Clipping05/08/2011

Nova Luz espalhará rato, pombo e morcegoNova Luz espalhará rato, pombo e morcegoNova Luz espalhará rato, pombo e morcegoNova Luz espalhará rato, pombo e morcego De acordo com estudo de impacto ambiental, obras dispersarão bichos num raio de até 3 km no centro paulistano Prevista para ter início em 2012, reforma da região vai precisar de controle químico a fim de minimizar danos JOSÉ BENEDITO DA SILVA

Ratazanas, camundongos, pombos e morcegos devem se espalhar pelo centro paulistano com as obras de revitalização da cracolândia. A debandada é um dos 23 prováveis reflexos negativos apontados no estudo de impacto ambiental do projeto Nova Luz, da prefeitura. Pombos e morcegos podem ir longe, mas mesmo ratos podem se deslocar por 3 km, o que os levaria à avenida Paulista e a bairros como Higienópolis e Pacaembu. A dispersão seria provocada por demolições e escavações, que destruirão habitats como porões, sótãos, forros e galerias. As obras devem começar no ano que vem. O que mais preocupa, pelo número e pela nocividade, são os ratos. Embora haja estimativas de que eles sejam milhões na cidade, não existe levantamento científico. O parâmetro mais confiável é o Índice de Infestação Predial por Roedores, feito pela prefeitura em 2009, que apontou que em média 23% dos imóveis têm roedores. Há três tipos na Luz, todos originários da Ásia, de onde vieram de navios ainda na aurora do país, no século 16. Para amenizar o impacto, o estudo sugere controle químico antes de demolições e escavações. O alcance da dispersão depende de dois fatores. Um é o tamanho da interferência, já que eles preferem deslocamentos curtos. A perturbação do sossego, porém, promete ser grande: fora as escavações, serão demolidos 546 imóveis, com área construída de 284 mil m², o equivalente a três estádios como o do Morumbi. O outro fator é encontrar o novo habitat. Segundo o biólogo João Justi Júnior, do Laboratório de Pragas Urbanas do Instituto Biológico, são "quatro as". "Acesso, abrigo, alimentação e água", afirma. Para ele, a preocupação deveria ser com o controle da população desses animais. "E, pelo tanto de reclamação que a gente recebe, deve ter aumentado bastante", diz. Candidato a "pior amigo do homem" desde a Idade Média –transmite cerca de 30 doenças-, o rato é um animal bem paulistano: estima-se que está na cidade desde a sua fundação, em 1554. Mas na Luz ele não é o único animal sinantrópico (que se adaptou a viver junto ao homem, mesmo sem a vontade deste). O estudo detectou escorpiões, baratas, aranhas, formigas, mosquitos e abelhas -a dispersão desses, no entanto, não preocupa.

Investigação de fraude emInvestigação de fraude emInvestigação de fraude emInvestigação de fraude em

prédios atinge servidoresprédios atinge servidoresprédios atinge servidoresprédios atinge servidores Funcionários da Secretaria de Habitação foram ouvidos após suspeita na concessão de outorgas; Corregedoria-Geral monta força-tarefa para área Felipe Frazão

Pelo menos três funcionários da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) são investigados por suspeita de ligação com a fraude nas guias de outorga onerosa – esquema criminoso que forjava pagamento de taxa municipal para obter a concessão de alvarás de construção de prédios com tamanho acima do permitido em São Paulo. Eles já foram ouvidos pela equipe da Corregedoria- Geral do Município, que coordena investigações com o Ministério Público Estadual. As identidades e os cargos dos servidores da Prefeitura permanecem sob sigilo. Os nomes dos funcionários foram citados em depoimentos de outros suspeitos de participação na fraude - incluindo arquitetos, engenheiros e executivos de construtoras. Fontes ouvidas pela reportagem do Estado confirmaram que a Corregedoria-Geral convocará mais servidores da Sehab a prestar esclarecimentos aos investigadores. Apesar da suspeita, não há ainda conclusão sobre a conivência de servidores municipais com integrantes de uma quadrilha e donos de construtoras que, segundo a Prefeitura, forjaram o pagamento das guias de outorga onerosa. O rombo no Tesouro Municipal é de R$ 50 milhões (em valores atuais), de acordo com cálculo da gestão do prefeito Gilberto Kassab (sem partido). Estima-se que a quantia total desviada possa chegar a R$ 100 milhões. Mas a Prefeitura ainda não sabe qual o tamanho exato do rombo. A conta final e o rumo das investigações dependem de um levantamento que segue em aberto na Sehab. Força-tarefa. Até sexta-feira, só funcionários da Habitação separavam os documentos de outorga onerosa no arquivo interno. Mas, por causa da demora em reunir toda a papelada, a Corregedoria-Geral formará hoje uma força-tarefa, uma comissão independente para auditar a documentação arquivada na pasta. Em busca de mais irregularidades, cerca de 900 processos de pagamento com status “em aberto” no sistema de controle da Secretaria Municipal de Finanças foram elencados para análise desde o fim de junho. Procurada, a Sehab informou que só vai manifestar- se à Corregedoria.

