Monografia Rozineide Pedagogia 2009
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho traz uma reflexão sobre a importância da escola para crianças de 0
a 3 anos de idade na visão dos pais. Esta pesquisa foi realizada com a intenção de se
identificar quais os motivos que levam os pais a matricular seus filhos na escola ainda
bebês. A partir dos resultados buscamos ampliar nossos conhecimentos e indicar novas
possibilidades que venham auxiliar nas discussões sobre o tema.
Este trabalho é composto por quatro capítulos, que trazem no seu interior um pouco da
história da infância, destacando a preocupação de alguns estudiosos e teóricos que se
dedicaram à reflexão deste tema.
.
No capítulo l procuramos tecer algumas considerações sobre a história da infância ao
longo dos séculos, como era vista e entendida pelos adultos. Ressaltamos neste
capítulo como foi e como é ser criança nos dias atuais, a visível diferença do modo de
viver, vestir, brincar, e principalmente do não-viver a infância pelas crianças das
diferentes épocas e lugares e seus reflexos. Contamos com a contribuição de alguns
autores como: Del Priore (2000), Mauad (2000), Scarano (2000) e outros que nos
auxiliaram no sentido de conhecermos e refletirmos sobre a importância da infância
para as crianças.
O capítulo ll apresenta os conceitos de infância, família e escola. Dialogamos com
alguns teóricos que nos deram subsídio que consideramos importantes para fazermos
um diálogo sobre a importância da infância no desenvolvimento da criança.
A partir da visão de alguns teóricos escolhidos foi possível ampliar nossos
conhecimentos e fazer uma reflexão sobre a família e a sua contribuição na formação e
desenvolvimento físico/motor/social e intelectual da criança.
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A reflexão feita com os teóricos sobre escola nos permitiu entender e perceber a
necessidade que os pais têm em dividir as suas responsabilidades com esta instituição
que é considerada como a segunda instituição pela qual a criança passa. Debatemos
com alguns teóricos sobre as responsabilidades que a escola assume além das que já
são de sua competência.
Descrevemos no capítulo lll, sobre a metodologia que foi demarcada para que
pudéssemos obter dados para a pesquisa. Especificamos o tipo da pesquisa, o lócus,
os sujeitos, e os instrumentos utilizados para coleta de dados.
Demonstramos no capítulo lV a análise dos dados e interpretação dos resultados, que
foram obtidos por meio de entrevistas e questionários, que nos permitiram fazer uma
análise cuidadosa sobre o tema proposto.
Finalizamos nosso trabalho tecendo algumas considerações que julgamos relevantes
para a reflexão do tema e recordamos alguns pontos de vista discutidos durante a
realização do trabalho. Ressaltamos que uma das finalidades deste trabalho é abrir um
leque de possibilidades e reflexões que venham contribuir para o entendimento da
infância na vida das crianças sendo o seu desenvolvimento acompanhado pelos pais no
seio familiar, ou nas demais instituições, principalmente a escola.
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CAPÍTULO l
A INFÂNCIA E A SUA IMPORTÂNCIA PARA AS CRIANÇAS
A infância é uma das fases mais importantes da vida do ser humano. Nesta fase a
criança descobre o mundo ao seu redor e tudo que nele existe. A cada dia a cada
momento, a partir das descobertas a criança se desenvolve físico/motor e
intelectualmente. A infância é um período que a criança precisa viver com bastante
intensidade, naturalmente e sem pressa. Não é preciso acelerar este processo de
crescimento das crianças, pois elas terão muito tempo para usufruir da sua vida adulta.
Percebe-se que as crianças estão por toda parte: principalmente nos parquinhos e nas
escolas. Cada uma vive uma realidade diferente fora e dentro de suas casas, onde
umas dispõem da atenção e cuidados dos pais e tantas outras não. São personagens
de muitos perfis, ricos e pobres que fazem parte deste cenário chamado infância. (DEL
PRIORE, 2000).
Com relação aos significados de infância percebemos que eles são constituídos social
e cronologicamente, são as modificações culturais e as mudanças na sociedade que
nos mostram que estes significados nem sempre foram os mesmos, fazendo com que o
conceito de infância sofresse alterações ao longo da história.
Ser criança nos dias atuais é diferente de como foi ser criança nos períodos históricos
anteriores, pois em cada período e lugar ela (a criança) era vista e tratada de maneira
diferente e por muito tempo foi considerada um ser sem malícia, sem importância,
alheios à classe social e à cultura, não havendo assim uma palavra para defini-la. (DEL
PRIORE, 2000).
Por muito tempo a criança teve sua infância negada, no século XVI, torturas e maus
tratos já faziam parte de suas vidas nas embarcações que vinham para o Brasil.
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Crianças subiam a bordo e eram submetidas aos mais diversos tipos de abusos por
adultos que se sentiam atraídos por elas. Nem mesmo a presença dos pais
intimidavam-nos, e assim a infância tanto das crianças que eram aliciadas a bordo
quantos das que eram poupadas para serem torturadas ao chegarem à colônia se
extinguia ali mesmo. Os sonhos das crianças que vinham nas embarcações iam
embora para nunca mais voltarem. Com eles iam também as alegrias, fantasias e a
esperança de inúmeras crianças que deixaram de desfrutar a infância na sua essência
e com dignidade. (RAMOS, 2000)
Ao longo dos séculos a criança foi totalmente ignorada pela sociedade, não havia
nenhum cuidado específico para com ela, sentimento que se revelava nas altas taxas
de mortalidade infantil, na indiferenciação entre crianças e adultos, a exemplo das
vestimentas das crianças que se assemelhavam às dos adultos, jogos e festas que
eram comuns a todos. A representação que se tinha da criança era de um ser
imperfeito, incapaz, uma figura marginal em um mundo adulto. (NICOLAU, 1993) A
figura da criança era totalmente descaracterizada.
Diante deste panorama onde a criança não tinha valor e nem despertava nenhum tipo
de sensibilidade nos adultos, até a sua morte era encarada como um fado, o drama não
fazia parte das expressões das famílias diante da morte de uma criança. Assim como
qualquer objeto outra criança ao nascer poderia suprir a lacuna deixada, ocupando
assim o seu lugar. (SCARANO, 2000).
Aqui também fazemos uma ressalva sobre o termo “criança” que não era encontrado
nos dicionários, somente a partir do século XIX é que se admite a infância como uma
fase específica da vida do indivíduo, a partir daí o termo aparece nos dicionários, porém
é importante sublinhar que esta designação. também era usada para definir animais e
plantas, assemelhando a criança como qualquer ser ainda pequeno. Mais tarde é que a
definição do termo “criança” é direcionado unicamente para o ser humano. (MAUAD,
2000).
