New LIPPING - Microsoft · 2019. 7. 30. · julho, foi realizada com o setor sucroenergético....
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Grupo de Comunicação
CLIPPING 30 de julho de 2019
2
Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
Gestão Dinâmica e Integrada .......................................................................................................... 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 7
Emae busca sócios para disputar leilão com termelétrica de US$1,7 bi ................................................. 7
Educação ambiental na ETE envolve servidores públicos ..................................................................... 9
Em Ribeirão, cemitério público aguarda zeladoria ............................................................................ 10
Empresa gaúcha obtém licença para projeto de usina termelétrica em SP ........................................... 11
Gaema Piracicaba promove reuniões para prevenção e controle de incêndios florestais ........................ 12
Saneaqua planta mais de 1.600 mudas de árvores em Mairinque ...................................................... 13
Sagui pega 'carona' de 300 quilômetros escondido em lataria de carro ............................................... 14
Assis ganhará novo poço profundo para garantir segurança hídrica futura .......................................... 15
Levantamento mostra que 30% da água tratada em São Paulo é disperdiçada .................................... 16
Sabesp e Semasafirmam contrato de concessão .............................................................................. 17
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 19
Batizada de Marsha ..................................................................................................................... 19
Exposição no Sesi de Mogi das Cruzes debate sobre meio ambiente ................................................... 20
Pesquisa mira preservação das abelhas .......................................................................................... 21
Braskem desenvolve primeiro solvente a partir de fonte renovável .................................................... 22
Barbeiros chegam à Grande São Paulo ........................................................................................... 23
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 26
Guedes quer proibir que estados usem verba do petróleo para bancar servidor ................................... 26
Após abastecimento e problemas técnicos, navio iraniano deixa o Brasil ............................................. 28
Painel: Chocados com retórica de Bolsonaro, congressistas discutem podar MPs e decretos do presidente ................................................................................................................................................. 29
Sob Bolsonaro, multas contra desmatamento caem 23%.................................................................. 31
Mônica Bergamo: Ação de hacker contra Bolsonaro segue como dúvida no Planalto ............................. 33
O mistério das jararacas que abandonaram o chão e agora vivem em árvores na Amazônia ................. 35
ESTADÃO ................................................................................................................................... 38
Pesquisa relaciona fungo imune a remédios ao aquecimento global ................................................... 38
Eliane Cantanhêde: Réquiem para os índios .................................................................................... 39
Brasil é o quarto país com mais assassinatos de ativistas ambientais no mundo, diz ONG ..................... 40
‘Privatização vai ajudar País a atrair investimentos’ ......................................................................... 42
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 45
Acordo sobre Itaipu gera crise política no Paraguai .......................................................................... 45
Crise política trava acordo de R$ 1 bi pela energia de Itaipu ............................................................. 46
Bolsonaro põe em dúvida assassinato de índio ................................................................................ 48
Lei de licenciamento afeta descoberta de sítios arqueológicos ........................................................... 49
Planejamento antes do licenciamento ambiental .............................................................................. 51
Novo plano florestal vai diversificar investimento ............................................................................ 53
Actis montará 4ª companhia no país, com ativo da EDP ................................................................... 54
Usinas de BP e Bunge já perderam R$ 7 bi ..................................................................................... 55
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Grupo de Comunicação
Dano ambiental no Brasil já está em curso ..................................................................................... 57
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Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Veículo: RMAI
Data: 30/07/2019
Gestão Dinâmica e Integrada
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Grupo de Comunicação
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Grupo de Comunicação
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Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo1: Exame Notícias
Veículo2: DCI Online
Veículo3: UOL Notícias
Veículo4: Terra
Data: 29/07/2019
Emae busca sócios para disputar
leilão com termelétrica de US$1,7 bi
Já haveria conversas com possíveis
interessados, incluindo fundos de
investimento, após o empreendimento ter
obtido licença ambiental prévia
Reuters
São Paulo - A estatal paulista Empresa
Metropolitana de Águas e Energia (Emae)
vai buscar parcerias para tentar viabilizar um
projeto termelétrico bilionário no próximo
leilão de energia do governo federal, o
chamado A-6, agendado para 17 de outubro.
Já há conversas com possíveis interessados,
incluindo fundos de investimento, após o
empreendimento, o chamado Bloco I da
térmica Piratininga, ter obtido licença
ambiental prévia junto aos órgãos estaduais
de licenciamento, disse à Reuters o presidente
da Emae, Ronaldo Souza Camargo.
O projeto a gás natural, com 1,7 gigawatt em
capacidade, deve demandar cerca de 1,7
bilhão de dólares em investimentos. Ele
envolveria a substituição de unidades da
antiga térmica Piratininga, na capital paulista,
que funcionava a diesel e está parada.
'Por essas negociações serem sigilosas, o que
posso adiantar é que temos grupos de fundos.
Temos quatro grupos, de três países,
interessados? um grupo brasileiro', afirmou
Camargo, acrescentando que a Fundação
Getulio Vargas (FGV) está assessorando a
estatal paulista nas negociações.
O executivo disse que há 'forte vontade
política' para viabilização da termelétrica, que
o governo paulista estima que poderia gerar
milhares de empregos durante a fase de
construção.
Apesar de ter um amplo programa de
privatizações como uma das bandeiras de sua
gestão, o governador de São Paulo, João
Doria, já decidiu que não privatizará a Emae,
que deverá buscar parcerias, segundo
Camargo.
'O governador me recomendou, antes de eu
assumir aqui, que nós atraíssemos sócios e
negócios. Fortalecer e ampliar os negócios
com sócios, o que é diferente de privatização',
afirmou.
O executivo explicou que a Emae já possui
um sócio acertado para a térmica, a Gasene, e
que as empresas ainda negociarão o desenho
final do grupo que iria implementar o projeto.
'Tudo vai depender da equação econômico-
financeira que a FGV está estruturando? estão
em negociação os percentuais de
participação', disse.
A Emae já tem pré-acertos com a Comgás
para o fornecimento do gás natural que iria
abastecer a térmica, embora a empresa e seus
sócios possam também avaliar outros
fornecedores. Também há pré-acordo com a
Siemens para os equipamentos, embora
também com possibilidade de mudança após a
licitação.
Os vencedores do leilão em outubro assinarão
contratos com distribuidoras de energia para a
venda da produção por 25 anos, no caso das
térmicas a gás, com entrega dos projetos em
2025.
'Esse é um projeto que, no Brasil, não existe
outro igual, em termos de localização e
produção de energia. Nós estamos
exatamente ao lado dos consumidores, da
carga? é realmente um investimento muito
grande, entretanto de retorno rápido',
acrescentou Camargo.
Segundo ele, a Emae é dona do terreno onde
o projeto seria construído, assim como
responsável pelo licenciamento ambiental.
8
Grupo de Comunicação
Além da usina Piratininga I, o Conselho
Estadual do Meio Ambiente de São Paulo
aprovou na semana passada licença prévia
também para a chamada Fase II do projeto,
que seria uma parceria com a AES Tietê, mas
não disputará leilões de energia neste ano,
segundo Camargo.
O órgão ambiental ainda garantiu licença
também para a termelétrica de Lins, da
privada Omega Engenharia.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28160507&e=577
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
n=28159479&e=577
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
n=28159899&e=577
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
n=28160653&e=577
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9
Grupo de Comunicação
Veículo: Prefeitura Lençóis Paulista
Data: 29/07/2019
Educação ambiental na ETE envolve
servidores públicos
Na quinta-feira, 25 de julho, os servidores da
Secretaria de Meio Ambiente que atuam na
limpeza pública de Lençóis Paulista
participaram de uma visita ao Centro de
Educação Ambiental da Estação Elevatória de
Esgotos do SAAE.
Na oportunidade, a bióloga Milena Guirado
Coneglian, do SAAE, explanou em palestra
sobre o tema saneamento básico, e o
educador ambiental e interlocutor do PMVA,
Helton Damacena, da Secretaria de Agricultura
e Meio Ambiente, colocou o tema no contexto
do Programa Município Verde Azul.
Ao final todos conheceram as dependências do
espaço e viram de perto o tratamento
preliminar do esgoto gerado no município,
bombeado por uma rede de recalque até as
lagoas de tratamento para devolver o efluente
ao Rio Lençóis. Outros temas foram
abordados, como o descarte correto de óleo
de cozinha, usado, e campanha da Coopróleo
nas escolas. Todos os participantes da ação
tiveram uma nova visão sobre a importância
do trabalho de cada um, na limpeza pública e
no serviço dos agentes comunitários de saúde
para o saneamento básico no município, uma
vez que está diretamente ligado ao tratamento
de água e esgotos, drenagem de águas
pluviais e resíduos sólidos.
A ação é uma medida que dá continuidade à
proposta de educação ambiental da diretiva
'Esgoto Tratado', sobre tornar pública a
existência e funcionamento da ETE de Lençóis
Paulista, desta vez envolvendo a educação
ambiental não formal, ou seja, público não
pertencente às redes de ensino formal, de
acordo com o Programa Município Verde Azul.
As visitas ocorrem com frequência, de acordo
com agendamento prévio com o SAAE e
Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente. A
rede formal de ensino, alunos das escolas
municipais do 6º ano, também participam
dessas visitas técnicas, sendo que outras
turmas devem ser agendadas a partir de
agosto, na volta às aulas.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28161113&e=577
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10
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 30/07/2019
Em Ribeirão, cemitério público
aguarda zeladoria
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28187244&e=577
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11
Grupo de Comunicação
Veículo: Zero Hora online
Data: 29/07/2019
Empresa gaúcha obtém licença para
projeto de usina termelétrica em SP
Omega Engenharia busca construir
empreendimento na cidade de lins
Leonardo Vieceli
A gaúcha Omega Engenharia conseguiu
avançar um degrau para instalação de usina
termelétrica a gás natural na cidade de Lins,
em São Paulo. Com sede em Porto Alegre, a
empresa obteve na semana passada licença
prévia da Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo (Cetesb). O projeto foi
batizado como UTE Lins.
Agora, a Omega aguarda por leilão de energia,
em outubro, para levar o empreendimento
adiante. O investimento estimado é de US$
1,5 bilhão.
- A licença prévia era necessária para o leilão.
Estamos ajustando o contrato. Passado o
leilão, o prazo para instalação é de seis anos -
diz Carlos Eduardo Trois de Miranda, diretor-
executivo da empresa.
A usina foi projetada com capacidade instalada
de cerca de 2 mil megawatts (MW). Segundo
Miranda, o potencial de geração de energia
pode atender a quatro milhões de famílias.
- A capacidade é grande. O projeto está
localizado junto ao Gasoduto Bolívia-Brasil. A
ideia é aproveitar a oportunidade que está
sendo criada com a abertura do mercado de
gás no Brasil - frisa Miranda.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28163908&e=577
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12
Grupo de Comunicação
Veículo: Cidade Azul Notícias
Data: 29/07/2019
Gaema Piracicaba promove reuniões para
prevenção e controle de incêndios
florestais
Setores e órgãos públicos apresentaram
propostas
Nos últimos dias 25 e 26 de julho, foram
realizadas em Piracicaba reuniões promovidas
pelo Grupo de Atuação Especial do Meio
Ambiente (Gaema) sobre prevenção,
monitoramento e combate a incêndios
florestais, em lavouras de cana-de-açúcar e
em rodovias. A iniciativa é coordenada pela
promotora de Justiça Alexandra Facciolli
Martins e pelo 16º Grupamento do Corpo de
Bombeiros.
Diversos setores e órgão públicos foram
chamados a colaborar, dentre eles a
Coordenadoria de Fiscalização e
Biodiversidade (CFB/ Sima), Fundação
Florestal, Instituto Florestal, Cetesb, Polícia
Militar Ambiental e Escritório de Defesa
Agropecuária de Piracicaba. Os encontros têm
como objetivo a elaboração de estratégias
regionais para a melhoria das medidas de
prevenção, monitoramento e combate aos
incêndios florestais e em lavouras de cana-de-
açúcar na área de abrangência do Gaema
Piracicaba.
Foram discutidas providências para a criação
de redes de apoio regionais de prevenção e
que possam prover respostas mais rápidas e
eficientes. Pretende-se, ainda, por meio da
articulação, otimizar recursos e aperfeiçoar a
comunicação.
A primeira reunião, na manhã do dia 25 de
julho, foi realizada com o setor
sucroenergético. União da Agroindústria
Canavieira (Unica), Associação dos
Fornecedores de Cana de Piracicaba (Afocapi),
Raízen, Grupo Furlan, Usina Ester, USJ Açúcar
e Álcool, entre outras, apresentaram os
compromissos assumidos pela indústria e
associações de fornecedores de cana por meio
do Protocolo Agroambiental Etanol Mais Verde,
que prevê a eliminação da queima como
método de colheita. Além disso, foram
também expostos os esforços adotados para a
manutenção de uma estrutura adequada de
prevenção e de combate rápido aos incêndios.
Na mesma data, no período da tarde, o DER, a
Artesp e as concessionárias de rodovias da
região, como AutoBAn, Centrovias e Intervias,
também compareceram para esclarecer sobre
as ações adotadas, apresentando os dados de
monitoramento e os procedimentos para
atendimento e comunicação.
Em 26 de julho os encontros foram com as
administrações municipais da região, com o
objetivo de verificar a estrutura de
atendimento pela Defesa Civil e a necessidade
de sua adequação para viabilizar a formação
das redes de apoio regionais coordenadas pelo
Corpo de Bombeiros. Também está sendo
estimulada a ampliação das adesões ao
Sistema Estadual de Prevenção e Combate a
Incêndios Florestais - Operação Corta Fogo.
A educação ambiental e a comunicação com a
sociedade sobre a eliminação do uso de fogo e
sobre os riscos de incêndios florestais também
foram apontadas por todos os participantes
como imprescindíveis para o sucesso do
projeto.
Nos dias 30 de julho e 1º de agosto
acontecerão mais encontros. Fazem parte do
Gaema Piracicaba os municípios de Águas de
São Pedro, Americana, Analândia, Capivari,
Charqueada, Cordeirópolis, Corumbataí,
Ipeúna, Iracemápolis, Itirapina, Limeira,
Mombuca, Piracicaba, Rafard, Rio Claro, Rio
das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d'Oeste,
Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra e São
Pedro.
Fonte: Ministério Público de São Paulo
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28167411&e=577
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13
Grupo de Comunicação
Veículo: JE online – São Roque
Data: 29/07/2019
Saneaqua planta mais de 1.600 mudas de
árvores em Mairinque
Assessoria de Imprensa Foto: Divulgação
A Saneaqua, empresa responsável pelos
serviços de água e esgoto de Mairinque,
realizou o plantio de mais de 1.600 mudas de
árvores de espécies nativas da região nas
margens do Ribeirão Varjão, em Mairinque.
A iniciativa tem como objetivo recuperar as
intervenções ambientais geradas pelas obras
de implantação da Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE) do município, promovendo uma
melhoria na qualidade do ar, além de garantir
temperaturas mais agradáveis, diminuição da
poluição sonora e a valorização paisagística.
'A área que margeia o Ribeirão Varjão era um
descampado e se tornou um espaço repleto de
árvores da espécie nativa. Essa transformação
é resultado de um trabalho comprometido com
o bem-estar e a qualidade de vida da
população', diz Alaíde Martins, diretora da
Saneaqua.
O plantio das mudas é resultado do Termo de
Compromisso de Recuperação Ambiental
(TCRA), emitido pela Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo (Cetesb), e torna a
Saneaqua responsável pela recomposição
ecológica da área pelos próximos 20 anos, o
que assegurará que todas as mudas se
desenvolvam da forma correta.
