NEURO PSICOLOGIA III

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BIOLOGIA NEURONAL - SÉRIE PREPARATÓRIA PARA O MESTRADO E DOUTORADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA – SÍNDROMES - TOMO III - NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I – VOLUME II CAPÍTULO I SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - Professor César Augusto Venâncio da Silva – 3/24 1 CAPÍTULO I SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - Professor César Augusto Venâncio da Silva – 3/24

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CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS

HEMISFÉRIOS CEREBRAIS

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BIOLOGIA NEURONAL

SÉRIE PREPARATÓRIA PARA O MESTRADO E DOUTORADO EM

PSICOLOGIA CLÍNICA – SÍNDROMES - TOMO III

Professor César Augusto Venâncio da Silva

NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA

Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios

e transtornos neuropsicobiológico.

TOMO I – VOLUME II

CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS

CEREBRAIS

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Neurociência.

Gravura de Santiago Ramón y Cajal (1899) de neurônios no cerebelo de um pombo.

Neurociência é o estudo científico do sistema nervoso. A Neurociência é uma ciência

interdisciplinar que colabora com outros campos do conhecimento,como exemplos...

(...)a química, ciência da computação, engenharia,

linguística, matemática, medicina e disciplinas afins,

filosofia, física e psicologia.

A neurobiologia é usualmente o termo mais usado para designar alternadamente a

definição-termo neurociência, embora o primeiro se refira especificamente a biologia do

sistema nervoso, enquanto o último se refere à inteira ciência do sistema nervoso. O

escopo da neurociência tem sido ampliado para incluir diferentes abordagens usadas

para estudar os aspectos moleculares, celulares, de desenvolvimento, estruturais,

funcionais, evolutivos, e médicos do sistema nervoso, ainda sendo ampliado para incluir

a cibernética como estudo da comunicação e controle no animal e na máquina com

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resultados fecundos para ambas áreas do conhecimento. E agora mais recentemente o

discurso da neurociência educacional. Explico mais a frente. As técnicas usadas pelos

neurocientistas tem sido expandida enormemente, de estudos moleculares e celulares de

neurônios individuais até imageamento de tarefas sensoriais e motoras no cérebro.

Avanços teóricos recentes na neurociência têm sido auxiliados pelo estudo das redes

neurais. Dado o número crescente de cientistas que estudam o sistema nervoso, várias

proeminentes organizações de neurociência tem sido formadas para prover um fórum

para todos os neurociêntistas e educadores. Por exemplo, a International Brain

Research Organization foi fundada em 1960, a Society for Neurocience em 1969, a

Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento em 1976 e a Sociedade

Portuguesa de Neurociências em 1992.

Cerébro.

O que podemos esperar no futuro, em relaçao ao cerébro humano?

O cérebro humano é complexo e extenso?

O Cerébro Humano representa aproximadamente 2% da massa celular do corpo

humano, mas, apesar disso, recebe aproximadamente 25% de todo o sangue que é

bombeado pelo coração. Divide-se em dois hemisférios: esquerdo e o direito. O seu

aspecto se assemelha ao miolo de uma noz. É um conjunto distribuído de milhares de

milhões de células que se estende por uma área de mais de 1 metro quadrado dentro do

qual conseguimos diferenciar certas estruturas correspondendo às chamadas áreas

funcionais, que podem cada uma abranger até um décimo dessa área.

Imagem lateral do cérebro.

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Nota do Autor.

Miolo de uma noz.

Apesar de serem um alimento muito calórico, e terem fama de engordarem

muito (o que não é mentira!), as nozes contêm gorduras de excelente qualidade e

muitos outros nutrientes. As nozes são um fruto seco muito apreciado, mas comido

sempre com muita desconfiança, uma vez que se trata de um alimento muito calórico e

gorduroso. A ingestão diária de 85 g de nozes, como parte de uma dieta com

baixo teor de gorduras saturadas, pode baixar os níveis de colesterol no

sangue, segundo investigações recentes. Ao reduzir o colesterol, constitui uma

arma na luta conta as doenças cardiovasculares. O que se diz quanto ao seu elevado

teor de gordura é verdadeiro, pois as nozes contêm de fato muita gordura; mas trata-se

de uma gordura insaturada, de excelente qualidade para a saúde.

Contêm gorduras monoinsaturadas que se revelam muito úteis no

tratamento e prevenção das doenças do coração, ao diminuir os níveis

de colesterol no sangue. Contêm também gorduras poliinsaturadas, os

ácidos gordos Ómega-3, que são componentes estruturais do cérebro, e

estão implicados na redução do risco aterosclerótico, designadamente coronário e

da diminuição dos triglicerídeos do sangue. Pensa-se que podem tratar doenças

cardíacas e artrite. Cada 100 g de miolo de noz fornecem cerca de: 700 calorias.

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HEMISFÉRIO ESQUERDO.

Assim, é interessante analisar e comparar as características fisiológicas dos hemisférios

cerebrais

OS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS

UMA COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE CADA HEMISFÉRIO

Hemisfério esquerdo Hemisfério direito

Verbal: usa palavras para nomear,

descrever e definir;

Não-verbal: percepção das coisas com uma

relação mínima com palavras;

Analítico: decifra as coisas de maneira

seqüencial e por partes;

Sintético: unir coisas para formar

totalidades;

Utiliza um símbolo que está no lugar de

outra coisa. Por exemplo o sinal +

representa a soma;

Relaciona as coisas tais como estão nesse

momento;

Abstrato: extrai uma porção pequena de

informação e a utiliza para representar a

totalidade do assunto;

Analógico: encontra um símil entre

diferentes ordens; compreensão das

relações metefóficas;

Temporal: se mantem uma noção de

tempo, uma seqüência dos fatos. Fazer

uma coisa e logo outra, etc.;

Atemporal: sem sentido de tempo;

Racional: extrai conclusões baseadas na

razão e nos dados;

Não-racional: não requer uma base de

informações e fatos reais; aceita a

suspensão do juízo;

Digital: utiliza números;

Espacial: ver as coisas relacionadas a

outras e como as partes se unem para

formar um todo;

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Lógico: extrai conclusões baseadas na

ordem lógica. Por exemplo: um teorema

matemático ou uma argumentação;

Intuitivo: realiza saltos de reconhecimento,

em geral sob padrões incompletos,

intuições, sentimentos e imagens visuais;

Linear: pensar em termos vinculados a

ideias, um pensamento que segue o outro

e que em geral convergem em uma

conclusão;

Holístico: perceber al mesmo tempo,

concebendo padrões gerais e as estruturas

que muitas vezes levam a conclusões

divergentes.

Dentro da analise sugerida podemos observar as habilidades associadas às

especificidades de parte hemisféricas cerebrais.

HABILIDADES ASSOCIADAS À ESPECIALIZAÇÃO DE CADA

HEMISFÉRIO

Hemisfério esquerdo Hemisfério

direito

Escrita à mão

Símbolos Relações

espaciais

Linguagem Figuras e

padrões

Leitura Computação

matemática

Fonética Sensibilidade

a cores

Localização de fatos e

detalhes

Canto e

música

Conversação e

recitação

Expressão

artística

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Seguimento de

instruções Criatividade

Escuta Visualização

Associação auditiva Sentimentos

e emoções

As maneiras de consciência de cada parte hemisférica cerebral. .

MANEIRAS DE CONSCIÊNCIA DE CADA HEMISFÉRIO

Hemisfério

esquerdo

Hemisfério

direito

Lógico Intuitivo

Seqüencial Azaroso

Linear Holístico

Simbólico Concreto

Baseado

na

realidade

Orientado

à fantasia

Verbal Não-

verbal

Temporal Atemporal

Abstrato Analógico

O desejo de compreender para intervir na melhoria é na atualidade a vocação da maioria

dos educadores, estes estão cada vez mais interessados na importância do pensamento

criativo e intuitivo, o sistema educativo em geral está estruturado de um modo

predominantemente guiado pelo hemisfério esquerdo. Os conteúdos educativos são

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seqüenciais, os alunos progridem segundo seus graus (um, dos, três) em direção linear.

As principais matérias que os alunos estudam são numéricas e verbais: leituras,

escrituras, matemáticas. Tudo é regido por horários pautados. As cadeiras são dispostas

em filas. Os professores e mestres distribuem notas, mas... Está faltando algo.

O hemisfério dominante em 98% dos humanos é o hemisfério esquerdo, é responsável

pelo pensamento lógico e competência comunicativa. Enquanto o hemisfério direito, é

responsável pelo pensamento simbólico e criatividade, embora pesquisas recentes

estejam contradizendo isso, comprovando que existem partes do hemisfério esquerdo

destinados a criatividade e vice-versa. Nos canhotos as funções estão invertidas. O

hemisfério esquerdo diz-se dominante, pois nele localiza-se 2 áreas especializadas: a

Área de Broca (B), o córtex responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke

(W), o córtex responsável pela compreensão verbal. Nos dias atuais a ciência vem

usando métodos que permite invadir os caminhos obscuros da mente humana. Entre tais

métodos podemos citar exemplos: A eletrofisiologia, na qual elétrodos são colocados

diretamente no cérebro, permite aos cientistas registrar a afetividade córtex cerebral de

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neurônios isolados ou grupos de neurônios, mas como requer uma cirurgia invasiva, é

uma técnica reservada apenas para cobaias animais. A eletroencefalografia ou EEG dá-

se com a colocação de elétrodos sobre a pele, a fim de se registarem os impulsos

nervosos (de natureza eletro-química) gerados por diferentes partes do córtex cerebral.

O exame detecta apenas mudanças em larga escala e ocorridas apenas nas camadas mais

externas do órgão. Com o aparecimento dos métodos de imagem, a tomografia axial

computorizada e da imagem por ressonância magnética, vieram revolucionar o estudo

do funcionamento do cérebro e tornar o diagnóstico médico mais rigoroso.

A ressonância magnética funciona mede as mudanças no fluxo de sangue dentro do

cérebro, mas a atividade dos neurônios não é diretamente medida, e não pode se

distinguir onde a atividade é de inibição ou onde é de excitação. Testes de

comportamento podem avaliar sintomas de doenças e o desempenho mental, mas

também são medidas indiretas das funções cerebrais e podem não ser práticas em todos

os animais. Análises feitas em cadáveres de animais permitem o estudo da anatomia e

da distribuição de proteínas no cérebro. O cérebro e as funções cerebrais têm sido

estudados cientificamente por diversos ramos do saber. É um projeto pluri-disciplinar.

Nasceu assim a neurociência com o objectivo de estudar o funcionamento do Sistema

Nervoso, nomeadamente do Sistema Nervoso Central, a partir de uma perspectiva

biológica. A psicologia, depois de se ter emancipado da filosofia e de vários conceitos

religiosos, tem por objectivo estudar cientificamente o comportamento do indivíduo e

como este se relaciona com as estruturas cerebrais. A ciência cognitiva procura estudar

as funções cerebrais com objectivo de desenvolver o conceito de "inteligência

artificial". A ciência se estabelece através de métodos de observação. Nesse desiderato

os cientistas de hoje não podem deixar de conhecer os cientistas de ontem, os

precursores das idéias de hoje, avançadas ao nosso tempo.

Métodos de Observação.

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HEMISFÉRIO DIREITO.

O hemisfério direito – o sonhador, o artista – se perde muitas vezes no sistema

educativo e não é atendido. Se encontrarmos aulas de arte ou aulas de língua onde se

pratica "escritura criativa" (creative writing) e também cursos de música, mas é pouco

provável que encontremos cursos de imaginação, de visualização, de habilidades

espaciais, de criatividade, como matéria em si mesma, cursos de intuição ou em

inventiva. Todavia, os educadores valorizam estas aptidões, mas aparentemente

confiam que os alunos irão desenvolver a imaginação, a percepção e a intuição como

conseqüências naturais do desenvolvimento de suas capacidades analíticas e verbais.

Quem sabe agora os Neurocientistas proporcionaram a base conceitual para o

treinamento do hemisfério direito, poderemos começar a construir um sistema educativo

que leve em conta todo o cérebro. O autor do presente TOMO III, é professor na

educação especial, e no INESPEC se objetiva no ano de 2013 desenvolver dentro de

cada característica de seus alunos, o mapeamento e a “ginástica cerebral hemisférica

direita”.

PARA REFLETIR.

As últimas pesquisas concluem que a aprendizagem é melhor, mais agradável e mais

duradoura quando estão envolvidos os dois hemisférios. Então, por que custa tanto

integrar o hemisfério direito na sala de aula? Por que quando pensamos em Arte

instantaneamente pensamos na aula de artes? Por que deixamos este trabalho para a

professora de artes, que com sorte nos recebe uma vez por semana? Como poderíamos

envolver a arte e as habilidades do hemisfério direito em uma aula sobre:

Invasões Inglesas;

Geografia do Uruguai;

Tabelas de multiplicar;

Corpo humano;

Tempos verbais;

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Idiomas, etc.

Poder-se-ia estabelecer métodos, caminhos para fomentar o desenvolvimento da

criatividade dos estudantes em suas diversas atividades curriculares e extracurriculares?

POR QUE NÃO?

Pensemos por alguns instantes em nossas aulas, em nossos conteúdos, em nossos

alunos. Tomemos uma decisão na preparação de algumas das próximas unidades,

envolvendo o hemisfério direito, o "hemisfério esquecido".

ÁREA DE WERNICKE (W)

Área de Wernicke.

Nessa zona convergem os lobos occipital, temporal e parietal que se localiza a área de

Wernicke, que desempenha um papel muito importante na produção de discurso. É esta

área que nos permite compreender o que os outros dizem e que nos faculta a

possibilidade de organizarmos as palavras sintaticamente corretas.

Áreas de Broca e de Wernicke.

Área de Wernicke é uma região do cérebro humano responsável pelo conhecimento,

interpretação e associação das informações. Graves danos na área de Wernick podem

fazer com que uma pessoa que escuta perfeitamente e reconhece bem as palavras, seja

incapaz de agrupar estas palavras para formar um pensamento coerente, caracterizando

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doença conhecida como Afasia de Wernicke. A área recebe o nome em homenagem a

Karl Wernicke, um neurologista e psiquiatra alemão.

Síndrome.

Observação do autor.

Para entender as dificuldades de aprendizagem, com deficit intelectual, sem

transtornos ou distúrbios mentais, acredito ser relevante ao educador especial e ao

educador inclusivo conhecer entre várias síndromes, a AFASIA DE WERNICKE.

Já afirmei e reafirmo, existem diferenças entre inclusão educacional e educação

especial.

Afasia de Wernicke é uma alteração na linguagem oral e escrita, tornando a

comunicação sem muita precisão, que é ocasionada por uma lesão neurológica. Por ser

causado por um transtorno primário (inflamação no conduto auditivo interno), lesão

neurológica em decorrências de TCE (traumatismo crânio encefálico) e/ou problema

vasculares como AVC (acidente vascular cerebral) e AVE (acidente vascular

encefálico). Nesta afasia ocorre uma lesão na 1ª circunvolução temporal esquerda, mas

a linguagem oral e escrita não são prejudicadas. Sua maior dificuldade está na

compreensão.

Sintomas.

PERDA DA CAPACIDADE DE SIMBOLIZAR;

OBSERVA - SE ERROS DE TROCAS E REPETIÇÃO DE PALAVRAS

NA LINGUAGEM ORAL;

DIFICULDADE DE NOMEAR CORES, NÚMEROS (COM MAIS DE

2 ALGARISMOS), OBJETOS, FORMAS, LETRAS E CATEGORIAS

(EX: ANIMAIS);

EM ALGUNS CASOS, PERDA DA ESCRITA;

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EM ALGUNS CASOS, PERDA DA LEITURA COMPREENSIVA E

SILENSIOSA;

JÁ NA AFASIA DE BROCA A LEITURA COMPREENSIVA E

SILENCIOSA ESTÃO PRESERVADAS OU COM CERTA

DIFICULDADES;

DIFICULDADE DE NARRAR FATOS E OUTROS;

DIFICULDADE OU INCAPACIDADE DE RECONHECER

SÍMBOLOS LINGÜÍSTICOS;

EM ALGUNS CASOS, O DIÁLOGO É DEFICIENTE OU QUASE

IMPOSSÍVEL;

DIFICULDADE DE MEMÓRIA

SINTOMAS E SINAIS: FALA E VOZ / SINTOMAS RELATIVOS À CABEÇA E AO PESCOÇO

(R47–R49, CID-9: 784)

AFASIA/DISFASIA AFASIA EXPRESSIVA · AFASIA DE WERNICKE ·

AFASIA DE CONDUÇÃO

OUTROS DISTÚRBIOS DA FALA

DISARTRIA · ESQUIZOFASIA ·

APROSODIA/DISPROSÓDIA

THOUGHT DISORDER: PRESSURE OF SPEECH ·

DERAILMENT · CLANGING ·

CIRCUMSTANTIALITY

DISFUNÇÕES SIMBÓLICAS

DISLEXIA/ALEXIA · AGNOSIA

(PROSOPAGNOSIA, ASTEROGNOSIA, SÍNDROME

DE GERSTMANN) · DISPRAXIA/APRAXIA

(APRAXIA IDEOMOTORA) ·

DISCALCULIA/ACALCULIA · AGRAFIA

DISTÚRBIOS DA VOZ DISFONIA/AFONIA

OUTROS EPISTAXE · CEFALEIA · GOTEJAMENTO PÓS-

NASAL · MASSA CERVICAL

PREDEFINIÇÃO:PSYCHOLOGY NAVSPREDEFINIÇÃO:MOUTH NAVS

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ÁREA DE BROCA.

AFASIA..

Área de Broca é a parte do cérebro humano responsável pelo processamento da

linguagem, produção da fala e compreensão. Foi descoberta em 1861 pelo cientista

francês Paul Broca e denominado por David Ferrin como Aire de Broca - centre moteur

de la parole (àrea de Broca - Centro motor da fala). Broca descobriu a ligação entre a

fala e uma região específica do cérebro ao fazer, em 1861, a autópsia de M. Leborgne,

um paciente do hospital de Bicêtre que não tinha nenhuma paralisia física e

compreendia a linguagem, mas era incapaz de falar qualquer coisa além de tan. Paul

Broca descreveu nove pacientes com lesões no lobo frontal do hemisfério esquerdo. stes

pacientes apresentavam uma disfuncionalidade intensa da fala.

Nota do Autor.

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Paul Pierre Broca, cirurgião e antropólogo francês, nasceu em Sant-Foy-la-Grande, em

1924. Formou-se simultaneamente em literatura, matemática e física. Entrou na escola

médica aos 17 anos, formando-se aos 20, quando a maioria de seus contemporâneos

ainda estava iniciando como estudante de medicina. Broca estudou medicina na

Universidade de Paris, onde cedo se tornou professor de patologia cirúrgica e um

notável pesquisador médico, especializando-se em muitas áreas do conhecimento. Seus

primeiros estudos e trabalhos científicos se ocuparam da histologia da cartilagem e dos

ossos, mas ele também estudou a patologia do câncer, o tratamento dos aneurismas e a

mortalidade infantil. Um excelente neuroanatomista, ele fez importantes contribuições à

compreensão sobre o sistema límbico, ou rinencéfalo. Porém o campo de estudo em que

Broca ficou famoso e se destacou como uma figura proeminente na história da medicina

e das neurociências foi a descoberta do centro da fala (atualmente conhecido como área

de Broca, a terceira circonvolução do lobo frontal). Ele chegou a esta descoberta ao

estudar os cérebros de pacientes afásicos (pessoas incapazes de falar), particularmente o

cérebro de seu primeiro paciente no Hospital Bicêtre de Paris, que era alcunhado de

"Tan". Broca demonstrou, em 1861, que ele tinha uma lesão neurosifilítica em um lado

do cérebro, precisamente na área que controla a linguagem falada.

O cérebro autopsiado de "Tan",

o paciente afásico de Broca.

Broca foi também um pioneiro no estudo da antropologia física. Ele fundou a Sociedade

Antropológica de Paris em 1859, a Revue d'Anthropologie em 1872 e a Escola de

Antropologia de Paris, em 1876. Ele levou o progresso da antropometria craniana a

novas alturas, ao desenvolver novos tipos de instrumentos de medida (craniômetros) e

índices numéricos. Outro campo para o qual Broca contribuiu significativamente foi a

anatomia comparada dos primatas. Ele era muito interessado na relação entre

características anatômicas do cérebro e do crânio e as capacidades mentais, como a

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inteligência. Fundou uma sociedade de livres-pensadores em 1848 e tinha simpatia pela

teoria da seleção natural de Darwin, e por conta foi acusado pelas autoridades como

sendo um subversivo aos interesses do cristianismo. Chamado também pelos seus

adversários como um materialista e um corruptor dos jovens. Ele era um trabalhador

infatigável e escreveu centenas de livros e artigos (sendo 53 deles dedicados aos estudos

sobre o cérebro). Ele também se dedicava à assistência médica aos pobres. No final de

sua vida, Paul Broca foi eleito como membro vitalício do Senado da França. Ele foi

também um membro da Academia Francesa de Ciências, e recebeu graus honoríficos de

muitas instituições do saber, na França e no exterior. Paul Pierre Broca faleceu em

Paris, em 1880, provavelmente de um aneurisma cerebral. Os primeiros 25 anos do

século XIX testemunharam um crescente interesse pela localização das funções

cerebrais. Sem dúvida, a teoria da frenologia de Franz Joseph Gall foi influente em

chamar a atenção do establishment científico para esta possibilidade, mas sua teoria

frenológica foi baseada em inferências falhas, e não no método científico. Este interesse

começou com um episódio curioso: a Academia Francesa de Ciências foi pressionada

por Napoleão Bonaparte, que aparentemente ficou furioso com Gall (que tinha se

mudado e fazia sucesso em Paris, depois de ter sido expulso de Viena pelas autoridades

políticas e religiosas), para estabelecer uma comissão científica para estudar o pedido de

Gall para entrar na Academia. Sabiamente, Gall havia submetido seu estupendo trabalho

e anatomia sobre o cérebro, que era de classe internacional, ao invés de seu trabalho

mais polêmico sobre os "órgãos da mente". A Academia pediu, então, ao principal

neurofisiologista da época, Pierre Flourens, que realizasse experimentos em animais, de

modo a certificar se as afirmativas de Gall quanto à frenologia eram verdadeiras, em

despeito ao fato de que Gall mesmo não tinha solicitado esse teste. Foi negada a sua

entrada na Academia, é lógico, mas Flourens gostou da idéia e começou uma linha de

pesquisa própria nessa área. Portanto, começando com os experimentos pioneiros de

Flourens, por volta de 1825, as primeiras descobertas relacionadas a esta questão vieram

somente quando anatomistas e fisiologistas desenvolveram novos métodos

experimentais para intervir diretamente no cérebro e para ver os resultados destas

intervenções sobre o comportamento de animais. Estes métodos eram:

A ABLAÇÃO CIRÚRGICA SELETIVA DE PARTES DO CÉREBRO

DE ANIMAIS;

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A ESTIMULAÇÃO FARÁDICA OU GALVÂNICA (ELÉTRICA) DO

CÉREBRO DE ANIMAIS E SERES HUMANOS;

OS ESTUDOS CLÍNICOS, OU SEJA, PACIENTES COM DEFICTS

NEUROLÓGICOS OU MENTAIS TIVERAM SEUS CÉREBROS

ESTUDADOS APÓS A SUA MORTE, EM UMA TENTATIVA DE

CORRELACIONÁ-LOS COM ALTERAÇÕES DETECTÁVEIS NO

TECIDO CEREBRAL.

Posteriormente, por volta de 1870, ou seja, na mesma época que os estudos de Broca e

Wernicke, dois fisiologistas alemães, Gustav Fritsch e Eduard Hitzig, aprimoraram

nosso conhecimento sobre a localização cerebral da função, estimulando pequenas

regiões com eletricidade, na superfície do cérebro de cães acordados. Eles descobriram

que as estimulações de algumas áreas causavam contrações musculares na cabeça e

pescoço, enquanto que as estimulações de áreas cerebrais distintas causavam contrações

das pernas anteriores ou posteriores. Um neurocirurgião chamado F. Krause chegou ao

extremo de estimular eletricamente as circunvoluções motoras de pacientes

anestesiados, que estavam sendo operados para a remoção de tumores. Seu mapeamento

das áreas corticomotoras foi notavelmente preciso e deram um apoio às pesquisas mais

modernas, usando anestesia local, tais como nos experimentos.

Gustav Fritsch and Eduard Hitzig.

O trabalho de Fritsch e Hitzig foi consideravelmente ampliado, causando um tremendo

impacto em nosso conhecimento sobre o cérebro, por uma série de elegantes

experimentos realizados por Sir David Ferrier, um neurologista inglês. Entre 1870 e

1875 ele estimulou eletricamente os giros corticais expostos de macacos e de cães,

tendo sido capaz de mapear 15 áreas relacionadas ao controle preciso do movimento.

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Posteriormente ele removeu cirurgicamente alguns desses pontos, demonstrando a

abolição da função motora correspondente. Ferrier fez uma previsão ousada, ao

transferir, com boa acurácia, como esses pontos poderiam ser representados no córtex

humano, e usou este conhecimento com sucesso, pela primeira vez, para orientar

diagnósticos neurológicos e cirurgias de pacientes com lesões ou tumores corticais. Por

exemplo, ele previu corretamente a localização de uma lesão cortical em um paciente

que tinha paralisia dos dedos e do antebraço de um lado, e deu a indicação para que o

cirurgião, Macewen, operasse o paciente e removesse o tumor com maior precisão e

certeza de sucesso. As idéias de Ferrier se contrastavam fortemente com as de Flourens

com relação à localização cortical de funções superiores, assim como de outros

pesquisadores de sua época, tais como Friedrich Goltz, o qual não foi capaz de abolir

inteiramente as funções comportamentais e motoras localizadas em cães, mesmo

quando realizava extensas lesões dos hemisférios cerebrais. Isso levou a uma famosa

disputa pública entre Goltz e Ferrier, a qual foi vencida por Ferrier, principalmente

prque ele conseguiu demonstrar que as lesões cirúrgicas nos animais de Goltz tinham

poupado algumas áreas motoras e sensoriais. Além disso, era aparente que cães são

menos dependente das funções corticais dos que os primatas.

Sir David Ferrier Friedrich

Goltz Córtex de macaco com o mapeamento de

pontos de estimulação.

No final do século XIX, o conceito de localização cerebral foi firmemente estabelecido

nas neurociências. O próximo século testemunharia o uso aumentado de técnicas

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sofisticadas em animais e humanos, as quais seriam capazes de construir mapas

detalhados das funções cerebrais, tais como o método estereotáxico, desenvolvido pelo

fisiologista britânico Victor Horsley.

Sir Victor A.H. Horsley.

O aparelho original de Horsley-

Clarke.

PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM.

O Cérebro e a Linguagem.

Estruturas essenciais de mediação coordenam a atividade dos centros cerebrais. Alguns

destes centros são especializados na elaboração dos conceitos, outros, na de palavras e

frases. Os neuropsicólogos que estudam a linguagem tentam compreender como

utilizamos e combinamos palavras (ou signos, no caso de uma linguagem gestual) para

formar frases e transmitir os conceitos elaborados pelo cérebro. Investigam também

como compreendemos palavras expressas por outros e de que forma o cérebro as

transforma em conceitos. A linguagem surgiu e se manteve ao longo da evolução

porque constitui um meio de comunicação eficaz, sobretudo para conceitos abstratos.

Ela nos auxilia a estruturar o mundo em conceitos e a reduzir a complexidade das

estruturas abstratas a fim de apreendê-las: é a propriedade de "compreensão cognitiva".

O termo "chave de fenda", por exemplo, evoca várias representações dessa ferramenta:

as descrições visuais de sua aparência e utilização, as condições específicas de seu

emprego, a sensação que provoca seu manuseio ou o movimento da mão quando a

utiliza. Da mesma forma, a palavra "democracia" é associada a diversas representações

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conceituais. A "economia cognitiva" que a linguagem autoriza ao reagrupar numerosas

noções sob um mesmo símbolo permite-nos elaborar conceitos complexos e alcançar

níveis de abstração elevados. Na aurora da humanidade, a palavra não existia. A

linguagem surgiu quando o homem, e talvez algumas espécies que o precederam, soube

conceber e organizar ações, elaborar e classificar as representações mentais de

indivíduos, eventos e relações. Da mesma forma, os bebês concebem e manipulam

conceitos e organizam inúmeras ações bem antes de pronunciar as primeiras palavras e

frases. Entretanto, nem sempre a maturação da linguagem depende da dos conceitos:

algumas crianças têm deficiência dos sistemas conceituais, mas possuem uma sintaxe

correta. Os centros neuronais que asseguram certas operações sintáticas parecem se

desenvolver de forma autônoma.

A ASSOCIAÇÃO DE SÍMBOLOS.

A linguagem surge como produção humana voltada para o mundo exterior (um conjunto

de símbolos corretamente ordenados, difundido para fora do organismo) e representação

intracerebral destes símbolos e regras para associá-los. O cérebro representa a

linguagem e qualquer outro objeto da mesma forma. Ao estudar as bases neuronais da

representação de objetos, eventos e suas relações, os neurologistas esperam descobrir os

mecanismos de representação da linguagem. O cérebro elabora a linguagem mediante a

interação de três conjuntos de estruturas neuronais, segundo acreditamos. O primeiro,

composto de numerosos sistemas neuronais dos dois hemisférios, representa interações

não lingüísticas entre o corpo e seu meio, percebido por diversos sistemas sensoriais e

motores; ele forja uma representação de tudo o que uma pessoa faz, percebe, pensa ou

sente. Além de decompor essas representações não lingüísticas (forma, cor,

sucessão no tempo ou importância emocional), o cérebro cria representações

de nível superior, pelas quais gere os resultados dessa classificação. Assim ordenamos

intelectualmente objetos, eventos e relações. Os níveis sucessivos de categorias e

representações simbólicas produzidos pelo cérebro gerenciam nossa capacidade de

abstração e de metáfora. O segundo, um conjunto menor de estruturas neuronais,

geralmente situadas no hemisfério esquerdo, representa os fonemas, suas combinações e

as regras sintáticas de ordenação destas palavras em frases. Quando solicitados pelo

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cérebro, esses sistemas reúnem palavras em frases destinadas a ser ditas ou escritas, - se

demandados em reação a um estímulo lingüístico externo (uma palavra ouvida ou

um texto lido), asseguram os processamentos iniciais das palavras e frases

percebidas. Os Centros Cerebrais que processam a cor são organizados como

estruturas de compreensão e de utilização da linguagem. O estudo de pacientes com

lesões cerebrais mostra que um centro neuronal particular governa os conceitos

das cores (em azul); um segundo centro comanda as palavras que designam as

cores (em vermelho) e um terceiro assegura a mediação entre os conceitos e as

palavras. Os Centros Cerebrais da Linguagem, no hemisfério esquerdo, comportam

estruturas que processam as palavras e as frases, assim como estruturas que asseguram a

mediação entre os elementos do léxico e a gramática. As estruturas neuronais que

representam os conceitos são repartidas entre os hemisférios direito e esquerdo, em

numerosas regiões sensoriais e motoras. A zona das palavras pensadas corresponde às

áreas de Broca e de Wernicke. Enfim, o terceiro conjunto, também presente no

hemisfério esquerdo, coordena os dois primeiros. Produz palavras a partir de um

conceito ou conceitos a partir de palavras. Alguns trabalhos psicolingüísticos já haviam

indagado a existência dessas estruturas mediadoras. Willem Levelt, do Instituto de

Psicolingüística de Nimégue, Holanda, sugeriu que as palavras e as frases são

elaboradas a partir de conceitos por um elemento mediador chamado de "lema".

