MONOGRAFIA‰LDER_FREITAS... · Hélder de Jesus Fortes de Freitas INTRODUÇÃO O Estudo Sério,...

49
Hélder de Jesus Fortes de Freitas MONOGRAFIA HÉLDER DE JESUS FORTES DE FREITAS ORIENTADOR: Pe. Hermenegildo F. D. Kambiete BENGUELA – 2010

Transcript of MONOGRAFIA‰LDER_FREITAS... · Hélder de Jesus Fortes de Freitas INTRODUÇÃO O Estudo Sério,...

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

MONOGRAFIA

HEacuteLDER DE JESUS FORTES DE FREITAS

ORIENTADOR Pe Hermenegildo F D Kambiete

BENGUELA ndash 2010

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

MONOGRAFIA

ORIENTADOR Pe Hermenegildo F D Kambiete

BENGUELA ndash 2010

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aos meus pais

Dr Elias Freitas

Joaquina Fortes de Freitas

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que desde sempre se mantiveram fieacuteis agrave minha

formaccedilatildeo acadeacutemica e agraves minhas exigecircncias ao Padre Joseacute Andrade

pelas suas aulas de Liacutengua Portuguesa que me foram muito uacuteteis para a

elaboraccedilatildeo deste trabalho bem como o interesse pela leitura que

despertou em mim agrave Paulina Joseacute Pacheco que me auxiliou na recolha

de dados para fomentar as causas que estatildeo na base do insucesso aos

estudos aos meus irmatildeos que muito se dedicam aos estudos de quem

frequentemente me servi para compreender e argumentar questotildees

ligadas agrave percepccedilatildeo e assimilaccedilatildeo das mateacuterias

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoJAacute NAtildeO HAacute RESPEITO POR NADA OS ESTUDANTES IMPEDEM

QUE OS CURSOS SE DESENVOLVAM TRANQUILAMENTE TODA A

GENTE SE REFUGIA NAQUILO DE QUE lsquoOS TEMPOS SAtildeO

DIFERENTESrsquo NAtildeO HAacute MANEIRA DE MANTER OS JOVENS NO

RECTO CAMINHOraquo

SANTO AGOSTINHO (Seacutec IV dC)

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

ABREVIATURAS E SIGLAS

Apud_______________________________ Citado por

Cap________________________________ Capiacutetulo

Cf__________________________________ Conferir

Col_________________________________ Coluna

ed__________________________________ Ediccedilatildeo

Ibid_________________________________ Ibidem ndash no mesmo lugar

Id___________________________________ Idem ndash o mesmo

LP__________________________________ Liacutengua Portuguesa

Op Cit______________________________ Opus Citatum ndash obra citada

Org_________________________________ Organizador

p ex________________________________ Por exemplo

p___________________________________ Paacutegina

pp__________________________________ Paacuteginas

Prov________________________________ Proveacuterbios

sd__________________________________ Sem data

Vol_________________________________ Volume

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

SUMAacuteRIO DEDICATOacuteRIA AGRADECIMENTOS EPIacuteGRAFE ABREVIATURAS E SIGLAS INTRODUCcedilAtildeO -----------------------------------------------------------------------8

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES ------------------------------11

11 ndash Natureza do Verbo Estudar ------------------------------------------12

12 ndash Estudar ndash o que eacute -----------------------------------------------------12

13 ndash Decorar ou Estudar ----------------------------------------------------14

14 ndash Onde se pode ter um Estudo Seacuterio --------------------------------15

15 ndash Como Estudar Seriamente -------------------------------------------16

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO ESTUDO

SEacuteRIO --------------------------------------------------------------------------------19

21 ndash Os Jovens Versus Estudo Seacuterio ------------------------------------20

22 ndash Causas Deste Deacutefice --------------------------------------------------21

221 ndash A Corrupccedilatildeo -------------------------------------------------------22

222 ndash A Falta de Material Didaacutectico nas Escolas ------------------23

223 ndash As Preocupaccedilotildees do Tempo Presente ----------------------25

224 ndash A Falta de Vontade dos Jovens -------------------------------26

225 ndash As caacutebulas ---------------------------------------------------------28

23 ndash Os Jovens Diante do Aacutelcool -----------------------------------------29

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO 31

31 ndash O Silecircncio Interior Como Coordenador das Actividades

Intelectuais ---------------------------------------------------------------------------32

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A Necessidade de Aprofundar o Estudo da

Liacutengua Portuguesa -----------------------------------------------------------------34

33 ndash O Interesse Pela Leitura Assiacutedua -----------------------------------36

331 ndash Ler ndash o que eacute ------------------------------------------------------36

332 ndash Tipos de Leitura ----------------------------------------------------38

3321 ndash Leitura Oral ou Leitura em Voz Alta -----------------------38

3322 ndash Leitura Silenciosa ---------------------------------------------38

3323 ndash Leitura de Significado ----------------------------------------38

3324 ndash Leitura de Estudo ---------------------------------------------39

3325 ndash Leitura Criacutetica ou Reflexiva ---------------------------------39

34 ndash A Importacircncia da Alimentaccedilatildeo --------------------------------------40

Os Nutrientes que Facilitam o Funcionamento do Ceacuterebro ----40

35 ndash O Exerciacutecio Fiacutesico Como Factor Indispensaacutevel aos Jovens --42

CONCLUSAtildeO -----------------------------------------------------------------------44 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS -------------------------------------------46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

INTRODUCcedilAtildeO

O Estudo Seacuterio uma Proposta para os Estudantes do

Municiacutepio de Benguela eacute o tema que constitui o intento do trabalho que

vamos abordar Eacute uma inovaccedilatildeo que se destina simplesmente a todo

jovem estudante do municiacutepio de Benguela

O problema do qual se gerou o tema em destaque justifica-se pelo

facto de constatarmos nos jovens estudantes do municiacutepio de Benguela

e natildeo soacute uma grande falta de seriedade aos estudos Hoje toda gente

estaacute apreensiva com a sua formaccedilatildeo acadeacutemica haacute uma excessiva

afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios todo mundo quer ser

cognominado de ldquoDOUTORrdquo sem que antes tenha os proacuteprios requisitos

para o efeito estuda-se hoje para se ter um tiacutetulo para ser bem

remunerado no devido sector de trabalho Contam-se nos dias de hoje os

que realmente estatildeo nas carteiras por uma razatildeo de se dedicarem

assiduamente aos estudos de forma a contribuiacuterem para o avanccedilo da

ciecircncia da teacutecnica e do proacuteprio desenvolvimento do Paiacutes A maior parte

estuda pelo seu proacuteprio interesse pelo interesse de sua famiacutelia isto eacute

ter dinheiro e ter cada vez mais E deste modo o estudo seacuterio fica

relegado para o segundo lugar para traacutes

Haacute uma lacuna intelectual muito grande nos jovens a pouca

leitura erros crassos na fala e na escrita da Liacutengua Portuguesa

dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o aprendizado a natildeo reflexatildeo bem como a

indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se apreendeu durante a etapa escolar

Nestas circunstacircncias o estudo seacuterio natildeo eacute possiacutevel ser realizado

Porquecirc que os jovens natildeo estudam seriamente Esta acircnsia de

querer saber a razatildeo que faz com que os jovens natildeo estudem com

seriedade faz parte do motivo que nos impeliu em escolhermos o tema

em destaque Queremos saber quais as causas que levam os jovens a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

MONOGRAFIA

ORIENTADOR Pe Hermenegildo F D Kambiete

BENGUELA ndash 2010

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aos meus pais

Dr Elias Freitas

Joaquina Fortes de Freitas

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que desde sempre se mantiveram fieacuteis agrave minha

formaccedilatildeo acadeacutemica e agraves minhas exigecircncias ao Padre Joseacute Andrade

pelas suas aulas de Liacutengua Portuguesa que me foram muito uacuteteis para a

elaboraccedilatildeo deste trabalho bem como o interesse pela leitura que

despertou em mim agrave Paulina Joseacute Pacheco que me auxiliou na recolha

de dados para fomentar as causas que estatildeo na base do insucesso aos

estudos aos meus irmatildeos que muito se dedicam aos estudos de quem

frequentemente me servi para compreender e argumentar questotildees

ligadas agrave percepccedilatildeo e assimilaccedilatildeo das mateacuterias

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoJAacute NAtildeO HAacute RESPEITO POR NADA OS ESTUDANTES IMPEDEM

QUE OS CURSOS SE DESENVOLVAM TRANQUILAMENTE TODA A

GENTE SE REFUGIA NAQUILO DE QUE lsquoOS TEMPOS SAtildeO

DIFERENTESrsquo NAtildeO HAacute MANEIRA DE MANTER OS JOVENS NO

RECTO CAMINHOraquo

SANTO AGOSTINHO (Seacutec IV dC)

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

ABREVIATURAS E SIGLAS

Apud_______________________________ Citado por

Cap________________________________ Capiacutetulo

Cf__________________________________ Conferir

Col_________________________________ Coluna

ed__________________________________ Ediccedilatildeo

Ibid_________________________________ Ibidem ndash no mesmo lugar

Id___________________________________ Idem ndash o mesmo

LP__________________________________ Liacutengua Portuguesa

Op Cit______________________________ Opus Citatum ndash obra citada

Org_________________________________ Organizador

p ex________________________________ Por exemplo

p___________________________________ Paacutegina

pp__________________________________ Paacuteginas

Prov________________________________ Proveacuterbios

sd__________________________________ Sem data

Vol_________________________________ Volume

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

SUMAacuteRIO DEDICATOacuteRIA AGRADECIMENTOS EPIacuteGRAFE ABREVIATURAS E SIGLAS INTRODUCcedilAtildeO -----------------------------------------------------------------------8

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES ------------------------------11

11 ndash Natureza do Verbo Estudar ------------------------------------------12

12 ndash Estudar ndash o que eacute -----------------------------------------------------12

13 ndash Decorar ou Estudar ----------------------------------------------------14

14 ndash Onde se pode ter um Estudo Seacuterio --------------------------------15

15 ndash Como Estudar Seriamente -------------------------------------------16

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO ESTUDO

SEacuteRIO --------------------------------------------------------------------------------19

21 ndash Os Jovens Versus Estudo Seacuterio ------------------------------------20

22 ndash Causas Deste Deacutefice --------------------------------------------------21

221 ndash A Corrupccedilatildeo -------------------------------------------------------22

222 ndash A Falta de Material Didaacutectico nas Escolas ------------------23

223 ndash As Preocupaccedilotildees do Tempo Presente ----------------------25

224 ndash A Falta de Vontade dos Jovens -------------------------------26

225 ndash As caacutebulas ---------------------------------------------------------28

23 ndash Os Jovens Diante do Aacutelcool -----------------------------------------29

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO 31

31 ndash O Silecircncio Interior Como Coordenador das Actividades

Intelectuais ---------------------------------------------------------------------------32

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A Necessidade de Aprofundar o Estudo da

Liacutengua Portuguesa -----------------------------------------------------------------34

33 ndash O Interesse Pela Leitura Assiacutedua -----------------------------------36

331 ndash Ler ndash o que eacute ------------------------------------------------------36

332 ndash Tipos de Leitura ----------------------------------------------------38

3321 ndash Leitura Oral ou Leitura em Voz Alta -----------------------38

3322 ndash Leitura Silenciosa ---------------------------------------------38

3323 ndash Leitura de Significado ----------------------------------------38

3324 ndash Leitura de Estudo ---------------------------------------------39

3325 ndash Leitura Criacutetica ou Reflexiva ---------------------------------39

34 ndash A Importacircncia da Alimentaccedilatildeo --------------------------------------40

Os Nutrientes que Facilitam o Funcionamento do Ceacuterebro ----40

35 ndash O Exerciacutecio Fiacutesico Como Factor Indispensaacutevel aos Jovens --42

CONCLUSAtildeO -----------------------------------------------------------------------44 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS -------------------------------------------46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

INTRODUCcedilAtildeO

O Estudo Seacuterio uma Proposta para os Estudantes do

Municiacutepio de Benguela eacute o tema que constitui o intento do trabalho que

vamos abordar Eacute uma inovaccedilatildeo que se destina simplesmente a todo

jovem estudante do municiacutepio de Benguela

O problema do qual se gerou o tema em destaque justifica-se pelo

facto de constatarmos nos jovens estudantes do municiacutepio de Benguela

e natildeo soacute uma grande falta de seriedade aos estudos Hoje toda gente

estaacute apreensiva com a sua formaccedilatildeo acadeacutemica haacute uma excessiva

afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios todo mundo quer ser

cognominado de ldquoDOUTORrdquo sem que antes tenha os proacuteprios requisitos

para o efeito estuda-se hoje para se ter um tiacutetulo para ser bem

remunerado no devido sector de trabalho Contam-se nos dias de hoje os

que realmente estatildeo nas carteiras por uma razatildeo de se dedicarem

assiduamente aos estudos de forma a contribuiacuterem para o avanccedilo da

ciecircncia da teacutecnica e do proacuteprio desenvolvimento do Paiacutes A maior parte

estuda pelo seu proacuteprio interesse pelo interesse de sua famiacutelia isto eacute

ter dinheiro e ter cada vez mais E deste modo o estudo seacuterio fica

relegado para o segundo lugar para traacutes

Haacute uma lacuna intelectual muito grande nos jovens a pouca

leitura erros crassos na fala e na escrita da Liacutengua Portuguesa

dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o aprendizado a natildeo reflexatildeo bem como a

indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se apreendeu durante a etapa escolar

Nestas circunstacircncias o estudo seacuterio natildeo eacute possiacutevel ser realizado

Porquecirc que os jovens natildeo estudam seriamente Esta acircnsia de

querer saber a razatildeo que faz com que os jovens natildeo estudem com

seriedade faz parte do motivo que nos impeliu em escolhermos o tema

em destaque Queremos saber quais as causas que levam os jovens a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aos meus pais

Dr Elias Freitas

Joaquina Fortes de Freitas

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que desde sempre se mantiveram fieacuteis agrave minha

formaccedilatildeo acadeacutemica e agraves minhas exigecircncias ao Padre Joseacute Andrade

pelas suas aulas de Liacutengua Portuguesa que me foram muito uacuteteis para a

elaboraccedilatildeo deste trabalho bem como o interesse pela leitura que

despertou em mim agrave Paulina Joseacute Pacheco que me auxiliou na recolha

de dados para fomentar as causas que estatildeo na base do insucesso aos

estudos aos meus irmatildeos que muito se dedicam aos estudos de quem

frequentemente me servi para compreender e argumentar questotildees

ligadas agrave percepccedilatildeo e assimilaccedilatildeo das mateacuterias

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoJAacute NAtildeO HAacute RESPEITO POR NADA OS ESTUDANTES IMPEDEM

