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55R Dental Press Estét, Maringá, v. 5, n. 3, p. 55-66, jul./ago./set. 2008
Caso Clínico
Novo conceito na clareação dentária pela técnica no consultório
Fabiano Carlos Marson*, Luis Guilherme Sensi**, Rodrigo Reis***
ReSuMoO objetivo deste trabalho foi avaliar o tempo de decomposição e o pH dos agentes clareadores utilizados na clareação no consultório, em re-lação ao tempo de aplicação. Foram selecionados 4 agentes clareadores e divididos em 4 grupos (n = 5): G1 - Opalescence Xtra Boost (Ultradent); G2 - Whiteness HP Maxx (FGM); G3 - Lase Peroxide Sensy (DMC) e G4 - White Gold Office (Dentsply). A ma-nipulação dos agentes clareadores seguiu as orientações do fabrican-te. Para avaliação da dosagem de peróxido de hidrogênio em relação ao tempo, foi utilizado o método de titulação do peróxido de hidrogê-
PaLavRaS-Chave: Clareação dentária. Peróxido de carbamida. Peróxido de hidrogênio.
nio com permanganato de potássio preconizado pelo manual de farma-copéia americana (USP) e avaliação do pH do agente clareador através do papel indicador universal de Mer-ck. No teste estatístico de ANOVA, foi observado a hipótese de igual-dade entre os grupos, avaliando o fator decomposição em relação ao tempo. No tratamento clareador de dentes vitais através da técni-ca no consultório com peróxido de hidrogênio, não há necessidade de trocas do agente clareador durante a sessão clínica, quando o agente clareador utilizado mantêm o pH neutro.
* Professor doutor de Dentística e Clínica Integrada da Faculdade Uningá. Coordenador do curso de especialização em Dentística da Faculdade Uningá/Maringá e Uningá/Cuiabá.
** Professor doutor de Dentística, Universidade de Baltimore, Maryland, EUA. *** Mestre em Odontologia Restauradora e Biomateriais pela Universidade de Michigan. Doutor em
Odontologia pela UFRJ. Professor coordenador de Dentística e Materiais Dentários da FO-UNIGRANRIO.
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INTRoDuÇÃo
Atualmente, há uma grande procura dos pa-
cientes por tratamentos estéticos. Um sorriso
com dentes brancos e alinhados é tão cultuado
pela mídia que passou a ser o desejo de grande
parte da população. Um dos tratamentos mais
solicitados é a clareação dentária, que tem a
finalidade de melhorar a aparência dos den-
tes. Este procedimento pode ser realizado em
dentes vitais, de duas formas: técnica em casa
(supervisionada pelo dentista, que necessita da
colaboração do paciente), ou técnica no con-
sultório (realizada pelo profissional), erronea-
mente denominada técnica a laser 13,16.
Na técnica de clareação dentária no consul-
tório são utilizadas concentrações mais altas,
variando de 30% a 38% de peróxido de hidro-
gênio, em algumas aplicações. No entanto, o
profissional deve ficar atento durante o pro-
cedimento clareador, pois a alta concentração
pode induzir efeitos colaterais, como sensibi-
lidade dentária, irritação gengival e ulceração
nos tecidos moles bucais. Todos os tecidos mo-
les do paciente (gengivas, bochechas, língua e
lábios) devem ser isolados do contato com o
produto clareador. O profissional e sua equipe
também devem se precaver, utilizando luvas,
aventais ou jalecos de manga comprida e ócu-
los de proteção. A grande vantagem da técnica
de clareação dentária no consultório é que os
resultados são alcançados em poucas, porém
longas consultas (de duas a quatro sessões)9,13.
Embora a clareação caseira seja a técnica
mais utilizada, consagrada e estudada há quase
20 anos, alguns pacientes não optam por este
tratamento, pois:
- não querem utilizar o produto clareador
todos os dias, durante o período de 2 a 3 se-
manas;
- não se adaptam à técnica devido à utiliza-
ção da moldeira plástica;
- fator marketing dos meios de comuni-
cação e do dentista em relação à clareação
no consultório, sendo solicitada pelos
pacientes4,11.