Os Centros Cerebrais que processam a cor são organizados como

estruturas de compreensão e de utilização da linguagem. O estudo de

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pacientes com lesões cerebrais mostra que um centro neuronal

particular governa os conceitos das cores (em azul); um segundo

centro comanda as palavras que designam as cores (em vermelho) e

um terceiro assegura a mediação entre os conceitos e as palavras

(flechas).

Os Centros Cerebrais da Linguagem, no hemisfério esquerdo,

comportam estruturas que processam as palavras e as frases, assim

como estruturas que asseguram a mediação entre os elementos do

léxico e a gramática. As estruturas neuronais que representam os

conceitos são repartidas entre os hemisfério direito e esquerdo, em

numerosas regiões sensoriais e motoras. A zona das palavras

pensadas corresponde às áreas de Broca e de Wernicke

ENTENDENDO A COMPREENSÃO DO DIZER AS CORES.

Esta organização em três partes é bem ilustrada pelos conceitos e pelas palavras que

representam cores. Mesmo quem sofre de um déficit congênito de percepção das cores

sabe que algumas delas são próximas, independentemente de sua luminosidade e

saturação. Os conceitos de cor são universais ainda que, em certas línguas, não existam

nomes que as designem. O processamento inicial dos sinais da cor é feito pela retina

e pelo corpo geniculado lateral e então pelo córtex visual primário e por pelo

menos duas outras áreas corticais, V2 e V4, os primeiros centros de processamento da

percepção das cores.

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RETINA.

No processo de desvendamento do cérebro, houve várias teorias sobre como ele deveria

funcionar. Muitas destas teorias eram concorrentes. Dentre elas, ocupa destaque na

história da neuropsicologia a disputa entre o localizacionismo versus o holismo ou

globalismo. Os globalistas defendiam que as funções mentais estariam distribuídas na

massa encefálica, sem estar situada especificamente numa ou noutra região. Elas seriam

o resultado do funcionamento do cérebro como um todo. Alguns dados de pesquisa

apoiavam esta tese, visto que a remoção de grande massa encefálica causava mais

prejuízo nas funções mentais, enquanto que a remoção de massas menores, causaria

danos menores ou parcamente identificáveis. Por sua vez, os localizacionistas

apostavam que as funções mentais seriam o resultado do trabalho de neurônios

localizados em áreas específicas do cérebro; lesões nestas áreas causariam dano em

habilidades específicas. Os trabalhos de Paul Broca (1824-1880) identificaram uma área

específica do cérebro que processa a capacidade de comunicação verbal, que em sua

homenagem foi chamada de área de Broca. Atualmente, está prevalecendo a tese

de que o cérebro possui áreas especializadas, embora estudos mais recentes

apontem que uma delimitação absoluta de regiões cerebrais seja uma utopia. A

neuropsicobiologia se embasa no conhecimento do funcionamento das diferentes áreas

cerebrais, buscando correlacionar na medida do possível a função à região. Essa

associação permite ao profissional compreender, por exemplo, qual pode ser a extensão

da lesão e, ao analisar uma tomografia, estimar quais funções executivas podem estar

sendo prejudicadas.

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A frenologia buscava relacionar as regiões do cérebro

com funções como a comunicação e a moralidade.

Avaliação neuropsicológica.

Diagrama mostrando os lobos do córtex cerebral e

cerebelo.

A avaliação neuropsicológica consiste na utilização de exame clínico, aliado a outras

ferramentas diagnósticas (exames de neuroimagem, tais como tomografia

computadorizada, ressonância magnética, SPECT), observação do

comportamento, relatos da família do paciente e a instrumentos psicológicos, como

inventários e outros testes. É um processo complexo, que precisa ser conduzido caso a

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caso, escolhendo as técnicas mais adequadas à situação real apresentada. A avaliação

neuropsicológica é o primeiro passo para a futura reabilitação neurológica, pois irá

identificar as áreas cognitivas com maior dano e, a partir disso, será elaborado o plano

de tratamento. Como em qualquer passo de avaliação, é fundamental que o profissional

conheça aspectos relevantes da vida do paciente, pregressa ao aparecimento dos

sintomas, bem como os dados que fundamentem a formulação de hipóteses de trabalho

para, em seguida, selecionar as estratégias adequadas para a avaliação. Usualmente são

avaliadas as funções de percepção, armazenamento da informação (memória),

pensamento (cognição propriamente dita) e execução (funções executivas).

Essencialmente, a avaliação psicológica não difere dos métodos desenvolvidos pela

psicometria desde as origens da psicologia ou psicologia cognitiva a não ser

quanto a especificidade de seu objeto (as funções executivas), e por estabelecer

conexões entre as funções avaliadas e a neurofisiologia. A proposição é, portanto,

avaliar, identificar e detectar a integridade das funções mentais superiores: atenção,

consciência, memória, linguagem e inteligência (principalmente através do exame de

processos lógicos e linguagem). No passado, havia um forte esforço para tentar associar,

pela avaliação neuropsicológica, um determinado déficit com uma área encefálica

lesionada, mas atualmente esta busca está em segundo plano, sendo prioridade a

avaliação das funções propriamente ditas (mesmo a questão da localização cerebral de

forma fixa está sendo questionada por Miguel Nicolelis e outros neurocientistas, como

apontado acima). E sem dúvidas o olhar expressa a compreensão do mundo que somoas

capazes de “enxergar” . Assim para enxergar necessitamos de áreas especializadas

no cerébro. E por consequência a retina.

Retina é uma parte do olho dos vertebrados responsável pela formação de imagens, ou

seja, pelo sentido da visão. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as

imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo

óptico. Em cada retina há cerca de 120 milhões (Gazzaniga, 2007:153)de foto-

receptores (cones e bastonetes) que libertam moléculas neurotransmissoras a uma taxa

que é máxima na escuridão e diminui, de um modo proporcional (logarítmico), com o

aumento da intensidade luminosa. Esse sinal é transmitido depois à cadeia de células

bipolares e células ganglionares. Existem cerca de 1 milhão de células ganglionares e

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são os seus axónios que constituem o nervo óptico. Há, portanto, cerca de 100

fotoreceptores por cada célula ganglionar; no entanto, cada célula ganglionar recebe

sinais que provêm de um “campo receptivo” na retina, aproximadamente circular, que

abrange milhares de fotorreceptores. Assim, o ato de ouvir, enxergar e sentir são

fenômenos biológicos importantes no processo de aprendizagem e se constituem em

elementos agregados para a facilitação da linguagem verbal e não verbal. O olho

humano é um instrumento óptico altamente sofisticado, fazendo uma comparação com

os atuais padrões tecnológicos atuais, podemos concluir que seu sistema de

funcionamento pode ser comparado ao de uma câmera fotográfica, em que a pupila é o

diafragma, o cristalino é a lente, e a retina seria o filme fotográfico em cores. Neste

resumo, além do globo ocular, veremos alguns dos principais defeitos da visão e como

corrigi-los (em alguns casos) através de lentes apropriadas.

ELEMENTOS DO GLOBO OCULAR.

1. CÓRNEA - membrana transparente em forma de calota esférica;

2. ÍRIS - espécie de diafragma com abertura central variável para controlar a

entrada da luz no olho;

3. PUPILA - disco da abertura causada pela íris;

4. CRISTALINO - meio transparente com forma de lente biconvexa;

5. RETINA - membrana de natureza nervosa, sensível a luz, e está ligada ao nervo

óptico;

NERVO ÓPTICO - Transmissor das sensações luminosas captadas pela retina

para o cérebro.

CONCEITOS BÁSICOS.

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1. PONTO PRÓXIMO ( PP ) de um globo ocular é a posição mais próxima que

pode ser vista nitidamente, realizando esforço máximo de acomodação. Na

pessoa normal, situa-se, convencionalmente, a 25 cm.

2. ACOMODAÇÃO VISUAL é o mecanismo pelo qual o olho humano altera a

vergência do cristalino, permitindo à pessoa normal enxergar nitidamente desde

uma distância de aproximadamente 25 cm até o infinito.

3. PONTO REMOTO ( PR ) de um globo ocular é a posição mais afastada que

pode ser vista nitidamente, sem esforço de acomodação. Na pessoa normal, este

ponto está situado no infinito.

PRINCIPAIS DEFEITOS DA VISÃO:

MIOPIA; HIPERMETROPIA; PRESBIOPIA;

ASTIGMATISMO; ESTRABISMO; CATARATA;

DALTONISMO.

MIOPIA.

Apresenta como defeito o achatamento do globo ocular, provocando um alongamento

no eixo óptico. A correção é feita através de lentes divergentes. O míope tem

dificuldade de enxergar objetos mais distantes. A imagem é formada antes da retina. A

vergência ou convergência ( C ) será:

ATENÇÃO: A vergência de uma lente no S.I é medida em m-1 (dioptria = di ) que

equivale na linguagem popular ao "grau de uma lente".

HIPERMETROPIA.

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É corrigida com o uso de lentes convergentes. Apresenta como defeito o encurtamento

do globo ocular. Dificuldade de enxergar objetos mais próximos. Para a hipermetropia,

vale as expressões:

PRESBIOPIA.

Apresenta como defeito o endurecimento do cristalino. Perda da capacidade de

acomodação visual. Não é defeito congênito, mais decorrente da idade. É conhecida

vulgarmente como "vista cansada". A correção é feita com o uso de lentes convergentes.

ASTIGMATISMO.

Apresenta defeito na córnea, com raios de curvatura irregulares. Ocasiona uma visão

manchada dos objetos. A correção é feita com o uso de lentes cilíndricas.

ESTRABISMO.

Apresenta como defeito a incapacidade de dirigir para um mesmo ponto os eixos

ópticos dos olhos. A correção é obtida com o uso de lentes prismáticas.

CATARATA.

Defeito que apresenta como causa a opacidade do cristalino. A correção é feita com a

substituição do cristalino por uma lente artificial, através de uma cirurgia.

Geralmente este defeito é encontrado em pessoas idosas.

DALTONISMO.

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A retina humana dispõe de dois tipos de célula fotossensível: os cones e os bastonetes.

Os cones são os responsáveis pela nossa visão colorida, fazendo a composição das cores

primárias. Os bastonetes são mais sensíveis à luz, embora não as cores.

A ausência de certos tipos de cones na retina, determinada por características genéticas,

acarreta a falta de percepção de algumas cores, ou, às vezes, de todas. A cor que o

daltônico não consegue captar é interpretada pelo cérebro como apenas mais um tom de

cinza.

Esquema: olho humano.

O olho é o órgão da visão dos animais, que permite detectar a luz e transformar essa

percepção em impulsos eléctricos. Os olhos mais simples apenas detectam se as zonas

ao seu redor estão iluminadas ou escuras. Os olhos compostos que se encontram nos

artrópodes ( alguns insectos e crustáceos) são formados por unidades de detecção

chamadas omatídeos, que dão uma imagem pixelada dos objetos. Nos seres humanos e

em outros vertebrados a retina é constituída por dois tipos de células foto-receptoras, os

bastonetes, que permitem a percepção de claro e escuro, e os cones, responsáveis pela

percepção das cores.

SISTEMA SENSORIAL - VISÃO - OLHO

TÚNICA FIBROSA (EXTERIOR) CONJUNTIVA • ESCLERA • CANAL DE SCHLEMM • TRABECULAR MESHWORK •

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LIMBUS CÓRNEA (EPITHELIUM, MEMBRANA DE BOWMAN, ESTROMA, MEMBRANA DE DESCEMET, ENDOTHELIUM)

ÚVEA (MEIO)

COROIDE (PROCESSOS CILIARES, CHORIOCAPILLARIS, MEMBRANA DE BRUCH) • ÍRIS (ESTROMA) • PUPILA • CORPO CILIAR

RETINA (INTERIOR) MÁCULA • FÓVEA • DISCO ÓPTICO

SEGMENTO ANTERIOR CÂMARA ANTERIOR • HUMOR AQUOSO • CÂMARA POSTERIOR • CRISTALINO

SEGMENTO POSTERIOR HUMOR VÍTREO • ZÔNULA DE ZINN

CORPO GENICULADO LATERAL.

O tálamo é uma região de substância cinzenta

(núcleos de neurônios) do encéfalo. São duas massas neuronais situadas na

profundidade dos hemisférios cerebrais. O tálamo é um centro de organização cerebral,

como uma encruzilhada de diversas vias neuronais em que podem influenciar-se

mutuamente antes de serem redistribuidas. Suas ligações mais abundantes são, de longe,

com o córtex. A principal função do tálamo é servir de estação de reorganização dos

estímulos vindos da periferia e do tronco cerebral e também de alguns vindos de centros

superiores. Lá fazem sinapse os axónios dos neurónios situados nesses locais, e daí

partem novos axónios que vão efetuar ligações com outros centros superiores,

principalmente o córtex. Quase todos os sinais ascendentes que vão para o córtex fazem

sinapse nos núcleos do tálamo onde são reorganizados e/ou controlados, exceptuando o

sentido do olfato. O tálamo tem também circuitos de integração dos sinais que recebe, e

julga-se que algumas das sensações menos elaboradas que o indivíduo experimenta têm

aí sua origem. Por exemplo, é sabido que animais dos quais foi retirado o córtex

continuam, de alguma forma, a reagir a estímulos de dor — ainda que esta possa não ser

a mais apropriada. Ou doentes, cujas patologias apresentam a porção correspondente do

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córtex danificada, que ainda conseguem sentir um objecto na palma da mão, mesmo que

não consigam identificar exatamente sua forma, temperatura ou peso. O tálamo é um

conjunto bem definido de vários núcleos de neurónios e forma uma parte maior do

diencéfalo. Existem dois deles situados em posições simétricas, à esquerda e à direita,

cada um com cerca de 1 cm de comprimento. Sua extremidade anterior é estreita e

arredondada, e constitui a parede posterior do forame interventricular; a porção

posterior é expandida e está acima do colículo superior; a superfície inferior situa-se

continuamente ao tegmento do mesencéfalo; sua face medial está confrontada com a

mesma do outro tálamo e contém uma região de comunicação com ele, a adesão

intertalâmica, que está rodeada pelo terceiro ventrículo. O tálamo contém diversos

núcleos: anterior, dorsomedial, lateral dorsal e lateral posterior, pulvinar, ventral

anterior, ventral lateral, ventral posterior lateral e medial, intralaminares, da linha

média, reticulares, e os geniculados laterais e mediais.

1.O núcleo anterior faz relé em relação ao sistema

límbico, para os corpos mamilares, giro cingulado e

hipotálamo.

2.O núcleo dorsomedial tem conexões com o córtex pré-

central e o hipotálamo e está envolvido na transmissão de

sentimentos objetivos e emocionais, e sua relação com o

estado subjetivo do individuo (p. ex. seu estado de

controlo emocional e personalidade).

3.Os núcleos ventrais anteriores e laterais influenciam e

regulam as vias descendentes motoras do córtex e

cerebelo.

4.Os núcleos ventrais posteriores são a estação de

sinapse das vias sensitivas periféricas (lemniscos medial e

espinhal) em direção ao córtex sensorial (no giro pós-

central).

5.O núcleo geniculado lateral recebe os axónios do nervo

óptico e os transmite para o córtex visual (no lobo

occipital).

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6.O núcleo geniculado medial tem idêntica função na via

auditiva.

7.Os núcleos intralâminares têm ligações com a formação

reticular e permitem ao córtex influenciar o estado de

vigília.

Coreias ou movimentos involuntários podem surgir após lesões talâmicas. A trombose

ou hemorragia, ou seja um infarto ou AVC, das artérias que irrigam o tálamo, com

necrose por isquemia (morte celular) extensa nesse órgão, leva à perda de sensação

completa ou quase completa em toda a metade do corpo oposta do individuo — i.e., se

tálamo esquerdo é afetado há perda de sensação à direita do topo da nuca à ponta dos

pés. Poderá haver também défices motores. Dor talâmica é uma síndrome que pode

ocorrer quando um paciente recupera de um infarto, mesmo que menor. Há sensação de

dor, por vezes forte, do lado oposto do corpo sem que haja qualquer lesão que a

justifique. Essa dor será devida à disfunção das vias da dor, que passam no tálamo, e

não a lesões periféricas, ainda que o doente a localize à periferia (o tálamo, assim como

o resto do cérebro, não tem receptores de dor). Em alguns doentes com lesões tâlamicas,

a mão contra-lateral está constantemente em posição atípica, com pulsos fletidos e

pronados e dedos fletidos e retos. Alguns núcleos transmitem impulsos para as áreas

sensoriais do cérebro:

Corpo (núcleo) Geniculado Medial – transmite impulsos

auditivos;

Corpo (núcleo) Geniculado Lateral – transmite impulsos

visuais;

Corpo (núcleo) Ventral Posterior – transmite impulsos

para o paladar e para as sensações somáticas, como as

de tato, pressão, vibração, calor, frio e dor.

Os núcleos talâmicos podem ser divididos em cinco grupos:

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Grupo Anterior;

Grupo Posterior;

Grupo Lateral;

Grupo Mediano;

Grupo medial.

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

O tálamo serve como uma estação intermediária para a maioria das fibras que vão da

porção inferior do encéfalo e medula espinhal para as áreas sensitivas do cérebro. O

tálamo classifica a informação, dando-nos uma idéia da sensação que estamos

experimentando, e as direciona para as áreas específicas do cérebro para que haja uma

interpretação mais precisa. Funções do Tálamo:

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Sensibilidade;

Motricidade;

Comportamento Emocional;

Ativação do Córtex;

Desempenha algum papel no mecanismo de vigília, ou

estado de alerta.

Hipotálamo.

É uma área relativamente pequena do diencéfalo, situada abaixo do tálamo, com

funções importantes principalmente relacionadas à atividade visceral. Corpos

mamilares: são duas eminências arredondadas de substância cinzenta evidentes na parte

anterior da fossa interpeduncular. Quiasma óptico: localiza-se na parte

anterior do assoalho ventricular. Recebe fibras mielínicas do nervo

óptico, que ai cruza em parte e continuam nos tratos ópticos que se

dirigem aos corpos geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos

cerebrais.

O hipotálamo é parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do

III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que separa o

tálamo. Apresenta algumas formações anatômicas visíveis na

face inferior do cérebro: o quiasma óptico, o túber cinéreo, o

infundíbulo e os corpos mamilares. Trata-se de uma área muito

pequena (4g) mas, apesar disso, o hipotálamo, por suas

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inúmeras e variadas funções, é uma das áreas mais importantes

do sistema nervoso.

Descobrimos que lesões nas regiões onde estão V2 e V4 provocam a perda da percepção

das cores em pacientes antes normais: eles tornam-se incapazes de imaginar as cores e

vêem o mundo em preto e branco. Quando pensam em uma imagem colorida, vêem

formas, movimentos e texturas, mas nenhuma cor: um jardim, o sangue ou uma banana

não os fazem pensar no verde, vermelho ou amarelo. Como nenhuma lesão em outras

regiões cerebrais produz semelhante deficiência, os conceitos de cor parecem depender

dessas zonas occipitais. Note que tais lesões comprometem a formação de células ou

recepção de sinais para as células “fotossensíveis”. Os cones e os bastonetes. Sendo

repetimos: os cones são os responsáveis pela nossa visão colorida, fazendo a

composição das cores primárias; os bastonetes são mais sensíveis à luz, embora não as

cores. Pacientes com lesões nos córtice temporal posterior e parietal

inferior esquerdo conservam a capacidade de elaborar conceitos, mas

pronunciam mal as palavras. Ainda que percebam corretamente uma cor

e saibam seu nome, pronunciam-no mal, dizendo, por exemplo, "zul"

em vez de "azul". Outros com lesão no segmento temporal da quinta circunvolução

occipital esquerda sofrem de anomia das cores, problema que não afeta nem os

conceitos de cor nem a pronúncia dos nomes de cor: eles percebem cores normalmente

(distinguem as diferentes tonalidades, classificam-nas corretamente segundo sua

saturação e conhecem a cor dos objetos fotografados em preto-e-branco), mas não as

nomeiam corretamente. “Utiliza a palavra “azul” ou vermelha” para designar verde ou

amarelo, mas colocam corretamente uma ficha verde ao lado de uma foto em preto e

branco de um vegetal, ou uma amarela ao lado da imagem de uma banana.

Inversamente, quando lhes dizemos o nome de uma cor, designa outra. Como

pronunciam corretamente o nome - inexato - da cor que designam e como seu sistema

de concepção da cor e de pronúncia está intacto, sua deficiência resulta do

sistema neuronal de mediação entre os dois sistemas de manipulação dos

conceitos e de palavras.

REPRESENTAÇÃO CEREBRAL.

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A mesma organização existe para outros conceitos. Sob que forma física eles são

representados em nosso cérebro? Supomos que não exista representação "pictórica"

permanente de objetos e pessoas, mas que o cérebro conserve uma "impressão" da

atividade neuronal que se exerce no córtex sensorial e motor durante sua interação com

um objeto. Esta impressão corresponde a um circuito de neurônios e sinapses cuja

atividade recria aquela que caracterizou cada objeto ou evento memorizado. Ativada,

uma impressão pode suscitar outras associadas. O cérebro registra não só os diversos

aspectos da realidade exterior, mas também o modo pelo qual o corpo explora o meio e

reage a ele. Os sistemas neuronais que descrevem as interações entre uma pessoa e um

objeto registram um encadeamento rápido de micro percepções e de micro ações quase

simultâneo. Modificações ocorrem em várias regiões especializadas, cada uma

subdividida em vários centros, - a área visual, por exemplo, é composta de centro

menores, especializados no processamento de cor, forma e movimento. Mas onde são

conservadas as impressões que ligam estas atividades fragmentadas? Acreditamos que

seja em grupos de neurônios para os quais convergem axônios provenientes de regiões

mais externas, de onde partem axônios que enviam retroativamente os sinais para áreas

mais internas. Uma reativação destas zonas de convergência excita simultaneamente

vários grupos de neurônios anatomicamente separados e dispersos, que reconstroem a

atividade mental previamente registrada. Se o cérebro armazena as informações

relativas aos objetos e seus usos, também ordena estas informações, de forma que

eventos e conceitos associados (formas, cores, trajetórias no espaço e no tempo,

movimentos e reações corporais) possam ser reativados simultaneamente. Estas

informações são classificadas com a ajuda de outra impressão, situada numa zona de

convergência diferente. As representações das principais propriedades dos

objetos e dos eventos estão assim imbricadas: em relação à xícara, por

exemplo, o cérebro registra dimensões, forma, matéria, estado sólido,

deslocamento ao longo de uma trajetória precisa e a sensação que

provoca nos lábios. A atividade dessas redes neuronais convergentes assegura a

compreensão e a expressão da linguagem. Ativadas, estas redes reconstituem os

conhecimentos para remetê-los à consciência, onde estimulam os centros de mediação

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entre conceitos e linguagem e onde permitem a formulação correta de palavras e

estruturas sintáticas associadas aos conceitos. Como o cérebro registra simultaneamente

aspectos variados das percepções e das ações, estas redes produzem também

representações simbólicas como as metáforas. As lesões nas regiões do cérebro

correspondentes a estas redes provocam deficiências cognitivas associadas às

diversas classes de conceitos processados pelo cérebro. Podemos citar como

exemplo: acromatopsia. Elisabeth Warrington, do Hospital das Doenças Nervosas, de

Londres, descobriu que certos pacientes são incapazes de reconhecer objetos de um

determinado tipo. Junto com Daniel Tranel, mostraram que sistemas neuronais

específicos processam conceitos de certos tipos. Um dos pacientes da equipe

mencionada, por exemplo, não consegue manipular os conceitos ligados a entidades

isoladas, como uma pessoa, um lugar ou um evento particular, embora tenha conhecido

estas entidades antes de sua lesão cerebral. Ele perdeu ainda os conceitos ligados aos

membros de categorias particulares: assim, vários animais se tornaram para ele

completamente desconhecidos, embora saiba tratar-se de seres vivos. Diante da imagem

de um rato, ele disse tratar-se de um animal, mas não tinha idéia do seu tamanho, hábitat

ou comportamento. Curiosamente, as capacidades cognitivas desse paciente ainda

permitiam que ele manipulasse conceitos ligados a outra categorias contendo vários

elementos. Ele reconhecia e sabia nomear ferramentas. Dispunha também de conceitos

de atributos de objetos: sabia, por exemplo, o que era uma coisa bela ou feia; reconhecia

ainda o sentido de idéias que exprimem um estado ou uma atividade, como estar

apaixonado, saltar ou nadar, e compreendia relações abstratas entre entidades ou

eventos. Em suma, se não podia mais manipular os conceitos relativos a entidades

designadas por nomes comuns ou próprios, ele processava normalmente os conceitos

referentes a atributos, estados, atividades e relações, definidos na linguagem por

adjetivos, verbos, preposições ou conjunções; as estruturas gramaticais não lhe

apresentavam qualquer problema, e a sintaxe de suas frases era impecável.

CONES E OS BASTONETES.

Os animais tem a capacidade de reconhecer as cores. As celulas responsáveis são os

cones. Essas são celulas do olho humano com tal desiderato. Segundo a teoria

tricromática. Como já é do nosso domínio a célula representa a menor porção de

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matéria viva. São as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. A maioria

dos organismos, tais como as bactérias, são unicelulares (consistem em uma única

célula). Outros organismos, tais como os seres humanos, são pluricelulares(Panno, Joseph.

The Cell: Evolution of the First Organism (em inglês). New York: Facts on File, 2005. 186 p. p. 57-58. ISBN 0-

8160-4946-7).

Células do gênero Allium em diferentes fases do ciclo celular

O corpo humano é constituído por aproximadamente 10 trilhões (mais de 1013) de

células. A maioria das células vegetais e animais têm entre 1 e 100 µm e, portanto, são

visíveis apenas sob o microscópio; a massa típica da célula é um nanograma. A célula

foi descoberta por Robert Hooke em 1665. Em 1837, antes de a teoria final da célula

estar desenvolvida, um cientista checo de nome Jan Evangelista Purkyňe observou

"pequenos grãos" ao olhar um tecido vegetal através de um microscópio. A teoria da

célula, desenvolvida primeiramente em 1838 por Matthias Jakob Schleiden e por

Theodor Schwann, indica que todos os organismos são compostos de uma ou mais

células. Todas as células vêm de células preexistentes. As funções vitais de um

organismo ocorrem dentro das células, e todas elas contêm informação genética

necessária para funções de regulamento da célula, e para transmitir a informação para a

geração seguinte de células.

CORES.

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A cor é uma percepção visual provocada pela ação de um feixe de fotons sobre células

especializadas da retina, que transmitem através de informação pré-processada no nervo

óptico, impressões para o sistema nervoso. A cor de um material é determinada pelas

médias de frequência dos pacotes de onda que as suas moléculas constituintes refletem.

Um objeto terá determinada cor se não absorver justamente os raios correspondentes à

frequência daquela cor. Assim, um objeto é vermelho se absorve preferencialmente as

frequências fora do vermelho. A cor é relacionada com os diferentes comprimento de

onda do espectro eletromagnético. São percebidas pelas pessoas, em faixa específica

(zona do visível), e por alguns animais através dos órgãos de visão, como uma sensação

que nos permite diferenciar os objetos do espaço com maior precisão. Considerando as

cores como luz, a cor branca resulta da sobreposição de todas as cores

primárias(amarelo, azul e vermelho), enquanto o preto é a ausência de luz. Uma luz

branca pode ser decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma. Na

natureza, esta decomposição origina um arco-íris. Observação: Cores primárias são

cores indecomponíveis, sendo o vermelho, o amarelo e o azul. Desde as experiências de

Le Blond, em 1730, essas cores vêm sendo consideradas primárias. Quando se fala de

cor, há que distinguir entre a cor obtida aditivamente (cor luz) ou a cor obtida

subtractivamente (cor pigmento). No primeiro caso, chamado de sistema RGB, temos os

objectos que emitem luz (monitores, televisão, Lanternas, etc.) em que a adição de

diferentes comprimentos de onda das cores primárias de luz Vermelho + Azul (cobalto)

+ Verde = Branco. No segundo sistema (subtrativo ou cor pigmento) iremos manchar

uma superfície sem pigmentação (branca) misturando-lhe as cores secundárias da luz

(também chamadas de primárias em artes plásticas); Ciano + Magenta + Amarelo. Este

sistema corresponde ao "CMY" das impressoras e serve para obter cor com pigmentos

(tintas e objetos não-emissores de luz). Subtraindo os três pigmentos temos uma matiz

de cor muito escura, muitas vezes confundido com o preto. A fim de se poder ajustar os

emissores luminosos (lâmpadas, e monitores em geral – displays) com a percepção

natural do olho humano, para o qual são projetados e construídos, é preciso criar

parâmetros de medida das cores. Os três parâmetros básicos são:

Matiz – corresponde à intensidade espectral de cor (isto

é, qual o comprimento de onda dominante);

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Brilho – corresponde à intensidade luminosa (isto é,

mais brilho, mais luz, mais "claridade");

Saturação – corresponde à pureza espectral relativa da

luz (alta saturação = cor bem definida dentro de estreita

faixa espectral; baixa saturaçao = cor "indefinida"

tendendo ao branco, ampla distribuição espectral).

Interessante notar que as cores mais claras aparentam maior brilho, mas na verdade isto

é devido ao efeito combinado de brilho e matiz. Também inclui-se a designação

intensidade de cor, que é o efeito combinado de matiz e saturação. Um outro

parâmetro que causa alguma confusão é a densidade de cor, que não diz respeito aos

emissores e sim aos meios transparentes. A densidade de cor é uma medida do grau de

opacidade (absorção da luz), combinado com a intensidade de cor; muito usado na

avaliação de pedras preciosas. Podemos dizer que quando dois diferentes espectros de

luz tem o mesmo efeito nos três receptores do olho humano (células-cones), serão

percebidos como sendo a mesma cor. A medição da cor é fundamental para se poder

criá-la e reproduzí-la com precisão, em especial, nas artes gráficas, arquitetura,

alimentação e sinalização. Existem diversos métodos para medição da cor, tais como a

tabelas de cores, o círculo cromático e os modelos de cores. A cor é percebida através

da visão. O olho humano é capaz de perceber a cor através dos cones (Células cones). A

percepção da cor é muito importante para a compreensão de um ambiente. A cor é algo

que nos é tão familiar que se torna para nós difícil compreender que ela não corresponde

a propriedades físicas do mundo mas sim à sua representação interna, em nível cerebral.

