o Html5 e Novas Apis

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O HTML 5 E SUAS NOVAS API’s David William Rosa de Souza 1 , Rafael Cunha Cardoso 1 1 Tecnologia de Sistemas para a Internet Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IF-Sul) Pça. 20 de Setembro, 455 CEP 96020-080 Centro Pelotas RS - Brasil. [email protected], [email protected] Abstract: This paper aims to present an introduction to HTML, since its inception to its current version. The paper also presents the history of HTML, W3C and WHATWG groups. In the following are discussed the HTML news and the case study that was done to get the structural tags that we have today. After that, the paper focuses some of the new API’s available along with HTML 5: web forms, geolocation, audio and video, canvas, local storage and offline aplications. Keywords: HTML5, W3C, API’s Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar uma introdução do HTML, desde seu surgimento a sua versão atual. O artigo também apresenta a historia do HTML, e dos grupos W3C e WHATWG. A seguir, são abordadas as novidades do HTML e o estudo de caso que foi feito para chegar as tags estruturais que temos hoje. Após isso, o artigo enfoca em alguma das novas API’s disponíveis juntamente com o HTML 5: campos de formulários, geolocalização, áudio e vídeo, canvas, armazenamento local e aplicações offline. Palavras-chave: HTML5, W3C, API’s 1. Introdução O padrão HTML 4 foi criado em 1997 pela W3C (World Wide Web Consortium) [W3C, 1997], entidade que regula os padrões Web. Os padrões definidos pela W3C deveriam ser seguidos por todas as empresas desenvolvedoras de navegadores Web com intuito de garantir uma renderização uniforme de documentos por todos estes navegadores. Porém na prática, cada navegador usa uma engine 1 de processamento próprio, fazendo com que o código fonte de uma página Web seja apresentado de forma diferente em navegadores distintos. Aliado a esse problema de incompatibilidade, a evolução, tanto da velocidade das conexões com a internet, quanto do hardware dos computadores, fez com que o HTML 4 fosse se tornando obsoleto. Assim, com o intuito de enfrentar os desafios advindos dessa nova realidade da Web, em 2004 foi criado um grupo de trabalho denominado WHATWG (Web Hypertext Application Technology Working Group) [WHATWG, 2004], com a finalidade de regulamentar e definir uma nova especificação para o HTML que viesse a atender essa necessidade de evolução, gerando assim a nova versão dessa linguagem, o HTML 5. 1 Software de processamento que transforma a linguagem de marcação em conteúdo

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o Html5 e Novas Apis

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  • O HTML 5 E SUAS NOVAS APIs

    David William Rosa de Souza1, Rafael Cunha Cardoso

    1

    1 Tecnologia de Sistemas para a Internet Instituto Federal de Educao, Cincia e

    Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IF-Sul) Pa. 20 de Setembro, 455 CEP 96020-080 Centro Pelotas RS - Brasil.

    [email protected], [email protected]

    Abstract: This paper aims to present an introduction to HTML, since its

    inception to its current version. The paper also presents the history of HTML,

    W3C and WHATWG groups. In the following are discussed the HTML news

    and the case study that was done to get the structural tags that we have today.

    After that, the paper focuses some of the new APIs available along with HTML 5: web forms, geolocation, audio and video, canvas, local storage and

    offline aplications.

    Keywords: HTML5, W3C, APIs

    Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar uma introduo do

    HTML, desde seu surgimento a sua verso atual. O artigo tambm apresenta

    a historia do HTML, e dos grupos W3C e WHATWG. A seguir, so abordadas

    as novidades do HTML e o estudo de caso que foi feito para chegar as tags

    estruturais que temos hoje. Aps isso, o artigo enfoca em alguma das novas

    APIs disponveis juntamente com o HTML 5: campos de formulrios, geolocalizao, udio e vdeo, canvas, armazenamento local e aplicaes

    offline.

