Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados ... · Em 8 de março de 2010, iniciou...
Transcript of Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados ... · Em 8 de março de 2010, iniciou...
Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados em
pastagens
FABRÍCIO BACELAR LIMA MENDES
2013
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DE BAHIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados em
pastagens
Autor: Fabrício Bacelar Lima Mendes
Orientador: Prof. Dr. Robério Rodrigues Silva
Itapetinga Bahia - Brasil
Novembro de 2013
FABRÍCIO BACELAR LIMA MENDES
Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados em
pastagens
Tese apresentada, como parte das exigências para obtenção do título de DOUTOR EM ZOOTECNIA, ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Orientador: Prof. Dr. Robério Rodrigues Silva Co-orientador: Prof. Dr. Gleidson Giordano Pinto de Carvalho Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva
Itapetinga Bahia-Brasil
Novembro 2013
5
6
Na vida as coisas, às vezes, andam muito devagar.
Mas é importante não parar.
Mesmo um pequeno avanço na direção certa já é um progresso, e qualquer um pode
fazer um pequeno progresso.
Se você não conseguir fazer uma coisa grandiosa hoje, faça alguma coisa pequena.
Pequenos riachos acabam convertendo-se em grandes rios.
Continue andando e fazendo.
O que parecia fora de alcance esta manhã vai parecer um pouco mais próximo
amanhã ao anoitecer se você continuar movendo-se para frente.
A cada momento intenso e apaixonado que você dedica a seu objetivo, um pouquinho
mais você se aproxima dele. Se você parar completamente é muito mais difícil começar
tudo de novo. Então continue andando e fazendo. Não desperdice a base que você já
construiu. Existe alguma coisa que você pode fazer agora mesmo, hoje, neste exato
instante. Ligar para alguém para dizer que a ama, cantar uma música que goste, olhar
para o céu e agradecer a Deus pela sua família, etc.
Vá rápido quando puder. Vá devagar quando for obrigado. Mas, seja lá o que for,
continue.
Vamos abraçar quem amamos. Vamos sempre sorrir, mesmo que por dentro estamos a
chorar. Sempre vamos dizer te amo. Obrigado.
Raquel Barros
7
A Deus;
Aos meus pais;
À minha filha;
Aos meus irmãos;
Aos meus familiares;
À minha esposa.
DEDICO
8
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao criador do universo (Deus) por ter concedido a realização desse
sonho vivido a cada dia.
Aos meus pais amados, José Renato F. Mendes (meu herói) e Joenisce Magali
Bacelar Lima Mendes (minha fortaleza), pela dedicação, pelo carinho e amor que
cultivam a cada segundo da vida e dedicam a mim. Neste momento ímpar de minha
vida, gostaria de dizer a vocês que levarei todos os seus ensinamentos comigo pela
eternidade, pois assim serei muito mais homem e muito mais humano.
À minha filha, Anna Júlia Sampaio Bacelar Mendes (Jujubinha), por tornar
meus dias mais risonhos e ter despertado um amor nunca antes sentido.
Aos meus irmãos Renatinho e João, pelo amor, pelo respeito e pela confiança ao
longo dessa jornada que escolhi seguir. Agradeço-lhes pelo infinito apoio, com o qual
sempre contei.
Aos meus inesquecíveis avós Maricota e Nilo (in memorian), que, mesmo em
outro plano, sempre estão perto de mim, me guiando e protegendo das coisas da vida.
Aos meus avós maternos, João Oliveira e Leonice Bacelar, por serem ponto de
equilíbrio da família.
À minha esposa, Angélica Sampaio, por acreditar sempre no meu sucesso,
transmitindo força e apoio.
Ao companheiro, amigo e irmão, Robério Rodrigues Silva. É com imensa
gratidão que agradeço por todos os conselhos e conhecimentos ao longo desses dez
9
anos de UESB. A minha felicidade é escutar você afirmar sempre “Tanquinho, na
pesquisa eu fiz amigos, e você é um deles”.
Ao meu coorientador no mestrado e orientador no doutorado, Robério
Rodrigues Silva. Obrigado por tudo! Os seus ensinamentos me acompanharão até o
meu último dia.
Ao meu irmão Roberto, à Maria, à Simone e suas filhas, por fazer de minha casa
um lar de alegria e esperança. Posso dizer que ao lado de vocês sinto-me muito mais
forte.
À toda minha família (avós, primos, tios e tias), que sempre esteve presente.
Ao amigo Túlio Otávio, pela convivência, tanto em Maringá como aqui, em
Itapetinga, e na fazenda Mateiro. Valeu, meu querido! Você cooperou com a realização
desse sonho e foi peça fundamental dessa caminhada.
A Maria Creusa Rodrigues, por abrir a cancela da sua fazenda para execução
do experimento. Por lá fiz moradia e é por lá que passo os fins-de-semana há nove
anos.
A Laoan, por estar acompanhando essa caminhada dia-a-dia sem medir
esforços para ajudar-me e por abrir sempre as portas da sua casa com alegria e
satisfação. Muito obrigado, Lau! .
A Hellen Cardoso, pelo acolhimento e apoio no período que estive em Viçosa,
Minas Gerais.
Aos amigos do Grupo Produção de Bovinos em Pastejo com Qualidade:Daniele, David
Everton, Fernando, Frederico, Gabriel, George, Joanderson, Kaique, Leonardo, Livia
Marceliana, Maria Magna, Mateus Lisboa, Maxwelder, Michelle, Sinvaldo, Tulio
Otavio, Venicio, Weder Jansen, Silvia Layse e Antônio Carlos. Com vocês esse sonho vai
10
ser concretizado e a gratidão por todos seguirá comigo para sempre por esse Brasil
afora...
Ao funcionário da Fazenda Princesa do Mateiro (Eron), pelo apoio e a boa
vontade no momento da condução.
À Tia Augusta e ao Tio Álvaro, por ter me acolhido como filho em um momento
importante de minha vida e por terem sempre acreditado nesse sonho.
Ao amigo Erico Valmar e Família, pelo incentivo aos estudos e por estar sempre
perto, vivenciando a cada dia minha luta para chegar aqui. O seu apoio e seus
conselhos serão sempre bem-vindos e lembrados.
Aos professores Fabiano, Robério, Gleidson e Cristina, que sempre estiveram
presentes nessa longa jornada, que, ao lado de vocês, se tornou bonita e fácil de ser
trilhada. A cada um de vocês, todo o meu respeito, carinho amor e admiração.
À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), pela excelente
capacitação profissional.
Aos coordenadores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia, especialmente Joandra e Jamille, pela atenção em todos os momentos
durante o curso de doutorado.
Ao Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva, pela coorientação, pelo companheirismo,
pela amizade e, acima de tudo, pela boa vontade em ajudar nas horas mais precisas.
Agradeço-lhe por tudo que fez por mim e levarei comigo todos os seus ensinamentos,
assim como a admiração que lhe tenho como homem, pai e profissional que se tornou
ao longo dos anos. MUITO OBRIGADO!
Ao Prof. Dr. Gleidson Giordano Pinto de Carvalho, pela coorientação, pela
amizade, pelo apoio e grande incentivo nas pesquisas.
11
À Profa. Cristina Mattos Veloso, pela sua orientação no início da graduação e
durante o tempo em Viçosa.
Aos grandes irmãos que encontrei aqui em Itapetinga, Alyson Pinheiro e
Hermogenes Junior. Tudo e todo momento vivido com vocês foi maravilhoso e se torna
especial a cada reencontro. Vocês estão sempre presentes em minha vida, se não
fisicamente, espiritualmente. OBRIGADO POR TUDO!!!
A Mário Slomp pelos momentos de alegria, experiência, estudo vividos em
Maringá. Valeu Tatá.....
A Elisângela, pela convivência e amizade durante o todo o curso. Muito
obrigado, Liliu!
A George, pelo apoio incondicional e por ter se tornado um grande amigo, não
só dentro da universidade mas na vida pessoal. Falou, amigão!
Ao super Mario Camarão, pela atenção e rapidez, além da boa vontade em estar
sempre ajudando nos experimentos.
A Zé, do Laboratório de Forragicultura, mais conhecido como Zé Queiroz, pelo
apoio irrestrito nas análises e pela amizade.
Aos colegas de turma da graduação e do mestrado que contribuíram muito
nessa minha caminhada. Aracele Prates, o meu muito obrigado!
Os insubstituíveis e indescritíveis amigos e irmãos da República Pau-no-rato:
Alyson (merominnho, cornão, cabeça, narigudo...), Hermógenes (Mogim), Jálvaro
(Titilas) e Pablo (Luxo). Um ser humano que sonha viver uma vida digna e ao lado de
pessoas que lhe acrescentem algo tem que viver ao lado de cada um de vocês. Vocês
são Os Caras!
À Senhorinha, pela dedicação, pelo cuidado e pela animação desde a época da
República Pau-no-rato.
12
À Dona Vilma, uma mãe para nunca ser esquecida. Obrigado por tudo!
À Jeane, ao Samuel e a todos do laboratório que ajudaram nas análises de carne.
Obrigado por tudo. Um grande abraço!
Enfim, a todos que, ao longo do tempo, contribuíram de forma ímpar para que
eu conquistasse essa vitória tão significativa. Gostaria de dizer que, com a ajuda de
vocês, o sabor da vitória é diferente.
Muito obrigado por tudo!Muito obrigado por tudo!Muito obrigado por tudo!Muito obrigado por tudo!
13
BIOGRAFIA
Fabrício Bacelar Lima Mendes, filho de José Renato Ferreira Mendes e Joenisce
Magali Bacelar Lima Mendes, nasceu em 8 de agosto de 1981, em Jacobina, Bahia.
Em novembro de 2002, iniciou o curso de Zootecnia na Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia, finalizando em 12 de fevereiro de 2008.
Em 7 de março de 2008, iniciou o curso de Mestrado em Zootecnia no Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
finalizando em 25 de fevereiro de 2010.
Em 8 de março de 2010, iniciou o curso de Doutorado em Zootecnia no
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia na Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia, concentrando seus estudos em Produção e Nutrição de Ruminantes.
Em 1 de novembro de 2013, submeteu-se à defesa da presente tese.
14
SUMÁRIO
Página LISTA DE TABELA XV LISTA DE FIGURA XVI RESUMO XVII ABSTRACT XIX I - REFERENCIAL TEÓRICO 21 1 INTRODUÇÃO 21 2 REVISÃO DE LITERATURA 23 2.1 Consumo, digestibilidade e desempenho 23 2.2 Avaliação econômica 24 2.3 Avaliação do comportamento ingestivo 25 2.4 Características físicas e químicas da carcaça e da carne de bovinos 28 II – OBJETIVO GERAL 33 3.1 Objetivos específicos 33 III – MATERIAL E MÉTODOS 33 4.1 Consumo, digestibilidade e desempenho 33 4.2 Avaliação econômica 40 4.3 Avaliação do comportamento ingestivo 41 4.4 Avaliação do perfil de ácidos graxos do músculo longissimus 42 IV – RESULTADO E DISCUSSÃO 46 5.1 Consumo, digestibilidade e desempenho 46 5.2 Avaliação econômica 56 5.3 Avaliação do comportamento ingestivo 58 5.4 Avaliação do perfil de ácidos graxos do músculo longissimus 65 VI - CONCLUSÕES 74 VII REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75
15
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1. Proporção dos ingredientes nos concentrados (%) na base da matéria seca (MS).
34
TABELA 2. Composição química do pastejo simulado e dos concentrados (%), com base da matéria seca (MS), disponibilidade total de matéria seca por hectare (Disp.MS/ha), matéria seca potencialmente digestível (MSpd%), disponibilidade de matéria seca potencialmente digestível por hectare (DMSpd/ha), oferta de forragem (OF) e taxa de lotação (TL).
36
TABELA 3. Composição em ácidos graxos (%) das dietas experimentais e da Brachiaria brizantha.
43
TABELA 4. Composição bromatológica das dietas totais. 45 TABELA 5. Consumos médios diários de nutrientes por novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
49
TABELA 6. Coeficiente de digestibilidade da dieta total de novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
51
TABELA 7. Valores médios de peso corporal inicial (PVI), peso corporal final (PVF), ganho médio diário (GMD) e conversão alimentar (CA) de novilhos recebendo suplementação com teores crescentes de concentrado na dieta.
53
TABELA 8. Características físicas da carcaça de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
54
TABELA 9. Avaliação econômica de um sistema de criação de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de Brachiaria brizantha.
56
TABELA 10. Consumo de material seca total (CMST), matéria seca do pasto (CMSP), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB), carboidratos não fibrosos (CNF), e os tempos despendidos nas atividades de pastejo, cocho, ruminação e outras atividades de novilhos recebendo diferentes níveis de concentrado na dieta.
58
TABELA 11. Valores médios do número de períodos de pastejo (NPP), comendo no cocho (NPC), ruminação (NPR), e outras atividades (NPO) e duração em (minutos) dos períodos de pastejo (TPP), comendo no cocho (TPCC), em ruminação (TPR), outras atividades (TPO), alimentação total (TAT) e mastigação total (TMT), de novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
60
TABELA 12. Valores médios das taxas de bocados (TxB) número de bocados por deglutição (BDeg), tempo de deglutição (TeDeg), número de bocados dia (NB), número de bolos ruminados por dia (BOL), mastigação merícicas por bolo (MMB), tempo por bolo ruminado (TBO), de novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
63
TABELA 13. Eficiências de alimentação e ruminação de matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB), carboidratos não-fibrosos (CNF), de novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
64
TABELA 14. Teor de lipídeo e composição em ácidos graxos saturados do 66
16
músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta. TABELA 15. Composição dos ácidos graxos monoinsaturados do músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
68
TABELA 16. Composição dos ácidos graxos poli-insaturados do músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
70
TABELA 17. Proporção (%) de ácidos graxos saturados (AGS), monoinsaturados (AGMI), poli-insaturados (AGPI), ácidos graxos n-6, ácidos graxos n-3, relação AGPI:AGS e n-6:n-3 do músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
72
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1 - Oferta de forragem ajustada para 100 kg peso corporal dia em pastagem de Brachiaria Brizantha.
36
FIGURA 2 - Disponibilidade de matéria seca total (MStotal), matéria seca potencialmente digestível (MSpd), matéria seca verde (Msverde), folha, colmo e matéria morta da Brachiaria Brizantha.
47
FIGURA 3 - Consumo de matéria seca da forragem e do concentrado por novilhos suplementados a pasto.
48
FIGURA 4 - Teor de lipídeos no músculo Longissimus. 66
17
RESUMO
MENDES, Fabrício Bacelar Lima. Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados em pastagens. Itapetinga, BA: UESB, 2013. 92p. Tese. (Doutorado em Zootecnia, Área de concentração em Produção de Ruminantes).*
Objetivou-se com este estudo avaliar o uso de níveis crescentes de concentrado com
níveis decrescentes de proteína e seus efeitos sobre as características nutricionais,
produtivas, metabólicas e comportamentais de novilhos mestiços em fase de terminação
mantidos em pastagem de Brachiaria brizantha e os impactos sobre a avaliação
econômica desse sistema de produção na região sudoeste da Bahia. O experimento foi
desenvolvido na Fazenda Princesa do Mateiro, situada no município de Ribeirão do
Largo Bahia, no período de 3 de setembro de 2011 a 1 de dezembro de 2011. Foram
utilizados 32 novilhos mestiços com peso corporal de 420 ± 7,54 kg, distribuídos em
delineamento inteiramente casualisado, com quatro tratamentos e oito repetições por
tratamento. Como tratamentos, consideraram-se os níveis de suplemento (0,2; 0,4; 0,6; e
0,8% do peso corporal) formulado com reduzido conteúdo de proteína bruta (50; 25;
16,6; 12,5% de proteína bruta). Foram mensurados o consumo, a digestibilidade
aparente, o desempenho e as características físicas da carcaça dos animais. A avaliação
do comportamento foi realizada no 36º e 50º dias do período experimental, por meio de
observações a cada cinco minutos por um período de 24 horas. Os ésteres em ácidos
graxos do músculo longissimus foram analisados em cromatógrafo a gás Thermo
Finnigan, modelo Trace-GC-Ultra. Os resultados foram analisados estatisticamente por
análises de variância e regressão a 0,05% de probabilidade. Os níveis de suplementação
não influenciaram (P>0,05) os consumos de matéria seca total, nutrientes digestíveis
totais em kg por animal por dia nem o consumo de matéria seca em função do peso
corporal, mas afetaram o consumo de matéria seca do pasto, que sofreu efeito linear
decrescente (P<0,05). Influenciaram (P<0,05)também os consumos de fibra em
detergente neutro, proteína bruta, extrato etéreo e carboidratos não-fibrosos. Os
coeficientes de digestibilidade da matéria seca, fibra em detergente neutro e proteína
bruta decresceram linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de concentrado na
18
dieta. Houve efeito quadrático (P<0,05) sobre o ganho médio diário. A conversão
alimentar, assim como as características físicas da carcaça, não foi influenciada
(P>0,05) pelos níveis de suplementação. A rentabilidade econômica do sistema
decresceu linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de suplementação. Os
tempos despendidos de pastejo e ruminação também reduziram linearmente (P<0,05),
enquanto os tempos despendidos no cocho e em outras atividades cresceram
linearmente (P<0,05) à medida que se aumentaram os níveis de suplementação. Os
números de períodos de cocho, em outras atividades e os tempos de períodos de pastejo,
cocho, ruminação e em outras atividades foram influenciados (P<0,05) pelos níveis de
suplementação. Os tempos de alimentação e mastigação total diminuíram linearmente
(P<0,05) com o aumento dos níveis de concentrado na dieta. A taxa de bocado e o
número de bocados por deglutição aumentaram linearmente. O número de bocados por
dia apresentou efeito quadrático (P<0,05). O número de bolos por dia sofreu efeito
linear decrescente (P<0,05) e a eficiência de alimentação para a matéria seca, efeito
quadrático dos níveis de suplementação. As eficiências de ruminação para matéria seca
e carboidratos não-fibrosos também foram influenciadas (P<0,05) pelos níveis de
suplementação, apresentando-se efeito linear crescente. Os conteúdos de ácidos graxos
saturados, monoinsaturados, poli-insaturados e a razão poli-insaturados:saturados não
foram afetados (P>0,05) pelos níveis de suplementação. O conteúdo do ácido ômega 3
teve efeito linear decrescente. A razão ômega 6:ômega 3 aumentou linearmente com os
níveis de suplementação. A suplementação com concentrado na proporção de 0,2% do
peso corporal gerou maior rentabilidade do sistema, mostrando-se uma alternativa para
diminuir o ciclo de produção de animais a pasto.
PALAVRAS-CHAVE: ácidos graxos, comportamento ingestivo, desempenho,
suplementação, viabilidade econômica.
______________________________________________________
*Orientador: Robério Rodrigues Silva, Dr. UESB; e Coorientador: Gleidson Giordano Pinto de Carvalho,
Dr, UFBA. Fabiano Ferreira da Silva, Dr. UESB.
19
ABSTRACT
MENDES, Fabrício Bacelar Lima. Levels of supplementation in the diet of steers finished on pasture. Itapetinga, BA: UESB, 2013. 92p. Thesis. (Doctorate in Animal Science, Concentration area in Ruminant Production)*
The objective of this study was to evaluate the effect of increasing levels of concentrate,
the same protein supplement on the nutritional characteristics, production, metabolic,
behavioral and economic crossbred steers in the finishing phase maintained on
Brachiaria Brizantha in south west Bahia. The experiment was conducted at the Fazenda
Princesa do Mateiro, located in Ribeirão Largo Bahia, from 3 September 2011 to 01
December 2011. We used 32 crossbred steers with average body weight of 420 ± 7.54
kg, distributed in a completely randomized design with four treatments. The treatments
consisted of increasing levels of supplement in the body weight of the animals , and
(0,2; 0,4; 0,6; and 0,8 % of body weight, with 50; 25; 16,6; 12,5% crude protein) .Were
measured intake, digestibility, performance and physical characteristics of the housing.
The performance evaluation was conducted on the 36th and 50th day of the
experimental period, and made observations every five minutes for a period of 24 hours.
Esters of fatty acids of longissimus were analyzed by a gas chromatograph Thermo
Finnigan, model Trace GC - Ultra . The results were statistically analyzed by analysis of
variance and regression to 0,05% probability. Intakes of dry matter, total digestible
nutrients in kg per animal per day and dry matter intake by body weight were not
influenced by the levels of supplementation (P> 0,05). The dry matter intake from
pasture was influenced by the levels of supplementation presenting linear effect (P<
0,05). The intake of neutral detergent fiber, crude protein, ether extract, and fibrous
carbohydrates were not affected (P< 0,05) by increasing levels of supplementation. The
digestibility of dry matter, neutral detergent fiber, crude protein decreased linearly (P<
0,05 ) with increasing levels of concentrate. There was a quadratic effect (P< 0,05)
average daily gain. Feed conversion was not affected (P> 0,05) by increasing levels of
supplementation. Physical characteristics of the carcass were not changed (P> 0,05).
20
The economic profitability of the system was affected (P< 0,05) decreased linearly with
increasing levels of supplementation. The time spent grazing and ruminating decreased
linearly (P< 0,05), while the trough and other activities increased linearly (P< 0,05) as
increased levels of supplementation. The numbers trough periods, other activities and
time periods of grazing, trough, rumination, other activities were influenced (P< 0,05)
by supplementation. The times of feeding and total chewing linearly decreased (P<
0,05) increased levels of concentrate in the diet. The bit rate and the number of bits per
swallowing increased linearly. The number of bites per day showed a quadratic effect (P
< 0,05). The number of cake per day showed decreasing linear effect (P< 0,05) with
increasing levels of supplementation. The feeding efficiency for dry matter showed a
quadratic effect. Rumination efficiency for dry matter and fiber carbohydrates were not
affected (P< 0,05) by supplementation presenting linear increase. Saturated fatty acids,
monounsaturated, polyunsaturated and reason polyunsaturated:saturated were not
affected (P> 0,05) by supplementation. The omega 3 acid showed decreasing linear
effect. The reason omega 6:omega 3 increased linearly with supplementation levels.
Supplementation with 0,2 % of body weight led to greater profitability of the system,
proving to be an alternative to reduce the production cycle of animals on pasture.
KEY WORDS: fatty acids, feeding behavior, performance, supplementation, economic
viability.
__________________________________________________________________
*Adviser: Robério Rodrigues Silva, Dr. UESB and Co-adviser: Gleidson Giordano Pinto de Carvalho, Dr,
UFBA. Fabiano Ferreira da Silva, Dr. UESB
21
I - REFERENCIAL TEÓRICO
1 INTRODUÇÃO
A crescente demanda por produtos de origem animal torna necessária a
otimização da produção animal a pasto e, para se obter um eficiente e competitivo
programa de produção contínua de carne, deve-se buscar eliminar as fases negativas do
processo, proporcionando ao animal condições para se desenvolver normalmente,
durante todo o ano, para que atinjam as condições de abate mais precocemente. Para
isso, é fundamental ampliar o conhecimento, tanto em avaliação dos alimentos quanto
em determinação das exigências dos animais, o que permitirá manter o suprimento de
alimentos em equilíbrio com as exigências nutricionais dos animais.
Estima-se que mais de 90% dos animais abatidos no Brasil sejam oriundos de
sistemas de produção a pasto. De acordo com Paulino et al. (2008), no Brasil as
forrageiras tropicais correspondem a 99% da dieta, fornecendo energia e nutrientes para
os bovinos criados a pasto. Aproximadamente 80-85% dos animais apresentam genes de
origem zebuína, seja como animais puros seja por cruzamentos, sendo Nelore a raça
zebuína predominante (Josahkian, 1999). Mesmo com a predominância de animais mais
rústicos e adaptados às condições de criação típicas de ambiente tropical, a eficiência
produtiva e econômica dos sistemas de produção de gado de corte no Brasil é altamente
dependente de medidas racionais de manejo alimentar desses animais.
Na maioria dos trabalhos sobre suplementação de bovinos a pasto, geralmente
são avaliados períodos específicos da produção ou o efeito final de determinado sistema
de suplementação. A falta de informações sobre as bases nutricionais envolvidas na
resposta à suplementação a pasto tem limitado a aplicação desses resultados nos
sistemas comerciais de produção. Além da quantidade e qualidade da forragem
disponível, outros fatores que interferem diretamente no desempenho animal são a
quantidade ofertada e as características nutricionais do suplemento fornecido aos
animais em pastejo.