QUE OS CURSOS SE DESENVOLVAM TRANQUILAMENTE TODA A

GENTE SE REFUGIA NAQUILO DE QUE lsquoOS TEMPOS SAtildeO

DIFERENTESrsquo NAtildeO HAacute MANEIRA DE MANTER OS JOVENS NO

RECTO CAMINHOraquo

SANTO AGOSTINHO (Seacutec IV dC)

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

ABREVIATURAS E SIGLAS

Apud_______________________________ Citado por

Cap________________________________ Capiacutetulo

Cf__________________________________ Conferir

Col_________________________________ Coluna

ed__________________________________ Ediccedilatildeo

Ibid_________________________________ Ibidem ndash no mesmo lugar

Id___________________________________ Idem ndash o mesmo

LP__________________________________ Liacutengua Portuguesa

Op Cit______________________________ Opus Citatum ndash obra citada

Org_________________________________ Organizador

p ex________________________________ Por exemplo

p___________________________________ Paacutegina

pp__________________________________ Paacuteginas

Prov________________________________ Proveacuterbios

sd__________________________________ Sem data

Vol_________________________________ Volume

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

SUMAacuteRIO DEDICATOacuteRIA AGRADECIMENTOS EPIacuteGRAFE ABREVIATURAS E SIGLAS INTRODUCcedilAtildeO -----------------------------------------------------------------------8

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES ------------------------------11

11 ndash Natureza do Verbo Estudar ------------------------------------------12

12 ndash Estudar ndash o que eacute -----------------------------------------------------12

13 ndash Decorar ou Estudar ----------------------------------------------------14

14 ndash Onde se pode ter um Estudo Seacuterio --------------------------------15

15 ndash Como Estudar Seriamente -------------------------------------------16

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO ESTUDO

SEacuteRIO --------------------------------------------------------------------------------19

21 ndash Os Jovens Versus Estudo Seacuterio ------------------------------------20

22 ndash Causas Deste Deacutefice --------------------------------------------------21

221 ndash A Corrupccedilatildeo -------------------------------------------------------22

222 ndash A Falta de Material Didaacutectico nas Escolas ------------------23

223 ndash As Preocupaccedilotildees do Tempo Presente ----------------------25

224 ndash A Falta de Vontade dos Jovens -------------------------------26

225 ndash As caacutebulas ---------------------------------------------------------28

23 ndash Os Jovens Diante do Aacutelcool -----------------------------------------29

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO 31

31 ndash O Silecircncio Interior Como Coordenador das Actividades

Intelectuais ---------------------------------------------------------------------------32

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A Necessidade de Aprofundar o Estudo da

Liacutengua Portuguesa -----------------------------------------------------------------34

33 ndash O Interesse Pela Leitura Assiacutedua -----------------------------------36

331 ndash Ler ndash o que eacute ------------------------------------------------------36

332 ndash Tipos de Leitura ----------------------------------------------------38

3321 ndash Leitura Oral ou Leitura em Voz Alta -----------------------38

3322 ndash Leitura Silenciosa ---------------------------------------------38

3323 ndash Leitura de Significado ----------------------------------------38

3324 ndash Leitura de Estudo ---------------------------------------------39

3325 ndash Leitura Criacutetica ou Reflexiva ---------------------------------39

34 ndash A Importacircncia da Alimentaccedilatildeo --------------------------------------40

Os Nutrientes que Facilitam o Funcionamento do Ceacuterebro ----40

35 ndash O Exerciacutecio Fiacutesico Como Factor Indispensaacutevel aos Jovens --42

CONCLUSAtildeO -----------------------------------------------------------------------44 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS -------------------------------------------46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

INTRODUCcedilAtildeO

O Estudo Seacuterio uma Proposta para os Estudantes do

Municiacutepio de Benguela eacute o tema que constitui o intento do trabalho que

vamos abordar Eacute uma inovaccedilatildeo que se destina simplesmente a todo

jovem estudante do municiacutepio de Benguela

O problema do qual se gerou o tema em destaque justifica-se pelo

facto de constatarmos nos jovens estudantes do municiacutepio de Benguela

e natildeo soacute uma grande falta de seriedade aos estudos Hoje toda gente

estaacute apreensiva com a sua formaccedilatildeo acadeacutemica haacute uma excessiva

afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios todo mundo quer ser

cognominado de ldquoDOUTORrdquo sem que antes tenha os proacuteprios requisitos

para o efeito estuda-se hoje para se ter um tiacutetulo para ser bem

remunerado no devido sector de trabalho Contam-se nos dias de hoje os

que realmente estatildeo nas carteiras por uma razatildeo de se dedicarem

assiduamente aos estudos de forma a contribuiacuterem para o avanccedilo da

ciecircncia da teacutecnica e do proacuteprio desenvolvimento do Paiacutes A maior parte

estuda pelo seu proacuteprio interesse pelo interesse de sua famiacutelia isto eacute

ter dinheiro e ter cada vez mais E deste modo o estudo seacuterio fica

relegado para o segundo lugar para traacutes

Haacute uma lacuna intelectual muito grande nos jovens a pouca

leitura erros crassos na fala e na escrita da Liacutengua Portuguesa

dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o aprendizado a natildeo reflexatildeo bem como a

indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se apreendeu durante a etapa escolar

Nestas circunstacircncias o estudo seacuterio natildeo eacute possiacutevel ser realizado

Porquecirc que os jovens natildeo estudam seriamente Esta acircnsia de

querer saber a razatildeo que faz com que os jovens natildeo estudem com

seriedade faz parte do motivo que nos impeliu em escolhermos o tema

em destaque Queremos saber quais as causas que levam os jovens a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que desde sempre se mantiveram fieacuteis agrave minha

formaccedilatildeo acadeacutemica e agraves minhas exigecircncias ao Padre Joseacute Andrade

pelas suas aulas de Liacutengua Portuguesa que me foram muito uacuteteis para a

elaboraccedilatildeo deste trabalho bem como o interesse pela leitura que

despertou em mim agrave Paulina Joseacute Pacheco que me auxiliou na recolha

de dados para fomentar as causas que estatildeo na base do insucesso aos

estudos aos meus irmatildeos que muito se dedicam aos estudos de quem

frequentemente me servi para compreender e argumentar questotildees

ligadas agrave percepccedilatildeo e assimilaccedilatildeo das mateacuterias

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoJAacute NAtildeO HAacute RESPEITO POR NADA OS ESTUDANTES IMPEDEM

QUE OS CURSOS SE DESENVOLVAM TRANQUILAMENTE TODA A

GENTE SE REFUGIA NAQUILO DE QUE lsquoOS TEMPOS SAtildeO

DIFERENTESrsquo NAtildeO HAacute MANEIRA DE MANTER OS JOVENS NO

RECTO CAMINHOraquo

SANTO AGOSTINHO (Seacutec IV dC)

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

ABREVIATURAS E SIGLAS

Apud_______________________________ Citado por

Cap________________________________ Capiacutetulo

Cf__________________________________ Conferir

Col_________________________________ Coluna

ed__________________________________ Ediccedilatildeo

Ibid_________________________________ Ibidem ndash no mesmo lugar

Id___________________________________ Idem ndash o mesmo

LP__________________________________ Liacutengua Portuguesa

Op Cit______________________________ Opus Citatum ndash obra citada

Org_________________________________ Organizador

p ex________________________________ Por exemplo

p___________________________________ Paacutegina

pp__________________________________ Paacuteginas

Prov________________________________ Proveacuterbios

sd__________________________________ Sem data

Vol_________________________________ Volume

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

SUMAacuteRIO DEDICATOacuteRIA AGRADECIMENTOS EPIacuteGRAFE ABREVIATURAS E SIGLAS INTRODUCcedilAtildeO -----------------------------------------------------------------------8

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES ------------------------------11

11 ndash Natureza do Verbo Estudar ------------------------------------------12

12 ndash Estudar ndash o que eacute -----------------------------------------------------12

13 ndash Decorar ou Estudar ----------------------------------------------------14

14 ndash Onde se pode ter um Estudo Seacuterio --------------------------------15

15 ndash Como Estudar Seriamente -------------------------------------------16

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO ESTUDO

SEacuteRIO --------------------------------------------------------------------------------19

21 ndash Os Jovens Versus Estudo Seacuterio ------------------------------------20

22 ndash Causas Deste Deacutefice --------------------------------------------------21

221 ndash A Corrupccedilatildeo -------------------------------------------------------22

222 ndash A Falta de Material Didaacutectico nas Escolas ------------------23

223 ndash As Preocupaccedilotildees do Tempo Presente ----------------------25

224 ndash A Falta de Vontade dos Jovens -------------------------------26

225 ndash As caacutebulas ---------------------------------------------------------28

23 ndash Os Jovens Diante do Aacutelcool -----------------------------------------29

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO 31

31 ndash O Silecircncio Interior Como Coordenador das Actividades

Intelectuais ---------------------------------------------------------------------------32

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A Necessidade de Aprofundar o Estudo da

Liacutengua Portuguesa -----------------------------------------------------------------34

33 ndash O Interesse Pela Leitura Assiacutedua -----------------------------------36

331 ndash Ler ndash o que eacute ------------------------------------------------------36

332 ndash Tipos de Leitura ----------------------------------------------------38

3321 ndash Leitura Oral ou Leitura em Voz Alta -----------------------38

3322 ndash Leitura Silenciosa ---------------------------------------------38

3323 ndash Leitura de Significado ----------------------------------------38

3324 ndash Leitura de Estudo ---------------------------------------------39

3325 ndash Leitura Criacutetica ou Reflexiva ---------------------------------39

34 ndash A Importacircncia da Alimentaccedilatildeo --------------------------------------40

Os Nutrientes que Facilitam o Funcionamento do Ceacuterebro ----40

35 ndash O Exerciacutecio Fiacutesico Como Factor Indispensaacutevel aos Jovens --42

CONCLUSAtildeO -----------------------------------------------------------------------44 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS -------------------------------------------46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

INTRODUCcedilAtildeO

O Estudo Seacuterio uma Proposta para os Estudantes do

Municiacutepio de Benguela eacute o tema que constitui o intento do trabalho que

vamos abordar Eacute uma inovaccedilatildeo que se destina simplesmente a todo

jovem estudante do municiacutepio de Benguela

O problema do qual se gerou o tema em destaque justifica-se pelo

facto de constatarmos nos jovens estudantes do municiacutepio de Benguela

e natildeo soacute uma grande falta de seriedade aos estudos Hoje toda gente

estaacute apreensiva com a sua formaccedilatildeo acadeacutemica haacute uma excessiva

afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios todo mundo quer ser

cognominado de ldquoDOUTORrdquo sem que antes tenha os proacuteprios requisitos

para o efeito estuda-se hoje para se ter um tiacutetulo para ser bem

remunerado no devido sector de trabalho Contam-se nos dias de hoje os

que realmente estatildeo nas carteiras por uma razatildeo de se dedicarem

assiduamente aos estudos de forma a contribuiacuterem para o avanccedilo da

ciecircncia da teacutecnica e do proacuteprio desenvolvimento do Paiacutes A maior parte

estuda pelo seu proacuteprio interesse pelo interesse de sua famiacutelia isto eacute

ter dinheiro e ter cada vez mais E deste modo o estudo seacuterio fica

relegado para o segundo lugar para traacutes

Haacute uma lacuna intelectual muito grande nos jovens a pouca

leitura erros crassos na fala e na escrita da Liacutengua Portuguesa

dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o aprendizado a natildeo reflexatildeo bem como a

indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se apreendeu durante a etapa escolar

Nestas circunstacircncias o estudo seacuterio natildeo eacute possiacutevel ser realizado

Porquecirc que os jovens natildeo estudam seriamente Esta acircnsia de

querer saber a razatildeo que faz com que os jovens natildeo estudem com

seriedade faz parte do motivo que nos impeliu em escolhermos o tema

em destaque Queremos saber quais as causas que levam os jovens a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoJAacute NAtildeO HAacute RESPEITO POR NADA OS ESTUDANTES IMPEDEM

QUE OS CURSOS SE DESENVOLVAM TRANQUILAMENTE TODA A

GENTE SE REFUGIA NAQUILO DE QUE lsquoOS TEMPOS SAtildeO

DIFERENTESrsquo NAtildeO HAacute MANEIRA DE MANTER OS JOVENS NO

RECTO CAMINHOraquo

SANTO AGOSTINHO (Seacutec IV dC)

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

ABREVIATURAS E SIGLAS

Apud_______________________________ Citado por

Cap________________________________ Capiacutetulo

Cf__________________________________ Conferir

Col_________________________________ Coluna

ed__________________________________ Ediccedilatildeo

Ibid_________________________________ Ibidem ndash no mesmo lugar

Id___________________________________ Idem ndash o mesmo

LP__________________________________ Liacutengua Portuguesa

Op Cit______________________________ Opus Citatum ndash obra citada

Org_________________________________ Organizador

p ex________________________________ Por exemplo

p___________________________________ Paacutegina

pp__________________________________ Paacuteginas

Prov________________________________ Proveacuterbios

sd__________________________________ Sem data

Vol_________________________________ Volume

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

SUMAacuteRIO DEDICATOacuteRIA AGRADECIMENTOS EPIacuteGRAFE ABREVIATURAS E SIGLAS INTRODUCcedilAtildeO -----------------------------------------------------------------------8

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES ------------------------------11

11 ndash Natureza do Verbo Estudar ------------------------------------------12

12 ndash Estudar ndash o que eacute -----------------------------------------------------12

13 ndash Decorar ou Estudar ----------------------------------------------------14

14 ndash Onde se pode ter um Estudo Seacuterio --------------------------------15

15 ndash Como Estudar Seriamente -------------------------------------------16

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO ESTUDO

SEacuteRIO --------------------------------------------------------------------------------19

21 ndash Os Jovens Versus Estudo Seacuterio ------------------------------------20

22 ndash Causas Deste Deacutefice --------------------------------------------------21

221 ndash A Corrupccedilatildeo -------------------------------------------------------22

222 ndash A Falta de Material Didaacutectico nas Escolas ------------------23

223 ndash As Preocupaccedilotildees do Tempo Presente ----------------------25

224 ndash A Falta de Vontade dos Jovens -------------------------------26

225 ndash As caacutebulas ---------------------------------------------------------28

23 ndash Os Jovens Diante do Aacutelcool -----------------------------------------29

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO 31

31 ndash O Silecircncio Interior Como Coordenador das Actividades

Intelectuais ---------------------------------------------------------------------------32

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A Necessidade de Aprofundar o Estudo da

Liacutengua Portuguesa -----------------------------------------------------------------34

33 ndash O Interesse Pela Leitura Assiacutedua -----------------------------------36

331 ndash Ler ndash o que eacute ------------------------------------------------------36

332 ndash Tipos de Leitura ----------------------------------------------------38

3321 ndash Leitura Oral ou Leitura em Voz Alta -----------------------38

3322 ndash Leitura Silenciosa ---------------------------------------------38

3323 ndash Leitura de Significado ----------------------------------------38

3324 ndash Leitura de Estudo ---------------------------------------------39

3325 ndash Leitura Criacutetica ou Reflexiva ---------------------------------39

34 ndash A Importacircncia da Alimentaccedilatildeo --------------------------------------40