Córregos que chegamCórregos que chegamCórregos que chegamCórregos que chegam aos piscinões aos piscinões aos piscinões aos piscinões

estão sujosestão sujosestão sujosestão sujos Enquanto os 20 reservatórios da cidade têm a limpeza em dia e são monitorados por câmeras, lixo, mato alto e entulho tomam conta de oito córregos, cujas águas nos períodos de chuva são desviadas para eles

CRISTIANE BOMFIM Quase metade dos córregos que têm parte de suas águas direcionadas aos 20 piscinões da capital está tomada por lixo, mato e entulho. Enquanto reservatórios visitados pelo Jornal da Tarde nas duas últimas semanas estão com a limpeza em dia e são monitorados por câmeras, os rios e córregos não receberam o mesmo cuidado da Prefeitura às vésperas da temporada de chuvas, que começa neste mês. O secretário municipal de Coordenação das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, afirma que a manutenção será intensificada. “Os investimentos no combate à enchente crescem anualmente”, disse. Na zona leste, região com mais piscinões da capital – 11 no total –, a reportagem encontrou cinco córregos tomados por mato, garrafas PET, sacos de lixo e pneus no leito. Os riachos têm suas águas desviadas para os piscinões Oratório, Caaguaçu, Limoeiro, Aricanduva 2 e Aricanduva 3. Na zona sul, o mesmo problema ocorre com parte dos córregos Pirajuçara – que abastece o piscinão Jardim Maria Sampaio – e Águas Espraiadas, que encontra o reservatório Jabaquara. Na zona norte, o córrego Cabuçu de Baixo, que atravessa o reservatório Bananal, não passa por limpeza há um bom tempo, afirmam moradores. “Moro aqui há 25 anos e poucas vezes vi a Prefeitura fazendo limpeza nesse rio. O piscinão está em dia, mas acho que só isso não adianta”, afirma a secretária Francisca Alessandra Cemião, 32 anos. O professor aposentado de hidrologia da USP Júlio Cerqueira César Neto afirma que não adianta os piscinões estarem limpos se os córregos que chegam até eles permanecerem sem manutenção. “Pode ocorrer de o córrego transbordar antes de a água chegar ao reservatório. É importante que todo o sistema seja bem cuidado”, diz Cesar Neto. Marcelo Rosenberg, engenheiro hidráulico e conselheiro do Instituto de Engenharia, vai mais longe. “Resíduos de grande porte, como pneus e móveis jogados em rios, formam uma espécie de barragem que dificulta a passagem da água e isso causa enchente.”Ele afirma que a limpeza e o desassoreamento precisam ser feitos

permanentemente para que os córregos tenham sempre uma boa capacidade de vazão. Orçamento Para este ano, as 31subprefeituras juntas têm R$ 118,73 milhões para cuidar da limpeza de córregos e galerias, segundo consulta feita no orçamento da Prefeitura, disponível no site. Até 6 de junho, última atualização, foram gastos R$ 49 milhões, ou seja, 41% do total. Com a limpeza manual dos córregos, que nada mais é do que cortar o mato e retirar o entulho das margens e o lixo aparente, a Prefeitura gastou até junho R$ 12,23 milhões ou 64,77% do valor previsto para o serviço neste ano. Já com a manutenção mecânica, que tem a função principal de remover o lixo acumulado no fundo dos córregos e rios e desassorear seus leitos, foram gastos, no mesmo período, R$ 5,21milhões dos R$ 37,75 milhões reservados para o ano.

