MundoTRI Magazine - Maio 2011 - nº 9

95
MundoTRI.com [maio 2011] 1 Nº 9 - Maio 2011 triathlon magazine mundotri.com.br PÓS-IRONMAN Nutrição: Recupere melhor e mais rápido Opinião: o que fazer após a prova Treinos: como voltar a treinar após os 226km Chegou a hora do Ironman Brasil VOCÊ PODE TUDO As expectativas dos profissionais Os acertos de última hora para a prova CROSS TRIATHLON Mundial da ITU revela crescimento Preview: XTERRA Brasil - Manaus Paratriatleta no 1º Mundial de Cross Triathlon da ITU >

description

O Mundo TRI é uma Revista Eletrônica sobre triathlon, natação, ciclismo e corrida. Acompanhamos todas modalidades de triathlon, desde o sprint até Ironman e Ultraman. Nesta edição, os detalhes finais para o Ironman Brasil 2011.

Transcript of MundoTRI Magazine - Maio 2011 - nº 9

Page 1: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

PB MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1

Nº 9 - Maio 2011

triat

hlon

mag

azine

mun

dotri

.com

.br

PÓS-IRONMAN

Nutrição: Recupere melhor e mais rápido

Opinião: o que fazer após a prova

Treinos: como voltar a treinar após os 226km

Chegou a hora doIronman Brasil

VOCÊ PODE TUDO

As expectativas dos profissionais

Os acertos de últimahora para a prova

CROSS TRIATHLON

Mundial da ITU revelacrescimento

Preview:XTERRA Brasil - Manaus

Paratriatleta no 1º

Mundial de Cross

Triathlon da ITU >

Page 2: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

2 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 32 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3

Art. 201 do Código de Trânsito Brasileiro - Lei 9503/97Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüentacentímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:Infração - média;Penalidade - multa.

A Bicicleta, além de ser um meio de

transporte não poluente, também é lazer

e esporte. Porém nossas cidades ainda

não estão preparadas com vias exclusivas

e apropriadas para essa prática. Por isso

vamos compartilhar as vias públicas

respeitando a distância prevista em lei de

um metro e meio ao passar por um ou

mais ciclistas. Com bom senso e respeito,

todos saem ganhando.

A DISTÂNCIAQUE APROXIMA.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

An Revista 1.pdf 1 26/04/11 08:28

Page 3: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

2 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 32 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3

Art. 201 do Código de Trânsito Brasileiro - Lei 9503/97Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüentacentímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:Infração - média;Penalidade - multa.

A Bicicleta, além de ser um meio de

transporte não poluente, também é lazer

e esporte. Porém nossas cidades ainda

não estão preparadas com vias exclusivas

e apropriadas para essa prática. Por isso

vamos compartilhar as vias públicas

respeitando a distância prevista em lei de

um metro e meio ao passar por um ou

mais ciclistas. Com bom senso e respeito,

todos saem ganhando.

A DISTÂNCIAQUE APROXIMA.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

An Revista 1.pdf 1 26/04/11 08:28

Page 4: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

4 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 54 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5

Anuncio revista MundoTRI magazine.pdf 1 16/05/11 18:48

Page 5: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

4 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 54 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5

Cross TriathlonA febre do Triatlhon Off Road começou com o XTERRA e chegou à ITU.

Foto: Janos Schmidt – triathlon.org

Page 6: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

6 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 76 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7

Editorial

MundoTRImagazine

PUBLISHER

Wagner Araú[email protected]

COLABORADORES

Alexandre Giglioli

Amanda Guadalupe

Ana Lídia Borba

Camila Nassif

Felipe “PIPO” Campagnolla

Júlia Couto

Lucas Helal

Priscilla Dutra

Roberto Lemos

Vinícius Santana

Wagner Araújo

Yana Glaser

REVISÃO

Rita Oliveira

FOTOSAna OlivaBruna BuenoBruno Lima - fotocom.netBruno TadashiCarol CaminhaDaniel MartinsDaniel AratangyDelly Carr - triathlon.orgEduardo RosaJanos Schmidt - triathlon.orgRich Cruse - triathlon.orgTimothy CarlsonWagner Araújo

[email protected]

ATENDIMENTO AO [email protected]

www.mundotri.com.br

O grande dia chegou. Após meses de treinos e abdicações, mi-lhares de triatletas estarão alinhados nas areias da praia de Jur-erê Internacional, em Florianópolis, para o Ironman Brasil 2011.

Se você fez tudo certo, as chances de algo dar errado reduzem drasticamente, mas elas não desaparecem. Muitas vezes, joga-se todos esses meses no lixo com erros na última semana. Por isso, não deixe de ler o artigo “Últimos conselhos para o Ironman Brasil 2011”, do treinador da ironguides, Vinícius Santana.

Aproveite cada segundo dessa prova maravilhosa. Eu já estive lá e sei o que é cruzar a linha de chegada após 226km ininterrup-tos. Mesmo que você já tenha feito outros Ironmans, cada um deles gera uma lembrança especial, cada um deles trás dramas distintos e dificuldades diferentes. Todos eles são únicos. Não deixe de agradecer a oportunidade de estar ali competindo du-rante a prova.

Para muitos, concluir um Ironman significa o fim de um ciclo, para vários outros, o começo de outro. Antes de concluir o que vai fazer, escute com atenção o que dizem nossos colunistas da coluna opinião e então decida: o que você vai fazer após o Iron-man. Pode parecer uma pergunta de fácil resposta, mas você vai entender no dia seguinte à competição.

E por falar do dia seguinte, a nutricionista Yana Glaser dá dicas preciosas de como a alimentação correta pode melhorar e ace-lerar sua recuperação (você vai agradecê-la por isso).

Seu dia chegou, prepare-se para se tornar mais um felizardo que teve o prazer de conseguir completar um Ironman. Só quem es-teve lá consegue entender o que significa isso.

Wagner Araújo - Triatleta, fundador epublisher do MundoTRI

Page 7: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

6 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 76 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7

REVIEW

GPS Bryton

9

Belas e Feras: Melissa Gosenheimer”Não vou dizer que é fácil, mas sabe como é mulher, pensa e faz

mil coisas ao mesmo tempo.”

destaques do mêsmaio 2011

12 NUTRIÇÃOO papel da alimentação na recuperação pós-Ironman

21 O QUE DIZEM OS PROFISSIONAIS

23 atletas profissionais brasileiros e estrangeiros

contam suas expectativas sobre o Ironman Brasil 2011

70 CROSS TRIATHLON

XTERRA Amazon e Mundial de Cross Triathlon da ITU

61 CIÊNCIA DO TRIATHLON

Nossos pesquisadores contam os resultados das pesquisas

28

65

SAÚDE

Asma induzida por

exercício físico

1856 ÚLTIMOS CONSELHOS PARA O IRONMAN BRASIL 2011

Dicas preciosas para não errar na hora “H”.

82 OPINIÃO

O que fazer após o Ironman?

Page 8: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

8 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 98 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 9

ÍNDICE Edição Digital nº 9. Ano 2. Maio de 2011

CAPA: Paratriatleta no Mundial de Cross Triathlon. Foto: Janos Schmidt - triathlon.org

09 ReviewGPS Ciclocomputador Bryton Rider50

92 WildflowerO Woodstock do Triathlon

14 NutriçãoO papel da alimentação na

recuperação pós-Ironman

18 SaúdeAsma induzida por exercício físico

30 Ironman Brasil 2011O que dizem os atletas

profissionais brasileiros

51 Os estrangeiros no IronmanConfira o que disseram as feras que estarão no Brasil

65 Belas e FerasMelissa Gosenheimer, a Sra. Balman

56 Últimos conselhosNão erre na hora “H” no Ironman Brasil

76 Triathlon OlímpicoCopa do Mundo de Monterrey

82 OpiniãoO que fazer após o Ironman

89 Natália CastroUma ex-BBB no Ironman Brasil 2012

Cartas para a redação:faleconosco@

mundotri.com.br

27 Bike TechDiferenças na mecânica da

pedalada

Erramos:

Na página 10 da edição de abril escrevemos que o preço sugeri-do da mochila Mynd Transition Bag era de R$250,00, enquanto que, na verdade, é de R$300,00.71 Preview

XTERRA Amazon

73 Cross TriathlonCampeonato Mundial da ITU

Os artigos dos colunistas são de responsabilidade dos mesmos e não refletem ne-cessariamente a opinião da MundoTRI.

Proibida a reprodução de qualquer conteúdo sem au-torização.

Muitas das atividades cita-das e mostradas na Revista envolvem riscos. Não tente realizá-las se não estiver ca-pacitado e com o equipa-mento correto.

62 Ciência do TriathlonCarboidratos a la mineira - parte 2

Page 9: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

8 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 98 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 9

CAPA: Paratriatleta no Mundial de Cross Triathlon. Foto: Janos Schmidt - triathlon.org

GPS Ciclocomputador Bryton Rider50

Acompanhe toda sua evolução e saiba exatamente como você está treinando

REVIEW

Por Wagner Araújo

Page 10: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

10 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1110 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 11

O GPS Bryton Rider 50 é o produto top de linha da nova marca que acaba de entrar no mercado, con-corrente direto do Garmin Edge 705, com a dife-rença do Rider 50 já vir completo, com sensor de frequência cardíaca e cadência, sem a necessidade de comprar nenhum acessório adicional.

O que chama a atenção no aparelho é sua grande tela de LCD, onde é possível exibir mapas, como em um GPS veicular. A tela grande, surpreenden-temente, não significa alto consumo de bateria. Em nosso teste, ele ficou com o GPS ligado por mais de 15 horas ininterruptas.

No que se refere a mapas, o Bryton Rider 50 tem praticamente todas as vias em detalhe, o que é ex-tremamente importante quando se está exploran-do uma região. Os mapas são carregados a partir de um cartão de memória inserido no GPS.

Na operação, há diversas opções de configuração, com seis telas diferentes, cada uma delas com 33 opções de campos de dados (velocidade, cadência, frequência cardíaca etc.). Assim, ao todo, são mais de 700 possibilidades de personalização das infor-mações exibidas na tela. Como o aparelho também é um receptor ANT, pode receber inclusive dados de medidores de potência. Um barômetro também mede com precisão a altitude e a elevação,

Além dos modos de dados, há ainda o modo de parceiro virtual, na qual o atleta pode acompanhar um parâmetro preestabelecido ou um registro an-terior, como um recorde em um percurso.

Confira mais características e fotos do teste:

Comparação de tamanho com o popular Garmin 310 XT

Pacote completo de acessórios

Montagem na bike

O sensor de cadência é menor em comparação ao da Garmin

Page 11: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

10 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1110 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 11

A Excelente visualização de mapas

Diferentes telas de dados podem ser exibidas

O modo “Retornar para casa” permite que você volta ao ponto de partida.

A navegação com bússula é uma das opções do aparelho

Conclusão

Trata-se de uma opção apropriada para treinos de ciclismo e mountain bike. Não se trata de um GPS multiesporte, mas oferece recursos adicionais muito interessantes, especialmente no que se re-fere ao uso de mapas em estradas e trilhas. Além disso, chega a custar quase R$1.000,00 a menos do que o garmin Edge 705, seu concorrente direto. MT

Preço sugerido: R$1.249,00 na loja oficial: www.lojabryton.com.br

Page 12: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

12 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1312 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 13

www.sesc.com.br

Circuito Nacional

Foi dada a largadapara mais uma etapa do SESC Triathlon Circuito Nacional. Desta vez, atletas amadores e pro�ssionais vão testar seus limites, na capital federal. Anote na sua agenda.

Inscrições abertas de 19 de abril a 16 de maio pelo site www.sescdf.com.brPróxima etapa Brasília, dia 22 de maio

foto E

rik Isa

kson -

Getty

Imag

es

Page 13: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

12 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1312 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 13

www.sesc.com.br

Circuito Nacional

Foi dada a largadapara mais uma etapa do SESC Triathlon Circuito Nacional. Desta vez, atletas amadores e pro�ssionais vão testar seus limites, na capital federal. Anote na sua agenda.

Inscrições abertas de 19 de abril a 16 de maio pelo site www.sescdf.com.brPróxima etapa Brasília, dia 22 de maio

foto E

rik Isa

kson -

Getty

Imag

es

Page 14: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

14 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1514 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 15

O papel da alimentação na recuperação pós-Ironman

ÇNUTRICÃO

POR YANA GLASER

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 15: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

14 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1514 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 15

A sensação de alívio, de dever comprido, de realiza-ção pessoal e vários outros sentimentos indescritíveis, após atravessar a linha de chegada é algo inexplicável. Realmente, só quem atravessa aquela linha é que sabe a sensação. Mas os cuidados com a alimentação não acabam por ali. Dependendo do calendário e dos ob-jetivos do atleta, a nutrição APÓS A LINHA DE CHEGA-DA é essencial para uma recuperação mais rápida.

Após completar 226 kms nadando, pedalando e cor-rendo, o seu corpo gritará por ajuda. Seus estoques de glicogênio estarão deletados assim como seus fluídos e eletrólitos. Se pudéssemos ver as fibras musculares através de um microscópio, veríamos uma bagunça de células desorganizadas! Se não for consumido algo logo após a chegada, pode ocorrer uma resposta hor-monal desfavorável pondo em risco a sua saúde. O quanto antes você consumir um bom alimento, mais rápido será seu processo de recuperação.

A vantagem em consumir um bom alimento nos primeiros 30 minutos após a chegada é que seu corpo, nesse momento, estará mais capacitado para absorver os nutrientes.

Se você se pesar antes da largada e após a chegada, verá que perdeu alguns quilos! Com certeza você per-deu gordura, mas as maiores quantidades de quilos perdidos vêm da perda hídrica pelo suor, urina e respi-ração. Os músculos precisam de água! Por isso lem-bre-se de beber, até as próximas 48 horas, 1,5 litros de líquidos por quilo perdido (pode ser através de sucos, água, água de coco e bebidas isotônicas). O acréscimo de sódio em sua alimentação ajuda a aumentar a re-tenção dos líquidos, além de repor o sódio perdido. Evite bebidas que contenham cafeína e álcool, por causa do efeito diurético causado por elas.

O ideal é consumir nos primeiros 30 minutos, no mí-

nimo, entre 1 e 1,5 gramas de carboidratos junto com 0,25 a 0,4 g de proteínas por kg de peso. Repetir a cada hora até conseguir fazer uma refeição completa. O carboidrato vai ajudar a repor o glicogênio e a pro-teína vai fornecer aminoácidos para a reconstrução e reparação do tecido muscular.

Exemplo: um atleta de 70kg deve consumir entre 70 a 105 gramas de carboidratos junto com 17,5 a 28 gramas de proteínas.

A organização da prova oferece alimentos e bebidas. Opte por carboidratos de alto índice glicêmico como: batatas, massas, sopas, sanduíches, pizzas, frutas ou, caso não tenha apetite para sólidos, água de coco, sucos e repositores hidroeletrolíticos. É importante tentar comer pequenos pedaços de alimentos sólidos o quanto antes você conseguir.

Hoje em dia, existe no mercado bebidas e alimentos desenvolvidos especialmente para serem utilizados após eventos como estes, misturando o carboidrato com a proteína, acelerando o processo de recupera-ção.

Após o banho, antes de dormir, por mais que não ten-ha vontade, é de extrema importância realizar o que chamamos de uma refeição completa. Uma boa fon-te de carboidrato com alto índice glicêmico (massas, batatas, pães, etc), um pouco de proteína (um pedaço de carne magra, peixe, frango, ovo, etc) e uma fonte de gordura insaturada (azeite, castanhas, etc). Sem esquecer-se da hidratação (um suco de frutas natural vai agilizar a recuperação das vitaminas perdidas). Essa refeição também vai ajudar a quebrar o enjôo de pas-sar o dia inteiro comendo alimentos “doces” como os géis, barrinhas e bebidas esportivas.

