Monografia Final Facol 2010
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ASSOCIAÇÃO VITORIENSE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA FACULDADE ESCRITOR OSMAN DA COSTA LINS
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EM MARKETING - BACHARELADO
ANDERSON DIEGO FARIAS DA SILVA CLEBER ADRIANO DE MELO
CONTRIBUIÇÃO DA COPERGÁS NA INTERIORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2010
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ANDERSON DIEGO FARIAS DA SILVA CLEBER ADRIANO DE MELO
CONTRIBUIÇÃO DA COPERGÁS NA INTERIORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Monografia Final apresentada ao Curso de Administração em Marketing da Faculdade Escritor Osman da Costa Lins – FACOL, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração em Marketing.
Orientador: Célio Mauro Brasileiro da Silva
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2010
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S586c SILVA, Anderson Diego Farias da. Contribuição da Copergás na interiorização do
desenvolvimento do Estado de Pernambuco. / Anderson Diego Farias da Silva; Cleber Adriano de Melo. Vitória de Santo Antão: FACOL – Faculdade Escritor Osman Lins, 2010.2.
57f.
Bibliografia Monografia realizada no Curso de Administração em Marketing. Orientada pelo Prof. Célio Brasileiro.
1. O Gás Natural. 2. Gasoduto da Interiorização. 3. Copergás. 4. Interiorização do Desenvolvimento. 5. Impactos.
CDD 658.835
3
Dedicamos esta obra a todos aqueles idealistas e lutadores brasileiros,
que acreditam na América Latina livre e desenvolvida. E que buscam
no sentimento de cooperação e de unidade entre os povos a superação
dos problemas e a reparação social para com tantas famílias
espalhadas por toda a América Latina.
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A Deus, por intermédio do nosso Senhor Jesus Cristo, por nos permitir
o privilégio da vida, e por nos honrar, permitindo que pudéssemos
iniciar uma graduação e assim vivenciar esta importante experiência
de vida.
A Faculdade Escritor Osman da Costa Lins, especialmente, aos nossos
professores, funcionários e colegas de sala de aula, pela oportunidade
do conhecimento, pela interação e a troca de experiências existentes.
A Historiadora, Escritora e Engenheira Maria do Amparo Pessoa
Ferraz, autora do Livro “o Gás em Pernambuco – breve história da
utilização do gás a partir do século XIX”, por contribuir no
enriquecimento do nosso estudo.
A Companhia Pernambucana de Gás – Copergás, em especial, aos
Ilustríssimos Senhores Aldo Guedes (Presidente da Copergás), Jaílson
Galvão (Diretor Técnico-Comercial) e Hubert Hirschle (Gerente de
Novos Negócios e Ouvidor da Copergás), pelas valorosas
contribuições dadas na construção deste estudo.
Ao Governo de Pernambuco, na pessoa do Governador Eduardo
Campos, e dos Secretários dos Esportes George Braga e de Ciência,
Tecnologia e Meio Ambiente Luciana Santos.
As nossas famílias, em especial, Maricleide Maria e Aridelson Ozório,
Tácila Raiana, Thaíssa Raianne e Wallacy Arcanjo, Renata Brasileiro,
5
Manuel Arcanjo Filho, Elite Maria, Manuel Arcanjo, Ozório Justino
da Silva (in memorian) e Hilda Maria (in memorian), Edvaldo
Arcanjo, Ednaldo Arcanjo, Ernandes Arcanjo, Edson Arcanjo, Maria
José Farias, Ana Kátia e Carlos Antônio, Carlos Henrique, Adeilda
Silva, Alexsandro Ozório, Abraão Ozório, Ozório Neto, Nelson
Ozório, Arnaldo Ozório (in memorian), Alisson Silva, Alayana
Rodrigues, Alane Rodrigues, Maria Francisca de Melo, Jose Carlos de
Melo, Cesar Rodrigo, Carlos Flaviano, Anna Silvia da Silva
Gonçalves de Melo, Murilo Gonçalves, Maria das Graças, Jose
Ferreira Neto, João Jose de Melo ,João Éric, João Éverton, Guilherme
Gonçalves de Melo, Alex Melo, Bruno Melo, Jacksson, Jafsson.
A todos os amigos, entre eles, Renata Danielle, Amanda Danielle,
Roberta Mendes, Fabiano Silva, Osmar Berto, Anderson Delleon,
Célio Brasileiro E Edna, Pedro Silva, Rodolfo Brasileiro, Adinael
Silva, Aurino Firmo, Geovânia Apolinária, Alinny Alves, Pedro
Selva, Gonçalo Bernardo, Adriano, Flávio, Carlos Alberto, Eduardo
Jorge, Adair Nelo, Nestor Gumes, Ednaldo Torres, Josinaldo Correia,
Ednaldo, Junior Dalmário, Alessander Barros, Anderson Milane,
Zózimo Ferreira, Ramany Serra, Elaine Cristina, Gidilvânia Santos.
Aos companheiros de lutas, especialmente, Ossi Ferreira, Juliano
Silva e Izauriana Borges, Geraldo Villar, Silvana Paula, Anne Cabral,
Anne Benevides, Patrick Arcanjo e Luana Oliveira, Virginia Barros,
Jardel Silva, Thiara Milhomen e Elton Gutemberg, Dayseane Ribeiro,
Matheus Lins, Ingrid Ivonoska, André Tokarski, Augusto Chagas,
Gustavo Petta, Jairo Medeiros, Pedro Augusto, Magno Augusto,
Alexandre Souza (in memorian), Luís Felipe Maciel, Ulissivaldo,
Isabelle Farias, Kelly Lopes, Jazielle, João Severino, Aridelson,
Júnior, Deputado Estadual Luciano Siqueira, Deputado Estadual
Nelson Pereira, Deputado Estadual Luciano Moura, Vereador Vicente
André Gomes, Alanir Cardoso, Magnífico Reitor da UNIVASF José
Webber, e aos membros do Diretório Central dos Estudantes e
Diretório Acadêmicos da FACOL (gestão 2006 -2008) e da União dos
Estudantes de Pernambuco Cândido Pinto (gestão 2007 – 2010).
E a você por ler e analisar esta obra!
6
“Não há limite para a produção de livros, e o estudar demais deixa
exausto o corpo. Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão:
Tema a Deus e guarde os seus mandamentos, pois isso é o essencial
para o homem.”
Eclesiastes 12: 12 e 13
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RESUMO
Este estudo objetiva investigar os impactos econômicos, sociais, comerciais e mercadológicos que o Estado de Pernambuco obteve através da construção do Gasoduto da Interiorização. Empreendimento projetado pela Copergás teve o lançamento do Trecho Recife – Caruaru em 2009, esta é a primeira etapa do projeto do Gasoduto da Interiorização que pretende chegar ao sertão pernambucano. Em Caruaru, foi criada a Central de Distribuição de Gás Natural, que leva o Gás Natural Comprimido através de carretas para o abastecimento dos municípios do sertão do estado. Para tanto, foi elaborada uma investigação acerca da história do Gás Natural em Pernambuco e realizado um estudo acerca da Companhia Pernambucana de Gás – Copergás, Instituição responsável pela oferta e distribuição do Gás Natural em todo o estado. O trabalho mostra alguns dos resultados gerados através do novo ciclo de desenvolvimento vivido pelo Estado de Pernambuco e os desafios para ampliação e extensão da oferta de Gás Natural para todas as suas regiões, como parte importante na consolidação da infra-estrutura do estado para receber estes novos empreendimentos e estas novas indústrias, a exemplo, da Refinaria de Petróleo General Abreu e Lima, do Estaleiro Atlântico Sul e o relançamento da indústria naval brasileira, da Transnordestina, da Transposição do Rio São Francisco, e das fábricas da Sadia em Vitória de Santo Antão, da Perdigão em Bom Conselho, dentre outras. Também serão avaliados alguns dos impactos Tecnológicos e Ambientais que o Estado sofreu com a construção do Gasoduto da Interiorização, além de lançar alguns dos desafios que o estado deverá superar para que estes investimentos se prolonguem a médio e longo prazo. Palavras-Chaves: 1. COPERGÁS; 2. DESENVOLVIMENTO; 3. PERNAMBUCO; 4. GÁS NATURAL; 5. IMPACTOS.
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ABSTRACT
This study aims to investigate the economic impacts, social, commercial and marketing that the State of Pernambuco has obtained through the construction of the pipeline of Internalization. Project designed by Copergás had the release of Excerpt Recife – PE in 2009, this is the first step of the project pipeline of Internalization you want to get to Pernambuco backwoods. In Caruaru, was created the distribution center of natural gas, which takes the compressed natural gas through trailers for supplies of the municipalities do sertão of State. For both, was drafted a research about the history of natural gas in Pernambuco and conducted a study about Company Pernambucana de Gas – Copergás, institution responsible for supply and distribution of natural gas throughout the State. The work shows some of the results generated through new development cycle lived by the State of Pernambuco and challenges for expansion and extension of the supply of natural gas for all its regions, as an important part in the consolidation of State infrastructure to receive these new ventures and these new industries, such as oil refinery General Abreu e Lima, South Atlantic shipyard and the relaunch of the Brazilian naval industry, Transnordestina, transposition of the São Francisco River, and factories of Sadia in Vitória de Santo Antão, Perdigão in good advice, among others. Will also be evaluated some of the Technological and environmental impacts that the State have suffered with the construction of the Pipeline of Internalization and throw some of the challenges that the State must overcome so that these investments extend the medium and long term. Key Words: 1. COPERGÁS; 2. DEVELOPMENT; 3. PERNAMBUCO NATURAL GAS; 4. IMPACTS.
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- Projeto de expansão do Gás no Interior de Pernambuco ...................................... 29
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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - Estrutura da oferta de energia no Mundo.........................................................18 GRÁFICO 2 - Consumo médio (m³/dia)..................................................................................27 .
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Oferta e Demanda de Gás Natural........................,..............................................20 TABELA 2- Projetos de Integração Dutoviária de Gás Natural...............................................21 TABELA 3 - Principais Estatísticas – Brasil............................................................................23 TABELA 4 - Indicadores de Pernambuco................................................................................34
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LISTA DE SIGLAS
AIE – Agência Internacional de Energia ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis BEN – Balanço Energético Nacional BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CAV – Centro Acadêmico da Vitória de Santo Antão CAA – Centro Acadêmico do Agreste CD – Centrais de Distribuição CEEN – Conselho Estadual de Energia CELPE – Companhia Energética de Pernambuco CFN – Companhia Ferroviária do Nordeste CONDEPE/FIDEM - Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco COPERGÁS – Companhia Pernambucana de Gás CPRH – Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos ETE – Escola Técnica Estadual FDNE – Fundo de Desenvolvimento do Nordeste FINOR – Fundo de Investimentos do Nordeste GAC – Grupo de Apoio a Criança Carente com Câncer GASBOL – Gasoduto Bolívia – Brasil GASENE – Gasoduto Sudeste - Nordeste GN – Gás Natural GNV – Gás Natural Veicular GNL – Gás Natural Liquefeito GNC – Gás Natural Comprimido IFET – Instituto Federal de Ensino Técnico ISO – Organização Internacional para Padronização MERCOSUL – Mercado Comum do Sul PAC – Programa de Aceleração do Crescimento PIB – Produto Interno Bruto PLANGÁS – Plano Nacional de Gás Natural PDVSA – Petróleos de Venezuela S.A. PROMINP – Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás PROMEF – Programa de Modernização e Expansão da Frota SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação UPE – Universidade de Pernambuco UFPE – Universidade Federal de Pernambuco
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................
2 REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................
2.1.1 O Gás Natural....................................................................................................
2.1.2 O Gás Natural na América do Sul.......................................................................
2.1.3 O Gás Natural no Brasil...........................................................................................
2.1.3 O Gás Natural em Pernambuco..............................................................................
2.2. A Companhia Pernambucana de Gás...........................................................................
2.2.1 Empreendimentos da Copergás..........................................................................
2.2.2 Aspectos mercadológicos e Comerciais da Copergás.......................................
2.2.3. Política ambiental da Copergás............................................................................
2.3 A interiorização do desenvolvimento............................................................................
2.3.1 Indicadores.............................................................................................................
