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I
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O MESTRE DO NOVO MILÊNIO
AURECI PEREIRA DE CASTRO ORIENTADOR: MESTRE MARCO ANTÔNIO
CHAVES
Angra dos Reis, RJ, Agosto de 2001.
II
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O MESTRE DO NOVO MILÊNIO
AURECI PEREIRA DE CASTRO Trabalho Monográfico apresentado como requisito
parcial para obtenção do Grau de Especialista em
Docência no Ensino Fundamental e Médio.
Angra dos Reis, RJ, Agosto de 2001.
III
Agradecimentos:
• Aos meus alunos que diariamente alimentam a minha vontade de continuar
crescendo para melhor desempenho da função de docente.
• Aos meus pais, por todo o apoio estrutural e moral que me deram durante a vida.
• À minha diretora, Aládia Maria Duarte Bastos, por todo o apoio necessário e por ter
acreditado no meu trabalho.
• À professora e amiga Laila Chueri, pelo incentivo, estímulo e amor dedicado.
• Ao grupo de estudo: Edilamar, Fabiane, Regina, Flávia e Kátia, pelo apoio e ombro
amigo nas horas de cansaço e, também, pela oportunidade de compartilharmos
nossos conhecimentos.
• Aos professores e coordenadores do Curso de Pós Graduação da Universidade
Cândido Mendes, pela gama de conhecimento que me transmitiram, principalmente
a professora Mary Soul, que me fez acreditar ainda mais na possibilidade de
crescimento pessoal e coletivo.
IV
Dedico esse trabalho a um
grande número de pessoas, pelo
auxílio que me deram, até o dia
de hoje – auxílio que a maior
parte delas nem sequer tem
noção de haver dado.
V
“O processo educativo precisa da
utopia. Precisa apresentar uma
possibilidade de futuro. Precisa embutir o
‘tu serás, tu criarás, nós criaremos’. Nós
não temos um projeto social viável para
apresentar aos nossos alunos e filhos, mas
precisamos abrir uma janela na história,
prepara-las para que façam seu próprio
projeto.”
EMÍLIA FIGUEIREDO, REVISTA
SIEEESP Nº 48, AGOSTO DE 1966.
VI
SUMÁRIO
P.
• Introdução ............................................................................................................... 1 • CAPÍTULO I – A Realidade do Brasil na Área Social. ......................................... 2
• CAPÍTULO II – Educar é Ensinar a Pensar. .......................................................... 3
• CAPÍTULO III – Educação para a Vida. ............................................................... 5
• CAPÍTULO IV – A Nova Relação Professor-Aluno. ............................................ 7
• CAPÍTULO V – Ensino à distância, onde fica o Professor? ................................ 10
• CAPÍTULO VI – O Professor e o Exercício de sua Prática. ................................ 12
• Considerações Finais. ........................................................................................... 14
• Referências Bibliográficas. .................................................................................. 15
VII
INTRODUÇÃO
Esta monografia tem como principal objetivo, o despertar de
uma nova era no processo educativo.
Analisa alguns modelos já existentes e propõe a adequação
do caminho do autoconhecimento, paralelo ao Método Pedagógico comum, como solução
para o surgimento ou o real encontro da inteligência humana.
Focaliza nossa atenção sobre os anos formadores da vida e
apresenta como sugestão caminhos que nos farão trabalhar os pré-requisitos necessários
para o desenvolvimento humano, como o domínio pleno de sua capacidade de pensar,
raciocinar, refletir, entre outras.
Propõe ao professor um novo olhar sobre o aluno e sobre si
mesmo, enquanto sujeitos do conhecimento.
Argumenta sobre a Indústria de Criação de Métodos
Educacionais, quando o importante seria a identificação dos reais objetivos do homem no
universo, agora não mais com o sentido de dividir para dominar, postura assumida no
início da Idade Moderna, mas sim unir para dominar e, dominar, sobretudo a ignorância na
Arte de Ensinar e Aprender, sem a necessidade de armazenar um estoque de informações
codificadas.
A principal fonte inspiradora foi a minha experiência como
educadora e a minha vida estudantil. A primeira pela responsabilidade que temos na
formação de indivíduos e a segunda pelas conseqüências que sofremos por não termos
encontrado ainda a verdadeira estrada que nos conduzirá ao conhecimento pleno.