Vale ressaltar que, para a correta escolha da
técnica de clareação, é necessária a avaliação
completa do paciente, identificando o estado
bucal através de radiografias, anamnese e exa-
me clínico, visando diagnosticar a causa da al-
teração de cor. O diagnóstico irá nortear o den-
tista na definição de qual plano de tratamento
será mais adequado7,22.
As empresas que fabricam os agentes cla-
readores recomendam que estes permane-
çam, no máximo, por 15 min sobre a superfície
dentária, podendo-se repetir esse processo por
3 vezes na mesma sessão clínica. Contudo, não
há, na literatura científica, uma base consolida-
da deste protocolo. Devido ao surgimento de
novas perguntas sobre a técnica de clareação
dentária, torna-se importante o estudo da efi-
cácia deste procedimento. Dessa forma, este
trabalho tem como objetivo avaliar in vitro a
decomposição do agente clareador, em relação
ao tempo, e verificar os resultados na clínica.
MaTeRIaL e MÉToDoS
Foram utilizados quatro agentes clareado-
res para verificação da decomposição do gel
em relação ao tempo de utilização, compondo
os 4 grupos estudados (Tab. 1). Utilizou-se o
método da USP (United States Pharmacopeia),
que as indústrias de produtos para saúde, cos-
méticos e farmacéuticos utilizam para aferir
o teor e demais propriedades relevantes das
matérias-primas, no caso específico, o peróxi-
do contido nos agentes clareadores.
Foram utilizados 30 corpos-de-prova para
cada grupo avaliado, totalizando 120 corpos-
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de-prova. Para obtenção de cada média e des-
vio-padrão foram utilizados 5 corpos-de-prova
(n = 5), que estão dispostos no tabela 2.
O método utilizado para verificação da con-
centracão do peróxido em relação ao tempo
de aplicação foi a titulação de peróxido de hi-
drogênio com permanganato de potássio. Este
método descreve a dosagem de peróxido de
hidrogênio e aplica-se a amostras que conte-
nham essa substância. O presente método ba-
seia-se na reação de permanganometria, con-
forme a fórmula:
2KMnO4 + 5H2O2 + 4H2SO4 = 2KHSO4 +
2MnSO4 + 5O2 + 8H2O
A mistura do agente clareador seguiu as
normas de cada fabricante (Tab. 1). Após a
mistura do agente clareador, foi pesada ana-
liticamente uma quantidade de amostra, que
continha aproximadamente 20g de peróxido
de hidrogênio, em um béquer de 100ml. Na se-
qüência, foram adicionados 10ml de água des-
tilada e transferida quantitativamente para um
balão volumétrico de 250ml. Transferiu-se 5ml
da solução amostral para um frasco de iodo
de 250ml e adicionados 20ml de ácido sulfú-
rico 2N. Foi feita a titulação com a solução de
permanganato de potássio 0,1N, até que a cor
rosa-pálida persistisse por quinze segundos.
Após, os dados obtidos foram aplicados na se-
guinte fórmula:
C =m
V x fc x 1,701 x 100
Onde:
C = concentração (p/p) de peróxido de hi-
drogênio;
V = volume de permanganato de potássio
0,1N utilizado na titulação, em mililitros;
fc = fator de correção da solução de per-
manganato de potássio 0,1N;
m = massa da amostra em miligramas.
Para verificação do pH foi utilizado o papel
indicador universal (Merck). Este papel vem
cortado em tiras impregnadas com reagente
em embalagem que apresenta a escala de co-
res, cada cor indica um pH diferente, que vai
de 1 a 14 (método da USP - United States Phar-
macopeia).