Os Nutrientes que Facilitam o Funcionamento do Ceacuterebro ----40

35 ndash O Exerciacutecio Fiacutesico Como Factor Indispensaacutevel aos Jovens --42

CONCLUSAtildeO -----------------------------------------------------------------------44 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS -------------------------------------------46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

INTRODUCcedilAtildeO

O Estudo Seacuterio uma Proposta para os Estudantes do

Municiacutepio de Benguela eacute o tema que constitui o intento do trabalho que

vamos abordar Eacute uma inovaccedilatildeo que se destina simplesmente a todo

jovem estudante do municiacutepio de Benguela

O problema do qual se gerou o tema em destaque justifica-se pelo

facto de constatarmos nos jovens estudantes do municiacutepio de Benguela

e natildeo soacute uma grande falta de seriedade aos estudos Hoje toda gente

estaacute apreensiva com a sua formaccedilatildeo acadeacutemica haacute uma excessiva

afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios todo mundo quer ser

cognominado de ldquoDOUTORrdquo sem que antes tenha os proacuteprios requisitos

para o efeito estuda-se hoje para se ter um tiacutetulo para ser bem

remunerado no devido sector de trabalho Contam-se nos dias de hoje os

que realmente estatildeo nas carteiras por uma razatildeo de se dedicarem

assiduamente aos estudos de forma a contribuiacuterem para o avanccedilo da

ciecircncia da teacutecnica e do proacuteprio desenvolvimento do Paiacutes A maior parte

estuda pelo seu proacuteprio interesse pelo interesse de sua famiacutelia isto eacute

ter dinheiro e ter cada vez mais E deste modo o estudo seacuterio fica

relegado para o segundo lugar para traacutes

Haacute uma lacuna intelectual muito grande nos jovens a pouca

leitura erros crassos na fala e na escrita da Liacutengua Portuguesa

dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o aprendizado a natildeo reflexatildeo bem como a

indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se apreendeu durante a etapa escolar

Nestas circunstacircncias o estudo seacuterio natildeo eacute possiacutevel ser realizado

Porquecirc que os jovens natildeo estudam seriamente Esta acircnsia de

querer saber a razatildeo que faz com que os jovens natildeo estudem com

seriedade faz parte do motivo que nos impeliu em escolhermos o tema

em destaque Queremos saber quais as causas que levam os jovens a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

ABREVIATURAS E SIGLAS

Apud_______________________________ Citado por

Cap________________________________ Capiacutetulo

Cf__________________________________ Conferir

Col_________________________________ Coluna

ed__________________________________ Ediccedilatildeo

Ibid_________________________________ Ibidem ndash no mesmo lugar

Id___________________________________ Idem ndash o mesmo

LP__________________________________ Liacutengua Portuguesa

Op Cit______________________________ Opus Citatum ndash obra citada

Org_________________________________ Organizador

p ex________________________________ Por exemplo

p___________________________________ Paacutegina

pp__________________________________ Paacuteginas

Prov________________________________ Proveacuterbios

sd__________________________________ Sem data

Vol_________________________________ Volume

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

SUMAacuteRIO DEDICATOacuteRIA AGRADECIMENTOS EPIacuteGRAFE ABREVIATURAS E SIGLAS INTRODUCcedilAtildeO -----------------------------------------------------------------------8

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES ------------------------------11

11 ndash Natureza do Verbo Estudar ------------------------------------------12

12 ndash Estudar ndash o que eacute -----------------------------------------------------12

13 ndash Decorar ou Estudar ----------------------------------------------------14

14 ndash Onde se pode ter um Estudo Seacuterio --------------------------------15

15 ndash Como Estudar Seriamente -------------------------------------------16

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO ESTUDO

SEacuteRIO --------------------------------------------------------------------------------19

21 ndash Os Jovens Versus Estudo Seacuterio ------------------------------------20

22 ndash Causas Deste Deacutefice --------------------------------------------------21

221 ndash A Corrupccedilatildeo -------------------------------------------------------22

222 ndash A Falta de Material Didaacutectico nas Escolas ------------------23

223 ndash As Preocupaccedilotildees do Tempo Presente ----------------------25

224 ndash A Falta de Vontade dos Jovens -------------------------------26

225 ndash As caacutebulas ---------------------------------------------------------28

23 ndash Os Jovens Diante do Aacutelcool -----------------------------------------29

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO 31

31 ndash O Silecircncio Interior Como Coordenador das Actividades

Intelectuais ---------------------------------------------------------------------------32

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A Necessidade de Aprofundar o Estudo da

Liacutengua Portuguesa -----------------------------------------------------------------34

33 ndash O Interesse Pela Leitura Assiacutedua -----------------------------------36

331 ndash Ler ndash o que eacute ------------------------------------------------------36

332 ndash Tipos de Leitura ----------------------------------------------------38

3321 ndash Leitura Oral ou Leitura em Voz Alta -----------------------38

3322 ndash Leitura Silenciosa ---------------------------------------------38

3323 ndash Leitura de Significado ----------------------------------------38

3324 ndash Leitura de Estudo ---------------------------------------------39

3325 ndash Leitura Criacutetica ou Reflexiva ---------------------------------39

34 ndash A Importacircncia da Alimentaccedilatildeo --------------------------------------40

Os Nutrientes que Facilitam o Funcionamento do Ceacuterebro ----40

35 ndash O Exerciacutecio Fiacutesico Como Factor Indispensaacutevel aos Jovens --42

CONCLUSAtildeO -----------------------------------------------------------------------44 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS -------------------------------------------46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

INTRODUCcedilAtildeO

O Estudo Seacuterio uma Proposta para os Estudantes do

Municiacutepio de Benguela eacute o tema que constitui o intento do trabalho que

vamos abordar Eacute uma inovaccedilatildeo que se destina simplesmente a todo

jovem estudante do municiacutepio de Benguela

O problema do qual se gerou o tema em destaque justifica-se pelo

facto de constatarmos nos jovens estudantes do municiacutepio de Benguela

e natildeo soacute uma grande falta de seriedade aos estudos Hoje toda gente

estaacute apreensiva com a sua formaccedilatildeo acadeacutemica haacute uma excessiva

afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios todo mundo quer ser

cognominado de ldquoDOUTORrdquo sem que antes tenha os proacuteprios requisitos

para o efeito estuda-se hoje para se ter um tiacutetulo para ser bem

remunerado no devido sector de trabalho Contam-se nos dias de hoje os

que realmente estatildeo nas carteiras por uma razatildeo de se dedicarem

assiduamente aos estudos de forma a contribuiacuterem para o avanccedilo da

ciecircncia da teacutecnica e do proacuteprio desenvolvimento do Paiacutes A maior parte

estuda pelo seu proacuteprio interesse pelo interesse de sua famiacutelia isto eacute

ter dinheiro e ter cada vez mais E deste modo o estudo seacuterio fica

relegado para o segundo lugar para traacutes

Haacute uma lacuna intelectual muito grande nos jovens a pouca

leitura erros crassos na fala e na escrita da Liacutengua Portuguesa

dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o aprendizado a natildeo reflexatildeo bem como a

indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se apreendeu durante a etapa escolar

Nestas circunstacircncias o estudo seacuterio natildeo eacute possiacutevel ser realizado

Porquecirc que os jovens natildeo estudam seriamente Esta acircnsia de

querer saber a razatildeo que faz com que os jovens natildeo estudem com

seriedade faz parte do motivo que nos impeliu em escolhermos o tema

em destaque Queremos saber quais as causas que levam os jovens a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

SUMAacuteRIO DEDICATOacuteRIA AGRADECIMENTOS EPIacuteGRAFE ABREVIATURAS E SIGLAS INTRODUCcedilAtildeO -----------------------------------------------------------------------8

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES ------------------------------11

11 ndash Natureza do Verbo Estudar ------------------------------------------12

12 ndash Estudar ndash o que eacute -----------------------------------------------------12

13 ndash Decorar ou Estudar ----------------------------------------------------14

14 ndash Onde se pode ter um Estudo Seacuterio --------------------------------15

15 ndash Como Estudar Seriamente -------------------------------------------16

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO ESTUDO

SEacuteRIO --------------------------------------------------------------------------------19

21 ndash Os Jovens Versus Estudo Seacuterio ------------------------------------20

22 ndash Causas Deste Deacutefice --------------------------------------------------21

221 ndash A Corrupccedilatildeo -------------------------------------------------------22

222 ndash A Falta de Material Didaacutectico nas Escolas ------------------23

223 ndash As Preocupaccedilotildees do Tempo Presente ----------------------25

224 ndash A Falta de Vontade dos Jovens -------------------------------26

225 ndash As caacutebulas ---------------------------------------------------------28

23 ndash Os Jovens Diante do Aacutelcool -----------------------------------------29

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO 31

31 ndash O Silecircncio Interior Como Coordenador das Actividades

Intelectuais ---------------------------------------------------------------------------32

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A Necessidade de Aprofundar o Estudo da

Liacutengua Portuguesa -----------------------------------------------------------------34

33 ndash O Interesse Pela Leitura Assiacutedua -----------------------------------36

331 ndash Ler ndash o que eacute ------------------------------------------------------36

332 ndash Tipos de Leitura ----------------------------------------------------38

3321 ndash Leitura Oral ou Leitura em Voz Alta -----------------------38

3322 ndash Leitura Silenciosa ---------------------------------------------38

3323 ndash Leitura de Significado ----------------------------------------38

3324 ndash Leitura de Estudo ---------------------------------------------39

3325 ndash Leitura Criacutetica ou Reflexiva ---------------------------------39

34 ndash A Importacircncia da Alimentaccedilatildeo --------------------------------------40

Os Nutrientes que Facilitam o Funcionamento do Ceacuterebro ----40

35 ndash O Exerciacutecio Fiacutesico Como Factor Indispensaacutevel aos Jovens --42

CONCLUSAtildeO -----------------------------------------------------------------------44 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS -------------------------------------------46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

INTRODUCcedilAtildeO

O Estudo Seacuterio uma Proposta para os Estudantes do

Municiacutepio de Benguela eacute o tema que constitui o intento do trabalho que

vamos abordar Eacute uma inovaccedilatildeo que se destina simplesmente a todo

jovem estudante do municiacutepio de Benguela

O problema do qual se gerou o tema em destaque justifica-se pelo

facto de constatarmos nos jovens estudantes do municiacutepio de Benguela

e natildeo soacute uma grande falta de seriedade aos estudos Hoje toda gente

estaacute apreensiva com a sua formaccedilatildeo acadeacutemica haacute uma excessiva

afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios todo mundo quer ser

cognominado de ldquoDOUTORrdquo sem que antes tenha os proacuteprios requisitos

para o efeito estuda-se hoje para se ter um tiacutetulo para ser bem

remunerado no devido sector de trabalho Contam-se nos dias de hoje os

que realmente estatildeo nas carteiras por uma razatildeo de se dedicarem

assiduamente aos estudos de forma a contribuiacuterem para o avanccedilo da

ciecircncia da teacutecnica e do proacuteprio desenvolvimento do Paiacutes A maior parte

estuda pelo seu proacuteprio interesse pelo interesse de sua famiacutelia isto eacute

ter dinheiro e ter cada vez mais E deste modo o estudo seacuterio fica

relegado para o segundo lugar para traacutes

Haacute uma lacuna intelectual muito grande nos jovens a pouca

leitura erros crassos na fala e na escrita da Liacutengua Portuguesa

dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o aprendizado a natildeo reflexatildeo bem como a

indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se apreendeu durante a etapa escolar

Nestas circunstacircncias o estudo seacuterio natildeo eacute possiacutevel ser realizado

Porquecirc que os jovens natildeo estudam seriamente Esta acircnsia de

querer saber a razatildeo que faz com que os jovens natildeo estudem com

seriedade faz parte do motivo que nos impeliu em escolhermos o tema

em destaque Queremos saber quais as causas que levam os jovens a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A Necessidade de Aprofundar o Estudo da

Liacutengua Portuguesa -----------------------------------------------------------------34

33 ndash O Interesse Pela Leitura Assiacutedua -----------------------------------36

331 ndash Ler ndash o que eacute ------------------------------------------------------36

332 ndash Tipos de Leitura ----------------------------------------------------38

3321 ndash Leitura Oral ou Leitura em Voz Alta -----------------------38

3322 ndash Leitura Silenciosa ---------------------------------------------38

3323 ndash Leitura de Significado ----------------------------------------38

3324 ndash Leitura de Estudo ---------------------------------------------39

3325 ndash Leitura Criacutetica ou Reflexiva ---------------------------------39

34 ndash A Importacircncia da Alimentaccedilatildeo --------------------------------------40

Os Nutrientes que Facilitam o Funcionamento do Ceacuterebro ----40

35 ndash O Exerciacutecio Fiacutesico Como Factor Indispensaacutevel aos Jovens --42

CONCLUSAtildeO -----------------------------------------------------------------------44 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS -------------------------------------------46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

INTRODUCcedilAtildeO

O Estudo Seacuterio uma Proposta para os Estudantes do

Municiacutepio de Benguela eacute o tema que constitui o intento do trabalho que

vamos abordar Eacute uma inovaccedilatildeo que se destina simplesmente a todo

jovem estudante do municiacutepio de Benguela

O problema do qual se gerou o tema em destaque justifica-se pelo

facto de constatarmos nos jovens estudantes do municiacutepio de Benguela

e natildeo soacute uma grande falta de seriedade aos estudos Hoje toda gente

estaacute apreensiva com a sua formaccedilatildeo acadeacutemica haacute uma excessiva

afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios todo mundo quer ser

cognominado de ldquoDOUTORrdquo sem que antes tenha os proacuteprios requisitos

para o efeito estuda-se hoje para se ter um tiacutetulo para ser bem

remunerado no devido sector de trabalho Contam-se nos dias de hoje os

que realmente estatildeo nas carteiras por uma razatildeo de se dedicarem

assiduamente aos estudos de forma a contribuiacuterem para o avanccedilo da

ciecircncia da teacutecnica e do proacuteprio desenvolvimento do Paiacutes A maior parte

estuda pelo seu proacuteprio interesse pelo interesse de sua famiacutelia isto eacute

ter dinheiro e ter cada vez mais E deste modo o estudo seacuterio fica

relegado para o segundo lugar para traacutes

Haacute uma lacuna intelectual muito grande nos jovens a pouca

leitura erros crassos na fala e na escrita da Liacutengua Portuguesa

dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o aprendizado a natildeo reflexatildeo bem como a

indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se apreendeu durante a etapa escolar

Nestas circunstacircncias o estudo seacuterio natildeo eacute possiacutevel ser realizado