Page 16: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

16 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1716 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 17

Nos próximos 2 dias o cuidado redobrado com a ali-mentação continua. Evite ficar mais de 3 horas sem comer, capriche na ingestão de alimentos fontes de carboidratos e vitaminas, sem se esquecer da hidrata-ção e dos aminoácidos encontrados nos alimentos com fontes protéicas (leites e derivados, carnes magras e grãos) e das gorduras insaturadas (oleaginosas e azeites são boas fontes.)

Se você for aproveitar para tirar umas férias depois do Ironman, não se esqueça de ajustar os seus hábitos diários alimentares, caso contrário irá ganhar peso. Você estava acostumado a se alimentar muito para equilibrar seu gasto energético durante o período dos treinos. Agora é fundamental que você diminua o seu consumo calórico diário, pois apesar de agora você ser um Ironman, a lei da física continua a mesma, infeliz-mente! A quantidade de alimentos consumidos deve ser igual à quantidade de energia gasta, caso contrário o ponteiro da balança irá subir. MT

O ideal é consumir nos primeiros 30 minutos, no mínimo, entre 1 e 1,5 gra-mas de carboidratos junto com 0,25 a 0,4 g de proteí-nas por kg de peso. Repetir a cada hora até conseguir fazer uma refeição comple-ta. O carboidrato vai aju-dar a repor o glicogênio e a proteína vai fornecer aminoácidos para a recon-strução e reparação do tecido muscular.

çnutricão

FIQUE ATENTO:

Estudos atuais comprovam que a L-glutamina e complexos vitamínicos ajudam a acelerar o processo de recu-peração e fortalecer o sistema imune (que é altamente afetado durante a prova devido a alta produção de radi-cais livres), evitando o aparecimento de doenças e lesões. Consulte seu médico e/ou nutricionista para melhores infor-mações.

Yana Glaser éNutricionista etriatleta há 10 anos.

REFERÊNCIAS UTILIZADAS PELA AUTORA:

American College of Sports Medicine, 2007 Exercise and Fluid Replacement Position Stand PowerBar Sport Nutrition Guidelines, 7/08.

American College of Sports Medicine, Sawka MN, Burke LM, Eichner ER, Maughan RJ, Montain SJ, Stachenfeld NS. American College of Sports Medicine position stand. Exercise and fluid replacement. Med Sci Sports Exerc 2007;39:377–390.

American College of Sports Medicine; American Di-etetic Association; Dietitians of Canada. Joint Position Statement: nutrition and athletic performance. Ameri-can College of Sports Medicine, American Dietetic Association, and Dietitians of Canada. Med Sci Sports Exerc 2000;32:2130–2145.

Burke L, Dean V, eds. Clinical sports nutrition. McGraw-Hill Companies, Australia, 2006; 415–453.

Currell K, Jeukendrup A. Superior endurance perfor-mance with ingestion of multiple transportable carbo-hydrates. Med Sci Sports Exerc 2008;40:275-281.

Jeukendrup AE, Moseley L, Mainwaring GI, Samuels S, Perry S, Mann. CH. Exogenous carbohydrate oxida-tion during ultraendurance exercise. J Appl Physiol 2006;100:1134-114.

Page 17: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

16 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1716 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 17

Sabe quantas árvores foram derrubadas para que você pudesse ler a MundoTRI

Magazine? Nenhuma.

Pense verde.

MundoTRI.com

Page 18: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

18 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1918 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 19

ASMAINDUZIDA POREXERCÍCIO FÍSICO

A campeã olímpica Emma Snowsill é a triatleta asmática mais famosa. Repare a “bombinha” em seu macaquinho.

Por Priscilla Dutra

Foto

: Del

ly C

arr

/ tria

thlo

n.or

g

Page 19: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

18 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 1918 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 19

A Asma é uma doença muito comum, principal-mente entre crianças e adolescentes. Ela é definida por uma inflamação dos pulmões que se caracteriza por uma hiper-reatividade das vias aéreas, levando a uma obstrução do fluxo de ar. Essa obstrução pode ser revertida espontaneamente ou com o uso de me-dicamentos de alívio, os famosos broncodilatadores.

O quadro se manifesta com episódios repetidos de tosse, chiado, aperto no peito e falta de ar, princi-palmente durante a noite. É o resultado da intera-ção entre os fatores genéticos, portanto, presentes na família, e exposição ambiental a diversos fatores desencadeantes, os chamados gatilhos: poeira, áca-ro, mofo, irritantes químicos, mudanças climáticas, infecções e exercício físico.

E agora vocês perguntam: Como assim o exercício físico pode desencadear a Asma? Não haveria algum engano?

Não, meus caros leitores, por incrível que pareça, a idéia de que o exercício seja um fator desencadeante da asma já existe desde a década de 60. Nesse perío-do, vários estudos demonstraram que o exercício físico era desencadeante comum da asma na criança e no adolescente e que a intensidade do espasmo in-duzido por exercício relacionava-se com a gravidade da doença. Portanto, o exercício pode desencadear a asma, assim como o contato com poeira, mofo, cheiros fortes e outros.

A diferença é que, enquanto os médicos tentam afastar os asmáticos dos gatilhos mais comuns da asma, a atividade física é um fator desencadeante que não deve ser afastado.

Ninguém deve ser proibido de fazer esportes por ser asmático!

Infelizmente, não é tão fácil identificar a asma por esforço. Nem mesmo as crianças entendem os sin-tomas e acabam achando que não nasceram para serem atletas, se passando por preguiçosos e muitas vezes sendo excluídos das brincadeiras ou jogos.

O que é a Asma Induzida por Exercício?

Bem, chamamos de Asma Induzida por Exercício (AIE) o conjunto de sintomas respiratórios e Broncoespas-mos Induzidos por Exercício (BIE) o conjunto de al-terações na prova de função pulmonar. Trata-se de

um aumento transitório da resistência das vias aéreas que ocorre após exercício vigoroso, não somente em uma grande parcela de asmáticos, mas também em alguns indivíduos sem história prévia de asma.

Os sintomas são: Tosse seca ou com produção de muco, aperto no peito, chiado e falta de ar duran-te ou após os exercícios. Geralmente piora nos dias frios e secos. É mais comum em criança, mas pode ocorrer em qualquer idade, até mesmo em idosos. Algumas vezes, os sintomas não são típicos e o bron-coespasmo pode se apresentar como dor torácica ou abdominal.

A sensação de falta de ar ao realizar esforços físicos é considerada normal para a maioria das pessoas que não estão treinadas. Em atletas amadores ou profis-sionais, é logo explicada pela falta de treinamento, o que leva a um aumento da carga de trabalho. Quan-do esse caminho não se mostra eficaz, logo se inves-tigam doenças cardíacas.

Poucas vezes a asma é lembrada como causa de baixo rendimento.

Prevalência em atletas

A prevalência de asma entre atletas olímpicos vêm aumentando nas últimas décadas. Em 1976, 9.7% dos atletas da delegação olímpica americana eram portadores de asma contra 11% em 1994 e 20% dos atletas que participaram das Olimpíadas de 1996.

Recentemente, foram publicados os dados das últimas Olimpíadas em relação ao uso de broncodilatadores coletados dos formulários apresentados à comissão medica do Comitê Olímpico Internacional (MC-IOC). De todos os atletas participantes, 5.2% usaram bron-codilatadores nos Jogos de Inverno de 2002, 4.2% nos jogos de 2004, sendo que nas modalidades de endurance a prevalência foi maior, principalmente no ciclismo, seguido pelo triathlon e natação.

Atletas olímpicos são ídolos para todas as crianças que praticam as mais diversas modalidades esporti-vas.

Os consensos atuais preconizam que a atividade física sem restrições é um dos maiores objetivos do trata-mento ideal da asma. Além disso, praticar esportes é componente fundamental para o desenvolvimento físico, psíquico e social de qualquer criança saudável.

Page 20: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

20 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2120 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 21

O triatleta neoze-landês Kris Gemmel também é asmático. Repare a”bombinha” presa no quadro de sua bike.

Portanto, o ótimo manejo da asma no esporte vai mais além do que tratar um atleta em especial.

Asma induzida por esforço é o termo mais utilizado para descrever os sintomas, enquanto broncoespas-mos induzido por esforço é empregado para as alte-rações nos exames de função pulmonar compatíveis com obstrução ao fluxo de ar.

O mecanismo que explica a alta incidência de asma em atletas é a alta ventilação pulmonar, muitas ve-zes maior que 280 l/min, levando à perda de calor e água nas vias respiratórias. Esse mecanismo é exacer-bado nos atletas que treinam em locais muito frios e secos e em nadadores submetidos, repetidamente, a grandes concentrações de derivados do cloro.

Tratar a asma em um atleta de alto rendimento pode parecer um luxo, pois muitos se referem à “falta de ar”, mesmo atingindo uma capacidade física invejáv-el, muitas vezes além do que se considera normal.

Justamente nessa população tão diferenciada, o ótimo manejo da asma é tão importante. Relatos

sobre 263 mortes de atletas apontam que a asma foi a causa da morte de 61, e na maioria das vezes, atletas durante competições. Destes, somente um atleta estava utilizando corretamente o tratamento de manutenção.

Devemos lembrar que atletas olímpicos são sub-metidos a treinamentos extremos, em condições climáticas nem sempre favoráveis, além de contínua pressão por melhores resultados, viagens frequentes e exposição repetida aos múltiplos fatores desen-cadeantes da asma. Esses fatores contribuem para o aumento observado na prevalência da asma nesta população e torna crucial o tratamento adequado na manutenção, tanto da saúde como dos resultados esperados.

Além da asma, outras doenças alérgicas como a rinite, a conjuntivite e as dermatites atópicas são mais comuns entre atletas. Quando há uma associa-ção de atopia e hiper-reatividade brônquica em um atleta exposto aos fatores alergênicos citados acima, a chance de esse atleta sofrer de problemas respi-

Foto

: Del

ly C

arr

/ tria

thlo

n.or

g

Page 21: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

20 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2120 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 21

ratórios como asma e rinite é muito grande.

A rinite alérgica também é mais frequente em atle-tas de alto rendimento, atrapalhando a performance esportiva, principalmente nos países do hemisfério norte, onde as estações do ano são demarcadas pelas variações extremas de temperatura e polinizações.

Os atletas de modalidades aquáticas também são mais frequentemente acometidos pela rinite e con-juntivite alérgicas. Estudos demonstraram que atletas com tratamento adequado para rinite apresentaram melhora dos sintomas respiratórios, na qualidade de

No Brasil, a principal “representante” dos asmáticos no Triathlon é Carla Moreno.

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

vida e nos resultados esportivos.

Sabemos que asma e rinite são doenças que andam de mãos dadas, ambas atrapalham extremamente a vida diária de um atleta.

A rinite caracteriza-se pela presença de coriza, obs-trução, coceira no nariz e espirros constantes. Pode ainda ser a causa de ronco e dificuldade de dormir. Todo atleta com diagnóstico de rinite deve ser avali-ado para asma e BIE.

Além da espirometria simples em repouso, testes com broncodilatadores e broncoprovocação podem desmascarar uma asma como causa de baixo rendi-mento. Além destes cuidados, locais destinados às competições, principalmente as internacionais, de-vem ser mapeados quanto a presença de polinizações e condições climáticas locais. Dessa forma, a equipe médica juntamente com os técnicos e dirigentes podem preparar o atleta para que o pico de perfor-mance atlética esperada não seja “atropelado” por uma crise de alergia ou asma. Portanto, um ótimo controle dessas doenças é extremamente desejável em todos os atletas.

Regras do Comitê Olímpico Internacional

A primeira descrição de broncoespasmo em atletas de alto rendimento foi em 1989, em nadadores no-ruegueses. Pouco mais tarde, o mesmo fenômeno foi descrito em esquiadores. Preocupados com a ele-vação do uso de broncodilatadores entre atletas e com a possibilidade de estas drogas serem utilizadas para aumentar a performance do atleta não asmáti-co, em 1993 surgiram as primeiras regras do Comitê Olímpico Internacional regulamentando o uso dos broncodilatadores no esporte.

Nesta época, atletas com história de asma foram au-torizados a usar salbutamol e terbutalina inalados. Em 1996 foi autorizado o uso de salmeterol e em 2001 também de formoterol. Os medicamentos de-veriam ser prescritos por médicos em atletas com histórico de asma ou asma induzida por esforço.

Em 2001, novas regras foram introduzidas para a liberação das medicações para o controle da asma, solicitando testes de função pulmonar aos atletas e preenchimento de formulários abreviados. Pequenas modificações foram acrescentadas às regras e em

Page 22: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

22 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2322 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 23

2006 foram liberados os corticóides tópicos nasais, permanecendo restrições aos beta-agonistas e cor-ticóides inalados.

Muitos médicos apontam que tais restrições pode-riam trazer consequências negativas para alguns atle-tas que preenchem tais critérios, porém apresentam quadro clínico de asma.

Ainda, os atletas asmáticos não tratados estão com-petindo em condições de desigualdade, além de es-tarem sujeitos a crises se não receberem tratamento profilático para a asma.

Drogas para asma não devem ser consideradas do-ping. A manutenção correta do tratamento é funda-mental para a saúde e para o resultado do atleta. A interrupção do tratamento não deve ser encorajada, pois pode trazer riscos à saúde e perda de rendimen-to.

Como fazer o diagnóstico da asma em

atletas?

O diagnóstico da asma em atletas não difere do da asma em uma população normal. É baseado na história clínica e na presença de sintomas respiratóri-os, caracterizados por episódios repetidos esponta-neamente ou com o uso de broncodilatadores.

O termo “asma” atual refere-se à presença de sin-tomas pelo menos uma vez durante o último ano.

O diagnóstico da asma em atletas nem sempre é sim-ples, pois a doença tem uma apresentação variável e intermitente, podendo aparecer somente durante esforços extremos.

Devemos lembrar também que enquanto o sistema cardiovascular e os músculos esqueléticos respondem a treinamento aeróbico, aumentando sua capacidade, o mesmo não acontece com o sistema respiratório. Muitos atletas apresentam queda da oxigenação du-rante esforços extremos. Muitas vezes, distinguir a asma de alterações fisiológicas não é tão simples e assim que for estabelecido o diagnóstico da asma, o tratamento deve ser iniciado.

Tratamento da asma em atletas

Sabendo da importância e urgência de instituir trata-mento imediato para atletas asmáticos, os formulári-os WADA são abreviados ( Abbreviated Therapeutic Use Exemptions – Atue, Formulário de isenção de uso terapêutico ).

Uma vez recebido pelas autoridades competentes, o atleta já está autorizado a iniciar a medicação en-quanto seu processo está em análise. Nesse período, ele não ficará sujeito às sanções do controle anti-do-ping. Doses urinárias maiores que 1.000 nanogramas de beta-agonistas são consideradas positivas, mesmo em atletas autorizados.

O tratamento deve então ser rigorosamente monito-rado. A ausência de resposta à terapêutica em atle-tas com boa aderência ao tratamento deve levantar a hipótese de diagnósticos diferenciais, como a dis-função de cordas vocais, doenças cardíacas e outras doenças do sistema respiratório.

As doses dos medicamentos devem obedecer à menor dose possível, prevenindo possíveis efeitos colaterais indesejáveis. Alguns pontos importantes devem ser levantados quanto à realização dos testes de função pulmonar em atletas.

• As regras são aplicadas somente aos atletas de alto rendimento. Atletas amadores ou das categorias mais jovens não necessitam de autorizações para iniciar o tratamento para asma. É desejável que cada atleta se informe junto à sua confederação sobre as regras vi-gentes para a sua idade e para os campeonatos que estarão participando.

• Os médicos responsáveis pelas equipes devem man-ter-se informados tanto das atuais diretrizes para o controle da asma, quanto das regras em relação ao controle de doping.

• É extremamente desejável que a comissão médica permaneça em estreito contato com o atleta e seu técnico, com o objetivo de alcançar o controle ideal da asma sem ferir as regras do doping.

• É fundamental lembrar que o momento ideal para a realização dos testes de função pulmonar deve ser distante da data de competições importantes. Para obter resultados fidedignos, a medicação de controle e alívio deve ser suspensa, o que não é recomendável próximo a esses eventos, onde o pico de rendimento é esperado e uma crise de asma pode ser catastró-fica.

