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Revista O Minuano do Veleiros do Sul, edição 122 (setembro/2011)

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EXPEDIENTEPALAVRA DO COMODORO

ÉComodoro

Newton Roesch Aerts

Vice-Comodoro EsportivoEduardo Ribas

Vice-Comodoro AdministrativoRicardo Englert

Vice-Comodoro PatrimônioPablo Miguel

Vice-Comodoro SocialEduardo Scheidegger Jr.

Conselho Deliberativo

PresidenteLuiz Gustavo Tarrago de Oliveira

Vice-PresidenteLéo Penter

Diretor da Escola de Vela MinuanoBoris Ostergren

Diretor de Parques e JardinsPablo Miguel

Prefeito da Ilha Chico Manoel Luiz Morandi

Mande e-mail para: [email protected]

O Minuano é uma publicação do clube Veleiros do Sul.

Fones: 55 (51) 3267-1717 3267-1733 / 3267-1592

Endereço: Av.Guaíba, 2941 Vila Assunção Porto Alegre – Brasil

CEP: 91.900-420

Home Page: www.vds.com.br

E-mails: [email protected] [email protected]

Twitter: @veleirosdosul

Publicação

Editor:Ricardo Pedebos (MTB 5770/RS)

Textos e Fotos:Ricardo Pedebos e Ane Meira

Projeto Gráfico e Diagramação:Renato Nunes

Fotolitos e Impressão: Gráfica Calábria

Prezado(a) Associado(a),

É com grande prazer que mais uma vez divulgamos as notícias do nosso Veleiros do Sul por meio deste excelente modo de comunicação.

Podemos dizer que, com a participação cada vez maior do Associado, nosso clube tem visivelmente conseguido resgatar o convívio e a aproximação entre os amigos.

Novamente reafirmamos que toda esta evolução só está sendo possível com a participação de todos, em especial dos órgãos dirigentes do clube, como o Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e de uma maneira muito especial, dos amigos que compõe a Comodoria.

Os seis primeiros meses foram de análise da situação, retomada das manu-tenções e investimentos e, de uma maneira bastante árdua e cuidadosa, a troca do Economato buscando o retorno mais efetivo do convívio social.

No segundo semestre, estaremos focados na readequação orçamentária e reestruturação administrativa e financeira, com a instalação de um programa de gestão e a utilização de um software de gerenciamento específico para clubes náuticos e marinas, a exemplo de vários clubes coirmãos.

A ênfase no beneficiamento da área física do clube é nossa prioridade e isto pode ser observado pelo acompanhamento diário de nosso site www.vds.com.br, e também com uma simples visita aos diversos recantos. Podemos elencar o novo toldo da Vento Sul, as áreas de churrasqueiras, o calçamento da área leste e nova academia de ginástica, agora aproveitando o espetacular visual do Guaíba.

Nesta edição, podemos observar a crescente participação dos associados, contribuindo com temas técnicos, narrativas de diários épicos e com situações muitas vezes inusitadas. Percebe-se também a maior adesão dos patrocinadores, com os quais, nosso Minuano tem progressivamente se tornado uma revista de excelente retorno e em especial autônoma financeiramente.

No âmbito esportivo, o segundo semestre será bastante movimentado com vários campeonatos e grande investimento na prática dos esportes náuticos.

Finalizando, novamente lembramos que nosso clube foi idealizado para ser um local de prática esportiva, mas também de lazer para os Associados, familiares e amigos. Assim, convidamos todos a participarem dos jantares temáticos men-sais. Em especial, dia 1 de outubro, teremos o Jantar Farroupilha com o show do conhecido Renato Borghetti, onde então a família Veleiros do Sul novamente se encontra para um convívio mais próximo.

Newton AertsComodoro

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AGENDA

SETEMbRO

Dias 10 a 20 - XX Circuito Conesul de Vela de Oceano - 2ª etapa do Estadual de Oceano

Dia 10 - Regata de Percurso Médio (13 horas)

Dia 11 - Regatas Barlasotas (13 horas)

Dia 17 - 41ª Regata Troféu Seival - 22ª Regata Troféu Farroupilha - 14º Velejaço Farroupilha (11 horas na Usina do Gasômetro)

Dia 20 - Regatas Barlasotas (11 horas) / Entrega de prêmios (17 horas)

OuTubRO

Dia 12 - 4º Corrida Rústica do Veleiros do Sul / Festa do Dia das Crianças

Dia 15 - Cruzeiro Batom Eles e Elas

Dia 19 - Regata Velejaço Wet Wednesday

Dias 29 a 1º/11 - Campeonato Brasileiro da classe J/24

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As três equipes brasileiras que participa-ram do Buddy Melges Challenge, evento

de grau 1, mostraram garra na raia de She-boygan nos EUA, realizado de 24 a 28 de agosto. Renata Decnop, Fernanda Decnop e Tatiana Ribeiro chegaram às quartas de finais e ficaram em oitavo lugar. Em décimo ficou a equipe Itapuca de Juliana Senfft (BRA), Ga-briela Sá, Luciana Kopschitz, do Veleiros do Sul. Juliana Mota (BRA), Daniela Adler e La-rissa Juk ficaram em 13º lugar.

As brasileiras tiveram a orientação do técnico Geison Mendes, do Núcleo de Vela de Alto Rendimento do VDS. Geison ficou satisfeito com os resultados em Sheboygan.

“Elas fizeram frente as melhores do mundo. Antes diziam que não havia possibilidade das gurias alcançarem a classificação para a Olim-píada de 2012. Afirmo que temos chances reais de disputar o match race em Weymouth.”

Equipe do VDS disputou o buddy Melges de match race

O time da norte-americana Anna Tunni-cliffe venceu a equipe Anne-Claire Le Berre (FRA) e conquistou o título do Buddy Mel-ges. Em terceiro ficaram as australianas Nicky Souter, Jessica Eastwell e Katie Spithill ao der-rotar as francesas Julie Bossard, Pauline Cha-laux and Pauline Courtois.

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Azul e branco são as cores do CrioulaHá barcos e barcos, a diferença entre eles está no que representam. Alguns deixam os seus nomes vinculados a uma época ou lugar aonde pertencem. No Veleiros do Sul há uma lista de barcos na nossa memória, ficaram conhecidos não só por suas tripulações, mas pela ligação com o Clube. Esta identidade hoje quem carrega é o veleiro Crioula, um Soto 40

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singularidade do Crioula está no fato de ser levado por uma tripulação que faz questão de representar o seu Clube numa das clas-ses mais importantes da vela de oceano no momento. Algo que o difere do seu meio, pois a maioria é identificada pelos nomes de patrocinadores ou proprietários. O Crioula é coordenado pelo tático Samuel Albrecht, que também é uma espécie de gestor do barco. O projeto foi montado em 2010 e no começo deste ano teve início a campanha nas com-petições. A tripulação foi arregimentada no Clube porque esta era a proposta idealizada por Renato Plass.

Desde a sua estreia no Circuito Rolex Atlântico Sur, em Punta del Este, no verão deste ano, o barco do Veleiros do Sul tem participado dos principais eventos. A exigên-cia é grande como comenta Samuca porque uma das características da S40 é contar em suas tripulações com velejadores de alto nível técnico. Não só no Brasil, como na Argentina, Chile e Uruguai, países que fazem parte da flotilha sul-americana.

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“Ainda estamos aprendendo e isso vale também para os mais experientes da equipe. Graças ao esforço de todos estamos num bom momento e os resultados apareceram. Mas ainda falta um polimento para chegarmos ao topo, sermos mais consistentes nas regatas. A base está formada e temos confiança na su-peração das dificuldades encontradas”, diz Samuca.

