J. (1984).23 MORAL DEL HOYO, S. et al. (2003).24 GASPAR, R. E ALDEIAS, V. (2005).25 MARKS, A. (2005); MARKS, A. et al. (2002); MARKS, A., MONIGAL, K. E CHABAI, V. (1999); MARKS, A.
et al. (2000).
O Paleolítico Médio no território português 15
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
tos datados também neste complexo cársico26. Contudo, esta cronologia, anterior ao MIS 5, indica portanto que a atribuição de vários sítios arqueológicos, nomeadamente no Vale do For-no, tidos como Paleolítico Inferior, são de facto Paleolítico Médio, independentemente do facto de terem no sei das suas colecções alguns bifaces.
Relativamente ao seu terminus, a bateria de datações disponível parece ser bastante mais clara, não impedindo contudo que seja um tópi-co pacífico. De facto, enquanto há autores que marcam o final do Paleolítico Médio há cerca de 38,000 anos27 outros afirmam a sua conti-nuação, na Estremadura e no Algarve, até ao iní-cio do Heinrich 3, há cerca de 33,5 mil anos28.
PaleOaMbiente
A informação ambiental disponível para o Paleolítico Médio em território português é composta por dados provenientes dos cores oceânicos MD99-2331, MD95-2039, MD95-2042, 3KL SO75-, SO75-6KL, SO75-12KL, SO75-26KL e SU18-8129 e em dados faunís-ticos provenientes de jazidas paleontológicas e arqueológicas30. Destas duas fontes de infor-mação, a primeira é aquela que tem oferecido uma sequência de maior resolução capaz de per-mitir a construção de um quadro diacrónico ri-goroso. A data de ~240ka parece corresponder ao Estádio Isotópico Marinho (MIS) 7, uma fase aparentemente quente, apesar de uma quebra e posterior acentuada recuperação por volta dos ~225ka. Com o MIS6 entra-se abruptamente
26 ZILHÃO, J. E MCKINNEY, C. (1995).27 AUBRY, T. et al. (2011); ZILHÃO, J. et al. (2010).28 BICHO, N. et al. (NO PRELO).29 FLETCHER, W. et al. (2010); SANCHÉS-GOÑI, N. et al. (2000); SCHONFELD, J. (2003); THOMSON, J. et
al. (1999); MORENO, S. et al. (2002).30 CARDOSO, J. (1993); MARKS, A. et al. (2002); DAVIS, S. (2002); ANGELUCCI, D. E ZILHÃO, J. (2009);
HAWS, J. et al. (2011); BENEDETTI, M. et al. (2009); HAWS, J. et al. (2010).
numa fase de progressivo arrefecimento até ao início do MIS5. A primeira metade deste ciclo é particularmente quente e a segunda tempera-da. O MIS4 é curto e retoma uma fase fria. Por fim, o MIS3 representa, mais que um novo ciclo quente, uma ligeira recuperação térmica com a paragem do arrefecimento e marcado por uma constante oscilação entre quente e frio.
Observando-se o registo polínico, parece que tais variações terão tido um forte impacto na composição da vegetação, levando a uma constante variação da frequência das espécies características da floresta temperada quente, temperada, boreal, conífera euritermica, pra-daria de arbustos e estepe xerófita. O pólen das espécies de pradaria de arbustos e estepe xerófita é sempre o mais frequente, sendo que estas duas paisagens parecem ter uma relação directa inver-samente proporcional entre si. As florestas coní-fera euritermica e Quercus decidual estão sempre presentes, sendo a frequência da primeira maior nas fases mais frias e da segunda nas mais quen-tes. De salientar que tanto a florestas temperada quente como a temperada, se manterem sempre presentes mesmo nos momentos mais frios.
O registo faunístico é coerente com o botâ-nico, apresentando recorrentes combinações de espécies hoje apenas presentes em climas quen-tes/tropicais (elefante, hipopótamo, rinoceron-te, macaco, leão, pantera, hiena) com outras de clima temperado (auroque, cavalo, veado, gamo, cervo, coelho), pontualmente com alguns exemplares associados a zonas de topografia aci-dentada (Capra ibex) mas nunca com espécies
16 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
árcticas (lebre do árctico, raposa do árctico, rena, mamute, rinoceronte lanudo)31. Neste as-pecto salienta-se o facto de tanto o hipopótamo como a tartaruga estarem sempre presentes. No primeiro caso, tal indica que existiriam grandes e diversas massas de água não congelada mesmo nos momentos mais frios32. No segundo que, durante esses momentos, existiriam períodos onde a temperatura estaria acima dos 20ºC. No entanto, os dados obtidos para a Gruta da Oli-veira apontam para que, pelo menos durante o estadial Heinrich 4 (~40 ka), o ambiente fosse mais hostil, dado que a quantidade de tartaruga diminui consideravelmente33.
Em conjunto, os registos faunísticos e bo-tânicos deixam perceber a existência de uma rica biodiversidade, com associação de diversas espécies de clima tropical, temperado/quente, temperado e temperado/frio, mas nunca árcti-co, o que parece negar profundas afectações na ecologia, mesmo durante os picos máximos das fases glaciares. Estes dados confirmam o carác-ter de refúgio desta região, muito provavelmen-te, graças ao efeito termo-regulador do Oceano Atlântico34, bem como uma resiliência clara da tendência ecológica mediterrânica35.
subsistência
A informação disponível parece indicar que as populações neanderthais desta região des-envolveram actividades cinegéticas sobre uma grande variedade espécies de diversos portes,
desde o coelho e tartaruga, passando pela cabra, veado, gamo ou cervo, até ao cavalo e auroque. A esta dinâmica mais incisiva na paisagem, há que acrescentar a exploração de espécies pertencen-tes ao grupo das megafaunas, de que são exem-plo o elefante, o hipopótamo ou o rinoceronte.
Dentro da dieta destes grupos humanos es-teve desde muito cedo o consumo de recursos marinhos, que através da exploração de mamí-feros marinhos36, podendo estes resultar apenas de encontros fortuitos das respectivas carcaças latentes na linha de costa, mas também de mo-luscos e crustáceos37, por vezes de grandes di-mensões38. Dados indirectos, provenientes de análise traceológica em utensílios líticos, apon-tam para que a preparação de peixe marinho se desse há pelo menos ~40ka39.
Finalmente, são ainda recorrentes os ves-tígios de diversas espécies de carnívoros de pe-queno, médio e grande porte, indicador de um frequente abate de espécimen desta ordem que, tendo em conta as partes anatómicas e padrões de fragmentação, não parece estar associado ao consumo da sua carne.
indústria lítica
Ao longo de todo o Paleolítico Médio, as populações do ocidente peninsular utilizaram quartzito, quartzo e sílex para fabricar os seus utensílios em pedra. As fontes preferenciais da obtenção destes três recursos foram os terraços fluviais e as praias elevadas da costa, como é in-
31 BRUGAL, P. E RAPOSO, L. (1999); BRUGAL, P. E VALENTE, M. (2007); MARK, A. et al. (2002); MARKS, A. et al. (2000); CARDOSO, J. (1993); ANTUNES E CARDOSO (2000); CARDOSO J., RAPOSO, L. E FERREIRA, O. (2002); VALENTE, M. (2000).
32 CARDOSO, J. (1993): p.520.33 NABAIS, M. (2010); NABAIS, M. (2012).34 HAWS, J. (2003).35 HAWS, J. (2011).36 ANTUNES, M. (2000); HAWS, J. et al. (2011).37 HAWS, J. et al. (2011); BICHO, N. (2004); HOCKETT, B. (2007).38 ZILHÃO, J. 2011 - Comunicação pessoal no eshe meeting.39 HAWS, J. et al. (2011); BENEDETTI, M. et al. (2009); HAWS, J. et al. (2010).
O Paleolítico Médio no território português 17
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
dicado pela presença de córtex de seixo em qua-se todos os casos. Porém, era também frequente a exploração directa das jazidas primárias ou dos clastos presentes nas suas imediações, quan-do o assentamento se localizava perto destas. A maior ou menor frequência de cada uma destas matérias-primas parece ter uma relação directa com a sua disponibilidade num raio inferior a 3km. Do ponto de vista tecno-tipologico, o iní-cio do Paleolítico Médio parece ter já ocorrido aquando da ocupação da base da sequência das Galerias Pesadas (241 +30 -22 ka B.P.)40, onde a indústria se caracteriza por uma baixa frequên-cia de debitagem discoide e levallois associada a típicos bifaces simétricos (Figura 2), pequenos bifaces assimétricos, peças foliáceas, facas de dorso bifacial e raspadores bifaciais, mas sempre sem machados-de-mão. Estas características são relativamente congruentes com as do nível mé-dio de Vale do Forno 8 ou Milharós41, datadas de até 100ma, e por sua vez semelhantes às do
Casal do Azemel e Casal de Santa Maria, na ba-cia do Rio Lis42. No entanto, são claramente dis-tintas das registadas nas camadas inferiores do Vale do Forno43, em Monte Famaco44, ou Quin-ta do Cónego/Pousias45, claramente Acheulen-ses, marcados pela elevada presença de bifaces, machados-de-mão e triedros. A produção de utensílios configurados fez-se sobretudo através da redução de lascas de grandes dimensões en-quanto a debitagem se fez essencialmente sobre seixos com menos de 15cm de comprimento e 500gr de peso. As indústrias micoquenses pa-recem, assim, representar uma fase de transição do Paleolítico Inferior para o Paleolítico Médio. Os resultados provenientes de um programa de-dicado à datação por métodos absolutos dos de-pósitos do Tejo parecem indicar que as camadas de alguma forma associadas a vestígios arqueo-lógicos são sempre mais recentes que 225ka46.