Implantação da Estação de Tratamento de
Esgoto
Em maio, a Saneaqua iniciou as obras para a
implantação da Estação de Tratamento de
Esgoto de Mairinque.Com previsão de início
das operações até junho de 2020, a primeira
etapa do projeto contará com um investimento
de R$ 15 milhões e beneficiará metade da
população do município.
Em caso de dúvidas em relação às obras, a
Saneaqua está à disposição na Central de
Atendimento, que funciona de segunda a
sexta-feira, das 8h às 17h. A empresa
também disponibiliza atendimento 24 horas
por dia no 0800 771 0001.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28176919&e=577
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14
Grupo de Comunicação
Veículo: Metro Jornal
Data: 29/07/2019
Sagui pega 'carona' de 300 quilômetros
escondido em lataria de carro
Um pequeno primata viajou mais de 300
quilômetros no Estado de São Paulo,
escondido entre a roda e a lataria de um
carro. O dono do veículo, um homem de 51
anos, avistou o bichano nesta segunda-feira
(22), e logo acionou a Polícia Militar
Ambiental para o resgate.
O senhor tinha encontrado o animal
anteriormente, em uma estrada de
Tremembé, município do Vale do Paraíba. Em
seguida, iniciou uma viagem de mais de 300
quilômetros até Taubaté, cidade interiorana a
130 quilômetros da capital.
Foi em Taubaté, no bairro Bonfim, que o dono
do carro encontrou o primata, na manhã de
segunda. O sagui parecia ferido, e fugiu após
a aproximação. Segundo relato ao site G1, ele
não havia percebido que o animal estava ali
antes.
O pequeno já foi transportado pela PM
Ambiental para ser examinado e, caso
necessário, receber tratamento adequado.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28155975&e=577
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15
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal de Assis
Data: 30/07/2019
Assis ganhará novo poço profundo para
garantir segurança hídrica futura
http://cloud.boxnet.com.br/y2j3dwe6
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16
Grupo de Comunicação
Veículo: SP no Ar / TV Record
Data: 30/07/2019
Levantamento mostra que 30% da água
tratada em São Paulo é disperdiçada
SP NO AR/RECORDTV/SÃO PAULO Data
Veiculação: 30/07/2019 às 07h58
Duração: 00:03:20
Transcrição
Não há texto a ser exibido.
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17
Grupo de Comunicação
Veículo: ABC Repórter
Data: 30/07/2019
Sabesp e Semasafirmam contrato de
concessão
http://cloud.boxnet.com.br/y2wol4oe
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18
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta de Limeira
Data: 30/07/2019
Vazamento de produto químico mobiliza
agentes de vários órgãos
http://cloud.boxnet.com.br/yy4w6d6r
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19
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: Notícia Já
Data: 30/07/2019
Batizada de Marsha
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28191744&e=577
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20
Grupo de Comunicação
Veículo: O Diário de Mogi
Data: 30/07/2019
Exposição no Sesi de Mogi das Cruzes
debate sobre meio ambiente
A exposição 'Mata Atlântica, Berço das Águas',
do fotógrafo Simão Salomão, está em cartaz
na unidade mogiana do Sesi. A visitação é
gratuita. Neste trabalho, o profissional chama
a atenção para o movimento e a fragilidade da
água, a partir do foco em gotas sobre as
plantas, brotos e galhos.
As 20 fotografias mergulham no bioma da
Mata Atlântica, que detém sete das nove
grandes bacias hidrográficas brasileiras, e
apresentam um registro da região da Serra do
Mar - onde estão localizadas várias nascentes
de rios e mananciais. A mostra é resultado da
iniciativa promovida pelo Instituto
Socioambiental - ISA, na campanha 'De Olho
nos Mananciais', que contou com uma
expedição fotográfica, em julho de 2008, pela
região da Serra do Mar.
Salomão enfatiza o fato de que o
gerenciamento dos recursos hídricos -
extremamente necessários para a manutenção
da vida no planeta - não se restringe apenas
aos governantes e analistas técnicos. Pelo
contrário, abrange toda a população que,
devidamente informada, assume novas
atitudes e hábitos ambientalmente
responsáveis.
O fotógrafo
O paulistano Simão Salomão, tecnólogo por
formação e fotógrafo por vocação, dedica
parte de seu trabalho à documentação de São
Paulo, suas mudanças e permanências.
Entretanto, seu universo de interesses é
amplo: por meio de suas lentes, registra
também as pessoas, a miscigenação e as
diferentes origens do povo brasileiro. Como
fotógrafo profissional, colabora com editoras e
escritórios de arquitetura e design; faz o
registro visual de obras de arte e realiza fotos
institucionais.
Desde 1999, vem participando de exposições
em instituições renomadas, entre elas a FAAP
(Fundação Armando Alvares Penteado) e a
Biblioteca Mário de Andrade. Além do
interesse em registrar singelos retratos,
manifestações culturais e as cenas urbanas,
Salomão dedica-se também a retratar a
natureza, as paisagens e viagens. Foi
selecionado duas vezes no concurso Árvores
da Cidade de São Paulo - em 2010, com a foto
publicada no livro comemorativo dos cinco
anos do concurso - e em 2011.
O endereço do Sesi é Rua Valmet, 171, em
Braz Cubas. O telefone é 4723-6917. A
visitação pode ser feita de segunda a sexta,
das 8 às 20 horas e aos sábados, das 9 às 18
horas.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=28195530&e=577
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21
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 30/07/2019
Pesquisa mira preservação das abelhas
https://s3-sa-east-
1.amazonaws.com/multclipp/arquivos/noticias
/2019/07/30/28187244/28187244_site.jpg
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22
Grupo de Comunicação
Veículo: RMAI
Data: 29/07/2019
Braskem desenvolve primeiro
solvente a partir de fonte renovável
Investimento de cerca R$ 1 milhão contribuiu
para o desenvolvimento da solução a partir da
cana-de-açúcar, que já foi implementada por
clientes da companhia e outros estão em fase
de testes para customização
Comprometida com o desenvolvimento de
soluções sustentáveis e inovadoras, a
Braskem anuncia seu primeiro solvente feito a
partir de fonte renovável. O produto chega
para reforçar o já robusto portfólio de
especialidades químicas da companhia e
atende aplicações em segmentos como tintas,
tíneres e adesivos.
Feito à base de cana-de-açúcar, o HE-70S é
resultado de um investimento de R$ 1 milhão
e da constante busca da Braskem por soluções
sustentáveis. Este novo solvente oxigenado de
origem renovável apresenta menor toxicidade,
além de maior poder de solvência quando
comparado aos solventes hidrocarbônicos
tradicionais. A solução já foi implementada no
processo produtivo de clientes e outros estão
em fase de testes, a fim de customizar o
produto para necessidades específicas de cada
aplicação.
No Brasil, o mercado de solventes
hidrocarbônicos e oxigenados representa cerca
de 700 mil toneladas anualmente. Como uma
das líderes do segmento no país, a Braskem
busca oferecer alternativas para que o setor
cresça de forma sustentável. Na visão
estratégica da companhia em prol da Química
Verde, os bioprodutos podem ser utilizados
como ferramenta de captura de carbono,
contribuindo para a redução na emissão de
gases do efeito estufa.
“O foco da nossa atuação é oferecer aos
clientes a possibilidade de inovar e se destacar
no setor. Procuramos manter uma relação
próxima a fim de entender os desafios e
atender da melhor forma as demandas,
inclusive, por meio da customização de
soluções que possam contribuir com a
performance no mercado”, explica Cláudia
Madrid, responsável comercial pelo Negócio de
Solventes da Braskem.
O solvente HE-70S é o primeiro produto
desenvolvido pelo Laboratório de Solventes,
inaugurado pela Braskem em 2018, no Polo
Petroquímico do Grande ABC (SP). “Desde a
inauguração, avançamos em pesquisas que já
vinham sendo desenvolvidas internamente e
chegamos a esse novo produto, contemplando
uma parte importante da cadeia de valor”,
complementa Claudia.
http://rmai.com.br/braskem-desenvolve-
primeiro-solvente-partir-de-fonte-renovavel/
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23
Grupo de Comunicação
Veículo: Revista Fapesp
Data: 07/2019
Barbeiros chegam à Grande São Paulo
Carlos Fioravanti
Nos últimos cinco anos, equipes da
Superintendência de Controle de Endemias
(Sucen) encontraram 135 insetos
transmissores do protozoário causador da
doença de Chagas em municípios da Grande
São Paulo. Desses, 30,8% estavam infectados.
Por enquanto, o risco de contaminação é
pequeno. Ainda não há casos da enfermidade
registrados em seres humanos, mas as
análises de laboratório na Sucen indicaram
que os insetos capturados, conhecidos como
barbeiro, alimentaram-se de sangue humano e
de animais, como aves, roedores, gambás,
cães e gatos. “Precisamos ficar atentos para
evitar a transmissão para pessoas”, alerta o
biólogo Rubens Antonio da Silva, pesquisador
científico e coordenador técnico do programa
de controle de doença de Chagas da
superintendência.
Ao identificar um barbeiro em Pirapora do Bom
Jesus, a 61 quilômetros (km) da cidade de
São Paulo, e outro em Taboão da Serra, a 18
km da capital, em 2015, Silva e sua equipe
pensaram que poderia se tratar de episódios
esporádicos. A conclusão se desfez quando
atenderam outros chamados de moradores de
Taboão da Serra nos anos seguintes e, em
2018, também de Carapicuíba, Embu das
Artes, Itapecerica da Serra e bairros da zona
oeste de São Paulo. Em 2019, Juquitiba e
Santana de Parnaíba reforçaram a lista de
municípios com relatos de barbeiros.
Em Carapicuíba, os pesquisadores
identificaram colônias com 57 insetos vivendo
em ninhos de gambás no telhado de três casas
de condomínios cercados por matas – nenhum
deles estava infectado. Em Taboão da Serra,
porém, 47% dos barbeiros estavam infectados
com Trypanosoma cruzi, o protozoário
causador da doença de Chagas. Em uma casa
em Embu das Artes, havia fêmeas com ovos
embaixo do colchão sobre o qual dormiam os
moradores, que não foram contaminados, de
acordo com os exames feitos até agora.
Enquanto cresce pela primeira vez na Região
Metropolitana de São Paulo, a população de
barbeiros tem caído no interior do estado: o
total de insetos capturados diminuiu de cerca
de 6 mil em 2007 para aproximadamente 2
mil em 2018, como Silva descreve em um
artigo publicado em abril de 2019 na revista
Brazilian Journal of Health Review. De acordo
com o Ministério da Saúde, o estado de São
Paulo registrou apenas um caso novo de
pessoa com doença de Chagas em 2016 e dois
em 2017. Nesses dois anos, o número de
casos novos passou de 20 para 320 no Pará e
de 3 para 24 no Amapá, estados que
concentram a maioria dos relatos.
Em 2006, o Brasil recebeu da Organização
Mundial da Saúde (OMS) certificação
internacional por ter praticamente eliminado o
barbeiro Triatoma infestans, a principal
espécie transmissora da doença, hoje restrita
a regiões da Bahia e do Rio Grande do Sul. No
entanto, em consequência da intensa
transmissão até meados do século XX, estima-
se que entre 1,2 milhão e 4,6 milhões de
pessoas no Brasil tenham a forma crônica da
doença de Chagas, com cerca de 6 mil mortes
por ano, principalmente por insuficiência
cardíaca, que afeta cerca de 30% das pessoas
com o parasita, de acordo com a OMS.
24
Grupo de Comunicação
Atualmente a espécie de barbeiro que mais
preocupa é Panstrongylus megistus, por ser
capaz de viver tanto em matas quanto em
espaços domésticos. P. megistus tem o corpo
marrom com manchas vermelhas e 2,5 a 4
centímetros de comprimento. Atraído pela luz,
o inseto pode entrar nas casas por portas ou
janelas abertas. Os barbeiros se infectam com
T. cruzi ao se alimentarem do sangue de
animais que o abrigam sem desenvolver a
doença, os chamados reservatórios naturais,
como gambás, morcegos, tatus, macacos,
preguiças, pacas, capivaras, cães e gatos.
Até agora os registros de P. megistus na
região metropolitana paulistana eram
esparsos. De 1999 a 2017, 15 exemplares
foram capturados na cidade de São Paulo.
Apenas dois insetos foram examinados: o
coletado em 2011 no Jabaquara, zona sul,
estava infectado com T. cruzi, e o de 2014 no
Sacomã, na região sudeste, não tinha o
parasita, de acordo com um levantamento
realizado pelo biólogo Walter Ceretti Junior, da
Faculdade de Saúde Pública da USP, publicado
em julho de 2018 na Revista do Instituto de
Medicina Tropical de São Paulo. “Com o
desmatamento, roedores e gambás
aproximam-se das casas em busca de abrigo e
alimento”, diz Ceretti Júnior. “A possibilidade
de a transmissão do parasita sair do ciclo
silvestre e se expandir para áreas urbanas é
no mínimo preocupante”, diz o médico
epidemiologista Guilherme Werneck, professor
da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ).
Em 2018 e 2019, as equipes da Sucen
registraram P. megistus em áreas próximas a
matas de quatro bairros da zona oeste da
capital: Jardim Amaralina, Cohab Raposo
Tavares, Jardim Esmeralda e Butantã.
Examinando os locais de ocorrência de
barbeiros nos últimos anos, concluíram que os
insetos podem estar se movendo,
aproveitando conexões de matas e parques, a
partir da região entre as rodovias Régis
Bittencourt e Raposo Tavares. “Se de fato
houver uma expansão territorial dos insetos
transmissores, a situação tende a se agravar”,
comenta Silva. Segundo ele, se a hipótese
estiver correta, como os insetos se
reproduzem mais intensamente no verão, no
final de 2019 os moradores de bairros da zona
norte como o Tucuruvi, perto do Parque da
Cantareira, e da zona sul, próximos ao
zoológico de São Paulo, devem encontrar
insetos perto ou dentro de suas casas. O plano
de ação da Sucen inclui comunicação com os
moradores de Cotia, Osasco, São Bernardo do
Campo, Santo André e Ribeirão Pires,
possíveis áreas vulneráveis.
O parasita é transmitido principalmente por
meio de alimentos ou bebidas contaminados
com fezes dos insetos
“Temos de evitar a formação de colônias,
como em Araçatuba”, comenta Silva. Em
2017, foram coletados 565 adultos e 1.183
ninfas de barbeiros da espécie Rhodnius
neglectus em dezenas de palmeiras das ruas e
praças dessa cidade do noroeste do estado de
São Paulo. Segundo ele, embora os barbeiros
não estejam infectados, o que se teme é que
um gambá contaminado, por exemplo, escale
as palmeiras em busca de ovos das maritacas
e transmita o parasita aos insetos. “A
identificação de barbeiros em áreas urbanas
reforça a necessidade de alertarmos para o
risco, ainda que pequeno, de transmissão para
seres humanos”, comenta o biólogo José
Eduardo Tolezano, diretor do Centro de
Parasitologia do Instituto Adolfo Lutz (IAL).
A chamada transmissão vetorial, por meio dos
insetos infectados pelos protozoários, hoje
responde por 9% dos casos humanos
registrados no país pelo Ministério da Saúde.
Em 18% das ocorrências, a forma de
transmissão do parasita não é identificada.
Predomina atualmente a transmissão oral
(72%), por meio do consumo de alimentos ou
bebidas com fezes dos insetos contaminadas
com o parasita. Em abril deste ano, um estudo
da Fundação de Medicina Tropical, publicado
na Emerging Infectious Diseases, relatou 10
25
Grupo de Comunicação
casos de pessoas que apresentaram os
sintomas iniciais da doença de Chagas – febre,
dor de cabeça e fraqueza – depois de terem
tomado suco de açaí contaminado com T.
cruzi, em 2017 e 2018.
