O Grupo com 30 Milhoes de Fabricas
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O Grupo Econômico com 30 Milhões de Fábricas
1. Grupo Econômico 2. Identidade de Grupo
3. A Mãe e os 30 Milhões de Filhos 4. Uma Fábrica
5. Olhando os Produtos da Fábrica 6. A Finíssima Lâmina do Dia Fabricado
7. Superfino 8. A Elegância de Mamãe
9. Que Bela Esposa 10. A Casa e os Cuidados de Mamãe
Vitória, quinta-feira, 07 de maio de 2009. José Augusto Gava.
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Capítulo 1 Grupo Econômico
Se não se pode dizer que seja econômico à maneira da psicologia
humana pode-se dizer que é ao modo biológico-p.2: dizem (por estimativas) que há na Terra 30 milhões de espécies, algumas em processo rápido de desaparecimento em razão das queimadas.
E bota econômico nisso, porque as utilidades são todas trançadas, umas fábricas trabalhando para as outras e todas para todas.
QUEIMANDO DINHEIRO (só podem ser doidos; biopatrimônio irrecuperável está sendo transformado em fuligem, em cinzas)
Seria útil estabelecer um programa mundial de preservação de
espécies, comprando-as dos agropecuaristas (que tirariam dinheiro disso). Quantos são 30 milhões: São Paulo - o estado mais populoso do
Brasil - atingiu 40 milhões de habitantes depois de 500 anos de colonização e crescimento desenfreado até por migração. Quantas nações têm mais que isso? Imagine só que não sabemos fazer nem uma dessas espécies (o máximo que atingimos é a clonização: a natureza foi que fez, antes, e continua montando agora); não saberíamos nem por onde começar se fôssemos planejar uma espécie desde o desenho na bioprancheta – sem falar que seria preciso imaginar seu ambiente, pois ela não existiria sozinha.
O QUE SÃO 30 MILHÕES DE ESPÉCIES (é uma rede, um colegiado, uma coletividade de ações e processamentos)
Rede urbana (a de São Paulo tem umas 70
mil ruas)
Rede de computadores
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Rede de universidades (existem cerca de
oito mil no mundo)
Rede de transmissoras de TV. REDES BRASILEIRAS
Rede Brasileira de Comunicação - www.rbc.org.br Rede Brasileira de Educação Ambiental - www.rebea.org.br Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental - REMTEA
www.univag.com.br/remtea Rede Mineira de Educação Ambiental - RMEA
www.grupos.com.br/grupos/rmea Rede Paulista de Educação Ambiental - REPEA
www.repea.org.br
Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental - REASul www.reasul.univali.br
Rede Agenda 21 Brasileira - REAGE21- www.redeagenda21.org.br
Rede Acreana de Educação Ambiental - ReAcre www.ufac.br Rede Pantanal de Educação Ambiental - Aguapé
www.redeaguape.org.br Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro www.grupos.com.br/grupos/redeeducacaoambiental/
Rede de Centros de Educação Ambiental - Rede Ceas www.redeceas.esalq.usp.br/rede.htm
Rede DLIS - www.rededlis.org.br Rede de Informações para o Terceiro Setor - RITS
www.rits.org.br Rede Feminista de Saúde - www.redesaude.org.br
Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis - OPAS www.comunidadesaudavel.unicamp.br Inter-Redes - www.inter-redes.org.br
Small World Project - smallworld.columbia.edu/ Rede Semente Sul - www.sementesul.ufsc.br
Rede Sementes do Cerrado - www.sementesdocerrado.bio.br Rede Sementes do Pantanal - www.ead.ufms.br/sementes
ASA - www.asabrasil.org.br Enfim, não é fácil chegar a 30 milhões. E INTERCONECTAR 30
milhões, gerar tal complexidade em que o lixo de um é a comida de outro é mais difícil ainda: significa 30 milhões de pontos num círculo com ligações multíplices entre todos e cada um.
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Capítulo 2 Identidade de Grupo
MATRIZ OU NATUREZA EXTREMAMENTE COMPLEXA (ao realizar as queimadas estamos queimando complexidade, estamos ficando mais pobres; espécies não
são apenas moléculas, são moléculas EM PROGRAMÁQUINAS, programas-máquinas, programas girando nas máquinas, operando nelas e criando
produtos que não sabemos fazer) - experimente fazer a mais simples que seja das espécies (só a espécie dos cães tem 800 raças), desenhando na
bioprancheta e construindo-a não em aço e plástico como modelo, mas de fato, com moléculas!
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Em suma, nossa época de desperdiçar é quando somos filhos, não quando trabalhamos e somos pais e mães. Seria interessante montar um cenário de TV com um peixe vivo, depois morto, depois escamado, depois estripado, depois fatiado e a seguir pedir a alguém para fazer o caminho inverso, da remontagem.
UM PEIXE (construa um assim)
São fábricas extremamente complexas. NO QUINTAL DA CASA ONDE MODO DE ALUGUEL HÁ UMA FÁBRIC
Classificação científica Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta Classe: Magnoliopsida
Ordem: Laurales Família: Lauraceae
Género: Persea Espécie: Persea americana
É uma árvore de grande porte, de crescimento rápido, ultrapassando os 30 metros de altura, nativa da América Central e México. Possui folhas coriáceas, lanceoladas e lustrosas e flores pequenas (5 a 10 mm de diâmetro) de um verde esbranquiçado. Os frutos são bagas ovóides ou piriformes (em forma de pera), de casca verde-escuro e polpa cremosa, adocicada, rica em gordura, de cor verde-clara ou
amarelada, com uma única semente grande esférica, de 3 a 5 cm de diâmetro
A (é um abacateiro; veja seus produtos a seguir – são chamados de “abacates” e já vêm embalados numa linda casca)
Abacate
Fruto do abacateiro, o abacate tem forma semelhante a da pêra, casca áspera de cor verde ou violeta, polpa macia comestível e
caroço grande e liso, sendo mais um dos alimentos que a América Central ofereceu ao mundo. O abacateiro é uma árvore originária
da Guatemala, Antilhas e México, o que pode ser notado no próprio nome da fruta, pois abacate vem da palavra asteca awakatl, nome da planta na língua natural dos mexicanos. É muito cultivada por toda parte, tanto pelo fruto saboroso, de grande valor nutritivo, quanto pelas folhas com propriedades
diuréticas, além de conter 20 a 25% de óleo usado em perfumaria.
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O abacate tem alta taxa de gordura, sendo muito rico em calorias, o que torna contra-indicado para regimes de
emagrecimento ou de manutenção de peso. No entanto, como sua gordura é fácil de assimilar pelo organismo,
pode constar da dieta de quem tem problemas digestivos. Além disso, contém vitaminas A e do complexo B e alguns sais minerais como ferro, cálcio e fósforo.
Existem mais de quinhentas variedades de abacateiros, o que explica os muitos tipos de abacate, diferentes na
forma, tamanho e cor. Entre os tipos mais conhecidos encontram-se o manteiga (em forma de pêra, com polpa macia e sem fibras), o guatemala (com forma de ovo e
casca rugosa, maior que o manteiga) e o pescoço (parecido com o manteiga, mas um pouco mais alongado).
Os melhores abacates são os mais pesados e firmes, tem polpa macia e gordurosa, com sabor característico e delicado (antes de ficar maduro, ele
tem polpa dura e esbranquiçada). Algumas vezes, tem manchas de cor marrom-clara na casca, mas esse é um defeito apenas superficial que não afeta a qualidade do fruto. Para saber se estão no ponto, é só fazer uma
ligeira pressão com os dedos: os de casca fina cedem logo, os de casca mais grossa oferecem um pouco mais de resistência. Os abacates duros ou bem firmes, embora possam ter todas as características de boa qualidade, não
estão prontos para o consumo imediato, devendo ser amadurecidos. O abacate deve ser guardado em lugar fresco e arejado. Quando ainda
verde, não convém colocá-lo na geladeira, pois o frio interrompe o processo de maturação. Depois de descascado, deve ser imediatamente consumido,
porque, em contato com o ar, a polpa escurece. Para evitar o escurecimento imediato da polpa, passe um pouco de limão na superfície do fruto. Como o abacate maduro é muito sensível, amassando-se com muita facilidade, deve evitar-se que fiquem empilhados na fruteira ou no recipiente no qual são
guardados. Para cortar e limpar o abacate, lave-o bem sob água corrente e enxugue.