A partir de <100 ka, os utensílios nucleifor-mes desaparecem, sendo os conjuntos caracte-rísticos do Moustierense, com uma forte com-ponente de debitagem de lascas, algumas pontas e raras lâminas ou lamelas. Esta produção tin-ha por base o conceito Remontante mas prin-cipalmente os conceitos Discoide (Figura 3) e Levallois preferencial ou recorrente (Figura 4), resultando daí uma elevada frequência de pa-drões dorsais convergentes, cruzados e radiais, plataformas de percussão diedras e facetadas, ângulos de talhe de 90º. O leque de utensílios compreende essencialmente suportes levallois e pseudo-levallois, raspadores, denticulados mas sobretudo entalhes. São esses os casos da
40 MARKS, A. et al. (2000); MARKS, A., MONIGAL, K. E CHABAI, V. (1999); MARKS, A. et al. (2002); MARKS, A. (2005).
41 RAPOSO, L. et al. (1993); RAPOSO, L. (1996).42 CUNHA-RIBEIRO, J. (1999).43 RAPOSO, L. et al. (1993); RAPOSO, L. (2001); RAPOSO, L. (1996).44 RAPOSO, L. et al. (1993).45 CUNHA-RIBEIRO, J. (1999).46 MARTINS, A. et al. (2010); MARTINS, A. et al. (2009); MARTINS, A. E CUNHA, P. (2006); CUNHA, P. et al.
(2006); CUNHA, P. et al. (2008); MOZZI, P. et al. (2000).
Figura 2. Biface micoquense em quartzito, Galerias Pesadas, Almonda (Marks, 2005:205).
18 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
maioria das jazidas conhecidas, nomeadamente Ribeira da Atalaia47. Infelizmente, esta região caracteriza-se por uma baixa frequência de ut-ensílios retocados, o que não tem permitido o reconhecimento das tradicionais “culturas” identifi cadas além Pirinéus48.
PadrÕes de assentaMentO
A inferição dos padrões de assentamento está directamente relacionada aos territórios abordados pela investigação. Os dados dispo-níveis permitem perceber uma intensa ocu-pação dos territórios mais planos, associados às bacias dos grandes rios, onde os diversos re-cursos (fauna, fl ora, água e matérias-primas) se encontrariam sempre presentes (Tabela 2). Não é claro se a falta de informação para as regiões montanhosas do interior está relacionada com a reduzida investigação, com a não ocupação des-tes territórios ou com a erosão dos depósitos. A
47 CURA, S. E GRIMALDI, S. (2009), ROSINA, P. et al. (2004), ROSINA, P. et al. (2010), ROSINA, P. E CURA, S. (2010).
48 BORDES, F. (1961b).
Figura 3. Núcleo discoide em quartzito, Santa Cita, Tomar (Desenho: Telmo Pereira).
Figura 4. Núcleo Levallois preferencial para lascas em sílex, Mira Nascente, Alcobaça (Foto: Telmo Pereira).
O Paleolítico Médio no território português 19
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
ocupação dos ambientes cársicos deu-se sempre em paredes imediatas aos cursos fluviais, cujo sopé apresenta normalmente uma cascalheira com balastros coerentes com as características dos seixos debitados e onde é frequente existir uma nascente. Parece, porém, existirem dois ti-pos de ocupações de gruta: um, em cavidades maiores, representativo de recorrente ocupação residencial, como Gruta Nova da Columbeira49, Gruta da Oliveira50, Galerias Pesadas51 e outro representativo de ocupações pontuais de curta duração, como é o caso de Correio-Mor52, Lapa dos Furos53, Salemas54, Pêgo do Diabo (Zilhão 1997) e Lapa dos Coelhos (Almeida, comuni-cação pessoal). A pouca área escavada na Gruta do Escoural55 não permite inferir que tipo de utilização que lhe foi dada.
Por seu turno, a localização dos sítios de ar livre parecem ter três padrões. Um relacionado com o abate de herbívoros junto à margem de rios (muitas vezes na foz de uma linha secundá-ria) como são os casos de Foz do Enxarrique56, Santo Antão do Tojal57, Conceição58, Porto Meirinho59, Sapateiros60, Quinta da Boavista61 ou de lagoas como acontece na Lagoa Funda 1, 2, 3 e Lagoa do Bordoal62. Tal situação poderá
estar relacionada com a utilização da massa de água como obstáculo à fuga das presas, fazendo destes locais pontos preferenciais para a sua em-boscada.
Outro padrão parece estar presente nos sítios de contexto costeiro como Figueira-Bra-va63, Ibn-Amar64, Mira Nascente65, Praia de Rei Cortiço66 e Pedrógão67, os quais parecem estar relacionados com a exploração dos recursos marinhos. Comparando os registos faunísticos e apesar da sua localização, a Gruta da Furnin-ha parece representar um contexto de interior, o que indiciará que a jazida poderia estar numa situação mais interior do que na actualidade.
O final dO PaleOlíticO MédiO
Nesta região, o Paleolítico Médio deu-se com o aparecimento das comunidades de huma-nos anatomicamente modernos com tecnologia gravetense há cerca de 28 mil anos68. Até ao mo-mento, não foi identificado em todo o SW pe-ninsular, qualquer artefacto que represente um fóssil-director exclusivo do Aurignacense, nem um qualquer complexo de transição69. Parale-lamente, a possibilidade de miscigenação entre
49 CARDOSO, J. et al. (2002).50 ZILHÃO, J. E MCKINNEY, C. (1995); ZILHÃO, J. (2006); MARKS, A. et al. (1998); ZILHÃO, J. (2001).51 MARKS, A. (2005).52 ZBYSZEWSKI, G. et al. (1987); ZBYSZEWSKI, G. et al. (1981).53 ZILHÃO, J. (1997).54 ZBYSZEWSKI, G. (1963); FERREIRA, O. (1964); ROCHE, J. E FERREIRA, O. (1970); ZBYSZEWSKI, G. et
al. (1981).55 SILVA, A. et al. (1991); OTTE, M. E SILVA, A. (1996).56 RAPOSO, L., et al. (1985).57 ZBYSZEWSKI, G. (1977); ZBYSZEWSKI, G. (1943b).58 RAPOSO, L. E CARDOSO, J. (1998).59 CARRONDO, J. (2006).60 CURA, S. (2003).61 MORAL DEL HOYO, S. et al. (2003).62 BICHO, N. (2004).63 ANTUNES, M. (1991); ANTUNES, M., E CARDOSO, J. (2000).64 BICHO, N. (2004).65 HAWS, J. et al. (2011).66 HAWS, J. et al. (2011).67 AUBRY, T. et al. (2005).68 BICHO, N. et al. (NO PRELO).69 BICHO, N. (2005); BICHO, N. et al. (NO PRELO).
20 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
populações neanderthais com anatomicamente modernas70 está longe de se encontrar validada71 uma vez que as três datações directas sobre o es-queleto do Abrigo do Lagar Velho são coerentes entre si e indicam uma cronologia solutrense. Paralelamente, as datações obtidas para os mate-riais aparentemente associados à sepultura e que determinaram a sua atribuição ao Gravetense são coerentes com a variedade e padrões de frag-mentação dos milhares de fragmentos faunís-ticos existentes nos dois densíssimos níveis de ocupação existentes adjacentes e que são tipica-mente gravetenses72. Modelos recentes sugerem que a extinção tardia dos Neanderthais poderá estar, muito provavelmente, relacionada com a riqueza, diversidade e estabilidade ecológica do território em causa. A exploração eclética dos recursos bióticos e abióticos, permitiram que estes grupos tivessem maiores taxas de sobre-vivência e reprodução, resultando numa maior resistência à ocupação no território e equilíbrio demográfico com os grupos anatomicamente modernos73, situação claramente distinta com o que se passa no SW francês74. A sua derradei-ra extinção poderá, assim, ter uma relação com uma paulatina consanguinidade por contraste com uma maior riqueza por parte das novas po-pulações de anatomia africana.
aPOntaMentO final
O conjunto de dados disponíveis para o Paleolítico Médio em Portugal parece permitir inferir alguns padrões relativos à selecção de re-cursos, cultura material e ocupação do território mas não um substancial refinamento das va-
riações comportamentais ao longo do tempo. O limite inferior deste período parece ser anterior a ~240ka e caracterizado pelo tecno-complexo micoquense, o qual se mantém até ~100ka. A existência de uma variação entre Micoquense e Acheulense Superior poderá estar relacionada não com uma variação cultural ou cronológica mas antes com a gestão das matérias-primas, apresentado os contextos de gruta um maior Efeito Frison75 que os de terraço. Após ~100ka, os utensílios configurados parecem desaparecer definitivamente dando lugar ao Moustieren-se, rico em levallois e entalhes que se mantém até à extinção das populações neanderthais por grupos de humanos anatomicamente modernos com tecno-complexo Gravetense, há ~28ka76.