Page 23: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

22 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2322 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 23

• A asma é uma condição muito variável. Portanto, mudanças de clima e ambientes devem levar à cons-tante reavaliação do tratamento.

• Alergias respiratórias são associadas. O tratamento da rinite alérgica não deve ser menosprezado. Os an-tialérgicos não sedantes são permitidos e preferidos atualmente.

A melhor forma de tratar a asma e a asma induzida por esforço é saber reconhecê-la. É fundamental que pais, professores, técnicos e médicos esportivos este-jam bem informados da existência dessa condição e suas consequências. Dessa maneira, podem adotar as medidas necessárias para o diagnóstico, prevenção e tratamento.

Treinadores não alertados podem presumir que o atleta não esteja se empenhando adequadamente e aumentar o broncoespasmo e seus sintomas, o que, com certeza, aumentará os atritos entre o atleta e seu técnico.

O tratamento da asma em atletas segue as mesmas diretrizes do tratamento da asma na população geral, ressaltando a importância da medicação de controle e de alívio, ou seja, do uso contínuo de antiinflamató-

rios e do uso correto dos broncodilatadores.

A diferença nos atletas é que eles são continuamente submetidos a condições extremas, portanto, neces-sitam de tratamento correto para garantir o me-lhor desempenho. Por outro lado, a possibilidade de efeitos colaterais dos medicamentos deve ser cuida-dosamente monitorada.

Drogas para o controle da asma

Corticóide inalatório

O controle mais efetivo da asma e a redução do bron-coespasmo induzido por esforço são atingidos na maioria dos atletas através do uso dos corticóides i-nalados. Em um mês, o efeito já é observado e o uso dos corticóides aumenta o efeito protetor dos beta-agonistas utilizados antes dos exercícios.

As doses devem ser suficientes para o controle da asma, sempre monitorando a possibilidade de ocor-rência de efeitos adversos locais e sistêmicos.

Diversas drogas são utiliza-das no tratamento da asma.

Page 24: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

24 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2524 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 25

Todos os corticóides orais, venosos ou intramusculares são proibidos!

Em situações de emergência deve-se medicar o atleta e enviar uma TUE – formulário de Therapeutic Use Ex-emptions – às autoridades competentes de cada mo-dalidade, o mais breve possível.

Os corticóides inalados necessitam de autorização, como a abbreviated TUE. Os corticóides tópicos nasais não necessitam ser autorizados.

Antileucotrienos

O uso de antileucotrienos (Montelucast) é indicado nos atletas asmáticos isoladamente ou em associação aos corticóides inalados.

Por não ser necessária autorização, é uma excelente droga para o controle dos atletas que ainda não re-alizaram todos os exames ou que não atingiram os critérios estabelecidos. O uso de antileucotrienos dis-pensa a preocupação com os efeitos adversos relacio-nados aos esteróides. O controle de sintomas e função pulmonar é indispensável, principalmente se usados em associação com os broncodilatadores.

Drogas para o alívio dos sintomas

Beta-2-agonistas ou beta-adrenérgicos inalatóri-os

Nos pacientes com asma intermitente, prova de função pulmonar normal e sintomas desencadeados somente ao esforço, a administração de beta-adrenérgicos de ação curta, 15 minutos antes do esforço, é suficiente para prevenir o broncoespasmo induzido por exercí-cio.

As drogas liberadas com autorização são o salbutamol e a terbutalina, sempre por via inalatória.

A administração de qualquer broncodilatador por via oral não é permitida e também a substância formote-rol, bastante utilizada no nosso meio, é proibida pelas regras do doping.

Podem ser usados também os beta2-adrenérgicos de longa ação, salmeterol ou formoterol sendo este úl-timo mais indicado pela sua ação de inicio rápido e também efeito prolongado (8 a 12 horas). De acordo

com as diretrizes atuais, também entre atletas, o uso de broncodilatadores como monoterapia não é indi-cado.

A combinação com algum antiinflamatório é sempre mais acertada, principalmente pelo fato do exercício ser uma atividade diária e não de exceção na vida desses atletas. A combinação das drogas deve ser acertada caso a caso, visando o ótimo manejo da asma durante a realização da modalidade física do atleta.

A medicação pode ser alterada em função das esta-ções do ano, viagens, locais diferentes de treinos ou das competições.

O monitor de pico de fluxo é um instrumento simples, de baixo custo e bastante prático para o automanejo da asma pelo atleta e seu técnico.

Quando um tratamento adequado para asma é insti-tuído, mas os sintomas não melhoram, deve-se checar as causas mais frequentes de falha terapêutica: técnica inalatória inadequada e ou baixa aderência ao trata-mento. Se os sintomas persistirem, o diagnóstico de asma deve ser reavaliado.

Muitos atletas experimentam crises de asma durante treinos e competições. É fundamental que os técnicos e os demais atletas estejam familiarizados com a asma e suas apresentações.

O acesso fácil a um broncodilatador de ação rápida (salbutamol spray) é desejável, de preferência com a ajuda do espaçador para facilitar a administração do remédio de alivio em situações de emergência.

Os técnicos esportivos devem ser treinados para o procedimento adequado em caso de ocorrer um bron-coespasmo agudo durante o exercício.

O procedimento correto deve ser interromper o exer-cício e administrar broncodilatadores beta2-adrenérgi-cos por inalação ou spray. Muitos treinadores não es-tão habituados a utilizar as famosas bombinhas. Pior, muitos ainda desencorajam o atleta a usá-la.

A informação correta é a melhor aliada contra emergências desnecessárias.

O que você precisa saber

Page 25: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

24 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2524 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 25

O exercício é um conhecido fator desencadeante da asma e diferente dos outros gatilhos, o exercício não deve ser afastado do paciente com asma!

Em todas as idades, as atividades esportivas são ins-trumentos de convívio social, participação de grupos e formação de novas amizades.

O asmático pode e deve realizar qualquer atividade física que desejar. Para isso, a asma deve estar sob controle. Portanto, esportes mais comuns, como cor-rida, bicicleta, jogos de quadra ou campo, enfim, qualquer modalidade esportiva pode ser escolhida. A natação sempre foi apontada como a melhor escolha para o asmático e ganhou fama de “curar a bron-quite”.

A prática regular de esportes deve ser encorajada, mas nunca como forma isolada de tratar a asma. Algumas crianças podem até piorar ou desencadear a asma após a natação, seja pelo próprio exercício, inalação de cloro ou ainda pela alta frequência de rinite e sinusite em nadadores. Por outro lado, muitos campeões olímpicos de natação começaram suas car-reiras tentando se curar da asma nas piscinas.

A mensagem é: Trate a asma para nadar bem! Ou, melhor ainda, trate a asma para viver bem e ser um

campeão em qualquer esporte!

É extremamente importante ressaltar que todas as re-gras descritas acima são necessárias apenas para os atletas olímpicos ou sujeitos a exames de controle de doping.

As regras não devem ser encaradas como obstáculo para o tratamento adequado da asma. Nenhum atle-ta deve ser encorajado a suspender seus medicamen-tos.

Os remédios da asma não são proibidos, mas sim con-trolados. Os técnicos devem estar muito conscientes sobre as sérias consequências da suspensão da medi-cação para o controle da asma.

Existem muitos pequenos atletas potenciais que estão amedrontados pela asma. A asma não deve nunca ser um obstáculo para o desenvolvimento esportivo.

E lembre-se: A asma bem controlada, com certeza, vem acompanhada de muitas medalhas! MT

Foto

: Del

ly C

arr

/ tria

thlo

n.or

g

Page 26: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

26 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2726 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 27

Page 27: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

26 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2726 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 27

Diferença

s na

mecânica d

a

pedalada

por Felipe Campagnolla

BIKE TECHFo

to: E

duar

do R

osa

Page 28: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

28 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2928 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 29

Entender como funciona na prática sua pedalada é muito importante para determinar a escolha de alguns componentes da bicicleta e, às vezes, qual o modelo que lhe atenderá melhor.

A princípio, é importante saber que a pedalada difere de acordo com a modalidade. Por isso, sua mecânica deve ser adequada para aquilo que a modalidade exi-ge. Assim, cada pessoa se mostra mais confortável e com melhores resultados em determinado tipo de prova.

A diferença técnica de cada modalidade é perceptível no momento que o pedivela está paralelo ao chão (posição de 9 horas), nesse ponto é feita uma compa-ração para determinar qual o avanço da articulação do joelho em relação ao eixo do pedal, é esse número que vai determinar o quanto sua mecânica está adaptada para sua bicicleta. Não existe um número exato e sim intervalos onde a mecânica se mostra mais eficiente, respeitando as particularidades do estilo de pedalada de cada um e também suas medidas antropométricas, que às vezes podem ser determinantes no seu posicio-namento.

No MTB, a exigência de potência absoluta é maior devido ao terreno e poucos trechos pedalados em relação ao ciclismo e triathlon, nesse caso a geração de torque é benéfica e a articulação do joelho posi-cionada pouco atrás do eixo do pedal se torna eficaz, possibilitando melhor aproveitamento da força.

No ciclismo temos o modelo mais complexo de mecâni-ca de pedalada devido às diferentes posições que a bi-cicleta permite quando se altera a pegada no guidão. Na posição padrão, com as mãos no STI o ideal é o que a articulação do joelho fique alinhada com o eixo do pedal, tornando-se uma posição versátil para atender ciclistas que pedalam com menor cadência e maior geração de torque ou aqueles que possuem maior cadência e força aplicada com melhor distribuição du-rante o ciclo de pedalada. No momento que se muda a posição para transpor uma longa subida, naqueles casos que a cadência reduz e a pedalada se torna mais pesada, o torque passa a ser importante para manutenção da velocidade, nesse caso uma posição mais recuada no selim e as mãos na parte superior do guidão, mais próxima a mesa, possibilita uma mecâni-ca mais próxima do MTB. Essa mudança resulta em melhor aproveitamento da força. Em trechos muitos inclinados e de maior distância é possível que a região lombar sinta o esforço, mas essa dor não deve ser analisada como um mau posicionamento na bicicleta.

A outra situação é quando o ciclista pedala sozinho, muitas vezes em uma fuga, onde faz a pegada no drop do guidão e avança até a ponta do selim, dei-xando a articulação do joelho avançada em relação ao eixo do pedal, facilitando a manutenção da cadência e permitindo melhor distribuição de força durante o ciclo de pedalada, exigindo a musculatura de forma equilibrada aumentando a resistência em um esforço elevado.

O triathlon, por ter um ciclismo com a maior parte em trechos planos e por possibilitar a posição avançada do selim (deixando a articulação do joelho bem avançada em relação ao eixo do pedal), permite uma pedalada muito eficiente, equilibrando o desgaste muscular e facilitando a manutenção da cadência. Isso ainda preserva a musculatura para a etapa de corrida.

Com uma boa análise de sua pedalada e um bom bike fit para determinar qual o avanço correto do selim, é possível aconselhar um tamanho correto de pedivela, que lhe trará melhor rendimento de sua pedalada.

Foto

: Edu

ardo

Ros

a

Felipe “PIPO” Campagnolla é Diretor da Vélotech e habilitado Retul bike fit e Co-laborador da equipe SCOTT FITTIPALDI MTB Racing team.

Page 29: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

28 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 2928 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 29

�0

�5

�2�5

�7�5

�9�5

�1�0�0

Page 30: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

30 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3130 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 31

AS EXPECTATIVAS DOS PROFISSIONAIS

Conversamos com os principais atletasnacionais e nossos “hermanos” mais queridos sobre o que esperam da prova

IRONMANBRASIL2011

* Os atletas são apresentados pela ordem do número de inscrição na prova.

Page 31: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

30 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3130 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 31

“A cada ano que passou melhorei

meu resultado no Ironman, em es-

pecial no ano passado, onde creio

ter surpreendido muita gente com a

segunda colocação. Não que eu não

pudesse fazê-lo, mas sabendo da pre-

sença de grandes nomes eu ficava em

segundo plano. Com esse resultado

da segunda colocação e outros bons

resultados que tive durante o ano de

2010, as expectativas cresceram não

só para mim, como também para os

seguidores do Ironman. Será que este

ano o Ezek leva? Essa pergunta deve

estar na cabeça de muitos, e porque

não na minha também. Tenho treina-

do bastante, fiz algumas provas para

avaliar e pegar ritmo nos últimos três

meses.”

Ezequiel Morales

2º lugar em 2010

Page 32: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

32 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3332 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 33

“Minha intenção é fazer uma prova

mais consistente que a do ano pas-

sado. Analisando os gráficos do ano

passado, Power/ HR/ CAD no ciclismo

e pace / HR na corrida, é nítido que

minha performance caiu muito no úl-

timo terço do ciclismo e no 1/2 da cor-

rida, dei uma melhorada nos treinos

visando melhorar estes dois pontos.

No mais, uma pequena mudança na

alimentação e de resto tudo igual.

Apesar de estar no triathlon há 17

anos, me considero um novato no Iron-

man, tendo em vista que se trata de

“outro” esporte. Então, certamente,

outras dificuldades aparecerão e no-

vamente terei que trabalhar em cima

delas.”

Santiago Ascenço

3º lugar em 2010

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 33: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

32 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3332 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 33

“Floripa é um lugar onde sinto-me

como se estivesse em casa. A viagem

é curta da Argentina para lá, não tem

fuso horário, é realmente muito tran-

quilo. Além do que, minha família

também é brasileira, e sempre conto

com uma torcida muito grande todas

as vezes que vou competir o Ironman

Brasil. Em 2011, pretendo fazer mais

de três Ironmans no ano, então minha

expectativa é sempre manter regu-

laridade que tenho em provas dessa

distância, e estar entre os protagonis-

tas. Adoro ir para o Brasil, o clima, a

prova, a torcida, a organização, meus

amigos que estão lá, então quero dis-

frutar e aproveitar ao máximo o dia.”

Eduardo Sturla

tricampeão do Ironman Brasil e 5º lugar em 2010

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 34: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

34 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3534 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 35

“A única coisa que posso falar so-

bre a minha participação no Iron-

man Brasil 2011 é sobre o Projeto

Solidário para ajudar uma escola

na Argentina, que atende quase

100 alunos com deficiência física

e financeira. Leiloamos 15 pacotes

com inscrição para o Ironman Bra-

sil, uniformes da minha grife, a OG

Design, uma planilha de treina-

mento geral e parte do dinheiro

arrecadado foi doado para a escola

Apadim, em Córdoba. Montamos

uma academia de reabilitação para

jovens. Esse projeto social me deixa

mais realizado como ser humano e

a minha presença no Ironman será

importante, pois esses 15 atletas

estarão lá competindo.”

Oscar Galindez

Tricampeão do Ironman Brasil e 5º lugar em 2010

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 35: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

34 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3534 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 35

“Este será o meu terceiro Ironman e,

na verdade, o primeiro para o qual es-

tou treinando de forma mais específi-

ca. Estou buscando uma adaptação às

distâncias mais longas para me tornar

um verdadeiro triatleta, depois de 23

anos no esporte. Acho que estou no

caminho certo e incorporando o es-

pírito da prova. O primeiro objetivo é

o de enfrentar a distância com muita

garra, o segundo, de tentar melhorar

meu tempo, que é de 9:15.”

Antônio Manssur Filho

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 36: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

36 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3736 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 37

Page 37: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

36 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3736 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 37

“Estou muito feliz e sou muito gra-

to a Deus por me dar muita saúde e

força para fazer o esporte que tanto

amo.

Minha expectativa para o Ironman

Brasil é, antes de almejar qualquer

posição, tentar colocar em prática

tudo que venho treinando ao lon-

go de minha carreira. Acontecendo

isso, ficarei satisfeito com meu re-

sultado.

Meus treinamentos foram pratica-

mente iguais. O que talvez possa

mudar alguma coisa, seria o fato de

eu já ter completado 22 Ironmans.

Isso de certa forma me dá um pou-

co mais de tranquilidade, mas vale

lembrar que cada prova é sempre

um aprendizado a mais.

