O Gafanhoto Garoto Não Pode Brincar

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O Gafanhoto Garoto Não Pode Brincar é uma história sobre o stress infantil e sobre a importância de brincar. Estas são temáticas relevantes no dia a dia de todas as crianças e condicionantes a ter em conta no que diz respeito ao seu desenvolvimento. Na escola, é esperado que correspondam ao ritmo de trabalho que os vai preparar para a vida. No entanto, e sem fugir às responsabilidades, há que ter tempo para brincar e para correr em espaços abertos com os amigos e amigas. Nesta história, o gafanhoto Garoto não tinha tempo para brincar nem para saltar e estava a ficar deprimido e infeliz. Felizmente, os pais do gafanhoto compreenderam que brincar é tão importante como estudar e que deve haver tempo para ambas as coisas. Com a ajuda dos pais, o Gafanhoto Garoto passou a ser um bicho feliz e muito bom aluno na escola dos insetos do quintal florido!

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O Gafanhoto Garoto Não Pode BrincarMaria João Saraiva de Menezes

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Maria João Saraiva de MenezeS nasceu no Porto, em 1971. Licenciada em Filoso- fia pela Universidade Católica Portuguesa, vive atualmente em Lisboa. É professora de Filosofia e de Educação Moral e Religiosa Católica.

Publicou poesia em revistas literárias e jornais. É autora de vários livros para crianças,

de que se destaca os últimos títulos: Vasco das forças, o bullying e a violência infantil e O menino Natal e o Pai Jesus, afinal o que é o Natal?

Pode consultar ou solicitar mais informa- ções através de [email protected] e http://educacaoliteraturaecultura.blogspot.com.

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o Gafanhoto Garoto não Pode Brincar é uma história sobre o stress infantil e sobre a importância de brincar. A criança é um ser em desenvolvimento que se estrutura emo- cionalmente através da brincadeira. É brin-cando que sedimenta as suas emoções, constrói uma conceção do mundo e experi- menta a vida real pelo trilho lúdico. É, por isso, absolutamente indispensável promo- ver espaços e tempo para que a criança se desenvolva na intimidade do seu quarto ou do grupo de amigos, com os brinquedos

preferidos. Brincar é aprender, crescer, re- lacionar-se com problemas imaginários e soluções ajustadas. Por esta razão, brincar é algo muito mais sério do que se pensa. Uma criança que não tem apetência para brincar será uma criança doente, sem energia, cria-tividade ou imaginação. Quando o meu filho mais novo me diz: «Mãe, vou brincar», sei que ele vai embarcar numa longa viagem maravilhosa, abstraindo-se de tudo e criando um mundo alternativo de bem-estar. Final-mente, quando «regressa à terra», está mais

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calmo, feliz, descontraído e sem stress. E porque as crianças vivem o stress dos adultos, mas também as angústias e frus-trações próprias da sua vida de pequenos estudantes sujeitos a horários e obrigações, é imprescindível que todos os dias haja um período generoso dedicado à brincadeira e à distração.

Esta é a história de um gafanhoto que não tinha tempo para brincar, e por ser uma história, não deixa de ser demasiado intensa a ponto de nos levar a sentir a injustiça da

vida de um bicho que tinha uma rotina demasiado preenchida para poder brincar e saltar. Fica, assim, o alerta aos pais e profes-sores para que sopesem as vantagens de um excesso de atividades extracurriculares e de outras obrigações que fazem muito sentido na vida adulta e na teoria, mas que devem ser doseadas na vida da criança.

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Era uma vez um gafanhoto que não tinha tempo nenhum para brincar.

Mas quando eu digo que ele não tinha tempo para brincar, quer dizer que ele não tinha mesmo nenhum, nenhum, nenhum tempo para brincar. O Gafanhoto Garoto – assim se chamava o bicharoco – não tinha nenhuuuuuuuuummm tempo para brincar. E isso era horrível, como deves imaginar.

De manhã, os pais-gafanhotos diziam-lhe, a correr:− Gafanhoto Garoto, veste-te a correr, come a correr,

despacha-te a correr que tens que ir para a escola, a correr! – diziam os pais-gafanhotos, a falar e a saltar ao mesmo tempo.

− Mas… mas mãe, eu quero brincar… – tentava dizer o Gafanhoto Garoto.

− Nem penses nisso! Não há tempo para brincadeiras! – ripostava a mãe-gafanhoto, a correr.

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− E posso levar brinquedos para brincar no carro, pelo menos? – pedia o Gafanhoto Garoto, delicadamente.

− Nem pensar! Não vês que depois, o carro fica cheio de brinquedos e é tudo para eu arrumar? E eu não tenho tempo… – suspirava a mãe-gafanhoto.

Esta era uma família de gafanhotos sem tempo, mas o mais grave é que este gafanhotinho não tinha tempo para brincar nem para saltar.

Não achas que os gafanhotos têm que ter tempo para saltar e para brincar? Como é que tu te sentirias se nunca tivesses tempo para brincar?

(Resposta):

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Pois é, o Gafanhoto Garoto sentia-se muito, muito triste. Às vezes, até chorava a pensar nas brincadeiras e nos saltinhos que gostaria de praticar na sua toca. Mas os pais iam levá-lo sempre a correr e portanto, de manhã, o Gafanhoto Garoto já nem se atrevia a pedir para brincar. Coitado do Garoto!

Quando chegava à escola dos insetos do quintal florido, a mãe-gafanhoto dizia-lhe:

− Dá cá um beijinho, a correr, toma lá a lancheira, a correr, toma a mochila e põe-te a correr!!!

E lá ia o Gafanhoto Garoto a correr porque já estava em cima da hora – ou seja, eram 9 em ponto da manhã – e porque os pais-gafanhotos já iam atrasados para o trabalho. Era sempre tudo a correr! O Gafanhoto até entrava na escola como se fosse um atleta de corrida! Entrava a correr, dizia bom dia à funcionária-abelha a correr, subia as escadas a correr, ia à casa de banho a correr e depois ia para o seu lugar, a correr.

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E agora, os rapazes:− Bombeiro! – respondeu o João-zângão.− Polícia! – disse o Manel-caracol.− Jogador de futebol! – afirmou o Tito-mosquito.− Quero ser rico! – exclamou o Amadeus-louva-a-Deus.− Ser rico não é uma profissão! – corrigiu, novamente,

a professora-pulga – Só poderás ser rico se trabalhares muito! E tu, Gafanhoto Garoto?

− Quero ser astronauta e ir viver para outro planeta! – respondeu o Gafanhoto Garoto, muito sério.

A professora-pulga ficou um pouco preocupada com o Gafanhoto Garoto. Ser astronauta era uma grande profissão, mas lá que ele andava com a cabeça na lua, andava! Tinha mesmo que falar com os pais dele.

− Trrrrrim! – tocou a campainha para o lanche da tarde.

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Coleção EMOÇÕES

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FiChA TéCNiCATítulo: O Gafanhoto Garoto Não Pode Brincar

Autora: Maria João Saraiva de MenezesIlustrações: Elisabetta Rossini

Modelo Gráfico de Capa: Ana Simões – FBA.Conceção de Capa Seguindo Modelo: Carlos Coelho

Coleção: EmoçõesISBN: 978-989-8407-84-9Depósito Legal: 349121/12

Impressão e Acabamento: Finepaper – Agência de Produção GráficaAs Joaninhas é uma chancela da Editora Nova Delphi

(Marca Registada)

Rua da Carreira n.º 115/117 – 9000-042 Funchal – Madeirawww.asjoaninhas.novadelphi.com/

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