2.3.2 Principais Empreendimentos no Estado................................................................
2.3.2.1 Gasoduto da Interiorização.........................................................................
2.3.3 Contribuição da Copergás......................................................................................
3 METODOLOGIA.............................................................................................................
3.1 Realização de Pesquisas Qualitativas.......................................................................
3.2 Realização de Pesquisas Bibliográficas...................................................................
3.2.1 Aspectos......................................................................................................................
3.2.2 Configurações.............................................................................................................
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................
REFERÊNCIAS..................................................................................................................
APÊNDICE ..........................................................................................................................
APÊNDICE A ........................................................................................................................
APENDICE B.......................................................................................................................
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1. INTRODUÇÃO
O Gás Natural surge como uma importante alternativa para a quebra do
monopólio energético no mundo atual. Por ser considerada uma energia de fonte limpa, assim
como, a solar, a eólica e os biocombustíveis. Nascida no final século XVIII e utilizada
principalmente durante o século XIX, a indústria do Gás manufaturado a partir da queima do
carvão mineral visou à iluminação dos principais centros urbanos da Europa, Estados Unidos
e algumas outras cidades em países menos desenvolvidos. Atualmente, o Gás Natural é
extraído, principalmente, dos poços de extração de Petróleo, de onde é retirado e canalizado
através dos gasodutos, e utilizado nos processos industriais, automotivos, residenciais,
termoelétrico e cogeração, dentre outros.
No Brasil, a indústria do Gás Natural começou a ser fortalecida com a fundação
da Petrobrás, em meados do século XX. Inicialmente, o Gás Natural era utilizado nos
processos industriais da própria Petrobrás para a extração do petróleo, e por outros
empreendimentos industriais instalados, principalmente, no sul do País. Atualmente, o País
vive um novo ciclo de desenvolvimento, onde, grandes obras de infra-estrutura estão sendo
realizadas e o País vem demonstrando sua grande capacidade em atrair novos negócios.
Exitosas políticas sociais estão sendo aplicadas, isto é, mais investimentos em saúde,
segurança pública, educação, qualificação de Recurso Humano e ampliação da oferta ao
crédito e aos bens de consumo em geral. Permitindo assim, a ampliação e a melhor
distribuição da oferta de Gás Natural em todo País e em todos os níveis de processos.
Em 1859, Pernambuco receberia a primeira visita do Imperador Dom Pedro II,
para inaugurar o Sistema de Iluminação Pública a Gás. Considerado um marco naquela época,
Pernambuco já demonstrava sua capacidade em atrair grandes investimentos e dava passos
largos rumo ao desenvolvimento. A partir do novo ciclo desenvolvimentista vivido pelo
Brasil, Pernambuco vem se destacando na atração destes empreendimentos e ganhando de
forma gradativa mais espaço no cenário nacional. Isto pela privilegiada localização geográfica
que o Estado possui e pela infra-estrutura existente. Grandes empreendimentos, como a
Refinaria de Petróleo General Abreu e Lima, a Transposição do Rio São Francisco, a
Transnordestina, o Estaleiro Atlântico Sul, o Complexo Industrial e Portuário de SUAPE, os
Pólos de Confecções do Agreste, de Gesso do Araripe, e de Frutivinicultura irrigada no Sertão
do São Francisco, são algumas das conquistas obtidas pelos Pernambucanos no último
período.
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Outro fator importante acerca do bom momento vivido pelo Estado de
Pernambuco são os impactos na utilização do Gás Natural no Estado. A história do Gás em
Pernambuco surge a partir do século XIX, em especial na Cidade do Recife. De inicio a
iluminação pública do Recife ainda era à base de azeite de carrapateira ou de cachalote, só em
1859, através de contrato de concessão com empresários locais e ingleses se pode ter o
sistema de iluminação a gás, tendo desde já pressão popular por um sistema mais moderno e
eficiente como o tal. O contrato previa a construção de uma Fábrica de Gás e toda a infra-
estrutura de distribuição, e desde esse período já determinava que o gás não se destinasse
apenas à iluminação pública, mas ao suprimento para iluminação de prédios públicos,
comercias e residências.
“contar esta parte da história sobre o gás, como uma das fontes de energias principais do século XIX, também foi contar um pouco da história da iluminação pública” (Autora e Historiadora Maria do Amparo Pessoa, no livro: O gás em Pernambuco – breve história da utilização do gás a partir do século XIX).
A utilização dessa tecnologia marcou a nossa história, porque foi além da função
original da iluminação urbana, que era inicialmente voltada para as questões de segurança,
causando uma grande reformulação urbanística e uma mudança nos hábitos sociais, ao
permitir a vida noturna, fosse para o trabalho ou para o lazer. Ao longo dos anos, a tecnologia
e a utilização do gás foram se aperfeiçoando, chegando ao século XX, mais precisamente em
17 de setembro de 1992, através da Lei Estadual 10.656/1991, criando a Companhia
Pernambucana de Gás - Copergás. Empresa de economia mista, que tem como sócios o
Governo do Estado de Pernambuco (51,0% das ações ordinárias), a Petrobras Gás S.A. –
Gaspetro (24,5% das ações ordinárias) e a Mitsui - Gás e energia do Brasil (24,5% das ações
ordinárias). A Copergás odoriza, canaliza e distribui o Gás Natural em Pernambuco desde
1994, atendendo ao mercado automotivo, residencial, industrial, comercial, termoelétrico e
cogeração.
A Companhia Pernambucana de Gás vem assumindo papel estratégico para a
chegada do desenvolvimento ao interior do estado de Pernambuco, pois, através da construção
do Gasoduto da Interiorização, permitiu-se a instalação de novos empreendimentos, a
exemplo da Sadia em Vitória de Santo Antão, município localizado na Zona da Mata
Pernambucana.
“A idéia é dar competitividade ao interior, para conseguir atingir o objetivo de gerar emprego e oportunidades de trabalho, fazendo com que Pernambuco seja um Estado mais equilibrado.” (Governador de Pernambuco Eduardo Campos na inauguração do Gasoduto da Interiorização, 2009).
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Com 120 km de extensão, o primeiro trecho do Gasoduto da Interiorização foi
inaugurado em 2009 e ligará a capital de Pernambuco ao Agreste do estado (Recife/Caruaru),
com a oferta de gás natural. Beneficiará os segmentos industrial, automotivo, comercial e
residencial dos municípios de Moreno, Vitória de Santo Antão, Pombos, Sairé, Chã-Grande,
Gravatá, Bezerros e Caruaru. Possuirá capacidade média para transportar até um milhão de
metros cúbicos/dia de gás natural, a partir da Central de Distribuição instalada em Caruaru,
podendo transportar o Gás Natural até Araripina, no Sertão Pernambucano.
Surge, portanto, a necessidade em se adequar o estado aos impactos sociais,
econômicos, comerciais, mercadológicos, ambientais e tecnológicos, causados pela
interiorização do desenvolvimento. É necessário ampliar os investimentos em educação com a
interiorização e extensão dos centros universitários e tecnológicos, em infra-estrutura com a
melhoria da logística e a criação, principalmente, de condições de moradia digna para as
pessoas, em saúde pensando na qualidade de vida, em tecnologia e Meio Ambiente pensando
no futuro.
Para tanto, este estudo tem como objetivo geral: canalizar os aspectos gerais que a
Copergás empreende no mercado, através de um estudo de caso, para que possamos
identificar algumas das contribuições dadas pela Companhia Pernambucana de Gás ao
processo da interiorização do desenvolvimento do Estado de Pernambuco.
Esperamos ao realizar este estudo, especificamente: analisar a atuação da
Copergás no empreendimento do Gasoduto da Interiorização e sugerir mecanismos
mercadológicos que ajudem na consolidação da imagem da Copergás no mercado.
Na elaboração deste trabalho, optou-se pela pesquisa de natureza qualitativa,
através do uso de recursos metodológicos que permitiram a utilização de entrevistas semi-
estruturadas com profissionais e técnicos da Copergás e lideranças ligadas ao mercado e ao
estudo do Gás Natural em Pernambuco. Conforme Nagel (apud MARCONI e LAKATOS,
2000), “é possível relacionar os aspectos observados ou comprovados por experiências do
alvo de estudo”. Ou seja, através da pesquisa poderemos compreender as variáveis do
problema e assim desenvolver uma solução eficaz.
“Pesquisa bibliográfica é a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informações escritas, para coletar dados gerais ou específicos a respeito de um tema.” (Pesquisa Bibliográfica. Prof. Eniel do Espírito Santo).
Utilizou-se a pesquisa exploratória para uma busca preliminar de outros
levantamentos realizados bibliograficamente sobre o tema escolhido. A exemplo de matérias
em jornais e revistas; textos acadêmicos de reconhecidos autores, alguns extraídos da rede
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mundial de computadores; livros e revistas oficiais dos órgãos públicos Federal, Estadual e de
diversos municípios.
A pesquisa exploratória configura-se como a que acontece na fase preliminar, antes do planejamento formal do trabalho. Ela tem como objetivos proporcionar maiores informações sobre o assunto que vai ser investigado, facilitar a delimitação do tema a ser pesquisado, orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir uma nova possibilidade de enfoque para o assunto. (PRESTES, 2002. p. 26).
O uso de outras obras como referência é importante para centralizar a pesquisa
que será realizada, uma vez que “o pesquisador necessita de agrupar informações recentes e
atualizadas”. (OLIVEIRA, 2000).
Na experimentação, procura-se verificar se a relação existe mesmo e qual é a
proporção de variação encontrada em tal relação. Nesse sentido buscou-se exaltar as
potencialidades ao desenvolvimento existentes no Estado de Pernambuco. Mostrando as
características e condições que estão possibilitando a instalação de importantes
empreendimentos, mais que precisam de condições concretas para permanecer e se estender,
em curto, médio e longo prazo.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1.1 O Gás Natural
O Gás Natural vem se estabelecendo como uma importante alternativa para a
quebra do monopólio energético no mundo atual. Por ser uma energia de fonte limpa, na
mesma categoria da solar, eólica e os biocombustíveis.
Nascido no final do século XVIII, a indústria de gás manufaturado a partir da
queima do carvão mineral visou à iluminação dos principais centros urbanos da Europa,
Estados Unidos e algumas outras cidades em países menos desenvolvidos.
“A Instalação de lampiões a Gás ocorrera pela primeira vez em 1805, em uma Rua de Pall Mall na Inglaterra, seguindo-se a cidade de Londres em 1807, representando um grande marco na engenharia e desencadeando uma transformação de costumes mormente com a criação do trabalho noturno nas fábricas emergentes no período da Revolução Industrial Inglesa. (Ferraz, 2001, p. 15)”
Na metade do século XIX, o gás manufaturado começou a ser substituído pelo
Gás Natural. Essa indústria nasceu e veio acompanhada pelo surgimento de métodos, infra-
estrutura e tecnologias para a construção de grandes gasodutos de aços. Este novo sistema foi
fundamental para a difusão do Gás Natural em diversos mercados, como o residencial e o
industrial. Deste modo, o Gás Natural deu seu primeiro passo na sua inserção na matriz
energética mundial. Segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN) realizado em
2006, o Gás Natural é responsável por deter cerca de 20,9% da oferta mundial de energia.
GRÁFICO 01. Estrutura da oferta de energia no Mundo
Fonte: BEN, 2006
19
A expectativa é de que essa participação continue crescendo nos próximos anos.
Segundo dados levantados e o cenário de referência do estudo World Energy Outlook 2006,
da Agência Internacional de Energia (AIE), até 2030 os combustíveis fósseis sempre
representarão mais de 80% da demanda global de energia. Já o gás natural representará a
maior taxa de crescimento anual, ou seja, cerca de 2,0%.
