O Dizimo e a Graça

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O DÍZIMO E A GRAÇA Antonio Vergilio Vicente

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  • O DZIMO

    E A GRAA

    Antonio Vergilio Vicente

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    O Dzimo e a Graa

    Fostes comprados por bom preo; no vos faais servos dos homens, 1 Co 7.23.

    Escritor: Ev. Antonio Vergilio Vicente

    Contatos e pedidos:

    [email protected]

    (47) 3361-4260 (47) 9111-9054

    Balnerio Cambori SC

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    Dedicatria

    Este livro dedicado Igreja de Deus que est em toda a face da terra, aos santificados em Cristo Jesus, a todos os que glorificam o nome do Senhor Deus Todo-Poderoso, e que com seus coraes voltados para Ele buscam sabedoria para aprofundar-se mais e mais no conhecimento da Sua Santa e Gloriosa Palavra.

    A todos, graa, paz e sabedoria da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo.

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    Agradecimentos

    Meus agradecimentos especiais so para o Deus Pai Todo-Poderoso, e a Seu Filho Jesus Cristo, que pelo Seu Esprito Santo me concedeu o perfeito conhecimento das Santas Escrituras no que tange a salvao pela Sua maravilhosa Graa, para orientar o povo santo contribuir de acordo com a Sua perfeita vontade.

    A Ele, glria para todo o sempre. Amm!

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    ndice Introduo ............................................................... 11 1. O Dzimo Antes da Lei ..................................... 15 2. O Dzimo na Lei ................................................ 24 3. O Dzimo no Novo Testamento ...................... 33 4. Com Qual Percentual Devemos Contribuir 79 5. Qual Foi a Intimidade de Paulo Com os Dzimos? .................................................................. 94 6. O Esclarecimento da Liberdade Crist. .... 103 7. O Dzimo em Contradio a Graa ............ 114 8. O Dzimo em Contradio a Graa ............ 130 9. Como Repreendo o Devorador? .................. 155 10. Como Receber as Bnos Financeiras? . 174 10. A Lei de Mandamentos Carnais e a Lei da Graa ...................................................................... 192 12. A Finalidade de Contribuio Financeira da Igreja ...................................................................... 214

  • 12. Concluso........................................................ 244

  • Introduo

    O Dzimo e a Graa um livro revelado por Deus, que visa esclarecer, luz da Bblia, toda a realidade sobre a verdadeira contribuio crist, e libertar a muitos do jugo da Lei do dzimo.

    A libertao dos cristos, em relao ao cumprimento da Lei do dzimo, est exposta em toda a Bblia, porm, o que acontece nos nossos dias, que muitos obreiros esto desviando a ateno do povo de Deus da verdadeira contribuio crist, com a inteno de arrecadar pela ordenana da Lei de mandamento carnal. Pegam as mensagens bblicas que foram escritas para o povo que vivia debaixo da Lei, mensagens do Antigo Pacto, e as aplicam ao cristianismo.

    Ao invs de ensinarem o povo a contribuir por amor a obra de Deus, acham mais fcil e confortvel (para si mesmos) ensinarem o povo a

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    ter medo das ordenanas do Antigo Pacto, sob ameaas da maldio da Lei, segundo Malaquias 3 8-10, levando o povo a contribuir para sentir o alvio de um peso obrigatrio (para o resgate de uma dvida para com Deus), rejeitando assim o que foi estabelecido pelo Esprito da Graa.

    Amados irmos, sabemos que a contribuio financeira muito importante, mas, no devemos nos deixar influenciar por mensagem que venha nos trazer um Evangelho diferente do que j foi anunciado pelos Santos Apstolos, seja ela pregada por bispo, evangelista, ancio, pastor, etc. O apstolo Paulo, que pregava o Evangelho da Graa, disse: ainda que ns mesmos ou um anjo do cu vos anuncie outro Evangelho alm do que j vos tenho anunciado, seja antema (Gl. 1.8).

    Outrossim, vale lembrar que a determinao de contribuio financeira no regime do Evangelho

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    pregado pelos apstolos, era: Cada um contribua segundo props no seu corao; no com tristeza, ou por necessidade; porque Deu ama ao que d com alegria (2 Co 9.7). Observem que, segundo o apstolo Paulo, o que passar disto antema. Ento, fica claro que a obrigao do cumprimento dos 10%, o dzimo, antema. No podemos esquecer que o legalismo distorce o Evangelho.

    Portanto, amados irmos, devemos contribuir pelo ensinamento do Esprito de vida, em Cristo Jesus, e no pelo ensinamento da ordenana da Lei.

    Porque o Esprito de vida, em Cristo Jesus, ensina a contribuir livremente e por propsito de corao, enquanto a ordenana da Lei ensina a cumprir percentual.

    Contudo, devemos ouvir a doutrina pregada pelos obreiros, porm, examinando sempre nas Escrituras se ela realmente

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    corresponde verdade do Evangelho. Devemos seguir o sublime exemplo dos bem-aventurados bereanos que, de bom grado receberam a Palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim (At. 17.11).

    Minha orao que Deus d graa, paz e sabedoria a todos e que possam tirar o melhor proveito espiritual do que aqui exponho, visto que no tenho por inteno o ataque e ferimento a algum, embora no deixo de ser enftico e incisivo em pontos necessrios para que (como disse o apstolo Paulo) a verdade do Evangelho permanea entre ns (Gl 2.4-5).

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    1. O Dzimo Antes da Lei

    Se Abrao vivesse na poca do cristianismo, provavelmente no daria continuidade a algumas obras que praticara antes da Lei, como: circunciso, sacrifcios de animais, nem tampouco a lei do dzimo; pois Abrao amava verdadeiramente a Deus e sempre preferiu servi-Lo de acordo com a Sua perfeita vontade.

    Muitos obreiros religiosos aplicam a lei do dzimo ao cristianismo, sob alegao de o dzimo ter sido praticado antes da Lei e inclusive pelo patriarca Abrao; mas, tal alegao no tem fun-damento espiritual; pois vale lembrar que nem todas as obras praticadas anteriormente Lei, inclusive por Abrao, podem ser aplicadas no cristianismo.

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    Antes da Lei, outras obras tambm eram praticadas por Abrao, como:

    - Celebrao de sacrifcios de animais (Gn 8.20; 22.13; 33.20) - Circunciso (Gn 17.10-11; 17.23; 21.04; etc.).

    Obras essas, praticadas anteriormente Lei pelo povo de Deus, inclusive, obviamente, pelo patriarca Abrao. Porm todo cristo entende claramente, pelo ensinamento do Esprito Santo, que tais obras no devem ser aplicadas no cristianismo. Ento, isto confirma que muitas das obras que foram praticadas antes da Lei e tambm por Abrao, no se enquadram na prtica do verdadeiro cristianismo.

    Quanto ao Dzimo, por ser o imposto de renda da nao, observa-se que s foi devi-damente cobrado pelas autoridades eclesisticas durante o tempo em que o ministrio religioso

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    era incorporado ao Estado, ou seja, unificado administrao poltica.

    Por esse motivo Abrao deu o dzimo a Melquisedeque, porque Melquisedeque no era somente sacerdote, mas tambm era rei (era poltico) (Gn 14.18 ; Hb 7.2).

    Melquisedeque tambm governava o pas. O dzimo sempre foi o imposto de renda da nao; uma parte era para a administrao sacerdotal, outra se destinava administrao poltica, muito usada em Assistncia Social.

    O livro de Deuteronmio, 14.28-29, diz que deveriam recolher os dzimos da colheita para que houvesse alimentos em suas cidades, para os levitas, o estrangeiro, o rfo e a viva (Dt 14.28-29; 26.12-14).

    Os dzimos deveriam ser levados, no aos sacerdotes, mas aos levitas (Ne 10.37).

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    Os levitas deveriam levar aos sacerdotes o dzimo dos dzimos, conforme a ordenana da Lei (Nm 18.26-28).

    Aos sacerdotes era repassado, pelos levitas, somente um dcimo do valor dos dzimos (o centsimo da renda do povo) o que se chama de dzimo dos dzimos (Ne 10.38; Nm 18.26-28).

    No caso de Melquisedeque, coube a ele receber todo o dzimo, pelo fato de administrar os dois ministrios, o religioso e o poltico, pois era sacerdote, mas tambm era rei (Gn 14.18; Hb 7.2).

    O dzimo (o imposto de renda) pertencia ao Reino de Deus em virtude de o pas ser administrado religiosamente; pois sabemos que a religio e a poltica caminhavam juntas. Eram dois ministrios em uma s realidade. Mas o

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    ministrio cristo foi constitudo, sem dvida, separado da poltica.

    evidente que por Deus ter constitudo o ministrio de Sua Igreja totalmente separado do Estado, a administrao poltica passou a pertencer exclusivamente ao reino deste mundo. E o ministrio da Igreja de Cristo totalmente desvinculado desse reino: so coisas distintas, o prprio Jesus declarou: O meu Reino no deste mundo (Jo 18.36). Ento entendemos, com esta declarao de Jesus, que o recebimento do imposto de renda (o dzimo) ficou somente a cargo do governo poltico.

    Porm, tanto no tempo da dispensao da Lei, como na poca de Abrao, a administrao religiosa era incorporada ao Estado. Por isso o ministrio cristo no pode tomar por base e fundamento casos anteriores Lei com o intuito de cobrar dzimo no cristianismo.

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    Observa-se que os que cobram o dzimo argumentam, baseando-se no fato de Abrao ter dado o dzimo por f. Sendo assim, deveriam tambm pela mesma f circuncidar-se e oferecer sacrifcios. Por acaso a circunciso e os sacrif-cios de Abrao, alm de antecederem a Lei, tambm no foram praticados por f?

    Abrao foi o primeiro a praticar a obra da circunciso (Gn 17.10-11; 17.23; 21.04). Paulo, porm, escrevendo aos Glatas, 5.2-4, diz que se o crente se circuncidar, Cristo para nada aproveita e o tal est obrigado a guardar toda a Lei.

    Abrao tambm oferecia sacrifcios de animais, mas como todos sabem, segundo o ensinamento do escritor aos Hebreus (Hb 10.5-9), os sacrifcios j no so mais.

    Desta forma, ainda que Abrao tenha vivido antes da Lei, no deixa de ser uma poca

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    em que muitas obras realizadas eram bem diferentes das obras do cristianismo. Pois antes da Lei a morte ainda reinava pelo pecado de Ado (Rm 5. 14).

    Por que Abrao oferecia sacrifcios de animais e praticava a circunciso? Provavelmente porque ainda no estava em prtica a Graa da Salvao que h em Cristo Jesus.

