Nomes Mercadológicos - Do Luxo ao Lixo

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NOMES MERCADOLÓGICOS: DO LUXO AO LIXO Arthur Éden*, Diego Fialho* e Thaís Corrêa*. RESUMO: Este estudo analisa os nomes incomuns de empresas e produtos, com a finalidade de refletir sobre qual o reconhecimento que estas marcas têm pela sociedade. ABSTRACT: This study examines the unusual names of actual companies and products, in order to reflect upon the recognition that these brands have in society. PALAVRAS-CHAVE: Nome. Marca. Produto. Marketing. Sociedade. 1. INTRODUÇÃO: Pelos diversos meios de comunicação, principalmente pela internet e o famoso boca a boca, algumas marcas se tornam conhecidas da sociedade por seus nomes estranhos e/ou engraçados. Por meio de pesquisa, o estudo a seguir tem o intuito de analisar quais os prós e contras, na visão mercadológica e popular, destas empresas e produtos que possuem nomes cuja pronúncia, no contexto cultural, gera interpretações sarcásticas. __________________________ * Graduandos do Curso de Comunicação Social do Centro Universitário Newton Paiva.

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Este estudo analisa os nomes incomuns de empresas e produtos, com a finalidade de refletir sobre qual o reconhecimento que estas marcas têm pela sociedade.

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NOMES MERCADOLÓGICOS: DO LUXO AO LIXO

Arthur Éden*, Diego Fialho* e Thaís Corrêa*.

RESUMO:

Este estudo analisa os nomes incomuns de empresas e produtos, com a

finalidade de refletir sobre qual o reconhecimento que estas marcas têm pela

sociedade.

ABSTRACT:

This study examines the unusual names of actual companies and products, in

order to reflect upon the recognition that these brands have in society.

PALAVRAS-CHAVE: Nome. Marca. Produto. Marketing. Sociedade.

1. INTRODUÇÃO:

Pelos diversos meios de comunicação, principalmente pela internet e o

famoso boca a boca, algumas marcas se tornam conhecidas da sociedade por seus

nomes estranhos e/ou engraçados. Por meio de pesquisa, o estudo a seguir tem o

intuito de analisar quais os prós e contras, na visão mercadológica e popular, destas

empresas e produtos que possuem nomes cuja pronúncia, no contexto cultural, gera

interpretações sarcásticas.

__________________________ * Graduandos do Curso de Comunicação Social do Centro Universitário Newton Paiva.

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2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Conceitos 2.1.1 Nome

Antes de simplesmente analisar os exemplos citados neste artigo, é preciso

compreender a importância e a concepção de um nome como uma das partes de

todo universo da marca e posteriormente, a construção desta marca por meio de

ações do marketing e da publicidade.

“O nome, da perspectiva mercadológica, é a parte da marca constituída de

palavras ou letras que compreendem uma designação usada para identificar as

ofertas da empresa e as dos concorrentes”. (PEREZ, 2004, p.48). Diversos fatores

constroem a comunicação da marca além do nome, como o logotipo e logomarca,

forma e design, embalagem e rótulo, cores, slogan, som e jingle, personalidade e

mascote, aroma e fragrância, sabor, textura etc. A abordagem do artigo será o

estudo do nome em si e em alguns casos juntamente com o rótulo ou embalagem.

Dentre as tipologias empíricas, os nomes estudados recorrem geralmente nos tipo

básico descritivo, que dizem respeito a uma enunciação sintética dos atributos ou

benefícios do produto ou serviço.

2.1.2 Construção da marca

Tavares (1998, p.17) entende que:

A marca é mais que um simples nome. O significado de uma marca resulta dos esforços de pesquisa, inovação, comunicação e outros que, ao longo do tempo, vão sendo agregados ao processo de suas construções. A marca é diferente do produto. Embora sejam coisas intimamente relacionadas, diferem nas características. A marca estabelece um relacionamento e uma troca de intangíveis entre pessoas e produtos. O produto é o que a empresa fabrica, o consumidor compra a marca. Os produtos não falam por si: a marca é que dá o significado e fala por eles.

Sobre a construção da marca, são de importante compreensão dois fatores

que o marketing trabalha: o branding, “é a percepção dos consumidores sobre um

produto, serviço, experiência ou organização. Não o que os profissionais de

marketing pensam que a marca é, mas o que ELES, os consumidores acham que

ela é.” (SABINO, Monica. WEBINSIDER. Mas o que é branding, afinal? Em:

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<http://webinsider.uol.com.br/2008/07/15/mas-o-que-e-branding-afinal/>. Acesso em:

06 novembro 2010.); e o namig, “uma série de técnicas e estudos de redação,

linguística e tendências de consumo e comportamento adotados para encontrar um

nome adequado para a marca.” (MIRANDA, Klaibert. DESIGN COLETIVO. Naming.

Em: <http://www.designcoletivo.com/conceitos/naming/>. Acesso em: 06 novembro

2010.).

2.2 Exemplos pesquisados

Alguns nomes podem ser encarados de forma natural. Já estão inseridos no

cotidiano, nos costumes culturais da população. Um bom exemplo são os nomes de

doces: Olho de sogra, Pé de moleque, Baba de moça, Bolo podre, entre outros.