Corte-o ao meio, no sentido do comprimento, torça delicadamente as duas metades para separá-los e, com a ponta de uma faca, retire o caroço.
Dependendo do uso, corte-o em fatias e descasque. No Brasil, o abacate é consumido ao natural com açúcar, como sobremesa. No entanto, em outros países é mais apreciado em saladas, bem temperado
com vinagre, pimenta e maionese. Em pratos doces, o abacate combina muito bem com limão, leite, creme de leite e leite condensado, na
preparação de sorvetes, cremes, musses e bebidas. Em pratos salgados, vai bem com camarão e lagosta, em saladas ou acompnahndo pratos fortes.
DICAS CULINÁRIAS:
para saber quanto comprar, calcule que 3 abacates são suficientes para fazer um creme para 6 pessoas.
se o abacate ainda estiver verde, deixe-o enterrado em farinha de trigo que logo ficará maduro.
para que o creme de abacate não escureça, depois de pronto coloque-o
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num prato fundo e ponha o caroço da fruta, sem lavar, bem no meio do prato e guarde na geladeira até o momento de servir.
para pratos salgados, só use abacates bem maduros. Caso contrário, ficarão muito amargos, dando sabor desagradável.
para que o abacate cortado não escureça, passe uma camada fina de manteiga na parte cortada.
quando for usar só uma metade do abacate, deixe a outra metade com o caroço. Isto evita que se deteriore com rapidez.
para conservar abacate maduro, envolva-o com um pano úmido e coloque na geladeira. Quando o pano secar, volte a umedecer.
o abacate é indispensável numa boa vitamina. quando for comprar prefira os abacates grandes, com caroço preso, casca
verde-clara e sem manchas. o creme de abacate feito com açúcar e um pouco de leite, fica melhor
quando misturado com pedacinhos de amendoim torrado, salgado e sem casca. Também fica ótimo com castanha de cajú.
CURIOSIDADES: algumas tribos da Amazônia usam os brotos do abacateiro para
combater doenças dos pulmões. nas Antilhas o abacate é considerado um afrodisíaco.
o abacate era antigamente chamado de "pêra-de-advogado". o frio é um dos principais inimigos do abacateiro.
A segunda natureza, N.2, psicológica-p.3, humana, produziu muitas novidades em relação ao anteriormente existente e a humanidade é atualmente capaz de fazer milhões de objetos diferentes, numa profusão inacreditável de máquinas, equipamentos, instrumentos, programas, aparelhos, que não só não daríamos conta de ver como sequer de listar, se digitássemos um por segundo.
Capítulo 3 A Mãe e os 30 Milhões de Filhos
FILHO DA MÃE (Mamãe é uma cornucópia, um corno que copia intensa e inesgotavelmente seres que se adaptam aos ambientes e vice-versa)
A generosidade de Mamãe.
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Mamãe teve 30 milhões de filhos, mas eles estão brigando entre si (um deles é
especialmente perverso, mas também salvador).
É o tampinha aí.
Mamãe não pergunta quem está pedindo, ela apenas dá. A Vida de Mamãe se conta em bilhões de anos, ao todo 3,8
bilhões: Mamãe é bilionária, como já mostrei (em Convivendo com os Bilionários). Passou muitas dificuldades, especialmente com os grandes meteoritos que, uma vez há 270 milhões de anos, acabou com 99 % dela, e de outra vez, há 65 milhões de anos, acabou com 70 %; mas de cada vez ela se reergue e ressurge mais bela e diversificada.
Capítulo 4 Uma Fábrica
A PLANTA DA FÁBRICA
Corte vertical.
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Os operários trabalhando.
Propaganda.
Desenvolvimento do produto.
Exposição do produto.
Os consumidores.
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(JAG: utilidades do coco e do coqueiro). Coco, 1.001 utilidades
Franklin Valverde 25-ABR-2008
Hoje em dia os coqueiros e os cocos fazem parte da paisagem de nossas
praias, do Nordeste ao Sul do País. Mas nem sempre foi assim. Ao que tudo indica os primeiros cocos desembarcaram por aqui vindos da Índia Oriental,
transportados pelas caravelas portuguesas. Há quem aposte que esses frutos chegaram antes dos europeus, trazidos pelas correntes marítimas.
Seja qual for a maneira pela qual ele aqui chegou, isso não importa. O importante é que atualmente ele é um dos frutos mais apreciados pelos
brasileiros, que adoram o sabor refrescante de sua água e de sua deliciosa polpa. Aliás, sua branca polpa tem uma larga utilização na culinária.
O coco pode ser utilizado verde ou maduro, estando presente em uma série de doces e sobremesas. Quem nunca provou uma cocada? Essa delícia é um dos pratos que melhor representam a culinária nordestina. Em todos os
estados do Nordeste brasileiro encontramos uma receita exclusiva de cocada, com pequenas variantes de um lugar para outro, o que marca a
predileção da região pela iguaria. Além dela o coco está presente em inúmeros bolos, balas e manjares. Mas não é só entre os doces que ele é encontrado. O seu leite, que é extraído na prensagem da polpa ralada, é
ingrediente indispensável para a elaboração de moquecas e vatapás, pratos muito consumidos na Bahia. Se isso não bastasse, o coco é um alimento
riquíssimo em proteínas, sais minerais e as vitaminas A, B1, B2, B5 e C. A sua gordura é ótimo substituto da gordura de origem animal, sendo
largamente utilizada na fabricação de margarina, detergentes, sabões e cosméticos.
Já a utilização de sua água merece um capítulo à parte. Além de deliciosa e refrescante, ela pode ser considerada uma panacéia. Se o seu problema for
de pele, ela pode hidratar e amaciar. Quem tem colesterol alto poderá reduzi-lo com o seu consumo regularmente. A água de coco também repõe as energias, além de ser um calmante natural. Para as crianças tanto serve
no combate da verminose infantil como da desidratação. Para os idosos previne e ajuda no tratamento das artrites. Enfim, é preferível gastar no consumo de água de coco do que na farmácia. Além de tudo isso, como
dizia Lavoisier, que na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma, as fibras externas do coco e sua dura casca interna são
utilizadas na confecção de tapetes, chapéus, esteiras e outros objetos adorno, fazendo a alegria dos criativos artesãos.
De quantos modos os produtos primários da Natureza viva na Terra participam da sócioeconomia humana? Seria preciso pesquisar e listar (penso que seria um assombro).
Capítulo 5 Olhando os Produtos da Fábrica
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OS VÁRIOS PRODUTOS, POR SUPERGRUPOS
FUNGOS (pequenininhos e valentes) (ou reinos)
PLANTAS (são belas)
ANIMAIS (uma variedade encantadora)
PRIMATAS (tirando uma soneca)
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DENTRE OS ANIMAIS, TRÊS PODEMOS JUNTAR AO PAPO-CABEÇ
golfinhos
A (têm cérebros grandes, em comparação com os nossos; só não são tão enovelados)
elefantes baleias
OS PRIMOS QUE QUASE DESTRUÍMOS
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Multiplicando os 3,8 bilhões de anos pelas ameaças sofridas pela
Vida, depois pela complexidade das redes, a seguir pelos produtos desenvolvidos e também pelo espalhamento das espécies, que número obteríamos?
Estamos em muito boa companhia. Porém essa companhia, Cia. da Vida, não apareceu nem foi
formada da noite para o dia.
