O Minuano No 132

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    EXPEDIENTEPALAVRA DO COMODORO

    ComodoroCcero Hartmann

    Vice-Comodoro EsportivoGuilherme Schramm Roth

    Vice-Comodoro AdministrativoPaulo A. Hennig

    Vice-Comodoro PatrimnioLuis Antonio Schneider

    Vice-Comodoro SocialCarlos Alberto Trein

    Diretor de PortoLuiz Vincius M. de Magalhes

    Diretor de MonotiposAndr Gick

    Diretor de OceanoRonaldo Ruschel

    Diretor de Vela Alto-RendimentoEduardo Ribas

    Prefeito da Ilha Chico ManoelRoberto A. Schmitz

    Diretor JurdicoLcio Pinto Ribeiro

    Conselho DeliberativoPresidente

    Luiz Gustavo Tarrago de OliveiraVice-PresidenteCludio RuschelConselho Fiscal

    TitularesNewton R. Aerts, Luiz AlbertoMorandi e Flvio Neumann

    SuplentesRicardo Englert, Jankiel Koster e

    Homero Jobim NetoO Minuano uma publicao

    do clube Veleiros do Sul.Fones: 55 (51) 3265-17173265-1733 / 3265-1592

    Endereo:Av.Guaba, 2941Vila Assuno Porto Alegre Brasil

    CEP: 91.900-420E-mail:[email protected]

    Site:www.vds.com.br

    Editor:Ricardo Pedebos - MTB 5770/RSTextos e Fotos:

    Ricardo Pedebos e Ane MeiraFoto Capa: Ricardo Pedebos

    Projeto Grfico e Diagramao:Renato Nunes

    Fotolitos e Impresso:Grfica Calbria

    Tiragem:1.500 exemplaresDistribuio:Scios do VDS,diretorias dos clubes nuticose marinas do Brasil. Clubes daArgentina, Chile e Uruguai.

    Prezados Associados

    Quando um veleiro navega dentro do vento,costuma-se dizer que ele corre livre. Na verdade,o barco s anda se estiver em acordo com as leisnaturais e com velas ajustadas. Da essa sensao

    de liberdade e movimento. Conduzir um clube, decerta maneira, semelhante ao velejar. necessrio,tambm, buscar essa harmonia com certas condutaspara faz-lo andar. Nossa Comodoria trabalha inces-santemente para ir ajustando o rumo com o ventoe a afinao da sua tripulao. Tudo isso para dar omelhor aos nossos associados.

    E por isso convido vocs a lerem nas pginas de O Minuano uma parte da nossa fainade bordo. Trazemos a matria sobre a inaugurao da nova sede da Escola de Vela Minua-no, agora com instalaes ampliadas e num local de grande visibilidade dentro do Clube. Etambm investimentos na parte de ensino e instruo. uma das nossas portas de entrada eo futuro do presente da vela.

    A temporada de 2013 no poderia ter sido melhor para a nossa flotilha de Optimist,que esteve presente em todos os principais campeonatos da classe pelo mundo. Tivemosrepresentantes no Norte-americano - Erik Hoffmann e Ana Paula do Canto, no Europeu -Tiago Quevedo, e no Mundial - Gabriel Lopes, alm de termos realizado o Sul-americanoem maro passado. J na vela jovem, tivemos a dupla Thiago Ribas e Philipp Rump, ambosde 16 anos, disputando o Mundial da classe 420. E foi uma participao muito promissora.

    Na vela olmpica, a tripulao formada por Geison Mendes e Gustavo Thiesen passouuma temporada na Europa, onde competiu nos campeonatos Italiano, Europeu e Mundialda classe 470. Alcanaram um timo aproveitamento. E estamos felizes com a chegada demais uma classe olmpica no Clube, a Nacra 17, catamar misto que ter a dupla Samuel

    Albrecht e Caroline Boening. As duas classes so a nossa aposta para os Jogos Olmpicos Rio2016. E na vela de Oceano destacamos a grande vitria do barco Crioula na classe Soto 40na Rolex Semana Internacional de Ilhabela. A tripulao, formada quase toda por velejado-

    res do Clube, mostrou na raia a sua competncia e o esprito de equipe.Ento, no motivo suficiente para estarmos orgulhosos de ver nosso Clube atuando

    em todos os nveis da vela esportiva e em diversas partes do mundo? O que tambm foimotivo de comemorao e nos encheu de alegria foi a festa dos Queijos e Vinhos. Nesta edi-o, demos uma modificao no seu estilo e foi uma sacudida. O show da banda Papas daLngua, a organizao do evento e a gastronomia agradaram a todas as geraes presentes, emostramos que possvel renovar sem nos afastar de nossos associados.

    Quando mencionei sobre a busca de corrigir rumos para seguirmos em frente, refiro-me em boa medida ao nosso trabalho de implantar uma administrao mais racional, commudanas em nossos sistemas de pessoal, financeiro e social. Estamos alterando a nossamatriz administrativa para deix-la moderna e eficaz. J no patrimnio, basta dar uma voltano ptio do Clube para ver o que est sendo feito, destacando-se a obra no prdio da piscina

    e seu entorno.E para finalizar, a revista traz o tradicional e o moderno na vela e a histria de um as-sociado que chega aos 80 anos construindo seus prprios barcos e no fala em cansao davida. Ele um dos tantos exemplos que temos de que o velejar bom no s para o corpo,mas tambm para o esprito, pois quem navega se liberta.

    Bons ventos!

    Ccero Hartmann

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    Investir na qualidadede gesto do Clube

    A busca da excelncia administrativa e funcional deve ser contnua

    para proporcionar melhor satisfao aos associados

    Controle de portaria um dos mdulos do sistema de gerenciamento eletrnico Guincho eltrico com capacidade decarga de trs toneladas

    Veleiros do Sul encontra-se num perodo deaperfeioamento da sua gesto. Processo ini-ciado em janeiro. A Comodoria traou metas

    e promoveu estratgias para os setores ad-ministrativo, patrimonial e esportivo. Algunsprocedimentos j so mais visveis enquantooutros nem tanto, mas todos eles de funda-mental importncia para o futuro do Clube.No administrativo o sistema de gerenciamentoeletrnico Elite, da BlueWare, j foi implan-tado os mdulos Clube - controle financei-ro, Mar controle da marina, embarcaes earmrios, e Acesso controle portaria. E embreve o mdulo Consumo controle de es-

    toques. Nossos funcionrios esto receben-do treinamento para operar estes sistemas.O Clube contratou consultores na rea de ges-to e pessoal RH. Rotinas e procedimentos ad-ministrativos esto sendo analisados e na partede pessoal, um novo organograma de cargos edescries de funes foi montado. E ainda apromoo de cursos para os funcionrios. Comesta estratgia a Comodoria busca valorizar ocapital humano, visando o aprimoramento daorganizao do Clube.

    Processo de otimizao da administrao,simplificao de procedimentos tambm fazemparte dessa mudana de gesto. As melhores as-

    sociaes se destacam por contar internamentecom unidades que compartilham a mesma vi-so e informao, trabalho em equipe e enga-jamento nos princpios de qualidade de atendi-mento ao associado.