Podem ser citados também certos drinks como: Bombeirinho, Xixi de anjo, Urina do

capeta, Cú de burro etc.

No Brasil, pode-se considerar o segmento campeão neste tipo de nomeação

o ramo da cachaça. Exemplos: Whisky de Pobre, Espalha Gripe, Nabunda, Tomba

Carro, Guarda-Chuva de Pobre etc (COSTA, Luiz Edmundo. CULTURA E

CONHECIMENTO: CACHAÇA. Coleção de Rótulos de Cachaça. Em:<

http://www.brasilcult.pro.br/cachaca/>. Acesso em: 06 novembro 2010.).

E no comércio, alguns exemplos bem diferentes: Bar Filho da Fruta,

Cachorros-quentes Quem Mandou Ser Feio?!, Entra e Sai Veículos, Hotel Caminho

dos Marimbondos, Lanchonete Xuxu Flamenguista, Mercearia Bodegão de Baguidá,

Mercearia Reino de Xangô do Arco-Íris, Motel Cheiro de Homem, Padaria do

Gordinho, Restaurante Bigode do meu Tio e Restaurante Pé Sujo (CASTOR,

Orlando. ENM - COMERCIOLOGIA. Só nomes “diferentes” de lojas, produtos e

afins... Em <http://www.comerciologia.hpg.com.br/>. Acesso em: 06 novembro

2010).

Existem também casos de produtos da língua estrangeira, onde a pronúncia

ou até a própria escrita explícita, deriva conotações nada agradáveis aos produtos,

tais como: Only Puke (Apenas Vômito), Pee Cola (Xixi Cola), Shitto (gíria para

Merda) etc (PRANDO, Christian. CHAPOLETANDO. Produtos e marcas com nomes

estranhos. Em:< http://www.chapoletando.com.br/2010/06/produtos-e-marcas-com-

nomes-estranhos.htm/>. Acesso em: 06 novembro 2010.).

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Ainda na língua estrangeira, há casos de azar quando o nome do produto

pode conflitar com outras culturas. Alguns exemplos de automóveis como Picasso,

Chana, Pinto, entre outros.

A pirataria também usa o nome de maneira nem sempre bem sucedido. “A má

cópia pode reforçar a preferência pela original e pode ainda promovê-lo, reforçar a

sua presença na mente do consumidor.” (TAVARES, 1998, p.19). Exemplos de

grifes como Abibas, CUGGI, BSOS; e eletrônicos tais como NOKLA, Pasunnic e

Sonia (PEIXOTO, Pablo. PÉROLAS PARA PORCOS. As piores (e mais engraçadas)

marcas piratas. Em: <http://www.perolasparaporcos.com/2009/11/naike-redduck-

missuno.html>. Acesso em: 06 novembro 2010.).

Um caso merecedor de destaque relacionado ao nome de empresa é o da

Desentupidora Rola Bosta. Tendo sido objeto de piada de José Simão, recebido referência no programa do Jô Soares, no Jornal o Globo, além de diversas citações em rádios e jornais do Estado, a desentupidora, embora simples, é bem conhecida. O sócio majoritário, inclusive, foi candidato a vereador por duas vezes em Belo Horizonte, o que, de um modo ou de outro, resultou em mais divulgação para o “nome”.eles. (SILVA, Claudio Henrique Ribeiro da. BLOG DO BIGUS. Desentupidora Rola Bosta: isso é nome empresarial? Em: <http://www.ribeirodasilva.pro.br/blogdobigus/2009/09-05-03-desentupidora-rola-bosta.html>. Acesso em: 06 novembro 2010.).

Existem também os casos que aparentemente, são nomes incomuns, porém

se consolidam como marcas fortes no mercado, como o refrigerante Jesus, a cerveja

Devassa e a empresa de computadores Apple (do inglês, Maçã).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no estudo teórico, a intenção é de analisar e refletir sobre o

impacto e a leitura que a sociedade tem sobre estas marcas.

Os nomes são diretos, do óbvio ao contraditório e na maioria das vezes, das

figuras de linguagem, se utilizam da metáfora e da ironia. Com relação a técnicas da

publicidade, observa-se a função da lembrança e provavelmente estariam estas

marcas usando deste recurso do nome estranho como estratégia de marketing,

diferenciando seu produto no mercado, trabalhando o humor.

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Porém, o que se observa é justamente a falta de preocupação com o valor da

marca. Há marcas de sucesso com nomes incomuns no mercado como já citado e o

que as diferencia, é o trabalho de comunicação e construção desta marca de forma

contínua e eficaz. E finalmente, ressalta-se que um nome bom, não é a garantia de

um produto ruim e vice-versa. “A marca é um fenômeno estrutural e jamais pode ser

pensada como alguma coisa sem conexão com o mercado e a empresa.”

(SAMPAIO, 2002, p.16).

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PEREZ, Clotilde. Signos da Marca: Expressividade e Sensorialidade. São Paulo : Pioneira Thomson Learning, 2004.

SAMPAIO, Rafael. Marcas de A a Z. 6 reimpressão, Rio de Janeiro: Elsevier, 2002

TAVAREZ, Mauro Calixta. A Força da Marca - Como construir e manter marcas fortes. Ed. 01, São Paulo: Editora HARBAS Ltda., 1998

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5. ANEXOS

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