Ou seja, os objetos não têm cor; a cor corresponde a uma sensação interna provocada

por estímulos físicos de natureza muito diferente que dão origem à percepção da mesma

cor por um ser humano. Não notamos, por exemplo, nenhuma diferença fundamental na

cor dos objetos familiares quando se dá uma mudança na iluminação. Para o nosso

sistema visual, as cores da pele e dos rostos das pessoas e as cores dos frutos

permanecem fundamentalmente invariáveis, embora seja tão difícil conseguir que esse

tipo de objeto fique com a cor certa num monitor de televisão. A cor não tem só que ver

com os olhos e com a retina mas também com a informação presente no cérebro.

Enquanto, com uma iluminação pobre, um determinado objecto cor de laranja pode ser

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visto como sendo amarelado ou avermelhado, vemos normalmente mais facilmente com

a sua cor certa, laranja, porque é um objeto de que conhecemos perfeitamente a cor. E,

se usarmos durante algum tempo óculos com lentes que são verdes de um lado e

vermelhas do outro, depois, quando tiramos os óculos, vemos durante algum tempo tudo

esverdeado, quando olhamos para um lado, e tudo avermelhado, quando olhamos para o

outro. O cérebro aprendeu a corrigir a cor com que “pinta” os objetos para eles terem a

cor que se lembra que eles têm; e demora algum tempo a perceber que deve depois

deixar de fazer essa correcção. A chamada constância da cor é este fenómeno que faz

com que a maioria das cores das superfícies pareçam manter aproximadamente a sua

aparência mesmo quando vistas sob iluminação muito diferente. O sistema nervoso, a

partir da radiação detectada pela retina, extrai aquilo que é invariante sob mudanças de

iluminação. Embora a radiação mude, a nossa mente reconhece certos padrões

constantes nos estímulos perceptivos, agrupando e classificando fenômenos diferentes

como se fossem iguais. O que vemos não é exatamente “o que está lá fora”, mas

corresponde a um modelo simplificado da realidade que é de certeza muito mais útil

para a nossa sobrevivência. Os organismos complexos não reagem diretamente aos

estímulos físicos em si, mas sim à informação sobre os estímulos representada

internamente por padrões de atividade neuronal. Se os estímulos fornecem informação

sobre a cor, é apenas porque a qualidade sensorial, a que chamamos cor, emerge nos

mecanismos sensoriais pelo processo de aprendizagem e é por estes projectada sobre os

estímulos. E uma grande variedade de combinações de estímulos muito diferentes

podem gerar esse mesmo padrão de atividade neuronal correspondente a um mesmo

atributo de uma qualidade sensorial. São essas qualidades sensoriais que permitem aos

seres vivos detetar a presença de comida ou de predadores, sob condições de luz

diferentes e em ambiente variados. Correspondem a um modelo simplificado do mundo

que permite uma avaliação rápida de situações complexas e que se mostrou útil e

adequado à manutenção de uma dada espécie. O nosso sistema sensorial faz emergir

todo um contínuo muito vasto de cores com as diferenças de tonalidades que nós

aprendemos a categorizar, associando determinados nomes a certas bandas de

tonalidade (com uma definição extremamente vaga). É este hábito humano de

categorizar que nos faz imaginar que o nosso sistema nervoso faz uma detecção

“objetiva» de uma determinada cor que existe no mundo exterior”.

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CORES DO ESPECTRO VISÍVEL

COR COMPRIMENTO DE ONDA FREQUÊNCIA

VERMELHO ~ 625-740 NM ~ 480-405 THZ

LARANJA ~ 590-625 NM ~ 510-480 THZ

AMARELO ~ 565-590 NM ~ 530-510 THZ

VERDE ~ 500-565 NM ~ 600-530 THZ

CIANO ~ 485-500 NM ~ 620-600 THZ

AZUL ~ 440-485 NM ~ 680-620 THZ

VIOLETA ~ 380-440 NM ~ 790-680 THZ

ESPECTRO CONTÍNUO

Tabela de cores

Nome Aparência

Marrom / Castanho

Preto

Cinza escuro

Cinza

Cinzento

Prata

Pele

Branco

Bege

Amarelo

Laranja

Laranja claro

Vermelho

Escarlate

Carmesim

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Carmim

Bordô

Rosa

Magenta

Vinho

Violeta

Roxo

Azul escuro

Azul

Azul claro

Ciano

Turquesa

Verde escuro

Verde

Verde claro

TEORIA TRICROMÁTICA (TEORIA DE YOUNG-HELMHOLTZ)

Cor é como o olho (dos seres vivos animais) interpreta a reemissão da luz vinda de um

objeto que foi emitida por uma fonte luminosa por meio de ondas eletromagnéticas; e

que corresponde à parte do espectro eletromagnético que é visível (380 a 700

nanômetros - 4,3x10^14Hz a 7,5x10^14 Hz). A Cor não é um fenômeno físico. Um

mesmo comprimento de onda pode ser percebido diferentemente por diferentes pessoas

(ou outros seres vivos animais), ou seja, cor é um fenômeno fisiológico, de caráter

subjetivo e individual.

Nota do Autor.

Um nanómetro (ou nanômetro), milimícron ou milimicro é a subunidade do metro,

correspondente a 1×10−9 metros, ou seja, um milionésimo de milímetro ou um

bilionésimo do metro. Tem como símbolo nm. A forma não acentuada da palavra,

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nanometro tem sido defendida como sendo a correcta, contudo, não está atualmente

presente em qualquer dicionário da língua portuguesa. É uma unidade de comprimento

do SI, comumente usada para medição de comprimentos de onda de luz visível (400 nm

a 700 nm), radiação ultravioleta, radiação infravermelha e radiação gama, entre outras

coisas(HOUAISS, Antônio; nanómetro( in Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa p. 5709;

Lisboa; Temas e Debates; 2005 - O Livro Preparacao & Revisao de ... - Google Livros. books.google.pt.

Página visitada em 2012, 10-09. - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. ciberduvidas.pt. Página visitada

em 2012, 10-09).

1 nm = 1000 pm

1000 nm = 1 µm

picómetro << nanómetro << micrómetro

Os comprimentos de onda visíveis se encontram aproximadamente entre os 380 e 750

nanômetros ou frequências ( 4,3x10^14Hz a 7,5x10^14 Hz). Ondas mais curtas (ou com

maiores frequências) abrigam o ultravioleta, os raios-X e os raios gama. Ondas mais

longas (com menores frequências) contêm o infravermelho, o calor, as micro-ondas e as

ondas de rádio e televisão. O aumento de intensidade pode tornar perceptíveis ondas até

então invisíveis, tornando os limites do espectro visível algo elástico.

ESPECTRO DA LUZ VISÍVEL.

COR FREQUÊNCIA COMPRIMENTO DE ONDA

VIOLETA 668–789 THZ 380–450 NM

AZUL 631–668 THZ 450–475 NM

CIANO 606–630 THZ 476–495 NM

VERDE 526–606 THZ 495–570 NM

AMARELO 508–526 THZ 570–590 NM

LARANJA 484–508 THZ 590–620 NM

VERMELHO 400–484 THZ 620–750 NM

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - Professor César Augusto Venâncio da Silva – 3/24

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(http://www.espacofotografico.com.br/Dicasfotografiateoriadascores.htm)

PERCEPÇÃO DAS CORES

A luz se propaga através de ondas eletromagnéticas. O olho humano é sensível à

radiação eletromagnética na faixa de 400 a 700 nanômetros, chamada espectro visível,

dentro da qual estão localizadas as chamadas sete cores visíveis, distinguidas por seus

respectivos comprimentos de onda.

Violeta Azul Ciano Verde Amarelo Laranja Vermelho

380-

450

450-

480

480-

490

490-

560 560-580

580-

600 600-700

Comprimentos de onda em nanômetros - Espectro Visível:

A percepção da luz pelo ser humano ocorre através da incidência de um raio luminoso

sobre seu olho. Este raio penetra até à retina, localizada no fundo do olho, que é

responsável pela conversão desta energia luminosa em sinais elétricos. Estes sinais

elétricos são transmitidos, através do nervo ótico, para o cérebro que os interpreta. A

retina é composta de, aproximadamente, 100 milhões de sensores, cada um responsável

pela conversão de uma porção do estímulo luminoso. Estes sensores são divididos em

dois grupos: - cones - sensíveis a alto nível de iluminação e responsáveis pela

percepção das cores; e - bastonetes - sensíveis a baixo nível de iluminação e distinguem

os tons de cinza. Um dos primeiros estudos sobre a percepção das cores foi feito por

Isaac Newton, no século 18. Newton fez incidir a luz do sol sobre um prisma e

observou que ela se decompunha em um arco-íris de cores, que ia do azul ao vermelho.

Ele foi capaz de combinar cores para formar outras cores distintas, concluindo que eram

necessários sete cores para representar todas as cores visíveis. Thomas Young, no

século 19, através de seus experimentos com superposição de luzes, provou que todas as

cores do espectro visível podiam ser representadas como uma soma de três cores

primárias. Ele concluiu que isto era conseqüência, não das características do raio

luminoso, mas, da composição do sistema visual humano. Ele pressupôs que o raio

luminoso era transportado para o cérebro através de três diferentes tipos de nervos, que

transportavam, respectivamente, o vermelho, o verde e o azul-violeta.

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TEORIA DE YOUNG-HELMHOLTZ

O cientista alemão Hermann von Helmholtz prosseguiu nos estudos da teoria de

Young e propôs que o olho continha apenas três tipos de receptores de cor, que

respondiam mais fortemente aos comprimentos de onda vermelho (R), verde (G) e azul-

violeta (B). Ele deduziu, ainda, que cada tipo de receptor deveria possuir grande

sensibilidade à incidência luminosa, porém, com diferentes pontos máximos. A 480 nm

a média da resposta R:G:B seria 1:5:9, dando uma sensação azul-ciano. Enquanto a 570

nm a média seria 7:7:2 que daria uma sensação de amarelo. A percepção da cor,

portanto, seria determinada pela média das três respostas.

A teoria tricromática Young-Helmholtz foi mais tarde verificada por James Clerk Maxwell, com seus

discos rotativos.

Bastonetes.

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Já os bastonetes, outro tipo de célula dos olhos, tem a capacidade de reconhecer a

luminosidade. Existem aproximadamente 6 milhões de cones em cada olho humano

concentrados na região fóvea. Sendo estes os responsáveis pela percepção das cores,

quando existe uma anomalia ou ausência de algum dos fotopigmentos nas terminações

dos cones estamos na presença do daltonismo.

A estrutura celular da retina. À direita, 1 cone entre dois grupos de bastonetes

Secção transversal da retina, com os bastonete no extremo direito da imagem.

Os seres humanos normalmente têm três tipos de cones. O primeiro responde à luz de

comprimentos de onda longos, chegando a uma cor amarelada, este tipo é, por vezes

designada L (Long). O segundo tipo responde à luz de comprimento de onda médio,

atingindo um máximo de uma cor verde, e é abreviado M (Medium) para médio. O

terceiro tipo responde mais a curto comprimento de onda de luz, de cor azulada, e é

designado S (Short). Os três tipos têm comprimentos de onda de pico perto 564-580 nm,

534-545 nm e 420-440 nm, respectivamente. A diferença entre os sinais recebidos a

partir dos três tipos de cone permite que o cérebro a perceber todas as cores possíveis ,

através do processo oponente da visão de cores. (Células Rod tem uma sensibilidade de

pico em 498 nm, aproximadamente a meio caminho entre as sensibilidades de pico dos

cones S e M). A cor amarela, por exemplo, é percebida quando os cones L são

estimulados um pouco mais do que os cones M, ea cor vermelha é percebido quando os

cones L são estimulados significativamente mais do que os cones M. Da mesma forma,

tons de azul e violeta são percebidos quando o receptor é estimulado S mais do que os

outros dois. Os cones S são mais sensíveis à luz em comprimentos de onda em torno de

420 nm. No entanto, a lente e córnea do olho humano estão cada vez mais absorção para

comprimentos de onda menores, e isso define o limite inferior de comprimento de onda

da luz visível humanos para cerca de 380 nm, que é, portanto, chamado de luz

'ultravioleta'. Pessoas com afacia, uma condição onde o olho não tem uma lente, às

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vezes relatam a capacidade de ver na faixa do ultravioleta. Em níveis moderados a luz

brilhante, onde a função de cones, o olho é mais sensível à luz verde-amarelada do que

outros cores porque isso estimula as duas mais comuns (M e L) dos três tipos de cones

quase igualmente. Em níveis mais baixos de luz, onde só a vara função das células, a

sensibilidade é maior no comprimento de onda verde-azulado.

Células Rod.

Neurônios aferentes fotossensíveis localizados na retina periférica, com aumento da

densidade radialmente em direção à FÓVEA CENTRAL. Sendo mais sensível à luz do

que as células dos CONES (RETINA), os bastonetes são responsáveis pela visão ao

crepúsculo (em intensidades escotópicas), bem como pela visão periférica, mas não

proporcionam a discriminação de cor. Para os pesquisadores em seguimento

Neurociência: Células de Rod recomendo a análise especifica de pesquisas

direcionadas. Como exemplos:

Pesquisa sobre:CELULAS FOTORRECEPTORAS RETINIANAS BASTONETES Descritores Encontrados:1

Mostrando:1 .. 1

1 / 1 DeCS

Descritor Ingl�s: Retinal Rod Photoreceptor Cells

Descritor Espanhol: Células Fotorreceptoras Retinianas Bastones

Descritor Portugu�s: Células Fotorreceptoras Retinianas Bastonetes

Sinônimos Portugu�s:

Bastonetes (Retina)

Bastonetes Retinianos

Bastonetes da Retina

Bastonetes Fotorreceptores

Fotorreceptores Bastonetes

Bastonetes Fotorreceptores Retinianos

Bastonetes Retinianos Fotorreceptores

Células Retinianas Bastonetes

Células Bastonetes Retinianas

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Bastonetes Fotorreceptores da Retina

Categoria:

A08.663.650.850.625.670.650

A08.663.650.915.937.670.650

A08.800.950.937.670.650

A09.371.729.831.625.670.650

A11.671.650.850.625.670.650

A11.671.650.915.937.670.650

Definição Portugu�s:

Neurônios aferentes fotossensíveis localizados na retina periférica,

com aumento da densidade radialmente em direção à FÓVEA

CENTRAL. Sendo mais sensível à luz do que as células dos CONES

(RETINA), os bastonetes são responsáveis pela visão ao crepúsculo

(em intensidades escotópicas), bem como pela visão periférica, mas

não proporcionam a discriminação de cor.

Qualificadores Permitidos Portugu�s:

RI cintilografia CY citologia

CL classificação DE efeitos de drogas

RE efeitos de radiação EN enzimologia

PH fisiologia IM imunologia

ME metabolismo MI microbiologia

PS parasitologia PA patologia

CH química RA radiografia

SE secreção TR transplante

UL ultraestrutura US ultrassonografia

VI virologia

Número do Registro: 31066

Identificador Único: D017948

Ocorrência na BVS:

LILACS 6

MEDLINE 2355

ADOLEC 2

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IBECS 1

Similar:

DeCS CID-10 SciELO LILACS LIS

Os bastonetes são células da retina dos olhos dos

vertebrados, que detectam os níveis de luminosidade. São basicamente responsáveis

pela visão noturna (noturna), têm este nome devido à sua forma alongada e cilíndrica e

são também usados na visão periférica. Estas células estão concentradas mais

externamente na retina e existem, na retina dos humanos, cerca de 120 milhões de

bastonetes. São 100 vezes mais sensíveis à luz que os cones, mas detectam apenas tons

de cinza. A ativação de uma célula fotorreceptora, como são os bastonetes, ocorre por

meio de um processo chamado hiperpolarização. A superfície dos bastonetes que

detecta a luz é formada por um conjunto complexo de membranas que, se não estiverem

excitação/excitadas pela luz, possuem um potencial de membrana neutro, sendo

permeáveis a vários tipos de moléculas; quando excitadas pela luz, o potencial de

membrana destas células altera-se, passando estas a ser selectivas a diferentes

moléculas. Nessas condições, a rodopsinagdsgtg, o pigmento dos bastonetes

responsável pela detecção da luz, combina-se com a transducina, outra proteína da

membrana destas células, activando o transporte de substâncias que activam o impulso

nervoso(Ógãos dos sentidos (a visão) em curlygirl3.no.sapo.pt acessado a 29 de agosto

de 2012).

Conclusão.

O Educador sem formação em ciências médicas se questiona. Como

conseguimos efetivamente enxergar o conjunto de matérias que nos

circunda? A história da medicina atual ou cosmopolita é a história das grandes

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contribuições de todos os povos a esta arte e prática universal que constitui a medicina.

Confunde-se portanto com a história da civilização ocidental. Nesta perspectiva pode

ser dividida em: pré história; história antiga que praticamente

corresponde à antiguidade oriental e distinguindo-se a medicina na Grécia

antiga e Roma e os clássicos períodos de divisão da história ocidental: Idade Média,

Moderna e Contemporânea(Bibliografia: História da Medicina. V. No capítulo bibliografia). De

acordo com Herdotus os babilônios não tinham médicos, o paciente (...)foi trazido para

fora no mercado e todos os transeuntes tiveram que conversar com ele "para descobrir

se eles têm-se sido afligido com a mesma doença ou ter visto outros tão aflitos e

aconselhá-lo a recorrer ao mesmo tratamento como aquele pelo qual eles escaparam de

uma doença similar, ou como eles têm conhecido para curar os outros... Mas o código

de Hamurabi com suas recompensas e sanções para os médicos, dá um vislumbre de um

sistema já mais altamente organizada em um período anterior a 2000 aC - muito antes

de Heródoto. O Código decreta que para uma operação (...)bem sucedida que salva o

olho do paciente a taxa será de dez siclos de prata, no caso de um "cavalheiro", mas

apenas cinco shekels e dois siclos, no caso de um homem pobre e escravo de

propriedade respectivamente. Para uma operação sem êxito numa morte freeman

causando ou a perda do olho, o cirurgião deve ter as mãos cortadas, no caso de um

escravo a pena foi a substituí-lo por outro(V. Referência – História da Medicina – Código de

Hamurabi - Bibliografia: História da Medicina. V. No capítulo bibliografia). Conhecer a visão

teórica aqui aplicada é contextualizar a evolução dos dias de hoje. Hamurabi foi o

primeiro grande organizador que consolidou o seu império sobre normas regulares de

administração, e talvez historicamente as regras de conduta médica surgiram com seu

governo. Tornou-se famoso por ter mandado compilar o mais antigo código de leis

escritas, conhecido como Código de Hamurabi no qual consolidou uma legislação pré-

existente, transcrevendo-a numa estela de diorito em três alfabetos distintos. A estela do

Código de Hamurabi foi encontrada em Susa em 1901. Nela, além da coleção de cerca

de 282 artigos (mais apropriadamente casos de jurisprudência), pode-se ver a imagem

de Hamurabi em frente ao trono do deus Shamash. O monumento hoje pode ser

admirado no Museu do Louvre, em Paris, na sala 3 do Departamento de Antigüidades

Orientais. Hammurabi ocupou-se pessoalmente da administração de seu império,

chegando a coordenar a construção de numerosos edifícios públicos, canais de irrigação

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e açudes. Historicamente muitas pessoas, há vários milhares de anos, se interessaram

pelo conhecimento pertinente ao processo fisiológico da visão, e pela Oftalmologia em

particular. Entre esses nomes antigos, leia-se antes do Século 19 da era cristã, temos:

Alhazen, Leonardo da Vinci, Newton, Descartes, Berkeley, Peter Mark Rogget, Plateau

e Horner. No período mais remoto temos Euclides que no ano 300. A.C sentiu-se

intrigado com o processo visual e daí aplicou sua geometria matemática, criando o

estudo da Óptica. Apesar da maior parte destes estudos estarem centrados na

propagação dos raios luminosos, surgiram teorias sobre a visão.

Porém a referência no estudo da percepção visual surge no século XIX com Fechner,

Helmholtz e Wundt, conforme já comentado. Com o avanço da ciência surgem esforços

para sua difusão e vem a história da Oftalmologia nos dizer: que os primeiros esforços

para um jornal oftálmico veio com a publicação por John Richard Farre de um

Jornal de anatomia patológica, medicina oftalmológica e análise

farmacológica. Editado pela Sociedade Médico-Botânica. De certa forma o

jornal pode ser considerado como o precursor dos Royal London Hospital Reports

oftálmicos, publicado em 1857. .Enquanto isso Richard Middlemore em 1837

havia discutido a idéia de um Journal of Ophthalmology, mas nada além de um

prospecto apareceu. A revista oftálmica que teve edições exclusivamente, planejadas em

uma escala mais ampla do que os relatórios do hospital, foi “Oftalmologia”, que surge

em 1864 com a publicação do “comentário Oftálmica”, editado por João Zacarias

Laurence e Windsor Thomas. A revista, uma publicação trimestral, durou apenas quatro

anos. O segundo “comentário Oftalmologia” lhe sucede e surge em 1881. Os britânico

estudiosos da oftalmologia viu nascer o nascer o”oftalmoscópio” no ano de 1903.

Posteriormente se firmou o British Journal of Ophthalmology no ano de 1917.

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Por fim a de fazer mensão aos nomes que deram precursão a fixação e discução das

idéias em torno da ciência do estudo mdo olho, que com esse texto diz respeito

diretamente. Os nomes mais ilustres da história da Oftalmologia surgem no século 19 de

nossa era nas Ilhas Britânicas. São: Bowman; Laurence; Hutchinson; Tay; Argyll

Robertson; Nettleship; Doyne; Marcus Gunn; Coats, além de outros aqui não

mencionados, citamos aqui apenas alguns. Esses homens deixaram para seus sucessores

não apenas o registro do início de uma sociedade, mas uma inspiração e uma tradição

para a evolução do estudo do olho..

Jonathan Hutchinson (1828-1913)

George Coats (1876-1915)

Robert Marcus Gunn (1850-1909)

Edward Nettleship (1845-1913)

Helmholtz.

Oftalmoscópio indireto cedo. Note-se a imagem invertida é

iluminada com a luz de uma lâmpada colocada na mesa.

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Oftalmoscópios do século 19.

...

ilustrações iniciais da fundi a partir do século 19, quando oftalmoscópios

foram inventados. A imagem da esquerda mostra glaucoma avançado e sobre

o direito pigmentosa retinite.

Nota do Autor.

Uma pintura de Virgílio usando óculos, mas óculos não foram inventados por pelo menos 1500 anos após sua morte.

Diz à lenda que São Jerônimo (c. 340-420 dC) inventou óculos. Benjamin Franklin

desenvolveu presbiopia. Como ele também era míope, ele se cansou de ter que

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constantemente trocar dois paris de óculos. Então, ele decidiu descobrir uma maneira de

fazer seus óculos deixá-lo ver de perto e longe. Ele tinha dois pares de óculos cortados

ao meio e colocou metade de cada lente em um único quadro para fazer uma bifocal.

Óculos original de Benjamin Franklin

m

A partir do momento de sua invenção, as pessoas tinham

problemas em decidir sobre como usar adequadamente os ósculos. O modelo na

imagem foi inventado por Edward Scarlett em 1730. Embora os problemas de uso de

óculos hoje em dia apresentam pequenos problemas, algumas pessoas no passado tinha

problemas e dificuldades sobre a forma correta de usar um monóculo como mostra um

artigo encontrado no Sunday Times Magazine, reeditado a matéria em 1999.

From the moment of their invention, people had problems in

deciding on how to keep glasses on. The present frame with

sidepieces resting on the were invented by Edward Scarlett

in 1730. While the problems of wearing glasses nowadays

present little problems, some poor souls are less certain

about the correct way of wearing a monocle as shown by

the following article found in Sunday Times Magazine, 1999:

Dear Mrs. Mills,

I have worn a monocle on and off for the past few years. I now feel totally

comfortable

and indeed confident with it. However, I am anxiouis to know the correct etiquette, if

any, that goes with the wearing of an eyepiece. I do entertain on a regular basis --

luncheons, dinners and so on -- and I'm desperate to ascertain the correct procedrues

when receiving dignitaries and, of course, female company.

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DPC, Lincs

Dear DPC,

While the monocle should be worn whenever needed for seeing clearly (ie,

reading,

shooting, neurosurgery), it is also your responsibility to maintain its silly-ass yet,

paradoxically, rakish image. So, for instance, it should be worn when eating soup

so

that you can exclaim "Gosh" (or "Crikey" in extreme duress), put on a

surprised

expression and allow the monocle to fall into the bowl -- a minor coup de théâtre

that

will give you the moral high ground. On the other hand, when being introduced

to a

lady wearing a low-cut dress, never fail to screw the monocle tightly into your

eye

socket and draw! "Hellloooo" while examining her cleavage closely. Extra kudos

is

obtained by sounding like Terry-Thomas.

Mrs. Mills

Cara Sra. Mills, Eu tenho usado um monóculo e fora para os últimos anos. Agora me

sinto totalmente confortável

e confiante de fato com ele. No entanto, estou anxiouis saber a etiqueta correta, se

houver, que vai com o uso de uma ocular. Eu entreter em uma base regular -

almoços, jantares e assim por diante - e eu estou desesperado para averiguar os

procedrues corretos

quando receber dignitários e, claro, companhia feminina.

DPC, Lincs - Caro DPC,

Enquanto o monóculo deve ser usado sempre que necessário para ver

claramente (ou seja, leitura,

gravação, neurocirurgia), também é de sua responsabilidade de manter o seu

rabo-bobo ainda,

paradoxalmente, a imagem jovial. Assim, por exemplo, deve ser usado durante a

comer sopa de modo

que você pode exclamar: "Meu Deus" (ou "Crikey" em extrema pressão),

coloque em uma surpresa

expressão e permitir que o monóculo a cair dentro da tigela - um menor de golpe

Teatro que

vai lhe dar a moral elevada. Por outro lado, ao ser apresentado a uma

senhora com um vestido decotado, nunca deixam de estragar o monóculo

firmemente em seu olho

soquete e desenhar! "Hellloooo" ao examinar seu decote de perto. Kudos extras

é

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obtido por soar como Terry-Thomas.

Sra. Mills

Não vamos nos aprofundarmos em teorias complexas, e sim nos concentrar, antes de

tudo, nos processos primários da visão, aqui já apresentado em caráter de manifestação

conclusiva deste seguimento.

TEORIZAÇÃO CONCLUSIVA.

O olho humano não é uma esfera, é em formato de um globo revestido por uma camada

que possui duas partes distintas: uma transparente chamada córnea, e a opaca

esclerótica. A córnea funciona como uma primeira lente convergente para que,

grande parte dos raios luminosos, atravesse o músculo esfíncter da íris. No centro da

íris, está a abertura pupila. Ao fundo está a retina que é a zona sensível tocada pelos

raios luminosos.

Exemplo resumido da fisiologia do olho humano.

CÓRNEA.

Se a córnea for afectada por alguma doença que provoque, por exemplo, a sua

opacidade, é possível realizar um transplante de córnea a partir de tecidos pertencentes à

córnea de doadores mortos. Transplante de córnea é um procedimento cirúrgico no qual

uma córnea lesionada ou com doença é substituída por outra de um doador. Em uma

pesquisa que usa células-tronco realizada pelo oftalmologista brasileiro Francisco

Figueiredo na Universidade de Newcastle, pode ser uma alternativa em alguns casos de

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necessidade de transplante. Córnea é a parte anterior transparente e protetora do olho

dos vertebrados. Fica localizada na região polar anterior do globo ocular. A córnea e o

cristalino têm a função de focar a luz através da pupila para a retina, como se fosse uma

lente fixa. São as lágrimas (secreção lacrimal) que mantêm a córnea úmida e saudável.

Anatomia do olho humano

Representação esquemática da córnea

Brasileiro desenvolve técnica para curar lesões na córnea.

Oftalmologista pernambucano, que há 20 anos trabalha na Grã-Bretanha, comanda a

pesquisa com células-tronco.

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61

Cientistas de uma universidade inglesa desenvolveram uma técnica para curar lesões na

córnea. Matéria de créditos do correspondente da REDE GLOBO, Marcos Losekann

mostra que um brasileiro está no comando da pesquisa.

“...Um senhor de 75 anos era praticamente cego até seis

meses atrás. Não conseguia ler, dirigir, nem sequer podia

sair de casa sozinho. Hoje em dia, Roger Gibbons leva

uma vida normal... Ela argumenta que ‘Feri meu olho

direito com cimento’, conta Roger, que é construtor

aposentado. ‘Passei a forçar a visão do olho esquerdo e

também quase o perdi. Graças à medicina, sou um novo

homem’.

Do olho menos comprometido, os cientistas retiraram células-tronco. Elas foram

espalhadas sobre um pequeno pedaço de membrana *amniótica, um tecido retirado da

placenta de mulheres que acabaram de dar à luz. As células-tronco se desenvolveram, e

o novo tecido foi implantado em cima da córnea danificada. E Roger voltou a enxergar.

Outras 12 pessoas com problema semelhante também foram operadas e recuperaram a

visão. A técnica desenvolvida num laboratório de oftalmologia da universidade de

Newcastle é revolucionária porque elimina totalmente o risco de rejeição, um dos piores

problemas que podem ocorrer após o transplante de um órgão. Nesse caso não tem

perigo porque os tecidos transplantados são produzidos artificialmente, com células-

tronco do próprio paciente. Para a nossa alegria e orgulho(comentário nosso), o chefe da

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– VOLUME II CAPÍTULO I

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equipe é o doutor Francisco Figueiredo, oftalmologista pernambucano que há 20 anos

trabalha na Grã-Bretanha. Ele diz que o Brasil tem condições de aplicar a nova técnica.

“Para você crescer essas células em laboratório, você requer um laboratório especial.

Então não necessariamente você vai ter esses laboratórios em todo lugar do Brasil, mas

apenas em alguns grandes centros”. O doutor Figueiredo acaba de receber apoio do

Ministério da Saúde britânico para expandir as pesquisas. Outros 25 pacientes poderão

ser operados nos próximos meses. Vão voltar a enxergar pelas mãos de um médico

formado no Brasil. “É uma alegria enorme de ter essa oportunidade de passar esse

orgulho de ser brasileiro”.

*Imagem – Presença do líquido.

*

Líquido amniótico (ou fluido amniótico) é o fluido que envolve o embrião, preenchendo a bolsa

amniótica, que desta forma o protege de choques mecânicos e térmicos. A bolsa amniótica normalmente

forma-se na segunda semana de gravidez, assim que esta se forma enche-se de líquido amniótico que

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inicialmente é apenas água proveniente da mãe. Pouco fluido amniótico (oligoidrâmnio) ou muito (poli-

hidrâmnio ou hidrâmnio) pode ser uma causa ou um indicador de problemas para a mãe e o bebê.

Pacientes com oligoidrâmnio, dependendo do grau do problema, podem ser tratadas com descanso,

hidratação oral e intravenosa, antibióticos, esteroides, e amnioinfusão.

Nota do Autor.

Análise de situação onde o líquido pode está comprometido.