    A Secretaria do Porto completou a atua-lizao de informaes das embarcaes nosoftware Elite Mar. O mapeamento do trapi-che proporcionou o controle da localizaodos barcos nos trapiches e ainda um melhorremanejamento e aproveitamento das va-

    gas. Scios e no scios devero tratar os as-suntos relativos aos seus barcos com Ricar-do Pereira, da Secretaria do Porto, no Clube,ou pelo email: [email protected] patrimnio alguma coisa j de conheci-mento de todos. O guincho eltrico rpido dedois braos para carga de at trs toneladas estpraticamente concludo. O guincho foi doadopelo diretor vice-presidente da ConstrutoraErnesto Woebke, Henrique Hemesath e nos-so associado. A rea da piscina est com sua

    ADMINISTRAO

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    SETEMBRO

    Dias 14 e 15 - 22 Circuito Conesul Vela de Oceano - Estadual Oceano - J/24 - MT 19Dia 20 - 22 Circuito Conesul - (43 Trofu Seival e Farroupilha) Oceano - J/24 - MT 19Dia 22 - 22 Circuito Conesul - Oceano - J/24 - MT 19

    OUTUBRO

    Dias 11 a 13 - Campeonato Sul-Brasileiro da classe SnipeDia 12 - OKTOBERFEST 2013, animao com a banda Goela Seca

    e show de humor com o WillmuttFesta do Dia da Criana no Clube

    NOVEMBRODias 07 a 10 - Campeonato Sul-Americano da classe Nacra 17Dias 15 a 17 - Campeonato Brasileiro da classe J24Dias 20 a 24 - Seminrio Internacional de Umpires da ISAFDias 21 a 24 - Porto Alegre Matchcup - Campeonato Brasileiro

    de Match Race JR, FEM, Open - Elliott 6 m

    DEZEMBRO

    Dias 14 e 15 - Regata de Aniversario Monotipos e Oceano

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    AGENDA

    Acompanhe os eventos do Veleiros do Sul

    Diversos setores receberam novo mobilirioObras de melhorias na piscina proporcionaro mais confortoaos scios

    estrutura sendo modernizado, bar e banheirostero mais espao, com a incluso de um ves-tirio para melhor atendimento e conforto aos

    associados. Essa obra uma das aes impor-tantes que faz parte do Plano de Investimentos.Os setores esportivos, administrativo e social re-ceberam novos mobilirios e os equipamentosde informtica foram readequados conforme asnecessidades do trabalho.

    Ao implementar um sistema de gesto efi-caz, a Comodoria quer manter melhorias con-tnuas, gerenciar os riscos social, ambiental e

    financeiro, melhorar a eficcia operacional,proteger a marca e imagem do Clube. Equilibrarestes e outros requisitos pode ser um processodifcil e meio assustador, mas na viso da Co-modoria um fator que ajudar a desenvolvero notrio potencial do Clube.

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    amlias, casais, adultos e crianas puderam ex-perimentar atividades nuticas com o auxliode professores e instrutores da EVM. O obje-tivo era proporcionar uma experincia de velapara crianas e adultos. O pblico pode teressa vivncia, aproveitar tudo que o ns ofere-cemos e terminamos o dia com novos inscritos,

    ou seja, o objetivo foi plenamente alcanado,comentou Cssio Lutz do Canto, coordenadorda Escola de Vela. A iniciativa rendeu escola15 novos alunos inscritos, que descobriram oencanto da vela.

    Novos cursos tambm foram apresentados.A novidade disponvel para as crianas o PrOptimist, voltado a alunos de trs a sete anos.Elas brincam e aprendem sobre meio-ambien-te, aproveitando a estrutura do VDS tanto emterra quanto em gua, com muita segurana. J

    Bem-vindos a bordo da novaEscola de Vela Minuano

    A inaugurao da sede da EVM ocorreu dia 17 de agosto com festa e velejadas.

    Alm da ampliao de suas instalaes a escola passa a contar com mais barcospara instruo e cursos infantis diferenciados

    Escola de Vela ganhou mais espao e local privilegiado dentro do Clube

    para crianas entre sete e 13 anos tem o Opti-Fun, que ensina o aluno a velejar no Optimist,barco de iniciao da vela. Para ambos os cur-sos, a mensalidade de R$ 100 para scios eR$ 150 para noscios.

    Para os adultos, a EVM segue oferecendoIniciao Vela em Oceano e Monotipos (custo

    de R$ 350 para scios e noscios R$ 400) eaos navegadores, cursos preparatrios para osexames da Marinha do Brasil de Arrais, Mestree Capito Amador. Inscries e informaes po-dem ser obtidas no e-mail [email protected].

    Conforme Ccero Hartmann, comodoro doVeleiros do Sul, a nova sede foi definida estra-tgicamente. Mudamos porque achamos quea escola merece destaque no Clube. Conside-rando os espaos disponveis e os custos, ele-gemos este porque o de melhor observao.

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    Famlias tiveram a oportunidade de velejar no Guaba

    O coordenador da EVM, Cssio Lutz do Canto com o comodoroe diretor da escola Ccero Hartmann

    Vimos que trazendo a escola para o novo lo-cal, ela estaria diante dos olhos de todos. umfator agregador para alavancar o interesse das

    pessoas pela nutica. E a ideia despertar essapaixo afirmou Ccero.

    O comodoro ainda destaca os novos bar-cos que faro diferena no grande objetivo danova EVM, que despertar encantamento pelavela. Tambm temos novos barcos, como osoling doado pelo Niels Rump, que ser muitobom para o aprendizado em coletivo, sobretu-

    As crianas tambm curtiram boas navegadas com um veleiroda classe Soling

    do para as crianas. Velejando em grupo elasse sentem protegidas, criam cumplicidade eali naturalmente se forma uma tripulao com

    cada um desempenhando um papel na embar-cao. Ainda faremos a transferncia de bar-cos da EVM para o Hangar 2. Ficaro ao ladodos barcos olmpicos em um espao pensadopara criar esse encanto para a vela. O Veleirosdo Sul merece a sua escola e a Escola de VelaMinuano merece o Veleiros do Sul, ponderouCcero.

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    Meninada curtiu as friasde inverno no ClubeUm perodo de diverso, aventura e aprendizado na companhia de amigos o que as crianas en-contram na Colnia de Frias do Veleiros do Sul.

    Aedio de inverno realiza-da de 22 a 27 de julho tevecinco dias de atividades va-

    riadas. Apesar da baixa temperaturaelas aproveitaram a pausa de invernodo colgio para se divertirem e tam-bm aprenderem vrias coisas sobrevela e meio ambiente. O contato coma gua e o mundo nutico despertounas crianas o gosto pela navegao e

    A Colnia foi uma oportunidade para velejar e aprender noes elementares do movimento da natureza

    o respeito ao meio-ambiente. Pelomenos cinco delas se inscreveramem nosso curso de vela infantil naEscola de Vela Minuano.

    Os 25 alunos participaram de jo-gos e brincadeiras no salo da VentoSul, tambm assistiram filmes e peasde teatro sobre ecologia realizadaspelo grupo Pitanga na Cabea, daSMAM, com bonecos personagens

    da Cartilha Naturecos: Eugnia (rvorePitangueira), Chica (menina), Teco (sa-bi Laranjeira), Gil (Bugio Ruivo), Gotilde(gota dgua). E do grupo de EducaoAmbiental do DMAE Os Superamigos dagua: os personagens super heris inves-tigam o que est por trs da falta de guaem uma vila da cidade. Descobrem doisvelhos inimigos: a ignorncia e o desres-peito. Os personagens eram Sr. Goto e

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    As crianas brincam no antigo barco do Clube

    Trilhas pelo ptio do ClubeA piscina tambm local para aprender a navegar

    Srt Gota. A associada Simone Treintambm promoveu sesso de Conta-

    o de histrias.Alm do conhecimento bsico de

    vela e passeios de barco, as crianas fi-zeram trilhas e arvorismo. As refeies

    foram feitas no Clube. O professor daEVM Mauro Ferreira, coordenador da

    Colnia, disse que a estrutura do Clu-be e sua equipe permitem receberbem a todos os participantes e os paisficam tranquilos porque as crianas

    se divertem e ficam em contato coma natureza num ambiente seguro e

    acolhedor. A Colnia tambm contoucom uma cobertura de imprensa feitapela equipe da TVE que entrevistou ascrianas.