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A criança enquanto indivíduo desprovido de seus direitos, era facilmente moldada numa
sociedade onde os seus interesses e valores estavam aquém do que era considerado
importante para os adultos. Para Mauad (2004) era através de seus hábitos que os
adultos coordenavam a vida diária das crianças recorrendo a métodos que eram
considerados corretos pela sociedade.
Para Rizzini (2000) a criança sofreu todos os tipos de abusos que um ser tão vulnerável
poderia suportar. Explorada sexualmente, fisicamente e moralmente, muitas crianças
perderam a oportunidade de desfrutar a sua infância, trabalhando nos mais diferentes
lugares arriscando suas vidas num mundo onde o que importava era o enriquecimento
dos adultos, pois para elas restava apenas o trabalho para seu sustento e das suas
famílias. A história das crianças brasileiras também não se distancia da história das
demais, a mão-de-obra infantil considerada barata sempre representou um negócio
favorável para os grandes proprietários de terras, os magnatas no início da
industrialização e os ricos que oprimiam as crianças nas suas casa de luxo etc.
A partir de um olhar direcionado para este contexto de angústia que as crianças se
encontravam cresce o interesse de cientistas e educadores em se fazer uma releitura
cuidadosa sobre a infância e as suas particularidades. Para Nicolau (2000) o século XX
apresenta-se como o século onde se dá bastante ênfase e relevância à infância, já se
percebe uma preocupação com a valorização, defesa e proteção à criança. A partir
desta releitura surge uma nova concepção de infância, evidenciando suas
características e necessidades particulares.
Entendendo a criança como um ser único e que estimular o seu desenvolvimento
significa prepará-la para as fases seguintes Winnicott (1982) diz que: o fluir em seus
movimentos é que lhe proporciona as condições indispensáveis para que ela possa
perceber-se, encontrar-se e desenvolver-se de forma harmoniosa. A infância é um
período tão importante para o desenvolvimento físico/motor e intelectual da criança que
se não for vivida como necessariamente deve ser pode refletir negativamente nas suas
atitudes na vida adulta.
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É impossível se falar de infância sem destacar os principais atores deste cenário que
são as “crianças”. A criança deve ser considerada como um ser singular, que traz
dentro de si suas próprias características. E nesse sentido, é necessário que o seu
desenvolvimento e a sua estruturação sejam efetivados de maneira integrada, que lhe
possibilite a sua expressão, através de seus aspectos: psicológicos, psicomotores,
emocionais, cognitivos e afetivos.
Percebemos que, para a criança conseguir desenvolver suas habilidades físico/motores
e intelectuais ela passa por diversas instituições de apoio, e a primeira e mais
importante instituição pela qual ela passa é a família e destacamos a escola como a
segunda instituição.
É no seio familiar que a criança tem a possibilidade de desenvolver-se, e aprender a se
adaptar no mundo no qual viverá. A família é mediadora entre o indivíduo e a
sociedade, entendemos que a família tem um papel primordial na transmissão da
cultura e valores. Ela prevalece na primeira educação, na orientação quanto aos limites,
na aquisição da língua etc.
A atenção, os cuidados o carinho que a criança necessita nos primeiros anos de vida é
importante que venham dos pais, pois dos 18 meses aos três anos de idade a criança
começa a desenvolver suas habilidades, falar algumas palavras, compreender melhor o
mundo, pois desde o momento que é concebida já é considerada como pessoa que
requer atenção e cuidado por parte principalmente da mãe. (WINNICOTT, 1982).
Aos pais, cabe a responsabilidade de dar amor, carinho, atenção, segurança e
educação. Sob a orientação dos pais a criança percebe que nem tudo é permitido fazer,
que há limitações, proibições e que regras precisam ser obedecidas. Alguns membros
da família que dividem com os pais a responsabilidade de auxiliá-los na criação e
educação das crianças apoderam-se desta função eximindo os pais de seu verdadeiro
papel, tornando as responsabilidades dos pais indefinidas, e estas não podem ser
transferidas para nenhum outro membro da família. (PAROLIN. 2003).
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É de extrema importância que os pais disponibilizem de tempo para educar seus filhos,
sendo eles os seus primeiros educadores é inegável que a sua presença durante a fase
de desenvolvimento da criança servirá de alicerce para o ingresso desta criança nas
diversas instituições que porventura ela venha passar.
Com relação à educação dos filhos se percebe atualmente uma divisão de
responsabilidade por parte dos pais com a segunda instituição que é a escola. E para
atender este público infantil também se fez necessário que se pensasse em um novo
paradigma de educação específica para estas crianças, daí nasce no cenário
educacional a “Educação infantil”, que atende crianças de 0 a 6 anos de idade. No
Brasil a Constituição Federal de 1988 passou a definir a Educação Infantil como um
direito da criança, um dever do estado e uma opção da família.
Dois anos depois a ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) Lei nº 8. 069/90
regulamentou artigo da constituição Federal e explicitou mecanismos que possibilitam a
exigência legal dos direitos da criança, em 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e
Base da Educação Nacional – LDB – Lei Federal nº 9394/96 considera em seu art 29
que: a “Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seu
aspecto físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade.”
Esta Lei traz também em seu art. 30º que a Educação Infantil será oferecida em
creches, ou entidades equivalentes para crianças de até três anos de idade, e Pré-
Escolas para crianças de quatro a seis anos de idade.
Neste período da vida a criança não consegue elaborar um raciocínio para
compreender o que significa a escola, o que está fazendo lá e principalmente que os
pais continuam a existir mesmo quando não estão diante de sua vista. Sabemos que
todo ambiente novo desperta ansiedade, curiosidade, desconfiança e para as crianças
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até medo.
Notamos que este ingresso precoce das crianças na escola fez surgir um número
significante de escolas, oferecendo uma educação diferenciada que precede a Pré-
Escola a qual recebe o nome de Escola Maternal. Após fazer estágio em algumas
escolas percebemos que as crianças que ingressavam pela primeira vez na escola
demonstravam um desconforto muito grande. E algumas agarradas no pescoço ou nas
pernas dos pais demonstravam através de muito choro e lamentos a sua insatisfação
em se adaptar a essa nova tarefa de ser aluno.
Percebemos também que os pais demonstravam através de suas fisionomias certa
insegurança ao entregar suas crianças nas mãos de uma pessoa que não fazia parte
do grupo familiar ao qual a criança já conhecia, mas que a partir daquele momento
estaria dividindo com eles a difícil tarefa de cuidar de seus filhos. O que me inquieta é
saber: por que os pais estão matriculando suas crianças na escola tão cedo?