Segundo Marcondes et al. (2011), o uso de dietas com altos níveis de
concentrado é uma prática que pode ser viável no Brasil, principalmente em regiões
ricas em subprodutos agroindustriais. Em regiões onde o custo do concentrado é alto, é
22
inviável para o produtor o uso de níveis elevados de suplementação o que torna
necessária a utilização de níveis mais baixos de suplementação de modo que não
interfiram no desempenho produtivo dos animais nem no rendimento econômico do
sistema. Em relatos sobre as interações existentes entre o consumo de forragem e o
consumo de suplemento, Moore (1980) descreve três efeitos: o aditivo, no qual o
consumo de forragem é constante em diferentes níveis de suplementação e ocorre
aumento no consumo total no mesmo nível em que o suplemento é fornecido; o efeito
combinado, em que o consumo total aumenta, porém ocorre redução do consumo de
forragem; e, por fim, o efeito substitutivo, em que o consumo total é constante, porém o
consumo de forragem diminui na mesma proporção que aumenta o consumo de
suplemento. Somente o entendimento da integração entre as condições das pastagens,
normalmente influenciadas pela época do ano, o suplemento fornecido, que pode variar
em quantidade e nível de nutrientes específicos, a capacidade de digestão dos nutrientes
no animal, muito dependente da relação entre pasto e suplemento, e as exigências
nutricionais do animal, que variam com a fase de vida e a composição do ganho de peso
dos animais, permite gerar conhecimentos extrapoláveis para situações além daquelas
em que tal conhecimento foi produzido.
Existe uma carência na literatura brasileira de trabalhos sobre a evolução dessas
condições em animais mantidos em condições nutricionais específicas, desde a fase de
amamentação até a terminação, passando, e interagindo, com as diferentes épocas do
ano. Acrescenta-se a todos os fatores anteriormente citados as peculiaridades do sistema
de pastejo, por exemplo, a determinação do consumo de forragem e suplemento, cujas
metodologias ainda necessitam de aperfeiçoamento e validação.
II REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Consumo, digestibilidade e desempenho de novilhos sob suplementação a pasto
O sistema convencional de produção animal é composto basicamente pelos
estágios de ingestão do material forrageiro e do suplemento oferecido no cocho, além da
conversão em produto animal, e cada um desses estágios tem sua própria eficiência,
cujo somatório determina a produção animal (Euclides; Euclides Filho, 1997).
Nos sistemas de produção eficientes, a suplementação é adotada como uma
prática tecnológica de apoio à pastagem. Durante a escassez de chuvas, a planta muda
23
suas características fisiológicas e anatômicas, de modo que a qualidade nutricional do
pasto decresce, tornando-se, por vezes, incapaz de suprir as exigências nutricionais dos
ruminantes.
Uma alternativa seria a utilização de suplementos proteicos ou energéticos para
associar-se ao volumoso oriundo do pasto e suprir a demanda de nutrientes pelo animal.
Entretanto, níveis de suplemento desejados para acrescentar o consumo de matéria seca
proveniente do pasto ainda são questionados na literatura atual, uma vez que, quando o
suplemento é fornecido, o consumo de forragem pode ser tanto desejável como
indesejável. Silva et al. (2002) não observaram diferenças no consumo matéria seca ao
estudarem os níveis de 20, 40, 60 e 80% de concentrado na dieta. Já Marcondes et al.
(2011), em pesquisa na qual avaliaram níveis de concentrado na proporção de 1% e 2%
do peso corporal, notaram maior consumo entre os animais que receberam concentrado
no nível equivalente a 2% do peso corporal.. Esses animais também tiveram maior
desempenho de corpo vazio e carcaça, porém não apresentaram diferenças na eficiência.
A alta relação folha/colmo pode evidenciar material de melhor degradabilidade,
em virtude da menor presença de tecidos estruturais indigeríveis ou de difícil
degradação, podendo influenciar na dinâmica e velocidade de degradação da MS pelos
microrganismos do rúmen (Mello et al., 2006). Nesse sentido, com o pasto de boa
qualidade, a utilização de baixos níveis de suplementação seria ideal para a obtenção de
bons resultados.
A suplementação em níveis crescentes, apesar do seu efeito substitutivo, pode se
tornar atrativa para o produtor, pois, além de suprir a exigência animal, pode aumentar a
capacidade de suporte dos sistemas produtivos, melhorando a eficiência de utilização
das pastagens em seus picos de produção e aumentando o nível de produção por unidade
de superfície (kg/ha/ano) (Paulino et al., 2004).
Níveis de suplementação superiores a 0,7% do PV/dia geralmente proporcionam
redução no consumo de forragem (Horn & McCollum, 1987), no entanto, em alguns
casos, esse efeito ocorre até mesmo com a suplementação em níveis inferiores
(Detmann et al., 2001). Nessas condições, haverá sobra de forragem. Assim, deve-se
promover ajuste do número de animais em função da massa de forragem, que pode ser
feito utilizando-se um critério de manejo, como a altura do dossel, a oferta de forragem,
a IAF residual, entre outros. Correia (2006), ao fornecer níveis crescentes de
concentrado (0,0, 0,3, 0,6 e 0,9 % do PV/dia) a novilhos em pastagem de capim-
24
marandu, verificou aumento linear da taxa de lotação e do desempenho dos animais. .No
entanto, a taxa de lotação, no caso dos animais que recebe concentrado, deve ser sempre
superior em relação à daqueles que recebem suplementação com sal mineral.
Para propiciar ganhos contínuos em pastejo, é necessária a suplementação
estratégica durante as diferentes épocas do ano, suprindo os nutrientes limitantes e
aumentando a eficiência de utilização das pastagens. Em meta análise elaborada com o
uso de suplementação entre os anos de 1999 e 2007, Tonello et al. (2011) constataram
que apenas 17,3% dos dados obtidos indicaram ganho diário corrigido superior a 0,40
kg dia-1. Esses resultados são baixos, comprovando que não houve sincronização entre a
energia presente na pastagem e o suplemento fornecido no cocho.
Lana (2005) relatou que, quanto menor o valor nutritivo da pastagem, como
ocorre nas pastagens tropicais no período da seca, maior a resposta animal à correção da
subnutrição, como pode ser chamado o desempenho acelerado ao baixo uso de
concentrado. Assim, maiores serão a eficiência e a rentabilidade do sistema de
produção. Trabalhos recentes têm comprovado que ganhos de pesos adicionais obtidos
com a suplementação concentrada, mesmo durante a fase de recria em pastejo, são
mantidos na fase de terminação (Resende et al., 2008; Rezende et al., 2009).
2.2 Avaliação econômica
O sistema de produção de carne do Brasil teve uma evolução significativa nos
últimos anos. A forma como o produtor brasileiro produz carne torna-a um produto com
baixo custo e com índice alto de competitividade por ser oriunda de animais terminados
a pasto. Todavia, quando se compara a taxa de desfrute do produtor brasileiro, que foi
de 19,2 em 2011, à de produtores dos Estados Unidos e Austrália, que obtiveram 38,0%
e 30,9% no mesmo ano, percebe-se que o sistema de criação brasileiro ainda é
ultrapassado, embora possa alcançar resultados satisfatórios, por meio da tecnificação
da pecuária, da oferta de grãos e do clima favorável, além de atender à demanda por
carne bovina nos mercados interno e externo.
A bovinocultura desenvolvida sem considerar os fatores edafoclimáticos pode
estender a idade ao abate ou à primeira cria para além dos 30 meses, resultando em
taxas de desfrute de 15 a 17% (Paulino et al., 2004). No sistema de produção a pasto, o
grande gargalo na produção de carne é a escassez de forragem e seu baixo
25
aproveitamento pelos ruminantes, devido a mudanças na sua morfofisiologia na época
seca. Esses entraves geram nos animais o conhecido efeito sanfona, com ganhos na
época das águas e perda de peso na época seca.
Dados na literatura comprovam que bovinos criados somente a pasto no Brasil
são abatidos ao atingirem 42 a 48 meses, gerando para o produtor alto custo para a
manutenção desses animais no sistema, bem como a imobilização de fundos investidos.
Análises devem ser feitas com rotina, pois permitem ao produtor a detecção do item
que, em determinado momento, pode inviabilizar a atividade, como as oscilações de
preços no mercado (Peres et al., 2004).
Uma estratégia para diminuir o ciclo de produção de animais de corte no País
seria a suplementação dos animais durante a fase crítica de produção de forragem,
abatendo-os em menor tempo e obtendo-se maior giro de capital. Segundo Figueredo et
al. (2007), usando sistema de suplementação para abate de bovinos aos 18, 24, 30 e 40
meses, o uso da suplementação proporcionou aumento de 37,5; 54,43 e, 69,27%
produção de carne (kg/ha/ano) em relação às estratégias para abate aos 24, 30 e 40
meses, respectivamente. Esses mesmos autores também afirmaram que o alto consumo
de suplemento e sua concentração em uma fase de pior conversão alimentar são as
causas do desempenho econômico menos satisfatório da estratégia para abate aos 24
meses em relação ao abate aos 30 meses.
Bargo et al. (2003), em extenso trabalho de revisão sobre suplementação a vacas
de leite a pasto, observaram que a taxa marginal de aumento na produção de leite
apresentou comportamento curvilíneo e reduziu em alguns estudos quando os níveis de
concentrado foram superiores a 3,3 e 4,4 kg/animal/dia. Euclides (2005), avaliando um
banco de dados obtido de 23 trabalhos, observaram comportamento semelhante no
ganho de peso diário de bovinos em decorrência da oferta média de concentrado no
período seco do ano.
A avaliação da economicidade no uso de concentrados está diretamente
relacionada à qualidade do volumoso, que representa 40 a 80% da matéria seca (MS) da
dieta das diversas categorias que compõem o rebanho nacional. Em rebanhos com maior
rendimento, o custo da dieta por animal é mais elevado, porém o alto crescimento
muscular costuma compensar o investimento.
Existem duas formas básicas de interferir no ganho financeiro real de uma
atividade: aumentando seu preço de venda, mas com algumas consequências em relação
26
à demanda, ou implementando uma política de redução de custos e aumento de
produtividade, que também favoreceria o aumento da margem sem, contudo, depender
diretamente do fator demanda (Figueiredo et al., 2007).
Enquanto a viabilidade técnica da suplementação de animais em pastejo é
considerada praticamente consolidada, questionamentos quanto à sua viabilidade
econômica existem desde longa data, embora comparações econômicas tenham
apontado que os resultados obtidos em sistemas intensivos sejam melhores que em
sistemas extensivos (Pilau et al., 2003).
É necessário, dentro de qualquer sistema produtivo, que decisões sejam tomadas
no momento certo e que o pecuarista compreenda a propriedade como uma empresa.
Assim, a atitude empresarial facilitará essas decisões a partir de análises de formação de
investimentos e retorno do setor. Deve-se estabelecer um plano anual a ser aplicado
dentro das possibilidades da empresa rural para se chegar a uma condição de alta
lucratividade (Nogueira, 2003).
2.3 Comportamento ingestivo de bovinos em pastagens
A etologia é a ciência que estuda o comportamento natural dos animais como um
todo. Por isso, o conhecimento dos padrões de comportamento de escolha, localização e
ingestão a pasto pelos bovinos é fundamental quando se pretende estabelecer práticas de
manejo.
O consumo de forragem por animais em pastejo é influenciado por três grupos
de fatores: os que afetam o processo de digestão, os que afetam o processo de ingestão e
aqueles que afetam as exigências nutricionais e a demanda por nutrientes (Berchielli et
al., 2006). A avaliação do comportamento ingestivo de novilhos em pastejo recebendo
suplementação é essencial para o manejo adequado desses animais, uma vez que a
suplementação com concentrado não deve ser utilizada com o objetivo de substituir o
pasto, mas sim complementá-lo. Os resultados encontrados na literatura referentes às
alterações provocadas pela suplementação a pasto sobre o comportamento ingestivo dos
ruminantes ainda são controversos.
Foram verificadas alterações nas atividades de pastejo de bovinos de corte
recebendo suplementação com grãos de milho (Adams, 1985). Entretanto, Barton et al.
(1992) relataram que o horário de fornecimento da suplementação não influenciou os
27
tempos de pastejo e ruminação de bovinos a pasto. Essa informação contraria os relatos
de Mendes Neto et al. (2007) de que uma simples modificação no horário ou na
frequência de fornecimento do concentrado pode causar mudança nos hábitos
alimentares de bovinos, podendo influenciar no seu desempenho.
As atividades comportamentais estudadas em maiores escalas na suplementação
a pasto são os tempos despendidos em pastejo, ruminação, alimentação no cocho e
outras atividades, e todas possuem larga relação entre si.
A ingestão diária de forragem é o produto do tempo gasto pelo animal em
pastejo e da taxa de ingestão de forragem, que é expressa como número de bocados por
unidade de tempo. A medida da taxa de bocados estima com que facilidade o animal
apreende a forragem, o que, aliado ao tempo dedicado pelo animal ao processo de
pastejo, integra as relações planta animal responsáveis por determinada quantidade
consumida (Trevisan et al., 2004). A suplementação da dieta de bovinos em pastejo com
níveis crescentes de concentrado promove menor tempo despendido em pastejo e menos
tempo para a ruminação, devido ao consumo maior de carboidratos não-fibrosos no
cocho, destinando maior tempo a outras atividades e alimentação no cocho para
consumir todo o suplemento oferecido.
Biscaino et al. (2001) compararam o tempo diário de pastejo de novilhos em
campo natural recebendo suplementação com farelo de arroz nos níveis 0; 0,5; 1; 1,5 e
2% de seu peso vivo. Esses autores observaram redução de 530, 380, 395, 332
minutos/dia, respectivamente, no tempo de pastejo dos grupos controle e com
suplementação nos níveis 0,5; 1,5 e 2% e atribuíram o fato ao efeito substitutivo da
suplementação sobre o consumo de campo nativo. No entanto, outros autores não
notaram diferenças no tempo de pastejo. Bremm et al. (2004) não observaram
diferenças no tempo de pastejo entre novilhas submetidas ou não à suplementação com
farelo de trigo. Patiño Pardo et al. (2003) verificaram efeito quadrático dos níveis de
suplementação com sorgo moído (0, 0,75 e 1,5% do peso vivo), promovendo
diminuição dos tempos de pastejo, ruminação e caminhada dos novilhos que receberam
suplemento em relação aos do grupo sem suplementação.
Silva et al. (2005) avaliaram o uso de níveis crescentes de suplementação (0,25
0,50 0,75 e 1% do peso corporal) e não encontraram efeito (P>0,05) nos tempos de
pastejo e ruminação, porém notaramefeito crescente (P<0,05) no tempo de cocho e
efeito decrescente no tempo gasto em outras atividades.
28
Os ruminantes, ao ingerirem, mastigam o alimento superficialmente,
transportando-o até o rúmen e retículo. Após algum tempo, este alimento retorna à boca
para a ruminação, que é uma atividade que permite a redução do tamanho das partículas
dos alimentos, favorecendo a degradação e digestão e melhorando absorção dos
nutrientes.
O tempo total de ruminação está diretamente correlacionado ao tamanho de
partículas presentes no rúmen e ao teor de fibra com alimento ingerido. A atividade de
ruminação pode ocorrer com o animal em pé ou deitado e esta última posição demonstra
uma condição de conforto e bem-estar animal. Segundo Marques et al. (2005), o tempo
em que o animal não está ingerindo alimento é considerado como em outras atividades.
Para a eficiente exploração da pastagem, é necessário conhecer as relações
existentes na interface planta-animal, o que envolve o estudo de como as condições de
pastejo interferem no comportamento ingestivo dos ruminantes e no seu desempenho,
de forma a identificar condições de manejo adequadas à categoria animal e ao sistema
de produção adotado (Jochims et al., 2010).
Assim, torna-se imprescindível a realização de pesquisas que ajudem a
esclarecer o efeito da suplementação sobre o comportamento dos animais em pastejo e
seus possíveis reflexos sobre os atributos da pastagem e o desempenho animal (Brâncio
et al., 2003).
2.4 Características químicas e físicas da carcaça e da carne de bovinos
O aumento da competitividade com outras fontes de proteína animal e outros
mercados concorrentes e a possibilidade de o Brasil se consolidar ainda mais no
mercado mundial de carne bovina têm requerido da pecuária de corte a oferta de
produtos de maior qualidade durante todo o ano (Resende et al., 2010). Um dos grandes
desafios da cadeia produtiva da carne bovina é produzir carne que atenda às
expectativas dos diversos mercados consumidores, cujo grau de exigência tem se
elevado de forma expressiva nos últimos anos (Cabral et al., 2011). Contudo, essa
mudança de hábitos, que hoje conta com uma difusão mais acelerada, pela capacidade
de informação e pelo acesso a mercadorias compadrões antes inexistentes, afeta
diretamente as cadeias produtivas, exigindo sua reestruturação, a fim de atender às
diferentes expectativas dos consumidores.
29
A carne é considerada produto nobre, por possuir proteína, ácido linoleico,
linolênico, vitaminas do complexo B e minerais. O consumo excessivo de gorduras
animais tem sido apontado desde os anos 50 como o principal responsável por um
grande número de desordens metabólicas no homem, entre elas, câncer, diabetes,
aumento da pressão arterial e doenças coronarianas.
Segundo Marques et al. (2006), o consumo de carne, principalmente bovina
(vermelha), tem sido vinculado a problemas de saúde, como excesso de peso,
arteriosclerose, tumores malignos e hipertensão, provavelmente em virtude da presença
de lipídios saturados e colesterol. Não se pode confundir, no entanto, consumo de carne
vermelha com consumo excessivo de gordura. A gordura é uma fração importante da
carne, pois influencia no aspecto visual da carcaça, na porção comestível e na qualidade
da carne, além de servir como proteção (gordura subcutânea) contra a desidratação no
resfriamento das carcaças (Moletta & Restle, 1996). Atualmente, busca-se a obtenção de
carcaças com elevada proporção de músculos e com quantidade mínima de gordura que
garanta a suculência e o sabor ótimo da carne, além de cobertura adiposa suficiente para
evitar a desidratação e o escurecimento da carne no processo de resfriamento (Luchiari
Filho, 2000). A gordura componente pelos consumidores pode ser diferenciada em
função da dieta, especificamente em ruminantes por ter a capacidade de apresentar uma
série de particularidades a exemplo da bio-hidrogenação ruminal (Costa et al., 2008).
Segundo Costa et al. (2005), as características da carcaça, como área de olho-de-
lombo e espessura de gordura de cobertura, podem ser alteradas pela manipulação do
nível de concentrado nas dietas. Silva et al. (2002), em pesquisa com níveis de
concentrado que variaram de 20 a 80% da dieta, não encontraram efeito das dietas no
teor de gordura da carne, cujos valores oscilaram entre 19,40 e 26,60% de gordura na
carcaça. Canesin et al. (2006) trabalharam com a suplementação em dias alternados em
nível correspondente a 1% do peso corporal e encontraram média de 21,1% de gordura
na composição corporal.
Esrey et al. (1996) concluíram que o aumento no consumo de gordura, tanto
saturada quanto monoinsaturada, constitui fator de risco importante, contudo,
advertiram que não se podeatribuir causalidade a esses fatores, visto que os resultados
dos estudos ainda têm sido conflitantes, principalmente quanto à ação dos ácidos graxos
monoinsaturados.
30
Depois das proteínas, os ácidos graxos são considerados o grupo de nutrientes
mais importantes para o organismo.
Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbonadas de 4 a
36 átomos de carbono. Alguns não apresentam duplas ligações em sua cadeia e são
chamados saturados; outros contém uma ou mais duplas ligações e são chamados
insaturados (mono ou poli-insaturados). Entre as principais funções dos ácidos graxos,
estão a deposição de energia e a conformação de membranas celulares. Desempenham
também importante papel como reguladores do metabolismo, cofatores enzimáticos,
transportadores de elétrons, pigmentos que absorvem radiação luminosa, âncoras
hidrofóbicas, agentes emulsificantes, hormônios e mensageiros intracelulares
(Lehninger et al., 1995).
Os ácidos graxos essenciais poli-insaturados são agrupados em duas principais
famílias: os ômega-6 e os ômega-3. Esses dois tipos são muito diferentes quanto à sua
ação no organismo humano. Enquanto os produtos metabólicos dos ácidos graxos
ômega-6 promovem inflamação e tumores, os ácidos graxos ômega-3 atuam no sentido
totalmente oposto. Watts et al. (1996), em estudo sobre ácidos graxos da dieta e
progressão da doença coronariana no homem, procuraram analisá-los separadamente em
conformidade com seu grau de saturação. Esses autores não observaram associação
entre a ingestão de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 (linolênico e linoleico,
respectivamente) e a incidência de doenças cardiovasculares. Por sua vez, Pietinen et al.
(1997) mostraram um resultado contrário ao descrito por Watts et al.(1996), no qual os
ácidos linoleico e linolênico possuíam forte associação negativa com a incidência dessas
doenças.
Segundo Simopoulos & Cleland (2003), os efeitos biológicos dos ácidos ômega-
3 são mediados pelas suas interações com os ácidos ômega-6. Pequenas quantidades
dietéticas de ômega-3 (~1% das calorias) possibilitam crescimento humano normal.
Aumentos nessa quantidade têm pouco ou nenhum efeito sobre o crescimento. Os
ácidos graxos ômegas-6 têm função no crescimento normal, na integridade dérmica, na
função renal e no parto. Isso levou à condução inicial de mais pesquisas sobre os
ômegas-6 e, somente nas últimas décadas, o ômega-3 recebeu mais atenção.
O colesterol é uma substância do grupo dos lipídios, presente
predominantemente no reino animal. Desempenha funções importantes no organismo
humano, sendo constituinte normal de todas as células do corpo, chave intermediária na
31
produção de ácidos biliares, precursor de hormônios, e participa da síntese da vitamina
D3.
A carne bovina magra contém 25 a 75 mg de colesterol/100 g, dos quais mais de
90% estão na forma livre (Canhos & Dias, 1983; Moreira et al., 2003; Marques et al.,
2006; Kazama et al., 2008). A incidência de doenças coronárias na população está
diretamente relacionada aos níveis de colesterol no sangue e à proporção média de
energia proveniente dos lipídios saturados.
A arteriosclerose envolve a deposição de colesterol nas paredes das artérias,
obstruindo o vaso coronário e restringindo o fluxo sanguíneo, além da trombose
vascular e fenômenos espásticos, que são as principais causas patológicas. Um
componente importante que causa risco às artérias é a lipoproteína de baixa densidade
(LDL), que corresponde a cerca de 85% do total do colesterol, enquanto a fração de alta
densidade (HDL) pode ser considerada uma medida de desobstrução das artérias e de
outros tecidos (Rose, 1990).
Genericamente referidos como CLA, os ácidos linoleicos conjugados
compreendem, na verdade, uma série de isômeros de posição e geométricos do ácido
linoleico, que se caracterizam por apresentar duplas ligações conjugadas e foram
descobertos por cientistas da Universidade de Wisconsin, em Madison (USA), no final
da década de 70 (Funck et al., 2006). Raças bovinas podem apresentar distintos padrões
de deposição de tecido adiposo e perfil de ácidos graxos na carne, uma vez que algumas
raças que apresentam maior tendência de deposição de ácidos graxos no músculo podem
fornecer maior quantidade de CLA e AGPI na carne (Mir et al., 2004).
Nos últimos anos, tem aumentado o interesse em estudos sobre os CLA, devido
aos seus possíveis efeitos benéficos à saúde humana. De acordo com Mulvihill (2001),
em estudos animais, o CLA reduziu os riscos de tumores mamários e inibiu a indução de
tumores de pele e, por ter propriedades antiteratogênicas, de imunomediação, aumenta a
eficiência no crescimento, reduz a gordura corporal e previne a diabetes.
