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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
PEDAGOGIA HOSPITALAR: OFICINAS PEDAGÓGICAS EM
AMBIENTE HOSPITALAR
CHAGAS, Karine¹[email protected]
HANAUER, Adriana¹[email protected]
SCHAFER, Caren Valéria¹[email protected]
COSTA, Gisele Maria Tonin da²pedagogia @ideau.com.br
SLAVIERO, Angelice M. B²[email protected]
SPILMANN, Marvone Alessandra²[email protected], Carla Luíza²[email protected]
¹Dicentes do Curso de Pedagogia, Faculdade IDEAU, nível V.²Docentes orientadoras do trabalho teórico prático do curso de pedagogia, faculdade IDEAU, nível V.
Afinal de contas, não são os remédios apenas que curam.O conhecimento e a continência de “um professor” também o fazem.
(Júlio Groppa Aquino)
RESUMO: O presente artigo tem por objetivo, ressaltar a atuação do pedagogo no âmbito hospitalar, salientando as contribuições que ao mesmo tempo pode proporcionar por meio de um olhar pedagógico sensível a criança enferma. Neste ponto de vista, aponta-se a importância do pedagogo hospitalar para as crianças, que por algum motivo de doença, tiveram que se ausentar da sala de aula e permanecer internadas. A presença do pedagogo proporciona a continuidade das atividades escolares, assim, propondo integrar saúde e educação, pensando em uma pedagogia hospitalar que vise um olhar humanizado para o paciente. Neste trabalho, serão abordados estudos sobre o papel do pedagogo hospitalar, sua importância e um pouco da história, dando ênfase ao direito à escolaridade e a sua importância para a continuidade do desenvolvimento das habilidades afetivas e cognitivas possibilitando o bem-estar e a interação social, e buscando uma significativa melhora no quadro de saúde das crianças hospitalizadas.
Palavras-chave: Educação, saúde, criança, pedagogia hospitalar.
ABSTRACT: This article aims, emphasizing the role of the pedagogue in hospitals, noting the contributions at the same time can provide through an educational look sensitive to ill children. In this view, it points out the importance of the hospital pedagogue for children, which for some illness, had to leave the classroom and remain hospitalized. The pedagogue's presence provides the continuity of school activities, thus proposing to integrate health and education, thinking of a hospital pedagogy aimed a humanized look at the patient. In this work, studies will be discussed on the role of hospital pedagogue, its importance and some of the history, emphasizing the right to education and its importance to the continued development of affective and cognitive and cognitive skills, enabling welfare and social interaction, and looking for a significant improvement in health status of hospitalized children.
Keywords: Education, health , child, hospital pedagogy.
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
As pessoas que se encontram hospitalizadas, principalmente as crianças, podem
demonstrar atrasos de diversas ordens. A educação hospitalar mostra-se, assim, como uma
oportunidade à criança, que por motivo de internação, encontra-se longe de seu ambiente
escolar, permitindo que ela se insira no meio cultural, dê continuidade a sua escolarização e
ao seu desenvolvimento socioafetivo e cognitivo. É de caráter indispensável para a criança em
formação a intervenção pedagógica hospitalar, sua importância se destaca a partir da
constatação de que a mesma contribui no incentivo de um olhar pedagógico sensível à criança
enferma, diminuindo possíveis problemas de aprendizagem e desenvolvimento, colaborando
de maneira satisfatória na melhora do quadro clínico do enfermo.
Portanto esse artigo busca esclarecer questões relacionadas à formação e ampliação da
área de atuação do pedagogo, que pode ser direcionada para além da realidade escolar, além
de ser uma tentativa de esclarecer a possibilidade de uma intervenção educativa dentro do
hospital, baseando-se na Pedagogia Hospitalar com uma visão humanitária, que privilegia o
ser humano como um todo. Este trabalho trata das ações pedagógicas múltiplas das
modalidades de práticas educacionais de atuação do pedagogo, mostra o papel do pedagogo
no hospital e como ele contribui para melhor estadia da criança internada, trata a importância
entre a relação educação e saúde. Salietam-se os objetivos das classes hospitalares buscando
o processo de ensino aprendizagem neste ambiente , possibilitando às crianças hospitalizadas
o direito à educação.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 História da pedagogia hospitalar
A Pedagogia Hospitalar teve seus primeiros indícios encontrados em 1935, em Paris,
quando foi inaugurada por Henri Sellier a primeira escola para o atendimento de crianças
inadaptadas (ESTEVES, 2008, p.02). Essa primeira proposta consistia em levar atendimento
hospitalar para essas crianças dentro do ambiente escolar, ou seja, as crianças iam para escola
e lá recebiam os procedimentos escolares e o atendimento a sua enfermidade. Após esse
primeiro passo, a Alemanha, a França e os Estados Unidos, iniciaram esse trabalho com as
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crianças enfermas, mas era especificamente para o atendimento de crianças tuberculosas,
expandindo a Pedagogia Hospitalar a outros países.