    Palavras-chave: HTML5, W3C, APIs

    1. Introduo

    O padro HTML 4 foi criado em 1997 pela W3C (World Wide Web Consortium) [W3C,

    1997], entidade que regula os padres Web. Os padres definidos pela W3C deveriam

    ser seguidos por todas as empresas desenvolvedoras de navegadores Web com intuito de

    garantir uma renderizao uniforme de documentos por todos estes navegadores. Porm

    na prtica, cada navegador usa uma engine1 de processamento prprio, fazendo com que

    o cdigo fonte de uma pgina Web seja apresentado de forma diferente em navegadores

    distintos.

    Aliado a esse problema de incompatibilidade, a evoluo, tanto da velocidade das

    conexes com a internet, quanto do hardware dos computadores, fez com que o HTML

    4 fosse se tornando obsoleto. Assim, com o intuito de enfrentar os desafios advindos

    dessa nova realidade da Web, em 2004 foi criado um grupo de trabalho denominado

    WHATWG (Web Hypertext Application Technology Working Group) [WHATWG,

    2004], com a finalidade de regulamentar e definir uma nova especificao para o HTML

    que viesse a atender essa necessidade de evoluo, gerando assim a nova verso dessa

    linguagem, o HTML 5.

    1 Software de processamento que transforma a linguagem de marcao em contedo

  • Este trabalho tem como principal objetivo traar um breve comparativo entre o

    HTML (HyperText Markup Language) 4 [W3C, 1997] e o HTML 5 [W3C, 2008],

    apresentar algumas das novas APIs (Application Programming Interface) do HTML 5. O trabalho inicialmente introduz a histria do HTML apresentando a sua evoluo desde

    sua primeira especificao at verso 5. Com relao ao HTML 5, o trabalho identifica

    as novas tags e atributos que agora fazem parte da linguagem alm de apontar

    elementos que se tornaram obsoletos. Por fim, o trabalho detalha as seguintes APIs introduzidas com o HTML 5: campos de formulrios, geolocalizao, udio e vdeo,

    canvas, armazenamento local e aplicaes offline.

    Vale ressaltar que no decorrer do texto o HTML 5 ser apresentado com intuito

    de, avaliar os benefcios do novo padro para os desenvolvedores e as novas APIs. Este trabalho no trata, porm sobre a compatibilidade dos navegadores, visto que a cada dia

    os navegadores se atualizam ao novo padro.

    2. Histria do HTML

    A primeira verso do HTML foi baseada na linguagem SGML (Standard

    Generalized Markup Language) [SGML, 1994]. O SGML era utilizado para a

    estruturao de documentos e foi dele que o HTML herdou diversas tags tais como:

    ttulo ao , cabealho e pargrafo . A principal diferena entre

    essas duas linguagens de marcao que o HTML implementava a tag com o

    atributo href, permitindo assim a ligao (links) de uma pgina a outra. Esse conceito de

    interligao entre documentos a base do funcionamento de toda Web.

    O sucessor do HTML foi o HTML 2.0, o qual foi apresentado na primeira

    conferncia mundial sobre Web, a World Wide Web Conference [HTML 2, 1995]. Essa

    verso do HTML pode ser vista apenas como uma correo da verso anterior, ou seja,

    apenas formalizava as caractersticas da linguagem que j estavam em uso.

    A verso seguinte do HTML a ser lanada foi a 3.2 [HTML 3.2, 1997], a qual

    manteve total compatibilidade com a verso 2. O HTML 3.2 adicionou novas

    caractersticas linguagem, acrescentando elementos que proporcionavam utilizar

    tabelas, applets2 e texto flutuante ao redor de imagens. Em dezembro de 1999 o HTML

    4.01 foi publicado trazendo como principal premissa a compatibilidade com as suas

    verses anteriores atravs de 3 implementaes:

    Scrict (estrita) implementao na qual fica proibida a utilizao de elementos obsoletos da linguagem;

    Transitional (transitria) implementao na qual o uso de elementos obsoletos permitida;

    Frameset implementao direcionada para site que usam frames.