    Podemos afirmar, com absoluta certeza espiritual, que, se Abrao vivesse na poca crist, no praticaria tais obras.

    COMO A IGREJA PODE SE MANTER FINANCEIRAMENTE SEM O DZIMO?

    Segundo o Evangelho, a Igreja no deve se manter de dzimo, mas de ofertas voluntrias (da verdadeira contribuio crist). Quando a Bblia condena a cobrana de dzimo no cristianismo, no

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    significa que est contrariando a prtica das ofertas. No se pode associar dzimo a contribuio crist.

    O verdadeiro cristo, no depende da Lei do dzimo para poder contribuir. O obreiro apresenta as necessidades financeiras da obra de Deus, e o cristo, impulsionado pelo amor, abre o corao e contribui espontaneamente com o mximo que pode. Isto por amor e no para cumprir um percentual. Para o verdadeiro cristo contribuir no precisa estar debaixo da Lei do dzimo, mas apenas diante das necessidades da obra de Deus.

    A cobrana de dzimo expressa falta de confiana na espiritualidade da igreja. Por esta razo est escrito que a lei no feita para os cristos, mas para os mpios, para os profanos, para os que so contra a s doutrina (1 Tm 1.9-10). Deus quer que deixemos o povo cristo em liberdade para

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    contribuir. Portanto, no devemos mudar a doutrina crist, mas sim aplicar o ensinamento genuno do Novo Testamento, dizendo: Cada um contribua segundo props no seu corao; no com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que d com alegria (2 Co 9.7).

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    2. O Dzimo na Lei

    Enquanto a Lei e os Profetas exigiam a prtica da ordenana dos dzimos do povo da Aliana Levtica, era profetizada a liberdade de contribuio para o povo da Nova Aliana (para o cristianismo).

    Devemos aceitar e concordar, tambm, e principalmente, com a cobrana do DZIMO durante a dispensao da Lei, visto que em tal poca a nao tambm era, politicamente, administrada pelas autoridades religiosas; e o DZIMO (o imposto de renda) aparecia naquela dispensao como ordenana de Deus; e todo o povo que vivia sob a Lei, deveria pratic-lo.

    O DZIMO na Lei aparece pela primeira vez em Levtico 27.30-34. O texto nos mostra

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    que deveria ser dado o dzimo do campo, da semente do campo, do fruto das rvores, das vacas, das ovelhas e de tudo que passasse debaixo da vara.

    Os dzimos deveriam ser observados de forma rigorosa, pois eram considerados santos ao Senhor (Lv 27.32).

    Deveriam ser levados aos levitas, porque o Senhor lhes dera por herana, pelo servio que exerciam na tenda da congregao (Nm 18.21).

    Os levitas deveriam levar aos sacerdotes o dzimo dos dzimos (o centsimo da renda do povo), como ordenava a Lei (Nm 18.26; Ne 10.38).

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    A cada 3 anos o povo deveria recolher os dzimos da colheita para que houvesse alimentos em suas cidades para o levita, o estrangeiro, o rfo e a viva (Dt 14.28-29; 26.12-14).

    O versculo 10 do captulo 3 de Malaquias nos fala que o dzimo era para que houvesse mantimento na casa de Deus.

    Na Lei, o homem que no fosse dizimista era considerado ladro e estaria debaixo da maldio, por no cumprir tal ordenana da Lei (Ml 3.8 ; Gl 3.10).

    Ento, fica claro que aquele povo deveria dizimar, pois fazia parte das ordenanas do Senhor aos que estavam debaixo da Lei.

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    Todavia, devemos rejeitar a exigncia do dzimo no Cristianismo, por ele ser exclusividade do Velho Testamento e no um mandamento cristo. A prtica da lei do dzimo , na verdade, proveitosa, se o tal guardar toda a Lei (viver segundo a Lei). Esta foi a advertncia do apstolo Paulo aos romanos que insistiam na prtica da circunciso, dizendo: Porque a circunciso , na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei (Rm 2.25).

    E a advertncia de Jesus aos fariseus dizimistas, que no guardavam toda a Lei foi: Ai de vs, escribas e fariseus, hipcritas! Pois que dizimais a hortel, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei (Mt 23.23).

    Se algum quer viver debaixo da Lei, tem que ser ntegro na sua prtica, sem tropear em

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    um s ponto (Tg 2.10). Neste caso a sua salvao seria pelas obras da Lei, e no pela Graa de Cristo (Gl 5.4).

    Malaquias profetiza o fim da lei do dzimo e a liberdade de contribuio para o cristianismo

    Ao mesmo tempo em que a Lei e os Profetas exigiam a prtica da ordenana dos dzimos do povo da Aliana Levtica, era profetizada a liberdade de contribuio para o povo da Graa. Motivo pelo qual, para os cristos, a Lei e os Profetas duraram at Joo Batista (Mt 11.13). Porque com a pregao de Joo, deu-se a transio da Lei para a Graa; bem compreendido, para aqueles que aceitam a salvao pela Graa de Cristo.

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    A Lei profetizou o seu prprio fim; o que justifica a expresso de Paulo aos glatas, quando declara: Eu pela lei estou morto para a lei para viver para Cristo (Gl 2.19).

    No captulo 3 do livro de Malaquias, a Palavra de Deus faz meno da contribuio do povo da Lei mosaica, e tambm da contribuio do povo da Graa (do cristianismo). Nota-se que antes de a Palavra de Deus exigir a cobrana do dzimo do povo da Aliana Levtica, impondo a sua prtica sob pena da maldio da Lei (Ml 3.8-10), profetiza o fim do dzimo e a liberdade de contribuio para o cristianismo (Malaquias 3.1-5). No versculo 3 diz: traro ofertas em justia, e no versculo 4, que a oferta ser agradvel ao Senhor como nos dias antigos, como nos primeiros anos. Esses dias antigos e os primeiros anos mencionados neste versculo referem-se sada

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    do povo do Egito, aos primeiros anos da caminhada; pois sabe-se que nesse tempo no era aplicada a cobrana do dzimo. Segundo a Bblia Sagrada, a ordenana dos dzimos j havia sido promulgada, mas a sua prtica s comearia aps a entrada na terra prometida (Dt 26.1-12). At ento, eram feitas ofertas espontneas (Ex 36.2-7; 35.4-29; Nm 7.1-8; 31.48-54). Porm, o povo contri-bua com tanto amor e com o corao to voltado para a obra de Deus, de maneira que sobejavam ofertas. Algumas vezes, Moiss tinha que pedir ao povo que parasse de contribuir (Ex 36.5-7).

    Essa agradvel abundncia de contribuio era proporcionada pelo amor e prontido de vontade do povo. A generosidade do povo para com a obra de Deus naqueles primeiros anos se tornou muito comentada entre o povo israelita, de maneira que Deus

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    chega a cit-la como exemplo para o cristianismo.

    Observe o leitor que, quando a determi-nao de contribuio financeira, da parte de Deus, direcionada ao cristianismo, a palavra dzimo desaparece, e muda a expresso para: Ofertas em Justia (Ml 3.3).

    Quanto ideia de praticar o dzimo por ter sido uma obra praticada antes da Lei, e inclusive por Abrao, expressamente censurada pelas Escrituras Sagradas. Pois no se pode, de forma alguma, aplicar uma obra dessa natureza ao cristianismo, pelo fato de ter sido praticada por Abrao! Alguns crentes da igreja da Galcia persistiam na prtica da circunciso, certamente com a ideia de ter sido uma obra praticada antes da Lei, e inclusive por Abrao, porm, foram advertidos pelo apstolo

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    Paulo, que lhes disse: se o crente se circuncidar, Cristo para nada aproveita e o tal est obrigado a guardar toda a lei (Gl 5.2-4); e acrescentou, dizendo que isso lhes separaria da Graa de Cristo (Gl 5.4).

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    3. O Dzimo no Novo Testamento

    impossvel encontrar, na Bblia Sagrada, uma base verdadeira para cobrana de dzimo dos cristos, mas pelo contrrio, a orientao da Palavra de Deus para que nenhum cristo troque a sua liberdade espiritual pela maldio da servido da Lei.

    No Novo Testamento existem apenas quatro textos que mencionam o dzimo. Entre estes quatro, dois so paralelos, isto , relatam a mesma situao: Mateus 23.23 e Lucas 11.42; os outros dois esto em Lucas 18.12 e Hebreus 7.2-9.

    E o que fica bem evidente nestes textos, que nenhum deles se refere dzimo de cristo.

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    Observemos Mateus 23.23 e Lucas 11.42 respectivamente transcritos a seguir:

    1) Ai de vs, escribas e fariseus, hipcritas, pois que dizimais a hortel, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei: o juzo, a misericrdia e a f; deveis, porm, fazer estas coisas, e no omitir aquelas (Mt 23.23).

    2) Mas ai de vs, fariseus, que dizimais a hortel, e a arruda, e toda hortalia, e desprezais o juzo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas e no deixar as outras (Lc 11.42).

    Neste caso, podemos claramente entender que ao finalizar Seu comentrio, Jesus diz que eles deveriam continuar dando o dzimo e, inclu-sive, no se omitirem de praticar os

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    demais mandamentos da Lei (o mais importante dela).

    Porm, a vem a seguinte pergunta: A quem Jesus estava dirigindo Suas Palavras e qual o teor Destas Palavras? Sem dvida compreendemos que Jesus se dirigia aos escribas e fariseus, e no a cristos (como muitos afirmam); tanto, que Jesus no os tratou pelos seus prprios nomes, mas pelo ttulo da sua religio. Esses homens, vivendo o judasmo regido pela Lei, confiavam na sua prpria justia e capacidade, no que tange guarda da Lei. Apresentavam-se a Jesus nas condies de perfeitos, ostentando hipocritamente grande santidade e confiana nas suas prprias obras de justia; enquanto isso no aceitavam a autoridade divina de Jesus.

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    Em Lucas 16.15, Jesus disse-lhes: Vs sois os que justificais a vs mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos coraes, porque o que entre os homens elevado, perante Deus abominao.

    Observa-se que a tendncia dos fariseus era permanecer debaixo da Lei, desconhecendo a Graa de Cristo. E mesmo no existindo no homem a capacidade para guardar a Lei, Deus no probe ningum de entrar por esse caminho, quando a pessoa faz questo de estar debaixo da Lei; mas nesse caso, ento, exige dela a perfeio na prtica de toda a Lei (Tg 2.10): Porque qualquer que guardar toda a lei e tropear em um s ponto, tornou-se culpado de todos.

    Foi exatamente essa cobrana que Jesus fez aos fariseus, se quisessem entrar pela Lei

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    (se achando em condies de guard-la), o caminho estava aberto, porm, que no fossem hipcritas, ou seja, que no fossem somente dizimistas, mas que no desprezassem o mais importante da Lei:

    O juzo, a misericrdia e a f (Mt 23.23).