Capítulo 6 A Finíssima Lâmina do Dia Fabricado
Como inventamos os segundo, os minuto, as hora, os dia, os
meses e os anos (existem como fenômenos físicos, mas estes não têm nome) estendemo-los por toda parte. Dizemos que um ano está 365/2 dias à esquerda e à direita; como convencionamos começos e fins, de quando começamos convencionalmente o ano em primeiro de janeiro de 2009 percorremos aparentemente até esta data em 13 de junho de 2009 (sábado) 164 dias do ano.
É só contagem. Na realidade não existe ano, mês, dia, hora, minuto e segundo: o
que existe é o tempo de Planck, o coração do universo, que bate 1044 vezes num segundo. Vivemos numa lâmina finíssima.
A LÂMINA DE PLANCK
Mais fina que a lâmina da gilete ou o fio da navalha.
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O DIA FABRICADO (TODOS OS DIAS, dia após dia a Natureza vai fabricando tudo na Terra em termos biológicos-p.2 e psicológicos-p.3, enquanto o Sol produz suas reações para enviar-nos e a toda a sua volta energia abundante) – não foi fácil fazer tudo isso. Como dizem os idiotas, “foi uma luta, viu” (mas neste caso eles estariam certos, foi a luta pela sobrevivência do grupo mais hábil)
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A VIDA INAUGURA UM DIA NOVINHO EM FOLH
Tarde Em Itapoã
A (a cada tempo de Planck o universo está sendo inaugurado)
(Vinicius de Moraes)
Um velho calção de banho O dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho E um arco-íris no ar
Depois na praça Caymmi Sentir preguiça no corpo E uma esteira de vime
Beber uma água de coco
É bom Passar uma tarde em Itapoã Ao sol que arde em Itapoã Ouvindo o mar de Itapoã Falar de amor em Itapoã
Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha E com olhar esquecido
No encontro de céu e mar Bem devagar ir sentindo
A terra toda a rodar
É bom Passar uma tarde em Itapoã Ao sol que arde em Itapoã Ouvindo o mar de Itapoã Falar de amor em Itapoã
Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz E o diz-que-diz-que macio Que brota dos coqueirais
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E nos espaços serenos Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos Da lua de Itapoã
É bom
Passar uma tarde em Itapoã Ao sol que arde em Itapoã Ouvindo o mar de Itapoã Falar de amor em Itapoã
A Natureza diagramando os dias. FIS02012 - Cosmologia e Relatividade
Profa. Thaisa Storchi Bergmann Massa, comprimento, energia e tempo de Planck:
Seja o Princípio da Incerteza de Heisenberg: 1 hx p2 2
∆ ∆ ≥π
Seja o momentum máximo de uma partícula: p mc∆ =
De acordo com o Princípio da Incerteza, este momentum máximo corresponde a um Δx mínimo:
1 hx2 2 mc
∆ ≥π
Que, dentro de uma ordem de magnitude, corresponde ao comprimento de onda de Compton
ch
mcλ =
Agora, dada uma massa 'm', define-se o seu "raio de influência": 2
2 2m'v Gmm' Gmr
r r v= → =
Define-se o raio do "horizonte causal" como correspondendo a v=c, pois a máxima velocidade com que podemos transferir informação no Universo é c:
2Gmlc
=
Este raio é também chamado de Raio Gravitacional. Quando o raio do horizonte causal se aproxima ao comprimento de Compton, processos quânticos dominam e a teoria da relatividade não vale mais. Este
limite define a massa de Planck: 5Pl
Pl2Pl
Gm h h cm 2,1767 10 gc 2 m c 2 G
−= → = = ×π π
Podemos defini-la como:
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1) "A massa cujo Raio Gravitacional (que é igual ½ do Raio de Schwarzschild) é da ordem do seu Comprimento de Planck."
Exercício: Provar a afirmação acima. 2) "A maior massa que cabe dentro do Comprimento de Planck."
3) "É a massa para a qual os efeitos gravitacionais ficam da ordem dos efeitos quânticos."
4) Ou ainda: Pelo princípio da incerteza, o mínimo comprimento associado a uma partícula é da ordem do seu Comprimento de Onda de Compton, e a
máxima massa que cabe dentro de um volume com este raio é a Massa de Planck.
Comprimento de Planck: Definido como sendo igual ao 1/2π vezes o comprimento de onda de Compton da massa de Planck:
33Pl 3
Pl
1 h h G 1,616 10 cm2 m c 2 c
−λ = = = ×π π
O tempo para a luz percorrer esta distância é o Tempo de Planck: 44Pl
Pl 5h Gt 5,3906 10 s
c 2 c−λ
= = = ×π
52 9 19
Pl Plh cE m c 1,956 10 J 1,22 10 GeV2 G
= = = × = ×π
Finalmente, a Energia de Planck é a energia de repouso correspondente à massa de Planck:
Quando o dia “começa” convencionalmente à zero hora mais um infinitésimo de tempo tudo isso vem pronto e nos é entregue.
A LAREIRA É ACESA NA CASA DE MAMÃE (para quem acorda)
A luminária pelo lado de fora.
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Enfim, para que você e eu vivamos o próximo segundo muita
coisa está em andamento, além de nossa própria autoconstrução sobre a base que a Natureza nos deu.
Capítulo 7 Superfino
Ora, você há de convir que cada dia que é fabricado, cada t.(ep)3
[tempespaço cúbico de Planck] que é tijolo deste universo tem todas essas dimensões, de início potenciais, depois reais na medida da realiz/ação, ação permanente de realizar.
1. TODAS ESSAS DIMENSÕES
2. biológicas-p.2 reais físico-químicas potenciais
3. 4. informacionais-p.4 FUTURAS
psicológicas-p.3 PASSADAS
5. cosmológicas-p.5 6. dialógicas-p.6 Embora o universo inteiro não esteja aqui por nós (nem de
longe), é bem verdade que todo ele estar agoraqui nos faz ricos como somos: ter um planeta que passou por três dessas fases e está às vésperas de passar mais uma janela para a informática-p.4 é uma graça alcançada.
Uma dessas riquezas é a biológica-p.2 toda estruturada, funcionando para produzir tais resultados potencializadores para a humanidade, que é a racionalidade daqui, esta a que está entregue a percepção, e a evolução da compreensão nesse nível.
ZIL BILHÕES DE OPERAÇÕES NOS SUSTENTAM (criarei esse conceito para dizer de algo inumerável, não menor que um bilhão)
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Coruscam à nossa volta os fios invisíveis dessas operações e não vemos nem uma fraçãozinha, mesmo os que estudam, quanto menos, muito menos os auto-suficientes. A Terra toda é uma bola extraordinariamente complexa, indescritível, exceto por i (ELI, Elea, Ele-Ela, Deus-Natureza). Nós não vemos, e por não vermos acreditamos saber, acreditamos poder explicar. Olhando de perto, cada linha de explicação se abre em milhares de outras e assim sucessivamente, de modo que mesmo 6,7 bilhões de pessoas trabalhando com vigor e persistência ainda estão – apenas com a mínima segurança - no primeiro patamar físico-químico.
SE AS PESSOAS FOSSEM REALMENTE ESPERTAS ESTARIAM DENTRO DE UM DOMO ESTUDANDO COM AFINCO OS PRODUTOS DA VIDA (e não olhando só para o espaço, porque aqui estão algumas das belas criações)
Domo da biodiversidade, a construir.
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Por quê nós construímos essas coisas fechadas à vida que são as
cidades? Por quê nos trancamos no humanismo, a superafirmação do humano? Por quê nos travamos para a vivência plena? Vivemos angustiados, sempre correndo para frente, sempre acumulando, sempre escravos.
Podíamos ser muito elegantes, tal como Mamãe é, descontada a presença destruidora e poluidora da humanidade.
Capítulo 8 A Elegância de Mamãe
AS VÁRIAS FACES DE MAMÃE-NATUREZ
nível físico-químico (bem no começo, formação de planetas)
A (ela caminha para Papai-Deus)
nível biológico-p.2
nível psicológico-p.3 (ainda engatinhando)
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nível informacional-p.4 (ainda por nascer)
Há alimento para bilhões de vidas em cada planeta racional para
todo o sempre, se as pessoas forem ajuizadas. Nós na Terra não somos, temos feito muitas besteiras.
