O livro Apocalipse - TALMID PALESTRAS · – Is6.1-3:No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o...
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Introdução 4.1-11
• Claramente começa em Apc 4.1 um novo tema.
• As cartas foram terminadas, começa aquilo que o autor declara ser o futuro próximo.
• Antes que começam as visões de conteúdo mais pesado o livro permite um olhar para o mundo brilhante e reluzente de Deus.
• Semelhantemente encontramos isso em Apc 7.9-17 e 14.1-5.• Semelhantemente encontramos isso em Apc 7.9-17 e 14.1-5.
• A pergunta principal: o livro de fato está dando uma espiada no futuro ou em umas partes o estilo de previsão é usado para explicar e comentar coisas do presente?
• O capítula usa uma linguagem que pode ser encontrada em Is 6 e Ez 1 e 10.
• O trono de Deus é o tema central e permanece importante para o livro inteiro.
Introdução 4.1-11
• O número três não é mencionado literalmente porém permeia todo o capítulo. Mesmo se a palavra trindade não é presente no NT de forma explícita aqui o número 3 é claramente um atributo de Deus.
• Voz de Cristo – Deus sentado – Espírito em frente do trono• Trono – vinte e quatro anciãos – quatro seres• Relâmpagos – vozes - trovões• Relâmpagos – vozes - trovões• Sardônio – jaspe – arco-iris• Que era – que é - que há de vir• Santo – santo – santo• Gloria – honra – graças• Gloria – honra – poder• O número 24 (anciãos) é divisível por 3• O número 6 (asas) é divisível por 3
Estrutura 4.1-11
• 1 Introdução
• 2 – 3 O trono
• 4 – 6a Os vinte e quatro seres e a redondeza
• 6b – 8 Os quatro seres
• 9 – 11 A adoração dos vinte e quatro
O trono
• 1 Depois dessas coisas olhei, e diante de mim estava uma portaaberta no céu. A voz que eu tinha ouvido no princípio, falandocomigo como trombeta, disse: "Suba para cá, e lhe mostrarei o quedeve acontecer depois dessas coisas".
• Depois dessas coisas: João usa essa expressão para separar temas.
• A porta aberta no céu descreve a possibilidade de poder ver coisas• A porta aberta no céu descreve a possibilidade de poder ver coisasque normalmente são ocultas aos olhos humanos.
• A voz é a voz de Cristo, como foi explicado em capítulo 1 e atrombeta como instrumento de alerta e sinal está sublinhando aautoridade da voz.
• O ordem “suba” está pressupondo que João ainda está na terra. Asconstantes mudanças nem sempre são claras no livro.
• O “deve” já explicamos em 1.1
• O texto visa a partir desse momento o futuro.
O trono
• 2 Imediatamente me vi tomado pelo Espírito, e diante de mim estavaum trono no céu e nele estava assentado alguém.
• João está entrando em êxtase. A expressão “tomado pelo Espírito”significa isso. Conforme 1.10 João já está em êxtase. A explicaçãomais fácil seria que João recebe várias visões e que o livro deapocalipse é o relato dessas visões. Existe a possibilidade deapocalipse é o relato dessas visões. Existe a possibilidade deinterpretar esse versículo como uma êxtase mais exaltada ainda.
• Aparentemente João se encontra agora nessa porta aberta e pode daruma olhada para dentro do mundo divino.
• Essa posição no céu permanece até o final do capítulo 9.
• O “céu” está marcado pelo trono ocupado. Quem reina aqui deforma absoluta está bem claro.
• João nem ousa de descrever esse alguém, já que nem o nomenormalmente é pronunciado pelos judeus.
O trono
• 2 Imediatamente me vi tomado pelo Espírito, e diante de mim estavaum trono no céu e nele estava assentado alguém.
• “Uma linha de interpretação vê neste versículo o arrebatamento daigreja.” (Ladd, 55)
– Essa posição está sendo chamado: pre-tribulacionista e faz partedo dispensacionalismo:do dispensacionalismo:http://pt.wikipedia.org/wiki/Dispensacionalismo
– A voz de trombeta é sinal da vinda de Cristo.
– João representa toda a igreja.
– A igreja está arrebatada antes das grandes tribulações.
– Os 24 anciãos representam a igreja.
– O povo de Deus que passa pela tribulação são os judeus.
O trono
• 3 Aquele que estava assentado era de aspecto semelhante a jaspe esardônio. Um arco-íris, parecendo uma esmeralda, circundava otrono,
• As pedras diferentes descrevem de forma discreta, sem usarantropomorfismen o aspecto divino.
• Se cada pedra simbolizou algo específico naquela época, não temos• Se cada pedra simbolizou algo específico naquela época, não temosmais conhecimento disso.