VIII
CAPÍTULO I
A Realidade do Brasil na Área Social
Imaginar que o Brasil disputa com alguns países africanos a
condição de miserável já que apresenta um índice de analfabetismo elevado, alta
mortalidade infantil e um descuido total na área de saúde é desconsiderar o fato de que
pelo SABER, pela EDUCAÇÃO e pela CIÊNCIA, possam ser descobertas todas as chaves
que dêem soluções aos problemas humanos.
Estamos sempre copiando uma realidade que não é nossa e
nos tornando cada vez mais incultos, sem identidade e sem avanços significativos na
elaboração de novos projetos que nos façam encostar conceitualmente nas nações mais
desenvolvidas do Universo.
São poucos os educadores que tentam contrariar o que dita o
sistema que, amarrado nos princípios de um modelo capitalista, empobrece cada vez mais
um povo, sonhador que acredita na possibilidade de desenvolvimento social.
Ainda vivemos num país onde muitas de nossas crianças
acordam às três horas da manhã para pegar carona num caminhão que às conduzem até a
escola mais próxima.
São constantes as notícias de desvios de verbas que eram
destinadas à educação, por governantes que acabam com a esperança de uma nação.
“Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação aos outros com
espírito de fraternidade.”
(Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos – ONU)
IX
CAPÍTULO II
Educar é Ensinar a Pensar.
O projeto pedagógico, aliado a um projeto de vida, é a chave
da gestão escolar. A escola não é um lugar onde se acumula conhecimento de forma
arbitrária. O conhecimento é acima de tudo um meio para desenvolver competências. A
sala de aula é lugar de reflexão e de situações de aprendizagem e não mais o espaço de
transmissão e recepção do saber, com atividades padronizadas, rotineiras, tendo o professor
apenas a missão de transmitir conhecimento. É preciso que se ensine o caminho do
autoconhecimento. É preciso ensinar ao aluno, entre tudo que se pode aprender, as
questões que realmente interessam a ele. Esse é o novo pensamento da escola nova:
escolher a melhor maneira de incentivar os alunos e extrair o que eles têm de melhor.
Para que todo relacionamento de certo, é necessário que haja
um comprometimento entre os parceiros. No caso, aluno e professor devem estar
comprometidos com a arte de ensinar e a arte de aprender. Acredita-se que esse tipo de
entrosamento nunca existiu. Nunca se anexou ao Método Pedagógico Comum, itens de
fundamental importância para o desenvolvimento humano, como o estudo da timidez, da
insegurança, da utilização do tempo. Transformar a escola por dentro não é fácil nem
rápido, embora seja urgente. Porque trabalhar de um jeito novo, na educação, significa
pensar de maneira diferente o ato de ensinar.
Compreender a história da humanidade do ponto de vista
antropológico. O reconhecimento nos leva a querer aprender mais e conseqüentemente a
segurança surge.
Se pegarmos como exemplo o ensino da matemática, uma
das disciplinas que registram mais baixo índice de aproveitamento, verificamos que a
causa maior está na formação do professor, que muito pouco se desenvolveu no processo
X
de construção de um pensamento, no saber trabalhar as faculdades do pensar, refletir,
raciocinar, observar, entre outras. O professor é mal formado, mal direcionado nos
conteúdos que exigem o desenvolvimento da lógica. Acostumado a agir mecanicamente, os
alunos perdem a oportunidade de trabalhar o estímulo do raciocínio lógico, que avalia
diversas situações e determina conclusões. É preciso que os professores se conscientizem
de que muito mais importante do que ensinar muito é ensinar muito bem, e ensinar muito
bem é trabalhar o pensamento, é investir no desenvolvimento do raciocínio, que auxiliará
não só em questões de matérias técnicas, mas ajudará o indivíduo a interpretar a
informação, analisa-la a tirar suas conclusões. Grandes filósofos como Aristóteles e Platão,
por exemplo, sempre utilizaram a argumentação e contra-argumentação, baseando as suas
conclusões no desenvolvimento de algum tipo de raciocínio lógico. Abraham Lincoln, que
era advogado, carregara sempre um exemplar Geometria de Euclides, porque essa leitura o
ajudava a raciocinar e tomar decisões.