Porquecirc que os jovens natildeo estudam seriamente Esta acircnsia de

querer saber a razatildeo que faz com que os jovens natildeo estudem com

seriedade faz parte do motivo que nos impeliu em escolhermos o tema

em destaque Queremos saber quais as causas que levam os jovens a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

INTRODUCcedilAtildeO

O Estudo Seacuterio uma Proposta para os Estudantes do

Municiacutepio de Benguela eacute o tema que constitui o intento do trabalho que

vamos abordar Eacute uma inovaccedilatildeo que se destina simplesmente a todo

jovem estudante do municiacutepio de Benguela

O problema do qual se gerou o tema em destaque justifica-se pelo

facto de constatarmos nos jovens estudantes do municiacutepio de Benguela

e natildeo soacute uma grande falta de seriedade aos estudos Hoje toda gente

estaacute apreensiva com a sua formaccedilatildeo acadeacutemica haacute uma excessiva

afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios todo mundo quer ser

cognominado de ldquoDOUTORrdquo sem que antes tenha os proacuteprios requisitos

para o efeito estuda-se hoje para se ter um tiacutetulo para ser bem

remunerado no devido sector de trabalho Contam-se nos dias de hoje os

que realmente estatildeo nas carteiras por uma razatildeo de se dedicarem

assiduamente aos estudos de forma a contribuiacuterem para o avanccedilo da

ciecircncia da teacutecnica e do proacuteprio desenvolvimento do Paiacutes A maior parte

estuda pelo seu proacuteprio interesse pelo interesse de sua famiacutelia isto eacute

ter dinheiro e ter cada vez mais E deste modo o estudo seacuterio fica

relegado para o segundo lugar para traacutes

Haacute uma lacuna intelectual muito grande nos jovens a pouca

leitura erros crassos na fala e na escrita da Liacutengua Portuguesa

dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o aprendizado a natildeo reflexatildeo bem como a

indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se apreendeu durante a etapa escolar

Nestas circunstacircncias o estudo seacuterio natildeo eacute possiacutevel ser realizado

Porquecirc que os jovens natildeo estudam seriamente Esta acircnsia de

querer saber a razatildeo que faz com que os jovens natildeo estudem com

seriedade faz parte do motivo que nos impeliu em escolhermos o tema

em destaque Queremos saber quais as causas que levam os jovens a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

natildeo terem um estudo seacuterio um estudo que possa edificar o proacuteprio

municiacutepio de Benguela bem como o Paiacutes que estaacute em crescimento Se a

juventude eacute a alavanca do desenvolvimento do Paiacutes como pode originaacute-

lo se natildeo estuda como manda a proacutepria etimologia da palavra estudar

Soacute atraveacutes do estudo aturado e acurado eacute que se desenvolve o ceacuterebro

e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz desenvolvimento

Temos como escopos neste trabalho entender o problema em

geral apresentar ao leitor a sequecircncia loacutegica do pensamento que se

mostraraacute pela exposiccedilatildeo dos assuntos manifestar aos jovens estudantes

o valor da dedicaccedilatildeo aos estudos e o meacuterito da leitura assiacutedua e

procurar a soluccedilatildeo do problema em foco de forma a engrandecer os

estudos realizados pela juventude do municiacutepio de Benguela

Com efeito para a edificaccedilatildeo do trabalho em exposiccedilatildeo serviacutemo-

nos de dois meacutetodos (fenomenoloacutegico e indutivo) e de uma teacutecnica

(entrevista) - fenomenoloacutegico porque por seu intermeacutedio tivemos a

possibilidade de identificar a essecircncia do problema dado que este

meacutetodo eacute baseado na estrutura essecircncia da questatildeo indutivo porque

nos ajudou a entender a situaccedilatildeo particular do jovem estudante isto eacute a

sua atitude ante os estudos com o propoacutesito de se compreender o

problema bem como podermos sugerir as possiacuteveis soluccedilotildees e

entrevista porque nos auxiliou a manter o contacto directo com alguns

jovens estudantes que nos forneceram o prospecto geral das propostas

que se levantaram de modo que se possa ter um estudo seacuterio

Dificuldades natildeo faltaram mormente no modo como identificar as

causas e solucionar o problema Mas como a pesquisa e a reflexatildeo satildeo

amigas da ciecircncia foi possiacutevel vencer e ultrapassar os problemas Por

isso o trabalho seraacute muito uacutetil e proveitoso para quaisquer estudantes

ele vem mostrar ao estudante benguelense e natildeo soacute o prestiacutegio da

dedicaccedilatildeo sacrifiacutecio persistecircncia e do zelo aos estudos porque afinal

estudar eacute mesmo sinoacutenimo de sacrifiacutecio fazer esforccedilo e de dedicaccedilatildeo

mas que tem sempre frutos surpreendentes e duradouros

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O trabalho estaacute revestido de trecircs capiacutetulos Cada capiacutetulo eacute

sequecircncia ou reflexo de outro O primeiro intitula-se Esclarecimentos

Pertinentes em virtude de nos descrever minuciosamente o que eacute um

Estudo Seacuterio na convicccedilatildeo de se entender o trabalho no seu todo

O segundo capiacutetulo ndash Situaccedilatildeo Actual dos Jovens Frente ao

Estudo Seacuterio mostra o comportamento o quotidiano dos jovens diante

dos estudos Trata-se de um relato que vem denunciar tudo que perturba

o jovem estudante e faz com que ele natildeo estude seriamente desde a

sua atitude psicoloacutegica ateacute agraves radiaccedilotildees frutos da globalizaccedilatildeo que

muitas das vezes satildeo vistos de forma negativa pelo jovem natildeo

contribuindo contundo para o estudo seacuterio

Finalmente o terceiro capiacutetulo que se intitula Propostas para se

Evidenciar um Estudo Seacuterio oferece aquilo que costumamos chamar de

contributos soluccedilotildees As propostas visam ajudar o jovem estudante a

desencadear um estudo seacuterio e acima de tudo a valorizar o haacutebito pela

leitura assiacutedua por causa dos meacuteritos que ela proporciona ao estudante

(aumento da capacidade intelectual capacidade de argumentaccedilatildeo e

retenccedilatildeo da mateacuteria e outros)

Esperamos portanto que este trabalho contribua para o

desenvolvimento intelectual do estudante e posteriormente com a sua

dedicaccedilatildeo empenho zelo aos estudos venha dar um grande avanccedilo no

crescimento do Paiacutes uma vez que Angola vive um periacuteodo de

restauraccedilatildeo renovaccedilatildeo construccedilatildeo E a par destas exigecircncias estaacute o

jovem que soacute poderaacute contribuir com o seu estudo seacuterio sincero e

honesto

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

I CAP ESCLARECIMENTOS PERTINENTES

Natildeo se pode reflectir acerca do tema lsquoo estudo seacuteriorsquo sem que

antes se saiba na sua originalidade o que eacute estudar qual eacute a sua

natureza onde se pode ter um estudo seacuterio e como se estuda

seriamente Com efeito o presente capiacutetulo tem como objectivo

esclarecer explicar elucidar esses pontos de modo que se possa ter a

ideia geral daquilo que se diraacute no decorrer deste trabalho

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

11 ndash NATUREZA DO VERBO ESTUDAR

O vocaacutebulo estudar tem sido usado por muitos estudantes pois

faz parte do seu leacutexico quotidiano mesmo que seja entendido

diferentemente Por um lado o termo estudar marca a vida de quaisquer

estudantes por outro lado ele eacute soacute aplicado por quem exerce uma

actividade mental racional

A palavra estudar eacute de natureza latina proveacutem do verbo da 2ordf

conjugaccedilatildeo laquostuděo ēs ēre ŭi ter gosto por ter dedicaccedilatildeo por

entregar-se a trabalhar por aplicar-se araquo1 laquoEacute uma aplicaccedilatildeo zelosa

interessada em qualquer coisa devoccedilatildeo afeiccedilatildeo aplicaccedilatildeo ao estudoraquo2

Como vimos a ideia de estudar exposta no paraacutegrafo anterior daacute

creacutedito que os latinos eram homens de muita dedicaccedilatildeo aos estudos

tinham afeiccedilatildeo amor zelo pelos estudos Deste modo retemos esse

exemplo e aplicamo-lo agraves actividades acadeacutemicas que constituem o

intento dos jovens estudantes

Portanto estudar natildeo eacute uma actividade mesquinha fruto de

indolecircncia de pequeno esforccedilo estudar exige uma acccedilatildeo persistente

tenaz

12 ndash ESTUDAR ndash O QUE Eacute

No item anterior sobre a etimologia do termo estudar vimos o

significado que o verbo estudar apresenta trata-se de um rigor de um

trabalho aacuterduo cujo efeito engrandece quem o aplica

1 A Gomes FERREIRA Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto Editora 1987 P 1100 2 Joseacute Pedro MACHADO Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa 7 ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995 P 498

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Estudar eacute uma realidade necessaacuteria que tem a ver com todos que

almejam atingir metas e contornar obstaacuteculos Note-se que Ulisses para

engendrar o magno Cavalo de Troacuteia teve que estudar a estrutura que

teria o cavalo e como este poderia entrar no territoacuterio Troiano de forma a

alcanccedilar a vitoacuteria sobre os Troianos

Estudar consiste em aplicar todas as faculdades intelectuais agrave

aquisiccedilatildeo de novas noccedilotildees conhecimentos que visem o

desenvolvimento do indiviacuteduo bem como a sua socializaccedilatildeo3

Naturalmente estudar sempre foi uma vantagem para o

desenvolvimento do cosmos do mundo por causa da pesquisa cientiacutefica

que exige estudo seacuterio visto que laquoestudar eacute aplicar as faculdades

intelectuais agrave pesquisa cientiacuteficaraquo4

Estudar natildeo eacute como diziam os sofistas ndash uma actividade faacutecil A

partir da sua etimologia estudar eacute uma praacutetica penosa que exige muita

disciplina persistecircncia e pensamento positivo quando se quer alcanccedilar

um alvo Estudar natildeo eacute uma actividade passiva em que nos sentamos diante dum livro e lemos uma e outra vez para ver se acabamos por fixar na memoacuteria as coisas que vamos lendo [hellip] Estuda-se enfrentando o livro e os apontamentos com dinamismo sempre prontos a manejaacute-los utilizaacute-los e dominaacute-los [hellip]5

Em conclusatildeo o estudo seacuterio natildeo se relaciona com uma actividade

passiva indolente porque estudar em si eacute uma praacutetica inveterada na

qual estatildeo assentes a tenacidade e o sacrifiacutecio como acccedilotildees activas

Logo estudar natildeo eacute uma realidade faacutecil eacute pelo contraacuterio sinoacutenimo de

sacrifiacutecio que o estudante vai empreendendo no decorrer dos seus

estudos e investigaccedilotildees

3 Cf J Almeida COSTA A Sampaio e MELO Dicionaacuterio da Liacutengua Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991 P 45 4 Ibid P 45 5 Francisco KAPITIYA Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado Diocesano de Pastoral 2007 P 46

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

13 ndash DECORAR OU ESTUDAR Estudar eacute o mesmo que decorar ou decorar eacute o processo de

assimilaccedilatildeo da mateacuteria depois de compreendida

Eacute sem duacutevida que o estudo tem sempre um escopo por se atingir

Na gama dos interesses dos estudantes reside um uacutenico objectivo

quando se estaacute em processo de formaccedilatildeo atingir notas altas que

garantam uma classificaccedilatildeo plausiacutevel no fim do ano acadeacutemico Com

efeito torna-se obrigatoacuterio assimilar todo conteuacutedo da mateacuteria

O estudo ganha caraacutecter de estudo quando compreendido e depois

assimilado Deste modo decorar seraacute o fim a meta que passa pela

lucidez e compreensatildeo do assunto Eacute veriacutedico que decorar eacute laquofixar na

mente na memoacuteriaraquo6 quando o que se estuda eacute compreendido

aclarado

O estudo pressupotildee o decoro em virtude de tudo que se decora eacute

antes estudado um estudo que se prende com a captaccedilatildeo dos conceitos

e natildeo das palavras7

Estudar deve ser uma realizaccedilatildeo que priorize o cultivo do

raciociacutenio da reflexatildeo conforme alega Salomatildeo8 Assim o esforccedilo que

se faz durante o estudo de um assunto vai despertando o poder da

reflexatildeo e ao mesmo tempo que se reflecte a mateacuteria vai sendo gravada

na mente

O jovem que consegue notas para passar de ano por ldquochutarrdquo

decorar a mateacuteria ou ateacute mesmo por colar jamais aprende realmente a

raciocinar [hellip]9

6 Joseacute Pedro MACHADO Op Cit P 288 7 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio 8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988 P 543 8 Cf PROV 14 9 DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989 P 141

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Contudo estudar confina-se na reflexatildeo no raciociacutenio com o

objectivo de se compreender a mateacuteria para depois ser gravada na

mente com naturalidade Decorar e estudar satildeo dimensotildees distintas mas

natildeo se estuda soacute e nem se decora soacute ambas dimensotildees equivalem-se

de tal maneira que o que se estudou seja assimilado ou gravado na

mente

14 ndash ONDE SE PODE TER UM ESTUDO SEacuteRIO

laquoO isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito a solidatildeo

interior e o silecircncio satildeo as asas com que ele voa Todas

as artes simples Homens ou Homens-Deus todos

pagaram tributo ao isolamento agrave sua vida silenciosa [hellip]raquo

SARTILIANGES

A Sociologia da Educaccedilatildeo exerce um poder coercivo quanto a este

ponto porque ela prima pela organizaccedilatildeo e tranquilidade do lugar onde

se providenciam quaisquer trabalhos intelectuais Efectivamente o

estudo seacuterio carece de um lugar que natildeo cause falta de vontade ao

estudar

O estudo seacuterio surte efeito quando o lugar onde se vai produzir

qualquer assunto seja propiacutecio e agrade ao sujeito a fazer a produccedilatildeo

Esse lugar deve ser laquocalmo arrumado e confortaacutevelraquo10 de modo que o

estudo venha a ser frutiacutefero

Tal como o isolamento eacute o laboratoacuterio para o Espiacuterito o ambiente

de estudo deve ser um lugar isolado de distracccedilatildeo perturbaccedilatildeo e

incoacutemodo uma vez que o laquotrabalho fecundo natildeo se compadece com a

dispersatildeo duma vida agitada e caprichosaraquo11

10 Antoacutenio ESTANQUEIRO Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995 P 18 11 Francisco KAPITIYA Op Cit P 34