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    Equipe de Nelson Ilha campe do Trofu Amizade

    Flotilha de Soling compareceu completa na raia

    com 10 tripulaes de Porto Alegre e Rio Grande

    Regatas de percursos barlasotas foram disputadas na raia em frente ao Clube

    om desempenho imbatvel na raia a tripulaoformada por Nelson Ilha, Fernando Ilha e PauloLemos Ribeiro foi a campe do Trofu Amizade

    da classe Soling, realizado nos dias 17 e 18 deagosto. Eles chegaram ao ttulo com duas vitriase duas vice-colocaes, em quatros regatas dis-putadas com a participao de 10 barcos. Em se-gundo lugar ficaram George Nehm Marcos PintoRibeiro e Lcio Pinto Ribeiro.

    O comandante Nelson ficou contente nos pela vitria, mas tambm porque est em fasefinal de preparao para o Mundial de Soling, de16 a 26 de setembro no lago Balaton, Hungria.Mostramos bom rendimento e entrosamento,

    o Fernando Ilha e o Paulo Lemos Ribeiro fize-ram um bom trabalho. Na Hungria, o Paulo sersubstitudo pelo meu filho Felipe, que tambm

    faz parte da tripulao. As condies para velejardo lago Balaton so semelhantes ao do Guaba,com vento muito rondado. Foi importante ter-mos corrido o Trofu Amizade antes da viagem,diz Nelson.

    Os seus adversrios brincaram com o cam-peo aps o trmino do Trofu. Disseram quepermitiram a minha vitria s para eu ir com omoral alto para a Hungria, contou o comandan-te que segue para o seu sexto campeonato mun-dial da classe.

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    CLASSE SOLING

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    A ESTRIA DO TIAGONO EUROPEU

    Tiago Quevedo foi o melhor brasi-leiro da flotilha masculina no Europeude Optimist, disputado de 1 a 6 dejulho no lago Balaton, na Hungria. Ovelejador, que teve um timo desem-penho em toda a competio e chegoua conquistar a segunda colocao naquinta regata, terminou na 22 posio.Tiago aproveitou seu primeiro campe-onato fora do pas para aprender algu-mas novidades.

    Vi coisas interessantes, como tc-nicas diferentes de cambadas e regula-gens. As largadas eram de alto nvel ea maioria dos velejadores muito tticos.Achei as condies da raia no Balatonparecidas com as do Guaba. Esperavaenfrentar vento forte, no entanto as re-gatas foram quase todas com vento fra-co. Nossa flotilha era unida e aproveita-mos para durante o campeonato paraconversarmos com os velejadores de

    Flotilha Minuano se fez presentena temporada internacionalO ano nem chegou ao fim e a nossa flotilha de Optimist j tem o que comemorar. O Veleirosdo Sul, alm de ter realizado o Sul-americano, foi representado nas principais competiesinternacionais da temporada: campeonatos Europeu, Norte-americano e Mundial.

    Tiago Quevedo teve bom aproveitamento no Europeu

    Largada de regata do Campeonato Europeu no lago Balaton

    Foto:CsertaGabor/divulgao

    outros pases, conta Tiago, 12 anos.E na avaliao de sua participao

    ficou satisfeito com o desempenho ob-tido no Europeu. Poderia ter ficadoem oitavo lugar, mas a desclassificaonuma das regatas, por erro meu, aca-

    F t D i l / V D S

    bou me prejudicando. Mas sai conten-te e acho que nosso mtodo de traba-lho est dando certo, pois a flotilha doClube tem garantido participao noseventos internacionais.

    Ainda entre os brasileiros, Iagor

    CLASSE OPTIMIST

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    Franco ficou em 31 e Andr Fiuza foio 49.

    O vencedor da edio foi Teo RyanYee Kang, de Cingapura. No feminino,venceu a eslovena Mara Turin. ClaraPenteado se destacou na flotilha femi-nina como a 6 melhor colocada. Os

    quatro brasileiros, acompanhados pelotcnico Filipe Novelo, competiram en-tre 248 velejadores de 40 pases.

    ANA E ERIK COMPETIRAMNO NORTE-AMERICANO

    O Campeonato Norte-americanode Optimist 2013, realizado de 4 a10 de julho na ilha Bermudas, contoucom a participao dos velejadores AnaPaula Lutz do Canto e Erik Hoffmannque integraram a equipe brasileira. Ana

    Paula teve um desempenho regular nocampeonato e alcanou sua melhor co-locao na quinta regata ao chegar em6 lugar. Ela encerrou a competio em55 lugar. J Erik foi melhorando seurendimento durante o campeonato. Aoitava posio na ltima regata disputa-da, na flotilha vermelha, foi o seu me-lhor resultado e finalizou em 95.

    Ana Paula, 14 anos, disse que onorte-americano ajudou na sua evolu-

    o no esporte e tambm causou umimpacto positivo porque lhe deu maiormotivao com relao vela e melhoratitude na busca dos objetivos. No in-cio a turma no estava concentrada, opessoal queria mais diverso, mas de-pois de uma conversa sria com nossostcnicos e Team Leader - que deixoumuita gente com lgrimas nos olhos,ns aprendemos a separar o momentode brincadeira e seriedade, conta AnaPaula.

    Ela tambm considerou o campeo-nato um pouco cansativo porque a raiaera distante, cerca de 40 minutos de re-boque e a rampa ruim. Os ventos erammdios, semelhantes aos daqui, mascom dias de calmaria. Este foi meuprimeiro campeonato longe de casa eda famlia, apesar do team leader sero meu irmo - Cssio do Canto - semdvida a competio foi um divisor deguas para mim.

    Para Erik Hoffmann, 14 anos, o

    norte-americano tambm foi sua pri-meira experincia numa competio noexterior e lhe ajudou no seu desenvol-vimento esportivo. No consegui meadequar direito raia no comeo docampeonato, porque me parecia tudodiferente. O vento fraco tambm nome ajudou, devido ao meu tamanho epeso. Porm medida que fui me am-bientando meu rendimento cresceu.Gostei muito de ter participado do nor-te-americano, ter conhecido Bermu-das, um lindo lugar. Essa experincia,sobretudo, me deu maior maturidadepessoal e na vela, comentou Erik.

    Erik melhorou seu rendimento durante o Campeonato

    Foto:Divulgao

    O Norte-americano deixou Ana Paula mais motivada para as competies

    O Norte-Americano teve sete re-

    gatas realizadas apenas de 12 previstas.O melhor velejador brasileiro foi LuzaCruz, na 12 colocao geral, seguidados gachos Breno Kneipp (14) e Ber-nardo Tostes (20), Olivia Belda (24),Marco Paulo Schwandt (26), Helenade Marchi (28), Felipe Werwie (30),Tiago Monteiro (35), Bruno Ramos(37), Joao Emilio Vasconcellos (53),Rubem Santos Neto (58), MatheusOliveira (60), Marcelo Gallicchio(71), Eduardo Carvalho (91), JooPedro Tatsch (97), Vitor Abreu (105),Marina Hutzler (114) e Rafael Rizzato(151).