A ideia de levar a escola até o hospital surgiu na Segunda Guerra Mundial, que tinha
como finalidade de elaborar escolas adaptadas para atender crianças e adolescentes
internados. O significado, no dicionário Aurélio,de inaptas é: não apto; incapaz (Aurélio
1989, p. 278) relacionando com o texto inadaptadas significa que a criança não é apta, é
incapaz de frequentar a escola. Neste momento foi necessário pensar sobre a condições das
crianças e dos adolescentes doentes, houve um engajamento por parte dos médicos que
reconheceram a importância da continuidade do processo escolar para aquelas crianças e
adolescentes atingidos pela Guerra. Em 1939, em Suresnes na França é inaugurado o Centro
Nacional de Estudos e de Formação para a Infância Inadaptada, com o objetivo de formar
professores para trabalhar em Institutos Especiais e nos hospitais. Nesse mesmo ano cria-se o
cargo de Professor Hospitalar, aprovado pelo Ministério da Educação, na França.
No Brasil a Pedagogia Hospitalar foi introduzida no Hospital Menino Jesus na década
de 1950, fundado por Carmen Prudente. A Pedagogia Hospitalar teve um inicio lento, no
entanto este trabalho ainda é praticamente desconhecido pela sociedade; até mesmo dentro
das universidades.
A Pedagogia Hospitalar veio se desenvolvendo lentamente, conforme foi apresentado foi necessário percorrer vários estágios, muitas pesquisas foram realizadas, para se constatar a sua importância. A proposta de atendimento da Pedagogia Hospitalar é respaldada por aparato legal, a Constituição Federal de 1988 é à base de sustentação que está definido que a Educação é direito de todos, no Título VIII – Da Ordem Social, capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, artigo 205: A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BISCARO, 2008, p. 1)
O percurso histórico da Pedagogia Hospitalar passou por inúmeras transformações,
desde conceitos simples como o tempo de internação, que é difícil para qualquer ser humano
estar doente, o que exige uma atenção maior a respeito de como é feito, o horário de visitas,
de como o internado é tratado, de que forma é feita abordagem pedagógica levando em conta
as condições da criança do adolescente.
Em conformidade com a Constituição Federal de 1988, a educação é direito de todos e
dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
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visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho BRASIL (1988). Em 13 de julho de 1990 é elaborada a Lei n°
8.069 – o Estatuto da Criança e do Adolescente, que veio auxiliar a propagar o direito das
crianças e dos adolescentes a uma vida digna, foi a partir dessas leis que foram surgindo às
outras leis. No Brasil somente na década de 1990 a legislação reconheceu através do anexo da
Resolução n° 41 de 13/10/1995, que estabelece os Direitos da Criança e do Adolescente
Hospitalizado, ao alegar no artigo 9 que toda criança e adolescente tem o: “Direito de
desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde,
acompanhamento do curriculum escolar durante sua permanência hospitalar“. (BRASIL,
1995).
Em 1996, com a regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 – LDB, esse
direito de educação para todos é reafirmado conforme consta do título II nos seus artigos2º e
3º, que trata dos Princípios e Fins da Educação. A preocupação com a implantação da
Pedagogia Hospitalar só vai reaparecer em 2001 com as Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial no Brasil (BRASIL, 2001), e em 2002, por meio do Documento Classe Hospitalar e
Atendimento Pedagógico Domiciliar, (BRASIL, 2002).