Obrigado especial a minha esposa

e meu filho, meus patrocinadores e

apoiadores, todos os profissionais

que trabalham comigo e aqueles

que torcem e acreditam em mim!

Desejo boa prova a todos e nos ve-

mos na linha de chegada.”

Ivan Albano

Page 38: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

38 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3938 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 39

“A sensação é que treinei o que pude para

completar bem essa prova. Há 3 anos que eu

tenho vontade de fazer essa brincadeira. A-

gora chegou a hora! Então é colocar tudo que

venho treinando desde os 20 anos de idade.

Expectativa de um bom resultado, claro que

tenho, como todos têm. Mas tenho que ser

realista e saber o que é um bom resultado

para mim. Esses dias pra trás, durante um trei-

no, fiquei pensando que o impossível está na

cabeça de cada um. Na minha cabeça, para

esse Ironman, nada é impossível, até porque

não sei o que esperar de uma prova tão temi-

da por todos. Creio que estou preparado para

terminar a prova, agora se vou ser TOP 10,

TOP 5, TOP 74, TOP 234, só o dia 29 de maio

vai me dizer. E até lá eu estarei treinando e

treinando para que sofra o mínimo possível.

Espero realmente que acerte na alimentação,

acerte o pace, que tenha calma e prudência

se alguém mais forte me passar, que beba

bastante água para não me desidratar, que

minha companheira (bike) chegue inteira ao

final dos 180km. Tenho alguns medos, como

todos têm, mas espero que nesse dia eu es-

teja forte para vencê-los! Fazer uma natação

bem ritmada, um ciclismo consistente e uma

corrida maravilhosa é a prova perfeita. Vou

largar para isso. Mas só de estar no clima de

Ironman já estou começando a ficar realizado

com o Triathlon. Agora é para valer. Nos ve-

mos em Jurerê!”

Chicão Ferreira

Foto

: Edu

ardo

Ros

a

Page 39: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

38 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 3938 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 39

“O Ironman é uma prova temível. E

quem acompanhou o diário sabe que

dei muita importância na minha prepa-

ração para o Ironman Brasil 2011. Minha

grande expectativa era ter chegado até

aqui treinando o possível, sem nenhum

motivo que me fizesse perder as espe-

ranças (lesões, doenças etc).

Quanto à prova em si, espero ter um

resultado condizente com minha prepa-

ração. Um top 5 seria fenomenal, mas

como depende de outros atletas, pre-

firo dizer que queria mesmo era fazer

uma prova não tão conservadora, ar-

riscar um pouco em todas modalidades,

e assim, procurar obter um tempo final

muito bom. Espero que consiga termi-

nar abaixo das 8h39 do ano passado.

Também gostaria desejar boa sorte e

coragem a todos competidores que tam-

bém enfrentarão o desafio.”

Guilherme Manocchio

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 40: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

40 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4140 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 41

“Minha preparação para o Ironman Brasil tem sido

bem parecida com a do ano passado, porém fiz al-

gumas mudanças. Para este ano, adicionei um pouco

mais de volume no ciclismo, fazendo 6 treinos de

200km e um de 220km. Na natação, fiz um volume

um pouco maior também, e sinto que isso ajudou na

minha performance. Já na corrida, como decidi correr

com os FiveFingers, fiz muito treino longo de corrida

descalço na areia fofa. Inclusive, um desses trei-nos

chegou a 18km na areia. Essa preparação me ajudou

a acostumar minha musculatura e adquirir força.

Posso dizer que, a grande diferença no meu treino

para esse ano foi o foco na nutrição. Por ser um atleta

vegan e 100% raw (cru), ou seja, não comer nenhum

produto animal ou derivado de, alem de não comer

nada cozido a mais de 50 graus, isto ajudou muito na

minha recuperação entre um treino e outro, o que

me possibilitou treinar mais e mais forte para este

Ironman.

O fato de eu ser meu próprio técnico e nutricionista

me ajuda muito a escutar meu corpo. Isto porque,

quando estou muito cansado de um treino que não

me recuperei bem, posso mudar meu treino imedi-

atamente, chegando, às vezes, a não treinar. Pre-

zo muito a recuperação entre um treino e outro, e

acredito que o descanso faz parte do treino também.

Agora é só ver o que acontecerá em Florianópolis.

Meu objetivo é fazer o mais próximo de 9 horas pos-

sível, chegar no final do ano abaixo de 9 horas e, em

2012, ir à Kona como profissional.”

Richard Wygand

Foto

: Arq

uivo

pes

soal

Page 41: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

40 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4140 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 41

“Não tenho expectativas para a prova.

Tenho muita alegria em poder ser uma

atleta profissional durante tantos anos

e poder me dedicar a um esporte que

ajudei a inventar. Sou uma das pionei-

ras desse esporte e fico muito feliz em

ver o seu crescimento.

A minha vida e esse esporte estão

de uma certa forma interligados. São

quase 30 anos de carreira. Hoje tenho

o imenso prazer de competir com uma

novíssima geração e, ao mesmo tem-

po, ter vivido um tempo de ouro do

esporte.

Na realidade, minha expectativa é

para que esse esporte possa crescer

muito mais e ser bem mais difundido

no Brasil.

Os meus resultados são a prova da

minha paixão pelo que mais amo fa-

zer: competir.”

Fernanda Keller

Bicampeã do Ironman Brasil

Foto

: Lin

kpho

to.c

om

Page 42: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

42 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4342 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 43

“Cada Ironman para o qual você se

prepara é diferente. Em meu primeiro

Ironman, tinha muita expectativa e

ansiedade, porque não sabia se pode-

ria completar. O que mais me preocu-

pava era se poderia completar os 180k

de bike.Os Ironmans seguintes foram

diferentes. Eu sempre queria melhorar

o tempo da prova anterior.

Neste ano, como todos os Ironmans

que já fiz (5 no meu currículo), a pre-

paração também tem sido diferente,

com uma bagagem grande de treino

e com mais experiência. Quero ter um

rendimento melhor que o ano ante-

rior e poder deixar em cada modali-

dade 100% de mim. Além de dar tudo

de mim, quero curtir e sentir a prova a

cada momento.

Se puder chegar dentro do Top 3 seria

fantástico, porque isso me permitiria

sonhar em tentar uma nova classifica-

ção para o Havaí! ”

Maria Soledad Omar

3º lugar no Ironman Brasil 2010

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 43: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

42 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4342 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 43

“Realizo um trabalho com uma equipe

multidisciplinar desde janeiro de 2009

e agora, na reta final para o Ironman

Brasil 2011, percebo um amadure-

cimento nos treinos e progressos nas

três modalidades.

Para esta prova, venho treinando desde

meados de janeiro (após competir em

Pucón), aproximadamente 18 semanas

(cerca de 4 treinos semanais de cada

modalidade). Nesse período, competi

as três primeiras etapas do Catarinen-

se de Triathlon, sendo a última delas

de longa distância, que usei para fazer

os últimos testes para o Iron. Venci a

prova fazendo um ciclismo forte e con-

seguindo manter uma corrida consis-

tente, o que me deixou mais confiante

e motivada.

Treino quase que diariamente no per-

curso do Ironman e espero que esse

conhecimento, juntamente com a e-

nergia da torcida da minha cidade e

minha determinação, resultem num

duplo SUB10 (horas de prova e coloca-

ção).”

Mariana BorgesFoto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 44: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

44 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4544 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 45

“Tive a oportunidade de vivenciar a ex-

periência de completar um Ironman em 2007,

quando estava com 20 anos de idade. Muitos

acharam loucura na época, pois um mês antes

da competição ganhei a inscrição no sorteio

da FETRISC e acabei aceitando ir para curtir e

viver essa experiência. Duas semanas antes

da prova roubaram minha bike, fiquei arrasa-

da e desisti de competir. Após pensar melhor,

com o incentivo de meu namorado, peguei

uma bike emprestada e fui largar sem com-

promisso, com o objetivo de nadar e pedalar

90k.

Vivendo aquela atmosfera, sentindo toda a

emoção e garra dos outros atletas que me

contagiaram, fui até o final, completando a

prova em 11h50min e muito feliz!

Agora, tecnicamente, será o meu primeiro

Ironman, pois nunca fiz uma prova assim

treinada e decidida a lutar e superar meus

limites. Tenho certeza que farei muito melhor,

estou conseguindo fazer uma boa sequência

de treinos, e em relação àquela época, estou

muito mais condicionada e com muito mais

experiências vividas em provas de meio Iron-

man. Minha expectativa é estar no pódio en-

tre as Top 10 do profissional. Estou treinando

para isso e acredito que, se tudo correr bem,

vou atingir esse objetivo e com certeza será

a primeira de muitas provas destas que vou

largar e representar o Brasil com muito or-

gulho.

Alessandra Carvalho

Foto

: Bru

na B

ueno

Page 45: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

44 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4544 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 45

“Não vejo a hora de estar no congresso

técnico, na área de transição e no cur-

ral de largada como atleta, de novo, e

sentir aquele frio na barriga por estar

competindo na maior prova do país.

Senti muita falta disso em 2010 e, este

ano, espero completar bem a prova e

provar definitivamente para mim mes-

ma que eu estou de volta.

Acredito que a disputa na Elite femi-

nina será fantástica, pois temos muitas

atletas com nível semelhante. Acho que

o Top 10 será sub-10 horas e definido

nos detalhes. Espero fazer uma prova

perfeita para entrar nessa briga. ”

Ana Lídia Borba

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 46: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

46 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4746 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 47

“Em 2011 irei participar do meu primeiro

Ironman. Pratico Triathlon há 9 anos e

só agora me sinto preparada para en-

carar uma prova tão desgastante. Por

ser minha estréia na distância, não

tenho expectativa de tempo nem colo-

cação, meu desejo real seria terminar a

prova satisfeita com o meu resultado.

Nenhum resultado já conquistado em

provas de 70.3 ou qualquer outra prova

de meia distância pode ser levado em

consideração quanto às expectativa

e minhas chances no Ironman. Como

todo mundo fala, e é uma verdade, Iron

é Iron e nada se compara a ele. Estou

treinando para estar o mais preparada

possível para o dia 29 de maio. Quero

ficar muito orgulhosa da minha prova

quando cruzar a linha de chegada.”

Vanessa Gianinni

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 47: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

46 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4746 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 47

“Esse será meu primeiro Ironman, e

estou totalmente sem cobrança, o que

não significa que não tenha treinado

muito para a prova. Treinei muito e es-

pero fazer uma boa prova, chegar bem

e principalmente fazer uma boa corri-

da, por ter sido a modalidade que mais

treinei.

Vou sem medo e com muita vontade

de realizar um sonho, cruzar a linha de

chegada do meu primeiro Ironman e

sentir o que já tenho certeza ser inex-

plicável!”

Mariana Martins

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 48: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

48 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4948 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 49

“Já estou indo para meu quinto Iron-

man, sendo que não completei um de-

les. A expectativa é fazer minha melhor

prova na distância. Estou me sentindo

bem para isso e meus treinos mostra-

ram isso. É a expectativa de sempre de

todo atleta: melhorar tanto como atle-

ta, quanto como pessoa.”

Ariane Monticeli

Page 49: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

48 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 4948 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 49

“Este ano mudei um pouco minha for-

ma de preparação. Resolvi inserir várias

provas durante o período que antecede

o Ironman Brasil. Foram três Long Dis-

tances em abril, entendendo que seria

melhor para ganhar ritmo e veloci-

dade. Acho que este ano as brasileiras

têm grandes chances. Nós conhecemos

o percurso e já estamos bem adapta-

das a ele. Eu particularmente espero

fazer uma prova consistente, como

foram as preparatórias. Confio no que

fiz e discuti com minha técnica e estou

bastante motivada. Percebo uma cres-

cente em meus treinos. Agora é reta fi-

nal e colocar em prática tudo que trei-

nei. Espero fazer um bom papel.”

Sílvia Fusco

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 50: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

50 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5150 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 51

Page 51: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

50 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5150 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 51

estrangeirosO que dizem os

que estarão em FLORIPA

Feras do Triathlon mundial tambémcontam suas expectativas sobre o

Ironman Brasil 2011

Page 52: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

52 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5352 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 53

“Minha madrasta é brasileira, meu pai

e ela vivem atualmente em Goiânia.

Meu meio-irmão também vive lá. Eles

estão trabalhando em fazendas, intro-

duzindo o sistema neozelandês de fa-

zendas de gados leiteiros. Meu irmão

vai se casar com uma brasileira na se-

mana anterior ao Ironman Brasil, pena

que não haverá muita festa para mim!

Eu estou ansioso para visitá-los pela

primeira vez e conhecer como é um

casamento no Brasil (dizem que as fes-

tas são ótimas).

Quanto à prova, não vi o start list ain-

da, mas sei que os melhores triatle-

tas da América do Sul estarão lá, en-

tão tenho certeza que será uma prova

muito disputada.”

Keegan Williams

Nova Zelândia

Foto

: Tea

ukur

a M

oeta

ua

Page 53: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

52 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5352 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 53

“Tenho treinado muito bem aqui em

Tucson, Arizona, e realmente espero

chegar no Brasil e conseguir um lugar

no pódio.”

< Chris McDonald

EUA

“Estou super animada para retornar ao

Brasil este ano. Eu tive uma boa prova

ano passado, mas fiquei decepcionada

com minha corrida. Nas últimas seis

semanas eu comecei a trabalhar com

uma treinadora. Isso é muito novo para

mim, já que eu nunca tive um treinador

antes. O nome dela é Siri Lindley, a téc-

nica de Leanda Cave e Mirinda Carfrae.

Embora 6 semanas não seja muito, eu

fiz uma base completa para o Ironman

Nova Zelândia, mas tive um acidente

e quebrei duas costelas. Após me re-

cuperar do acidente eu queria ter a

oportunidade de subir um degrau em

minha carreira, por isso procurei Siri.

Assim, vou para o Brasil esperando ver

melhorias no meu rendimento este

ano.”

Amanda Balding

Austrália

Foto

: Tim

othy

Car

lson

Page 54: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

54 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5554 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 55

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

“Estou esperando ansiosamente para

competir no Brasil no fim do mês. Essa

será minha primeira viagem ao Brasil e

eu ouvi dizer que é uma prova incrível.

Estou em forma e pronta para fazer

uma grande prova.”

< Amy Marsh

EUA

11ª colocada no Ironman

do Havaí em 2010

“Esta será a minha 3ª prova no Brasil

e estou muito ansiosa para retorna a

Florianópolis. Em novembro de 2010

eu tive meu primeiro filho, uma menina

chamada Rosalee. Assim, eu estarei ce-

lebrando meu retorno às competições

de Ironman este ano no Brasil. Ficaria

maravilhada se conseguisse terminar

melhor do que a 4ª posição que con-

segui em 2007 e 2009.”

Sara Gross

Canadá

Page 55: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

54 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5554 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 55

Faça o que milhares detriatletas já estão

fazendo, acompanhe o MundoTRI nas redes sociais:

twitter.com/mundotri

facebook.com/mundotri

MundoTRI.com

Page 56: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

56 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5756 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 57

Últimosconselhos para oIronman Brasil 2011

Por Vinícius Santana

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 57: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

56 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5756 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 57

Na semana da prova, os treinos já estão concluídos e agora é uma questão de deixar seu corpo ligado, mas sem se desgastar demais. Faça aquela rotina que mais lhe deixa confiante antes da prova, mesmo que seus amigos de treinos lhe indiquem outra coisa. Não existe fórmula mágica para essa semana final, mas a prioridade é estar confiante nos dias que antecedem a prova.

O Ironman é uma combinação de 4 partes impor-tantes:

Forma Fïsica: Só pode ser melhorada com treinos. Portanto, na semana final, não há nada que você possa fazer nesse quesito. Não exagere nem para mais, nem para menos na semana da prova.

Nutrição: Essa é outra parte fundamental no dia da prova, pois sem combustível ninguém fará uma boa prova. Novamente, na semana da prova, não coma nem de mais, nem de menos..

Pacing: Sua estratégia de prova deve ter sido previa-mente discutida e treinada com seu treinador, e cabe a você segui-la ou não.

