"O conceito de affordance, segundo Gibson."- Bruna Reginato, Giancarlo Rizzi, Francisco Gómez...
-
Upload
francisco-gomez-castro -
Category
Design
-
view
1.519 -
download
1
Transcript of "O conceito de affordance, segundo Gibson."- Bruna Reginato, Giancarlo Rizzi, Francisco Gómez...
Gibson's A�ordances.Special Issue.James G. Greeno.Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
Bruna Reginato, Giancarlo Rizzi, Francisco Gómez Castro. Interfaces Grá�cas, 2015.1.
1. O conceito de affordance, segundo Gibson.
affordance é :
"Uma possibilidade de ação disponível em o entorno de uma pessoa, independente-mente da capacidade do individuo para perceber estapossibilidade”(Gibson en McGrenere y Ho, 2000).
https://www.youtube.com/watch?v=spzsIBdANxsvideo
1. O conceito de affordance, segundo Gibson.
- O sustantivo "affordance", Gibson cunhou um significado próprio, vin-culado às possibilidades que um ambiente ou objeto oferecem a um agente particular. De acordo com o conceito, tais possibilidades precisam ser percebidas pelo agente.( Broch, 2010)
*Uma affordance é independiente da capacidade do sujeito de percebê-lo. Uma porta pode ter o potencial de aberto (mas algo em relação ao agente), mas não é a mesma que a porta está escondida ou camuflada, para apresentar a manivela visível ou que é entreaberta.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno.
- A análise da informação: A análise da informação será o que faz com que o agente perceba uma possibilidade de ação pode determinar graus de intensidade. Um adulto tem condições de inferir muito mais affordances do que uma criança, pela capacidade de abstração e percepção.
- Quanto mais conhecimento, mais possibilidades são percebidas, levando a exploração das affordances a níveis que vão do ambiente aos objetos presentes no ambiente, às partes dos objetos, às formas, aos materiais, textu-ras e disposição espacial.
Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
1. O conceito de affordance, segundo Gibson.
- Teoria das Affordances (Gibson 1986), afirma que a percepção de affordance é holística. Aquilo que perce-bemos, em um ambiente, são suas affordan-ces, não suas propriedades ou dimensões. O ambiente significa para o agente apenas o que este percebe (ZHANG e PATEL, 2008).
“Uma janela pode ter uma affordance diferente para um ladrão, que para um cara apenas curioso olhar para dentro, que para o proprietário que quer ventilar o ambiente ou passar o legal, ou para uma criança que perde e tem há possibilidade de ação.”
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
- Uma affordance é o produto das relações entre estruturas físicas do ambiente e o intelecto dos seres vivos. A ação decorrente dessa relação está com-prometida, também, com a escala e as capa-cidades físicas do agente, como força, pro-dução de movimentos
“Onde um adulto vê uma mesa que pode ser levada para qualquer lugar, uma criança vê um abrigo, impossível de deslocar. ”
1. O conceito de affordance, segundo Gibson.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
- Uma affordance não depende do agente. Elas existem como oportunidades, sejam uti-lizadas ou não.“O desígnio de uma faca é cortar alimentos, mas pode servir como arma, mesmo que a pessoa seja pacífica.”
- As Affordances não desaparecem quando os olhos se fecham.Não são fisicamente fáceis de exibir, no entanto são perfeitamente reais e perceptí-veis. Para Gibson (1986), formas de vida e ambiente compõem um ecossistema recipro-camente integrado. Ambos são mutuamente limitantes e complementares. Nesse sentido, quando o agente percebe as affordances, percebe a si mesmo; ou seja, ao perceber as possibilidades de ação dentro de um deter-minado ambiente, também toma consciência de suas capacidades físicas e, sendo humano, intelectuais.
1. O conceito de affordance, segundo Gibson.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
- As Affordances não desaparecem quando os olhos se fecham.
