O ABCDE da vida
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Significados A – Airway – Abertura e desobstrução das
vias aéreas superiores e coluna cervical; B – Breathing – Respiração/ Ventilação; C – Circulation – Ciculação; D – Disability – Avaliação neurológica; E – Exposure – Exposição/ Exame físico.
O que procurar nas vias aéreas?
A
Está permeável?
Existem corpos estranhos?
Existe sangue, vômito, etc?
Definição de obstrução de V.A.
É toda e qualquer situação que impeça total ou parcialmente o fluxo de oxigênio entre o meio ambiente e os pulmões. Pode ser ocasionada por qualquer corpo estranho seja sólido ou líquido. A obstrução da vias aéreas também pode ser por:
- Inconsciência;- Choque hipovolêmico;- Trauma nas vias aéreas;- Queimadura nas vias aéreas;- Corpo estranho nas vias aéreas;- Afogamento;- Choque elétrico;- Intoxicações.
O que fazer?
A
Alinhamento da cervical/ colar cervical
Elevar o maxilar ou hiper estender o pescoçoColocação de cânula
Rolamento ou aspiração
Métodos de controle e desobstrução das vias aéreas no
SBV- Elevação do ângulo da mandíbula (Tríplice -
Jaw Truhst);
- Inclinação da cabeça e elevação do mento (Chin Lift);
- Rolamento a 90º (nos casos onde o corpo estranho líquido).
Elevação do ângulo da mandíbula (Tríplice e Jaw
Truhst)Na maioria dos casos as manobras manuais
promovem e mantém a permeabilidade das vias aéreas.
Esta manobra é utilizada naquelas vítimas com suspeita de lesão na cervical e promove a desobstrução das vias aéreas, por projetar a mandíbula anteriormente, deslocando também a língua, sendo esta, a sua vantagem.
Como desvantagem as duas mãos ficam ocupadas e é tecnicamente mais difícil de ser realizada.
Técnica Posicionar-se na cabeceira da
vítima apoiando a região tenar do socorrista na região zigomática da vítima;
Os dedos indicador e médio devem ser colocados atrás do ângulo da mandíbula a fim, de deslocá-la anteriormente;
Logo após, apoiar os polegares na região mentoniana, e promover a abertura da boca.
Inclinação da cabeça e elevação do mento (Chin Lift)
Esta manobra só deve ser utilizada em vítimas clínicas, pois hiper estende o pescoço. Tem como vantagem a facilidade de ser executada onde, o socorrista pode desocupar uma das mãos para continuar o exame da cavidade oral.
Técnica
O controle cervical é mantido com uma das mãos posicionada na região frontal da vítima;
Posicionar o polegar da outra mão no queixo com o indicador na face inferior do corpo da mandíbula;
Pinçar e tracionar anteriormente a mandíbula, realizando movimento de extensão da cabeça, liberando assim as vias aéreas.
Após a abertura das vias aéreas devemos abrir a boca e identificar a natureza do corpo estranho. Para tal, abrimos a cavidade oral utilizando a técnica do dedo em gancho ou técnica dos dedos cruzados, removendo manualmente objeto de natureza sólida.
Para remover corpo estranho de natureza líquida realizamos o rolamento de 90º.
A remoção manual é contra indicada em lactentes pois pode aprofundar o corpo estranho.
Cânula Orofaríngea Deve ser inserida com a concavidade para cima e
dirigida ao palato porém sem tocá-lo, nas crianças a concavidade deve ser inserida lateralmente;
Realizar rotação helicoidal num ângulo de 180º, posicionando-a sobre a língua;
Para saber o tamanho da cânula orofaríngea, deve-se segurá-la ao lado da face da vítima com a extremidade inferior tocando o ângulo da mandíbula e a outra porção a comissura labial;
Nas crianças a cânula fica com a concavidade lateral e a rotação é de 90º.