No Cenário alternativo da AIE, ao longo do período 2004-2030, a taxa de
crescimento média anual do consumo de energias fósseis será de 1,1%, abaixo daquela do
consumo total de energia, 1,2%, o que requererá um aumento bem maior, de 1,9% ao ano,
para o conjunto de energias renováveis e nucleares.
Considerando os dois cenários, o gás natural será a única fonte de energia fóssil
que apresentará uma expansão anual média superior à do consumo total de energia. Entre as
energias fósseis, a participação do GN aumentará de 25,5% em 2004 para 27,9% em 2030 (no
Cenário de referência) e 28,5% (no Cenário alternativo).
2.1.2 O Gás Natural na América do Sul
O continente Sul Americano possui significativas reservas de Gás Natural, tendo
grande potencial para ocorrer interconexão entre mercados consumidores e produtores deste
energético, tanto para suprir a necessidade de garantir suprimentos para seus mercados quanto
para suprir sua necessidade de monetizar suas acumulações. As principais reservas de gás
natural na América do Sul estão localizadas na Venezuela (61,5%), Bolívia (10,5%) e
Argentina (7,2%).
“A concepção de um mercado de gás natural integrado no Cone Sul pode propiciar significativos ganhos tanto para os produtores (garantindo retorno dos investimentos em exploração e produção), como para os consumidores (com o aumento da confiabilidade na disponibilidade do energético), e também para os estados nacionais (com expansão do montante de recursos advindos da atividade petrolífera/gasífera, que podem ser revertidos para a realização de projetos de desenvolvimento econômico e social). (Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006. Desafios para a integração gasífera na América do Sul).”
Havendo forte tendência de crescimento das acumulações a partir do processo
exploratório desenvolvidos no Brasil e do Peru. Como exemplo, da recente descoberta da
camada do Pré-Sal, fruto do desenvolvimento tecnológico de alto nível da Petrobrás.
Estimasse que a partir da descoberta do Pré-Sal, o Brasil alcance a auto-suficiência do
petróleo, assim como, amplie as suas reservas de Gás Natural.
20
“O Brasil, por sua vez, apresenta potencial para ser o principal mercado consumidor de gás natural do continente, principalmente em função do consumo potencial da região sudeste do país e concentrando-se no abastecimento dos mercados industrial e de geração de energia elétrica. Ressalta-se, contudo, que apesar da intensificação da atividade exploratória (mediante as concessões outorgadas nos leilões de licitação promovidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP), a produção atual não é suficiente para atender à demanda existente hoje. Todavia, algumas descobertas já anunciadas nas Bacias de Santos e de Camamu-Almada podem reverter esse perfil de país importador nato. (Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006. Desafios para a integração gasífera na América do Sul).”
1995 2005
Países
Reserva Produção Consumo Reserva Produção Consumo
Provada (Bilhão m³)
(Bilhão
m³) Provada
(Bilhão
m³)
(Bilhão
m³)
(Bilhões m³)
(Bilhão
m³)
Argentina 619,0 25,0 27,0 504,4 45,6 40,6
Bolívia 127,0 3,2 *** 740,0 10,4 ***
Brasil 154,0 4,8 4,8 310,0 11,4 20,2
Chile *** *** 1,6 *** *** 7,6
Colômbia 217,0 4,4 4,4 113,0 6,8 6,8
Equador *** *** 0,1 *** *** 0,2
Peru 201,0 *** 0,4 325,0 *** 1,6
Trinidade
Tobago 349,0 6,1 *** 545,0 29,0 ***
Venezuela 4064,7 27,5 27,5 4315,0 28,9 28,9
Outros 228,0 2,2 7,3 167,0 3,5 18,3
Total 5959,7 73,2 73,1 7019,4 135,6 124,2
Tabela 01: Oferta e Demanda de Gás Natural na América do Sul e Central
Fonte: Elaboração Própria, a partir de BP (2006).
21
Para tanto, ainda restam percalços para a ampliação da logística de distribuição e
comercialização do Gás Natural no cone sul. Apesar dos investimentos efetuados na
construção de novo dutos para a melhoria da oferta de gás na América do Sul.
Origem Destino
Diâmetro Capacidade
Status (Polegadas) Projetada
(Milhões
m³/dia)
San Sebastian Argentina Punta Arenas Chile 14"-10 2 - 4 Em Operação
Pta.Dungenes Argentina Cabo Negro Chile 10"-8" 2,2,8 Em Operação
El Cóndor Argentina Posesíon Chile 12" 2 Em Operação
Loma La Lata Argentina Concepición Chile 24"-20" 10 Em Operação
La Mora Argentina Santiago Chile 24" 9 - 10 Em Operação
Cnel.Cornejo Argentina Meillones Chile 20" 8,5 - 9 Em Operação
Gas Norte Argentina Tocopilla Chile 20"-12" 1,6 - 7,1 - 9 Em Operação
Ramos Argentina Bermejo Bolívia 13" 1,5 Em Operação
Campo Durán Argentina Madrejone Bolívia 12" 1,2 - 2,5 Em Operação
Aldea
Brasileira Argentina Uruguaiana Brasil 24" 10 Em Operação
San Miguel Bolívia Cuiabá Brasil 18" 2,8 Em Operação
Rio Grande Bolívia Porto Alegre Brasil 32"-16" 30 Em Operação
Gas Entrerriano Argentina Paysandú Uruguai 10" 1 - 2,5 Em Operação
Buenos Aires Argentina Montevidéu Uruguai 24"-18" 5,6 Em Operação
Gas Entrerriano Argentina Casa Blanca Uruguai 16" 2 - 5
Fora de
Operação
TABELA 02: Projetos de Integração Dutoviária de Gás Natural na América do Sul
Fonte: Elaboração Própria, a partir de CIER (2004).
Entraves como a falta de coordenação política entre os governos na tomada das
diretrizes econômicas e energéticas a serem adotadas, trazendo a possibilidade de se tomar
decisões protecionistas e estas decisões causarem instabilidade no processo decisório de
empreendedores interessados. Outro fator negativo é a falta de maturação das indústrias por
não compreenderem a importância, muitas vezes, de diferenciar suas matrizes energéticas,
fazendo com que o mercado energético busque sempre esta se atualizando (preços, infra-
estrutura, tecnologia, dentre outros); E por outro lado, falta também de maturidade das
instituições financeiras, em não investirem efetivamente em projetos ousados como estes.
22
“A necessidade de estabelecimento marcos regulatórios estáveis, transparentes e harmoniosos é, portanto, um importante desafio para viabilização de processos de integração. (Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006. Desafios para a integração gasífera na América do Sul)”
Por fim, um dos principais desafios, é a construção de um Marco Regulatório que
equalize os desafios e as demandas reais existentes nos países sul-americanos para a
ampliação da oferta de gás natural e conseqüentemente a quebra do monopólio energético.
2.1.3 O Gás Natural no Brasil
Com as campanhas expansionistas de Napoleão Bonaparte na Europa, o Rei de
Portugal, Dom João VI, a partir das pressões sofridas pelo Imperador Francês inicia a vinda
da Corte Portuguesa para o Brasil em 1807, escoltados pela marinha Inglesa, seus grandes
aliados, chegando à Bahia em janeiro de 1808.
“Ainda no Brasil colônia, foi a vinda de D. João VI e toda sua corte para o Rio de Janeiro em 06 de março de 1808 que desencadeou um novo rumo político e de expansão e crescimento das cidades. (Ferraz, 2001, p. 15)”.
Tendo através da Carta Régia de 28 de janeiro de 1808, aberto o comércio do
Brasil as nações estrangeiras. A abertura dos portos era fruto do acordo entre Portugal e Grã
Bretanha em contrapartida do apoio dos ingleses a Portugal naquele momento de
sobrevivência da monarquia portuguesa. Com isso, o Brasil pode contemplar um momento de
grande expansão comercial e de grande importação, na sua grande maioria, de produtos,
serviços e tecnologias advindos dos acordos entre Portugal e Inglaterra.
Entre estes avanços tecnológicos trazidos, permitiu-se a instalação finalmente no
Rio de Janeiro, capital do Brasil agora Império, em 24 de março de 1854, a inauguração do
sistema de Iluminação Pública a Gás.
“Diferentemente do “gás da iluminação” identificado à época como gás carbônico, e hoje como monóxido de carbono, que era obtido pela queimado carvão de pedra, o gás natural é um carbohidrato de alto rendimento energético, encontrado na natureza, associado ou não ao petróleo, sendo considerado um gás rico... (FERRAZ, 2001, p.98).”
Porém, somente no século XX, que a denominação “Gás Natural” começou a ser
utilizada no Brasil. Isto porque, antes do Gás Natural propriamente surgir, o gás utilizado no
Brasil, era obtido através da queima do carvão de pedra, que gerava o gás carbônico.
Com a criação da Petrobrás em 1953, sob a lei nº 2004 de 03 de outubro daquele
ano, cuja função era de refinação, lavrar, comércio e transporte do petróleo e de seus
23
derivados, começou-se a utilizar a expressão Gás Natural, pois, em muitos poços encontrava-
se “gás natural”, destinados efetivamente para uso de alguns processos industriais, entre estas
a própria extração do petróleo. Atualmente, em todo o País o Gás Natural é fonte alternativa
na geração de energia para ser utilizado pelas indústrias, para ser utilizado por edifícios,
automóveis, dentre outros.
Discriminação Unidade 2005 2006 2007
Produção
Total (1) 10³ m³ 17.699.201 17.706.161 18.151.652
Reinjeção 10³ m³ 2.985.658 3.169.930 3.494.306
Queima e Perda 10³ m³ 2.474.442 1.851.708 1.947.489
Consumo na E
& P (2) 10³ m³ 2.473.315 2.805.131 2.878.771
Disponível P/
Distribuição 10³ m³ 9.765.786 9.879.393 9.831.088
Importação(3)
10³ m³ 8.997.552 9.788.751 10.333.337
US$ -
FOB 1.044.006.215 1.559.652.724 1.783.022.303
Consumo aparente (4) 10³ m³ 18.763.338 19.668.144 20.164.423
Venda das Distribuidoras 10³ m³ 14.638.650 15.178.597 N/D
Preço (5)
Nacional
US$/10(6)
BTU 3,7 4,57 5,63
Térmico
US$/10(6)
BTU 3,35 3,73 4,01
Importado
US$/10(6)
BTU 3,78 5,23 5,31
TABELA 03: Principais Estatísticas – Brasil
Fonte: ANP, Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras. Notas: (1) O valor total da produção inclui os volumes de reinjeção, queimas, perdas e consumo próprio de gás natural; (2) Refere-se ao consumo próprio nas áreas de produção e processamento; (3) Conforme informado pela ANP; (4) Consumo aparente = produção disponível para distribuição + importação. (5) Preços médios não ponderados sem PIS/COFINS e sem ICMS. Os dados de 2007 referem-se à média dos três primeiros trimestres (fonte: Petrobras).
A produção e a demanda de Gás Natural em todo o País vêm aumentando. Em
2007, a produção nacional foi de 18,1 bilhões de m³, o que significa um aumento de 2,5% em
24
2007 relativamente a 2006. A Petrobrás respondeu por 15,8 bilhões de m3, ou 87,2% da
produção nacional de GN.
As importações totalizaram 10,3 bilhões de m³, respondendo por 36% da oferta no
mercado interno. O maior fornecedor é a Bolívia (95% do volume importado em 2006),
seguida pela Argentina. O dispêndio total foi de US$ 1,78 bilhão, representando um aumento
de 14% em relação a 2006, o que se deve em parte ao aumento do volume importado, em
parte ao incremento de preço unitário. Cabe observar que as importações de gás natural são
regidas por contratos a médio/longo prazo, em virtude do alto investimento em logística que
se faz necessário.
Por fim, apesar dos avanços tecnológicos, a oferta de Gás Natural ainda é tímida
diante dos desafios colocados para que o País possa figurar entre as grandes potencias do
mundo atual.