As populações aqui residentes parecem ter-se especializado na utilização de toda a riqueza disponível, quer se tratassem de recursos faunís-ticos ou de matérias-primas líticas, os quais transportaram dentro de um espaço que não ultrapassaria os 3km. Esta estratégia parece estar já presente há ~240ka, pelo que se presume que o seu surgimento seja ainda anterior a essa data, prolongou-se até à passagem para o Paleolítico Superior. Este comportamento é claramente distinto daquele registado nos territórios além Pirinéus, onde os grupos neanderthais eram es-pecializados na caça de rena com utensílios de sílex. Esta característica eclética estará, provavel-mente, relacionada com a riqueza de um territó-rio que, mesmo nos momentos mais frios, nunca perdeu a sua biodiversidade nem terá tido vastas regiões de gelo permanente, pelo menos nas zo-nas mais baixas e costeiras. A dicotomia “inte-rior montanhoso frio” vs “litoral plano quente”
70 ZILHÃO, J. (1998); ZILHÃO, J. (2000); ZILHÃO, J. (2002); ZILHÃO, J. E D’ERRICO, F. (1999); D’ERRICO, F. et al. (1998); DUARTE, C. et al. (1999); ZILHÃO, J. E TRINKAUS, E. (2002).
71 RAPOSO, L. (2000); RAPOSO, L., E CARDOSO, J. (1998); BICHO, N. (2000); BICHO, N. (2005).72 ZILHÃO, J. E ALMEIDA, F. (2002); BICHO, N. (2005).73 BICHO, N. E HAWS, J. (2008); HOCKETT, B. (2007); PEREIRA, T. (2010).74 MELLARS, G. E FRENCH, F. (2011).75 FRISON, G. (1968); JELINEK, A. (1976).76 BICHO, N. et al. (2010)
O Paleolítico Médio no território português 21
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
poderá ter ditado os padrões de assentamento das populações, levando a que estas se localizas-sem mais no primeiro, levando a que o segundo acabasse por funcionar como zona de menor impacto na fauna, permitindo a sua reprodução. Paralelamente, poderá ter funcionado como barreira entre as populações peninsulares o que
terá contribuído para o acentuar de particulari-dades relacionadas com padrões tecnológicos, ocupação de território e transporte de recursos que estudos actualmente em cursos permitirão ajudar a compreender.
[Ver tablas después de la bibliografía]
bibliOgrafia
ANGELUCCI, D. e ZILHÃO, J. (2009): “Stratigraphy and formation processes of the Upper Pleistocene deposit at Gruta da Oliveira, Almonda karstic system, Torres Novas, Portugal”, Geoarchaeology, 24(3): 277-310.
ANTUNES, M. (1991): “O Homem da Gruta da Figueira Brava (ca. 30000 BP) Contexto ecológico, alimentação, cani-balismo”, Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, XXXI: 487-536.
ANTUNES, M. (2000): “Gruta da Figueira Brava: Pleistocene marine mammals”, en M. Antunes, (ed.), Last Neander-thals in Portugal, odontologic and other evidence. Memórias da Academia das Ciências de Lisboa. Classe de Ciências, XXXVIII, Academia de Ciências de Lisboa, Lisbon, pp. 245-258.
ANTUNES, M., CABRAL, M. e SOARES, A. (1989): “Paleolítico médio e superior em Portugal: datas estado actual dos conhecimentos , síntese e discussão”, Ciências da erra, 10: 127-138.
ANTUNES, M. e CARDOSO, J. (2000): “Gruta Nova da Columbeira, Gruta das Salemas and Gruta da Figueira Brava. Stratigraphy, and Chronology of the Pleistocene deposits”, Memórias da Academia das Ciencias de Lisboa, Classe de Ciencias: 23–67.
AUBRY, T., CUNHA-RIBEIRO, J. e ANGELUCCI, D. (2005): “Testemunhos da ocupação pelo Homen de Neander-thal: o sítio da Praia do Pedrógão”, en S. Carvalho, (ed.), Habitantes e Habitats: Pré e Proto-História na Bacia do Lis, SIMLIS, Leiria, pp. 56–66.
AUBRY, T., DIMUCCIO, L., ALMEIDA, M., NEVES, M., ANGELUCCI, D. e CUNHA, L. (2011): “Palaeoenviron-mental forcing during the Middle–Upper Palaeolithic transition in central-western Portugal”, Quaternary Research, 75: 66–79.
BENEDETTI, M., HAWS, J., FUNK, C., DANIELS, J., HESP, P., BICHO, N., MINCKLEY, T., ELLWOOD, B. e FORMAN, S. (2009): “Late Pleistocene raised beaches of coastal Estremadura, central Portugal”, Quaternary Science Reviews, 28(27-28): 3428-3447.
BICHO, N. (1997): “A escavação de emergência do sítio paleolítico de Santa Cita/Tomar”, en Em busca do Passado 1994/1997, JAE, Lisboa, pp.10-29.
BICHO, N. (2000): “Paleolithic Occupation and Environment of Central and Southern Portugal during Isotopic Stages 2 and 3”, en P. Vermeersch and J. Renault, (eds.), European Late Pleistocene Isotopic Stages 2 & 3: Humans, their Ecol-ogy and Cultural Adaptations. Miskovsky, ERAUL, pp. 43-56.
BICHO, N. (2004): “The Middle Paleolithic occupation of Southern Portugal”, en N. Conard, (ed.), Settlement Dynam-ics of the Middle Paleolithic and Middle Stone Age II, Kerns Verlag, Tübinger, pp. 513-531.
BICHO, N. (2005): “The extinction of Neanderthals and the emergence of the Upper Paleolithic in Portugal”, Promon-toria, 3: 173-228.
BICHO, N., MANNE, T., MARREIROS, J., CASCALHEIRA, J., TATÁ, F., GIBAJA, J., ÉVORA, M. e GONÇAL-VES, C. (2010): “On the Edge: The Upper Paleolithic from Vale Boi, Algarve, Portugal, and the Arrival of the First Modern Humans to Southwestern Iberia”, Poster presented in the Paleoanthropological Society Meetings, St. Louis.
BICHO, N. e FERRING, C. (2001): “O sítio arqueologico de Santa Cita, Tomar: as intervenções arqueológicas de 1990 a 1997”, en A. R. Cruz and L. Oosterbeek, (eds.), Territórios, mobilidade e povoamento no Alto-Ribatejo. II: Santa Cita e o quaternário da região, CEIPHAR - Centro Europeu de Investigação da Pré-História do Alto Ribatejo, Tomar, pp.71-88.
BICHO, N. e HAWS, J. (2008): “At the land’s end: Marine resources and the importance of fluctuations in the coastline in the prehistoric hunter–gatherer economy of Portugal”, Quaternary Science Reviews, 27 (23-24): 2166-2175.
BICHO, N., HAWS, J. e MARREIROS, J. (en prensa): “Do Mondego ao Guadiana: a ocupação Gravetense da fachada atlântica portuguesa”, en Actas del Coloquio Internacional del Gravetiense Cantábrico. Museo de Altamira: Santilla del Mar.
22 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
22 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
BORDES, F. (1961a): La typologie du paleolithique ancien et moyen, CNRS, Paris.BORDES, F. (1961b): «Mousterian Cultures in France: Artifacts from recent excavation dispel some popular miscon-
ceptions about Neanderthal man», Science (New York, N.Y.), 134 (3482): 803-10. BREUIL, H. (1913): «Les subdivisions du paléolithique supérieur et leur signification», en International Congress of
Anthropology and Prehistoric Archaeology (1912), Volume 1, 1, Kundig, Fourteenth, Geneva, pp.165–238. BREUIL, H. e ZBYSZEWSKI, G. (1942): «Contribuitin a l’étude des industries paléolithiques du Portugal et de leurs
rapports avec la géologie du Quaternaire. Les principaux gisements des deux rives de láncien estuaire du Tage», Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 23: 1-369.
BREUIL, H. e ZBYSZEWSKI, G. (1945): «Contribuitin a l’étude des industries paléolithiques du Portugal et de leurs rapports avec la géologie du Quaternaire. Les principaux gisements des plages quaternaires du littoral d’Estremadura et des terraces fluviales de la basse vallé du Tage», Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 26: 1-678.
BRUGAL, J. e RAPOSO, L. (1999): “Foz do Enxarrique (Ródão, Portugal): Preliminary results of the analysis of a bone assemblage from a Middle Palaeolithic open site”, en Romisch-Germanischen Zentralmuseums, (ed.), The role of early humans in the accumulation of European Lower and Middle Palaeolithic bone assemblages, Verlag des Romisch-Germanischen Zentralmuseums in kommission Ssei Dr. Rudolf Haberlt GMBH, Bonh, pp. 367-378.
BRUGAL, J. e VALENTE, M. (2007): “Dynamic of large mammalian associations in the Pleistocene of Portugal”, en N. Bicho, (ed.), From the Mediterranean basin to the Portuguese Atlantic shore: Papers in Honor of Anthony Marks – Actas do IV Congresso de Arqueologia Peninsular, Universidade do Algarve, Faro, pp. 15-28.