PATOLOGIA DA GRAVIDEZ, NASCIMENTO E PUERPÉRIO (O)

GRAVIDEZ QUE TERMINA EM ABORTO

GRAVIDEZ ECTÓPICA · MOLA HIDATIFORME · ABORTO ESPONTÂNEO

EDEMA, PROTEINÚRIA E TRANSTORNOS HIPERTENSIVOS

HIPERTENSÃO GESTACIONAL (PRÉ-ECLAMPSIA, ECLAMPSIA, SÍNDROME HELLP) · DIABETES GESTACIONAL

OUTROS, PREDOMINANTEMENTE RELACIONADOS À GRAVIDEZ

HIPERÊMESE GRAVÍDICA · HERPES GESTACIONAL · COLESTASE INTRA-HEPÁTICA DA GRAVIDEZ · FÍGADO GORDUROSO AGUDO DA GRAVIDEZ · COREIA GRAVÍDICA

ASSISTÊNCIA POR MOTIVOS LIGADOS AO FETO E À CAVIDADE AMNIÓTICA E POR

POSSÍVEIS PROBLEMAS RELATIVOS AO PARTO

LÍQUIDO AMNIÓTICO (POLI-HIDRÂMNIO, OLIGO-HIDRÂMNIO) · CÓRION/ÂMNIO (CORIOAMNIONITE, RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS, SÍNDROME DA BANDA AMNIÓTICA) · PLACENTA (PLACENTA PRÉVIA, DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA) · FALSO TRABALHO DE PARTO · HEMORRAGIA ANTEPARTO

COMPLICAÇÕES DO TRABALHO DE PARTO E DO PARTO

PARTO PRÉ-TERMO · PARTO PÓS-TERMO · DESPROPORÇÃO CEFALOPÉLVICA · DISTOCIA (DISTOCIA DE OMBRO) · SOFRIMENTO FETAL · VASA PRAEVIA · RUPTURA DO ÚTERO · HEMORRAGIA · PLACENTA (PLACENTA ACRETA) · PROLAPSO DO CORDÃO UMBILICAL · EMBOLIA AMNIÓTICA

COMPLICAÇÕES MATERNAS NAS SEMANAS SEGUINTES AO NASCIMENTO

FEBRE PUERPERAL · CARDIOMIOPATIA PERIPARTO · TIREOIDITE PÓS-PARTO · GALACTORREIA · DEPRESSÃO PÓS-PARTO

COMPLICAÇÕES FETAIS INTERVENÇÃO FETAL · CIRURGIA FETAL

OUTROS MORTE MATERNA

ESCLERÓTICA.

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Sklero), também conhecida como esclerótica ou branco do olho, é a membrana

externa, branca, em crianças com tom mais azulado e em alguns animais preta, como no

cavalo, e fibrosa do globo ocular. Na fase de desenvolvimento embrionário, é formada

pela crista neural. Em alguns vertebrados, a esclera origina o anel esclerótico, resultado

de sua fusão com placas cartilaginosas. É onde estão inseridos os músculos do bulbo do

olho (extra-oculares). A superfície visível da esclera é coberta por uma membrana

transparente e fina, chamada conjuntiva, que deriva da camada epitelial externa da

córnea e que também cobre a face interna das pálpebras. É opaca e contém fibras de

colágeno e elastina. Nas crianças, é mais fina e apresenta algum pigmento, aparentando

levemente azulada. Nos idosos, entretanto, o depósito de gordura na esclera faz com que

ela aparente uma coloração levemente amarelada. Existem algumas doenças como a

esclerite que causam cegueira parcial. Essas doenças produzem uma linha vertical no

campo visual, resultando em menos de 100% de visibilidade. É correto denomina-la

esclera.

Iconografia.

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Interior da metade anterior do globo ocular.

Porção terminal do nervo óptico e sua entrada no olho, numa secção horizontal.

Interior da metade posterior do olho esquerdo.

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USO MEDIANTE LICENÇA. Atribuição - Compartilha Iguais 3.0 (CC BY-SA 3.0) ·

ÍRIS.

Íris é um seguimento anatômico do olho dos vertebrados, sendo a parte mais visível (e

colorida).A Íris possue um orifício em seu centro, chamado de pupila, cuja função é

controlar a quantidade de luz que entra no olho. Em um ambiente com muita luz, ocorre

a miose (diminuição do diâmetro da pupila), ao passo que, com pouca luz, ocorre a

midríase (aumento do diâmetro da pupila). Algumas pessoas (geralmente adultos

maduros a partir dos 40 ou 50 anos) apresentam uma descoloração em forma de um

círculo acinzentado ou esbranquiçado visível ao redor da íris denominada arco senil,

que é causada por depósitos de células de lipídios (gordura) nas camadas profundas da

córnea periférica sem ser contudo uma condição preocupante, já que é apenas um sinal

do envelhecimento natural do corpo na maior parte dos casos. Entretanto, uma

descoloração similar da íris dos olhos em adultos jovens, com menos de 40 anos,

denominada arco juvenil, é frequentemente associada com altas taxas de colesterol no

sangue, o que deve ser alvo de observador do educador, com a recomendação aos país

de apresentar o discente para uma avaliação especializado por parte de um médico

oftalmologista. A íris faz parte do sistema sensorial.

SISTEMA SENSORIAL - VISÃO - OLHO

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TÚNICA FIBROSA (EXTERIOR)

CONJUNTIVA • ESCLERA • CANAL DE SCHLEMM • TRABECULAR MESHWORK • LIMBUS CÓRNEA (EPITHELIUM, MEMBRANA DE BOWMAN, ESTROMA, MEMBRANA DE DESCEMET, ENDOTHELIUM)

ÚVEA (MEIO) COROIDE (PROCESSOS CILIARES, CHORIOCAPILLARIS, MEMBRANA DE BRUCH) • ÍRIS (ESTROMA) • PUPILA • CORPO CILIAR

RETINA (INTERIOR) MÁCULA • FÓVEA • DISCO ÓPTICO

SEGMENTO ANTERIOR CÂMARA ANTERIOR • HUMOR AQUOSO • CÂMARA POSTERIOR • CRISTALINO

SEGMENTO POSTERIOR HUMOR VÍTREO • ZÔNULA DE ZINN

A íris é a área verde/cinza/marrom. As outras estruturas visíveis são a pupila (círculo preto no centro) e a esclera (parte

branca do olho) ao redor da íris. A córnea está presente, mas não é possível vê-la na foto, por ser transparente.

A íris será usada como uma forma, no futuro, como meio seguro de autenticação de

uma identidade. Existem três principais formas de se realizar a a autenticidade de

identidade:

A apresentação de algo que a pessoa saiba, como uma

senha.

A apresentação de algo que a pessoa possui, como um

token.

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A apresentação de algo que a pessoa é, como uma

característica física mensurável.

Biometria trata-se de uma ciência focada em medições relacionadas às características

intrínsecas aos indivíduos, sejam elas físicas ou de comportamento. Pode ser utilizada

tanto para identificação como para autenticação, num processo de reconhecimento de

identidade. Existem algumas diferenças entre os processos de identificação e de

autenticação. A autenticação consiste na verificação da veracidade da identidade de uma

pessoa, isto é, se a pessoa é realmente quem ela diz ser, sendo efetuada através de uma

comparação realizada de 1 para 1, dentre as amostras do sistema. O uso da Biometria

como método de autenticação tem se tornado cada vez mais constante em diversos

campos, substituindo antigas formas de autenticação, como senhas e códigos PIN

(Personal Identification Number). Estes apresentam alguns problemas relevantes:

senhas necessitam de memorização, além de poderem ser consideradas fracas e

facilmente dedutíveis ou quebráveis. Tokens são identificadores que necessitam de

transporte, podendo, dessa forma, ser interceptados ou esquecidos, não apresentando

uma maneira de controlar quem exatamente está apresentando determinado

identificador. Já um sistema biométrico exige que a pessoa esteja presente no ponto de

identificação, devido à sua base em características fisiológicas, o que aumenta a garantia

de sucesso no momento da identificação. Para que um sistema de autenticação

biométrica funcione com eficiência é preciso que haja um profundo conhecimento

relativo ao funcionamento do mecanismo de captação e análise do elemento físico do

indivíduo que está sendo avaliado. Durante a autenticação, existe o processo inicial de

registro, em que a característica biológica do indivíduo é armazenada, para depois ser

utilizada em outro processo, que consiste na identificação. Primeiramente, a

característica é digitalizada, tornando-se uma amostra, que se enquadra em um padrão

estatístico, devido à possível ocorrência de problemas no momento da captura da

amostra, como ruído ou sombra. A partir dessa amostra, comparações sucessivas são

realizadas em uma base de dados com o objetivo de encontrar o registro correto da

identidade. Tanto os sistemas de autenticação como os sistemas de identificação

possuem em comum essa fase de registro da característica biométrica no sistema,

caracterizada pela geração de um template, isto é, a representação digital da

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característica do mundo real. Este template será utilizado posteriormente na negação ou

permissão de acesso do indivíduo no sistema. A Biometria estuda, analisa

e avalia características fisiológicas inerentes aos seres

humanos. Através de suas diversas técnicas, é possível

obter um processo seguro de identificação, autenticação e

verificação da identidade de indivíduos, constituindo uma

das formas mais eficazes de reconhecimento atualmente.O

reconhecimento da íris constitui uma das principais formas

de identificação baseada em sistemas biométricos, por ser

um processo altamente confiável.

O Olho Humano

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Biometria - Reconhecimento de Iris.

Créditos: Priscila Pecchio Belmont Albuquerque.

Assessorado pelos Professores: Otto Carlos Muniz Bandeira Duarte.

Luís Henrique Maciel Kosmalski Costa.

Universidade Federal no Estado do Rio de Janeiro.

DISCIPLINA:REDES DE COMPUTADORES II

PUPILA.

USO MEDIANTE LICENÇA. Atribuição - Compartilha Iguais 3.0 (CC BY-SA 3.0) ·

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Pupila -pupilla – menininha, popularmente conhecida como “Menina dos olhos” é o

seguimento ocular com um orifício de diâmetro regulável, que está situada entre a

córnea e o cristalino, e no centro da íris, responsável pela passagem da luz do meio

exterior até os órgãos sensoriais da retina. Localiza-se na parte média do olho, ou úvea e

tem por função regular a quantidade de luz que passa para a retina. A pupila é um

orifício que regula a entrada de luz. Por ser um orifício, não tem cor, mas sua aparência

é preta, pois não há iluminação na parte interna do olho.

Possui formatos variáveis, conforme a espécie: é circular, no ser humano; nos felinos

assume formato elipsoidal, no sentido vertical; nas cabras tem formato oval-retangular,

em sentido horizontal. Nos humanos e muitos animais (inclusive alguns poucos peixes),

o tamanho da pupila é controlada pela constrição e dilatação involuntária da íris, para

controlar a intensidade da passagem de luz, por reflexo. No homem numa claridade

normal, a pupila tem um diâmetro de 3 a 4 milímetros; em grande luminosidade o

diâmetro chega a medir 1,5 mm.; no escuro, pode atingir o diâmetro de 8 mm. O

estreitamento da pupila resulta numa maior gama focal.

Midriase.

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Midríase é a dilatação da pupila em função da contração do músculo dilatador da

pupila. Seu contrário, ou seja, a contração da pupila, é conhecida como miose. A

dilatação do diâmetro pupilar pode ser produzida por algumas drogas, como por

exemplo atropina, alguns tóxicos, substâncias de abuso tipo cocaína, álcool, e também

podem estar relacionadas a lesões cerebrais focais, (por exemplo, do tronco encefálico)

ou pode ser uma das reações na síndrome do pânico. É usual em animais como o boi a

caminho do abate ao perceberem o que ocorre com seus companheiros de sina mais à

frente no corredor da morte. Também a dilatação das pupilas é conhecida popularmente

como sinal de interesse amoroso da pessoa a observar o pretendente.

CID-10 - H57.0 - CID-9 - 379.42

Miose não deve ser confundida com meiose, que é o processo de divisão celular

envolvido na reprodução sexual, ou mitose, a divisão celular das células somáticas do

corpo. Miose é um termo médico para a constrição (diminuição do diâmetro) da pupila.

É o oposto da midríase. É encontrada em diversas condições médicas, e também pode

ser causada por algumas drogas. Os colírios usados para intencionalmente causar miose

são chamados de mióticos. Idade - Quanto maior a idade das pessoas, maior a

propensão de sofrerem miose.Doenças. Síndrome de Horner (um conjunto de

anormalidades no suprimento nervoso da face devido a lesões no sistema nervoso

simpático). Tumor de Pancoast (um tumor do ápice do pulmão), devido a lesões no trato

simpático ascendente que normalmente faria com que a pupila dilatasse. Hemorragia na

ponte (hemorragia intracraniana). Drogas - Opióides como codeína, morfina, heroína e

metadona. Antipsicóticos, incluindo haloperidol, thorazine, olanzapine, quetiapine e

outros. Agentes colinérgicos como os usados no tratamento da doença de Alzheimer.

Algumas drogas quimioterápicas do câncer: Mirtazapina. Trazadona. Álcool. Delta-9-

tetrahidrocanabinol - THC - Maconha. Mióticos - Uma substância miótica causa a

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constrição da pupila. É o oposto de uma substância midriática, que causa a dilatação da

pupila.

Classificação e recursos externos CID-10 - H57.0 – CID-9 - 379.43 - DiseasesDB - 8603 PATOLOGIAS DOS OLHOS

PÁLPEBRA, SISTEMA LACRIMAL E GLOBO OCULAR

PÁLPEBRA: INFLAMAÇÃO (HORDÉOLO, CALÁZIO, BLEFARITE) - ENTRÓPIO - ECTRÓPIO - LAGOFTALMO - BLEFAROCALÁSIA - PTOSE - BLEFAROFIMOSE - XANTELASMA - TRIQUÍASE

SISTEMA LACRIMAL: DACRIOADENITE - EPÍFORA - DACRIOCISTITE

GLOBO OCULAR: EXOFTALMIA - ENOFTALMIA

CONJUNTIVA CONJUNTIVITE - PTERÍGIO - PINGUÉCULA - HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL

ESCLERA E CÓRNEA

ESCLERITE - CERATITE - ÚLCERA DE CÓRNEA - CEGUEIRA DA NEVE - CERATITE SUPERFICIAL PONTEADA DE THYGESON - DISTROFIA DE FUCHS - CERATOCONE - SÍNDROME DO OLHO SECO - ARC EYE - CERATOCONJUNTIVITE - NEOVASCULARIZAÇÃO DA CÓRNEA - ANEL DE KAYSER-FLEISCHER - ARCO SENIL - CERATOPATIA EM FAIXA

ÍRIS E CORPO CILIAR

IRITE - UVEÍTE - IRIDOCICLITE - HIFEMA - MEMBRANA PUPILAR PERSISTENTE - IRIDODIÁLISE - SINÉQUIA

CRISTALINO CATARATA - AFACIA - DESLOCAMENTO DO CRISTALINO

CORÓIDE E RETINA

RETINITE (POR CITOMEGALOVÍRUS - CORIORETINITE) - COROIDEREMIA - DESCOLAMENTO DA RETINA - RETINOSQUISE - RETINOPATIA (RETINOPATIA HIPERTENSIVA, RETINOPATIA DIABÉTICA, RETINOPATIA DA PREMATURIDADE) - DEGENERAÇÃO MACULAR - RETINITE PIGMENTOSA - HEMORRAGIA

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RETINAL - RETINOPATIA SEROSA CENTRAL - EDEMA MACULAR - MEMBRANA EPIRETINAL - PUCKER MACULAR

NERVO ÓPTICO E VIAS ÓPTICAS NEURITE ÓPTICA - PAPILEDEMA - ATROFIA ÓPTICA - NEUROPATIA ÓPTICA HEREDITÁRIA DE LEBER

MÚSCULOS OCULARES, MOVIMENTO BINOCULAR,

ACOMODAÇÃO E REFRAÇÃO

ESTRABISMO PARALÍTICO: OFTALMOPARESIA - OFTALMOPLEGIA EXTERNA PROGRESSIVA - PARALISIA (III, IV, VI) - SÍNDROME DE KEARNS-SAYRE OUTROS ESTRABISMOS: ESOTROPIA/EXOTROPIA - HIPERTROPIA - HETEROPHORIA (ESOPHORIA, EXOFORIA) - SÍNDROME DE BROWN - SÍNDROME DE DUANE OUTRAS BINOCULARES: CONJUGATE GAZE PALSY - INSUFICIÊNCIA DE CONVERGÊNCIA - OFTALMOPLEGIA INTERNUCLEAR - ONE AND A HALF SYNDROME

ERROS REFRATIVOS: HIPERMETROPIA/MIOPIA - ASTIGMATISMO - ANISOMETROPIA/ANISEICONIA - PRESBIOPIA

DISTÚRBIOS VISUAIS E CEGUEIRA

AMBLIOPIA - AMAUROSE CONGÊNITA DE LEBER - SUBJETIVOS (ASTENOPIA, HEMERALOPIA, FOTOFOBIA, ESCOTOMA CINTILANTE) - DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE - DIPLOPIA - ESCOTOMA - ANOPSIA (HEMIANOPSIA BINASAL, HEMIANOPSIA BITEMPORAL, HEMIANOPSIA HOMÔNIMA, QUADRANTANOPIA) - CEGUEIRA PARA AS CORES (ACROMATOPSIA) - CEGUEIRA NOTURNA - CEGUEIRA/LOW VISION

PUPILA

ANISOCORIA - PUPILA DE ARGYLL ROBERTSON - PUPILA DE MARCUS GUNN/FENÔMENO DE MARCUS GUNN - SÍNDROME DE ADIE

DOENÇAS INFECCIOSAS TRACOMA - ONCOCERCOSE

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OUTRAS

NISTAGMO - MIOSE - MIDRÍASE - GLAUCOMA - HIPERTENSÃO OCULAR - MOSCAS VOLANTES - OLHO VERMELHO - CERATOMICOSE - XEROFTALMIA - ANIRIDIA

RAIOS LUMINOSOS.

Modelos de câmeras escuras.

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Câmera escura do século XVIII

Câmera escura ou câmara escura (camara oscura) é um tipo de aparelho óptico

baseado no princípio de mesmo nome, o qual esteve na base da invenção da fotografia

no início do século XIX. Ela consiste numa caixa (ou também sala) com um buraco no

canto, a luz de um lugar externo passa pelo buraco e atinge uma superfície interna, onde

é reproduzida a imagem invertida. A verdade é que não vemos, com os olhos ou

simplesmente com os olhos. A visão está dividida em processos distintos e a relação dos

olhos com raios luminosos fazem parte das transformações ópticas, seguida pelas

transformações químicas e nervosas. Como o assunto é muito vasto,, assim partiremos

abordando conclusivamente para esse capítulo, o processo Óptico: O olho funciona

mais ou menos como uma Câmara Obscura. Uma fonte luminosa emite seus raios que

atingem um objeto. A reflexão desses raios passa por um pequeno orifício projetando a

“imagem” no fundo. Como já foi comentada anteriormente, inclusive com exibições

iconográficas, a imagem formada na câmara obscura é invertida, assim também

acontece com os nossos olhos. Toda imagem que vemos está de “cabeça para baixo”, e

nessa primeira fase da visão, não há reconhecimento do que se vê, estamos apenas

lidando com elementos responsáveis por absorver as imagens, que nada mais são do que

raios luminosos.

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Princípio da Câmara Obscura.

Se seguirmos à risca a experiência da câmara obscura, veremos que a imagem invertida

formada está totalmente “desfocada”, sem nitidez. Como podemos notar na imagem

acima, poucos raios luminosos entram pelo orifício da câmara obscura, isso se deve à

difusão, propriedade da luz refletida pelos objetos. A correção desse “problema” está

em adicionarmos uma lente no orifício. Assim, todos os raios que, por difusão estariam

espalhados, estão agora convergindo para um mesmo local, tornando a imagem mais

nítida. Foi assim durante o Renascimento, é assim com as câmeras de foto e vídeo e é

assim com os nossos olhos. Precisamos de uma lente para jogar todos esses raios para

um mesmo ponto, a fim de absorver maior quantidade de luz possível. No olho humano

a pupila é similar ao orifício da câmara obscura enquanto o cristalino é similar à lentes

utilizadas para convergir os raios luminosos. Mas a pupila tem a propriedade de abrir e

fechar, aumentar ou diminuir a quantidade de luz que passa por ela. Essa propriedade

tanto nos ajuda a enxergar em ambientes com pouca luz, como existe para nos fornecer

uma visão mais nítida. Com uma menor abertura da pupila, enxergamos com mais

profundidade de campo, e também com maior riqueza de detalhes. Quando se faz um

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

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exame oftalmológico é usado um colírio, esse colírio faz as pupilas dilatarem, a

sensação então é que enxergamos mais desfocado, menos nítido. O cristalino

diferentemente das lentes usadas durante o Renascimento, é uma lente biconvexa, pode

convergir variavelmente. Essa variável é chamada de acomodação, portanto, é

propriedade do cristalino direcionar onde a imagem será projetada na retina. Essa

propriedade leva em conta a distância da fonte luminosa, do objeto refletido e a posição

do observador. Observe a complexidade desse processo. Vejamos, a luz que se

propagou no vácuo, entrou na atmosfera do planeta e se propagando pelo ar entra no

orifício do olho humano; irá deixar de se propagar no ar e passará a se propagar em

meio aquoso para no final atingir a retina. O cristalino por ser uma lente, irá refratar

esses raios luminosos, ou seja, todo desvio que poderia acontecer na passagem do ar

para o meio aquoso, o cristalino conserta convergindo tudo para a retina.

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Reafirmando posição: A fonte luminosa emite luz. A luz viaja pelo vácuo, sofre um

pequeno desvio ao entrar na atmosfera e se propagar pelo ar. Por fim, a luz atinge um

objeto. Ao atingir o objeto a luz se reflete em todas as direções. Muitos desses feixes

luminosos refletidos entram na cavidade ocular gerando nosso primeiro momento

visual. Como vimos à córnea é uma primeira lente, situada na parte exterior do globo

ocular, capaz de refratar a luz, corrigindo qualquer desvio que porventura ocorresse na

mudança do meio de propagação da própria luz. Assim a segunda lente: cristalino e seu

poder de acomodação são os responsáveis por uma projeção correta das imagens na

retina. A retina é uma membrana composta de várias camadas revestindo a parede

interna de cada globo ocular. A camada nervosa capta os impulsos responsáveis pela

visão. Existem uma média de 130 milhões de células na retina e elas estão divididos em

uma maioria chamada bastonetes- sensíveis à variação de luz – e uma minoria chamada

cones- responsáveis pela percepção das cores. A maior parte dos bastonetes está

espalhada pelas bordas da retina, deixando o centro para uma maioria de cones. Essa

região central é chamada de fóvea retiniana onde existe o “ponto cego”, ligação entre o

globo ocular e o nervo ótico, onde não há nem cones, nem bastonetes, portanto, sem

formação ou percepção de imagem.

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Alusão comparativa: “Grand Canyon de microuniverso”

SINTESE - Um resumo do como se comporta a visão durante o processo de

transformação química da imagem: Cada bastonete e cada cone possui cerca de 4

milhões de moléculas de pigmento, e cada uma dessas moléculas contém a Rodopsina,

substancia que absorve a luz e quimicamente se divide em duas outras substâncias. Na

seqüência uma vez absorvida a luz, a molécula não poderá realizar o mesmo processo

químico imediatamente. É preciso ficar “no escuro” por uns 45 minutos para que todas

as moléculas de todos os nossos cones e bastonetes estejam aptas a absorver a luz

novamente. Mas, se algo interromper o processo de absorção da luz, a Rodopsina

poderá se recuperar, propiciando novamente a transformação química das imagens

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PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO QUÍMICA DA IMAGEM.

RODOPSINA.

1* - 2* - 3* -4* -

1* - A Organização Genoma Humano (Human Genome Organization ou HUGO) é

uma organização envolvida no Projeto Genoma Humano, projeto este sobre o

mapeamento do genoma humano. A HUGO foi fundada em 1989 como uma

organização internacional no sentido de proporcionar a colaboração científica entre os

cientistas de diversos países. O Comitê de Nomenclatura Gênica HUGO, algumas vezes

referido apenas como HUGO, é um dos comitês mais ativos da instituição e que tem

como objetivo relacionar e classificar todos os genes humanos.

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2* - Entrez (Global Query Cross-Database Search System) é um metabuscador mantido

pelo National Center for Biotechnology Information (NCBI), uma secção da United

States National Library of Medicine (NLM). O NCBI alberga dados provenientes da

sequenciação de genomas no seu GenBank e mantém um índice de artigos de

investigação biomédica que disponibiliza nas bases de dados PubMed Central e

PubMed (inclusive Medline). Para além disso recolhe, trata e disponibiliza múltiplos

outros tipos de informação relevante para o desenvolvimento da biotecnologia e ciência

da saúde, como os bancos de dados Projeto Genoma, PubChem, Online Mendelian

Inheritance in Man, entre outros. Todas as bases de dados (39 no total) estão disponíveis

na Internet através de Entrez.(Entrez Help - Entrez Help - NCBI Bookshelf. -

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/gquery - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK3837/)

3* -O projecto Mendelian Inheritance in Man é uma base de dados que cataloga todas

as doenças humanas que tenham uma componente genética. Quando possível faz a

ligação dessas doenças aos respectivos genes. O código MIM. A cada doença e gene é

atribuido um dígito com seis algarismos. O primeiro algarismo reflete o tipo de

hereditariedade.

PRIMEIRO DÍGITO CÓDIGO MIM HEREDITARIEDADE

1 100000-199999 LOCI AUTOSSÓMICOS OU FENÓTIPOS

2 200000-299999 LOCI AUTOSSÓMICOS OU FENÓTIPOS

3 300000-399999 LOCI NO CROMOSSOMAS X OU FENÓTIPOS

4 400000-499999 LOCI NO CROMOSSOMAS Y OU FENÓTIPOS

5 500000-599999 LOCI MITOCONDRIAIS OU FENÓTIPOS

6 600000- LOCI AUTOSSÓMICOS OU FENÓTIPOS

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=omim

4* - National Center for Biotechnology Information.National Center for Biotechnology

Information (NCBI; em português: Centro Nacional de Informação Biotecnológica) é

uma secção da United States National Library of Medicine (NLM; em português:

Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América), um ramo dos

National Institutes of Health (em português: Institutos Nacionais de Saúde), com sede

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em Bethesda, Maryland. A instituição foi fundada em 1988 em resultado de legislação

proposta pelo senador Claude Pepper. O NCBI alberga dados provenientes da

sequenciação de genomas no seu GenBank e mantém um índice de artigos de

investigação biomédica que disponibiliza nas bases de dados PubMed Central e

PubMed. Para, além disso, recolhe, trata e disponibilizam múltiplos outros tipos de

informação relevante para o desenvolvimento da biotecnologia. Todas as bases de dados

estão disponíveis na Internet através do motor de busca Entrez. – O Visible Human

Project (Projeto Ser Humano Visível , em português) é um projeto idealizado em 1986,

de longo prazo, elaborado pela National Library of Medicine (NLM), nos Estados

Unidos da América. Tal projeto se propõe a criar uma base de imagens digitais de dois

cadáveres, um masculino e um feminino, partindo de cortes anatômicos transversais,

tomografias de raios X a fresco e congelado e de ressonância magnética. O NCBI é

atualmente dirigido por David Lipman, um dos autores do algoritmo de alinhamento de

sequências genéticas BLAST e uma figura reputada do campo da bioinformática. A

instituição mantém um programa interno de investigação científica, incluindo grupos

liderados por Stephen Altschul (outro co-autor de BLAST), David Landsman e Eugene

Koonin (um autor prolífico no campo da genômica comparativa).

Homem Virtual como tecnologia para entender melhor o corpo humano.

http://www.projetohomemvirtual.com.br/

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http://www.projetohomemvirtual.com.br/

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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=gene&cmd=retrieve&dopt=default&rn=1&list_uids=6010

A rodopsina é uma proteína transmembranar que se encontra nos bastonetes,

encontrados no epitélio pigmentar da retina dos olhos. As Proteínas são compostos

orgânicos bioquímicos, constituídos por um ou mais polipeptídeos tipicamente dobrada

em uma forma globular ou fibrosa, facilitando uma função biológica. São compostos de

alto peso molecular, compostos orgânicos de estrutura complementar e massa molecular

elevada (de 100.000 a 100.000.000.000 ou mais unidades de massa atômica),

sintetizadas pelos organismos vivos através da condensação de um grande número de

moléculas de alfa-aminoácidos, através de ligações denominadas ligações peptídicas.

São consideradas as macromoléculas mais importantes das células e, para muitos

organismos, constituem quase 50% de suas massas. Uma proteína é um conjunto de no

minimo 20 aminoácidos, mas sabemos que uma proteína possui muito mais que essa

quantidade, sendo os conjuntos menores denominados Polipeptídeos. Um polipeptídeo

corresponde a um polímero linear de mais de vinte aminoácidos estabelecendo entre si

ligações peptídicas. Por exemplo, o glucágon e a insulina, dois hormônios, incluem-se

nesta divisão. O termo proteína é usado quando na composição do polipeptídeo entram

noventa ou mais aminoácidos. A rodopsina consta de uma parte protéica, opsina, e uma

não protéica que é um derivado da vitamina A, o 11-cis-retinal. A opsina é uma cadeia

polipeptídica formada por uns 348 aminoácidos, que se distribuem em sete degraus da

"hélice alfa" que se situam perpendiculares à membrana, unidas por partes protéicas

fora da estrutura. O grupo carboxilo terminal situa-se na parte citosólica e o grupo

amino terminal na posição intradiscal. A porção C-terminal da rodopsina interage com a

proteína G transducina. O 11-cis-retinal se situa unido a uma das hélices alfa no centro

da molécula, colocado perpendicularmente, através da ligação ao resíduo de lisina-256

por uma base de Schiff. Esta colocação faz com que a luz se transforme quando incide

no 11-cis-retinal, produzindo reações que levam a um impulso nervoso. A rodopsina

dos Cones absorve fortemente a luz verde azulada e adquire portanto uma tonalidade

avermelhada. É responsável pela visão monocromática no escuro. Quando a luz atinge o

11-cis-retinal, este é convertido a trans-retinal (estado excitado da molécula); a

rodopsina interage então com a transducina, causando a substituição de guanosina

difosfato por guanosina trifosfato ligado a esta. Neste passo existe uma amplificação de

sinal, já que uma molécula de rodopsina é capaz de interagir com centenas de moléculas

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de transducina. A transducina dissocia-se em dois polipéptidos, sendo que um deles

activa a cGMP fosfodiesterase; esta enzima catalisa a conversão de guanosina

monofosfato cíclico (cGMP) a 5'-GMP, o que causa o abaixamento dos níveis

intracelulares de cGMP. É este abaixamento que despoleta o sinal nervoso, pois causa o

fecho de canais transmembranares de cálcio, o que impede a entrada de ions Ca2+ e

Na+ na célula, hiperpolarizando a membrana. O ion Ca2+ continua, no entanto, a sair da

célula, o que reduz a sua concentração intracelular. Isto estimula a recuperação da

rodopsina através da fosforilação desta pela rodopsina cinase. A proteína arrestina liga-

se então à zona C-terminal fosforilada da rodopsina, inativando-a rapidamente. Ocorre

então um processo mais lento de recuperação da rodopsina, em que a arrestina se

dissocia desta, ocorre desfosforilação e o trans-retinal se converte a 11-cis-retinal.