• Jaspe: uma luz branca, brilhante
• Sardônio: cores de vermelho
• Esmeralda: cores de verde
• O arco-iris pode, mas não necessariamente é nesse contexto, umsinal de paciência e misericórdia.
Os vinte quatro e a redondeza
• 4 ao redor do qual estavam outros vinte e quatro tronos, e assentadosneles havia vinte e quatro anciãos. Eles estavam vestidos de branco ena cabeça tinham coroas de ouro.
• A figura dos 24 tronos e anciãos recebeu muitas interpretações:– Prefiguração da Igreja ideal no céu (12 patriarcas / 12 apóstolos)
– Igreja arrebatada– Igreja arrebatada
– Função mediadora
– Grupo de anjos
– Examinando outros textos de Apc pode se chegar a conclusão que a interpretaçãomais adequada é a dos anjos. (5.8; 8.3; 7.13-14; 14.3)
– O AT imagina Deus cercado por muitos seres celestiais.
– O número 24 somente aparece aqui. Pode lembrar das 24 ordens sacerdotais.
• As vestimentas brancas e as coroas de ouro valorizam os anciãos eindicam uma função governamental.
Os vinte quatro e a redondeza
• 5 Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante dele estavamacesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete espíritos de Deus.
• A descrição com trovões, relâmpagos, vozes (sons) lembra muitode Êx 19 quando Deus aparece ao povo de Israel. A autoridade deDeus é centro de toda visão do trono.
• A plenitude do Espírito está novamente descrito a partir do número• A plenitude do Espírito está novamente descrito a partir do número7.
• Tudo aponta para o conteúdo seguido. Deus revela o futuro assimcomo ele revelou a sua Tora.
Os vinte quatro e a redondeza
• 6a E diante do trono havia algo parecido com um mar de vidro, clarocomo cristal.
• O parecido com um mar de vidro (mencionado também em 15.2-3) lembra em primeiro momento do mar em 1Rs 7.23, mas isso nãofará muito sentido aqui.
• Em Ex 24.10 e Ez 1.22,26 existe a mesma imagem. Parece algo que• Em Ex 24.10 e Ez 1.22,26 existe a mesma imagem. Parece algo quesepara o mundo divino da terra. Interpretações:– Simboliza a distância entre Deus e a terra (santidade)
– Simboliza a onisciência, nada impede o olhar de Deus
– Simboliza a barreira que os redimidos passam (como Israel passava no Mar dosjuncos)
– Pacificação dos povos (no AT se fala do mar dos povos – Ez 26.3)
– O mar celestial (Gn 1) origem da chuva, transparente, pois as estrelas são viíveis
– Realça simplesmente a majestade de Deus.
Os quatro seres
• 6b No centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertosde olhos, tanto na frente como atrás. 7 O primeiro ser parecia umleão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como dehomem, o quarto parecia uma águia em vôo. 8a Cada um deles tinhaseis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas.
• Os versículos 6b-8 se assemelham muito com dois textos proféticos:• Os versículos 6b-8 se assemelham muito com dois textos proféticos:– Is 6.1-3: No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono
alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo. Acima dele estavam serafins;cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam ospés e com duas voavam. E proclamavam uns aos outros: "Santo, santo, santo é oSenhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória".
– Ez 10.12-14: Seus corpos, inclusive as costas, as mãos e as asas, estavamcompletamente cheios de olhos, como as suas quatro rodas. Quanto às rodas,ouvi que as chamavam "giratórias". Cada um dos querubins tinha quatro rostos:Um rosto era o de um querubim, o segundo, de um homem, o terceiro, de um leão,e o quarto, de uma águia.
Os quatro seres
• 6b No centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertosde olhos, tanto na frente como atrás. 7 O primeiro ser parecia umleão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como dehomem, o quarto parecia uma águia em vôo. 8a Cada um deles tinhaseis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas.
• O texto de João mescla os dois textos do AT para descrever a• O texto de João mescla os dois textos do AT para descrever aredondeza do trono. Uns comentaristas sublinham a semelhançacom os serafins outros com os querubins.
• No centro, ao redor: parece uma indicação contraditória.Provavelmente o autor pensa num trono amplo em cima de umaescada que está ao redor do trono. Ao centro então significa no meioda escada nos quatro lados do trono.
Os quatro seres
• 6b No centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertosde olhos, tanto na frente como atrás. 7 O primeiro ser parecia umleão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como dehomem, o quarto parecia uma águia em vôo. 8a Cada um deles tinhaseis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas.
• O número quatro indica a ligação com o mundo. Pode se pensar:• O número quatro indica a ligação com o mundo. Pode se pensar:– Nos 4 ventos e direções
– Em 4 aspectos diferentes da natureza: animais selvagens (leão), animaisdomésticos (boi), seres humanos, aves (ágia).