Um dos percalços existentes esta relacionado ao Marco Regulatório do Gás
Natural no Brasil, que apesar da conspiração para que não acontecesse, ele foi construído.
Porem, ele ainda não dar necessária segurança jurídica ao País, para que as empresas estatais e
privadas possam explorar e utilizar estes recursos, ampliando assim, a oferta de gás no País.
2.1.3 O Gás Natural em Pernambuco
O Recife receberia em 1859 a primeira visita do Imperador D. Pedro II, onde aqui
inauguraria o sistema de Iluminação Pública a Gás, tendo este gás sua obtenção a partir da
queima do carvão. Considerado um grande marco naquela época, Pernambuco dava passos
largos ao desenvolvimento.
“...o então Presidente da Província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, que mais tarde viria ser o Conde da Boa Vista, celebrou o 1º contrato de concessão de serviço de Iluminação Pública por gás carbônico na cidade do Recife, datado de 15 de julho de 1839, com vigência de trinta e cinco anos entre 01 de julho de 1842 a 01 de julho de 1877...(Ferraz, 2001, p.13)”
O Governo da Província celebraria em meados do século XIX um contrato para a
concessão com empresários locais e ingleses. Este contrato já previa a construção de uma
Fábrica de Gás e toda a infra-estrutura necessária para sua distribuição, incluindo os lampiões.
Inclusive já prevendo a destinação do gás não somente para a iluminação pública, mais para a
iluminação dos prédios do governo, do comércio e das residências.
Com os avanços tecnológicos, a partir do surgimento da energia elétrica, o
desenvolvimento da iluminação a gás, foi interrompido no final do século XIX. Sendo, no
25
Brasil e de Pernambuco, conseqüentemente, a energia elétrica obtida a partir das hidrelétricas,
a principal fonte de energia no século XX.
Outra importante fonte de energia do século XX, apesar de ser uma fonte não-
renovável, foi à utilização do petróleo com seus derivados, que surge mostrando os serviços
que poderia prestar em curto, médio e longo prazo.
Porém, um fato alteraria o curso dos tempos, pois, em 06 de maio de 1967, em
Nova Jersey, Estados Unidos, ocorrerá uma tragédia que desativaria o dirigível Hindenburg,
que levaria a companhia a ser fechada em todo mundo. Com isso, no Brasil restou um estoque
de seis mil cilindros de gás butano nas duas cidades onde havia torre de atracação destes
balões, uma no Recife e outra no Rio de Janeiro.
Passando então a comercializar este tipo de gás que era utilizado para queimar em
aquecedores e fogões. Surgindo a “Empresa Brasileira de Gás a Domicilio LTD.” Serviço este
que obteve plena aceitação da população e que permitiu a compra de um navio, por parte da
empresa, para importação de gás dos Estados Unidos, regularizando o serviço de transportes e
entrega em domicílio em todo o País, que permanece nos dias atuais.
“No entanto, a limitação natural da fonte hidráulica as resistências ambientais à propagação de usinas nucleares e a crise do petróleo a partir da década de setenta com o grande aumento do preço, a criação da OPEP e a perspectiva de esgotamento de suas reservas, trouxeram de novo as discussões mundiais a busca de novas alternativas de geração de energia... (Ferraz, 2001, pag. 98)”
A partir da instalação do Congresso Constituinte de 1985, para a elaboração da
nova Constituição instituída em 1988, o Estado Brasileiro debatia pautas essenciais naquele
processo de redemocratização do País. Um destes temas eram suas matrizes energéticas. O
Gás Natural surgia como uma importante alternativa nas mesas de discussões das fontes
nucleares e hidráulicas na geração de energia.
O Ministério das Minas e Energia, através da portaria nº 733, criaria em 1986 no
Conselho Nacional de Energia, um Grupo de Trabalho para aprofundar os estudos e assim
propor diretrizes na utilização e no processo exploratório do Gás Natural em todo o País.
Paralelamente a todas estas transformações ocorridas na legislação nacional que
caminharia para a construção do Plano Nacional de Gás Natural (PLANGÁS) em 1987, em
Pernambuco, é instituído através do Decreto Estadual nº 12.107 (em 1986) o Conselho
Estadual de Energia (CEEn).
Em 1987, o Governador Miguel Arraes de Alencar instituiria uma portaria criando
a Secretária Extraordinária de Minas e Energia, sendo transferidas da Celpe as atribuições
26
referentes ao Gás Natural em Pernambuco, já vislumbrando o que seria uma “Empresa
Distribuidora de Gás” e o que viria ser a “Companhia Pernambucana de Gás – COPERGÁS”.
Realizou-se também, um estudo de mercado na Região Metropolitana do Recife e nas Cidades
de Goiana e Vitória de Santo Antão para se analisar a viabilidade de tal empreendimento.
Via-se no Sul do País a experiência na utilização do Gás Natural no processo
industrial, porem, havia-se uma demanda industrial também no Nordeste, e a Petrobrás
realizou um grande investimento, implantando o chamado Gasoduto Nordestão (gasoduto
Guamaré/Cabo), com capacidade de transportar até dois milhões de metros cúbicos ao dia do
gás extraído na plataforma submarina de Campos de Ubarama e Agulha no Estado do Rio
Grande do Norte, até um terminal de sua propriedade construída no Porto de SUAPE,
município do Cabo de Santo Agostinho (em 1989).
Segundo Maria do Amparo Pessoa Ferraz, já em 1989, o Gasoduto Nordestão
atendia ao longo do seu comprimento, aproximadamente de quatrocentos e vinte quilômetros,
a cinqüenta e três indústrias com suprimento de uma demanda contratual de até novecentos e
sessenta e cinco mil metros cúbicos ao dia.
A partir disso, começavam a ocorrer mudanças significativas nos processos
industriais em toda a região, pois, o gás natural traria consigo diminuições drásticas de custos
com tarifas, com logística (pois o gasoduto passava na porta das indústrias), dentre outros.
“A Região Nordeste tem apresentado um consumo de gás natural expressivo com destaque para o uso industrial, e especialmente nos pólos petroquímicos de Camaçari-BA e do Cabo-PE, e também para o uso no segmento automotivo (GNV), com uma demanda da ordem de 1,0 MMm³/dia, que chegaram a representar cerca de 12% do volume comercializado em 2005. (Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006. Mercado Nordestino de Gás Natural: Suprimento pela importação de Gás Natural Liquefeito (GNL))”
Atualmente no Nordeste, vários empreendimentos vêm recebendo grandes
investimentos, tendo destaque o setor de Térmicas de Pernambuco e da Bahia que foram
responsáveis pelo consumo de 33,7% da oferta de gás em 2005 de toda a região. Outro fator é
o crescimento da oferta de Gás Natural no setor industrial e nos veículos.
Em Pernambuco, a oferta de gás vem aumentando, principalmente com a
instalação dos empreendimentos estabelecidos pela Companhia Pernambucana de Gás
(Copergás).
Entre estes empreendimentos estão: a chegada da oferta de gás no interior do
Estado, através do Gasoduto da Interiorização; o abastecimento a Termo Pernambuco; os
27
empreendimentos industriais em SUAPE; e a ampliação da oferta de Gás Veicular,
residencial, dentre outros.
2.2 A Companhia Pernambucana de Gás
Criada através da Lei Estadual 10.656/1991, a Companhia Pernambucana de Gás
- Copergás, odoriza, canaliza e distribui o Gás Natural em Pernambuco desde 1994,
atendendo aos mercados industrial, automotivo, residencial, comercial , termoelétrico e
cogeração. A Copergás é vinculada a Secretária de Desenvolvimento Econômico do Governo
de Pernambuco (detentor de 51,0% das ações ordinárias da empresa).
“o gás natural é um insumo para a produção de energia limpa e de múltiplos usos. Diretamente na indústria, nos veículos automotores ou para co-geração elétrica (inclusive em uso residencial), ele é instrumento de uma estratégia inteligente e de uma visão futurista de Governo. (Fernando Antônio Caminha Dueire. Secretário de Infra-Estrutura de Pernambuco. Prefácio do Livro O gás em Pernambuco, 2001).”
A Copergás é uma empresa de economia mista, que tem como sócios o Governo
do Estado de Pernambuco (51,0% das ações ordinárias), a Petrobras Gás S.A. – Gaspetro
(24,5% das ações ordinárias) e a Mitsui - Gás e energia do Brasil (24,5% das ações
ordinárias). Detém uma das maiores redes de distribuição do Nordeste, com mais de 300 km
de extensão. Atualmente, a companhia comercializa um volume próximo a 1 milhão de
metros cúbicos/dia de gás natural.
708,009
788
7,811181,685
30,231
10,148
Industrial
Cogeração
Comercial
GNC
Veicular
Residencial
TOTAL: 938.673 m3/dia
GRÁFICO 02: Consumo médio (m3/dia) - Dezembro/2009
Fonte: Copergás
28
A missão da Copergás é a de “Gerir a Distribuição de Gás Natural em todo o
Estado de Pernambuco, superando as expectativas dos Clientes, Colaboradores e Acionistas,
buscando a Excelência em Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde, com
Rentabilidade e Responsabilidade Social (Copergás).” E sua visão é a de “Ser referência
nacional na gestão da distribuição de gás natural até 2013 (Copergás).”
A Copergás dispõe de um código de ética que tem como objetivo “...definir os
princípios que devem orientar a conduta ética a ser adotada por todos os profissionais que a
compõem, estabelecendo deveres, vedações e disciplina pela busca da excelência da qualidade
na gestão da distribuição de gás natural (Objetivo do Código de Ética da Copergás).”
Entre seus produtos comercializados, a Copergás atualmente abastece em todo o
Estado: - Setor Industrial; - Setor Comercial; - Setor Residencial; - Setor Veicular; - Setor de
Geração/Cogeração.
2.2.1 Empreendimentos da Copergás
• Gasoduto da interiorização
O gás natural já é uma realidade para o interior de Pernambuco. O gasoduto da
interiorização, Trecho Recife-Caruaru, que inicialmente ligará o Recife ao Agreste por 120
km de tubulações, passou a operar no final de 2009.
Esta é a primeira etapa da interiorização que pretende chegar ao sertão
pernambucano. O gasoduto parte da capital para o município de Caruaru, beneficiando
também as cidades de Moreno, Pombos, Vitória de Santo Antão, Sairé, Chã-Grande, Gravatá
e Bezerros.
O Gasoduto da interiorização consiste em um gasoduto com 12 polegadas de
diâmetro que passa a abastecer inicialmente os setores industriais e automotivos. O projeto
completo possui quatro fases que ligam a Capital ao Sertão (Recife – Araripina) e soma 1.079
km.
Além da construção do trecho Recife-Caruaru, está em preparação o projeto
básico para as etapas Caruaru – Pesqueira – Toritama. As outras fases compõem os trechos de
Pesqueira – Araripina e mais dois ramais: São Caetano – Garanhuns e Salgueiro – Petrolina.
29
FIGURA 01: Projeto de expansão do Gás no Interior de Pernambuco
Fonte: Copergás
• Construção do Gasoduto Olinda – Paulista
Para fechar a malha norte do gasoduto, foi construído o gasoduto Olinda-Paulista,
com a finalidade de melhorar a distribuição na região norte, atendendo aos mercados
automotivo, industrial, comercial e de cogeração da área. O ramal tem capacidade de
distribuição de 100 mil m³/dia e a expectativa inicial de vendas é de 50 mil m³/dia.
• Construção de um ramal até Camaragibe;
Este ramal terá uma extensão de 5.000 metros. A finalidade do ramal é atender
aos mercados automotivo, industrial, cogeração e comercial.
• Ampliação do Gasoduto da Interiorização até o Sertão do Araripe.
A Copergás já estuda a ampliação do Gasoduto da interiorização até o sertão do
Araripe. Antes do gasoduto chegar a região do Araripe, o gás natural passa a abastecer a
região na forma comprimida - GNC – Gás Natural Comprimido. Esta é a finalidade da Central
de Distribuição de Gás Natural, localizada em Caruaru. De lá, o combustível é levado por
carretas para os municípios que ainda não possuem gasodutos.