    2.1 W3C - World Wide Web Consortium

    Em agosto de 1994 foi fundado o W3C, um consrcio formado por instituies

    comerciais e educacionais, com o objetivo de definir padres para as respectivas reas

    2 Aplicativos baseados em Java, pr-compilados para rodar direto no navegador, disponvel em

  • relacionadas Web. Em dezembro de 1997 a W3C publicou o HTML 4 e aps dois

    meses o XML 1. O W3C reformulou o grupo responsvel pelo HTML para criar uma

    sute de tags XML. O primeiro passo foi dado em dezembro de 1998 quando o grupo reescreveu o HTML em XML sem adicionar elementos ou atributos novos. Essa

    especificao foi chamada de XHTML 1.

    O objetivo seguinte do W3C foi a reestruturao dos formulrios Web. Em agosto

    de 1999 o mesmo grupo responsvel pelo HTML publicou o primeiro rascunho da

    extenso dos formulrios para XHTML [XHTML, 1999]. Alguns meses depois, essa

    extenso dos formulrios para XHTML foi rebatizada como XForms [XForms 1.0, 2003]. Foi criado um grupo especfico, responsvel pelo XForms. Esse grupo trabalhou

    em paralelo com o grupo de desenvolvimento do HTML com a finalidade de publicar a

    primeira verso do XForms em outubro de 2003.

    Enquanto isso, com a transio do XML [XML, 2001] completa, os membros do

    grupo do HTML criaram a nova gerao do HTML. Em maio de 2001 eles publicaram a primeira verso 1.1 do XHTML.

    Em julho de 2004 a W3C organizou um workshop chamado Workshop on Web Applications and Compound Documents onde estavam presentes membros da W3C e companhias desenvolvedoras de navegadores como a fundao Mozilla e a Opera.

    Neste workshop foi apresentado uma viso do futuro da Web com uma evoluo do

    padro HTML 4 incluindo novas caractersticas para aplicaes modernas.

    No workshop o W3C deixou claro que no seriam desenvolvidas novas

    tecnologias de extenses do HTML e CSS que no fossem criadas pelo atual grupo de

    trabalho do W3C. Diante desse impasse, o grupo que desenvolvia o HTML e os

    formulrios HTML tinha duas escolhas: ou se uniam ao W3C, ou se separavam. Dessa

    forma, em julho de 2004 surgiu o WHATWG.

    2.2 WHATWG

    O WHATWG o grupo de trabalho tecnolgico de aplicaes de hipertexto para Web.

    Trata-se de um grupo livre, no oficial e de colaborao dos desenvolvedores de

    navegadores e de seus interessados. O WHATWG desenvolve especificaes baseadas

    no HTML e em tecnologias relacionadas para facilitar o desenvolvimento e

    compatibilidade das aplicaes Web, com a inteno de submeter os resultados para um

    padro organizacional. Essas submisses podem ento fazer parte do padro formal do

    HTML.

    O WHATWG trabalhou por muito tempo informalmente atravs de trocas de

    emails entre seus integrantes. O grupo alcanou seu maior feito quando a sua

    recomendao sobre os formulrios do HTML 4 foi aceita, e passou a ser especificao

    oficial reconhecida pela W3C, sem quebrar o padro de compatibilidade com o

    contedo existente.

    Por muitos anos o W3C e o WHATWG ignoraram um ao outro. Enquanto o

    WHATWG focava nos formulrios e nas novas caractersticas do HTML, o W3C estava

    ocupado com a verso 2.0 do XHTML. Em outubro de 2006, no entanto, ficou claro que

    o WHATWG estava com maior reconhecimento na comunidade, j que ao contrrio do

  • XHTML 2.0 da W3C que estava sendo lanado como rascunho e no estava sendo

    implementado pela maioria dos navegadores, a especificao lanada pela WHATWG a

    essa altura j estava sendo amplamente adotada pela comunidade. Em outubro de 2006,

    Tim Berners-Lee, o fundador da W3C, anunciou que a W3C deveria trabalhar em

    conjunto com a WHATWG. O primeiro passo desse trabalho em conjunto foi renomear o

    Web Application 1.0 para HTML 5.