Rolamento a 90º
Remove a vítima do décubito dorsal para o lateral, nos casos em que a vítima já está imobilizada, realiza a lateralização da vítima na própria tábua;
Tal manobra promove a escoação de secreções e sangue das vias aéreas superiores;
O socorrista deve manter o controle cervical da vítima.
Desobstrução das Vias Aéreas em crianças e lactentes
Com a região hipotenar da mão aplicar até cinco palmadas no dorso do lactente (entre as escápulas);
Virar o lactente firmemente segurando-o entre suas mãos e braços (socorrista);
Aplicar cinco compressões torácicas, na região da linha dos mamilos, utilizando um ou dois dedos.
É possível perceber os movimentos respiratórios através do ver, ouvir e sentir.
VER: observar a expansibilidade torácica;
OUVIR: ruídos respiratórios;
SENTIR: saída de ar.
Após realizar o ver, ouvir e sentir e a abertura das vias aéreas , se a vítima não respirar, devemos iniciar uma seqüência ventilatória, através de respiração artificial, podendo ser: - boca – a – boca;- boca – máscara;- boca – nariz;- boca – ambu (ressuscitador manual).
VALORESAdultos: 01 ventilação a cada 5 segundos;Crianças: 01 ventilação a cada 3 segundos;RN: 01 sopro bem suave a cada 2 segundos.OBSERVAÇÃO: sempre que possível a respiração artificial deve ser auxiliada com equipamento de proteção, evitando contato direto com a boca da vítima.
Boca – a – boca
Feche as narinas da vítima com os dedos indicador e polegar;
Coloque sua boca com firmeza sobre a boca da vítima;
Sopre lentamente até o peito dela encher-se, retire sua boca e deixe o ar sair livremente.
Boca - máscara Posicionar a máscara sobre a face da
vítima, com o ápice sobre a ponta do nariz e a base entre os lábios e o queixo;
Segurar a mandíbula da vítima com os dedos médio, anular e mínimo, mantendo assim a máscara firme;
Inspirar profundamente e expirar através da abertura da máscara;
Remover a boca da máscara para que a vítima expire passivamente.
Boca - nariz
Desobstruir as narinas da vítima; Manter a boca da vítima fechada com o
polegar e soprar pelo nariz da vítima; Abrir a boca da vítima para que ocorra a
expiração.
Boca - nariz
Desobstruir as narinas da vítima; Manter a boca da vítima fechada com o
polegar e soprar pelo nariz da vítima; Abrir a boca da vítima para que ocorra a
expiração.
CIRCULAÇÃOEstá relacionada ao
movimento do sangue que é bombeado através do coração e realiza a pequena e a grande circulação.
A circulação é caracterizada pela pulsação que indica a freqüência e a força do trabalho do coração.
Pequena circulação X Grande circulaçãoA grande circulação conduz sangue arterial oxigenado do coração esquerdo, para todos os tecidos do organismo, recebendo suas excretas e transformando-se em sangue venoso desoxigenado e rico em gás carbônico, o qual volta para o coração direito. A pequena circulação conduz o sangue venoso, pobre em oxigênio e rico em gás carbônico, proveniente de todo o organismo, a partir do lado direito do coração até aos pulmões, onde este será oxigenado tornando-se em sangue arterial rico em oxigênio, para o lado esquerdo do coração, onde se iniciará um novo ciclo.
Conduta do Prestador de Primeiros Socorros
A correta aplicação da RCP pode manter a vida da vítima até que esta se recupere o suficiente para ser transportada para uma unidade hospitalar ou para que possa receber atendimento especializado, onde será feita a desfibrilação.
Conduta na Parada Cardíaca
Verificar a ausência de pulsação através do pulso central e iniciar a massagem cardíaca, com a finalidade de comprimir o coração que está situado entre duas estruturas ósseas (por trás do esterno e adiante a coluna torácica). Dessa maneira, ao ser pressionado entre essa duas estruturas o sangue é forçado a sair e durante a descompressão o coração é preenchido de sangue mais uma vez.