    O juzo e o amor de Deus (Lc 11.42).

    Concluso: deveriam guardar toda a Lei sem tropear em um s ponto (Tg 2.10; Gl 5.2-3).

    Se algum argumenta que estas palavras no foram dirigidas a fariseus, mas sim a cristos, pelo fato de Jesus ter includo o juzo, a misericrdia e a f, obras estas praticadas pelo cristianismo, vale lembrar que muitas obras do

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    cristianismo esto includas na dispensao da Lei, como por exemplo: No adulterars, no matars, no dars falso testemunho, amars a Deus sobre todas as coisas, etc. O que essas pessoas no entendem que a Lei ampla, contendo muitas obras do cristianismo e muito mais, como: circunciso, dzimos, guarda de dias meses e anos, sacrifcios de animais, abstinncia de manjares, etc. etc. Paulo d as caractersticas da preciosidade da Lei, dizendo: E assim a lei santa, e o mandamento santo, justo e bom, (Rm 7.12). Porm havia nela ordenanas divinas que ao homem impossvel realiz-las. Tanto que Paulo disse: Porque bem sabemos que a lei espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado (Rm 7.14).

    Podemos afirmar que a Lei santa porque veio de Deus (Lv 18.5); to boa que Jesus a consumou (Jo 17.4); e to justa que Cristo nos

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    salvou pela realizao do seu cumprimento (Mt 5.17).

    Vale salientar que aquele que quiser viver debaixo da Lei (se achando capaz de guard-la) no pode desprezar o mais importante dela: O juzo, a misericrdia e a f.

    Veja que Paulo fala aos Glatas, dizendo: E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que est obrigado a guardar toda a lei (Gl 5.3).

    Essa toda a Lei que Paulo fala que deve guardar o homem que se deixa circuncidar, obviamente inclui o principal dela: o juzo, a misericrdia e a f; pois fazem parte da dispensao da Lei, mas nem por isso o cristo deve se circuncidar; pois est escrito:

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    Se o crente se circuncidar, Cristo de nada aproveitar (Gl 5.2).

    Diante deste esclarecimento, algum pode perguntar: mas no existe s um caminho? No, a resposta. Existe s um caminho se levarmos em conta a incapacidade humana. Mas, matematicam-ente, existem dois caminhos:

    1) O da salvao pela prtica da Lei dada por Deus, por intermdio de Moiss (a Antiga Aliana, chamada Lei de Moiss).

    2) O da salvao pela Graa que h em Cristo Jesus (a Nova Aliana).

    Por que ento Jesus disse: Eu sou o caminho? Exatamente, levando em conta a incapacidade humana.

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    A justia pela Lei dada por intermdio de Moiss, foi o primeiro caminho oferecido por Deus para a salvao do homem, conforme a Sua prpria expresso em Levticos 18.5: E dei-lhes os meus estatutos e os meus juzos pelos quais cumprindo-os o homem viver por eles, veja tambm Ez 20.11.

    Paulo, escrevendo aos romanos, confirma esta condio de salvao ao declarar: Ora, Moiss descreve a salvao que pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viver por elas (Rm 10.5).

    Este o caminho da salvao pela prtica da Lei (fora da Graa de Cristo), Gl 5.4.

    Porm, todo cristo esclarecido tem pleno conhecimento de que no homem no existe justia suficiente para guardar perfeitamente

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    todos os mandamentos da Lei, pois est escrito: No h um justo, nem um sequer (Rm 3.10; Sl 53.2-3). Contudo, o caminho da salvao pela prtica da Lei continua aberto, isto , disposio de algum que queira confiar na sua prpria capacidade, como faziam os fariseus.

    Existem vrios textos bblicos confirmando que a Lei permanece como caminho para a salvao humana. Para um melhor esclarecimento, comecemos interpretando o captulo 10, versculo 19 da Epstola aos Hebreus, quando o escritor declara: Tendo, pois, irmos, ousadia para entrar no santurio, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo vu, isto , pela sua carne.

    No versculo acima, o escritor se refere a Novo Caminho; isto quer dizer que existe outro caminho (o Velho Caminho); Velho,

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    obviamente, porque veio antes do Novo. No captulo 8, versculo 13 do mesmo livro, o prprio escritor acrescenta: Dizendo nova aliana, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto est de se acabar.

    Observemos, ento, que a Lei no se havia acabado. Porm, a prtica da Lei s se acabar quando no existir mais ningum confiando na carne (na sua prpria capacidade), querendo us-la como meio de salvao.

    O captulo 4 do livro O Sbado, A Lei E A Graa, escrito por Abrao de Almeida, publicado pela CPAD (Casas Publicadoras das Assembleias de Deus), diz o seguinte: A Lei continua santa, boa e justa, mas, no estamos mais sujeitos a ela.

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    Paulo, escrevendo a sua Primeira Epstola a Timteo, expressa-se sobre o assunto, dizendo: Sabemos, porm, que a lei boa, se algum dela usa legitimamente (1 Tm 1.8).

    Aqui, ele demonstra estar aberto o caminho da salvao pela prtica da Lei. Igualmente observemos os versculos transcritos a seguir:

    a) Rm 2.25: A circunciso , na verdade proveitosa, se tu guardares a lei.

    b) Gl 5.3: E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que est obrigado a guardar toda a lei.

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    c) Rm 2.13: Porque os que ouvem a lei no so justos diante de Deus, mas os que praticam a lei, ho de ser justificados.

    d) Gl 3.12: Ora, a lei no da f, mas, o homem que fizer estas coisas, por elas viver.

    Porque na verdade, no a Lei que no tem capacidade para salvar o homem; o homem que no tem capacidade para guardar a Lei. Porm, a Lei s tem capacidade para salvar o homem que for perfeito; mas Jesus tem capacidade para salvar o homem imperfeito. Tanto a Lei como Cristo, tm capacidade para salvar, porm, em condies bem distintas, ou seja, enquanto a Lei exige a perfeio, o poder de Cristo se aperfeioa na fraqueza (2 Co. 12.9).

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    Portanto, observamos acima que a Lei permanece disposio da perfeio humana. Por isto Jesus no condenou os fariseus por quererem guardar a Lei, mas sim os advertiu para que, neste caso, ento, guardassem toda a Lei.

    Os pregadores de dzimos se apegam tanto aos versculos 8 10 do captulo 3 do livro de Malaquis, que at pregam que o cristo que no paga o dzimo no entra no reino dos cus, nem pode estar em comunho com o povo de Deus.

    A respeito dessa heresia, inclusive, tenho documentos em mos, os quais dizem ser o dzimo uma dvida financeira que o cristo tem para com Deus. Desta forma, os que assim pregam, inutilizam o Completo Sacrifcio que Cristo realizou na Cruz do Calvrio em resgate

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    da humanidade; pois o prprio Jesus, ao entregar o Esprito a Deus, declarou: Est consumado (Jo 19.30; Lc 23.46).

    Querem ser resgatados da sua v maneira de viver com a tradio que receberam de seus pais atravs de pagamentos de dzimos e demais obras mortas. Pedro, escrevendo a sua Primeira Eps-tola, adverte o povo dessa heresia, dizendo: No foi com coisas corruptveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa v maneira de viver que por tradio recebestes de vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado (1 Pe 1.18-19). Confira ainda: Ap 22.17; At 15.10-11; Ef 2.8-9; Mt 20.28; 1Tm 2.6; Rm 3.24.

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    Os cobradores de dzimos at parecem desconhecer a Graa de Cristo e o que significa: Misericrdia quero, e no sacrifcios (Mt 9.13).

    Vimos, portanto, o esprito da mensagem que o texto em estudo expressa, porm muitos so os obreiros que o tomam como uma das bases para cobrana de percentual dos cristos. Ainda alegam que Jesus est autorizando tal cobrana aos cristos, apresentando a parte final destes versculos: Deveis, porm fazer estas coisas, e no omitir aquelas (Mt 23.23). Importava fazer estas coisas, e no deixar as outras (Lc 11.42). Como j foi esclarecido acima, ao terminar Seu comentrio, Jesus diz que os escribas e fariseus no deveriam deixar de pagar o dzimo, pois fazia parte da Lei que eles persistiam em guardar.

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    Observe, ainda, o leitor, que o dzimo ali no o objetivo principal, e sim est sendo usado como argumento para levar aqueles homens, que viviam apenas de aparncia, ao conhecimento do seu erro.

    Lucas 18.11-14

    11 O fariseu, estando em p, orava consigo desta maneira: Deus, graas te dou, porque no sou como os demais homens, roubadores, injustos e adlteros; nem ainda como este publicano.

    12 Jejuo duas vezes na semana, e dou o dzimo de tudo quanto possuo.

    13 O publicano, porm, estando em p, de longe, nem ainda queria levantar os olhos

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    aos cus, mas batia no peito, dizendo: Deus, tem misericrdia de mim pecador.

    14 Digo-vos que este desceu justificado, e no aquele; porque qualquer que a si mesmo se exaltar ser humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilhar ser exaltado.

    No texto supracitado, encontramos Jesus criticando, mais uma vez, os fariseus por confiarem em suas obras de justia, e justificando um publicano por reconhecer seu estado de pecaminosidade, humilhando-se diante de Deus.

    dentro dessa mensagem que aparece pela segunda vez o dzimo no Evangelho de Lucas. O leitor pode observar que novamente Jesus faz referncia ao dzimo de homens que estavam debaixo da Lei. Se o leitor for sincero,

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    haver de concluir que, neste texto, Jesus no est impondo o dzimo aos cristos.

    Hebreus Captulo 7

    Apresento esta parte dividida em dois pontos para melhor clareza.

    Ponto 1: Um resumo geral do que o escritor procura apresentar neste captulo.

    Ponto 2: Destaque para os versculos que so especificamente tomados por base para cobrana do dzimo.

    1- Os cristos hebreus, por terem vindo do judasmo e seus preceitos, tinham tendncias a sustentar rudimentos do Antigo Pacto (a Lei), tais como: circunciso, sacerdcio levtico, etc. etc. (At 15.5-6). Sendo assim, o escritor procura

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    mostrar, neste captulo 7, a absoluta superioridade de Jesus sobre o sacerdcio levtico, que era segundo a Lei, ou seja, agia de acordo com a Lei, versculo 5.

    Procura mostrar tambm que a obrigato-riedade da Lei havia tido o seu tempo exclusivo e que j havia cessado, conforme versculo 28, que diz: Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre.