    3. Novidades do HTML 5

    A principal premissa do HTML 5 melhorar a semntica das pginas e adicionar novos

    recursos linguagem para responder adequadamente ao avano tecnolgico. Com esse

    princpio em 2004 foi feita uma pesquisa que vasculhou mais de um bilho de pginas

    usando o motor de busca Google, com o objetivo de verificar como a Web estava

    estruturada. Como resultado desse estudo, foram coletadas as 20 classes do HTML mais

    utilizadas, as quais so apresentadas na figura 1.

    Figura 1 - 20 classes mais utilizadas3

    A partir desse estudo a empresa Opera [Opera, 2011] realizou uma nova

    pesquisa em 2009, dessa vez vasculhando cerca de 2 bilhes de pginas e no

    analisando somente as classes utilizadas, mas tambm os ids mais usados. Os resultados dessa pesquisa so apresentados na figura 2.

    3 Disponvel em

  • Figura 2 - 20 classes e id's mais utilizados4

    Baseado no resultado apontado por estes dois estudos desenvolvidos pela

    Google e pela Opera sobre as classes e ids mais utilizados, foram propostas novas tags para o HTML 5, as tags descritas na tabela abaixo.

    Define um artigo. Um artigo deve ser algo

    independente, por exemplo, um post de

    um blog, de um frum, comentrios.

    Define um contedo secundrio de uma

    pgina, por exemplo, um menu secundrio

    ou um banner de anunciantes.

    Define um contedo de udio. Usando

    src=nome do arquivo pode ser definido a fonte do udio.

    Define grficos. A tag canvas apenas

    define um container para grficos. Para

    poder desenhar necessrio usar

    Javascript.

    Define um boto de comando, utilizado

    em inputs tipo button, como radio,

    checkbox, etc. A tag deve

    ser usada dentro da tag . Se ela

    no estiver dentro s poder definir um

    atalho de teclado.

    Define uma lista dropdown com opes

    especificas. Quando usado com um input,

    possvel definir os possveis valores para

    o input.

    Define detalhes de um elemento. Esses

    4 Disponvel em

  • detalhes podem ser apresentados ou

    suprimidos dependendo se o atributo

    open estiver especificado.

    Define um contedo externo que ir

    interagir com um plugin.

    Define um rodap de uma pgina.

    Define um cabealho de uma pgina.

    Define uma marca ou um destaque no

    texto. Tag usada para destacar um texto

    com um background diferente.

    Define algo mensurvel. Essa tag usada

    quando se tem predeterminado um valor

    mnino e mximo.

    Define links de navegao, por exemplo,

    um menu.

    Define um resultado de um clculo.

    Define um progresso de um tipo de tarefa.

    Pode ser usado em um progresso de

    download.

    Define uma seo do contedo. Pode ser

    usado para organizar captulos,

    cabealhos, rodap, etc.

    Define a fonte de um elemento como

    udio ou vdeo.

    Define uma data ou um tempo.

    Define um vdeo.

    4. Novas APIs do HTML 5

    O HTML 5 adiciona novas tags e remove outras que estavam em desuso. Entretanto, a

    principal novidade fica a cargo das novas APIs suportadas pela linguagem. Nesta seo detalharemos algumas dessas novas APIs, citadas a seguir: novos elementos de formulrio, geolocalizao, udio e vdeo, canvas, APIs de comunicao, aplicaes offline, armazenamento local, web sockets, web workers.