Também em abril deste ano, foi relatado um
episódio de origem ainda incerta. De um grupo
de 77 pessoas que participou de um retiro
religioso durante a Semana Santa, em
Ibimirim, no sertão pernambucano, 31 foram
diagnosticadas com doença de Chagas,
contraída possivelmente por alimento ou
bebida contaminada. Elas começaram a ser
tratadas com o medicamento benznidazol,
eficaz no controle da fase aguda da doença,
mas com fortes efeitos colaterais, como
reações alérgicas cutâneas, enjoos e vômitos.
Artigos científicos
SILVA, R. A. de. Estado atual da vigilância
entomológica da doença de Chagas no estado
de São Paulo. Brazilian Journal of Health
Review. v. 2, n. 2, p. 742-55. mar.-abr. 2019.
CERETTI JÚNIOR, W. et al. Occurrences of
triatomines (Hemiptera: Reduviidae) and first
reports of Panstrongylus geniculatus in urban
environments in the city of São Paulo, Brazil.
Revista do Instituto de Medicina Tropical de
São Paulo. v. 60, p. e33. 19 jul. 2018.
SANTANA R. A. G. et al. Oral Transmission of
Trypanosoma cruzi, Brazilian Amazon.
Emerging Infectious Diseases. v. 25, n. 1, p.
132-5. jan. 2019.
https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/07/10/
barbeiros-chegam-a-grande-sao-paulo/
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Data: 30/07/2019
26
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Guedes quer proibir que estados usem
verba do petróleo para bancar servidor
Recursos foram prometidos a governadores para
facilitar aprovação da reforma da Previdência
Bernardo Caram
BRASÍLIA
Diante da promessa do ministro da Economia,
Paulo Guedes, de distribuir recursos aos estados
após a aprovação da reforma da Previdência, o
governo estuda criar travas para impedir que
governadores direcionem as verbas para
finalidades consideradas inadequadas.
Membros do Ministério da Economia afirmaram à
Folha que a pasta avalia enviar uma proposta ao
Congresso neste semestre para vedar
determinados tipos de gasto.
O foco principal é impedir que os novos recursos,
provenientes da exploração de petróleo, sejam
consumidos com a folha de pagamentos de
servidores públicos estaduais.
A regra proibiria os governadores de direcionar
os valores para pagamento de salários,
concessão de reajustes e ampliação de
benefícios.
Desde a apresentação da proposta de reforma
das regras de aposentadoria, Guedes disse mais
de uma vez que ampliaria os repasses aos
estados caso a medida fosse aprovada no
Legislativo.
O ministro já chegou a afirmar que pretendia
destinar a governos estaduais e municipais até
70% do Fundo Social, composto por recursos de
exploração de petróleo e hoje de uso exclusivo
da União.
Em abril, Guedes também disse que, após a
aprovação da nova Previdência, o governo
repassaria até R$ 6 bilhões a estados como
forma de antecipar a arrecadação do megaleilão
de petróleo do pré-sal, agendado para o fim
deste ano. No certame, o governo espera receber
R$ 106 bilhões pela assinatura do contrato.
A reforma da Previdência foi aprovada em
primeiro turno na Câmara com larga vantagem
de votos favoráveis. Após o retorno do recesso
parlamentar, em agosto, o texto passará por
votação em segundo turno na Câmara, antes de
ser enviado para o Senado.
Técnicos do ministério defendem a criação das
travas antes da liberação dos recursos aos
estados. O argumento é que as receitas de
petróleo são variáveis, sujeitas a flutuações na
produção e nos valores do dólar e do barril.
O gasto com salário de servidores, por sua vez, é
permanente. Por isso, defendem que o dinheiro
não seja usado para essa finalidade.
O exemplo prático de que não é possível contar
com a regularidade desses recursos é visto no
governo federal, que teve de reduzir em mais de
R$ 8 bilhões as projeções de arrecadação
vinculada à exploração de petróleo em 2019 em
relação ao que estava previsto no Orçamento. O
movimento se deu em razão das variações do
mercado e da redução de quase 13% no preço
médio do barril de petróleo.
A discussão, considerada delicada pela equipe
econômica, deve ser feita com a participação do
Congresso, de governadores e do STF (Supremo
Tribunal Federal).
Para criar as exigências, é necessário aprovar
alterações legais no Congresso. Ainda não há
definição sobre a possibilidade de aproveitar
algum projeto que já está em tramitação ou se
será necessário apresentar um novo texto.
A medida pode envolver alterações na
Constituição, o que exigiria um número maior de
votos para ser aprovada. A depender da
tramitação no Legislativo, os repasses poderiam
atrasar.
Outra proposta em avaliação na pasta e que
pode ser levada ao debate no Congresso
simultaneamente pretende dar mais poder aos
governadores para cortar recursos de outros
Poderes.
Hoje, a União pode contingenciar verbas do
Legislativo e do Judiciário em casos de aperto no
Orçamento. A ideia é ampliar essa possibilidade
para os governos regionais, que só conseguem
bloquear recursos do Executivo, e não dos outros
Poderes.
O governo também tenta impedir que
governadores concedam reajustes que
provoquem impacto fora de seus mandatos.
Atualmente, os gestores podem dar aumentos
Data: 30/07/2019
27
Grupo de Comunicação
parcelados em períodos que extrapolam o
mandato.
Essa trava foi incluída no Plano de Promoção de
Equilíbrio Fiscal, programa que visa antecipar a
liberação de recursos a estados após a aplicação
de medidas de ajuste nas contas. O projeto foi
enviado ao Congresso e depende de análise dos
parlamentares.
A avaliação de técnicos do Ministério da
Economia é que os estados precisam avançar na
gestão de pessoal.
Relatório divulgado em junho pelo Tesouro
Nacional mostra que a maioria dos estados se
aproxima do limite de gasto com pessoal
estabelecido na legislação.
A Lei de Responsabilidade Fiscal define que o
patamar máximo para despesa com servidores
nos Executivos estaduais é de 49% da
arrecadação. Minas, Mato Grosso, Tocantins,
Amazonas e Paraíba estão descumprindo a regra.
A norma determina que medidas de correção de
rumo sejam adotadas para que os entes
retornem ao patamar regular em até oito meses.
O descumprimento pode gerar punições como a
suspensão de transferências do governo federal,
de garantias da União e de empréstimos.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/07
/guedes-quer-proibir-que-estados-usem-verba-
do-petroleo-para-bancar-servidor.shtml
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Data: 30/07/2019
28
Grupo de Comunicação
Após abastecimento e problemas técnicos,
navio iraniano deixa o Brasil
Petrobras se recusava a abastecer embarcações
por temor de sanções dos EUA
SÃO PAULO | REUTERS
A embarcação iraniana Bavand, um dos navios
envolvidos no impasse jurídico sobre o
abastecimento pela Petrobras, deixou o porto de
Paranaguá, no Paraná, nesta segunda-feira (29).
A segunda embarcação, chamada Termeh, já
havia partido no início da tarde de sábado (27)
para Imbituba (SC), onde está sendo carregada
com 60 mil toneladas de milho antes do retorno
ao Irã.
Os navios ficaram mais de 50 dias parados no
porto de Paranaguá depois que a Petrobras se
recusou a vender combustível para abastecer as
embarcações. A estatal alegou que ambos
estavam na lista de empresas sancionadas pelos
Estados Unidos e temia ser penalizada pelos
americanos.
O impasse sobre o abastecimento só chegou ao
fim na noite da última quarta-feira (24), quando
o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal),
Dias Toffoli, determinou que a Petrobras
fornecesse o combustível.
Após o abastecimento dos navios no sábado
(27), o Bavand apresentou problemas técnicos,
causados, segundo pessoas próximas ao assunto
ouvidas pela Folha, por falta de combustível por
tempo prolongado.
As embarcações vieram ao Brasil com
carregamento de ureia e retornarão com cerca de
100 mil toneladas de milho. O Irã é um dos
maiores compradores da produção brasileira da
commodity.
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/07/
apos-abastecimento-e-problemas-tecnicos-navio-
iraniano-deixa-o-brasil.shtml
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Data: 30/07/2019
29
Grupo de Comunicação
Painel: Chocados com retórica de Bolsonaro,
congressistas discutem podar MPs e
decretos do presidente
Sem asas para cobra
A ofensa disparada por Jair Bolsonaro ao
presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, chocou a
elite do Congresso e do Judiciário. Líderes e
dirigentes de partidos dizem que os arroubos
retóricos estão em escalada e pregam uma
reação do Parlamento. Além da condenação dos
destemperos verbais, deputados passaram a
defender que o Congresso avalie extinguir a
figura das medidas provisórias e derrubar todo
decreto em que o capitão exorbitar de suas
funções, independentemente do conteúdo.
Serial
O deputado Marcelo Ramos (PL-AM), por
exemplo, vê no excesso de medidas provisórias e
decretos um método para burlar o Parlamento.
“Defendo que a gente reaja a todo e qualquer
decreto que extrapole a prerrogativa do
presidente”, afirma.
Serial 2 “
O problema não é só de conteúdo, a prática de
passar por cima do Congresso é que é grave”,
conclui.
Limite
Ministros do STF se solidarizaram com o
presidente da OAB e trataram a fala de Bolsonaro
como especialmente infeliz. “Faz troça da dor
alheia, algo inaceitável”. Ele disse que poderia
contar o que aconteceu com o pai de Santa Cruz,
preso pela ditadura e desaparecido desde então.
Diga
Familiares de Fernando Santa Cruz —pai de
Felipe cujo corpo jamais foi encontrado— vão
pedir à Comissão Interamericana de Direitos
Humanos que se manifeste sobre a fala de
Bolsonaro. Ocultação de cadáver é crime
permanente. Logo, dizem, se o presidente sabe
de algo, deve falar.
Para todos
A Comissão Especial sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos enviou ofício à
Presidência no qual solicita agenda com o
presidente ou um porta-voz que possa repassar
ao grupo as informações que ele disse ter não só
sobre o pai de Santa Cruz, mas sobre o paradeiro
de corpos buscados por mais de 130 famílias.
Pessoal
Neto de Mário Covas (1930-2001), que teve os
direitos políticos cassados pela ditadura, o
prefeito de SP, Bruno Covas (PSDB), repudiou o
discurso de Bolsonaro. “Absurdo, inaceitável,
incompatível com a República democrática”,
afirmou.
Pessoal 2
“O presidente precisa falar menos e governar
mais. A sociedade não vai tolerar posturas
antidemocráticas e gestos de intolerância. Como
advogado, me solidarizo com a OAB; como
cidadão me indigna comportamento que vai
contra o processo civilizatório”, disse.
Tiro, porrada…
O senador Major Olímpio (PSL-SP) entrou com
representação no comitê de ética do partido
contra Alexandre Frota (PSL-SP). Ele diz que vai
processar o deputado por danos morais. Motivo:
uma série de tuítes publicados na semana
passada.
…e bomba
Neles, Frota diz que o senador instalou “uma
milícia de ex-PMs” no PSL. Sobre a pressão de
Olímpio, o deputado diz que mostrará que ele e a
deputada Joice Hasselman (PSL-SP), sua aliada,
não estão isolados no partido.
Como está, fica
Cogitada para agradar Bolsonaro, a mudança de
nome do PSL é descartada com veemência por
Luciano Bivar (PE), dirigente nacional da legenda.
Ele argumenta que a sigla “não muda ao sabor
dos eventos”.
Comigo não
Dirigentes do Cidadania negam ter feito qualquer
conversa sobre 2020 com o ex-governador de SP
Márcio França (PSB). Em nota, a legenda afirmou
que, “se conversou com alguém da direção do
Cidadania, França conversou com a ‘direção’
errada”.
Menos é menos
Assim como Bolsonaro, a ministra Damares Alves
(Direitos Humanos) minimizou a denúncia de que
garimpeiros tomaram a terra indígena Waiãpi, no
Amapá. A ministra contou, inclusive, ter recebido
mensagem de prefeita da região pedindo
desculpas por ter “exagerado” no pedido de
ajuda federal.
Cabelo em pé
A condução das negociações com caminhoneiros
tem deixado empresários inquietos. Além do
Data: 30/07/2019
30
Grupo de Comunicação
tabelamento do frete, dizem, o ministro Tarcísio
Freitas (Infraestrutura) debate pactuar margem
de lucro e cota obrigatória de contratação de
autônomos. Há críticas a “medidas
intervencionistas” e que possam dar margem à
caracterização de cartel.
Visita à Folha
José Renato Nalini, presidente da Academia
Paulista de Letras, visitou a Folha nesta segunda
(29).
TIROTEIO
Fala desumana e ainda mais lamentável porque
veio de quem deve dar exemplo de respeito à
democracia e às instituições
De Fernando Mendes, da Ajufe, sobre Bolsonaro
ter dito que poderia contar como o pai do
presidente da OAB desapareceu na ditadura
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/07/30/c
hocados-com-retorica-de-bolsonaro-
congressistas-discutem-podar-mps-e-decretos-
do-presidente/
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Data: 30/07/2019
31
Grupo de Comunicação
Sob Bolsonaro, multas contra
desmatamento caem 23%
Especialistas apontam retórica anti-Ibama do
presidente e o enfraquecimento de fiscalização
como razões
Rubens Valente
BRASÍLIA
Levantamento feito pela Folha no sistema público
de registros de multas do Ibama mostra que o
número de multas por crimes contra a flora caiu
23% nos seis primeiros meses do governo
Bolsonaro, na comparação com a média
registrada no mesmo período nos últimos cinco
anos, o que inclui os governos Dilma Rousseff
(PT) e Michel Temer (MDB).
Entre janeiro e junho de 2019, foram 5.826
autuações. O ano com menos autuações dessa
série, nesse mesmo período, até então era 2017,
sob Temer, quando as multas somaram 7.051
(17% a mais do que em 2019).
Crimes contra a flora compreendem
desmatamento comércio de madeira, incêndios,
entre outros.
Especialistas explicam a queda nas infrações
registradas a partir da retórica anti-Ibama de Jair
Bolsonaro, que disse haver uma suposta “festa
de multas” e desestimulou os fiscais, da
diminuição das ações de fiscalização; de
declarações negativas do governo sobre
operações e até da reforma da Previdência, que
gerou expectativa de aumento dos pedidos de
aposentadoria no órgão.
Recentemente o presidente disse não ter
confiança nos dados de obtidos pelo Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e que
apontam um aumento do desmatamento em
relação ao último ano.
Outro motivo para explicar a queda das
autuações seria a chegada de gestores sem
experiência —alguns novos ocupantes de cargos
de chefia do Ibama são militares e policiais
militares que não teriam conhecimento do
sistema de fiscalização ambiental.
A ex-presidente do Ibama Suely Araújo disse que
além de assegurar o orçamento para fiscalização,
o governo precisa reverter “o discurso de crítica
às ações, que gera reflexos na motivação da
equipe”. Sobre a Amazônia, ela disse que há
indicativos preocupantes do Deter, sistema de
alertas sobre degradação florestal.
“O controle do desmatamento requer não apenas
comando e controle, mas também
desenvolvimento regional, regularização fundiária
e um conjunto de políticas públicas. Mas
fiscalização sempre será um componente
necessário nesse conjunto, assim como a
transparência dos dados e o controle social das
ações governamentais.”
Carlos Rittl, do Observatório do Clima, disse que
dados obtidos por meio da Lei de Acesso à
Informação apontam uma queda de 58% nas
operações de fiscalização realizadas pelo Ibama
até abril deste ano, na comparação com o
mesmo período do ano passado. Na Amazônia, a
queda nas operações foi de 70%.
“A isso se soma um vazio administrativo absurdo.
Das 27 superintendências estaduais do Ibama,
19 não têm um novo superintendente”, diz.
Segundo dados obtidos pela ONG, o
desmatamento de junho seria o mais alto desde
2015.