O seguinte procedimento foi utilizado: mis-
turou-se o agente clareador de acordo com as
normas do fabricante de cada produto; em se-
guida, a mistura foi colocada em contato com
o papel indicador; aguardou-se 1 minuto, para
que houvesse tempo de reação entre o papel e
a mistura; e foi comparada a coloração obtida
na tira de papel (Merck) com o padrão da emba-
lagem, obtendo-se o pH do produto.
nome comercial %* fabricante manipulação
G1 Opalescence Xtra Boost 38% Ultradent duas seringas que se acoplamuma contém o peróxido e a outra o ativador
G2 Whiteness HP Maxx 35% FGM mistura da fase 1(peróxido) com a fase 2 (espessante) na proporção de 3 gotas de peróxido para 1 gota de espessante
G3 Lase Peroxide Sensy 35% DMC mistura da fase 1 (peróxido) com a fase 2 (espessante) na proporção de 3 gotas de peróxido para 1 gota de espessante
G4 White Gold Office 35% Dentsply duas seringas que se acoplam uma contém o peróxido e a outra o ativador
Tabela 1 - Características dos grupos amostrais estudados.
* Concentração de peróxido de hidrogênio.
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ReSuLTaDoS
As médias dos valores da decomposição do
gel clareador em relação ao tempo estão suma-
rizadas na tabela 2 e no gráfico 1 e as médias
dos valores do pH do gel clareador na tabela 3.
A análise de variância (ANOVA) foi utilizada
para verificar se existia diferença estatística en-
tre os grupos analisados, aplicada a um nível de
5% de significância e, a partir deste, a hipóte-
se de igualdade entre os grupos foi aceita (p >
0,0002).
CaSo CLÍNICo 1
Paciente do gênero feminino, com 22 anos
de idade, insatisfeita com a coloração dos seus
dentes, compareceu ao consultório solicitando
de tratamento estético. Após exame clínico,
radiográfico e anamnese da paciente, verificou-
se que os dentes eram naturalmente amarela-
dos (Fig. 1, 2).
Foi indicada a clareação dentária na técnica
no consultório, utilizando peróxido de hidro-
gênio a 38% Opalescence Xtra Boost (Ultra-
dent, EUA). A paciente foi esclarecida sobre os
procedimentos a serem realizados, bem como
a respeito dos possíveis efeitos colaterais do
tratamento clareador (sensibilidade dentária
passageira e irritação gengival). No início do
0 min 5 min 15 min 25 min 35 min 45 min
Opalescence Xtra Boost 36,01 ± 6,33 35,91 ± 4,32 35,24 ± 3,99 34,24 ± 3,45 33,47 ± 4,32 33,16 ± 4,78
Whiteness HP Maxx 32,53 ± 2,45 31,08 ± 2,23 30,87 ± 2,01 30,51 ± 2,67 28,96 ± 2,29 29,36 ± 2,98
Lase Peroxide Sensy 35,97 ± 2,56 34,64 ± 1,78 35,01 ± 1,79 34,38 ± 1,89 32,89 ± 2,89 33,64 ± 2,12
White Gold Office 35,39 ± 1,67 34,85 ± 1,78 33,82 ± 2,02 32,56 ± 1,54 31,99 ± 1,99 30,57 ± 1,77
Tabela 2 - Média ± desvio-padrão dos resultados da decomposição do gel clareador em relação ao tempo.
Gráfico 1 - Resultados da decomposição do gel clareador em relação ao tempo.
0 min (inicial) 45 min
Opalescence Xtra Boost 9 9
Whiteness HP Maxx 7 5
Lase Peroxide Sensy 10 5
White Gold Office 7 7
Tabela 3 - Médias dos valores do pH do gel clareador em relação ao tem-po inicial e final do tratamento clareador.40
40
35
30
2520
15
10
00min 5min 45min35min25min
G1
G2
G3
G4
15min
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tratamento clareador, é primordial a conferên-
cia da cor dos dentes, através da escala de cor,
registrando-a no prontuário. Outra opção é ti-
rar fotografias iniciais para compará-las ao final
do tratamento ou, ainda, clarear inicialmente o
arco superior e posteriormente o inferior.