A competitividade da classe não afeta o clima a bordo do Crioula. O trabalho no barco exige bastante atenção porque precisa muita sintonia e habilidade dos tripulantes, conta o trimmer Geison Mendes. Qualquer deslize pode comprometer até o resultado.

“Temos um forte espírito de equipe, os erros ou acertos são atribuídos ao grupo, não há personalismo a bordo. Por isso nos-sa convivência é muito boa, somada a nossa amizade formada no Clube. Todos trabalham em conjunto para melhorar o desempenho do barco. Compartilhamos o prazer de fazer parte da tripulação do Crioula”, diz Geison.

Na temporada brasileira o Crioula parti-cipou da Semana de Búzios e da Rolex Ilha-bela Sailing Week. Na Mitsubishi Sailing Cup, evento das classes S40 e HPE25, que encerra em setembro, após a segunda etapa o barco gaúcho é o quarto colocado, sendo o brasilei-ro melhor posicionado na Copa.

O Crioula conta com uma tripulação ex-

periente na vela de oceano. A maior parte dela é a mesma, embora haja revezamento de alguns velejadores nas competições. Na sua formação estão: Samuel Albrecht – tá-tico, George Nehm – timoneiro e cuida da parte técnica das ferragens, Geison Mendes – trimmer da vela grande, Alexandre Rosa e Fabrício Streppel – trimmers das genoas e ba-lão, Renato Plass – secretaria, subida e des-cida das velas, Eduardo Plass regulagem dos runners, Frederico Rizzo – navegador, Gui-lherme Fasolo – trabalho no mastro, e Diego Garay - proa.

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CLASSE SOLING

Equipe Coringa venceu o 12º Troféu Amizade

Poucos barcos na raia, mas regatas com vento forte bem disputadas

tripulação do barco Coringa, com Guilher-me Roth, Carlos Trein e Roger Lamb foi a campeã do 12º Troféu Amizade de Soling realizado nos dias 13 e 14 de agosto. Eles venceram por antecipação a competição. Bastou o terceiro lugar na penúltima regata para irem embora da raia porque a soma de pontos já confirmava o título.

“Fizemos as contas e deixamos de correr a quinta regata para não comprometer o ren-dimento do barco que é o mais velho da floti-lha, de 1974, e nunca foi reformado. O vento forte do dia anterior (sábado) causou avarias na cana do leme e no pé do mastro. Nossa tripulação teve um desempenho excelente”, disse o timoneiro Guili Roth que acumulou três títulos em sequência: Estadual em 2010, Brasileiro de 2011 e agora o Troféu Amizade, sempre com tripulações diferentes.

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CLASSE SOLING

Na segunda colocação ficou a equipe de Marcos Pinto Ribeiro, Frederico Sidou e Lucio Pinto Ribeiro. E em terceiro Kadu Bergenthal, Paulo Lemos Ribeiro e Gabriel Graça.

O tempo não foi dos melhores para as tripulações dos seis barcos que participaram do Troféu. No sábado teve vento sul com

CLASSIFICAçãO FINAL - PONTOS1º Guilherme Roth, Carlos Trein e Roger Lamb - 6 pp

2º Marcos Pinto Ribeiro, Frederico Sidou e Lucio Pinto Ribeiro - 83º Kadu Bergenthal, Paulo Lemos Ribeiro e Gabriel N. Graça - 9

4º José Ortega, Manfred Floricke e Rafael Paglioli - 135º Marcus Silva, Carlos Bombardelli e Regis Silva - 24

6º Niels Rump, Guilherme Afonsin e Andre Afonsin - 25

CAMPEãO CLASSICGuilherme Roth, Carlos Trein e Roger Lamb

CAMPEãO MASTERJosé Ortega, Manfred Floricke e Rafael Paglioli

A equipe campeã venceu as três provas do primeiro dia de competição

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intensidade forte que alcançou 23 nós nas rajadas e provocou muitas ondas no Guaíba. Os timoneiros Marcus Silva e Niels Rump e tiveram que abandonar a raia por avarias nos seus barcos. E no domingo as duas rega-tas foram com vento sudeste variando de 12 a 14 nós de intensidade, acompanhadas de chuva e muita correnteza no Guaíba.

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O Campeonato Norte-Americano foi rea-lizado de 29 de junho a 7 de julho em

Los Angeles, no Cabrillo Beach Yacht Club. Integrou a equipe brasileira o nosso velejador Thiago Splettstosser Ribas, que ficou em 39º na colocação geral num total de 187 partici-pantes de 21 países das Américas, Caribe, Eu-ropa, Ásia e Oceania. Thiago chegou ainda em segundo lugar em duas regatas. O campeona-to teve 11 regatas com ventos médios a fortes e rajadas de mais de 25 nós. No campeonato por equipes, o Brasil ficou em 5º lugar entre 16 países.

Gurizada conquista títulos no brasil Centro de Optimist

Os jovens velejadores do Ve-leiros do Sul exibiram muita técnica, resultado da dedi-

cação nos treinamentos, e alcança-ram duas importantes vitórias no Campeonato Brasil Centro de Opti-mist. Gabriel Lopes foi o vencedor da categoria Mirim e Tiago Quevedo o campeão na categoria Estreante.

O veterano Thiago Ribas tam-bém se destacou na competição obtendo o 6º lugar na classificação geral - onde Gabriel foi o 9º e Tiago Quevedo ficou em 27º. A disputa foi em 10 regatas no Yacht Club Santo Amaro, de São Paulo, de 19 a 23 de julho. Foram 52 participantes de cinco estados competindo na raia da Guarapiranga. O campeão foi Erik Gunnar Hoffmann (SC).

A capitã da flotilha Minuano, Carla Splettstosser, que acompanhou a turma, disse que o resultado coroa o esforço dos velejadores e do téc-nico Geison Mendes Dzioubanov: “Temos novos campeões no Optimist. O técnico Geison foi fundamental nas conquistas da nossa flotilha em São Paulo, comemorou Carla. Thiago, Gabriel e Tiago Quevedo com o técnico Geison

Participamos do Norte-Americano de Optimist

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O barco Comodoro Cativelli que serve a comissão de regatas e de apoio à náutica passa por uma reforma

no galpão de obras. O marceneiro Roque Morais preci-sou substituir a madeira de toda a popa, parte da qui-lha e cavernas. Foram colocadas novas tiras de mogno no casco. Posteriormente, a reforma seguirá em algumas partes do convés.

Vento Sul recebe nova coberturaA área externa da churrasqueira Vento Sul está com

nova cobertura. A estrutura metálica foi toda refor-mada e acrescentada uma “espinha” na viga principal para a colocação da nova lona de cor branca. O ambien-te externo da Vento Sul agora terá melhor proteção do tempo e ficou mais bonito. O material do tecido plástico é leve e maleável, mas resistente, inclusive à radiação solar.

As obras de pavimentação também avançaram no pátio na área leste. O trecho que ainda faltava re-

ceber o calçamento foi concluído, assim como um tre-cho do piso do hangar 11. A demora foi decorrente da espera da conclusão das obras do conduto da estação do DMAE. A área de acesso ao quiosque e churrasquei-ras também receberá o calçamento que é composto de blocos de cimento intertravados. Para isso os blocos es-tão sendo produzidos no próprio Clube pelo empreiteiro contratado para esta obra.

A área leste também passou por uma limpeza na sua orla junto à entrada do canal do DMAE. A

meta é colocar um píer flutuante para que os asso-ciados possam atracar seus barcos naquele espaço do Clube.