“Bolsonaro foi eleito com uma agenda
antiambiental, com discursos de ataque aos
órgãos ambientais. Ele e Ricardo Salles [ministro
do Meio Ambiente] constrangem os órgãos e
agentes de fiscalização ambiental. As mensagens
Data: 30/07/2019
32
Grupo de Comunicação
de tolerância aos crimes ambientais são muito
fortes”, diz Ritll.
O governo iniciou um “novo Deter”, exclusivo
para o cerrado, o que, em tese deveria elevar as
ações e autuações. “O governo tem dado sinais
de que isso não é prioridade e, pelo contrário,
sempre que há alguma ação, há uma reversão
dela pelo próprio governo”, diz Tasso Azevedo,
coordenador-geral do MapBiomas, uma iniciativa
do Seeg/OC (Sistema de Estimativas de Emissões
de Gases de Efeito Estufa do Observatório do
Clima) produzida por uma rede colaborativa de
ONGs, universidades e empresas de tecnologia.
A Folha procurou o Ibama e o MMA na última
terça (23), mas não houve resposta até o
fechamento desta edição. Desde o início do
governo Bolsonaro, a assessoria de comunicação
do Ibama é desautorizada a manter contato com
a imprensa —todas as dúvidas devem ser
direcionadas à Comunicação Social do MMA,
chefiada pelo capitão da reserva do Exército
Pallemberg Pinto de Aquino.
Além do email, a Folha telefonou na manhã de
sexta (26) para falar com Aquino, mas a
assessoria disse que ele estava em agenda
externa.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
7/sob-bolsonaro-multas-contra-desmatamento-
caem-23.shtml
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Data: 30/07/2019
33
Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Ação de hacker contra
Bolsonaro segue como dúvida no Planalto
Informação de que o celular do presidente foi
alvo de ataque não convenceu parte do núcleo do
governo
A informação de que o celular de Jair Bolsonaro
foi hackeado não convenceu parte do núcleo duro
do governo federal.
VER E CRER
Assessores do presidente ainda duvidam que isso
tenha ocorrido, apesar da nota divulgada pelo
Ministério da Justiça, comandado por Sergio
Moro.
O presidente Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro - Pedro
Ladeira/Folhapress
LINHA DIRETA
Uma das razões para a descrença é que as
comunicações entre Bolsonaro e essas pessoas
nunca sofreram interferência nem o presidente
se queixou de qualquer anormalidade.
NADA DISSO
Já o hacker Walter Delgatti Neto declarou à
Polícia Federal que invadiu os celulares de
diversas autoridades —mas nenhuma do atual
governo federal.
PONTO FINAL
O The Intercept Brasil desmente os rumores de
que tem em seus arquivos diálogos de
magistrados do STF (Supremo Tribunal Federal).
“O Intercept não tem conversas extraídas de
Telegram de ministros”, diz o site.
PONTO INICIAL
As versões surgiram depois que Moro disse ao
STF que um dos magistrados havia sido alvo dos
hackers.
LUTO
Os restos mortais de Fernando Santa Cruz, pai
do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, podem
estar entre os de outros desaparecidos
encontrados na vala de Perus. As identificações
ainda não foram concluídas.
LUTO 2
O caso voltou à tona depois que Bolsonaro, ao
atacar a OAB, afirmou que sabe como Santa Cruz
foi morto.
CHUMBO
E a Comissão Especial Sobre Mortos e
Desaparecidos, presidida pela procuradora
regional Eugênia Augusta Gonzaga, pode acionar
o Congresso para que Bolsonaro dê explicações
sobre as afirmações.
POSITIVO
O governador João Doria, de SP, autorizou
pessoalmente que a PM usasse um de seus
helicópteros Águia
para transportar o ex-governador Alberto
Goldman (PSDB-SP) de São José dos Campos a
São Paulo no fim de semana. Ele teve uma queda
de pressão arterial.
NO PASSADO
Doria e Goldman protagonizaram
desentendimentos públicos de alta voltagem no
ano passado.
RETROSPECTIVA
O presidente da Fundação Bienal SP, José
Olympio Pereira, e sua mulher, Andrea Pereira,
foram à inauguração da exposição
“Estranhamente Comum”, do artista Marepe, no
sábado (27), na Pina Estação. O diretor de
relações institucionais da Pinacoteca, Paulo
Vicelli, o diretor-geral do museu, Jochen Volz, o
presidente da Japan House SP, Marcelo Araujo, e
a artista Marcia Pastore compareceram.
NO LUCRO
O Festival de Inverno de Campos do Jordão, que
terminou no domingo (28), custou R$ 7,8
milhões —mas teve impacto de R$ 131 milhões
na economia de SP. Os números são de um
estudo da FGV encomendados pela Secretaria de
Cultura do Estado e pela Fundação Osesp.
SINFONIA
O trabalho mostra ainda que foram gerados
1.844 postos de trabalho e arrecadados R$ 17
milhões em impostos. Dos 674 mil turistas que
estiveram na cidade, 34,6% dizem que a
principal motivação era o festival.
DÁ CERTO
“É mais uma demonstração clara de como o
investimento em cultura produz desenvolvimento
econômico e fortalece o turismo”, diz o secretário
Sérgio Sá Leitão.
BIS
Para “celebrar”, diz ele, o governo realizará no
próximo domingo, no parque do Ibirapuera, o bis
Data: 30/07/2019
34
Grupo de Comunicação
do concerto que reuniu a Orquestra Jazz
Sinfônica e o músico Carlinhos Brown.
SOPRANDO VELINHAS
Os atores Sérgio Mamberti e Duda Mamberti
foram ao aniversário da consultora de arte
Bianca Cutait, filha do médico Raul Cutait e da
artista plástica Márcia Cutait. A festa ocorreu em
São Paulo, no sábado (27). A fotógrafa Vania
Toledo também esteve lá.
SINAL
O Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ)
protocolou uma ação civil pública pedindo a
anulação da portaria do governo federal que
fundiu TV Brasil e a TV NBR.
CRUZADO
O MPF diz que com a fusão “constatou-se a
inclusão indevida de programações tipicamente
estatais e de interesse dos atuais ocupantes do
Poder Executivo no canal público federal, a TV
Brasil”. “E o que é mais grave: sem que o
telespectador-cidadão possa distinguir com
clareza”, emenda.
CRUZADO 2
O órgão aponta que a TV Brasil tem como função
conteúdo informativo de natureza não estatal,
enquanto a TV NBR é o canal de promoção do
governo federal.
REDE
O Fundo Social de São Paulo vai lançar na
semana que vem o site SOS Mulher, que reunirá
informações sobre segurança, saúde e
independência financeira para mulheres em
situação de vulnerabilidade social.
REDE 2
A plataforma será atualizada diariamente com
vídeos informativos de cerca de um minuto de
duração gravados por especialistas como
delegadas, promotoras, juízas, médicas,
psicólogas e economistas.
NOVA CARA
O artista visual Pazé desenvolveu projetos que
criam parques em quatro cemitérios de São
Paulo: Araçá, Vila Nova Cachoeirinha, Vila
Formosa e São Pedro. Eles serão expostos na
mostra “Jardim do Tempo”, que abre no dia 17
de agosto no Centro Cultural Banco do Brasil, em
SP.
CURTO-CIRCUITO
A MIXED faz brunch para apresentar nova
coleção. Nesta terça (30), às 11h.
A vinícola Concha y Toro lança dois rótulos nesta
terça (30) com jantar no Terraço Italia.
Jorge Vercillo faz show nesta terça (30) no
Teatro Porto Seguro. Às 21h.
O Club Athletico Paulistano apresenta a peça “O
Que Mais Você quer de Mim?”. Nesta terça (30),
às 21h.
com Bruna Narcizo, Bruno B. Soraggi, Victoria
Azevedo E Gabriel Rigoni
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/07/acao-de-hacker-contra-
bolsonaro-segue-como-duvida-no-planalto.shtml
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Data: 30/07/2019
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Grupo de Comunicação
O mistério das jararacas que abandonaram
o chão e agora vivem em árvores na
Amazônia
Todos os anos, na época das cheias, jararacas da
espécie Bothrops atrox se concentram no alto
das árvores - Divulgação/BBC News Brasil
BBC News Brasil
EVANILDO DA SILVEIRA
SÃO PAULO
Um fenômeno que vem ocorrendo com cobras
nas várzeas alagáveis da floresta amazônica, na
região de Santarém, no Pará, está intrigando os
cientistas. Todos os anos, na época das cheias,
de fevereiro a julho, um número grande de
jararacas da espécie Bothrops atrox se concentra
no alto das árvores e em tufos de capim que
ficam acima da linha d'água – às vezes, até três
em uma única planta.
Além da concentração, também chamou a
atenção dos cientistas o fato de que esses
ofídios, que são terrícolas, ou seja, vivem no
solo, estão passando por mudanças morfológicas
para viver nas árvores. Ou seja, elas podem
estar se transformando em outra espécie e,
assim, se diferenciando das suas irmãs que
vivem nas regiões de terra firme da floresta, que
raramente alagam. É a evolução, descoberta por
Charles Darwin, acontecendo a olhos vistos.
A densidade dos animais nas árvores é tão
grande quanto a que até agora só era encontrada
em ilhas isoladas, sem predadores, como a de
Queimada Grande, conhecida como Ilha das
Cobras, no litoral de São Paulo. O local se
destaca por ter a segunda maior concentração
desses répteis por área no mundo: cerca de 45
por hectare.
Segundo o pesquisador Rafael de Fraga, da
Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA),
jararacas atrox são venenosas e responsáveis
por mais de 90% das picadas em pessoas no
norte do Brasil.
"Nas comunidades que visitamos, já houve
acidentes que resultaram em morte de
moradores", conta. "Por isso, eles enxergam as
cobras aglomeradas como um perigo em
potencial. Ainda mais pelo fato de que existem
sérias restrições logísticas para que os
comunitários tenham acesso ao soro antiofídico e
ao tratamento hospitalar adequado no caso de
ataques."
Para se livrar das cobras, os moradores partiram
então para uma ação preventiva: todos os anos,
durante a cheia dos rios, se organizam para
caçá-las. Grupos saem em canoas capturando
jararacas, com ajuda de alguns herpetólogos.
"Antes da participação desses profissionais, os
comunitários matavam a maioria das que
capturavam, mas atualmente eles doam grande
parte para coleções científicas e criação em
cativeiro para obtenção de veneno", explica
Fraga.
"Ele é necessário para produção de soro
antiofídico, mas também faz parte de alguns
medicamentos, como os usados para tratar
pressão alta, por exemplo."
MUDANDO O CORPO
De um ponto de vista científico, a aglomeração
sazonal de cobras sobre as árvores fez com que
os cientistas levantassem a hipótese de que, se
jararacas da região estão se tornando arborícolas
durante as cheias, então elas devem ser
morfologicamente diferentes das suas irmãs de
terra firme. A questão foi estudada pela bióloga
Ana Maria Coelho, durante sua dissertação de
mestrado, apresentada na UFOPA.
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Grupo de Comunicação
Ela explica que, embora filhotes de jararacas
tenham maior capacidade de subir e caçar em
árvores que adultos, a espécie atrox é
considerada como principalmente terrícola.
"Habilidade para escalar depende de uma série
de características morfológicas, sem as quais
alguns processos fisiológicos, principalmente
aqueles dependentes da circulação sanguínea,
entram em colapso devido à aceleração da força
da gravidade", diz Ana Maria.
Fraga lembra que cobras possuem corpo
cilíndrico, que é bastante sensível à aceleração
da força da gravidade durante movimentos de
escalada. Além disso, quando elas estão em
posição vertical para subir nas árvores, órgãos
vitais como o cérebro podem deixar de receber
irrigação sanguínea se o corpo for pouco
adaptado.
"Para compensar esse problema, as arborícolas
possuem caudas compridas, com vasos
sanguíneos longos, e baixa relação entre massa e
comprimento do corpo, o que significa que são
esguias", explica.
A principal hipótese dos cientistas para explicar
as alterações morfológicas pelas quais as atrox
estão passando está fundamentada na evolução
biológica por seleção natural de Darwin.
"De modo geral, testamos a hipótese de que a
pressão seletiva imposta pelo habitat está
eliminando jararacas menos aptas a escalar as
árvores para dormir, caçar e reproduzir", explica
Fraga.
De modo geral, a pesquisa a comprovou. "As
diferenças morfológica que nós observamos são
diretamente associadas à vida sobre as árvores",
diz Fraga.
"Jararacas de florestas alagáveis de várzea
possuem de fato caudas mais longas e corpos
mais esguios que as de florestas de terra firme.
Essas características tornam-nas habilitadas para
escalar e se deslocar por sobre as árvores, sem
que isso cause problemas fisiológicos,
especialmente processos de colapso no sistema
circulatório."
COBRA MACHO
Além disso, os pesquisadores observaram que as
jararacas de florestas de várzea possuem
cabeças maiores, o que indica um processo de
adaptação para caçar presas específicas desses
ambientes, que são diferentes daquelas
encontradas em terra firme.
"Interessantemente, as diferenças morfológicas
entre florestas de terra firme e várzea não são
homogêneas entre machos e fêmeas", revela
Fraga. "Isso nos sugere que as forças seletivas
impostas pelos habitats alagados agem por
caminhos evolutivos diferentes entre machos e
fêmeas."
De acordo com ele, isso está diretamente
relacionado ao fato de que os machos se
deslocam mais para encontrar fêmeas
reprodutivas e, por isso, já possuem
normalmente corpos mais esguios que as
parceiras.
"Elas, por outro lado, são mais sedentárias e
precisam de maior acúmulo de energia na forma
de gordura para produzir filhotes", explica Fraga.
"Por isso têm cabeças maiores nas florestas de
várzea, o que deve garantir a habilidade para
caçar presas também maiores."
Ana Maria concluiu em sua dissertação que as
características dos habitats estão de fato
direcionando a história evolutiva de jararacas da
região por de meio de seleção natural.
"Esse dado é sustentado pelo fato de que uma
pesquisa anterior na mesma região demonstrou
que populações da espécie são geneticamente
distintas entre florestas de várzea e terra firme",
diz.
"Resultados semelhantes foram encontrados para
populações de cobras que ficaram isoladas em
ilhas, e se tornaram espécies arborícolas
distintas, devido ao bloqueio total de fluxo gênico
com as populações ancestrais do continente."
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Grupo de Comunicação
No caso das várzeas que os cientistas estudaram,
ainda não existem evidências robustas de que as
jararacas tenham se tornado duas espécies
diferentes.
"Achamos que se trata de um cenário mais
complexo do que o que tem sido encontrado em
ilhas, porque a troca de genes entre várzea e
terra firme deve ser consideravelmente
aumentada durante a estação seca, quando
grandes corredores de dispersão ficam
disponíveis entre esses dois tipos de floresta",
explica Fraga.
"Em uma conclusão conservadora, nosso estudo
demonstrou um estágio intermediário de
evolução biológica, embora processos de
especiação [surgimento de uma nova espécie a
partir de uma já existente] ainda não sejam
claros."
https://f5.folha.uol.com.br/bichos/2019/07/o-
misterio-das-jararacas-que-abandonaram-o-
chao-e-agora-vivem-em-arvores-na-
amazonia.shtml
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Data: 30/07/2019
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Grupo de Comunicação
ESTADÃO Pesquisa relaciona fungo imune a remédios
ao aquecimento global
Identificado em 2009, o organismo resistente se
adaptou à temperatura do corpo humano, dizem
cientistas americanos
Roberta Jansen, O Estado de S.Paulo
RIO - O aumento das temperaturas médias do
planeta pode ser responsável pela misteriosa
disseminação de um fungo resistente a múltiplas
drogas. Isso é o que indica novo estudo científico
publicado este mês.
O fungo Candida auris ataca pessoas com o
sistema imunológico debilitado e pode causar
vários tipos de infecção, dos ouvidos ao sistema
sanguíneo. Em casos graves, há risco de morte.