    Em resumo, o que o autor procura transmitir neste captulo a superioridade de Cristo, algo que ele faz em sequncia. Primeiro apresenta a superioridade de Melquisedeque sobre o sacer-dcio levtico, que aparece nos versculos 4 a 10; em seguida apresenta a superioridade de Cristo sobre o sacerdcio

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    levtico, versculos 11 a 28. Essa superioridade de Jesus sobre tudo e todos est resumida no primeiro versculo do captulo 8: Ora, em suma (em resumo) do que temos dito, que temos um sacerdote tal (tal aqui significa indescritvel) que est assentado nos cus a destra do trono da Majestade.

    O fato de o escritor aos Hebreus ter usado o dzimo de Abrao a Melquisedeque como argu- mento para mostrar a superioridade de Cristo, no significa que est ordenando a cobrana de dzimo para os cristos.

    Os levitas cobravam dzimos segundo a Lei (de Moiss), o que nos fala o versculo 5, que diz: E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdcio tm ordem, segundo a lei, de tomar o dzimo do povo, isto , de seus

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    irmos, ainda que tenham sado dos lombos de Abrao.

    A expresso tm ordem segundo a lei deixa claro que o dzimo era tomado segundo a Lei, e no segundo a Graa. Observe que o escritor faz questo de esclarecer que o dzimo no era praticado entre os cristos, quando diz: do povo, isto , de seus irmos. No disse dos nossos irmos, mas, dos seus irmos (dos irmos espirituais dos sacerdotes levticos que ainda andavam na Lei e no viviam na Graa de Cristo).

    Onde aparece a Igreja primitiva pagando ou recebendo dzimos? Aparece, sim, recolhendo ofertas voluntrias para diversas necessidades e finalidades.

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    A lei no cristianismo outra; observemos o versculo 12: Porque, mudando-se o sacerdcio, necessariamente se faz tambm mudana da lei.

    O cristianismo est na lei da liberdade, Tg 1.25: Aquele, porm, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisto persevera, no sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal ser bem-aventurado no seu feito.

    E tambm, Tg 2.12: Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade. No mais a lei da aliana levtica, isto , de mandamentos carnais (Hb 7.18-19).

    Portanto, irmos, convm que consideremos a advertncia de Paulo: Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo vos

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    libertou, e no torneis a meter-vos debaixo do jugo da servido (Gl 5.1).

    Hebreus 7.8

    E aqui certamente tomam dzimos homens que morrem; ali, porm, aquele de quem se testifica que vive.

    Na primeira parte, ele est fazendo meno do sacerdcio levtico, que era composto de homens mortais, conforme versculo 5.

    A palavra aqui se refere a essa meno. Seria o mesmo que o autor dizer: Aqui (neste caso, nesta situao que expomos a vocs, irmos) quem cobra dzimos so homens que morrem.

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    Quais homens? Os levitas. Pois o sacerdcio levtico continuava quando foi escrita esta epstola, tanto que no captulo 8, versculo 4, o escritor comentando sobre Jesus, diz: Ora, se Ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei.

    Ento o Aqui no est fazendo referncia aos pastores, presbteros e outros obreiros do cristianismo como muitos supem e ensinam, mas sim a sacerdotes levticos, pois eram eles quem cobravam dzimos.

    J, na segunda parte, quanto palavra ali, ela no passa de uma referncia a Melquisedeque ali no passado. Seria o mesmo que o autor dizer: Ali (naquele caso, naquela situao, no tempo de Melquisedeque) aquele de quem se testifica que vive.

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    O Ali no est fazendo referncia a Jesus, como alegam. O dzimo no exclusividade da Lei, conforme versculo 5? Ento, como pode Jesus estar l no cu cobrando ou recebendo algo pertencente a CDULA que era contra nos nas suas ordenanas, a qual Ele j riscou, Tirou do nosso meio e cravou na cruz ? (Cl 2.14).

    Por fazer parte da Lei de mandamentos carnais, o dzimo foi substitudo pela Graa. Depois que a f veio j no estamos debaixo da Lei, conforme est escrito: Separados estais de Cristo, vs, os que vos justificais pela lei: da graa tendes cado (Gl 5.4).

    A SEMELHANA DE MELQUISEDEQUE

    Muitos tentam, de toda maneira, torcer alguns textos bblicos em favor de seus pontos de

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    vista, para fabricar argumento a fim de colocar preo financeiro salvao crist.

    Alguns at aplicam o dzimo ao cristianismo, sob alegao de Jesus ter sido comparado semelhana de Melquisedeque, quando este no seu ministrio recebeu dzimo de Abrao, porm, esta no deixa de ser, tambm, uma alegao absolu-tamente equivocada e sem fundamento espiritual.

    Pois neste caso, ento, teramos tambm que praticar as obras do ministrio de Moiss! Porque se Jesus foi comparado semelhana de Melqui-sedeque, tambm O foi, e muito mais, semelhana de Moiss!

    Quando Deus reuniu o povo israelita ao p do Monte Sinai para lhe determinar as obras do ministrio de Moiss, isto , a Lei dos mandamentos, o povo temeu a voz do Senhor, porque havia grandes maravilhas naquele lugar.

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    Pois o Senhor descera em Fogo. Deus falava em alta voz, e havia troves e relmpagos. E o povo vendo isso, encheu-se de temor e ps-se de longe. E disseram a Moiss: fale tu conosco, e ouviremos; e no fale Deus conosco, para que no morramos. Ento o Senhor disse a Moiss: bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falar tudo o que eu lhe ordenar. E ser que qualquer que no ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele (Dt.18.15-19; Ex. 20.18-19).

    Irmos, a sntese de tudo isto, que Este Profeta que o prprio Deus compara semelhana de Moiss, no outro seno Jesus Cristo. Mas nem por isto temos que praticar as obras do ministrio de Moiss (Jo 1.17).

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    Quando Pedro realizou a cura do coxo, na porta formosa do templo, e querendo apresentar Jesus Cristo e o Seu poder de salvao para o povo que estava maravilhado e atnito diante de tal realizao, no se referiu Melquisedeque, mas buscou semelhana de Moiss, dizendo: porque Moiss disse: o Senhor, vosso Deus, levantar dentre vossos irmos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser (At 3.22).

    Da mesma forma, Estvo, no auge de sua revelao, tendo o seu rosto como o de um anjo, ao proferir palavras de salvao, e querendo apresentar Jesus e Sua grandiosidade para o povo, tambm usou semelhana de Moiss, dizendo: porque Moiss disse aos filhos de Israel: o Senhor, vosso Deus, vos levantar dentre vossos irmos um profeta como eu; a ele ouvireis (At 7.37).

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    Observemos que Estvo tambm no se referiu Melquisedeque para demonstrar o poder e a superioridade de Jesus, mas sim, baseou-se na semelhana de Moiss. Ento vemos que Moiss foi muito mais comparado semelhana de Jesus do que Melquisedeque. No entanto no temos que praticar as obras do ministrio de Moiss.

    Porque uma coisa certa: mesmo Moiss e Melquisedeque sendo comparados semelhana de Jesus, mas no os foram na autenticidade.

    Ningum igual a Jesus; Ele Incomparvel, nico Salvador, conforme est escrito: E em nenhum outro h salvao, porque tambm debaixo do cu nenhum outro nome h, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos (At 4.12). Veja tambm 1Tm 2.5.

    Nem em Moiss, nem em Melquisedeque, nem em outro qualquer, por mais privilegiado que seja na expresso bblica, h poder de redeno.

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    Tanto, que ningum pode ser batizado em Moiss, tampouco em Melquisedeque, mas somente em Jesus.

    Tanto as obras do ministrio de Moiss como as obras do ministrio de Melquisedeque eram boas, o que faltou em ambos foi a capacidade de cumpri-las por nos.

    Mas Jesus, como nosso Redentor, tomou as obras da poca do ministrio de Melquisedeque, que eram: sacrifcios de animais, circunciso, dzimos etc., as quais j estavam enquadradas na Lei de Moiss, e as cumpriu por ns, para que fossemos salvos pela Sua Graa, isto , para que revestidos de Cristo j estivssemos no cumprimento de tais obras; bem compreendido, nos alimentando no que Cristo j cumpriu. Por isto que Jesus declara: Assim como o Pai que vive me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se

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    alimenta, tambm vivera por mim (Rm 4.5), e tambm: Jo 6.57; Jo 15.5.

    O texto que narra a histria do livro selado com sete selos, que estava na mo do Todo-Poderoso (no capitulo 5 do Apocalipse), mas uma vez nos deixa clara a inigualdade de Jesus, quando o livro precisava ser aberto e desatados os seus selos: um anjo forte, bramando com grande voz, desafiava dizendo: Quem digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? E ningum no cu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro nem de olhar para ele (Ap 5.2-3). Enquanto isso Joo chorava muito, porque a nossa salvao dependia de algum que pudesse abrir o livro e desatar os seus sete selos. Porem, nessa hora, nem Moiss, nem Melquisedeque, nem algum outro foi digno disto. Porque diz que ningum foi achado digno para tal. Mas um dos ancios confortou Joo, apresentando o Incomparvel Jesus Cristo, o Inigualvel Reis dos reis, o nico Salvador,

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    dizendo: Eis ai o Leo da tribo de Jud, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos(Ap 5.5).

    COMO JESUS VENCEU?

    Jesus venceu realizando a obra de Redeno, ou seja, cumprindo a Lei de Deus dada para a salvao do povo, representada pelas duas tbuas de pedra que esto guardadas na Arca da Aliana, chamada de Testemunho, ou, dez mandamentos (escritos pelo dedo de Deus). Lembremos que, na Cruz do Calvrio, percebendo Jesus que toda a Lei representada pelas Tbuas da Aliana havia sido totalmente cumprida, Disse: Est Consumado.

    Por isto, a Arca da Aliana tem grande significado na nossa salvao. Muitos perguntam: Onde est a Arca da aliana que desapareceu misteriosamente? Podemos afirmar que ela est no cu, no Templo de Deus, at o julgamento final, conforme Apocalipse 11.19. Pois se a Lei

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    permanece (conforme aprendemos acima), a Arca da Aliana que representa toda a Lei, tambm permanece.

    A ARCA DA ALIANA, mencionada em Apocalipse 11.19, literalmente a Arca original, em cujo interior esto as duas tbuas de pedra escritas pelo dedo de Deus, representando a Sua Lei (os dez mandamentos) cujo cumprimento resgata a nossa divida para com a justia divina (Lv 18.5). Deus levou a Arca da Aliana para o Santurio Celestial, porque naquele dia, segundo Apocalipse 5.1-10, a salvao s foi consolidada mediante a presena do Vencedor (do cumpridor de toda a Lei), permitindo que Ele abrisse o livro que estava na destra de Deus, desatando os seus sete selos. quando aparece Joo chorando, porque ningum no cu, nem na terra, nem debaixo da terra, foi achado digno para tal. Porm, Joo foi confortado por um dos ancios que lhe apresentou Jesus, dizendo: eis aqui o Leo da tribo de Jud,

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    que venceu (que cumpriu toda a Lei Mt 5.17-18), para abrir o livro e desatar os seus sete selos (Ap 5. 1-5).