Algumas opsinas relacionadas (fotopsinas) diferem em apenas alguns aminoácidos,

bastando isso para que absorvam a luz em comprimentos de onda diferentes. Estes

pigmentos também se encontram no cones da retina e são a base da visão a

cores. Para além da rodopsina, os seres humanos possuem três outras opsinas:

fotopsina I (absorve no espectro amarelo), fotopsina II (no verde) e fotopsina

III (no violeta). Algumas espécies de Archaea expressam uma bomba protónica

denominada bacteriorodopsina, através da qual executam a fotossíntese. Tal como a

rodopsina, também possui retinal e tem sete hélices alfa transmembranares; no entanto,

não está associada a uma proteína G. Fotopsina é um composto químico existente nas

células cone da retina, que são responsáveis pelo metabolismo desta célula.

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Espectro de absorção normalizado da rodopsina humana e das três fotopsinas. Eixo dos YY: absorvância (valor percentual). Eixo dos XX: comprimento de onda em nanómetros.

Segue um quadro demonstrativo de Substância Neuronais. Os Neurotransmissores

são substâncias químicas produzidas pelos neurônios, as células nervosas com a função

de biossinalização. Por meio delas, podem enviar informações a outras células. Podem

também estimular a continuidade de um impulso ou efetuar a reação final no órgão ou

músculo alvo.

Diagrama de uma sinapse - A - Axônio Pré-sináptico.

B - Fenda Sináptica.

C - Célula Pós-sináptica.

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RECEPTORES TRANSMEMBRANA: RECEPTORES ACOPLADOS ÀS

PROTEÍNAS G.

Receptores acoplados às proteínas G são uma grande família proteica de receptores

transmembranares que captam sinais extracelulares e activam vias de transdução de

sinal no interior da célula. Este tipo de receptores apenas é encontrado nos eucariotas,

como é o caso das leveduras, plantas, coanoflagelados, e animais. Os ligandos que se

ligam e activam estes receptores incluem compostos sensíveis à luz, odores, feromonas,

hormonas e neurotransmissores, e variam em tamanho, desde pequenas moléculas, até

péptidos, podendo mesmo ser grandes proteínas. Estes receptores estão envolvidos

numa variedade de doenças, mas também são o alvo de cerca de metade das drogas

medicinais humanas. Proteína G é uma classe de proteínas envolvida na transdução de

sinais celulares. Elas são chamadas de proteínas G porque funcionam como "chaves

moleculares", alternando entre um estado de ligação com uma guanosina difosfato

inativa (GDP) e outro com uma guanosina trifosfato ativa (GTP). Isso leva a regulação

dos processos seguintes da célula. As proteínas G foram descobertas quando Alfred G.

Gilman e Martin Rodbell tentavam desvendar como a adrenalina estimulava as células.

Eles descobriram que quando um hormônio como a adrenalina se ligava a um receptor,

o receptor não estimulava diretamente enzimas como a adenilato ciclase. Ao invés

disso, o receptor estimulava uma proteína G, que, por sua vez, estimulava a adenilato

ciclase a produzir um segundo mensageiro, o AMP cíclico. Pela descoberta, os dois

cientistas ganharam, em 1994, o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina.

CLASSE A: TIPO RODOPSINA NEUROTRANSMISSOR

ADRENÉRGICO Α1 (A, B, D) · Α2 (A, B, C) · Β1 · Β2 · Β3

PURINÉRGICO

ADENOSINA (A1, A2A, A2B, A3) · P2Y (1, 2, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14)

SEROTONINA

(TODOS, EXCETO 5-HT3) 5-HT1 (A, B, D, E, F) · 5-HT2 (A, B, C) · 5-HT (4, 5A, 6, 7)

OUTROS ACETILCOLINA (M1, M2, M3,

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M4, M5) · DOPAMINA (D1, D2, D3, D4, D5) · HISTAMINA (H1, H2, H3, H4) · MELATONINA (1A, 1B, 1C) · TAAR (1, 2, 3, 5, 6, 8, 9)

METABÓLITOS E MOLÉCULAS DE SINALIZAÇÃO

EICOSANOIDE

CYSLT (1, 2) · LTB4 (1, 2) · FPRL1 · OXE · PROSTAGLANDIN (DP (1, 2), EP (1, 2, 3, 4), FP) · PROSTACYCLIN · THROMBOXANE

OUTROS

BILE ACID · CANABINOIDE (CB1, CB2, GPR (18, 55, 119)) · EBI2 · ESTROGEN · FREE FATTY ACID (1, 2, 3, 4) · LACTATE · LYSOPHOSPHATIDIC ACID (1, 2, 3, 4, 5, 6) · LYSOPHOSPHOLIPID (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8) · NIACIN (1, 2) · OXOGLUTARATE · PAF · SPHINGOSINE-1-PHOSPHATE (1, 2, 3, 4, 5) · SUCCINATE

PEPTÍDEOS

NEUROPEPTIDE B/W (1, 2) · FF (1, 2) · S · Y (1, 2, 4, 5) · NEUROMEDIN (B, U (1, 2)) · NEUROTENSIN (1, 2)

OUTROS

ANAPHYLATOXIN (C3A, C5A) · ANGIOTENSIN (1, 2) · APELIN · BOMBESIN (BRS3, GRPR, NMBR) · BRADYKININ (B1, B2) · CHEMOKINE · CHOLECYSTOKININ (A, B) · ENDOTHELIN (A, B) · FORMYL PEPTIDE (1, 2, 3) · FSH · GALANIN (1, 2, 3) · GHB RECEPTOR · GONADOTROPIN-RELEASING HORMONE (1, 2) · GHRELIN · KISSPEPTIN · LUTEINIZING HORMONE/CHORIOGONADOTROPIN · MAS (1, 1L, D, E, F, G, X1, X2, X3, X4) · MELANOCORTIN (1, 2, 3, 4, 5) · MCHR (1, 2) · MOTILIN · OPIOID (DELTA, KAPPA, MU, NOCICEPTIN & ZETA, BUT NOT SIGMA) · OREXIN (1, 2) · OXYTOCIN · PROKINETICIN (1, 2) · PROLACTIN-RELEASING PEPTIDE · RELAXIN (1, 2, 3, 4) · SOMATOSTATIN (1, 2, 3, 4, 5) · TACHYKININ (1, 2, 3) · THYROTROPIN · THYROTROPIN-RELEASING HORMONE · UROTENSIN-II · VASOPRESSIN (1A, 1B, 2)

MISCELÂNEA ORPHAN GPR (1, 3, 4, 6, 12, 15,

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17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 25, 26, 27, 31, 32, 33, 34, 35, 37, 39, 42, 44, 45, 50, 52, 55, 61, 62, 63, 65, 68, 75, 77, 78, 81, 82, 83, 84, 85, 87, 88, 92, 101, 103, 109A, 109B, 119, 120, 132, 135, 137B, 139, 141, 142, 146, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 160, 161, 162, 171, 173, 174, 176, 177, 182, 183)

OUTROS

ADRENOMEDULLIN · OLFACTORY · OPSIN (3, 4, 5, 1LW, 1MW, 1SW, RGR, RRH) · PROTEASE-ACTIVATED (1, 2, 3, 4) · SREB

CLASSE B: TIPO SECRETINA

ÓRFÃOS

GPR (56, 64, 97, 98, 110, 111, 112, 113, 114, 115, 116, 123, 124, 125, 126, 128, 133, 143, 144, 155, 157)

OUTROS

BRAIN-SPECIFIC ANGIOGENESIS INHIBITOR (1, 2, 3) · CADERINA (1, 2, 3) · CALCITONINA · CALCRL · CD97 · HORMÔNIO LIBERADOR DE CORTICOTROFINA (1, 2) · EMR (1, 2, 3) · GLUCAGON (GR, GIPR, GLP1R, GLP2R) · GROWTH HORMONE RELEASING HORMONE · PACAPR1 · GPR · LATROFILINA (1, 2, 3, ELTD1) · METHUSELAH-LIKE PROTEINS · HORMONA PARATIRÓIDE (1, 2) · SECRETINA · VASOACTIVE INTESTINAL PEPTIDE (1, 2)

CLASSE C: METABOTROPIC GLUTAMATO / FEROMONA

TASTE

TAS1R (1, 2, 3) · TAS2R (1, 3, 4, 5, 8, 9, 10, 12, 13, 14, 16, 19, 20, 30, 31, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 45, 46, 50)

OUTROS CALCIUM-SENSING

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RECEPTOR · GABA B (1, 2) · RECEPTOR DE GLUTAMATO (METABOTRÓPICO DE GLUTAMATO (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8)) · GPRC6A · GPR (156, 158, 179) · RAIG (1, 2, 3, 4)

CLASS F: FRIZZLED / SMOOTHENED

FRIZZLED FRIZZLED (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10)

SMOOTHENED SMOOTHENED

Curiosidade Científica .

Córtex pré-frontal e funções executivas.

Caso clássico I - Paciente Phineas Gage

Caso clássico II - Paciente “O CARIOCA”

Em uma manha de agosto (15/08/2012 16h38), na cidade do Rio de Janeiro, aconteceu

um acidente com um operário. Aos 24 anos de idade, um vergalhão de ferro

acidentalmente penetrou em seu crânio, perfurando o seu cérebro e transpassando a

região entre os olhos(Relembre o caso Na quarta-feira (15), Eduardo estava agachado

usando capacete quando foi atingido pelo vergalhão. O objeto caiu do quinto andar, de

uma altura de 15 metros. Tinha dois metros de comprimento e com a queda o impacto

na cabeça do operário foi de aproximadamente 300 quilos. O vergalhão entrou pelo alto

da cabeça e atravessou a região entre os olhos. Essa é a chamada área pré-frontal do

cérebro, responsável por funções associadas ao comportamento)Antes da intervenção

cirúrgica(A cirurgia de remoção durou cerca de seis horas. Os médicos abriram parte do

crânio e puxaram o vergalhão de cima para baixo. Se puxassem pelo sentido contrário,

haveria risco levar material contaminado do nariz para dentro do cérebro) e durante todo

o socorro preliminar, para a remoção do corpo estranho - barra, o paciente mostrou-se

consciente e lúcido, sem aparente mudança comportamental Diversos estudioso da

Neurociência viram a imagem da reconstrução da região perfurada, tomando como base

a tomografia, amplamente divulgadas na mídia (figura 1). “Logo nos chama a atenção a

semelhança com o caso Phineas Gage”. Ocorreu uma semelhança atingiu a mesma

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região do cérebro, a área pré-frontal do córtex cerebral (ou córtex pré-frontal) Ver figura

2.

Figura 1: Imagens feitas por tomografia computadorizada, mostrando a região perfurada pela barra no

crânio do operário carioca. A região cerebral afetada foi o córtex pré-frontal. (Imagem extraída de: The

Guardian) Figura 4 – Operário perfurado por vergalhão segue em UTI no Rio

Eduardo Leite apresenta evolução em seu quadro clínico, diz hospital.

No entanto, médicos decidem mantê-lo em observação.

Do G1 RJ

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.

Figura 5 - Homem deu entrada em hospital público do Rio

com vergalhão encravado no crânio (Foto: Marcelo Elizardo/G1)

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Caso clássico I - Paciente Phineas Gage

No ano de 1848, nos EUA, Phineas Gage tinha 25 anos de idade e também era um

operário da construção civil, responsável pela construção de trilhos de trem. O eminente

Neurocientista Antônio Damásio descreve e discute em detalhes o caso do Phineas

Gage em seu excelente livro O Erro de Descartes. Como descrito por Damásio

em seu livro, Gage era respeitado por seus colegas e considerado uma pessoa séria,

competente, astuta, inteligente e persistente na execução dos seus planos de ação.Na

tarde do dia 13 de setembro daquele ano, durante a execução de uma tarefa cotidiana (a

qual ele dominava muito bem), Gage cometeu um raro descuido e provocou uma

explosão de pólvora antes do tempo. Isto impulsionou violentamente uma barra de ferro

que segurava, de mais de um metro de comprimento e com uns 3 cm de diâmetro, que

penetrou sua face esquerda e saiu pelo topo do crânio, indo cair a uns 30 metros de

distância (Figura 3).

Figura 3: Esquerda: Imagens da reconstrução feita a partir das perfurações do crânio do Phineas Gage,

mostrando a provável localização da região perfurada no seu cérebro pela barra. Nota-se que a lesão foi

integralmente dentro do córtex pré-frontal. Meio: O crânio de Phineas Gage e a barra de ferro, no museu

da Faculdade de Medicina de Harvard. Direita: Foto recém-descoberta do Gage segurando sua barra.

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O paciente em comento permaneceu consciente e lúcido mesmo logo após o acidente,

respondendo às perguntas do médico e dos colegas e sendo capaz de descrever o

ocorrido com clareza. Sobreviveu à infecção e foi dado como plenamente recuperado

dois meses depois. Ele continuou com o mesmo quociente de inteligência (Q.I.), as

mesmas habilidades motoras, visão, audição, memória etc. Mas, apesar disso, ele teve

uma absurda mudança de personalidade, se tornando uma pessoa muito diferente do que

era antes do acidente! Tornou-se uma pessoa desequilibrada, inconseqüente,

inconveniente, incapaz de planejar e direcionar sua vida. Consideraram a época que se

transformará em “outra pessoa”, uma conversão total de personalidade e

individualidade.

Figura 2: Localização do córtex pré-frontal dentro do crânio

Perdeu o emprego não por perda da competência, mas por se tornar um individuo

sociopata, resultando dessas condutas anti-sociais a perca dos laços de amizade que

tinha antes e não foi mais capaz de estabelecer vínculos afetivos e sociais duradouros,

sem conseguir mais empregos fixos. Chegou a trabalhar como atração pitoresca de

circo, exibindo sua ferida e sua barra. Quem antes era uma pessoa de valores e séria

passou o resto da vida como um individuo socialmente rotulado de “cafajeste,

inconseqüente e indecente”., Etc. Esse caso é clássico para a História da Neurociência

porque serviu de base para a compreensão do envolvimento do cérebro na razão,

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emoção e personalidade, demonstrando o envolvimento do nosso córtex pré-frontal

nessas propriedades cognitivas (provavelmente não foi o primeiro caso na história da

humanidade, mas sim o primeiro a ser estudado mais aprofundadamente).A partir do

caso Gage, a Neurociência aprofundou os estudos e hoje sabemos que o córtex pré-

frontal é responsável por um conjunto de funções cognitivas

denominadas funções executivas. No geral, é o conjunto de processos que nos

permitem planejar, tomar decisões e executar tarefas de forma organizada e

premeditada. Estes processos são a memória de trabalho, o planejamento e organização,

a atenção e concentração, o manejo do tempo, a metacognição (capacidade de “pensar

sobre o pensamento”), as respostas inibitórias, a regulação do afeto, a iniciação de

tarefas e os conceitos morais. Lesões ou disfunções em áreas específicas dentro do pré-

frontal, responsáveis por cada um destes processos, levam a alterações cognitivas

correspondentes, como a perda da inibição do medo (sendo a base dos transtornos de

ansiedade e do pânico), perda das associações morais e do sentimento de culpa (base da

psicopatia), perda da capacidade de antever as conseqüências de uma ação que se

pretende tomar, perda da capacidade de repensar sobre ações tomadas, perda da

capacidade de concentração (sendo base para o déficit de atenção) etc. Um

aspecto interessante sobre o córtex pré-frontal é que é a última região do cérebro

humano e se desenvolver completamente. Isto ocorre só a partir dos 18 anos de idade.

Portanto, o fato de os adolescentes serem normalmente impulsivos, inconsequentes,

rebeldes e desfocados não é mera coincidência! E tem mais: o fato de uma pessoa ficar

agressiva, inconveniente e descontrolada após beber muito álcool também não é mera

coincidência, uma vez que o excesso de álcool tem ação inibitória sobre o pré-frontal.

Em relação ao “PACIENTE CARIOCA” é cedo para saber que seqüelas cognitivo-

comportamentais o operário carioca terá. Mas é possível que tenha alterações

semelhantes às que ocorreram com o Phineas Gage. Podem até ser diferentes, em

função de ter afetado regiões diferentes dentro do pré-frontal, mas é provável que tenha

alguma alteração nas suas funções executivas. Ou então pode não ter seqüela alguma,

uma vez que o sistema nervoso é plástico e tem a capacidade de se reestruturar para

recuperar danos.

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Atualizado em 30/08/2012 - Eduardo Leite recebeu alta e deixou o Hospital Miguel

Couto no fim da manhã desta quinta (30). Em entrevista, ele disse que não via hora de

voltar pra casa e ficar com a esposa e filhos. Segundo diretor do hospital, Eduardo ainda

vai ter acompanhamento médico. Confira no vídeo abaixo.

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DEFICIÊNCIAS COGNITIVAS.

No meu livro Tomo II – Volume I, apontei ao público a minha linha de objetivos em

matéria de pesquisa no campo do Mapeamento Cerebral, apresentado da forma seguinte:

“Assim podemos direcionar nossa tese futura no sentido

de definir a DEFICIÊNCIA INTELECTUAL como um

conjunto de síndromes que incorpora a incapacidade

funcional neurotramissora limitada, com ou sem

incapacidade clínica. Sendo que ela está presente em

deficiências mental funcional do processo de cognição, e

que se classifica como leve. Entre o conjunto de

síndromes classificadas dentro da Deficiência Intelectual

temo: DÉCIFIT DE ATENÇÃO E DESORDEM (ADD)

DISLEXIA (DIFICULDADE EM LEITURA)

DISCALCULIA (DIFICULDADE DE

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APRENDIZAGEM), dificuldades na: MEMÓRIA;

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS; ATENÇÃO;

COMPREENSÃO VERBAL, DE LEITURA E

LINGÜÍSTICA; COMPREENSÃO MATEMÁTICA E

COMPREENSÃO VISUAL”

Professor César Venâncio – Pesquisador

Tenho participado de diversas discussões no campo dos estudos do Mapeamento

Cerebral. O livro e-book acima citado foi oficialmente liberado em 11 de setembro de

2012, e publicado nos sites das Universidades do projeto OWC em 30 de agosto do ano

corrente. De 30 de agosto a 12 de setembro do ano em curso, foram baixadas

5.000(cinco mil) unidades cópias. E no site foram postados diversos questionamentos

relativos à base cientifica para a formação da “TEORIA DA DEFICIÊNCIA

INTELECTUAL” proposta pelo autor. O pesquisador científico seja no mestrado ou no

doutorado, deve ter a cautela na fundamentação teórica e prática de seus estudos. Assim,

começo no marco referencial teórico, tomando como base os autores neuropsiquiátricos

internacionalmente consagrados KAPLAN, Haroldo I; SADOC, Benjamin J. e GREB,

Jack A(Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica – 7 ed. – Porto

Alegre: Artmed, 1997)para iniciar a discussão que me fundamenta para no futuro se firma

na pretensão de...

(...) direcionar nossa tese futura no sentido de definir a

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL como um conjunto de

síndromes que incorpora a incapacidade funcional

neurotramissora limitada, com ou sem incapacidade

clínica...

Nesse contexto existe uma complexidade na compreensão e interpretação dos quadros:

Transtornos de Aprendizagem; Transtornos de leitura; Transtornos da matemática;

Transtornos da expressão escrita e transtornos da aprendizagem. Principalmente se

analisarmos a linha do tempo no DSM-III, e comparar o CID-10 com o DSM-IV.

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107

Classificação internacional de doenças.

DA CID-10

A CID é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e é usada globalmente

para estatísticas de morbilidade e de mortalidade, sistemas de reembolso e de decisões

automáticas de suporte em medicina. O sistema foi desenhado para permitir e promover

a comparação internacional da colecção, processamento, classificação e apresentação do

tipo de estatísticas supra-citado. ICD A CID é uma classificação base da Família

Internacional de Clasificações da OMS (WHO-FIC). A CID é revista periodicamente e

encontra-se, à data (Novembro de 2006), na sua décima edição. A CID-10, como é

conhecida, foi desenvolvida em 1992 para registar as estatísticas de mortalidade.

Actualizações anuais (menores) e tri-anuais (maiores) são publicadas pela OMS.

Abordei em capítulos anteriores dos Tomos I e II, comentários em torno do CID-10. A

Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com

a Saúde, frequentemente designada pela sigla CID (em inglês: International

Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems - ICD) fornece

códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais,

sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para

ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma categoria única à qual

corresponde um código, que contém até 6 caracteres. Tais categorias podem incluir um

conjunto de doenças semelhantes. Observe que o CID-10 não agrega valores descritivos

em relação as síndromes. Porém ressalva a possibilidade hermeneutica de sua existência

quando afirma em definação que... “categorias podem incluir um conjunto de doenças

semelhantes”. Atenção na hora da interpretação de quadros clínicos

médicos que podem refletir em condutas de ação psicopedagógica, por

exemplo, no caso do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

(TDAH), que é uma Síndrome caracterizada por desatenção, hiperatividade e

impulsividade causando prejuízos a si mesmo e aos outros em pelo menos dois

contextos diferentes (geralmente em casa e na escola/trabalho). Entre 3% e 6% das

crianças em fase escolar foram diagnosticadas com este transtorno. Entre 30 a 50% dos

casos persistem até a idade adulta . Sua causa, o diagnóstico, sua utilização para

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justificar mal desempenho acadêmico e o grande número de tratamentos desnecessários

com anfetaminas geram polêmica desde a década de 70. Na Classificação Internacional

de Doenças da OMS mais recente (CID-10) é classificado como um Transtorno

Hipercinético(Organização Mundial de Saúde. Classificação e Transtornos Mentais e de

Comportamento da CID-10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Editora Artes

Médicas; 1993; TDAH:Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento. Portal Banco de Saúde. 2009. TDAH

Guia Completo; Rohde LA e Halpern. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. R.Jornal de

Pediatria - Vol. 80, Nº2(supl), 2004.); Distúrbio do déficit de atenção sem

hiperatividades. - O ADHD-I ou ADHD-PI é um dos três subtipos de transtorno de

déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ou "Mal de Klosouski". Esse transtorno é

algumas vezes chamado apenas de distúrbio de déficit de atenção pelo público em geral,

mas esse termo foi modificado em 1994 pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de

Desordens Mentais (DSM-IV), quarta edição; Dificuldades de aprendizagem por

vezes referida como desordem de aprendizagem ou transtorno de aprendizagem, é um

tipo de desordem pela qual um indivíduo apresenta dificuldades em aprender

efetivamente. A desordem afeta a capacidade do cérebro em receber e processar

informação e pode tornar problemático para um indivíduo o aprendizado tão rápido

quanto o de outro, que não é afetado por ela. Observe que no tomo dois se abordou

descrições anatomicas do ouvido, dos olhos, e nesse se detalhou áreas do cérebro

envolvidos com a visão e captação externa de linguagem simbólica. Uma das perguntas

expostas no site de uma das universidades que detem a cópia para reproduzir, dessa

obra, foi: POR QUE EU EDUCADOR PRECISO CONHECER

ANATOMIA E FISIOLOGIA EM DETALHES PARA MELHOR

ASSISTIR MEU ALUNADO? Se o ilustre educador estive diante de um

quadro de dificuldades de aprendizagem, para interagir é importante ter noções de

neurociência. Pois no quadro de Dificuldades de Aprendizagem envolvem muitas

áreas de percepção, entre as quais: discriminação visual ou auditiva; percepção das

diferenças em ambos as vistas ou ouvidos; impedimento visual ou auditivo;

preenchimento da falta de peças de imagens ou sons; discriminação figura-fundo

visual ou auditiva; focalização de um objeto, ignorando os seus antecedentes;

memória visual ou auditiva, nem a curto nem a longo prazo; sequenciamento visual

ou auditivo; colocação do que é visto ou ouvido na ordem certa; associação e

compreensão auditiva; relacionamento do que é ouvido a outras coisas, incluindo

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definições de palavras e significados de sentenças; percepção espacial;

lateralidade (acima e abaixo, entre, dentro e fora) e posicionamento no espaço;

percepção temporal; intervalos de tempo de processamento da ordem de

milissegundos, fundamental para o desenvolvimento da fala de transformação;

incapacidade de Aprendizado Não-Verbal ("Nonverbal Learning Disability");

processamento de sinais não-verbais em interações sociais, etc; Discalculia -

Discalculia, não deve se confundir com acalculia, pois essa é definido como sendo uma

desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa de compreender

e manipular números. A discalculia pode ser causada por um déficit de percepção

visual. O termo discalculia é usado frequentemente ao consultar especificamente à

inabilidade de executar operações matemáticas ou aritméticas, mas é definido por

alguns profissionais educacionais como uma inabilidade mais fundamental para

conceitualizar números como um conceito abstrato de quantidades comparativas. Isso

ocorre porque o cérebro cria uma “competição” entre recordar os dados antigos e os

novos que estão vinculados à mesma coisa, relatam pesquisadores de Yale e Stanford na

última edição de “The Proceedings of the National Academy of Sciences” – Ver

tomografia – DISCALCULIA – (IMAGEM 1). É uma inabilidade menos conhecida,

bem como e potencialmente relacionada a dislexia e a dispraxia. A discalculia ocorre

em pessoas de qualquer nível de QI, mas significa que têm frequentemente problemas

específicos com matemática, tempo, medida, etc. Discalculia (em sua definição mais

geral) não é rara. Muitas daquelas com dislexia ou dispraxia tem discalculia também.

Há também alguma evidência para sugerir que este tipo de distúrbio é parcialmente

hereditario. A palavra discalculia vem do grego (dis, mal) e do Latin (calculare, contar)

formando: contando mal. Essa palavra calculare vem, por sua vez, de cálculo, que

significa o seixo ou um dos contadores em um ábaco. Discalculia é um

impedimento da matemática que vá adiante junto com um número de

outras limitações, tais como a introspecção espacial, o tempo, a

memória pobre, e os problemas de ortografia. Há indicações de que é um

impedimento congênito ou hereditário, com um contexto neurológico. Discalculia

atinge crianças e adultos. Discalculia pode ser detectada em uma idade nova e medidas

podem ser tomadas para facilitar o enfrentamento dos problemas dos estudantes mais

novos. O problema principal está em compreender que o problema não é a matemática e

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sim a maneira que é ensinada às crianças. O modo que a dislexia pode ser tratada de

usar uma aproximação ligeiramente diferente a ensinar. Entretanto, a discalculia é o

menos conhecida destes tipos de desordem de aprendizagem e assim não é reconhecida

frequentemente; Dislalia- A dislalia (grego dys + lexia) é um distúrbio da fala,

caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. Basicamente consiste na má

pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema

por outro ou ainda distorcendo-os ordenadamente. A falha na emissão das palavras pode

ainda ocorrer em fonemas ou sílabas. Assim sendo, os sintomas da Dislalia consistem

em omissão, substituição ou deformação dos fonemas. De modo geral, a palavra do

dislálico é fluida, embora possa ser até ininteligível, podendo o desenvolvimento da

linguagem ser normal ou levemente retardado. Não se observam transtornos no

movimento dos músculos que intervêm na articulação e emissão da palavra. Dificuldade

na linguagem oral, que pode interferir no aprendizado da escrita. A criança omite, faz

substituições, distorções ou acréscimos de sons. Eis alguns exemplos: Omissão: não

pronuncia sons - "omei" = "tomei"; Substituição: troca alguns sons por outros - "balata"

= "barata"; Acréscimo: introduz mais um som - "Atelântico" = "Atlântico"; Dislexia-

Disortografia é a dificuldade do aprendizado e do desenvolvimento da habilidade da

linguagem escrita expressiva.Esta dificuldade pode ocorrer associada ou não a

dificuldade de leitura, isto é, a dislexia.Considera-se que 90% das disortografias têm

como causa um atraso de linguagem; estas são consideradas disortografias verdadeiras.

Os 10% restantes têm como causa uma disfunção neuro-fisiológica; .Disortografia-

Disortografia é a dificuldade do aprendizado e do desenvolvimento da habilidade da

linguagem escrita expressiva.Esta dificuldade pode ocorrer associada ou não a

dificuldade de leitura, isto é, a dislexia.Considera-se que 90% das disortografias têm

como causa um atraso de linguagem; estas são consideradas disortografias verdadeiras.

Os 10% restantes têm como causa uma disfunção neuro-fisiológica.

http://wwwpsicopedagogiadceuvarmf.blogspot.com.br/2008/04/cid-10-classificao-estatstica.html

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111

DO DSM-IV.

TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM - DSM.IV

A seção sobre Transtornos da Aprendizagem inclui:

1 - Transtorno da Leitura;

2 - Transtorno da Matemática;

3 - Transtorno da Expressão Escrita e;

4 - Transtorno da Aprendizagem Sem Outra

Especificação.

Os Transtornos da Aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo

em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou

expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para sua idade,

escolarização e nível de inteligência. Os problemas de aprendizagem interferem

significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária que exigem

habilidades de leitura, matemática ou escrita. Variados enfoques estatísticos podem ser

usados para estabelecer que uma discrepância é significativa. Substancialmente abaixo

da média em geral define uma discrepância de mais de 2 desvios-padrão entre

rendimento e QI. Uma discrepância menor entre rendimento e QI (isto é, entre 1 e 2

desvios-padrão) ocasionalmente é usada, especialmente em casos onde o desempenho

de um indivíduo em um teste de QI foi comprometido por um transtorno associado no

processamento cognitivo, por um transtorno mental comórbido ou condição médica

geral, ou pela bagagem étnica ou cultural do indivíduo. Em presença de um déficit

sensorial, as dificuldades de aprendizagem podem exceder aquelas habitualmente

associadas com o déficit. Os Transtornos da Aprendizagem podem persistir até a idade

adulta.

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Características e Transtornos Associados.

Desmoralização, baixa auto-estima e déficits nas habilidades sociais podem estar

associados com os transtornos da aprendizagem. A taxa de evasão escolar para crianças

ou adolescentes com Transtornos da Aprendizagem é de aproximadamente 40% (cerca

de 1,5 vezes a média). Os adultos com Transtornos da Aprendizagem podem ter

dificuldades significativas no emprego ou no ajustamento social. Muitos indivíduos (10-

25%) com Transtorno da Conduta, Transtorno Desafiador Opositivo, Transtorno de

Déficit de Atenção / Hiperatividade, Transtorno Depressivo Maior ou Transtorno

Distímico também têm Transtornos da Aprendizagem. Existem evidências de que

atrasos no desenvolvimento da linguagem podem ocorrer em associação com os

Transtornos da Aprendizagem (particularmente Transtorno da Leitura), embora esses

atrasos possam não ser suficientemente severos para indicarem o diagnóstico adicional

de Transtorno da Comunicação. Os Transtornos da Aprendizagem também podem estar

associados com uma taxa superior de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação.