É importante ressaltarmos que todas as vezes que nos referimos à criança que está
sendo inserida na escola ainda nova, estamos falando de crianças de 0 a 3 anos de
idade.
Visto que a infância é um período de extrema importância para o bom desenvolvimento
do ser humano e que vivê-la bem refletirá nas suas atitudes na fase adulta, considero
esta pesquisa de suma importância, para que os espaços, e os indivíduos que
trabalham ou irão trabalhar com estas crianças, sejam pensados com cuidado e
responsabilidade para atender este público tão especial.
Partindo desta problemática o meu objetivo é identificar qual a importância da educação
infantil na perspectiva das famílias. Diante da temática sobre a infância e a sua
importância para o desenvolvimento geral da criança destacamos como palavras-
15
chave: infância, família e escola
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CAPÍTULO ll
DISCUTINDO CONCEITOS
A partir da reflexão sobre a Infância e sua importância para o desenvolvimento geral da
criança e estudos feitos sobre o tema, sentimos a necessidade de aprofundarmos os
nossos estudos, contando com a contribuição de alguns teóricos e seus pensamentos.
O processo de desenvolvimento do indivíduo a nosso ver se dá mediante interação que
o mesmo tem com a família e o ambiente em que está inserido. Partindo deste
pressuposto e por meio deste diálogo que faremos com os teóricos procuraremos
aprofundar os nossos estudos abordando a infância, a família e a escola como
palavras–chave, pois consideramos que estes três aspectos são importantes no
contexto infantil.
2.1 – Infância
Atualmente uma nova concepção de criança vem transformando o cenário infantil e as
suas particularidades. A criança passa a ser vista como ser social que pensa, age e
interage no meio em que está inserida, a partir desta releitura da história da criança, de
análises e reflexões passamos a compreender a criança como ser único.
Com relação aos significados de infância percebemos que eles são constituídos social
e cronologicamente, são as modificações culturais e as mudanças na sociedade que
nos mostram que estes significados nem sempre foram os mesmos, fazendo com que o
conceito de infância sofresse alterações ao longo da história.
A definição de infância passou séculos sem existir e sem despertar nos adultos uma
17
atenção significativa até o século XX. Esse descaso levou inúmeras crianças a viver
num cenário de adulto como adultos. Respeitar a criança e seu desenvolvimento natural
significa oferecê-la a oportunidade de desfrutar de sua infância, para que ela não passe
por esta fase sem percebê-la. Desconsiderando a natureza infantil e submetendo-a a
viver no mundo como adultos, são fatores que podem acelerar este processo de
adultização.
Segundo Nicolau (1993):
A criança já foi considerada um ser sem as suas características próprias adulto em miniatura, ou adulto ainda incompleto, à medida que foi havendo uma compreensão do papel da infância foi-se constatando que há motivos, interesses e necessidades que lhes são próprias. (p.136)
Aqui também fazemos uma ressalva sobre o termo “criança” que não era encontrado
nos dicionários, somente a partir do século XIX é que se admite a infância como uma
fase específica da vida do indivíduo, a partir daí o termo aparece nos dicionários, porém
é importante sublinhar que esta designação, também era usada para definir animais e
plantas, assemelhando a criança como qualquer ser ainda pequeno. Mais tarde é que a
definição do termo “criança” é direcionado unicamente para o ser humano. (MAUAD,
2000).
Considerando a infância como momento de crescimento físico, motor e intelectual que o
indivíduo passa e, partindo deste ponto de vista percebe-se que uma infância bem
vivida fará com que a criança se torne um adulto consciente, capaz de fazer reflexões
sobre si e o ambiente em que está inserida, sendo uma fase considerada o alicerce
para as demais é importante pensar na infância como período fundamental na vida da
criança. Drouet (1999) acrescenta: “que os seis primeiros anos de vida são
extraordinariamente importantes e mesmo fundamentais para um bom desenvolvimento
geral do indivíduo.” (p.92)
Durante o seu desenvolvimento o indivíduo passa por algumas fases importantes que
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devem ser observadas e acompanhadas de perto e com cuidado, pois durante esta
transição há a necessidade do auxílio dos pais ou de outro adulto para desempenhar
suas habilidades e passar por cada fase com tranqüilidade. A influência mútua entre a
criança e seu meio ambiente físico e social esclarece a passagem do desenvolvimento
tanto cognitivo quanto moral. (FELTRAN, 1990).
Para Winnicott (1982) a partir do momento que a criança adolesce e muda de uma
etapa, para a etapa difícil do desenvolvimento interno até seguir enfim uma habilidade
de relacionar-se os pais poderão perceber que a sua proteção compõe um elemento
essencial neste processo.
Para auxiliar o indivíduo no seu crescimento é preciso entender a sua origem,e nessa
busca de entendimentos ressaltamos o brincar como uma atividade importante que faz
parte do leque de fatores que auxiliam o indivíduo no seu desenvolvimento, atividade
básica que nasce muito cedo nele. A brincadeira é vista como o primeiro
comportamento inteligente do homem; e surge logo após o seu nascimento (FELTRAN,
1990).
Por muito tempo a infância foi negada e muitas crianças, passaram por este momento
sem percebê-la e sem ter a oportunidade de desfrutar de um dos momentos
importantes para o seu desenvolvimento físico/motor, social e intelectual que é o
momento da brincadeira. Brincar também é um fator que contribui para o
desenvolvimento geral da criança. Abreviar ou subtrair este momento pode trazer
conseqüências negativas para sua vida adulta. Através da brincadeira o indivíduo se
expressa, se desenvolve e se relaciona com o meio e seus componentes. Machado
(2001) ressalta que:
Para explorar, descobrir e apreender a realidade paradoxalmente
a criança se utiliza das brincadeiras. Brincando ela aprende a
linguagem dos símbolos e entra no espaço original de todas as
atividades sócio-culturais. (p.29).
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Durante a passagem de uma fase para outra é notório que as crianças necessitam dos
pais, não que esta necessidade não se dê ao longo de suas vidas, mas ressaltamos
que no período da infância no qual a criança apresenta-se como um ser totalmente
dependente deles e estão aprendendo regras e limites, fica claro, portanto que neste
momento a presença dos pais é de extrema importância. Rossini (2004) afirma que:
Há uma necessidade de pais que exerçam suas funções verdadeiramente, que possam
acolher seus filhos em todos os momentos, mantendo-se sempre cautelosos quanto às
ao processo de desenvolvimento vivido por eles. (ROSSINI, 2004).