O tipo de ação resultante dessa interação dos seres com o meio, ouseja, o modo como esses fatores se ajustam e organizam, determinam os hábitos,formas e tendências desse eco-sistema, for-mando uma identidade (GIBSON apudOLIVEIRA e RODRIGUES, 2006). “... ao ver um sapo, o cenário formado em nossa memória é de um brejo, pântano ou algo similar. Tal animal não carrega identidade com um deser-to,...” ( Broch, 2010)
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
2. Situativity e os conceitos de affordance e ability
Se optar por não levar comportamento nas categorias processo de percepção, memória, movimento, raciocínio, tomada de decisão, e assim por diante, um, então precisa de termos teóricos para se referir a aspectos dos fenômenos e sistemas no nível de agente de situação interações.
Então o conceito de affordance de Gibson : “Em qualquer interacção que envolve
um agente com um outro sistema, as
condições que permitem que a inte-
racção incluem algumas das proprie-
dades do agente juntamente com algu-
mas propriedades do outro sistema.”
Affordances e habilidades (ou effectivities ou aptidões) são inerentemente relacional. Um affordance relaciona atributos de algo no ambiente de uma atividade interativa por um agente que tem alguma habilidade, e uma capacidade relaciona atributos de um agente para uma atividade interativa com algo no ambiente que tem algum affordance.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
2. Situativity e os conceitos de affordance e ability
A relatividade da affordances e habilidades é fundamental. Nem um affordance nem uma capacidade é especificado na ausência de outra especificação. Ele não vai longe o sufi-ciente para dizer que a capacidade depende do contexto de características ambientais, ou que uma affordance depende do contexto de características de um agente. Os conceitos são co-determina-dos e nenhum deles é coerente, na ausência do outro, mais do que o conceito físico de movimento ou quadro de referência faz sentido sem os dois.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
3. Affordances e Habilidades na Teoria da Situação
- Teoria da Situação
Frase é igual a uma relação entre:
A sentença
X
Condições no mundo em que a sentença é dita
Geralmente com foco em que condições aquela sentença é verdadeira.
O significado de uma frase é uma relação entre as situações em que a sentença é profe-rida.
As situações envolvem as conexões com os contextos.
O que importa não é só o que é dito, mas o con-texto, o momento em que é dito e para quem. O significado não é hermético, é algo que pode sofrer mudanças.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
3. Affordances e Habilidades na Teoria da Situação
- Sintonia de restrições, é um recorte de um possível significado e pode ser consi-derada como uma base para fazer inferências.
Por exemplo, na condução de um carro, o motorista está em sintonia com restrições sutis e complexas que se relacionam com as mudanças no sentido do movimento do carro conforme ele gira o volante.
Força aplicada no volante =
o quanto gira as rodas do carro
O quanto gira as rodas do carro =
muda o sentido mais ou menos
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
3. Affordances e Habilidades na Teoria da Situação
- Restrições condicionais Fornecem uma maneira de caracterizar affor-dances e habilidades.
São frequentemente utilizadas em análises.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
- Exemplo de restrição relevante:
Andar na sala =
Estar na sala
3. Affordances e Habilidades na Teoria da Situação.
Condições de affordance para essa restrição: presença de uma porta para entrar e um percurso ao longo de uma superfície de apoio
Condições de habilidade para essa restrição: capacidade de camin-har, capacidade de percepção para ver a en-trada, coordenação de visão com a atividade motora para se mover em direção e através da porta.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
- Exemplo de restrição relevante:
Movimento dos braços =
mudança no sentido do carro.
3. Affordances e Habilidades na Teoria da Situação.
Condições de affordance para essa restrição: a forma e outras características mecânicas do volante e o arranjo mecânico do sistema que traduz o movimento de rotação do volante para a rotação das rodas do carro.
Condições de habilidade para essa restrição: capacidade do condutor de segurar o volante e mover seus braços no plano do volante.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
Conceitos de affordance e habili-dade podem ser usados em qual-quer análise de atividade, como por exemplo na conversação.