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    Equipe brasileira em Riva del Garda

    Gabriel teve algumas dificuldades tcnicas nas regatas

    Fotos:MatiasCapizzano/Divulgao

    GABRIEL NO MUNDIALNA ITLIA

    Pela segunda vez consecutiva o Ve-leiros do Sul esteve presente no Mun-dial de Optimist. Gabriel Lopes, 12anos, integrou a equipe brasileira no

    campeonato de 2013, realizado emRiva del Garda, de 17 a 25 de julho naItlia. Gabriel terminou a sua primeiraparticipao na competio em 109lugar. Gabriel considerou bem alto o n-vel tcnico do Mundial.

    Senti algumas dificuldades nas re-gatas. Cheguei na Itlia com a expec-tativa de velejar bem tanto nos ventosfortes como nos fracos. No entanto issono aconteceu e no consegui navegarbem com vento fraco. No tinha a mes-ma velocidade dos meus adversrios.

    Eu tambm precisarei melhorar as lar-gadas, outro deficincia minha no cam-peonato. Quase sempre no conseguime posicionar direito na linha, os carasvinham batiam no meu barco e no pa-gavam a penalidade. Mas para mim foiimportante ir competir em outro pas econhecer velejadores de outros pases,analisou Gabriel.

    Ainda fizeram parte da equipe ogacho Pedro Zonta, do Clube dos Jan-gadeiros, o melhor colocado do grupo,

    32 lugar. Lucas Faria em 34, GustavoAbdulklech em 37 e Pedro Correa ter-minou em 79. O Mundial contou comparticipao total de 259 velejadoresde 58 pases. Mais uma vez Cingapuradominou a competio com as vitriasde Loh Jia Yi e Bertha Han.

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    Tiago e Philipp ficaram na flotilha prata na estreia deles na competio

    Dupla atinge metano Mundial de 420

    OVeleiros do Sul com Tiago Ri-bas e Philipp Rump (Kaizen RSHonda) participou do Mundialda classe 420, em Valencia na Espanha,entre os dias 22 e 30 de julho. Na raiaestiveram 190 barcos (380 velejadores)de 30 pases e os nossos jovens repre-sentantes ficaram em stimo lugar nacategoria sub-16 e 70 no geral. A clas-sificao na flotilha prata - grupo de n-vel tcnico intermedirio ficou dentroda expectativa da dupla.

    Consideramos um bom resulta-do porque o nvel dos velejadores eramuito alto. A maioria era de gente de

    19 anos de idade e com experincia demais cincos anos na classe, enquantons comeamos h seis meses. Uma denossas metas era no ficar na flotilhabronze e isso alcanamos, disse Tiago.

    O barco que a dupla competiu eranovo e isso tambm exigiu uma adap-tao de incio: Os barcos deles sobem melhores que os nossos, dificil foia volta pois j estvamos acostumadoscom eles, comenta. Tiago. O Mundial

    foi muito legal e o Real Club NauticoValencia enorme. O campeonato fi-cou meio isolado dentro da sede,

    conta o timoneiro. A experincia noMundial nos deu uma base para nossoprograma de treinos e agora j estamosnos preparando para o CampeonatoSul-Americano que vai se realizar naArgentina, em outubro, na Semana deVela de Buenos Aires, finalizou.

    Em Valencia o Brasil contou com

    Time brasileiro na abertura do Mundial na Espanha

    mais cinco tripulaes. A dupla ga-cha formada por Tiago Brito e AndreiKneipp perdeu a liderana na ltima

    regata e acabou em segundo lugar noMundial, superada pelos campeesespanhis Xavier Antich e Pedro Terro-nes. Os resultados das demais tripula-es brasileiras foram: Daniel Lombardie Gabriel Sequeira - 23, Eric Belda eRodrigo Dabus - 67, Stephan Kunath eAlexander Essle 93.

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    VELA JOVEM

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    epois de ficar em vice no ano passado, o Crioulaobteve sua conquista ao vencer sete das oito re-gatas disputadas no evento realizado de 8 a 13de julho em Ilhabela (SP). O barco representan-te do Veleiros do Sul no deu oportunidade aosadversrios, principalmente para o Carioca, deRoberto Martins, vice-campeo. A sete vitriasforam consequncia de largadas perfeitas, entro-

    samento e talento. "A dedicao e a habilidadedos tripulantes foram fundamentais para essaconquista. Velejamos em alto nvel e em condi-es de vento e mar diferentes", explicou Samuel

    Vitria com autoridadede campeo em Ilhabela

    Crioula manteve boa regularidade em condies variadas

    de mar e vento e assegurou com um dia de antecedncia o ttuloda Rolex Ilhabela Sailing Week na S40

    Albrecht, atleta olmpico e ttico do Crioula.Na raia de S40 da Rolex Ilhabela Sailing

    Week, quatro barcos tentaram fazer fren-te aos gachos, inclusive o Magia V/Energisa,de Torben Grael, que acabou abandonando ocampeonato devido quebra do mastro. "Sea equipe entrosada e se comunica bem a bor-do, o barco fica na mo. O cenrio favorecia

    a quebra de material. Por uma infelicidade otime do Torben Grael perdeu o mastro", relatouo timoneiro do Crioula, Geison Mendes. "Nos-sa tripulao faz uma manuteno preventiva

    CLASSE OCEANO

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    antes e durante a largada".O Veleiros do Sul emprestou um barco aos

    argentinos, o Super Matanga. O clube gacho apontado como um dos mais fortes do conti-nente e um dos principais celeiros de campeesda modalidade no Pas. A tripulao a bordo do

    Crioula era composta por Samuel Albrecht, Gus-tavo Thiesen, Geison Mendes, Frederico Sidou,Andr Gick, Alexandre Rosa, Eduardo Plass, Die-go Garay e Bruni Zirilli. Destes, trs atletas ten-tam vaga no Rio/2016, como o prprio SamuelAlbrecht, Geison Mendes e Gustavo Thiesen.

    "Depois da Rolex Ilhabela comecei dar aten-o campanha olmpica para os Jogos de 2016.Decidi deixar a classe 470. Agora estou na Nacra,pois tenho o objetivo de fazer uma temporadacomo timoneiro em um monotipo do calendrioolmpico", completou Samuel Albrecht. Geisone Gustavo esto na luta pela vaga na 470 . "Porum lado a S40 o oposto do 470, mas o bacana velejar com uma tripulao onde tu aprendes

    Muita vibrao aps a confirmao do ttulo

    antecipado na S40

    sempre, isso foi fundamental", comenta Geison,que assim como no 470, o timoneiro do Criou-la. (Com ZDL Comunicao).

    A tripulao entrosada eveleja junta h bastante tempo

    Fotos:Rolex/CarloBorlenghi

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    Temporada na Europa trouxeconfiana para a dupla do 470

    Geison e Gustavo ganharam evoluo tcnica aps as participaesnos campeonatos Italiano, Europeu e no Mundial

    o encerrarem o Mundial de 470 no 23 lugar nopeloto principal da disputa, a flotilha ouro, adupla de 470 do Veleiros do Sul, Geison Men-des e Gustavo Thiesen teve a certeza de estar nocaminho certo para a vaga olmpica em 2016.Juntos h menos de um ano, conquistaram os

    ttulos Brasileiro e Sul-americano da classe em2013 e iniciaram o segundo semestre focados,emendando a disputa dos campeonatos Italiano,Europeu e Mundial de 470, os primeiros fora docontinente com flotilha numerosa e com a parti-cipao dos melhores velejadores da atualidade.Aps fechar o Italiano em 4 lugar e o Europeuem 32, j na abertura do Mundial, na regataem comemorao aos 50 anos do 470, Geisone Gustavo chegaram em segundo lugar entre osparticipantes.