    4.1. Novos campos de formulrio

    Um dos principais problemas do HTML 4 era a reduzida quantidade de campos de

    formulrio especficos. Quando era necessrio usar um campo de formulrio especifico,

    para, por exemplo, realizar a validao de um campo de data, era preciso recorrer ao

    Javascript. O HTML 5 traz novos campos de formulrio [Dive into HTML5, 2009] para

    atender essa necessidade. Se o navegador utilizado pelo usurio no reconhecer o novo

    campo de formulrio ele tratar o mesmo como se fosse um tipo texto. As subsees a

    seguir apresentam esses novos campos.

    4.1.1. Tipo email

    Utilizado para validao de campos contendo endereos de email. Quando declarado

    com o atributo required, valida o campo de email, tendo sua sintaxe da seguinte forma:

  • Pode-se definir o atributo mutiple, o que possibilita ao usurio digitar vrios emails

    separados por vrgula.

    4.1.2. Tipo url

    Utilizado para campos de url, o navegador Opera mostra uma lista com as ultimas url

    vlidas, declarado da seguinte forma:

    4.1.3. Tipos data

    Utilizado para campos de data, sem a necessidade de usar Javascript, declarado da

    seguinte forma:

    Usado para campos de data, apresenta um calendrio.

    Podemos ver o comportamento do navegador Opera na figura 3.

    Figura 3 - Calendrio apresentado no Opera

    Usado para campos de ms.

    Usado para campos de semana.

    Usado para campos de hora e minutos.

    Usado para campos de data, o Opera apresenta um calendrio.

  • Usado para campos de data local, apresenta um calendrio.

    4.1.4. Tipo numrico

    Utilizado para campos numricos, no permite a entrada um caractere que no seja

    numrico, implementado apenas pelo Opera, declarado da seguinte forma:

    Permite os atributos min, max e step que define um valor mnino, mximo e o intervalo

    respectivamente.

    4.1.5. Tipo slider

    Utilizado para campos de slider, declarado da seguinte forma:

    Podemos ver como o campo tipo slider funciona na figura 4.

    Figura 4 - Slider

    4.1.6. Tipo pesquisa

    Utilizado para campos de pesquisa, declarado da seguinte forma:

    4.1.7. Tipo telefnico

    Utilizado para campos de pesquisa, declarado da seguinte forma:

    4.1.8. Tipo paleta de cor

    Utilizado para mostrar uma paleta de cor ao usurio, declarado da seguinte forma:

    4.2. Geolocalizao

    A API de geolocalizao define uma forma de informar a localizao do usurio em um

    mapa baseado na sua latitude e longitude. Existem muitas formas de fazer isso, por

    exemplo, usando o endereo de IP do usurio, atravs da conexo de rede do usurio,

    por meio de uma triangulao das torres de celulares mais prximas ao usurio ou ainda

    via satlite atravs de um GPS.

  • Essa nova API centraliza todas as propriedades em um objeto global navigator,

    por exemplo, navigator.geolocation.

    Para compartilhar a localizao preciso autorizar o navegador a usar a

    informao de usa localizao, como mostrado na figura 5.

    Figura 5 - Autorizar geolocalizao

    Depois de autorizar a localizao o mapa mostrado como mostra figura 6.

    Figura 6 - Geolocalizao

    4.3. udio e vdeo

    Para adicionar contedo de udio e vdeo em uma pgina no HTML 4 era necessrio

    usar a tag . Esta tag alm de no possuir nenhuma semntica associada a ela,

    ainda necessitava a utilizao de um plugin externo instalado no navegador (por

    exemplo, o Flash Player) para executar o udio e o vdeo.

    O HTML 5 contorna esse problema adicionando as tags e a

    sua especificao. Com elas no mais necessrio a utilizao de um plugin externo

    para executar arquivos de udio e vdeo, uma vez que os navegadores que suportarem o

    HTML 5 reconhecero essas duas tags nativamente. Para integrar um udio na pgina a

    seguinte sintaxe pode ser usada:

    Podemos ver um exemplo do player de udio na figura 7.