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Efectivamente o lugar de estudo exige condiccedilotildees que jaacute foram

descritas nos paraacutegrafos anteriores silencioso tranquilo arrumado

confortaacutevel e que desperte o poder volitivo do sujeito Mas para aleacutem

dessas condiccedilotildees o lugar para se ter um estudo seacuterio deve ter

laquoiluminaccedilatildeo adequada sem reflexosraquo12 Essa iluminaccedilatildeo deve vir pela

esquerda dado que a Biologia sustenta a ideia de que os seres humanos

tendem mais a olhar pelo lado esquerdo ao inveacutes do direito razatildeo pela

qual a luz deve manifestar-se pelo lado esquerdo

A vantagem de uma boa iluminaccedilatildeo justifica-se pela razatildeo de ela

reduzir a fadiga do estudo e proteger os olhos13

Com toda a certeza o lugar de estudo eacute um dos requisitos para o

sucesso escolar para se ter um estudo seacuterio que possa dissipar duacutevidas

e abrir horizontes de um estudante Assim esse lugar natildeo pode ser um

qualquer pelo contraacuterio deve ser silencioso calmo bem iluminado

ventilativo e acima de tudo deve ser um lugar que decirc um bom moral ao

estudante

15 - COMO ESTUDAR SERIAMENTE

Ateacute aqui dissemos que o estudo seacuterio obedece a muitos factores

Um deles eacute o lugar que deve ser calmo tranquilo e proporcionador de

motivaccedilatildeo ao estudante Mas seraacute na realidade o lugar a condiccedilatildeo

mais exequiacutevel para se ter um estudo seacuterio Ou temos que ter em

consideraccedilatildeo a atitude psicoloacutegica do proacuteprio estudante para que

consiga estudar seriamente

Na verdade a psicologia influi bastante na compreensatildeo deste

assunto uma vez que o estudo seacuterio tem repercussotildees no ceacuterebro do

12 DESPERTAI Op Cit P 143 13 Cf Id P 143

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

estudante que atraveacutes do qual os assuntos satildeo processados e

compreendidos

Quais satildeo entatildeo as atitudes psicoloacutegicas do estudante

As atitudes agrupam-se em dois grupos atitude negativa e atitude

positiva Desinteresse falta de autoconfianccedila e desacircnimo perante as

dificuldades fazem parte da primeira atitude Pelo contraacuterio motivaccedilatildeo

autoconfianccedila e persistecircncia pertencem ao grupo da atitude positiva14

Com efeito estudar seriamente eacute ter atitude positiva isto eacute ter

motivaccedilatildeo autoconfianccedila e persistecircncia dado que em si estudar eacute uma

praacutetica aacuterdua que exige sacrifiacutecio e dedicaccedilatildeo A motivaccedilatildeo eacute importante

porque ajuda o estudante a realizar o seu trabalho com rapidez e

facilidade15 A autoconfianccedila eacute laquouma atitude saudaacutevel que faz aumentar

o interesse pelo estudo e diminuir as anguacutestias e tensotildees proacuteprias dos

momentos difiacuteceisraquo16 E a persistecircncia eacute a atitude que se concretiza no

esforccedilo dedicaccedilatildeo que o estudante faz para atingir suas metas para

triunfar17

Segundo a Ciecircncia do Poder da Mente estudar seriamente eacute

entrar no lsquoniacutevel Alfarsquo laquoEntrar no niacutevel Alfa eacute descer a um estado de

relaxe profundo mantendo a mente e o corpo atraveacutes de teacutecnicas

adequadas em paz em calma sem tensotildees fiacutesicas e emocionaisraquo18

Aleacutem disso entra-se tambeacutem neste niacutevel laquopela meditaccedilatildeo pela

contemplaccedilatildeo pela oraccedilatildeo O ritmo cerebral situa-se entre 7 e 14 ciclos

por segundo sendo que a meacutedia eacute 105 por segundoraquo19

A razatildeo de se estudar seriamente no niacutevel alfa justifica-se pela

verdade de ser mais profundo possibilitando o aumento da inteligecircncia

da memoacuteria da criatividade da inspiraccedilatildeo da percepccedilatildeo sensorial e

14 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P 21 15 Cf Ibid P 22 16 Ibid P 24 17 Cf Ibid P 25 18 Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro 2001 P 58 19 Id P 58

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

extra-sensorial bem como tornar mais aguda a intuiccedilatildeo20 Com efeito

estudando neste niacutevel o estudante aprende com mais facilidade e grava

melhor na memoacuteria

Um dos aspectos de estudar seriamente no niacutevel alfa eacute gostar da

mateacuteria que se vai estudar se nunca se gostou eacute evidente que se

procurem razotildees argumentos algo que faccedila gostar dado que se

aprende mais gasta-se menos energia pois se evitaram conflitos de

intenccedilotildees21

Portanto apresentamos em seguida algumas teacutecnicas para se

providenciar um estudo seacuterio

Ler atentamente uma ou mais vezes o que se deve

aprender procurando compreendecirc-lo bem

Gravar o aprendizado na mente por partes natildeo passando ao

ponto seguinte sem se ter antes aprendido bem e decorado

os conceitos anteriores

Aprendida a liccedilatildeo decora-se por inteiro e com pausa como

se a estivesse a recitar na aula22

20 Cf Id P 58 21 Cf Ibid P 60 22 Cf Marcelo Gonzaacutelez MARTIacuteN Op Cit P 543

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

II CAP SITUACcedilAtildeO ACTUAL DOS JOVENS FRENTE AO

ESTUDO SEacuteRIO

No 1ordm capiacutetulo vimos o que eacute lsquoestudar seriamentersquo isto eacute

apresentaacutemos o tema na sua originalidade No presente capiacutetulo o

objectivo seraacute saber como eacute que os jovens encaram o estudo seacuterio eacute o

confronto do 1ordm capiacutetulo com a realidade dos nossos dias na perspectiva

de se saber se os jovens estudam seriamente e se natildeo identificar quais

as principais causas deste deacutefice

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

21 ndash OS JOVENS VERSUS ESTUDO SEacuteRIO

laquoJaacute natildeo haacute respeito por nada Os estudantes impedem

que os cursos se desenvolvam tranquilamente Toda a

gente se refugia naquilo de que os tempos satildeo diferentes

Natildeo haacute maneira de manter os jovens no recto caminhoraquo

SANTO AGOSTINHO (seacutec IV dC)

laquoA juventude de hoje estaacute insuportaacutevel hellipSe deixarmos

nas suas matildeos o dia de amanhatilde natildeo me restam

nenhumas esperanccedilas sobre o futuro do paiacutesraquo hellip

HESIacuteODO (700 aC)

A afluecircncia para os Centros Meacutedios e Universitaacuterios hoje em dia

estaacute cada vez mais a impulsionar os jovens A paz alcanccedilada em 2002 eacute

a causa deste efeito Vemos jovens preocupados em serem teacutecnicos

meacutedios e universitaacuterios os jovens estatildeo apreensivos com a sua

formaccedilatildeo acadeacutemica com o pensamento direccionado em atingir novos

piacutencaros eacute o ldquoBOOMrdquo o despertar de uma nova mentalidade Mas a que

propoacutesito vem intitulado acima os jovens versus estudo seacuterio

O estudo seacuterio natildeo eacute aplicado pelos jovens Muitos jovens estudam

sem antes compreenderem o verdadeiro sentido de lsquoestudarrsquo aquele

sentido que se mostra pelo fazer esforccedilo sacrifiacutecio dedicaccedilatildeo Natildeo haacute

um voltar-se completo para as actividades acadeacutemicas Se a juventude eacute

a alavanca do desenvolvimento do paiacutes como pode originaacute-lo alcanccedilaacute-lo

se natildeo estuda seriamente Soacute atraveacutes de um estudo aturado e acurado eacute

que se desenvolve o ceacuterebro e por seu turno um ceacuterebro luacutecido traz

desenvolvimento

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

O que predomina na mente dos jovens estudantes eacute a ideia de

obter diploma com vista a ter um bom emprego e ser bem remunerado e

esquecem-se de defender os proacuteprios diplomas Eacute a lacuna intelectual

que se vive hoje a pouca leitura a dificuldade de pocircr em acccedilatildeo o

aprendizado bem como a indolecircncia de ir aleacutem daquilo que se

apreendeu durante o processo escolar laquoBons alunos se preparam para

receber um diploma alunos fascinantes se preparam para a vidaraquo23

Como vimos o estudo seacuterio eacute uma realidade que natildeo se constata

nos jovens o que demonstra um lsquofacilitismorsquo na execuccedilatildeo dos trabalhos

escolares uma vez que o mais importante eacute ficar aprovado com uma

nota de 10 e uma ajudinha proveniente de um professor24 Isto natildeo eacute

seriedade porque vai debilitando a maneira de pensar dos jovens Aleacutem

disso natildeo haacute reflexatildeo na camada juvenil dado que a maioria de seus

trabalhos eacute fruto de coacutepias coacutepias que vecircm sobretudo da Internet

Porquecirc desta debilidade Seraacute que a razatildeo estaacute no tempo em

virtude de ele ser o sistema respiratoacuterio de tudo que acontece Seraacute a

globalizaccedilatildeo a origem deste deacutefice

22 - CAUSAS DESTE DEacuteFICE

De acordo com as investigaccedilotildees realizadas identificaacutemos as

seguintes causas a corrupccedilatildeo a falta de material didaacutectico nas escolas

as preocupaccedilotildees do tempo presente a falta de vontade dos jovens e as

chamadas caacutebulas

23 Augusto CURY Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo Academia de Inteligecircncia 2006 P 119 24 Cf Domingos da CRUZ Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba 2008 P 151

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

221 ndash A CORRUPCcedilAtildeO

laquoO crime da corrupccedilatildeo visa subtrair a funccedilatildeo puacuteblica agrave venalidade

promover a pureza das instituiccedilotildees do Estado criar uma contramotivaccedilatildeo

para o mau uso dos deveres funcionaisraquo25

Este conceito de corrupccedilatildeo se tornou normal para as pessoas Haacute

quem diga que a corrupccedilatildeo viabiliza a vida nas suas distintas aplicaccedilotildees

Mas nos cingimos no sector educacional onde o estudo seacuterio se aplica

Movidos pela ideia de facilitismo provocada pelo fenoacutemeno

corrupccedilatildeo os jovens potildeem de lado o estudo seacuterio a dedicaccedilatildeo o

esforccedilo de poder singrar nos estudos Ficar reprovado eacute uma asneira

tolice eacute resultado de quem natildeo tem visatildeo aquela visatildeo que se limita em

falar com o professor da cadeira em que se estaacute mal de modo que a

classificaccedilatildeo seja apto(a) Deste modo a corrupccedilatildeo entra em jogo passa

a ser a ldquoVIA PUacuteBLICArdquo onde todo tracircnsito eacute permitido

Os jovens estudantes assumem contacto com os proacuteprios

professores com o objectivo de lhes concederem um 15 na pauta final Eacute

a realidade das nossas escolas que se tornaram em laquoautecircnticos

supermercados de venda de notas e certificadosraquo26

De onde vem esta razatildeo Tudo se principia quando na sala de

aula o professor natildeo elucida com prontidatildeo o conteuacutedo do assunto o que

desencadeia a natildeo compreensatildeo do assunto por parte dos alunos com o

objectivo destes pedirem uma explicaccedilatildeo Assim o professor aceita a

proposta e concede a explicaccedilatildeo e como a filantropia espera retribuiccedilatildeo

o professor eacute compensado por um valor monetaacuterio vindo dos alunos

Por outro lado a presenccedila dos alunos na explicaccedilatildeo jaacute eacute sinoacutenimo

de positivas na pauta porque eles jaacute compraram as suas notas e vatildeo

25 J Ribeiro de FARIA Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999 Col 168 26 Domingos da CRUZ Op Cit P 147

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

simplesmente agrave explicaccedilatildeo para marcar presenccedila Eacute o que se vecirc hoje

alunos que tecircm muitas abstenccedilotildees nas aulas mas no fim passam de

classe professores que natildeo datildeo aula com destreza professores que natildeo

tecircm carisma de ensinar professores que natildeo entendem o que leccionam

Nestes casos a corrupccedilatildeo destroacutei natildeo soacute o proacuteprio aluno mas

tambeacutem o professor se considerarmos aquele valor de educaccedilatildeo

proposto por Platatildeo que se concretiza na formaccedilatildeo construccedilatildeo da

pessoa no bom cidadatildeo capaz de governar a polis Eacute preciso que o aluno se esforce por alcanccedilar o que deseja e quando encontrar duacutevida que consulte um especialista na mateacuteria ndash o professor Por seu turno os professores lavram os solos da inteligecircncia dos jovens para que eles aprendam a ser pensadores [hellip]27

Contudo eacute preciso que a corrupccedilatildeo seja banida pelos proacuteprios

alunos e professores Que os professores natildeo sejam de periferia que

saibam dar uma educaccedilatildeo formal porque esta se destina na transmissatildeo

de valores conhecimentos habilidades e atitudes necessaacuterias agrave praacutetica

da vida do dia-a-dia28

222 ndash A FALTA DE MATERIAL DIDAacuteCTICO NAS ESCOLAS

Um estudo seacuterio nunca eacute realizado na ausecircncia dos proacuteprios

subsiacutedios uma vez que satildeo estes que concedem a substacircncia e que por

intermeacutedio desta o estudo eacute feito Os livros juntamente com os

dicionaacuterios constituem o essencial para as actividades acadeacutemicas do

estudante justamente porque natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem a

garantia do proacuteprio material didaacutectico de instruccedilatildeo

27 Miguel Aacutengel ZABALZA Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994 P 137 28 Cf Elba Siqueira de Saacute BARRETO Professores de Periferia In Maria Helena Sousa PATTO (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997 P 329

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nas nossas escolas nota-se a precariedade de bibliotecas Os

uacutenicos centros com bibliotecas que apresentam um pouco do essencial

satildeo as universidades Os centros meacutedios e baacutesicos satildeo uma laacutestima

visto que o nuacutemero de bibliotecas natildeo passa dos 20 Nestas condiccedilotildees

como haacute-de ser seacuterio o estudo se a maioria das escolas do municiacutepio de

Benguela natildeo possui bibliotecas

Aleacutem disso nenhuma universidade do municiacutepio de Benguela e

natildeo soacute possui centros de investigaccedilatildeo Vemos estudantes que se

deslocam para outros paiacuteses em busca de material didaacutectico e se natildeo o

fazem encomendam a algueacutem que se desloca para fora do paiacutes Mesmo

com a presenccedila da ldquoREFORMArdquo o saldo eacute negativo dado que natildeo

contempla o aumento de bibliotecas e material didaacutectico no municiacutepio de