    Vimos como ponto mais positivo nas dispu-tas a nossa evoluo do Europeu para o Mundial.Havia 40 velejadores a mais que o Europeu e agente foi dez posies melhor no Mundial. Sen-timos principalmente a evoluo no velejo. NoEuropeu, quando fomos para a flotilha ouro, a

    gente brigava para no ficar entre os ltimos. Jno Mundial era o contrrio, montvamos bia nafrente, no perdamos posio, a gente tava mui-to mais ligado e melhor ambientado, comentouo timoneiro Geison.

    O alto nvel de dificuldade contribuiu dandomais confiana aos atletas. Um mundial muitomais difcil que uma Olimpada. Na nossa fren-te havia duplas franceses, ingleses, australianosalemes e na Olimpada s um de cada pas.Tinha alguns ex-campees mundiais e acabamos

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    VELA OLMPICA

    Fotos:Divulgao

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    OVeleiros do Sul o primeiroclube gacho a contar combarco da classe Nacra 17. Sa-

    muel Albrecht e Caroline Boening rece-beram no incio de setembro o catama-r de tripulao mista que far parte daOlimpada Rio 2016. O Nacra 17 avolta dos multicascos ao programa devela olmpico.

    a tendncia da vela atual, pode-se ver que as maiores competies mun-diais, como Americas Cup, Extreme Sai-ling, so feitas com este tipo de barco.

    Por serem velozes com ventos fracos oufortes, no nos tornamos refns das con-dies do vento, e regatas muito emo-cionantes por sua rapidez, diz Samuca.Eles nunca velejaram nesta classe e porisso tudo novidade sobre como secomporta nas manobras. O trabalho de

    Nacra 17 a nova classeOlmpica no Clube

    Catamar de projeto arrojado e veloz

    Carol e Samuca formam a dupla olmpicada Nacra 17 no Veleiros do Sul

    treinamento da dupla se intensificarpara o ciclo olmpico Rio 2016. Temosque recuperar o tempo parado, meucontato mais prximo com o Nacra foiquando velejei de F18 (catamar seme-lhante) em junho passado no Rio, dizSamuel.

    Em novembro, de 7 a 10, o Ve-leiros do Sul realizar o primeiro Cam-peonato Sul-Americano da classe Nacra17, com a participao de tripulaesdo Brasil, Argentina e Venezuela. De-ver ter a presena da argentina Ceclia

    Saroli, que est entre as 10 melhores daclasse.O comodoro Ccero Hartmann co-

    memorou a chegada do Nacra 17 noClube.

    Com isso, o Veleiros do Sul jtem duas duplas olmpicas em classes

    diferentes, e pela qualidade dos repre-sentantes tem grande potencial de con-quistas inditas! Estamos completandomais um ciclo de nosso plano de aoesportiva e com muito satisfao rea-lizaremos o primeiro campeonato SulAmericano da classe Nacra almejandoo incentivo necessrio para a nova clas-se olmpica.

    A Nacra 17 tem um pouco mais deum ano. Em julho passado foi realiza-

    do o primeiro campeonato mundial, naHolanda. Os vencedores foram os fran-ceses Billy Besson e Marie Riou. Os bra-sileiros Clnio de Freitas, Claudia Freitasficaram em 30. Para Samuca apesar deser nova, a classe j conta com muitagente de alto nvel que migraram de ou-tros multicascos. Um exemplo o es-panhol Iker Martinez que j passou pelocatamar Groupama e agora est na Na-cra, assim como outros, compara.

    O Nacra 17 fabricado na Holan-da e seu projeto considerado arroja-do. Os cascos possuem desenhos paraque a proa fure as ondas, resultandomenor arrasto na gua. As suas bolinasso curvadas, que permitem menoratrito do barco na gua, tanto no con-travento como no vento a favor e me-lhor controle do barco em condiesde vento extremas. O mastro de fibrade carbono.

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    VELA OLMPICA

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    Novos ares sopraramnos Queijos e Vinhos

    Na verdade foi um vendaval que chacoalhou a festa

    e espalhou energia para todos os lados.

    O show da banda Papas da Lngua foi a atrao principal da noite e deu uma nova cara ao evento doClube

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    apas da Lngua era nome do vento que conta-giou as pessoas de diversas geraes presentes

    nos Queijos e Vinhos. A banda pop, que come-mora 20 anos de carreira, foi acompanhada deperto pelos fs que se aglomeraram em frenteao palco no Salo Social e fizeram coro paraas belas canes do grupo na voz do frontmanSrginho Moah.

    A vinda do Papas da Lngua aos Queijos eVinhos foi comemorada por todos e o comodo-ro Ccero Hartmann recebeu muitos parabnsno final do show. A nossa Comodoria est feliz

    por proporcionar um evento deste porte para afamlia Veleiros e seus amigos, comentou C-

    cero.A festa de Queijos e Vinhos tambm foi su-

    cesso de presena com cerca de 500 pessoas.O salo social foi ampliado para proporcionarmais comodidade e espaos aconchegantescom lounges que depois foram transformadosnuma enorme pista de dana com o som conta-giante do Papas. A decorao, que ficou a car-go de Cristina Pereira deu alegria sbria e debom gosto ao salo. Mesas de queijos e frios em

    SOCIAL

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    Integrantes do Papas com ao vice-comodoro social CarlosTrein, Simone Trein e o comodoro Ccero Hartmann e TamahineHartmann

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    A qualidade da gastronomia servida mais uma vezagradou quem veio festa

    grande variedade, pes, pastas, buf de massas

    e caldos deram o requinte ao jantar preparadopelos chefs Aline Trevisan e Pedro Barcelos, doBarcelos Gastronomia. Tudo harmonizado comvinhos selecionados da Vinhos do Mundo epara completar, sobremesas especiais que ado-

    aram a noite.

    Aps o show do Papas da Lngua o somcontinuou com DJ Pedro Martins Costa, queassumiu o comando da pista tocando hits queforam do pop ao funk e animaram a festa ma-drugada adentro.

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    SOCIAL

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    Comodoria do Veleiros do Sul recebeu muitos elogios pela estrutura dos Queijos e Vinhos

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    Cruzeiro levou navegadoresat o Parque Itapu

    Mais de 250 navegadores gachos celebraram no dia 27 de julho os 40 anos do

    Parque Estadual de Itapu, com o Cruzeiro a Itapu, Praia das Pombas, entre orio Guaba e a Lagoa dos Patos. Viabilizado junto a Secretaria Estadual do MeioAmbiente, o evento foi uma realizao do Veleiros do Sul com idealizao doPopa.com.br e apoio da Jimo.