Para facilitar o procedimento de clareação,
foram utilizados afastador labial (Jon, São Pau-
lo), óculos de proteção, protetor intrabucal
e sugador plástico acoplado à bomba vácuo
de alta potência de sucção. Foi utilizado iso-
lamento relativo da gengiva com o protetor
gengival fotopolimerizável Gingi Dam (Den-
talville, Joinville, Brasil) prevenindo o contato
do gel clareador com o tecido gengival. Após,
foi polimerizado cada dente por 10 segun-
dos, através do LED SmartLite PS (Dentsply). É
de fundamental importância a conferência da
adaptação da barreira gengival, pois, se hou-
ver espaço, o gel clareador escoará e ficará em
contato com a gengiva marginal, promovendo
irritação gengiva e desconforto ao paciente. O
agente clareador utilizado foi o Opalescence
Xtra Boost (Ultradent, EUA), à base de peróxido
Figura 1 - Aspecto do sorriso, onde se observa os dentes naturalmente amarelados
Figura 2 - Vista intrabucal frontal de uma jovem de 22 anos.
Figura 3 - Após a aplicação da barreira para proteção da gengiva (GingiDam,Villevie),foi polimerizado cada dente por 10s. Em seguida foi aplicado o gel clareador Opalescente Xtra Boost (Ultradent) com con-centração de peróxido de hidrogênio a 38%.
Figura 4 - Durante a terceira sessão de aplicação do agente clareador, observa-se que não foi realizada a troca do agente clareador e, também, não foi utilizada fonte de luz auxiliar.
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de hidrogênio a 38%, aplicado sobre a super-
fície vestibular dos dentes no arco superior,
sem aplicação de qualquer fonte de luz (Fig.
3). O paciente foi submetido a 3 sessões de
clareação, com intervalo de 1 semana entre
elas (Fig. 4).
Em cada sessão clínica, foi aplicado o gel de
peróxido de hidrogênio a 38%, que permane-
ceu por 45 minutos. Não foi utilizado qualquer
tipo de fonte auxiliar (luz halógena, LED, LED
+ laser infravermelho, laser ou arco de plasma)
pois a clareação dentária depende do agente
clareador e não da fonte auxiliar3,8,9, ou seja,
não existe necessidade da associação de fon-
te catalizadora. O próprio fabricante do gel
clareador não recomenda o uso de fonte de
luz. A camada de gel aplicada na vestibular dos
dentes superiores foi de, aproximadamente,
1mm de espessura. Com o auxílio de um pincel,
o gel foi movimentado, para liberar eventuais
bolhas de oxigênio e melhorar o contato com
os dentes.
Após os 45 minutos de cada sessão clínica,
o agente clareador e a barreira gengival Gingi
Dam foram removidos. Nas figuras 5 e 6 pode-se
Figura 5 - Vista lateral após a terceira sessão do gel clareador. Figura 6 - Aspecto do sorriso 30 dias após o tratamento clareador.
ver o aspecto final da clareação dentária, após
30 dias do término do tratamento clareador.
CaSo CLÍNICo 2
O tratamento clareador foi realizado da
mesma forma, alterando apenas o gel clareador.
A jovem paciente possuía os dentes hereditaria-
mente amarelados, considerada a melhor indi-
cação para a clareação de dentes vitais (Fig. 7).
Em pacientes mais idosos, a clareação dentária
responde mais lentamente, devido à menor per-
meabilidade do dente, necessitando de mais
sessões, ou dias de tratamento, para se obter
um bom resultado.