PATRIMÔNIO

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A culinária exótica da Tailândia foi o tema do Jantar da noite de 20 de agosto no Clube. O cardápio prepa-

rado pela chef Thai Aline Trevisan era com-posto por varias iguarias que causaram ad-miração dos presentes. Não faltaram elogios para o serviço do restaurante do VDS.

O encontro teve a presença dos represen-tantes da YachtBrasil, maior empresa no país de revenda de barcos do segmento premium. Fabio Deeke, gerente da recém inaugurada unidade YB em Porto Alegre representou a empresa na ocasião. A YachtBrasil distribuiu champanhe a todos presentes para come-morar a sua chegada ao mercado gaúcho e a parceria com o Veleiros do Sul.

Durante o Jantar Tailandês houve uma apresentação de show folclórico com o grupo cultural Ying Jow Pai Brasil. O próprio Buda

O encanto da culinária Thai

apareceu e apresentou a Dança do Leão, que celebra a fartura e a prosperidade. E por úl-timo, música na pista para encerrar a noite divertida e saborosa.

SOCIAL

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SOCIAL SOCIAL

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Comodoro Newton Aerts (blusa preta) recebeu a equipe da YachtBrasil no Clube

Evento da YachtBrasil marcou lançamento da unidade no RS

O Veleiros do Sul recebeu em agosto, entre os dias 12 e 22,

uma exposição de barcos da Yacht-Brasil, comemorando a nova fase da empresa no RS. Mais de 200 pessoas circularam pelo Hangar 1 e puderam ver de perto as luxuosas lanchas Sea Ray 350 e 370 Sundancer, de 35 e 37 pés.

“A YachtBrasil possui 23 uni-dades espalhadas pelo Brasil e nos EUA. Como se aproxima do verão, o evento promove o escritório e lem-bra o quanto nossos produtos são diferenciados”, relata Fábio Deeke gerente da unidade Yacht Brasil em Porto Alegre. “Pretendemos criar um calendário de eventos, tendo o VDS como parceiro”, comenta.

A empresa trabalha com marcas premium como Azimut, Atlantis e Sea Ray, lanchas que variam de 24 a 120 pés, além de oferecer também grande variedade de seminovos.

Fábio comenta que a empresa investe no mercado de luxo, uma tendência na economia do país. “Projetamos crescimento em toda a região sul. Estamos suprindo uma demanda de produtos premium que havia no Estado”, afirma.

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Academia do VDS está em nova instalação

Confira abaixo os horários de funcionamento da Academia Veleiros:

2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira Sábado Domingo

10h às 12h 10h às 12h 15h às 21h 15h às 21h 15h às 21h

17h às 21h 17h às 21h

A academia começou funcionar em novo local no Clube em agosto, na sala que pertencia a Escola Minuano. A mudança proporcionou mais espa-

ço e comodidade para os usuários. Musculação, ginásti-ca localizada e condicionamento físico estão disponíveis gratuitamente aos associados do Veleiros do Sul. Os alu-nos contam com a orientação de professores de educa-ção física.

Para frequentar a academia é preciso fazer uma ava-liação física que deve ser agendada na Secretaria Espor-tiva ou diretamente na academia com o professor, para posteriormente ser elaborado o programa de treinamen-to. O aluno não poderá treinar sem este procedimento. Para maiores informações entre em contato com a secre-

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taria esportiva: fone (51) 3265 1733 ramal: 208 ou pelo email: [email protected]

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A comparação das fotos do passado e do presente nos mostram ...

Começo da década de 1960

MEMÓRIA VDS

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... a curiosa metamorfose no Veleiros do Sul e Zona Sul.

Ano 2011

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frio na noite de 3 de julho não foi suficiente para desmotivar quem compareceu ao Jantar Árabe. As atrações fizeram do evento um su-cesso. A decoração do Salão Social e a trilha sonora do jantar, além dos pratos servidos pelo restaurante do Clube, remetiam ao Oriente.

Também participou do jantar o enólo-go argentino Fábio Profili que apresentou os vinhos da Bodega Renacer, da província de Mendoza, com a promoção da Vinhos do Mundo.Todos tiveram a oportunidade de de-

Sabor e arte na noite Árabegustar algumas das garrafas produzidas pela vinícola argentina.

Para abrilhantar a noite, bailarinas de dança do ventre atraíram os olhares e con-quistaram o público com a sensualidade e a beleza dos ritmos e dos movimentos exe-cutados.

Na sequência, a pista lotou mais uma vez deixando o Salão Social bem animado. O Jantar Árabe trouxe ao VDS a magia do oriente numa noite memorável.

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Neste inverno o Bazar do VDS foi realizado no mesmo final de semana da Festa de São João. Para ficar mais aconchegante e proteger as 25 expositoras e todos os visitantes do frio, essa edição do evento foi

SOCIAL

Bazar VDS em ritmo junino

As barraquinhas e bandei-rinhas coloridas deram o

toque especial na festa de São João. Não faltou nada para a diversão dos sócios e convi-dados, principalmente para as crianças que se aglomeravam em volta das barracas de jo-gos, como a da pescaria, dos porquinhos, lançamento de argolas, entre outras. Além das brincadeiras que empolgaram os pequenos as comidas tí-picas juninas também foram muito apreciadas.

Nas barracas de jogos e alimentação o atendimento ficou por conta dos funcio-nários e professores da Escola de Vela Minuano. No final da tarde o velejador Paulo Lemos Ribeiro conduziu a tocha para acender a fogueira. Adultos e crianças ficaram em volta do tradicional fogo de São João que ajudou a espantar o frio intenso no final do dia.

Festa de São João

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montada no mezanino do Salão Social. Roupas, joias e bijous, sapatos, além de artigos de decoração foram oferecidos. No final do bazar, um desfile apresentou as expositoras e animou os presentes.

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Os 80 anos do barco Snipe

m 1931 um novo barco do projetista William F. Crosby é conhecido nos Estados Unidos e logo ganharia notoriedade no esporte da vela. Era o nascimento do Snipe, um dos monotipos mais difundidos no mundo. No ano seguinte é criada a associação internacional da classe, a SCIRA (Snipe Class International Racing Asso-ciation) cujo simbolo é a ave Snipe, narceja em português.

Crosby ficou mais conhecido como o de-signer da classe Snipe, embora tenha projetado outros barcos. Ele também foi editor da revis-ta The Rudder, que publicou um artigo “How to build Snipe” na década de 30 que ajudou a propagar o barco. A praticidade na sua cons-trução foi um dos aspectos que contribuiu para expandir a classe mais rapidamente. Atualmen-te está ativa em 31 países.

E A SNIpE BRASIlEIRANo Brasil a classe tem um capítulo impor-

tante na história da vela que ainda não se esgo-tou. Na década de 1930 são feitos alguns bar-cos no Clube Caiçaras (RJ), mas a classe surge oficialmente em janeiro de 1943, no Iate Clube do Rio de Janeiro, quando conquista o diplo-ma da SCIRA. Estava criada a primeira flotilha sob o número 159. Os seus primeiros barcos foram construídos numa oficina de automóveis no Largo do Botafogo, mas só em 1945 teve sua secretaria instituída e obteve a autorização da federação de vela nacional para funcionar no Brasil.

A sua consolidação em nosso país deveu-se muito ao trabalho de Fernando Avellar, que organizou os primeiros campeonatos nacionais e mantinha contato com associações em todo

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No Brasil a classe mantém a tradição de conquistas de títulos mundiais

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Regata de Aniversário do VDS em dezembro de 1958

mundo. Ficou conhecido na SCIRA como “Mis-ter Snipe”. Foi o primeiro secretário sul-ameri-cano da Snipe. Pelo seu temperamento ele era considerado uma figura meio misteriosa, pois quase não era visto nos eventos e trabalhava muito nos bastidores. A Snipe sempre foi co-nhecida como formadora de excelentes timo-neiros e mantém a tradição de conquistas de campeonatos mundiais e Pan-americanos.

