Novos Desafios do Porto de Santos à Luz do Crescimento dos ... · OBJETIVO Apresentar os desafios...
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Novos Desafios do Porto de Santos à Luz do Crescimento dos Navios e da Nova Norma
OBJETIVO
Apresentar os desafios enfrentados pelaPraticagem do Estado de São Paulo, no Portode Santos, frente ao crescimento acelerado dosnavios e a consequente preparação paraviabilizar o acesso de tais navios ao porto.
SUMÁRIO
• O crescimento dos navios no Porto de Santos
• Riscos relacionados
• Preparação da Praticagem do Estado de São Paulo
• Conclusões
CRESCIMENTO DOS NAVIOS
Evolução dos navios conteineiros nos últimos 50 anos:
CRESCIMENTO DOS NAVIOS
Evolução no tamanho dos navios conteineiros, que escalam o
Porto de Santos, nos últimos 10 anos:
CRESCIMENTO DOS NAVIOS
Relação peso/potência de algumas classes de navios
conteineiros que escalam o Porto de Santos:
Carga por navio (ton)
14,065
24,098
2008 2016
71 %
CRESCIMENTO DOS NAVIOS
Navio-tipo de 366m (LOA), 51m (Boca), calado de 13m, área
vélica de 14.500m2, em um canal com 15m de profundidade:
-200
0
200
400
600
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1000
1200
0 10 20 30 40 50 60 70
Ton
ela
das
Velocidade do Vento em nós
Toneladas de Bollard Pull Requeridas para Ventos de Través
0.0
200.0
400.0
600.0
800.0
1000.0
1200.0
1400.0
1600.0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Ton
ela
das
Corrente de Través em nós
Toneladas de Bollard Pull Requeridaspara Correntes de Través
FONTE: Maritime Pilots Institute (MPI)
CRESCIMENTO DOS NAVIOS
Navio-tipo de 366m (LOA), 51m (Boca), calado de 13m, área
vélica de 14.500m2, em um canal com 15m de profundidade:
-50.0
0.0
50.0
100.0
150.0
200.0
250.0
300.0
350.0
400.0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Ton
ela
das
Altura significative da onda (m)
Força de Onda para Condições de Través
0.00
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
0 5 10 15 20
Me
tro
s
Velocidade em nós
Squat Previsto em Águas Rasas
FONTE: Maritime Pilots Institute (MPI)
CRESCIMENTO DOS NAVIOS
Bollard pull adicional requerido dada intensidade do vento e
área vélica (condição estática):
0.0
50.0
100.0
150.0
200.0
250.0
300.0
350.0
400.0
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
Bo
llard
Pu
ll A
dic
ion
al(T
on
ela
das
)
Velocidade do Vento em nós
6,000m2
8,000m2
10,000m2
12,000m2
14,000m2
FONTE: Maritime Pilots Institute (MPI)
CRESCIMENTO DOS NAVIOS
Diferença de grandeza entre diversos meios de transportes,
onde fica claro a proporção da área vélica de navios na faixa de
366m de comprimento.
RISCOS RELACIONADOS
- Navios maiores para portos que não cresceram geograficamente;
- Pouca folga abaixo da quilha (UKC);
- Navios mais difíceis de manobrar/governar, com pior relação peso/ potência;
- Algumas classes com lemes de pequena área (pouco eficientes);
- Fraca habilidade de guinada;
- Baixas velocidades exigidas durante a navegação deixam navios com grande área vélica mais sujeitos à ação do vento;
- Interação hidrodinâmica.
RISCOS RELACIONADOS
ARMAZÉNS 38/39
TEG/TEAG
ARMAZÉNS16/17/19/20/21
ARMAZÉM 12A
ILHA BARNABÉ
SÃO PAULO E BOCAINA
Interação Hidrodinâmica
RISCOS RELACIONADOS
Acidentes recentes com VLCS/ULCV ao redor do mundo
CSCL INDIAN OCEAN:
400m x 59m, 19000 TEUS, construído em 2015;
Encalhou em FEV/2016, em aproximação para Hamburgo;
Falha do sistema de governo.
RISCOS RELACIONADOS
Acidentes recentes com VLCS/ULCV ao redor do mundo
APL VANDA:
368m x 51m, 13892 TEUS, construído em 2013;
Encalhou em FEV/2016, na ilha de Wright, de Le Havre para Southampton;
Encalhe proposital, após falha de máquinas.
RISCOS RELACIONADOS
Acidentes recentes com VLCS/ULCV ao redor do mundo
MSC FABIOLA:
366m x 48,2m, 12500 TEUS, construído em 2010;
Encalhou em ABR/2016, no canal de Suez;
Falha de máquinas.
RISCOS RELACIONADOS
Acidentes recentes com VLCS/ULCV ao redor do mundo
CMA CGM VASCO DA GAMA:
399m x 54m, 17859 TEUS, construído em 2015;
Encalhou em AGO/2016, nos arredores de Southampton;
Causa não informada.
