Mural do Ringue N°02

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Fred Carneiro é professor de krav magá e afirma ser a única luta reconhecida como arte de defesa pessoal e não como arte marcial. “O auto-controle é es- sencial, pois o aluno deve aprender a obedecer e comandar os seis sentidos”. A técnica visa a impedir que o ataque alcance o alvo. O movimento sai com velocidade máxima, aumentando a força do contra-ataque, e atendendo os reflexos. Como foi uma luta pensada para a rua, o aluno é preparado para re- agir a situações de perigos do dia-a-dia. Na Segunda Guerra Mundial, a persegui- ção e extermínio em massa dos nazistas foi o que inspirou o judeu Imi Lichtenfeld a criar um meio de resistência judaica por meio do combate. Dessa necessidade surgiu o krav magá (do hebraico, batalha de contato). Uma arte de defesa pessoal simples, rápida e objetiva. Chegou ao Brasil em 1990, e hoje, é utilizado nas principais forças de segurança do mundo. Krav Maga: um combate de defesa pessoal Karatê e judô são artes marciais de origem oriental e têm mais pontos em comum. São esportes olímpi- cos e fazem o uso do kimono. “A projeção do judô é derrubar o adversário e do karatê é para dar soco e chute”, explica a professora de karatê, Juline Bezerra. Ela acres- centa ainda que o lema do karatê é o respeito acima de tudo, conter o espírito agressivo e criar um intui- to de esforço para formação de um verdadeiro caráter e fidelizar para o verdadeiro caminho da razão. Iguais e diferentes Visa ao aperfeiçoamento do caráter do praticante. É compreendida e reconhe- cida por ser uma disciplina física, cultu- ral e mental. É uma arte de movimento, respiração e autocontrole, preservando a defesa pessoal. O karatê utiliza golpes traumáticos, permitindo uma finaliza- ção mais rápida. KARATE ^ Consiste em utilizar a força e o peso do oponente contra ele. Considerado pai do judô, mestre Kano dizia que é a arte em que usa ao máximo a força física e a espiritual. O judô treina para enfrentar um adversário, com objeti- vo de levar o outro para o chão. JUDO ^ Expediente: Mural da Luta é um jornal do Laboratório de Jornalismo da Unifor (Labjor), semestre 2012.1 Diretora do CCH: Profa. Erotilde Honório; Coordenador do Curso: Prof. Wagner Borges; Concepção: Prof. Jocélio Leal; Diagramação e Arte: Fernanda Carneiro; Editoras Adjuntas: Camila Holanda e Renata Frota; Redação: Camila Holanda, Erika Zaituni, Renata Frota e Wolney Batista. Universidade de Fortaleza : Av. Washington Soares, 1321 - Bairro Edson Queiroz - Fortaleza - Ceará - Brasil - Fone: 55 (85) 3477-3000 - www.unifor.br mural da Luta Foto: Waleska Santiago Lutar significa ser violento? Há quem ache isso, mas para o lutador de jiu-jitsu Antônio Belmont discorrda: “tem pessoas que começam a praticar essa arte e acham que serão bons de briga, mas logo esse pensamento é mu- dado. Os treinos liberam o estresse”. A defesa pessoal deve ser aplicada quando a pessoa está em situações de risco. Por isso, não deve-se con- fundir “saber lutar” com “ser violento”. Ao praticar esse esporte, o lutador passa a conhecer os riscos e a pen- sar nas consequências causadas pela violência. Briga e no tatame No final do século XIX, alguns mestres de jiu-jitsu começa- ram a migrar do Japão. Esai Maeda Koma, conhecido como Conde Koma, foi um deles. Chegou ao Brasil em 1915 e passou a difundir seus conhecimentos e técnicas aos alu- nos na cidade de Belém, no Pará. Um dos estudantes da arte marcial, Carlos Gracie, viu na luta uma oportunidade de realização pessoal. Investiu e tornou-se professor. Adaptou o jiu-jitsu ao seu biotipo franzino, portanto, aperfeiçoou golpes, permitindo ao luta- dor derrubar oponentes maiores. Luta japonesa O kung fu, também conhecido como wushu, é uma arte marcial chinesa. Cercada de mitos, sua origem é imprecisa. A luta possui diversos estilos, e seus fundamentos buscam o desenvolvimento pessoal. Mira na dis- ciplina, persistência e respeito aos limites da estrutura de corpo e mente, ajudando no equilíbrio psíquico. Apesar do aumento no número de praticantes, o kung fu so- fre com a falta de conhecimento do público em geral que por muitas vezes julga erroneamente a arte marcial como ‘’dança’’ ou temem o uso das armas. “Além de servir como esporte e defesa pessoal, ele tem o intuito de fazer a pessoa crescer inter- namente, adquirir confiança e disciplina”, afirma Mestre Pong, pro- fessor da luta. Aluno de Pong, Wilson de Andrade diz ter escolhido kung fu por não ter habilidades com esportes com bola. “Sempre gostei de lutar e, dentre as lutas que pratiquei o kung fu foi a que mais me chamou atenção pela riqueza de golpes”. Foto: Farley Afguiar E afinal, o que e MMA? Nós últimos anos, as lutas estão bem populares. As Artes Marciais Mistas, MMA, estão sendo muito bem sucedidas. A história é popular. Está ligada à maior família de lutadores brasileiros, a Gracie. Eles defenderam a ideia de participantes de diferentes lutas e modalidades desafiarem-se. Então, pas- saram a promover grandes eventos. Diferente do que muitos pensam, o MMA não é vale tudo e tal engano acontece devido à origem da modalidade. Não se pode falar de MMA sem mencionar o Ultima- te Fighting Championship (UFC), campeonato da luta, considerado um dos maiores da atualidade. Existia o Pride Fighting Championships, porém, em 2007, foi comprado pelo UFC que ficou com todas as grandes lutas dessa modalidade. E não é só no futebol que o Brasil forne- ce atletas de alto nível. Anderson Silva, Rodrigo Mi- notauro, Wanderlei Silva, Maurício Shogun e Murilo Ninja são nomes de alguns dos brasileiros que têm destaque nessa competição, sendo campeões nas categorias disputadas por eles. Atletas de ponta Foto: Thalyta Martins Resistencia judaica ^ Alem dos golpes ´ ´