Atitude: A famosa frase “Ironman é cabeça” tem seu peso no resultado final da prova. Está ligado dire-tamente à questão da estratégia, pois ter “cabeça” é também ter calma para manter seu ritmo pré-deter-minado.

Objetivos para o dia da prova

Terminar a prova é sempre o topo da lista, afinal de contas, é esse o objetivo que deu início à prova.

Mas, a partir daí, os atletas têm objetivos secundári-os, sendo a maioria em relação a tempo: Terminar a prova em menos de X horas ou nadar/correr/pedalar em Y minutos mais rápido do que o ano anterior, etc.

Isso é algo extremamente arriscado, pois os fatores os quais você baseou seu parâmetro de compara-ção não são os mesmos do dia da prova. Caso você pretenda baixar seu tempo em relação ao ano ante-rior ou a outras provas, tenha cuidado e considere as condições que geralmente são diferentes, como vento, temperatura e correnteza no mar.

Lembro-me do Ironman Brasil 2006, quando sai da

água com o tempo próximo de 46 minutos e, após um ano de treinos puxados, na mesma prova de 2007 fiz uma natação 7 minutos mais lenta! Se tivesse al-gum objetivo em relação às parciais de prova, seria uma grande decepção que poderia influenciar o resto da prova, mas eu sabia que em 2006 as condições estavam favoráveis, e em 2007, desfavoráveis.

Caso você tenha feito a prova em 2010, é bem provável que as condições estejam mais lentas esse ano, pois a natação e o ciclismo em 2010 estavam menores, portanto não se assuste se terminar a nata-ção ou entregar a bike com um tempo pior a 2010.

Outro problema ainda maior acontece com os inici-antes que criam objetivos para tempo final de prova baseados em treinos. A grande questão é que, a não ser que você tenha feito um ironman em treino (pou-co provável!), é impossível saber o que acontecerá nos últimos 21 km de corrida. A margem de resul-tados é enorme, sendo desde uma corrida forte em 100 minutos ou até mesmo problemas com câimbras e ainda pode acontecer de caminhar todo esse trecho em 3 horas ou mais!

Confiança

A semana da prova pode ser bastante desafiadora em termos de confiança em seu potencial e treino executado. Logo que você chega a Florianópolis e observa todos aqueles atletas com caríssimos equipa-mentos de ultima geração, uniforme com patrocínios e musculatura definida e vascularizada torna-se in-timidante para o atleta iniciante. Mas, lembre-se que antes da prova todos parecem ser campeões, por isso não deixe que outros influenciem sua confiança para a prova.

Outro pensamento bastante comum é “deveria ter treinado mais!” – Você já fez o melhor que poderia. Se acaso, durante sua preparação, foi preciso ficar uma semana sem treinar por estar ocupado com seu trabalho ou por ter ficado doente, fique tranquilo, pois são condições que todos enfrentamos e prati-camente nenhum atleta tem uma preparação “per-feita” sem nenhum tipo de desvio. Lembre-se disso: Você não está sozinho, todos os ironmans ao seu lado também têm seus desafios pessoais ou profissionais para serem superados.

E finalmente, não mude nada na véspera da prova,

Page 58: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

58 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5958 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 59

não se empolgue pelo “circo do ironman”, faça sua rotina pré-prova como de costume, e resista à tenta-ção em fazer aquele “último treino”.

Seja Realista

A maior diferença entre o Ironman e as provas curtas (short/olímpico) é que o resultado é extremamente justo para aqueles que entendem a essência da exe-cução da prova somada com uma boa preparação física. Ao contrário das provas curtas onde ter “sorte” tem um peso maior no resultado.

Caso você esteja em um “dia ruim” e não se sinta bem na natação ou no início da bike, fique tranquilo, o dia mal começou e você tem muito tempo para co-locar em prática o que treinou. O mesmo acontece caso algum pneu fure ou você perca um tempinho nas transições, muita calma! Pois ao contrário das provas curtas, seu tempo final quase não será afetado por esses deslizes e contratempos.

O outro lado da moeda dessa característica do iron-

man, é que não existe “sorte” ou “milagre” no dia da prova. Se seus treinos não foram perfeitos ou até mesmo ficaram bem aquém do planejado, reveja e ajuste seus objetivos para evitar frustrações durante a prova, pois sem treino e sem estar em forma, não é possível fazer uma boa prova de ironman, por mais experiente que o atleta seja.

Racional vs Emocional

Cuidado para não deixar suas emoções tomarem conta de suas ações durante a prova. A combinação da adrenalina liberada nas primeiras horas de prova, com o perfil competitivo de cada triatleta e somado ao fato de todos estarem completamente descansa-dos para aquele dia, é uma receita perfeita para as emoções tomarem conta e isso pode ser um desas-tre caso seu objetivo seja alcançar o melhor resultado possível no dia da prova.

Os principais erros acontecem no ciclismo, principal-mente no início onde a empolgação toma conta e os atletas esquecem que estão apenas começando um

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 59: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

58 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 5958 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 59

dia de várias e várias horas, e então começam a com-petir um contra o outro, respondem ultrapassagens e ignoram seus planos nutricionais ou de ritmo de prova.

Outro fato comum é a mudança de emocional para racional caso algo negativo aconteça como querer “compensar o tempo perdido” após um furo de pneu, penalização na bike ou qualquer outro con-tratempo. Tenha bastante calma nessas situações, o ironman é uma prova longa e é possível trabalhar aos poucos em cima do tempo perdido, mas sempre de forma racional.

Atitude Positiva

A prova tem uma duração entre 8 e 17 horas, é muito tempo para que tudo aconteça como planejado, es-pecialmente quando consideramos que vários desses fatores não estão em nosso controle. Conclusão: É bem provável que algo dê errado, ou melhor, não acontece conforme você planejou ou esperava.

Lembro-me em 2009, quando escrevi um artigo que também tocava neste tema de condições adversas, imediatamente após a prova vários atletas vieram me falar que já na natação eles se lembravam desse ar-tigo, pois não conseguiam enxergar as bóias e fica-vam perdidos.

Ironman é uma prova de superação que começa com os treinos, onde você supera os desafios do dia-dia e tenta conciliar sua vida profissional e pessoal, isso é 90% da experiência. O dia da prova é apenas a “celebração” de ter vencido o desafio e estar ali na linha de largada, mas você ainda será testado com desafios durante a prova, sejam logísticos ou físicos, porém, com sua determinação de Ironman, você irá trabalhar para superar estas dificuldades e cruzar a linha de chegada.

A essência do Ironman - Gratidão

A “tensão” da véspera da prova o faz esquecer-se do

“Logo que você che-ga a Florianópolis e observa todos aqueles atletas com caríssimos equipamentos de ulti-ma geração, uniforme com patrocínios e musculatura definida e vascularizada torna-se intimidante para o atleta iniciante. Mas, lembre-se que antes da prova todos pare-cem ser campeões, por isso não deixe que outros influen-ciem sua confiança para a prova.”

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 60: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

60 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6160 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 61

porque você está ali. Quanto mais exposto às conversas entre triatle-tas, mais forte é a mudança de objetivos para a prova. É bem provável que você tenha começado neste esporte pelo estilo de vida que ele propõe, por ser saudável, por ter a oportunidade de conhecer lugares interessantes e belos no mundo participando de competições, pelas amizades saudáveis e alegres, pelo desafio pessoal, pela oportunidade de ter condições físicas, condições de tempo de treino e condições fi-nanceiras para participar de algo tão especial, ou seja, uma celebração da vida.

Não se esqueça desses fatores, procure diminuir a importância que parciais em modalidades, colocações em sua categoria ou vagas para Kona, ocupam em sua lista de objetivos, pois estes serão somente con-sequências da execução de sua prova, baseada nos treinamentos.

Esteja bem consigo mesmo de todas as formas, até espiritualmente falando.

Tenha uma boa prova!

Vinícius Santana é técnico da Ironguides, empresa que oferece soluções esportivas para atletas e praticantes de atividade física de todos os níveis, com treinamento online ou presencial, planilhas espefícas por eventos, training camps, curso para treinadores, programas de incentivo a promoção da saúde em empresas, e produtos para a saúde e o bem-estar que propiciam um estilo de vida saudável aos atletas.www.ironguides.net/br

Page 61: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

60 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6160 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 61

> Carboidratos a la mineira - parte 2

> VO2 Máx: qual a importância para o sucesso no Triathlon?

CIÊNCIA DO

TRIATHLON

Foto

: Edu

ardo

Ros

a

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 62: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

62 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6362 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 63

NCIÊNCIA DO TRIATHLON

Carboidratos a la mineira -

parte 2Por Camila Nassif, PhD

Nós já sabemos que a ingestão de carboidratos não afetou a produção de potência em um sprint ao fi-nal de uma competição de longa duração. Mas, o que aconteceria se os atletas fossem instruídos a pedalar o máximo de distância possível em uma determinada intensidade? O que poderia acontecer com o desem-penho, se os atletas soubessem o que estavam inge-rindo? Até que ponto a questão psicológica pode afe-tar o desempenho?

Assim surgiu o Carboidratos a La Mineira II. Atletas mi-neiros participaram desta pesquisa que foi composta de três visitas ao laboratório. Esses atletas realizaram exercícios na bicicleta ergométrica com ingestão de carboidratos e placebos.

Quando o efeito de uma determinada substância está sendo testada, é necessário considerar um possível efeito placebo. Efeito placebo é conhecido como uma reação positiva de uma determinada substância em virtude do indivíduo que a está consumindo acreditar que essa substância terá um efeito positivo, porém o que está sendo ingerido é uma substância sem efeito algum.

Estudos na área da Ciência do Esporte já mostraram que o efeito placebo pode estar presente durante os estudos que testam o efeito de bebidas esportivas que contém carboidratos. Logo, qual seria o efeito se o atleta soubesse que carboidratos estão sendo ingeri-dos? Até que ponto podemos atribuir uma melhora do desempenho de endurance à ingestão de carboidratos ou no simples fato do atleta acreditar que isso lhe fará bem? Como seria a contribuição da questão psicológi-ca no desempenho quando o atleta acredita que a in-gestão de carboidratos melhorará seu desempenho?

Neste estudo, atletas mineiros pedalaram, no calor, usando uma bicicleta ergométrica com pedal de en-caixe adaptado em três situações diferentes: Ingestão de carboidratos, ingestão de placebo e ingestão de carboidratos sabendo que estes estavam sendo in-geridos. Importante ressaltar que nas duas primeiras situações os atletas não sabiam em qual dia estavam ingerindo o placebo ou os carboidratos, somente sa-biam da ingestão de carboidratos na terceira situação. Atletas pedalaram a 75% da sua potência máxima, determinada em teste de capacidade aeróbica máxima

indireta. Os atletas foram instruídos a pedalar nessa intensidade até a exaustão. Exaustão foi definida como o momento no qual o atleta não conseguia mais manter a intensidade de exercício desejada. Os atletas foram informados que poderiam interromper o exer-cício a qualquer momento se achassem que não mais conseguiriam pedalar.

Um aumento da glicose sanguínea durante o exercício nas duas situações onde carboidratos foram ingeridos foi observado comparado com a glicose sanguínea du-rante a ingestão de placebo. Isso mostra como os car-boidratos exerceram seu papel de manutenção da gli-cose sanguínea, o que é importante em competições de triathlon na qual a hipoglicemia pode ocorrer. Não houve diferença no tempo total de exercício entre as situações: carboidratos e placebo. Mas, quando os atletas pedalaram sabendo que estavam ingerindo carboidratos, houve um aumento de 24% na duração do exercício comparada com a situação placebo.

Este resultado mostra que, quando os atletas inge-riram carboidratos sem saber o que estavam ingerin-do, o tempo total de exercicio não foi afetado quando comparado com a ingestão de uma substância place-bo, ou melhor, os atletas cumpriram o mesmo tempo total de exercício ingerindo carboidratos ou placebo. Mas, quando os atletas foram informados da ingestão de carboidratos, pedalaram por mais 24%. A com-binação da ingestão de carboidratos com o fato dos atletas saberem que estavam ingerindo carboidratos aumentou a capacidade do atleta de se exercitar por

Page 63: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

62 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6362 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 63

CIÊNCIA DO TRIATHLON

mais tempo. Isso mostra como o fator psicológico pode ter afetado a capacidade de desempenho dos atletas.

Se o fato do atleta saber o que está sendo ingerido poder afetar o desempenho físico, o que realmente pode estar causando esse efeito? Por que temos tantas controvérsias em mais de 30 anos de estudos realiza-dos com ingestão de carboidratos durante o exercício? Quais outras questões importantes a serem considera-das em relação à ingestão de carboidratos durante o exercício? Aguarde o Carboidratos a La Mineira III. MT

_______________

Camila Nassif, PhD.Doutora pela Charles Sturt University, AustraliaMestre em Ciencias do Esporte pela UFMG, BrasilProfessora de Fisiologia do Exercício, Waikato Institute Technology, New ZealandContato: [email protected]

REFERÊNCIAS UTILIZADAS PELA AUTORA

Ariel, G. & Saville, W. (1972). Anabolic steroids: the physiological effects of placebos. Medicine and Sci-ence in Sports and Exercise, 4, 124-126.

Clark, V. R., Hopkins, W. G., Hawley, J. A. & Burke, L. M. (2000). Placebo effect of carbohydrate feedings during a 40-km cycling time trial. Medicine and Sci-ence in Sports and Exercise, 32(9), 1642-1647.

Nassif, C., Ferreira, A. P., Gomes, A. R., Silva L. de M., Garcia, E. S. & Marino, F. E. (2008). Double blind car-bohydrate ingestion does not improve exercise dura-tion in warm humid conditions. Journal of Science and Medicine in Sport, 11(1), 72-79.

Silami-Garcia, E., Rodrigues, L. O. C., Faria, M. H. S., Araujo-Ferreira, A. P., Nassif-Leonel, C., Oliveira, M. C., Sakurai, E., Stradioto, M. A. & Cançado, G. H. C. P. (2004). Efeitos de carboidratos e eletrólitos sobre a termorregulação e a potencia anaeróbia medida após um exercício prolongado no calor. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes, 18, 179-189.

CIÊNCIA DO TRIATHLON

< Fotos do processo de coleta de dados

Page 64: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

64 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6564 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 65

QCadência, torque e potência

Por Roberto Lemos e Lucas Helal

Quantas vezes você já leu ou teve acesso a artigos e opiniões sobre a cadência ideal no ciclismo e no tria-thlon? São muitas as informações e opiniões e os trein-adores e atletas baseiam suas impressões nos anos de treinamento e experimentações ao longo deste tempo. Dessa forma, através de alguns dados, farei algumas considerações acerca do tema.

Antes de qualquer coisa, o que é cadência? A cadência pode ser definida como o número médio de repetições que se sucedem em intervalos regulares. No ciclismo/triathlon, a cadência de que falamos é o número de repetições que o ciclista usa para mover o pedivela, em geral medida no espaço de um minuto (revoluções por minuto). Hoje, muito em voga, temos outra variável que tem sido considerada, mas já conhecida há muito tempo no mundo do ciclismo e do triathlon de alto nível, que é a potência. Mas, o que a potência tem a ver com este artigo?

A potência pode ser definida matematicamente através de duas fórmulas. A primeira: P = T/t, que sig-nifica o trabalho realizado em determinado espaço de tempo. A segunda: P = F.v, que significa a força mul-tiplicada pela velocidade. As duas fórmulas são úteis para se visualizar o conceito de potência, entretanto, a segunda fórmula é mais adequada para que entremos no assunto em questão. Transferindo para a bicicleta, podemos substituir a força por outra variável mais a-dequada, chamada Torque, que basicamente é a força vezes a distância perpendicular à que ela é aplicada, um componente vetorial da física. Para que simpli-fiquemos, vamos considerar o torque como a força aplicada aos pedais. Para a velocidade, podemos con-siderar a cadência como a variável. Onde queremos chegar com estas colocações?