2.2 – FAMÍLIA
O desenvolvimento da criança se dá nos primeiros anos de vida. Brincar, correr, pular,
cair, levantar, andar descalço, são algumas situações que as crianças também
vivenciam nos diferentes espaços como fatores que contribuem para o seu
desenvolvimento:nas residências, escolas, praças, ruas etc. Rappaportt (1982) diz que
para o indivíduo se desenvolver é preciso acicatá-lo, apresentando ao mesmo situações
variadas. E considera o espaço familiar como lugar imprescindível para que haja esta
ampliação de conhecimentos, onde a criança estará sob o olhar cuidadoso dos pais.
Atualmente percebemos que alguns pais têm demonstrado uma preocupação bastante
significativa com relação aos filhos, na alimentação, vestuário, segurança, educação
etc. Alguns séculos atrás (século XVI) muitas famílias se rescindiam de seus filhos
pequenos, como meio de acrescer a sua renda, não havia uma inquietação com o seu
destino e com o seu futuro, a presença da criança na família denotava para os pais uma
despesa a mais, um fardo. (RAMOS, 2000).
20
Diferentemente da vida das crianças dos séculos anteriores, percebemos hoje um
desabrochar por parte de alguns pais de um sentimento afetuoso reservado á algumas
crianças. Paralelo à tarefa de dar amor, carinho, atenção etc. os pais carregam na sua
bagagem de obrigações a missão de educar seus filhos.
Os pais se apresentam neste contexto familiar como os primeiros educadores dos
filhos, são eles que dispõem da autonomia para estabelecer regras e limites que
favorecerão seus filhos ao longo de sua vida, a ausência dos pais nesse processo de
transmissão de conhecimentos pode repercutir de forma negativa para a criança ao
interagir com outras pessoas e novos ambientes. Certamente a família não será a única
instituição que a criança passará. Sobre isso Rossini (2004) ressalta:
Criar um filho sem nunca dizer “não” significa comprometer seu equilíbrio futuro: será um ser com dificuldade de tomar conta do próprio destino. Quanto mais cedo começarmos a estabelecer os limites melhor. (p.19)
Atualmente as transformações sociais acontecem causando mudanças significativas
dentro das famílias, um dos fatores é a necessidade que pais e mães têm de trabalhar
fora de casa, esse fator tem causado um impacto brusco na forma de educar as
crianças. Esta necessidade de ausentar-se do lar por um período integral leva os pais a
refletirem sobre a difícil tarefa de dividirem a responsabilidade de educar seus filhos
com outras instutuições, e com outras pessoas qualificadas ou não.
Nesta imensidão de funções que os pais desempenham resta para os filhos apenas
algumas horas ou minutos, fazendo com que a responsabilidade de educá-los seja
compartilhada com a escola. Nasce no cenário familiar uma nova preocupação: a
responsabilidade dos pais em escolherem com bastante cuidado a primeira escola e os
profissionais que irão trabalhar com seus filhos e ajudá-los na sua formação. pois neste
espaço as crianças passarão alguns anos de sua infância. (ROSSINI 2004)
21
Não podemos deixar de ressaltar que as crianças em algum momento de suas vidas
enfrentarão a realidade de entrar na escola. Partindo desta necessidade os pais vêem
na escola uma grande aliada para dividirem a responsabilidade de transmitir
conhecimentos e educar seus filhos. Porém é interessante advertir que os pais sejam
um elo entre a escola e a criança facilitando assim o bom desempenho do papel da
escola. Parolim (2003) diz que:
A família tem um importante papel formador, mas precisa da escola (...) para construir conhecimentos com seu filho. A escola necessita da família de sua história, do seu contexto afetivo emocional (...) para cumprir seu papel educacional. (p.59)
A partir do momento que os pais entendem que chegou a hora de inserir seu filho na
escola, é importante que os mesmos preocupem-se em definir quais as
responsabilidades deles enquanto pais e da escola enquanto instituição de ensino, o
que se percebe neste panorama é que a escola está desempenhando alguns papéis
que competem aos pais, a responsabilidade de formação da criança passa a ser
totalmente da escola. (BASSEADAS, 1996)
Percebemos que nos dias atuais pais e mães têm a necessidade de trabalhar fora de
casa para garantir o sustento de seus filhos passando quase que o dia inteiro longe
(alguns passam o dia inteiro fora de casa) deles, com isso faltam-lhes tempo para
acompanhar o crescimento e o desenvolvimento dos filhos, que muitas vezes são ainda
bebês, perdendo assim uma fase importante do ser humano. Tiba (1998) afirma que:
"Os pais estão sendo consumidos pelo trabalho, construindo patrimônios para seus
filhos (...) não sobra tempo para acompanhar os filhos nem para conviver com a
família". (p.44).
Com essa corrida em busca da sobrevivência, do sustento dos filhos, ou ainda de
condições melhores de vida, fica um pouco difícil para os pais e principalmente para as
mães a quem cabia apenas as tarefas domésticas e uma parte da educação dos filhos
(quando esta divide com o pai) se ocuparem único e exclusivamente da criação e
22
educação dos pequenos, fazendo com que os papéis da escola e da família sejam
pouco a pouco invertidos. Weil (1994) reforça dizendo que:
Antigamente a instrução dos filhos era dever exclusivo da família, mas a vida foi-se complicando e o conjunto dos conhecimentos a serem adquiridos também se estendeu indefinidamente. O resultado disto é que a escola tomou aos poucos o encargo de instruir, ou seja, transmitir conhecimentos às crianças. (p.64)
A família se apresenta neste cenário infantil como uma mediadora entre uma fase e
outra, alicerce que dará sustentação à criança nos seus primeiros passos e durante
todo o seu desenvolvimento, até chegar à fase adulta.
2.3 – Escola
Atualmente considera-se a educação um dos setores mais importantes para o
desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimento que um país
cresce, aumentando sua renda e melhorando a qualidade de vida das pessoas, a Lei de
Diretrizes e Base, Lei 9394/96 em seu artigo 2º diz que:
A educação dever da família e do Estado inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
.Baseada no princípio do direito à educação para todos, a Lei n° 9394/96 trouxe
modificações em relação às leis anteriores para a educação a exemplo da inserção da
educação infantil (creche, pré-escolas) como primeira fase da educação básica esta lei
ressalta que:"Educação infantil como a primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seu
aspecto físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade."