Para a clareação dos dentes vitais, foi utiliza-
do o isolamento relativo da gengiva e a prote-
ção do paciente da mesma maneira do caso clí-
nico 1. O agente clareador utilizado foi o White
Gold Office (Dentsply, Brasil) à base de peróxido
de hidrogênio a 35%, aplicado sobre a superfície
vestibular dos dentes a serem clareados, simul-
taneamente nos arcos superior e inferior.
O gel clareador é composto de duas seringas,
uma contendo o peróxido de hidrogênio e outra
o ativador. A mistura do gel clareador seguiu as
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Figura 7 - Dentes naturais vitais amarelados.
Figura 8 - Aspecto após aplicação do gel clareador White Gold Office (Dentsply) sobre a face vestibular dos dentes, permanecendo por 45 minutos sem remoção do agente cla-reador.
Figura 9 - Observa-se os itens fundamentais para a clareação dentária no consultório: afastador labial, protetor lingual, óculos de proteção e sugador de alta potência.
normas do fabricante, acoplando as duas bisna-
gas e misturando o peróxido com o ativador por
20 vezes. O mesmo foi aplicado, com a ponteira,
sobre a superfície vestibular dos dentes a serem
clareados (Fig. 8, 9). Nenhuma fonte de luz foi
aplicada.
A paciente foi submetida a três sessões de
clareação com peróxido de hidrogênio a 35%,
com uma aplicação do gel clareador em cada
sessão clínica, com duração de 45 minutos em
cada consulta, o intervalo entre as sessões foi
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de 7 dias. Para que haja uma maior estabilidade
da cor na técnica no consultório, é necessário
que se realize de duas a três sessões clínicas, ou
a associação das técnicas (caseira e consultório).
A paciente foi monitorada, evitando-se o conta-
to do gel com a gengiva, e consultada quanto ao
desconforto ou sensibilidade.
Com auxílio de um pincel, o gel foi movi-
mentado, para liberar eventuais bolhas de oxi-
gênio e melhorar o contato com os dentes. Para
remoção do gel clareador, foi utilizada a cânula
aspiradora, evitando o contato do gel com os
tecidos marginais (Fig. 10).
Ao final de cada sessão, foi aplicado flúor neu-
Figura 10 - Remoção do agente clareador White Gold Office com sugador endodôntico, após aplicação.
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Figura 12 - Aspecto laterais do sorriso.
Figura 11 - Aspecto frontal do sorriso após o tratamento clareador.
tro incolor por 10 minutos, com o objetivo de
evitar a sensibilidade dentária e a remineraliza-
ção do esmalte. Não há necessidade de polimen-
to dos dentes, a fim de evitar a desmineralização
e o desgaste no elemento dentário. O aspecto
final após as 3 sessões clínicas pode ser visto nas
figuras 11 e 12.
DISCuSSÃo
No surgimento da técnica de clareação
dentária no consultório, foi preconizada a as-
sociação de fontes auxiliares de energia (luz
halógena, arco de plasma, LED, LED + laser infra-
vermelho, e laser) com o objetivo de acelerar a
reação de oxi-redução do gel clareador25. Porém,
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vários trabalhos realizados em ambiente labo-
ratorial ou clínico comprovaram que o impor-
tante no resultado final da clareação é o agen-
te clareador utilizado, o tempo de aplicação e
o número de sessões clínicas, e não a fonte de
luz10,12,13-20,22,23. A utilização das fontes auxiliares
de luz é apenas mais uma promessa milagrosa,
(dentre tantos outros mitos já lançados no mer-
cado odontológico).
A indicação padrão do tempo de aplicação dos
agentes clareadores, na técnica no consultório,
é de, no máximo, 15 minutos, porém, não há na
literatura uma base consolidada sobre este pro-
tocolo. Verifica-se, através dos resultados, que a
decomposição do agente clareador em relação
ao tempo é mínima, sem diferença estatística,
ou seja, os agentes clareadores avaliados pro-
movem clareação após 15 minutos17,18.