Pesquisa relaciona fungo imune a remédios ao
aquecimento global
Surtos da infecção fúngica apareceram,
simultaneamente, em três continentes, de 2012
a 2015 Foto: Melissa Golden/The New York Times
O fungo é do mesmo gênero da Candida albicans,
um dos principais causadores de candidíase, mas
de espécie diferente. Enquanto a primeira afeta a
pele, unhas e órgãos genitais e é de fácil
tratamento, a C. auris tem resistência extrema.
Até agora, cientistas não sabiam explicar como
ela surgiu em mais de 30 países após ter sido
descoberta, em 2009. Surtos da infecção fúngica
apareceram, simultaneamente, em três
continentes, de 2012 a 2015.
O fungo já invadiu uma unidade neonatal na
Venezuela e um hospital espanhol e fez com que
um centro médico britânico fechasse a Unidade
de Terapia Intensiva (UTI). Recentemente, foi
identificado nos Estados Unidos. Segundo a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
o Brasil já teve dez casos suspeitos, mas nenhum
foi confirmado. Em 2017, a agência publicou
comunicado aos serviços de saúde sobre como
prevenir e proceder com o fungo.
O novo estudo publicado na mBio, revista da
Sociedade Americana de Microbiologia, sustenta
que esse seria o primeiro exemplo de uma nova
doença fúngica se espalhando por causa das
mudanças climáticas. “Como as temperaturas
ficaram mais altas, alguns organismos, entre eles
a C. auris, se adaptaram ao clima mais quente e,
à medida em que se adaptaram, romperam a
barreira da temperatura humana”, diz o coautor
do estudo, Arturo Casadevall, especialista em
Imunologia da Johns Hopkins (EUA).
Infecções fúngicas são relativamente raras em
humanos porque, normalmente, fungos não
crescem à temperatura média do corpo e por
causa de nossos mecanismos naturais de defesa.
Estudos já mostraram que, por isso, de milhões
de espécies de fungos, só algumas centenas são
capazes de causar doenças em humanos. “O que
o estudo sugere é que os fungos começam a se
adaptar a temperaturas mais altas, e que vamos
ter cada vez mais problemas ao longo deste
século”, diz Casadevall.
Alerta
Estudos mais antigos sustentavam que o uso
indiscriminado de drogas antifúngicas seria o
motivo. Mas, para muitos especialistas, esse uso,
ainda que problemático, não explicaria surtos
simultâneos em três continentes. Mudanças do
clima, com aumento médio de 1°C na
temperatura da Terra, são uma resposta mais
factível. O Acordo de Paris, firmado por 195
países, tem como meta conter a alta de
temperatura do planeta a menos de 2°C até o
fim do século.
Dengue
Em 2017, estudo na revista Lancet mostrou que
a capacidade do Aedes aegypti de transmitir
dengue cresceu, no planeta, 9,4% desde 1950
como resultado da elevação de temperaturas.
https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,pes
quisa-relaciona-fungo-imune-a-remedios-ao-
aquecimento-global,70002946292
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Data: 30/07/2019
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Grupo de Comunicação
Eliane Cantanhêde: Réquiem para os índios
Bolsonaro critica o interesse da Europa na
Amazônia, mas abre mineração em reservas aos
EUA
O mesmo presidente Jair Bolsonaro que definiu o
Brasil como “uma virgem que todo tarado quer” é
o que, agora, confirma publicamente sua
disposição de fazer parcerias nos Estados Unidos
para explorar minério em terras indígenas da
Amazônia, particularmente a ianomâmi e a
Raposa Serra do Sol. O governo vai entregar a
virgem para os tarados? Ou os tarados são só os
países europeus?
O discurso de Bolsonaro é um para a Europa,
outro muito diferente para os EUA. Ao falar sobre
meio ambiente, desmatamento da Amazônia,
reservas ecológicas, terras indígenas e
quilombolas, ele inevitavelmente mistura um tom
agressivo com pitadas de sarcasmo: o diretor do
Inpe é mancomunado com ONGs estrangeiras e
os europeus só defendem a preservação da
Amazônia para depois explorá-la. “Na cabeça dos
europeus, a Amazônia não é do Brasil.”
É curioso que, nos tempos dos militares no
poder, o temor do olho gordo sobre a maior
floresta tropical e a maior biodiversidade do
mundo não era por causa dos europeus, ou, pelo
menos, não era principalmente por causa deles,
mas, sim, dos irmãos do Norte, dos americanos.
Na “nova era” de Bolsonaro, o tarado mudou.
E os índios? Doido para criar “uma Cancún” em
paraísos ecológicos e crítico da “psicose
ambiental” que assola Alemanha, França,
Noruega, Suécia..., o presidente acha que “índios
em reservas são iguais a animais em zoológico” e
o que eles querem mesmo é “internet, médico,
dentista, banho com sabonete...” Bolsonaro,
aliás, disse ontem que não há “indícios fortes” de
que um cacique wajãpi tenha sido assassinado
por invasores no Amapá. Uma declaração que só
piora as coisas.
O primeiro anúncio da disposição do governo
brasileiro de abrir a mineração em reservas
indígenas foi feito pelo ministro de Minas e
Energia, Bento Albuquerque, numa palestra no
Canadá. Na época, houve surpresa. Agora, é o
presidente quem dá a coisa com certa. Isto é: se
o Congresso deixar.
A Constituição é clara ao defender os “direitos
originários” dos índios sobre suas terras. Para
abrir a exploração mineral, agrícola ou de
qualquer natureza em reservas ianomâmi,
Raposa Serra do Sol e tantas outras, é, ou será,
preciso emenda constitucional, com quórum
qualificado e votação em dois turnos na Câmara
e no Senado. E há questões externas.
Ontem, em Brasília, o chanceler Ernesto Araújo
acertou com o ministro de Negócios Estrangeiros
da França, Jean-Yves Le Drian, a criação de um
grupo de trabalho para trocar informações
sobre... meio ambiente. Diplomaticamente, como
convinha, Le Drian falou da importância, “além
do cumprimento do Acordo de Paris, também do
respeito a normas ambientais e sanitárias”. E
Araújo prometeu um fluxo de informações
“precisas e científicas”. Com Bolsonaro jogando
descrédito sobre o Inpe, o Ibama e o ICMBio, fica
difícil, ministro.
Detalhe: ao falar sobre parcerias com americanos
para explorar minérios em reservas indígenas, o
presidente voltou a defender a nomeação do
deputado Eduardo Bolsonaro, o “03”, como
embaixador em Washington: “Por isso minha
aproximação com os EUA, por isso quero uma
pessoa da minha confiança para a embaixada”.
Entenderam?
OAB. É inacreditável o ataque ao presidente da
OAB, Felipe Santa Cruz, desrespeitando a dor de
um filho e a memória de um pai, Fernando Santa
Cruz, que, preso pela ditadura militar, integra a
lista macabra de “desaparecidos”. Governadores,
parlamentares, acadêmicos e pessoas comuns
reagiram com espanto e repulsa ao jogo sujo
político. Mas Felipe reagiu como ser humano,
acusando Bolsonaro de “traços de caráter graves:
crueldade e falta de empatia”.
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,req
uiem-para-os-indios,70002946293
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Data: 30/07/2019
40
Grupo de Comunicação
Brasil é o quarto país com mais assassinatos
de ativistas ambientais no mundo, diz ONG
Em 2018, foram registrados 20 assassinatos de
ativistas ambientais. É a primeira vez que o país
deixa o primeiro lugar do ranking da Global
Witness
Redação, O Estado de S.Paulo
PARIS - Pelo menos 164 ativistas ambientais
foram assassinados no ano passado por defender
suas casas, terras e recursos naturais da
exploração de mineradoras, empresas do setor
de alimentos e de madeireiras, segundo o
balanço anual da ONG Global Witness. O Brasil
ocupou a quarta posição do ranking, com 20
assassinatos em 2018. É a primeira vez que o
País deixa a primeira colocação do levantamento,
feito desde 2012. O relatório foi publicado nesta
terça-feira, 30, e atribui a dimuição a uma
"queda geral nas taxas de homicídio no ano
passado".
Indígenas
Segundo a ONG, outros "incontáveis" ativistas
foram silenciados em todo o mundo por meio de
violência, intimidação e uso indevido das leis
anti-protesto em todo o mundo.
O país mais perigoso do ano passado para esses
ativistas e líderes indígenas foram as Filipinas,
com 30 assassinatos, segundo a organização,
substituindo o Brasil no topo da lista. O segundo
lugar mais periogoso é a Colômbia, com 24
mortes em 2018, e o terceiro é a Índia, com 23.
Por outro lado, a Guatemala, com 16
assassinatos confirmados, é o país com mais
mortes em relação ao número de habitantes.
"É um fenômeno que pode ser visto em todas as
partes do mundo. Os defensores do meio
ambiente e da terra, dos quais um número
significativo são representantes dos povos
indígenas, são considerados terroristas,
criminosos ou bandidos por defender seus
direitos", disse Vicky Tauli-Corpuz, relatora
especial sobre os direitos dos povos indígenas da
ONU. "Essa violência é uma crise para os direitos
humanos, mas também uma ameaça para todos
aqueles que dependem de um clima estável",
acrescentou.
Ao falar do Brasil, o relatório cita que pelo menos
oito ativistas envolvidos em disputas com
representantes da indústria da soja morreram
em 2018 apenas no estado do Pará. Além disso,
afirma que o presidente Jair Bolsonaro "prometeu
abrir reservas indígenas ao desenvolvimento
comercial, incluindo mineração, agricultura e
infraestrutura" e que, em 2019, "isso já provocou
uma série de invasões de terras indígenas por
grupos armados de grileiros, com comunidades
que vivem com medo de futuros ataques".
O número de mortos foi reduzido em comparação
com 2017, que foi o ano mais mortífero, com 207
mortos. Mas a Global Witness aponta que o
montante pode ser desvalorizado, principalmente
porque alguns fatos ocorrem em lugares muito
remotos.
O evento mais mortal foi registrado em 2018 e
ocorreu no estado de Tamil Nadu, no sul da
Índia, onde 13 pessoas morreram após uma
manifestação contra uma mina de cobre,
segundo a organização.
Nas Filipinas, nove produtores de cana de açúcar,
incluindo mulheres e crianças, foram mortos por
homens armados na ilha de Negros, afirmou a
Global Witness, observando que o advogado que
representa as famílias das vítimas foi assassinado
15 dias depois. A ONG também denunciou uma
"tendência preocupante" em relação à
intimidação e à prisão de defensores do meio
ambiente.
Data: 30/07/2019
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Grupo de Comunicação
O relatório denunciou o papel de investidores,
incluindo bancos de desenvolvimento, em
projetos polêmicos, e cita algumas empresas
acusadas de facilitar a violação de direitos. "Não
basta que as multinacionais ligadas aos confiscos
de terras invoquem sua ignorância", insiste. "Eles
têm a responsabilidade de garantir
preventivamente que as terras de que eles se
beneficiam tenham sido alugadas legalmente,
com o consentimento das comunidades que nelas
habitaram por gerações." / AFP
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,brasil-e-o-quarto-pais-com-mais-
assassinatos-de-ativistas-ambientais-no-mundo-
diz-ong,70002946522
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Data: 30/07/2019
42
Grupo de Comunicação
‘Privatização vai ajudar País a atrair
investimentos’
Um dos maiores fundos de pensão do mundo já
investe US$ 5 bi no Brasil e está aberto a
compras em diversos setores
Entrevista com
Rodolfo Spielmann, diretor-geral do Canada
Pension Plan Board para América Latina
Mônica Scaramuzzo, O Estado de S.Paulo
Entrevista
Um dos maiores fundos de pensão do mundo, o
Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB)
quer ampliar sua presença no Brasil. No ano
passado, a gestora se tornou sócia do Grupo
Votorantim na Companhia Energética de São
Paulo (Cesp). Neste ano, participou de consórcio
para comprar a TAG, gasoduto da Petrobrás, mas
perdeu o páreo para a francesa Engie.
O gestor do CPPIB para a América Latina, Rodolfo
Spielmann, afirmou ao Estado que o fundo está
olhando diversos negócios no Brasil – de
empresas da Petrobrás e de energia a fintechs e
operações do setor financeiro. Com mais de US$
300 bilhões sob gestão, o fundo quer ampliar
presença em países emergentes como o Brasil.
Por aqui, o CPPIB tem quase US$ 5 bilhões
investidos. Leia, a seguir, os principais trechos
da entrevista.
Por que o CPPIB quer aumentar sua participação
no Brasil?
Estamos presentes em todo o mundo. Cerca 85%
dos investimentos estão fora do Canadá – a
maior parte nos Estados Unidos. Depois,
direcionados para Europa, Ásia e América Latina.
Queremos crescer em economias emergentes,
como China, Índia e Brasil.
Mas no Brasil a presença ainda é pequena. Por
quê?
Não é. A América Latina como um todo responde
por 4% do total – só Brasil tem 1,5% e pode
atingir de 2% a 3%. É muito.
O CPPIB está esperando as reformas para
avançar?
Não traçamos perspectiva política. Temos uma
visão macro e microeconômica. Sob o ponto de
vista macro, o Brasil está bem melhor do que um
par de anos atrás. Inflação baixa, juros em
queda e continuamos com política monetária
responsável. Agora, com a reforma da
Previdência, o País pode endereçar também a
questão fiscal.
O sr. já dá a reforma da Previdência como certa?
Não. Não dá para dar o que não se tem ainda.
Mas tem um otimismo no mercado financeiro.
É um leve otimismo depois de anos de recessão.
Mas a reforma ainda não foi aprovada (em
segundo turno).
O mercado financeiro e o governo têm a
percepção que, após a aprovação da Previdência,
os investidores estrangeiros vão voltar ao País. O
sr. concorda?
A reforma da Previdência não vai ser a bala de
prata. A Previdência é o principal foco, mas é o
primeiro passo. Está longe de ser a solução para
tudo. Faltam outras mudanças.
Quais?
A tributária, por exemplo. Mesmo que seja a
simplificação para depois eventualmente vir uma
redução da carga. Temos em curso um programa
de privatização, que terá o duplo beneficio de
contar com a gestão privada. A privatização não
só proporcionará o melhor serviço e eficiência,
mas também impulsionará investimentos. E mais
investimentos atraem concorrentes. O Estado
não tem mais capacidade de investir, sobretudo
nessa cadeia de infraestrutura e energia.
Privatizar é um caminho necessário para
melhorar o serviço e atrair mais investimentos.
Quais empresas o CPPIB avalia nesse pacote de
privatização?
Olhamos todos os tipos de negócios – sejam
empresas privadas, listadas em Bolsa e as que
podem ser privatizadas. Empresas de meios de
pagamento, no poder do Estado, interessam,
mas queremos ter clareza sobre as regras de
governança. Então, o ativo tem de ser (avaliado)
após a privatização. Não dá para ser empresa
mista.
E as empresas da Petrobrás?
Participamos do processo da TAG. Estávamos em
um dos consórcios. De modo geral, no setor de
combustível, seja gasolina ou gás, estamos mais
focados na extração e produção, menos na
distribuição.
Data: 30/07/2019
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Grupo de Comunicação
O fundo é sócio do grupo Votorantim. Os
negócios desse setor só serão feitos com eles?
Em principio, o foco dessa parceria é em energia
renovável. Os dois primeiros investimentos foram
em parques eólicos e outro na Cesp. Isso pode
mudar no futuro.
Ao CPPIB só interessa ser sócio, sem ter o
controle?
Cada caso é um caso. Temos facilidade de fazer
parcerias. Buscamos parceiros que tenham
experiência em operação, seja em rodovias, gás,
transmissão. Não somos operadores.