Anormalidades subjacentes do processamento cognitivo (por exemplos., déficits

na percepção visual, processos lingüísticos, atenção, memória ou uma

combinação destes) freqüentemente precedem ou estão associadas com os

Transtornos da Aprendizagem . Os testes estandardizados para a medição desses

processos em geral são menos confiáveis e válidos do que outros testes

psicopedagógicos. Embora predisposição genética, danos perinatais e várias

condições neurológicas ou outras condições médicas gerais possam estar associados

com o desenvolvimento dos Transtornos da Aprendizagem, a presença dessas condições

não o prediz, invariavelmente, e existem muitos indivíduos com Transtornos da

Aprendizagem sem essa história. Esses transtornos, entretanto, freqüentemente são

encontrados em associação com uma variedade de condições médicas gerais (por

exemplos, envenenamento por chumbo, síndrome alcoólica fetal ou síndrome do X

frágil).

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Características Específicas à Cultura.

O profissional da Psicopedagogia, do AEE e da Educação Especial, devem assegurar-se

de que os procedimentos de testagem da inteligência refletem uma atenção adequada à

bagagem étnica ou cultural do indivíduo. Isto geralmente pode ser conseguido com o

uso de testes nos quais as características relevantes do indivíduo são representadas na

amostra de estandardização do teste ou pelo emprego de um examinador familiarizado

com aspectos da bagagem étnica ou cultural do indivíduo. A testagem individualizada

sempre é necessária, para fazer o diagnóstico de Transtornos da Aprendizagem.

Prevalência.

Estimativas da prevalência dos Transtornos da Aprendizagem variam de 2 a 10%,

dependendo da natureza da averiguação e das definições aplicadas. Um Transtornos da

Aprendizagem é identificado em aproximadamente 5% dos estudantes de escolas

públicas americanas.

Diagnóstico Diferencial.

Os Transtornos da Aprendizagem devem ser diferenciados das variações normais na

realização acadêmica e das dificuldades escolares devido à falta de oportunidades,

ensino fraco ou fatores culturais. A escolarização inadequada pode resultar em fraco

desempenho em testes estandardizados de rendimento escolar. Crianças de bagagens

étnicas ou culturais diferentes daquelas dominantes na cultura da escola ou cuja língua

materna não é a língua do país, bem como crianças que freqüentaram escolas com

ensino inadequado, podem ter fraca pontuação nesses testes. As crianças com essas

mesmas bagagens também podem estar em maior risco para faltas injustificadas à

escola, em virtude de doenças mais freqüentes ou ambientes domésticos empobrecidos

ou caóticos. Um prejuízo visual ou auditivo pode afetar a capacidade de aprendizagem

e deve ser investigado, por meio de testes de triagem audiométrica ou visual. Um

Transtornos da Aprendizagem pode ser diagnosticado na presença desses déficits

sensoriais apenas quando as dificuldades de aprendizagem excedem aquelas

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habitualmente associadas aos mesmos. As condições médicas gerais ou neurológicas

concomitantes devem ser codificadas no Eixo III.

O RETARDO MENTAL.

No Retardo Mental, as dificuldades de aprendizagem são proporcionais ao prejuízo

geral no funcionamento intelectual. Entretanto, em alguns casos de Retardo Mental

Leve, o nível de realização na leitura, matemática ou expressão escrita está

significativamente abaixo dos níveis esperados, dadas a escolarização e a gravidade do

Retardo Mental do indivíduo. Nesses casos, aplica-se o diagnóstico adicional de

Transtornos da Aprendizagem. Um diagnóstico adicional de Transtornos da

Aprendizagem deve ser feito no contexto de um Transtorno Invasivo do

Desenvolvimento apenas quando o prejuízo escolar estiver significativamente abaixo

dos níveis esperados, levando em conta o funcionamento intelectual e a escolarização

do indivíduo. Em indivíduos com Transtornos da Comunicação, o funcionamento

intelectual pode precisar ser avaliado por medições estandardizadas da capacidade

intelectual não-verbal. Em casos nos quais o rendimento escolar estiver

significativamente abaixo desta medida de capacidade, aplica-se diagnóstico de

Transtornos da Aprendizagem. O Transtorno da Matemática e o Transtorno da

Expressão Escrita ocorrem, com maior freqüência, em combinação com o Transtorno da

Leitura. Quando são satisfeitos os critérios para mais de um Transtornos da

Aprendizagem, todos devem ser diagnosticados.

(NA CID.10 É F81.0) 315.00 TRANSTORNO DA LEITURA - DSM.IV

A característica essencial do Transtorno da Leitura consiste em um rendimento da

leitura (isto é, correção, velocidade ou compreensão da leitura, medidas por testes

padronizados administrados individualmente) substancialmente inferior ao esperado

para a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade do indivíduo (Critério

A). A perturbação da leitura interfere significativamente no rendimento escolar ou em

atividades da vida cotidiana que exigem habilidades de leitura (Critério B). Na presença

de um déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas habitualmente a este

associadas (Critério C). Caso estejam presentes uma condição neurológica, outra

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condição médica geral ou outro déficit sensorial, estes devem ser codificados no Eixo

III. Em indivíduos com Transtorno da Leitura (também chamado "dislexia"), a leitura

oral caracteriza-se por distorções, substituições ou omissões; tanto a leitura em voz alta

quanto a silenciosa caracterizam-se por lentidão e erros na compreensão.

Características e Transtornos Associados.

Revisar a literatura exposta em relação as "Características e Transtornos Associados"

referente aos Transtornos da Aprendizagem. É importante para a conexão do texto

seguinte. O Transtorno da Matemática e o Transtorno da Expressão Escrita em geral

estão associados ao Transtorno da Leitura, sendo relativamente rara a apresentação de

qualquer destes transtornos na ausência do Transtorno da Leitura.

Características Específicas ao Gênero.

Dos indivíduos diagnosticados com Transtorno da Leitura, 60 a 80% são do sexo

masculino. Os procedimentos de encaminhamento podem com freqüência apresentar a

tendência à identificação de indivíduos do sexo masculino, uma vez que estes exibem,

com maior freqüência, os comportamentos diruptivos associados aos Transtornos da

Aprendizagem. O transtorno ocorre em proporções mais equilibradas entre ambos os

sexos quando se empregam cuidadosa determinação diagnóstica e critérios rígidos, ao

invés dos procedimentos tradicionais de encaminhamento realizados por escolas.

Prevalência.

A prevalência do Transtorno da Leitura é difícil de estabelecer, pois muitos estudos se

concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, sem uma cuidadosa

separação em transtornos específicos da Leitura, Matemática ou Expressão Escrita. O

Transtorno da Leitura, sozinho ou em combinação com o Transtorno da Matemática ou

Transtorno da Expressão Escrita, responde por aproximadamente quatro em cada cinco

casos de Transtorno da Aprendizagem. A prevalência do Transtorno da Leitura nos

Estados Unidos encontra-se em torno de 4% entre as crianças em idade escolar,

conforme estimativas. Estatísticas inferiores da incidência e prevalência do Transtorno

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da Leitura podem ser encontradas em outros países nos quais são usados critérios mais

rígidos.

Curso e Evolução do problema.

Embora os sintomas de dificuldade de leitura (por exemplos, incapacidade de

distinguir entre letras comuns ou de associar fonemas comuns com as

letras) possam ocorrer já na pré-escola, o Transtorno da Leitura raramente é

diagnosticado antes do final desta ou no início da primeira série, já que a instrução

formal da leitura geralmente não se inicia até este ponto na maioria dos contextos

escolares. Particularmente quando o Transtorno da Leitura está associado com alto QI,

a criança pode funcionar adequadamente ou quase tão bem quanto seus colegas durante

os primeiros anos escolares, podendo o Transtorno da Leitura não se manifestar

totalmente até a quarta série ou depois dela. Com a identificação e intervenção precoces,

o prognóstico é bom em uma percentagem significativa dos casos. O Transtorno da

Leitura pode persistir até a idade adulta.

Padrão Familial.

O Transtorno da Leitura apresenta agregação familial, tendo maior prevalência entre

parentes biológicos em primeiro grau de indivíduos com Transtornos da Aprendizagem.

Diagnóstico Diferencial.

Recomendo a releitura do procedimento para compreensão do "Diagnóstico

Diferencial" relativa aos Transtornos da Aprendizagem .

Critérios Diagnósticos para F81.0 - 315.00 Transtorno da Leitura.

A. O rendimento da leitura, medido por testes padronizados,

administrados individualmente, de correção ou compreensão da

leitura, está acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando

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a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade

apropriada à idade do indivíduo.

B. A perturbação no Critério A interfere significativamente no

rendimento escolar ou atividades da vida diária que exigem

habilidades de leitura.

C. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de leitura

excedem aquelas geralmente a este associadas.

Nota para a codificação: Se uma condição médica geral (por exemplo, neurológica)

estiver presente, codificá-la no Eixo III. Surge então uma questão do profissional não

médico. Se o ato médico é do médico, só ele pode identificar e coodificar. Errado, ao

entender um procedimento operacional especificado no CID-10 ou DSM-IV, o educador

ou profissional não médico, poderá intervir em programas de reabilitação pedagógica ou

psicopedagógica. Pois não haverá intervenção clínica. Não se medica nem prescreve

ações privativas do médico. Facilita até o encaminhamento para a confirmação ou

negação do laudo sugerido.

(NA CID.10 É F81.2) 315.1 TRANSTORNO DA MATEMÁTICA -

DSM.IV.

A característica essencial do Transtorno da Matemática consiste em uma capacidade

para a realização de operações aritméticas (medida por testes padronizados,

individualmente administrados, de cálculo e raciocínio matemático) acentuadamente

abaixo da esperada para a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade do

indivíduo (Critério A). A perturbação na matemática interfere significativamente no

rendimento escolar ou em atividades da vida diária que exigem habilidades matemáticas

(Critério B). Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades na capacidade

matemática excedem aquelas geralmente a este associadas (Critério C). Caso esteja

presente uma condição neurológica, outra condição médica geral ou déficit sensorial,

isto deve ser codificado no Eixo III. Diferentes habilidades podem estar prejudicadas no

Transtorno da Matemática, incluindo habilidades "lingüísticas" (por exemplos.,

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compreender ou nomear termos, operações ou conceitos matemáticos e transpor

problemas escritos em símbolos matemáticos), habilidades "perceptuais" (por

exemplos,. reconhecer ou ler símbolos numéricos ou aritméticos e agrupar objetos em

conjuntos), habilidades de "atenção" (por exemplos., copiar corretamente números ou

cifras, lembrar de somar os números "levados" e observar sinais de operações) e

habilidades "matemáticas" (por exemplos., seguir seqüências de etapas matemáticas,

contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).

Características e Transtornos Associados.

Rever o texto vinculado a seção "Características e Transtornos Associados" referente

aos Transtornos da Aprendizagem. O Transtorno da Matemática em geral é encontrado

em combinação com o Transtorno da Leitura ou o Transtorno da Expressão Escrita.

Prevalência.

A prevalência do Transtorno da Matemática é difícil de estabelecer, uma vez que muitos

estudos se concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, sem o cuidado

de separar transtornos específicos da Leitura, Matemática ou Expressão Escrita. A

prevalência do Transtorno da Matemática isoladamente (isto é, quando não encontrado

em associação com outros Transtornos da Aprendizagem) é estimada como sendo de

aproximadamente um em cada cinco casos de Transtorno da Aprendizagem. Estima-se

que 1% das crianças em idade escolar têm Transtorno da Matemática.

Curso e Evolução do problema.

Embora os sintomas de dificuldade na matemática (por exemplos, confusão para

conceitos numéricos ou incapacidade de contar corretamente) possam aparecer já na

pré-escola ou primeira série, o Transtorno da Matemática raramente é diagnosticado

antes do final da primeira série, uma vez que ainda não ocorreu suficiente instrução

formal em matemática até este ponto na maioria dos contextos escolares. O transtorno

em geral torna-se visível durante a segunda ou terceira série. Particularmente quando o

Transtorno da Matemática está associado com alto QI, a criança pode ser capaz de

funcionar no mesmo nível ou quase no mesmo nível que seus colegas da mesma série,

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podendo o Transtorno da Matemática não ser percebido até a quinta série ou depois

desta.

Diagnóstico Diferencial.

Rever a literatura "Diagnóstico Diferencial" relativa aos Transtornos da Aprendizagem.

Critérios Diagnósticos para F81.2 - 315.1 Transtorno da Matemática .

A. A capacidade matemática, medida por testes padronizados,

individualmente administrados, está acentuadamente abaixo do nível

esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e

a escolaridade apropriada à idade do indivíduo.

B. A perturbação no Critério A interfere significativamente no

rendimento escolar ou atividades da vida diária que exigem

habilidades em matemática.

C. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades na

capacidade matemática excedem aquelas geralmente a este

associadas.

Cabe aqui a mesma referência seguinte: Nota para a codificação: Se uma condição

médica geral (por exemplo, neurológica) estiver presente, codificá-la no Eixo III. Surge

então uma questão do profissional não médico. Se o ato médico é do médico, só ele

pode identificar e coodificar. Errado, ao entender um procedimento operacional

especificado no CID-10 ou DSM-IV, o educador ou profissional não médico, poderá

intervir em programas de reabilitação pedagógica ou psicopedagógica. Pois não haverá

intervenção clínica. Não se medica nem prescreve ações privativas do médico. Facilita

até o encaminhamento para a confirmação ou negação do laudo sugerido.

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(NA CID.10 É F81.8) 315.2 TRANSTORNO DA EXPRESSÃO

ESCRITA - DSM.IV

A característica diagnóstica essencial do Transtorno da Expressão Escrita consiste de

habilidades de escrita (medidas por um teste padronizado individualmente administrado

ou avaliação funcional das habilidades de escrita) acentuadamente abaixo do nível

esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade

apropriada à idade do indivíduo (Critério A). A perturbação na expressão escrita

interfere significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária que

exigem habilidades de escrita (Critério B). Em presença de um déficit sensorial, as

dificuldades nas habilidades de escrita excedem aquelas geralmente a este associadas

(Critério C). Caso esteja presente uma condição neurológica, outra condição médica

geral ou déficit sensorial, isto deve ser codificado no Eixo III. Geralmente existe uma

combinação de dificuldades na capacidade do indivíduo de compor textos escritos,

evidenciada por erros de gramática e pontuação dentro das frases, má organização dos

parágrafos, múltiplos erros ortográficos e caligrafia excessivamente ruim. Este

diagnóstico em geral não é dado quando existem apenas erros ortográficos ou fraca

caligrafia, na ausência de outros prejuízos na expressão escrita. Em comparação com

outros Transtornos da Aprendizagem, sabe-se relativamente menos acerca dos

Transtorno da Expressão Escrita e sobre seu tratamento, particularmente quando

ocorrem na ausência de Transtorno da Leitura. À exceção da ortografia, os testes

padronizados nesta área são menos acuradamente desenvolvidos do que os testes de

leitura ou capacidade matemática, podendo a avaliação do prejuízo nas habilidades

escritas exigir uma comparação entre amostras amplas do trabalho escolar escrito do

indivíduo e o desempenho esperado para sua idade e QI. Este é especialmente o caso de

crianças pequenas, das séries escolares iniciais. Tarefas nas quais a criança é solicitada a

copiar, escrever um ditado e escrever espontaneamente podem ser necessárias para o

estabelecimento da presença e extensão deste transtorno.

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Características e Transtornos Associados.

Rever a literatura "Características e Transtornos Associados" relativa aos Transtornos

da Aprendizagem. O Transtorno da Expressão Escrita em geral é encontrado em

combinação com Transtorno da Leitura ou Transtorno da Matemática. Existem algumas

evidências de que déficits de linguagem e percepto-motores podem acompanhar este

transtorno.

Prevalência.

A prevalência do Transtorno da Expressão Escrita é difícil de estabelecer, uma vez que

muitos estudos se concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem em

geral, sem ter o cuidado de separar transtornos específicos da leitura, matemática ou

expressão escrita. O Transtorno da Expressão Escrita é raro, quando não associado a

outros Transtornos da Aprendizagem.

Curso e Evolução do problema.

Embora as dificuldades na escrita (por exemplo., caligrafia ou capacidade de copiar

particulamente fracas ou incapacidade de recordar seqüências de letras em palavras

comuns) possam aparecer já na primeira série escolar, o Transtorno da Expressão

Escrita raramente é diagnosticado antes do final da mesma, uma vez que a instrução

formal da escrita habitualmente ainda não ocorreu até este ponto na maioria dos

contextos escolares. O transtorno em geral é visível na segunda série. O Transtorno da

Expressão Escrita ocasionalmente pode ser visto em crianças mais velhas ou em

adultos, e pouco se sabe sobre seu prognóstico a longo prazo.

Diagnóstico Diferencial

Rever a literatura pertinente a "Diagnóstico Diferencial" relativa aos Transtornos da

Aprendizagem.. Um transtorno apenas de ortografia ou caligrafia, na ausência de outras

dificuldades da expressão escrita, em geral não se presta a um diagnóstico de Transtorno

da Expressão Escrita. Quando a má caligrafia se deve a um prejuízo na coordenação

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motora, cabe considerar um diagnóstico de Transtorno do Desenvolvimento da

Coordenação.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA F81.8 - 315.2 TRANSTORNO

DA EXPRESSÃO ESCRITA.

A. As habilidades de escrita, medidas por testes padronizados,

individualmente administrados (ou avaliações funcionais das

habilidades de escrita), estão acentuadamente abaixo do nível

esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a

escolaridade apropriada à idade do indivíduo.

B. A perturbação no Critério A interfere significativamente no

rendimento escolar ou atividades da vida diária que exigem a

composição de textos escritos (por ex., escrever frases

gramaticalmente corretas e parágrafos organizados).

C. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades nas

habilidades de escrita excedem aquelas habitualmente a este

associadas.

Nota para a codificação: Se uma condição médica geral (por exemplo., neurológica) ou

déficit sensorial estiverem presentes, codificar no Eixo III. Cabe aqui a recomendação já

amplamente transcrita, e que repito: Surge então uma questão do profissional não

médico. Se o ato médico é do médico, só ele pode identificar e coodificar. Errado, ao

entender um procedimento operacional especificado no CID-10 ou DSM-IV, o educador

ou profissional não médico, poderá intervir em programas de reabilitação pedagógica ou

psicopedagógica. Pois não haverá intervenção clínica. Não se medica nem prescreve

ações privativas do médico. Facilita até o encaminhamento para a confirmação ou

negação do laudo sugerido.

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(NA CID.10 É F81.9) - 315.9 TRANSTORNO DA APRENDIZAGEM

SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO

Esta categoria envolve os transtornos da aprendizagem que não satisfazem os critérios

para qualquer Transtorno da Aprendizagem específico, podendo incluir problemas em

todas as três áreas (leitura, matemática, expressão escrita) que, juntos, interferem

significativamente no rendimento escolar, embora o desempenho nos testes que medem

cada habilidade isoladamente não esteja acentuadamente abaixo do nível esperado,

considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à

idade do indivíduo. Esta categoria envolve os transtornos da aprendizagem que não

satisfazem os critérios para qualquer Transtorno da Aprendizagem específico, podendo

incluir problemas em todas as três áreas (leitura, matemática, expressão escrita) que,

juntos, interferem significativamente no rendimento escolar, embora o desempenho nos

testes que medem cada habilidade isoladamente não esteja acentuadamente abaixo do

nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade

apropriada à idade do indivíduo. Recomendo promover exercícios práticos de

interpretação com seus alunos no AEE, na Educação Especial e nos casos de dúvidas

provavéis de existência de conduta que se encaixa nos quadros acima descritos.

ASPECTOS DA BAGAGEM ÉTNICA OU CULTURAL DO

INDIVÍDUO.

O ser humano resulta de vários elementos condicionantes, e sua formação como pessoa

será influenciada pelas condições sociais, econômicas, políticas e históricas as quais

está inserido. As objetividades das relações sociais se impõem sobre as relações

humanas, pois o ser humano vive em conseqüência de vários elementos condicionantes,

que o levam a ser o que aparenta ser; mas também lhe fazem ser o que é. Isso implica

necessariamente em indivíduos diferentes uns dos outros. (CAMPOS, Ricardo Bruno

Cunha. Sociedades Complexas: indivíduo, cultura e individualismo. Revista Eletrônica

de Ciências Sociais, n. 7, p. 8-22, set. 2004). Dentre as várias instituições onde os

indivíduos estão inseridos, a escola é uma das mais importantes e responsáveis pela

construção da identidade. É na escola que os indivíduos entram em contato com as

diferenças que os constituem como indivíduos únicos. A identidade é construída à

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medida que os sistemas de significação e representação cultural se ampliam permitindo

ao indivíduo localizar-se de diferentes formas na sociedade. (NASCIMENTO, Margaret

Dias do. OLBZYMEK, Marilda Regiane. Ética na Educação Escolar. Revista de

Divulgação Científica do ICPG, v. 3, n.10, jan./jun. 2007)O termo estigma surgiu na

Grécia e era utilizado para se referir a sinais corporais que evidenciavam algo mau sobre

o status moral de quem os apresentava. Esses sinais serviam para avisar que a pessoa

marcada era um escravo um criminoso ou um traidor. Atualmente o termo estigma é

utilizado de maneira semelhante ao sentido literal original, e

caracteriza o indivíduo que está inabilitado para a aceitação social

plena. (GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade

deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1988. 158 p)A própria

sociedade estabelece os meios de categorizar as pessoas e os atributos considerados

comuns para elas. Ao conhecer uma pessoa, os primeiros aspectos permitem observados

permitem prever a sua "identidade social". Com isso, muitas vezes lhes são imputadas

características que nem sempre são reais. Muitas vezes podem surgir evidências de que

a outra pessoa possui um atributo que o torna diferente dos outros. Esse indivíduo pode

deixar de ser considerado em sua plenitude e pode ser reduzido, até mesmo, a uma

pessoa inferior. Tal característica é um estigma, principalmente quando seu efeito de

descrédito é grande, muitas vezes considerado até como um defeito. (GOFFMAN,

1988). O processo de estabelecimento das relações humanas provoca problemas práticos

entre os indivíduos. Entretanto, as decisões e as ações a serem tomadas baseiam-se na

em escolhas que extrapolam a própria vontade individual e afetam aqueles que sofrerão

as conseqüências desta ação. Diante desses problemas práticos do cotidiano, os

indivíduos terão uma forma de se comportar e que pode se caracterizada pelo conceito

de moral. Existem ainda, juízos que aprovam ou desaprovam moralmente estes mesmos

comportamentos ou atos. Assim, pode-se afirmar que a moral regula os valores

considerados genuínos por uma determinada sociedade, cultura e época, não sendo,

portanto, universalista. O que pode ser moralmente aceitável para um indivíduo, pode

não ser para o outro. (VAZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. (Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1996) A regulação individual ou grupal não satisfaz a necessidade de

referência a princípios básicos extensíveis a toda a humanidade, justamente por não ser

universal não se aplica a todos os povos, nem fornece a compreensão racional do real e

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efetivo comportamento humano. Estas exigências são alcançadas somente pelas

condutas éticas, e esta não basta apenas como teoria, é preciso que cada indivíduo

incorpore princípios éticos e os utilizem na prática da vida cotidiana. (NALINI, José

Renato. Ética geral e profissional. (São Paulo: Editora da Revista dos Tribunais, 1997).

Com base nas discussões realizadas através da literatura analisada pode-se constatar que

os processos de discriminação e estigmatização são inerentes ao ambiente educacional

típico de uma sociedade competitiva e produtivista. A escola está inserida em um

modelo de sociedade multicultural que não respeita as diferenças. Os indivíduos com

características vulneráveis não conseguem escapar do estigma a eles imposto, bem

como da discriminação que sofrem. A própria sociedade estabelece modelos

padronizados de indivíduos e busca estabelecer quais são os atributos considerados

“normais” conforme o padrão sócio-histórico cultural vigente. Cria-se um modelo social

do indivíduo que nem sempre corresponde à realidade. Alguém que pertença a uma

categoria com atributos diferentes ou incomuns, é pouco aceito pelo grupo social e até

mesmo discriminado. O indivíduo em condição de vulnerabilidade pode não ser

considerado em sua totalidade e sua capacidade de ação e de transformação, tornando-se

assim ameaçado e podendo até mesmo, limitar o desenvolvimento de suas

potencialidades. A escola pode tanto reforçar como combater estes processos, de forma

que nas próprias situações de conflitos, gerados pelo estigma e pela discriminação,

busque resolvê-los respaldando-se em valores éticos. O indivíduo, independente de

qualquer característica que venha a ser enquadrado, merece que sua dignidade seja

respeitada. Deste modo, o educador tem papel fundamental, sendo o principal mediador

durante os conflitos entre aqueles considerados “normais” e os “estigmatizados”. Por

isso, a conduta ética deve balizar as ações cotidianas e ser o cerne de sua prática

profissional, pois caso não adote esta perspectiva de atuação, ao invés de contribuir para

a quebra de barreiras e preconceitos, estará reforçando atitudes que diminuem a

dignidade humana e atrasam o desenvolvimento social.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL.

A importância dessa seção, se justifica, pois no texto acima se fez muita menção ao

termo diagnóstico diferencial. Em medicina, diagnóstico diferencial é um método

sistemático usado para identificar doenças. É feito, essencialmente, por processo de

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eliminação. Nem todo diagnóstico médico é diferencial. O diagnóstico diferencial pode

ser definido como uma hipótese formulada pelo médico - tendo como base a

sintomatologia (sinais e sintomas) apresentada pelo paciente durante o exame clínico -

segundo a qual ele restringe o seu diagnóstico a um grupo de possibilidades que, dadas

as suas semelhanças com o quadro clínico em questão, não podem deixar de ser

elencadas como provável. A partir do diagnóstico diferencial, o médico pode selecionar

testes terapêuticos, ou ainda, exames complementares específicos a fim de se obter um

diagnóstico final ou de certeza. Na prática médica existem requisitos para a emissão de

um diagnóstico diferencial. Existe uma série de fatores necessários prévios à emissão de

um diagnóstico diferencial. Em primeiro lugar, o processo não é unilateral, então requer

sensibilidade e responsabilidade de ambas as partes: profissional e paciente. O médico

deve ter grande técnica clínica, a qual é formada pelo conjunto de experiência médica e

capacidade cognitiva. Para que as hipóteses sejam válidas, estas devem ter consistência

lógica e fundamentação científica, além de haver a possibilidade de serem diferenciadas

experimentalmente. No processo de geração e refutação de hipóteses, persiste a que, sob

avaliação crítica, se considera a mais possível. Esta ação é a característica fundamental

do diagnóstico diferencial e acontece durante todo o ato médico

ORTOGRAFIA.

Observamos na literatura que NA CID.10 É F81.8 - 315.2 TRANSTORNO DA

EXPRESSÃO ESCRITA - DSM.IV, a característica diagnóstica essencial do

Transtorno da Expressão Escrita consiste de habilidades de escrita acentuadamente

abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a

escolaridade apropriada à idade do indivíduo. Esse é o primeiro critério; a perturbação

na expressão escrita interfere significativamente no rendimento escolar ou nas

atividades da vida diária que exigem habilidades de escrita. Segundo critério. Pode ser

que o individuo com DEFICIÊNCIA INTELECTUAL tenha dificuldade de entender e

compor textos escritos por falta de formação, didática adequada do seu professor. Então

no INESPEC vamos implantar no ano de 2013, uma pesquisa no AEE direcionada a

inclusão de um quesito: BASE CURRICULAR DA FORMAÇÃO DO ALUNO

ATENDIDO NO AEE; SEGUNDO CRITÉRIO: CAPACIDADE DO

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ALUNO ENTENDER CRITÉRIOS GRAMATICAIS A PARTIR DO PLANO

DE CURSO DA LÍNGUA PORTUGUESA DA SUA ESCOLA DE ORIGEM.

Pespectiva ai é encontrar a negação desse quadro. Pois sendo deformação na base do

processo ensino aprendizagem, este diagnóstico em geral não é dado, pois nessa

situação os erro gramaticais existentes, como: erros ortográficos ou fraca caligrafia, na

ausência de outros prejuízos na expressão escrita, pode ser DEFICIÊNCIA NA

PROGRAMAÇÃO ESCOLAR VISTA SOB O PRISMA SUBJETIVO DO

ALUNO EM EXAME. Ao Psicopedagogo é bom ficar atento. A ortografia atual do

português brasileiro é bastante fonética do que etimológica, assim, pois em

comparação com outros Transtornos da Aprendizagem, sabe-se relativamente menos

acerca dos Transtorno da Expressão Escrita e sobre seu tratamento, particularmente

quando ocorrem na ausência de Transtorno da Leitura. À exceção da ortografia, os

testes padronizados nesta área são menos acuradamente desenvolvidos do que os testes

de leitura ou capacidade matemática, podendo a avaliação do prejuízo nas habilidades

escritas exigir uma comparação entre amostras amplas do trabalho escolar escrito do

indivíduo e o desempenho esperado para sua idade e QI. Este é especialmente o caso de

crianças pequenas, das séries escolares iniciais. Tarefas nas quais a criança é solicitada a

copiar, escrever um ditado e escrever espontaneamente podem ser necessárias para o

estabelecimento da presença e extensão deste transtorno. Porém é necessário para

conhecer na prática as hipoteses apresentadas, sabermos as definições exatas do que é...

Ortografia. Essa deriva das palavras gregas ortho (ορθο no alfabeto grego) que significa

"correto" e graphos (γραφος) que significa "escrita". A ortografia é a parte da gramática

normativa que ensina a escrever corretamente as palavras de uma língua definindo,

nomeadamente, o conjunto de símbolos (letras e sinais diacríticos), a forma como

devem ser usados, a pontuação, o uso de maiúsculas, etc. Apesar de oficialmente

sancionada, a ortografia não é mais do que uma tentativa de transcrever os sons de uma

determinada língua em símbolos escritos. Esta transcrição é sempre por aproximação e

raramente é perfeita e isenta de incoerências. Um dos sistemas ortográficos mais

complexos é o da língua japonesa que usa uma combinação de várias centenas de

caracteres ideográficos kanji, de origem chinesa, dois silabários, katakana e hiragana, e

ainda o alfabeto latino, a que dão o nome romaji. Todas as palavras em japonês podem

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ser escritas em katakana, hiragana ou romaji. E a maioria delas também pode

identificada por caracteres kanji. A escolha de um tipo de escrita depende de vários

fatores, nomeadamente o uso mais habitual, a facilidade de leitura ou até as opções

estilísticas de quem escreve. Analisando as línguas europeias podem identificar-se duas

ortografias diferentes: Ortografia fonética, em que a cada som corresponda uma letra ou

grupo de letras únicos e a cada letra ou grupo de letras um som único, e, ainda, em que

seja sempre assinalada a sílaba tónica. Ortografia etimológica, em que a um mesmo som

podem corresponder diversas letras e a cada letra ou grupo de letras diversos sons,

dependendo da história, da gramática e dos usos tradicionais. Tirando o caso do

Alfabeto Fonético Internacional -- que consegue fazer a transcrição para caracteres

alfabéticos de todos os sons -- não há sistemas ortográficos pura e exclusivamente

fonéticos. No entanto, podemos dizer que são eminentemente fonéticas as ortografias

das línguas búlgara, finlandesa, italiana, russa, turca, alemã e, até certo ponto, a da

língua espanhola. No caso particular do espanhol, podemos admitir que se trata de uma

ortografia fonética em relação ao espanhol padrão falado em Espanha, mas não tanto em

relação aos falares americanos, nomeadamente os da Argentina e de Cuba, nos quais os

princípios de a cada som corresponder uma letra ou grupo de letras nem sempre se

verifica. A ortografia atual do português é, também, bastante mais fonética do que

etimológica. No entanto, antes da Reforma Ortográfica de 1911 em Portugal, a escrita

oficialmente usada era marcadamente etimológica. Escrevia-se, por exemplo,

pharmacia, lyrio, orthographia, phleugma, diccionario, caravella, estylo e prompto em

vez dos actuais farmácia, lírio, ortografia, fleuma, dicionário, caravela, estilo e pronto.