Benguela e natildeo soacute29

Falando dos centros meacutedios e baacutesicos 90 dos alunos natildeo possui

um dicionaacuterio particular e natildeo sabe manuseaacute-lo e o resultado deste

deacutefice eacute a presenccedila de erros crassos nos testes que eles fazem bem

como na maacute fala do portuguecircs Os jovens limitam-se mais em aplicar

uma boa prosoacutedia sem antes compreenderem que o discurso quer oral

quer escrito obedece agrave uma ordem ndash sujeito predicado e acessoacuterios ou

complementos Aleacutem disso os jovens esquecem-se que falar bem eacute o

produto de uma leitura constante e da assimilaccedilatildeo inconsciente de

muitas ideias assimilaccedilatildeo inconsciente porque quanto mais se lecirc as

ideias apoderam-se de noacutes sem termos consciecircncia delas

Portanto agrave situaccedilatildeo em que nos encontramos carece digamos de

uma ldquoHANDrdquo uma matildeo para se evidenciar o estudo seacuterio E os

personagens proeminentes satildeo os jovens estudantes dado que o

comando do paiacutes dependeraacute da competecircncia e habilidade deles e essas

qualidades passam necessariamente pelo estudo seacuterio

29 Cf Domingos da CRUZ Op Cit P 150

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

223 ndash AS PREOCUPACcedilOtildeES DO TEMPO PRESENTE

A vida contemporacircnea trouxe consigo enormes e fascinantes

novidades Antigamente natildeo se tinha incidecircncia agraves comunicaccedilotildees a

distacircncia Hoje haacute influecircncia em tudo que vemos na cultura na poliacutetica

no desporto na religiatildeo e na economia Satildeo as radiaccedilotildees da

globalizaccedilatildeo que tecircm como escopo ajudar o homem a desempenhar os

seus trabalhos

Eacute certo que tudo que existe no universo eacute bom porque serve para

edificar ou fazer nascer uma outra coisa material aliaacutes a ontologia diz-

nos que tudo que tem ser eacute uacutetil Pelo contraacuterio um ente (tudo que existe

na natureza) um ser mal utilizado torna-se inuacutetil porque acaba por

prejudicar o proacuteprio utente

Com efeito a globalizaccedilatildeo bem aplicada traz muitos ecircxitos uma

vez que ela em si eacute boa O que se nota na nossa juventude eacute o contraacuterio

As preocupaccedilotildees do tempo presente satildeo todos os meios todas as

radiaccedilotildees reflexos do fenoacutemeno globalizaccedilatildeo Os mais visiacuteveis como o

IPOD TV CABO VIacuteDEOS MP3 e MP4 TELEFONES DISCOS

PENDRIVES PARABOacuteLICAS bem como a INTERNET causam

preocupaccedilotildees aos jovens estudantes fazem com que os jovens natildeo se

dediquem com todo afinco aos estudos O normal seria se eles tirassem

partido desses meios para serem mais inteligentes e mais doutos de

modo que os seus estudos fossem seacuterios mas natildeo os jovens entendem

mal os efeitos da globalizaccedilatildeo aplicando-os sem lhes tirar partido ou a

globalizaccedilatildeo eacute entendida de forma negativa pelos jovens

As preocupaccedilotildees dos jovens estudantes satildeo as muacutesicas as

novelas as festas e as modas Deste modo perdem tempo a palrar a

tagarelar a gastar dinheiro para se estar a ldquopari passurdquo destas

realidades Hoje o que ldquobaterdquo eacute estar nas festas eacute natildeo perder de vista a

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

moda isto eacute ter os calccedilados e as vestimentas mais caras eacute ter um

telefone com acesso agrave Internet viacutedeos MP3 MP4 para se estar sempre

informado e manter o contacto para novos ldquoSHOWSrdquo concertos e

matineacutes porque laquo[hellip] todo aquele que natildeo vive com o telefone e a TV faz

jaacute parte de um mundo que morreraquo30

Assim nestas circunstacircncias natildeo se pode ter um estudo seacuterio

visto que o estudo necessita de concentraccedilatildeo atenccedilatildeo e silecircncio para

que o conhecimento se apodere de noacutes laquoO conhecimento natildeo vem de

fora para o homem mas eacute um esforccedilo da alma para apoderar-se da

verdaderaquo31 E para se atingir essa verdade o uacutenico caminho viaacutevel eacute o

estudo seacuterio que natildeo se realiza no barulho das festas nem da assistecircncia

assiacutedua das novelas

224 ndash A FALTA DE VONTADE DOS JOVENS Que falta de vontade queremos dizer

A vontade eacute a forccedila que brota do interior do homem capaz de

erguer concretizar objectivos que a cada instante da vida o homem se

propotildee Ela eacute uma forccedila uma energia que nos catapulta sempre para

atingirmos um alvo

A falta de vontade dos jovens estudantes repercute-se no

desinteresse pela leitura assiacutedua na busca do entendimento da

compreensatildeo das mateacuterias Conforme vimos atraacutes se o professor natildeo

dissipar todas as duacutevidas durante a aula o meio para o efeito eacute a

explicaccedilatildeo dada pelo docente que depois eacute compensado pelos alunos

Satildeo nestas ocasiotildees que o aluno deveria ter vontade de ler muito para

compreender a mateacuteria

30 Celestin FREINET Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 169 31 PLATAtildeO Apud Claudino PILETTI Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007 P 131

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Nos dias de hoje conta-se o nuacutemero de jovens que lecirc pelo menos

durante uma hora por dia Eacute verdade que somos diferentes em termos de

inteligecircncia de percepccedilatildeo mas a psicologia jaacute provou que o que faz a

diferenccedila entre o bom e o mau aluno natildeo eacute a inteligecircncia mas a

diligecircncia Eacute essa diligecircncia essa persistecircncia de querer ler muito

compreender quaisquer assuntos que os jovens estudantes deveriam ter

Os jovens estudantes tinham de tomar a atitude do Escola-

novismo O Escola-novismo eacute uma teoria da pedagogia nasceu por

causa das criacuteticas feitas agrave pedagogia tradicional Diz que o aluno tem de

passar do papel passivo-receptivo para o papel de activo-participativo32

Esta participaccedilatildeo se traduz indubitavelmente na busca incessante de

novo material para locupletar o vazio do aluno para elucidar claramente

as suas duacutevidas e deste modo contribuiraacute para o estudo seacuterio sincero e

liacutempido

O desinteresse pela leitura assiacutedua por causa da falta de vontade eacute

uma causa bem sabida pelos jovens Ler uma mateacuteria dada soacute tem valor

quando se aproxima uma prova porque ler sem ter em vista um teste eacute

perder tempo ndash diz a maioria dos jovens Como o estudo seraacute seacuterio se o

proacuteprio estudante natildeo tem interesse pela leitura laquoO verdadeiro interesse

por uma coisa eacute um voltar-se mentalmente para esta coisa um querer

apreendecirc-la um ocupar-se com ela [hellip]raquo33

Em conclusatildeo estudar seriamente natildeo eacute possiacutevel sem ter vontade

de ler muito de compreender e entender em virtude de nos estudos que

se fazem existirem sempre duacutevidas Para estancaacute-las a leitura eacute a

condiccedilatildeo inconcussa para o aluno uma vez que com o seu auxiacutelio o

aluno poderaacute entender compreender o que antes estava obscuro

32 Cf Claudino PILETTI Op Cit P 56 33 Elisabeth LUKAS Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992 P 274

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

225 ndash AS CAacuteBULAS

As caacutebulas satildeo uma das causas mais frequentes nas nossas

escolas Elas funcionam como uma ajuda na hora do teste Fazer caacutebula

tornou-se numa normalidade para os nossos jovens o que demonstra

mais uma razatildeo de se dizer que os jovens natildeo estudam seriamente

Existem as seguintes caacutebulas

Coacutepia de textos estas caacutebulas satildeo uma lsquocolagemrsquo de uma

pequena parte da mateacuteria sem qualquer rigor de entender

compreender a mesma mateacuteria

Esquemas ou resumos pessoais satildeo as chamadas lsquoboas

caacutebulasrsquo dado que exigem de antematildeo a compreensatildeo da

mateacuteria Muitas vezes quem as faz natildeo sente a necessidade

de as utilizar no teste porque domina o conteuacutedo da

mateacuteria34

Aleacutem dessas identificaacutemos mais duas a saber

Cobra seca eacute um tipo de caacutebula que se baseia na escritura

a laacutepis da mateacuteria sendo depois a mesma apagada para natildeo

ser vista pelo professor

Caacutebula por telefone desenvolvida por meio de auscultadores consiste na gravaccedilatildeo da mateacuteria Antes do

teste o aluno faz uma leitura em alto som de toda mateacuteria na

presenccedila do telefone para depois ela ser exibida na prova

por meio do mesmo telefone Nas meninas o processo eacute

feito por intermeacutedio dos cabelos compridos para quem os

tem ou por cabelos brasileiros e tissagens para esconderem

os auscultadores e assim confundir o professor que

controla a prova

34 Cf Antoacutenio ESTANQUEIRO Op Cit P111

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Note-se que ateacute os frutos da globalizaccedilatildeo com maior incisatildeo os

telefones influenciam na feitura da caacutebula laquoEacute evidente que as

tecnologias tecircm sobretudo como finalidade facilitar aos alunos o acesso

ao conhecimentoraquo35 mas nos dias de hoje vemos o contraacuterio os jovens

usam-nas para outros fins

As caacutebulas podem ter os melhores defensores deste mundo mas eacute

veriacutedico que elas retardam a reflexatildeo o raciociacutenio do estudante Um

estudante que se habitua ao uso de caacutebulas cava gradualmente a sua

sepultura porque anula o cultivo da inteligecircncia e da memoacuteria Pelo

contraacuterio um estudante que natildeo se habitua ao uso de caacutebulas esforccedila-se

por entender e assimilar a mateacuteria e deste modo exercita a sua

inteligecircncia e memoacuteria

Em suma as caacutebulas voltam o estudante para o estado de

ignorante uma vez que a mente atraveacutes do uso inveterado de caacutebulas

natildeo tem condiccedilotildees possibilidades de despertar energias regeneradoras

aquelas energias que facilitam memorizar compreender sem fazer muito

esforccedilo36

23 ndash OS JOVENS DIANTE DO AacuteLCOOL

O consumo de aacutelcool no municiacutepio de Benguela por parte dos

jovens e natildeo soacute estaacute cada vez mais a ser um acto normaliacutessimo A maior

parte dos jovens estudantes tem aderecircncia agraves bebidas alcooacutelicas

O aacutelcool eacute considerado por muitos estudiosos meacutedicos e outros

como uma droga Seja qual for o motivo que leva ao consumo do

mesmo os seus efeitos no organismo humano satildeo negativos Muitos

jovens consomem aacutelcool por causa do seu efeito relevante temporaacuterio37

35 Gilbert ROGER As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes Editores 1976 P 259 36 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa Dinalivro 1998 P 99 37 Cf Roger W MCLNTIRE Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005 P 134

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aleacutem disso o consumo de aacutelcool laquosoacute adia a aprendizagem de uma

melhor sociabilidaderaquo38

A situaccedilatildeo actual dos jovens em relaccedilatildeo ao consumo de bebidas

alcooacutelicas causa admiraccedilatildeo Talvez digamos que eles estatildeo a beber

muito mais que os mais velhos Para aleacutem das dificuldades que os jovens

enfrentam nas escolas isto eacute dificuldade de assimilaccedilatildeo percepccedilatildeo e

muito mais por causa do consumo de aacutelcool haacute uma gama de acidentes

de viaccedilatildeo facto que preocupa as autoridades competentes

Na questatildeo do estudo seacuterio o oacutergatildeo responsaacutevel pela assimilaccedilatildeo

compreensatildeo de tudo que passa pelos sentidos eacute o ceacuterebro Este

enfraquece agrave medida que o aacutelcool lhe afecta com o andar do tempo

provocando laquobaixa de rendimento mental e sobretudo deacutefice mneacutesico

Pode-se verificar no entanto uma vivacidade na argumentaccedilatildeo que ateacute

certo ponto encobre estas deficiecircnciasraquo39

Natildeo eacute possiacutevel desenvolver o ceacuterebro sem deixar de parte o aacutelcool

uma vez que este eacute desastroso para a assimilaccedilatildeo aprendizagem do

jovem mormente os de memoacuteria fraca ou de capacidade intelectual de

menor rendimento O que se verifica nas escolas eacute a existecircncia de jovens

com dificuldade de perceber uma mateacuteria em virtude de terem pouca

capacidade intelectual mas este problema se resolve com a praacutetica de

exerciacutecios apresentados pela psicologia

Assim como um atleta precisa de treinar todos os dias para a

periacutecia do seu proacuteprio corpo um estudante precisa de estudar bem para

o desenvolvimento do seu ceacuterebro Diz-se que a bebida ajuda a estudar

Isso eacute uma autecircntica mentira porque a proacutepria ciecircncia provou que o

aacutelcool acaba sempre por prejudicar o ceacuterebro humano

38 Id P 134 39 J Schneeberger de ATHAYDE Elementos de Psicopatologia 4 ed Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987 P 326

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

III CAP PROPOSTAS PARA SE EVIDENCIAR UM ESTUDO SEacuteRIO

As propostas ou contribuiccedilotildees que satildeo apresentadas no decurso

deste capiacutetulo visam levar o jovem estudante a poder desencadear um

estudo seacuterio um estudo que por intermeacutedio do qual o jovem possa tirar

partido de tudo que lecirc e procura saber Mas para que o estudante possa

desfrutar melhor delas eacute necessaacuterio que natildeo perca de vista a relaccedilatildeo

que cada uma delas tem pois que cada proposta tem coerecircncia

conexatildeo com outra

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

31 ndash O SILEcircNCIO INTERIOR COMO COORDENADOR DAS

ACTIVIDADES INTELECTUAIS

laquoEacute no silecircncio que se formam as grandes coisas para

que elas surjam enfim perfeitas e majestosas agrave luz da

vida que vatildeo dominarraquo

MAETERLINCK

Embora seja uma praxe dificiacutelima o silecircncio desde sempre

constituiu o pilar impreteriacutevel para a edificaccedilatildeo de uma obra Enquanto se

trabalha com o ceacuterebro o silecircncio eacute-lhe necessaacuterio para o seu correcto

funcionamento e para auxiliaacute-lo na consecuccedilatildeo perfeita de suas

actividades Todas as belas obras que o mundo jaacute conheceu satildeo

resultado do silecircncio dos seus autores lsquoDivina Comeacutediarsquo de DANTE

lsquoCeia Pietaacute e Giocondarsquo de Leonardo da VINCI lsquoRomeu e Julietarsquo de

Matteo BANDELLO (1845 - 1561) lsquoOs Lusiacuteadasrsquo de CAMOtildeES lsquoAssim

Falava Zaratustrarsquo de NIETZSCHE lsquoFenomenologia do Espiacuteritorsquo de

HEGEL e os demais autores conceituados cujas obras natildeo caberatildeo

nesta paacutegina se continuarmos a mencionaacute-las

Fazer silecircncio nos dias de hoje eacute uma praacutetica quase inverificaacutevel

nas pessoas mormente na camada juvenil As pessoas satildeo movidas por

um autecircntico activismo querem produzir trabalhar para se ter mais mais

e sempre mais e assim natildeo haacute tempo para relaxar meditar contemplar

e entrar em si para se fazer uma introspecccedilatildeo40 Essa vertigem eacute

consequecircncia negativa da globalizaccedilatildeo jaacute que ela eacute contestada em

virtude de destruir o proacuteprio homem e a sociedade

() Matteo BANDELLO escreveu a sua ceacutelebre novela Romeu e Julieta em 1554 SHAKESPEARE fez simplesmente uma versatildeo teatral da obra cinquenta anos depois da publicaccedilatildeo da obra de BANDELLO 40 Cf Battista MONDIN Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005 P 6