Trabalhamos no conselho de administração e
governança. Não damos palpite no dia a dia.
Quais outros investimentos interessam ao fundo?
Tudo. Temos quatro grandes grupos de ativos:
infraestrutura para energia renovável,
imobiliário, private equity (compra de
participações em empresas) e crédito privado
(debêntures).
Qual a meta de expansão para o Brasil e o
mundo?
A estratégia até 2025 é sair de 15% para 33%
do portfólio em países emergentes, como China,
Índia e América Latina. Até 2025, os US$ 305
bilhões serão US$ 455 bilhões. A orientação para
a América Latina é ter o mesmo peso do PIB
global. Até 2025, a China ser a maior economia
do mundo. A América Latina crescerá em menor
ritmo, mas também crescerá.
QUEM É RODOLFO SPIELMANN
Diretor-geral do fundo de pensão canadense CPP
Investment Board (CPPIB), Rodolfo Spielmann é
formado em economia e mestrado em
administração na Wharton School, nos EUA, nos
EUA. O executivo teve passagem de 21 anos na
consultoria Bain & Company.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
privatizacao-vai-ajudar-pais-a-atrair-
investimentos,70002946379
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Data: 30/07/2019
44
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Sonia Racy: Carta contra alteração do Censo
2020 do IBGE não é unânime
Oito a quatro
Chegou à linha abaixo da cintura o movimento de
ex-presidentes do IBGE que estão se
posicionando contra o novo desenho do Censo de
2020, montado pela atual direção do instituto.
Dos cinco ex-presidentes que, em carta aberta,
divulgada há duas semanas, expressaram
“extrema preocupação” com os rumos do órgão,
soube-se que um deles assinou a missiva
acreditando que todos os ex-presidentes o
fariam.
Trata-se de Eurico Borba, responsável pelo IBGE
entre os anos 1992 e 1993.
Oito a quatro 2
Ontem, quando tomou conhecimento da emissão
de nova carta pública – reação de outros sete
também ex-presidentes do instituto de pesquisa
– declarando que “não procede, como às vezes
tem sido dito, que a redução do tamanho dos
questionários do Censo significaria a perda
irreparável de séries históricas sobre diferentes
características da população”, Borba se
surpreendeu.
E quase transferiu seu apoio à ação da atual
presidente do instituto, Susana Guerra. Mas
pensou melhor e achou mais adequado não criar
confusão.
Recado dado
A França quer que o Brasil cumpra o Acordo de
Paris sobre mudanças climáticas, respeite
normas ambientais francesas e proteja áreas
sensíveis da economia francesa por meio de
salvaguardas.
Esses três “lembretes” foram deixados ontem, ao
que se apurou, por Jean-Ives Le Drian, ao seu
colega Ernesto Araujo, no Itamaraty, como
condição para que Paris assine o Acordo entre
Mercosul e União Europeia.
Recado 2
Enquanto isso, no horário marcado para receber
o chancelar francês, Bolsonaro resolveu cortar o
cabelo.
União x SP
Saíram os números da arrecadação paulista em
junho – R$ 12,65 bilhões, crescimento de 0,7%,
sobre o valor arrecadado em junho do ano
passado. Na comparação de semestre a
semestre, a situação do Estado é melhor: o total
obtido é de 2% a mais.
A União, entretanto, disparou na frente. A
arrecadação em junho registrou um aumento de
4,6% acima do conseguido mesmo mês em
2018. E a do primeiro semestre de 2019 foi a
melhor nos últimos cinco anos.
Barbárie
Bruno Paes Manso, um dos autores do livro A
Guerra: a Ascensão do PCC e o mundo do crime
no Brasil, pondera que a ocorrência do massacre
no Pará já era previsível.
Reflete que desde 2017 – quando houve racha
entre o PCC e o Comando Vermelho – “já era
evidente que o tráfico de drogas se tornou
modelo de negócios, há mais de dez anos,
contando com escritórios localizados dentro dos
presídios, causando tensão entre as facções”
Barbárie 2
Adianta separar essas lideranças em presídios
diferentes, conforme proposta de Sérgio Moro?
“Como atitude emergencial, sim, mas é preciso
olhar para a questão estrutural”.
Segundo o integrante do Núcleo de Estudos de
Violência da USP, o número de presos cresceu
700% nos últimos 20 anos sem contrapartida de
melhorias no sistema prisional.
Barbárie 3
Marcos Fuchs, do Instituto Pro Bono e da
Conectas, concorda com o diagnóstico. “Super
lotação, falta de juízes, defensores públicos e
ausência de promoção de liberdade por meio de
mutirões, mais a progressão de regime cria
fabrica diária de ‘soldados’ a serviço do crime
organizado”.
https://cultura.estadao.com.br/blogs/direto-da-
fonte/carta-contra-alteracao-do-censo-2020-do-
ibge-nao-e-unanime/
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Data: 30/07/2019
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VALOR ECONÔMICO Acordo sobre Itaipu gera crise política no
Paraguai
Por Daniel Rittner e Rafael Bitencourt | De
Brasília
O agravamento da crise política no Paraguai criou
dúvidas sobre acordo firmado com o Brasil, em
24 de maio, em torno da quantidade de energia
contratada pelo país vizinho e produzida pela
hidrelétrica de Itaipu, empresa binacional
mantida pelas duas nações.
O pano de fundo da crise é uma diferença de
aproximadamente US$ 250 milhões - quase R$ 1
bilhão, pela taxa de câmbio atual - entre o
volume "declarado" de compra pelo Paraguai e o
que é efetivamente consumido pelo país vizinho.
O valor do acordo, que provocou demissões na
cúpula do governo paraguaio e ameaça o futuro
do presidente Mario Abdo Benítez, deveria
reverter em economia para os consumidores
brasileiros no período entre 2019 a 2022.
A turbulência política se agravou ontem, após a
demissão do ministro das relações exteriores do
Paraguai Luis Alberto Castiglioni, do diretor-geral
de Itaipu pelo lado paraguaio e do presidente da
Administração Nacional de Eletricidade. O
embaixador do Paraguai em Brasília, Hugo
Saguier, também caiu.
O Tratado de Itaipu define em partes iguais a
divisão da energia da hidrelétrica. Os paraguaios,
porém, consomem apenas fração a que têm
direito - menos de 15% da geração total - e
vendem o restante ao Brasil. No acerto fechado
em maio, os dois governos definiram o vo-lume
de energia destinado a cada lado.
O problema é que autoridades brasileiras alegam
que, desde 2002, a estimativa de consumo
apresentada pelo Paraguai é inferior à realmente
verificada. Na prática, o país vizinho estaria
subcontratando energia de Itaipu. Essa diferença
aumentou recentemente.
"Nos últimos quatro anos, o consumo do
Paraguai aumentou 40%, mas suas indicações
anuais apontavam variação de 8%", disse um
negociador em Brasília. A Eletrobras vem
assumindo o ônus dessa distorção. Como não
deve haver lucro nem prejuízo com a usina
binacional, o custo é integralmente repassado
aos consumidores brasileiros das distribuidoras
de energia das regiões Sul, Sudeste e Centro-
Oeste.
https://www.valor.com.br/brasil/6369995/acordo
-sobre-itaipu-gera-crise-politica-no-paraguai
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Data: 30/07/2019
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Grupo de Comunicação
Crise política trava acordo de R$ 1 bi pela
energia de Itaipu
Por Daniel Rittner e Rafael Bitencourt | De
Brasília
O agravamento da crise política no Paraguai
deixou enorme incerteza sobre a manutenção de
um acordo alcançado com o Brasil, no dia 24 de
maio, em torno da quantidade de energia da
usina binacional de Itaipu que é contratada pelo
país vizinho.
Está em jogo uma diferença de
aproximadamente US$ 250 milhões - quase R$ 1
bilhão pelo câmbio atual - entre o volume
"declarado" de compra pelo Paraguai e o que é
efetivamente consumido. O valor do acordo, que
deflagrou uma série de demissões na cúpula do
governo paraguaio e ameaça o futuro do
presidente Mario Abdo Benítez, se reverteria em
economia a favor dos consumidores brasileiros
em quatro anos (2019 até 2022).
A crise no país vizinho subiu ontem mais alguns
degraus com a demissão do chanceler Luis
Alberto Castiglioni, do diretor-geral de Itaipu pelo
lado paraguaio e do presidente da Administração
Nacional de Eletricidade (Ande). O embaixador
do Paraguai em Brasília, Hugo Saguier, também
caiu.
Sem nenhuma divulgação pública, Brasil e
Paraguai chegaram a um acordo no fim de maio
sobre o montante da energia que é destinado
para cada lado. O Tratado de Itaipu define a
divisão, em partes iguais, da potência da
hidrelétrica. Só que os paraguaios consomem
apenas uma fração do que têm direito - menos
de 15% da geração total. O restante é comprado
pelo Brasil.
Reclamação do governo brasileiro: o Paraguai
tem indicado todos os anos, desde 2002, uma
estimativa de consumo energia inferior à
realmente verificada. Na prática, vem
subcontratando a energia de Itaipu. Essa
diferença se acentuou recentemente. "Nos
últimos quatro anos, o consumo de energia do
Paraguai aumentou 40%, mas suas indicações
anuais apontavam variação de 8%", afirma um
negociador em Brasília.
A Eletrobras vem assumindo o ônus dessa
distorção. Como não deve ter lucro nem prejuízo
com a usina binacional, o custo é integralmente
repassado aos consumidores brasileiros das
distribuidoras de energia em três regiões - Sul,
Sudeste e Centro-Oeste.
A estatal paga US$ 43,80 por cada megawatt-
hora das "sobras" de energia que o Paraguai
indica, a cada início de ano, não consumir
internamente. E desembolsa mesmo esses
valores.
Contudo, quando o Paraguai excede suas
estimativas de consumo, paga uma tarifa bem
menor: cerca de US$ 6 - o valor da chamada
"energia excedente", ou seja, o que é produzido
acima da potência oficial graças a chuvas mais
fortes e reservatórios mais cheios. O governo
paraguaio tem utilizado essa energia barata,
inclusive, para atrair indústrias.
Um acordo para acabar com essas distorções foi
costurado, no fim de maio, mediante a
interferência direta dos ministérios das Relações
Exteriores de cada país. Não houve entendimento
técnico entre as autoridades da área energética.
Esse acordo, registrado em ata, previa uma
evolução gradual do consumo paraguaio: hoje
está em 1.270 MW médios, iria para 1.534 MW
em 2020 e continuaria subindo até 1.924 MW em
2022.
O efeito líquido da negociação, conforme apurou
o Valor, seria de US$ 250 milhões em quatro
anos. O acordo era considerado um
"compromisso político-diplomático" que ganharia
validade jurídica somente com a assinatura de
um contrato formal.
Foi no processo de confirmação do acordo entre
os dois países que houve a reviravolta. Pedro
Data: 30/07/2019
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Ferreira, ex-presidente da Ande, recusou-se a
assinar o contrato e declarou que esse
instrumento seria lesivo aos interesses do
Paraguai. Ele alegou que não tinha conhecimento
dos detalhes negociados. Isso deu munição aos
opositores para falar até em impeachment do
presidente Abdo.
Reservadamente, o governo brasileiro repudia a
atitude de Ferreira e vê interesse político em sua
"denúncia", garantindo que ele estava a par dos
termos em negociação. A intenção é seguir firme
no propósito de equacionar o problema dos
volumes da energia de Itaipu. Há um
reconhecimento, porém, de que a crise política
supera questões energéticas ou diplomáticas. Os
próprios signatários da ata do dia 24 de maio,
pelo lado paraguaio, não estão mais em seus
cargos. Por isso, o futuro do acordo é
imprevisível.
Como fazem questão de ressaltar todas as
autoridades brasileiras ouvidas pelo Valor, o
acordo não afeta a renegociação do Anexo C,
parte do Tratado de Itaipu que vence em 2023.
Nesse ano, segundo as interpretações
majoritárias, o Paraguai fica livre da exigência de
vender ao Brasil tudo o que não consome da
usina.
Uma fonte diplomática lembrou que, nas
tratativas com o governo paraguaio, o termo
usado foi "sinceramento" (palavra comum em
espanhol) da quantidade de energia efetivamente
consumida. "Diferentemente do que está sendo
dito no Paraguai, não há amarras à contratação
de mais energia pelo país e nós incentivamos
isso", disse a fonte, lembrando que o PIB tem
crescido mais de 4% nos últimos anos e que a
linha de transmissão Itaipu-Assunção foi
financiada em grande parte pelo Focem (fundo
de convergência do Mercosul), com recursos
brasileiros a fundo perdido. O linhão livrou a
capital dos constantes apagões.
https://www.valor.com.br/brasil/6369965/crise-
politica-trava-acordo-de-r-1-bi-pela-energia-de-
itaipu
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Data: 30/07/2019
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Bolsonaro põe em dúvida assassinato de
índio
Por Fabio Murakawa, Carla Araújo e Isadora
Peron | De Brasília
O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que não
tem "nenhum indício forte" de que um cacique
tenha sido assassinado por garimpeiros durante
uma invasão à Terra Indígena Wajãpi, no Amapá.
Bolsonaro disse ainda que é sua intenção
regulamentar o garimpo nessas terras e criticou
as reservas, que segundo ele estão
"inviabilizando" o negócio do Brasil, que "vive de
commodities".
Ontem, a Polícia Federal afirmou, em relatório,
"não haver nenhum indício, até o momento, da
presença de grupo (s) armado (s)" na Terra
Indígena Wajãpi, onde o cacique Emyra Wajãpi
foi morto na semana passada. Indígenas acusam
garimpeiros de serem os responsáveis pelo
crime.
Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai)
afirmou que a informação consta de um relatório
da equipe da PF enviada à região. Segundo o
órgão, a PF fará um relatório pormenorizado,
contendo até os pontos georreferenciados.
No domingo, a PM amapaense afirmou que o
corpo de Emyra, de 62 anos, tinha perfurações e
cortes na região pélvica. Um filho do cacique
disse que ele morreu em confronto com
garimpeiros.
Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre o
caso na manhã de ontem, ao deixar o Palácio da
Alvorada rumo ao Planalto.
"Nesse caso agora aqui, as informações até o
momento, vou atualizar de manhã, não tem
ainda nenhum indício forte de que esse índio foi
assassinado lá agora", afirmou. "Chegaram
várias possibilidades. A PF está lá, quem nós
pudermos mandar para lá já mandamos para
buscar desvendar o caso e buscar a verdade
sobre isso aí."
Bolsonaro falou ainda sobre sua intenção de
legalizar o garimpo.
"É intenção minha regulamentar o garimpo,
legalizar o garimpo. É intenção minha, inclusive
para o índio. Tem que ter o direito de explorar o
garimpo na sua propriedade. A terra indígena é
como se fosse propriedade dele", disse.
O presidente criticou o tamanho das reservas,
citando a terra dos ianomami, que segundo ele
ocupa uma área que é o dobro da do Estado do
Rio de Janeiro e onde vivem 9.000 índios.
Ele afirmou que "há um interesse enorme de
outros países de ganhar, de ter para si a
soberania da Amazônia" e que eles "usam o índio
como massa de manobra, para demarcar cada
vez mais terras, dizer que estão sendo
maltratados".
O presidente disse ainda que as reservas
indígenas têm impacto negativo sobre o
agronegócio e que, se o setor quebrar, "todo
mundo vai para o barro" no país.
"Está inviabilizando nosso negócio. O Brasil vive
de commodities. Daqui a pouco o homem do
campo vai perder a paciência e vai cuidar da vida
dele, sair do Brasil", disse. "E a gente vai viver
do quê? O que nós temos aqui além de
commodities? Será que o pessoal não acorda? Se
esse negócio quebrar, acabou o Brasil."