O Ministério da Educação, por meio da sua Secretaria de Educação Especial, tendo em vista a necessidade de estruturar ações políticas de organizações do sistema de atendimento educacional em ambientes e instituições outros que não a escola, resolveu elaborar um documento de estratégias e orientações que vissem promover a oferta do atendimento pedagógico em ambientes hospitalares e domiciliares de forma a assegurar o acesso à educação básica e à atenção às necessidades educacionais especiais, de modo a promover o desenvolvimento e contribuir para a construção do conhecimento desses educados (MEC/SEESP, 2002).
Este documento é a base legal mais recente e tem por objetivo promover a oferta do
acompanhamento pedagógico em ambientes hospitalares. O documento defende: O direito à
educação se expressa como direito à aprendizagem e à escolarização, traduzido, fundamental
e prioritariamente, pelo acesso à escola de educação básica, considerada como ensino
obrigatório, de acordo com a Constituição Federal Brasileira. A educação é direito de todos e
dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho segundo a Constituição Federal no art. 205
Conforme a lei, o não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoria competente (BRASIL, 2002, p.9). O documento __________________________________________________________________________________________
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expõe a necessidade do acompanhamento, pois “a experiência de adoecimento e
hospitalização implica mudar rotinas; separar-se de familiares, amigos e objetos
significativos; sujeitar-se a procedimentos invasivos e dolorosos e, ainda sofrer com a solidão
e o medo da morte”. (BRASIL, 2002, p.10).
Segundo o documento do MEC (2002), o atendimento educacional hospitalar deve
estar associado aos sistemas de educação, como um trabalho pedagógico das Secretarias
Estaduais Federais e Municipais, incumbindo às Secretarias atender a solicitação dos hospitais
para o atendimento pedagógico hospitalar, na contratação de profissionais docentes
juntamente com a sua formação continuada, e todas outras necessidades para que seja
desenvolvido o atendimento, como a solicitação de recursos financeiros e materiais. É
orientado que os aspectos pedagógicos sejam desenvolvidos em função da “construção do
conhecimento correspondentes à educação básica, exercido numa ação integrada com os
serviços de saúde” (BRASIL, 2002, p. 17) que possibilite o retorno e a continuidade do
processo escolar. Segundo o documento do MEC “o Poder Público deve identificar todos os
estabelecimentos hospitalares ou instituições similares que ofereçam atendimento educacional
para crianças, jovens e adultos, visando orientá-los quanto às determinações legais”.
(BRASIL, 2002, p.25) Ou seja, é responsabilidade do Poder Público, fazer o levantamento
dos locais que ofertam o atendimento pedagógico hospitalar, instruindo os envolvidos, as
crianças, jovens e adultos, do direito a continuidade do processo escolar encaminhando-os aos
locais em que há esse serviço. As normas que regulam essa modalidade de ensino são também
definidas, “as classes hospitalares existentes ou que venham a ser criadas deverão estar em
conformidade com o preconizado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Especial na
educação básica”. (BRASIL, 2002, p.25) Definido este padrão, a classe hospitalar possibilita
os mesmos direitos e deveres de uma instituição regular de ensino.
2.2 Importância da pedagogia hospitalar
Atualmente o pedagogo pode atuar em diferentes espaços não sendo somente a escola
seu principal meio de ensino. Os hospitais são excelentes lugares para o profissional na área
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de pedagogia trabalhar, pois existem pessoas que estão passando por momentos de
dificuldades e que precisam de uma ajuda emocional para obterem melhora em seu
tratamento. (WOLF, 2007)
O pedagogo precisa sempre observar a situação da pessoa internada com o olhar mais
sensibilizado, fazendo com que ele reconheça o ambiente hospitalar e seu estágio da
enfermidade, assim desenvolvendo suas possíveis potencialidades. A pedagogia hospitalar
tem como algumas de suas funções, ajudar o paciente e sua família no processo de
recuperação e adaptação, pois muitas vezes essa pessoa poderá ficar muito tempo nessa
condição. O pedagogo também irá auxilia para que o tempo passe de forma mais alegre e
descontraída através da contação de histórias, pinturas, desenhos, brincadeiras, jogos. Sendo
estas atividades lúdicas que irão proporcionar um ambiente agradável para a melhora dos
pacientes.
Deve-se levar em conta sempre que todo o trabalho que o hospital está desenvolvendo
com a pessoa doente é de extrema importância e o trabalho do pedagogo não é de substituir
médicos ou enfermeiras, mas sim um complemento que ajuda na melhora do ambiente
hospitalar.