CARDOSO, J. (1993): Contribuição para o conhecimento dos grandes mamíferos do Plistocénico Superior de Portugal, Câ-mara Municipal de Oeiras, Oeiras.
CARDOSO, J., RAPOSO, L. e FERREIRA, O. (2002): A Gruta Nova da Columbeira – Bombarral. Cadaval, Câmara Municipal do Bombarral, Bombarral.
CARRONDO, J. (2006): Análise tecnológica da indústria lítica do sítio do Porto Meirinho 1: um sítio do Paleolítico Médio no Baixo Alentejo, Tese de Mestrado. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
CUNHA, L., ALMEIDA, M., NEVES, M., DIMUCCIO, L. e AUBRY, T. (2006): “Contributo da sequência cultural pleistocénico-holocénica para a compreensão da génese e evolução do canhão flúvio-cársico do Vale das Buracas”, Publicações da Associação Portuguesa de Geomorfólogos, 3: 1-7.
CUNHA, P., MARTINS, A., HUOT, S., MURRAY, A. e RAPOSO, L. (2008): “Dating the Tejo river lower terraces in the Ródão area (Portugal) to assess the role of tectonics and uplift”, Geomorphology, 102(1): 43-54.
CUNHA-RIBEIRO, J. (1999): O Acheulense no Centro de Portugal. O vale do Lis: contribuição para uma abordagem tecno-tipológica das suas indústrias líticas e problemática do seu contexto cronoestratigráfico, Tese de Doutoramento, Universidade de Lisboa.
CURA, S. (2003): Matière Prémière et variabilité technologique au Paléolithique Moyen Portugais: L’exemple du site Sapa-teiros 2 (Baixo Alentejo, Portugal), Tese de DEA, Université Paris I Panthéon-Sorbonne.
CURA, S. e GRIMALDI, S. (2009): “The quartzite exploitation in a Middle Pleistocene open air site: Ribeira da Ponte da Pedra (central Portugal)”, en S. Grimaldi and S. Cura, (eds.) Technological Analysis on Quartzite Exploitation, BAR International Series 1998, Oxford, pp. 49-56.
CURA, S. e GRIMALDI, S. (2002): “The mammals and birds from the Gruta do Caldeirão, Portugal”, Revista Portugue-sa de Arqueologia, 5(2): 29–98.
D’ERRICO, F. ZILHÃO, J., JULIEN, M., BAFFIER D. e PELLEGRIN, J. (1998): “Neanderthal acculturation in West-ern Europe? A critical review of the evidence and its interpretation”, Current Anthropology, 39: S1-S44.
DELGADO, J. (1884): “La Grotte de Furninha a Peniche”, en Congrès International d’Anthropologie et d’Archéologie préhistoriques. Compte-rendu de la neuvième session à Lisbonne (1880), Académie Royale des Sciences, Lisbonne, pp. 207–279.
DINIZ, F. (1986): «Paleoambiente vegetal do depósito quaternário de S. Torpes», Maleo, 2(13): 19.DINIZ, F. (1988): Análise polínica da jazida carbonosa a SW do Vale da Janela (Ferrel), unpublished.DUARTE, C., MAURÍCIO, J., PETTITT, P., SOUTO, P., TRINKAUS, E., PLICHT, H. e ZILHÃO, J. (1999): “The
early Upper Palaeolithic human skeleton from the Abrigo do Lagar Velho (Portugal) and modern human emergence in Iberia”, PNAS 96, 7604–9609.
FERREIRA, O. (1964): “Jazidas quaternárias com fauna de vertebrados encontradas em Portugal”, Arqueologia e Histó-ria, 8th Series: 39-57.
FERREIRA, O. (1984): “O mais importante nível de ocupação do caçador Neandertal da Gruta Nova da Columbeira (Bombarral)”, en Volume d’Hommage au géologues G. Zbyszewski, Éditions R. Paris, pp. 365-370.
FLETCHER W., SÁNCHES GOÑI, M., ALLEN J., CHEDDADI, R., COMBOURIEU-NEBOUT, N., HUNT-LEY, B., LAWSON, I., LONDEIX, L., MAGRI, D., MARGARI, V., LLER, M., NAUGHTON, F., NOVENKO, E., ROUCOUX, K. e TZEDAKIS, P. (2010): “Millennial-scale variability during the last glacial in vegetation re-cords from Europe”, Quaternary Science Reviews, 29(21-22): 2839-2864.
FRISON, G. C. (1968): “A functional analysis of certain chipped stone tools”, American Antiquity, 33(2): 149-155.
O Paleolítico Médio no território português 23
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
O Paleolítico Médio no território português 23
G.E.E.P. (1979): “A estação paleolítica de Vilas Ruivas (Ródão). Campanha de 1979”, O Arqueólogo Português, I (IV): 15-38.G.E.E.P. (1983): “A estação paleolítica de Vilas Ruivas”, O Arqueólogo Português, Série IV(1): 15-38.GASPAR, R. E ALDEIAS, V. (2005): “O sítio paleolítico de Arneiro Cortiço (Benavente): intervenções de emergência
nos contextos dos terraços do Tejo”, en N. Bicho, (ed.), O Paleolítico Actas do IV Congresso de Arqueologia Peninsular, Universidade do Algarve, Faro, pp. 385-396.
GEMA CHACÓN, M. E RAPOSO, L. (2001): “Análisis comparativo de la industria lítica en sílex del yacimiento de Estrada do prado (Portugal) y del nível K del Abric Romaní (España)”, ARKEOS, 11: 141-162.
HAWS, J. (2003): An Investigation of Late Upper Paleolithic and Epipaleolithic Hunter- Gatherer Subsistence and Settle-ment Patterns in Central Portugal, Tese de Doutoramento, University of Wisconsin-Madison.
HAWS, J. (2011): “Paleolithic socionatural relationships during MIS 3 and 2 in central Portugal”, Quaternary Interna-tional, doi:10.1016/j.quaint.2011.10.003.
HAWS, J., BENEDETTI, M., FUNK, C., BICHO, N., DANIELS, J., HESP, P., MINCKLEY, T., FORMAN, S., JERAJ, M., GIBAJA, J. e HOCKETT, B. (2010): “Coastal wetlands and the Neanderthal settlement of Portuguese Estremadura”, Geoarchaeology An International Journal, 25(6): 709-744.
HAWS, J., FUNK, C., BICHO, N., BENEDETTI, M., DANIELS, J., MINCKLEY, T., DENNISTON, R., JERAJ, M., GIBAJA, J. e HOCKETT, B. (2011): Paleolithic seascapes along the west coast of Portugal, en N. Bicho, J. Haws, e L. Davis, (eds.), en Trekking the Shore: Changing Coastlines and the Antiquity of Coastal Settlement, Springer, New York, pp. 203-246.
HOCKETT, B. (2007): “Small faunal use during the Middle and Late Pleistocene of Portugal: a Nutritional Ecology Perspective”, en N. Bicho, (ed.), From the Mediterranean basin to the Portuguese Atlantic shore: Papers in Honor of Anthony Marks – Actas do IV Congresso de Arqueologia Peninsular, Universidade do Algarve, Faro, pp. 29-36.
JELINEK, A. (1976): “Form, Function and Style in Lithic Analysis”, en C. Cleland, (ed.), Cultural Change and Continu-ity: Essays in Honor of James Bennett Griffin, Academic Press, New York, pp. 19-33.
LUSSO, T., ROSINA, P., OOSTERBEEK, L. e COSTA, F. (2001): “O Musteriense de Santa Cita (Tomar, Alto Ri-batejo, Portugal): investigação e conservação”, en A. R. Cruz e L. Oosterbeek, (eds.), Territórios, mobilidade e po-voamento no Alto-Ribatejo. II: Santa Cita e o quaternário da região, CEIPHAR - Centro Europeu de Investigação da Pré- História do Alto Ribatejo, Tomar, pp. 13-70.
MARKS, A. (2005): “Micoquian elements in the Portuguese middle pleistocene: assemblages from the galeria pesada”, en O Paleolítico: actas do IV Congresso de Arqueologia Peninsular (Faro, 14 a 19 de Setembro de 2004), Centro de Es-tudos de Patrimonio, Departamento de Historia, Arqueologia e Patrimonio, Universidade do Algarve, pp. 195–206.
MARKS, A., MONIGAL, K., CHABAI, V., BRUGAL, J., GOLDBERG, P., HOCKETT, B., PEMAN, E., ELORZA, M. e MALLOL, C. (2000): “Excavations at the Middle Pleistocene cave site of Galeria Pesada, Portuguese Estrema-dura: 1997–1999”, O Arqueólogo Português, IV(18): 29-40.
MARKS, A., BRUGAL, J., CHABAI, V., MONIGAL, K., GOLDBERG, P., HOCKETT, B., PEMÁN E., ELORZA, M. e MALLOL, C. (2002): “Le gisement Pléistocène moyen de Galeria Pesada, (Estrémadure, Portugal): premiers résultats”, Paléo, 14: 77–100.
MARKS, A., MONIGAL, K. e CHABAI, V.P. (1999): «Report on the Initial Excavations of Brecha das Lascas and Galerias Pesadas (Almonda, Portuguese Estremadura)», Jornal of Iberian Archaeology, 1: 237-250.