Mamãe é supremamente elegante, apesar dos filhos desajuizados. Ela, essa matriz que nos sustenta, ofereceu-nos um panorama nesses 3,8 bilhões de anos de vida - apenas na Terra -, e não é que um de seus filhos ameaça autodestruir-se? Porque Mamãe, ela mesma, nunca ou dificilmente o seria; recomeçaria para criar de novo uma espécie MAIS racional, que pudesse perdurar. Escolheria um de seus filhos e começaria do zero, pois já provou que pode esperar muito tempo.
Capítulo 9 Que Bela Esposa
Penso que você concordaria que se Mamãe fosse a mulher de
Deus, seria a mais bela das mães-mulheres, pelo tanto que trabalhou e pelas belezas que colocou dentro de casa, arranjando-a para o guerreiro que volta.
MAMÃE CELESTIAL
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Capítulo 10 A Casa e os Cuidados de Mamãe É evidente que tudo isso de “Mamãe” e “Papai” é figurativo,
alegórico, pois Natureza e Deus são um só e não podem ser retratados assim; de fato, não podem ser retratados de jeito nenhum, razão pela qual uso i – o não-finito é inalcançável pelos racionais, pelos mortais, pelos localizados, os limitados.
O NÃO-FINITO
Drão
(não é possível compreender, não é possível delimitar)
Gilberto Gil
Drão o amor da gente é como um grão Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar plantar nalgum lugar Ressuscitar no chão nossa semeadura
Quem poderá fazer aquele amor morrer! Nossa caminhadura
Dura caminhada pela estrada escura Drão não pense na separação
Não despedace o coração O verdadeiro amor é vão, estende-se infinito
Imenso monólito, nossa arquitetura Quem poderá fazer aquele amor morrer!
Nossa caminhadura Cama de tatame pela vida afora Drão os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer aquele amor morrer Se o amor é como um grão!
Morre, nasce trigo, vive, morre pão. Drão
Nós tentamos enquadrar com símbolos, mas não tem jeito.
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Tudo isso é frustrante racionalidade.
A Natureza não se parece com mãe humana, nem Deus com pai humano ou de qualquer espécie racional em qualquer mundo; isso é apenas a velha antropomorfização, tornar humano o que é incompreensível.
Contudo, postas as diferenças, não existe nada de errado em se aninhar nos colos respectivos. Não tem problema, cada qual que veja como quiser, desde que saiba para onde não apontar a maior de todas as percepções coletivas (que também pode estar errada).
O fato é que a Terra é o ovo que Deus-Natureza pôs e fecundou, dele nascendo sucessivamente esses milhões de espécies, todas essas fábricas cruzadas que se sustentam mutuamente para o propósito de avançar. A Casa de Mamãe, a Terra, e os cuidados que ela exibiu diante dos eventos, a soma extraordinária que veio dar no presente momento, tudo isso é belo, de uma beleza estonteante, que nós não temos condição de perceber totalmente, senão numa fração mínima, que mesmo assim surpreende.
Quanto mais passa o tempo e mais a humanidade vai aprendendo mais intrincadamente composto e complexo parece o cenário, e cada ponto de antes mais se parece com uma esfera de dimensões desproporcionais.
Isso só pode trazer alegria, é ou não é? Vitória, sábado, 13 de junho de 2009. José Augusto Gava.
ANEXOS Capítulo 2
DIVERSIDADE E ADVERSIDADE José Maria Cardoso da Silva
Universidade Federal de Pernambuco, CCB, Departamento de Zoologia, Coordenador da Rede de Estudos Ambientais - CCB
E-mail: [email protected] &
Marcelo Tabarelli Universidade Federal de Pernambuco, CCB, Departamento de Botânica.
E-mail: [email protected]
TERRA: PLANETA DIVERSIDADE Vamos pensar na seguinte situação. Um alienígena chega à Terra para a sua primeira
vista. Após alguns dias de estadia, alguém o pergunta: Qual a palavra que melhor descreve o nosso planeta? Independente de onde o nosso amigo tenha vindo, a resposta
seria certamente: diversidade! Em todas as escalas espaciais, a diversidade é a principal característica do nosso planeta. Olhando do espaço é possível perceber a extraordinária diversidade de paisagens dentro de cada continente e cada oceano. Observe o mapa do nosso
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continente. Veja o quão diversificado ele é. Temos um pouco de tudo! De desertos até florestas exuberantes, de regiões com clima tropical até regiões cobertas
permanentemente por neve, de áreas localizadas no nível do mar até áreas com grandes altitudes. Cada uma destas paisagens é habitada por uma extraordinária diversidade de espécies. O número de espécies é tão grande, que talvez nunca vamos poder catalogá-
las todas. Desde Linnaeus, que iniciou o esforço de descrever todas as espécies de organismos da Terra tendo como referência um sistema nomenclatural eficiente, até agora, conseguimos somente descrever por volta de 1.400.000 espécies (Primack,
1993). Estimativas sobre o número de espécies existentes no nosso planeta variam de 2.000.000 a 150.000.000 (Primack, 1993). A diferença entre o número de espécies
descritas e o número total de espécies que deve existir dá uma idéia da magnitude do trabalho a ser feito pelos biólogos ao redor do mundo. Dentro de cada espécie, há ainda
mais diversidade, pois existem também diferenças entre populações e também entre indivíduos. Você quer contemplar esta diversidade? Vá a um lugar movimentado e observe as pessoas que passam. Observe a diversidade existente em nossa própria
espécie. Não parece ser infindável? A extraordinária diversidade existente na Terra é produto de 3,5 bilhões de anos de evolução. Aparentemente, nunca houve na história de
nosso planeta um período geológico com tantas espécies de organismos e sistemas biológicos como o período atual (Terborgh, 1992).
DIVERSIDADE E ADVERSIDADE
O que poucos sabem é que diversidade é a principal característica que determina a capacidade de sobrevivência de um sistema durante e após um período de adversidade. A grande diversidade de espécies foi o que permitiu a recuperação da vida em nosso
planeta após as várias crises pelas quais ele passou. Mudanças climáticas globais, movimentos de continentes, erupções vulcânicas, choques de meteoros, entre outros
fatores, alteraram e ainda alteram drasticamente a vida sobre a Terra (Salgado-Laboriau, 1994). Graças a diversidade de espécies existente nos momentos da crise, a vida se recuperou a partir das espécies sobreviventes e, através do processo evolutivo,
novas espécies surgiram para substituir aquelas que tinham sido extintas durante os períodos de adversidade.
Os ecossistemas existentes na Terra variam bastante na sua capacidade de resiliência, ou seja, a velocidade na qual um sistema retorna a uma condição inicial de equilíbrio
após perturbações consideráveis. Experimentos indicam que os ecossistemas pobres em espécies possuem menor resiliência do que os ecossistemas mais diversos (Begon et al.,
1996). No que diz respeito às espécies, sabe-se bem hoje que espécies com baixa diversidade genética possuem maior probabilidade de serem extintas do que aquelas
com grande diversidade genética (Avise, 1994). A noção de que diversidade é a base para superar adversidades pode ser também
aplicada às sociedades humanas. Exemplos não faltam. Maciel (1998) escreve que se o Brasil conseguiu manter a sua unidade territorial e lingüística foi graças a
extraordinária capacidade do nosso povo em valorizar a diversidade no seu sentido mais amplo. A democracia, o melhor dos sistemas políticos, requer diversidade de
opiniões e idéias. Economistas indicam que a diversidade de atividades econômicas é essencial para uma sociedade superar com sucesso às crises periódicas que atingem a
economia internacional. Nossos artistas não se cansam de mostrar que a diversidade de formas de expressão é essencial para manter a vitalidade cultural de um povo.