2.2.2 Aspectos mercadológicos e Comerciais da Copergás
No ano de 2008, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) alcançou o
maior lucro líquido de sua história, de R$ 50,8 milhões. Para o ano de 2009, a companhia teve
um orçamento de R$ 44,5 milhões. Destes recursos, cerca de R$ 18 milhões foram utilizados
para a conclusão do primeiro trecho do Gasoduto da Interiorização.
“O governo do estado assinou uma lei que retira o ICMS do gás que vai ser transportado por carretas até as cidades onde o gasoduto não vai chegar.
30
Desta forma compensamos o preço do frete e garantimos o abastecimento. (Aldo Guedes, Presidente da Copergás. Fonte: Energia hoje)”
Para os municípios do interior dos quais ainda não tem tubulações para a
transmissão de gás, a Copergás usar a estratégia de simplificação de tributos e diminuição
destes mesmos, além de levar o gás em carretas para estes municípios.
A Copergás espera aumentar em 30% sua entrega de gás natural em Pernambuco
até o fim de 2010, passando dos atuais 1,28 milhão de m³/dia para 1,66 milhões de m³/dia. O
incremento, de acordo com o presidente da distribuidora, Aldo Guedes, virá majoritariamente
do setor residencial, que deverá saltar de 5 mil residências conectadas para 12 mil até o final
de 2010. Além disso, a inauguração da Petroquímica de Suape, que deverá demandar até 300
mil m³/dia, daria um novo impulso à companhia.
“A Copergás ocupa posição de destaque entre as empresas nacionais e locais no ranking 2009 da Revista Exame (...) a companhia figura na 6ª posição em rentabilidade entre as empresas pernambucanas e ocupa a 8ª posição em crescimento, com um índice de 3,7%. A Copergás aparece, ainda, em 2º lugar pela criação de riqueza por empregado. (Edição Melhores e Maiores da Revista Exame 2009.)
Em Pernambuco, ao longo dos anos, desde sua fundação, a Copergás vem
crescendo e ocupando destaque entre as principais empresas do estado. Tendo uma forte
exposição de sua imagem e marca nos últimos anos, baseada nas estratégicas de Marketing
utilizadas. Isso tem causado repercussões em toda Região Nordeste, colocando a empresa em
patamares cada vez maiores, também, no cenário nacional.
“A Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás) vai investir R$ 100 mil numa campanha de marketing para apontar as vantagens do gás natural veicular (GNV) e tentar incentivar o aumento nas vendas do combustível, que registraram queda no primeiro trimestre do ano. A campanha, desenvolvida pela agência Aporte (...) (Jornal do Comercio. Caderno de Economia. Acesso: 24/10/2010)”
A Corpegás dispõe de assessoria de comunicação e utiliza em suas campanhas de
Marketing: pesquisas de mercado; campanhas audiovisuais em rede de televisões e internet;
desenvolve um portal na Internet que possibilita sua interlocução com seus clientes,
fornecedores e a sociedade em geral; e utiliza campanhas de outdoors, banners, jornais
impressos e online.
“A Copergás tem implantado ações de responsabilidade social como mecanismo de fortalecimento de sua atuação junto a sociedade. Nessa linha, a Companhia desenvolve políticas de incentivos que atendem a quatro pontos específicos: educação, meio ambiente, esporte e cultura (...) (Copergás)”
31
Entre as principais campanhas de responsabilidade social promovidas pela
Copergás, destacam-se: - Orquestra Criança Cidadã; - Brinquedoteca do GAC; - Doutores da
Alegria; - Atividades de Preservação ambiental; - Projetos educativos e sociais; - Incentivo
aos Esportes; - Incentivos culturais.
A Copergás dispõe de uma Política de Patrocínios que esta diretamente associada às
diretrizes traçadas no Planejamento Estratégico da empresa até o ano de 2012. A Companhia
disponibiliza em seu portal na internet a sua política de patrocínios.
2.2.3 Política ambiental da Copergás
A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) é referencia nacional na
distribuição de Gás Natural. Única do setor a possuir o ISO 9001 no Brasil, busca através do
uso das tecnologias garantir qualidade e segurança na distribuição do Gás. O Gás é uma
energia natural limpa. (Escritora Maria do Amparo Pessoa Ferraz, 2010).
Realiza projetos para a promoção do Meio Ambiente, através de palestras,
incentivos a realização de oficinas e congressos relacionados ao tema, dentre outros.
Através do uso das tecnologias mais atuais, a Copergás busca minimizar os
impactos nas colocações de tubulações (explosões, vazamentos, etc.), explorações erradas e as
possíveis conturbações urbanas nas colocações de tubos, perfurações do solo.
2.3 A interiorização do desenvolvimento
A economia de Pernambuco sempre foi calcada pela produção de comoditties
agrícolas e por pouco destaque na cadeia de produção industrial até os anos 70, no século XX.
A partir desse conceito de inserção competitiva no mercado externo é que vamos propor [...] alguma das linhas básicas de ação, as quais, de forma coordenada entre instituições nacionais, internacionais e também multilaterais [...] poderão dar a esta região um novo formato de desenvolvimento econômico a partir de um componente externo mais expressivo. (MUSSALÉM, 2001, p. 16)
Atualmente passa por um processo de modernização e com fortes investimentos
tanto de capital nacional quanto estrangeiro. Em linhas gerais, o Estado tem uma economia
bastante complexa, com forte participação tanto de setores de ponta - como o de Tecnologia
da Informação e Comunicação (TIC) e logística - quanto da indústria (principalmente de
alimentos e bebidas, petroquímica, metal-mecânica, têxtil/confecções e gesseira) e do
32
agronegócio, cuja melhor termômetro no Estado é o Vale do São Francisco, que movimenta
US$ 500 milhões/ano.
O setor predominante é o de serviços, com participação de 59,6% no Produto
Interno Bruto (PIB) local – e com ênfase na TIC, logística e o varejo – seguido pela indústria
(31,9%) e pela agricultura (8,5%) (conforme dados da Secretária de Estadual de
Desenvolvimento Econômico).
As obras de infra-estrutura pública impulsionaram o crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) de Pernambuco no 1º semestre de 2008, que foi de 7,1%. No Estado, o
setor registrou um crescimento de 20,1% nesse período, enquanto no Brasil houve um
incremento de 9,9%. “O que mais vem contribuindo para este cenário de crescimento são as
obras de infra-estrutura e isso é muito bom para a economia”, afirmou o economista da
consultoria Ceplan, Herodoto Moreira.
Além de desfrutar de uma grande capacidade logística, Pernambuco faz fronteira
com 05 (cinco) dos 09 (nove) estados do Nordeste, além de estar em média a 800 quilômetros
das principais regiões metropolitanas do Nordeste (de Salvador e Fortaleza).
No tocante às relações com o mercado nacional e internacional, o Estado tem
como uma de suas principais estruturas logística o Complexo Industrial e Portuário de Suape,
que conta com 40 escalas mensais de navios, sendo 25 de longo curso e 15 de cabotagem.
Suape, aliás, é hoje a grande aposta do desenvolvimento do Estado. Localizado a
40 quilômetros do Recife, o complexo concentra investimentos privados e da Petrobras que
estão na casa do US$ 1,7 bilhão. Os investimentos públicos chegam a RS$ 400 milhões desde
que Suape começou a ser construído, nos anos 70. O pólo de negócios do complexo é
constituído por 72 empresas – principalmente industriais e de logística – e que geram 5,9 mil
empregos diretos. Um novo patamar será alcançado a partir do estaleiro que o consórcio
Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez/Mitsui vai construir, do pólo petroquímico do grupo
italiano M&G e Petrobras e da refinaria a ser implantada pela Petrobras em parceria com a
venezuelana PDVSA.
Quanto as parcerias mais representativas da economia local, um dos destaques é
sem dúvida o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que tem como
principal âncora o Porto Digital, no Recife, e evidencia o grau de inserção e modernização da
economia local. Ao todo, são 500 empresas de softwares, serviços e equipamentos instaladas
no Estado e que representam hoje 4% do PIB local. A expectativa é que essa participação
cresça para 10% nos próximos 10 anos.
33
Outra parceria de peso é a do setor de bebidas. Ao todo, são 142 unidades
industriais de cervejas, refrigerantes, vinhos, sucos, destilados, aguardente e água mineral,
numa cadeia que está entre as mais organizadas do País, contando com o suporte de indústrias
de vidros, latas, rolhas metálicas, rótulos, caixas e unidades de importação de matérias-
primas, como o malte de cevada.
Entre os setores surgidos nos últimos 30 anos, se destacam o Pólo de Confecções
do Agreste (que movimenta R$ 2,1 bilhões/ano, conta com 12 mil empresas, gera 77 mil
empregos e produz quase 700 milhões de peças anuais) e o Pólo Gesseiro do Araripe, no
Sertão. O núcleo é responsável por 95% da produção nacional de gesso e gipsita e possui em
torno de 420 empresas instaladas. Entre os segmentos mais tradicionais da economia
pernambucana, uma das estrelas é o cluster metal-mecânico, que vem registrando excelente
desempenho, com fortes investimentos em plantas já instaladas, a abertura de unidades e a
chegada de novas empresas. Entre os players de peso que estão presentes no cluster podem ser
citados a Alcoa e Gerdau.
No setor de serviços, uma das melhores performances vem sendo obtida na
logística, com a criação do primeiro pólo planejado de logística do País, aproveitando a
tradicional vocação de Pernambuco com distribuidor regional, a posição geográfica
privilegiada e a infra-estrutura otimizada. O pólo já conta, só no ramo de centrais de
distribuição (CDs), com em torno de 100 empreendimentos, entre instalados, em execução e
em fase de projeto.
No agronegócio, o maior destaque é o Vale do São Francisco, onde o volume
colhido por safra chega a 1,5 milhão de toneladas e as exportações somaram 180 mil
toneladas em 2004. O cultivo irrigado se estende por nada menos que 120 mil hectares, com
predomínio da fruticultura, hortaliças, coco e cana-de-açúcar. Só o plantio de frutas gera 240
mil empregos diretos e 960 mil indiretos.
O Vale ostenta os títulos de maior centro produtor de uvas finas do País e maior
exportador de uvas do Brasil, respondendo por mais de 96% das exportações brasileiras do
produto em 2004. Aliás, é a única região do mundo que produz duas safras e meia de uva por
ano. Representa também 60% das remessas de manga do Brasil para o mercado externo. Ao
todo, as exportações de frutas chegaram a US$ 120 milhões em 2004, sendo US$ 116 milhões
apenas de uva e manga. Não bastasse isso, o Vale passou a contar recentemente com mais um
trunfo, ao entrar para o seleto clube das regiões produtoras de vinhos finos. Estão presentes no
pólo de vitivinicultura tanto a elite dos produtores nacionais de vinho – a gaúcha Miolo é um
34
exemplo disso – quanto investidores internacionais como a Dão Sul (Portugal), Ducos
(França) e Sereníssima (Itália).
2.3.1 Indicadores
Pernambuco está revelando sua vocação natural para os grandes investimentos.
Com 184 municípios, sem contar o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, distribuídos
numa área de 98.526,6 km² no centro da região Nordeste, o Estado é, estrategicamente, bem
localizado.
Essa localização privilegiada nos consolida como o centro logístico do Nordeste,
de onde bens e serviços saem com destino aos demais estados da região. As riquezas locais,
que atraíram comerciantes de todo o mundo desde a época do descobrimento, ainda hoje são
atributos que seduzem investidores brasileiros e estrangeiros.
População economicamente ativa 3,8 milhões de pessoas
Participação no PIB do NE 20,10%
Participação no PIB nacional 2,7%
Composição do PIB
Serviços: 59,68%
Indústria: 31,41%
Agropecuária: 9,79%
TABELA 04: Indicadores de Pernambuco
Fonte: Secretária Estadual de Desenvolvimento Econômico do Estado de PE
Com uma população de 8.145.159 habitantes (crescimento de 1% ao ano), o PIB
do Estado cresceu, em 2004, 5,2% no terceiro trimestre e 4,1% no acumulado dos três
primeiros trimestres do ano (dados do Condepe/Fidem), configurando assim, o segundo maior
da região. Pernambuco se destaca também pela sua vocação para o setor de serviços, que vem
mostrando excelente desempenho a cada ano. O setor é preponderante na composição do PIB
estadual.