MARKS, A., MONIGAL, K. e ZILHÃO, J. (1998): “The lithic assemblages of the Late Mousterian at Gruta da Olivei-ra, Almonda, Portugal”, en J. Zilhão, T. Aubry and A. Carvalho, (eds.), Les premiers hommes modernes de la Péninsule Iberique, Instituto Português De Arqueologia, Lisboa, pp. 145-154.
MARTINS, A., CUNHA, P., HUOT, S., MURRAY, A. e BUYLAERT, J. (2009): “Geomorphological correlation of the tectonically displaced Tejo River terraces (Gavião–Chamusca area, central Portugal) supported by luminescence dating”, Quaternary International, 199(1-2): 75-91.
MARTINS, A., CUNHA, P., ROSINA, P., OSTERBEEK, L., CURA, S., GRIMALDI, S., GOMES, J., BUYLAERT, J., MURRAY, A. e MATOS, J. (2010): “Geoarchaeology of Pleistocene open-air sites in the Vila Nova da Barquin-ha-Santa Cita area (Lower Tejo River basin, central Portugal)”, Proceedings of the Geologists’ Association, 121(2): 128-140.
MARTINS, A., CUNHA, P. (2009): “Terraços do rio Tejo em Portugal, sua importância na interpretação da evolução da paisagem e da ocupação humana”, en Arqueologia do Vale do Tejo, Lisboa, pp. 163-176.
MATEUS, J. (1984): “Intervençao arqueológica de emergência na estação paleolítica da Estarada do Prado (Tomar)”, Informação arqueológica, 4: 158-164.
MELLARS, P. e FRENCH J.C. (2011): “Tenfold Population Increase in Western Europe at the Neandertal–to–Modern Human Transition”, Science, 333(6042): 623.
MORAL DEL HOYO, S., ESPINOSA SOTO, J. A., CUNHA-RIBEIRO, J. P. e TERRADILLOS BERNAL, M. (2003): “Contribuição para o estudo das ocupações do Plistocénico médio, na margem esquerda do Baixo Tejo. Estudo tecnológico da indústria”, en M. Lago, (ed.), Colóquio Era Arqueologia 5 - Objectivos e Cadernos de Encargos em Arqueologia, Era, Lisboa, pp. 91-109.
24 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
24 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
MORENO, E., THOUVENY, N., DELANGHE, D., MCCAVE, I. e SHACKLETON, N. (2002): “Climatic and oceanographic changes in the Northeast Atlantic reflected by magnetic properties of sediments deposited on the Portuguese Margin during the last 340 ka”, Earth and Planetary Science Letters, 202(2): 465-480.
MOZZI, P., AZEVEDO, M., NUNES, E. e RAPOSO L. (2000): “Middle Terrace Deposits of the Tagus River in Alpi-arça, Portugal, in Relation to Early Human Occupation”, Quaternary Research, 54(3): 359-371.
NABAIS, M. (2010): Middle Palaeolithic Tortoise use at Gruta da Oliveira (Torres Novas, Portugal), Tese de Mestrado, University College of London.
NABAIS, M. (no prelo): “Middle Palaeolithic Tortoise Use at Gruta da Oliveira (Torres Novas, Portugal)”, en Actas do JIA 2011. University of Algarve, Faro.
OTTE, M. e SILVA, A. C. (1996): Recherches prehistoriques a la Grotte d’Escoural, Portugal, Études et recherches archéologiques de l’Université de Liège, 65.
PENCK, A. e BRÜCKNER, E. (1909): Die Alpen im Eiszeitalter. Structure, Tauchnitz, Leipzig.PEREIRA, T. (2010): “A new explanatory model for the first Upper Paleolithic occupations in SW Iberia”, en Proceedings
of the Jóvenes Investigadores en Arqueologia Congress, Barcelona, pp.156-164.RAPOSO, L. (1995): “Ambientes, territorios y subsistencia en el Paleolítico Medio de Portugal”, Complutum, 6: 57-77.RAPOSO, L. (1996): “Quartzite bifaces and cleavers in the final Acheulean assemblage of Milharós (Alpiarça, Portu-
gal)”, en N. Moloney, L. Raposo and M. Santonja, (eds.), Non-Flint Stone Tools and the Palaeolithic Occupation of the Iberian Peninsula, BAR Intern. Archaeopress, Oxford, pp. 151-165.
RAPOSO, L. (2001): “Bifaces e machados em quartzito na indústria acheulense final de Milharós (Alpiarça)”, Arqueolo-gia, História da Arte e Património, 1: 9-29.
RAPOSO, L. (2000): “The Middle-Upper Paleolithic Transition in Portugal”, en C. Stringer, R. Barton and J. Finlayson (eds.) Neanderthals on the Edge, Oxford: Oxbow Books, pp. 95-109.
RAPOSO, L., SALVADOR, M. e PEREIRA J. (1993): “O Acheulense no vale do Tejo, em território português”, Arqueo-logia e História, 10-3: 3-29.
RAPOSO, L., SALVADOR, M. e SILVA, A. C. (1985): “Notícia da descoberta da estação moustierense da Foz do Enxa-rrique”, en Actas da I Reunião do Quaternário Ibérico, Volume: 1, APEQ, Lisboa, pp. 79-89.
RAPOSO, L. e CARDOSO, J. (1998): O Paleolítico Médio da Conceição (Alcochete), Lusoponte/CEMA., Lisboa.RAPOSO, L. e CARDOSO, J. (1998): “Las industrias líticas de la Gruta Nova da Columbeira (Bombarral, Portugal) en
el contexto del Musteriense Final de la Península Ibérica”, Trabajos de Prehistoria, 55 (1): 39-62.ROCHE, J., e FERREIRA, O. (1970): “Stratigraphie et faunes des niveaux paléolithiques de la grotte de Salemas (Ponte
de Lousa)”, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 54: 263-269.ROSINA, P., CURA, S., OOSTERBEEK, L., GRIMALDI, S., CRUZ, A. e GOMES, J. (2010): “Crono-estratigrafia
das ocupações humanas quaternárias do Alto Ribatejo e a problemática dos complexos macrolíticos”, en Para o estudo das antiguidades portuguesas publicado sob a direcção do museu de Francisco Tavares Proença Júnior. Congresso interna-cional de arqueologia: Cem anos de investigação arqueológica no interior centro Castelo Branco, 107-148.
ROSINA, P., OOSTERBEEK, L. JAIME, A. e CURA, S. (2004): “Archaeological sites associated with Tagus middle valley deposits (Alto Ribatejo - Portugal)”, en M. Santonja, A. Pérez-González and M.J. Machado (eds.) Geoarqueo-logía y conservación del patrimonio, Madrid, pp. 20-26.
ROSINA, P. e CURA S. (2010): “Interpretation of lithic remains in fluvial terrace contexts: an example from Central Portugal”, Annales d’Université “Valahia” Târgovişte Section d’Archéologie et d’Histoire, XII(1): 7-24.
SÁNCHEZ GOÑI, M., TURON, J.-L., EYNAUD, F. e GENDREAU, S. (2000): “European Climatic Response to Millenni-al-Scale Changes in the Atmosphere-Ocean System during the Last Glacial Period”, Quaternary Research, 54(3): 394-403.
SCHONFELD, J. (2003): “Surface and deep water response to rapid climate changes at the Western Iberian Margin”, Global and Planetary Change, 36(4): 237-264.
SILVA, A., OTTE, M., ARAÚJO, A., CAUWE, N., LÉOTARD, J., LEJEUNE, M., LACROIX, P. e COLLIN, F. (1991): “A Gruta do Escoural, novas perspectivas para o seu estudo e valorização”, en 4.a Jornadas Arqueológicas da Associação dos Arqueólogos Portugueses, Lisboa, pp. 173-181.
SONNEVILLE-BORDES, D. DE e PERROT, J. (1954): “Lexique typologique du Paléolithique supérieur”, Bulletin de la Société Préhistorique Française, 51: 327-335.
SONNEVILLE-BORDES, D. DE e PERROT, J. (1955): «Lexique typologique du Paléolithique supérieur», Bulletin de la Société Préhistorique Française, 52: 76-79.
SONNEVILLE-BORDES, D. DE e PERROT, J. (1956): «Lexique typologique du Paléolithique supérieur», Bulletin de la Société Préhistorique Française, 53: 408-412, 547-559.
STRAUS, L., BISCHOFF, J. e CARBONELL, E. (1993): «A review of the Middle to Upper Paleolithic transition in Iberia», Préhistoire Européenne, 3: 11-27.
THOMSON, J., NIXON, S., SUMMERHAYES, C. P., SCHÖNFELD, J., ZAHN, R. GROOTES, P. (1999): “Im-plications for sedimentation changes on the Iberian margin over the last two glacial/interglacial transitions from (230Thexcess)0 systematics”, Earth and Planetary Science Letters, 165(3-4): 255-270.
O Paleolítico Médio no território português 25
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
O Paleolítico Médio no território português 25
VALENTE, M. (2000): Arqueozoologia e Tafonomia em Contexto Paleolítico. A gruta do Pego do Diabo (Loures). Faculda-de de Letras da Universidade de Lisboa.
ZBYSZEWSKI, G. (1943a): “La classification du Paeolithique ancien et la chronologie du Quaternaire du Portugal en 1942”, Boletim da Sociedade de Geologia de Portugal, II 2/3: 1-113.