A SNIpE gAúChANo início da década de 50, os anos da mo-

dernidade varreram a vela gaúcha com o Snipe que já era um sucesso em todo o mundo. Esta classe foi escolhida por Leopoldo Geyer para substituir aos veteranos Sharpies 12m que vi-nham perdendo importância. Os primeiros barcos construídos por Casemiro Durajski com financiamento da SAVEL (Sociedade Amigos da Vela), ainda que não alcançassem os padrões internacionais, já elevados para a época, ser-viram para dar início a uma metamorfose na vela em nosso Estado. Foram feitos 10 Snipes, com a supervisão de Luís Chagas, em um es-taleiro localizado nas dependências do Iate Clube Guaíba, na Praia de Belas. Começam as primeiras medições em 13 Snipes, feitas por Edmundo Soares. Em abril de 53, o diploma 376 da filiação internacional da Flotilha de Por-to Alegre é expedido pelo Sr. William Crosby, que era secretário executivo da Scira e veio a falecer pouco depois. Durante o aniversário do Clube dos Jangadeiros foi realizada uma rega-ta de Snipes inaugurando oficialmente a classe em nosso estado.

ESTADUAlO primeiro campeonato Gaúcho come-

çou a ser disputado em março de 1954, com as representações do Iate Clube Guaíba e Jan-gadeiros. O Veleiros do Sul tinha acertado a construção de quatro barcos para o Clube, mas somente em 1956 teria reconhecida sua floti-lha de Snipes, a Cristal, que recebeu o diploma com o número 427. Em 54 começa a constru-ção de mais 15 Snipes: 8 no estaleiro de Ro-berto Funck, 7 com Casemiro Durajski, e mais 4 construídos pelo próprio Casemiro por enco-menda de particulares. Por ocasião do batismo de 20 novos barcos aparece uma nova flotilha: a Rio Grande do Sul nº 426. E em 1955 ocor-reria uma regata com 35 barcos. Um recorde nacional, visto que a veterana flotilha do Rio de

Janeiro possuía pouco mais de vinte barcos. Em 1955 o financiamento de mais de 10

Snipes, elevou o número para 60 barcos no Es-tado. Neste ano foi feita pela primeira vez uma regata de inverno “A quebra gelo” para disputar o Troféu Amizade entre Veleiros do Sul e o Iate Clube Guaíba. Venceram: Alcy Zamo/Erwino Schnarndorf (VDS). O Snipe se tornou mania. Alberto Linenburger dedicou-se exclusivamen-te a construção de Snipe e a cada três semanas um barco novo ia para a água.

A temporada de 1956 começou com gran-des preparativos, pois seria realizado em Porto Alegre, o VI Campeonato Brasileiro da Classe Snipe, de 7 a 11 de março. Esta regata contou com 42 barcos, um verdadeiro recorde para a época. Os gaúchos ficam em primeiro lugar. Neste campeonato também participaram ca-riocas, paulistas, alagoanos, pernambucanos e capixabas. Neste ano o RS somava três flotilhas: 376 - Porto Alegre, 426 - Rio Grande do Sul e 427 – Cristal.

Diploma de filiação da flotilha do VDS

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REgATAS INTERNACIONAISPorto Alegre assistiu na tarde de 5 de maio

de 1957, a maior regata de Snipes realizada na América do Sul. “Quarenta e oito velas escreveram uma sinfonia de movimento que jamais esqueceremos”. (Yachting Brasileiro, 1957, maio, p.12) Este fato ocorreu quando as três flotilhas gaúchas se uniram para co-memorar o 25º ano, o Jubileu de Prata, da Classe Snipe no mundo. Nenhum Snipe ficou na garagem dos clubes.

Sobre este fato, o campeão mundial Boris Ostergren, 69 anos, relembra: “eu e meu ir-mão Niels fomos somente olhar o espetáculo. Mas, como havia barco sobrando na praia e todos Snipes deveriam ir para a água, fomos convidados pelo Cláudio Ruschel, amigo e co-lega de escola, a participar. Quando nos de-mos por conta, estávamos correndo a regata junto com os outros”. Porto Alegre confirmou ser o maior centro nacional de Snipe. Os cam-peões: Gabriel Gonzales e Nelson Piccolo.

MUNDIAIS EM pORTO AlEgREEm 1959 o Clube dos Jangadeiros é a

sede do 19º Mundial de Snipes. O campeo-nato realizou-se de 16 a 25 de outubro com a participação de 58 Snipes. A regata inaugu-ral, William Crosby, foi precedida pelo batis-mo de 16 dos 20 barcos construídos para a competição.

Na época, era esperado um duelo entre o campeão olímpico Paul Elvstron (dinamar-quês) e “Bubi” Gonzalez campeão brasilei-ro. Este duelo não se concretizou devido a um sério ferimento no pé, sofrido pelo nosso velejador, tendo então sido substituído por Waldemar Bier. O Brasil ficou em 11º lugar com Waldemar Bier e Nelson Piccolo.

Em 1993 o Clube dos Jangadeiros volta-ria realizar outro Mundial da classe Snipe. O 36º Mundial aconteceu de 1º a 6 de novem-bro com a participação de 46 barcos de 17

Barcos Snipes e Sharpies na prainha do morro da Vila Assunção, antes da construção da sede do Clube

países. Os argentinos Santiago Lange e Ma-riano Parada foram os campeões, os gaúchos George Nehm e Fernando Krahe ficaram em segundo lugar.

Boris Ostergren e Ernesto Neuge-bauer foram os campões mundiais de 1977 em Copenhagen. O timoneiro Boris comenta sobre a classe na qual conquistou muitos títulos:

A classe Snipe é um caso bem sucedido no mundo da vela. Creio que os motivos que a tornou forte foram por alguns aspectos téc-nicos e organizacionais. As poucas mudanças que ocorreram no projeto ao longo desses anos que permitiram os barcos já existentes de fora das competições. A criação bem organi-zada de flotilhas com capitães e medidores.. E a facilidade em construir um barco, as pessoas adquiriam a plantas da SCIRA. Nos anos 50

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CAMpEõES MUNDIAIS

Axel Schmidt / Erik Schmidt - 1961, 1963 e 1965Nelson Piccolo / Carlos Henrique De Lorenzi - 1967

Boris Ostergren / Ernesto Neugebauer -1977Torben Grael / Lars Grael - 1983

Torben Grael / Marcelo Maia - 1987Mauricio Santa Cruz / Eduardo Neves - 1997

Alexandre Paradeda / Eduardo Paradeda - 2001Bruno Bethlem e Dante Bianchi - 2009

Alexandre Tinoco / Gabriel Borges - 2011Geison Mendes, vice-campeão mundial júnior em 2005

Boris e Ernesto no Mundial em Copenhagen

havia uns quatro construtores em Porto Alegre e até gente que fazia em casa. Nesta época todos eles eram construídos em madeira. No começo dos de 1960 aparecem os primeiros Snipes de fibra, que não eram bem visto por todos os velejadores. No entanto a convivên-cia com os barcos de madeira foi tranqüila e por muitos anos.

As flotilhas foram surgindo conforme foi crescendo o número de barcos. Quem dese-java participar do campeonato brasileiro tinha que passar por classificatórias estaduais. No começo dos anos 60 começaram a surgir as novas flotilhas que na verdade tinham o obje-tivo oculto de colocar mais gente nos campe-onatos brasileiros. Ficaram conhecidas como “flotilhas fantasmas” o que motivou mudan-ças neste sistema.