RISCOS RELACIONADOS
Acidentes recentes com VLCS/ULCV ao redor do mundo
GUSTAV MAERSK:
367m x 42,8m, 9038 TEUS, construído em 2008;
Encalhou em JAN/2017, no estreito de Messina (Itália);
Segundo a Mersk, não houve indícios de falhas técnicas.
RISCOS RELACIONADOS
Acidentes recentes com VLCS/ULCV ao redor do mundo
CSCL JUPITER:
366m x 51,2m, 14000 TEUS, construído em 2011;
Encalhou em AGO/2017, em Bath (Holanda), saindo de Antuerpia;
Falha no sistema de governo.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
C3OT
Centro de Coordenação, Comunicação e Operações de Tráfego
Inaugurado em setembro de 2014;
Recursos exclusivos da Praticagem;
Dados oceanográficos e meteorológicos em tempo real;
Dados de AIS e câmeras ao longo do canal auxiliam no
controle do tráfego.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Sistema de Calado Dinâmico (ReDRAFT®)
Desenvolvido em parceria pela
ARGONÁUTICA e o laboratório do
Tanque de Provas Numérico da
Universidade de São Paulo (TPN-USP);
Melhor aproveitamento das janelas de
marés e condições meteorológicas
(maior eficiência do porto);
Maior segurança da navegação.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Portable Pilot Unit (PPU)
Utilizado em manobras que exigem 2 práticos;
Praticagem de Santos dispõe de 4 unidades: 1 Channel Pilot (CP - GPS),
1 Harbour Pilot (HPL - DGPS), 2 Gyro Pilot (GP - GPS);
Praticagens ao redor do mundo que operam VLCS/ULCV utilizam o PPU
para auxílio durante as manobras.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Aquisição de novas lanchas
Lanchas de maior porte e autonomia;
Mais eficiência e segurança em condições adversas de mar.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Simulação de manobras em simuladores Full Mission
Simulador Full Mission TPN-USP;
Manobras no terminal BTP Santos;
Navegação no estuário do Porto de Santos e canal de acesso.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Simulação de manobras em simuladores Full Mission
Simulador Full Mission MITAGS (Baltimore - EUA);
Manobras de atracação/destracação e emergência;
Navegação no estuário do Porto de Santos.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Simulação de manobras em simuladores Full Mission
Simulador Full Mission MPI (Covington - EUA);
Manobras de atracação/destracação e emergência.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Simulação de manobras em simuladores Full Mission
Simulador Full Mission SIPSA (Buenos Aires);
Manobras no terminal Embraport Santos.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Treinamento em modelos tripulados
Modelo tripulado em escala reduzida (Port Revel – França);
Treinamento de manobras de cruzamento, ultrapassagem,
atracação/desatracação, fundeio e emergência.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Treinamento em modelos tripulados
Modelo tripulado de navio de 366 (Covington – EUA);
Treinamento de manobras de atracação/desatracação e
emergência nos terminais do Porto de Santos.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Visitas a outras praticagens internacionais e
participação em manobras com VLCS
Acompanhamento da manobra de entrada do navio MSC
Faustina (366m x 48,2m) no porto de Callao - Peru;
Participação dos práticos do Conselho Técnico da Praticagem
de São Paulo.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Navios com tais dimensões exigem uma série de medidas para que as
manobras sejam realizadas com segurança e o menor risco possível.
Assim como nas praticagens ao redor do mundo, a Praticagem de São
Paulo também trabalha junto com Autoridade Portuária e Marítima para
que tais providências sejam cumpridas:
Simulações de manobras para as diversas classes de VLCS (Very Large Container Ships)
nos diversos terminais;
Criação de normas e regras específicas para as diversas classes de VLCS, com restrições
operacionais (vento, corrente, velocidade, etc.) e procedimentos para navios atracados
(interação hidrodinâmica);
Dragagem de determinados trechos do canal e das bacias de evolução;
Disponibilidade suficiente de rebocadores com potência acima de 60 ton de BP e
treinamento específico para seus comandantes;
Treinamentos específicos para qualificação dos práticos em VLCS.
PREPARAÇÃO DA PRATICAGEM
Um exemplo de modificação que
recomenda-se fazer será em relação
ao alargamento do canal de acesso,
pois de acordo com a nova norma
ABNT NBR 13246, para navios com
essas dimensões, recomenda-se
aproximadamente 1 comprimento
de navio na seção curva do canal.
CONCLUSÕES
Após várias visitas e trocas de informações com outras praticagens que já
operam essa classe de navios VLCS, estudos e treinamentos realizados em
Centros de Simulação e Modelos Tripulados, comprovou-se que é um tipo de
navio com uma condição especial de operação, devido as sua dimensões,
deslocamento e características de manobrabilidade;
As consequências de um acidente com VLCS no Porto de Santos seriam
altamente prejudiciais;
Para que as operações com VLCS sejam viabilizadas, deve haver um
comprometimento de toda a comunidade marítima e portuária de Santos.
OBRIGADO!