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    Fotos:AneMeira

    CRUZEIRO

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    Em terra a confraternizao das famlias e amigos se prolongou durante todo dia com churrasco

    Visitas guiadas pelas trilhas foram realizadas no Parque queconta com mata nativa bem preservada

    Pessoal reunido para o show da Confraria da Msica do VDS,os Pickles

    Informaes sobre o ParqueO Parque Estadual de Itapu, localizado no municpio de

    Viamo, a 57 Km de Porto Alegre, uma Unidade de Conserva-o de Proteo Integral e abriga uma das ltimas amostras dosambientes originais da Regio Metropolitana da capital gacha.Possui 5.566 hectares e foi aberto para visitao em 2002. Maisinformaes: www.sema.rs.gov.br Unidades de Conservao

    A jaguatirica tambm veio dar asboas-vindas aos cruzeiristas

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    CRUZEIRO

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    lpis traa as linhas que aos poucos vo definin-do o desenho de um barco. sempre assim quecomeam os projetos pelas mos de Paulo. De-pois de tudo bem calculado dado o incio doscortes dos sarrafos de madeira para montagemdas cavernas, at chegar o momento de comple-tar o casco. Esta tem sido a rotina dele h pelomenos seis meses quando comeou o seu mais

    novo veleiro que est sendo construdo dentrode um galpo no Clube, de 7m20cm de com-primento por 3m30cm de largura, com cabine,

    Quando a vela a alegria da alma

    Construir barcos e navegar faz parte da vida de Paulo Julius. A tal ponto que

    parece se confundir com sua existncia. O primeiro veleiro ele fez em 1956 ehoje aos 79 anos de vida e 53 de Clube ainda no parou de projetar barcos deforma amadora e velejar.

    Paulo ao lado do casco do veleiro que est sendo construdo no Clube

    banheiro e cozinha. Sua expectativa de at ofinal do ano navegar pelas guas do Guaba comele.

    Sou um autodidata, trabalhei toda minhavida como projetista industrial e aprendi sozinhoa fazer barcos. Sempre procuro dar qualidadesmarinheiras nos meus projetos. Fico satisfeito dever que as tendncias dos desenhos modernos

    de barcos vo ao encontro do que eu venho fa-zendo, diz Paulo que iniciou sua carreira profis-sional na Varig.

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    VELEJAR

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    A paixo por barcos antiga, comeou aos12 anos quando passou a velejar na Praia deBelas convidado por conhecidos que j prati-cavam o esporte no antigo Iate Clube Guaba.Um dia estava no trapiche e uma pessoa meconvidou para levar um Sharpie at o Clubedos Jangadeiros. O nome dele era Roman Lin-

    dau. A partir daquele momento fui fisgado pelavela, conta. Morador do bairro Menino Deus,aos 18 anos, construiu um veleiro de cerca decinco metros de comprimento de madeira, seuprimeiro projeto, que batizou com o nome deGrumete. E tambm comeou a correr regatasnas classes Sharpie, Jangadeiros e Guanabara.

    Quando a sede do Veleiros do Sul foi trans-ferida do bairro Navegantes para a Vila Assun-o, em dezembro de 1959, Paulo tornou-sescio na primeira semana de funcionamento doClube na Zona Sul. Os aterros tinham acabado

    com a vela na Praia de Belas. E sua trajetria develejador e construtor no cessou mais. Ele fezuma lancha com casco de catamar que depoisfoi transformada para barco a vela.

    Posteriormente ele adquiriu um veleiro demadeira, o Sexta-feira, (9 metros de comprimen-to) que passou por uma grande reforma para fi-car do seu gosto. Sempre procuro dar um toquepessoal no barco e deix-lo melhor adaptadopara navegar em nossas guas, com boca largae pouco calado. Com o Sexta-feira velejei muito

    pelo Guaba. Na sua lista de construtor navalainda faz parte caiaques de fibra e um catamara vela denominado Mono Cat.

    Aposentado, Paulo e a esposa Kismara forammorar em Santa Catarina. Ele vendeu os barcos.Depois de trs anos regressou a Porto Alegre evoltou a navegar pelo Guaba. Velejar faz bem

    para a sade, uma distrao que afasta os abor-recimentos do mundo. Sentia falta disso. umaenergia positiva para a alma, diz.

    Sua expectativa aps o trmino do veleiro compartilhar com as novas geraes a sua expe-rincia de construo amadora de barcos por-que no quer ver desaparecer esta arte. Minhaidia promover um curso na Escola de VelaMinuano para as pessoas aprenderem as tc-nicas de construo e quem sabe alimentar osseus sonhos de navegar com um barco prprio

    e de baixo custo. Isso possvel! Agradeo aocomodoro do Veleiros do Sul por ter permiti-do a construo do meu barco no Clube. Paramim algo muito significativo. Paulo diz quepara todas as coisas preciso boa vontade, mascomo costuma falar: A gente nasce para ser oque .

    Velejando em frente orla da Praia de Belas, antes do aterro

    Grumete sendo lanado na gua doGuaba em fevereiro de 1957

    Paulo no batismo do veleiro com amadrinha Lucilda

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    ideia era antiga, ainda dos tempos em que viviem Angola na frica. Na volta ao Brasil, depois deme organizar profissionalmente, tratei de marcara data para o incio da aventura para o fim dejaneiro de 2013.

    Os prximos passos foram reorganizar o bar-co e os equipamentos para a navegada. O barcoestava abandonado em p preso na cerca na casade meus pais. Perecia uma rvore! Tratei de lim-

    p-lo e reequip-lo para voltar a navegar. Passeiento fase de testes. Fazia pelo menos 10 anosque no navegava de Laser e nas nicas trs opor-tunidades que tive para treinar, algo sempre sequebrava. No ltimo treino, durante o Brasileirode Laser, acabei por capotar duas vezes e me con-venci de que o restante do treinamento ocorreriasomente durante a viagem.

    Terminada a reviso do barco, passei aorganizar os equipamentos e alimentao para a

    De Porto Alegre a Rio Grandea bordo de um Laser

    O Laser um veleiro monotipo classe olmpica que j rendeu muitas

    medalhas para o Brasil. Mas para nosso associado e aventureiro ChristianoSchultz foi o barco escolhido para um cruzeiro pelo Guaba e Lagoa dos Patos.

    ltimo trecho no Guaba com o farol de Itapu na proa

    viagem. No total, 33 Kg de equipamentos deve-riam ser armazenados no casco para permitir aviagem em segurana, que foram solucionadosaps a instalao de tampas de inspeo no cascoe do uso de uma bolsa impermevel presa na proado Laser. Por fim acabei renomeando o Tom semFreio que passaria a se chamar Nando em ho-menagem ao amigo de infncia Fernando Krahe.

    A previso do tempo para 26/01 aponta-

    va para vento sul, ento prorroguei a sada para29/01. No dia da sada, apesar das previses aocontrrio, o vento sul ainda soprava com fora natarde daquela quarta-feira.

    Com a presena do pai, da Ana Paula e doJoo Fernando Krahe, deixei o Veleiros do Sul demaneira atrapalhada, como no poderia deixarde ser. Logo aps o SAVA uma rajada mais forteprovocou o primeiro banho de rio, com no maisde 30 minutos de navegada, um pssimo incio,

    Acampamento na ilha Chico Manoel

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    AVENTURA

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    para quem ainda teria cerca de 350 Kms pelafrente.

    Logo em seguida o sul rondou para leste e anavegada foi tranquila at a Chico, local da pri-meira noite, ainda com algum conforto. Poucoantes, na ponta do Arado, pesquei quatro lam-baris numa onda mais assanhada, que pularampara dentro do cockpit. Os quatro navegaram co-migo um pouco antes de retornarem ao rio.

    A chegada na Chico ocorreu prximo s 20h,sob vento forte, com tempo para armar a barra-

    ca, jantar e descansar o mximo possvel embaixoda figueira, sob a lua cheia num cu coberto deestrelas.

    Na manh seguinte a alvorada iniciou s6h30. Antes de colocar o barco na gua, penseiem levar uma ma comigo, quando acabei pordar falta da sacola de alimentos. Acabei desco-brindo que havia sido roubado naquela noite.Toda a sacola de alimentos com cerca de 70%da alimentao disponvel para a viagem, haviadesaparecido. Os Bugios da ilha haviam feito afesta! Apesar das buscas no local, no encontrei

    nenhuma pista dos ladres nem de uma migalhasequer de qualquer coisa que estava na sacola.