    Figura 7 Tag audio

    De forma similar, para inserir um vdeo na pgina usamos a seguinte sintaxe:

  • Podemos ver um exemplo do player de vdeo na figura 8.

    Figura 8 - Tag video

    4.3.1. Atributos

    Com as novas tag de udio e vdeo surgem tambm os seus atributos. A seguir

    apresentado um breve descritivo de cada um deles, comeando com os atributos da tag

    audio:

    autoplay Permite que o vdeo comece a tocar

    automaticamente, quando a pgina

    carregada.

    controls Apresenta os controles do vdeo como

    play, pause e stop.

    loop Especifica que o vdeo vai ficar tocando

    continuamente.

    preload Especifica que o vdeo tem que estar

    carregado no buffer para poder tocar.

    A tag video possui os mesmos atributos acima e mais os que seguem:

    audio Define o estado do udio do vdeo, aceita

    o valor muted para deixar o video sem som.

    poster Apresenta uma imagem que faz uma

    referncia ao vdeo, como uma thumb.

    height Define a altura do vdeo.

    width Define a largura do vdeo.

  • Para execultar em um navegador, todo audio e video necessita de um container e

    de um codec. As sees abaixo descrevem esses dois conceitos alm de mostrar como

    funcionam.

    4.3.2. Containers

    Um container algo semelhante a um arquivo zip, ou seja, um arquivo que contm

    vrios outros arquivos. Dentro de um container de udio e vdeo temos as faixas de

    vdeo, as faixas de udio e os metadados. Os metadados so informaes do arquivo

    que ser executado, tais como: autor, legenda e tempo de durao. Dentre os containers

    mais populares temos:

    Audio Video Interleave, utiliza a extenso .avi;

    Flash Video, normalmente utiliza a extenso .flv. As verses mais recentes do Flash Player suportam o container MPEG-4;

    MPEG-4, normalmente utiliza a extenso .mp4 em containers da Apple antigo QuickTime utiliza extenso .mov;

    Mastroka, utiliza a extenso .mkv;

    Ogg, utiliza a extenso .ogv. Ogg um container baseado em software livre;

    WebM, utiliza a extenso .webm. De todos os containers WebM o mais recente, foi anunciado em 2010 pela Google, muito similar ao Mastroka.

    4.3.3. Codecs

    Codecs so algoritmos usados para codificar e decodificar arquivos de udio e vdeo.

    Quando o usurio est assistindo um vdeo, o codec interpreta o container, busca quais

    faixas de udio e vdeos esto disponveis e decodifica as faixas de udio e vdeo.

    Dentre os codecs de vdeo mais populares temos:

    H.264;

    VP8;

    Ogg Theora.

    Dentre os codecs de udio mais populares temos:

    AAC;

    MPEG-3;

    Ogg Vorbis.

    4.4. Canvas

    O HTML 5 define o elemento canvas, para renderizar grficos, jogos e outras imagens.

    O canvas ocupa uma regio retangular na pgina. Entretanto, para possibilitar que o

    desenvolvedor desenhe na rea delimitada pelo elemento canvas, necessrio usar

    Javascript. Para adicionar um canvas na pgina o desenvolvedor deve utilizar o cdigo

    HTML abaixo e logo aps definir o contexto de renderizao 2D:

    4.5. Armazenamento local

  • No HTML 4 a nica forma existente para se armazenar dados locais eram os cookies5.

    Porm, a utilizao de cookies acarretava alguns problemas [The Unofficial Cookie

    FAQ, 2011], como por exemplo:

    Limitao de espao de 4KB;

    Os cookies usam requisies HTTP para tudo, o que torna as aplicaes lentas;

    Cookies no podem ser criptografados a menos que a aplicao rode por SSL.

    A remodelagem do armazenamento local era necessria devida alguns fatores, tais

    como: a necessidade por um maior espao de armazenamento; armazenamento de dados

    tanto no cliente quanto no servidor; e possibilidade de realizar persistncia dos dados.