Embora mais de dez isômeros já tenham sido identificados nos triacilgliceróis
(TAG) do leite (Sehat et al., 1998) e da carne (Fritsche et al., 2000), o CLA cis-9 trans-
11 e o CLA trans-7 cis-9 têm sido os encontrados em maiores concentrações,
geralmente compreendendo 75 a 80% do CLA total (Padre et al, 2006; Padre et al,
2007). A maior parte desses dois isômeros é sintetizada endogenamente por ação da
enzima delta-9 dessaturase presente na glândula mamária, tendo como substrato os
32
ácidos graxos C18:1 trans-11 e C18:1 trans-7 formados durante o processo de bio-
hidrogenação ruminal dos ácidos graxos poli-insaturados presentes na dieta (Corl et al.,
2002). Dois dos isômeros de CLA (9c, 11t e 10t, 12c) são conhecidos por possuírem
atividade biológica. Isolar cada um desses isômeros é difícil e caro e a maioria dos
estudos com CLA tem sido realizada utilizando-se uma mistura comercialmente
produzida a partir de óleos vegetais e contendo de 40 a 45% de cada isômero (Roche et
al., 2001). Entre os componentes de maior importância na carcaça, o músculo é o mais
importante, não somente por ser determinar a quantidade de carne comestível para o
consumidor, mais também por constituir a carne magra disponível para venda. Dessa
forma, a área de olho-de-lombo (AOL), avaliada entre a 12 e 13a costelas é utilizada
como indicador de composição de carcaça. Estudos têm comprovado (Prado et al.,
2001; Jaeger et al., 2004; Bianchini et al., 2007) que a AOL, além de apresentar
estimativa da musculosidade do animal, também pode ser utilizada como parâmetro de
rendimento de cortes de alto valor comercial, o que ficou evidenciado por meio dos
valores encontrados para picanha e contrafilé.
Silva et al. (2012) forneceram suplementação a novilhos em terminação em
níveis correspondentes a 0,3 0,6 e 0,9% do peso corporal e não encontraram diferenças
significativas nas porcentagens de músculo, gordura e osso na carcaça. A deposição de
carne e de gordura em bovinos terminados em pastagens recebendo suplemento depende
não somente do período de terminação, que por vezes corresponde a um período curto,
mas da alimentação que os animais recebem em todo o seu ciclo de vida.
Existe na literatura uma série de trabalhos visando obter melhorias na
composição físico-química da carne de ruminantes e nas características de carcaças
utilizando diferentes fontes de nutrientes e sistemas de alimentação associados aos
grupos genéticos e diferentes composições ou proporções volumoso e concentrado da
dieta (Metz et al., 2009; Rossato et al., 2010; Prado et al., 2011), porém em poucos
estudos foram observadas as diferenças entre os sexos.
33
III OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
• Objetivou-se com este estudo avaliar os efeitos da suplementação com 50, 25,
16,6 e 12,5% de proteína bruta no concentrado, fornecido em níveis que
variaram conforme o peso corporal, para novilhos mestiços em pastagens de
Brachiaria brizantha na fase de terminação.
3.2 Objetivos específicos
• Avaliar a interferência da suplementação com níveis crescentes de concentrado
contendo diferentes níveis de proteína sobre: o consumo, a digestibilidade e o
desempenho de novilhos mestiços em terminação a pasto;
• Analisar economicamente os níveis de suplementação recomendados para
novilhos mestiços em terminação em pastagens de Brachiaria brizantha;
• Avaliar a interferência da suplementação com níveis crescentes de
suplementação e diferentes níveis de proteína sobre o comportamento ingestivo
dos animais na pastagem;
• Analisar o perfil de ácidos graxos do músculo longissimus de novilhos mestiços
castrados terminados nesse sistema de pastejo com suplementação formulada
com diferentes níveis de proteína.
IV MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Consumo, digestibilidade e desempenho
O experimento foi conduzido na fazenda Princesa do Mateiro, Ribeirão do
Largo, Bahia, localizada a 15° 26′ 46″ de latitude sul e 40° 44′ 24″ de longitude oeste e
altitude de 800 metros. O período experimental iniciou-se no período seco, no dia 3 de
setembro de 2011 e se encerrou no dia 15 de dezembro do mesmo ano, totalizando 102
dias. Desses, 14 dias foram de adaptação dos animais às dietas e 88 dias de coleta de
dados. Todos os animais foram submetidos ao controle de ecto e endoparasitas no
momento da seleção para inclusão no experimento.
34
Foram utilizados 32 novilhos mestiços em fase de terminação, com peso inicial
médio de 420 ± 7,54 kg, distribuídos em delineamento inteiramente casualisado, com
quatro tratamentos e oito repetições por tratamento. Os animais foram mantidos a pasto
em pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu. A área total utilizada foi de 13
hectares, divididos em dez piquetes de mesma proporção com lotação rotativa.
Os tratamentos consistiram de quatro níveis de oferta de concentrado (0,2; 0,4;
0,6; e 0,8% do peso corporal), formulado com níveis decrescentes de proteína bruta
(500 g; 250 g; 166,6 g; ou 125,0 g por kg de concentrado). A suplementação foi
fornecida diariamente às 10 h, em cochos plásticos (1/2 bombonas) coletivos, com
duplo acesso e sem cobertura, com dimensionamento linear de 70 cm/animal.
As dietas foram formuladas segundo o NRC (2000) para atender às exigências
nutricionais dos animas e para proporcionar ganhos de 0,500 kg/dia-1. A relação
volumoso:concentrado foi de: 90,7:9,3; 82,3:17,7; 69,8:30,3 e 61:39, respectivamente,
paras os níveis de 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8% de suplementação.
Tabela 1. Proporção dos ingredientes nos concentrados (%) na base da matéria seca (MS).
Ingredientes (%)
Nível de concentrado na dieta (% PC)
0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
Milho moído 26,73 73,32 88,72 96,36
Farelo de soja 62,63 21,40 7,77 1,00
Ureia 6,00 2,98 1,98 1,49
Sal engorda1 4,64 2,30 1,53 1,15
1 Composição: cálcio, 13,2%; fósforo, 4,4%; magnésio, 0,5%; enxofre, 1,2%; sódio, 17,8%; selênio, 0,0012%; cobre, 0,125%; zinco, 0,03%; manganês, 0,075%; iodo, 0,005%; cobalto, 1,07%.
O pasto foi avaliado no primeiro dia do período experimental e posteriormente a
cada 28 dias. Para estimar a disponibilidade de MS, foram tomadas 12 amostras
cortadas rentes ao solo com um quadrado de 0,25 m2, conforme metodologia descrita
por McMeniman (1997). Para reduzir a influência da variação de biomassa entre
piquetes, os novilhos foram mantidos em cada piquete por sete dias e, após esse
período, foram transferidos para outro, em um sentido pré-estabelecido de forma
aleatória.
As amostras colhidas no pasto foram pesadas em balança digital portátil com
precisão de 5 g. Logo em seguida, efetuou-se uma amostra composta da forragem dos
piquetes que estavam sendo utilizados e dos demais piquetes não utilizados pelos
35
animais. Retiraram-se amostras em duplicatas, sendo uma acondicionada em saco
plástico, identificada e congelada em freezer a -10 ºC e a outra utilizada para separação
manual dos componentes (lâmina foliar, colmo e material morto), os quais foram
pesados, para se obter o percentual de cada componente, e armazenados em sacos
plásticos previamente identificados e congelados em freezer a -10 ºC para posteriores
determinações da composição química.
Utilizou-se a técnica do triplo emparelhamento (Moraes et al., 1990) para
estudar o acúmulo de biomassa no tempo nos seis piquetes que permaneciam vedados
por 28 dias, funcionando como exclusores. O acúmulo de MS nos diferentes períodos
experimentais foi calculado multiplicando-se o valor da taxa de acúmulo diário (TAD)
pelo número de dias do período.
A estimativa da TAD de massa seca foi feita aplicando-se a equação proposta por
Campbell (1996): TADJ = (Gi – Fi – 1)/n, em que: TADj = taxa de acúmulo de massa
seca diária no período j, em kg MS/ha/dia; Gi = massa seca final média dos quatro
piquetes vazios no instante i, em kg MS/ha; Fi – 1 = massa seca inicial média presente
nos piquetes vazios no instante i – 1, em kg MS/ha; n = número de dias do período j.
A estimativa da matéria seca potencialmente digestível (MSpd) do pasto foi
realizada conforme descrito por Paulino et al. (2006): MSpd = 0,98 (100 – %FDN) +
(%FDN – %FDNi), em que: 0,98 = coeficiente de digestibilidade verdadeira do
conteúdo celular; FDN = fibra em detergente neutro; FDNi = FDN indigestível. Para
cálculo da disponibilidade de MS potencialmente digestível (DMSpd), foi utilizada a
equação: DMSpd = DTMS * MSpd, em que: DMSpd = disponibilidade de MS
potencialmente digestível, em kg/ha; DTMS = disponibilidade total de MS, em kg/ha;
MSpd = MS potencialmente digestível, em percentual.
A oferta de forragem (OF) foi calculada de acordo com a seguinte formula: OF =
{(BRD * área + TAD * área)/PCtotal}*100,
em que: OF = oferta de forragem, em kg MS/100 kg PC dia; BRD = biomassa
residual total, em kg /ha dia de MS; TAD = taxa de acúmulo diário, em kg MS/ha dia;
PC = peso corporal dos animais, em kg/ha.
Na Figura 1 encontra-se representada a oferta de forragem ajustada para 100 kg
peso corporal dia da área experimental entre os meses de setembro, outubro e
novembro, bem como a média de todo o período.
Figura 1 - Oferta de forragem total ajustada para 100 kg peso corporal dia em pastagem
de Brachiaria brizantha
A taxa de lotação (TL) foi calculada considerando a unidade animal (UA) como
sendo 450 kg de PC, utilizando
taxa de lotação, em UA/ha; UAt = unidade animal total; Área = área experimental total,
em hectares. A composição bromatológica do pastejo simulado e dos concentrados está
descrita na Tabela 2.
Tabela 2. - Composição química do pastejo simulado e dos
da matéria seca (MS), disponibilidade total de matéria seca por hectare (Disp.MS/ha),
matéria seca potencialmente digestível (MSpd%), disponibilidade de matéria seca
potencialmente digestível por hectare (
lotação (TL).
Item
Matéria seca (%) Matéria orgânica (%) Proteína bruta (%) Extrato etéreo (%) Carboidratos totais (%) CNFcp (%) FDNcp (%) FDA (%) Cinzas (%) FDNi (%) NDT (%)
Oferta de forragem total ajustada para 100 kg peso corporal dia em pastagem
Brachiaria brizantha.
A taxa de lotação (TL) foi calculada considerando a unidade animal (UA) como
sendo 450 kg de PC, utilizando-se a seguinte fórmula: TL = (UAt)/área em que:
taxa de lotação, em UA/ha; UAt = unidade animal total; Área = área experimental total,
em hectares. A composição bromatológica do pastejo simulado e dos concentrados está
Composição química do pastejo simulado e dos concentrados (%), com base
da matéria seca (MS), disponibilidade total de matéria seca por hectare (Disp.MS/ha),
matéria seca potencialmente digestível (MSpd%), disponibilidade de matéria seca
potencialmente digestível por hectare (DMSpd/ha), oferta de forragem (OF) e taxa de
Patejo simulado Concentrado
0,2% 0,4% 25,75 87,98 87,57 89,07 91,22 94,26 7,73 50,00 25,00 2,00 3,67 3,75
70,08 37,55 65,51 17,95 32,84 55,00 52,13 4,70 10,51 45,13 3,21 2,90 10,93 8,78 5,74 19,56 1,78 1,86 55,10 61,83 71,65
36
Oferta de forragem total ajustada para 100 kg peso corporal dia em pastagem
A taxa de lotação (TL) foi calculada considerando a unidade animal (UA) como
se a seguinte fórmula: TL = (UAt)/área em que: TL =
taxa de lotação, em UA/ha; UAt = unidade animal total; Área = área experimental total,
em hectares. A composição bromatológica do pastejo simulado e dos concentrados está
concentrados (%), com base
da matéria seca (MS), disponibilidade total de matéria seca por hectare (Disp.MS/ha),
matéria seca potencialmente digestível (MSpd%), disponibilidade de matéria seca
rragem (OF) e taxa de
Concentrado 0,6% 0,8% 87,53 87,28 95,49 97,95 16,67 12,50 4,04 4,19 74,78 81,26 60,81 60,41 13,97 20,86 2,65 2,47 4,51 2,05 2,06 2,54 68,76 71,16
37
Para estimar a produção fecal, utilizou-se a LIPE® (lignina purificada e
enriquecida) (Saliba et al., 2000), fornecido diariamente às 8 h, durante sete dias, em
dose única de uma cápsula por animal, incluindo três dias para adaptação e regulação do
fluxo de excreção do marcador e cinco dias para a coleta de fezes. O período de
fornecimento ocorreu entre o 40o e 47o dias do período experimental.
As fezes foram coletadas uma vez ao dia, durante cinco dias, no próprio piquete
em cinco horários pré-estabelecidos: às 8h, 10h 12h, 14h e 16h, compondo assim
amostras de fezes por animal. Posteriormente, as fezes foram armazenadas em freezer a
-10 ºC. As amostras de fezes colhidas foram pré-secas e moídas, para análises
posteriores. A estimativa da produção fecal foi feita determinando-se o teor de LIPE®
nas fezes, por meio de espectrofotômetro de infravermelho no laboratório de nutrição da
Escola de Veterinária da UFMG, utilizando-se a fórmula descrita por Saliba et al.
(2005): PF = quantidade do LIPE® fornecido (g) / ((Ai/MS total) *100, em que: PF –
produção fecal; Ai – relação logarítmica das intensidades de absorção das bandas dos
comprimentos de onda a 1050 cm-1 / 1650 cm-1. Para determinação do consumo de
matéria seca (MS) do concentrado dos animais, que foram alimentados em grupo,
utilizou-se o indicador externo dióxido de titânio. O indicador foi fornecido na
quantidade de 10 g/animal, misturado ao concentrado todos os dias às 10 h no cocho. O
período de fornecimento foi de 7 dias, seguindo a metodologia descrita por Valadares
Filho et al. (2006). A coleta de fezes ocorreram nos mesmos dias e horários da coleta
descrita para o LIPE®. Equação: CMSS = (EF x TiO fezes) / TiO suplemento, em que:
TiO fezes e TiO suplemento referem-se à concentração de dióxido de titânio nas fezes e
no suplemento, respectivamente.
A determinação da concentração de titânio foi feita por meio de digestão ácida,
utilizando-se 0,5 g de fezes e 10 mL de ácido sulfúrico. A mistura foi digerida a 400 °C
em tubos de macro e adicionada de 10 mL de água oxigenada a 30%. Em seguida, foi
transferida para balão volumétrico de 100 mL, que foi completado com água destilada.
O conteúdo foi filtrado para obtenção da solução, segundo metodologia descrita por
Detman et al. (2012), e a leitura foi feita em espectrofotômetro de absorção atômica, no
Laboratório de Nutrição Animal do DZO/UFV.
Para estimativa do consumo voluntário de volumoso, foi utilizado o indicador
interno fibra em detergente neutro indigestível (FDNi). Amostras de forragem, fezes e
concentrado foram incubadas no rúmen de dois animais fistulados por 240 horas (Casali
38
et al.,2008) em sacos de TNT 100 (tecido-não-tecido), em uma relação de 20 mg de
amostra/cm2. Depois de retirados do rúmen, os saquinhos foram lavados e secos em
estufa de ventilação forçada e o material foi submetido à extração com detergente
neutro, conforme descrito porDetmann (2012). O material remanescente foi considerado
com parte não-digerível.
O consumo de MS foi calculado da seguinte forma:
CMStotal (kg/dia) = [(EFxCIF) – IS]+ CMSS ___________________
CIV
em que: EF = excreção fecal (kg/dia), obtida utilizando-se a lipe; CIF = concentração do
indicador nas fezes (kg/kg); CIV = concentração do indicador no volumoso (kg/kg); IS
= quantidade do indicador presente no concentrado; e CMSS = consumo de MS do
concentrado.
Para a coleta do pastejo simulado, observou-se o grupo de animais dentro de
cada tratamento no momento em que pastejavam, analisando altura do estrato do pasto
que consumiam. Em seguida, efetuou-se uma coleta de forragem visando manter
características semelhantes à do pasto que os animais estavam ingerindo, conforme
descrito por Johnson (1978).
As análises dos teores de matéria seca (MS), cinzas, proteína bruta (PB), extrato
etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) nas
amostras de concentrado, forragem e fezes foram realizadas segundo Detmann et al.
(2012).
Os carboidratos totais (CT) foram estimados segundo Sniffen et al. (1992), como:
CT = 100 – (%PB + %EE + %Cinzas). Os teores de carboidratos não-fibrosos
corrigidos para cinzas e proteína (CNFcp) foram calculados como proposto por Hall
(2003), em que: CNFcp = 100 – [% EE + %Cinzas + (%FDNcp – %PB) + (%PB -
%PBNNP + %NNP)].
Os nutrientes digestíveis totais (NDT) foram calculados segundo Weiss (1999),
utilizando-se a FDN e CNF corrigidos para cinzas e proteína, pela seguinte equação:
NDT (%) = PBD + FDNcpD + CNFcpD + 2,25EED, em que: PBD = PB digestível;
FDNcpD = FDNcp digestível; CNFcpD = CNFcp digestíveis; e EED = EE digestível.
39
Os teores de nutrientes digestíveis totais dos alimentos e das dietas totais foram
calculados conforme equações descritas pelo NRC (2001).
A conversão alimentar (CA) foi estimada em função do consumo e do
desempenho animal conforme a equação: CA = (CDMS/GMD).
Os novilhos foram pesados em jejum de 12 horas, no início e no final do período
experimental e também a cada 28 dias, para análise do ganho médio diário de peso
corporal (GMDPC) e ajuste do fornecimento do suplemento, realizado de acordo com o
peso corporal. O desempenho animal foi determinado pela diferença entre o peso vivo
inicial (PVI) e o peso vivo final (PVF) dividido pela quantidade de dias do período
experimental.
Logo após o abate, as carcaças foram identificadas e pesadas para avaliação do
peso e do rendimento de carcaça quente:
- Peso de carcaça quente (PCQ): peso de carcaça determinado em kg, logo após
o abate, antes de a carcaça entrar na câmara de resfriamento.
- Rendimento de carcaça quente (RCQ): determinado pela razão entre o peso de
carcaça quente e/o peso vivo final.
- Comprimento de carcaça (CC): distância em centímetros, medida com o
auxílio de uma trena, compreendida entre o bordo cranial do osso do púbis e o bordo
anterior da primeira costela.
- Comprimento da perna (CP): distância, em cm, compreendida entre o bordo
anterior do osso do púbis e o ponto médio dos ossos da articulação do tarso obtida com
um compasso de metálico. Na sequência, mediu-se esta distância de abertura do
compasso com auxílio de uma trena.
Espessura do coxão (EC): utilizando compasso metálico, encontrou-se a
distância entre a face lateral e a medial da porção superior do coxão e, posteriormente,
mediu-se a distância entre as duas pontas do compasso com auxílio de uma trena.
- Área de olho-de-lombo (AOL): no lado direito da carcaça, procedeu-se a um
corte transversal entre a 12a e 13a costelas, expondo-se o músculo longissimus. Em
seguida, foi traçado o seu contorno em papel-vegetal e, posteriormente, esta área foi
medida com auxílio de um planímetro. Foi utilizada a “placa plástica” desenvolvida por
Luchiari Filho (2000).
Na correção da área de olho-de-lombo para 100 kg de peso vivo (cm2), utilizou-
se a seguinte fórmula: (AOL)/(PCQ/100).
40
A espessura de gordura de cobertura (EGC) foi determinada na região do corte
entre 12a e 13a costelas, acima do músculo longissimus, com auxílio de um paquímetro.
Essa medida foi formada pela média de três pontos de medidas.
O ratio é caracterizado pela relação entre a altura e a largura do longissimus e
encontrado com a medição do músculo longissimus, obtida com o uso de uma régua
graduada.
4.2 Avaliação econômica
O estudo da viabilidade econômica parcial utilizado neste trabalho foi
determinado considerando-se que o produtor já tinha todo o sistema de criação dos
animais implantado. O mesmo teria no período da seca, a escolha de qual nível de
suplementação iria usar. Levando-se em conta que os grupos recebiam os níveis 0,2;
0,4; 0,6 e 0,8% do peso corporal em suplemento contendo 50, 25, 16,6 e 12,5% de
proteína bruta na sua composição.
As fórmulas utilizadas para determinacão dos custos do sistema foram:
• CAP = custo por animal no período = consumo individual de suplemento × o
número de dias do período experimental × o preço do suplemento em R$/kg.
• CH = custo por hectare = (número de animais / pela área experimental) × o custo
por animal.
• RH = receita por hectare = (número de animais / área experimental) × receita por
animal.
• RLH = receita líquida por hectare = (receita por hectare-custo por hectare).
• RT = relação de troca = reais investido com o suplemento × reais retornados em
carne = (receita por animal / custo por animal).
• RMA = rendimento mensal da atividade = ((receita líquida por animal / custo por
animal × 100) / período experimental)) × 30 dias do mês.
Preço dos ingredientes:
Milho = R$ 0,50 – média de preço de 2/5/11 a 8/12/11.
Farelo de soja = R$ 0,81 – média de preço de 3/1/11 a 7/12/11.
Ureia = R$ 1,87
Sal engorda = R$ 1,05
41
O preço por quilograma do concentrado foi de 0,97; 0,72; 0,64 e R$ 0,60 para os
níveis de 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8% do peso corporal, respectivamente.
4.3 Avaliação do comportamento ingestivo
As observações referentes ao comportamento ingestivo foram realizadas durante
24 horas nos dias 36 e 50 do período experimental. Os animais foram avaliados
visualmente a cada cinco minutos, conforme descrito por Gary et al. (1970), por
observadores treinados, que utilizavam cronômetros digitais para determinar o tempo
gasto em cada atividade e faziam anotações em um etograma. Observaram-se os tempos
destinados ao pastejo, à ruminação, à alimentação no cocho e em outras atividades. Os
tempos de alimentação e ruminação foram calculados em função do consumo de MS e
FDN (min/kg MS ou FDN).
O tempo gasto pelos animais na seleção e apreensão da forragem, incluindo os
curtos espaços de tempo utilizados no deslocamento para a seleção da forragem, foi
considerado tempo de pastejo (Hancock, 1953). O tempo de ruminação correspondeu
aos processos de regurgitação, remastigação, reinsalivação e redeglutição. O tempo de
alimentação no cocho foi o tempo despendido pelo animal no consumo de suplemento,
enquanto o tempo em outras atividades (descanso, consumo de água, interações etc)
incluiu todas as atividades, com exceção das citadas acima.
A discretização das séries temporais foi feita diretamente nas planilhas de coleta
de dados, com a contagem dos períodos discretos de alimentação, ruminação e em
outras atividades. A duração média de cada um dos períodos discretos foi obtida pela
divisão dos tempos diários de cada uma das atividades pelo número de períodos
discretos, conforme descrito por Silva et al. (2008).
O tempo de alimentação total (TAT) e de mastigação total (TMT) foi
determinado pelas equações abaixo: TAT = PAS + COC, em que: PAS (minutos) =
tempo de pastejo; COC (minutos) = tempo de alimentação no cocho; TMT = PAS +
RUM + COC, em que: PAS (minutos) = tempo de pastejo; RUM (minutos) = tempo de
ruminação; COC (minutos) = tempo de alimentação no cocho.
Foram realizadas a contagem do número de mastigações merícicas e a
determinação do tempo despendido na ruminação de cada bolo ruminal, para cada
animal, com a utilização de cronômetro digital. Para obtenção das médias das
42
mastigações e do tempo, foram feitas observações de três bolos ruminais em períodos
diferentes do dia (das 9h às 12h e das 16h às 19 h), segundo Burger et al. (2000). Para
obtenção do número de bolos diários, procedeu-se à divisão do tempo total de
ruminação pelo tempo médio gasto na ruminação de cada bolo, descrito anteriormente.
A taxa de bocado (TxB) dos animais de cada grupo foi estimada por meio do
tempo gasto pelo animal para realizar 20 bocados (Hodgson, 1982). Os resultados das
observações de bocados e deglutição foram registrados em seis ocasiões durante o dia,
conforme relatos de Baggio et al. (2009), com três avaliações durante a manhã e três à
tarde. Os dados foram usados também para determinar o número de bocados por dia
(NBD), que é o produto entre taxa de bocado e tempo de pastejo.
As variáveis: número de bolos ruminados por dia (BOL (n)), tempo por
mastigação merícica (TBo (n)) e mastigações merícicas por bolo (MMB(n)) foram
calculadas pelas equações abaixo: BOL = RUM / TBo, em que: BOL (número por dia);
RUM (segundos/dia) – tempo de ruminação; TBo (segundos) – tempo por bolo
ruminado; MMB = BOL * MMB, em que: MMB (número por dia); BOL – número de
bolos ruminados por dia; MMB – número de mastigações merícicas por bolo. As
eficiências de alimentação e ruminação, em quilogramas por hora, da MS, FDN, CNF e
PB, foram calculadas pela divisão do consumo de cada um desses nutrientes pelo tempo
de alimentação total (eficiência de alimentação) ou pelo tempo de ruminação (eficiência
de ruminação).