23
A educação tem muito a contribuir em todos os aspectos na formação do ser humano,
para o mundo no trabalho e para a vida como um todo. A escola vem se destacando
como um ambiente que tem como função transmitir conhecimento, socializar o indivíduo
e prepará-lo para os desafios que ele enfrentará num mundo globalizado, onde o
mercado de trabalho absorve apenas as pessoas preparadas e qualificadas Gadotti
(2002) afirma que “a escola não deve apenas transmitir conhecimentos, mas também
preocupar-se com a formação global dos alunos.” (p.120).
A segunda instituição pela qual a criança passa é a escola, mas antes de começar a
sua caminhada, a sua longa jornada como aluno, é responsabilidade da família além de
transmitir conhecimentos, prepará-la para esse novo paradigma de educação, pois a
escola é um ambiente novo que despertará na criança curiosidade e insegurança.
Diante disto muitos pais almejando uma educação melhor e melhores resultados de
aprendizagem nos anos seguintes de estudo vêem na Pré-escola, período que
antecede á escola (fundamental l...) um meio para alcançar seus objetivos, para
Machado (1991) “hoje há quem acredite que o acesso a Pré-Escola é um indicador de
status social e uma garantia de sucesso nos níveis posteriores de ensino." (p.15).
Por muitos motivos os pais estão optando por incluir seus filhos na escola, a ausência
das mães dentro de casa por estarem trabalhando fora de casa, motivos que vem
mudando o perfil das famílias modernas, a falta de opção de lazer e o grande perigo
que as ruas dos grandes centros oferecem dá ao espaço pré-escolar várias definições,
como ressalta Machado (1991):
Há quem veja nela uma necessidade, a opção “menos ruim” para deixar crianças pequenas, pois bom mesmo seria que estivessem com suas mães. Há ainda quem defenda este espaço ideal para compensar a criança da escassez de praças, áreas verdes e, companhia, a que o desenvolvimento e a estrutura social urbana a condenou. (p.15).
Com isso percebemos que as crianças estão ingressando na escola cada vez mais
cedo e o número de escolas que atendem crianças menores de três anos de idade tem
crescido significadamente, surgindo dentro do contexto educacional um novo
24
paradigma de escola denominada “escola maternal” que atualmente atende crianças
que muitas vezes não deram nem os primeiros passos, usam fraldas, e ainda não
largaram a chupeta. Sobre a Escola Maternal, Drouet (1990) diz que:
Sua principal finalidade é promover o ajustamento da criança ao meio escolar. Entre os objetivos propostos destaca-se o desenvolvimento emocional e perceptomotor, além da interação social. Os trabalhos escolares se desenvolvem sem obedecer a programações rígidas. (...) A socialização é focalizada mais no sentido de promover um comportamento aceito do que do autocontrole. A interação com adultos e outras crianças é considerada de máxima importância. (p.39)
O ingresso de qualquer pessoa na escola pela primeira vez é sempre muito difícil, para
uma criança ainda bebê esta experiência é ainda mais dolorosa, pois passará a
conviver com pessoas que não fazem parte de sua família, passará horas do dia num
ambiente totalmente estranho e terá que acostumar-se com novas regras e limites
adotados pela nova instituição a qual frequentará durante a sua infância. Encarar a
separação mesmo que por um período, da mãe e dos seus familiares é uma
experiência marcante para qualquer criança. (DROUET, 1990).
Ressaltamos que estas crianças precisam de uma atenção diferenciada por serem
muito novas e serem totalmente dependentes dos pais, mesmo assim estão sendo
colocadas na escola. Décadas atrás algumas crianças também eram assistidas por
instituições denominadas de “asilos infantis”, “creches”, escolas maternais” e “jardins-
de-infância”, que surgiram com o objetivo específico de cuidar destas crianças.
Kishimoto, (1988) conta que:
O percurso começa com o aperfeiçoamento de estabelecimentos assistenciais denominados asilos infantis para atender órfãos, crianças abandonadas ou carentes de recursos que surgem desde os primórdios da instalação da cidade de São Paulo. Em seguida com a industrialização e a urbanização que se manifestam, mesmo de forma insipiente, no início da República surgem creches e escolas maternais (...) que se desenvolvem especialmente na década de 20. (p.157).
Temos hoje no nosso cenário educacional muitas escolas que atendem crianças com
menos de três anos diante desta nova realidade as crianças passam a acostumar-se
25
deste cedo a cumprir horário, obedecer regras, a fazer parte de um ambiente totalmente
novo e assustador pois são entregues a pessoas estranhas que poderão cuidar bem ou
não destes tão novos e delicados alunos que mal saíram das fraldas e são totalmente
dependentes dos pais, pois alguns ainda não conseguem falar para expressar com
clareza o que querem ou o que estão sentindo. Machado (1991) reforça dizendo que:
A escolaridade começa bem cedo. (...) Isso significa adaptar-se desde bebê a outros ambientes outros adultos além de suas casas e seus familiares. Significa também conviver com várias crianças e seguir uma rotina comum. (p.136).
Não temos dúvidas que a família é a instituição mais importante pela qual uma pessoa
deve passar. No seio familiar o indivíduo se desenvolve e recebe uma carga de
conhecimentos e instruções que lhes servirão de base para no futuro ao ingressar nas
diversas instituições as quais poderão passar estar preparado a receber novos
conhecimentos. Nos dias atuais como o ingresso das crianças na escola está
acontecendo cada vez mais cedo, é necessário que a escolha da primeira instituição
pela qual a criança vai passar seja feita com muito cuidado e responsabilidade.
Propostas e metodologias devem ser analisadas pelos pais, pois estas devem estar
voltadas para atender as crianças/bebês com suas características e particularidades,
este olhar cuidadoso deve se estender também em direção aos profissionais que
trabalharão com estas crianças. Entendemos que pais e escola devem caminhar no
mesmo ritmo para que o trabalho da escola surta efeitos positivos, pois a
responsabilidade de uma escola que se propõe a trabalhar com crianças tão novas é
muito grande. Sobre isso Machado (1991) ressalta que:
A vivência familiar é insubstituível. No entanto essa possibilidade de ampliar esta vivência entre outras crianças, desde que num ambiente propício, com adultos qualificados e uma metodologia que levem em conta suas necessidades e características, favorece e enriquece seu desenvolvimento desde que nasce e isto só é possível numa instituição voltada para este fim. Escola e família não se excluem se completam. (p.19).
A escolha de uma escola que atenda às necessidades físicas, psicológicas e sociais
das crianças, é condição para que elas possam interagir participar e buscar novas
26
formas de interação com a realidade.