SP retoma projeto de semáSP retoma projeto de semáSP retoma projeto de semáSP retoma projeto de semáforo inteligenteforo inteligenteforo inteligenteforo inteligente Parte da região central da cidade terá equipamentos implantados num prazo de 16 meses, de acordo com contrato Tentativa de melhorar fluxo de veículos e pedestres interligando aparelhos já havia ocorrido 14 anos atrás JOSÉ BENEDITO DA SILVA A Prefeitura de São Paulo vai retomar o projeto de instalar semáforos inteligentes para melhorar o fluxo de veículos e pedestres na cidade. O novo pacote promete modernizar equipamentos em 185 cruzamentos da região central -o município tem cerca de 6.000 semáforos. A primeira tentativa de fazê-lo ocorreu em 1997, quando o sistema foi parcialmente implantado. De lá para cá, no entanto, tudo se deteriorou: dos 1.504 semáforos implantados à época, só 20% têm hoje condições de serem controlados em tempo real. Os aparelhos são considerados "inteligentes" porque têm equipamentos capazes de dimensionar o tráfego e assim permitir mudanças de tempo para facilitar o fluxo. A prefeitura já fechou licitação de R$ 11,7 milhões que irá cobrir 12% do total de semáforos da região central. Os aparelhos terão tecnologia LED, controle digital e conexão por fibra óptica. O contrato fixa um prazo de 16 meses para a implantação. Em julho, outro contrato, de R$ 12,7 milhões, foi firmado para construir dutos que abrigarão os cabos de fibra óptica e a alimentação elétrica, que será subterrânea. O pacote prevê ainda uma nova sinalização e a instalação de câmeras, painéis de mensagens variáveis e um sistema de detecção de incidentes no trânsito -o orçamento está sendo elaborado. Também prevê obras viárias para eliminar cruzamentos, novas faixas para ônibus e mudanças de sentido de vias. A idéia básica é melhorar a circulação -não só de carros mas de pedestres e veículos de transporte coletivo. O projeto é financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), por meio do programa Procentro, que prevê investimentos para revitalizar a região, com contrapartidas da prefeitura. Só para "transporte e circulação no centro", o Procentro reserva R$ 33,4 milhões no Orçamento deste ano.

Plano prevê obras viárias ePlano prevê obras viárias ePlano prevê obras viárias ePlano prevê obras viárias e

alterações de sentido nas ruasalterações de sentido nas ruasalterações de sentido nas ruasalterações de sentido nas ruas Alguns cruzamentos precisarão ser eliminados com a criação de passagens subterrâneas na região central. Ideia da prefeitura é permitir ao motorista identificar visualmente dois anéis viários para uma melhor localização A ideia de fundo do plano de melhoria da circulação de veículos e pedestres é viabilizar um antigo projeto de São Paulo: consolidar dois anéis viários no centro, chamados Rótula e Contrarrótula. A criação desses dois anéis vai demandar, além de mudanças de sinalização e de controle semafórico, obras viárias e alterações de sentido de circulação dos carros. A ideia geral da prefeitura é fazer com que o anel seja identificável para o motorista, com padronização de sinalização, fiscalização, pavimento e fluxo. Para que isso ocorra, é preciso eliminar gargalos e barreiras, como semáforos desarticulados e alguns cruzamentos, como o da rua Ribeiro de Lima com a avenida Tiradentes. Nesse cruzamento, por exemplo, o projeto é construção de uma passagem subterrânea para os veículos. Algumas vias da região central terão a circulação alterada, como a avenida Duque de Caxias (entre a avenida Rio Branco e a rua Mauá) e a rua João Teodoro (entre a rua Guilherme Maw e a avenida do Estado). Os anéis centrais incluem vias estratégicas como as avenidas Ipiranga, São Luís e Duque de Caxias e se conectam a eixos radiais como as avenidas Rio Branco, São João, Cruzeiro do Sul e do Estado. Não há previsão para a conclusão das intervenções.