A flotilha do VDS já funcionava no Cristal, antes mesmo da inauguração da nova sede do Clube em dezembro de 1959. Havia no terre-no um galpão onde os barcos eram guardados e a rampa de cimento. O Campeonato Mun-dial de outubro de 1959 impulsionou muito a classe. Foi um grande acontecimento esporti-vo na cidade. A sede do Jangadeiros recebeu milhares de pessoas. Chegou de certa manei-ra até virar um modismo na época. Muitos jovens compraram ou construíram Snipes só porque era a “onda do momento.”

Reinaldo Conrad conquista a medalha de ouro no Pan-Americano de 1959. E os irmãos Axel e Erik Schmidt são campeões mundiais em 1961. A partir desta época os brasileiros se projetam como a grande força na classe Snipe numa sucessão de títulos nos principais eventos da vela mundial.

A classe Snipe continua atuante no mun-do inteiro, mas reconheço que sua imagem perdeu um pouco de força porque não é Olímpica. Isso se deve a transformação do es-porte como espetáculo de mídia. Por razões conhecidas a imprensa destaca amplamente a Olimpíada. As classes que fazem parte dela têm maior visibilidade que as outras. A Snipe aparece praticamente só nos Jogos Pan-Ame-ricanos.

Mas dentro do contexto da vela a Snipe continua sendo a classe formadora de cam-peões e composta por velejadores de diversas faixas etárias. No Brasil os grandes nomes do iatismo passaram por ela e por isso creio que manterá sua posição de classe “popular” ain-da por muito tempo.

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Na Sede do Bate Papo havíamos há tempos combinado que no verão de 1947, o João Escobar, dono do

Aloma, pequeno veleiro cabinado com pou-co mais de quatro metros, o Jaime, dono do Corsário, e eu, no Antares, faríamos juntos um épico cruzeiro à Rio Grande, enfrentan-do a - tão temida naquele tempo - Lagoa dos Patos.

Mas nossa combinação para o pretendi-do cruzeiro já desde o início não deu cer-to. Apenas tendo concluído a construção de meu barco faltava-me ainda adequá-lo, o mais convenientemente possível, para o al-mejado cruzeiro. Além disso, não consegui

companheiro para essa aventura e não pude acompanhar os outros dois barcos.

O Corsário partiu primeiro e o Aloma logo depois, tendo combinado encontrarem-se em Itapuã.

Mas não se encontraram.E o Aloma retornou.Porém o Corsário seguiu em frente - e

creio que vale a pena falar do Corsário. Era um belo barco, casco azul escuro,

com pouco mais de cinco metros, convés aberto, armação carangueja, esguio, lembra-va um Sharpie 12m², apenas menor. Era o mais rápido da Sede do Bate Papo, porém, decididamente, não era o barco mais con-fortável e adequado a uma navegação que cobriria um total de mais de trezentas mi-lhas. Eram três tripulantes a bordo: o Jaime, o Gordo e não recordo o nome do terceiro homem, mas parece-me que era soldado do exército. Para aquele cruzeiro a Rio Grande cobririam o cockpit, à noite, com uma lona – seria o único abrigo de que disporiam. Re-cordo ter ouvido falar que o equipamento

O ANTARESPor Lincoln Ganzo de Castro

Cruzeiro à Barba Negra - verão de 1948

Tripulação: José Napoleão e LincolnAntares: 5,10m compr x 1,72 boca. Veleiro cabinado. Armação marconi. Bolina. Casco V.

Construção: tábuas de pinho Araucária e parafusos de ferro estanhados – feita por Lincoln Ganzo de Castro, entre seus 16/17 anos de idade.

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básico de bordo consistia num fogãozinho a carvão, com o qual cozinhariam as batatas que levariam num saco – estas constituiriam o alimento principal - mas suponho que não teria sido somente isso! E creio também não ter ouvido falar em mapas ou bússola.

Tenho uma vaga recordação do dia do retorno do Corsário à Sede do Bate Papo, na Praia de Belas: lembro ter sentido que a ani-mação demonstrada pelo do pessoal de terra - houve foguetório - não foi plenamente cor-respondida pelos recém chegados velejado-res. Foram muito comentadas as dificuldades que tiveram em seu cruzeiro e recordo ainda ter surgido até um falatório levantando dúvi-das se realmente teriam chegado a Rio Gran-de. Porém, por um incidente que me foi con-tado por aquele terceiro tripulante, de nome não lembrado, incidente este ocorrido no rio Pelotas, que me faz crer que pelo menos até lá eles teriam chegado.

Na década de quarenta era muito raro veleiros irem até Itapuã, quanto mais à Rio Grande. Muito tempo depois saberia que dois anos antes, em 1945, o Umuarama, um classe Guanabara e o Órion, haviam ido à Rio Grande, como também o Ciclone, de Leopoldo Geyer, um classe Jangadeiros e ainda o Nirvana, de Breno Caldas. Parece-me que esses cruzeiros foram matérias da revista Yatching Brasileiro. Assim, o Corsário estaria, pois, entre os primeiros pequenos veleiros de cockpit aberto que realizaram essa navegação.

Um ano depois que o Corsário partiu, aos meus recém feitos dezoito anos, não ha-ver podido realizar aquilo que para mim seria uma grande aventura – cruzar a temida Lagoa dos Patos num barco que eu mesmo, sozinho, havia construído - foi uma grande decepção! Hoje diria frustração. Tentei compensar-me indo pelo menos até a Ilha do Barba Negra, penetrando assim um pouquinho na Lagoa; poderia então sentir que o Antares já havia ido além do Guaíba.

Acontece que desta vez eu tinha compa-nheiro - um excelente companheiro - o José Napoleão, mais conhecido como Gunga, devido ao nome de um barco seu, o Gunga Din.

Partimos em 14 de janeiro de 1948.Posso descrever as condições de nos-

sa navegação numa só palavra: espartanas. Rigidamente espartanas, impostas pelo ma-chismo da adolescência. Nunca me ocorreu que fossem precárias! Não tínhamos motor! Dentro da acanhada cabine, sentados encur-vados nos paneiros, nossas cabeças roçavam no teto. Nunca levamos água potável no An-tares – bebíamos água do rio e com ela cozi-nhávamos. Bolachas, leite condensado, café

Bilhete enviado à família através do pombo-correio

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em pó, corned beef, ervilhas e arroz eram os alimentos básicos; possivelmente haveria ou-tros, porém não os recordo. As fontes de luz e calor eram proporcionadas por lampião e fogareiro, ambos a querosene; porém tínha-mos ainda um pequeno luxo: uma lanterna de pilhas. Colchonetes, lençóis, cobertores e travesseiros eram considerados frescuras que somente muito depois foram introduzidos a bordo. Dormíamos enrolados nas velas.

Mas um requinte já possuíamos naquele tempo: a comunicação!

Sim, podíamos enviar mensagens quase meio século antes da existência do telefone celular!

É verdade. Enviávamos mensagens por.... pombos correios! Meu amigo e companhei-ro, o Igor Cremer, criava esses fantásticos ani-maizinhos. Levamos uns três ou quatro numa gaiolazinha, dentro do diminuto castelo de proa. Incríveis pássaros – levei algum tempo até esquecer seu cheirinho dentro da cabi-ne. Depois de uns dois ou três dias de total

encerramento, confinados, sacudidos, possi-velmente mal alimentados e mal hidratados, uma vez libertados voaram para seu destino. De uma das mensagens, enviada em 16 de janeiro de 1948, guardo o original até hoje. Essa navegação não foi um passeio – para nós foi um verdadeiro cruzeiro, talvez de uns quatro ou cinco dias - pois até então Ponta Grossa era o limite sul de nossas velejadas.