    O HTML 5 traz uma soluo para esse problema gerado pelo armazenamento local,

    guardando um par chave - valor dentro do navegador do usurio (como j faziam os

    cookies). A capacidade de armazenamento pode chegar at 5MB.

    O conceito de armazenamento local se baseia em um par de dados com uma chave e

    um valor. A chave utilizada do tipo string, entretanto ela at pode suportar valores

    booleanos, nmeros inteiros ou flutuantes. No entanto, o dado armazenado sempre sob

    a forma de string. Por isso, quando um certo dado for recuperado ele deve ser

    convertido para o seu tipo, atravs de funes como parseInt(), que converte um valor

    em inteiro, ou parseFloat() que converte um valor em flutuante.

    Para utilizar o armazenamento local, o usurio deve utilizar o objeto Javascript

    localStorage como um array associativo e definir os mtodos getItem() e setItem(), por

    exemplo:

    localStorage.setItem(bar, foo); localStorage.getItem(bar);

    4.6. Aplicaes offline

    O HTML 5 prev uma API para aplicaes offline, a qual permitir utilizar parte do site

    mesmo que este esteja desconectado da internet. Para isso o desenvolvedor do site

    precisar especificar quais pginas e arquivos estaro disponveis quando o usurio

    estiver offline.

    Para que a aplicao funcione, os arquivos que faro parte dela, como HTML,

    CSS ou Javascript devem ser indicados no arquivo com extenso manifest6. Os arquivos

    especificados ficaro armazenados em cach, fazendo com que quando o usurio estiver

    executando a aplicao em modo offline e for modificar algum status na pgina, como

    por exemplo, enviar um email, isso seja refletido quando ele tornar a ficar online.

    5. Concluso

    5 Cookies so grupos de dados trocados entre o navegador e o servidor das pginas, os quais so

    colocados em um arquivo de texto criado no computador do usurio. A sua funo principal a de manter

    a persistncia de sesses HTTP. 6 Arquivo que lista os arquivos que sero baixados pelo navegador e deixados em cach.

  • Ao longo deste trabalho foi apresentada a histria do HTML, as tags que no fazem

    mais parte da especificao, as novas tags do HTML 5 alm de um detalhamento de

    algumas das principais novas APIs que surgiram no decorrer do tempo.

    Com a sua nova especificao, o HTML 5 no ser mais apenas uma linguagem de

    marcao. O HTML se transformou em uma linguagem de marcao que trabalha em

    conjunto com um grupo de APIs Javascript, que tornam essa especificao uma ferramenta poderosa de desenvolvimento Web. Este trabalho apresentou as principais

    APIs que j esto em implementao pela W3C. Porm, uma srie de outras APIs que j esto em fase de implementao no foram mencionadas, como por exemplo:

    API postMessage: Permite comunicao de forma segura entre frames, abas e janelas de um navegador;

    IndexDatabase: Permite indexar o banco de dados em conjunto com a API Storage;

    SQL Database: Permite fazer consultas SQL no banco de dados indexado pelo IndexDatabase;

    Web Workers: Otimiza o processamento de Javascript evitando que o navegador trave com um processo;

    Web Sockets: Permite a comunicao cliente-servidor atravs de apenas uma requisio, tem aplicao em canais de bate-papo, por exemplo;

    WebGL: baseado em OpenGL7 e fornece um interface de programao de grficos 3D, utilizando a tag do HTML 5;

    API de notificao: Permite notifica o usurio com uma caixa de dialogo;

    API de arquivos: Permite a manipulao de arquivos entre o sistema de arquivos do computador e o navegador;

    API para orientao em dispositivos mveis: Permite integrao com o acelermetro dos dispositivos mveis;

    Foram criados tambm os atributos globais como, por exemplo:

    Contenteditable: Permite que o usurio edite o contedo de um determinado elemento;

    Drag in drop: Permite arrastar e soltar elementos;

    Hidden: Oculta o elemento sem uso de CSS;

    Spellcheck: Verifica a ortografia de um elemento.