4.4 Avaliação do perfil de ácidos graxos do músculo longissimus
Logo após o abate, as carcaças foram identificadas e pesadas para avaliação do
peso e rendimento de carcaça quente. Posteriormente, foram resfriadas por 24 horas a 2
ºC. Após o resfriamento, uma seção do músculo longissimus dorsi, entre a 11ª e 13ª
costelas de cada meia-carcaça esquerda, foi retirada, armazenada em papel-alumínio e
mantida congelada (–24 °C) até o início das análises, quando foi descongelada em
temperatura ambiente, triturada, homogeneizada e analisada em duplicatas. As análises
foram realizadas no Laboratório de Métodos de Separações Químicas (LABMESQ), do
Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia.
43
A extração para análise lipídica dos concentrados e forragem (Tabela 3) seguiu a
metodologia proposta por Folch & Stanley (1957).
Tabela 3 – Composição em ácidos graxos (%) das dietas experimentais e da Brachiaria brizantha
Ácido graxo Níveis de suplementação (%)
B. brizantha 0,2 0,4 0,6 0,8
C 12:00 4,21 14,60 7,48 19,51 0,00
C 16:00 15,47 13,23 19,09 8,49 7,71 C 16:01 10,23 13,20 17,38 13,32 4,98 C 17:00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,56
C 18:00 9,20 10,75 5,99 3,4 2,33 C 18:1n-9c 17,81 15,28 5,88 6,68 0,47 C 18:2n-6 15,90 8,50 5,75 0,68 1,53 C 18:3n-3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,75
C 18:3n-6 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 C 20:00 11,99 0,00 0,00 0,00 0,52 C 20:01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,39
C 20:02 0,00 0,68 1,07 1,63 0,00 C 20:4n-6 6,42 10,02 8,82 29,19 2,27 C 20:5n-3 (EPA) 1,67 1,70 0,23 0,45 1,69
C 21:00 2,23 2,98 3,19 2,03 7,37 C 22:1n-9 0,74 0,89 7,5 1,61 1,09 C 22:2n-6 1,84 3,17 7,43 7,23 28,35
C 24:01:00 2,29 3,58 4,09 5,08 39,10 DPA 0,00 0,61 7,17 0,70 0,89
AGS 43,1 41,56 35,75 33,43 18,49
AGMI 32,56 35,04 34,85 26,69 46,03
AGPI 25,79 25,49 29,40 39,88 35,48 n-6 24,16 22,50 22,00 37,10 32,15
n-3 1,67 1,70 0,23 0,45 2,44 n-6/n-3 14,46 13,23 95,6 82,44 13,17 AGPI/AGS 0,59 0,61 0,82 1,1 1,91
Para determinação da composição em ácidos graxos, fez-se inicialmente a
extração da fração lipídica da carne, segundo Bligh & Dyer (1959). A transesterificação
dos triacilgliceróis (TAG) para obtenção dos ésteres metílicos de ácidos graxos foi
realizada conforme o método 5509 da ISO (1978). As amostras de ésteres metílicos
44
foram acondicionadas em ependorfs e armazenadas a –18 ºC, para posterior análise
cromatográfica. Os ésteres metílicos foram analisados por meio de cromatografia gasosa
em aparelho Thermo-Finnigan equipado com detector de ionização de chama e coluna
capilar de sílica fundida BPX-70 (120 m, 0,25 mm d.i). A vazão dos gases foi de 6,5
mL.min-1 para o gás de arraste N2; 30 mL.min-1 para o gás auxiliar N2; e 30 e 350
mL.min-1 para os gases da chama H2 e ar sintético, respectivamente.
A razão de divisão da amostra foi de 90:10. As temperaturas do injetor e detector
foram 250 ºC e 280 ºC, respectivamente. O tempo total de análise foi de 55 minutos,
programado em quatro rampas, com temperatura inicial de 140 °C e final de 238°C. O
volume de injeção foi de 1,2 µL e as áreas de picos foram determinadas pelo método da
normalização, utilizando-se um software Chrom Quest 4.1.
A quantificação dos ácidos graxos presentes no longissimus foi calculada
mediante a porcentagem da área de cada pico correspondente ao ácido graxo
identificado pelo padrão correspondente ao ácido graxo identificado pelos padrões de
ésteres metílicos de ácidos graxos Sigma (EUA) e após verificação do comprimento
equivalente de cadeia.
Os teores dos ácidos saturados (AGS) foram obtidos pela soma dos ácidos
láurico (C12 :00), mirístico (C 14:0), pentacílico (C 15:0), palmítico (C16:0), margárico
(C17:0), esteárico (C18:0), araquídico (C20:0), henicosanoico (C21:00) e behênico
(C22:00).
Os ácidos graxos monoinsaturados (AGMI) foram obtidos pela soma dos ácidos
miristoleico (C14:1), pentadecenoico (C15:01), palmitoleico (C16: 01), 8-
heptadecenoico (C17:01), elaídico (C18:1n9t), oleico (C18:1n9c), vacênico (C18:1n7c),
gadoleico (C20:01) e erúcico (C22:1n-9).
Para o cálculo dos ácidos graxos poli-insaturados, somaram-se os ácidos
linoleico (C18:2n6), y-linolenico (C18:3n-6), linolênico (C18:3n-3), linoleico
conjugado cis-9 trans-11 (CLAc9t11), linoleico conjugado (CLA t10c12), di-homo-y-
linolênico (C20:3n-6), di-homo-(α)linolênico (C20:3N-3), araquidônico (C20:4n-6),
docosadienoico (C22:2n-6), eicosapentaenoico (EPA 20:5N-3) e docosaexaenoico –
DHA (22:6n-3) também identificados nos cromatogramas.
A família dos ácidos graxos ômega-6 (n-6) e ômega-3 (n-3) foram calculados
pelo somatório de todos os ácidos pertencentes às duas categorias. A razão n-6/n-3 foi
calculada com a divisão (n-6/n-3) entre os somatórios de n-6 e n-3, o mesmo
45
acontecendo para a obtenção dos valores da razão de ácidos graxos poli-insaturados e
saturados (AGPI/AGS) citados acima.
Tabela 4. - Composição bromatológica das dietas totais Níveis de suplementação (%)
Item (%) Dieta total
0,2 0,4 0,6 0,8 Matéria seca (%) 40,85 46,43 51,91 58,3 Matéria orgânica (%) 90,63 91,31 92,09 93,7 Proteína bruta (%) 11,67 11,22 10,49 9,81 Extrato etéreo (%) 2,34 2,51 2,77 3,07 Carboidratos totais (%) 76,63 77,58 78,83 80,9
CNFcp (%) 13,49 20,29 26,72 32,8
FDNcp (%) 63,13 57,29 52,11 48,0
FDA, (%) 49,12 43,54 38,04 31,4
Cinzas (%) 9,37 8,69 7,91 6,21 FDNi (%) 17,90 15,99 14,16 12,1 Volumoso/Concentrado 91/9 80/20 69/31 57/43
Os resultados foram interpretados estatisticamente por meio de análises de
variância e regressão utilizando-se o Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas –
SAEG (Ribeiro Jr, 2001). Os critérios adotados para escolha do modelo foram o
coeficiente de determinação, calculado como a relação entre a soma de quadrados da
regressão e a soma de quadrados de tratamentos, e a significância observada dos
coeficientes de regressão, por meio do teste F, conforme o modelo:
Yijk = m + Ti + eijk,
em que:
Yijk = o valor observado da variável;
m = constante geral;
Ti = efeito do tratamento i;
Eijk – erro associado a cada observação.
46
V RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Consumo, digestibilidade e desempenho
As disponibilidades médias de matéria seca total, matéria seca potencialmente
digestível (DMSpd), matéria seca verde (Msverde), folhas verdes, colmo e matéria
morta foram de; 4.180; 3.295;1.865; 970; 895; 2.315 kg/ha, respectivamente (Figura 2).
O período seco do ano provoca alterações na composição do pasto, como
aumento do tamanho do caule, maior lignificação das paredes celulares, diminuição da
relação folha:colmo, elevação da matéria morta, entre outros, capazes de diminuir a
digestibilidade da forragem consumida pelos animais. No entanto, neste estudo, a partir
do segundo período experimental (outubro), a quantidade de folha no pasto permaneceu
constante. Os teores de PB da forragem obtidos por simulação de pastejo (Tabela 2)
foram equivalentes ao valor relatado por Van Soest (1994), de no mínimo 7%, para que
a microbiota ruminal tenha condições de utilizar os substratos energéticos da
forragem.A disponibilidade de matéria seca potencialmente digestível do pasto
(DMSpd) foi 3.295 kg/ha de MS, correspondente a 78,85% da disponibilidade da massa
seca total (DMStotal). Esse resultado é característico de um dossel forrageiro com
grande quantidade de folha e colmo digestível, suficiente para que o sistema de
suplementação utilizado não seja influenciado pela falta de nutrientes provenientes do
pasto. Esse resultado é superior ao encontrado por Paula et al. (2011), que foi de 65%.
Segundo Paulino et al. (2006), os efeitos do aumento nessa disponibilidade de matéria
seca potencialmente digestível (MSpd) no sistema de produção são verificados de forma
direta, uma vez que o aumento na disponibilidade de forragem de melhor qualidade
diminui a necessidade de suplemento no sistema.
A quantidade de massa seca verde encontrada no primeiro período (setembro) foi
de 2.807 kg/ha (Figura 2) e reduziu nos períodos subsequentes para 1.440 e 1.348 kh/ha,
como reflexo da falta de chuva, característica da região nessa época do ano. A
quantidade de folhas e de colmos também seguiu a mesma tendência da massa seca
verde, porém a proporção de massa seca morta aumentou no segundo período (outubro)
e voltou a decrescer novamente no terceiro período (novembro). Com as mudanças
ocorridas no dossel forrageiro devido à falta de chuva, o pasto perdeu em qualidade,
apresentando menor digest
Essas mudanças são esperadas no Brasil, pois o crescimento das plantas passa por
mudanças nas diversas estações do ano. Dessa forma, torna
exigências dos animais com aproveitamento do banco de energia presente no pasto, é
preciso utilizar suplementação no cocho e promover o deferimento da pastagem.
Figura 2 – Disponibilidad
digestível (MSpd), matéria seca verde (Msverde), folhas, colmos e matéria morta em
pastagem de Brachiaria brizantha.
O aumento no teor de concentrado da dieta não influenciou (P>0,05) o consum
de matéria seca total, calculado em kg.dia
5). Os resultados corroboram os relatos de Silva et al. (2010), que também não notaram
efeito dos níveis de suplementação sobre o consumo de MS total. Seria interessan
entanto, se tivesse ocorrido aumento do consumo, o que resultaria em menor nível de
substituição da MS oriunda do pasto pela MS ingerida via suplemento. É importante
constatar que esse fenômeno biológico resultará invariavelmente no aumento do custo
de produção do sistema à medida que se elevam os níveis de concentrado na dieta. O
efeito substitutivo encontrado neste estudo tem suas vantagens quando se estuda a taxa
de lotação por área, pois, assim, com o maior consumo de concentrado no cocho e o
menor consumo de forragem do pasto, a quantidade de animais cresce possibilitando
maior rendimento de arrobas por área. Neste estudo, o valor médio encontrado foi
2,14% do peso corporal, atendendo, portanto, às exigências quantitativas de consumo.
Esses valores estão em consonância com a literatura (Silva et al., 2010; Nussio et al.,
1998).
apresentando menor digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes pelos animais.
Essas mudanças são esperadas no Brasil, pois o crescimento das plantas passa por
estações do ano. Dessa forma, torna-se claro que, para atender às
exigências dos animais com aproveitamento do banco de energia presente no pasto, é
preciso utilizar suplementação no cocho e promover o deferimento da pastagem.
Disponibilidade da matéria seca total (MStotal), matéria seca potencialmente
digestível (MSpd), matéria seca verde (Msverde), folhas, colmos e matéria morta em
Brachiaria brizantha.
O aumento no teor de concentrado da dieta não influenciou (P>0,05) o consum
de matéria seca total, calculado em kg.dia-1 e em porcentagem do peso corporal (Tabela
5). Os resultados corroboram os relatos de Silva et al. (2010), que também não notaram
efeito dos níveis de suplementação sobre o consumo de MS total. Seria interessan
entanto, se tivesse ocorrido aumento do consumo, o que resultaria em menor nível de
substituição da MS oriunda do pasto pela MS ingerida via suplemento. É importante
constatar que esse fenômeno biológico resultará invariavelmente no aumento do custo
de produção do sistema à medida que se elevam os níveis de concentrado na dieta. O
efeito substitutivo encontrado neste estudo tem suas vantagens quando se estuda a taxa
de lotação por área, pois, assim, com o maior consumo de concentrado no cocho e o
or consumo de forragem do pasto, a quantidade de animais cresce possibilitando
maior rendimento de arrobas por área. Neste estudo, o valor médio encontrado foi
2,14% do peso corporal, atendendo, portanto, às exigências quantitativas de consumo.
es estão em consonância com a literatura (Silva et al., 2010; Nussio et al.,
47
ibilidade e aproveitamento dos nutrientes pelos animais.
Essas mudanças são esperadas no Brasil, pois o crescimento das plantas passa por
se claro que, para atender às
exigências dos animais com aproveitamento do banco de energia presente no pasto, é
preciso utilizar suplementação no cocho e promover o deferimento da pastagem.
e da matéria seca total (MStotal), matéria seca potencialmente
digestível (MSpd), matéria seca verde (Msverde), folhas, colmos e matéria morta em
O aumento no teor de concentrado da dieta não influenciou (P>0,05) o consumo
e em porcentagem do peso corporal (Tabela
5). Os resultados corroboram os relatos de Silva et al. (2010), que também não notaram
efeito dos níveis de suplementação sobre o consumo de MS total. Seria interessante, no
entanto, se tivesse ocorrido aumento do consumo, o que resultaria em menor nível de
substituição da MS oriunda do pasto pela MS ingerida via suplemento. É importante
constatar que esse fenômeno biológico resultará invariavelmente no aumento do custo
de produção do sistema à medida que se elevam os níveis de concentrado na dieta. O
efeito substitutivo encontrado neste estudo tem suas vantagens quando se estuda a taxa
de lotação por área, pois, assim, com o maior consumo de concentrado no cocho e o
or consumo de forragem do pasto, a quantidade de animais cresce possibilitando
maior rendimento de arrobas por área. Neste estudo, o valor médio encontrado foi
2,14% do peso corporal, atendendo, portanto, às exigências quantitativas de consumo.
es estão em consonância com a literatura (Silva et al., 2010; Nussio et al.,
O consumo de matéria seca da forragem, em
corporal, apresentou efeito linear decrescente (P<0,05). O aumento nos níveis de
concentrado promove a ocorrência de efeito substitutivo da MS do pasto por
concentrado. Esse efeito, apesar resultar em sobra de pasto e aumento da capacidade
suporte da área, acarreta elevação do custo de produção, em função do maior custo do
concentrado em comparação ao
referentes ao consumo de matéria seca da forragem, matéria seca do concentrado e
matéria seca total.
Figura 3 – Consumo de matéria seca da forragem e do concentrado por novilhos sob
suplementação a pasto.
Esse efeito substitutivo da forragem pelo concentrado não é desejável, tendo em
vista que a otimização do consumo da forragem é a forma mais econômica que os
produtores têm de disponibilizar nutrientes aos animais. Zin & Garces (2006) explicam
que, a partir do fornecimento de concentrado na proporção de 0,3% do peso corporal,
inicia-se a redução no consumo de forragem. Segundo esses autores, esse processo se
intensificaria somente a partir do fornecimento de 0,8% do peso corporal. Os dados
deste estudo, no entanto, não confirmam essa afirmativa, pois houve efeito linear
decrescente, e não uma constante de substituição, que só se intensificaria a partir do
nível máximo testado (Figura 3).
Houve diminuição (P<0,05) do consumo de fibra em detergente neutro (FDN) à
medida que se aumentou o nível de concentrado na dieta (Tabela 5). Esse efeito está
correlacionado ao menor consumo da forragem pelos animais que receber
O consumo de matéria seca da forragem, em kg.dia-1 e porcentagem do peso
corporal, apresentou efeito linear decrescente (P<0,05). O aumento nos níveis de
ve a ocorrência de efeito substitutivo da MS do pasto por
concentrado. Esse efeito, apesar resultar em sobra de pasto e aumento da capacidade
suporte da área, acarreta elevação do custo de produção, em função do maior custo do
concentrado em comparação ao da forragem. Na Figura 3 estão presentes os dados
referentes ao consumo de matéria seca da forragem, matéria seca do concentrado e
Consumo de matéria seca da forragem e do concentrado por novilhos sob
Esse efeito substitutivo da forragem pelo concentrado não é desejável, tendo em
vista que a otimização do consumo da forragem é a forma mais econômica que os
produtores têm de disponibilizar nutrientes aos animais. Zin & Garces (2006) explicam
que, a partir do fornecimento de concentrado na proporção de 0,3% do peso corporal,
se a redução no consumo de forragem. Segundo esses autores, esse processo se
tensificaria somente a partir do fornecimento de 0,8% do peso corporal. Os dados
deste estudo, no entanto, não confirmam essa afirmativa, pois houve efeito linear
decrescente, e não uma constante de substituição, que só se intensificaria a partir do
máximo testado (Figura 3).
Houve diminuição (P<0,05) do consumo de fibra em detergente neutro (FDN) à
medida que se aumentou o nível de concentrado na dieta (Tabela 5). Esse efeito está
correlacionado ao menor consumo da forragem pelos animais que receber
48
e porcentagem do peso
corporal, apresentou efeito linear decrescente (P<0,05). O aumento nos níveis de
ve a ocorrência de efeito substitutivo da MS do pasto por
concentrado. Esse efeito, apesar resultar em sobra de pasto e aumento da capacidade
suporte da área, acarreta elevação do custo de produção, em função do maior custo do
da forragem. Na Figura 3 estão presentes os dados
referentes ao consumo de matéria seca da forragem, matéria seca do concentrado e
Consumo de matéria seca da forragem e do concentrado por novilhos sob
Esse efeito substitutivo da forragem pelo concentrado não é desejável, tendo em
vista que a otimização do consumo da forragem é a forma mais econômica que os
produtores têm de disponibilizar nutrientes aos animais. Zin & Garces (2006) explicam
que, a partir do fornecimento de concentrado na proporção de 0,3% do peso corporal,
se a redução no consumo de forragem. Segundo esses autores, esse processo se
tensificaria somente a partir do fornecimento de 0,8% do peso corporal. Os dados
deste estudo, no entanto, não confirmam essa afirmativa, pois houve efeito linear
decrescente, e não uma constante de substituição, que só se intensificaria a partir do
Houve diminuição (P<0,05) do consumo de fibra em detergente neutro (FDN) à
medida que se aumentou o nível de concentrado na dieta (Tabela 5). Esse efeito está
correlacionado ao menor consumo da forragem pelos animais que receberam maiores
49
níveis de concentrado na dieta. Entretanto, a redução do FDN da dieta não influenciou o
consumo de MS total.
Mertens (1992) relatou que o limite para a regulação do consumo de ruminantes
é 1,20% do peso corporal em FDN. Os resultados encontrados neste estudo estão bem
próximos daqueles reportados por Mertens (1992), comprovando que seus relatos
podem ter validade também com o uso das forrageiras tropicais como a Brachiaria
brizantha e com animais Bos taurus indicus.
Tabela 5.– Consumos médios diários de nutrientes por novilhos recebendo
suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
Item Níveis de suplementação (%)
ER R2 0,2 0,4 0,6 0,8
CMST (kg.dia-1) 9,37 9,89 9,02 9,35 Ŷ = 9,40 - CMSF (kg.dia-1) 8,50 7,89 6,23 5,27 1 0,97 CMST (%, PC) 2,15 2,29 2,00 2,15 Ŷ = 2,14 - CMSF (%, PC) 1,95 1,83 1,39 1,21 2 0,95 CFDNcpT (kg.dia-1) 5,92 5,66 4,70 4,49 3 0,93 CFDNcp (%, PC) 1,36 1,31 1,04 1,03 4 0,87 CPB (kg.dia-1) 1,09 1,10 0,94 0,91 5 0,82 CEE (kg.dia-1) 0.21 0.24 0.24 0.28 6 0,91 CCNFcp (kg.dia-1) 1,26 1,87 2,37 2,73 7 0,99 CNDT (kg.dia-1) 5,65 6,17 5,37 6,06 Ŷ = 5,81 -
CMST = consumo de matéria seca total, CMSF = consumo de matéria seca da forragem, CFDNcpT = consumo de fibra em detergente neutro total corrigido pra cinzas e proteína, CPB = consumo de proteína bruta, CEE = consumo de extrato etéreo, CCNFcp = consumo de carboidratos não-fibrosos corrigidos para cinzas e proteína, CNDT = consumo de nutrientes digestíveis totais. Equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). 1Y = 9,8170 - 5,6780X; 2Y = 2,2641 - 1,3321X; 3Y = 6,5073 - 2,6216X; 4Y = 1,5006 - 0,6211X; 5Y = 1,1905 - 0,3472X; 6Y = 0,2000+0,1023X; 7Y = 0,7341+2,9088X.
O aumento dos níveis de concentrado promoveu decréscimo (P<0,05) no
consumo de proteína bruta (PB) da dieta, fato relacionado à substituição da forragem
pelo concentrado, tendo em vista que o consumo de proteína bruta (PB) oriundo dos
níveis mais altos de suplementação foi menor, em função do teor de proteína da dieta
total. Segundo o NRC (1996), algumas diferenças nas respostas sobre o consumo
podem estar associadas ao teor proteico da forragem e à quantidade do suplemento
fornecido. De acordo com Moore et al. (1999), a resposta da suplementação para ganho
50
de peso é positiva quando a suplementação proporciona consumo de proteína bruta (PB)
maior que 0,10% do peso vivo (PV). Neste trabalho, a proteína bruta (PB) consumida
pelo grupo que recebeu o mais baixo nível de suplementação foi de 0,20% do peso vivo,
o que corresponde a uma superioridade de duas vezes a quantidade sugerida por Moore
et al. (1999).
A ingestão de extrato etéreo foi maior (P<0,05) no grupo dos animais
submetidos a dietas com teores mais elevados de concentrado, devido ao maior teor
extrato etéreo do concentrado em comparação ao da forragem (Tabela 5). A
percentagem encontrada neste estudo está abaixo do limite máximo de 6,0% sugerido
por Palmquist & Jankins (1980), o qual é capaz de inibir o crescimento de
microrganismos ruminais e recobrir a fibra dos alimentos, reduzindo sua digestão e
mbém o consumo de matéria seca.
Houve efeito linear crescente (P<0,05) dos níveis de suplementação sobre o
consumo de carboidratos não-fibrosos (CCNFcp) (Tabela 5). Esse fato é reflexo do
aumento dos níveis de suplementação (Tabela 5). Essa elevação do CNFcp promove
uma mudança nas condições ruminais, favorecendo o aumento das bactérias amilolíticas
e decréscimo das celulolíticas, alterações que podem resultar em redução da
digestibilidade da FDN. Ressalta-se que o objetivo com o uso da suplementação é
potencializar e não reduzir a digestibilidade.
Os consumos de nutrientes digestíveis totais (NDT) e nutrientes digestíveis
totais em kg/dia (CNDT) não foram influenciados (P>0,05) pelo aumento nos níveis de
concentrado da dieta. O consumo de nutrientes digestíveis totais (NDT) observados
foram de 5,81 kg/dia-1, 14,4% superiores ao preconizado por Valadares Filho et al.
(2010), de 4,36 kg/dia para animais de mesma categoria criados a pasto.
51
Tabela 6. - Coeficiente de digestibilidade da dieta total de novilhos recebendo
suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.
Item Níveis de suplementação ER R2
0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
CDMS (%) 59,10 60,00 54,92 56,94 1 0,43
CDFDNcp (%) 61,16 58,52 52,70 51,42 2 0,95
CDPB (%) 51,73 45,48 25,28 27,43 3 0,84
CDEE (%) 81,27 83,16 80,63 82,73 Ŷ =81,94 - ----
CDCNFcp (%) 79,73 85,64 81,96 81,44 Ŷ =82,19 ----- CDMS = coeficiente de digestibilidade da matéria seca, CDFDNcp = coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína bruta, CDPB = coeficiente de digestibilidade da proteína bruta, CDEE = coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo e CDCNFcp = coeficiente de digestibilidade dos carboidratos não-fibrosos corrigidos para cinzas e proteína. Equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). 1Y = 60,6313-5,7760X; 2Y = 64,7151-17,5189X; 3Y = 60,7561-46,5446X.