“Esse ano estamos multiplicando por dois o número de cursos técnicos nas escolas do Estado. E, pela primeira vez, selecionamos 12 mil estudantes do entorno de Suape para serem qualificados para o acesso ao trabalho. É um esforço que também vem acompanhado junto ao Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás). (Governador de Pernambuco Eduardo Campos em entrevista ao Jornal do Commercio).”
35
No quesito educacional, Pernambuco é reconhecido nacionalmente como um dos
pólos de educação superior do Nordeste, atraindo estudantes de vários estados da Região.
Atualmente, cerca de 10% da população entre 18 e 24 anos estão matriculados no ensino
superior. Segundo dados do Ministério da Educação, Pernambuco tem ainda 24% dos grupos
de pesquisa da região, ligados a cinco universidades: três federais, uma estadual e uma
comunitária. Existem, ainda, dezenas de outras faculdades particulares, oferecendo cursos nas
mais diversas áreas. Com relação a qualificação técnica e profissionalizante, destacam-se: a
instalação dos novos centros técnicos estaduais (ETE), os novos e ampliados centros federais
(IFET) e as parcerias com as instituições do Sistema “S” (SESC, SENAI, SESI, IEL, SENAC,
SENAR, SENAT, SEST, SEBRAE e SESCOOP). Estas ações são fundamentais na medida
em que garante a empregabilidade e a oportunidade em ter-se uma profissão digna.
2.3.2 Principais Empreendimentos no Estado
• Transnordestina
A retomada da Ferrovia Transnordestina, projeto que remonta ao período do
Brasil - Império, já está trazendo impactos positivos na economia no Sertão do Estado. A obra
está sendo feita com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo
federal. A maior parte do investimento sairá dos cofres públicos.
As obras da Ferrovia Transnordestina estão na cidade de Salgueiro. No local, foi
aberto um grande caminho. Uma parte dele já recebeu o concreto. A outra está só no barro.
No primeiro trecho da obra, o de Salgueiro-Missão Velha (CE), existem cerca de 1.300
homens trabalhando, segundo informações da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN),
empresa responsável pela implantação do projeto. O empreendimento terá um custo de R$ 5,4
bilhões e grande parte dos recursos sairá do poder público.
O trecho que está em obras tem 96 quilômetros de extensão. Nele, não há
qualquer área que já tenha recebido os trilhos. Uma parte dos trilhos que será usada na
ferrovia está armazenada no Porto do Recife há mais de quatro meses.
Os trechos da ferrovia são: Suape - Salgueiro (522 quilômetros), Trindade (no
Sertão do Araripe) a Eliseu Martins (no Piauí) com 420 quilômetros - e Missão Velha –
Pecém (no Ceará), que terá uma extensão de 527 quilômetros.
Dos recursos que serão liberados para a ferrovia Transnordestina, R$ 3,4 bilhões
sairão de fundos da Sudene, sendo R$ 823 milhões do Fundo de Investimentos do Nordeste
36
(Finor, que foi extinto, mas ainda conta com os recursos) e R$ 2,6 bilhões do Fundo de
Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
• Refinaria de Petróleo Abreu e Lima
A refinaria é um empreendimento importantíssimo para mudar o patamar da
economia de Pernambuco. Ela entra no setor da economia do Estado que mais sofreu nos
últimos anos, a indústria. Observando os números da economia do estado, vamos perceber
que houve mudança, mas a indústria de transformação puxou para baixo o crescimento da
economia nas últimas três décadas. Ira-se mudar de padrão com um empreendimento com
efeito multiplicador na economia, que chega ao lado de outros investimentos que têm a ver
com o setor do petróleo, como o pólo de poliéster e o próprio estaleiro, que tem na Petrobras
seu grande cliente, inicialmente.
Ao longo de toda a história de Suape totalizam-se investimentos na ordem de R$
545 milhões no conjunto da infra-estrutura do porto. Só em obras para a infra-estrutura da
refinaria estimasse cerca de R$ 237 milhões em quatro anos (a partir de 2009). Ou seja: 43%
de tudo que já foi feito em Suape terá que ser feito em quatro anos.
A refinaria, sozinha, é quase duas vezes o valor de todos os empreendimentos que
já estão em Suape. Só a refinaria vai gerar, por semestre, 160 navios em óleo bruto. Este ano,
Suape recebeu 584 navios, de janeiro a julho (2009), 102 navios a mais do que no mesmo
período do ano passado (2008). É cerca de 30% do movimento de Suape a mais com a
refinaria. Só na chegada do óleo bruto.
O Governo Brasileiro em conjunto com a Direção da Petrobrás concluiu um
grande investimento para o Brasil, a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima. A parceria com o
Governo da Venezuela e a PDVSA é estratégica na busca da integração regional no bloco sul-
americano. A PDVSA foi importante para a decisão de ser em Pernambuco a Refinaria. Desde
1997, no Governo Miguel Arraes, Pernambuco vem estreitando os laços com a PDVSA, o que
de certa maneira influenciou na vinda da Refinaria para o Estado.
O Governo Brasileiro detém 60% da Refinaria, enquanto o Governo Venezuelano
possui os 40% restantes. A partir disso, o projeto vem sendo desenvolvido, já inaugurado a
pedra fundamental, contratação de equipes para montar o restante do projeto já está em
andamento. Estimasse que em 2014 a Refinaria seja completamente inaugurada e já opere em
100% de sua capacidade.
• Estaleiro Atlântico Sul e a retomada da Indústria naval no Brasil
O Estaleiro Atlântico Sul S.A. esta localizado no Complexo Industrial e Portuário
de Suape. Lançou no dia 7 de maio de 2010 o Suezmax N/T ‘João Cândido’, primeiro navio
37
de uma série de 10 navios da mesma classe, encomendados pela Petrobras Transporte S.A.
(TRANSPETRO) – Fronape, Rio de Janeiro.
Retomando assim a indústria Naval Brasileira e iniciando o processo de
renovação da frota baseado no Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). O
presidente da Transpetro, empresa ligada à Petrobras que encomendou o navio, explicou a
importância do evento de inauguração do N/T ‘João Cândido’. “Depois de 23 anos da última
encomenda, e 13 anos da última entrega, a indústria naval renasce no Brasil. Isso é muito
importante, porque 95% do nosso comércio são feitos por navios, e vamos precisar ainda
mais, devido ao Pré-Sal. Estamos reconstruindo a indústria naval de forma sustentável. É
também o nascimento da indústria naval em Pernambuco. Outros estaleiros vão ser instalados
e isso dá soberania ao Brasil”
O navio foi batizado em homenagem a João Cândido, conhecido como o
Almirante Negro. Ele foi líder da Revolta da Chibata, que ocorreu no Rio de Janeiro no início
do século XX e era contra os castigos físicos impostos aos marinheiros brasileiros.
João Cândido foi preso e expulso da Marinha, mas a luta dele foi vitoriosa e os
castigos, como chicotadas, por exemplo, deixaram de ser praticados na Marinha do Brasil.
• Transposição do Rio São Francisco
Após o início das obras da transposição do rio São Francisco, o projeto está em
estágio adiantado no Sertão pernambucano. O objetivo é levar água para a população do semi-
árido nordestino, em áreas castigadas pela seca.
O projeto emprega 7 mil trabalhadores, na expectativa de atingir 10 mil
funcionários. A previsão é de que o gasto chegue a R$ 6 bilhões.
Uma parte da obra que passa por Pernambuco, de acordo com os coordenadores,
deve ser concluída em 2012. “O eixo Norte vai elevar água do Rio São Francisco até o estado
do Ceará, nós vamos construir três estações de bombeamento”, diz Frederico Oliveira,
coordenador geral de campo do projeto. As bombas são para que a água transponha morros e
atravesse a caatinga, passando por pequenas e grandes cidades.
Paralelamente às obras do eixo Norte, estão em andamento as do eixo Leste, que
devem terminar também no fim de 2010. Um canal parte do lago de Itaparica, na Bahia, e
segue pela Paraíba e por Pernambuco. Pronto, terá 287 quilômetros.
A água será transportada inicialmente do rio para os canais e, a partir deles, para
reservatórios e açudes em quatro estados. O projeto prevê que 1,4% da água do São Francisco
sejam desviados. Pelos planos do Governo Federal, essa quantidade será o suficiente para
abastecer 391 municípios do Nordeste.
38
• Gasoduto
Pernambuco nos últimos anos vem demonstrando sua grande competência em
atrair importantes investimentos. Tem sido assim na ampliação do Complexo Industrial e
Portuário de Suape, principalmente com a vinda da Refinaria Abreu e Lima e do Estaleiro
Atlântico Sul; tem sido assim com as obras da Transnordestina e da Transposição do Rio São
Francisco; e vem sendo assim, com a construção do Gasoduto do Sul que ligará a Venezuela a
Pernambuco, empreendimento fruto da parceria da Petrobrás e a PDVSA.
Inicialmente todo o Gasoduto do Sul prevê um investimento de cerca de US$ 23
bilhões em toda a sua extensão até a Argentina.
Além destes empreendimentos, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás),
vem dando importantes passos para que este desenvolvimento se alastre por todo o Estado.
Criando importantes projetos como o ‘Gasoduto da Interiorização’, que percorrerá todo o
interior do Estado, e assim, atraindo empreendimentos e girando a economia de todas as
regiões do Estado.
Foi assim, que em Vitória de Santo Antão se consolidou a vinda da Multinacional
SADIA, pela capacidade logística da Cidade e pela presença do Gasoduto da Interiorização.
• Gasoduto do Sul
Em 2007, o Presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva participou de uma
importante reunião com o Presidente da Venezuela Hugo Chávez para tratar de importantes
investimentos para ambos os Países.
A partir desta reunião, Lula e Chávez assinaram um acordo para a construção do
primeiro trecho do gasoduto do Sul, mega-projeto de integração energética idealizado pelo
venezuelano. Ficando acordado que as estatais Petrobras e PDVSA vão construir um trecho
ligando a Venezuela a Recife, com interligações para outras capitais do Nordeste.
Inicialmente, todo o gasoduto do Sul prevê mais de US$ 23 bilhões em toda a sua extensão,
até a Argentina.
As duas empresas estão desenvolvendo o mega-campo de gás de Mariscal Sucre,
cuja metade da produção será destinada a abastecer o gasoduto, que transportará 50 milhões
de metros cúbicos/dia de gás, enquanto para se ter uma idéia o gasoduto Bolívia-Brasil
carrega cerca de 30 milhões.
39
2.3.2.1 Gasoduto da Interiorização
Foi inaugurado pelo Governador de Pernambuco Eduardo Campos, em 2009, o
Gasoduto da Interiorização ‘Trecho Recife – Caruaru’. Grande investimento da Companhia
Pernambucana de Gás (Copergás). A inauguração do Gasoduto da Interiorização Trecho
Recife – Caruaru ocorreu no Pólo de Desenvolvimento Sustentável do Agreste, em Caruaru.
“Isso é um estímulo para as atuais indústrias, e também para as que quiserem investir aqui. (prefeito de Caruaru, José Queiroz).”
Inicialmente o gasoduto irá beneficiar as Cidades de Vitória de Santo Antão,
Gravatá, Bezerros e Caruaru, onde o gás será também engarrafado e distribuído para outras
Cidades do Interior do Estado.
“A idéia é dar competitividade ao interior, para conseguir atingir o objetivo de gerar emprego e oportunidades de trabalho, fazendo com que Pernambuco seja um Estado mais equilibrado. (Governador de Pernambuco, Eduardo Campos)”
Empreendimento idealizado pela Copergás, o Gasoduto da Interiorização, o trecho
entre a capital pernambucana e Caruaru tem 120 quilômetros de extensão e capacidade de
transportar um milhão de metros cúbicos de gás por dia.