Crianças hospitalizadas, que permanecem por um longo período internadas,
consequentemente afastam-se da vida escolar por isso ganham um complemento com a ajuda
de um profissional, ou seja, o pedagogo. (WOLF, 2007)
O projeto pedagógico de cada instituição deverá cincunscrever áreas ou modalidades de ensino que proporcionem aprofundamento de estudos, sempre a partir da formação comum da docência na Educação Básica e com objetivos próprios do curso de pedagogia. Concequentemente, dependendo das necessidades e interesses locais e regionais, neste curso, poderão ser especialmente aprofundadas questões que devem estar presentes na formação de todos os educadores, relativos, entre outras, à educação a distância; educação de pessoas com necessidades educacionais especiais; educação jovens e adultos, educação étno-racial; educação indígena; educação nos remanescentes de quilombos; educação do campo; educação hospitalar; educação prisional; educação comunitária ou popular. (BRASIL, 2006, p.10)
Para desenvolver trabalhos sérios através da brincadeira com as crianças, existe um
lugar repleto de possibilidades, a brinquedoteca. Resgatando a importância do brincar e é
indicada para qualquer faixa etária do zero aos cem anos. Podendo ser bem elaborado ou mais
simples este espaço, pode ser uma casa ou uma sala dentro do hospital, o que importa são as
oportunidades que ela ofereça para a criança e para qualquer outro frequentatador da mesma,
desde que seja exercido o direito de brincar e conhecer aquelas brincadeiras. (BRASIL, 2006)__________________________________________________________________________________________
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A pedagogia hospitalar é um processo educativo não escolar, possibiltia aos edudores
a construção de novas atitudes e conhecimentos, propondo-os muitos desafios. No meio
profissional da educação ela apresenta um novo caminho que tem obtido um bom
desempenho na conquista de seus objetivos.
Sendo uma tarefa muito complexa, a pedagogia hospitalar envolve o conhecimento
psicológico e médico. Para realizar esta terefa é necessário um ponto de referência que não
seja o médico, mas instrutivo, informativo e psicopedagógico. (BRASIL, 2006)
2.3 Contação de histórias
Nos séculos XVII e XVIII as crianças eram consideradas como um adulto em
miniatura, faziam as mesmas coisas que os adultos. Não era diferente com a literatura, pois
acabavam lendo os mesmos textos que as pessoas mais velhas liam. (MATEUS et al. S.D)
Apenas no século XVIII as crianças foram reconhecidas como um ser diferente dos
adultos e com características próprias da sua idade. Nessa mesma época começaram a serem
escritas as primeiras obras de literatura infantil e foi percebida a importância da mesma no
ambiente escolar.
As histórias são uma maneira mais significativa que a humanidade encontrou para expressar experiências que, nas narrativas realistas, não acontecem. A contação de histórias, além de pertencer ao campo da educação e à área das ciências humanas, é uma atividade comunicativa. Por meio dela, os homens repassam costumes, tradições e valores capazes de estimular a formação do cidadão. Por isso, contar histórias é saber criar um ambiente de encantamento, suspense, surpresa e emoção, no qual o enredo e os personagens ganham vida, transformando tanto o narrador como o ouvinte. O ato de contar histórias deve impregnar todos os sentidos, tocando o coração e enriquecendo a leitura de mundo na trajetória de cada um. (MATEUS et al. s.d, p. 56)
A contação de histórias está ligada com o imaginário da criança, além disso ela
contribui na formação do caráter, contribui pelo gosto da leitura, ajuda a melhorar o
vocabulário. No momento da contação de histórias o contador e o ouvinte criam laços de
cumplicidade e envolve todas as pessoas em um momento de fantasia.
As crianças que se encontram nos hospitais, muitas vezes, estão fragilizadas por
ficarem privadas de irem a escola porém podem se apropriar de histórias para devertir-se com
o mundo imaginário. (SILVA, 2014)
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Na contação de histórias todos são beneficiados, pois o aluno será motivado a pensar e
a criar novas estratégias e a aula dessa forma se tornará muito mais atrativa e divertida
podendo obter-se dessa forma a aprendizagem significativa. A história tem o poder de fazer as
pessoas pensarem, fazerem novas descobertas, provocam as mais diversas emoções, encantam
as pessoas, entre outros. “A contação de história é fonte inesgotável de prazer, conhecimento
e emoção, em que o lúdico e o prazer são eixos condutores no estímulo à leitura e à formação
de alunos leitores.” (MATEUS et al, s.d, p. 58) .