Como conclusão desse capítulo, defendemos o ponto de vista
de que quem ensina tem que ter noção de como se aprende. E aprender com sabedoria é
desafiar o ser humano a buscar os reais motivos da existência.
Pensar é o caminho que apresentará resultados muito mais
firmes e efetivamente veremos o nascer de uma nova era dentro da educação.
XI
CAPÍTULO III
Educar para a vida.
Na Conferência de Jomtien, na Tailândia, em 1990, foi
lançado o programa “Educação para Todos” com a proposta de garantir o acesso universal
das crianças à educação primária e reduzir a taxa de analfabetismo de jovens e adultos à
metade dos níveis atingidos em 1990.
Sonhamos com a erradicação do analfabetismo e, diga-se de
passagem, o conceito de analfabeto mudou: analfabetos são também aqueles que tiveram
uma escolaridade insuficiente para as exigências atuais da vida.
De acordo com a professora Terezinha Saraiva, consultora da
Fundação Cesgranrio, “não se considera hoje, a educação como uma preparação para a
vida, mas como uma dimensão da vida, por se caracterizar pela aquisição contínua de
competências e habilidades e pelo reexame incessante dos conceitos que acompanham o
homem em sua trajetória.” O direito à educação tem que ser garantido a todos, em qualquer
idade, não só pelo seu valor social, mas, também, por sua dimensão política. A educação é
indispensável à cidadania.
Um país não se faz por suas riquezas e sim pelas suas idéias.
Não existe a possibilidade de formação de idéias se não houver educação.
Não podemos mais concordar que nos dias de hoje, onde
avanços tecnológicos ocorrem a cada segundo, uma grande parte da população brasileira
viva à margem da cidadania.
Precisamos buscar esse equilíbrio e isso só se dará quando
desvincularmos os nossos anseios de cidadãos, do sistema capitalista, que ignora o homem
como produto do conhecimento e da sabedoria.
Ao professor caberá no novo milênio o desafio de mudar a
condição brasileira de campeão em número de analfabetos da América Latina,
XII
principalmente quando se diz que a causa maior desse dado é a má qualidade de ensino.
Muda, professor, Educação é Vida!!!
XIII
CAPÍTULO IV
A nova relação Professor-Aluno.
Um dos trabalhos mais significativos sobre este tema é o de
Cunha (1990). A autora do texto em sua pesquisa com os alunos de 2º e 3º graus, cita que
estes alunos não apontam como um bom professor aquele que não tenha as condições
básicas de conhecimento de sua matéria de ensino, ou habilidades para organizar suas
aulas, além de manter relações positivas. Entretanto ao verbalizarem o porquê da escolha
do professor, eles enfatizam os aspectos afetivos. Entre as expressões usadas estão “é
amigo”, é “compreensivo”, “se preocupa conosco”, etc. Estas expressões caracterizam que
a idéia do bom professor presente hoje nos alunos, passa sem dúvida, pela capacidade que
o professor tem de se mostrar próximo, do ponto de vista afetivo. As virtudes e valores do
professor que consegue estabelecer laços afetivos com os seus alunos repetem-se e
intrincam-se na forma como ele trata o conteúdo e nas habilidades de ensino que
desenvolve.
O domínio que o professor tem do seu conteúdo do ensino, a
sua percepção de ciência e produção do conhecimento, interfere na sua relação com o
aluno. Outro aspecto que se entrelaça é a metodologia do professor. O professor que tem
uma boa preocupação com os alunos preocupa-se com os métodos da aprendizagem e
formas dialógicas de interação.
A relação professor-aluno extrapola a relação de ensinar-
aprender os conteúdos de ensino. Mas envolve uma absorção de aprendizagem valorativa
muito intensa.
Assim diz Paulo Freire:
XIV
“O educador educa a dor da falta cognitiva e afetiva, para a
construção do prazer. É da falta que nasce o desejo. Educa a aflição da tensão da angústia
de desejar. Educa a fome do desejo.
Somos movidos pelo desejo de crescer, aprender, e nós,
educadores, também de ensinar.”
(Freire, 1994, p. 11)
Os conteúdos são importantes para os alunos, mas, ajuda-los
a ultrapassar as dificuldades existenciais que ele traz consigo irá fazer com que gostem de
si mesmos e dos outros.
O professor é o principal articulador dentro da sala de aula.