Dali para a frente tudo era desconheci-do. Tudo era aventura.

Navegando sempre pela margem oeste do Guaíba, demoramos, mas chegamos lá!

A última escala foi na Ponta Escura, onde pernoitamos abrigados no juncal. Na próxi-ma etapa entraríamos na Lagoa.

Naquela última noite, deitado no cock-pit, olhando para cima, impressionava-me a imagem da enorme cruz negra formada pelo mastro e a cruzeta contra o azul profundo do céu estrelado. Naquela solidão não era uma visão muito animadora.

E no dia seguinte, pela manhã, rumamos para Barba Negra.

Foi um bate e volta. Desembarcamos.Só os dois, o Gunga e eu.Sentimos a areia quente da ilha sob nos-

sos pés... e retornamos. Era 19 de janeiro de 1948 quando che-

gamos ao Iate Clube Guaíba, situado este bem próximo ao ponto em que a rua José da Alencar encontrava o Guaíba. Trouxemos a carreta, arrastamos o barco rampa acima, cruzamos a ruazinha de terra que mais tarde seria a Av. Praia de Belas e em seguida o An-tares estava sob a proteção do galpão!

Parece-me que foram registrados 2040 minutos de navegação! Incluindo as calma-rias. Um bocado de tempo para ir e voltar à Barba Negra – mas agora o Antares já havia lavado a roda de proa nas águas da Lagoa dos Patos!

Em fevereiro de 1955, o Gunga, com mais três companheiros, participou de movi-mentado, divertido e prolongado cruzeiro a Rio Grande no Mandarim II. O relato desta navegação está muito gostosamente narrado por um dos tripulantes, o Augusto Chagas. Agrada-me pensar que o Gunga, no confor-to de um bem equipado Guanabara, talvez tenha relembrado aquela primitiva velejada feita no Antares - sete anos antes!

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Um aceno que sinto dificuldade em compreender a razão de recordá-lo após mais de sessenta anos.

Dia claro, céu limpo. Tenho dúvidas se seria pela manhã. Talvez já fosse meio dia, ou talvez o sol já estivesse às minhas costas, mas lembro que a luminosidade do ar definia nitidamente, a leste, as edificações de Porto Alegre. Sozinho no Antares. E o Antares e eu sós, absolutamente sós, ali, onde começa o Guaíba. Navegávamos suavemente, logo à jusante da foz do Jacuí, próximos à Usina do Gasômetro e defronte à velha Casa de Correção. Olho para aquele maciço e espar-ramado edifício e, em uma janela gradeada batida pelo sol, em apenas uma única janela em toda aquela grande massa cinzenta, vejo claramente um homem - um único homem.

Devido à distância não percebo suas feições. Mas noto que tem os braços afasta-dos e as mãos um pouco erguidas segurando, parece-me que com pouca energia, as barras de ferro das grades da abertura. Acredito, ou

Apenas um aceno - verão de 1947Por Lincoln Ganzo de Castro

melhor, intuo, pois estou longe demais, que ele está olhando para meu veleiro.

O Antares é o único barco numa grande extensão de água até onde a vista alcança. E ele é o único homem naquela vasta prisão!

Então, voltado para lá, impulsivamente, levanto um braço e aceno. E, em resposta, ele acena para mim!

Tal como eu, também ele sentiu que aquela comunicação, em todo aquele amplo vazio, existia única e exclusivamente entre nós dois. Foi apenas um simples aceno, e so-mente isso. Foi um singular, fortuito e quase imperceptível encontro visual em que havia barras de ferro de permeio. Foi o encontro entre um homem recluso em uma prisão e a total liberdade representada pelas brancas asas de um veleiro levado pelo vento.

Creio que instantes depois esqueci aque-le momento.

As mesmas águas em que velejava o se-pultaram. Ficou submerso durante décadas. Mas voltou a tona. E flutua no presente. Hoje acredito que o imponderável abismo existen-te entre aquelas duas vidas, uma de prisão e outra de liberdade, fez com que aquele sim-ples aceno se transformasse numa forte lem-brança que perdura desde os meus dezessete anos.

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A navegação no Canal da Feitoria

Por Hermes Vargas dos Santos*

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É o principal trecho crítico da hidrovia Rio guaíba - lagoa dos patos

Os canais artificiais representam cer-ca de 25 % da hidrovia Rio Guaíba - Lagoa dos Patos, que possui uma

extensão de 310 km, e o Canal da Feitoria é o mais longo (17 km). Ele está situado no estuário da Lagoa dos Patos, próximo à Pelo-tas. Esse canal resulta do corte de um banco arenoso, que provoca a redução das profun-didades da Lagoa dos Patos ao sul, na zona estuarina. As profundidades da Lagoa dos Patos, desde Itapuã até essa região, são prati-camente constantes, permitindo a navegação em condições naturais.

As correntes na Lagoa dos Patos são for-temente influenciadas pelo regime de ventos, em função dos quais sofrem rápidas varia-ções, sendo que nas tempestades mais forte podem atingir velocidades de 1,5 nós desde o canal da Setia até a Ilha da Feitoria e, nos casos mais severos, a velocidade das cor-

rentes pode alcançar até 2 nós. Isso merece atenção especial no canal da Feitoria, porque em razão de sua localização e posicionamen-to as correntes atingem as embarcações pelo través, principalmente no trecho inicial (Por-teiras).

Quanto ao regime de ondas, as agitações causam sérias dificuldades à navegação, es-pecialmente às grandes embarcações e aos comboios, e são provocadas pelos ventos que sopram nessa região desabrigada - pequenas altitudes da restinga que separa o sistema lacustre do Oceano Atlântico. O regime de ondas é constituído por vagas que depen-dem da velocidade e duração dos ventos, das profundidades e do correspondente “fe-tch”. A geometria da Lagoa dos Patos implica a formação das vagas mais importantes pelos ventos de NE e SW e, segundo estimativas teóricas, para ventos de 10 m/s, 15 m/s e 20

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DADOS TÉCNICOSComprimento = 17.200 metros (PK - 228,600 até PK - 245,800)

Largura de Fundo = 80 metrosCota de Fundo = -6,25 metros (NR/Zero Hidrográfico)

Raio (curva) = 939 metrosÂngulo Central = 280° - 65° - 180° = 35°Desenvolvimento (curva) = 600 metros

Sobrelargura Máxima (ponto de inflexão) = 70 metrosTangente de Montante = 15.700 metros

Tangente de Jusante = 900 metros

Ilha Marechal Deodoro localizada à beira do canal

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m/s, as vagas previstas são de 1,0 m, 1,2 m e 1,5 m, respectivamente.

O ingresso no Canal da Feitoria, no sen-tido convencional da navegação (upstream), ocorre no trecho chamado “Porteiras”, se-guindo o rumo de 100°, numa extensão reta de 900 metros; após, o navegante deve gui-nar a bombordo, segundo um ângulo de 35°, até concluir o desenvolvimento da curva (600 metros). O próximo trecho é o mais longo, seguindo o rumo de 65°, com uma extensão de 15.700 metros.

A sinalização náutica é constituída por 24 sinais laterais, cegos e luminosos:

Boias cegas - 62, 63, 65, 70, 72, 77, 78, e 81; Boias luminosas - 64, 74, 76, 84 e 86; Baliza - 75; Faroletes - 66, 67, 68, 69, 71, 73, 79, 80, 82, e 83.