Diversidade é tão essencial para a sobrevivência da nossa espécie que é incompreensível qualquer ação, por uma pessoa ou um grupo de pessoas, que tente
reduzir a diversidade. A redução da diversidade só tem sentido na mente dos ditadores,
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onde a diversidade de opiniões é uma ameaça; dos racistas, para os quais a diversidade humana deve ser reduzida a um ou poucos tipos "ideais"; dos destruidores da natureza,
que tentam de todas as formas homogeneizar as paisagens naturais, substituindo o complexo e rico pelo simples e pobre; e dos planejadores de visão míope, para os quais
a diversidade sempre será um problema na execução daqueles famosos programas concebidos em escritórios refrigerados isolados da realidade.
DIVERSIDADE BIOLÓGICA NO NORDESTE BRASILEIRO
Das várias "diversidades" existentes no Nordeste brasileiro, a mais ameaçada, sem dúvida nenhuma, é a diversidade biológica. Logo o Nordeste, a única região brasileira
que possui em seus limites uma parcela de todos os grandes biomas brasileiros (Rizzini, 1997). No litoral atlântico, temos recifes, praias, manguezais e restingas. Um pouco mais para o interior, temos a exuberante Floresta Atlântica. No interior temos a
Caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro, que é pontilhado por ilhas de floresta úmida (os brejos) nas áreas mais elevadas e por florestas estacionais nas áreas baixas sobre solos derivados de calcário (Andrade-Lima, 1982). No sentido oeste, no
Piauí, temos o Cerrado. Por fim, no Maranhão, temos a região dominada por babaçuais e o setor leste da Floresta Amazônica.
De modo geral, o Nordeste brasileiro continua ainda pouco conhecido do ponto de vista biológico e qualquer estimativa do número de espécies existentes na região está sujeita a grandes erros. O mapa de Heyer (1988) resumindo o esforço de coleta em anfíbios na América do Sul é ilustrativo. O Nordeste brasileiro aparece como uma grande área em branco, com pouquíssima informação biológica disponível. Inexplicavelmente, o
Nordeste brasileiro não possui sequer um museu de história natural, a instituição científica devotada ao estudo da diversidade biológica. Museus de história natural
existem no Norte, Sudeste, Sul e um está planejado para o Centro-Oeste. No Nordeste, entretanto, este tipo de instituição nunca prosperou, mesmo durante o período áureo de
florescimento das ciências naturais no Brasil no final do século passado, quando a maioria dos museus brasileiros foi criada (Lopes, 1997).
PERDA DE DIVERSIDADE E POBREZA Uma das grandes contribuições da “ecologia de ecossistemas” foi caracterizar as
relações existentes entre a riqueza de espécies e o funcionamento dos ecossistemas. Cada espécie têm um papel importante no fluxo de energia, na ciclagem de nutrientes
e, consequentemente, na capacidade que os sistemas biológicos têm de resistir a perturbações ou se recuperar delas. Estudos sobre fragmentação de floresta tropical têm demostrado que a eliminação de algumas espécies, como os predadores de topo, pode
levar a um processo de extinção em cadeia (Soulé & Terborgh, 1999). Perda de diversidade biológica implica em alterações de determinados processos ou funções
realizadas pelos sistemas biológicos, como a regulação do ciclo hidrológico, a proteção do solo e o controle de variações climáticas severas (Ricklefs, 1996). Diversidade de
espécies está definitivamente associada ao funcionamento dos ecossistemas e aos serviços ecológicos prestados por eles à espécie humana (Nepstad et al., 1995).
Do ponto de vista humano, a diversidade dos sistemas biológicos têm sido o lastro de nossa própria evolução biológica, diferenciação racial e desenvolvimento cultural e
tecnológico (Meggers, 1987). Tudo o que comemos e grande parte do que vestimos e usamos como medicamento são produtos diretos da diversidade biológica (Brasil,
1998). Infelizmente, desde que a nossa espécie começou a ampliar a sua população, nos tornamos um dos principais motivos de extinção de outras espécies no planeta (Wilson, 1994). Se diversidade biológica está associada aos serviços e a manutenção de recursos
naturais importantes como água, terra para agricultura e combustível, poderíamos
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esperar, então, uma relação positiva entre perda de diversidade de espécies e miséria humana. O Nordeste é a região com os piores indicadores de qualidade de vida no
Brasil. Alguém pode perguntar então: como uma região tão diversa do ponto de vista biológico pode abrigar uma população tão pobre? A resposta é simples: além de
problemas políticos, a grande diversidade biológica existente na região foi em grande parte destruída durante 500 anos de mau manejo.
Coimbra-Filho & Câmara (1996) apresentam dados históricos mostrando que o ambiente no Nordeste era completamente diferente do que é hoje. Florestas extensas cobriam a região. Áreas hoje cobertas por caatingas pobres e raquíticas eram cobertas
por florestas secas de grande porte. Segundo Coimbra-Filho & Câmara, uma parte significativa dos ecossistemas naturais do Nordeste foi destruído na base do ferro e do
fogo nos últimos 500 anos. A destruição dos ecossistemas levou a uma perda considerável de diversidade biológica e dos serviços ambientais, o que acabou gerando falta de opções para a população e miséria, em um ciclo de retroalimentação positiva.
Junto com os ecossistemas naturais, estão desaparecendo no Nordeste os cursos d’água intermitentes, as terras para a agricultura e algumas fontes naturais de energia como a lenha (cf. Rodrigues et al., 1995). Se as causas das mudanças climáticas ocorridas na região são objeto de polêmica, as relações entra perda de recursos naturais e miséria
não são. Para demonstrar melhor este ponto, nós estudamos a correlação entre diversidade biológica e pobreza ao longo dos estados brasileiros que fazem parte do domínio da Floresta Atlântica, ou seja, a faixa latitudinal que se estende desde o Rio
Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, mais o sul do Mato Grosso do Sul e o sul de Goiás (Veloso et al., 1991). Como uma medida indireta de diversidade biológica,
utilizamos a porcentagem de Floresta Atlântica ainda existente em cada estado (Brown & Brown, 1992). Como uma medida de pobreza, utilizamos a porcentagem da
população do estado vivendo em indigência (ou seja, recebendo menos do que o necessário para comprar produtos que garantam o consumo de calorias estabelecido
pela Organização Mundial de Saúde), segundo o relatório elaborado pelo IPEA-IESTS para todo o Brasil. A relação entre diversidade e pobreza é, como prevista, negativa e
significativa estatisticamente (Correlação de Spearman, r = -0,66, p< 0,05, n = 15). Ou seja, os estados que possuem proporcionalmente mais florestas possuem menor
porcentagem de pobres em suas populações.
E O FUTURO? A maioria dos ecossistemas nordestinos agoniza sem que a sua destruição tenha proporcionado uma mudança significativa na qualidade de vida da maioria da
população. Em várias áreas o processo de degradação já entrou em sua fase mais crítica, que é a desertificação. Existem pelo menos quatro grandes núcleos de
desertificação na região nordeste (Rodrigues, 1998). Extensas áreas dos estados da Paraíba e Ceará são consideradas como em situação muito grave em relação a perturbação antrópica e estão em risco de desertificação. Tal perda, além de
comprometer as gerações contemporâneas, compromete as possibilidades de um futuro melhor para as futuras gerações. Processos de restauração de ecossistemas naturais,
capazes de reverter processos de degradação em larga escala são extremamente caros para países em desenvolvimento como o Brasil. Após quatro séculos de ocupação,
grande parte do Nordeste ainda vive do que os sistemas naturais teimam em oferecer, sem receber nenhum manejo adequado em troca.
