Mudar a cidade
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Universidade Federal de GoiásIESA – Instituto de Estudos Sócio-
AmbientaisGeografia Urbana – Professor Romero
Alunos: Douglas, Nilton, Paulo.
Introdução: da crítica do planejamento urbano a um planejamento crítico
Nos últimos 30 anos o Planejamento urbano vem sendo criticado em duas vertentes:
Crítica da esquerda – crítica a Escola de Chicago por prezar o individual, o consumismo e a “lei do mais forte” e não social; planejamento urbano instrumento a serviço do status quo capitalista. A “falácia” marxista.
Crítica conservadora – contexto neoliberal e “falência da intervenção estatal”. Substituição de planejamento por gestão. Planejamento subordinado aos interesses do mercado. Negação do Estado como administrador, mas utilizando benefícios destes (terrenos, subsídios, isenções tributárias, etc).
Elementos fundamentais para qualquer atividade de planejamento:
Pensamento orientado para o futuro. Escolha entre alternativas. Considerações de limites, restrições e
potencialidades; consideração de prejuízos e benefícios.
Possibilidade de diferentes cursos de ação, os quais dependem de condições e circunstâncias variáveis. (CULLINGWORTH, 1997).
Para uma abordagem crítica do planejamento:
Valorização da dimensão política e técnico-científica do planejamento e da gestão.
Arsenal de instrumentos. Crítica a racionalidade instrumental da Escola de
Frankfurt (centrada na eficiência) e proposta da racionalidade comunicativa (centrada na comunicação).
Reflexão sobre como alcanças “participação popular” Desenvolvimento: modernização, redução de
desigualdades. Entendida como mudança social positiva da e na cidade.
O Conceito de Planejamento Urbano e Gestão Urbana
Gestão – vêm da administração de empresas. Tendência atual de substituir planejamento por gestão. Gerir remete ao presente. Administrar uma situação dentro dos marcos dos recursos presentemente disponíveis tendo em vista as necessidades imediatas.
Planejamento – intervenção em si. Planejar remete a futuro: tentar simular os desdobramentos de um processo, como o objetivo de melhor precaver-se contra prováveis problemas.
Gestão e Planejamento são distintos e complementares. Planejamento urbano deve ser pensado junto com a gestão, são indissociáveis.
A construção de cenários (prever ou simular desdobramentos) é dividida em quatro trincheiras (MATUS, 1996):
Capacidade de predição. Capacidade de previsão. Capacidade de reação. Capacidade de aprender com erros.
Para o autor podem ser reescritas em: capacidade de prognóstico, capacidade de reação veloz ante a surpresa e a capacidade de extrair lições do passado.
Planejamento é necessário e arriscado. É uma necessidade econômica e política. Deve-se optar pela descentralização do Estado, incorporando elementos tanto do mercado como democracia participativa.
Planejamento urbano deve englobar diversos especialistas: arquiteto-urbanista, geógrafos, profissionais do direito urbano, cientistas sociais.
Planejamento e gestão urbano como ferramentas de promoção do desenvolvimento sócio-espacial.
Desenvolvimento sócio-espacial (para o autor seria mudança social positiva)
Desenvolvimento (sinônimo de desenvolvimento econômico, capitalista, ocidental e modernizador). É ideológico.
O desenvolvimento urbano é visto como destruição de ambientes construídos e
deteriorados ou antigos para que dê lugar a construções mais
novas.
Autonomia – melhoria da qualidade de vida e um aumento da justiça social. Observar tanto
as relações sociais e a espacialidade.
Planejamento deve buscar necessidades básicas e não básicas; tanto materiais quanto imateriais.
Igualdade dos indivíduos enquanto seres humanos merecedores de tratamento igualmente digno e respeitoso.
“Tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente” (ARISTÒTELES)
Autonomia individual e coletiva são dois lados da mesma moeda. São os parâmetros subordinados.
Autonomia individual: seria a capacidade de cada individuo de estabelecer metas para si próprio, com maior liberdade possível e reflexão crítica.
Autonomia coletiva: seria o funcionamento das instituições de justiça, liberdade e possibilidade. Não de cima para baixo, mas a o individuo se reconhece e participa da democracia.
Planejamento é a intervenção ou estratégia em que os fins seriam melhor justiça social (esfera pública), que é complementar a qualidade de vida (esfera privada), ou seja, autonomia.
O analista tem a última palavra no planejamento, mas deve passar pelo crivo dos indivíduos. O conteúdo definido irá orientar as ações dos profissionais, que resultaria no desenvolvimento sócio-espacial.
Planejamento é formulação de estratégias de mudança social, desenvolvimento de políticas públicas a nível regional, nacional, etc.
A psicologia ambiental fornece os 10 conjuntos de necessidades, que devem ser satisfeitos simultaneamente, apesar de possuir uma
ordem crescente de prioridades para o bem-estar individual: (MADERTHANER)
1. Regeneração 2. Privacidade 3. Segurança.
4. Funcionalidade 5. Ordem.
6. Comunicação 7. Apropriação 8. Participação
9. Estética 10. Criatividade