Já a central de engarrafamento pode carregar simultaneamente seis carretas,
somando 100 metros cúbicos de gás por dia. O investimento totaliza cerca de R$ 116 milhões.
O primeiro trecho inaugurado de 42 quilômetros de Recife a Vitória de Santo
Antão, foi inaugurado pelo Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva. O investimento
neste primeiro trecho foi de R$ 32,4 milhões e disponibiliza cerca de 150 mil metros cúbicos
de gás natural por dia. O gasoduto faz parte da infra-estrutura necessária para a instalação da
Sadia, uma vez que o gás natural fornecido pela Copergás está abastecendo a indústria.
• Impactos comerciais
Em nosso Estado, desde os anos 50 do século passado, quando foram criadas a
Comissão de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Codepe, hoje Condepe/Fidem) e a
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), sucessivos governos têm
proclamado o propósito de estender o crescimento econômico, o progresso ao interior.
O governador Miguel Arraes deu muita ênfase à eletrificação rural, o que é básico.
Outros se preocuparam com a implantação de distritos industriais, no Cabo de Santo
Agostinho, no bairro recifense do Curado, entre outros. Mas, na prática, a interiorização do
desenvolvimento foi muito lenta e só vem crescendo mesmo ultimamente, com a consolidação
40
do complexo industrial e portuário de Suape, projeto lançado nos anos 70 pelo governador
Eraldo Gueiros.
"as empresas buscam se localizar nos espaços que oferecem estrutura competitiva. Para criar um ambiente atrativo é preciso oferecer infra-estrutura, mão-de-obra capacitada e inovação tecnológica. (economista Sérgio Buarque, Jornal do commércio)"
Municípios como Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, vem sendo contemplados
com grandes investimentos industriais, imobiliários e pela implantação de unidades de ensino
técnico. Destacam-se e chamam a atenção economias de municípios como o de Vitória de
Santo Antão, Bom Conselho e Belém do São Francisco, que ganharam fábricas da Sadia,
Perdigão e Netuno. Tendo investimentos na ordem de R$ 600 milhões com a geração de mais
de 3 mil empregos.
Tendo destaques ainda os pólos de confecções em torno de Toritama, o de
fruticultura em Petrolina e o farmacoquímico de Goiana, entre outros.
Com a vinda do Gasoduto da Interiorização, observam-se impactos fortes nas
economias locais, que possibilitaram a instalação de novos empreendimentos que geram
empregos, aquecem as economias destes municípios, influenciando a ampliação de créditos e
a disponibilização de produtos de forma mais diversificada.
Além de influenciarem na capacitação da mão de obra, com a ampliação das
escolas de ensino técnico, os novos campi Universitários da Universidade Federal de
Pernambuco em Vitória de Santo Antão (CAV) e Caruaru (CAA). A ampliação das unidades
da Universidade de Pernambuco (UPE) para mais municípios do interior do Estado, dentre
outras importantes iniciativas.
• Impactos Ambientais
A vinda do Gasoduto da Interiorização trás profundos benefícios para os
municípios do interior de Pernambuco, pois, este gás é adquirido da Petrobrás pela Copergás,
através do Gasoduto Bolívia – Brasil e é distribuindo pelo Gasoduto do Interior para o
abastecimento destes municípios.
Ou seja, a agressão ao meio ambiente é minimizada a apenas as colocações dos
tubos que são implantados pelos mais altos níveis de tecnologia e segurança adotados pela
Copergás.
Sobre a extensão do Gasoduto da Interiorização até o Pólo Gesseiro do Araripe, a
Copergás está avaliando as condições do empreendimento, temendo subutilização. O que
significa que as indústrias que exploram a gipsita continuarão queimando lenha e colaborando
para o desmatamento daquela microrregião.
41
• Impactos Econômicos e Sociais
Ainda são muitos os desafios para se consolidar uma ação efetiva de
interiorização do desenvolvimento do Estado de Pernambuco, apesar dos importantes passos
que estão sendo dados. São muitas as reparações e discrepâncias com a forma real de vida
destas pessoas, que ao longo da história sempre foram menos favorecidas e sem muito crédito
na consolidação dos momentos de nosso Estado.
A formação de mão-de-obra qualificada, os investimentos em educação, saúde,
segurança, infra-estrutura, dificilmente chegavam de forma eficaz a estes lugares, o que
dificultava a instalação de novos negócios.
Com novas ações adotadas no cenário político-econômico-social do nosso Estado
nos dias atuais, como exemplos, a duplicação da BR 232 até o município de São Caetano
(agreste de Pernambuco), o Gasoduto da Interiorização concluído o ‘trecho Recife – Caruaru
(agreste) e já no projeto a sua extensão até o sertão do araripe, a extensão do ensino técnico e
superior público para todas as regiões do Estado, possibilitam condições concretas para a
instalação de novos negócios.
Contribuindo para que muitas das reparações sociais e econômicas necessárias a
estas regiões interioranas do Estado possam já esta sendo beneficiadas com estes
investimentos, superando assim, seus agravantes e históricos problemas sociais e econômicos,
e constituindo condições de padrão de vida e de inclusão destas pessoas e regiões.
2.3.3 Contribuição da Copergás
A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) tem muito haver com esse novo
momento econômico – social vivido pelo Estado de Pernambuco, pois, com a vinda do
gasoduto Nordestão, Pernambuco já começava a ter destaque nacional por quebrar o
monopólio energético (antes só elétrico) em todo País. Trazendo como opção a utilização do
Gás Natural, que é uma energia limpa, e que a curto, médio e longo prazo contribui para o
fortalecimento das economias e para essa diversificação das matrizes energéticas.
“O papel principal da Copergás no processo de interiorização do Estado de Pernambuco é contribuir com mais uma fonte de energia, para se instalar a concorrência. (Entrevista com a Professora e Historiadora Maria do Amparo Pessoa Ferraz. Autora do Livro: O GÁS EM PERNAMBUCO).”
O que precisa ser feito é ampliar estes investimentos e melhor distribuí-los por
todo o Estado, permitindo que todas as regiões possam ser beneficiadas e assim contribuírem
de forma mais significativa para a extensão desse novo ciclo de desenvolvimento vivido.
42
Apesar de passos já estarem sendo dados com a construção e já inauguração do
Gasoduto da Interiorização ‘trecho Recife – Caruaru’, que oficialmente declara Pernambuco
um Estado com grande capacidade logística e infra-estrutura propicia para a instalação de
vários empreendimentos, que movimentam a economia e beneficia a região de todo o
Nordeste.
43
3 METODOLOGIA
3.1 Realização de Pesquisas Qualitativas
Para a realização deste estudo foram utilizadas informações adquiridas através de
entrevistas semi-estruturadas com profissionais/técnicos da Companhia Pernambucana de Gás
(Copergás) e autores ligados a história do Gás Natural no Estado de Pernambuco. Segundo
Appolinário, 2006, “a analise dos dados terá por objetivo simplesmente compreender um
fenômeno em seu sentido mais intenso”. Neste caso, objetivou-se elencar alguns aspectos
importantes acerca dos impactos proporcionados e a contribuição dada pela Copergás ao
processo de interiorização vivido pelo Estado de Pernambuco.
3.2 Realização de Pesquisas Bibliográficas
Foram utilizadas pesquisas em livros, revistas e jornais em circulação, consultas a
artigos e textos acadêmicos, alguns extraídos da Rede Mundial de Computadores, além de
livros e revistas dos órgãos públicos Federal e Estadual. O uso de outras obras como
referência é importante para centralizar a pesquisa que será realizada, uma vez que “o
pesquisador necessita de agrupar informações recentes e atualizadas”. (OLIVEIRA, 2000).
3.2.1 Aspectos
Todos os sujeitos foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada, isto é, há
um roteiro previamente estabelecido, mas também há espaço para a elucidação de elementos
que surgem de forma imprevista ou informações espontâneas dadas pelo entrevistado
(Appolinário, 2006). O questionário básico utilizado nas entrevistas encontra-se disponível no
Anexo I.
A pesquisa exploratória “...configura-se como a que acontece na fase preliminar,
antes do planejamento formal do trabalho. Ela tem como objetivos proporcionar maiores
informações sobre o assunto que vai ser investigado, facilitar a delimitação do tema a ser
pesquisado, orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir uma
nova possibilidade de enfoque para o assunto. (PRESTES, 2002. p. 26).
44
3.2.2 Configurações
Foram organizadas reuniões com agendamento prévio com os entrevistados, e
foram disponibilizados impressos e através de e-mail (digitalizados) os questionários semi-
estruturados. Para que as informações prestadas pudessem ter suas respostas condizentes com
os objetivos deste estudo.
As pesquisas bibliográficas foram realizadas em Bibliotecas públicas do Estado de
Pernambuco e do Município da Vitória de Santo Antão, como também, em acessos através da
Rede Mundial de Computadores.
45
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estas entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com técnicos/profissionais
ligados a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) e com autores ligados ao estudo do
Gás Natural no Brasil, em especial, no Estado de Pernambuco.
Com as entrevistas e o subsídio dado pelas pesquisas bibliográficas exploradas,
pode-se compreender e retratar alguns dos impactos causados pela interiorização do
desenvolvimento, que o Estado de Pernambuco vem realizando, além das contribuições que a
Copergás vem dando para este oportuno momento vivido através dos empreendimentos, a
exemplo, do Gasoduto da Interiorização.
Para se chegar a constatação de que para estes investimentos possam ser
alavancados e distribuídos a curto, médio e longo prazos, algumas medidas importantes
deverão ser tomadas: a) uma profunda reforma urbana nas cidades do interior do Estado.
Levando em consideração ao inchaço dos grandes centros urbanos, torna-se fundamental
melhorar a infra-estrutura das estradas e acessos as cidades (logística), assim como, melhorar
a condição de moradia das pessoas que ainda é muito precária (qualidade de vida); b) uma
extensa reforma educacional, levando em conta a necessidade de qualificar e formar as
pessoas, para que possam ocupar estes postos de trabalhos ociosos a partir dos investimentos
que chegam ao interior do Estado. Vale salientar que é preciso uma re-educação acerca da
melhor forma de utilizar os recursos naturais não-renováveis; c) a ampliação do dialogo, e a
recíproca, entre o Governo do Estado e os municípios interiorâneos, pensando na
simplificação dos tributos e na desburocratização dos serviços, que muitas vezes atrasam ou
impedem a instalação de empreendimentos importantes.
Outro viés importante deste estudo foi analisar o que representam estes
investimentos para as economias e para as vidas das pessoas que vivem no interior do Estado.
Pois, com a chegada destes empreendimentos, podemos perceber as mudanças econômicas,
sociais, tecnológicas e comerciais que estes municípios sofreram e/ou estão sofrendo para se
adaptarem a este novo momento.
Cabe salientar o que nos disse a Escritora, Historiadora e Engenheira Maria do
Amparo Pessoa Ferraz, com relação aos impactos sociais e econômicos que Pernambuco vive
com a chegada e instalação destes novos empreendimentos: “o impacto positivo é o da
produção e o uso do suprimento de uma energia limpa. Na medida em que a população, e o
setor comercial e industrial aceita e utiliza, impõe as companhias de eletricidade uma
46
concorrência que não existia. Ou seja, eu vou deixar de usar o meu chuveiro elétrico e vou
colocar o chuveiro a gás...”.