Na clareação dentária, quando empregada a
técnica no consultório, é preconizado o uso de
agente clareador em alta concentração (peróxi-
do de hidrogênio de 35% a 38 %), o que pode
promover alterações na morfologia dos tecidos
e nas estruturas dentárias5,24. Porém, os dados
referentes às alterações morfológicas dos te-
cidos dentários são conflitantes, em função da
grande variedade de metodologias utilizadas,
bem como da diversidade dos agentes clarea-
dores, tempo de aplicação, suas concentrações,
pH do agente clareador e marcas comerciais
utilizadas1,24. Entretanto, os efeitos adversos ve-
rificados in vitro não são encontrados quando
realizados in situ ou in vivo11,12.
A maior preocupação na indicação das
técnicas de clareação é a possibilidade da
desmineralização do esmalte dentário. Alguns
géis clareadores possuem pH ácido, o que pode
favorecer essa desmineralização. Os agentes
clareadores avaliados neste estudo, inicialmen-
te, possuíam pH próximo ao neutro ou básico,
fator importante, pois as soluções clareadoras
com pH ácido podem promover alterações na
topografia e permeabilidade do esmalte e maior
sensibilidade dentária2,21. O pH neutro ou bási-
co dos agentes clareadores pode minimizar as
alterações na estrutura dentária e os efeitos co-
laterais, como sensibilidade dentária e irritação
gengival3,21.
Neste estudo foi verificado que, após um cer-
to tempo da manipulação do agente clareador,
o pH ficou ácido. Por isso, esses materiais devem
ser removidos em até 25 minutos após sua ma-
nipulação. Os géis clareadores que mantêm o
pH básico ou próximo do neutro podem ser uti-
lizados, sem troca, sobre o elemento dentário,
permanecendo sobre a estrutura dentária por
até 45 minutos.
CoNCLuSÃo
O gel clareador utilizado na técnica no con-
sultório é estável, em relação à sua decomposi-
ção, até 45 minutos após a sua aplicação.
Para um melhor resultado na técnica no con-
sultório, é necessário que se realize, no mínimo,
duas sessões clínicas.
Na clareação dentária pela técnica no con-
sultório não há necessidade do uso de fontes
ativadoras.
O gel clareador não precisa ser trocado de 15
em 15 minutos na mesma sessão clínica, para
agentes clareadores que até 45 minutos mante-
nham seu pH acima do pH crítico.
Enviado em: maio de 2008Revisado e aceito: junho de 2008
Fabiano Carlos Marson, Luis Guilherme Sensi, Rodrigo Reis
65R Dental Press Estét, Maringá, v. 5, n. 3, p. 55-66, jul./ago./set. 2008
The aim of this work was to evaluate the decom-
position time and pH of in-office bleaching gels
and their relation to the application time. Four
bleaching gels were selected and divided in the
following experimental groups: G1 - Opalescence
Xtra Boost (Ultradent); G2 - Whiteness HP Maxx
(FGM); G3 - Lase Peroxide Sensy (DMC) and G4 -
White Gold Office (Dentsply). The manipulation
of the bleaching gel followed the manufacturers’
instructions. The method for evaluation of the
hydrogen peroxide dosage, in relation to time,
followed the USP recommendations, whereas the
evaluation of pH was completed through Merck’s
universal indicating paper. ANOVA indicated that
the hypothesis of equality between the groups
was true, evaluating the factor decomposition
in relation to time. Therefore, there’s no need to
replace the bleaching gel during in-office bleach-
ing sessions as long as the used gel keeps its
neutral pH.
KEY WORDS: Dental bleaching. Carbamide peroxide. Peroxide hydrogen.
Abstract
New concept for the in-office bleaching technique
REfERênciaS
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Novo conceito na clareação dentária pela técnica no consultório
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Fabiano Carlos MarsonAv. São Paulo, 172, sala 721, Edif. Aspen Park Trade CenterCEP: 87.013-040 - Centro - Maringá / PRE-mail: [email protected]
Endereço para correspondência
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