Os coeficientes de digestibilidade da matéria seca (CDMS) e da fibra em
detergente neutro (FDN) foram influenciados negativamente (p<0,05) pelo aumento dos
níveis de concentrado na dieta (Tabela 6). O aumento das quantidades de suplemento
fornecido de forma única durante o dia pode ter contribuído para a queda rápida do pH
ruminal, afetando os microrganismos celulolíticos e acarretando redução na
digestibilidade, tanto da matéria seca total quanto dos constituintes fibrosos da
forragem. Esses resultados relativos à digestibilidade da MS total da dieta contrariam os
dados da literatura, uma vez que o aumento no coeficiente de digestibilidade tenderia a
elevar-se com o aumento dos níveis de concentrado da dieta (Silva et al., 2010;
Machado et al., 2011). No entanto, a digestibilidade da FDN diminui quando há redução
dos microrganismos celulolíticos. Dessa forma, com a redução dos microrganismos
celulolíticos, a parede celular da planta não é quebrada totalmente e passa pelo sistema
digestivo do animal sem sofrer quebra, resultando em baixo aproveitamento dos
nutrientes presentes na forragem.
O uso do fornecimento parcelado do concentrado no cocho poderia ter evitado
uma possível queda rápida do pH ruminal, fazendo com que os coeficientes de
digestibilidade dos nutrientes fossem melhores. Vale ressaltar que um dos objetivos
primordiais da suplementação de bovinos em pastejo é potencializar o aproveitamento
do material basal e dos nutrientes nele contidos. A ocorrência de fenômenos biológicos
52
similares aos encontrados neste estudo não é desejável. É pacífico o entendimento de
que a maximização do uso da energia latente presente na forragem otimiza o
aproveitamento de nutrientes obtidos a um baixo custo, o que por conseguinte auxilia na
redução do custo de produção do sistema, tornando-o biologicamente exequível e
economicamente sustentável.
Houve efeito linear decrescente (p<0,05) dos níveis de concentrado sobre o
coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (Tabela 6) como reflexo da redução do
coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS). Além disso, a redução da
inclusão de ureia nos suplementos altera as concentrações de PDR e PNDR no
concentrado. Outro fator relevante é que, quanto maior a concentração proteica no
suplemento, maiores as digestibilidades da proteína na dieta. Isso permite inferir que,
quanto maiores os níveis de proteína do suplemento, menor a influência desse
suplemento sobre o aproveitamento da forragem. Considerando que a forragem avaliada
tinha 7,73% de PB, a redução em sua digestibilidade poderia ocasionar significativa
perda desse nutriente, cuja origem era o volumoso.
O coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo (CDEE) não foi alterado
(P>0,05) pelos níveis de suplementação (Tabela 6). Dessa forma, nota-se que níveis
moderados de EE, mesmo com o aumento dos níveis de suplementação, não afetaram as
bactérias e os protozoários, mantendo a digestibilidade normal para essa variável. Os
níveis de concentrado na dieta não influenciaram (P>0,05) os coeficientes de
digestibilidade dos carboidratos não-fibrosos (CDCNFcp) e carboidratos totais.
Resultados divergentes indicam efeito linear crescente à medida que se aumentam os
níveis de concentrado na dieta (Dias et al., 2000; Silva et al., 2010; Machado et al.,
2011).
Segundo Russel et al. (1992), uma fonte nitrogenada é necessária para o
crescimento de microrganismos que degradam carboidratos não-fibrosos, uma vez que
esses carboidratos apresentam exigências adicionais em aminoácidos e peptídeos. A
maior diluição da proteína no concentrado pode ter causado prejuízos para a sincronia
entre fontes proteicas e carboidratadas. Corrobora com essa interpretação a redução
linear da quantidade total de proteína consumida (Tabela 5). Ressalta-se que, apesar do
decréscimo constatado, todos os grupos consumiram um percentual superior ao de
0,10% do peso corporal sugerido por Moore et al. (1999). Estão relacionados na Tabela
7 os dados de desempenho e conversão alimentar dos animais no período experimental.
53
Tabela 7. –Valores médios de peso corporal inicial (PVI), peso corporal final (PVF),
ganho médio diário (GMD) e conversão alimentar (CA) de novilhos recebendo
suplementação com teores crescentes de concentrado na dieta.
Item Níveis de suplementação
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
PCinicial (kg) 418 418 424 419 Ŷ =420 -----
PCfinal (kg) 457 461 473 461 Ŷ =463 -----
GMD (kg.dia-1) 0,448 0,486 0,561 0,478 1 0,73
CA (kg;kg) 21,05 20,74 16,40 20,03 Ŷ =19,5 ----- Equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). 1 Y= 0,3025 + 0,833648X - 0,751420X2
O ganho médio diário apresentou efeito quadrático (P<0,05) em resposta aos
níveis crescentes de suplementação, com ponto de máximo estimado em 0,58% de
suplementação e ganho médio diário estimado de 0,533 kg/animal/dia (Tabela 7). Nota-
se que o decréscimo no desempenho a partir do ponto de máximo provavelmente foi
ocasionado pelo aumento do efeito substitutivo nos valores superiores a este nível de
suplementação e pela falta de proteína para a utilização do banco de energia presente no
pasto. Este fato comprova que, além de substituir um alimento de baixo custo por outro
de custo mais elevado, a partir do ponto de máximo, há um decréscimo na resposta
biológica. Considerando que os tratamentos consistiram de níveis crescentes de
concentrado e que, quanto maior o nível, maior o teor de carboidratos não-fibrosos,
presume-se que o desempenho tenha sido prejudicado pela redução da digestibilidade da
MS total, PB e FDNcp. A conversão alimentar não foi influenciada pelo aumento no
teor de concentrado na dieta (P>0,05), portanto, a queda no ganho médio diário a partir
de 0,58% do peso corporal está relacionada à falta de proteína bruta da dieta e ao
decréscimo de nutrientes provenientes da forragem, associados ao menor
aproveitamento dos nutrientes. Resultados próximos foram obtidos por Baião et al.
(2004) em mestiços Nelore no período seco do ano. Esses autores observaram ganhos de
peso de 0,46 kg/animal.dia para consumos de 2,8 kg/animal.dia de suplemento,
respectivamente.
54
Tabela 8 - Características físicas da carcaça de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de Brachiaria brizantha.
Item Níveis de suplementação (%)
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
PVF (kg) 457 461 473 461 Ŷ=463 ----- PCQ 229,99 237,07 248,38 244,04 Ŷ=239,87 ---- RCQ (%) 50,28 51,45 52,47 52,93 Ŷ=51,78 ----- EGC (mm) 3,16 2,83 3,91 3,46 Ŷ=3,34 ----- Arroba (@) 15,23 15,36 15,76 15,36 Ŷ=15,42 ----- AOL (cm2) 71,00 68,00 70,37 71,12 Ŷ=70,12 ----- AOLPCQ (cm2) 30,87 28,68 28,36 29,14 Ŷ=29,26 ----- RATIO 0,38 0,41 0,39 0,40 Ŷ=0,40 ----- EC (cm) 26,75 26,25 28,37 25,87 Ŷ=26,81 ----- CC (cm) 127,75 125,75 128,50 125,12 Ŷ=126,78 ----- CP (cm) 77,62 77,62 78,50 78,87 Ŷ=78,15 ----- PVF = peso vivo final, PCQ = peso de carcaça quente, RCQ = rendimento de carcaça quente, EGC = Espessura de gordura de cobertura, arroba = @, AOL = área de olho-de-lombo, AOLPCQ = área de olho-de-lombo corrigido pra 100 kg/carcaça, EC = espessura de coxão, CC = comprimento de carcaça, CP = comprimento de perna. Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2).
Não houve efeito (P>0,05) dos níveis crescentes de suplementação sobre as
características físicas da carcaça (Tabela 8). A alimentação dos animais por um curto
período durante a terminação não é capaz de alterar significativamente essas variáveis,
que seriam mais susceptíveis às variações de ordem cronológica, sexual, genética ou à
exposição dos animais a longos períodos de restrição ou suplementação proteica e
energética.
As carcaças com peso de 239,87 kg encontram-se dentro dos padrões exigidos
pelas indústrias frigoríficas, as quais visam animais mais jovens e com carcaça mais
pesada para obtenção de menor custo por quilograma de carne processada dentro das
empresas.
O rendimento de carcaça quente (RCQ) apresentou valor médio de 51,78%
(Tabela 8), superior aos 50% utilizados no comércio de bovinos no País. Esse resultado
é similar ao encontrado por Vaz et al. (2008), que relataram 51% de rendimento de
carcaça para animais Aberdeen Angus terminados em pastagens cultivadas recebendo
suplementação mineral. O rendimento de carcaça é influenciado por características
relacionadas à capacidade digestiva do animal, profundidade, comprimento e
musculosidade da carcaça. Os rendimentos de carcaça quente (RCQ) foram obtidos em
relação ao peso vivo em jejum, que, normalmente, só ocorre em condições
experimentais, uma vez que, como a venda de bovinos é realizada pelo peso vivo, os
55
animais não são submetidos ao jejum de 12 horas. Assim, o RCQ obtido em
experimentos é superestimado em relação ao peso dos animais na fazenda. O valor de
espessura de gordura, média de 3,34 mm, encontrada neste estudo foi 10% superior ao
sugerido por Luchiari Filho (2000). Segundo esse autor, para ser considerada de boa
qualidade, a carcaça deve possuir espessura mínima de gordura de 3,0 mm. O grau de
acabamento da carcaça pode ser consequência do consumo de matéria seca pelos
animais, pois o consumo de energia pode alterar a composição da carcaça em proteína e
lipídeos.
Não houve diferença (P>0,05) (Tabela 8) para área de olho-de-lombo (AOL) e
área de olho-de-lombo corrigida para 100 kg de peso de carcaça quente, cujas médias
encontradas foram de 70,12 cm2 para a AOL e 29,26 cm2 para AOLPCQ respectivamente.
Esses resultados corroboram os relatos de Pereira et al. (2009), que trabalharam com
animais mestiços Nelore × Angus e encontraram 73,1 cm2 para a AOL. O referencial
teórico acerca do tema indica correlação direta entre AOL e rendimentos de corte de alto
valor comercial (Restle et al., 1999; Bianchini et al., 2007; Cruz et al., 2007).
Não houve diferença (P>0,05) para o Ratio, com valor médio de 0,40 cm2
(Tabela 8). O Ratio é uma relação entre a altura e a largura do contrafilé. É calculada
para reduzir a influência de animais, que, mesmo com alto valor de AOL (cm2), não
apresentam deposição de músculo na carcaça. Nos EUA, utiliza-se comumente essa
medida obtida por ultrassonografia como critério de entrada de um animal no
confinamento. Assim, animais com valor de Ratio acima de 0,40 entram em
confinamento, pois respondem do ponto de vista econômico, ao sistema norte-
americano. Dessa forma, os resultados encontrados neste estudo comprovam que os
animais tinham capacidade para deposição de músculo na carcaça e podiam expressar
seu máximo potencial para produção de carne, mesmo sendo animais mestiços.
A espessura de coxão (EC), o comprimento de carcaça (CC) e o comprimento de
perna (CP) não foram influenciados pela suplementação (P>0,05) em nenhum dos
níveis de concentrado na dieta. As médias para as variáveis citadas anteriormente foram
26,81; 126,78; e 78,15 cm, respectivamente (Tabela 8), resultados que comprovam a
uniformidade dos animais.
56
5.2 Avaliação econômica
A análise da viabilidade econômica (Tabela 9) dentro de qualquer sistema de
produção é quem determina o caminho a ser seguido pelos diversos segmentos da
cadeia produtiva. Neste estudo, a avaliação econômica foi realizada considerando-se
apenas as alterações do custo de produção advindas do uso do suplemento, e não do
sistema de criação de bovinos como um todo, como é feito em muitos estudos.
Considera-se que o produtor já possui o sistema de criação de bovinos em pastagem e a
decisão se dará em função do uso ou não da suplementação na época de escassez de
forragem, considerando para tanto os aspectos positivos e negativos para a melhoria do
desempenho biológico em detrimento ao aumento do custo de produção. Buscar o
equilíbrio entre produtividade biológica e sustentabilidade financeira é o desafio na
ciência animal moderna.
Tabela 9. – Avaliação econômica de um sistema de criação de novilhos mestiços
recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de Brachiaria brizantha.
Item Níveis de suplementação
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
CA (kg;kg) 21,05 20,74 16,40 20,03 Ŷ =19.56 ---- CAP (R$) 74,5 126,5 156,8 215,3 1 0,99 CH (R$) 183,5 311,6 386,0 530,0 2 0,99 RH (R$) 358,5 396,9 468,2 402,6 3 0,77 RLH (R$) 175,0 85,0 82,1 - 127,3 4 0,84 RT (R$) 2,09 1,34 1,24 0,77 5 0,92 RMA (R$) 37,36 11,83 8,24 - 7,64 6 0,92
CA = conversão alimentar, CAP = custo por animal no período, CH = custo por hectare, RH = receita por hectare, RLH = receita líquida por hectare, RT = relação de troca, RMA = rendimento mensal da atividade. Equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). 1Y=30,176+226,295X; 2Y=74,280+557,035X; 3Y=225,695+751,52X-649,631X2; 4Y=281,341-455,137X; 5Y=2,381-2,033X; 6Y=47,106-69,310X.
Os custos por animal e por hectare no período experimental aumentaram
linearmente com o aumento no nível de concentrado da dieta (P<0,05) (Tabela 9). Esse
resultado ocorreu porque o desempenho biológico apresentou ponto máximo no nível de
0,58% de suplementação do peso corporal, ao passo que o custo com o concentrado
57
elevou-se linearmente em função dos níveis testados. Os animais que receberam
suplemento na proporção de 0,8% do peso corporal apresentaram custo/ha 188,82%,
superior ao dos animais sob suplementação com o 0,2% do peso corporal.
Houve efeito quadrático (P<0,05) (Tabela 9) para a receita por hectare. O ponto
de máxima foi estimado em 0,58% de suplementação do peso corporal, guardando
altíssima correlação (r=0,98) com o desempenho animal. A receita líquida por hectare
sofreu efeito linear decrescente, comprovando que, quanto maior o nível de
suplementação, menores serão os lucros do produtor, podendo inclusive gerar prejuízos
caso o mesmo faça a opção pelo uso de teores superiores a 0,62% do peso corporal,
situação em que a receita seria suficiente apenas para pagar os custos com suplemento.
A relação de troca é caracterizada pelo retorno em real (R$), para cada real
investido no sistema. Dessa forma, nota-se que houve efeito linear decrescente (P<0,05)
dos teores de concentrado na dieta. A relação de troca é favorável quando se trabalha
com baixos níveis de suplementação, em que o investimento é pequeno e a resposta
animal em relação à produção é significativa. Para cada real investido no grupo de
animais que recebeu concentrado no nível de 0,2% do peso corporal, o retorno foi de R$
2,09, decrescendo para R$ 0,77 no nível de 0,8% de suplementação. O rendimento
mensal também decresceu linearmente (P<0,05), sendo o nível de 0,8% responsável por
rendimentos negativos no período em que os animais receberam suplementação. Baixos
níveis de suplementação geram maior lucro, conforme demonstra este estudo. Depois de
todas essas considerações, é importante apresentar outros aspectos inerentes às situações
momentâneas no que tange aos preços de insumos e da arroba (@) do boi gordo no
mercado. É válido lembrar ainda que o estudo foi realizado em uma região onde o
centro produtor de grãos mais próximo encontra-se a aproximadamente 800 km de
distância, o que acrescenta em valores atuais cerca de R$ 0,15 por kg de insumo. É
necessário, portanto, entender o desempenho biológico possível de se alcançar em cada
situação, bem como os seus possíveis ajustes em função das condições de mercado, que
variam entre regiões. Além disso, em breve levantamento de mercado, não se vislumbra
nenhuma aplicação financeira sem riscos e que remunerem a taxas mensais de retorno
alcançadas neste estudo, sobretudo, com o uso de suplementação no nível de 0,2% do
peso corporal. Mesmo para produtores descapitalizados, uma opção factível seria o uso
de opções como o crédito rural para aquisição de insumos. Essas operações hoje
58
oferecem taxas próximas a 5% ao ano, o que as tornam altamente atrativas se
comparadas com a perspectiva de retorno alcançadas neste estudo.
5.3 Avaliação do comportamento ingestivo
O aumento dos níveis de concentrado na dieta não alterou o consumo de matéria
seca total (P>0,05), cujo valor médio foi de 9,40 kg. Os níveis de concentrado
influenciaram de forma decrescente (P<0,05) os consumos matéria seca da forragem
(CMSF), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB) e carboidratos não-
fibrosos (CNF).
Tabela 10 – Consumo de nutrientes e comportamento ingestivo de novilhos recebendo diferentes níveis de suplementação na dieta.
Item Níveis de suplementação
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
CMST (kg/dia) 9,37 9,89 9,02 9,35 Ŷ = 9,40 ----- CMSF (kg/dia) 8,50 7,89 6,23 5,27 1 0,97 CFDNT (kg/dia) 5,92 5,66 4,70 4,49 2 0,93 CPBT (kg/dia) 1,09 1,10 0,94 0,91 3 0,82 CCNFT (kg/dia) 1,26 1,87 2,37 2,73 4 0,99 Minutos/dia PAS (min/dia) 479,06 450,93 440,93 335,00 5 0,82 COC (min/dia) 10,93 32,18 47,81 45,62 6 0,83 RUM (min/dia) 415,00 355,62 318,43 316.18 7 0,87 OUT (min/dia) 535,00 601,25 632,81 765,62 8 0,93 CMST = consumo de matéria seca total, CMSF = consumo de matéria seca da forragem, CFDN = consumo de fibra em detergente neutro, CPTB = consumo de proteína bruta, CCNF = consumo de carboidratos não-fibrosos, PAS = pastejo, COC = cocho, RUM = ruminação, OUT = outras. Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2). 1Y=9,8170 - 5,6780X ;
2Y=6,5073-2,6216X; 3Ŷ=1,1905-0,3472X; 4Ŷ=0,7341+2,9088X; 5Ŷ=537,031-221,094X; 6Ŷ=4,2187+59,8438X; 7Ŷ=434,719-166,813X; 8Ŷ=452,812+361,719X.
O comportamento ingestivo dos bovinos criados em sistema de pastejo está
associado à estrutura do dossel forrageiro, à oferta de forragem em função do peso
corporal e ao teor de concentrado fornecido. O aumento no teor de concentrado da dieta
influenciou o tempo de pastejo dos animais (P<0,05), ocasionando decréscimo linear,
que está associado ao maior consumo de suplemento e à consequente redução do
59
consumo de MS oriunda da forragem (Tabela 10). Esse comportamento constitui-se em
claro sinal da existência do efeito substitutivo. Quando associadas essas alterações
metabólicas relativas à redução do consumo de pasto às expressões comportamentais,
tem-se a dimensão exata de como o animal altera o seu comportamento em função do
que consome, de quanto consome e de como e quanto digere.
As porcentagens do tempo diário total destinado ao pastejo e de permanência no
cocho de 34,02; 33,54; 33,94; e 26,43% efetuando o consumo da forragem e do
concentrado são inferiores ao valor de 54,10% relatado por Souza et al. (2007) em
pesquisa com características análogas. Os valores diários em horas relatados neste
estudo estão abaixo dos valores informados por Zanine et al. (2006), de 9,75 para
Brachiaria brizantha e 11,31 horas para Brachiaria decumbens.
O tempo que o animal passou se alimentando no cocho aumentou linearmente
(P<0,05) (Tabela 10) com a elevação dos teores de concentrado, uma vez que, ao se
fornecerem quantidades crescentes de ração, os animais necessitam permanecer por
maior tempo no cocho para consumir todo o suplemento. Esses resultados estão em
consonância com aqueles relatados por Mendes et al. (2013), que verificaram efeito
linear crescente à medida que aumentaram o teor de concentrado na dieta do animais.
A ruminação reduziu linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de
concentrado na dieta (Tabela 10). Essa redução está associada ao menor consumo de
MS da forragem e, consequentemente, à redução do consumo de FDNcp, cuja presença
estimula a ruminação. Neste sentido, quanto maior o consumo de pasto, maior o tempo
despendido para a ruminação.
Em contrapartida, quando se reduz o consumo de forragem e eleva a ingestão de
suplemento, ocorre redução do tempo de ruminação, resultado comprovado no maior
nível de suplementação (Tabela 10). Forrageiras tropicais caracterizam-se por
concentração elevada de feixes vasculares no mesófilo da folha, o que caracteriza sua
alta concentração de fibra e maior taxa de ruminação pelos bovinos (Brito et al., 2004).
A atividade de ruminação está associada diretamente ao tamponamento do rúmen e à
manutenção do pH próximo de 6,5 para animais que consomem apenas pasto. A
ingestão de suplemento altera essa dinâmica, promovendo redução do tamponamento do
rúmen e do pH ruminal e uma mudança na relação acetato:propionato, de modo que o
primeiro é reduzido, enquanto o segundo aumenta.
60
O tempo despendido com outras atividades aumentou de 535,00 minutos para
765,62, aumentando de forma linear crescente com a elevação do nível de suplemento
na dieta (P<0,05) (Tabela 10). O tempo que os animais destinam a outras atividades é
inversamente proporcional ao dispêndio temporal das atividades de ruminação e pastejo.
Dessa forma, quanto maior o tempo destinado às atividades citadas anteriormente,
menor será o tempo de descanso. Esses resultados estão em consonância com os relatos
de Silva et al. (2010), que encontraram efeito linear crescente para as outras atividades à
medida que aumentaram o teor de concentrado na dieta de novilhos em terminação a
pasto.
Os números de períodos de pastejo (NPP) não foram influenciados (P>0,05)
pelos níveis de concentrado da dieta (Tabela 11). Animais recebendo baixo nível de
suplementação a pasto podem aumentar o tempo por períodos de pastejo (TPP), como
forma de selecionar e apanhar a forragem para atender ao consumo de matéria seca e às
suas exigências nutricionais.
Tabela 11 – Valores médios do número de períodos de pastejo (NPP), comendo no
cocho (NPC), em ruminação (NPR) e outras atividades (NPO) e duração em (minutos)
dos períodos de pastejo (TPP), comendo no cocho (TPCC), em ruminação (TPR), outras
atividades (TPO), alimentação total (TAT) e mastigação total (TMT) de novilhos
recebendo diferentes teores de concentrado na dieta.
Item Níveis de suplementação
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
NPP 14,81 16,00 18,18 15,81 Ŷ = 16,20 ----- NPC 1,68 3,56 3,75 3,93 1 0,74 NPR 16,25 13,93 16,25 16,56 Ŷ = 15,75 ----- NPO 27,06 26,75 30,93 29,87 2 0,64 TPP (min) 33,09 31,62 26,76 21,32 3 0,95 TPC (min) 5,57 10,48 14,06 12,15 4 0,68 TPR (min) 25,93 26,47 20,59 18,83 5 0,84 TPO (min) 19,90 22,81 20,89 26,59 6 0,63 TAT (min) 490,00 483,12 488,75 380,62 7 0,61 TMT (min) 905,00 838,75 807,18 674,37 8 0,93 Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2). 1 Y = 1,50000+3,46875X.2 Ŷ = 25,5000+6,31250X.
3 Ŷ = 38,2478-20,0872X. 4 Ŷ = 4,73958+11,6641X.
5 Ŷ = 29,7568-13,5987X. 6 Ŷ = 18,0204+9,06759X.7 Ŷ = 541,250-161,250X.
8 Ŷ = 987,188-361,719X.
61
O número de períodos de cocho (NPC) e o tempo de período de cocho (TPC)
apresentaram efeito linear crescente (P<0,05) com o aumento nos níveis de concentrado
da dieta. Esses resultados são ocasionados pelo maior consumo de concentrado pelos
animais que receberam a maior quantidade de suplemento no cocho, destinando maior
tempo para apreensão e deglutição do suplemento que lhes fora ofertado. Resultados
semelhantes ao deste estudo foram relatados por Silva et al. (2005), que, em pesquisa
com níveis de 0,25; 0,50; 0,75 e 1,0% do peso do corporal, encontraram variação de
6,56 a 13,85 minutos por período.