O papel da escola é o de oferecer condições, propiciar oportunidades e estímulos dos mais variados para a criança educar-se, socializar-se, formar-se independente e autônoma para enfrentar situações de conflito dos mais diversos, apropriando-se do processo de aprendizagem como sujeito de sua história. (FAZENDA, 1991, p.24).
Considerando a escola como uma das primeiras instituições pela qual o indivíduo
passa, ressaltamos o espaço físico também como um aliado na tarefa de auxiliar no
desenvolvimento do mesmo. O ambiente escolar é muito mais que um espaço que
abriga, guarda, ele é também educador. (GANDINI1999).
27
CAPÍTULO lll
PERCURSO METODOLÓGICO
3.1 Pesquisa
Esta pesquisa é uma investigação meticulosa na procura dos fatos, uma busca
dinâmica para averiguá-los, é um exercício voltado para a dissolução de problemas
teórico-práticos. Buscando compreender a importância da escola para crianças de 0 a 3
anos de idade surgiu a necessidade de se fazer esta pesquisa.
Asti Vera (1979) diz que a partir de um problema é que podemos iniciar uma pesquisa,
e daí fazermos observações, avaliações e análises críticas para podermos encontrar as
possíveis soluções.
Para Goldenberg,(2000) nenhuma pesquisa é controlável, não é possível prevê suas
etapas, o pesquisador está sempre em sentido de alerta pois o seu conhecimento é
ilimitado.
Neste capítulo são ressaltadas as implicações metodológicas que guiaram nossa busca
sobre a importância da escola para crianças de 0 a 3 anos de idade. O presente estudo
originou-se a partir de observações feitas em algumas instituições de ensino que
atendem crianças com esta faixa etária. E para realizarmos este trabalho optamos pela
“pesquisa qualitativa.”
3.2 Pesquisa qualitativa
A pesquisa permite a aproximação contínua do pesquisador e seu objeto de estudo.
não se preocupa com números e sim com o estudo detalhado da percepção de um
28
grupo, associação etc. A quantidade de pessoas não é tão importante quanto à
insistência em se olhar a questão através de outros ângulos. (GOLDENBERG, 2000).
Ludke e André (1996) acrescentam que:
A pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatizando mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes. (p.13)
Quanto à postura do pesquisador uma das suas preocupações ao escolher e escrever
sobre o tema é proporcionar ao leitor um trabalho de fácil compreensão, Goldenberg
(2000) deixa claro que:
O verdadeiro pesquisador não precisa utilizar termos obscuros para parecer profundo. A profundidade e seriedade do estudo pode ser bem mais percebida se o pesquisador utiliza uma linguagem compreensível para um maior número de leitores. (p. 72)
3.3 Lócus da pesquisa
A pesquisa foi realizada na cidade de Senhor do Bonfim – Ba, com pais de crianças de
0 a 3 anos de idade que freqüentam as escolas do bairro Bosque nesta cidade. As
escolas pesquisadas foram: Educandário Construindo o Futuro que atende a 5 crianças
com essa faixa etária e o Educandário Paraíso do Saber que atende a outras 12
crianças com essa mesma idade.
3.4 Sujeitos da pesquisa
Participaram da pesquisa por meio de questionário semi-estruturado e entrevista livre
15 pais, (ressaltamos que sempre que citamos a palavra pais, estamos nos referindo a
pai e mãe) moradores do bairro Bosque que optaram por matricular seus filhos ainda
29
bebês na escola. Consideramos relevante ouví-los e questioná-los, pois acreditamos
serem eles (os pais) as pessoas mais indicadas para esclarecer as dúvidas que
emergem durante o processo de pesquisa.
3.5 Entrevista aberta
A entrevista livre possibilita ao pesquisador um momento de descontração e a
oportunidade de estar cara a cara com o entrevistado que envolvido por uma conversa
informal relata com espontaneidade suas idéias. (MICHALYSZIN & TOMASINI, 2005).
A entrevista permite um momento em que o entrevistador e entrevistado estejam frente
a frente, possibilitando que o entrevistado passe a relatar suas percepções sobre o
tema abordado. Para adquirirmos as informações 5 mães foram entrevistadas. A
entrevista foi feita no horário de entrada das crianças na escola.
3.6 Questionário semi-estrutural
O questionário é um instrumento que permite os entrevistados de posse das questões
enviadas pelo pesquisador respondê-las por escrito, pessoalmente e no momento que
achar oportuno. (MICHALISZYN, 2005). Achamos relevante a aplicação do questionário
como instrumento de coleta de dados, por considerarmos que o mesmo possibilita que
o sujeito da pesquisa possa refletir e analisar as questões cuidadosamente, podendo
respondê-las com mais tranqüilidade.
30
CAPÍTULO lV
ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS
Neste capítulo demonstraremos os dados adquiridos por meio de questionário e
entrevista livre. A identificação e a interpretação das informações nos servirão de guia
que nos permitirão identificar, por que os pais estão matriculando seus filhos na escola
ainda bebês.
4.1 Dados do questionário semi-estrutural
Com a aplicação do questionário aberto nos aproximamos do nosso objeto de estudo,
pois o mesmo nos forneceu informações que apontaram alguns fatores que nos
levaram a alcançar o nosso objetivo que é saber qual a importância da escola para as
crianças de 0 a 3 anos de idade. Optamos por manter a identidade dos pais em sigilo,
portanto os mesmos serão identificados através de códigos. (Pai 01, Pai 02...)
O questionário aberto continha 10 perguntas, as quais os pais puderam responder após
análise e reflexão das mesmas. Ao fazermos a análise constatamos que a maioria dos
pais possuem nível médio e que 80% deles trabalham fora de casa
Percebemos que ao longo dos anos ocorreram algumas mudanças no paradigma de
família, as mães não dedicam seu tempo unicamente aos afazeres domésticos e à
educação dos filhos. E as crianças acompanham estas mudanças sendo inseridas na
escola cada vez mais cedo. Para 50% dos pais a idade adequada para uma criança
começar a freqüentar a escola seria com 2 anos de idade, e os outros 50% acham que
seria entre 3 a 4 anos.
As crianças começam a freqüentar a escola cada vez mais novas. O que deixa claro
que desde bem cedo elas precisam familiarizar-se com espaços e pessoas que não
31
fazem parte do seu contexto familiar, tendo que aprender a relacionar-se com outras
crianças e acostumar-se a novos hábitos. (MACHADO, 1991)
Esse entendimento dos pais com relação á idade adequada para a criança começar a
freqüentar a escola nos permite afirmar que as crianças contemporâneas passam a
fazer parte do contexto escolar ainda bebês. Constatamos que 80% dos pais
matricularam seus filhos entre 2 anos a 2 anos e meio de idade. Os 20% restantes
matricularam seus filhos ainda mais novos com idade entre 1ano e 8 meses a 1 ano e
11 meses.