ZBYSZEWSKI, G. (1943b): “Les elephants quaternaires du Portugal”, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 24: 71-89.
ZBYSZEWSKI, G. (1958): “Le Quaternaire du Portugal”, Boletim da Sociedade de Geologia de Portugal, XIII, 1/2: 1-227.ZBYSZEWSKI, G. (1963): “Jazidas Quaternárias de Salemas (Loures) e de Columbeira (Bombarral)”, Boletim da Socie-
dade Geológica de Portugal, 13, 1-2: 137-147.ZBYSZEWSKI, G. (1974): “L’âge de la Pierre Taillée au Portugal”, Les dossiers de l’Archéologie, 1974(4): 19-30.ZBYSZEWSKI, G. (1977): “Tres ossos de vertebrados quaternarios”, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal,
61: 191-194.ZBYSZEWSKI, G., FERREIRA, O., LEITÃO, M. e NORTH, C. (1977): “Estação Paleolítica do Olival do Arneiro
(Arruda dos Pisões, Rio Maior)”, Separata do Tomo LXI das Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, 61: 263-333.
ZBYSZEWSKI, G., LEITÃO, M., PENALVA C. e FERREIRA, O. (1981): “Paleoanthropologie du Würm au Portugal”, Setúbal Arqueológica, 6/7: 7-23.
ZBYSZEWSKI, G., FERREIRA, O., LEITÃO, M. e NORTH, C. T. (1987): “O Paleolítico da Gruta de Correio Môr (Loures)”, Setúbal Arqueológica, 8: 7-27.
ZBYSZEWSKI, G. e CARDOSO, J. (1989): “O Paleolitico do antigo Campo de Aviaçao de Amadora”, en V. Oliveira Jorge, (ed.), Arqueologia, 12, Livro de Homenagem a Jean Roche, Grupo de Estudos Arqueológicos do Porto, Porto, pp. 127-141.
ZBYSZEWSKI, G. e FERREIRA, O. (1989): “O Paleolitico do Casal do Conde, Quinta da Cardiga”, en V. Oliveira Jorge, (ed.), Arqueologia, 12, Livro de homenagem a Jean Roche, Grupo de Estudos Arqueológicos do Porto, Porto, pp. 65-73.
ZILHÃO, J. (1993): “Le passage du Paléolitique moyen au Paléolithique supérieur dans le Portugal”, en V. Cabrera, (ed.) El orígen del hombre moderno en el Suroeste de Europa, Universidad Nacional de Educación a Distancia, Madrid, pp. 127-145.
ZILHÃO, J. (1997): O Paleolítico superior da Estremadura portuguesa (2 vols), Colibri, Lisboa.ZILHÃO, J. (1998): “The extinction of Iberian Neandetals and its implications for the origins of modern humans in
Europe”, en Proceddings of the XIII International Congress of the UISPP, Vol. 2, Forli: ABACO, pp. 299-312. ZILHÃO, J. (2000): “The Ebro Frontier: a Model for the late extinction of Iberian Neanderthals”, en C. Stringer, R.
Barton and J. Finlayson, (eds.), Neanderthals on the Edge, Oxbow Books, Oxford, pp. 111-121.ZILHÃO, J. (2001): “Middle Paleolithic settlement patterns in Portugal”, en N. Conard, (ed.), Settlement dynamics of
the Middle Paleolithic and Middle Stone Age, Kerns Verlag, Tubingen, pp. 597-608. ZILHÃO, J. (2002): “Middle Paleolithic Settlement Patterns in Portugal”, en N. Conard, (ed.), Settlement Dynamics of
the Middle Paleolithic and Middle Stone Age, Tübingen: Kerns Verlag, pp. 597-606. ZILHÃO, J. (2006): “Chronostratigraphy of the Middle-to-Upper Paleolithic Transition in the Iberian Peninsula”, Pyre-
nae, 37(1): 7-84.ZILHÃO, J., MAURÍCIO, J. e SOUTO, P. (1993): “Jazidas arqueológicas do sistema cársico da nascente do Almonda”,
Nova Augusta, 7: 35–54. ZILHÃO, J., e MCKINNEY, C. (1995): “Uranium-thorium dating of Lower and Middle Paleolithic sites in the al-
monda kasctic system (torres novas, portugal)”, en 3a Reunião do Quaternário Ibérico, Universidade de Coimbra, Coimbra, pp. 513-516.
ZILHÃO, J. e D’ERRICO, F. (1999): “The chronology and taphonomy of the earliest Aurignacian and its implications for the understanding of Neandertal extinction”, Journal of World Prehistory, 13: 1-68.
ZILHÃO, J. e D’ERRICO, F. (2000): “La nouvelle “bataille aurignacienne”. Une révision critique de la chronologie du Châtelperronien et l’Aurignacien ancien”, L’Anthropologie, 104: 17-50.
ZILHÃO, J. TRINKAUS E. (2002): Portrait of the artist as a child. The Gravettian human skeleton from the Abrigo do Lagar Velho and its archaeological context , Trabalhos de Arqueologia, 22, Instituto Português de Arqueologia, Lisboa.
ZILHÃO, J., e ALMEIDA, F. (2002): “The archaeological framework”, en J. Zilhão and E. Trinkaus, (eds.), Portrait of the artist as a child. The Gravettian human skeleton from the Abrigo do Lagar Velho and its archaeological context, Trabal-hos de Arqueologia, 22, Instituto Português de Arqueologia, Lisboa, pp. 29-57.
ZILHÃO, J., DAVIS, S., DUARTE, C., SOARES, M., STEIER, P. e WILD, E. (2010): “Pego do Diabo (Loures, Portu-gal): dating the emergence of anatomical modernity in westernmost Eurasia”, PloS one, 5(1): e8880.
ZILHÃO, J., CARDOSO, J., PIKE, A. e WENNINGER, B. (2011): “Gruta Nova da Columbeira (Bombarral, Portu-gal): Site stratigraphy, age of the Mousterian sequence, and implications for the timing of Neanderthal extinction in Iberia”, Quartär, 58: 93-112.
26 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
26 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bichosí
tioc
amad
aM
ater
ial
Mét
odo
am
ostr
aid
ade b
PO
bser
vaçõ
esr
efer
ênci
as
Gru
ta d
o C
alde
irão
K to
po (
J6)
Cer
vus
AM
SO
xA-5
541
21,2
55±1
59Ba
ixo
colo
géni
o (
0,32
%N
;3,6
6C;
0,53
%H
)(Z
ilhão
199
3)
K b
ase (
K5)
Cap
raA
MS
OxA
-552
126
,069
±293
(0,3
2%N
;2,3
9C)
(Zilh
ão 2
000)
K to
poC
ervu
sA
MS
OxA
-194
131
,358
±633
(Zilh
ão 1
993)
Con
ceiç
ãoC
Sedi
men
toO
SLQ
TLS
-CN
C11
27,2
00±2
,500
Cam
ada C
sobr
e o n
ível
arqu
eoló
gico
. (R
apos
o e C
ardo
so 1
998)
ESe
dim
ento
OSL
QT
LS-C
C12
74,5
00+1
1,60
0-10
,400
Cam
ada E
sob
o ní
vel a
rque
ológ
ico.
(R
apos
o e C
ardo
so 1
998)
Gru
ta d
o Es
cour
alSo
ndag
em 3
a (90
-100
cm)
Bos (
dent
e)U
-ThSM
U-2
4826
,400
+11,
000-
10,0
00Ba
ixo
cont
eúdo
de u
râni
o(Z
ilhão
200
0)
Sond
agem
3a (
80-9
0cm
)C
ervu
s (de
nte)
U-Th
SMU
-249
39,8
00+1
0,00
0-9,
000
Baix
o co
nteú
do d
e urâ
nio
(3,4
%)
(Zilh
ão 2
000)
Sond
agem
3a (
60-7
0cm
)Eq
uus (
dent
e)U
-ThSM
U-2
5048
,900
+5,8
00-5
,500
(Zilh
ão 2
000)
Gru
ta F
igue
ira B
rava
2Pa
tella
sp.
C14
ICEN
-387
34,8
78±7
87(A
ntun
es, e
t al.
1989
)
2C
ervu
s (de
nte)
U-Th
SMU
-232
E130
561+
1175
9-10
,725
(Ant
unes
199
1)
Nív
el in
ferio
rC
onch
a mar
inha
C14
ICEN
-386
3337
4 85
4(A
ntun
es 1
991)
2C
ervu
s (de
nte)
U-Th
SMU
-233
E244
,806
+15,
889-
13,9
58(A
ntun
es 1
991)
Foz d
o En
xarr
ique
CEq
uus (
dent
e)U
-ThSM
U-2
2532
,938
±1,0
55(R
apos
o 19
95)
CEq
uus (
dent
e)U
-ThSM
U-2
2634
,088
±800
(Rap
oso
1995
)
CEq
uus (
dent
e)U
-ThSM
U-2
2434
,093
±920
(Rap
oso
1995
)
Gru
ta N
ova
da C
olum
beira
7 (=
16)
Lare
ira ca
rbon
atad
aC
14G
if-27
0326
,400
±700
(Zilh
ão 2
000)
7La
mel
a de d
ente
U-Th
SMU
-235
E135
,876
+27,
299-
35,5
83(Z
ilhão
200
0)
7La
mel
a de d
ente
U-Th
SMU
-238
E154
,365
+22,
240-
27,5
25(Z
ilhão
200
0)
8 (=
20)
Lare
ira ca
rbon
atad
aC
14G
if-27
0428
,900
+950
(Zilh
ão 2
000)
8La
mel
a de d
ente
U-Th
SMU
-236
E160
,927
+27,
405-
35,5
22(Z
ilhão
200
0)
8La
mel
a de d
ente
U-Th
SMU
-236
E110
1,48
7+38
,406
-55,
919
(Zilh
ão 2
000)
Lapa
dos
Fur
os4
Heli
x nem
oral
isC
14IC
EN-4
7338
,697
±1,5
18So
b o
níve
l arq
ueol
ógic
o.