Apesar das limitações do conhecimento existente para manejar os complexos ecossistemas tropicais, uma atitude firme contra a degradação social e ambiental no
Nordeste é necessária. A história mostra que não se pode esperar dos governos todas as
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soluções. Uma mudança radical requer comunidades ativas, organizadas e bem informadas, além de cientistas verdadeiramente comprometidos com a região. A
sociedade civil organizada demandará informações de alta qualidade sobre biodiversidade, solos, direitos humanos, uso da terra, mercados, manejo de cursos
d'água, etc. Os cientistas devem suprir estas demandas, identificando os problemas, buscando alternativas e testando soluções. A sociedade civil organizada, universidades
e institutos de pesquisa devem se unir, em um grau de interação nunca visto antes. Para isto, preconceitos devem ser abandonados, amarras rompidas e falsas torres de
marfim destruídas. A busca de soluções exige imersão total no problema e muita criatividade, mas acima de tudo, ela requer que o nosso interesse seja ampliado para
muito além do nosso pequeno universo egoísta e sem compromisso. Uma mudança de atitude será decisiva. Que tratar o nosso semelhante e o mundo natural com cuidado e
respeito seja o nosso comportamento de rotina e não apenas um lampejo de boa vontade em um raro momento de maior reflexão.
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Amazônia
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Na Amazônia vivem e se reproduzem mais de um terço das espécies existentes no planeta. Ela é um gigante tropical de 4,1 milhões de km2. Porém, apesar dessa
riqueza, o ecossistema local é frágil. A floresta vive do seu próprio material orgânico, em meio a um ambiente úmido, com chuvas abundantes. A menor
imprudência pode causar danos irreversíveis ao seu equilíbrio delicado. A floresta abriga 2.500 espécies de árvores (um terço da madeira tropical do planeta) e 30 mil das 100 mil espécies de plantas que existem em toda a América Latina. Desta forma, o uso dos recursos florestais pode ser estratégico para o desenvolvimento da
região. As estimativas de estoque indicam um valor não inferior a 60 bilhões de metros cúbicos de madeira em tora de valor comercial, o que coloca a região como detentora
da maior reserva de madeira tropical do mundo. A Amazônia é, também, a principal fonte de madeira de florestas nativas do Brasil. O
setor florestal contribuiu com 15% a 20% dos Produtos Interno Bruto (PIB) dos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Os insetos estão presentes em todos os estratos da floresta. Os animais rastejadores, os anfíbios e aqueles com capacidade para subir em locais íngremes exploram os níveis
baixos e médios. Os locais mais altos são explorados por beija-flores, araras, papagaios e periquitos à procura de frutas, brotos e castanhas. Os tucanos, voadores de curta distância, exploram as árvores altas. O nível intermediário é habitado por jacus,
gaviões, corujas e centenas de pequenas aves. No extrato terrestre estão os jabutis, cotias, pacas, antas etc. Os mamíferos aproveitam a produtividade sazonal dos
alimentos, como os frutos caídos das árvores. Esses animais, por sua vez, servem de alimentos para grandes felinos e cobras de grande porte.
Mais do que uma floresta, a Amazônia é também o mundo das águas onde os cursos d’água se comunicam e sazonalmente sofrem a ação das marés. A bacia amazônica – a
maior bacia hidrográfica do mundo com 1.100 afluentes – cobre uma extensão aproximada de 6 milhões de km2. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região para
desaguar no Oceano Atlântico, lançando no mar, a cada segundo, cerca de 175 milhões de litros de água. A Amazônia é, de fato, uma região vasta e rica em recursos naturais:
tem grandes estoques de madeira, borracha, castanha, peixe, minérios e outros, com baixa densidade demográfica (2 habitantes por km2) e crescente urbanização. Sua
riqueza cultural inclui o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar esses recursos sem esgotá-los nem destruir o habitat natural. No entanto, a região
apresenta índices sócioeconomicos muito baixos, enfrenta obstáculos geográficos e de falta de infra-estrutura e de tecnologia que elevam o custo da exploração.
AMEAÇAS
A luta pela preservação da floresta Aclamado como o país de maior diversidade biológica do mundo, o Brasil tem sua
riqueza natural sob constante ameaça. Um exemplo dessa situação é o desmatamento anual da Amazônia, que cresceu 34% de 1992 a 1994. A taxa
anual, que era de pouco mais de 11.000 km2 em 1991, ficou em 16.926 km2 em 1999 conforme dados oficiais. A atividade agrícola de forma não-sustentável e a extração madeireira continuam sendo os maiores problemas. A extração tende a
aumentar na medida em que os estoques da Ásia se esgotam. Nas últimas décadas, enfrenta também ameaças de desmatamento, queimadas,
conversão de terras para a agricultura, com novos assentamentos sendo feitos em áreas ainda preservadas, além de obras viárias e outras de grande porte, como barragens e
usinas. O Governo, em relatório elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos – ligada à
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Presidência da República – reconhece que 80% da produção madeireira da Amazônia provêm da exploração ilegal. Existem 22 madeireiras estrangeiras conhecidas em
operação na região e há pouca fiscalização sobre sua produção e área de exploração. O desperdício da madeira, que gira entre 60% e 70%, agrava ainda mais a situação. A intenção do governo de desenvolver megaprojetos de infra-estrutura para a Amazônia,
causando degradação ambiental sem trazer benefícios para os habitantes da região, também não contribui para a situação.
Embora o Brasil tenha uma das mais modernas legislações ambientais do mundo, ela não tem sido suficiente para bloquear a devastação da floresta. Os problemas mais graves são a insuficiência de pessoal dedicado à fiscalização, as dificuldades em
monitorar extensas áreas de difícil acesso, a fraca administração das áreas protegidas e a falta de envolvimento das populações locais. Solucionar essa situação depende da forma pela qual os fatores político, econômico, social e ambiental serão articulados.
Muitos imigrantes foram estimulados a se instalar na região, levando com eles métodos agrícolas impróprios para a Amazônia. A produtividade da terra diminui
significativamente após três anos de plantio, forçando os pequenos agricultores a se mudarem para outras áreas de colonização no interior da mata ou em outras cidades onde o ciclo de desmatamento, queima e cultivo, bem como a degradação do solo, se
repete. A ocupação da região amazônica começou a se intensificar na década de 40, quando o Governo passou a estimular, através de incentivos fiscais, a implantação de projetos
agropecuários na área. Com isso, as queimadas e o desmatamento tornaram-se cada vez mais freqüentes. Esse processo de ocupação já teria levado à eliminação de 550 mil km2 de floresta. Todavia, as pesquisas e a prática demonstraram que a exploração sustentável da floresta na Amazônia é uma atividade mais rentável e que gera mais
empregos do que outras que tem sido priorizadas pelo governo, como a agropecuária. No entanto, o Governo brasileiro tem tratado a questão da Amazônia de forma setorial,
sem levar em conta o fator ambiental e sem utilizar a informação gerada por seus próprios técnicos. É o que acontece com seu programa “Avança Brasil”, que ignora a
definição de áreas prioritárias a serem conservadas em estudo coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.
Outra forma de destruição tem sido os alagamentos para a implantação de usinas hidrelétricas. É o caso da Usina de Balbina, ao norte de Manaus. A baixíssima relação
entre a área alagada e a potência elétrica instalada tornou-se um exemplo de inviabilidade econômica e ecológica em todo o mundo. A atividade mineradora
também trouxe graves conseqüências ambientais, como a erosão do solo e a contaminação dos rios com mercúrio.
Mais de 12% da área original da Floresta Amazônica já foram destruídos devido a políticas governamentais inadequadas, modelos inapropriados de ocupação do solo,
aliados à pressão econômica, que levou a uma ocupação desorganizada e ao uso não-sustentável dos recursos naturais. Segundo estimativas oficiais, até 2020 a Amazônia
terá perdido 25% de sua cobertura nativa. Curiosidades
. A vazão do Amazonas corresponde a 20% da vazão conjunta de todos os rios da terra.
. O maior peixe de água doce do mundo é encontrado no Amazonas. Trata-se do pirarucu, que atinge até 2,5 metros de comprimento, pesando 250 quilos.
. Aproximadamente 15% da floresta amazônica original já foi destruída e o Governo estima que esse percentual chegue a 25% até 2020.