A escola desempenha um papel de grande relevância na formação do indivíduo,
proporcionando ao mesmo momentos que lhe dê condições para desenvolver-se
físico/motor e intelectualmente, ajudando-o a tornar-se um ser independente capaz de
resolver os problemas do dia-a-dia. (FAZENDA, 1991) Sabendo das contribuições que
a escola oferece para a formação do indivíduo ressaltamos alguns motivos que levaram
os pais a matricular seus filhos ainda bebês na escola.
Para 40% dos pais a escola é um ambiente capaz de socializar as crianças
principalmente as que não têm irmãos e as que encontram dificuldades em dividir o que
lhes pertence. Lugar que estimula o desenvolvimento geral da criança foi o que chamou
a atenção de outros 40%. Para os 20% restantes o grande motivo foi por trabalharem
fora de casa (pai e mãe).
“Essa é uma fase de descoberta e começo de socialização com outras
crianças, e na escola pelo fato de serem muitas crianças isso se torna
mais fácil”
(Pai 01)
“O fato de trabalhar fora, além preferir que ele passasse um turno em
contato com outras crianças, já que não tem irmãos.” (Pai 02)
32
Percebemos que os pais atribuem à escola uma importância muito grande, pois
acreditam que a mesma seja capaz de contribuir para a formação de seus filhos.
Transmitindo-lhes desde cedo valores, regras e conhecimentos que os ajudarão a
enfrentar os desafios cotidianos. Como, por exemplo, a convivência com os demais
indivíduos. A educação das crianças deixou de ser exclusividade dos pais, como
conseqüência a escola passa a assumir responsabilidades antes atribuídas á família.
(WEIL, 1994) Para os pais a escola é importante pois:
“Ajuda na socialização das crianças e é muito importante nessa fase que
elas tem curiosidade de descobrir e aprender coisas novas, ter contato
com coisas que serão importantes no seu cotidiano”
(Pai 06)
“O desenvolvimento da socialização com outras crianças, o fato de
proporcionar diferentes situações que em casa talvez não experimentaria;
o acúmulo de experiências.”
(Pai 11)
Entendemos que para inserir a criança num espaço novo como a escola é preciso que
alguns cuidados sejam tomados para que esta nova experiência não venha trazer
conseqüências negativas para a criança na sua vida adulta. Pois separar-se dos pais e
do ambiente habitual é um experimento bastante forte para as crianças.
(DROUET,1990). A escolha da primeira escola representa uma responsabilidade a mais
para os pais.
Profissionalismo, responsabilidade, estrutura física da escola, organização, localização
e ensino de qualidade foram itens citados pela maioria dos pais como importantes no
momento da escolha da primeira escola para as crianças. Para receberem crianças tão
novas as escolas precisam estar estruturadas adequadamente.
33
Mesmo a escola não apresentando em sua estrutura física todos os requisitos
necessários para atenderem crianças com menos de 03 anos de idade os pais optaram
por matricular seus filhos, pois levaram em consideração a questão financeira, a
distância e a confiança que tinham nos profissionais, este último item se apresenta com
bastante intensidade nas respostas dadas pelos pais.
Fica evidente que os pais demonstraram uma preocupação significativa com relação á
escolha da primeira escola para seus filhos, mesmo não dispondo de todos os
elementos necessários para atender crianças menores de 3 anos, os pais acreditam ter
inserido seus filhos num ambiente acolhedor, agradável e que os mesmos estão sob os
cuidados de pessoas responsáveis.
Esta nova experiência de fazer parte de um ambiente diferente com regras
determinadas pode representar para criança satisfação ou insatisfação. 60% dos pais
afirmam que suas crianças reagiram bem nos primeiros dias de aula, porém para 40%
dos pais a reação das crianças foi negativa, demonstrada através de choros e birras,
provocando nos pais tristeza e insegurança, mesmo presenciando tal reação os pais
decidiram deixar as crianças, pois acreditavam que com o passar do tempo elas
acostumariam com esta nova realidade.
Mesmo a escola desempenhando suas funções de auxiliar as famílias na educação,
formação e desenvolvimento geral das crianças, a participação ativa dos pais nesse
processo deve ser absoluta. A indisponibilidade de tempo subtrai deles a oportunidade
de atuarem ativamente desse processo, mas não impede os mesmos de compreender
que o tempo disponível precisa ser utilizado no sentido de auxiliar e atender ás
necessidades de seus filhos.
Sobre a importância da participação e disponibilidade de tempo para atuar na vida
escolar e familiar de seus filhos 20% declararam que não dispõem de muito tempo para
dar atenção que seus filhos merecem devido ao excesso de tarefas que precisam
34
cumprir ao longo do dia, mas ressaltam que o tempo que dispõem é dedicado eles.
Como podemos perceber nestas afirmações;
“Hoje em dia com o trabalho fica difícil, mas o tempo que temos disponível
entre eles dedicamos á sua educação e lazer.”
(Pai 08)
“Sim. Por mais que seja corrido o dia-a-dia, procuro sempre ser uma mãe
ativa na vida escolar do meu filho, orientando-o sempre para que ele
supere os seus desafios diários.”
(Pai 03)
Para 80% dos pais o acúmulo de tarefas não os impede de exercerem suas funções
com relação a seus filhos e afirmaram que participam ativamente e colaboram para o
bom desenvolvimento de seus filhos inclusive na vida escolar. Como vemos nesta
declaração:
“Apesar da correria diária procuro sempre estar presente e preparar meu
filho na medida do possível, para enfrentar os problemas do cotidiano.”
(Pai 02)
Percebemos que mesmo matriculando seus filhos ainda bebês na escola, e de verem a
mesma como uma aliada na tarefa de transmitir conhecimentos, valores e etc. para
seus filhos, os pais consideram a sua participação e acompanhamento no
desenvolvimento deles indispensáveis.
A participação dos pais em todas as etapas de desenvolvimento da vida dos filhos
significa proporcionar à criança momentos de descobertas através da brincadeira que é
uma arte que faz parte do contexto infantil. Proporcionar momentos de lazer à criança
também é função da família. Para Feltran (1990) A infância é considerada como
35
período de descoberta e desenvolvimento, e brincar e não ter compromisso é da
natureza da criança. O homem se expressa desde o seu nascimento através das
brincadeiras.