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

laquoA vida actual eacute caracterizada por extrema velocidaderaquo41

roubando a possibilidade de se ter concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo qualidades

que se conquistam com a praacutetica do silecircncio

O silecircncio interior eacute muito necessaacuterio para coordenar as

actividades intelectuais visto que o poder de concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

satildeo eficazes para se construir um pensamento um raciociacutenio ou

simplesmente produzir grandes ideias Por esta razatildeo o estudo seacuterio

requer silecircncio por ser uma actividade intelectual que visa aumentar a

cultura e alargar horizontes Mas o silecircncio interior como coordenador

das actividades intelectuais soacute teraacute esplecircndidos benefiacutecios quando for

acompanhado de meditaccedilatildeo pelo facto de esta acalmar a mente e o

corpo bem como baixar o ritmo cerebral para uma meacutedia de 14 ciclos por

segundo e consequentemente entrar no niacutevel alfa42

Por outro lado outras actividades intelectuais que exigem o

silecircncio interior satildeo a telepatia a clarividecircncia e a precogniccedilatildeo A

telepatia eacute aquela em que o nosso psiquismo entra em contacto directo

com outro psiquismo a clarividecircncia permite-nos alcanccedilar

cognoscitivamente um outro objecto ou um determinado acontecimento

situado agrave distacircncia fora de toda a possibilidade perceptora dos nossos

sentidos pela precogniccedilatildeo chega o nosso entendimento a conhecer

factos livres anos e seacuteculos antes de se verificarem43

Nessas actividades nota-se a manifestaccedilatildeo da alma humana que

entra em acccedilatildeo por causa da meditaccedilatildeo e do silecircncio Soacute atraveacutes destes

dois pilares eacute que se pode concentrar a alma e ganhar a sua atenccedilatildeo em

tudo que se faz Logo com a praacutetica do silecircncio interior o estudante vai

tambeacutem conhecendo as suas habilidades e potencialidades que lhe

seratildeo uacuteteis para a compreensatildeo dos estudos que for fazendo

41 Maacuterio Gonccedilalves VIANA Escolha das Profissotildees Porto Domingos Barreira [sd] P 125 42 Cf Lauro TREVISAN Cure-se Vocecirc eacute o Seu Proacuteprio Remeacutedio Op Cit P 294 43 Cf Francisco da Mata MOURISCA O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa Multinova 1978 P 52

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

32 ndash A NECESSIDADE DE APROFUNDAR O ESTUDO DA

LIacuteNGUA PORTUGUESA A Liacutengua Portuguesa eacute uma das liacutenguas mais disseminada no

mundo permitindo a comunicaccedilatildeo dos seus utentes laquoEacute uma das liacutenguas

mais falada em todo o mundoraquo44 Obedece a paracircmetros cujas regras

satildeo de reter na convicccedilatildeo de se evitarem erros crassos tanto na escrita

como na fala Desta feita natildeo se pode fazer um estudo seacuterio sem que

antes se domine a liacutengua na qual se vai evidenciar o estudo neste caso

o portuguecircs como nossa liacutengua oficial veicular

A necessidade de aprofundar o estudo da LP eacute urgente porque a

maior parte dos insucessos aos estudos dos nossos jovens vem

exactamente por natildeo saberem a proacutepria LP ou seja laquo[hellip] O insucesso

escolar estaacute tambeacutem ligado ao fraco domiacutenio da liacutengua [hellip]raquo45

laquoEm qualquer linguagem eacute preciso aprender as suas regras os

seus coacutedigos a sua gramaacuteticaraquo46 pela razatildeo de que quando se entende

quando se sabe uma liacutengua torna-se faacutecil entender o que se lecirc escrever

o que se sabe bem como estudar com seriedade e porque o estudante

diante de um texto consegue identificar qual o assunto-chave o seu

conteuacutedo e acima de tudo brinca com as palavras contidas no mesmo

texto uma vez que ele sabe que uma determinada palavra eacute substantivo

adjectivo conjunccedilatildeo adveacuterbio verbo locuccedilatildeo pronome enfim uma

gama de palavras

Por outro lado existem atropelos de portuguecircs ldquonatildeo apareci

atraveacutes do tempordquo ao inveacutes de natildeo apareci porque natildeo tive tempo ldquoeu ia

na tua casa mas natildeo te encontreirsquorsquo ao inveacutes de eu fui agrave tua casa mas natildeo

44 Maria Inecircs Castelo BRANCO Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984 P 9 45 Maria Bernardete Carreira GASPAR Textos ndash Autores e Aacutereas Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior Joatildeo Paulo II 2008 P 11 46 Vicky FERNANDES Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros 2010 P 23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

te encontrei ldquoquando ele vir diz que estive aquirdquo ao inveacutes de quando ele

vier di-lo que estive aquihellip Estes e outros exemplos demonstram que

natildeo haacute domiacutenio do portuguecircs mormente dos verbos e seus tempos dado

que o verbo laquoeacute uma palavra de forma variaacutevel que exprime o que se

passa isto eacute um acontecimento representado no temporaquo47

De entre os verbos existentes os transitivos e os intransitivos satildeo

os verbos que merecem muita atenccedilatildeo pois causam confusatildeo a muitos

estudantes e natildeo soacute Um verbo transitivo laquoeacute aquele cuja acccedilatildeo transita

para um objectoraquo48 ou seja eacute aquele que imediatamente pede a

presenccedila de um complemento directo (p ex o verbo preparar o Joatildeo

prepara a sua mala) Haacute tambeacutem o chamado transitivo directo ndash aquele

cuja acccedilatildeo pede complemento directo e indirecto (p ex o verbo estudar

o Joatildeo estuda a liccedilatildeo no seu quarto) Pelo contraacuterio um verbo intransitivo

eacute aquele que laquoapresenta uma significaccedilatildeo mais completa e muito maior

expressividaderaquo49 ou pede simplesmente um complemento indirecto (p

ex o verbo ir o Joatildeo vai agrave escola)

Com relaccedilatildeo aos tempos verbais sobretudo o preteacuterito perfeito

simples e o preteacuterito imperfeito estes tecircm sido mal usados pela maioria

dos estudantes ldquoele vinha em minha casa e conversou comigordquo ldquoele

estava aqui em casardquo Pelo que se sabe o preteacuterito perfeito indica que

uma determinada acccedilatildeo eacute passada e estaacute acabada feita50 Com efeito

nas expressotildees expostas o correcto seria dizer ele veio em minha casa

e conversou comigo bem como ele esteve aqui em casa

O preteacuterito imperfeito traduz uma acccedilatildeo passada mas inacabada

se bem que seja usado para designar diferentes circunstacircncias51 (Ele

estudava a liccedilatildeo) dando a entender que natildeo terminou com o estudo em

virtude de existir algum impedimento

47 Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Nova Gramaacutetica do Portuguecircs Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999 P 377 48 Maria Inecircs Castelo BRANCO Op Cit P 42 49 Id P 42 50 Cf Celso CUNHA Luiacutes F Lindley CINTRA Op Cit P 454 51 Cf Ibid P 450

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Eacute necessaacuterio portanto que os estudantes saibam mourejar com a

Liacutengua Portuguesa de modo a ou de forma a tirarem partido tudo que

lecircem escrevem sabem e investigam para o engrandecimento do proacuteprio

estudo

33 ndash O INTERESSE PELA LEITURA ASSIacuteDUA

Depois de termos falado sobre a praacutetica do silecircncio interior e da

necessidade de se dominar a Liacutengua Portuguesa o presente subcapiacutetulo

seraacute a materializaccedilatildeo desses dois pontos Com a praacutetica do silecircncio

interior e do domiacutenio da LP o estudante saberaacute ler e entender o que lecirc

Neste subcapiacutetulo a nossa reflexatildeo cingir-se-aacute em dois itens o

que eacute ler e quais satildeo os tipos de leitura

331 ndash LER ndash O QUE Eacute O termo ler vem do latim laquolegō is ěre lěgi lectum colher tirar

tomar apoderar-se deraquo52 Em grego ler eacute laquoἀναγιγνώσxω

(anaguignoacutesxo) conhecer a fundoraquo53

Como se vecirc ler natildeo eacute uma actividade que se limita apenas em

seguir com os olhos e pronunciar com a boca o que estaacute escrito eacute tirar

colher alguma coisa do texto para o nosso conhecimento e saber para a

vida Quando se diz que ler eacute conhecer a fundo traduz a ideia de que o

estudante deve ser senhor dono daquilo que lecirc na perspectiva de que

ele entenda compreenda e possa relacionar com outras ideias o que lecirc

Para o efeito soacute atraveacutes da vontade e da dedicaccedilatildeo eacute que ele conseguiraacute

tais objectivos

52 A Gomes FERREIRA Op Cit P 667 53 Isidro PEREIRA Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego 7 ed Braga Apostolado da Imprensa 1990 P 37

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Actualmente por causa da falta de tempo necessaacuterio a leitura natildeo

encontra espaccedilo suficiente para ser desenvolvida com assiduidade pelos

proacuteprios estudantes limitando-se estes a buscar o ligeiro o superficial

nos textos que lecircem contribuindo assim para o natildeo estudo seacuterio sincero

e honesto54

Ler eacute tambeacutem laquoextrair significado do texto dar-lhe sentido indo

para aleacutem daquilo que o proacuteprio texto conteacutemraquo55 pois que nem todo

material didaacutectico eacute claro e conciso nos seus conteuacutedos exigindo o

estudante a envidar esforccedilos para converter em claro e luacutecido o que lecirc

Poderiacuteamos nos fazer as seguintes interrogaccedilotildees porque se lecirc e

para que se lecirc Aleacutem de a leitura ser uma qualidade exigida ao

estudante ler eacute extremamente importante pelas seguintes razotildees

Para se dominar a liacutengua isto eacute falar melhor e escrever

melhor

Para se informar

Adquirir conhecimentos e recrear-se Informar-se porque

temos a obrigaccedilatildeo de estarmos sempre actualizados

adquirir conhecimentos porque para se aumentar a nossa

formaccedilatildeo e estarmos actualizados tem-se a necessidade de

estudar um livro didaacutectico documentos histoacutericos assuntos

cientiacuteficos e recrear-se porque simplesmente lemos um livro

pelo simples gosto de ler enfim uma vasta razatildeo de

objectivos56

Assim ler eacute um meio pelo qual o estudante ganha azo de

aprender novas realidades actualizar o que sabe alimentar o seu

saber cultural e acima de tudo aprende a socializar-se com culturas

diferentes

54 Cf Enrique ROJAS O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra Graacutefica de Coimbra 1994 P 75 55 Marcelino Armeacutenio Martins PEREIRA Dislexia ndash Disortografia numa perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995 P 32 56 Cf Aldoacutenio GOMES et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991 pp 107-108

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

332 ndash TIPOS DE LEITURA

De entre os vaacuterios tipos de leitura existentes destacamos

cinco a saber

3321 ndash LEITURA ORAL OU LEITURA EM VOZ ALTA

Eacute a leitura individual de preparaccedilatildeo aperfeiccediloamento e de

treinamento com o objectivo de se ter uma boa foneacutetica e dominar

a ortografia

3322 ndash LEITURA SILENCIOSA

Eacute feita individual e silenciosamente em qualquer lugar em

que o indiviacuteduo tenha disponibilidade e um texto Possibilita uma

grande rapidez de leitura maior grau de compreensatildeo do texto

lido grande concentraccedilatildeo proporcionando atenccedilatildeo aos aspectos

de organizaccedilatildeo do texto e maior facilidade de obter informaccedilatildeo e

aumentar os conhecimentos57

3323 ndash LEITURA DE SIGNIFICADO

Tem como objectivo dar uma visatildeo ampla do conteuacutedo

mormente do que interessa deixando de lado o aspecto

secundaacuterio lendo tudo de uma vez sem voltar atraacutes

57 Cf Aldoacutenio GOMES e tal Op Cit pp 110-114

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

3324 ndash LEITURA DE ESTUDO

Exige uma absorccedilatildeo completa do conteuacutedo e de todos os

significados obrigando ler reler utilizar o dicionaacuterio bem como

fazer resumos

3325 ndash LEITURA CRIacuteTICA OU REFLEXIVA

Eacute o tipo de leitura mais exigente Implica estudo reflexatildeo

entendimento dos significados Exige esforccedilo reflexivo realizado

atraveacutes das operaccedilotildees de anaacutelise comparaccedilatildeo diferenciaccedilatildeo

siacutentese e julgamento58

Com toda a certeza o interesse pela leitura assiacutedua tem por

fim contribuir para o estudo seacuterio do jovem estudante porquanto

ela eacute beneacutefica e proveitosa pela leitura assiacutedua tenaz persistente

constante o estudante natildeo soacute desenvolve a sua capacidade

intelectual mas tambeacutem vai descobrindo gradualmente outras

habilidades tais como ser escritor orador conferencista indagador

e outras qualidades que se conquistam com o exerciacutecio da leitura

Mas a leitura laquoeacute vaacutelida somente quando assimiladaraquo59 devendo

por isso o estudante compreender primeiro e em seguida reter

assimilar todo conteuacutedo

58 Cf Eva Maria LAKATOS Marina de Andrade MARCONI Metodologia do Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989 pp 22-23 59 Ibid P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

34 ndash A IMPORTAcircNCIA DA ALIMENTACcedilAtildeO OS NUTRIENTES QUE FACILITAM O FUNCIONAMENTO