    Ento, temos certeza que a Arca da Aliana vista no cu, a original, na qual esto as duas tbuas de pedra escritas pelo prprio dedo de Deus. A Bblia no mente; e nela est claramente revelado que, mediante o toque da ultima trombeta, a Arca ser vista no cu, no Templo de Deus, com grandes sinais: E abriu-se no cu o templo de Deus, e a Arca da sua Aliana foi vista no seu templo; e ouve relmpagos, e vozes, e troves, e terremotos e grande saraiva (Ap 11.19). Estes grandes sinais tambm aconteceram no Monte Sinai quando Deus promulgou a Lei contida no interior da Arca (Ex 20.1-18; 19.18). Isto prova que a Arca da Aliana, muito procurada na terra, est no cu, no Templo de Deus.

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    Se aquela no fosse a Arca da Aliana determinada por Deus a Moiss, mas sim uma outra natural do templo de Deus (como alguns dizem), no precisaria a explicao de que a Arca teria sido vista no seu templo! Bastaria dizer: E abriu-se no cu o templo de Deus, e a Arca da Aliana foi vista. Mas, acrescentou: no seu templo, dando a entender que Ela no era naturalmente do cu.

    Podemos afirmar que, na histria sagrada, s existe uma Arca da Aliana, a qual contm as duas tbuas de pedra representando os dez mandamentos. Alguns at dizem que Deus teria, l no cu, uma cpia dos dez mandamentos (do Testemunho), mas Deus jamais usaria uma cpia, mas sim a original escrita pelo Seu prprio dedo (Ex 31.18; 32.15-16).

    Antes do Pacto do Monte Sinai no existia Arca da Aliana, nem na terra, e nem no cu. Ela

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    foi criada nica e exclusivamente para o processo de salvao do povo que estava destitudo da glria de Deus. Pois os seres celestiais no precisam de Arca da Aliana. Tanto, que quando tudo se cumprir, isto , quando estivermos na glria eterna, no precisar mais dela, conforme est escrito em Jeremias 3.16: E suceder, que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dir: A Arca da Aliana do Senhor, nem lhes vir ao corao; nem dela se lembraro, nem a visitaro, nem se far outra.

    Porm, hoje, a Arca da Aliana est no Cu, no Templo de Deus, aguardando a chegada do povo salvo, para que Cristo (pela Sua Graa) apresente por ns, todo o cumprimento da Lei representada pelas tbuas que esto no interior da Arca, consolidando assim o Resgate daqueles que Lhe aceitaram como Salvador.

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    Igualmente, aps Jesus ter realizado o nico e suficiente Sacrifcio pela redeno do povo, como Sumo Sacerdote, Ele tinha que ir at a Arca da Aliana, onde Deus se fazia presente, para entregar o Sacrifcio com todo o cumprimento da Lei contida no interior da Arca, para que se realizasse nEle toda a justia do cumprimento da Lei, sem que dela fosse omitido um jota ou um til, conforme Ele mesmo falou em Mateus, 5.17-18. Porm, segundo Hebreus 9.24, Jesus no entrou no santurio terrestre, mas no mesmo cu, para comparecer por ns perante a face de Deus. Isto significa que a Arca da Aliana j estava no Santurio Celestial.

    A Arca da Aliana nica. Deus no mostrou Moiss uma outra Arca como modelo, como alguns dizem. At porque, o modelo da Arca no foi mostrado a Moiss por viso, mas por determinao de palavras. Veja em xodo 25.10 a

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    22, como Deus falou a Moiss para mostrar o modelo da Arca, traando todo o seu perfil por meio de palavras.

    Muitos no compreendem o tamanho do significado espiritual da Arca da aliana; pensam que Ela era um simples utenslio do tabernculo, mas, Ela muito mais do que isto, Ela a Aliana do Deus Altssimo. Razo pela qual chamada de: ARCA DA ALIANA DO SENHOR. Veja algumas referencias: Nm 10.33; Dt 31.26; Js 4.7; Jz 20.27; 1Sm 4.5; 1Rs 8.6; 1Cr 22.19; Ex 32.15-16.

    Por isto, em Apocalipse 11.19, onde se refere a Ela, diz: e a ARCA DA SUA ALIANA foi vista NO SEU TEMPLO.

    Contudo, a nossa salvao pela Graa de Cristo, porque a Lei que precisava ser cumprida para o nosso resgate, representada pelas duas tbuas de pedra que esto dentro da Arca, Jesus j

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    cumpriu por ns, dando-nos o seu perfeito cumprimento pela Sua Graa. (E o dzimo est incluso).

    H duas maneiras para se cumprir a Lei: Primeira: pela sua prtica total, sem tropear em um s ponto (Gl 3.12; 5.3-4; Rm 10.5; Mt 23.23; 1 Tm 1.8).

    Segunda: pela f em Cristo, ou seja, se alimentando nEle, sem a prtica da Lei: quele que no pratica, mas cr naquele que justifica o mpio, a sua f lhe imputada como justia (Rm 4.5). Veja tambm: Jo 15.5; 6.57; Ef 2.8. Observamos ento, que a melhor maneira para que a justia da Lei se cumpra em ns, o revestimento de Cristo pelo batismo da f, conforme est escrito: batizados em Cristo j vos revestistes de Cristo (Gl 3.27-28). Porm alguns, hoje, esto se batizando tambm em Moiss, outros em Melquisedeque; mas a Igreja verdadeira se batiza somente em

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    Cristo Jesus (que j cumpriu a Lei do dzimo por ns) e que o nosso nico e suficiente Salvador. A Ele, glria para todo o sempre. Amm!

    A prtica do dzimo no cristianismo anti-bblica. Tenho registros em mos, os quais dizem que a Igreja s comeou a cobrar dzimo por volta do ano 600 d.C. Sabemos que nessa poca parte de sua administrao j havia se corrompida, devido a alguns maus obreiros que ministravam. Paulo, prevendo coisas deste tipo, instruiu os ancios da igreja de feso, dizendo: Porque eu sei isto: que depois da minha partida, entraro no meio de vs lobos cruis que no perdoaro o rebanho (At 20.29). No versculo 33 ele justifica-se: De ningum cobicei a prata, nem o ouro. Sabia ele que, quando os lobos entrassem na administrao da Igreja, iam cobiar prata e ouro. Nessa cobia foram at os pobres

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    necessitados a praticarem a lei do dzimo (Mt 23.4).

    Mas Paulo adverte, no captulo 6 da sua Primeira Epstola a Timteo, que no entre por esse caminho, praticando esse tipo de obra. No versculo 10 ele diz: Porque o amor ao dinheiro a raiz de toda espcie de males. E no versculo 11: Mas tu, homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justia, a piedade, a f, a caridade, a pacincia, a mansido.

    O cristo deve contribuir, sim, porm, de maneira espontnea, no pela lei de mandamentos carnais, mas pela lei da liberdade, segundo o sentimento do corao, conforme a expresso do apstolo Tiago: Aquele, porm, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisto persevera, no sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal ser bem-

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    aventurado nos seus feitos (Tg 1.25). Confira tambm, Tg 2.12.

    A lei da liberdade dispensa a ordenana de percentual, mas interessa-se no propsito do nosso corao; o apstolo Paulo nos conscientiza desta realidade, dizendo: Cada um contribua segundo props no seu corao; no com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que d com alegria (2Corntios 9.7).

    Ao crente que tem conscincia de sua responsabilidade diante de Deus, no preciso que lhe determine a quantia ou o percentual que deva contribuir, pois contribui com o mximo que pode. A viva pobre, quando deu o que tinha (o mximo que podia Lc 21.1-4), no o fez com base em dzimo, mas em contribuio espontnea.

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    A denominao evanglica que ordena o percentual de contribuio, demonstra dvida quanto espiritualidade dos seus membros, visto que 1 Timteo 1.9-10 declara que a lei no feita para os cristos, mas para os mpios, para os profanos, para os que so contra a s doutrina.

    Portanto, cristos, no podemos nos deixar influenciar pelo esprito legalista, ou seja, no devemos de forma alguma associar a contribuio crist a cumprimento de percentual.

    Os defensores do dzimo alegam o seguinte: O dzimo um percentual de referncia mnima para estabelecer o piso de contribuio crist. Mas, na realidade, tal alegao no confere com a verdadeira doutrina crist. Pois segundo o ensinamento do

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    Evangelho de Cristo, o Esprito da Graa no estabelece piso nem teto de contribuio. O percentual preestabelecido como contribuio mnima (como alegam) pura lei de mandamento carnal.

    Devemos entender que o obreiro tem o direito e o dever de apresentar as necessidades financeiras da obra e incentivar os cristos a contriburem, mas no tem o direito de determinar o valor ou o percentual com que cada cristo deva contribuir, pois dessa maneira, a contribuio crist j no seria pelo propsito do corao de cada um (como manda a Bblia, 2 Co.9.7), mas pelo propsito do corao do obreiro. Isso significa que cujo obreiro no est confiando na espiritualidade da igreja e, pela carne, quer realizar a obra que s o Esprito Santo pode realizar. Mas, tal condio no deve ser aceita:

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    Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo vos libertou, e no torneis a meter-vos debaixo do jugo da servido (Gl 5.1).

    Mas, se sois guiados pelo Esprito, no estais debaixo da lei (Gl 5.18).

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    4. Com Qual Percentual Devemos Contribuir

    O verdadeiro cristo, por ser cheio do Esprito Santo , obviamente, dotado do Seu fruto que : amor, bondade, benignidade, justia, generosidade etc., o qual, sem dvida, lhe proporciona condies para determinar o valor com que deva contribuir, dispensando assim o percentual padronizado pela Lei.

    Quando deparamos com a orientao do apstolo Paulo, dizendo: Cada um contribua segundo props no seu corao (2Co 9.7), sem dvida compreendemos que est individualizando o valor ou o percentual de contribuio, ou seja, deixando o percentual a critrio do propsito e das possibilidades de cada um.

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    A intensidade do amor pela obra de Deus e as possibilidades financeiras determinam o per-centual que cada cristo deva contribuir.

    Na matemtica divina, com certeza o valor espiritual da contribuio levado em conta, tambm, pelas possibilidades financeiras de cada um e no somente pelo percentual que contribui.

    s vezes, neste caso, um percentual de contribuio menor de um contribuinte pode se tornar mais valioso diante de Deus do que um percentual maior de outro.