Habilidades para falar e perceber os termos da linguagem estão entre as condições de capacidade requeridas para restrições de referência a serem aplicadas na atividade de conversação.
3. Affordances e Habilidades na Teoria da Situação.
Affordance | Diálogo acional entre as propriedades latentes de um esquema ambiental e a percepção/recepção deste potencial pelo indivíduo/sujeito
IMPLICA NA POSSIBILIDADE PURA DE AÇÃO
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
4. Perception of Affordances
Motivação/Amplitude Funcional quando o indivíduo foca em uma ação específica e aspectos que mediam esta ação disponibilizados pelo ambiente
Teorização Ecológica
- cinestésica, táctil, visual;
- espacial/sonora/olfativa;
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
Esquemas
Localização espacial (métricas) Simbólicos (cultura, conversação, esquemas de comunicação)
4. Perception of Affordances
Reconhecimento ≠ Percepção Direta
Esquemas Símbolicos nascem de conjecturas mentais - ilações nascidas de indícios - gera simulacros/estados que fazem ascender propriedades
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
4. Perception of Affordances
Motivação/Amplitude Funcional quando o indivíduo foca em uma ação específica e aspectos que mediam esta ação disponibilizados pelo ambiente
Teorização Ecológica
- cinestésica, táctil, visual;
- espacial/sonora/olfativa;
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
Esquemas
Localização espacial (métricas) Simbólicos (cultura, conversação, esquemas de comunicação)
4. Perception of Affordances
Motivação/Amplitude Funcional quando o indivíduo foca em uma ação específica e aspectos que mediam esta ação disponibilizados pelo ambiente
Teorização Ecológica
- cinestésica, táctil, visual;
- espacial/sonora/olfativa;
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
Esquemas
Localização espacial (métricas) Simbólicos (cultura, conversação, esquemas de comunicação)
4. Perception of Affordances
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
5. Aplicaçoes do Termo Affordances em Produtos.
Löbach (2001)
Em objetos funcionais, as affordances estão diretamente relacionadas com as funções práticas, ou seja, os aspectos fisioló-gicos de uso, decorrentes de relações orgânico-corporais entre um produto e um usuário. Nesse sentido, quando um produto é criado, sua concepção está condicionada, primeiramente ao seu uso principal e específico.
Donald Norman (2006)
O termo affordance se refere às proprieda-des fundamentais percebidas e reais do objeto, que determinam de que maneira o produto pode ser usado. São pistas presentes no objeto que, pela percepção imediata, indicam as possibilidades de ação. Daí sua sentença de que o bom design deixa suas affordances explícitas.
Chaves são para girar, teclas são para pressionar, alavancas são para puxar ou empurrar, e assim por diante.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
5. Aplicaçoes do Termo Affordances em Produtos.
Nesse conceito mais amplo, affordances suplementares são identificadas, quando um objeto assume outras funções, pela in-teração com o usuário, sem que haja necessidade de alterar sua estrutura formal.
Nessa interação, o usuário percebe que a mesma faca de cozinha também serve para podar plantas, apontar lápis ou romper embalagens.
McGrenere e Ho (2000)
O conceito de affordance é muito mais amplo do que apenas um fator de design que indica como um objeto deve ser usado, tal como aplicado por Norman.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
5. Aplicaçoes do Termo Affordances em Produtos.
Barbara Tversky (2004)
Propõe uma investigação das affordan-ces a partir, apenas, da relação entre perce-pção e ações ou ações potenciais, operações cognitivas que fazem abstração dos objetos em várias categorias e níveis, um subordina-do ao outro.
Categorias servem para referir e inferir coisas. Referir significa identificar os membros de uma categoria. Inferir significa saber o que fazer com eles ou o que fazem, ou seja, saber que propriedades têm.