Além de ser o facilitador do ensino-aprendizagem, é a pessoa na qual os alunos se
espelham. Deve expressar confiança aos alunos, para que eles sintam prazer em vir à
escola. A interação do professor em sala de aula é necessária e indispensável, mas que essa
intervenção seja democrática e que esses alunos amadureçam em suas ações.
“Sem intervenção democrática do educador ou educadora,
não há educação progressista.”
(Freire, 1993, 78)
Para a conclusão deste capítulo, afirmamos que: há a
necessidade de que o professor tenha um olhar observador, buscando significado no olhar
do seu aluno, procurando sintonizar-se com ele para ajudá-lo no que for possível. Outra
iniciativa fundamental é o diálogo, porque, na relação com o outro, é necessário que a
comunicação exista. No caso de professor-aluno, é importante que essa comunicação
aconteça num relacionamento afetivo. Não basta falar ao aluno, é importante ter o desejo
de se comunicar com ele e de fazer do ato de ensinar o desejo de aprender. Não basta ouvi-
lo, é necessário entendê-lo e ajudá-lo a superar suas questões de baixa-estima, mostrando-
lhe seu valor pessoal.
Defendemos a relação afetiva entre professor e aluno, por
termos alcançado êxito em nossa prática pessoal, não uma relação "piegas", mas de
respeito mútuo. Também a produção do aluno deve ser respeitada de acordo com o seu
limite, não impondo-lhe aquilo que não consegue executar. A sua criatividade deve ser
XV
estimulada e nunca desmerecer a sua criação como algo inútil, pois a frustração derrota
qualquer ser humano. Muito do potencial do aluno está nas mão do professor, que deve
valorizar sua profissão ao exercê-la, pois a sala de aula é um espaço social, político e
afetivo, devendo ser vivenciada por alunos e professores. É na prática constante da sala de
aula que o aluno cresce, desenvolve sua capacidade criativa, seu potencial cognitivo e
descobre caminhos para o seu aprimoramento intelectual.
Cremos que ser professor é querer ser afetivo, criativo,
ousado no exercício constante de repensar e reconstruir a teoria na prática e se importar
com a formação definitiva do seu aluno.
XVI
CAPÍTULO V
Ensino a distância e a tecnologia da
Educação.
A educação a distância não é nova no Brasil. Há muito que o
Instituto Universal Brasileiro oferece cursos de formação profissional por correspondência.
A diferença que se tenta fazer hoje é dar mais qualidade e
credibilidade a esta forma de ensino, que vem principalmente contribuir para a formação
daqueles que estão fora do sistema tradicional de ensino, que condiciona a existência do
ensino de 3º grau, nos grandes centros, dificultando o acesso de pessoas que residem no
interior ou mesmo que luta contra a escassez de tempo. De acordo com a Coordenadora do
projeto Centro Universitário de Ensino a Distância (CDERJ), Heloisa Saraiva, "chegou o
momento de deixar de tratar o computador como um monstro e fazer dele um aliado
quando o assunto é educação. A pesquisadora observa que a tecnologia entrou na escola,
mas não chegou na sala de aula". Há um professor resistente que não foi preparado para
isso. O desafio da formação desse aluno e desse professor é um obstáculo que o Brasil vai
ter que enfrentar.
Os debates serão virtuais o que para aqueles que não falam
nas aulas convencionais, será um alívio. O professor tende a aprender muito com o aluno
no que diz respeito à tecnologia já que essa linguagem está muito mais próxima de
gerações recentes. A preocupação com a clareza da informação deve ser sempre
perseguida, já que a intenção é de criar mecanismos para que o aluno crie condições de
auto-gestão do seu tempo para o processo de aprendizagem.
As experiências vividas por outros países nos mostram que o
Ensino a Distância, muitas vezes forma profissionais com mais qualidade. Na Espanha os
XVII
profissionais formados pela Uned são mais procurados que os de ensino presencial. O
aluno que estuda a distância sabe o que quer.
Tanto no estudo presencial como no à distância precisamos
refletir sobre o que diz o Catedrático da Faculdade de Psicologia e Ciência da Educação da
Universidade de Lisboa e presidente da Associação Brasileira de História da Educação: "A
formação é algo que pertence ao próprio sujeito e se inscreve num processo de ser (nossas
vidas e experiências, nosso passado etc.).” Paulo Freire explica que ela nunca se dá por
mera acumulação. É uma conquista feita com muitas ajudas: dos mestres, dos livros, das
aulas, dos computadores. Mas depende sempre de um trabalho pessoal. “Ninguém forma
ninguém. Cada um forma-se a si próprio."