Conduta na massagem cardíaca externa
Deite a vítima de costas sobre uma superfície rígida;
Verifique o pulso (artéria carótida ou femoral); Após localizar o apêndice xifóide, marque dois
pontos acima e posicione a mão exatamente no meio do peito da vítima;
Os braços devem estar esticados usando o peso do corpo do socorrista;
A compressão torácica deve ser rápida, forte sem parar.
Valores- Devemos realizar até 100 compressões
torácicas por minuto, para todas as vítimas exceto RN.
- Em crianças menores de 8 anos devemos realizar a massagem cardíaca com apenas uma das mãos posicionada sobre o meio do peito da vítima.
- Em recém-nascidos a massagem é realizada com dois dedos, comprimindo o peito do bebê abaixo da linha do mamilo.
Consenso de 2005 para RCP- Adultos:
30 compressões para duas ventilações (30:2), independente da quantidade de socorristas.
- Lactentes e crianças até a puberdade:
15 compressões para duas ventilações (15:2), independente da quantidade de socorristas.
- RN:
03 compressões para uma ventilação (03:1).
Até quando manter ou abandonar a RCP?
Manter até que:- Haja o retorno
espontâneo da circulação, porém mantemos a ventilação;
- Retorno da circulação e da respiração;
- Chegada de pessoal mais capacitado ao local.
Abandonar quando:- Pupilas dilatadas, fixas e
não fotoreagente;- Falta de resposta a dor.
Adulto
8 anos a +
Criança
1 - 8 anos
Lactente
30 dias - 1 ano
RN
0 - 30 diasDuas mãos 2,0 cm acima do apêndice xifóide
Uma mão 2,0 cm acima do apêndice
Dois dedos 1,0 cm abaixo da linha dos mamilos
Dois dedos na linha dos mamilos
30 : 02 15 : 02 15 : 02 03 : 01
Boca-boca Boca-boca Boca-nariz Boca-nariz
Considerações geraisO sistema nervoso se divide em sistema
nervoso central e sistema nervoso periférico.Sistema Nervoso central – é formado pelo encéfalo (cérebro e cerebelo) e medula espinhal.Sistema Nervoso Periférico – compreende os doze pares de nervos cranianos e as raízes de nervos raquianos, que agrupam-se em plexos prolongam-se nos troncos nervosos ramificam-se por todo o organismo.
O cérebro é coberto por uma membrana denominada meninge. Possui entre 50 e 100 bilhões de neurônios, divide-se em dois hemisférios separados por uma fissura longitudinal.
Alguns danos reversíveis ou não ocorrem devido a falta de oxigenação no cérebro.
0 - 4 minutos, improváveis danos cerebrais4 – 6 minutos possíveis danos cerebrais
6 – 10 minutos prováveis danos cerebrais
Mais de 10 minutos danos cerebrais severos ou morte cerebral
Avaliação NeurológicaÉ quando avaliamos o nível de consciência da
vítima.
Se alerta:
• está orientado?
• confuso?
• emite palavras inapropriadas?
• emite sons incompreensíveis?
resposta a voz:
• abre os olhos?
• obedece a ordens?
Avaliação Neurológica Resposta a dor:
• abre os olhos?
• obedece a ordens?
Resposta a dor:
• localiza a dor?
• tem fuga a dor?
Sem resposta a estímulos?
• tem movimentos de flexão normal?
• tem movimentos de extensão normal?
• convulsões?
A avaliação neurológica pode ser feita de duas maneiras:
- Método AVDI;
- Escala de Coma de glasgow.
• Método AVDI
A – Alerta;
V – Responde a estímulos verbais;
D – Responde a estímulos dolorosos;
I – Irresponsível (Inconsciente)
• Escala de Coma de Glasgow
Nesta etapa avaliamos a função neurológica da vítima avaliando o nível de consciência, resposta verbal, tamanho e reação pupilar, resposta a dor em flexão e extensão.