Atributos funcionais são menos imediatos e demoram mais para serem aprendidos do que atributos baseados nas aparências. Assim, pela análise da linguagem plástica épossível perceber affordances a partir dos atributos aparentes, entre os quaisdestacamos as partes, a forma e as relações espaciais dos objetos. Norman (2006)complementa que os materiais empregados nos objetos também podem sugeriraffordances.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
6. Affordance no design de interfaces: Tipos de Affordance
Há três tipos de Affordance: Percebidas(Fornecidas pelo objeto), ocultas (aquelas que o usuário deve intuir) e falsas (o usuário tem uma percepção equivocada do que é possível com o design).
http://andresballen.com/y-la-palabra-del-dia-es-affordance-o-el-maldito-boton-rojo-de-la-agencia/
link
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
6. Affordance no design de interfaces: Tipos de Affordance
Explícita
É sinalizada por algum tipo de linguagem verbal. Textos como “clique aqui” explicitam e traduzem a Affordance da ação de clique. São explícitas porque todo usuário, sem qual-quer experiência em interfaces, pode adivin-har como interagir com o objeto. Para essa Affordance ser descoberta o requisito básico é ter usuários que saibam clicar.
Convencional
É o tipo mais comum de Affordance nas interfaces. Nós sabemos, por exemplo, que as palavras sublinhadas e em azul num texto são links clicáveis. Sabemos que o logo no topo de uma página pode ser clicado e nos leva à página inicial do site.
O requisito básico para usar essa Affordance é ter um público já acostumado a esses pa-drões nas interfaces. Se for projetar para idosos ou crianças, talvez seja melhor usar outros padrões de design.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
6. Affordance no design de interfaces: Tipos de Affordance
Oculta
Uma Affordance oculta fica aparente só quando uma certa condição é completada. Por exemplo: palavras que viram links clicáveis só quando se passa o cursor sobre elas. O benefício da Affordance oculta é deixar a interface mais limpa ao não mostrar tantas interações em uma só página. O risco é que um usuário pode não saber como revelá-la e pode se tornar um obstáculo
Os cards do Pinterest, com quatro Affordances reveladas quando passamos o cursor por cima. (1) clique no botão “Pin it”, (2) clique no botão “Enviar”, (3) clique no botão “Like“; (4) clique para dar zoom.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
6. Affordance no design de interfaces: Tipos de Affordance
Metafórica
Um ícone de envelope convida o usuário a mandar um email, um ícone de casa, a ir para a página inicial, um de corrente, convida à criação de links e por aí vai. Algumas vezes o jeito mais fácil de comunicar a Affordance é usar um objeto do mundo real como metáfora.
Quando a maioria dos smartphones passou a usar o recurso touchscreen, foi necessário criar um ícone para usar o principal recurso do telefone: fazer ligações. Nesse caso, é usado o ícone de um telefone real como metáfora, que passa a informação de uma forma mais intuitiva.
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
6. Affordance no design de interfaces: Tipos de Affordance
Interação não-permitida
Algumas vezes é necessário desabilitar certas funcionalidades e mostrá-las como indisponíveis. Pra isso usamos o recurso visual de acinzentar o elemento desabilitado
Gibson's A�ordances, Special Issue. James G. Greeno. Psychological Review 1994, Vol. 101, No. 2, 336-342
7. Referências
https://www.youtube.com/watch?v=spzsIBdANxs
http://andresballen.com/y-la-palabra-del-dia-es-affordance-o-el-maldito-boton-rojo-de-la-agencia/
http://www.homemmaquina.com.br/blog/design/o-que-e-affordance/
LINKS:
BROCH, JOSÉ CARLOS .O Conceito De Affordance Como Estratégia Generativa No Design De Produtos Orientado Para A Versatilidade. Univer-sidade Federal Do Rio Grande Do Sul. Porto Alegre 2010
DA SILVA OLIVEIRA, FLAVIO ISMAEL; TOSI RODRIGUES, SÉRGIO.Affordances: a relação entre agente e ambiente. Departamento de Educaçao Fisica da Facultade de Ciencias, Universidade Estadual de São Paulo. (UNESP), Bauru, São Paulo, Brasil.