. O Parque Nacional do Jaú, criado em 1986, é o terceiro maior parque de floresta
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tropical do mundo, com área total superior à do estado de Sergipe (22.720 km2). . Os métodos tradicionais de extração de madeira causam grande desperdício de
árvores com valor comercial para cada árvore extraída. O manejo florestal reduz a perda em quase 50%.
. A regeneração da floresta é mais rápida nas áreas manejadas; há evidências de que o manejo reduz pela metade o tempo necessário para uma segunda extração em florestas
já exploradas. . A vitória-régia (victoria amazonica) é um dos símbolos da Amazônia. Algumas
chegam a medir 2 metros de diâmetro. . O maior animal da Amazônia é o peixe-boi, que pode atingir o peso de meia tonelada,
com 3 metros de comprimento. . A sucuri da Amazônia chega a medir 10 metros de comprimento.
. Em comparação com os demais biomas brasileiros, a Amazônia é o que detém o maior número de áreas de proteção integral (26) e também o maior percentual de
florestas oficialmente protegidas (3,2% da área total do bioma). No entanto, apenas 0,38% da área dos parques e reservas hoje existentes na Amazônia está minimamente protegida de fato, pois não foram implementados ou encontram-se muito próximos a
cidades. Classe Insecta
O grupo dos insetos (do latim insecta = seccionado) é formado por baratas, gafanhotos, besouros, formigas, moscas, piolhos e muitos outros animais semelhantes, que totalizam mais de 900 mil espécies. É o maior grupo de
animais do planeta, vivendo em praticamente todos os hábitats, com exceção das regiões mais profundas no mar. São os únicos invertebrados capazes de voar, o que facilita a procura por alimento ou melhores condições ambientais; além disso, o vôo possibilita o encontro de parceiros para acasalamento e a
fuga de predadores. Acredita-se que os insetos tenham sido os primeiros animais voadores existentes na Terra.
Morfologia Externa de um Gafanhoto
A importância ecológica dos insetos é notável. Cerca de dois terços das plantas fanerógamas, ou seja, plantas que possuem flores, dependem dos
insetos, sobretudo abelhas, vespas, borboletas, mariposas e moscas, para a sua polinização. Também são importantes para a espécie humana. Mosquitos, piolho, pulgas e percevejos, entre outros, são hematófagos e podem parasitar diretamente o homem. Podem também servir como vetores de doenças que
atingem o homem e os animais domésticos. Por exemplo: malária, elefantíase e febre amarela são transmitidas por mosquitos; tifo é transmitido por piolhos; peste bubônica é transmitida por pulgas. Podem ainda ser pragas vegetais, quando se alimentam de partes variadas das plantas, reduzindo a produção
agrícola e afetando o abastecimento de populações humanas. A Entomologia (do grego entomon = insetos) é uma área especializada da Zoologia que cuida
dos estudos dos insetos.
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Os insetos podem ser diferenciados dos demais artrópodes pelo fato de apresentarem três pares de patas e, geralmente, dois pares de asas. Possuem
um único par de antenas na cabeça e seu corpo divide-se em três partes: cabeça, tórax e abdome. Em geral, têm tamanho reduzido, variando de 2 a 40 milímetros de comprimento, embora algumas formas ocasionalmente possam
ser maiores. A cabeça contém um par de antenas articuladas, dois olhos compostos
laterais não-pedunculados e, dependendo dos animal, três ocelos (áreas com grande concentração de células fotossensíveis), que funcionam na percepção
de variações luminosas (não formam imagens). Também na cabeça ficam situadas as peças bucais, geralmente dirigidas para baixo e adaptadas a
diferentes formas de obtenção de alimento. Assim, por exemplo, gafanhotos e baratas possuem mandíbulas cortantes que caracterizam um aparelho bucal
do tipo mastigador, adaptado a rasgar, cortar e moer. Barbeiros e pernilongos, por outro lado, têm mandíbulas e maxilas alongadas e perfurantes, permitindo
uma atividade hematófaga. O mesmo ocorre em cigarras e pulgões, que sugam seivas de plantas. Em borboletas, existe um canal alongado, a
espirotromba (probóscide), usado na sucção do néctar das flores.
Peças Bucais de Insetos
O tórax apresenta três segmentos; cada um contém um par de patas articuladas e os dois últimos, na maioria das espécies, apresentam um par de
asas cada um. As patas geralmente estão adaptadas para andar ou correr, embora, dependendo do modo de vida do animal, possam estar modificadas
para pular, nadar, cavar e agarrar presas. As asas também apresentam diferentes estruturas. Na maioria dos insetos, entre os quais as libélulas e as
abelhas, são finas e membranosas. Entretanto, o par anterior de asas dos gafanhotos, por exemplo, é mais espesso e pigmentado e apenas as asas posteriores são membranosas. Já nos besouros, o par anterior é de asas
rígidas e pesadas, conhecidas como élitros, servindo como placas protetoras. Apenas o par posterior, de asas membranosas, é efetivamente usado no vôo.
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No abdome, geralmente, encontram-se os estigmas, por onde o ar penetra no sistema traqueal. Gafanhotos apresentam, no primeiro segmento abdominal,
um par de tímpanos, membranas que captam vibrações sonoras e as transmitem a fibras sensitivas situadas dentro do corpo. Em alguns animais, os
órgãos tímpanos ficam situados nas patas. Nas fêmeas de muitas espécies existe o ovipositor, estrutura terminal utilizada na postura de ovos. Os únicos
apêndices abdominais são os cercos sensoriais existentes no ultimo segmento.
As asas representam uma característica marcante dos insetos. A grande maioria tem dois pares, sendo chamados de tetrápteros, mas existem também dípteros, como moscas e mosquitos, e ainda os ápteros, como as traças-de-livros e certos parasitas, entre os quais piolhos e pulgas. Nos dípteros, existe
apenas o par anterior de asas, estando o par posterior transformado em
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halteres ou balancins, que servem como "lemes", estabilizando e direcionando o vôo. Entre as formigas e os cupins, apenas os indivíduos reprodutores
apresentam asas, enquanto os demais não as possuem. Nos insetos, as asas são projeções do revestimento corporal, diferentemente
do que ocorre em aves e morcegos, nos quais são membros modificados. São formadas pela cutícula, espessa em muitos pontos, constituindo as nervuras.
Estas, além de formarem um suporte esquelético para a asa, abrem-se no corpo e contêm hemolinfa. As nervuras maiores contêm também traquéias e ramificações nervosas. O arranjo das nervuras em uma asa varia de um tipo
de inseto para o outro e é frequentemente utilizado na classificação. Inicialmente, os insetos apresentavam asas distendidas, como as libélulas atuais. Um evento importante na evolução da classe foi a capacidade de
colocar as asas sobre o abdome quando fora de uso. Em gafanhotos, besouros e muitos outros, o par posterior de asas membranosas é mais longo
e fica dobrado sobre o par anterior de asas espessas, sendo distendido apenas quando o animal voa.
O exoesqueleto dos insetos é constituído de placas, arranjadas da seguinte forma: um tergo dorsal, um esterno ventral e duas pleuras laterais. As asas
ficam presas entre o tergo e as pleuras. Os movimentos são feitos para cima e para baixo, por ação de músculos situados dentro do corpo: os músculos longitudinais e os músculos transversais, de ação antagônica. Quando os
músculos transversais se contraem e os longitudinais se distendem, o tergo baixa e as asas levantam; quando ocorre o oposto, ou seja, os músculos
transversais se distendem e os longitudinais se contraem, o tergo levanta e as asas baixam. Nos movimentos para frente e para trás, as asas são mantidas em diferentes ângulos, propiciando elevação e impulso frontal. A velocidade do vôo varia de acordo com a espécie: por exemplo, insetos lentos, como as borboletas, batem as asas de 4 a 20 vezes por segundo, enquanto insetos rápidos, como os mosquitos, executam até 1000 batimentos por segundo.
Alguns insetos podem pairar no ar e, repentinamente, disparar velozmente. Poucos são capazes de planar.