XVIII
CAPÍTULO VI
O professor e o exercício de sua prática
Precisamos melhorar a atuação dentro da sala de aula.
Achamos que esse ponto é claramente enxergado por todos. Hoje o professor tem que ter a
noção de que ele está contribuindo na formação de cidadãos que deverão estar preparados
para viver em um mundo de alta tecnologia, onde os conceitos científicos são básicos para
a vida. O professor em qualquer nível de ensino tem de ser um pesquisador em sala de
aula, observando os avanços e os problemas enfrentados por seus estudantes.
Realizar uma auto-avaliação periódica, refletindo sobre a
própria prática e administrar seu desenvolvimento profissional criando planos de trabalho e
estudo, são ferramentas indispensáveis do novo professor do milênio.
O aluno não pode mais esperar. É fundamental que avancem
em passos largos e rápidos.
A interdisciplinaridade é o ponto de partida para a formação
do cidadão como um todo.
Como diz a professora Guiomar Namo de Mello, do
Conselho Nacional de Educação, "é importante que o professor ajude os alunos a
transformar a informação em conhecimento útil, prazeroso e produtivo".
A escola precisa preocupar-se com a formação humana, e
formação humana só se tem com a construção de conceitos.
O professor do novo milênio precisa se descobrir nos
princípios básicos da vida. Questões como o bom aproveitamento do tempo, formação
biológica do ser humano são fundamentais para que o professor desenvolva melhor o seu
trabalho. O ensino não pode pesar, tem que ser necessariamente leve e agradável. E para
XIX
isso, haja conhecimento! É a busca, sem parar, da qualidade de ensino e, isso só se
consegue com investimento interior e o entendimento da complexidade da vida.
XX
Referências Bibliográficas
WENTH, Renata Cunha, Psicologia Analítica e Educação; ENSAIO. Visão Arquetípica da
Relação Professor-Aluno; CRP 08/029 52, PAGE - INTERNET; 11.6.2000.
FRANCO, Maria Aparecida C.et.al. O papel do professor e sua construção no cotidiano
escolar. Rio de Janeiro, Universidade de Santa Úrsula, 1984 (mímeo).
CECCOM, Cláudius. Escola! Desigualdade, Domestificação e Algumas Saídas. 30ª Ed.,
São Paulo: Brasiliense, 1982.
CECCOM, Cláudius. et.al. A Vida na Escola e a Escola da Vida. 23ª Ed., Petrópolis/RJ:
Vozes, coedição com IDAC, 1991.
FERNANDES, Alícia. "Paixão de Aprender". 6ª Ed., Petrópolis/RJ, vozes, 1994.
XXI
Considerações Finais
Concluo esse trabalho citando alguns trechos da música de
Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Brito:
"A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade."
A proposta deste trabalho foi a de apresentar o professor do
novo milênio. Um professor muito mais preocupado com as questões que giram em torno
do cidadão do que somente com os conteúdos programáticos de suas disciplinas.
Em momentos de crise, o homem procura desesperadamente
encontrar saídas. Cientistas sociais, políticos, filósofos afirmam que é preciso alterar as
condições econômicas, sociais, e educacionais, para que os indivíduos possam resolver
seus problemas.
O futuro da ciência e da tecnologia se decidirá fora da
própria ciência e tecnologia, ou seja, no âmbito da vontade humana. O homem é sempre
responsável por sua aplicação. E é aí que entra o papel do educador e da educação. É a
base da formação de um povo, e, com esperança no despertar do nosso interior.
Termino com versos de Carlos Drummond de Andrade, que
traduz o meu desejo e a minha fé num mundo melhor:
"Irmãos, cantai esse mundo que não verei, mas virá um dia,
dentro em mil anos, talvez mais... não tenho pressa. Um mundo enfim ordenado, uma
pátria sem fronteiras, sem leis e regulamentos, uma terra sem bandeiras, sem igreja nem
quartéis, sem dor, sem febre, sem ouro, um jeito só de viver (...)"