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Jornal Mural do curso de Jornalismo da UNIFOR - 2012.1

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Fred Carneiro é professor de krav magá e afirma ser a única luta reconhecida como arte de defesa pessoal e não como arte marcial. “O auto-controle é es-sencial, pois o aluno deve aprender a obedecer e comandar os seis sentidos”. A técnica visa a impedir que o ataque alcance o alvo. O movimento sai com velocidade máxima, aumentando a força do contra-ataque, e atendendo os reflexos. Como foi uma luta pensada para a rua, o aluno é preparado para re-agir a situações de perigos do dia-a-dia.

Na Segunda Guerra Mundial, a persegui-ção e extermínio em massa dos nazistas foi

o que inspirou o judeu Imi Lichtenfeld a criar um meio de resistência judaica por meio do

combate. Dessa necessidade surgiu o krav magá (do hebraico, batalha de contato). Uma arte de defesa pessoal simples, rápida e objetiva. Chegou ao Brasil em 1990, e hoje, é utilizado nas principais forças de segurança do mundo.

Krav Maga: um combate de defesa pessoal

Karatê e judô são artes marciais de origem oriental e têm mais pontos em comum. São esportes olímpi-cos e fazem o uso do kimono.

“A projeção do judô é derrubar o adversário e do karatê é para dar soco e chute”, explica a professora de karatê, Juline Bezerra. Ela acres-centa ainda que o lema do karatê é o respeito acima de tudo, conter o espírito agressivo e criar um intui-to de esforço para formação de um verdadeiro caráter e fi delizar para o verdadeiro caminho da razão.

Iguais e diferentes

Visa ao aperfeiçoamento do caráter do

praticante. É compreendida e reconhe-

cida por ser uma disciplina física, cultu-

ral e mental. É uma arte de movimento,

respiração e autocontrole, preservando a

defesa pessoal. O karatê utiliza golpes

traumáticos, permitindo uma fi naliza-

ção mais rápida.

KARATE^

Consiste em utilizar a força e o peso

do oponente contra ele. Considerado

pai do judô, mestre Kano dizia que é

a arte em que usa ao máximo a força

física e a espiritual. O judô treina para

enfrentar um adversário, com objeti-

vo de levar o outro para o chão.

JUDO^

Fred Carneiro é professor de krav magá e afirma ser a única luta reconhecida como arte de defesa pessoal e não como arte marcial. “O auto-controle é es-sencial, pois o aluno deve aprender a obedecer e comandar os seis sentidos”. A técnica visa a impedir que o ataque alcance o alvo. O movimento sai com velocidade máxima, aumentando a força do contra-ataque, e atendendo os reflexos. Como foi uma luta pensada para a rua, o aluno é preparado para re-agir a situações de perigos do dia-a-dia.

ção e extermínio em massa dos nazistas foi o que inspirou o judeu Imi Lichtenfeld a criar

um meio de resistência judaica por meio do combate. Dessa necessidade surgiu o krav magá (do hebraico, batalha de contato). Uma arte de defesa pessoal simples, rápida e objetiva. Chegou ao Brasil em 1990, e hoje, é utilizado nas principais forças de segurança do mundo.

Krav Maga: um combate de defesa pessoal

Expediente: Mural da Luta é um jornal do Laboratório de Jornalismo da Unifor (Labjor), semestre 2012.1 Diretora do CCH: Profa. Erotilde Honório; Coordenador do Curso: Prof. Wagner Borges; Concepção: Prof. Jocélio Leal; Diagramação e Arte: Fernanda Carneiro; Editoras Adjuntas: Camila Holanda e Renata Frota; Redação: Camila Holanda, Erika Zaituni, Renata Frota e Wolney Batista. Universidade de Fortaleza: Av. Washington Soares, 1321 - Bairro Edson Queiroz - Fortaleza - Ceará - Brasil - Fone: 55 (85) 3477-3000 - www.unifor.br

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Lutar signifi ca ser violento? Há quem ache isso, mas para o lutador de jiu-jitsu Antônio Belmont discorrda: “tem pessoas que começam a praticar essa arte e acham que serão bons de briga, mas logo esse pensamento é mu-dado. Os treinos liberam o estresse”.