Quem utiliza um medidor de potência para treina-mento, com certeza já descobriu que é possível gerar a mesma potência com torques e cadências comple-tamente diferentes. A grande pergunta é: Visto que a cadência, muitas vezes, é uma consequência do torque selecionado para mover os pedais, não existiria um torque ideal para cada situação e tipo de atleta? Em nossa opinião, visualizar o torque é muito mais

CIÊNCIA DO TRIATHLON

adequado, pois é completamente relacionado às capacidades individuais e morfofuncionais de cada atleta, onde cada biótipo possibilita gerações de for-ças de diferentes formas, e o atleta busca a cadência para atingir a potência final que deseja.

Quando se fala de cadência ideal, normalmente se leva em consideração o tipo de prova (com ou sem vácuo), a duração do ciclismo e a individualidade do atleta. É lógico que, teoricamente, seriam obti-das potências iguais com cadências que vão desde um número quase nulo à 300 rotações por minuto, de acordo com a fórmula matemática. A intenção deste artigo não é se fixar nisto, justamente porque o treinamento desportivo como parte da Educação Física, que é uma ciência da saúde, trata de seres humanos que têm limitações fisiológicas e morfo-funcionais, principalmente no que diz respeito à produção de força e a habilidade de girar os pedais. Entretanto, a cadência ideal também não deve ser tratada como um dogma imutável. O objetivo da produção de potência na bicicleta é obter a veloci-dade pela qual o objeto se move, mas usualmente sofre interferências do meio, e, logicamente, devem ser considerados até quanto o ser humano é capaz de gerar força para mover os pedais.

Por fim, o que se quer é conseguir visualizar que a cadência é um meio de se obter potência e que nor-malmente se adéqua ao torque gerado aos pedais, e não o contrário, e que a capacidade de torque (força) do ser humano está diretamente ligada às capacidades morfofuncionais de cada atleta, e por isso não se entra num consenso acerca da cadência ideal para cada tipo de prova. Atletas com diferentes perfis de força podem gerar a mesma velocidade e com o mesmo custo energético, e se o custo energé-tico da velocidade estiver adequado, a combinação ciclismo + corrida seguirá com sucesso. MT

Roberto Lemos, treinador e proprietário da Ironmind Assessoria Esportiva em Florianópolis-SC, triatleta, e Mestre em Ciências do Movimento Humano-UDESC.

Lucas Helal é triatleta, estudante do último ano do curso de Bacharelado em Educação Física e membro-pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Gestão do Es-porte-NUPEGE, com ênfase nas áreas de Fisiologia e Bioquímica do Exercício e Cineantropometria.

Page 65: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

64 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6564 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 65

Belas e FerasConheça Melissa Gosenheimer, a Sra. “Balman”, triatleta e esposa

do triatleta profissional Alexander Gomes, o Balman.

Foto

: Bru

no T

adas

hi

A empresária e triatleta Melissa Gosenheimer treinava Muay-Thay, quando conheceu a pessoa que mudaria sua vida para sempre: Alexander Gomes, o Balman, triatleta profis-sional (confira uma entrevista exclusiva com Balman no MundoTRI.com.br, publicada no dia 25/04/2011). A partir daí foi um pulo até começar no triathlon e se casar com Alexan-der, formando um dos casais mais queridos do Triathlon brasileiro. No meio de sua rotina corrida, Melissa encontrou alguns para conversar com a redação do MundoTRI.

Page 66: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

66 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6766 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 67

MundoTRI: Melissa, como foi seu início no Tri-athlon? Tudo começou pelo Balmam?

Melissa: Conheci o Alexander na academia, eu trei-nava Muay-Thay e ele estava começando a trei-nar também porque tinha parado com o triathlon. Quando começamos a namorar, eu sempre brincava dizendo que se ele ainda fosse triatleta eu não o namoraria nem se me matassem, porque isso era coi-sa de gente doida (risos). Como ele tinha diminuído muito o ritmo de treinos, engordou uns 13kg! Falei pra ele que estava na hora de dar um jeito naquela situação (uma barriguinha bem saliente sabe!). Ele procurou o Guilherme Manocchio e voltou a treinar na mesma semana e foi aí que comecei.

MundoTRI: E o que você mais gosta nos trei-nos?

Melissa: Dos 3 esportes o que eu sinto mais prazer é a corrida, acho que porque desde que iniciei meus treinos é onde consegui ver os melhores resultados. Quando comecei a treinar, fiz uma corrida de 10Km em 1H10min, hoje faço em 45 minutos e sei que ainda posso melhorar. Existe ainda a parte das ami-zades que fiz no triathlon, a Manocchio Triathlon Team é uma equipe incrível! Encontrei grandes ami-gos e uma excelente parceira de treino, a Danizinha (Daniele Kazue). Nossos treinos de corrida são sem-pre muito divertidos e mesmo fazendo muita força, a diversão é certa! Isso me motiva ainda mais porque diante do estresse do trabalho e das dificuldades do dia a dia, essa é a minha terapia. Mas a parte que mais gosto MESMO é quando o treino acaba! (risos) A sensação de bem estar, de dever cumprido e de que dei o meu máximo para melhorar meus tempos é sempre muito boa.

MundoTRI: Como conciliar o esporte com o seu dia-a-dia, seu trabalho, amigos e família? So-bra tempo para seus cuidados pessoais?

Melissa: Como o ciclismo é o esporte que eu mais sofro por não conseguir manter uma sequência nos treinos, comecei a fazer spinning às 7h30 da manhã, nas terças e nas quintas. Quem me conhece sabe que isso é quase um milagre! Corro no horário

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 67: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

66 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6766 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 67

do almoço, nado à noite e trabalho o dia todo. Mas sempre tento marcar um jantar com os amigos e a família porque esses momentos são essenciais para me ajudar a aguentar essa rotina super corrida que tenho, mas que eu amo! Quanto aos cuidados pes-soais, como sou extremamente vaidosa, deixo de treinar um dia ou outro pra ir ao salão de beleza e fazer tudo o que tenho direito, ou sábado após os treinos mais longos. Todos os meus treinos são com muito protetor solar!

MundoTRI: Você mora em Curitiba, cidade bastante fria. O que fazer para treinar quando os termômetros caem?

Melissa: É duro mesmo! Mas agora com a aca-demia facilita um pouco, porém não muito, pois a pior parte é sair da cama... Como é difícil! Mas de-

pois fico bem mais disposta para trabalhar.

MundoTRI: Muitas atletas reclamam de relacio-namentos com pessoas que não estão ligadas no esporte. No seu caso, seu marido é um atle-ta profissional. Isso dificulta ou facilita mais para você?

Melissa: Facilita bastante para ambos, pois quem não treina não consegue entender porque a pessoa precisa ficar tanto tempo se dedicando aos treinos. Hoje nós saímos de casa juntos pra treinar, estamos cansados juntos, adoramos viajar pra competir e a cumplicidade é total, sempre! E além do mais, sou a maior incentivadora do Alexander, a maior torce-dora e a fã numero 1, pois poucas pessoas sabem o que ele faz para se manter treinando, competindo e trabalhando (Olha a esposa orgulhosa...)

Foto

: Arq

uivo

pes

soal

.

Page 68: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

68 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6968 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 69

“Doce é meu maior problema, ou melhor, solução! Preciso dele para sobreviver, mas procuro me controlar, e quando não con-sigo, o Alexandre me controla.”

Foto

: Bru

no T

adas

hi

Page 69: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

68 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 6968 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 69

MundoTRI: Como é seu relacionamento com as amigas (os) não-atletas? Há muitas recla-mações por parte deles?

Melissa: Reclamam um pouco porque, geral-mente, nos finais de semana em que poderíamos fazer alguma coisa, acabo viajando para fazer alguma prova, mas tento compensar quando tenho um tempinho. Porém, a grande maioria delas diz que admira a minha dedicação ao es-porte e dizem que não precisam malhar porque eu já faço atividades por todas nós!

MundoTRI: Se pudesse mudar alguma coi-sa em sua rotina o que mudaria? Dormiria mais um pouco? (você tem fama de dormir muito...)

Melissa: Com certeza acrescentaria algumas horas a mais de sono! Não tenho nem como mentir, essa fama é 100% verdade, e quando chego para o treino de ciclismo no sábado pela manhã, o pessoal da MTT (Manocchio Triathlon Team) nem fala comigo porque o mau humor é visível, mas depois melhoro!

MundoTRI: Muitas mulheres atletas têm problemas em controlar alimentação, es-pecialmente com doces. Isso acontece com você? Qual sua estratégia para controlar a alimentação?

Melissa: Doce é meu maior problema, ou mel-hor, solução! Preciso dele para sobreviver, mas procuro me controlar, e quando não consigo, o Alexander me controla.

MundoTRI: E sua dieta em geral, como é?

Melissa: A Giovana Leiner é a nutricionista da nossa equipe e me ajudou a fazer algumas mu-danças no cardápio do dia a dia, nada muito difícil de seguir, apenas algumas substituições

que fazem toda a diferença, até mesmo na dis-posição para treinar: Trocamos o arroz branco por integral e a mesma coisa com macarrão e pães. Leite só desnatado, queijo branco e outros detalhes que são bem bacanas, mas os doces... Eu sempre dou um jeitinho de mantê-los na mi-nha dieta.

MundoTRI: Até hoje, qual momento em sua vida esportiva mais a marcou?

Melissa: Não foi um momento bom. Foi quando participei do JASC (Jogos Abertos do Estado de Santa Catarina) ano passado e estava me recupe-rando de uma lesão no quadril. Comecei a prova sentindo dores. No ciclismo, as dores aumen-taram bastante e, ainda para piorar, quando vi o Alexander com seu pneu furado, fiquei arrasada e aquilo acabou me levando a desistir da prova. Até hoje me arrependo de ter parado e agora sei porque os últimos atletas merecem ser tão aplaudidos quanto os primeiros: A superação e a garra de fazer a prova até o final é a melhor e maior recompensa.

MundoTRI: Para terminar, o que diria para aquelas leitoras que já correm, pedalam ou nadam e que estão pensando em começar no Triathlon?

Melissa: Comecem logo! Vocês só precisam de um pouquinho de força de vontade e dedicação, não é fácil, como tudo na vida, mas quando você acabar a primeira prova e o “bichinho” do tri-athlon te pegar, não vai mais parar! MT

Page 70: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

70 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7170 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 71

CROSSTRIATHLON> Preview:XTERRA Amazon

> Mundial de Cross triathlon da ITU

Foto

: Jan

os S

chm

idt

- tr

iath

lon.

org

Page 71: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

70 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7170 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 71

No próximo dia 11 de junho, os principais tri-atletas do Brasil e do mundo vão encarar os de-safios da Selva Amazônica no XTERRA Amazon. A etapa, válida para o Circuito Mundial de Tri-athlon Cross Country (XTERRA Global Tour), faz parte do circuito brasileiro da modalidade e vale vaga para a grande final, no Havaí, em novem-bro. A prova na Amazônia será a segunda – e a mais importante – de 11 programadas para o país durante o ano e acontece dentro do Cen-tro de Instrução de Guerra na Selva do Exército Brasileiro (CIGS). Disputado desde 2005, o XTER-RA Brazil teve três edições em Ilhabela/SP (2005-06-07), três em Mangaratiba/RJ (2008-09-10) e chega pela primeira vez à Amazônia em 2011. Em 2010, o CIGS recebe uma etapa Regional do XTERRA, contando menos pontos no ranking na-

cional e sem classificar os atletas para o Havaí.

Antes da disputa pelas 35 vagas para o Mundial no Havaí, 300 triatletas terão pela primeira vez a oportunidade de passar a noite em redes, no meio da mata primária. Na Base de Instrução 4 (BI4), dentro do chamado “Quadrado Maldito”, área de treinamento do exército, os atletas profissionais e amadores serão apelidados de Mundurukus (formigas vermelhas) e receberão instruções especiais dos militares sobre sobre-vivência na selva. Lá, os aventureiros vão montar suas próprias redes e descansar para a grande disputa na manhã do dia seguinte.

Para o General Mattos, do Comando Militar da Amazônia, essa experiência será inesquecível:

XTERRA Amazon

Foto

: Bru

no L

ima/

foto

com

.net

Page 72: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

72 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7372 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 73

“Os atletas terão a grande oportunidade de co-nhecer um dos mais belos e exuberantes ambi-entes naturais do planeta, a Amazônia brasileira. Tenho a plena convicção de que os participantes do evento jamais esquecerão esta grande aven-tura. SELVA!”, diz General Mattos.

Para os “Mundurukus” a aventura começará logo cedo, às 8 horas, quando será dada a largada, no Rio Amazonas, para 1,5 km de natação, seguido por 30 km de mountain bike e 9 km de corrida nas estradas de terra e trilhas da selva fechada.

Feliz em receber novamente o XTERRA em Manaus, o Secretário Municipal de Desporto e Lazer, Fabrício Lima, vibra com a etapa válida para o Global Tour: “Em 2010, tivemos a oportu-nidade de receber a etapa regional pela primeira vez. O Circuito Mundial nos anima muito mais. Tenho certeza que a prova será ainda mais emo-cionante. Agora, é recarregar a bateria para enfrentar as surpresas da selva no ‘Quadrado Maldito’, o calor e a adrenalina” fala Fabrício.

Com a maior premiação do Brasil, o triathlon vai distribuir nesta etapa o prêmio de R$ 25 mil para os cinco primeiros colocados na categoria profis-sional.

“Pelo segundo ano consecutivo estamos levan-do o XTERRA para Manaus. A diferença é que esse ano o evento é internacional e faz parte do XTERRA GLOBAL TOUR. Não tenho dúvida que essa prova será épica. Serão mais de 2000 atletas envolvidos, entre todas as provas, mais toda a equipe de produção e ainda contamos com o apoio do CIGS e do Comando Militar da Amazônia para toda logística. É um evento es-pecial, diferente e único”, declara Bernardo Fon-seca, sócio da X3M Sports Business, que detém os direitos do XTERRA.

A novidade este ano é que, além de receber a prova de triathlon, o CIGS se prepara para re-cepcionar os aventureiros da Night Run e da Kids Running. Ainda no dia 11, às 16 horas, será a vez dos atletas mirins. Crianças entre um e 12 anos de idade vão participar de disputas de corrida di-vidas de acordo com a idade. As lanternas da a-nimada Night Run vão iluminar as matas da selva, a partir das 19 horas. Os 1.500 atletas profissio-

nais e amadores poderão escolher as distâncias da sua aventura. A prova será dividida e terá a opção de 5km ou 10 km. Na última edição, am-bas as provas foram realizadas na orla de Ponta Negra, em Manaus e este ano serão realizadas dentro da Base de Instrução 5 (BI5), dando ainda mais emoção à disputa. As inscrições já estão abertas no site: www.xterrabrazil.com.br ou nas lojas listadas abaixo.

A Night Run vai premiar os três primeiros coloca-dos no geral com troféus e os três primeiros co-locados de cada categoria com medalhas. Todos os corredores que completarem a prova levarão de lembrança da sua aventura na selva uma me-dalha suvivor.

A criançada também recebe uma medalha survi-vor (sobrevivente) e, no kit, camisa XTERRA Kids Mini Corrida e brindes. No final da provas, todas as crianças sobem no pódio.

O MundoTRI também estará presente, com uma super cobertura na selva amazônica. Se as condições permitirem, faremos a primeira trans-missão ao vivo de um evento de cross-triathlon. no meio da selva. MT

Foto

: Bru

no L

ima/

foto

com

.net

Page 73: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

72 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7372 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 73

Foto

: Jan

os S

chm

idt

- tr

iath

lon.

org

Extremadura ITU Cross TriathlonWorld Championships

Page 74: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

74 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7574 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 75

Quinze anos após o primeiro mundial de tri-athlon offroad, originalmente nomeado de Aquaterra e depois renomeado para XTER-RA, a International Triathlon Union (ITU)

reconhece a importância da modalidade e promove o primeiro campeonato mundial de Cross Triathlon. Stoltz já venceu quatro vezes o mundial de XTERRA e McQuaid três vezes. Ambos fizeram história nova-mente, tornando-se os primeiros campeões mundiais da ITU.