Para tanto, é necessário estabelecer condições concretas para a instalação destes
negócios, com relação aos impactos tecnológicos e ambientais que estas regiões sofreram,
cabe destacar o que nos disse o Gerente de Novos Negócios e Ouvidor da Copergás Hubert
Hirschle: “o objetivo da Copergás é buscar sempre melhorar a sua eficiência, para tanto, é
preciso ter pessoas capacitadas e instrumentos que nos levem a esta melhoria.” Ou seja, entre
os objetivos principais da Companhia Pernambucana de Gás, está a qualificação do quadro
técnico e profissional, pensando no desenvolvimento constante de novas tecnologias que
minimizem os impactos na implantação dos Gasodutos e na distribuição do Gás Natural em
todo o Estado. Sobre a política ambiental da empresa, Hubert Hirschle destaca: “nosso
produto é nobre, uma energia muito mais limpa, uma energia mais indicada para a indústria...
tudo nosso é certificado e autorizado pela Companhia Pernambucana do Meio Ambiente, pela
CPRH, com suas licenças em dia, tudo organizado e dentro das normas. Nós temos uma
grande preocupação com a preservação do Meio Ambiente, com ações corretas, com ações de
sustentabilidades. Uma linha que estar, inclusive, em nosso planejamento estratégico...”.
Dentre as pesquisas e entrevistas realizadas, percebeu-se uma mudança
significativa na auto-estima das pessoas, principalmente, no interior do Estado, pois, com os
investimentos que estão sendo aplicados, de forma direta e indireta, essas pessoas estão sendo
favorecidas. São novos centros educacionais, novas e recuperadas estradas, são casas
populares, políticas de credito e acesso aos bens de consumo, novos postos de trabalho e
emprego disponíveis, obras estruturadoras que conspiram e atuam para a chegada desses
novos empreendimentos. Por isso, é fundamental ter-se uma presença forte do Estado,
investindo e criando condições para que estes empreendimentos se consolidem, e possam
gerar seus lucros e a satisfação dos seus consumidores.
47
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As contribuições dadas pela Companhia Pernambucana de Gás a esse bom
momento vivido pelo nosso estado são fundamentais, pois, com a instalação do Gasoduto da
Interiorização criou-se condições concretas para a oferta e distribuição do Gás Natural no
interior do estado. Com isso, o monopólio energético esta sendo quebrado, pois, o Gás
Natural é uma energia de fonte limpa, na mesma categoria da solar, eólica, Bicombustíveis,
porém, a um preço bem mais econômico e com uma tecnologia bem mais avançada.
Somadas a outras iniciativas, a exemplo da duplicação da BR 232, da construção
da Transnordestina, da Transposição do Rio São Francisco, da ampliação e modernização do
Complexo Industrial e Portuário de Suape, do Estaleiro Atlântico Sul, a construção do
Gasoduto da Interiorização contribui na medida em que viabilidade a vinda dessas indústrias
ao interior do estado, a exemplo da Sadia em Vitória de Santo Antão.
Outro fator importante é a recuperação da auto-estima das pessoas, pois, com a
vinda destes empreendimentos ao interior do estado, dogmas antigos estão sendo superados, a
exemplo, de que os investimentos apenas se concentrem na Região Metropolitana dos estados.
Pernambuco esta mostrando a todo País que é possível crescer de forma equilibrada, isto é,
buscando elencar as potencialidades e afinidades de cada região do estado e distribuir entre
elas o desenvolvimento que se instala.
Algumas ressalvas, contudo, devem ser assinaladas. No que se refere a
estruturação dos municípios para a instalação destes novos negócios que chegam e aos
impactos que deverão e já estão sofrendo, é fundamental investir na infra-estrutura e na
melhor distribuição das pessoas nestas cidades, evitando o efeito de super-população, já que
estas cidades não estavam preparadas para o recebimento destes empreendimentos. Com
ações de construção e adequação destes centros urbanos, com a construção de estradas e
recuperação das existentes, com políticas de construção de moradias populares e ampliação do
acesso ao crédito e a programas sociais que privilegiem este tipo de iniciativa.
Em relação a qualificar e a formar pessoas, é fundamental que os Governos
Federal, Estadual e os Municipais invistam em educação e qualificação profissional, para que
estas pessoas estejam preparadas para assumir estes novos postos de trabalhos e possam
contribuir no desenvolvimento das tecnologias necessárias para a instalação destes
empreendimentos. É preciso construir novos centros universitários no interior do estado,
ampliar e distribuir redes de escolas técnicas, levando em consideração as potencialidades de
cada região, desenvolver novas formas de transmitir o ensino básico, preparando estas pessoas
48
para estes espaços que estão surgindo no campo do trabalho e emprego, no desenvolvimento
de tecnologias e na preservação ambiental, assim como, na qualidade de vida e lazer das
pessoas com ações turísticas, culturais, esportivas, dentre outras.
De uma forma geral, os resultados apresentados sugerem ser esta uma linha de
investigação promissora, na qual diversas questões futuras podem ser levantadas, como, por
exemplo: a) os impactos econômicos, sociais, tecnológicos, ambientais que estas cidades
sofreram com a chegada do desenvolvimento? b) quais iniciativas deverão ser tomadas para
que estes investimentos se propagem a curto, médio e longo prazo? c) como estabelecer um
diálogo permanente entre o Governo do Estado e os Governos Municipais, e vice-versa? d)
quais contribuições a Companhia Pernambucana de Gás deverá dar para que a oferta de gás se
amplie e se distribua melhor em todo o estado, levando em consideração a quebra do
monopólio energético? e) quais ações de marketing e comunicação a Copergás deverá
desenvolver para informar melhor as pessoas e ao mercado consumidor no estado acerca da
oferta de gás e de seus benefícios? Dentre outros.
Em resumo, levando em consideração os resultados deste trabalho, é possível
concluir que ele permitiu compreender alguns aspectos relevantes do processo de
interiorização do desenvolvimento vivido pelo estado de Pernambuco e as contribuições que a
Copergás vem dando para a instalação destes negócios, consequentemente, para a quebra do
monopólio energético em nosso estado. Este se configura, todavia, apenas o ponto de partida
para outros estudos que propiciem uma maior compreensão acerca dos impactos que
Pernambuco vive com a extensão do desenvolvimento e quais ações deverão ser tomadas
pelos diversos agentes para que este bom momento se propague e se estenda ao longo dos
anos. Pois, os benefícios que este momento trará não apenas será fruto deste atual geração,
mais é um patrimônio desta e das próximas gerações que advirão.
49
REFERÊNCIAS
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atual e Desafios futuros. Rio de Janeiro: ANP, 2001.
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS.
Página institucional da ANP. Disponível em <http://www.anp.gov.br>, acesso em 07 de out.
2010.
ANDRADE, M. M. D. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de
trabalhos na graduação. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
APPOLINÁRIO, F. Metodologia da Ciência: filosofia e prática da pesquisa. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2006.
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.
53
APÊNDICE
54
APÊNDICE A
ENTREVISTA PARA PESQUISA ACADÊMICA ANO 2010
CONTRIBUIÇÃO DA COPERGÁS NA INTERIORIZAÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
Entrevistadores: Anderson Diego Farias da Silva e Cleber Adriano de Melo.
Entrevistado (opcional): Escritora, Historiadora e Engenheira Maria do Amparo Pessoa Ferraz
1- Comentário acerca do Marco Regulatório do Gás no Brasil.
2- Comentário acerca da utilização do gás no Brasil e em Pernambuco.
3- Quais impactos sociais e econômicos o nosso Estado sofreu com a utilização do Gás?
4- Comentário acerca do histórico e da importância na instalação do Gasoduto da. Qual a
participação da Copergás neste empreendimento? Por que demorou tanto para que o
investimento fosse concluído?
5- Quais medidas vêm sendo ou podem ser aplicadas e passos que estão sendo dados para
que a Copergás contribua para esse aceleramento do processo de interiorização do
desenvolvimento em Pernambuco?
6- Qual a contribuição que o Gasoduto Pernambuco – Venezuela irá trazer para a atração
de novos investimentos relacionados a região Nordeste (benefícios, empreendimentos,
dentre outros)?
7- Quais dificuldades ainda são encontradas, que se tornam percalços para a ampliação
da oferta de gás no Estado (do ponto de vista comercial e mercadológico)?
8- Quais impactos positivos e negativos da utilização do gás no meio ambiente? É uma
energia limpa, por quê?
9- Qual a sua opinião sobre o controle estatal na cadeia produtiva do Gás? Deveria estar
nas mãos da iniciativa privada?
10- Quais os desafios da Copergás (futuro da empresa, do ponto de vista tecnológico à sua
gestão administrativa)? (OBS: Visão, Missão e Planejamento Estratégico)
11- Quais mecanismos mercadológicos podem contribuir para a consolidação da Imagem
da Copergás (marca) no mercado?
12- Quais itens são comercializados pela Copergás no Estado?
13- Como foi feita a pesquisa de mercado quanto a demanda no estado de Pernambuco
sobre as necessidades para o produto?
55
14- Quais foram os principais concorrentes para a prestação do serviço no Estado de
Pernambuco e qual foi o diferencial da Copergás para vencê-los?
15- Qual a sua opinião sobre a crença popular que diz que o gás não trás benefícios de
longo prazo para o consumidor, em razão dos custos de manutenção nos veículos.
56
APÊNDICE B
ENTREVISTA PARA PESQUISA ACADÊMICA
ANO 2010
CONTRIBUIÇÃO DA COPERGÁS NA INTERIORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
Entrevistadores: Anderson Diego Farias da Silva e Cleber Adriano de Melo.
Entrevistado (opcional): Gerente de Novos Negócios e Ouvidor da Copergás Ilustríssimo
Senhor Hubert Hirschle
1- A Copergás tem mercado? Quais os produtos comercializados? É possível disponibilizar
dados estatísticos e mercadológicos?
2- A Copergás dispõe de campo tecnológico para a utilização de seus produtos? A Copergás
tem corpo técnico disponível?
3- Quais impactos sociais e econômicos o nosso Estado sofreu com a utilização do Gás?
4- Comentário acerca do histórico e da importância na instalação do gasoduto (que percorre
esse trecho cerca de 120 km, indo da Cidade do Recife a Caruaru). Qual a participação da
Copergás neste empreendimento? Por que demorou tanto para que o investimento fosse
concluído? Qual previsão para chegar a todas as regiões do Estado?
5- Quais medidas vêm sendo ou podem ser aplicadas e passos que estão sendo dados para
que a Copergás contribua para esse aceleramento do processo de interiorização do
desenvolvimento em Pernambuco?
6- Qual a contribuição que o Gasoduto Pernambuco – Venezuela irá trazer para a atração de
novos investimentos relacionados a região Nordeste (benefícios, empreendimentos, dentre
outros)? Já foi iniciado? Quanto está sendo investido pela PDVSA e a Petrobrás para a
instalação deste Gasoduto?
7- Quais dificuldades ainda são encontradas, que se tornam percalços para a ampliação da
oferta de gás no Estado (do ponto de vista comercial e mercadológico)?
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8- Quais os desafios da Copergás (futuro da empresa, do ponto de vista tecnológico à sua gestão administrativa)? (OBS: Visão, Missão e Planejamento Estratégico)
9- Quais mecanismos mercadológicos podem contribuir para a consolidação da Imagem da
Copergás (marca) no mercado?
10- Como foi feita a pesquisa de mercado quanto à demanda no estado de Pernambuco sobre as necessidades para os produtos da Copergás a serem oferecidos aos seus consumidores?
11- Quais foram os principais concorrentes para a prestação do serviço no Estado de
Pernambuco e qual foi o diferencial da Copergás para vencê-los?
12- É possível disponibilizar informações de investimentos em Marketing e Comunicação no ano de 2009 e/ou previsão em 2010 da Copergás? Quais impactos Comerciais e Mercadológicos são vistos a partir destes investimentos?
13- Qual o futuro da empresa? O que pensa e planeja?
14- Existem parcerias da Copergás com instituições do sistema S e/ou Escolas Técnicas,
Universidades para a formação de corpo técnico e de profissionais para atuar no mercado de atuação da Copergás?
15- Quais investimentos em tecnologia a Copergás vêm realizando?
16- Quais impactos a utilização do Gás gera ao Meio Ambiente? A Copergás dispõe de uma
Política de Preservação do Meio Ambiente?
17- Comente acerca do Marco Regulatório do Gás no Brasil