A ortografia tradicional etimológica perdurou no Brasil até à década de 1930. Um

exemplo típico de ortografia etimológica é a escrita do inglês. Em inglês um grupo de

letras (por exemplo: ough) pode ter mais de quatro sons diferentes, dependendo da

palavra onde está inserido. É também a etimologia que rege a escrita da grande maioria

das palavras no francês, onde um mesmo som pode ter até nove formas de escrita

diferentes, caso das palavras homófonas au, aux, haut, hauts, os, aulx, oh, eau, eaux.

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Tabela completa do alfabeto fonético internacional (em inglês).RECOMENDO O LABORATÓRIO Aux Rendez-vous d’Anatole - http://etablissements.ac-amiens.fr/0601178e/quadriphonie/spip.php?article727

CALIGRAFIA.

Seguindo o mesmo racíocinio anterior, é necessário para conhecer na prática as

hipoteses apresentadas, sabermos as definições exatas do que é... Caligrafia (grego

κάλλος kalli "beleza" + γραφή graphẽ "escrita") é um tipo de arte visual. É muitas vezes

chamada de a "arte da escrita bela". Uma definição contemporânea da prática caligráfica

é "a arte de dar forma aos sinais de uma maneira expressiva, harmoniosa e habilidosa".

A história da escrita é uma evolução estética enquadrada dentro das competências

técnicas, velocidade de transmissão(ões) e as limitações materiais das diferentes

pessoas, épocas e lugares. Um estilo de escrita é definido como sistema de escrita,

caligrafia ou alfabeto. A caligrafia moderna varia de inscrições funcionais até criações

utilitárias para magníficas obras de arte, onde a expressão abstrata pode tornar-se mais

importante do que a legibilidade das letras. A caligrafia clássica difere da tipografia e da

escrita manual não clássica, apesar de um calígrafo ser capaz de criar todos estes; os

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caracteres são historicamente disciplinados e ainda fluíam espontaneamente, no

momento da escrita. A caligrafia ainda costuma ser utilizada principalmente em

convites de casamento e eventos importantes, no design de fontes, de logótipos, na arte

sacra, no design gráfico, nos anúncios, em inscrições em pedra e em documentos

memoriais. A caligrafia é também utilizada em propriedade teatral, em imagens em

movimento para cinema e televisão, em certidões de nascimento e de óbito, em mapas e

em outros trabalhos envolvendo a escrita. Alguns dos melhores trabalhos da caligrafia

moderna são os utilizados em cartas régias e em cartas-patentes emitidas por monarcas e

oficiais de estado em vários países. Reconhecer sinais, simbolos é um procedimento que

requer desenvolvimento cognitivo. A exemplo do que foi comentado anteriormente,

para chegarmos a um conceito sobre DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, ligado a negação

cognitiva, surgem auto-questionamento:

O que é desenvolvimento cognitivo?

O desenvolvimento cognitivo nada mais é do que

um desenvolvimento no conhecimento, todos os

dias temos um tipo de conhecimento e com isso

passamos cada vez mais aprofundar nesse

conhecimento, tendo então um desenvolvimento

cognitivo. O desenvolvimento cognitivo é bastante

complexo, devido o fato de que sempre estamos

colocando esse conhecimento em prática e

desenvolvendo a parte do intelecto subjetivo ou

seja, de cada pessoa.

Para que serve o desenvolvimento cognitivo?

O desenvolvimento cognitivo é fundamental para

que possamos ter um desenvolvimento mental,

intelectual, colocando em prática o nosso o

conhecimento que adquirimos numa prova de

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raciocínio e assim estaremos desenvolvendo várias

partes cognitivas como o intelecto esta relacionado

com a inteligência, entendimento, raciocínio,

reflexão e o intelectual.

Quem é beneficiado com o desenvolvimento

cognitivo?

Todas as pessoas são beneficiadas com o

desenvolvimento cognitivo, com a cognição

colocamos em prática tudo aquilo que aprendemos,

O fato de estarmos adquirindo conhecimento e que

está desenvolvendo o raciocínio, a reflexão, o

entendimento e outros, contribuem grandemente

para todos. O desenvolvimento cognitivo beneficia

os bebês, as crianças, os adolescentes, os jovens,

adultos e idosos.

O que é desenvolvimento e cognitivo?

DESENVOLVIMENTO: Desenvolvimento é tudo

aquilo que desenvolve que está sendo aperfeiçoado,

mudado.

COGNITIVO: Faz parte de cognição que significa

adquiri um conhecimento, já a cognitiva faz tudo

isso na parte do intelecto que está relacionado com

cinco fatores sendo a inteligência, o entendimento,

o raciocínio, a reflexão e o intelectual.

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O desenvolvimento cognitivo de uma criança faz parte da psicologia cognitiva que

estuda o intelectual de cada infantil (criança), assim, sendo, podemos compreender que

tem um pensamento diferente em relação à outra, seja a imaginação, o afeto, a

criatividade e muitos outros. O intelecto é baseado naquilo que a mesma sonha,

podendo ser reflexo da realidade. Existem vários autores que falam sobre o intelecto de

crianças e o desenvolvimento cognitivo destas. Porém poucos educadores observam o

que estudaram na “psicologia da aprendizagem” que esses “baixinhos” podem ter seu

desenvolvimento afetado, quando se sente humilhada, triste e solitário, se escondendo

do mundo e fechando seu intelectual para as outras coisas, vendo apenas o lado ruim.

Nessa fase ela tem o intelecto diferente, ela aprende de forma diferente, tem uma linha

de raciocínio diferente, muda de opinião diversas vezes e tem um entendimento mais

avançado, isso, porém ocorre quando se sente amada, vimos muitas crianças sofrendo

bullying e vemos também as conseqüências desses atos, porém o desenvolvimento

cognitivo de uma criança é afetado quando ocorre esse ato. O desenvolvimento

cognitivo nessa fase está relacionado com a reflexão, raciocínio, entendimento e

inteligência, na escola ela está a todo o momento desenvolvendo todas essas áreas do

seu intelecto. A pedagogia tem como função o ensino educacional com as crianças de

forma mais dinâmica, mas diferenciada, para que assim possa trabalhar todos os ares do

intelecto de uma criança. O desenvolvimento cognitivo de uma criança é fundamental,

pois ela adquire um conhecimento, proporcionando mais entendimento, mais raciocínio,

inteligência e reflexão, seja da idade que for uma criança pode sim aprender e

desenvolver seu intelecto através de aulas mais dinâmicas, pois não são

sentadas as aulas todas, copiando que irão aprender, mas brincando,

lendo, se relacionando com outras crianças, cantando, dançando,

correndo, etc.- EDUCADORES RELITAM. SER PROFESSOR É INSTIGAR

MENTES E ALMA, MENTES PARA O MUNDO, ALMA PARA A REFLEXÃO DO

REENCANAR.

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TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO.

Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC)

Algumas crianças parecem ser mais desajeitadas ou estabanadas que as outras. Elas

ficam tristes por não conseguir acompanhar os colegas nas brincadeiras motoras e,

muitas vezes, são alvo de comentários de professores e colegas, devido à letra feia,

cadernos bagunçados, o cabelo mal penteado e as roupas em desalinho. Essas crianças,

às vezes, se envolvem em situações embaraçosas, como tropeçar e cair no meio da

apresentação de teatro da turma, não conseguir agarrar uma bola chutada pelos colegas,

escorregar na carteira e cair no chão e acabam ganhando nomes ou apelidos, que

sinalizam sua condição e as excluem de certas atividades ou grupos sociais. Um

exemplo é aquela criança mais quieta, que nunca é chamada para brincar com os

colegas no recreio ou, ainda, ela é a última a ser convidada para entrar no jogo de bola.

Muitas pessoas, inclusive pais e professores, acham que a criança é apenas preguiçosa,

insegura ou desinteressada, mas deve-se observar com mais cautela, pois muitas dessas

crianças apresentam o que é chamado de Transtorno do Desenvolvimento da

Coordenação ou TDC. O diagnóstico de TDC é dado pelo médico quando observa

atraso no desenvolvimento das habilidades motoras, grossas e finas, que resultam em

dificuldades no desempenho das atividades escolares e de vida diária. Geralmente são

crianças inteligentes, mas que não conseguem desempenhar tarefas motoras com a

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mesma rapidez e eficiência que os colegas de mesma idade. Como indicado nos

exemplos acima, o TDC não á apenas um problema motor, pois a criança que é

desajeitada tem dificuldade em socializar com os colegas e, devido às situações

freqüentes de frustração, acaba por ter baixa auto-estima e outras questões

comportamentais. O TDC, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam

que este transtorno afeta 5% a 6% das crianças em idade escolar, tendendo a ocorrer

com maior freqüência em meninos – proporção de 4 ou 5 meninos para cada menina. A

literatura sobre o TDC é vasta, sendo evidente que essa é uma condição que persiste até

a idade adulta, tendo impacto tanto na vida da criança, como nos outros membros da

família. Os primeiros sinais do transtorno surgem cedo na infância. Alguns pais mais

experientes, logo começam a notar que alguma coisa é diferente, pois o bebê é mais

lento e demora mais a sentar, andar e manusear objetos com destreza. Com o aumento

na mobilidade, algumas crianças tendem a serem mais passivas, evitando desafios e

atividades motoras novas, outras são mais impulsivas, destruindo brinquedos na

tentativa de descobrir como funcionam. À medida que a criança cresce, começam a

aparecer dificuldades ou lentidão para desempenhar atividades de auto-cuidado como

usar fechos, botões e amarrar sapatos, e para usar utensílios, como talheres e tesoura.

Não é que a criança não consiga fazer as tarefas, mas se observa esforço aumentado,

frustração e cansaço, sendo que, com o tempo, a criança acaba evitando as atividades

mais desafiantes. Atividades que requerem boa coordenação olho-mão, equilíbrio e

planejamento motor, como arremessar, agarrar e chutar bolas, também se constitui em

desafio para crianças com TDC. Embora muitas dessas dificuldades possam passar

despercebidas, ou serem interpretadas como variações do normal (exemplo: eu também

era desajeitado quando criança; o fulano também era assim e hoje é um grande atleta),

com a entrada na escola e aumento de demanda por escrita rápida e legível, o problema

é detectado pela professora, o que acaba levando ao diagnóstico. É importante observar

que a criança pode apresentar apenas TDC ou o TDC associado ao distúrbio de

aprendizagem, problemas de linguagem ou ao transtorno do déficit de atenção e

hiperatividade (TDAH). A fim de minimizar os problemas no dia-a-dia das crianças,

pais e professores podem auxiliá-las, modificando o ambiente e adaptando as tarefas,

para permitir o sucesso e aumentar o senso de competência. A melhor forma de ajudar a

criança é entender o que é o TDC. Só compreendendo a situação individual da criança

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podemos pensar em estratégias para ajudá-la a dominar os problemas que enfrenta no

dia-a-dia.

Algumas das características da criança com TDC:

1. DESAJEITADA OU INCOORDENADA EM SEUS

MOVIMENTOS. TROMBA EM OBSTÁCULOS, DERRAMA

OU DERRUBA COISAS COM MAIS FREQÜÊNCIA QUE

CRIANÇAS DE MESMA IDADE;

2. APRESENTA ATRASO NO DESENVOLVIMENTO DE

HABILIDADES MOTORAS GROSSAS E FINAS; DEMORA

MAIS PARA APRENDER NOVAS HABILIDADES

MOTORAS;

3. TEM DIFICULDADE PARA FAZER ATIVIDADES QUE

REQUEREM O USO COORDENADO DOS DOIS LADOS

DO CORPO (EX.: RECORTAR COM TESOURA,

ESCREVER, CORTAR ALIMENTO USANDO GARFO E

FACA, AGARRAR BOLA E ANDAR DE BICICLETA);

4. PODE APRESENTAR PROBLEMAS EMOCIONAIS

SECUNDÁRIOS, COMO BAIXA TOLERÂNCIA À

FRUSTRAÇÃO, AUTO-ESTIMA DIMINUÍDA E POUCA

MOTIVAÇÃO PARA FAZER ATIVIDADES ESPORTIVAS;

TEM DIFICULDADES PARA ORGANIZAR SUA

CARTEIRA/MESA, ARMÁRIO, MOCHILA, CADERNOS,

OU MESMO OS BRINQUEDOS;

5. MAIS LENTA NAS ATIVIDADES ESCOLARES QUE

EXIGEM DESEMPENHO MOTOR, COMO COPIAR DO

QUADRO, USAR RÉGUA, FAZER O DEVER DE CASA;

6. ESTÃO MAIS PROPENSAS A APRESENTAR PROBLEMAS

ACADÊMICOS, POUCA COMPETÊNCIA SOCIAL

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TENDEM A NÃO PARTICIPAR VOLUNTARIAMENTE DE

ATIVIDADES MOTORAS E TÊM MENOS

OPORTUNIDADES PARA FAZER EXERCÍCIOS E

MANTER BOA FORMA FÍSICA.

Dentre os profissionais envolvidos na atenção à criança que apresenta atraso motor,

destaca-se o Terapeuta Ocupacional. Partindo da análise minuciosa das tarefas exigidas

no contexto escolar e familiar, o terapeuta ocupacional pode sugerir estratégias para

adaptar o ambiente e as tarefas, reduzindo, assim, a demanda motora o que vai melhorar

o desempenho da criança. O terapeuta pode também recomendar atividades e

brincadeiras, com desafio na medida certa, para estimular o desenvolvimento das

habilidades motoras finas e grossas. O trabalho do terapeuta inclui a educação de pais,

professores e demais profissionais da saúde sobre o que é o TDC e quais as melhores

estratégias para facilitar o dia-a-dia da criança. Modificação do ambiente, adaptação de

tarefas e o uso de estratégias cognitivas, são apenas alguns exemplos do que pode ser

feito para melhorar o desempenho, a auto-estima e a qualidade de vida de crianças com

transtorno do desenvolvimento da coordenação.

Alerta aos Educadores Especiais.

No processo referente ao conhecimento e tratamento do Transtorno do

desenvolvimento da coordenação, existem literaturas e instrumentos de

avaliação?

Diversos pesquisadores estão desenvolvendo estudos párea mapear os artigos

publicados sobre as avaliações e escalas utilizadas para o diagnóstico de Transtorno do

Desenvolvimento da Coordenação (TDC). Existem respeitáveis bancos de dados

disponíveis, a partir do da base de dados PubMed, com fins de analisar descritivamente

aspectos específicos dos textos: ano de publicação da pesquisa, local, suporte de

publicação e forma de coletar os dados; e verificar os tipos de avaliação e escalas

utilizadas para o diagnóstico de crianças com TDC. É interessante notar que as

pesquisas em curso tem como base de dados descritores em língua inglesa e portuguesa:

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Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação, avaliação, instrumentos, diagnóstico,

escala, combinando dois termos. Os resultados indicaram aumento crescente das

pesquisas a partir de 2004. Apesar do aumento das pesquisas sobre TDC, ainda são

escassos os artigos publicados no Brasil. Quanto aos instrumentos de avaliação

encontrados nos artigos científicos, há uma recomendação sobre a associação de

instrumentos de avaliação motora e entrevista ou questionários que investiguem o

comportamento motor das crianças com pais e professores para melhor definição do

diagnóstico de TDC. Os movimentos desajeitados em crianças é uma desordem que

agora vem despertando interesse considerável na literatura. Esta síndrome é conhecida

como Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC). Crianças com TDC

possuem dificuldades em realizar atividade de automanutenção, como se vestir, higiene

pessoal e alimentação, quando comparadas a crianças de mesma faixa etária. Na área

educacional, a disgrafia é relatada como a área de dificuldade mais prevalente. A

desordem motora é descrita como sendo um sério comprometimento no

desenvolvimento da coordenação motora, que não é explicável unicamente em termos

de retardo intelectual, global ou qualquer desordem neurológica congênita ou adquirida

específica (a não ser aquela que possa estar implícita na anormalidade da coordenação).

É usual que a inabilidade motora esteja associada a algum grau de desempenho

comprometido em tarefas cognitivas visos espaciais. O diagnóstico do TDC pode ser

realizado de acordo com critérios de Manual de Diagnóstico e Estatístico de Doenças

Mentais (DSM-IV) e as manifestações variam de acordo com a idade e o estágio do

desenvolvimento. A prevalência estimada na população infantil entre 5 e 11 anos de

idade é de 6%1, porém estes valores podem variar de acordo com os critérios utilizados

e a população avaliada. Para a realização do diagnóstico, deve-se levar em consideração

a presença das seguintes características: um prejuízo acentuado no desenvolvimento da

coordenação motora (Critério A); a interferência significativa deste prejuízo no

rendimento escolar ou em atividades da vida diária (Critério B); se as dificuldades de

coordenação não ocorrem devido a uma condição médica geral (por exemplo, paralisia

cerebral, hemiplegia ou atrofia muscular) ou devido à presença de Transtorno Invasivo

do Desenvolvimento (Critério C), e se, na presença de retardo mental, as dificuldades

motoras excedem aquelas habitualmente associadas ao transtorno (Critério D) Crianças

que apresentam TDC, porém que não são identificadas como tal rapidamente, passam

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - Professor César Augusto Venâncio da Silva – 3/24

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por experiências de fracasso e frustração em sua vida diária e acadêmica. São muitas

vezes rotuladas como preguiçosas, descoordenadas, desmotivadas, desajeitadas, etc.

Podem desenvolver complicações secundárias, como dificuldades de aprendizagem,

bem como problemas sociais, emocionais e comportamentais. A avaliação mais

utilizada para avaliar crianças com desordem motora, conforme descrito na literatura, é

o Moviment Assessment Battery for Children (MABC). Porém, esta mesma literatura

aponta a necessidade de serem desenvolvidos novos testes ou avaliações que

especifiquem melhor o controle e o desenvolvimento motor. No Brasil, ainda são

escassos os estudos com o TDC. Os artigos científicos existentes na literatura enfocam a

avaliação de crianças em idade escolar e de crianças com dificuldades de aprendizagem,

dislexia e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Além disso, a

presença de comorbidades associadas ao TDC é relatada na literatura, como o TDAH e

dislexia, por isso há a necessidade do uso de instrumentos de avaliação em escolares

que permitam identificar as habilidades e dificuldades motoras finas e globais, uma vez

que o diagnóstico correto é a base da intervenção adequada. Importante refeltir que a

partir dos resultados encontrados em diversas bibliografias que definem estudos sobre

TDC, pode-se deferir o entendimento de que as publicações internacionais sobre o TDC

vêm aumentando nos últimos anos, progressivamente, entretanto o número de

publicações brasileiras ainda é inferior ao de outros países. Após a realização do

mapeamento dos artigos, conclui-se que as publicações na área em relação ao tema vêm

crescendo gradativamente, pois os pesquisadores buscam analisar e validar instrumentos

de avaliações mais adequados para diagnosticar os problemas motores das crianças,

porém poucos artigos encontrados tiveram como objetivo principal descrever os

critérios diagnósticos do TDC. Quanto aos instrumentos de avaliação encontrados nos

artigos científicos, há uma recomendação sobre a associação entre procedimentos de

avaliação motora e entrevista ou questionários que investiguem o comportamento motor

das crianças com pais e professores para melhor definição do diagnóstico de TDC.

Como o TDC interfere nas atividades diárias e escolares, os profissionais da área da

educação e da saúde devem estar preparados para investigar e tratar as alterações de

coordenação motora fina e global para, dessa forma, minimizar o impacto do TDC na

qualidade de vida social e escolar das crianças. Tratarei em capítulo especifico sobre a

idéia da ESTIMULAÇÃO PRECOCE e ESTIMULAÇÃO TARDIA, dentro de uma

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - Professor César Augusto Venâncio da Silva – 3/24

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dialética que possa trazer ao educador especial uma noção ampla para reflexão de

condutas.

Transtornos da Aprendizagem

Vivemos em busca do perfeito. Não sabemos lidar com o diferente. Tudo está em torno

do comum. Somos tomados por um senso comum e por nossos saberes cotidianos e

deixamos de buscar um conhecimento científico. Marilena Chauí nos alerta que uma das

características do senso comum e dos saberes cotidianos é por serem subjetivos,

generalizadores, nossas certezas cotidianas e o senso comum de nossa sociedade ou do

nosso grupo social, cristalizam-se em preconceitos com a qual passamos a interpretar

toda a realidade que nos cerca e todos os acontecimentos. Temos que formar melhor

nosso professores, o meio educacional está em profunda mudança tanto no ponto de

vista de conceitos e valores, como da prática. Apesar de tantas mudanças, o professor

ainda resiste em mudar as práticas pedagógicas justificando essa resistência com

argumentos do senso comum. Hoje trabalhamos com uma nova realidade, que é

Educação Inclusiva, que tem gerado muitas dúvidas em seu processo de implementação.

Como diz Carl Rogers: “Os educadores precisam compreender que ajudar as pessoas a

se tornarem pessoas é muito mais importante do que ajudá-las a tornarem-se

matemáticos, poliglotas ou coisa que o valha. Sendo assim percebemos a imensa

responsabilidade do educador para com o educando, ainda mais quando este tem

necessidades educacionais especiais. Nós educadores temos uma

responsabilidade social, cabendo a nós orientar, direcionar e formar cidadãos

capacitados para lidar com as dificuldades presentes no cotidiano. Não

devemos temer o novo, temos que buscar subsídios dentro do conhecimento

científico para encontrar soluções cabíveis dentro das problemáticas educacionais.

Temos que juntar teoria e prática, como diz David Rodrigues (Doutor em Ciências da

motricidade humana na área de educação especial e reabilitação (UTL/FMH - professor da

universidade Técnica de Lisboa, coordenador do Fórum de estudos de educação inclusiva)

deve-se proporcionar ao professor um conjunto de experiências que só lhe revelem

novas perspectivas sobre o conhecimento, mas que também impliquem em situações

empíricas que lhe permitam aplicar estes conhecimentos num contexto real. Vivemos na

era da inclusão, segundo Mantoam “Inclusão é a nossa capacidade de

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - Professor César Augusto Venâncio da Silva – 3/24

140

entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e

compartilhar com pessoas diferentes de nós.” (MANTOAM, M.T.E.

Pensando e fazendo educação de qualidade. São Paulo, Editora Moderna,

20010) Trabalhar com o DEFICIENTE INTELECTUAL nos coloca diante de uma

responsabilidade moral: “DAR UM POUCO DE NÓS, PARA AQUELE QUE A

PROVIDENCIA DIVINA LHE CARENCIOU”, (grifo nosso) é acima de tudo

aprender constantemente, é ver o mundo de forma diferente.

QUESTÃO: Então. Doença Mental, Transtorno Mental ou Deficiência

Intelectual?

Os termos transtorno, distúrbio e doença combinam-se aos termos mental, psíquico e

psiquiátrico para descrever qualquer anormalidade, sofrimento ou comprometimento de

ordem psicológica e/ou mental. Os transtornos mentais são um campo de investigação

interdisciplinar que envolves áreas como a psicologia, a filosofia, a psiquiatria e a

neurologia. As classificações diagnósticas mais utilizadas como referências no serviço

de saúde e na pesquisa hoje em dia são o Manual Diagnóstico e Estatístico de

Desordens Mentais - DSM IV, e a Classificação Internacional de Doenças - CID-10. Em

psiquiatria e em psicologia prefere-se falar em transtornos ou perturbações ou

disfunções ou distúrbios (ing. disturbs, alem. Störungen) psíquicos e não em doença;

isso porque apenas poucos quadros clínicos mentais apresentam todas as características

de uma doença no sentido tradicional do termo - isto é, o conhecimento exato dos

mecanismos envolvidos e suas causas explícitas. O conceito de transtorno, ao contrário,

implica um comportamento diferente, desviante, "anormal". No Brasil, a Câmara

Federal aprovou em 17.03.09, em caráter conclusivo, o Projeto de Lei 6013/01, do

deputado Jutahy Junior (PSDB-BA), que conceitua transtorno mental, padroniza a

denominação de enfermidade psíquica em geral e assegura aos portadores desta

patologia o direito a um diagnóstico conclusivo, conforme classificação internacional. O

projeto determina que transtorno mental é o termo adequado para designar o gênero

enfermidade mental, e substitui termos como "alienação mental" e outros equivalentes.

José Luís Pio Abreu, no seu livro provocador Como tornar-se doente mental, alerta para

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

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toda a problemática da doença mental em que certos problemas seriam melhor

resolvidos com psicólogos, advogados ou polícias.

Situação da Norma – Projeto da Lei de Direitos dos portadores de Patologia

Mental. Definição.

Localidade: Brasil

Autoridade: Câmara dos Deputados

Título: PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 00106, de 2009

Data: 21/12/2001

Ementa: Acrescenta dispositivos à Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe

sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e

redireciona o modelo assistencial em saúde mental (define "tratamento mental" como

enfermidade psíquica em geral).

Nome: Uniformeurn: Lex: br: camara. deputados:projeto.lei;pl:2001-12-21;6013

Nome: Uniformeurn: Lex: br: senado. federal:projeto.lei;plc:2009-06-04;106

Mais detalhes Câmara dos Deputados (text/html) Câmara dos Deputados

[http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp? id=42755]

Mais detalhes Senado Federal (text/html)

PL 6013/2001 INTEIRO TEOR PROJETO DE LEI

SITUAÇÃO: AGUARDANDO RETORNO NA MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (MESA)

IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSIÇÃO

AUTOR JUTAHY JUNIOR - PSDB/BA

APRESENTAÇÃO 21/12/2001

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– VOLUME II CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - Professor César Augusto Venâncio da Silva – 3/24

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EMENTA ACRESCENTA DISPOSITIVOS À LEI Nº 10.216, DE 06 DE ABRIL DE 2001, QUE DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO E OS DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS E REDIRECIONA O MODELO ASSISTENCIAL EM SAÚDE MENTAL.

EXPLICAÇÃO DA EMENTA CONCEITUA "TRANSTORNO MENTAL" COMO ENFERMIDADE PSÍQUICA EM GERAL; SUBSTITUI A EXPRESSÃO "ALIENAÇAÕ MENTAL" E QUAISQUER OUTRAS DESIGNAÇÕES; GARANTE O DIREITO DA PESSOA PORTADORA DE TRANSTORNO MENTAL, QUANDO SUBMETIDA À PERÍCIA MÉDICA, SER EXAMINADA, POR JUNTA COM MAIORIA DE PSIQUIATRAS.

INDEXAÇÃO

INFORMAÇÕES DE TRAMITAÇÃO

FORMA DE APRECIAÇÃO PROPOSIÇÃO SUJEITA À APRECIAÇÃO CONCLUSIVA PELAS COMISSÕES - ART. 24 II

REGIME DE TRAMITAÇÃO ORDINÁRIA

DESPACHO ATUAL:

DATA DESPACHO

11/03/2002 DESPACHO À CSSF E CCJR (ARTIGO 54 DO RI) - ARTIGO 24, II.

ÚLTIMA AÇÃO LEGISLATIVA

DATA AÇÃO

19/05/2009 COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA (CCJC) APROVADA A REDAÇÃO FINAL POR UNANIMIDADE.

02/06/2009 MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (MESA) REMESSA AO SENADO FEDERAL POR MEIO DO OFÍCIO Nº 570/09/PS-GSE.

ÁRVORE DE APENSADOS E OUTROS DOCUMENTOS DA MATÉRIA

DOCUMENTOS ANEXOS E REFERENCIADOS

• AVULSOS • DESTAQUES (0) • EMENDAS AO PROJETO (1) • EMENDAS AO SUBSTITUTIVO (0) • HISTÓRICO DE DESPACHOS (1)

• LEGISLAÇÃO CITADA • HISTÓRICO DE PARECERES, SUBSTITUTIVOS E VOTOS (5) • RECURSOS (1) • REDAÇÃO FINAL

• MENSAGENS, OFÍCIOS E REQUERIMENTOS (0) • RELATÓRIO DE CONFERÊNCIA DE ASSINATURAS

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - Professor César Augusto Venâncio da Silva – 3/24

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PARECERES APROVADOS OU PENDENTES DE APROVAÇÃO

COMISSÃO PARECER

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

06/11/2007 - PARECER DO RELATOR, DEP. JOÃO BITTAR (DEM-MG), PELA APROVAÇÃO. INTEIRO TEOR 05/12/2007 05:00 REUNIÃO DELIBERATIVA EXTRAORDINÁRIA APROVADO POR UNANIMIDADE O PARECER

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA (CCJC)

05/03/2009 - PARECER DO RELATOR, DEP. JOÃO CAMPOS (PSDB-GO), PELA CONSTITUCIONALIDADE, JURIDICIDADE E TÉCNICA LEGISLATIVA, COM EMENDA. INTEIRO TEOR 17/03/2009 05:30 REUNIÃO DELIBERATIVA ORDINÁRIA APROVADO POR UNANIMIDADE O PARECER.

CADASTRAR PARA ACOMPANHAMENTO TRAMITAÇÃO

OBS.: O ANDAMENTO DA PROPOSIÇÃO FORA DESTA CASA LEGISLATIVA NÃO É TRATADO PELO SISTEMA, DEVENDO SER CONSULTADO NOS ÓRGÃOS RESPECTIVOS.

DATA ANDAMENTO

21/12/2001

PLENÁRIO (PLEN)

APRESENTAÇÃO E LEITURA DO PROJETO DE LEI PELO DEPUTADO JUTAHY JUNIOR (PSDB-BA). INTEIRO TEOR

11/03/2002

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (MESA)

DESPACHO À CSSF E CCJR (ARTIGO 54 DO RI) - ARTIGO 24, II.

01/04/2002

COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP)

PUBLICAÇÃO INICIAL NO DCD DE 27/3/2002 PÁG 11276 COL 02. INTEIRO TEOR

01/04/2002

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

RECEBIMENTO PELA CSSF.

04/04/2002

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

DESIGNADO RELATOR, DEP. EDUARDO BARBOSA

05/04/2002

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

ABERTURA DE PRAZO PARA EMENDAS AO PROJETO

15/04/2002 COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

ENCERRADO O PRAZO PARA EMENDAS. NÃO FORAM APRESENTADAS

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– VOLUME II CAPÍTULO I

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DATA ANDAMENTO

EMENDAS.

31/01/2003

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

DEVOLVIDA SEM MANIFESTAÇÃO.