Um gabinete de gerenciamento de crise foi
montado com seis órgãos públicos, entre eles a
Funai, a PF, o Ministério Público Federal. Um
inquérito foi aberto para averiguar as
circunstâncias da morte.
Questionado sobre o tema, o porta-voz da
Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que o
governo "não entende que a dinamização
econômica das áreas indígenas possa trazer
como consequência o conflito entre índios e
eventuais cidadãos que giram em torno das suas
respectivas reservas".
https://www.valor.com.br/brasil/6369957/bolson
aro-poe-em-duvida-assassinato-de-indio
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Data: 30/07/2019
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Lei de licenciamento afeta descoberta de
sítios arqueológicos
Por Luísa Martins | De Brasília
Em discussão no Congresso Nacional, uma das
sugestões de texto para a Nova Lei Geral do
Licenciamento Ambiental praticamente acaba
com a descoberta de novos sítios arqueológicos
no país. O alerta foi feito pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
em nota técnica enviada à Câmara dos
Deputados, no qual um grupo de trabalho analisa
o marco legal do licenciamento e reúne
sugestões para aperfeiçoá-lo.
O projeto de lei (PL) limita a participação de
entidades como o Iphan em estudos sobre os
impacto das grandes obras de infraestrutura no
ambiente e no patrimônio cultural. De acordo
com texto elaborado pelo relator, deputado Kim
Kataguiri (DEM-SP), a participação das
autoridades só está prevista quando existirem
bens culturais formalmente catalogados, já
tombados ou protegidos por lei.
O Iphan pondera que, ao estabelecer essa
restrição, ignora-se que 95% dos bens
arqueológicos do Brasil são descobertos
justamente durante o processo de licenciamento
ambiental, uma vez que, por sua natureza, em
geral estão debaixo da superfície.
"Na prática, resultará na impossibilidade de
preservação dos bens culturais acautelados pelo
Iphan no processo de licenciamento ambiental,
especialmente na incapacidade absoluta de
preservação do patrimônio arqueológico, bem
cultural protegido por lei e que, conforme a
Constituição, é um bem da União de caráter
finito, difuso e não renovável", escreveu a
autarquia.
O Iphan diz ainda que essa versão do PL
representa "grave mácula à memória nacional",
ao desconsiderar a viabilidade de identificação de
bens culturais acautelados em áreas que nem
sequer foram avaliadas antes da instalação do
empreendimento.
O documento é assinado pelo coordenador
substituto da Coordenação Nacional de
Licenciamento do Iphan, Roberto Stanchi, e pela
diretora substituta do Centro Nacional de
Arqueologia, Danieli Helenco. O encaminhamento
à Câmara foi feito pelo próprio presidente
substituto da autarquia, Andrey Schlee.
De 2016 para cá, o número de empreendimentos
analisados pelo Iphan durante processos de
licenciamento ambiental foi de 10.636. Uma
simulação feita pelo próprio órgão estimou que,
se essa versão do projeto estivesse em vigor
neste mesmo período, seriam avaliados apenas
148 - uma queda de 98,6%.
O Iphan não teria participado, por exemplo, de
qualquer processo de licenciamento ambiental
das grandes hidrelétricas erguidas na Amazônia
nos últimos anos, deixando de identificar 198
sítios arqueológicos na região de Belo Monte -
alguns com datação de 10 mil anos. Também não
teriam sido descobertas, na área da hidrelétrica
Teles Pires, gravuras rupestres feitas há mais de
5 mil anos.
A redação do PL também manteria soterrado o
mais recente sítio arqueológico inserido na lista
de patrimônio mundial da Unesco: o Cais do
Valongo, construído em 1811 e redescoberto dois
séculos depois, durante as escavações para as
obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. É
considerado vestígio material de uma época em
que populações africanas eram trazidas de navio
para serem escravas no Brasil. "A identificação
deste bem cultural acautelado de relevância
mundial só foi possível em função da participação
Data: 30/07/2019
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do Iphan no processo de licenciamento", diz a
nota.
Há uma outra versão do projeto, segundo a qual
não é preciso exigir o reconhecimento formal dos
bens culturais para que haja a intervenção do
Iphan. Ainda assim, órgãos de proteção
verificaram problemas, como a omissão em
relação às áreas de entorno dos
empreendimentos. Todas as sugestões de texto
ainda estão sendo discutidas no Legislativo.
Os encaminhamentos do grupo de trabalho sobre
a Nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental são
acompanhados de perto pelo Ministério Público.
Em Minas Gerais, Estado com o maior número de
bens tombados no Brasil (sendo quatro
patrimônios culturais da humanidade, segundo a
Unesco), uma coordenadoria criada
especialmente para analisar o tema já detectou
suas principais preocupações.
Uma delas é o prazo, considerado exíguo, de 30
dias para a manifestação do Iphan. Além disso,
tal parecer teria caráter meramente consultivo -
isto é, as obras poderiam ser iniciadas a despeito
dele, diante da falta de obrigatoriedade de ser
levado em conta pelo órgão licenciador.
"Isso causa espanto. Como dizer que um
empreendimento é ambientalmente viável se o
seu licenciamento deixou de olhar para o
ambiente cultural? O empreendimento
sustentável é aquele que respeita o ambiente em
cada um de seus aspectos - natural, urbanístico e
cultural", disse ao Valor a promotora Giselle de
Oliveira, coordenadora das Promotorias de
Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e
Turístico de Minas Gerais.
Ela também chama a atenção para o fato de o PL
não prever a avaliação dos bens culturais
localizados no entorno da obra, a chamada " área
de influência". Dessa forma, a promotora
exemplifica, o Iphan não participaria do
licenciamento de uma grande fábrica erguida ao
lado de uma igreja tombada. "Não seria possível,
pelo texto atual, que o Iphan determinasse
medidas de mitigação, como a instalação de um
filtro na chaminé ou de contenções de vibração,
para evitar que o empreendimento prejudique a
estrutura da igreja ou até mesmo a faça ruir",
alerta.
Procurado, Kataguiri disse que ainda não havia
atentado para os temas dos questionamentos
feitos pelo Valor. "Agradeço por ter levantado
esses pontos. Vou conversar com o Iphan para
que a gente construa o melhor texto possível;
para que não fique abrangente, a ponto de o
Iphan ter de opinar em todo licenciamento, nem
restritivo demais. Como está no período de
consulta pública, é bom que as pessoas chamem
a atenção para os seus respectivos setores",
afirmou.
Flexibilizar as regras do licenciamento ambiental
é uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro,
para quem a norma atual "atrapalha" os planos
dos gestores públicos para a área de
infraestrutura. O presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-SP), também tem dito que o tema
está entre as suas prioridades.
O projeto relatado por Kataguiri, designado
nominalmente por Maia, já tem urgência
aprovada e não deve passar pelas comissões,
mas seguir direto ao plenário. Maia já afirmou
que pretende pautar o tema na volta do recesso.
Antes de ser enviado à sanção presidencial, o
texto precisa ser aprovado pelo Senado.
https://www.valor.com.br/brasil/6369955/lei-de-
licenciamento-afeta-descoberta-de-sitios-
arqueologicos
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Data: 30/07/2019
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Planejamento antes do licenciamento
ambiental
Por Rodrigo Koblitz e Carlos Grelle
O licenciamento ambiental no Brasil recebe
críticas há décadas de diversos grupos sociais. O
Ibama costuma ser o alvo principal dada sua
maior visibilidade, principalmente pelo porte das
obras por ele licenciadas. Dentre as críticas,
talvez a mais persistente seja a demora do
instituto em emitir a licença ambiental. Essa
demora se dá pela análise em si, pelas
interferências de outros órgãos federais e pela
eventual prolongada interferência judicial.
Existem ainda críticas à qualidade do parecer do
órgão licenciador e ao próprio estudo ambiental
que somadas às anteriores, fragilizam o processo
aos olhos de todos os atores envolvidos.
Um dos fatores que podem influenciar na
amenização de todos esses problemas é o
planejamento. Com ele seria possível identificar
os conflitos com antecedência e otimizar o
investimento de recursos financeiros e humanos.
Apesar de alguns setores produtivos terem o
planejamento do setor como obrigatório, definido
por lei, o modo de elaborar o plano está aquém
das necessidades da nossa sociedade. Será
exatamente sobre o planejamento que iremos
refletir no presente artigo, especificamente no
setor elétrico.
O planejamento hidrelétrico no Brasil é feito,
muito grosseiramente, nas etapas que se
seguem. Inicialmente, uma empresa (ou um
grupo delas) escolhe uma bacia hidrográfica
brasileira e se dispõe a estudá-la para produzir o
inventário hidrelétrico. Também chamada de
partição de queda, esse inventário define em
qual local da bacia do rio estudado terá este ou
aquele tipo de aproveitamento hidrelétrico, e se
será de pequeno ou grande porte. Tais estudos
são conduzidos e pagos pelas empresas que
futuramente serão as interessadas na compra da
concessão de energia.
Aqui, já se faz presente algum inconveniente,
pois com esse formato, nada garante que o foco
das empresas são soluções otimizadas para o
ganho econômico e social do país. Pode não ser
equivocado considerar que tais planejamentos
sejam orientados para otimizar o lucro dessas
empresas. A análise do processo de elaboração
do inventário elétrico pode nos dar algumas
pistas sobre isso. Nessa etapa, apenas (ou
desproporcionalmente de forma mais influente) o
grupo preocupado com as questões de
engenharia e economia opinam. Esses
inventários têm pouca visibilidade e baixa, ou
nenhuma, participação social. Por mais que
algumas partes consigam se fazer ouvidas, a
decisão é de fato da empresa (ou grupo delas)
que está contratando o estudo, deixando nas
mãos deles a decisão final sobre que projeto
apresentar.
Após a apresentação do inventário hidrelétrico,
são feitas as Avaliações Ambientais Integradas
(AAI), que é um tipo de avaliação estratégica,
mas focada apenas em um determinado setor
produtivo. Em geral, a AAI apenas indica se é ou
não possível construir tais barragens
considerando sua posição e tamanho
apresentada pelo inventário. Portanto, não é um
tipo de estudo que avalia se é melhor construir
diversas pequenas usinas ou uma única grande
usina. Costumeiramente, a AAI não muda nada
da decisão de partição de queda. Um exemplo
recente ocorreu para a Bacia do Tapajós, onde a
AAI corroborou integralmente a partição de
queda.
Há grande preocupação com a produção, mas
pouca expertise na proteção ambiental e
desenvolvimento social
Por fim, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é
apresentado ao órgão ambiental e outra grave
tendência é encontrada aqui. Até o momento em
Data: 30/07/2019
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Grupo de Comunicação
que se escreve este artigo, os autores não
conhecem nenhum licenciamento no Ibama em
que um EIA foi apresentado indicando a
inviabilidade do empreendimento. É possível
notar portanto, que até o pedido da opinião do
órgão ambiental sobre a viabilidade, apenas o
setor economicamente interessado na construção
do empreendimento conduz o processo. Nesse
momento está adicionado um ponto de
tensionamento extremo. Bilhões, às vezes
dezenas de bilhões de reais, do mundo inteiro
estão totalmente mobilizados para serem
investidos nessa obra. O único empecilho é o
órgão ambiental. Com esse formato de
planejamento, todo o embate sobre modelo de
desenvolvimento recai em um órgão apenas, que
por sua vez tem pouca margem para discutir
alternativas.
Todo esse viés da construção de uma hidrelétrica
tem um grave problema na hora da tomada de
decisão do Ibama. Para responder
adequadamente sobre a viabilidade de uma
hidrelétrica, é preciso considerar quais são as
outras opções. Ou seja, uma resposta razoável à
pergunta da viabilidade poderia ser algo como:
sim, tal hidrelétrica pode ser instalada desde que
aquele outro rio, ou trecho de rio, fique intocado.
A viabilidade de um empreendimento é uma
decisão que dependente de outras decisões. Ou
seja, para que opções sejam discutidas, é preciso
garantir não apenas onde fica a hidrelétrica,
como também onde não pode ter hidrelétrica.
Entretanto, o marco regulatório do setor
hidrelétrico não define como se pode criar rios
livres de barragem e, portanto, nada impede que
após o planejamento do governo federal um
Estado ou município construa barragens em rios
que deveriam ficar livre delas.
O planejamento estratégico verdadeiramente
elaborado com os múltiplos atores é de longe o
mais importante estudo que se pode fazer. As
decisões técnicas dos órgão licenciadores seriam
melhor compreendidas, a ocupação do território
seria prevista amplamente e, inclusive,
aumentaria a segurança dos investidores.
O país tem muito a ganhar com o planejamento
do setor elétrico, mas esse ganho só será efetivo
se o planejamento não ficar restrito aos
interessados diretos nos lucros que podem ter.
As agências, o próprio Ministério de Minas e
Energia e os empresários do setor são um grupo
que se preocupa muito com a produção, mas tem
pouca expertise na proteção ambiental e
desenvolvimento social. Pactuando
verdadeiramente com esses outros atores no
início do processo, o planejamento seria focado
em otimizar o sistema considerando os
componentes sociais e ambientais e não seria tão
fortemente focado em quantidade de Megawatts
por m2 de cimento. O primeiro e grande ganho
com isso seria a aceitação por todos os atores do
resultado final.
Se tudo acima faz sentido, é possível que o
caminho seja o de não estimular a mobilização
de bilhões de reais para um projeto que o país, e
não apenas os empresários, nem pensou se será
ou não bom. Claro, o impacto óbvio dessa
concordância no planejamento seria enfim a tão
almejada celeridade no emissão de licenças.
Rodrigo Vasconcelos Koblitz é analista ambiental
do Ibama
Carlos Eduardo Viveiros Grelle é professor da
UFRJ
https://www.valor.com.br/opiniao/6369889/plan
ejamento-antes-do-licenciamento-ambiental
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Data: 30/07/2019
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Novo plano florestal vai diversificar
investimento
Por Stella Fontes | De São Paulo
O Plano Nacional de Florestas Plantadas (PNDF),
aprovado no mês passado pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, deve
atrair novos investimentos e indústrias para o
país. E, no longo prazo, poderá levar à redução
dos preços da madeira em determinadas regiões,
na avaliação do sócio-diretor do Grupo Index e
da Forest2Market do Brasil, Marcelo Schmid. "O
mais interessante desse plano é que dá
perspectivas para outras empresas que não
celulose", diz o especialista.
A meta do plano é ampliar a área de produção
florestal no Brasil em 2 milhões de hectares até
2030, o que representa aumento de 20% sobre a
área atual. E os termos aprovados, segundo
Schmid, tornam mais atrativas as florestas
plantadas. "Sozinho, o plano não faz nada. Mas,
sem ele, o restante não avança", diz, citando a
necessidade de uma política pública para os
investimentos florestais.
Como ponto de partida, explica Schmid, o PNDF
deve ter como consequência o aumento da
demanda por matéria-prima florestal, com o
maior uso de biomassa para produção de
energia, o avanço das novas fronteiras de plantio
e desenvolvimento de novas indústrias. Com
isso, os fornecedores de madeira poderão ter
clientes mais diversificados, além dos produtores
de celulose, que hoje respondem pela maior
parte da demanda de madeira no país.
O próprio PNDF prevê o aumento da participação
do setor florestal na geração de energia - as
fábricas mais modernas de celulose, por
exemplo, já são autossuficientes em energia e
exportam o excedente para o sistema. Diante
disso, o uso de biomassa florestal para a geração
de energia pode ser um dos grandes beneficiados
pela nova política, embora o custo ainda
represente um desafio a ser superado.
"É preciso diversificar o negócio de madeira,
reduzindo a dependência da produção de
celulose. O que não é ruim, mas é importante
para quem planta poder manejar essa madeira",
afirma Schmid.