    Por exemplo: 5% de um que ganhou pouco, pode significar muito mais do que 15% de outro que ganhou muito.

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    Neste caso podemos comparar com a parbola de dois chefes de famlia: um ganhou U$ 5.000,00; deu 15% (U$750,00), sobraram ento U$4.250,00. Os 15% que contribuiu no lhe privaram de boa alimentao, do uso de um bom carro etc. etc. Enquanto o outro ganhou um salrio de U$100,00. Ao pagar suas despesas necessrias como: gua, luz, armazm etc., cujas despesas somaram U$95,00; isto porque gastou somente o suficiente para que sua famlia no desfalecesse de fome. No podemos dizer que sobrou, porque lhe faltavam muitas outras coisas, porm, ficaram U$5,00 (equivalente a 5% do que ganhou). Havia um plano familiar para comprar com aquele salrio, um lpis novo para o filho que estudava, um calado por mais simples que fosse para a esposa, e uma camisa de trabalho para aquele chefe. Eram para eles produtos de primeira necessidade; entretanto, ao orarem para agradecer a Deus pelo salrio, lembraram-se

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    que a Sua obra carecia muito da contribuio deles; ento, sentindo arder em seus coraes um profundo amor pela obra de Deus, decidiram concordemente abrir mo de comprar o que precisavam, e ento, cheios de amor, ofertaram obra de Deus aqueles 5%, com alegria e propsito de corao.

    Diante desta parbola, vem a seguinte pergunta: qual desses dois chefes de famlia contribuiu mais diante de Deus?

    Certamente, se o leitor for espiritual, responder que foi o que deu 5%, pois era tudo o que tinha para suprir as demais necessidades da famlia.

    O texto que narra a histria da viva pobre (Mc 12.41-44) declara que aquela pequena quantia que dera, era tudo que tinha

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    para o seu sustento. Porm o prprio Jesus testemunhou o grande valor da sua oferta, dizendo: em verdade vos digo que, esta pobre viva, deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.

    Aquelas pequenas moedas que a viva deitou na arca do tesouro, talvez no traduzissem 10% do que ganhara, pois eram muito pequenas, mas, quem sabe, ao saldar seus compromissos, foi o que ficou para o seu sustento. Alias, falando em saldar compromissos, acho oportuno mencionar que tm at obreiros, por a, ensinando os fiis a deixar a sua dvida pendente no comrcio para poder pagar o dzimo, com pretexto de que pela f pagar a sua dvida. Mas, tal ensinamento no procede do Esprito Santo, porque o

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    verdadeiro cristo, por mais pobre que seja procura ser pontual com seus compromissos. Pois a esse respeito est escrito: A ningum devais coisa alguma, a no ser o amor com que vs ameis uns aos outros (Rm 13.8). E ainda: Convm tambm que tenha bom testemunho dos que esto de fora, para que no caia em afronta e em lao do diabo (1Tm 3.7).

    A fidelidade em honrar todos os nossos compromissos faz parte da justia dos salvos. No sermo da montanha, Jesus declarou: Bem-aventurados os que tm fome e sede de justia, porque eles sero fartos (Mt 5.6).

    Paulo repreende os obreiros que no andam de acordo com estes ensinamentos de Cristo, dizendo: Se algum ensina alguma outra doutrina, e no se conforma com as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a

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    doutrina que segundo a piedade, soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questes e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimentos e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho, aparta-te dos tais. Mas grande ganho a piedade com contentamento. (1Tm 6.3-6), e no versculo 10 do mesmo captulo, ele diz: Porque o amor ao dinheiro a raiz de toda espcie de males, e nessa cobia alguns se desviaram da f, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.

    Portando, instruir o povo cristo a ficar devendo no comrcio para poder pagar o dzimo, significa: amor ao dinheiro e provocao raiz do mal. Isto no nada mais nada menos do que cobia, desonestidade, e

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    corrupo de f. Deus abomina esse tipo de doutrina.

    Ser que, se tais doutrinadores fossem proprietrios dos comrcios nos quais os seus discpulos fossem devedores, continuariam com seus equivocados ensinamentos? Deixemos esta pergunta no ar.

    A f no serve de fundamento para lanar mo do dinheiro que devemos no comrcio para poder pagar o dzimo. Se realmente temos f, devemos us-la para no contrairmos nenhuma dvida acima das nossas possibilidades.

    Se a f nos capacitasse para a prtica de mandamentos carnais, a salvao no seria pela graa, mas sim pelas obras da lei. Mas como disse Paulo: No aniquilo a graa de Deus;

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    porque se a justia provm da lei, segue-se que Cristo morreu debalde (Gl 2.21).

    Se confiarmos na nossa capacidade no que tange a guarda de qualquer ponto da Lei, estamos pisando o Filho de Deus, profanando o sangue da Nova Aliana, e fazendo agravo ao Esprito da Graa. Veja o que o escritor da Epstola aos Hebreus diz sobre o julgamento de quem comete tal erro: Quebrantando algum a lei de Moiss, morre sem misericrdia s pela palavra de duas ou trs testemunhas, de quanto maior castigo cuidais vs ser julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliana com que foi santificado, e fizer agravo ao Esprito da graa? (Hb 10.28-29).

    A espontaneidade para contribuir, e a liberdade para que o percentual seja

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    determinado pelas possibilidades e propsito de corao, so caractersticas proporcionadas pelo Esprito da Graa. Ao contrario, estaramos aniquilando a Graa de Deus. Por esta razo lemos em Glatas 2.21: No aniquilo a graa de Deus; porque, se a justia provm da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.

    A f para salvao pela Graa de Cristo, tem como primeiro requisito o reconhecimento da nossa incapacidade; e como segundo, a confiana que Cristo j cumpriu toda a Lei por ns (Mt 5.17).

    Existem muitos se gloriando, batendo no peito e dizendo: Pela f sou dizimista. Isso expressa confiana na carne, no aceitando a incapacidade humana; e isso abominao diante de Deus. Devemos tomar o exemplo de Paulo, que diz: Longe esteja de mim, gloriar-

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    me, a no ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (Gl 6.14).

    Deus no nos deu capacidade para que pela f guardssemos leis de mandamentos carnais; mas Deus nos deu capacidade para que pela f cumprssemos a lei da liberdade que h em Cristo Jesus, a qual podemos chamar de Lei de Cristo: No estamos sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo (1 Co 9.21).

    A lei de Cristo a lei da liberdade. Em termos de contribuio financeira, existe lei para contribuir, mas no existe lei preestabelecida para o percentual. O percentual varia de acordo com as possibilidades de cada um, segundo a orientao de Paulo aos corntios, quando diz: Conforme a sua prosperidade (1Co 16.2), ao contrrio, no

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    seria lei da liberdade. o que aprendemos acima, na comparao das contribuies dos dois chefes de famlia. De outra maneira, Jesus no precisaria nos ter oferecido um Jugo suave e um fardo leve (Mt 11.30).

    Isto nos ensina que bater no peito, dizendo que guarda a lei do dzimo, fazer agravo ao Esprito da Graa. Muitos, alm de se gloriarem na prtica da lei do dzimo, ainda acusam aqueles que contribuem pela lei da liberdade, chamando-os de ladres e injustos; termos estes, usados na lei mosaica (Dt 27.26; Ml 3.9).

    Na parbola do fariseu e do publicano, entende-se que o fariseu confiava na prtica dessa lei para gloriar-se e acusar os outros de no serem dizimistas, chamando-os de roubadores quando dizia: Deus, graas te

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    dou, porque no sou como os demais homens, roubadores, injustos e adlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dzimos de tudo quanto possuo (Lc 18.11-12).

    Contudo o fariseu tinha mais moral de acusar os outros de no dar o dzimo, do que qualquer cristo. Porque o fariseu era regido pela lei mosaica, apesar de no ter condio de guard-la, conforme est escrito: No existe um justo, nem um sequer (Rm 3.10), porm o cristo no tem o direito de cobrana dessa lei, quando est livre da mesma. Pois no deve pratic-la, nem exigir que cristo algum pratique. A salvao do cristo no vem pela prtica da lei, mas pela justia da f, em Cristo Jesus, conforme est escrito: Mas, aquele que no pratica, mas cr naquele que justifica o

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    mpio, a sua f lhe imputada como justia (Rm 4.5).

    A Lei dada por intermdio de Moiss, chamada Lei de mandamentos carnais, no aceita a impossibilidade humana, mas exige a sua prtica na ntegra. Esta confirmao encontra-se em Tiago 2.10: Aquele que guardar toda a lei, e tropear em um s ponto, tornou-se culpado de todos.

    Isso quer dizer que a Lei no justifica, mas cobra. quando a Bblia diz: Porque a fora do pecado a lei (1Co 15.56); e a fragilidade humana no resistindo a cobrana da Lei, acaba ficando debaixo da maldio (Ml 3.9). Pois, exatamente a incapacidade humana que torna essa Lei em: Ministrio da Morte e Ministrio da Condenao (2Co 3.7-9). Mas, a salvao alcanada pela Graa que h

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    em Cristo Jesus, vem ao encontro da incapacidade humana, no cobrando, mas sim justificando pela f, conforme est escrito: Sendo justificados gratuitamente pela sua graa, pela redeno que h em Cristo Jesus (Rm 3.24). Ento entendemos que esta gratuidade pela Sua misericrdia nos dispensa do percentual que vem pela lei, deixando livre a contribuio do cristo, para que a faa dentro das possibilidades e com propsito de corao (2Co 9.7; 1Co 16.2).

    Portanto, Conclumos que a doutrina da salvao pela Graa que h em Cristo Jesus, ensina a contribuir livremente e por propsito de corao; enquanto a doutrina que vem pela ordenana da Lei, ensina a cumprir percentual.

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    5. Qual Foi a Intimidade de Paulo Com os Dzimos?

    Se o dzimo fosse mandamento cristo, muitas das vezes que os escritores do Novo Testamento abordassem o tema contribuio, no dispensariam o captulo 3 e o versculo 10 de Malaquias, pois a passagem bblica predileta de todos os defensores do dzimo. Porm em todo o Novo Testamento esta passagem no aparece uma nica vez! Ou estes santos e consagrados escritores no conheciam o livro de Malaquias? Ser?

    Os defensores do dzimo, em cada livro que escrevem sobre contribuio financeira, incluem dezenas de vezes a palavra dzimo como regra de contribuio para o povo cristo. Porm, o apstolo Paulo, em 13 livros que

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    escreveu, os quais integram o Novo Testamento, abordou com nfase o tema contribuio, incentivando os cristos a realiz-la como uma obra espiritual e de muita importncia para o cristianismo, contudo, nem sequer citou a palavra dzimo.