31/01/2003

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (MESA)

ARQUIVADO NOS TERMOS DO ARTIGO 105 DO REGIMENTO INTERNO. DCD 01 02 07 PAG 131 COL 01 SUPLEMENTO 01 AO Nº 21. INTEIRO TEOR

10/03/2003

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (MESA)

DESARQUIVADO NOS TERMOS DO ARTIGO 105 DO R.I

20/03/2003

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

DESIGNADO RELATOR, DEP. EDUARDO BARBOSA

21/03/2003

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

ABERTURA DE PRAZO PARA EMENDAS AO PROJETO

31/03/2003

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

ENCERRADO O PRAZO PARA EMENDAS. NÃO FORAM APRESENTADAS EMENDAS.

31/01/2007

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (MESA)

ARQUIVADO NOS TERMOS DO ARTIGO 105 DO REGIMENTO INTERNO. DCD DE 01 02 07 PÁG 131 COL 01. SUPLEMENTO A AO Nº 21. INTEIRO TEOR

14/02/2007

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (MESA)

APRESENTAÇÃO DO REQUERIMENTO N.º 254, DE 2007, PELO DEPUTADO (A) JUTAHY JUNIOR, QUE SOLICITA O DESARQUIVAMENTO DE PROPOSIÇÃO. DCD DE 15 02 07 PÁG 4543 COL 01. INTEIRO TEOR

DESARQUIVADO EM VIRTUDE DO DEFERIMENTO DO REQ 254/2007. DCD DE 15 02 07 PÁG 4543 COL 01. INTEIRO TEOR

14/02/2007

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

RECEBIMENTO PELA CSSF.

15/02/2007 COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

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DATA ANDAMENTO

DESIGNADO RELATOR, DEP. JOÃO BITTAR (PFL-MG)

21/02/2007

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

PRAZO PARA EMENDAS AO PROJETO (5 SESSÕES ORDINÁRIAS A PARTIR DE 22/02/2007)

05/03/2007

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

ENCERRADO O PRAZO PARA EMENDAS AO PROJETO. NÃO FORAM APRESENTADAS EMENDAS.

06/11/2007

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

APRESENTAÇÃO DO PARECER DO RELATOR, PRL 1 CSSF, PELO DEP. JOÃO BITTAR INTEIRO TEOR

PARECER DO RELATOR, DEP. JOÃO BITTAR (DEM-MG), PELA APROVAÇÃO. INTEIRO TEOR

05/12/2007

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF) - 14h00min REUNIÃO DELIBERATIVA EXTRAORDINÁRIA

APROVADO POR UNANIMIDADE O PARECER

11/12/2007

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA (CSSF)

ENCAMINHAMENTO DE PARECER À CCP PARA PUBLICAÇÃO.

12/12/2007

COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP)

PARECER RECEBIDO PARA PUBLICAÇÃO.

12/12/2007

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA (CCJC)

RECEBIMENTO PELA CCJC.

20/12/2007

COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP )

ENCAMINHADA À PUBLICAÇÃO. PARECER DA COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PUBLICADO NO DCD DE 21/12/07, PÁG 68380 COL 02, LETRA A. INTEIRO TEOR

12/03/2008

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA ( CCJC )

DESIGNADO RELATOR, DEP. JOÃO CAMPOS (PSDB-GO)

13/03/2008 COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA ( CCJC )

PRAZO PARA EMENDAS AO PROJETO (5 SESSÕES ORDINÁRIAS A

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DATA ANDAMENTO

PARTIR DE 14/03/2008)

26/03/2008

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA ( CCJC )

ENCERRADO O PRAZO PARA EMENDAS AO PROJETO. NÃO FORAM APRESENTADAS EMENDAS.

05/03/2009

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA ( CCJC )

APRESENTAÇÃO DO PARECER DO RELATOR, PRL 1 CCJC, PELO DEP. JOÃO CAMPOS INTEIRO TEOR

PARECER DO RELATOR, DEP. JOÃO CAMPOS (PSDB-GO), PELA CONSTITUCIONALIDADE, JURIDICIDADE E TÉCNICA LEGISLATIVA, COM EMENDA. INTEIRO TEOR

17/03/2009

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA ( CCJC ) - 14:30 REUNIÃO DELIBERATIVA ORDINÁRIA

APROVADO POR UNANIMIDADE O PARECER.

24/03/2009

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA ( CCJC )

ENCAMINHAMENTO DE PARECER À CCP PARA PUBLICAÇÃO - OFÍCIO N° 30/2009-CCJC.

24/03/2009

COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES ( CCP )

PARECER RECEBIDO PARA PUBLICAÇÃO.

25/03/2009

COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES ( CCP )

ENCAMINHADA À PUBLICAÇÃO. PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PUBLICADO NO DCD 26 03 09 PAG 9821 COL 01, LETRA B. INTEIRO TEOR

26/03/2009

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ( MESA )

PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DE RECURSO, NOS TERMOS DO § 1º DO ART. 58 COMBINADO COM O § 2º DO ART. 132 DO RICD (5 SESSÕES ORDINÁRIAS A PARTIR DE 27/03/2009).

01/04/2009

PLENÁRIO ( PLEN )

APRESENTAÇÃO DO REC 252/2009, PELO DEP. CHICO D'ANGELO, QUE "CONTRA A APRECIAÇÃO CONCLUSIVA DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E DE CIDADANIA DO PROJETO DE LEI Nº 6013/2001" INTEIRO TEOR

07/04/2009 MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ( MESA )

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DATA ANDAMENTO

TENDO EM VISTA A RETIRADA DE ASSINATURAS NECESSÁRIAS AO TRÂMITE DA PROPOSIÇÃO, NOS TERMOS DO QUE DISPÕE O ART. 102, § 4º DO RICD, DETERMINO O ARQUIVAMENTO DO REC 252/09, POR NÃO CONTER O NÚMERO MÍNIMO DE SIGNATÁRIOS EXIGIDO NO ART. 58 § 3º C/C O ART. 132 § 2º DO REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. OFICIE-SE E, APÓS, PUBLIQUE-SE.

08/04/2009

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ( MESA )

ENCERRAMENTO AUTOMÁTICO DO PRAZO DE RECURSO. FOI APRESENTADO UM RECURSO.

20/04/2009

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ( MESA )

APRESENTAÇÃO DO REQ 4531/2009, PELO DEP. VICENTE ARRUDA, QUE "REQUER A RETIRADA DE ASSINATURA APOSTA AO REC 252/2009."

APRESENTAÇÃO DO REQ 4532/2009, PELO DEP. EDUARDO CUNHA, QUE "REQUER A RETIRADA DE ASSINATURA APOSTA AO REC 252/2009."

APRESENTAÇÃO DO REQ 4533/2009, PELO DEP. MARCOS MEDRADO, QUE "REQUER A RETIRADA DE ASSINATURA APOSTA AO REC 252/2009."

APRESENTAÇÃO DO REQ 4534/2009, PELO DEP. FERNANDO COELHO FILHO, QUE "REQUER A RETIRADA DE ASSINATURA APOSTA AO REC 252/2009."

APRESENTAÇÃO DO REQ 4536/2009, PELO DEP. BONIFÁCIO DE ANDRADA, QUE "REQUER RETIRADA DE ASSINATURA APOSTA AO RECURSO Nº 252/2009."

APRESENTAÇÃO DO REQ 4537/2009, PELO DEP. ELIENE LIMA, QUE "REQUER RETIRADA DE ASSINATURA APOSTA AO RECURSO Nº 252/2009

APRESENTAÇÃO DO REQ 4535/2009, PELO DEP. MARCOS MEDRADO, QUE "REQUER RETIRADA DE ASSINATURA APOSTA AO RECURSO Nº 252/2009."

APRESENTAÇÃO DO REQ 4544/2009, PELO DEP. PASTOR PEDRO RIBEIRO, QUE "REQUER A RETIRADA DE ASSINATURA APOSTA AO RECURSO Nº 252/2009."

07/05/2009

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ( MESA )

OFÍCIO SGM-P 746/2009 À CCJC ENCAMINHANDO ESTE PROJETO PARA ELABORAÇÃO DA REDAÇÃO FINAL, NOS TERMOS DO ARTIGO 58, §4 E ARTIGO 24, II, DO RICD.

ENCAMINHADO À CCP

08/05/2009

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA ( CCJC )

RECEBIMENTO PELA CCJC.

13/05/2009

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA ( CCJC )

DESIGNADO RELATOR DA REDAÇÃO FINAL, DEP. COLBERT MARTINS (PMDB-BA)

APRESENTAÇÃO DA REDAÇÃO FINAL, RDF 1 CCJC, PELO DEP. COLBERT MARTINS INTEIRO TEOR

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DATA ANDAMENTO

19/05/2009

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA ( CCJC ) - 14:30 REUNIÃO DELIBERATIVA ORDINÁRIA

APROVADA A REDAÇÃO FINAL POR UNANIMIDADE.

02/06/2009

MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ( MESA )

REMESSA AO SENADO FEDERAL POR MEIO DO OFÍCIO Nº 570/09/PS-GSE.

PROTEÇÃO E OS DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE

TRANSTORNOS MENTAIS.

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.

Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de

transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em

saúde mental.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e

eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que

trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor,

sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos

econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou

qualquer outra.

Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus

familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no

parágrafo único deste artigo.

Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:

I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas

necessidades;

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NEUROCIÊNCIAS PSICOBIOLOGIA - Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios e transtornos neuropsicobiológico. TOMO I

– VOLUME II CAPÍTULO I

SINOPSE DE ANATOMOFISIOLOGIA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - Professor César Augusto Venâncio da Silva – 3/24

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II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua

saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na

comunidade;

III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;

IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;

V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou

não de sua hospitalização involuntária;

VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;

VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu

tratamento;

VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;

IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a

assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com

a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em

estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que

ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais.

Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os

recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.

§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente

em seu meio.

§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer

assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços

médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.

§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em

instituições com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos

mencionados no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no

parágrafo único do art. 2o.

Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação

de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de

suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação

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psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e

supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade

do tratamento, quando necessário.

Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico

circunstanciado que caracterize os seus motivos.

Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:

I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;

II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a

pedido de terceiro; e

III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.

Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve

assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de

tratamento.

Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do

paciente ou por determinação do médico assistente.

Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico

devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se

localize o estabelecimento.

§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser

comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do

estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado

quando da respectiva alta.

§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou

responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo

tratamento.

Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente,

pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do

estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e

funcionários.

Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão

comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao

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representante legal do paciente, bem como à autoridade sanitária responsável, no prazo

máximo de vinte e quatro horas da data da ocorrência.

Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser

realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e

sem a devida comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho

Nacional de Saúde.

Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará comissão

nacional para acompanhar a implementação desta Lei.

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 6 de abril de 2001; 180o da Independência e 113o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Jose Gregori

José Serra

Roberto Brant

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 9.4.2001

Nota do Autor.

Memória gera competição no cérebro humano - The New York Times.

É sempre um desafio se lembrar de uma nova senha para o computador, quando a antiga

expirou, ou memorizar um novo número de telefone. Isso ocorre porque o cérebro cria

uma “competição” entre recordar os dados antigos e os novos que estão vinculados à

mesma coisa, relatam pesquisadores de Yale e Stanford na última edição de “The

Proceedings of the National Academy of Sciences”. Brice Kuhl, psicólogo de Yale, e

colegas descobriram que, quando o cérebro está cheio de eventos similares, a

dificuldade de se lembrar de apenas um deles é visível por meio de uma tecnologia de

mapeamento cerebral – conhecida como imagem funcional por ressonância magnética.

No estudo, os pesquisadores distribuíram aos participantes palavras que podiam ser

associadas, ao mesmo tempo, por rosto e por cena. Quando executaram o mapeamento e

pediram que os participantes se lembrassem da associação que haviam visto mais

recentemente, o sangue fluiu nas partes do cérebro que são acostumadas a recordar

rostos e cenas. A maioria das pessoas encontra regularmente essa competição.

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Exemplos: “Estaciono na garagem do trabalho diariamente e a cada dia paro numa vaga

diferente, dependendo da disponibilidade”, disse Kuhl. “Muitas vezes, caminho para a

vaga onde havia estacionado no dia anterior. Não é como se eu tivesse esquecido

completamente onde estacionei hoje; acontece que eu ainda me lembro da vaga de

ontem”.

IMAGEM DE UM CÉREBRO VIVO - DISCALCULIA – (IMAGEM 1)

HOMEM HIBRIDO.

Será que no futuro teremos o homem HIBRIDO?

Pesquisadores americanos conseguiram fazer células nervosas de ratos se ligarem umas

às outras em uma rede de pequenos tubos semicondutores. O trabalho pode ser o

primeiro passo para um mecanismo híbrido homem/máquina ou, ainda mais plausível e

desejável, uma forma de reconectar terminações nervosas interrompidas. A equipe

liderada por Minrui Li, da Universidade de Winsconsin Madison, usou pequenos tubos

de diferentes tamanhos feitos de semicondutores como silício e germânio. Esses objetos

eram pequenos o bastante para que os dendritos de uma célula nervosa (prolongamentos

do neurônio) passassem através deles, porém não era grande o bastante para que o corpo

da célula coubesse inteiro nele. Os tubos foram recobertos com células nervosas de ratos

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e os pesquisadores então observaram para ver como reagiriam. As células começaram a

enviar seus dendritos através dos túneis com semicondutores, como que procurando

caminhos. Os prolongamentos das células nervosas percorriam os trechos sinuosos

projetados pelos pesquisadores para conseguir encostar-se a suas vizinhas. Em outras

palavras: os pesquisadores determinaram, na maioria das vezes, o caminho a ser

seguido. Sabe-se que as células nervosas têm um mecanismo de busca, que as faz

procurar uma companheira para, fisicamente, se ligar a ela. No entanto, ninguém sabe

exatamente como funciona esse mecanismo. O próximo passo da pesquisa pretende

responder a essa pergunta e também checar se as células, que agora formam uma

estrutura híbrida com os semicondutores, se comunicam de forma normal entre si. Para

tanto, os pesquisadores instalarão dispositivos elétricos que poderão gravar a

comunicação entre elas. A esperança é que os resultados da pesquisa ajudem a achar

uma forma de fazer com que alguma espécie de componente elétrico ajude a

restabelecer conexões interrompidas em células nervosas – como, por exemplo, em

pessoas que tiveram rompimento da medula. A pesquisa foi comentada e publicada pela

Academia Americana de Química em seu jornal ACS Nano.

Os pequenos tubos semicondutores por onde os dendritos das células nervosas passam.

DOMINÂNCIA CEREBRAL.

Lesões semelhantes às deste paciente (estudado por Elisabeth Warrington, do Hospital

das Doenças Nervosas, de Londres, em conjunto com Daniel Tranel) nas regiões

anteriores e médias dos dois lóbulos temporais deterioram o sistema conceitual do

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cérebro. As lesões do hemisfério esquerdo, próximo à cissura de Sylvius, perturbam

mais a formação de palavras e frases. Essa área é a mais estudada pelos especialistas em

linguagem, desde que Paul Broca e Carl Wernicke descobriram, há mais de 150 anos,

que as estruturas da linguagem aí se localizam. Broca e Wernicke comprovaram

também o fenômeno da dominância cerebral: na maioria dos seres humanos - 99% dos

destros e 30% dos canhotos - os centros da linguagem estão no hemisfério esquerdo.

Tomografia cerebral sem contraste do paciente 16,

evidenciando múltiplas calcificações cerebrais e

dilatação da cissura de Sylvius

J Pediatr (Rio J) 2001;77(6):475-80

O estudo de pacientes afásicos (que perderam parcial ou totalmente o uso da palavra)

confirma a importância de estruturas do hemisfério esquerdo na linguagem. Edward

Klima, da Universidade de San Diego, e Ursula Bellugi, do Instituto de Estudos

Biológicos, em San Diego, mostraram que lesões nas estruturas cerebrais de formação

das palavras são acompanhadas por afasias da linguagem gestual. Assim, alguns surdos

que apresentam uma lesão cerebral do hemisfério esquerdo perdem a faculdade de

compreender ou de produzir os signos da linguagem gestual. Como o córtex visual deles

está intacto, a deficiência não provém de uma má percepção visual dos signos, mas da

incapacidade de interpretá-los.

COMPONENTES DE UMA LINGUAGEM ARTICULADA.

FONEMAS - Elementos sonoros cujo encadeamento em

uma ordem determinada forma os morfemas.

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MORFEMAS - Unidades lingüísticas mínimas que têm um

sentido ou cuja combinação forma as palavras (nas

linguagens gestuais, os equivalentes dos morfemas são os

signos visuais-motores).

SINTAXE (OU GRAMÁTICA) - Arranjo de palavras em

frases segundo uma ordem que obedece regras precisas.

LÉXICO - Conjunto de palavras de uma língua. Cada

elemento do léxico indica os morfemas e a sintaxe da

palavra correspondente, mas não fornece seu sentido.

SEMÂNTICA - Sentido correspondente a cada elemento

do léxico e a cada frase possível.

PROSÓDIA - Entonação vocal suscetível de modificar o

sentido literal das palavras e frases.

DISCURSO - Seqüência de frases que forma uma

narração.

Por outro lado, os surdos que apresentam lesões no hemisfério direito, longe das áreas

da linguagem, tornam-se por vezes incapazes de ver os objetos situados na metade

esquerda de seu campo visual, ou de perceber as relações espaciais entre os objetos,

embora conservem a capacidade de compreender e utilizar a linguagem gestual.

Portanto, o hemisfério esquerdo contém os centros de processamento da linguagem,

quaisquer que sejam as vias de transmissão dos signos lingüísticos. Alguns

neurologistas mapearam os sistemas neuronais da linguagem ao localizarem as lesões de

pacientes afásicos, - outros analisaram estes sistemas estimulando o córtex cerebral de

pacientes epiléticos que passavam por uma cirurgia, registrando depois suas respostas

eletrofisiológicas. As lesões da região perisilviana posterior perturbam a composição

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dos fonemas em palavras e a seleção das palavras. Pacientes com lesões como esta são

incapazes de pronunciar corretamente certas palavras (dizem "felefante" em vez de

"elefante", por exemplo) e substituem por vezes palavras que lhes faltam por outras de

sentido mais geral ("pessoa" em vez de "mulher") ou por uma cujo sentido está ligado

ao conceito que querem exprimir ("chefe" em vez de "presidente"). Victoria Fromkin,

da Universidade de Los Angeles, elucidou vários mecanismos lingüísticos responsáveis

por tais erros. As lesões da região perisilviana posterior não perturbam o ritmo, a

rapidez de elocução ou a sintaxe das frases desses pacientes, ainda que às vezes eles se

enganem na utilização de pronomes e conjunções. Essas lesões alteram também o

processamento dos sons ouvidos: eles têm dificuldade para compreender as palavras e

frases faladas. Este problema não se deve, como se pensava, à degradação de um centro

de armazenamento do sentido das palavras, que estaria presente no setor perisilviano

posterior,- decorre, sim, de uma interrupção na análise acústica das palavras ouvidas,

desde as primeiras etapas de seu processamento. Os sistemas neuronais da região

perisilviana posterior registram as informações auditivas e cinestésicas relativas aos

fonemas e às palavras. A descoberta de projeções neuronais recíprocas entre as

diferentes zonas que memorizam estas informações revela a importância das interações

entre elas. A região perisilviana posterior está conectada ao córtex motor e pré-motor,

diretamente e por uma via subcortical que inclui os gânglios da base e da parte anterior

do tálamo esquerdo. A dupla conexão desempenha um papel crucial na produção dos

fonemas, que pode ser governada pelos circuitos cortical e subcortical ou pelos dois ao

mesmo tempo. A via subcortical assegura a aquisição dos automatismos lingüísticos,

enquanto a cortical governa a linguagem consciente adquirida pela aprendizagem

associativa. Quando uma criança aprende, por exemplo, a palavra “amarela”, os

sistemas de formação das palavras e de controle motor seriam ativados mediante as vias

corticais e subcortical; a atividade desses sistemas seria correlacionada à atividade dos

sistemas neuronais que governam os conceitos de cor e a mediação entre conceitos e

linguagem. “O sistema neuronal de mediação conceito - linguagem parece estabelecer

uma via direta para os gânglios de base, de tal forma que uma fraca ativação da região

perisilviana posterior basta para desencadear a produção da palavra amarela”. A

aprendizagem posterior da palavra que designa a cor amarela em outra língua colocaria

novamente em jogo a região perisilviana posterior, que então estabeleceria as

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correspondências auditivas, cinestésicas e motoras entre os fonemas. O sistema

associativo cortical e o sistema automático subcortical parecem operar paralelamente no

processamento da linguagem. O prevalecimento de um ou outro depende do nível de

domínio da linguagem e da natureza dos elementos lingüísticos. Segundo Steven Pinker,

do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, a maioria dos indivíduos memoriza as

formas do passado dos verbos irregulares ingleses por meio da aprendizagem

associativa e as formas dos verbos regulares por aquisição automática. A região

perisilviana anterior, próxima à cissura de Rolando, parece conter as estruturas que

comandam o ritmo da elocução e a gramática. Os gânglios da base são elementos ativos

desse sistema, como o são também nas conexões da região perisilviana posterior. O

conjunto está fortemente ligado ao cerebelo e recebe projeções de várias regiões

sensoriais do córtex, reenviando projeções às regiões motoras. Entretanto, ainda é

desconhecido o papel dessa estrutura na linguagem e no conhecimento. Pessoas com

lesões na região perisilviana anterior falam com uma voz monocórdica, longos silêncios

entre as palavras, utilizando estruturas gramaticais defeituosas. Omitem freqüentemente

os pronomes e as conjunções e raramente respeitam a ordem gramatical. Como têm

mais facilidade para encontrar substantivos que os verbos, supomos que diferentes

regiões cerebrais processam essas duas classes de palavras.

Imagens do Cérebro Humano obtidas por tomografia de

emissão de pósitrons revelam que a circulação sanguínea

no cérebro aumenta em certas regiões, que diferem

segundo o tipo de tarefa efetuada (aqui ligadas ao exame

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das palavras e à sua berbalização). Pensá-las (embaixo, à

direita) ativa a área de Broca, que produz a linguagem.

Como as lesões nessa região perturbam tanto a expressão como a compreensão das

estruturas gramaticais, acreditou que os sistemas neuronais desta área contenham os

centros de composição sintática. Os gânglios da base, que coordenam os movimentos

elementares em um conjunto harmonioso, poderiam cumprir uma função análoga na

reunião de palavras em frases. A descoberta de estruturas similares, embora menos

desenvolvidas, no macaco indica que estas estruturas neuronais estão estreitamente

conectadas aos sistemas de mediação sintática do córtex fronto-parietal nos dois

hemisférios cerebrais.

SISTEMAS DE MEDIAÇÃO.

Os sistemas neuronais de mediação estariam entre aqueles que processam os conceitos e

os que produzem palavras e frases. Estudos neuropatológicos sugerem que esses

sistemas mediadores governariam a seleção das palavras que exprimem conceitos e

determinariam a sintaxe que exprime relações entre eles. Quando falamos, os sistemas

mediadores governam os sistemas que comandam a formação das palavras e a sintaxe/

inversamente, quando escutamos um interlocutor, os sistemas que asseguram a

formação das palavras e a sintaxe comandam os sistemas de mediação. Os cientistas

tentam, atualmente, mapear os sistemas que processam os nomes próprios e os nomes

comuns associados a entidades de diversas classes. Dois dos pacientes da ELIZABETH,

com lesões no córtex anterior temporal e mediano, eram capazes de reconhecer

conceitos de qualquer classe (rostos humanos, partes do corpo, espécies animais ou

vegetais, veículos, construções, ferramentas e utensílios); sabiam definir funções, local

ou valor das coisas e, quando produzíamos sons associados a estes objetos, reconheciam

os últimos; enfim, quando vendávamos seus olhos, conseguiam identificar um objeto

colocado entre suas mãos. Entretanto, eram incapazes de encontrar o nome de vários

desses objetos familiares. Diante da imagem de um rato, um deles disse: "Sei do que se

trata: é um animal horroroso; fareja nossos restos; seu focinho e seu rabo são

característicos. Conheço esse animal, mas seu nome me escapa". Em média, esses

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pacientes encontram metade dos nomes que procuram, ao passo que seus sistemas

conceituais permanecem intactos. A proporção de palavras esquecidas varia segundo a

classe conceituai das entidades que tentam nomear. Eles têm mais dificuldade com

nomes de ferramentas e utensílios que com nomes de animais, frutas e plantas, mas a

distinção em jogo não é aquela que separa objetos naturais dos fabricados pelo homem:

estes pacientes são perfeitamente capazes de nomear as partes do corpo e não consegue

nomear corretamente os instrumentos musicais, objetos tão artificiais e manipuláveis

quanto ferramentas de jardim. Por que as lesões causam o esquecimento do

nome de certos objetos e não de outros? Provavelmente porque o cérebro

utiliza diferentes sistemas neuronais para representar entidades que diferem por sua

estrutura, seu comportamento ou pelo modo como as consideramos. Os nomes próprios

também representavam problemas para esses dois pacientes. Eles eram incapazes, com

raras exceções, de nomear amigos, parentes, pessoas ou lugares célebres. Diante da foto

de Marilyn Monroe, por exemplo, declararam: "Não encontro seu nome, mas sei quem

ela é: assisti a seus filmes, - ela teve um relacionamento com o presidente, - ela se

matou ou foi assassinada, talvez pela polícia". Esses pacientes não sofriam do que

chamamos de agnosia dos rostos ou prosopagnosia (eles reconheciam, sem hesitação,

um rosto), mas eram incapazes de nomear a pessoa que reconheciam.

OS COMPONENTES DE UM CONCEITO

Os conceitos são armazenados no cérebro sob a forma de registros "inativos". Quando

são reativados, esses registros recriam as sensações a as ações associadas a uma

entidade ou a uma classe de entidades. Uma xícara de café, por exemplo, evocam ao

mesmo tempo representações visuais ou táteis de sua forma, cor, textura e temperatura,

o odor e o gosto do café, assim como a trajetória da mão e do braço quando levam a

xícara à boca. Todas estas representações são criadas simultaneamente em distintas

regiões do cérebro. Curiosamente, utilizavam verbos sem dificuldade e indicaram, com

a mesma precisão que pessoas normais, os correspondentes a mais de 200 estímulos

relativos a estados ou ações. O uso que faziam das preposições, conjunções, pronomes e

da sintaxe era correto. Quando falavam ou escreviam, substituíam os nomes que

faltavam por termos como "objeto" ou "coisa" ou por pronomes como "ele(s)" ou

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"ela(s)". Os verbos de seus discursos eram, contudo, cuidadosamente escolhidos,

pronunciados e conjugados. Enfim, sua pronúncia e prosódia (entonação das palavras e

frases) eram perfeitas. Parece claro hoje que os centros de mediação léxica estão

localizados em determinadas regiões cerebrais e que as estruturas neuronais que ligam

os conceitos e as palavras se encontram ao longo do eixo occipitotemporal do cérebro.

Para numerosos conceitos gerais, a mediação parece ocorrer nas zonas posteriores da

região temporal esquerda, enquanto que para os conceitos mais especializados ela

ocorre mais para frente, perto do pólo temporal esquerdo. Observamos vários pacientes

que haviam perdido a memória dos nomes próprios, mas conservavam a maior parte dos

nomes comuns: suas lesões limitavam-se ao pólo temporal esquerdo e à superfície

temporal mediana do cérebro, poupando as regiões temporais laterais e inferiores. Por

outro lado, estas últimas áreas sempre estavam lesadas em pacientes com dificuldade

para encontrar os nomes comuns. As lesões que atingem o córtex temporal anterior e

mediano perturbam a utilização dos nomes comuns, mas não a dos nomes de cores. As

correlações entre estas lesões cerebrais e os problemas da linguagem revelam que o

segmento temporal da quinta circunvolução occipital governa a mediação entre os

conceitos e os nomes de cor, enquanto as estruturas neuronais situadas na extremidade

oposta da rede, no lóbulo temporal anterior esquerdo, governam a mediação entre os

conceitos e os nomes de pessoas. Um paciente examinado recentemente, que

apresentava lesões em todo o eixo occipitotemporal esquerdo do cérebro, era incapaz de

encontrar os nomes de várias entidades, das cores e das pessoas, mas suas capacidades

conceituais permaneciam intactas. O estudo desses pacientes confirmou enfim que o

processamento da linguagem é perturbado por uma estimulação elétrica das áreas

corticais, situadas fora das regiões geralmente atribuídas à linguagem.

SISTEMA DE MEDIAÇÃO DOS VERBOS.

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Se, para os nomes, os sistemas de mediação parecem localizados, onde

se encontram os sistemas que processam verbos?

Como os pacientes com lesões no córtex temporal anterior e mediano conservam a

capacidade de encontrar verbos, pronomes e conjunções, os sistemas que processam

estas classes de palavras não estão na região temporal esquerda. Algumas observações

clínicas indicam que esses sistemas se encontram na região frontal e parietal: os

pacientes afásicos, que sofrem de lesões frontais no hemisfério esquerdo, têm mais

dificuldade para expressar os verbos que os nomes. Essa localização foi indiretamente

confirmada por estudos de tomografia de emissão pósitrons. Steven Petersen, Michael

Posner e Marcus Raichle, da Universidade de Washington, pediram os voluntários para

pronunciar os verbos correspondentes à imagem de um objeto, - por exemplo, a imagem

de uma maçã devia suscitar a expressão do verbo "comer". A tomografia revelou a

ativação de uma região do córtex frontal dorsolateral inferior que corresponde

aproximadamente às regiões que a equipe de ELIZABETH havia localizado

anteriormente. Uma lesão dessas regiões perturba não só a expressão dos

verbos, pronomes e das conjunções, mas também a sintaxe. Durante os

últimos 20 anos, progrediu rapidamente o nosso conhecimento das

estruturas cerebrais que governam a linguagem. Graças a técnicas como

o imageamento por ressonância magnética, localizamos precisamente as

lesões cerebrais de pacientes que sofrem de afasia e as correlacionamos

aos problemas de linguagem correspondentes. Atualmente, podemos estudar a

atividade cerebral de pessoas normais realizando diferentes processos lingüísticos. Os

mecanismos lingüísticos são tão complexos que algumas pessoas duvidam que a

maquinaria neuronal que os governa seja inteiramente elucidada. O registro dos

conceitos pelo cérebro ainda é um mistério. Conhecemos mal os sistemas

de mediação para outros elementos da linguagem além de nomes, verbos,

pronomes e conjunções. E mal compreendemos as estruturas que

asseguram a formação das palavras e das frases, estudadas desde meados

do século XIX. Mas os consideráveis progressos dos últimos anos sugerem que a

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– VOLUME II CAPÍTULO I

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cartografia destas estruturas e a análise de seu funcionamento não são inacessíveis.

Quando o objetivo será alcançado? Eis a questão.

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Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios

e transtornos neuropsicobiológico.

TOMO I – VOLUME II

CAPÍTULO I

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CEREBRAIS

BIBLIOGRAFIA DO CAPÍTULO

Bibliografia.

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Síndromes com repercussão na deficiência intelectual, distúrbios

e transtornos neuropsicobiológico.

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CAPÍTULO I

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CEREBRAIS

ÁLBUM ICONOGRÁFICO DO CAPÍTULO