Na prova masculina, Stoltz (também duas vezes atleta olímpico e que não competia em uma prova da ITU desde as Olimpíadas de Athenas 2004), saiu da água em torno de 1:30 atrás dos líderes. Todos esperavam uma grande disputa do atleta com o espanhol Eneko Llanos, mas este sofreu uma queda no duro percurso de 20km de mountain bike e ficou fora da briga pelo pódio.

Apesar da diferença na natação, Stoltz pedalou muito forte, fazendo um pedal 3:40 mais rápido que qualquer outro atleta. Nos últimos 6km de corrida cross-country, Stoltz se manteve na frente, cruzando a linha com 1:26:40, quase um minuto à frente do americano Seth Wealing. O suíço Olivier Marceau, que já disputou três olimpíadas, completou o pódio.McQuaid wins Cross Tri World LR 480x320 Melanie McQuaid e Conrad Stoltz vencem edição inaugural do Mundial de Cross Triathlon da ITU

Entre as mulheres, tudo indicava que Melanie teria problemas na prova. A atleta teve sua bike perdida pela companhia aérea e teve que arrumar uma outra bike emprestada para correr o campeonato mundial. Mas isso não foi suficiente para detê-la.

A canadense saiu dos 1000m de natação 2:30 atrás das líderes, mas da mesma forma que Stoltz, imprimiu um ritmo alucinante nos 20km de moutain bike, sain-do para correr em primeiro, posição que não perderia mais, mesmo com uma penalização de 15 segundos. McQuaid fechou a prova em 1:43:01, seguida das americanas Shonny Vanlandingham e Emma Garrard. MT

ITU Cross Triathlon World Championships1km natação, 20km mountain bike, 6kmcorrida cross-countryExtremadura – Espanha – 30/04/2011

Masculino1. Conrad Stoltz (RSA) 1:26:402. Seth Wealing (EUA) 1:27:363. Olivier Marceau (SUI) 1:29:434. Josiah Middaugh (EUA) 1:30:275. Richard Stannard (GBR) 1:31:046. Eneko Llanos (ESP) 1:31:297. Bruno Pais (POR) 1:32:118. Branden Rakita (EUA) 1:32:139. Victor Morales (ESP) 1:32:4710. Craig Evans (EUA) 1:34:37

Feminino1. Melanie McQuaid (CAN) 1:43:022. Shonny Vanlandingham (EUA) 1:43:253. Emma Garrard (EUA 1:43:434. Christine Jeffrey (CAN) 1:45:225. Marion Lorblanchet (FRA) 1:47:166. Zurine Rodriguez (ESP) 1:47:347. Renata Bucher (SUI) 1:48:138. Adriana Fabiola Corona (MEX) 1:50:349. Susan Sloan (RSA) 1:51:2710. Helena Herrero (ESP) 1:51:31

Foto

: Jan

os S

chm

idt

- tr

iath

lon.

org

Page 75: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

74 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7574 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 75

Foto

: Jan

os S

chm

idt

- tr

iath

lon.

org

Page 76: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

76 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7776 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 77

Copa do Mundo

MonterreyBrasileiros sofreram com o calor mexicano

Page 77: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

76 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7776 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 77

Monterrey

Foto

: Tria

thlo

n.or

g | R

ich

Cru

se

Aconteceu no dia 8 de maio a terceira etapa da Copa do Mundo de Triathlon, realizada em Monterrey/México, apenas o 4º evento no ano a contar pontos para o ranking olímpico. Mais de 140 atletas de todo o mundo estavam presentes, incluindo nove brasileiros.

Page 78: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

78 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7978 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 79

A prova feminina

Mais de 70 atletas se alinharam para os 1.500 metros de natação. Logo no início um grupo se destacou, com Sarah Haskins (EUA), Flora Duffy (BER), Akane Tsuchihashi (JPN), Claudia Rivas (MEX), Margit Vanek (HUN) e a brasileira Pâmella Oliveira. No final da natação, esse grupo tinha 40 segundos de vantagem sobre os demais atle-tas.

No ciclismo, Haskins e Duffy escaparam e esta-beleceram um forte revezamento para se distan-ciarem do grupo que vinha atrás. Duffy sentiu e Haskins continuou sozinha, chegando à T2 com 1:24 de vantagem sobre o pelotão que vinha atrás. “Com três voltas eu olhei para trás e não vi Flora atrás de mim, então tive que decidir, pois havia somente duas voltas e meia restantes. Eu simplesmente fui”, disse Haskins após a dispu-ta.

Entre as diversas quedas na prova, devido às estreitas curvas no parque onde foi realizada a competição, tivemos a brasileira Carla Moreno envolvida em uma delas. Carla, contudo, con-seguiu se recuperar e continuou na prova.

Na corrida, Haskins administrou a vantagem sobre a japonesa Ai Ueda, que vinha correndo muito forte atrás. Mesmo fazendo a melhor corrida, 35:31, Ueda não conseguiu alcançar a campeã, Sarah Haskins, que terminou 6 segun-dos à frente. Em terceiro lugar ficou a surpresa alemã, Anne Haug.

Entre as brasileiras, a melhor foi Carla Moreno, na 25ª colocação. Apesar da queda na bike, Carla correu muito bem (veja os resultados com-pletos abaixo) e fechou na 25ª colocação. Flávia Fernandes terminou na 45ª colocação e Pâmella Oliveira em 52ª.

Foto

: Tria

thlo

n.or

g | R

ich

Cru

se

A b

rasi

leira

Pâm

ella

Oliv

eira

Page 79: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

78 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 7978 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 79

A prova masculina

Um grande grupo de atletas (76) se debatia no estreito canal onde foi realizada a natação. Como o circuito de ciclismo é bem estreito e propício a quedas, era fundamental garantir uma boa posição na água.

O trio francês, formado por Raphael Aurelien, Pierre Le Corre e Vincent Luis, foram os primeiros a subir na bike. A diferença, no entanto, não foi suficiente para segurar o pelotão com mais de 60 atletas que vinha atrás. Os brasileiros ten-taram se manter à frente durante todo o ciclis-mo, sendo que Diogo Sclebin foi o atleta que mais permaneceu na primeira colocação durante os 40km. Reinaldo Colucci e Danilo Pimentel so-freram quedas na etapa do ciclismo, sem muita gravidade, mas que os fizeram perder segundos preciosos. Fabio Carvalho e o mexicano Arturo Garza tentaram uma fuga, mas não foi suficiente para impedir que todo o grupo de mais de 60 atletas chegassem junto na segunda transição.

Logo no início da corrida, alguns atletas se destacaram, deixando claro quem brigaria pela vitória. Eram eles: Sexton (AUS), Hunter Kem-per, Frederic Belaubre(FRA), Luis Vicent, Matt Chrabot (EUA), Ruedi Wild (SUI) e Jarrod Shoe-maker (EUA). Este grupo correu junto, passo a passo, ombro a ombro, até o quilômetro cinco. Neste ponto, o Brendan Sexton apertou o passo e conseguiu se desgarrar dos demais, indo em direção à sua primeira vitória em Copas do Mun-do. Completaram o pódio Belaubre e o veterano Hunter Kemper, que vencera a Copa do Mundo de Ishigaki há algumas semanas.

O melhor brasileiro na competição foi Juraci Mor-eira, na 34º posição, seguido de Fabio Carvalho (47º), Reinaldo Colucci (53º), Diogo Sclebin (59º) e Danilo Pimentel (65º).

A próxima etapa da Copa do Mundo será no dia 10 de julho em Edmonton, Canadá; enquanto o próximo evento que somará pontos para o ran-king olímpico será a etapa de Madrid da Dextro Energy Triathlon ITU World Championship Se-ries. MT

Foto

: Tria

thlo

n.or

g | R

ich

Cru

se

O brasileiro D

iogo Sclebin

Page 80: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

80 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8180 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 81

Pos. Atleta País Natação T1 Corrida T2 Corrida Total

1 Sarah Haskins EUA 00:19:09 00:00:51 00:59:50 00:00:26 00:36:58 01:57:15

2 Ai Ueda JPN 00:20:47 00:00:53 00:59:38 00:00:30 00:35:31 01:57:21

3 Anne Haug ALE 00:20:45 00:00:49 00:59:43 00:00:21 00:35:46 01:57:27

4 Helle Frederiksen DIN 00:20:05 00:00:53 01:00:30 00:00:26 00:35:34 01:57:29

5 Gwen Jorgensen EUA 00:19:48 00:00:53 01:00:45 00:00:27 00:35:38 01:57:32

6 Rachel Klamer HOL 00:19:53 00:00:52 01:00:34 00:00:26 00:35:58 01:57:45

7 Kathy Tremblay CAN 00:20:01 00:00:50 01:00:26 00:00:23 00:36:10 01:57:51

8 Katrien Verstuyft BEL 00:20:04 00:00:54 01:00:28 00:00:23 00:36:05 01:57:56

9 Rebecca Robisch ALE 00:19:57 00:00:49 01:00:32 00:00:27 00:36:11 01:57:58

10 Emmie Charayron FRA 00:19:46 00:00:52 01:00:40 00:00:27 00:36:13 01:58:00

25 Carla Moreno BRA 00:19:59 00:00:53 01:02:00 00:00:28 00:36:39 02:00:0145 Flavia Fernandes BRA 00:19:50 00:00:52 01:00:37 00:00:23 00:40:39 02:02:2452 Pamela Oliveira BRA 00:19:03 00:00:54 01:01:25 00:00:26 00:42:02 02:03:53

Resultados - Monterrey ITU World CupMonterrey, México – 8 de maio de 20111.5km natação / 40km ciclismo / 10km corrida

Foto

: Tria

thlo

n.or

g | R

ich

Cru

se

Page 81: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

80 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8180 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 81

Pos. Atleta País Natação T1 Corrida T2 Corrida Total

1 Brendan Sexton AUS 00:18:13 00:00:48 00:55:53 00:00:21 00:31:39 01:46:56

2 Frederic Belaubre FRA 00:17:46 00:00:49 00:56:19 00:00:23 00:31:46 01:47:06

3 Hunter Kemper EUA 00:17:50 00:00:47 00:56:16 00:00:21 00:31:55 01:47:11

4 Ruedi Wild SUI 00:18:08 00:00:49 00:55:59 00:00:23 00:31:59 01:47:20

5 Vincent Luis FRA 00:17:48 00:00:46 00:56:22 00:00:27 00:32:03 01:47:27

6 Jarrod Shoemaker EUA 00:18:08 00:00:52 00:56:06 00:00:24 00:32:04 01:47:37

7 Danylo Sapunov UKR 00:18:02 00:00:47 00:56:18 00:00:26 00:32:04 01:47:39

8 Matt Chrabot EUA 00:18:00 00:00:47 00:56:06 00:00:24 00:32:30 01:47:50

9 Carlos Forero COL 00:18:14 00:00:47 00:56:06 00:00:24 00:32:16 01:47:51

10 Tony Dodds NZL 00:00:00 00:00:00 00:00:00 00:00:00 00:00:00 01:47:52

34 Juraci Moreira BRA 00:18:33 00:00:51 00:55:36 00:00:27 00:34:11 01:49:4147 Fabio Carvalho BRA 00:18:46 00:00:49 00:55:18 00:00:25 00:35:54 01:51:1453 Reinaldo Colucci BRA 00:18:39 00:00:47 00:55:28 00:00:21 00:36:45 01:52:0359 Diogo Sclebin BRA 00:18:15 00:00:49 00:55:55 00:00:25 00:37:41 01:53:0862 Mauro Cavanha BRA 00:18:49 00:00:49 00:55:27 00:00:25 00:38:56 01:54:2865 Danilo Pimentel BRA 00:18:31 00:00:50 00:57:27 00:00:27 00:39:44 01:57:01

Foto

: Tria

thlo

n.or

g | R

ich

Cru

se

Page 82: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

82 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8382 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 83

O que fazerapós oIronman

> Alexandre Giglioli [p.84]

> Ana Lídia Borba [p.85]

> Ciro Violin [p.87]

OPINIÃO* A coluna “Opinião” também traz a visão de atletas experientes, mas que não necessariamente possuem con-hecimento técnico e formal sobre o assunto abordado.

Page 83: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

82 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8382 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 83

Foto

: Edu

ardo

Ros

a

Page 84: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

84 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8584 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 85

Alexandre Giglioli

O que fazer após o Ironman Brasil? Essa é uma pergunta que aflige a cabeça de qualquer atleta depois que ele atinge

seu objetivo de longo prazo.

Durante quanto tempo você se preparou para esta prova? 52, 26, 16, 12 ou oito se-manas?

Às vezes, é um sonho de uma vida terminar o Ironman, por isso o que fazer depois? Muito tempo de dedicação, horas de sono perdidas, horas sem a família e amigos e por aí vai. Quanto mais radical você for com relação aos treinos, pior ficará.

Será que já me inscrevo para outra prova? Posso fazer outra de menor distância?

Do ponto de vista fisiológico, temos que dar descanso ao corpo para que recupere seu sistema músculo-esquelético e seu sistema imune. Isso vai lhe tomar, pelo menos, 15 dias parado e mais 15 dias treinando bem leve, depois pode voltar aos treinos normais em busca de novos objetivos. Acho que a melhor maneira seria fazendo olímpicos ou shorts (sprints) triathlons. Outro Ironman somente no segundo semestre. Você pode observar que a prova é prazerosa, porém a sequência de treinos é muito desgastante, e isso, ao longo dos anos, acaba maltratando suas articulações.

Temos aí alguns atletas, como o tcheco Petr Vabrousek que faz quase 1 Iron por mês e que neste ano completou seu centésimo Iron-man. Muita coisa, não é? O que será deste ci-dadão quando estiver próximo aos 60 anos? Será que conseguirá andar? Colocará próte-ses? O Triathlon é um esporte muito novo e ainda requer grandes estudos. Não sabemos exatamente o que ocorre com aqueles que exageraram em termos de treinamento ex-

cessivo e grande acúmulo de provas longas durante sua vida.

Reflita sobre isso e bom descanso!

Grande abraço e bons treinos! MT

Alexandre Giglioli, é um dos treinadores de Triathlon mais experientes do país e Diretor Técnico A. GIGLIOLI ASSESSO-RIA ESPORTIVA www.agiglioli.com.br

Opi

nião

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Foto

: Edu

ardo

Ros

a

Page 85: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

84 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8584 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 85

Ana Lídia Borba

Opinião

O Ironman Brasil 2011 chegou!

Você passou os últimos meses se desdobran-do para encaixar treinos durante a semana, para acompanhar a família na programação de domingo depois do pedal longo, para con-tornar o cansaço e atender ao compromisso de trabalho na véspera de mais um dia em que você acordaria de madrugada. Você pe-gou uma gripe que parecia uma pneumonia e, no último mês, todos os seus amigos não-triatletas comentaram que você estava com cara de cansado. Mas, esta semana, tudo isso acabou.

Nada como o polimento para fazer com que você se sinta magro, forte, rápido e cheio de energias! Agora faltam apenas alguns dias para você colocar à prova todo esforço e foco desses meses de treinamento. A expectativa é enorme – mas fique calmo, mentalize o percurso e a estratégia, descanse bastante, alimente-se bem e boa prova!

Se preferir, você pode deixar para ler o res-tante do artigo no domingo à noite, mas eu recomendo acabar logo com isso. Aliás, reco-mendo acabar de ler toda a revista antes da prova, mas eu ainda vou chegar nesse ponto.

Quando terminar o Ironman, ou melhor, de-pois da premiação e das festas, quando você desembarcar na sua cidade, é bem provável que você fique com uma sensação de vazio. Você ficou tanto tempo focado neste objetivo e, agora, simplesmente acabou: não tem fei-rinha, nem treino no dia seguinte, nada “tri-atlético” para fazer. Então, fazer o quê?

Para começar, suponho que você tenha uma vida fora do triathlon: família, trabalho e ami-gos sedentários. Aproveite a ressaca do Iron-

man para priorizar todas essas coisas que são importantes pra você e, da melhor maneira possível, agradecer todo o apoio e paciência que todos mostraram enquanto você treinava em prol de um objetivo só seu.