    O que podemos presumir disto?

    Que Paulo no entendia corretamente de contribuio?

    Que Paulo era avarento?

    Ou que Paulo esqueceu-se do dzimo?

    Nada disto! A verdade que Paulo tinha, pelo Esprito Santo, o verdadeiro conhecimento do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, e

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    por isto, no aplicava os preceitos da Lei, mas ao contrrio, orientava os cristos a rejeitarem as ordenanas do sacerdcio levtico, mas a contri- burem por determinao espiritual. Ao escrever aos glatas, ele adverte: Mas, se sois guiados pelo Esprito, no estais debaixo da lei (Gl 5.18).

    Na sua Segunda Epstola aos Corntios, ele bem claro ao orientar a maneira correta de contribuio no regime da Graa, dizendo: Cada um contribua segundo props no seu corao; no com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que d com alegria. (2 Co 9.7).

    Onde encontramos que Paulo, ou algum outro escritor do Novo Testamento referiu-se a Malaquias 3.10 como base para contribuio do povo cristo? Encontramos sim,

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    referncias com palavras de rejeio prtica da Lei, como disse Paulo no captulo 4, versculos 21 ao 31 de sua Epstola aos Glatas, ao repreender alguns legalistas daquela igreja:

    21: Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, no ouvis vs a lei?.

    22: Porque est escrito que Abrao teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre.

    23: Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa.

    24: O que se entende por alegoria; porque estas so as duas alianas; uma, do Monte Sinai, gerando filhos para a servido, que Agar.

    25: Ora, esta Agar Sinai, um monte da Arbia, que corresponde a Jerusalm que agora existe, pois escrava com seus filhos.

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    26: Mas a Jerusalm que de cima livre; a qual me de todos ns.

    27: Porque est escrito: Alegra-te, estril, que no ds luz; esfora-te e clama, tu que no ests de parto; porque os filhos da solitria so mais do que os da que tem marido.

    28: Mas ns, irmos, somos filhos da promessa como Isaque.

    29: Mas, como ento aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que era segundo o Esprito, assim tambm agora.

    30: Mas que diz a Escritura? Lana fora a escrava e seus filhos, porque de modo algum o filho da escrava herdar com o filho da livre.

    31: De maneira que, irmos, somos filhos, no da escrava, mas da livre.

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    Com o texto bblico supracitado, podemos claramente entender que, em termos de contri-buio financeira, se estivermos sujeitos a um percentual preestabelecido pela letra ou por determinao de obreiros, no deixando em liberdade o propsito do nosso corao, somos filhos, no da LIVRE, mas da ESCRAVA.

    Mas se dermos a devida liberdade para que a f e o amor, que fluem do nosso corao, deter-minem esse percentual, ou seja, o valor com que devemos contribuir, Deus se agradar muito mais da nossa contribuio, e a sim, podemos real-mente dizer que somos filhos, no da ESCRAVA, mas da LIVRE.

    Se somos filhos da Livre, temos liberdade para contribuir com qualquer percentual, contanto que em ns haja amor pela obra de

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    Deus e que a contribuio corresponda a esse amor.

    A qual aliana voc, leitor, quer pertencer em termos de contribuio financeira? A da Escrava, contribuindo pela lei do dzimo (Malaquias 3.10), ou a da Livre, contribuindo pela lei da liberdade (2 Corntios 9.7)?

    Veja que no verso 31 (citado acima), Paulo declara: De maneira que, irmos, somos filhos, no da Escrava, mas da Livre.

    No captulo 5, versculo 4, do mesmo livro, ele d o perfil espiritual daqueles que queriam agir como filhos da Escrava, dizendo: Separados estais de Cristo, vs os que vos justificais pela lei, da graa tendes cado (Gl 5.4).

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    Mas para os filhos da Livre, diz: Estais pois firmes na liberdade com que Cristo vos libertou, e no torneis a meter-vos debaixo do jugo da servido (Gl 5.1).

    Veja tambm a orientao de Tiago no captulo 1 versculo 25 de sua Epstola: Aquele, porm, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisto persevera, no sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal ser bem-aventurado nos seus feitos.

    E ainda, no captulo 2 versculo 12 da mesma Epstola: Assim andai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.

    Portanto, irmos, conclumos que ns, os filhos da Livre (da Jerusalm de Cima), estamos

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    livres do jugo da Lei do dzimo, porm firmes na liberdade com que Cristo nos libertou.

    Por esta forte razo, em todas as vezes que Paulo falou sobre contribuio financeira, no mencionou a palavra DZIMO nem se referiu Malaquias 3.10 como base para contribuio dos cristos.

    Alis, em nenhum texto bblico que se refere contribuio dos cristos se encontra a palavra DZIMO. Quando o assunto na Bblia Sagrada refere-se contribuio crist, a palavra DZIMO desaparece.

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    6. O Esclarecimento da Liberdade Crist.

    A liberdade crist uma graa concedida por Deus Pai, pregada por Seu Filho Jesus Cristo nas entrelinhas das Suas ricas e poderosas mensagens de salvao, e esclarecida abertamente pelo Esprito Santo, aps o Seu derramamento sobre toda a carne.

    A liberdade crist foi totalmente esclarecida pelo Esprito Santo, depois da ressurreio de Jesus. At ento, os discpulos continuavam na prtica da Lei.

    Jesus no pregou abertamente a liberdade crist aos discpulos, porque na poca eles no tinham condio de entend-la, por dois motivos: Primeiro, porque o Esprito Santo ainda no tinha sido derramado sobre eles (Jo

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    7.39), e as coisas de Deus s se entendem espiritualmente: Ora, o homem natural no compreende as coisas do Esprito de Deus, porque lhes parece loucura; e no pode entend-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2.14). Segundo, porque o prprio Jesus era guardador da Lei, como: circunciso, dzimos, guarda de dias meses e anos etc. Pois a misso de Jesus era a prtica da Lei, cumprindo-a em nosso lugar. Por isto, Ele afirma: No cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: no vim ab-rogar, mas cumprir (Mt 5.17).

    Glatas 4.4, diz que Jesus foi nascido sob a Lei.

    Em Lucas, 2.21-24, foi apresentado ao oitavo dia, circuncidado, dada a oferta (um par de rolas), segundo o que est escrito na Lei de Moiss.

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    Romanos 15.8, diz que Ele foi ministro da circunciso, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais.

    Por este claro motivo, momentaneamente, os discpulos no tinham condio de entender a liberdade crist. At ento, continuavam na prtica da Lei mosaica. Por essa razo que no sbado do sepultamento de Jesus, as mulheres no levaram as especiarias para a uno do Seu corpo, conforme est escrito: E, voltando elas, prepa-raram especiarias e unguentos; e no sbado repousaram, conforme o mandamento (Lc 23.56).

    A misso do ensinamento da liberdade crist, Jesus deixou para o Esprito Santo, assim que fosse derramado; motivo este que levou Jesus a declarar: Tenho muito que vos dizer, mas vs no podeis suportar agora, mas,

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    quando vier o Esprito de verdade, ele vos guiar em toda a verdade (Jo 16.12-13).

    Em verdade, este fato concretizou-se aps a ressurreio de Jesus, quando os discpulos, ao receberem o Esprito Santo, comearam a ser esclarecidos de toda a verdade do Evangelho e, automaticamente, da liberdade crist.

    Um dos registros desta histria encontramos claramente no captulo 15, versculos 1 ao 32 de Atos dos Apstolos; pois famosa foi a questo da Igreja naquela poca de admitir ou no os gentios f crist; porque os gentios no eram praticantes da Lei (provavelmente no eram dizimistas), e em os admitindo, se deveriam ou no ser submetidos prtica da Lei mosaica. Ento, convocaram uma grande assembleia para debaterem este assunto. A libertao dos cristos em relao ao jugo da servido da Lei (inclusive da prtica do dzimo)

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    foi, inicialmente, o polmico tema da assembleia. Porm logo foram esclarecidos, pelo Esprito Santo, que deveriam, sim, receb-los atravs do batismo com base na sua f, sem submet-los prtica da Lei.

    Finalmente foram ensinados, pelo Esprito Santo, que seria uma tentao a Deus colocarem esse jugo sobre a cerviz dos discpulos (At 15.10). Foi quando decidiram enviar uma carta s congregaes dos gentios convertidos a Cristo, dizendo: (Atos 15.24-29)

    24 Portanto ouvimos que alguns que saram dentre ns vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, no lhes tendo ns dado mandamento,

    25 Pareceu-nos bem, reunidos concorde-mente, eleger alguns homens e envi-los com os nossos amados Barnab e Paulo,

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    26 Homens que j expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.

    27 Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciaro tambm as mesmas coisas.

    28 Na verdade pareceu bem ao Esprito Santo e a ns, no vos impor mais encargo algum, seno estas coisas necessrias:

    29 Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos dolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituio, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos v.

    Confirmaram-se assim as Palavras de Jesus, em Joo 16.12-13 (citadas acima), que disse: Tenho muito que vos dizer, mas, vs no podeis suportar agora, quando vier aquele Esprito de verdade, ele vos guiar em toda a verdade.

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    Isto nos ajuda a esclarecer, na questo do estudo, que o Esprito Santo reprova a doutrina do dzimo no cristianismo.

    O cristo no deve aceitar, de obreiro algum, a imposio da guarda de nenhuma lei, quando a mesma no proceder da vontade de Deus. O apstolo Paulo, comentando sobre a liberdade crist, adverte os corntios, dizendo: Fostes comprados por bom preo, no vos faais servos dos homens (1 Co 7.23).

    E aos colossenses, Paulo diz: Tende cuidado, para que ningum vos faa presa sua, por meio de filosofias e vs sutilezas, segundo a tradio dos homens, segundo o rudimento do mundo, e no segundo Cristo (Cl 2.8).

    Existem obreiros nos nossos dias, agindo de forma gananciosa, querendo dominar o rebanho de Deus com o desejo enganoso do seu corao, como se tivessem domnio prprio

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    sobre a Igreja de Deus. Essa atitude tem causado prejuzos obra de Deus, e sem dvida, reprovada pelo Esprito Santo.

    O apstolo Pedro adverte aos obreiros da Igreja de Deus, com as seguintes palavras: Apascentai o rebanho de Deus, que est entre vs, tendo cuidado dele, no por fora, mas voluntariamente; nem por torpe ganncia, mas de nimo pronto; nem como tendo domnio sobre a herana de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho (1 Pe 5.2-3).