Existe ainda uma boia luminosa indicando os cascos soçobrados Cisne e Guaporema, distantes 800 metros do eixo do canal, situada a 1.200 metros da BL - 84, segundo a marcação de 207°, com as seguintes características: Lp(2)B.5s.

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SITUAÇÃO DO BAlIZAMENTO (DhN, 07/08/2011)

HG 7925/10 - CARTA 2103

BOIA CEGA NR 62 31-43.27S 052-00.97W – DESAPARECIDA.

HG 7735/10 - CARTA 2105 BOIA DE LUZ C. S. CISNE

31-41.32S 051-54.03W– DESAPARECIDA.

HG 7734/10 - CARTA 2105

BOIA CEGA NR 77 31-42.32S 051-57.30W – FORA DE POSIÇÃO.

HG 7733/10 - CARTA 2105

BOIA CEGA NR 75 31-42.38S 051-57.52W – DESAPARECIDA.

HG 7732/10 - CARTA 2105

BOIA CEGA NR 70 31-42.62S 051-58.40W – DESAPARECIDA.

HG 7731/10 - CARTA 2105

BOIA CEGA NR 65 31-43.43S 052-00.45W – FORA DE POSIÇÃO.

HG 7730/10 - CARTA 2103

BOIA CEGA NR 63 31-43.35S 052-01.00W – DESAPARECIDA.

1 - SITUAÇÃO ATUAl DO BAlIZAMENTO

HG 8564/09 - CARTA 2103, 2105

FAROLETE FEITORIA NR 67 31-43.47S 052-00.18W – SUBSTITUÍDO TEMPORARIAMENTE POR BOIA DE LUZ COM AS MESMAS CARACTERÍSTICAS.

FAROLETE FEITORIA NR 83 31-41.67S 051-55.76W – SUBSTITUÍDO TEMPORARIAMENTE POR BOIA DE LUZ COM AS MESMAS CARACTERÍSTICAS.

FAROLETE FEITORIA NR 79 31-41.97S 051-56.54W – SUBSTITUÍDO TEMPORARIAMENTE POR BOIA DE LUZ COM AS MESMAS CARACTERÍSTICAS.

2 - EXISTÊNCIA DE CAlõES

HG 7680/06 - CARTAS 2102 E 2105

CALÕES INVADINDO O CANAL NAS PROXIMIDADES DA BOIA CEGA NR 65; E ENTRE O FAROLETE NR 68 E O FAROLETE NR 71. RECOMENDA-SE CAUTELA.

HG 7296/05

CALÕES INVADINDO O CANAL ENTRE A BALIZA NR 75 E BOIA DE LUZ NR 74. RECOMENDA-SE CAUTELA.

DRAgAgEM DO CANAl DA FEITORIA

As últimas dragagens do Canal da Fei-toria ocorreram nos períodos 2005/2006 e 2007/2008 e, tendo em vista o período de recorrência (quatro anos, no máximo). O contrato de dragagem iniciado em 2009 tem continuidade agora no Canal da Feito-ria, o principal trecho crítico da hidrovia Rio Guaíba - Lagoa dos Patos. Esse canal deve ser periodicamente dragado em razão do forte processo de assoreamento da região estuarina (a sedimentação nessa área é con-tínua, e não decorre de eventuais cheias do Arroio São Lourenço do Sul).

O material de fundo do Canal da Feito-ria é predominantemente arenoso, na me-dida em que o canal foi escavado no banco que se projeta desde a Ilha da Feitoria. Ao sul, na entrada do canal (Porteiras), o ma-terial é caracterizado por silte e areia; de-pois aparecem trechos com areia e silte e, na maior parte, o fundo é constituído por areia. No trecho final, ao norte, surgem à presença de algum cascalho junto com areia e, a seguir, novamente areia e silte.

Em 2010 foram gastos R$ 4 milhões com dragagem de manutenção dos canais navegáveis, sendo que neste ano (2011) já foram gastos cerca de R$ 2,7 milhões, com previsão de mais R$ 6,6 milhões nos próxi-mos meses. A SPH estima que a dragagem do Canal da Feitoria deverá ser concluída até o final do ano, garantindo uma profun-didade de 6 metros - calado de 5,20 me-tros, mais a folga de 0,80 m sob a quilha. O calado de 5,20 m (17 pés) refere-se à es-tiagem, o que significa que em regime de cheia as embarcações de navegação interior poderão acrescentar mais carga às suas via-gens (19 pés); os navios de longo curso e de cabotagem, que possuem dimensões que excedem o gabarito geométrico da hidro-via, continuarão frequentando as vias na-vegáveis interiores, ainda que com grande ociosidade (usam apenas 20 % da capaci-dade de carga), devido às tarifas portuárias subsidiadas.

Taxa de Assoreamento do Canal da Fei-toria: 123.457 metros cúbicos anuais (7,01 metros cúbicos/metro/ano)

*Engenheiro da SPH - Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH). Autor do blog: http://hidroviasinteriores.blogspot.com

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Ha muitas maneiras de se utili-zar o tempo livre, mas o que faz a vela ser tão especial? A

resposta está na variedade de benefí-cios que o esporte pode oferecer.

Primeiro é importante frisar que na vela há lugar para todos: dos oito aos oitenta anos, para atletas e tam-bém para aqueles que estão longe da forma ideal, para quem procura di-versão ou competição, para o perito e para o novato, regatistas ou cruzei-ristas e para todas as variações entre estas opções.

E essa grande variedade de op-ções faz da vela uma escolha que acompanha a pessoa durante sua vida inteira, oferecendo experiências em diferentes áreas durante todo o seu processo de conhecimento.

A Escola de Vela Minuano, do Veleiros do Sul oferece aos associa-dos estas oportunidades de apren-dizado e de lazer. E ainda organiza seus dias e horários de curso, confor-me solicitação para melhor atender aos interesses e necessidades dos in-teressados.

Escolhendo a vela: Peneirão EVM é atração para a criançadamuito mais que lazer

PrêMIOS DO PEnEIrãO EVM:- Empréstimo de barco One Design por três meses- Desconto de 50% na mensalidade da EVM- Acompanhamento de treinador- Velejada acompanhando velejadora em campanha olímpica- Material Náutico

A Escola de Vela Minu-ano disponibiliza uma grade de horários variada para os alunos das turmas infantis. As crianças optam pelo dia da semana, podendo até cursar a aula em dois dias.

E nesse semestre tem uma novidade, é o Peneirão EVM: em data previamente divulga-da, serão feitos testes e serão premiados os melhores vele-jadores da escola. Outro atra-tivo, será a seleção dos três melhores alunos para compor a tripulação de treino especial velejando o barco olímpico Elliott 6M. As inscrições de-vem ser feitas na Secretaria Esportiva do VDS.

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Kitesurfe nas olimpíadas, como seria? Por Nelson Ilha

D esde a última reunião da ISAF em março em St. Petersburgo, muita coisa tem acon-tecido nos bastidores da vela olímpica. Por um lado, o Brasil tratando de salvar a par-ticipação da classe Star no Rio de Janeiro em 2016, através do COI, com a possibi-lidade de termos a 11ª medalha. Para isso é fundamental ter o apoio da ISAF. Aí é que esta o trabalho mais complicado, fa-zer a ISAF rever sua votação contra a Star. Por outro lado, estão os windsurfistas e ki-tesurfistas trabalhando em várias possibili-dades. Vale um comentário: antes da reu-nião, o Windsurfe com medo de perder a votação na ISAF, se uniu ao Kitesurfe, sa-bendo da força desta nova modalidade, como sendo a que mais cresce hoje no mundo. Tão logo o Windsurfe teve a garan-tia que estaria em 2016, mudou sua estra-tégia, começando uma luta sutil contra o Kitesurfe, mas isso não é de forma explicita. Vários trabalhos estão sendo desenvolvidos no sentido de sugerir qual seria a melhor forma de preservar o Kite e o Wind juntos

contemplando os gêneros, masculino e fe-minino.