Movimento das Asas dos Insetos
Os insetos são os únicos animais voadores pecilotérmicos, ou seja, sua temperatura corporal varia de acordo com a temperatura do ambiente. Dessa
forma, quando em temperatura baixa e, consequentemente, com taxa metabólica reduzida, os insetos têm a mobilidade limitada. É interessante observar que, em dias frios, certas borboletas realizam uma espécie de
aquecimento, permanecendo sobre uma superfície e agitando as asas até que
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seja atingida uma temperatura corporal suficiente para permitir a quantidade de batimentos necessária ao vôo.
Aproximadamente metade das espécies conhecidas de insetos é fitófaga, alimentando-se de tecidos ou seivas de plantas. Cupins vivem às custas de madeira e dependem de enzimas fornecidas por protozoários existentes em
seu tubo digestivo para realizarem a digestão. Formigas se alimentam de fungos que cultivam em câmaras especiais dos formigueiros. Muitos besouros
e larvas de moscas são saprófagos, alimentando-se de animais mortos. Existem ainda predadores que capturam e devoram outros animais, incluindo
outros insetos. Com relação à reprodução, os insetos sempre apresentam fecundação
interna. O pênis do macho é extensível ou eversível, dependendo da espécie, e introduz espermatóforos na abertura genital feminina. Em cada
acasalamento, uma grande quantidade de espermatozóides é transferida para a fêmea, fertilizando muitos óvulos. Muitos insetos acasalam-se uma única vez
durante a vida e, na maioria das formas, o número de acasalamentos é pequeno. A maioria das espécies é ovípara. Os ovos são depositados por um ovipositor abdominal em locais que dependerão do modo de vida do adulto.
Algumas vespas e moscas põem os ovos em tecidos de plantas, levando a um intumescimento do vegetal conhecido como galha, que protege os ovos em
desenvolvimento e cujos tecidos servem de alimento para as larvas. Partenogênese, ou seja, desenvolvimento dos óvulos sem fecundação, ocorre
em abelhas, vespas, formigas e pulgões. Pedogênese, ou partenogênese larval, ocorre em certos tipos de moscas. Poliembrionia, formando
simultaneamente vários indivíduos iguais, acontece em certas vespas parasitas. Litomastix, por exemplo, é uma delicada vespa que deposita alguns ovos no corpo de uma lagarta grande de outra espécie. De cada ovo surgem, por poliembrionia, varias larvas, totalizando milhares, que se desenvolverão,
devorando completamente o corpo da lagarta.
Os Quanto ao desenvolvimento, os insetos dividem-se em três grupos:
ametábolos
Os
são os que têm desenvolvimento direto, ou seja, sem metamorfose: do ovo eclode um jovem que, através de mudas, atingirá a fase
adulta. Este é o caso das traças-de-livros. hemimetábolos têm desenvolvimento indireto e realizam metamorfose
parcial ou incompleta. Neste caso, eclode do ovo uma pequena ninfa, semelhante, em linhas gerais, ao adulto. Durante as mudas, a ninfa sofrera
algumas alterações estruturais, desenvolvendo as asas e mudando de coloração, até atingir a forma adulta ou imago. Isso ocorre com baratas,
gafanhotos, cupins, entre outros.
Desenvolvimento do Gafanhoto
Os holometábolos têm desenvolvimento indireto e metamorfose total ou completa. São exemplos as moscas, as borboletas, as abelhas e os besouros.
Do ovo, eclode uma pequena larva vermiforme, segmentada, sem asas ou olhos. É uma estágio em que a alimentação é prioritária, embora o alimento e
as peças bucais da larva possam ser bem diferentes do adulto. Em borboletas, por exemplo, a lagarta tem peças bucais mastigadoras e o adulto tem peças bucais sugadoras. Algumas mudanças ocorrem durante o crescimento. No
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final do período larval, o animal cessa sua atividade e não se alimenta. É o estágio de pupa, no qual o inseto vive em locais protetores, como no chão,
num casulo ou em tecidos vegetais. Mudanças radicais ocorrem neste estágio, de forma que poucas estruturas larvais permanecem. Da fase pupal, emerge o
adulto ou imago.
Ciclo de Vida da Borboleta
Os formigueiros têm organização semelhante à dos cupinzeiros, formando sistemas de galerias no solo, em madeira ou sob pedras. As operárias são
sempre fêmeas estéreis, os soldados podem existir, e as asas só ocorrem nas rainhas e machos em época reprodutiva. Após a copulação, o macho deixa de
ser um membro funcional do grupo.
A organização social é um aspecto da vida dos insetos que merece destaque, pois é um grupo em que a maioria das formas é solitária. Ocorre em cupins, formigas, vespas e abelhas. Nas sociedades, muitos indivíduos de ambos os
sexos vivem em uma complexa organização, com definida divisão de trabalho. Nenhum indivíduo vive fora do grupo nem pode fazer parte de outro grupo que
não seja aquele em que nasceu. O polimorfismo é freqüente e os diferentes tipos de indivíduos são denominados castas, diferenciando-se
morfologicamente de acordo com o trabalho que realizam. As principais castas são os machos, as fêmeas ou rainhas e as operárias. A rainha põe os ovos, os
machos realizam sua inseminação e as operárias fornecem alimento e asseguram a manutenção da sociedade. Os cupins vivem em galerias
construídas na madeira ou no solo. Os operários são indivíduos estéreis, de ambos os sexos; e os machos férteis são membros permanentes do grupo.
Alguns operários atuam como soldados, sendo dotados de mandíbulas grandes e realizam a defesa da sociedade. As asas estão presentes apenas
nos machos e rainhas durante o vôo nupcial, em que ocorrem os acasalamentos e a dispersão. Os ninhos de cupins podem apresentar
sistemas de ventilação, câmara real, onde fica a rainha, e jardim de fungos, cultivados e usados como alimento, nas espécies que não utilizam a celulose
da madeira.
Em vespas e abelhas não há soldados e as operárias, sempre fêmeas, são aladas. As colméias são os agrupamentos sociais de inúmeras abelhas, como
Apis mellifera. Os machos, conhecidos como zangões, morrem após copularem com a rainha em um vôo nupcial, devido ao rompimento de seus
órgãos reprodutores e conseqüente extravasamento de hemolinfa. Os machos surgem partenogeneticamente, ou seja, a partir de óvulos não fecundados. O
tipo de fêmea, rainha ou operária, é determinado pelo alimento recebido durante a fase larval.
As diferentes castas das abelhas
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Qual a importância da Floresta Amazónica? - A nível económico
A Amazónia é uma grande fonte de produtos animais (para pesca e
caça) e vegetais e de recursos minerais, hidroeléctricos e agropecuários.
Em relação aos produtos vegetais é importante salientar: a madeira, a borracha, guaraná, babaçu, juta, tucumã, açaí, castanha-do-pará, pupunha, plantas medicinais, etc.. De recursos minerais existe o do ferro, manganês,
cassiterita, bauxita, ouro, cobre e níquel. - A nível ambiental
Na Amazónia vivem e reproduzem-se mais de um terço das espécies
existentes no planeta. Existem cerca de 1800 espécies de aves, 3000 espécies de peixes, 30000 de plantas superiores, das quais 2000 espécies são de árvores, e em relação às espécies de plantas inferiores o número é
impossível calcular. Com toda esta diversidade, a floresta amazónica possui uma enorme
quantidade de compostos biodinamicos desconhecidos com possibilidades imagináveis no uso da medicina moderna.
Além disto, a Amazónia abriga muita água ( cerca de 20% da água doce existente no mundo) que a faz responsável pelo controlo climático e
hídrico da Terra. As condições climáticas são complexas e condicionadas, na sua globalidade, pela floresta.
A floresta amazônica é um enorme sistema de transferência de calor pelo que contribui com vapor ( da umidade e da grande percentagem de água
existente no amazonas ) e calor para outras regiões (pois a floresta armazena cerca de 8% do carbono da biosfera).