    J aprendemos acima, com o exemplo da histria da Igreja primitiva, registrado em Atos 15.10, que os discpulos foram ensinados pelo Esprito Santo, que, pr sobre a cerviz dos cristos, jugo desta natureza, tentar a Deus. Tentar a Deus, nesse caso, quer dizer: exigir dos cristos a prtica de ordenanas que so contra a vontade de Deus, as quais no se

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    enquadram na verdadeira doutrina crist, como o caso da cobrana do dzimo.

    Porque se o Esprito Santo nos ensina que o mandamento de contribuio financeira para o cristianismo vem pela lei da liberdade, sem dvida, o percentual de 10%, ou outro percentual qualquer, preestabelecido pela letra ou por determinao de obreiros, no nada mais nada menos do que puro mandamento carnal, para novamente submeter o povo de Deus ao jugo da servido. Mas, a orientao bblica para que nenhum cristo troque a sua liberdade espiritual pela maldio da servido da Lei: Estais, pois, firmes na liberdade com que Cristo vos libertou, e no torneis a meter-vos debaixo do jugo da servido (Gl 5.1).

    Cristo nos libertou da maldio da Lei; contudo os homens querem novamente submeter a Igreja de Deus ao jugo dessa

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    servido. No conhecendo a justia de Deus, querem estabelecer a sua prpria justia (Rm 10.3).

    Muitos pregam que a salvao pela GRAA, mas no fazem disto uma prtica real nas suas vidas e nem nas suas constantes pregaes, pois se contradizem ao dizer que aquele que no cumpre o percentual de 10% (o dzimo) amaldioado e est roubando a Deus. Com essa atitude legalista, demonstram ser insensveis integridade da prpria GRAA que pregam. Com os lbios pregam que a salvao pela GRAA, mas com o corao exigem a ordenana da Lei.

    A prtica do dzimo, em mbito religioso, s teve validade espiritual em pocas anteriores ao Novo Testamento, ou seja, na dispensao da Lei, antes da Lei (nos tempos de Abrao), porque nessas pocas, a salvao pela GRAA DE CRISTO ainda no estava em prtica. Motivo esse

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    que levou Abrao a praticar obras tais, como: circunciso, sacrifcios de animais, dzimo, etc., as quais no se enquadram na verdadeira prtica crist. Porm, podemos afirmar, com absoluta certeza espiritual, que, se Abrao vivesse na poca do cristianismo, no praticaria tais obras.

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    7. O Dzimo em Contradio a Graa

    Cristo nos resgatou da maldio da Lei, fazendo-se maldio por ns; o percentual de 10% regido pela Lei, Cristo j cumpriu por ns, cravando-o na cruz para que fssemos salvos pela Sua Graa. Por que, agora, voltarmos aos rudimentos do mundo, praticando novamente ordenanas da Lei? Isso seria, sem dvida, fazer agravo ao Esprito da Graa!

    Comecemos este captulo analisando um texto bblico referente contribuio financeira do povo que vivia debaixo da Lei (fora da Graa de Cristo), para em seguida compar-lo a um texto bblico referente contribuio do povo da Graa, para que se revele a diferena de regime de contribuio financeira entre o POVO DA LEI e o CRISTIANISMO:

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    Malaquias 3.8-10

    (8) Roubar o homem a Deus? Todavia vs me roubais, e dizeis: em que te roubamos? Nos dzimos e nas ofertas

    (9) Com maldio sois amaldioados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nao.

    (10) Trazei todos os dzimos casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exrcitos, se eu no vos abrir as janelas do cu, e no derramar sobre vs uma bno tal, que dela vos advenha a maior abastana.

    Observe o leitor que, baseando-se no texto acima, que o ponto principal usado para cobrana de dzimo do povo que estava debaixo da Lei, no h nele chance para contribuir com

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    menos de 10%, at porque o versculo 8 acusa o tal contribuinte de roubador de Deus, e o versculo 9 determina a maldio sobre ele, dizendo: Com maldio sois amaldioados.

    Isso quer dizer que, alm do tal contribuinte no receber a bno, ainda amaldioado. Essa a realidade da expresso do texto supracitado, pois est em compatibilidade com a maldio da Lei, determinada em Deuteronmio, para aquele que descumprir qualquer ponto da Lei: Maldito aquele que no confirmar as palavras desta lei no as cumprindo (Dt 27.26; 28.15-68).

    Por isso bem correto pregar esta maldio sobre aqueles que esto debaixo da Lei e no do o dzimo. Paulo prega para aqueles que querem estar debaixo da Lei, dizendo: Todos aqueles, pois, que so das

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    obras da lei esto debaixo da maldio; porque est escrito: maldito todo aquele que no permanecer em todas as coisas que esto escritas no livro da lei, para faz-las (Gl 3.10). Mas para aqueles que querem viver em Cristo, diz: Mas o justo viver da f (Gl 3.11).

    Cristo nos resgatou da maldio da Lei, fazendo-se maldio por ns, isto , cumprindo-a em nosso lugar (Gl 3.13). Tirou dos nossos ombros tais ordenanas, como: circunciso, percentual de contribuio preestabelecido pela Lei (o dzimo), sacrifcios de animais, guarda de dias meses e anos, etc. etc., conforme est escrito: Havendo riscado a cdula que era contra ns nas suas ordenanas, a qual de alguma maneira nos era contrria, e a tirou do meio de ns, cravando-a na cruz (CL 2.14). Vale ressaltar que o dzimo , incontestavelmente, contedo desta cdula, a

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    qual a Bblia Sagrada afirma claramente que Jesus riscou, tirou do nosso meio e cravou na cruz.

    Porm, como j aprendemos acima, os defensores do dzimo tm toda razo de pregar a maldio e chamar de roubadores queles que esto debaixo da Lei e no do o dzimo. Inclusive, seguindo risca esta Lei, nem salvao pode haver para o tal; pois quem rouba a Deus e est debaixo da maldio, realmente no salvo. Mas, fao aqui uma pergunta: se esta Lei fosse vlida para o cristianismo, poderamos contar com muitos salvos nas igrejas?

    A lio 8, do livro Discipulado, Aluno 1, publicado pela CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus), diz: Se todos os crentes pagassem o dzimo, no haveria

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    necessidade de a igreja lanar mo de campanhas financeiras para realizar suas tarefas. E ressalta, dizendo: pequeno o percentual dos que se dispem a cumprir este mandamento.

    Diante desse relato, poderamos imaginar que tambm fosse pequeno o percentual de salvos dessa Igreja, no mesmo?... Porm ns (os que somos esclarecidos pelo Esprito Santo) sabemos que no assim; pois conhecendo o testemunho da mesma, a reconhecemos como Igreja poderosa em Cristo Jesus, santa na sua maioria, e que o seu nmero de salvos bem maior que o nmero dos que do o dzimo. E por outro lado, sabemos que o grande erro no est na Igreja, por no pagar dzimo, mas sim nos seus obreiros, que colocam sobre a cerviz dos discpulos um jugo que (conforme diz a

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    Bblia) nem nossos pais, nem ns pudemos suportar (At 15.10).

    Sabe-se, tambm, de uma linha de igrejas que cobra dzimos, que os seus prprios pastores no so dizimistas; estendem as mos e exigem de seus fiis o que eles mesmos no praticam. Certa feita, Jesus referiu-se a esse tipo de obreiros, dizendo: Pois atam fardos pesados e difceis de suportar, e os pem aos ombros dos homens; eles, porm, nem com o dedo querem mov-los (Mt 23.4).

    Pois bem, no comeo deste captulo, ficou comprovado que, segundo a Lei do dzimo, no h chance para contribuir com menos de 10%, pois alm desse contribuinte no receber a bno, ainda amaldioado. Essa a realidade da expresso de Malaquias 3.8-10 (citada

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    acima), direcionada ao povo que vivia debaixo da Lei.

    Observemos no versculo transcrito a seguir que a determinao divina para a contribuio na Nova Aliana, isto , para os cristos, descrita em condies diferentes. Isto seria uma contra-dio na Palavra de Deus, se fizesse parte da mesma aliana de Malaquias 3.8-10.

    Vejamos ento: E digo isto: que o que semeia pouco, pouco tambm ceifar; e o que semeia em abundncia, em abundncia ceifar (2 Co 9.6).

    No versculo acima, a determinao de contribuio financeira dirigida ao cristianismo, declara que a bno derramada sobre qualquer percentual de contribuio; qualquer

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    percentual aceito diante de Deus, com promessas de bnos; muito ou pouco, porm a bno proporcional contribuio: se pouco, recebe pouco; se muito, recebe muito, mas qualquer percentual aceito.

    Esse pouco ou muito, mencionado neste versculo, determinado nica e exclusivamente pelo nvel das possibilidades de cada um. Como por exemplo: muitas vezes, diante de Deus, uma contribuio de 5% de uma pessoa que ganha pouco, pode ser considerada muito, enquanto uma contribuio de 15% de outra pessoa que ganha muito, pode ser considerada pouco. O que realmente conta diante de Deus a justia com que contribumos (Ml 3.3; Is. 11.4).

    Contudo, entendemos, atravs do versculo supracitado (2 Co 9.6), que no regime

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    da Graa, mesmo contribuindo com pouco, isto , abaixo das possibilidades, ainda se recebe a bno; embora seja proporcional; ao contrrio de Mala- quias 3.8-10, quando o que se recebia era a maldio da Lei. A pregao do dzimo no cristianismo entra em contradio, inclusive, com este versculo.

    O livro de Malaquias, de modo geral, foi escrito a um povo que vivia em uma poca ainda fora da graa de Cristo; por isso continuava sendo regido pela Lei de Moiss. Exceto uma profecia para o cristianismo, a mensagem, de modo geral, foi direcionada ao povo que vivia debaixo da Lei e ainda tinha que guard-la.

    Veja que a mesma expresso feita no captulo 3, versculos 8 ao 10, para cobrana do dzimo, feita tambm no captulo 1, versculos

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    1 ao 8, para celebrao de sacrifcios de animais: O filho honra o pai, e o servo, o seu senhor; se eu sou Pai, onde est a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde est o meu temor? Diz o Senhor dos Exrcitos a vs, sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vs dizeis: em que ns temos desprezado o teu nome? Oferecereis sobre o meu altar po imundo, e dizeis: em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do Senhor desprezvel. Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifcio, isto no mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isto no mau? Ora, apresenta-o ao teu governador; porventura ter ele agrado de ti? Ou aceitar ele a tua pessoa? Diz o Senhor dos Exrcitos (Ml 1.6-8).

    Atravs deste texto, entendemos claramente que o livro de Malaquias foi escrito,

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    como j foi expressado acima, para que o povo daquela poca guardasse a Aliana Levtica determinada no Monte Sinai (