O número de períodos de ruminação (NPR) não sofreu efeito (P<0,05) do
aumento no teor de concentrado da dieta, porém o tempo despendido para cada período
de ruminação decresceu linearmente (Tabela 11). Esse efeito pode ser explicado pelo
fato de que os animais que receberam menores teores de concentrado na dieta teriam
maior período de ruminação por ingerirem maior quantidade de fibra e esse tempo seria
destinado à quebra da fração fibrosa da planta. Os menores tempos para os períodos de
ruminação (TPR) estão relacionados à maior ingestão de carboidratos solúveis presentes
no concentrado. Nesta situação, reduz-se a necessidade de ruminar a digesta por um
tempo mais prolongado, uma vez que, quanto maior a ingestão do suplemento, menores
serão os valores médios do tamanho das partículas da dieta.
O número de períodos destinados a outras atividades (NPO) e o tempo de
período (TPO) aumentaram linearmente (P<0,05) à medida que aumentou o teor de
concentrado na dieta. Esse resultado comprova que animais recebendo teores crescentes
de concentrado na dieta tendem a passar maior tempo do dia em descanso, enquanto
aqueles que receberam menores quantidades de concentrado desenvolveram maior
atividade pastoril e ruminativa. Esses resultados corroboram os relatos de Moreno et al.
(2008), que, em pesquisa com novilhas, testaram o uso ou não da suplementação em
pastagem de azevém. Em outra direção, estão os relatos de Silva et al. (2005), que não
observaram efeito (P>0,05) para essas variáveis em experimento no qual forneceram
suplementação a novilhas com níveis crescentes de concentrado.
O tempo de alimentação total (TAT) e o tempo de mastigação total (TMT)
encontrados (Tabela 11) reduziram linearmente (P<0,05) de acordo com os níveis de
suplementação estudados. Somando-se a maior atividade pastoril e o tempo despendido
com alimentação no cocho, nota-se que os animais que receberam menor teor de
62
concentrado na dieta exercem maior tempo de alimentação, em função do tempo
destinado ao consumo de forragem. Algumas variáveis podem determinar o maior
tempo de alimentação nos baixos níveis de concentrado, entre elas, o deslocamento dos
animais dentro de cada estação alimentar, a seleção e apreensão da forragem pelo
animal; e a deglutição do material capturado. O tempo de mastigação total é a soma do
tempo de alimentação mais o de ruminação. Dessa forma, ao consumirem menor
quantidade de forragem, os animais ruminaram menos e apresentaram tempos de
mastigação total (TMT) inferiores aos observados nos menores níveis de
suplementação. Pereira et al. (2007) avaliaram o comportamento ingestivo de novilhas
leiteiras recebendo dietas com diferentes níveis de fibra e detectaram maior tempo de
mastigação total (TMT) quando os animais foram alimentados com uma dieta com teor
mais elevado de FDN (60%). Isso comprova que aspectos comportamentais dos bovinos
estão relacionados diretamente à composição química e física dos volumosos.
A taxa de bocado (TxB) para animais criados em pastagem é caracterizada como
unidade básica para obtenção de nutrientes. A apreensão da forragem, o tempo destinado
ao pastejo e a massa de bocados entrelaçam a relação planta-animal, determinando
assim o consumo dos componentes da planta. A taxa de bocado (TxB) e o número de
bocados por deglutição (BDeg) aumentaram linearmente (P<0,05) de acordo com os
níveis de suplementação (Tabela 12). Isso provavelmente foi ocasionado pelo pastejo
menos seletivo, uma vez que, devido à quantidade de nutrientes ingerida via
suplemento, esses animais consumiram menos MS oriunda da forragem. Os animais que
consumiram menores níveis de suplemento, por outro lado, pastejaram mais tempo, pois
precisavam selecionar os constituintes mais digestíveis da planta para conseguir suprir
suas demandas nutricionais, uma vez que o aporte suplementar de nutrientes era
limitado a uma pequena parcela da demanda dietética diária.
63
Tabela 12 – Valores médios das taxas de bocados (TxB), número de bocados por
deglutição (BDeg), tempo de deglutição (TeDeg), número de bocados dia (NB), número
de bolos ruminados por dia (BOL), mastigação merícicas por bolo (MMB) e tempo por
bolo ruminado (TBO) em novilhos recebendo suplementação com níveis crescentes de
concentrado na dieta.
Item Níveis de suplementação
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
TxB (boc/s) 37,58 40,33 53,47 53,21 1 0,86 BDeg (n) 23,75 29,54 38,50 44,41 2 0,99 TDeg (s) 39,37 44,81 43,25 50,41 Ŷ = 44,46 ----- NB (dia) 18063 18131 23593 17238 3 0,42 BOL (n) 550 435 489 401 4 0,60 MMB (n) 44,73 45,58 37,50 43,22 Ŷ = 42,76 ----- TeB (s) 46,86 49,73 39,95 46,33 Ŷ = 45,72 -----
Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2)
1 Y = 31,1410 + 30,0199X; 2Ŷ = 16,31125 + 35,4792X; 3Ŷ = 10480,1 + 41642,8X - 40149,1X2
4Ŷ = 567,308 - 196,660X.
A maior taxa de bocado (TxB) relatada neste estudo (53,47 boc/s) é superior às
de 15,7 e 36,3 relatadas por Santana Jr. et al. (2013a), que avaliaram taxa de bocado em
experimento com novilhas com peso corporal inicial de 187 ± 13,07 kg submetidas
períodos de restrição e realimentação em pastagens de Brachiaria brizantha. Santana Jr.
et al. (2013b) afirmaram que a taxa de bocados correlacionou-se positivamente com o
peso corporal e, quando se eleva, a taxa de bocados (TxB) consequentemente
proporcionaria maiores consumos, fato que não foi confirmado neste estudo.
O número de bocados por dia (NB) apresentou efeito quadrático (P<0,05)
quando se elevou o teor de concentrado na dieta. O ponto de máxima foi estimado no
nível de 0,51% do peso corporal e com número 2.127,81 bocados por dia. Sabendo-se
que os tempos de pastejo e ruminação se alteraram com o aumento no teor de
suplemento (P<0,05), o número de bocados (NB) e o número de bolos ruminados por
dia seguiram a mesma tendência. O número de mastigações merícicas por bolo (MMB)
e o tempo por bolo ruminado (TBO) não sofreram influência dos teores de concentrado
na dieta. O resultado encontrado para essas variáveis é controverso, uma vez que,
reduzindo o teor de FDNcp da dieta, esperar-se-ia também uma redução tanto do
número de mastigações por bolo quanto pelo tempo por bolo ruminado.
64
Tabela 13 - Eficiências de alimentação e ruminação de matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB) e carboidratos não-fibrosos (CNF) em novilhos recebendo diferentes teores de concentrado na dieta.
Item Níveis de suplementação
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
Eficiência de alimentação (kg/h) ----- ----- EAMS 1,17 1,23 1,12 1,49 1 0,74 EAFDN 0,74 0,70 0,58 0,71 2 0,60 EAPB 0,13 0,13 0,11 0,14 3 0,53 EACNF 0,15 0,24 0,29 0,46 4 0,94 Eficiência de ruminação (kg/h) ----- ----- ERMS 1,36 1,72 1,74 1,85 5 0,81 ERFDN 0,86 0,99 0,90 0,88 Ŷ = 0,91 ------ ERPB 0,16 0,18 0,18 0,17 Ŷ = 0,17 ----- ERCNF 0,18 0,33 0,46 0,57 6 1,00 Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2). 1Y = 1,42845 – 1,50619X + 1,93943X2 .
2Ŷ = 0,936344 - 1,09294X + 0,988604X2.
3Ŷ = 0,166030 – 0,168186X+0,168285X2.
4Ŷ = 0,0442619 + 0,493778X. 5Ŷ = 1,30224 + 0,739185X.
6Ŷ = 0,0651374 + 0,647110X,
Segundo Santana Jr. et al. (2013c), a eficiência de alimentação representa a
velocidade de ingestão dos nutrientes em função do tempo. As eficiências de
alimentação, expressas em kg, de MS, FDN, PB e CNF por hora foram influenciadas de
forma quadrática (P<0,05) pelos níveis de suplementação (Tabela 13). As eficiências de
alimentação, expressas em kg, de MS, FDN e PB/h apresentaram comportamento
quadrático, com estimativa dos valores mínimos de 1,13; 0,63 e 0,12 kg/h para os níveis
de 0,38; 0,55 e 0,49% do peso corporal. A eficiência de alimentação dos carboidratos
não-fibrosos (EACNF) apresentou efeito linear crescente (P<0,05). Esse resultado pode
ter sido ocasionado pelo consumo de concentrado com maior teor de carboidratos não-
fibrosos, capaz de propiciar ingestão mais eficiente desses constituintes.
As eficiências de ruminação da MS e dos carboidratos não-fibrosos (Tabela 13)
aumentaram linearmente (P<0,05). Esses resultados estão correlacionados ao efeito
substitutivo da forragem pelo concentrado. Nesse prisma, o incremento de concentrados
facilita o processo de ruminação, uma vez que o tamanho médio das partículas da dieta
total é menor quando comparado ao das dietas compostas por maior proporção de
forragem. Neste contexto, haverá menor necessidade de ruminação deste material,
aumentando a eficiência de ruminação. O mesmo comportamento pode ser observado na
65
eficiência de ruminação dos carboidratos não-fibrosos. Segundo Dulphy et al. (1980),
elevando o nível de concentrado da dieta, aumenta-se a eficiência de ruminação.
As eficiências de ruminação da fibra em detergente neutro (ERFDN) e da
proteína bruta (ERPB) não foram influenciadas pelos níveis de suplementação (P>0,05).
O teor de lignificação da forragem pode afetar a eficiência de ruminação, pois forragem
com alto grau de lignificação poderá aumentar o tempo de ruminação, diminuindo a
eficiência nutricional. Neste estudo, não foi verificado esse comportamento, o que
evidencia boa qualidade do estrato forrageiro consumido pelos novilhos durante a
avaliação do comportamento.
5.4 Perfil de ácidos graxos no músculo longissimus
A porcentagem de lipídeos na carne (Figura 4) foi influenciada (P<0,05) pelo
aumento no teor de concentrado na dieta. Essas maiores deposições de lipídeo
intramuscular estão relacionadas ao aumento do concentrado da dieta, tendo em vista
que as dietas tendem a ser isoproteicas, porém não eram isoenergéticas. Portanto,
maiores aportes de energia favorecem maior deposição de adipócitos intramusculares.
Berg & Butterfield (1979) observaram maior acúmulo de gordura na carcaça quando os
animais ingeriam rações com teores maiores de energia. De acordo com Reid (1972),
citado por Berg & Butterfield (1979), o tecido adiposo de bovinos que recebem plano
nutricional mais alto tem consideravelmente menos água e mais lipídios que o de
animais submetidos a plano nutricional mais baixo. Neste estudo, apesar de os planos
nutricionais serem semelhantes, à medida que se elevou a concentração energética,
houve aumento na deposição de gordura.
A suculência da carne está diretamente relacionada ao nível de gordura
entremeada nas fibras musculares, conhecida como gordura de marmoreio. Baixos
índices dessa gordura podem tornar a carne menos macia, gerando certa rejeição pelo
consumidor.
Figura 4 – Teor de lipídeos no músculo
Os resultados deste estudo foram 18% inferiores para o menor nível de
suplementação e 17,3% superiores para o maior nível sugerido por Campion et al.
(1975), que é de 2,9-3,0% de gordura na carne,
suculência.
TABELA 14 – Composição em ácidos graxos saturados do músculo
de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de
Brachiaria brizantha
Item 0,2%
C 14:0 2,802C 15:0 0,532
C 16:0 25,16C 17:0
C 18:0 19,00
C 20:0
C21:00 C22:00 0,031
Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R1Y = 0,556217 - 0,139224X; 2Y = 1,24263 - 0,368744X; 3Y = 0,0220686 + 0,0185978X
Teor de lipídeos no músculo longissimus dorsi.
Os resultados deste estudo foram 18% inferiores para o menor nível de
suplementação e 17,3% superiores para o maior nível sugerido por Campion et al.
3,0% de gordura na carne, capaz de proporcionar maciez e
Composição em ácidos graxos saturados do músculo
de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de
Níveis de suplementação ER
0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
2,802 2,618 2,719 2,550 Ŷ = 2,6720,532 0,495 0,469 0,448 1
25,16 24,41 25,06 23,81 Ŷ = 24,611,15 1,12 1,00 0,94 2
19,00 18,89 20,23 18,96 Ŷ = 19,27
0,13 0,13 0,14 0,12 Ŷ = 0,13
0,24 0,32 0,33 0,36 3 0,031 0,037 0,036 0,032 Ŷ = 0,034
Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R2).
Y = 0,0220686 + 0,0185978X;
66
Os resultados deste estudo foram 18% inferiores para o menor nível de
suplementação e 17,3% superiores para o maior nível sugerido por Campion et al.
capaz de proporcionar maciez e
Composição em ácidos graxos saturados do músculo longissimus dorsi
de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de
R2
= 2,672 ------ 0,98
= 24,61 ------ 0,96
= 19,27 ------
= 0,13 -------
0,89 = 0,034 -------
67
O alto consumo de gorduras saturadas possui estreita relação com problemas de
saúde presentes na população. Os ácidos graxos saturados são considerados
hipercolesterolêmicos e os mais preocupantes, nesse sentido, são o mirístico (C14:0),
láurico (C12:0) e palmítico (C16:0).
Neste estudo, os ácidos graxos mirístico (C14:00), palmítico (C16:00), esteárico
(C18:00), araquídico (20:00) e o belênico (C22:00) não foram influenciados (P>0,05)
pelo aumento no teor de concentrado da dieta (Tabela 14).
A concentração média do ácido palmítico (C16:00) foi de 24,61%
correspondente a maior concentração entre os ácidos graxos saturados encontrados no
músculo dos animais. Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Prado et al.
(2011) e Aferri et al., 2012). O ácido palmítico (C16:0) pode atuar como precursor de
ácidos graxos saturados de cadeia longa, por meio da inserção consecutiva de dois
átomos de carbono, dando origem a outros ácidos graxos saturados, como o esteárico
(18:0), araquídico (20:0), entre outros.
O ácido esteárico (C18:00) é considerado o produto final da bio-hidrogenação
ruminal e não apresentou diferenças significativas (P>0,05) entre os animais
alimentados com as dietas com diferentes percentuais de ácidos oleico (C18:1n9),
(Tabela 14). O ácido esteárico (C18:00) correspondeu a 39% dos ácidos graxos
saturados neste estudo. Esse ácido graxo encontrado na carne é considerado neutro por
não atuar no aumento do colesterol plasmático em humanos (Bonanome & Grundy,
1988). O C18:0 tem a capacidade de conferir firmeza à gordura da carcaça de suínos,
ovinos e bovinos, que é influenciada pelo ponto de fusão. À medida que a saturação dos
ácidos graxos aumenta, aumenta o ponto de fusão (Wood et al., 2008).
Os resultados obtidos para os ácidos graxos de cadeia ímpar, ácido pentacílico
(C15:00), ácido margárico (C17:00) e o ácido henicosanoico (C21:00), encontrados
neste estudo foram influenciados pelos níveis de concentrado na dieta (P<0,05), que
tiveram efeito linear decrescente sobre os dois primeiros e efeito linear crescente sobre
o último. Os resultados deste estudo diferenciam-se dos encontrados por Almeida
(2011), que, fornecendo suplemento a novilhas, não observou diferença significativa
para o C15:00, mas observou efeito linear crescente para o C17:00. Em mamíferos, a
presença desses ácidos é pequena e, em ruminantes esses ácidos podem ser sintetizados
pela flora microbiana presente no rúmen a partir de pequenos precursores: acetato e
propionato (Sauvant & Bas, 2001).
68
TABELA 15 - Composição em ácidos graxos monoinsaturados do músculo longissimus
dorsi de novilhos mestiços em pastagem de Brachiaria brizantha recebendo diferentes
níveis de suplementação
Item Níveis de suplementação
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
C 14:1 0,322 0,280 0,252 0,233 1 0,97 C 15:1 0,271 0,255 0,219 0,219 2 0,90 C 16:1 3,29 3,21 3,20 3,22 Ŷ =3,23 -----
C 17:1 0,97 0,98 0,83 0,78 3 0,88 C 18:1n9t 2,65 2,49 2,42 4,14 Ŷ =2,93 ------- C 18:1n9c 36,06 37,08 35,33 36,95 Ŷ =36,36 -----
C 18:1n7c 1,32 1,32 1,18 1,38 Ŷ =1,30 ----- C20:01 0,20 0,22 0,19 0,19 Ŷ =0,20 ----- C22:1N-9 0,81 0,87 0,84 0,71 Ŷ =0,81 -----
Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R2). 1Y=0,346728-0,148675X; 2Y=0,289523-0,0962134X; 3Y=1,07711-0,366313X.
Entre os ácidos graxos presentes no músculo dos novilhos sob suplementação a
pasto com teores crescentes de concentrado, os monoinsaturados (AGMI)
corresponderam a 47,84% do total dos lipídios. A deposição dos ácidos graxos
miristoleico (C14:1), pentadecenoico (C15:01) e heptadecenoico (C17:1) na carne
decresceu (P<0,05) com o aumento do nível de concentrado na dieta total (Tabela 15).
Os demais ácidos graxos monoinsaturados não foram alterados (P>0,05) pelo aumento
no nível de suplementação. Esses resultados podem ser explicados pela ausência na
dieta dos ácidos graxos citados anteriormente (Tabela 3). Ressalta-se ainda que, com a
elevação dos níveis de concentrado, houve decréscimo no percentual dos ácidos
palmítico e esteárico, já que os mesmos, quando dessaturados no organismo, servem
como precursores para a produção de outros ácidos, como relatado por Visentainer et al.
(2003).
O ácido palmitoleico (C16:1) não diferiu (P>0,05) entre os grupos estudados
neste trabalho, com concentração de 3,22% (Tabela 15). Em relatos de Almeida (2011),
a concentração de ácido palmitoleico (16:1) foi de 2,92% para novilhas a pasto
recebendo suplementação. De acordo com o autor, os efeitos do C16:1 c9 ainda não
foram identificados com precisão pela comunidade científica, mas aparentemente não
69
possui atuação no metabolismo hepático das lipoproteínas de baixa densidade (LDL),
responsáveis pelo aumento do colesterol humano.
Segundo Cao et al. (2008), o C16:1n-7 foi proposto como uma lipocina,
molécula produzida pelo adipócito que atua como sinalizadora em diversos órgãos, o
que regula a homeostase metabólica sistêmica, estimulando a ação da insulinano
músculo e suprimindo a esteatose hepática.
As concentrações dos ácidos elaídico (C18:1n9t), oleico (C 18:1n9c), vacênico
(C18:1n7c), gadoleico (C20:01:0) e erúcico (C22:1n-9) na carne não foram
influenciadas (P>0,05) pelo aumento dos teores de concentrado na dieta (Tabela 15).
Entre os ácidos graxos encontrados neste trabalho, o ácido oleico (C18:1n9c) foi o que
apresentou a maior concentração, com 78,61% em relação aos ácidos graxos
monoinsaturados (AGMI) e 36,36% em relação aos lipídeos totais. Esse resultado está
bem próximo do encontrado por Pinho et al. (2011), que, em pesquisa com cortes
comerciais de carne bovina, encontraram 30,44 para o contrafilé, 28,13 para a costela e
30,34% para a picanha.
De acordo com Lawrie (2005), diferenças entre os cortes analisados podem estar
relacionadas às particularidades de cada grupo muscular, uma vez que o exercício de
cada músculo é diferente, assim como os tipos de suas fibras musculares.
A concentração de ácido vacênico (C18:1n7c) no músculo longissimus dorsi não
foi influenciada (P>0,05) , mesmo no nível de suplementação correspondente a 0,8% do
peso corporal. O ácido graxo vacênico é formado pela bio-hidrogenização de um
isômero posicional e geométrico derivado do ácido linoleico, chamado CLA
(C18:2cis9-trans11 e C18:2cis12-trans10). Muitas vezes, a bio-hidrogenização do ácido
graxo linoleico não chega a ser completada. Assim, quantidades significativas de ácido
graxo conjugado e de trans-monoinsaturados, como o ácido graxo vacênico, alcançam o
duodeno e são absorvidas, ficando no leite ou no tecido (Beorlegui, 2004).
O ácido linoleico conjugado (CLA) também pode ser formado endogenamente
pela dessaturação do ácido graxo vacênico por uma enzima presente na glândula
mamária e no tecido adiposo, a ∆-9-dessaturase (Medeiros, 2002). A ∆-9-dessaturase
também é encontrada em tecidos humanos, por isso, aumentos no consumo de ácido
graxo vacênico poderiam ter os mesmos efeitos benéficos associados à ingestão de CLA
(Beorlegui, 2004).
70
Os ácidos graxos poli-insaturados classificados como essenciais são o linoleico
(18:2n-6) e alfa linolênico (18:3n-3), que devem ser ingeridos na alimentação, pois as
células dos mamíferos não têm a capacidade de sintetizá-los (Moreira et al., 2003). Não
houve diferença significativa (P>0,05) no conteúdo de ácido linoleico (Tabela 16), cujo
teor médio foi de 2,81%, corroborando a afirmação de Metz et al. (2009) de que é o
ácido graxo poli-insaturado com maior representatividade na carne bovina.
TABELA 16 – Composição em ácidos graxos poli-insaturados do músculo longissimus
dorsi de novilhos mestiços em pastagem de Brachiaria brizantha recebendo diferentes
níveis de suplementação
Item Níveis de suplementação
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
C18:2n6c 2,47 2,65 3,21 2,91 Ŷ =2,81 ----- C18:3n6 0,061 0,059 0,053 0,047 1 0,97
C 18:3n3 0,61 0,56 0,56 0,39 2 0,76 CLAc9t11 0,55 0,60 0,50 0,52 Ŷ =0,54 ----- CLAt10c1 0,12 0,13 0,12 0,12 Ŷ =0,12 -----
C20:3n-6 0,112 0,088 0,082 0,078 3 0,84 C20:3n-3 0,21 0,22 0,21 0,20 Ŷ =0,21 ----- C20:4n-6 0,066 0,062 0,042 0,039 4 0,90
C22:2N-6 0,55 0,66 0,60 0,58 Ŷ =0,59 ----- 20:5N-3 0,058 0,061 0,058 0,058 Ŷ =0,058 ----- DHA 0,39 0,37 0,32 0,27 5 0,97
Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R2). 1Y=0,0678637-0,0248626X; 2Y=0,699240-0,332761X; 3Y=0,117700-0,0545353X; 4Y=0,0771549-0,0498757X; 5Y=0,441837-0,211700X.
Houve efeito linear decrescente (P<0,05) dos níveis de suplementação sobre o
conteúdo dos ácidos graxos poli-insaturados ácido y-linolênico (C18:3n6), ácido
linolênico (C18:3n3), ácido di-homo-y-linolênico (C20:3n-6), ácido araquidônico
(C20:4n-6) e o ácido docosaexaenoico (DHA). Esses resultados podem ser explicados
pelo efeito substitutivo do pasto pelo concentrado. Como a forragem é rica em ácidos
graxos poli-insaturados, o maior aporte desses nos menores níveis de concentrado pode
ter acarretado maior escape no processo de bio-hidrogenação, deixando-os passar pelo
rúmen e serem depositados tal como ingeridos. Assim, quanto maior sua ingestão,
71
maior sua deposição no músculo. É possível ainda a inexistência desses ácidos graxos
no concentrado, logo a sua razão de existir se deveria ao consumo de pasto, que reduziu
com o aumento dos níveis de suplemento. Doreau & Ferlay (1994) verificaram que 85 a
100% dos ácidos (C18:3) são bio-hidrogenados no rúmen e, assim, muito pouco se
encontra disponível para incorporação nos tecidos. Esses ácidos graxos são
considerados essenciais e importantes por serem precursores dos ácidos da família das
séries n-6 e n-3, respectivamente.
Para o ácido docosahexanoico (C22:6n-3 DHA), o efeito linear decrescente com
o aumento do nível está vinculado ao decréscimo do ácido linoleico (C18:2n-6 LA) com
o aumento nos níveis de concentrado na dieta e com a presença do ácido alfa-linolênico
(C18:3n-3 LNA), encontrado apenas na forragem. Segundo Perini et al. (2010), os
ácidos LA e LNA são precursores dos ácidos graxos poli-insaturados de cadeias muito
longas (AGPI-CML) pertencentes às famílias ômega-6 e ômega-3, respectivamente, por
meio dos processos de elongação (enzimas elongases) e dessaturação (enzimas
dessaturases) da cadeia carbônica, que ocorre no retículo endoplasmático das células
especialmente do fígado.