Manutenção falha degradou sistema antigo, diz TCM Relatório do Tribunal de Contas do Município de 2010 diz que o sistema de semáforos inteligentes de 1997 "foi se degradando devido à falta de manutenção". "Recursos têm sido aplicados sem efetividade", diz relatório do órgão. O sistema teve melhorias nos últimos anos graças a investimentos decorrentes de contrapartidas de empreendimentos considerados polos geradores de tráfego -para serem autorizados, são obrigados a investir em equipamentos.

Prefeitura testa semáforos com temporizadores Para tentar reduzir os acidentes, principalmente atropelamentos, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo está testando, desde abril, semáforos com temporizadores em 12 cruzamentos da cidade. Funciona assim: quando o sinal fica vermelho, por exemplo, uma coluna de cinco luzes vermelhas se acende: elas vão se apagando à medida que se aproxima a mudança para verde. O objetivo é indicar ao pedestre e ao motorista quanto tempo falta para a mudança. Os locais foram escolhidos, segundo a CET, de acordo com a incidência de acidentes e "possibilitam maior segurança nos cruzamentos". Nesses locais não é indicada, diz a CET, a utilização de semáforo "amarelo piscante" durante a madrugada devido ao volume de veículos. Há semáforos desse tipo nas avenidas Sumaré, Pompeia, Nações Unidas e dos Bandeirantes, entre outros. O número de atropelamentos caiu na segunda semana de agosto, após o início da operação pró-pedestre (no dia 8). Nos primeiros sete dias, foram 713 ocorrências, ante 689 entre os dias 8 e 14.

Rodoanel Norte vai, enfim, sair do papel Governo de São Paulo assina convênio para receber R$ 1,7 bilhão da União. Licitação começa até o final do mês e previsão é iniciar as obras em dezembro

Fernando Zanelato

O governador Geraldo Alckmin pretende assinar nos próximos 15 dias um convênio com a União para receber R$ 1,75 bilhão e financiar as obras do trecho Norte do Rodoanel. A obra viária bilionária, a maior do país e grande vitrine da administração tucana, vai custar R$ 6,1 bilhões. Desse total, o estado vai pagar R$ 2,36 bilhões, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) R$ 2 bilhões e o governo federal os R$ 1,75 milhão restantes. Segundo Alckmin, a parceria já está acertada com a presidente Dilma Rousseff. Porém, o Ministério dos Transportes, de onde sairá o dinheiro, diz que ainda não há data para assinatura do contrato. O trecho Norte terá 44,2 quilômetros de extensão ligando a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na Zona Norte de São Paulo, à Via Dutra, já no município de Arujá. Além disso, completará os 170 quilômetros de extensão do Rodoanel e vai interligar dez rodovias que chegam à capital. Até o fim do mês, segundo o governo do estado, será publicado o edital de licitação da obra. Previsto para março e adiado para junho, a concorrência pública, pela primeira vez, poderá ser disputada por construtoras estrangeiras por conta do financiamento do BID. A Secretaria Estadual de Transportes culpa justamente isso pelo atraso na licitação. “Temos recebido consultas de empresas de outros países interessadas em participar. Estimamos que até o final do ano já tenhamos o processo completo”, projeta a pasta, em nota. As licenças ambientais já foram concedidas e falta agora somente a de instalação, que deve ser liberada até dezembro. Também já vão começar a ser desapropriados 2,1 mil imóveis e outras duas mil famílias que moram em áreas ocupadas irregularmente vão ser levadas para outros locais. Um total de 112 hectares de mata nativa, ou 160 campos de futebol, sumirão do mapa. Como compensação, a Dersa promete reflorestar uma área quatro vezes maior. Se não ocorrer mais atrasos, as obras começam em dezembro e a previsão é fiquem prontas no fim de 2014. Assim como os trechos Sul e Oeste, já em funcionamento, e o Oeste, em obras, o Norte também será pedagiado, mas o valor da tarifa ainda não foi definido.