Abertura dos olhos
Resposta verbal
Resposta motoraEspontâneo 4 Orientada 6 Obedece a ordens 6
Á voz 3 Confusa 5 Localiza a dor 5
Á dor 2 Palavras inapropriadas 4
Fuga a dor 4
Flexão anormal 3S/ resposta 1 Sons
incompreensíveis 3Extensão normal 2
Nenhuma 1s/ resposta 1
Pontuação da escala x valor encontrado
Ges: 13/15 – Traumatismo Cranioencefálico Leve;Ges: 9/12 – Traumatismo Cranioencefálico Moderado;Ges:> ou = 8 – Traumatismo Cranioencefálico Grave.
Reação PupilarPupilas isocóricas: mesmo tamanho;Pupilas anisocóricas: tamanhos diferentes;Pupilas puntiformes;Pupilas mióticas: circunferência diminuídas;Pupilas midriáticas: circunferência dilatada;Fotoreagentes: apresenta ou não sensibilidade a luz.
Considerações Gerais
Para realizar o exame físico é necessário remover as vestes da vítima, devemos ter uma visão geral do paciente da cabeça aos pés para detectar outras lesões, contanto, devemos prevenir a hipotermia, o exame físico é realizado no sentido céfalo-caudal e após termos feito o A, B, C e D.
Visão geralDescobrir o corpo do paciente, em busca de
feridas sangrantes ou deformidades que façam suspeitar de fraturas e luxações. Em caso de feridas com presença de sangue, observar se existe hemorragia e as características da mesma, se necessário, estancar hemorragia através de compressas estéreis, torniquete, etc.
Avaliação da cabeçaA cabeça deve ficar em posição neutra e
estável, palpamos o crânio, procurando possíveis afundamentos e feridas. Ainda observamos aparecimento de sangue e/ ou líquido cefalorraquidiano pelas fossas nasais ou canal auditivo externo.
Avaliação do pescoçoDeve ser realizada com o maior cuidado,
mantendo-o em posição neutra, sem fletir nem estender . Se a função respiratória permitir deve-se colocar um colar cervical, a fim de imobilizar essa área.
Avaliação torácicaRealizar inspeção visual dando atenção para os
movimentos da caixa torácica, observando presença de feridas penetrantes. Se existem corpos estranhos encravados, não devem ser retirados, mantendo-os como estão até a extração cirúrgica.
Avaliar a rigidez da caixa torácica, apoiando a palma da mão sobre esterno, fazendo leve pressão sobre todo o corpo esternal, perguntando ao paciente se sente dor em algumas das regiões torácicas, ou procurando o aparecimento de alguma crepitação ou instabilidade costal. Assim, se alguma costela encontra-se fraturada podemos detectar. Realizar o IPPA.
Avaliação abdominalInicialmente, realizamos inspeção visual
procurando feridas penetrantes ou de hemorragia abundante. Em caso negativo a avaliação restante é feita mediante palpação (avaliamos a rigidez e o edemaciamento de vísceras); percussão (pode apresentar som “maciço”, som “timpânico”; ausculta (serve para observar a presença de ruídos abdominais).
Avaliação pélvicaÉ realizada mediante, palpação e observação
externas. Observação, procuramos presença de feridas, hematomas ou perdas sanguíneas na região do púbis, escroto, sangue pelo meato urinário,
vagina ou ânus. Palpação, procuramos deformidade da estrutura pélvica, na presença de dor ou crepitação óssea é indicativo de fratura. Palpamos também os pulsos femorais, tendo especial atenção a ausência ou diminuição dos mesmos.
Avaliação dos membrosÉ o último passo do exame físico no
politraumatizado, iniciamos pelos MMII e finalizamos nos MMSS. Observamos, a fim de detectar fraturas, luxações ou hemorragias avaliamos também a pulsação e as funções nervosas através, da presença de parestesia, diminuição da sensibilidade e mobilidade das extremidades.