O CLA pode ser formado no rúmen pela bio-hidrogenação incompleta de ácidos
graxos poli-insaturados da dieta, mas também, endogenamente, por meio da
dessaturação do ácido graxo C18:1 trans-11 por uma enzima presente na glândula
mamária e no tecido adiposo, chamada estearoil-CoA dessaturase ou delta 9-
dessaturase. Como o ácido vacênico (C18:1 trans-11) é produzido principalmente no
processo de bio-hidrogenação ruminal, as maiores fontes de CLA são produtos
derivados de ruminantes.
A concentração do ácido linoleico conjugado (CLA) não sofreu interferência
(P>0,05) do aumento nos teores de concentrado (Tabela 16). Os valores de CLA obtidos
foram de 0,54%, para o C18:2c9t11, e 0,12%, para o C18:2t10c1. O valor de 0,54% é
próximo ao de 0,56%, encontrado por Fernandes et al. (2009b), em pesquisa com
fêmeas, e ao de 0,50%, relatado por Rossato et al (2010), em trabalho realizado com
machos. Entre os benefícios dos CLA à saúde, destacam-se: anticarcinogênese,
antiaterosclerose, inibição de radicais livres, alteração na composição e no metabolismo
do tecido adiposo, imunomodulação, atividade antibacteriana e antidiabéticas.
De acordo com a análise de regressão, a composição de ácidos graxos saturados
(AGS), ácidos graxos monoinsaturados (AGMI), ácidos graxos poli-insaturados
72
(AGPI), o ômega 6 (n-6),- e a razão (AGPI/AGS) não sofreram influência (P>0,05) da
dieta (Tabela 17).
TABELA 17 - Proporção (%) de ácidos graxos saturados (AGS), monoinsaturados
(AGMI), poliinsaturados (AGPI), ácidos graxos n-6, ácidos graxos n-3, relação
AGPI:AGS e n-6:n-3 do músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços em pastagem
de Brachiaria brizantha recebendo diferentes níveis de suplementação.
Item Níveis de suplementação
ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%
n-3 1,27 1,22 1,16 0,92 1 0,85 n-6 3,27 3,52 3,99 3,67 Ŷ =3,61 ------ AGS 48,84 47,75 49,70 46,91 Ŷ =48,30 ------ AGMI 45,92 46,74 44,50 47,84 Ŷ =46,25 ------ AGPI 5,23 5,50 5,79 5,24 Ŷ =5,44 ------ n-6/n-3 2,59 2,79 3,36 3,89 2 0,96 AGPI/AGS 0,10 0,11 0,11 0,11 Ŷ = 0,11 ------
Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R2). 1 Y=1,42504-0,563711X; 2Y =2,04698+2,23418X.
O efeito linear decrescente (P<0,05) encontrado para o ômega 3 (n-3) no
longissimus dorsi decorre do efeito substitutivo da forragem pelo concentrado, uma vez
que a forragem foi responsável pelo maior percentual de n-3, havendo redução da
ocorrência desse ácido na dieta à medida que se aumentou o teor de suplementação e os
níveis de substituição da forragem.
Os valores médios de ácidos graxos saturados (AGS), monoinsaturados (AGMI)
e poli-insaturados (AGPI) foram de 48,30; 46,25 e 5,44% no músculo longissimus dorsi
dos animais avaliados (Tabela 17). Esses valores estão de acordo com os relatados por
Lambertucci et al. (2013), que encontraram 48,15; 45,32; e 7,04% em novilhos mestiços
Nelore × Simental terminados a pasto. A média da razão entre AGPI/AGS foi de 0,11,
próxima à encontrada por French et al. (2000), de 0,13.
Houve efeito linear crescente (P<0,05) para a razão n-6/n-3 à medida que os
níveis de concentrados na dieta aumentaram, já que o aumento de 33,41% do nível 0,2%
do peso corporal para o nível 0,8% certamente foi ocasionado pela concentração de n-6
nos grãos de milho e soja, presentes na constituição do suplemento. O resultado desta
pesquisa encontra-se dentro do padrão ótimo sugerido pelos nutricionistas, que é uma
razão inferior a 4 e não excede 25:1 (Aferri et al., 2012). Diferentemente dos efeitos
73
maléficos atribuídos à carne vermelha, essas características contribuem para a
diminuição dos riscos de desenvolver um câncer ou possíveis complicações
coronarianas, especialmente a formação de coágulos no sangue, o que poderia levar a
ataques do coração (Enser, 2001).
74
VI CONCLUSÕES
O uso de suplementação com elevado teor de proteína fornecida em baixos
níveis de concentrado promove diminuição no consumo de matéria seca do pasto, efeito
substitutivo da forragem pelo concentrado, redução no consumo de fibra e proteína
bruta, redução dos coeficientes de digestibilidade dos nutrientes e desempenhos
biológicos similares aos obtidos com níveis mais elevados de suplemento com menor
concentração proteica, mesmo estes sendo mais energéticos. Resultados econômicos
consistentes são alcançados com os menores níveis de suplementação, mesmo quando
esses suplementos são mais caros que aqueles com menor teor de proteína.
O uso da suplementação pode conduzir a taxas mensais de retorno superiores a
30% ao mês. As atividades de pastejo e ruminação reduzem quando há aumento do
tempo destinado a outras atividades e do tempo de cocho, como reflexo do efeito
substitutivo.
A elevação do consumo de suplemento provoca redução nas concentrações de
ácidos graxos ômega-3 na carne de novilhos mestiços terminados em pastagem de
Brachiaria brizantha. Essa redução, no entanto, não eleva a razão para valores
superiores aos recomendados.
75
VII REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADAMS, D.C. Effect of time of supplementation on performance, forage intake and
grazing behavior of yearling beef steers grazing Russian wild ryegrass in the fall.
Journal of Animal Science, v.61, p.1037-1042, 1985.
AFERRI, G.; LEME, P. R .; PEREIRA, A. S.C.; SILVA, S.L.; PUTRINO, S. M. et al.
Fatty acid composition of the longissimus dorsi muscle in crossbred steers fed different
sources of fatty acids. Revista Brasileira de Zootecnia, v.41, p.1706-1712, 2012.
ALMEIDA, V.V.S. Glicerina bruta em suplementos para novilhas mestiças em pastagens. 2011. 126f. Tese (Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, 2011.
BAGGIO, C.; CARVALHO, P. C. F.; SILVA, J. L. S.; ANGHINONI, I.; LOPES, M.
L.T.; THUROW, J. M. Padrões de deslocamento e captura de forragem por novilhos em
pastagem de azevém-anual e aveia-preta manejada sob diferentes alturas em sistema de
integração lavoura-pecuária. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.2, p.215-222,
2009.
BAIÃO, E.A.M.; BAIÃO, A.F.F.; ANDRADE, I.F. et al. Avaliação do desempenho de
novilhos mestiço nelore recebendo níveis de suplementação a pasto, no período seco do
ano. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 41.,
2004, Campo Grande. Anais... São Paulo: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2004.
(CD-ROM).
BARBOSA, N.G.S. et al. Consumo e fermentação ruminal de proteínas em função de
suplementação alimentar energética e protéica em novilhos. Revista Brasileira de
Zootecnia, v.30, n.5, p.1558-1565, 2001 (suplemento).
BARGO, F.; MULLER, L.D.; KOLVER, E.S. et al. Invited review: Production and
digestion of supplemented dairy cows on pasture. Journal of Dairy Science, v.86, n.1,
p.1-42, 2003.
BARTON, R. K.; KRYSL AND, L. J.; JUDKINS, M. B. Time of daily supplementation
for stress grazing dormant intermediate wheat grass pasture. Journal of Animal Science,
v.70, p.547-558, 1992.
BAUMAN, D.E. et al. Biosynthesis of conjugated linoleic acid in ruminants.
Proceedings of the American Society of Animal Science, v.48, p.1-15, 1999.
76
BEORLEGUI, C.B. Cambios en el perfil de ácido grasos en productos animales en
relación con la alimentación animal y humana. Importancia del ácido linoleico
conjugado. 1. Rumiantes. In: CURSO DE ESPECIALIZACION FEDNA, 20., 2004,
Barcelona. Anais... Barcelona: Fundación Española para el Desarrollo de la Nutrición
Animal, 2004. p.79.
BERCHIELLI, T.T. et al. Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal:FUNESP, 2006. 583p.
BERG, R.T.; BUTTERFIELD, R.M. 1979. Nuevos conceptos sobre desarrollo de
ganado vacuno. Zaragoza: Acribia, 1979. 297p.
BIANCHINI, W.; SILVEIRA, A. C.; JORGE, A. M. et al. Efeito do grupo genético
sobre as características de carcaça e maciez da carne fresca e maturada de bovinos
superprecoces. RevistaBrasileira de Zootecnia, v.36, n.6, p.2109-2117, 2007 (supl.).
BIANCHINI, W.; SILVEIRA, A. C.; MARTINS, C. L. et al. [2007b]. Acompanhamento
do crescimento dos tecidos muscular e adiposo de bovinos Nelore, ½ Aberdeen Angus x
Nelore e Brangus terminados no sistema de produção de super precoce. Revista
Eletrônica de Veterinária, v.8, 2007.
BLIGH, E. G.; DYER, W. J. A rapid method of total lipid extraction and purification.
Canadian Journal of Biochemistry and Physiology, v.37, p.911-917,1959.
BOMFIM, M. A. D.; REZENDE, C. A. P.; PAIVA, P. C. A. et al. Níveis de concentrado
na terminação de novilhos Holandês x Zebu suplementados a pasto na estação seca.
Ciência e Agrotecnologia, v.25, n.6, p.1457-1466, 2001.
BONANOME, A.; GRUNDY, S.M. Effect of dietary staric acido on plasma cholesterol
and lipoprotein levels. N. England Journal Medicine, v.318, n.12, p.1244-1249, 1998.
BRÂNCIO, P.A. et al. Avaliação de três cultivares de Panicum maximum Jacq. Sob
pastejo: comportamento ingestivo de bovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32,
p.1045- 1053, 2003.
BÜRGER, P. J.; PEREIRA, J. C.; QUEIROZ, A. C.; SILVA, J. F. C.; VALADARES
FILHO, S. C.; CECON, P. R.; CASALI, A. D. P. Comportamento ingestivo em bezerros
holandeses alimentados com dietas contendo diferentes níveis de concentrado. Revista
Brasileira de Zootecnia, v. 29, n. 1, p. 236-242, 2000.
77
BURGER, P. J. PEREIRA, J. C.; QUEIROZ, A. C. et al. Comportamento ingestivo de
bezerros holandeses alimentados com dietas contendo diferentes níveis de concentrado.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.1, p.236-242, 2000.
BISCAINO, G.; GONÇALVES, M.B.F.; FREITAS, F.K. et al. Avaliação do tempo
diário total de pastejo de novilhos em campo nativo recebendo diferentes níveis de
suplementação. REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ZOOTECNIA, 38., 2001, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Sociedade Brasileira de
Zootecnia, 2001. (CD-ROM).
BREMM, C.; ROCHA, M.G.; RESTLE, J. et al. Efeito dos níveis e suplementação
sobre o comportamento ingestivo de bezerras em pastagem de aveia (Avena strigosa,
Schreb.) e azevém (Lolium multiflorum, Lam.). Revista Brasileira de Zootecnia, v.34,
n.2, p.387-397, 2005.
BRITO, C. J. F. A.; RODELLA, R. A.: DESCHAMPS, F. C. Anatomia quantitativa da
folha e do folmo de Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf e B. humidicola
(Rendle) Schweick. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.3, p.519-528, 2004.
CABRAL, L. S.; TOLEDO, C. L. B.; GALATI, R. L. Oportunidades e entraves para a
pecuária de corte brasileira. In: SIMPÓSIO DE BOVINOS, 2011, Cuiabá. Anais...
Cuiabá: UFMT, v.1, p.19-57. 2011
CAMPBELL, A. G. Grazed pastures parameters: I. Pasture dry matter production and
availability in a stocking rate and grazing management experiment with dairy cows.
Journal of Agriculture Science, v.67, p.211-216, 1996.
CAMPION, D. R.; CROUSE, J. D.; DIKEMAN, M. E. Predictive value of USDA beef
quality grade factors for cooked meat palatability. Journal of Food Science, v.40,
p.1225-1228, 1975.
CANESIN, R. C.; BERCHIELLI, T. T.; ANDRADE, P.; FATURI, C. Características da
carcaça e da carne de novilhos mantidos em pastagem de capim-marandu submetidos a
diferentes estratégias de suplementação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.6,
p.2368-2375, 2006.
CANHOS, D. A. L.; DIAS, E. L. Tecnologia de carne bovina e produtos derivados.
Campinas: FTPT [s.d.]. 440p, 1983.
78
CAO, H.; GERHOLD, K.; MAYERS, J. R.; WIEST, M. M.; WATKINS, S. M.;
HOTAMISLIGIL, G. S. Identification of a lipokine, a lipid hormone linking adipose
tissue to systemic metabolism. Cell. v.134, n.6, p.933-44, 2008.
CASALI, A. O.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S. C. et al. Influência do
tempo de incubação e do tamanho de partículas sobre os teores de compostos
indigestíveis em alimentos e fezes bovinas obtidos por procedimentos in situ. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.37, n.2, p.335-342, 2008.
CORL, B.A. et al. Trans-7 cis-9 CLA is synthesized endogenously by .9-desaturase in
dairy cows. Lipids, v.37, p.681-688, 2002.
CORREIA, P. S. Estratégia de suplementação de bovinos de corte em pastagens durante
o período das águas. 2006. 333f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz/USP, Piracicaba, 2006.
COSTA, M. A. L. et al. Desempenho, digestibilidade e características de carcaça de
novilhos zebuínos alimentados com dietas contendo diferentes níveis de concentrado.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.1, p. 268-279, 2005.
COSTA, R. G.; CARTAXO, F. G.; SANTOS, N. M.; QUEIROGA, R. C. R. E. Carne
caprina e ovina: composição lipídica e características sensoriais. Revista Brasileira
Saúde e Produção Animal, v.9, p. 497-506. 2008.
CRUZ, G. M.; TULLIO, R. R.; CORRÊA, L. A. et al. Características das carcaças de
bovinos castrados de dois grupos genéticos terminados em pastagens não irrigadas com
suplementação na seca ou irrigadas o ano todo. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 44., 2007, Jaboticabal. Anais...
Jaboticabal: SBZ, 2007. (CD-ROM).
DALEY, C. A. et al. Omega. Omega-3/Omega-6 fatty acid content of grass fed beef.
Disponível em http://www.csuchico.edu/agr/grsfdbef/health-benefits/ben-o3- o6.html.
Acesso em 25/05/2007.
DETMANN, E.; PAULINO, M. F.; ZERVOUDAKIS, J. T. et al. Suplementação de
novilhos mestiços durante a época da águas:Parâmetros ingestivo e digestivos. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.30, n.4 p.1340-1349, 2001.
79
DETMANN, E.; SOUZA, M. A.; VALADARES FILHO, S. C. et al. Métodos para
análise de alimentos – INCT – Ciência Animal. Instituto nacional de ciência tecnologia
de ciência animal. 2012, Cap. 15 pag. 205.
DIAS, H. L. C.; VALADARES FILHO, S. C.; COELHO DA SILVA, J. F.; PAULINO,
M. F.; CECON, P. R.; LEÃO, M. I. E.; OLIVEIRA, R. V. 2000. Consumo e digestões
totais e parciais em novilhos F1 Limousin x Nelore alimentados com dietas com cinco
níveis de concentrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, p.545-554.
DOREAU, M.; FERLAY, A. Digestion and utilization of fatty acids by ruminants.
Animal Feed Science and Techonoly, n.45, p.379-396, 1994.
DULPHY, J.P.; REMOND, B.; THERIEZ, M. Ingestive behavior and related activities
in ruminants. In: RUCKEBUSH, Y., THIVEND, P. (Eds). Digestive physiology and
metabolism in ruminants. Lancaster: MTP. p.103-122. 1980.
EL-MEMARI, A. C.; ZEOULA, L. M.; PRADO, I. N. et al. Suplementação de novilhos
nelore em pastejo de brachiariabrizanthacom diferentes níveis e fontes de
concentrados. In:REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA
DEZOOTECNIA, 39., 2002, Recife. Anais... Recife: Sociedade Brasileira de Zootecnia,
2002. (CD-ROM).
ENSER, M. The role of fats in human nutrition. Surrey: Leatherhead Publishing, 2001.
ESREY, K. L.; JOSEPH, L.; GROVER, S. A. Relationship between dietary intake and
coronary heart disease mortality: lipid research clinics prevalence follow-up study.
Journal of Clinical Epidemiology, Oxford, v.49, n.2, p.211-216, 1996.
EUCLIDES, V. P. B.; EUCLIDES FILHO, K. Avaliação de forrageiras sob pastejo. In:
JOBIM, C.C.; SANTOS, G. T.; CECATO, U. (Ed.). Simpósio sobre avaliação de
pastagens com animais. Maringá: Cooper Graf. Artes Gráficas Ltda., 1997. p. 85-111.
EUCLIDES, V. P. B.; MEDEIROS, S. R. Suplementação animal em pastagens e seu
impacto na utilização das pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA
PASTAGEM, 22., 2005, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Fundação de Estuos Agrários
Luiz de Queiroz, 2005. p.33-70.
FERNANDES, A. R. M.; SAMPAIO, A. A. M.; HENRIQUE, W.; TULLIO, R. R.;
OLIVEIRA, E. A.; SILVA, T. M. Composição química e perfil de ácidos graxos da
80
carne de bovinos de diferentes condições sexuais recebendo silagem de milho e
concentrado ou cana-de-açúcar e concentrado contendo grãos de girasso. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.38, n.4, p.705-712, 2009.
FIQUEIREDO, D. M.; OLIVEIRA, A. S.; SALES, M. F. L. et al. Análise econômica de
quatro estratégias de suplementação para recria e engorda de bovinos em sistema pasto-
suplemento Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.5, p.1443-1453, 2007.
FOLCH, J.; LEES, M.; STANLEY, G. H. S. J. Biol. Chem. 226, 497. 1957
FRENCH, P.; STANTON, C.; LAWLESS, F. et al. Fatty acid composition, including
conjugated linoleic acid, of intramuscular fat from steers offered graze grass, grass
silage or concentrated-based diets. Journal of Animal Science, v.78, p.2849-2855, 2000.
FRITSCHE, J. et al. Quantitative determination of conjugated linoleic acid isomers in
beef fat. European Journal of Lipid Science, v.102, p.667-672, 2000.
FUNCK, L.G. et al. Ácido linoléico conjugado (CLA) e sua relação com a doença
cardiovascular e os fatores de risco Associados. Archivos Latinoamericanos de
Nutrición, v.56, p.123-134, 2006.
GARY, L. A.; SHERRITT, G. W.; HALE, E. B. Behavior of charolais cattle on pasture.
Journal of Dairy Science, v.30, n.2, p.303- 306, 1970.
HALL, M. B. Challenges with non-fiber carbohydrate methods. Journal of Animal
Science, v.81, p.3226–3232, 2003.
HANCOCK, J. Grazing behaviour of cattle. Animal Breeding Abstract, Wallingford,
v.21, n.1, p.1-13, 1953.
HARFOOT, C. G.; HAZLEWOOD, G. P. Lipid metabolism in the rumen. In:
HOBSON, P.N.; STEWART, C.S. (Ed.) The rumen microbial ecosystem. 2.ed. London:
Chapman & Hall, p.382-426. 1997.
HORN, G.W.; McCOLLUM, F.T. Energy supplementation of grazing ruminants. In:
GRAZING LIVESTOCK NUTRITION CONFERENCE, 1., 1987, Jackson.
Proceedings... Jackson: University of Wyoming, p.125-136. 1987.
HODGSON, J. Ingestive behavior. In: LEAVER, J. D. (Ed.). Herbage intake handbook.
Hurley: British Grassland Society, p 113-138. 1982.
81
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION - ISO. Method ISO
5509. Geneve: ISO, 6p., 1978.
JAEGER, S. M. P. L.; DUTRA, A. R.; PEREIRA, J. C. et al. Características de carcaças
de bovinos de quatro grupos genéticos submetidos à dieta com ou sem adição de
gordura protegida. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, p.1876-1887, 2004.
JOCHIMS, F.; PIRES, C.C.; GRIEBLER, L.; BOLZAN, M.S.; DIAS, F.D.; GALVANI,
D.B. Comportamento ingestivo e consumo de forragem por cordeiras em pastagem de
milheto recebendo ou não suplemento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, p.572-581
2010.
JOHNSON, A.D. Sample preparation and chemical analysis of vegetation. In:
MANETJE, L.T. (Ed.) Measurement of grassland vegetation and animalproduction.
Aberustwyth: CommonwealthAgricultural Bureaux. 1978, p.96-102.
JOSAHKIAN, L. A. Associação Brasileira dos Criadores de Zebu – Uma empresa de
genética tropical. In: SIMCORTE – SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE
CORTE, 1., 1999, Viçosa. Anais... Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1999. p.21-
28.
KAZAMA, R. et al. Características quantitativas e qualitativas da carcaça de novilhas
alimentadas com diferentes fontes energéticas em dietas à base de cascas de algodão e
de soja. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, p.350-357, 2008.
LAMBERTUCCI, D. M.; GOES, R. H.T. B.; MANCIO, A. B.; MISTURA, C.;
CECON, P. R. Características de carcaça e composição centesimal do músculo
Longissimus de diferentes grupos genéticos terminados a pasto. Enciclopédia Biosfera,
Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.16, p. 544-557 2013.
LANA, R. P. Nutrição e alimentação animal (mitos e realidades). Viçosa, MG:
Universidade Federal de Viçosa, 2005a. 344p.
LAWRIE, R. A. Ciência da carne. 6.ed. Porto Alegre: ARTMED, 2005. 384p
LEHNINGER, A. L. et al. Princípios de Bioquímica. Traduzido por Arnaldo Antônio
Simões e Wilson Roberto Navega Lodi, 2ª ed., São Paulo: Sarvier, 1995, 839p.
LUCHIARI FILHO, A. Pecuária da carne bovina. 1ª ed. São Paulo, 2000. 134p
82
MACHADO, P. A.; SILVA.; VALADARES FILHO, S. C.; VALADARES, R. F.
D.;PAULINO, M. F.; PINA, D. S.; PAIXÃO, M. L. Parâmetros nutricionais e
produtivos em bovinos de corte a pasto alimentados com diferentes quantidades de
suplemento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.6, p.1303-1312, 2011.
MARCONDES, M. I.; VALADARES FILHO.; S. C.; OLIVEIRA, I. M.; PAULINO P.
V. R. Eficiência alimentar de bovinos puros e mestiços recebendo alto ou baixo nível de
concentrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.6, p.1313-1324, 2011.
MARQUES, J.A. et al. Características físico-químicas da carcaça e da carne de novilhas
submetidas ao anestro cirúrgico ou mecânico terminadas em confinamento. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.35, n.4, p.1514-1522, 2006.
MARQUES, J.A. et al. Comportamento de touros jovens em confinamento alojados
isoladamente ou em grupo. Archivos Latinoamericanos de Produccíon Animal, v.13,
n.3, p.97-102, 2005.
McMENIMAN, N. P. Methods of estimating intake of grazing animals.In: REUNIÃO
ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, SIMPÓSIO SOBRE
TÓPICOS ESPECIAIS EM ZOOTECNIA, 34., 1997, Juiz de Fora. Anais... Juiz de
Fora: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1997. p.131-168.
MEDEIROS, S.R. Ácido linoléico conjugado: teores nos alimentos e seu uso no
aumento da produção de leite com maior teor de proteína e perfil de ácidos graxos
modificado. 2002. 114f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2002.
MELLO, A.C.L.; LIRA, M.A.; DUBEUX JR., J.C.B. et al. Degradação ruminal da
matéria seca de clones de capim-elefante em função da relação folha/colmo. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.35, n.4, p.1316-1322, 2006.
MENDES NETO, J.; CAMPOS, J. M. S.; VALADARES FILHO, S. C.; LANA, R. P.;
QUEIROZ, A. C.; EUCLYDES, R. F. Comportamento ingestivo de novilhas leiteiras
alimentadas com polpa cítrica em substituição ao feno de capim-tifton 85. Revista
Brasileira de Zootecnia, v. 36, n. 3, p. 618-625, 2007.
MENDES, F. B. L.; SILVA, F. F.; SILVA, R. R.; CARVALHO, G. G. P.; CARDOSO, E.
O.; ROCHA NETO, A. L.; OLIVEIRA, J. S.; COSTA, L. T.; SANTANA JUNIOR, H.