2.4 Classes Hospitalares
Para a prática do atendimento pedagógico hospitalar, as Classes Hospitalares devem
organizar-se possibilitando que tanto as crianças quanto seus familiares vivenciem esse
momento de maneira diferenciada, e por intermédio do pedagogo possibilitam-se novas
perspectivas que os ajudam na adaptação deste novo contexto. Conforme afirma Calegari
(2003,p.78) “ as crianças mantêm o elo com o mundo lá fora e desfrutam do direito ao
desenvolvimento pleno, independente de suas especificidades, assim a criança aprende com, e
através da doença, minimizando os efeito negativos causados pela internação.”
Como modalidade de ensino, a Classe Hospitalar, tem procurado dar apoio emocional
e pedagógico à criança, que se encontra internada e fora da rotina escolar, por estar com a
saúde comprometida. Podendo, desta forma, considerar um meio para a mais promissora e
rápida recuperação. Se por um lado a internação pode gerar nas crianças sentimentos de
medo, depressão e tristeza que podem retardar o seu desenvolvimento, por outro, através das
Classes Hospitalares, o auxílio do pedagogo possibilita conforto e a construção de novos
conhecimentos.A criança hospitalizada, assim como qualquer criança, apresenta o desenvolvimento que lhe é possível, de acordo com uma diversidade de fatores com o qual interage e, dentre eles, as limitações que o diagnostico clinico possa lhe impor. De forma alguma podemos considerar que a hospitalização seja, de fato, incapacitante para a criança. Um ser em desenvolvimento tem sempre possibilidade de usar e expressar, de uma forma ou de outra, o seu potencial. (FONSECA, 2003, p.17)
Essa modalidade de ensino se refere a um espaço educacional localizado dentro do
hospital, para atender crianças que estão afastadas de sua rotina escolar e privadas de
interação social, que são consideradas, segundo Ortiz e Freitas (2001,p.72) “alunos __________________________________________________________________________________________
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temporários da educação especial, e, consequentemente, correm mais riscos de reprovação,
evasão e fracasso escolar. As ações pedagógicas das Classe Hospitalares procuram diminuir
problemas de aprendizagem trabalhando o cognitivo e o sócio afetivo.
A importância da Classe Hospitalar transcende o conteúdo quando tratado de forma lúdica e prazerosa leva a criança a viver (inventar relações, inventar textos, inventar jogos didáticos). Num ambiente que pode parecer frio e provocador de desconforto, o hospital se resinifica com a implantação de Classes Hospitalares. (CALEGARI,2003,p.78).
O objetivo da Classe Hospitalar é dar continuidade aos estudos, fornecendo para a
formação da criança em idade escolar, desenvolver atividades educativas, com conteúdos
adequados a sua faixa etária, criando novos conhecimentos, ajudando-as nas dificuldades, já
que o atendimento é mais individualizado, as crianças também podem entender melhor sua
enfermidade. Para Matos e Muggiati (2011, p.338) “Hospital não é escola, mas a escola pode
ser trazida para o hospital”.
2.4 Gestão Hospitalar
O papel do gestor dentro de um hospital é atuar na organização e no gerenciamento do
hospital tanto público como privado. Ele detém conhecimentos na área de políticas públicas
de saúde e de administração. Pode trabalhar para manter a infraestrutura do espaço físico,
determinando o melhor uso para ele, e ainda definir o número de médicos, enfermeiros e
especialidades que o local poderá atender. É de responsabilidade do gestor, planejar a
manutenção preventiva dos equipamentos médicos, o controle dos estoques de materiais, a
limpeza e até a destinação dos resíduos hospitalares. Também podendo participar de
campanhas de saúde para o controle de epidemias. Deve oferecer soluções aos pacientes e
familiares para que tenham a melhor experiência durante a permanência hospitalar, assim,
gerando um diferencial para a instituição.