DO CEacuteREBRO Um soldado um pugilista um halterofilista um futebolista

um basquetebolista um docente e um estudante tecircm o mesmo

regime alimentar

Na verdade os seus haacutebitos alimentares satildeo distintos Um

soldado pugilista halterofilista futebolista e basquetebolista

assemelham-se no haacutebito alimentar considerando a perspectiva do

desenvolvimento corporal ndash sauacutede fiacutesica resistecircncia forccedila

destreza rapidez e flexibilidade mas esse haacutebito alimentar em

relaccedilatildeo ao de um docente e um estudante eacute divergente diferente

visto que estes natildeo tecircm necessidade de desenvolver o corpo mas

o ceacuterebro ndash inteligecircncia e memoacuteria como qualidades subtis

Efectivamente o nosso objectivo centra-se no haacutebito regime

alimentar do estudante fazendo menccedilatildeo ao ceacuterebro porquanto eacute

responsaacutevel e coordenador das actividades intelectuais

Eacute veriacutedico que a alimentaccedilatildeo constitui um factor

preponderante na vida de qualquer ser humano aliaacutes laquoeacute o acto

baacutesico mais primitivo de todo o ser vivo animal desde o unicelular

ateacute aos de estruturas mais complicadasraquo60 Essa alimentaccedilatildeo que

o estudante tem de ter natildeo pode ser uma qualquer senatildeo aquela

racional equilibrada

Uma alimentaccedilatildeo eacute racional equilibrada quando

compreende proteiacutenas vitaminas hidratos de carbono minerais

60 Rego de AGUIAR Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd] Col 1278

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

fibras e aacutegua61 As proteiacutenas servem de lsquomateriais de construccedilatildeorsquo

do nosso corpo as vitaminas servem de defesa contra certas

doenccedilas os hidratos de carbono fornecem energia para nos

movimentarmos e trabalharmos os minerais desempenham

tambeacutem a funccedilatildeo de reparadores do organismo fazendo parte das

ceacutelulas dos liacutequidos orgacircnicos e dos ossos as fibras regulam o

funcionamento intestinal e a aacutegua eacute necessaacuteria para que todas as

funccedilotildees do organismo natildeo sejam perturbadas62

Com efeito um estudante em virtude de fazer muito esforccedilo

para estudar compreender e assimilar uma mateacuteria utiliza muito o

ceacuterebro e por seu turno o ceacuterebro precisa de ser alimentado de

modo que natildeo sofra quaisquer doenccedilas Por este motivo os

nutrientes abaixo mencionados facilitam o recto funcionamento do

ceacuterebro e nunca devem ser subestimados pelo estudante uma vez

que eles auxiliam no estudo seacuterio

Ferro ajuda a formar os agentes de comunicaccedilatildeo do

ceacuterebro Eacute importante para a memoacuteria e a

aprendizagem Encontra-se nos legumes verde-

escuros leguminosas fiacutegado gema de ovo e carnes

vermelhas

Iodo eacute importante para a formaccedilatildeo das ceacutelulas

nervosas e respectivas conexotildees Encontra-se no sal

iodado ou de cozinha peixe do mar e mariscos

Zinco ajuda a transmitir as informaccedilotildees no interior do

ceacuterebro Encontra-se nos mariscos fiacutegados e carnes

Proteiacutenas contribuem para o desenvolvimento de

todas as faculdades intelectuais das emoccedilotildees agrave

inteligecircncia Encontram-se nas carnes peixes leite e

seus derivados e ovos

61 Cf Catarina Rosa PERALTA Marina Beleza CALHAU Vida Maacutegica 6ordm Ano Porto Porto Editora 1993 pp 22-23 62 Cf Id pp 22-23

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Aacutecido Foacutelico eacute essencial para o desenvolvimento

normal do ceacuterebro Estaacute presente nos legumes verdes

leguminosas cereais integrais63

Em conclusatildeo um estudante para aleacutem da diligecircncia que tem de

ter deveraacute sempre que possiacutevel juntar esses nutrientes agrave sua

alimentaccedilatildeo cotia quotidiana com o intento de natildeo explorar o seu

ceacuterebro sem lhe repor as energias gastas durante a actividade

acadeacutemica O fenoacutemeno eacute tirando e pondo para que natildeo se origine

nenhuma doenccedila cerebral

35 - O EXERCIacuteCIO FIacuteSICO COMO FACTOR INDISPENSAacuteVEL AOS JOVENS

Como o exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio

laquoA sauacutede natildeo eacute obra do acaso ou dos deuses mas conquista

humanaraquo64 Efectivamente o exerciacutecio fiacutesico eacute a actividade que garante

essa sauacutede e ela eacute indispensaacutevel ao jovem estudante porque sem ela

natildeo haacute estudo seacuterio Produzir a sauacutede consiste em dispor de acordo com a natureza os elementos do corpo para dominarem ou serem dominados uns pelos outros ao contraacuterio criar a doenccedila significa fazecirc-los reciprocamente comandar ou obedecer contra a natureza65

Com efeito praticar exerciacutecios fiacutesicos eacute um meio eficaz para a

conquista da sauacutede e uma chave para a prevenccedilatildeo da doenccedila

O exerciacutecio fiacutesico tem repercussatildeo no estudo seacuterio em virtude de

promover o laquoequiliacutebrio mental e emocionalraquo66 uma vez que para um

estudo seacuterio eacute necessaacuteria a calma e a tranquilidade de espiacuterito na 63 Cf Louise THIBAULT Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003 P 49 64 Jorge Teixeira da CUNHA Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora 2002 P 10 65 PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D 66 Eunice LEBRE Francisco NUNES Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica 5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora 1997 P 17

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

convicccedilatildeo de que o que se estuda seja bem compreendido Aleacutem disso a

praacutetica de exerciacutecio fiacutesico permite o laquoafinamento do sistema nervosoraquo67

o que possibilita o estudante a ganhar uma boa atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo

quando se dedica aos estudos

Segundo o desporto os exerciacutecios fiacutesicos aconselhaacuteveis satildeo os

que desencadeiam uma respiraccedilatildeo aeroacutebia condigna De entre esses

exerciacutecios os mais frequentes e faacuteceis de executar satildeo o atletismo a

nataccedilatildeo e o ciclismo porque nestas modalidades a frequecircncia cardiacuteaca

aumenta permitindo o transporte de uma maior quantidade de sangue agraves

ceacutelulas levando deste modo oxigeacutenio e mais constituintes alimentares

para todo o corpo68 Desta feita esse oxigeacutenio e esses constituintes

alimentares chegam tambeacutem ao ceacuterebro fazendo com que ele trabalhe

normalmente Aliaacutes vimos no item anterior sobre a alimentaccedilatildeo que o

ceacuterebro eacute tambeacutem alimentado por nutrientes especiacuteficos

Assim o exerciacutecio fiacutesico concorre para o bem-estar do estudante

na medida em que ele ganha sauacutede aquela sauacutede que segundo

Giovanni REALE concorre para uma justa proporccedilatildeo uma harmonia

natural e um acordo intriacutenseco do organismo consigo mesmo e com o

que lhe eacute exterior69 e eacute esta harmonia natural do organismo este bem-

estar este equiliacutebrio mental e emocional que o estudante se apodera

simplesmente com a praacutetica do exerciacutecio fiacutesico

67 Id P 17 68 Cf Ibid P 27 69 Cf Giovanni REALE Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002 P 188

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

CONCLUSAtildeO

Depois de um trajecto sobre a questatildeo do estudo seacuterio incumbe-

nos dizer que o estudo seacuterio apresenta-se como uma realidade

peremptoacuteria para os jovens estudantes do municiacutepio de Benguela e natildeo

soacute dado que satildeo estes que tecircm a grande responsabilidade de restaurar

preparar e transformar o Paiacutes Essa transformaccedilatildeo passa

necessariamente pelo estudo seacuterio que cada jovem em particular faz um

estudo que tem como escopo a inovaccedilatildeo a eficiecircncia o desenvolvimento

do Paiacutes

Vejamos como a China o Japatildeo a Iacutendia e a Coreia do Sul saiacuteram

da escassez agrave abundacircncia a China a partir de 1992 conseguiu dar volta

a tudo Por causa do seu estudo seacuterio atirou-se na venda de televisores

e produtos manufacturados o Japatildeo apostou no capital humano isto eacute

foi com o ensino que deu a volta o ensino eacute gratuito eacute de qualidade e

caracteriza-se pela homogeneidade do conteuacutedo curricular ser igual em

todo paiacutes por privilegiar o ensino da matemaacutetica ciecircncias e o proacuteprio

japonecircs o ensino obrigava a competiccedilatildeo entre os estudantes ou seja

dava estatuto ser o melhor aluno a Iacutendia nos primeiros anos do governo

de NEHRU implementou a economia de mercado a educaccedilatildeo alargada

modernizaccedilatildeo das empresas puacuteblicas bem como o reforccedilo da posiccedilatildeo do

Estado em aacutereas como a educaccedilatildeo sauacutede e outras necessidades

baacutesicas a Coreia do Sul que se tornou independente em 1948

incrementou o desenvolvimento da iniciativa privada restringindo as

importaccedilotildees facilidades de creacutedito subsiacutedios a determinados sectores

de actividade e incentivos ao trabalho

Na deacutecada de 70 a Coreia do Sul comeccedilou a apostar na induacutestria

pesada quiacutemica electroacutenica e de automoacutevel Entre os finais da deacutecada

de 90 e comeccedilo do seacuteculo XXI o sector de tecnologia de informaccedilatildeo e

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

semicondutores passou a ser dominado a niacutevel mundial pela Coreia do

Sul tendo ultrapassado o Japatildeo Os gigantes Samsung e LG

ultrapassaram a Sony e hoje os telefones celulares e televisores plasma

feitos na Coreia do Sul satildeo os mais avanccedilados do Mundo70

Em tudo isto estaacute o valor do Estudo Seacuterio um estudo isento de

quaisquer falsidades mas munido de enorme dedicaccedilatildeo e empenho

mormente da camada juvenil Eacute o jovem que tem de ser seacuterio com a sua

formaccedilatildeo optando sempre pelo estudo aturado e acurado para que ele

proacuteprio cresccedila em inteligecircncia desenvolvendo sempre o poder da

reflexatildeo ndash condiccedilatildeo exigida no estudo seacuterio

Assim ao longo do desenvolvimento deste trabalho procuraacutemos

manifestar o valor do estudo seacuterio na convicccedilatildeo de contribuirmos para o

avanccedilo da ciecircncia Mas nem tudo estaacute manifestado esperando deste

modo o contributo de todos que atraveacutes das suas pesquisas iratildeo

locupletar colmatar os problemas ainda abertos

70 Cf Joseacute Luiacutes MAGRO A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006 61-74 pp 62-65

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ATHAYDE De J Schneeberger Elementos de Psicopatologia 4 ed

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1987

BRANCO Maria Inecircs Castelo Pequeno Curso de Liacutengua Portuguesa

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1984

COSTA J Almeida MELO A Sampaio Dicionaacuterio da Liacutengua

Portuguesa 6 ed Portugal Porto Editora 1991

CUNHA Celso CINTRA Luiacutes F Lindley Nova Gramaacutetica do Portuguecircs

Contemporacircneo 15 ed Lisboa Joatildeo Saacute da Costa 1999

CURY Augusto Filhos brilhantes Alunos fascinantes Satildeo Paulo

Academia de Inteligecircncia 2006

DA CRUZ Domingos Para Onde vai Angola A Selvajaria Apocaliacuteptica

Onde Toda Perversidade eacute Real Vol 1 Luanda Ediccedilotildees Mulemba

2008

DA CUNHA Jorge Teixeira Bioeacutetica Breve Satildeo Paulo Paulus Editora

2002

DE AGUIAR Rego Alimentaccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 1 Lisboa Verbo [sd]

DE FARIA J Ribeiro Corrupccedilatildeo In Enciclopeacutedia Luso-Brasileira de

Cultura Vol 8 LisboaSatildeo Paulo Verbo 1999

DE SAacute BARRETO Elba Siqueira Professores de Periferia In PATTO

Maria Helena Sousa (Org) Introduccedilatildeo agrave Psicologia Escolar 3 ed

Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1997

DESPERTAI Os Jovens Perguntam Respostas Praacuteticas Satildeo Paulo

Sociedade Torre de Vigia de Biacuteblias e Tratados 1989

ESTANQUEIRO Antoacutenio Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso

Na Escola 6 ed Lisboa Texto Editora 1995

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

FERNANDES Vicky Saber Estar 7 ed Lisboa A Esfera dos Livros

2010

FERREIRA A Gomes Dicionaacuterio de Latim ndash Portuguecircs Porto Porto

Editora 1987

GASPAR Maria Bernardete Carreira Textos ndash Autores e Aacutereas

Problemaacuteticas em Liacutengua Portuguesa Luanda Instituto Superior

Joatildeo Paulo II 2008

GOMES Aldoacutenio et al Guia do Professor de Liacutengua Portuguesa Vol I

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1991

KAPITIYA Francisco Meacutetodo de Estudo 2 ed Benguela Secretariado

Diocesano de Pastoral 2007

LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do

Trabalho Cientiacutefico 2 ed Satildeo Paulo Atlas SA 1989

Lauro TREVISAN O Poder Infinito da Sua Mente 8 ed Lisboa Dinalivro

2001

_______________ Cure-se Vocecirc eacute o seu Proacuteprio Remeacutedio Lisboa

Dinalivro 1998

LEBRE Eunice NUNES Francisco Desporto eacute Vida Educaccedilatildeo Fiacutesica

5ordm6ordm Ano Porto Porto Editora

LUKAS Elisabeth Prevenccedilatildeo Psicoloacutegica Brasil Vozes 1992

MACHADO Joseacute Pedro Dicionaacuterio Etimoloacutegico da Liacutengua Portuguesa

7ed Vol II Lisboa Livros Horizontes 1995

MAGRO Joseacute Luiacutes A Invasatildeo que vem do Oriente In laquoValor

Acrescentadoraquo (OutubroNovembro) 2006

MARTIacuteN Marcelo Gonzaacutelez Henrique de Ossoacute ndash A forccedila do Sacerdoacutecio

8 ed Braga Livraria Apostolado da Imprensa 1988

MCLNTIRE Roger W Adolescentes e Pais orientaccedilatildeo educacional para

uma relaccedilatildeo de confianccedila e respeito Satildeo Paulo M Books 2005

MONDIN Battista Curso de Filosofia Os Filoacutesofos do Ocidente 9 ed

Vol 3 Satildeo Paulo Paulus 2005

MOURISCA Francisco da Mata O Materialismo e a Ciecircncia Lisboa

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994

Heacutelder de Jesus Fortes de Freitas

Multinova 1978

PERALTA Catarina Rosa CALHAU Marina Beleza Vida Maacutegica 6ordm Ano

Porto Porto Editora 1993

PEREIRA Isidro Dicionaacuterio Grego ndash Portuguecircs e Portuguecircs ndash Grego

7ed Braga Apostolado da Imprensa 1990

PEREIRA Marcelino Armeacutenio Martins Dislexia ndash Disortografia numa

perspectiva Psico-Sociolinguiacutestica Investigaccedilatildeo Teoacuterica e Empiacuterica

Coimbra Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 1995

PILETTI Claudino Filosofia da Educaccedilatildeo 9 ed Satildeo Paulo Aacutetica 2007

PLATAtildeO Repuacuteblica IV 444 D

REALE Giovanni Corpo Alma e Sauacutede O Conceito de Homem de

Homero a Platatildeo Satildeo Paulo Paulus 2002

ROGER Gilbert As Ideias Actuais em Pedagogia 3 ed Lisboa Moraes

Editores 1976

ROJAS Enrique O Homem Light Uma vida sem valores Coimbra

Graacutefica de Coimbra 1994

THIBAULT Louise Alimentar o ceacuterebro Lisboa Instituto Piaget 2003

VIANA Maacuterio Gonccedilalves Escolha das Profissotildees Porto Domingos

Barreira [sd]

ZABALZA Miguel Aacutengel Diaacuterios de Aulas Contributo para o Estudo dos

Dilemas Praacuteticos dos Professores Portugal Porto Editora 1994