83
A.; PINHEIRO, A. A. Avaliação do comportamento ingestivo de vacas leiteiras em
pastejo de Brachiaria brizantha recebendo diferentes teores de concentrado na dieta.
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 6, (NOV. DEZ.) 2013.
MERTENS, D. R. REGULATION OF FORAGE INTAKE. IN: FAHEY, G.C.,
COLLINS, M., MERTENS, D.R., MOSER, L.E. (Eds.). Forage quality evaluation and
utilization. ASA. CSSA, SSSA. Madison. pp. 450-493. 1992
METZ, P. A. M.; MENEZES, L. F. G.; SANTOS, A. P.; BRONDANI, I. L.; RESTLE,
J.; LANNA, D. P. D. Perfil de ácidos graxos na carne de novilhos de diferentes idades e
grupos genéticos terminados em confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38,
n.3, p.523-531, 2009.
METZ, P. M.; MENEZES, L. F. G.; SANTOS, A. P. et al. Perfil de ácidos graxos na
carne de novilhos de diferentes categorias e grupos genéticos, terminados em
confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.3, p.523-531, 2009.
MINSON, D. J. Forage in ruminant nutrition. New York: Academic Press, 1990. 483p.
MIR, P. S.; MCALLISTER, T. A.; SCOTT, S.; AALHUS, J.; BARON, V.;
MCCARTNEY, D.; CHARMLEY, E.; GOONEWARDENE, L.; BASARAB, J.;
OKINE, E.; WESELAKE, R. J.; MIR, Z. Conjugated linoleic acid-enriched beef
production. American Journal Clinical Nurition, v.79, n.6, p.1207-1211, 2004.
MOLETTA, J.L. et al. Características de carcaça de novilhos de diferentes grupos
genéticos terminados em confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.26, n.5
p.877-888, 1996.
MOORE, J. E.; BRANT, M. H.; KUNKLE, W. E.; HOPKINS, D. I. Effects of
supplementation on voluntary forage intake, diet digestibility, and animal performance.
Journal of Animal Science, v.77 (suppl. 2/J), p.122-135, 1999.
MORAES, A.; MOOJEN, E. L.; MARASCHIN, G. E. Comparação de métodos de taxas
de crescimento em uma pastagem submetida a diferentes pressões de pastejo. In:
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 27., 1990,
Campinas. Anais... Campinas: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1990. p.332.
MOREIRA, F. B.; SOUZA, N. E.; MATSUSHITA, M. et al. Evaluation of carcass
characteristics and meat chemical composition of Bos indicus and Bos indicus x Bos
84
taurus crossbred steers finished in pasture systems. Brazilian Archives of Biology and
Technology, v.46, n.4, p.609-616, 2003.
MOREIRA, F.B. et al. Evaluation of carcass characteristics and meat chemical
composition of Bos indicus and Bos indicus x Bos Taurus crossbred steers finished in
pasture systems. Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v.46, n.4,
p.607- 614, 2003.
MORENO, C.B.; FISCHER, V.; MONKS, P.L. et al. Comportamento ingestivo diurno
de novilhas Jersey sob suplementação com farelo de milho em pastagem de azevém
anual. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.3, p.487-493, 2008.
MULVIHILL, B. Ruminant meat as a source of conjugated linoleic acid (CLA).
Nutrition Bulletin, n. 26, p. 295–299. 2001.
NATIONAL RESEARCH CONCUL - NRC. Nutrient requirements of beef cattle.7.ed.
Washington, D.C.: National AcademyPress, 1996. 242p.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. 2000. Nutrient requirements of beef
cattle. 7 rev. ed. National Academy Press, Washington, DC.: 242p
NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requeriments of dairy cattle. 7.
ed. National Academic Press. Washinton, D.C.: 2001. 381p.
NOGUEIRA, M. P. Viabilidade na adoção de tecnologia. In: Gestão Competitiva para a
Pecuária, 2003, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: UNESP, 2003. p.4-32.
NUTRITION CONFERENCE FOR FEED MANUFACTURERS, 61, 1999,
Proceedings… Ithaca: Cornell University, p.176-185, 1999.
OLMEDO, D. O.; BARCELLOS, J. O. J.; CANELLAS, L. C.; VELHO, M. M. S.;
PANIAGUA, P.; HORITÁ, I.; TAROUCO, J. U. Desempenho e características da
carcaça de novilhos terminados em pastejo rotacionado ou em confinamento. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.63, n.2, p.348-355, 2011.
PADRE, R.G. et al. Analysis of fatty acids in Longissimus muscle of steers of different
genetic breeds finished in pasture systems. Livestock Science, USA, v.110, n.1, p.57-63,
2007.
85
PADRE, R.G. et al. Fatty acid profile, and chemical composition of Longissimus muscle
ofbovine steers and bulls finished in pasture system. Meat Science, Amsterdan, v.74,
n.1, p.242-248, 2006.
PALMQUIST, D. L.; JENKINS, T. C. Fat in lactation rations: review. Journal of Dairy
Science, v.63, p.1014, 1980.
PARIZA, M.W. et al. The biologically active isomers of conjugated linoleic acid.
Progress in Lipid Research, v.40, p.283-298, 2001.
PATIÑO PARDO, R.M.; BALBINOTTI, M.; FISCHER, V. et al. Comportamento
ingestivo diurno de novilhos em pastejo submetidos a níveis crescentes de
suplementação energética. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.1408-1418,
2003.
PAULA, N. F.; ZERVOUDAKIS, J. T.; CABRAL, L. S.; CARVALHO, D. M. G.;
PAULINO, M. F.; ZERVOUDAKIS, L. K. H.; OLIVEIRA, A. A.; KOSCHECK, J. F.
W.; Suplementação infrequente e fontes proteicas para recria de bovinos em pastejo no
período seco: parâmetros nutricionais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.4, p.882-
891, 2011
PAULINO, M. F.; ACEDO, T.S; SALES, M. F. L. et al. Suplementação como estratégia
de manejo das pastagens. In: Volumosos na produção de ruminantes: Valor alimentício
de forragens. Jaboticabal. Anais... p 87-100. 2003.
PAULINO, M. F.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S. C. Suplementação animal
em pasto: energética ou protéica. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO ESTRATÉGICO
DA PASTAGEM, 3., 2006, Viçosa, MG. Anais... Viçosa, MG: SIMFOR, 2006. p.359-
392.
PAULINO, M. F.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S. C. Bovinocultura
functional nos trópicos. In: VI SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE e
II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 6, 2008,
Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 2008. p.275-305.
PAULINO, M. F.; FIGUEIREDO, D. M.; MORAES, E. H. B. K. et al. Suplementação
de Bovinos em pastagens: uma visão sistêmica. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE
86
GADO DE CORTE, 4., 2004, Viçosa, MG. Anais...Viçosa, MG: Universidade Federal
de Viçosa, 2004. p.93-144.
PAULINO, M. F.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S. C. Bovinocultura
funcional nos trópicos. In: VI SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE e II
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 6, 2008,
Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 2008. p.275-305.
PAULINO, M. F.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S. C. Suplementação animal
em pasto: energética ou protéica? In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO ESTRATÉGICO
DA PASTAGEM, 3., 2006, Viçosa, MG. Anais... Viçosa, MG, p.359-392. 2006
PEREIRA, J. C.; CUNHA, D. N. F. V.; CECON, P. R.; FARIA, E. S. Comportamento
ingestivo e taxa de passagem de partículas em novilhas leiteiras de diferentes grupos
genéticos submetidas a dietas com diferentes níveis de fibra. Revista Brasileira de
Zootecnia, v.36, n.6, p.2134-2142, 2007.
PEREIRA, P. M. R. C.; PINTO, M. F.; ABREU, U. G. P. et al. Características de carcaça
e qualidade de carne de novilhos superprecoces de três grupos genéticos. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v.44, p.1520-1527, 2009.
PERES, A.A.C. et al. Análise Econômica de Sistemas de Produção a Pasto para Bovinos
no Município de Campos dos Goytacazes-RJ. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa,
MG, v.33, n.6, p.1557-1563, 2004.
PERINI, J. Â. L.; STEVANATO, F. B.; SARGI, S. C.; VISENTAINER, J. E. L.;
DALALIO, M. M. O.; MATSHUSHITA, M.; SOUZA, N. E.; VISENTAINER, J. V.
Ácidos graxos poli-insaturados n-3 e n-6: metabolismo em mamíferos e resposta imune.
Revista Nutrição, Campinas, SP, v. 23, n. 6, 2010.
PIETINEN, P.; ASCHERIO, A.; KORHONEN, P.; HARTMAN, A. M.; WILLETT, W.
C.; ALBANES, D.; VIRTANO, J. Intake of fatty acids and risk of coronary heart disease
in a cohort finnish men. The Alpha-tocopherol, beta-carotene cancer prevention study.
American Journal of Epidemiology, Baltimore, v.145, n.10, p.876-887, 1997.
PILAU, A. et al. Análise econômica de sistemas de produção para recria de bezerras de
corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.4, p.966-976, 2003.
87
PINHO, A. P. S.; BARCELLOS, J. O. J.; PERIPOLLI, V.; KINDLEIN, L.; ARAÚJO, J.
R.; ALVES FILHO, D. C. Perfil lipídico da gordura intramuscular de cortes e marcas
comerciais de carne bovina Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.5, p.1134-1142,
2011.
PRACHE, S. et al. Foraging behaviour and diet selection in domestic herbivores.
Annales de Zootechnie, v.48, p.1-11, 1998.
PRADO, C. S.; PADU, J. T.; CORRÊA, M. P. C. Avaliação de rendimentos e
características de carcaça, em bovinos de corte de diferentes grupos genéticos, castrados
e inteiros. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DE CARNES, 2001,
São Paulo. Anais... Campinas: ITAL, 2001. p.88-89.
PRADO, I. N.; MAGGIONI, D.; ABRAHÃO, J. J. S.; ZAWADZKI, F.; VALERO, M.
V.;MARQUES, J. A.; HARUYOSI ITO, R.; PEROTTO. D. Composição química e
perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de bovinos de diferentes grupos
genéticos alimentados com silagem de sorgo ou cana-de-açúcar e terminados com 3,4
ou 4,8 mm de espessura de gordura de cobertura. Semina: Ciências Agrárias, Londrina
v 32, n.4,p.1461-1476, 2011.
PRADO, I. N.; MAGGIONI, D.; ABRAHÃO, J. J. S.; ZAWADZKI, F.; VALERO, M.
V.; MARQUES, J. A.; HARUYOSI ITO, R.; PEROTTO. D. Composição química e
perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de bovinos de diferentes grupos
genéticos alimentados com silagem de sorgo ou cana-de-açúcar e terminados com 3,4
ou 4,8 mm de espessura de gordura de cobertura. Semina: Ciências Agrárias, v 32, n.4,
p.1461-1476, 2011.
RIBEIRO Jr, J.I. Análises estatísticas no SAEG (Sistema para análises estatísticas).
Viçosa, MG: UFV, 2001. 301p.
REID, J. T.; BENSADOUN, L. S.; BULL, J. H. et al. Some peculiarities in the body
composition of animals: interspecific, sex, age and the influence of nutrition. In: Body
composition in animals and man. 1.ed. Washington: National Academy Press, 1972.
p.19-44.
88
REIS, R. A.; RUGGIERI, A. C.; CASAGRANDE, D. R. et al. Suplementação da dieta
de bovinos de corte como estratégia do manejo das pastagens. Brasileira de Zootecnia,
v.38, p.147-159, 2009 (supl. especial)
RESENDE, F. D.; SAMPAIO, R. L.; SIQUEIRA, G. R. et al. Estratégias de
suplementação na recria e terminação de bovinos de corte. Efeitos do nível de
suplementação na recria sobre o desempenho na terminação. In: REUNIÃO ANUAL
DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 45., 2008, Lavras. Anais...Lavras:
UFLA, 2008. (CD-ROM).
RESENDE, F. R.; FARIA, M. H.; SIQUEIRA, G. R. et al. Produção de novilho precoce
no Brasil. In: PIRES, A.V. (Org.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: ESALQ, 2010.
p.1371-1398
RESTLE, J.; VAZ, F. N.; QUADROS, A. R. B. et al.Características de carcaça e da
carne de novilhos de diferentes genótipos Hereford x Nelore. Revista Brasileira de
Zootecnia, v.28, p.1245-1251, 1999.
REZENDE, C. F.; CASAGRANDE, D. R.; REIS, R. A. et al. Histórico de diferentes
tipos de suplementação e de estratégia de manejo do pastejo na fase de recria sobre o
desempenho na fase de terminação de novilhas Nelore. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 46., 2009, Anais... Maringá: UEM,
2009. CD-ROM. (Submetido)
ROCHA, M. G.; PILAU, A.; SANTOS, D. T. et al. Desenvolvimento de novilhas de
corte submetidas a diferentes sistemas alimentares. Revista Brasileira de Zootecnia,
v.33, n.6, nov./dez., (supl.2), p.2123-2131, 2004
ROCHE H.M. et al. Conjugated linoleic acid: a novel therapeutic nutrient? Nutrition
Research Review. 14:173-87. 2001.
RODRIGUES, V. C. et al. Ácidos graxos na carne de búfalos e bovinos castrados e
inteiros. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.2, p.434-443, 2004.
ROSE, G. Dietary fat and human health. In: WOOD, J.D.; FISHER, A.V. (Eds.)
Reducing fat in meat animals. London: Elsevier, p.48-65. 1990.
ROSSATO, L. V.; BRESSAN, M. C.; RODRIGUES, E. C.; GAMA, L. T.; BESSA, R. J.
B.; ALVES, S. P. A. Parâmetros físico-químicos e perfil de ácidos graxos da carne de
89
bovinos Angus e Nelore terminados em pastagem. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39,
n.5, p.1127-1134, 2010.
RUSSELL, J.B.; O'CONNOR, J.D.; FOX, D.J. et al. A net carbohydrate and protein
system for evaluating cattle diets: I. Ruminal fermentation. Journalof Animal Science,
v.70, n.11, p.3551-3561, 1992.
SALES, M. F.; LIMA.; PAULINO.; M. F.; VALADARES FILHO, S.C, FIGUEIREDO,
D. M.; PORTO, M. O.; DETMANN, E. Supplementation levels for growing beef cattle
grazing in the dry-rainy transition season. RevistaBrasileira de Zootecnia, v.40, n.4,
p.904-911, 2011.
SALES, M. F. L.; PAULINO, M. F.; VALADARES, S. C. F.; FIGUEIREDO, D. M.;
PORTO, M. O.; DETMANN, E. Supplementation levels for growing beef cattle grazing
in the dry-rainy transition season. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.4, p.904-911,
2011.
SALIBA, E. O. S.; NANJARO, A.; FERREIRA, W. M. et al. Avaliação da lignina de
madeira moída do Pinus e da lignina purificada e enriquecida do Eucaliptus grandis
(Lipe®), como indicadores externos em experimentos de digestibilidade aparente para
coelhos em crescimento. In: TELECOFERÊNCIA SOBRE INDICADORES EM
NUTRIÇÃO ANIMAL, 1., 2005, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Escola de
Veterinária/UFMG, 2005. p.23 25.
SALIBA, E. O. S.; RODRIGUEZ, N. M.; PILÓ-VELOSO, D. et al. Estudos de
caracterização química das ligninas dos resíduos agrícolas de milho e soja. In:
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 37, 2000,
Viçosa - MG. Anais...Viçosa: SBZ, 2000. (CD-ROM).
SANTANA JÚNIOR, H. A.; FIGUEIREDO, M. P.; CARDOSO, E. O.; MENDES, F. B.
L.; ABREU FILHO, G.; PINHEIRO, A. A.; LISBOA, M. M.; LUZ, Y. S.; VIANA, P.
T.; FERREIRA, A. H. C.; RECH, C. L. S. Glicerina bruta na dieta de vacas lactantes
mantidas em pastagem tropical: Comportamento ingestivo. Semina: Ciências Agrárias,
Londrina, v.34, n.3, p.1339-1352 maio/jun. 2013c
SANTANA JÚNIOR, H. A.; SILVA, R. R.; CARVALHO, G. G. P.; CARDOSO, E. O.;
MENDES, F. B. L.; PINHEIRO, A. A.; ABREU FILHO, G.; DIAS, D. L. S.;
BARROSO, D. S.; SILVA, F. F.; TRINDADE JUNIOR, G. Comportamento ingestivo
90
de novilhas suplementadas a pasto sob nutrição compensatória. Archivos de Zootecnia,
Cordoba, v. 62, n. 237, p. 61-71, 2013a
SANTANA JÚNIOR, H. A.; SILVA, R. R.; CARVALHO, G. G. P.; SILVA, F. F.;
BARROSO, D. S.; PINHEIRO, A. A.; ABREU FILHO, G.; DIAS, D. L. S.;
TRINDADE JUNIOR, G. Correlação entre desempenho e comportamento ingestivo de
novilhas suplementadas a pasto. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.34, n.1, p.367-
376, jan./fev. 2013b
SAUVANT, D.; BAS, P. La digestion des lipids chez ruminant. INRA Productions
Animales, v.14, p.303-310, 2001.
SEHAT, N. et al. Identification of conjugated linoleic acid isomers in cheese by gas
chromatography, silver ion high performance liquid chromatography and masss spectral
reconstructed ion profiles. Comparasion of chromatographic elutions sequences. Lipids,
v.33, p.963-971, 1998.
SILVA, F. F.; VALADARES FILHO, S. C.; ÍTAVO, L. C. V. et al. Desempenho
produtivo de novilhos Nelore, na recria e na engorda, recebendo dietas com diferentes
níveis de concentrado e proteína. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.492-502,
2002 (supl.).
SILVA, B C.; PEREIRA, O. G.; PEREIRA, D. H.; GARCIA, R.; VALADARES
FILHO, S. C.; CHIZZOTTI, F. H. M. Consumo e digestibilidade aparente total dos
nutrientes e ganho de peso de bovinos de corte alimentados com silagem de Brachiaria
brizantha e concentrado em diferentes proporções. Revista Brasileira de Zootecnia.
v.34, p.1060-1069 2005.
SILVA, R. R.; PRADO, I. N.; CARVALHO, G. G. P.; SANTANA JUNIOR, H. A.;
SILVA, F. F.; DIAS, D. L. S. Efeito da utilização de três intervalos de observações sobre
a precisão dos resultados obtidos no estudo do comportamento ingestivo de vacas
leiteiras em pastejo. Ciência Animal Brasileira, v.9, n.2, p.319-326, 2008.
SILVA, R. R.; PRADO, I. N.; SILVA, F. F.; ALMEIDA, V. V. S.; JÚNIOR, H. S.;
QUEIROZ, A. C. et al. Comportamento ingestivo diurno de novilhos Nelore recebendo
níveis crescentes de suplementação em pastejo de capim-braquiária. Revista Brasileira
de Zootecnia, v.39, n.9, p.2073-2080, 2010.
91
SILVA, R.R. et al. comportamento ingestivo de novilhas mestiças de holandês em
pastejo. Archivos de Zootecnia, v.54, p.63-74, 2005b.
SILVA, R. R.; PRADO, I. N.; CARVALHO, G. G. P.; SILVA, F. F.; SANTANA
JUNIOR, H. A.; SOUZA, D. R.; DIAS, D. L. S.; PEREIRA, M. M.; MARQUES, J. A.;
PAIXÃO, M. L. Novilhos nelore suplementados em pastagens: consumo, desempenho e
digestibilidade. Archivos de zootecnia, v. 59, n.228, p.550, 2010.
SILVA, R. R.; MARQUES, J. A.; PRADO, I. N. PEREIRA, M. M. S.; PRADO, R. M.;
SILVA, F. F.; MENDES, F. B. L; LISBOA, M. M.; CARVALHO, G. G. P.; CARVALHO
V. M. Carcass characteristics of Nellore steers finished in pasture and supplemented
with different concentrate levels. Theriognology Insight, v.2, n.3, p.165-172, 2012.
SILVA, R. R.; CARVALHO, G. G. P.; MAGALHÃES, A. F.; SILVA, F. F.; PRADO, I.
N.; FRANCO, I. L. VELOSO, C. M., CHAVES, M. A.; PANIZZA, J. C. J.
Comportamento ingestivo de novilhas mestiças de holandês em pastejo. Archivos da
Zootecnia, Córdoba, v.54, p.63-74, 2005.
SIMOPOULOS, A. P.; CLELAND, L. G. (eds). Omega-6/omega-3 essential fatty acid
ratio: the scientific evidence. World Rev. Nutrition Diet. Basel: Karger, 2003.
SNIFFEN, C. J.; OCONNOR, J. D.; VAN SOEST, P. J. et al. A net carbohydrate and
protein system for evaluating caule diets. 2. Carbohydrate and protein availability.
Journal of Animal Science, v.70, n.11, p.3562-3577, 1992.
SOUZA, S. R. M. B. O.; ÍTAVO, L. C. V.; RÍMOLI, J.; ÍTAVO, C.C.B.F.; DIAS, A.M.
Comportamento ingestivo diurno de bovinos em confinamento e em pastagens. Archivos
de zootecnia, Córdoba, v.56, n.213, p.67-70, 2007.
TEIXEIRA, J. C. Fisiologia digestiva dos animais ruminantes. Lavras: UFLA/FAEPE,
1998. 171p.
TREVISAN, N. B.; QUADROS, F. L. F.; CORADINI, F. S.; BANDINELLI, D. G.;
MARTINS, C. E. N.; SIMÕES, L. F. C.; MAIXNER, A. R.; PIRES, D. R. F.
Comportamento ingestivo de novilhos de corte em pastagem de aveia preta e azevém
com níveis distintos de folhas verdes. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.5, p.1543-
1548, 2004.
92
VALADARES FILHO, S. C.; MARCONDES, M. I.; CHIZZOTTI, M. L.; PAULINO, P.
V. R. Exigências nutricionais de zebuínos puros e cruzados BR-Corte. 2.ed. Viçosa:
UFV, DZO, 2010. 193p.
VALADARES FILHO, S. C.; MORAES, E. H. B. K.; DETMANN, E. et al.
Perspectivas do uso de indicadores para estimar o consumo individual de bovinos
alimentados em grupo. In: GONZAGA NETO, S.; COSTA, R.G.; PIMENTAFILHO,
E.C.; CASTRO, J.M.C. (Org.). Anais do Simpósio da 43ª Reunião Anualda Sociedade
Brasileira de Zootecnia. João Pessoa: SBZ: UFPB, 2006, v. 35, p.291-322.
VAN SOEST, P. J. Nutritional ecology of the ruminant. Ithaca: Cornell University,
1994. 476p.
VAZ, F. N.; RESTLE, J.; METZ, P. A. M.; MOLETTA, J. L. Características de carcaça
de novilhos aberdeen angusterminados em pastagem cultivada ou confinamento.
Ciência Animal Brasileira, v.9, n.3, p.590-597, jul./set. 2008.
VISENTAINER, J. V.; FRANCO, M. R. B.; VISENTAINER, J. E. L. Essencialidade
dos ácidos graxos de cadeia longa no homem: uma análise crítica. Revista Nacional da
Carne, v.27, n.315, p.84-88, 2003.
WATTS, G. F.; JACKSON, P.; BURKE, V.; LEWIS, B. Dietary fatty acids and
progression of coronary artery disease in men. American Journal Clinical of Nutrition,
Bethesda, v.64, n.2, p.202-209, 1996.
WOOD, J. D.; ENSER, M.; FISHER, A. V.; NUTE, G. R.; SHEARD, P. R.;
RICHARDSON, R. I.; HUGHES, S. I.; WHITTINGTON, F. M. Fat deposition, fatty
acid composition and meat quality: A review. Meat Science, v.78, n.4, p.343-358, 2008.
WEISS, W. P. Energy prediction equations for ruminant feeds. In: CORNELL
NUTRITION CONFERENCE FOR FEED MANUFACTURERS, 61, 1999,
Proceedings… Ithaca: Cornell University, p.176-185, 1999.
ZANINE, A. M.; SANTOS, E. M.; PARENTE, H. N.; FERREIRA, D. J.; CECON, P. R.
Comportamento ingestivo de bezerros em pastos de Brachiaria brizantha e Brachiaria
decumbens. Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n.5, p.1540-1545, set-out, 2006.
ZIN, R. A.; GARCES, P. Suplementação de bovinos de corte a pasto: considerações
biológicas e econômicas. In: SIMCORTE SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE
93
PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 1., 2006, Viçosa, MG. Anais... Viçosa, MG:
DZO/UFV, 2006. p.15-30