    Decidi seguir adiante, talvez parando no Ita-pu para me reabastecer. A prxima parada foi nofarol do Itapu. S cheguei ao farol s 11h depoisde remar a meia milha final, pois o vento haviaparado por completo. Depois de breve visita aofarol e abortar a parada na Vila do Itapu, en-trei na Lagoa dos Patos e logo em seguida o lestevoltou a entrar, permitindo que a Praia de Forafosse vencida com facilidade. s 14h45 cheguei

    Com o Laser Nando no Pontal das Desertas, primeira paradana Lagoa dos Patos

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    Deixando a Barra Falsa de So Simo

    ao Pontal das Desertas, ltima parada antes datravessia da Lagoa, parte mais perigosa de toda aviagem. Fiz um contato por telefone com o pai eanunciei a travessia.

    Deixei o pontal com vento mdio de nordes-te e segui descendo cerca de 500m sota ventodo Banco das Desertas, navegando num travsfolgado. Ao me aproximar da ponta do banco, ovento aumentou significativamente, alcanandocerca de 15 a 18 ns. A navegada tornou-se tensae passei a cuidar muito para no sofrer uma que-

    bra ou virar o barco. A costa leste da lagoa estava vista, mas parecia nunca chegar. Passei a mataro barco nas rajadas, pensando em apenas chegarcom segurana na margem leste. Uma quebra na-

    Chegada ao farol Cristovo Pereira

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    quelas condies traria muitas dores de cabea etalvez uma noite inteira deriva na lagoa.

    Foi com alvio que cheguei praia por vol-ta das 18h, aps 4 horas de travessia. O telefonecontinuava com sinal bom, o suficiente para tran-quilizar a famlia de que a travessia tinha ocorri-do com sucesso. Aps rizar (reduzir) um pouco avela, enrolando-a no mastro, segui por mais duashoras em direo ao So Simo, parando paradormir por volta das 20h, aps quase 12h de na-vegada. Passei noite na margem de alguma fa-

    zenda, sob um cu estrelado e com a companhiade uma centena de vagalumes.Dia 31 de janeiro iniciou novamente muito

    cedo. s 8h j navegava em direo ao So Simoa todo pano. O desafio neste dia seria chegar ata Barra Falsa do Bojuru. Para dificultar um poucoas coisas, o vento voltou a apertar na metade damanh e o esforo para manter o barco equili-brado me causou um forte desgaste fsico. Opteinovamente por parar e rizar a vela novamente.Com o barco mais estvel, cheguei ao pontal doSo Simo por volta das 12h30. Aps breve al-

    moo, consumindo o antepenltimo sanduiche,segui em direo ao Cristovo Pereira, distanteem torno de 35 km de onde estava.

    Com vento sempre fraco e o sol castigandosem piedade, a navegada se tornou um martrio.S fui conseguir chegar ao farol, quando j eramquase 17h. O sinal do telefone apesar de fracopermitiu mais um contato com o pai, que nestaaltura j estava a caminho do Bojuru, de carro,para me encontrar noite. Chegar l j estavapraticamente fora de cogitao. Aps visitar o

    farol, um dos mais antigos e belos do RS, trateide seguir viagem em direo Tavares, que seriaminha melhor opo para passar a noite. As duasltimas horas de navegada deste dia foram me-lhores de toda a viagem. Com vento mdio de NEe praticamente sem ondas, o Nando acelerouforte nas rajadas, exigindo um bom esforo para

    manter o barco equilibrado e no rumo.Acabei encontrando o pai numa pequenavila, beira da lagoa, prximo Tavares quan-do j eram praticamente 20h, aps mais de 12hnavegando pela Lagoa dos Patos. Transferimo-nospara a cidade e pudemos saborear um timo fil R$ 18,00 o prato em plena calada da rua prin-cipal de Tavares, alm de um bom banho e umatima cama R$ 30,00 a diria por pessoa naPousada Paraso.

    No dia seguinte, acordamos cedo para darsequncia viagem. Eu seguiria por gua e o pai

    por terra. Encontraramo-nos para almoar no Bo-juru, se tudo desse certo. Zarpei da praia de Tava-res s 8h e logo passei o farol do Capo da Marca,o mais antigo do RS, ainda inaugurado por DomPedro II. Trata-se de uma relquia de nossa hist-ria, mas que infelizmente encontra-se totalmenteabandonada pela Marinha do Brasil.

    Com vento fraco de NE segui em direo aopontal do Bojuru. O vento foi diminuindo e logoparei por completo. Seguiu-se uma sucesso derondadas, duas delas de sul, indicando um maupressgio frente sul que se aproximava. Ao meu

    redor apenas as tainhas saltando de um lado paraoutro. O vento s foi firmar novamente no finalda manh, possibilitando minha chegada no pon-tal apenas no incio da tarde, furando novamentetodas as nossas previses. Antes de seguir adiante,aproveitei para visitar a ilhota onde se encontramos restos do antigo farol do Bojuru, que era nopassado, muito similar ao do Cristovo Pereira,apenas ligeiramente mais baixo. Hoje no local,existem apenas tijolos cados e envoltos pelas ra-zes da vegetao que aos poucos est tomandoconta do lugar.

    Segui em direo a barra falsa navegando emapenas 40 cm de profundidade num lugar sim-plesmente fantstico. Era como se estivesse na-vegando em um aqurio, tal a limpeza da gua.No fundo os caranguejos se assustavam e corriamcom as garras erguidas, assustadas pelo grandecasco branco do barco.

    Cheguei barra falsa quando j eram mais de16h e naveguei atravs de um arroio acessando asinstalaes da fazenda do Paulo Afonso, um ami-go de Porto Alegre encontrando com o pai que

    Arrumando o barco na Fazenda Jardim

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    AVENTURA

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    estava com o Churrasco pronto desde o meio dia.Estava muito atrasado em relao ao meu crono-grama e acabei fazendo a bobagem de comer umpouco e logo seguir viagem para aproveitar o ven-to que nesta altura estava bom e constante. Estaacabou sendo uma ideia infeliz. Logo aps deixara barra falsa o vento caiu e um enorme temporal

    se armou para o NE.Consegui descer por mais duas horas, nave-gando praticamente sem leme e sem bolina de-vido ao baixo calado. s 19h15 duas trovoadasfortes decretaram o fim da navegada. Em temporecorde, orcei o barco para praia, desmontando-orapidamente e corri para um campo prximo paramontar a barraca. Logicamente depois de tudopronto, no caiu nenhuma gota de chuva do cu.O temporal forte acabou caindo em outro lugar,provocando inclusive a morte de uma pessoa emSo Loureno do Sul, atingida por um raio.

    Depois de ter jantado o ltimo sanduchee de uma noite horrvel, segui viagem muitocedo, iniciando a navegada por volta das 7h30da manh, a tempo de ver o sol nascer. O ventopermaneceu fraco e segui rente a margem. Nodemorou muito o novo temporal se armou pelosul, mais forte do que o da noite anterior. Este, seentrasse, acabaria de vez com a navegada. Parapiorar a situao estava num ponto ruim da lagoa,sem acesso estrada para poder retirar o barco.s 9h15, rumei novamente at a praia e desmon-tei o barco rapidamente e corri campo adentro

    at encontrar a segurana de uma vegetao maisfechada. Junto comigo, todas as vacas e cavalos dafazenda corriam em busca de abrigo. O temporalentrou de S-SW com fora. Ventos de 80Km/hvarreram os campos, com raios caindo em todosos lugares e pensei que tinha perdido o barco quehavia deixado na margem, em meio aos juncos.Por sorte nada mais grave ocorreu.