    Em paralelo a isso temos APIs que esto em desenvolvimento e ainda no implementadas por nenhum navegador como, por exemplo:

    API de stream: Permitir manipulao de eventos em udio como, por exemplo, quando o udio comear ou terminar de tocar.

    API Device: Permir o reconhecimento de dispositivos externos conectados ao computador como uma webcam ou um microfone;

    7 API utilizada na computao grfica, para desenvolvimento de aplicativos grficos, ambientes 3D, jogos

    entre outros.

  • API touchscreen: Permitir manipulao de eventos em telas sensveis ao toque como, por exemplo, quando um elemento arrastado para direita ou

    esquerda.

    O HTML 5 ainda est em processo de desenvolvimento e a W3C espera que a sua

    implementao entre em vigor at 2014. Isso fez com que em fevereiro de 2011 a W3C

    lanasse a ltima chamada para os trabalhos da especificao, como noticia que segue:

    Em maio de 2011, o Grupo de Trabalho vai avanar para o "Last Call" do HTML5, que um

    convite para comunidades dentro e fora do W3C para confirmar a adequao tcnica das

    especificaes. A seguir, o grupo mudar o foco para reunir ao resultados de testes de

    implementao. O W3C est desenvolvendo uma sute de testes abrangentes para alcanar a

    interoperabilidade ampla para a especificao completa em 2014, a data prevista para a

    Recomendao. [W3C, 2011]

    O HTML 5 ainda no est pronto para ser usado, entretanto os navegadores mais

    modernos j esto implementando a maioria das propriedades descritas nesse trabalho.

    Este novo padro adicionar mais semntica e melhorar a estrutura das pginas

    disponibilizadas na Web o beneficiando assim o desenvolvimento de mecanismos de

    busca cada vez mais eficientes assim como tambm leitores de tela.

    Referncias

    W3C, disponvel em:

    http://www.w3.org/ (20/09/2010).

    HTML 4.01 Specification, disponvel em:

    http://www.w3.org/TR/html401/ (01/10/2010).

    HTML 5, disponvel em:

    http://dev.w3.org/html5/spec/Overview.html (01/10/2010)

    WHAT open mailing list announcement, disponvel em:

    http://www.whatwg.org/news/start/ (04/10/2010)

    A Brief History of the Development of SMDL and HyTime, disponvel em:

    http://www.sgmlsource.com/history/hthist.htm (10/10/2010)

    Hypertext Markup Language - 2.0, disponvel em:

    http://www.w3.org/MarkUp/html-spec/html-spec_toc.html (15/10/2010)

    Introducing HTML 3.2, disponvel em:

    http://www.w3.org/MarkUp/Wilbur/ (23/10/2010)

    XHTML Extended Forms Requirements, disponvel em:

  • http://www.w3.org/TR/1999/WD-xhtml-forms-req-19990830.html (02/11/2010)

    XForms 1.0, disponvel em:

    http://www.w3.org/TR/2003/REC-xforms-20031014/ (02/11/2010)

    Extensible Markup Language (XML), disponvel em:

    http://www.w3.org/XML/ (20/01/2011)

    The Unofficial Cookie FAQ, disponvel em:

    http://www.cookiecentral.com/faq/ (30/01/2011)

    Opera, disponvel em:

    http://www.opera.com / (21/06/2011)

    Dive Into HTML 5, disponvel em:

    http://diveintohtml5.org/forms.html (10/04/2011)

    W3C confirma Last Call do HTML5 para maio de 2011 e padro completo para 2014,

    disponvel em:

    http://www.w3c.br/Noticias/W3cConfirmaLastCallDoHtml5ParaMaioDe2011E

    PadraoCompletoPara2014 (22/06/2011)