Res
ulta
do m
áxim
o(S
trau
s, et
al. 1
993)
4Br
echa
[Heli
x sp.
]C
14IC
EN-4
7234
030±
1267
ster
ile [p
re-M
oust
eria
n](S
trau
s, et
al. 1
993)
Pedr
eira
de S
alem
as1
Col
ogén
io d
e oss
oC
14IC
EN-3
6629
,890
+1,1
30-9
80N
ível
com
mist
ura d
e P
al. M
édio
e Su
perio
r(S
trau
s, et
al. 1
993)
Sant
o A
ntão
do
Toj
al2
Elep
has (
osso
)U
-ThSM
U-3
0581
,900
+4.0
00-3
,800
(Rap
oso
1995
)
Vila
s Rui
vas
BSe
dim
ento
sT
LBM
-VRU
151
,000
+13,
000-
12,0
00M
édia
de d
ois r
esul
tado
s(R
apos
o 19
95)
54,0
00/+
12,0
00/-
11,0
00(R
apos
o 19
95)
BSe
dim
ento
sT
LBM
-VRU
268
,000
+35,
000-
26,0
00(R
apos
o 19
95)
Gal
eria
s Pes
adas
241,
000+
30,0
00-2
2,00
0(M
arks
200
5)
Furn
inha
base
80,8
80+4
2,42
0-31
,260
(Rap
oso
1995
)
Tabela 1: Datações absolutas dos contextos de Paleolítico Médio em Portugal
O Paleolítico Médio no território português 27
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
O Paleolítico Médio no território português 27sí
tioc
amad
aM
ater
ial
Mét
odo
am
ostr
aid
ade b
PO
bser
vaçõ
esr
efer
ênci
as
Salem
as [a
lgar
]T.
V.b
Col
ogén
io d
e oss
oC
14IC
EN-3
7928
118±
924
(Zilh
ão 2
000)
T.V.
bO
sso
C14
ICEN
-384
2409
0±53
3(Z
ilhão
200
0)
T.V.
bO
sso
C14
ICEN
-383
2745
7±11
27(Z
ilhão
200
0)
T.V.
bO
sso
C14
ICEN
-384
[!]
2811
8±92
4(Z
ilhão
200
0)
Salem
as [g
ruta
]N
ível
infe
rior
Oss
oC
14IC
EN-3
6130
696±
1142
(Rap
oso
1995
)
Nív
el in
ferio
rO
sso
C14
ICEN
-371
>29,
200
(N/A
)N
ão ca
libra
do(R
apos
o 19
95)
Nív
el in
ferio
r [1]
Col
ogén
io d
e oss
oC
14IC
EN-3
6633
,632
±118
0(R
apos
o 19
95)
Vale
do
Forn
o 8
VF0
1Se
dim
ento
TL
127,
000
+ in
finite
/26,
000
(Moz
zi et
al. 2
000)
VF0
2Se
dim
ento
TL
119,
000
+ in
finite
/32,
000
(Moz
zi et
al. 2
000)
VF0
5Se
dim
ento
TL
117,
000
+ in
finite
/-26
,000
(Moz
zi et
al. 2
000)
VF0
6Se
dim
ento
TL
>124
,000
(Moz
zi et
al. 2
000)
Mira
Nas
cent
eM
N2
Sedi
men
toO
SLU
IC-1
875
36,0
35±2
750
(Ben
edet
ti et
al. 2
009)
MN
2Se
dim
ento
OSL
UIC
-186
333
,905
±269
0(B
ened
etti
et al
. 200
9)
MN
3bSe
dim
ento
OSL
UIC
-186
440
,450
±298
0(B
ened
etti
et al
. 200
9)
MN
3cSe
dim
ento
OSL
UIC
-192
334
,300
±263
0(B
ened
etti
et al
. 200
9)
MN
4Se
dim
ento
OSL
UIC
-186
8>1
10,0
50±8
460
(Ben
edet
ti et
al. 2
009)
MN
5Se
dim
ento
OSL
UIC
-206
515
0,92
0±12
,575
(Ben
edet
ti et
al. 2
009)
MN
3aC
arvã
oA
MS
Beta
-234
375
42,1
75±4
61(B
ened
etti
et al
. 200
9)
MN
3aso
il or
gani
c mat
ter
AM
SBe
ta-2
0822
320
,628
±292
(Ben
edet
ti et
al. 2
009)
MN
3bch
arre
d st
ump
Beta
-208
224
26,1
10±4
99(B
ened
etti
et al
. 200
9)
MN
3cch
arco
alBe
ta-2
3437
641
,717
±311
(Ben
edet
ti et
al. 2
009)
MN
3cch
arco
alBe
ta-2
0822
540
,744
±1,0
25(B
ened
etti
et al
. 200
9)
Prai
a Rei
Cor
tiço
PC2b
Sedi
men
toO
SLU
IC-2
399
15,0
60±9
80(B
ened
etti
et al
. 200
9)
PC4
Sedi
men
toO
SLU
IC-2
398
101,
010±
7870
(Ben
edet
ti et
al. 2
009)
PC2a
Beta
-234
368
4,44
8±56
(Ben
edet
ti et
al. 2
009)
PC5b
char
coal
UG
AM
S-32
5450
,356
±1,8
54(B
ened
etti
et al
. 200
9)
PC5c
char
coal
UG
AM
S-32
55>4
9,60
0(B
ened
etti
et al
. 200
9)
PC5c
char
coal
UG
AM
S-39
1253
,781
±2,0
55(B
ened
etti
et al
. 200
9)
PC5c
char
coal
UG
AM
S-39
13>4
9,60
0(B
ened
etti
et al
. 200
9)
Gru
ta d
a Oliv
eira
8O
lea sp
.A
MS
GrA
-293
846,
055±
45In
trus
ivo
(rec
olhi
do n
uma t
oca)
(Ang
eluc
ci e
Zilh
ão 2
009)
8O
sso
quei
mad
oA
MS
GrA
-102
0035
,760
±280
Dat
ação
sobr
e fra
cção
alca
lina
(Ang
eluc
ci e
Zilh
ão 2
009)
8O
sso
quei
mad
oA
MS
OxA
-867
137
,100
±830
(Ang
eluc
ci e
Zilh
ão 2
009)
9O
sso
quei
mad
oA
MS
GrA
-976
042
,610
±390
Dat
ação
sobr
e fra
cção
alca
lina
(Ang
eluc
ci e
Zilh
ão 2
009)
9O
sso
quei
mad
oA
MS
Beta
-111
967
44,0
80±9
90(A
ngel
ucci
e Zi
lhão
200
9)
11O
sso
quei
mad
oA
MS
OxA
-867
246
,070
±133
0(A
ngel
ucci
e Zi
lhão
200
9)
11O
sso
quei
mad
oA
MS
OxA
-937
9>2
5,85
0±55
0 (N
/A)
Baix
o va
lor d
e col
ogén
io(A
ngel
ucci
e Zi
lhão
200
9)
28 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
28 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bichosí
tioc
amad
aM
ater
ial
Mét
odo
am
ostr
aid
ade b
PO
bser
vaçõ
esr
efer
ênci
as
12Pi
nus s
p.A
MS
GrA
-244
0826
,940
/+27
0/+2
50 (N
/A)
Anó
mal
o. Id
ade m
ínim
a(A
ngel
ucci
e Zi
lhão
200
9)
13Er
ica sp
.A
MS
GrA
-244
1043
,310
±490
(Ang
eluc
ci e
Zilh
ão 2
009)
14Pi
nus s
ylvest
risA
MS
GrA
-220
2446
,350
±205
0(A
ngel
ucci
e Zi
lhão
200
9)
14Pi
nus s
ylvest
risA
MS
OxA
-131
3727
,850
±550
(N/A
)A
nóm
alo.
Idad
e mín
ima
(Ang
eluc
ci e
Zilh
ão 2
009)
14Pi
nus s
ylvest
risA
MS
Beta
-183
537
44,3
80±9
60(A
ngel
ucci
e Zi
lhão
200
9)
15Pi
nus s
ylvest
risA
MS
GrA
-244
0742
,160
±340
(Ang
eluc
ci e
Zilh
ão 2
009)
18O
sso
quei
mad
oA
MS
GrA
-293
8541
,960
±330
(Ang
eluc
ci e
Zilh
ão 2
009)
Con
e Mou
stier
ense
Equu
s sp.
