Nestor Lampros

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Nestor e as cores de um artista de um de um P arafraseando o poeta, o artista é um criador, cria tão intensamente que às vezes cria dor, cria alegria, como cria um mundo que fica à parte, mas é lindo, pois é só arte. Poeta era Fernando Pessoa. Artistas somos nós todos, viventes ou sobreviventes. Artista é Nestor Isejima Lampros, que tem 43 anos de poesia, de arte escrita, narrada, pintada, guardada no coração e li- bertada em versos e cores de suas telas. Sua arte já veio junto quando nasceu. Afinal, é filho de artistas. “Quando a gente era criança meu pai e minha mãe nos levava, todos os filhos, até ali aos pés da Pedra

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Parafraseando o poeta, o artista é um criador, cria tão intensamente que às vezes cria dor, cria alegria, como cria um mundo que fica à parte, mas é lindo, pois é só arte. Poeta era Fernando Pessoa. Artistas somos nós todos, viventes ou sobreviventes. Artista é Nestor Isejima Lampros, que tem 43 anos de poesia, de arte escrita, narrada, pintada, guardada no coração e libertada em versos e cores de suas telas.

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Parafraseando o poeta, o artista é um criador, cria tão intensamente que às vezes cria dor, cria alegria, como cria um mundo que fi ca à parte, mas é lindo, pois é só arte.

Poeta era Fernando Pessoa. Artistas somos nós todos, viventes ou sobreviventes. Artista é Nestor Isejima Lampros, que tem 43 anos de poesia, de arte escrita, narrada, pintada, guardada no coração e li-bertada em versos e cores de suas telas. Sua arte já veio junto quando nasceu. Afi nal, é fi lho de artistas. “Quando a gente era criança meu pai e minha mãe nos levava, todos os fi lhos, até ali aos pés da Pedra

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Grande. Nem lembro se tinha lanche ou comida, na verdade era um “pic-nic” de arte. Tínhamos lápis e cadernos à mão para vivermos, sonharmos, beber-mos, pintarmos, escrevermos, descrevermos aquela natureza...”, lembra Nestor. Que era filho de Lucas Lampros e Hissae Isejima. Lucas era um misto de artista plástico e publicitário uruguaio que veio ga-nhar a vida no Brasil. Muito talentosos esses publi-citários uruguaios que aportaram no Brasil naque-la época. Marcaram. Ficaram famosos, todos eles, graças ao seu traço e seu talento. Aqui, Lucas, pai de Nestor, conheceu Hissae Isejima, também artista plástica e publicitária que agregou a sensibilidade japonesa à família.

Com essa origem, Nestor já veio artista. E artista multi-direcionado, se é que se pode chamar assim. Nestor é escritor e poeta com livros publicados, um deles, “Roupagem Leve”, publicado dentro do Pro-jeto de Estímulo e Publicação Literária da Prefeitu-ra da Estância de Atibaia. É pintor, é chargista, car-tunista, ilustrador e professor de artes nas escolas de Atibaia. Sensível, costuma dizer que “a arte ar-repia o corpo e a alma. É a verdade ou mentira com que a gente sonha”, ou por aí. “Desde criança eu vivo fazendo arte, embora seja obrigado a confessar que minhas notas eram baixíssimas nas aulas de arte na escola. Sempre gostei de criar. Mas fugir da ditadura dos conceitos já estabelecidos. Eu queria liberdade de arredondar o quadrado ou o contrário. Claro que a nota era baixa...”

Nestor nem é atibaiense de origem, veio de São Paulo, estudou por aqui, formou-se em Letras pela FESB, de Bragança Paulista, com pós-graduação em Arte-Educação nas FAAT, Faculdades de Atibaia. Já ganhou prêmios diversos por suas criações lite-

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rárias e artísticas. Já expôs seus trabalhos em galerias daqui e do Brasil inteiro. Ilustrou livros e revistas, entre outros, para a Edi-tora Ática, Editora Três, Revista Cult e Editora Patuá. É membro-fundador da Academia Literária Atibaiense.

Seu orgulho maior é passar sua arte para a frente através de seus alunos. “Dou aulas na rede municipal de Atibaia e também para alunos que atendo aqui mesmo no meu atelier. Eles me emocio-nam. Da mesma forma que os pais dessas crianças também me emocionam. São pessoas escolhidas pela Providência. Acho que, no fundo, no fundo, são artistas todos, pais e filhos que se inte-ressam pela arte, pelo desenho, pelo sonho de criar. São grandes artistas. O germe do artista está contido dentro deles e eles só não se realizam como artistas porque não querem”, costuma dizer.

Entre uma pincelada e outra Nestor Lampros vai desenhando o seu viver, o seu presente e o futuro que ele imagina lindo como uma pintura divina. ■