    Acabei buscando ajuda numa fazenda pr-xima de propriedade do casal Jardim. Conseguitambm um contato com o pai pelo telefone dafazenda, e depois de organizar o barco, seguimos

    de volta a Porto Alegre.No total foram 270 km navegados em 40 ho-

    ras, com mdia de 6,75 Km/h. Durante trs dias emeio, navegando cerca de 12h por dia, virei ape-nas uma nica vez, ainda praticamente dentro doVDS. O Nando verdadeiro velejou junto comigoe deve ter certamente ajudado na borda e nasdecises dos momentos mais difceis. O Nan-do barco superou todas as minhas expectativas e

    Ilhota do antigo farol de Bojuru

    chegou ao fim sem apresentar nenhuma quebra.Eu at hoje me surpreendo, de como conseguinavegar por toda aquela distncia, mantendo-mefsica e psicologicamente bem. A lagoa me surpre-endeu pela sua beleza virgem que ainda resiste ao do homem. A margem leste continua sen-do inspita e desabitada e acabei por encontrarjustamente o que desejava: aventura e novidade.Reaprendi muitas lies com esta viagem e me

    senti ainda capaz de realizar muitas outras. A via-gem ainda no foi completada, mas continua nosplanos para breve. Ainda restam 70 km para che-gar Rio Grande!

    O histrico farol do Capo da Marca

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    Antigua Classic Yacht RegattaO nosso colaborador Nestor Volker participou desse evento maravilhosoda vela que rene, beleza, esporte e tradio

    Por Nestor Volker - Arquiteto naval

    O Dione ganhou o prmio de melhor restaurao, alm de vencer todas as quatro regatas da Semana de Clssicos

    Foto:Tim

    Wright/photoaction.com

    regata de Antigua famosa pela elegncia, festase camaradagem, mas o melhor de tudo de se verso os veleiros clssicos, alguns de at 120 ps,com todas suas velas em cima, navegando comos ventos, so uma recompensa para os olhos.Os ketches, sloops, schooners e yawls compema maior parte da flotilha e mantm o esprito datradio da vela. O evento em geral conta com a

    presena de 50 a 60 barcos. Na edio deste anorealizada de 18 a 23 de abril fiz parte da tripulaodo Dione, de 45 ps, que foi o vencedor da classeVintage C. Este barco lindsimo de 1912, projetooriginal de William Fife III , foi encontrado em umestado de quase abandono na ilha de Antigua porum amigo alemo, Hans Albrecht, o mesmo pro-prietrio do Norwind no qual fiz a Passagem doNoroeste de 2012 (ver O Minuano 128).

    O veleiro foi levado de navio para BuenosAires para ser reconstrudo no YCA, por Tito

    Sytzka. O convs no precisou de muitos repa-ros porque estava pouco deteriorado. Porm, ocasco teve de ser reconstrudo quase todo, peapor pea da madeira, a fim de manter a formaoriginal. Do lado de dentro ficou apenas a partedianteira de uma cabine, que foi utilizada comomodelo para a reconstruo. Ns projetamos umnovo interior justamente respeitando esse estilo.

    E na mastreao colocamos uma mezena quetinha originalmente no barco, embora duranteanos tenha navegado com um s mastro.

    Quando a reconstruo foi concluda o Dio-ne seguiria por navio at o Caribe, mas por pro-blemas com o transporte teve que ir navegando,com o seu skipper e dois tripulantes. Chegou emAntigua depois de dois meses de vela e um fortevento contrrio de Buenos Aires at a altura daBahia. Atracou seis dias antes do incio do cam-peonato. Eu cheguei trs dias antes da primeira

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    Dione tambm levou o ttulo de barco mais antigo, 101 anosOs veleiros clssicos numa das regatas de vento forte

    regata do campeonato.Fomos desafiados para uma regata treino

    que tornou-se bom para ns, pois ainda no sa-bamos como se comportava o barco. Pessoal-mente, eu aprendi como levar o barco, melhorngulo de deriva e v que com todas velas emcima o leme tendia a tir-lo da ora. A tripula-o era formada por 12 velejadores: argentinos,ingleses, suios e os brasileiros Igor e Fabrcio.No primeiro dia do campeonato o vento sopravaforte, nunca menos de 16 ns verdadeiro, e cer-ca de 20 - 22 ns na mdia. E assim foi dos todosdias da competio.

    A raia era triagular e se velejava somente

    pequenos trechos onde era necessrio cambar,porque estes veleiros so difceis de manobrar,perde-se tempo e at perigoso se ficarem muitoprximos um do outro, uma medida acertada.As largadas eram com vento a favor e depois

    contornavam as boias de pernas de travs, comos barcos velejando juntos. O vento era mais

    constante de direo oeste, que corria paraleloa costa.Nossos partidas foram sempre procurando

    um melhor lugar a sotavento e atingir a velocida-de mxima sobre a linha junto ao top, enquantoa maioria da flotilha brigava para largar junto acomisso de regata. Curiosamente, conseguia-mos orar um pouco mais do que os outros e noscolocarmos na frente da flotilha, apesar de nosermos o maior veleiro. Ns cuidavamos muitonossa posio na regata, fazer bem as manobrase no contravento velejar at prximo a costa

    para nos livrar da corrente, mas sempre tendo ocuidado com as manobras nas baas.

    Grande foi nossa surpresa quando ao che-gamos na primeira regata, tivemos o sinal dadocom um tiro de canho, o que significava que

    Fotos:NestorVolker

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    estvamos em primeiro da srie, em tempo real.

    E isso se repetiu em todas as regatas. E em terraa confirmao da vitria tambm no tempo cor-rigido. A segunda regata foi a mais difcil paratodos, o vento chegou a 28 ns, o que causoua quebra de quatro mastros. Foi triste ver caira mastreao daqueles belos veleiros. A premia-

    A Semana de Clssicos de Antigua comeou oficialmente em1967

    O magnfico Thendara, campeo da Vintage classe B,construdo em 1936 e com 105 ps de comprimento

    o foi no English Harbor, mostrando em duas

    grandes telas as fotos dos vencedores, enquantochamavam as equipes ao pdio. Para ns, comgrande surpresa, no s conseguimos o primeirolugar na classe, mas tambm a melhor restaura-o, o barco mais antigo, 101 anos, e o compe-tidor que veio de mais longe.

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    Gaucho, veleiro construdo em 1943, de 50 ps. Ele recebeu em 1948 a medalha Blue Water do CruisingClub of America em 1948 pela viagem de Buenos Aires ao Egito e volta pela rota de Cristovo Colombo

    O Mary Rose se destacou por sua sofisticao, construdo em 1925com 64.5 ps

    Em Antigua tambm porto de gigantes veleirosmodernos

    Casa onde viveu o Almirante Nelson, governador da ilha, emEnglish Harbor

    O tamanho dos enroladoresdas velas de proa

    Elevador para subir no topo domastro de um super veleiro

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    Joo Ilha e sua esposa Maria Rosria na Ilha Chico Manoel, em abril de 1961

    O convvio na gua sempre fez parte da vida dos nossos associados.Fotos das excurses pelo Delta do Jacu na dcada de 1950.

    VENTOS DA MEMRIA

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