(den
te)
U-Th
SMU
-247
E170
,250
±900
0(A
ngel
ucci
e Zi
lhão
200
9)
Con
e Mou
stier
ense
Equu
s sp.
( den
te)
U-Th
SMU
-308
-247
E253
,000
/+5,
600/
-5,3
00Se
cond
mea
sure
men
t of S
MU
-247
(Ang
eluc
ci e
Zilh
ão 2
009)
Alm
onda
EVS
Con
eEq
uus (
dent
e)U
-ThSM
U-2
31E1
35,0
00±2
,000
Baix
o ra
cio
230
Th/2
32Th
(Z
ilhão
, et a
l. 19
93)
ES2
Nív
el 4
Equu
s (de
nte)
U-Th
307-
260E
113
1,00
0-25
,000
+32,
000
(Zilh
ão e
McK
inne
y 199
5)
EVS,
Con
eEq
uus (
dent
e)23
1E1
35,0
00±2
,000
(Zilh
ão e
McK
inne
y 199
5)
EVS,
Cao
s de B
loco
sEq
uus (
dent
e)22
8E1
136,
000±
8,00
0(Z
ilhão
e M
cKin
ney 1
995)
EVS,
Pra
ia d
os B
iface
sEq
uus (
dent
e)23
0E1
170,
000±
13,0
00(Z
ilhão
e M
cKin
ney 1
995)
Pêgo
do
Dia
bo3
Col
ogén
io d
e oss
oC
14IC
EN-4
9121
,973
±689
Col
ogén
io im
puro
(Zilh
ão 2
000)
2/3
Oss
oA
MS
OxA
-154
9934
,900
± 10
00(Z
ilhão
et al
. 201
0)
2/3
(Equ
us sp
.) de
nte
AM
SO
xA-1
5004
38,7
50±
650
(Zilh
ão et
al. 2
010)
O Paleolítico Médio no território português 29
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
O Paleolítico Médio no território português 29sí
tiot
ipo
de sí
tiolo
caliz
ação
geo
logi
ag
eogr
afia
Águ
a doc
efa
una
flor
ain
dúst
ria
estr
utur
asd
epos
íção
Alm
onda
(EV
S)G
ruta
Inte
rior
Cal
cário
Serr
aN
asce
nte
Sim
Não
Ach
eulen
seN
ãoPo
sição
secu
ndár
ia
Lapa
dos
Coe
lhos
Gru
taIn
terio
rC
alcá
rioSe
rra
Nas
cent
eSi
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Arn
eiro
Cor
tiço
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Posiç
ão se
cund
ária
Con
ceiç
ãoA
r liv
reLi
tora
lFl
uvia
lTe
rraç
oR
ioN
ãoN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Estr
ada d
o Pr
ado
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Font
e San
taA
r liv
reIn
terio
rFl
uvia
lTe
rraç
oR
ioN
ãoN
ãoFo
ntes
ante
nse
Não
Um
a cam
ada
Foz d
o En
xarr
ique
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Sim
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Furn
inha
Gru
taLi
tora
lC
alcá
rioA
rrib
a cos
teira
?Si
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Gal
eria
s Pes
adas
Gru
taIn
terio
rC
alcá
rioSe
rra
Nas
cent
eSi
mN
ãoM
icoq
uens
eN
ãoVá
rias c
amad
as
Gru
ta d
a Oliv
eira
Gru
taIn
terio
rC
alcá
rioSe
rra
Nas
cent
eSi
mSi
mM
ousti
eren
seLa
reira
Vária
s cam
adas
Gru
ta d
o C
alde
irão
Gru
taIn
terio
rC
alcá
rioSe
rra
Rio
Sim
Não
Mou
stier
ense
Não
Vária
s cam
adas
Gru
ta d
o Es
cour
alG
ruta
Inte
rior
Cal
cário
Plan
alto
?Si
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoVá
rias c
amad
as
Gru
ta F
igue
ira B
rava
Gru
taLi
tora
lC
alcá
rioA
rrib
a cos
teira
?Si
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoVá
rias c
amad
as
Gru
ta N
ova d
a Col
umbe
iraG
ruta
Inte
rior
Cal
cário
Serr
aN
asce
nte
Sim
Sim
Mou
stier
ense
Lare
iraVá
rias c
amad
as
Ibn-
Am
arG
ruta
Lito
ral
Cal
cário
Arr
iba c
oste
iraR
ioSi
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Lago
a do
Bord
oal
Ar l
ivre
Inte
rior
Cal
cário
Lago
aLa
goa
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Lapa
do
Pica
reiro
Gru
taIn
terio
rC
alcá
rioSe
rra
?Si
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoVá
rias c
amad
as
Lapa
dos
Fur
osG
ruta
Lito
ral
Cal
cário
Serr
a?
Sim
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Mira
Nas
cent
eA
r liv
reLi
tora
lM
arin
hoA
rrib
a cos
teira
?N
ãoSi
mM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Pedr
eira
de S
alem
asG
ruta
Inte
rior
Cal
cário
Plan
alto
?Si
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Pedr
ógão
Ar l
ivre
Lito
ral
Mar
inho
Prai
a?
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Pêgo
do
Dia
boG
ruta
Inte
rior
Cal
cário
Plan
alto
?Si
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Polv
oeira
Ar l
ivre
Lito
ral
Mar
inho
Arr
iba c
oste
ira?
Não
Sim
Não
Não
Um
a cam
ada
Port
o M
eirin
hoA
r liv
reIn
terio
rFl
uvia
lTe
rraç
oR
ioN
ãoN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Prai
a Rei
Cor
tiço
Ar l
ivre
Lito
ral
Mar
inho
Arr
iba c
oste
ira?
Não
Sim
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Rib
eira
da A
tala
iaA
r liv
reIn
terio
rFl
uvia
lTe
rraç
oR
ioN
ãoN
ãoM
ousti
eren
seLa
reira
Um
a cam
ada
Salem
as [a
lgar
]G
ruta
Inte
rior
Cal
cário
Plan
alto
?Si
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Salem
as [g
ruta
]G
ruta
Inte
rior
Cal
cário
Plan
alto
?Si
mN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Sant
o A
ntão
do
Toja
lA
r liv
reIn
terio
rFl
uvia
lTe
rraç
oR
ioSi
mSi
mM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
São
Pedr
o de
Mue
lA
r liv
reLi
tora
lM
arin
hoA
rrib
a cos
teira
?N
ãoN
ãoN
ãoN
ãoU
ma c
amad
a
São
Torp
esA
r liv
reLi
tora
lM
arin
hoA
rrib
a cos
teira
?N
ãoSi
mN
ãoN
ãoU
ma c
amad
a
Sapa
teiro
s 2A
r liv
reIn
terio
rFl
uvia
lTe
rraç
oR
ioN
ãoN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Vale
da J
anel
aA
r liv
reLi
tora
lM
arin
hoA
rrib
a cos
teira
?N
ãoSi
mN
ãoN
ãoU
ma c
amad
a
Vale
do
Forn
o 8
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Não
Não
Ach
eulen
seN
ãoU
ma c
amad
a
Vila
s Rui
vas
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Não
Não
Mou
stier
ense
Lare
ira;
cort
a-ve
nto
Um
a cam
ada
Vin
has
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Tabela 2. Lista dos principais sítios do Paleolítico Médio e respectivo enquadramento físico
30 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bicho
Mai
nake
, XX
XII
I / 2
011-
2012
/ pp
. 11-
30 /
ISSN
: 021
2-07
8-X
30 Telmo Pereira, Jonathan Haws e Nuno Bichosí
tiot
ipo
de sí
tiolo
caliz
ação
geo
logi
ag
eogr
afia
Águ
a doc
efa
una
flor
ain
dúst
ria
estr
utur
asd
epos
íção
Abr
igo
1 de
Val
e dos
Cov
ões
Abr
igo
Inte
rior
Cal
cário
Serr
aR
ioSi
mSi
mM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Bura
ca E
scur
aG
ruta
Inte
rior
Cal
cário
Serr
aR
ioSi
mSi
mM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Bura
ca G
rand
eG
ruta
Inte
rior
Cal
cário
Serr
aR
ioSi
mSi
mM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Cur
va d
o Be
lixe
Ar l
ivre
Lito
ral
Mar
inho
Plan
alto
?N
ãoN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Prai
a da G
alé
Ar l
ivre
Lito
ral
Mar
inho
Plan
alto
?N
ãoN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Vale
Boi
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Vale
da F
onte
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Vale
San
toA
r liv
reLi
tora
lM
arin
hoA
rrib
a cos
teira
?N
ãoN
ãoM
ousti
eren
seN
ãoU
ma c
amad
a
Lago
a Fun
da 1
Ar l
ivre
Inte
rior
Cal
cário
Lago
aLa
goa
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Lago
a Fun
da 2
Ar l
ivre
Inte
rior
Cal
cário
Lago
aLa
goa
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Lago
a Fun
da 3
Ar l
ivre
Inte
rior
Cal
cário
Lago
aLa
goa
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Um
a cam
ada
Sant
a Cita
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Não
Não
Mou
stier
ense
Bura
cos d
e pos
teVá
rias c
amad
as
Vale
da P
orta
Ar l
ivre
Inte
rior
Fluv
ial
Terr
aço
Rio
Não
Não
Mou
stier
ense
Não
Vária
s cam
adas