Neste sentido estão sendo avaliadas as seguintes possibilidades e combinações: Masculino/feminino em Windsurfe; Mascu-lino/feminino em Kitesurfe; Um gênero em Windsurfe e outro em Kitesurfe; Um com-petidor em ambos equipamentos – um mul-ti-evento com prancha; Um time de dois competidores na disputa por uma medalha, um em Windsurfe e outro em Kitesurfe em ambos os gêneros.

Eventos abertos tanto para Kitesurfe como para Windsurfe aonde correriam jun-tos o masculino e feminino em cada mo-dalidade. Se após a fase de avaliação dos equipamentos a decisão for de manter o Windsurfe e adicionar o Kitesurfe, as duas classes estão trabalhando em três linhas:

EVENTO COMBINANDO COMpETI-ÇõES DE wINDSURFE E KITESURFE

A maneira mais fácil, na visão deles, é conseguir mais uma medalha. Se isso não

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ação

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for possível deve buscar a solução menos danosa para as duas classes. A mais sim-ples, escolher um equipamento para cada gênero, mas isso resultará em discrimina-ção para o outro gênero naquela discipli-na, por exemplo, Windsurfe para feminino, Kitesurfe para masculino, ou vice-versa. Qualquer outra opção requer a introdução de um formato completamente novo para a ISAF. Um evento aonde um atleta compe-te em ambos os equipamentos ou um time com dois atletas um em cada equipamen-to, competindo por uma medalha. Muitos representantes dessas comunidades (Wind-surfe e Kitesurfe) no passado deixaram claro que não interessa o formato de um atleta competindo em ambos os equipamentos, pois isso criaria uma nova modalidade, e não manteria a integridade de cada disci-plina. Se esta ideia prosperar, outro aspecto será a escolha dos equipamentos para cada tipo de regata, flotilha, slalom, velocidade e longa distancia, levando em conta que deve ser altamente atrativa para a mídia e aos espectadores, algo na direção do Pen-tathlon ou Decathlon. Esta ideia começa a ganhar força, mas as classes somente iriam apoiar no caso de não haver a possibilidade de manter cada modalidade com suas ca-racterísticas atuais.

Outra opção seria um evento com um velejador de windsurfe e um de kitesurfe, por time, país e gênero, um time masculino e um feminino. A vantagem seria que cada país poderia apresentar seus melhores veleja-

Velocidade vento Tipo regata ideal Observação6-11 nós Regata Kitesurfe Windsurfe mais duro11-15 nós Regata Slalom Windsurfe Kitesurfe também pode15-22 nós Regata Windsurfe Kitesurfe também podeAcima de 22 nós Regata slalom ou cross Kitesurfe Windsurfe também pode

dores da modalidade, e poderiam continuar atuando separadamente nos campeonatos de sua modalidade. Além disso, se no futu-ro houvesse possibilidade de uma medalha para cada disciplina, bastaria separar o time. A desvantagem deste cenário é que pou-cos países teriam velejadores em ambas modalidades, mas o COI tem deixado cla-ro que estão interessados que as modali-dades tenham o maior numero de países participando, demonstrado universalida-de. Também o fato de ser um time faria que pela limitação do numero de atletas, o numero de países participante caísse. Outra vantagem na combinação dos equi-pamentos seria as possibilidades de regatas nas mais variadas velocidades de vento:

FORMATO DAS REgATAS E DISCIplINAS DAS COMpETIÇõES DE KITESURFE

rEGATA DE FlOTIlHAA regata de flotilha do Kitesurfe age

exatamente como qualquer outra classe de vela. Competições são possíveis desde apro-ximadamente 5 nós ate 30 nós, ou mais, de-pendendo do equipamento escolhido. Vele-jadores experientes conseguem planar com

ventos de até 3,5 nós – o problema tem sido quando o Kite cai na água e é impossível coloca-lo no ar novamente sem ajuda exter-na. A partir de 5 nós já este problema não existe. O escore é fornecido pelo Apêndix A da ISAF e com a Medal Race resolve qual-quer empate.

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O MINUANO38

rEGATAS COM PErCurSO CurTOAs regatas têm sido feitas em lagos e for-

necem bom divertimento aos espectadores, já que a área de competição é somente 200 a 300 metros de diâmetro. O suficiente para caber um percurso barla-sota ou triângulo. Devido ao espaço limitado, as competições são desenvolvidas em series eliminatórias. Quatro competidores disputam entre si e somente os dois melhores avançam para a fase seguinte. Vários formatos de eliminató-rias podem ser desenvolvidos, desde elimi-natórias simples até baterias com semifinais e finais. A vantagem deste sistema é que o vencedor da ultima fase é o campeão. Nes-te tipo de formato, velocidade e escolha do equipamento correto é mais importante do que tática de regata.

rEGATAS SlAlOM / KITECrOSSEste formato é conhecido há muitos anos

e é totalmente baseado em series eliminató-rias, tanto por uma ou por series eliminató-rias com pontos para cada etapa completada como previsto no Apêndix A. Grupos de ve-lejadores competem entre si em popa com boias bem próximas uma da outra e perto da praia, unindo o interesse de público e mídia. Se tradicionalmente se faz series eliminató-rias, também é possível fazer um encontro entre todos nas pré-qualificações. Slalom/kitecross usam o sistema muito conhecido

das competições de Ski e Snowboard das Olimpíadas de Inverno, regras simples, en-corajando os velejadores a enfrentar mais ris-cos que acaba atraindo muita mídia. O foco desta competição é puramente velocidade e controle do equipamento.

VElOCIDADERegatas de velocidade podem ser realiza-

das com o equipamento kitesurfe a partir de 5 nós de vento com as pranchas chegando a velocidades de 15 a 20 nós. Naturalmente isso começa a ser mais interessante com mais vento. A competição acontece em um per-curso de 500 metros de comprimento, que é aberto por um período especifico de tempo, por exemplo 2 horas, e cada velejador pode realizar o percurso quantas vezes quiser. O tempo é medido e calculado a velocidade. Os resultados são postos em ordem calculando a média dos melhores tempos ou das melhores cinco pernas, dependendo do formato ado-tado. Isso pode ser feito apenas uma ou em varias vezes, depende do programa. A van-tagem deste sistema é que se pode registrar recordes olímpicos. Atualmente velejadores de Kitesurfe detém o recorde de velocidade velejando em 55.65 nós em 500m. O foco desta competição é apenas velocidade.

AVAlIAçõESA ISAF esta em fase de avaliar os equi-

pamentos para tomar uma decisão. Como se pode ver não será fácil realizar eventos que respondam a todas as questões que pre-cisam ser consideradas, mas o certo é que a avaliação precisa ser prática e não poli-tica. Isso passa por encontrar gente capaz de velejar nos dois equipamentos: Wind e Kite. As Associações acreditam que podem indicar uma lista com nomes de competi-dores capazes de velejar nas duas modali-dades. Não necessitam ser os melhores em suas especialidades para este tipo de ava-liação. O mais importante é a possibilida-de de testar os vários cenários e soluções. Não é difícil encontrar velejadores de Kite-surfe fazendo regatas ou slalom, porque já velejavam de Windsurfe ou eram bons ve-lejadores em outras classes, assim como muitos windsurfistas estão fazendo Kitesurfe principalmente para se divertir, geralmente são muito bons nisso.

Divulgação

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