Passar a fazer parte do contexto escolar mesmo antes de completar 03 anos de idade e
obedecer regras, horários, e rotina diariamente pode ou não subtrair da criança parte de
sua infância. Para 80% dos pais inserir a criança antes dos 03 anos de idade não
impede a criança de viver a sua infância plenamente pois percebem a escola como
espaço em que a brincadeira está sempre presente, fazendo com que a criança usufrua
destes momentos mesmo fora de casa. Para os pais a infância é uma etapa importante
para o desenvolvimento das crianças. 20% dos pais afirmaram que as crianças ao
entrarem na escola passam a ter responsabilidade muito cedo.
“Às vezes deixa de brincar mais com os amiguinhos, fica mais
responsável, sem esquecer do cansaço.”
(Pai 08)
“Ela se adapta normalmente, pois lá na escola ela brinca estuda, e
ainda tem muita crianças para brincar.”
(Pai 05)
A partir destas informações constatamos que os pais mesmo carregando na sua
bagagem bastante tarefas demonstraram uma preocupação significativa quanto ao
desenvolvimento de seus filhos. Esta preocupação vai desde o momento de decidirem
a idade adequada para matriculá-los, passando pelo cuidado na escolha da primeira
escola, que para eles deve oferecer entre outros elementos conforto e segurança. Os
pais atribuem-lhe uma importância muito grande, pois acreditam que este ambiente
novo para a criança contribui para o seu desenvolvimento físico/motor/intelectual e
social. A confiança no trabalho da instituição escolhida fazem com que os pais superem
as angústias e insegurança sentidas nos primeiros dias de aula quando percebem que
seus filhos reagiram negativamente a este ambiente. Esta confiança traz a certeza de
36
que os mesmos não vão deixar de viver a sua infância, período que os pais declaram
relevante para o desenvolvimento sadio da criança. Para os pais a escola a é um
espaço de extensão que junto à família participa do crescimento e desenvolvimento
geral das crianças.
4.2 Análise da entrevista
A partir de entrevista feita a 5 mães, que matricularam seus filhos antes dos 03 anos de
idade. (A entrevista foi feita com as mães, pois as mesmas declararam que os pais não
tem tempo de levá-los á escola.) Constatamos por meio de seus relatos que passar a
freqüentar a escola desde cedo fez com que seus filhos se desenvolvessem mais
rápido principalmente na linguagem, notaram também uma mudança positiva no
comportamento e ressaltam que a escola contribuiu muito no processo de socialização
das crianças.
Algumas mães mesmo notando nas crianças certa dificuldade em se adaptar à escola
nos primeiros dias, algumas continuaram levando-as e permanecendo na escola por
algumas horas até que perceberam que seus filhos já estavam adaptados à essa nova
realidade em suas vidas. Relatam que sofreram junto com eles.
“Quando ele chorava, eu sentia vontade de chorar também, e levá-lo de
volta para casa, foram dias difíceis, mas decidi continuar levando-o até
que se adaptasse.”
(Mãe 05)
“Meu filho chorava muito então resolvi matriculá-lo com 3 anos de idade.”
(Mãe 01)
‘“Ele chorava, percebi que ele não estava preparado para ir para a
escola. Esperei que ele se acostumasse.”
(Mãe 02)
37
Notamos durante a entrevista a satisfação de algumas mães ao descreverem a reação
de seus filhos nos primeiros dias de aula, muitas ficaram surpresas ao verem que a
aceitação foi rápida e positiva. Esta reação das crianças fez com que as mães se
sentissem mais seguras pra deixá-las num ambiente diferente e aos cuidados de uma
pessoa que não faz parte da família. Como relata uma mãe:
Fiquei surpresa com a reação de minha filha, ao chegar à escola
sentou-se na cadeirinha e brincou com as outras crianças normalmente.
Quando me despedi, ela acenou para mim (deu tchau) e continuou
brincando.
(Mãe 01)
Constatamos que para estas mães a escola é um ambiente que pode contribuir para o
desenvolvimento das crianças mesmo ainda bebês, e que fazer parte deste novo
cenário não significa perder uma parte da infância, pois a escola é também lugar de
brincar.
Este novo paradigma de sociedade, família e escola nos faz refletir cada vez mais
sobre a infância a sua importância na vida dos indivíduos. E que entre família e escola
deve haver um elo para que o processo de desenvolvimento das crianças naturalmente
e sem pressa.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho objetivou perceber qual a importância da escola para as crianças de 0 a
03 anos de idade, mergulhamos na história da infância, a partir daí foram feitos estudos
aprofundados sobre o tema a importância da escola para crianças de 0 a 03 anos de
idade na perspectiva dos pais.
Durante o percurso que fizemos não encontramos nenhum empecilho que pudesse nos
desviar do interesse de sabermos um pouco mais sobre a infância. Contamos com a
contribuição total dos pais, sujeitos da pesquisa, que gentilmente nos forneceram dados
essenciais para que pudéssemos fazer as análises necessárias.
Ao fazermos esta pesquisa tivemos a possibilidade de encontrar respostas satisfatórias
para as indagações apresentadas no decorrer deste trabalho, pois de acordo com o
nosso tema se fez necessário que alguns questionamentos fossem feitos para que
pudéssemos entender o tema proposto.
Este trabalho nos traz como resultado perceber que na vida dos indivíduos nenhuma
etapa de desenvolvimento deve ser subtraída principalmente a infância, que se
apresenta como alicerce de sustentação para as etapas posteriores. A sua negação
pode causar transtornos capazes de comprometer o desenvolvimento do sujeito em
todos os aspectos.
Ao falarmos em desenvolvimento das crianças, as análises feitas deixam claro que ele
se dá mediante participação ativa dos pais, apontados como os primeiros e
imprescindíveis mestres na arte de educar, mesmo contando com auxílio da escola,
que nos dias atuais tem participado ativamente deste processo.
39
Ficou evidenciado que a preocupação dos pais que matricularam seus filhos na escola
antes dos 03 anos de idade foi constante na busca de escolher uma instituição escolar
que oferecesse conforto e segurança às crianças e despertasse confiança para eles
pais.
Ao concluirmos este trabalho percebemos que o mesmo trará importantes contribuições
para os pais, professores e sociedade em geral no sentido de despertar-nos mesmos, a
reflexão sobre o significado da infância para as crianças, a família a sua
responsabilidade enquanto primeira instituição de ensino pela qual a criança passa e a
escola que deve trazer na sua estrutura física elementos adequados para atender
crianças com esta faixa etária.
Não queremos dizer que com a conclusão deste trabalho não há o que se descobrir
mais sobre o problema, pelo contrário, consideramos a sua temática ampla e complexa
podendo ser explorada nos diversos sub-temas que o compõem.
40
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