– As forças da criação: força (leão), sacrifício (boi), administração e ação (serhumano), progresso e avanço (ágia)
– Na igreja antiga eles foram identificados com os 4 evangelistas do NT
– Pohl interpreta eles como símbolos do poder e da majestade de Deus
– A pergunta é se eles representam a criação que deve louvor e adoração ou se elesrepresentam seres celestiais que ajudem a governar a criação? O segundo paracemais indicado, já pelos atributos que eles recebem.
Os quatro seres
• 6b No centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes cobertosde olhos, tanto na frente como atrás. 7 O primeiro ser parecia umleão, o segundo parecia um boi, o terceiro tinha rosto como dehomem, o quarto parecia uma águia em vôo. 8a Cada um deles tinhaseis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas.
• Os olhos descrevem vigilância e conhecimento sem limites.• Os olhos descrevem vigilância e conhecimento sem limites.
• As asas simbolizam o movimento rápido e em qualquer direção.
• Esses atributos indicam que eles governam e vigiam a criação.
Os quatro seres
• 8b Dia e noite repetem sem cessar: "Santo, santo, santo é o Senhor, oDeus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir“.
• Como os demais seres descritos eles são submisso a Deus de formaplena.
• O canto deles é o canto dos serafins de Isaías. A santidade de Deusestá sendo sublinhada de forma muito clara.está sendo sublinhada de forma muito clara.
• No final do versículo misturam se os atributos divinos ecristológicos.
• Em Isaías a santidade de Deus enche a terra, nesse versículo asantidade de Deus enche a história. Passado, presente e futuropertencem a ele.
A adoração dos vinte e quatro
• 9 Toda vez que os seres viventes dão glória, honra e graças àqueleque está assentado no trono e que vive para todo o sempre, 10 osvinte e quatro anciãos se prostram diante daquele que está assentadono trono e adoram aquele que vive para todo o sempre. Eles lançamas suas coroas diante do trono, e dizem: 11 "Tu, Senhor e Deus nosso,és digno de recebera glória, a honra e o poder, porque criaste todas asés digno de recebera glória, a honra e o poder, porque criaste todas ascoisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas".
• Os três “santos” são interpretados com as palavras: gloria, honra egraças. São os atributos que pertencem unicamente a Deus. Pauloidentifica o núcleo do pecado no fato que o ser humano não estádando isso a Deus.
• A reação dos vinte quatro a essa adoração é submissão completa.Prostrar , adorar e lançar as coroas são sinais de plenasubordenação. São ser servos de Deus.
A adoração dos vinte e quatro
• 9 Toda vez que os seres viventes dão glória, honra e graças àqueleque está assentado no trono e que vive para todo o sempre, 10 osvinte e quatro anciãos se prostram diante daquele que está assentadono trono e adoram aquele que vive para todo o sempre. Eles lançamas suas coroas diante do trono, e dizem: 11 "Tu, Senhor e Deus nosso,és digno de recebera glória, a honra e o poder, porque criaste todas asés digno de recebera glória, a honra e o poder, porque criaste todas ascoisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas".
• A fala deles é uma provocação direta ao culto imperial. Domicianofoi chamado de “nosso senhor e deus”.
• A diferença entre os quatro seres e os anciãos: aqueles louvam Deuspor aquilo que ele é e os outros por aquilo que criou. Aqueles(criação) falam em graças os outros (mundo celestial) em poder.
• A conexão com Gn é óbvio: o criador é o mantenedor. Ele não fazparte da criação, mas é o criador.
Resumo e lição
• Todo capítulo é voltado para o trono como símbolo de Deus e seumundo.
• Esse mundo está sendo descrito de forma cauteloso porém commetáforas poderosas que sublinham a santidade, o poder e o serluminoso de Deus.
• Tudo está submisso a ele, sem hesitação sem dúvida.• Tudo está submisso a ele, sem hesitação sem dúvida.
• O mundo celestial é o ideal e serve como exemplo para a criação queestá no momento em estado oposto.
• A visão do futuro parte dessa fundamentação glorioso e poderosa.
• Nada que está por vir pode assombrar ou escurecer esse mundodivino cheio de luz e poder.
Resumo e lição
• Perguntas de reflexão e contextualização:
– Em que medida compreendemos essa linguagem que provém deum mundo antigo e uma cosmovisão antiga?
– O mundo de Deus é um mundo de seres celestiais?
– Como podemos averiguar os atributos de Deus apresentados notexto?texto?
– Se ele é no poder de todas as coisas como lidamos com 2000 anosde história cristã em grande parte trágica?
– Como imaginamos o mundo de Deus?
– Como podemos falar de Deus hoje?
– O que é o céu?