O gestor hospitalar, ou administrador hospitalar, se envolve com o gerenciamento de
sistemas da saúde, pessoas, materiais e equipamentos. Em sua função pode ser incluído
também o planejamento e controle de compras e custos, a supervisão de contratos e
convênios, o diagnóstico e solução de problemas técnico-administrativos e o
desenvolvimento, inovação e aplicação de processos nessas unidades.
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2.5 Apresentação da Instituição
Segundo Santolin, diretor do Hospital São Roque, é uma sociedade Civil Beneficente e
Filantrópica e se mantém com recursos que arrecada com a prestação de seus serviços.
Mantém a disposição do SUS-Sistema Único de Saúde, mais de 60% de sua capacidade
instalada.
Por conta desse comprometimento de assistência aos pacientes do SUS, o Hospital
possui o Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos-CEFF, concedido pelo CNAS-
Conselho Nacional de Assistência Social. É um Hospital microrregional que atende cinco
municípios. Na busca da constante adequação da assistência prestada a todos os seus
pacientes, o Hospital São Roque tem procurado alternativas para o aprimoramento, ampliação
e a viabilização de suas atividades, desenvolvendo um preponderante papel social à
comunidade regional.
Essa instituição assume, perante a sociedade, sua parcela de responsabilidade com o
objetivo de prevenir e melhorar as condições de saúde da população. Propõe-se um trabalho
em equipe, onde os objetivos são comuns e são visadas metas que qualifiquem cada vez mais
a imagem da instituição. A Instituição, em sua missão busca oferecer serviços de saúde com
qualidade, comprometidos com a comunidade e zelando pelo bem estar dos clientes e
colaboradores. Esta instituição atende um total de aproximadamente 40.638 habitantes da
região do Alto Uruguai, pertencendo a 11° Coordenadoria Regional de Saúde – CRS.
2.6 História do Hospital São Roque
Fundado em 18 de janeiro de 1925 conforme registros existentes. Entretanto, pelo que
se depreende do conteúdo de livros e atas, o hospital já existia anteriormente, talvez sem a
necessária regularização, o que veio a acontecer na data oficial de sua fundação, quando
houve a eleição de uma Diretoria. Nessa época, o povoado onde se encontrava instalado o
Hospital denominava-se Erechim. Está instalado em terreno de 10.000 m², com área
construída de 4.000m², em três pavimentos. É composto por sócios, divididos em três
categorias: remidos, benfeitores e honorários.
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Administrado por uma Assembleia Geral, Diretoria e Conselho Fiscal, todos
exercendo seus mandatos gratuitamente, sem qualquer remuneração. Atende pacientes
particulares e conveniados. Oferece atendimento de urgência e emergência, através do serviço
de Pronto Socorro 24 horas. É Hospital de referência microrregional para pequena e média
complexidade, com abrangência sobre Getúlio Vargas, Estação, Erebango, Ipiranga do Sul, e
Floriano Peixoto. Dispõe de 85 leitos, sendo 66 destinados a pacientes do SUS, com o qual
também está contratualizado.
O corpo clínico é composto por 26 médicos e 15 especialidades médicas, atendendo
nas áreas de Clínica Geral, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia, Obstetrícia,
Gastrenterologia, Endoscopia Digestiva, Cirurgia Digestiva, Coloproctologia, Ortopedia e
traumatologia, Oftalmologia, Anestesiologia, Urologia e Cirurgias bucomaxilofaciais. Entre
os serviços disponíveis estão Laboratório, Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Sala de
Recuperação, Berçário Neonatal, Agência Transfusional, Radiologia, Ultrassonografia e
mamografia.
A área e enfermagem conta com sete Enfermeiras, além de Técnicos e Auxiliares de
Enfermagem, totalizando 32 profissionais. Dispõe ainda, de Farmacêuticos, psicólogas,
Nutricionistas e Assistente Social. Completam o quadro de funcionários nas áreas de
Nutrição, Sanificação, Lavanderia e Administração, totalizando 134 colaboradores.
3 RELATO DA PRÁTICA
A proposta do projeto de Aperfeiçoamento do teórico prático foi trabalhar a Pedagogia
Hospitalar, sendo assim, uma visita foi realizada para conhecer como era o funcionamento do
hospital e fazer a apresentação dos acadêmicos e da proposta do projeto para os gestores,
também foi marcada uma data e um horário para que a prática acontecesse.