Se for possível, tire alguns dias de férias; se não, dedique-se mais ao trabalho e, no próxi-mo fim de semana, durma até tarde e atenda aos pedidos da família – ela merece. Saia com seus amigos que preferem cerveja a açaí e mude o assunto das conversas um pouco. Por alguns dias, tente esquecer Twitter, Facebook, MundoTri Magazine, IronmanLive e mídia es-pecializada. Tudo bem, pode dar uma olhada nas fotos da prova quando forem publicadas – mas seja rápido. Foco na família.

Acredite, o descanso mental é tão importante quanto a recuperação física e os créditos que você tende a ganhar com a família, namora-da (o) e até o patrão serão muito bem vin-dos quando você estiver treinando para a sua próxima grande prova.

Com relação à recuperação física, pode acon-tecer de você ter treinado tanto que o Iron-man pareça fácil – mas é só impressão sua. O estresse sobre os músculos, articulações, sistema digestivo, imunológico e tudo o que se puder imaginar é gigantesco, e seu corpo precisa de tempo, mesmo que você ache que não.

A recuperação do Ironman começa já durante a prova, portanto alimente-se e hidrate-se cor-retamente para minimizar os estragos. Lem-bre-se também de que você deve continuar se cuidando após a chegada, comendo e suple-mentando adequadamente.

O próximo passo é controlar os processos infla-

Page 86: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

86 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8786 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 87

Ana Lídia Borba

Opi

nião

Opinião

matórios nos músculos e articulações através de um protocolo da fisioterapia conhecido como RICE: Rest (repouso), Ice (gelo), Com-pression (compressão), Elevation (elevação). Adote esses procedimentos o mais rápido possível depois da prova e os repita várias ve-zes nos dois dias subsequentes à competição, pois isso evitará que a inflamação se alastre e minimizará a dor e o inchaço nas pernas.

Por fim, “dê férias para os seus pés”. Esqueça os treinos!

Se ficar com muita vontade de fazer alguma coisa, nade um pouquinho, solto. Se não for suficiente, pode sair para girar, mas tudo muito curto e muito leve. Porém, se você quiser cor-rer... Não corra. Seus músculos e articulações estarão deteriorados pela prova e o impacto provocado pela corrida é enorme, mesmo no trote. Você não ganhará nada correndo tão pouco e tão devagar, mas estará sujeito a um enorme risco de se lesionar. Deixe a corrida para, no mínimo, dez dias após o Ironman e volte aos treinos lenta e progressivamente.

É provável que seu técnico comece a retomar o ritmo de treinos apenas a partir da terceira ou quarta semana após o evento, mas não se desespere. Obedeça às instruções e, quan-do você voltar a treinar, estará descansado e mentalmente pronto para focar o seu próxi-mo objetivo.

Aliás... Você já pensou no seu próximo obje-tivo?

Ana Lídia Borba é atleta Asics, com apoio de Aqua Sphere, Pacific Health, Clínica 449, Ve-lotech e Cia Athletica. RM Elite Team.

triborba.blogspot.com

Foto

: Edu

ardo

Ros

a

Page 87: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

86 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8786 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 87

Opi

nião

Opinião

Foto

: Edu

ardo

Ros

a

Ciro ViolinO que fazer depois do Ironman Brasil ?

Essa é uma pergunta que só poderá respon-der quem terminar o Ironman Brasil. Treinos e mais treinos durante meses e meses e o grande dia chegou ao final.

“O que vou fazer agora?” Como para o ser humano tudo é uma questão de condiciona-mento, vai depender do quão condicionado você está, não só fisicamente, mas mental-mente também.

Fisicamente falando, para quem vai comple-tar o primeiro Ironman, como meu amigo A-lexandre de São Paulo, uma semana depois da prova ele vai querer ficar a semana toda sem colocar a mão na bike, calçar tênis de corrida, e muito menos pegar nos óculos e na touca de natação. Com certeza ele ficará com suas meias de compressão, indo até a churrascaria predileta dia sim, dia não. Eu também, quase fiz isso depois do meu primeiro Ironman em 2009. E ele não será o único. Eu, depois de terminar IM Floripa 2011, com certeza, já vou dar uma corridinha na se-gunda-feira antes do almoço de premiação, pois estou condicionado a isso e já suporto bem esse estímulo. Mas tem caras como o Alexandre Ribeiro, que já aguentariam outro Ironman na segunda-feira, após terminar o de domingo. E não podemos esquecer-nos do Petr Vabrousek, ou o brasileiro Sérgio Co-deiro, que, com certeza, estariam preparados para correr outro Ironman logo após comple-tar o primeiro, tudo no mesmo dia. Tudo é uma questão de condicionamento! O condicionamento mental é igualmente im-portante, porque depois de um Ironman, pode

acontecer a famosa depressão pós Ironman, em que atletas podem engordar, emagrecer, mandar o exercício físico para longe ou até sentirem vontade de jogar a bike de cima da ponte. Tudo é uma questão de condiciona-mento, e conforme os anos vão passando e a experiência vai ficando maior, sua maneira de encarar as dificuldades vai melhorando. Não existem princípios melhores do que: Apren-der com os próprios erros, aprender errando ou errar para aprender. Todo Ser Humano esta sujeito a errar e aprender com o erro. Se ele voltar a errar, vai ser escolha dele. Atletas de primeira viagem vão sentir seu corpo estranho. Isso é normal. Você acabou de completar um Ironman. Atletas que já fizeram alguns Irons, já se co-nhecem um pouco melhor e por isso sabem, mais ou menos, o que fazer e como fazer. Aos atletas experientes, com mais de 10 Ironmans nas costas, não lhes digo nada, sou eu quem devo abaixar a cabeça e aprender com vocês. Minha dica é: Tente, ao MÁXIMO, se con-hecer. Conhecer as reações do SEU corpo. Conhecer as formas com que ele se comunica com você. Preste atenção na sua fisionomia, no brilho dos olhos, na sua pele, na urina, nas fezes, no funcionamento do intestino, do estomago, na lucidez e até no crescimento de unhas, cabelos e pêlos no corpo. Se você não se conhecer, ninguém mais vai fazer isso por você.

Page 88: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

88 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8988 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 89

Ciro Violin

Opi

nião

Opinião

E lembre se: Antes de fazer a inscrição para o próximo Ironman, olhe para trás e veja a con-sequência de tudo o que ELE foi na sua vida. Se você estiver feliz, isso é o que importa. En-tão, entre no site imediatamente e imprima novamente os boletos. Te vejo o ano que vem?!

Abraços do Ciro.

Ciro Violin

www.ciroviolin.com.br

Foto

: Wag

ner

Ara

újo

Page 89: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

88 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 8988 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 89

Opi

nião

Opinião

Natália Castro:uma ex-BBB

no Ironman Brasil2012

Muito antes de entrar para o Big Brother Brasil, a mineira Natália Castro (27) já era uma adepta do Triathlon. Agora, a atleta amadora já pensa em seu grande desafio para 2012: o Ironman Brasil 2012, sob a batuta do grande atleta profissional e treinador Alexandre Ribeiro.

Em uma conversa descontraída com nosso edi-tor, Wagner Araújo, Natália mostrou que é muito mais do que vimos na telinha.

MundoTRI: Natália, você já treina Triathlon há bastante tempo, conte-nos um pouco sobre seu início no esporte.

Natália: Quando eu era bolsista de uma facul-dade na Pensilvania, EUA, meu treinador na época sugeriu fazer um prova de triathlon du-rante as férias do time. Isso foi em 2002 e eu não fazia a mínima idéia do que era o triathlon. Foi paixão à primeira prova, e desde então não pa-rei. Voltei a treinar e competir denovo em 2008 em Miami, onde o esporte é bem popular.

MundoTRI: E qual seu ponto forte e seu ponto fraco entre as três disciplinas que compõem o esporte?

Natália: Meu ponto forte é a natação. Nado desde os 6 anos de idade, e quando fui morar nos EUA com 12 anos, dei continuidade até con-seguir uma bolsa de estudos por conta do es-porte. Meu ponto fraco é a corrida, como boa parte dos nadadores, quando vamos para a verti-cal, começam os problemas (risos).

MundoTRI: Após o BBB, ficou mais difícil treinar devido ao assédio dos fãs?

Natália: Sim. Ficou difícil para treinar, mas não devido ao assédio de fãs e sim pela falta de tem-po em virtude dos compromissos de trabalho.

MundoTRI: E como é seu dia-a-dia de treinos para o Ironman? Nada, pedala e corre quantas vezes por semana? Qual a quilometragem mé-dia?

Natália: Treino quase todos os dias, folgo 1 dia na semana ou quando a agenda esta muito aperta-da. Faço, no mínimo, 2 modalidades por treino, e pelo fato de estar voltando agora aos treinos, a quilometragem é bem pouca. Por enquanto es-tou nadando em media de 2.000 a 3.000 metros, 40min a 1hr de bike, e de 6 a 10km de corrida.

Foto

: Dan

iel A

rata

ngy

Page 90: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

90 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 9190 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 91

MundoTRI: Você treina com o Alexandre Ribeiro, um verdadeiro ícone do triathlon brasileiro. O que mais tem aprendido com ele?

Natália: É um privilegio ser treinada pelo Ribeiro. Ele me passa muita segurança e é sempre muito paciente comigo, algo que eu não sou. Ele é um grande profissional e como estou voltando a trein-ar agora, não estou satisfeita com a minha forma, mas ele me passa muita confiança no meu obje-tivo, que é completar o Ironman ano que vem.

MundoTRI: Em todo mundo, diversas celebridades têm praticado o Triathlon. Os exemplos mais em-blemáticos são os pilotos de automobilismo e al-guns artistas americanos, como Jennifer Lopez. Você vê algum motivo para esse movimento?

Natália: Não sei dizer o motivo, posso falar por mim. É um esporte viciante. Depois da primeira competição, eu não quis mais parar. Tenho ami-gos pilotos como Tony Kanaan e Antônio Pizzonia que também começaram como um simples hobby e hoje em dia não conseguem parar.

MundoTRI: O que a motiva a acordar todos os dias para treinar forte e encarar um Ironman?

Natália: É um desafio pessoal saber que eu sou capaz de passar horas e horas competindo e aqui-lo só depende de mim, da minha mente e do meu corpo. Conheci o Rick e Dick Hoyt em 2009, e foi daí que surgiu a minha vontade de completar o Ironman; eles são um exemplo de determinação, motivação.MT

Foto

: Car

ol C

amin

ha

“É um esporte viciante. Depois da primeira competição, eu não quis mais parar.”

Natália com Alexandre Ribeiro >

Page 91: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

90 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 9190 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 91

MundoTRI: Quais são seus maiores ídolos no es-porte?

Natália: Lance Armstrong e Ayrton Senna que dispensam comentários. E como mencionei ante-riormente, sou fã de carteirinha do Team Hoyt.

MundoTRI: O que diria para seus fãs para que eles começassem a praticar o Triathlon?

Natália: Muita força de vontade e determinação. Peça a ajuda de um profissional para os treinos e se inscreva numa prova de triathlon, depois da primeira prova não vão querer mais largar o es-porte.

MundoTRI: Gostaria de agradecer alguém em es-pecial?

Natália: Obrigada a MundoTRI pela oportunidade e o espaço. Ao Alexandre Ribeiro e o time Pro Ribeiro pela parceria, paciência e apoio diário. E aos meus fãs, familia e amigos que me motivam sempre e acreditam em mim.

Foto

: Car

ol C

amin

ha

Foto

: Dan

iel M

artin

s

“Muita força de vontade e determinação. Peça a ajuda de um profissional para os treinos e se inscreva numa prova de triathlon, depois da primeira prova não vão querer mais largar o esporte.”

Page 92: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

92 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 9392 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 93

WILDFLOWER,o Woodstock do Triathlon

Foto

: Tim

othy

Car

lson

Page 93: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

92 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 9392 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 93

O americano Jesse Thomas, que se tornou profis-sional este ano, surpreendeu a todos e venceu a 29ª edição do Wildflower Long Course Triathlon, realizado no dia 30 de abril no Lago San Antônio/Califórnia. No feminino, a versátil triatleta britânica Leanda Cave finalmente conquistou o título, após ter ficado com a prata por duas vezes. Cave bateu a americana Mary Beth Ellis por uma margem de apenas 7 segundos.

Thomas fez uma prova de recuperação. O atleta saiu bem atrás na água e no final do ciclismo es-tava 6:30 atrás dos líderes, uma diferença difícil de ser tirada nos 21km de corrida. Saindo para correr em 8º lugar, o americano foi engolindo seus adversários um a um. Com pouco mais de 16km, Thomas estava na liderança, com o sul-africano James Cunnama e o australiano Clayton Fettel. Thomas continuou acelerando e deixou os dois atletas para brigarem pelo segundo lugar. No fi-nal, Jesse Thomas cravou 1:13:53 nos 21km de corrida.

Entre as mulheres, a favorita e atual campeã mun-dial de Ironman 70.3, Jodie Swallow (GBR), saiu na frente na água, com Cave quase um minuto atrás. A campeão de 2009, Virginia Berasategui (ESP) e Swallow foram penalizadas em dois minutos da bike, sendo, praticamente, eliminadas da disputa. Sem penalização, Cave fez a melhor parcial na bike (2:34:20), seguida de perto da americana Mary Beth Ellis (2:35:19). A vantagem construída na bike por Cave foi suficiente para garantir a vitória por apenas sete segundos sobre Ellis, que fez a se-gunda melhor corrida do dia com 1:24:42, quase um minuto mais rápida do que Cave. A melhor corredora do dia (1:23:59), a canadense Magali Tisseyre, terminou na terceira colocação.

O Wildflower é um grande festival do esporte, que reúne anualmente mais de 7.000 atletas e 30.000 espectadores para acompanhar também shows de música e outras atrações esportivas ao ar livre. Por isso é considerado o “Woodstock do Triathlon”. Há ainda duas outras provas além do meio Iron-man: um olímpico (1500/40/10) e um super sprint cross triathlon (400/15,5/3,2). Essa é uma das pro-vas que você deve considerar fazer um dia em sua vida esportiva, não só pela competição, mas por todo clima do camping, com milhares de atletas e o ambiente de festa.

Foto

: Tim

othy

Car

lson

Jesse Thomas comemora a vitória>

Page 94: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

94 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 9594 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 95

Masculino

1. Jesse Thomas (EUA) 4:04:45

2. Clayton Fettell (AUS) 4:05:11

3. James Cunnama (RSA) 4:05:59

4. Matt Lieto (EUA) 4:09:05

5. Chris Legh (AUS) 4:09:49

6. Jordan Rapp (EUA) 4:10:54

7. Nicholas Thompson (EUA) 4:11:07

8. Timothy DeBoom (EUA) 4:12:08

9. Bjorn Andersson (SUE) 4:14:36

10. Dan Hugo (EUA) 4:15:41

Feminino

1. Leanda Cave (GBR) 4:27:58

2. Mary Beth Ellis (EUA) 4:28:05

3. Magali Tisseyre (CAN) 4:32:06

4. Tenille Hoogland (CAN) 4:36:26

5. Virginia Berasategui (ESP) 4:37:16

6. Samantha Warriner (NZL) 4:39:07

7. Jodie Swallow (GBR) 4:43:50

8. Desiree Ficker (EUA) 4:46:03

9. Annie Warner (EUA) 4:48:09

10. Julia Grant (NZL) 4:51:15

Leanda Cave venceu a prova

Foto

: Tim

othy

Car

lson Próxima

edição:

Page 95: MundoTRI Magazine - Maio  2011 - nº 9

94 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 9594 MundoTRI.com [maio 2011] MundoTRI.com [maio 2011] 95Foto:

Tim

othy

Car

lson

Não perca nenhum detalhe das principais competições do país.Acompanhe nossas transmissões ao vivo no site ou pelo nosso canal no Twitter

@mundotrilive / @mundotri

MundoTRI.com.br

Próximaedição:

IronmanBrasil 2011

XTERRAAmazon

SESC Brasília