A defesa pessoal deve ser aplicada quando a pessoa está em situações de risco. Por isso, não deve-se con-fundir “saber lutar” com “ser violento”. Ao praticar esse esporte, o lutador passa a conhecer os riscos e a pen-sar nas consequências causadas pela violência.

Briga e no tatameNo fi nal do século XIX, alguns mestres de jiu-jitsu começa-ram a migrar do Japão. Esai Maeda Koma, conhecido como Conde Koma, foi um deles. Chegou ao Brasil em 1915 e passou a difundir seus conhecimentos e técnicas aos alu-nos na cidade de Belém, no Pará.

Um dos estudantes da arte marcial, Carlos Gracie, viu na luta uma oportunidade de realização pessoal. Investiu e tornou-se professor. Adaptou o jiu-jitsu ao seu biotipo franzino, portanto, aperfeiçoou golpes, permitindo ao luta-dor derrubar oponentes maiores.

Luta japonesa

O kung fu, também conhecido como wushu, é uma arte marcial chinesa. Cercada de mitos, sua origem é imprecisa. A luta possui diversos estilos, e seus fundamentos buscam o desenvolvimento pessoal. Mira na dis-ciplina, persistência e respeito aos limites da estrutura de corpo e mente, ajudando no equilíbrio psíquico.

Apesar do aumento no número de praticantes, o kung fu so-fre com a falta de conhecimento do público em geral que por muitas vezes julga erroneamente a arte marcial como ‘’dança’’ ou temem o uso das armas. “Além de servir como esporte e defesa pessoal, ele tem o intuito de fazer a pessoa crescer inter-namente, adquirir confi ança e disciplina”, afi rma Mestre Pong, pro-fessor da luta.

Aluno de Pong, Wilson de Andrade diz ter escolhido kung fu por não ter habilidades com esportes com bola. “Sempre gostei de lutar e, dentre as lutas que pratiquei o kung fu foi a que mais me chamou atenção pela riqueza de golpes”.

traumáticos, permitindo uma fi naliza-

ção mais rápida.

O kung fu, também conhecido como wushu, é uma arte marcial chinesa. Cercada de mitos, sua origem é imprecisa. A luta possui diversos estilos, e seus fundamentos buscam o desenvolvimento pessoal. Mira na dis-ciplina, persistência e respeito aos limites da estrutura de corpo e

Apesar do aumento no número de praticantes, o kung fu so-fre com a falta de conhecimento do público em geral que por muitas vezes julga erroneamente a arte marcial como ‘’dança’’ ou temem o uso das armas. “Além de servir como esporte e defesa pessoal, ele tem o intuito de fazer a pessoa crescer inter-namente, adquirir confi ança e disciplina”, afi rma Mestre Pong, pro-

Aluno de Pong, Wilson de Andrade diz ter escolhido kung fu por não ter habilidades com esportes com bola. “Sempre gostei de lutar e, dentre as lutas que pratiquei o kung fu foi a que mais me chamou

Foto: Farley AfguiarE afinal, o que e MMA?Nós últimos anos, as lutas estão bem populares. As Artes Marciais Mistas, MMA, estão sendo muito bem sucedidas. A história é popular. Está ligada à maior família de lutadores brasileiros, a Gracie. Eles defenderam a ideia de participantes de diferentes lutas e modalidades desafi arem-se. Então, pas-saram a promover grandes eventos. Diferente do que muitos pensam, o MMA não é vale tudo e tal engano acontece devido à origem da modalidade.

Não se pode falar de MMA sem mencionar o Ultima-te Fighting Championship (UFC), campeonato da luta, considerado um dos maiores da atualidade. Existia o Pride Fighting Championships, porém, em 2007, foi comprado pelo UFC que fi cou com todas as grandes lutas dessa modalidade.

E não é só no futebol que o Brasil forne-ce atletas de alto nível. Anderson Silva, Rodrigo Mi-notauro, Wanderlei Silva, Maurício Shogun e Murilo Ninja são nomes de alguns dos brasileiros que têm destaque nessa competição, sendo campeões nas categorias disputadas por eles.

Atletas de ponta

Foto: Thalyta Martins

Resistencia

judaica

^

Alem dos golpes´

´

saram a promover grandes eventos. Diferente do que muitos pensam, o MMA não é vale tudo e tal engano acontece

Não se pode falar de MMA sem mencionar o Ultima-te Fighting Championship (UFC), campeonato da luta, considerado um dos maiores da atualidade. Existia o Pride Fighting Championships, porém, em 2007, foi comprado pelo UFC que fi cou com

ce atletas de alto nível. Anderson Silva, Rodrigo Mi-notauro, Wanderlei Silva, Maurício Shogun e Murilo Ninja são nomes de alguns dos brasileiros que têm destaque nessa competição, sendo campeões nas

Foto: Thalyta Martins

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