O projeto consistia em fazer uma atividade de contação de histórias onde foi utilizada
a adaptação do livro o “O Grande Rabanete” em forma de avental interativo, logo após a
aplicação de um quebra-cabeça gigante que consistia em uma atividade de colagem para
auxiliar na finalização do quebra-cabeça. Pensando-se no tempo em que o hospitalizado fosse
passar dentro do hospital foi elaborado um mini quebra-cabeça com palitos de picolé com a
temática do rabanete para ser deixado como lembrança para eles.
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Na manhã do dia 1° de abril de 2016 foi realizada uma prática no hospital São Roque
localizado na cidade de Getúlio Vargas, as acadêmicas chegaram no hospital e encontraram
algumas dificuldades, pois os gestores com quem haviam conversado anteriormente não se
encontravam no hospital por motivos particulares, uma das enfermeiras chefe se propôs a
acompanhar as acadêmicas na prática. Não tendo um grupo definido de pacientes foi
consultado se haviam disponibilidade de fazer a prática com crianças, havia apenas uma
criança de 11 anos de idade, hospitalizada acompanhada de sua mãe e seu irmão de 1ano e
três meses.
O projeto foi realizado com estas duas crianças, primeiro a contação da história com o
auxílio do avental, apesar da grande diferença de idade obteve-se a participação ativa das duas
crianças, se mostraram muito empolgadas e entusiasmadas com a história. Logo após foi
proporcionado um momento para que eles pudessem interagir com a história, tocando nos
objetos, nos personagens e contado a história da sua maneira. Então convidou-se a criança de
11 anos para montar o quebra-cabeça gigante com o auxílio de seu irmão mais novo,
respeitando suas limitações devido ao seu estado de saúde. A atividade de colagem foi
elaborada com a criança maior também, pois a outra criança era muito nova e não tinha
coordenação e atenção suficiente para desenvolver a atividade.
As acadêmicas, então disponibilizaram do momento final da atividade para interagir e
socializar melhor com eles, todos ficaram muito agradecidos e se mostraram satisfeitos com a
atividade, em seguida, foi entregue a eles o mini quebra-cabeça como lembrança. Após as
acadêmicas deixarem o quarto foram acompanhadas pelo diretor do hospital que lhes forneceu
informações sobre a função do hospital, um pouco de sua história e como funcionava a gestão
do mesmo. Assim conclui-se que a prática foi muito proveitosa e os níveis de aprendizagem
foram maiores que os esperados.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste trabalho, procurou-se compreender melhor a forma com que ocorre
o desempenho do pedagogo em ambientes não-escolares, dando ênfase desse modo, na área
hospitalar, e mostrando as implicações que o tempo passado dentro de um hospital pode trazer
ao desenvolvimento infantil. Portanto, se justifica a necessidade do educador para diminuir os
efeitos negativos causados pela hospitalização. Para que isto se torne concreto de modo mais
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amplo, é preciso repensar a formação dos futuros pedagogos. É de muita importância que se
pense no hospital como um lugar de educação e desenvolvimento para as crianças que estão
internadas, onde a prioridade não seja a doença, não negligenciando os fatores afetivos e
sociais, e que tenha um olhar voltado ao ser humano como um todo.
Nos atendimentos em hospitais a Pedagogia Hospitalar contribui com a humanização,
a ética e o respeito ao que sofre.
Portanto, por que não fazer desses espaços ambientes mais humanizadores, promissores, integradores, recuperadores, nos quais educação, saúde, lazer, arte, cultura, ética e estética possam conviver para harmonizar a vida e as ações sociais em seu próprio proveito? (MATOS; MUGGIATI, 2010, p.342).
Seguindo esta perspectiva, foi possível ter a ideia de que a intervenção pedagógica
configura-se como uma modalidade de ensino, transformando a realidade das crianças
internadas através das Classes Hospitalares. A educação no hospital, propicia à criança a
oportunidade de seu desenvolvimento escolar e suas condições de bem-estar, olhando-os com
uma real escuta pedagógica sensível e atenta.
REFERÊNCIAS
AURÉLIO Buarque de Holanda Ferreira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988-1989.
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Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 13
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
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__________________________________________________________________________________________Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 14