A aprovação do PNDF também tende a permitir o
desenvolvimento de novas fronteiras florestais,
entre as quais o chamado Matopiba (que reúne
os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia). O aumento da área plantada em Estados
onde o plantio já é tradicional, como Paraná e
Santa Catarina, acaba limitada pela concorrência
com outros usos do solo. Se for bem-sucedido, o
plano tende a levar ao equilíbrio entre oferta e
demanda de madeira no longo prazo, com
potencial queda do preço.
https://www.valor.com.br/empresas/6370023/no
vo-plano-florestal-vai-diversificar-investimento
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Data: 30/07/2019
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Actis montará 4ª companhia no país, com
ativo da EDP
Por Camila Maia e Raquel Brandão | De São
Paulo
A gestora britânica Actis vai lançar sua quarta
empresa de energia renovável no Brasil, desta
vez voltada a ativos operacionais, apurou o
Valor. O primeiro ativo será o complexo eólico
Babilônia, de 137 megawatts (MW) de potência,
adquirido da EDP Renováveis por cerca de R$ 1,2
bilhão, incluindo a assunção de dívidas.
A Actis já controla três empresas de energias
renováveis no país: Atlantic Energias Renováveis,
que tem 642 MW de potência em operação por
meio de cinco complexos eólicos; a Echoenergia,
que tem 700 MW em operação e 273 MW em
construção também em empreendimentos
eólicos; e a Atlas Renewable Energy, que tem 1,2
GW em projetos de energia solar em operação ou
construção no Brasil e outros países da América
Latina.
Os recursos que serão investidos na nova
empresa são do fundo Long Life Infraestructure,
levantado ano passado pela gestora com destino
em projetos de infraestrutura em mercados
emergentes. Por meio das três empresas em
operação no Brasil, a gestora já havia se
comprometido com investimentos de cerca de
US$ 1,4 bilhão no país.
No caso do projeto adquirido da EDP Renováveis,
o valor a ser desembolsado será de R$ 650
milhões, sujeito a ajustes no fechamento. Além
disso, a companhia vai assumir cerca de R$ 550
milhões em dívidas. Com isso, o investimento
representa um múltiplo presumido de R$ 9,1
milhões por MW. A transação está sujeita a
aprovação pelos órgãos regulatórios e deve ser
concluída até o fim deste ano.
Segundo fontes, a Actis não deve parar nessa
transação, e já está olhando outros ativos
operacionais de geração renovável para adquirir
para a nova empresa que será lançada.
O complexo de Babilônia, localizado na Bahia,
está em operação desde o quarto trimestre do
ano passado. A energia foi objeto de um contrato
de compra de energia de 20 anos por meio do
leilão de energia de reserva (LER) de 2015.
Na ocasião, a energia foi contratada ao preço de
R$ 199,37 por megawatt-hora (MWh), muito
acima dos preços praticados hoje no mercado
regulado, abaixo de R$ 100/MWh, o que torna o
empreendimento um investimento rentável. Por
estar em operação, também há redução
significativa dos riscos atrelados ao projeto.
Para a EDP Renováveis, o negócio faz parte da
sua estratégia para reciclar capital. O objetivo da
companhia, que é controlada pela Energias de
Portugal, é vender participações em projetos em
operação ou em desenvolvimento para acelerar a
criação de valor e possibilitar reinvestimentos no
seu crescimento. Com essa venda, a holding
portuguesa executou aproximadamente 25% da
meta de venda de € 4 bilhões entre 2019 e 2022,
que foi anunciada em março na atualização do
plano estratégico da companhia.
O Valor procurou a Actis e a EDP Renováveis
para informações adicionais, mas ambas
disseram que não iriam se manifestar.
https://www.valor.com.br/empresas/6370013/ac
tis-montara-4-companhia-no-pais-com-ativo-da-
edp
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Data: 30/07/2019
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Usinas de BP e Bunge já perderam R$ 7 bi
Por Camila Souza Ramos | De São Paulo
Quando as usinas sucroalcooleiras que a
americana Bunge e a britânica BP possuem no
Brasil estiverem unidas, a direção da companhia
terá como primeira tarefa investir na
produtividade dos ativos, hoje abaixo da média
do setor, o que deve demandar aportes
estimados pelo mercado em cerca de R$ 300
milhões. Para isso, no entanto, a joint venture
terá que buscar recursos no mercado sozinha,
sem a ajuda habitual das controladoras, que já
amargaram prejuízos superiores a R$ 7,5 bilhões
desde que estrearam em açúcar e etanol.
As duas companhias estrangeiras - uma de
origem no agronegócio, outra no setor de
petróleo - entraram no ramo na época do boom
de investimentos da década passada, quando
reinava o otimismo com o mercado de etanol.
Desde 2011, quando a BP comprou a Companhia
Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA), montando
sua estrutura atual no Brasil com três usinas no
triângulo mineiro, a companhia britânica já
aportou mais de R$ 4 bilhões, conforme
levantamento da consultoria FG/A. A maior parte
do aumento de capital ocorreu em 2011,
superando R$ 1 bilhão. Nos últimos três anos, a
múlti britânica injetou mais de R$ 600 milhões no
negócio.
Todo esse investimento não ofereceu retorno.
Até o fim de 2017 - data do último balanço
publicado -, a BP Biocombustíveis registrava
prejuízo acumulado de R$ 2,2 bilhões. Apenas
em 2017 (o exercício social da empresa termina
em 31 de dezembro), que compreende a safra
2017/18, a companhia teve um prejuízo de R$
565 milhões.
Mas os aportes não ficaram limitados à
compensação de prejuízos. Na avaliação da
consultoria FG/A, os recursos tiveram como
intenção elevar a capacidade das usinas para
cerca de 10 milhões de toneladas de cana
processadas por safra.
Nesse mesmo período, a Bunge injetou
diretamente mais de R$ 3,3 bilhões em suas
usinas no Brasil. A multinacional deu entrada no
negócio em 2007, quando adquiriu a Usina Santa
Juliana, em Minas Gerais, mas só chegou ao
tamanho que tem hoje, com nove usinas, depois
que adquiriu as seis usinas do grupo Moema, em
uma transação na época de quase US$ 1 bilhão.
Desde que começou a operar no setor, porém, a
Bunge já acumulou prejuízo de R$ 5,4 bilhões.
Apenas em 2018 (o exercício social termina em
31 de dezembro), a Bunge Açúcar e Bioenergia
teve um prejuízo líquido de R$ 431 milhões.
Além dos aumentos de capital, a Bunge ainda
financiou diretamente o negócio, o que levou a
sucroalcooleira a acumular dívida de mais R$ 2,9
bilhões somente com a matriz americana.
Essa dívida será herdada pela BP Bunge
Bioenergia e será convertida para uma dívida
bancária de US$ 700 milhões. Não se trata de
um endividamento grande dentro dos parâmetros
do setor diante de sua situação operacional. A
dívida estaria próxima de R$ 90 por tonelada de
cana moída, ante uma média no setor em torno
de R$ 140 de dívida por tonelada de cana moída.
Além disso, a primeira amortização de principal
só ocorrerá no segundo trimestre de 2022 (safra
2022/23), segundo a empresa.
Outra herança será a necessidade de aumentar a
produtividade dos canaviais, hoje abaixo da
média do Centro-Sul. De acordo com dados do
Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) obtidos
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Grupo de Comunicação
pelo Valor, das 11 usinas, apenas a Tropical, em
Edéia (MG), da BP, e a Monte Verde, em Ponta
Porã (MS), da Bunge, tiveram rendimentos acima
da média na safra passada. O rendimento da
primeira ficou em 10,2 quilos de açúcares totais
recuperáveis (ATR, ou sacarose) por hectare, e o
da segunda, em 9,9 quilos de ATR por hectare.
As demais tiveram rendimentos inferiores à
média do Centro-Sul (de 9,66 quilos de ATR por
hectare). O pior resultado foi registrado na usina
em Pedro Afonso (TO), com 7,48 quilos de ATR
por hectare.
Segundo Geovane Consul, que será o CEO da
companhia, a produtividade dos canaviais
plantados nos últimos três anos supera a média
do setor, e a empresa terá que aumentar a oferta
em 3 milhões de toneladas de cana para
completar a capacidade das usinas, de 32
milhões de toneladas. Estimativas do mercado
avaliam que a joint venture terá que investir em
torno de R$ 300 milhões para renovar canaviais,
reduzindo a idade média e aumentando sua
produtividade.
Ao Valor, a BP Bunge Bioenergia confirmou que
agora será "autossuficiente". A empresa afirmou
que "se beneficiará de uma estrutura de capital
sólida e conservadora, e começará suas
atividades com um dos níveis mais baixos de
endividamento do mercado".
Segundo a companhia, as controladoras
"esperam que a joint venture opere de forma
autônoma e que seja autossuficiente para
financiar seus investimentos" e que "seja capaz
de gerar o caixa necessário para suas
necessidades". Sua prioridade, acrescentou, será
"integrar rapidamente os negócios e realizar as
sinergias esperadas".
https://www.valor.com.br/agro/6369875/usinas-
de-bp-e-bunge-ja-perderam-r-7-bi
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Data: 30/07/2019
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Dano ambiental no Brasil já está em curso
Por Daniela Chiaretti
O Nobel de Economia Joseph E. Stiglitz disse em
junho, em artigo no britânico "The Guardian",
que a emergência climática é a "nossa Terceira
Guerra Mundial." O professor da Universidade de
Columbia foi claríssimo: "Nossas vidas, e a
civilização como a conhecemos, estão em jogo".
Nos últimos dois anos, os Estados Unidos
perderam quase 2% do PIB em desastres
relacionados ao clima - secas, inundações e
incêndios florestais - e o custo para a saúde será
de dezenas de bilhões de dólares, sem contar as
mortes. O ex-economista-chefe do Banco Mundial
se interessa pelo debate sobre como organizar
recursos para o que muitos chamam de "Green
New Deal", o grande esforço para enfrentar a
mudança do clima que empresta o termo do
programa que reergueu a economia americana
depois da crise de 1929.
No Brasil, o governo Jair Bolsonaro está alheio a
tudo isso. Corrigindo: desde antes da posse o
presidente procura bloquear qualquer iniciativa
nesse rumo, a menos que os interesses
comerciais mandem dar verniz verde ao discurso.
Talvez por isso não tenha anunciado a saída do
Acordo de Paris, como ameaçou na campanha,
ou a extinção do Ministério do Meio Ambiente
(MMA), fundido com o da Agricultura, como no
plano inicial. Mas, na prática, o dano está em
curso.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem
se dedicado a liberar a pesca de sardinha em
Fernando de Noronha, visitar madeireiros em
Rondônia e pensar se é viável criar mais gado e
talvez plantar café no Acre. Nenhum pio sobre a
liberação de agrotóxicos em ritmo alucinante, a
pavimentação de estradas na Amazônia ou a
integridade dos dados oficiais sobre o
desmatamento feitos há décadas pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe. O Brasil
sob Bolsonaro parece ter dois ministros da
Agricultura e nenhum do Meio Ambiente.
No país, nasce uma semente de resistência à
agenda do governo
Os núcleos que tratavam da mudança do clima
nos ministérios ou foram extintos ou estão quase
lá. Não se fala mais em adaptação à mudança do
clima, embora o Brasil tenha um plano há anos,
discutido com vários setores da sociedade e
agora embolorando em alguma gaveta do MMA.
O mesmo silêncio recai sobre as metas climáticas
de reflorestar milhões de hectares e ampliar a
matriz energética com energias renováveis e
maior eficiência. Salles assumiu dizendo que essa
agenda não era a dele. Só a cita quando repete
que, se os outros países querem que o Brasil
preserve, têm que pagar por isso.
Tereza Cristina disse em entrevista recente à
"Folha de S.Paulo" que não acredita em
"sustentabilidade e preservação ambiental com
miséria". Ninguém acredita, ministra. É
precisamente por isso que, há muitos anos, nas
conferências climáticas internacionais criaram-se
mecanismos para ajudar os países que precisam.
Um dos mais bem-sucedidos é justamente o
Fundo Amazônia, que opera com dinheiro doado
(não é empréstimo, é doação) de contribuintes
noruegueses e alemães. Funcionou muito bem
até Salles anunciar, em março, um pente-fino
nos recursos e na governança do Fundo. Está
tudo em suspenso desde então.
Enquanto o Brasil segue desenfreado na direção
errada, a crise do clima continua acelerada.
Tornou-se "emergência climática" para
pesquisadores, ambientalistas e governos que
atuam com seriedade em seu enfrentamento e
em adaptar suas sociedades.
No início de julho, a Organização Internacional do
Trabalho (OIT) divulgou um relatório que indica o
quanto o aumento da temperatura pode afetar
negativamente o mercado de trabalho e a
produtividade das empresas. O estudo trabalha
com a previsão conservadora de uma alta de
apenas 1,5 °C no aquecimento global até 2030.
Nesse cenário, o mundo deverá lidar com uma
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Grupo de Comunicação
perda de horas de trabalho de 2,2%. No sul da
Ásia e nos países da África Ocidental, mais
afetados pela conjunção entre aquecimento e
pobreza, isso pode significar até 5% de perda
nas horas trabalhadas. Os números de "Working
in a Warmer Planet" são brutais: ameaça 80
milhões de empregos e US$ 2,4 trilhões de
prejuízos econômicos globais.
O estudo da OIT trata do estresse térmico,
conceito que define os limites do corpo à alta de
calor antes de colapsar. O excesso de calor
durante o trabalho é risco sério para a saúde
ocupacional. "Quando a temperatura corporal
chega a 39 graus há perda de produtividade e
pode-se chegar à morte", diz o consultor Paulo
Muçouçah, coordenador de empregos verdes da
OIT no Brasil até 2018. "É por isso que
ocorreram muitas mortes no interior de São
Paulo entre cortadores de cana. Os trabalhadores
davam mais de mil golpes de facão por dia, a
temperatura era muito alta. Morriam pelo calor."
A atividade mais atingida, segundo a OIT, será a
agricultura, sobretudo nos países tropicais onde o
calor é maior, e a agricultura, menos
mecanizada. A perda de horas de trabalho pode
chegar a 40%. A construção civil é outro setor
em risco, com potencial de 19% de perda, diz o
estudo da agência mais antiga da ONU. Mas
Bolsonaro nunca escondeu o desdém pelas
Nações Unidas e costuma reduzir desafios dessa
magnitude à "psicose ambientalista". Em pouco
mais de 200 dias de seu governo, a lista de
retrocessos é deprimente.
Há, contudo, uma semente de resistência que se
esboça na articulação em torno da Conferência
Brasileira de Mudança do Clima, que acontecerá
em outubro, no Recife. O evento foi pensado
quando Bolsonaro retirou a candidatura brasileira
para que o Brasil sediasse a próxima conferência
do clima da ONU, a CoP 25.
Um dos objetivos do encontro a ser realizado no
Brasil é mostrar que sociedade, setor produtivo e
alguns governos locais se mantêm firmes no
Acordo de Paris e que a agenda de clima,
florestas e desenvolvimento sustentável tem
grandes oportunidades para o Brasil. "Esse é um
tema que interfere na estratégia de negócios",
reconhece Luiz Carlos Xavier, coordenador da
área da Braskem. "É assunto que precisa ficar
em alta", concorda Tomás Carmona,
superintendente de sustentabilidade da
SulAmérica.
Longe de ter algo parecido à Califórnia ou à
oposição articulada do Partido Democrata à
agenda antiambientalista de Donald Trump, o
ainda tímido movimento de algumas ONGs e
empresas em torno da conferência brasileira tem
potencial para ganhar ressonância e montar uma
delegação paralela à CoP que o Chile sediará no
fim do ano.
Daniela Chiaretti é repórter especial
E-mail: [email protected]
https://www.valor.com.br/brasil/6369979/dano-
ambiental-no-brasil-ja-esta-em-curso
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