MODULO I
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ADMINISTRAO EM ENFERMAGEM
Elaborao: Ana Aline Nunes Morais
Graduao: Bacharelado em Enfermagem
Especializao: Cursando MBA em Auditoria em Servios de Sade
E- mail: [email protected]
JUNHO DE 2015
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Sumrio
PROCESSO DE TRABALHO EM ENFERMAGEM .................................................................... 2
PRINCPIOS ADMINISTRATIVOS E SUA INFLUENCIA NA ESTRUTURA E
FUNCIONAMENTO DOS SERVIOS DE SADE ..................................................................... 8
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PROCESSO DE TRABALHO EM ENFERMAGEM
O entendimento do trabalho como processo uma construo relativamente
recente para a Enfermagem. Sua formulao decorrente da teoria marxista, que v
o trabalho como transformao da matria pela mo do ser humano, num continuum
dinmico no qual ambos sofrem alteraes.
Pode-se definir processo de trabalho como a transformao de um objeto
determinado em um produto determinado, por meio da interveno do ser humano
que, para faz-lo, emprega instrumentos. Ou seja, o trabalho algo que o ser
humano faz intencionalmente e conscientemente, com o objetivo de produzir algum
produto ou servio que tenha valor para o prprio ser humano.
Para entender melhor o que processo de trabalho, preciso considerar os
seus componentes: objeto, agentes, instrumentos, finalidades, mtodos e produtos.
Objeto aquilo sobre o que se trabalha, ou seja, algo que provem
diretamente da natureza, que sofreu ou no modificao decorrente de outros
processos de trabalho, e que contem em si a potencialidade do produto ou servio
em que ir ser transformado pela ao do ser humano.
Agentes so os seres humanos que transformam a natureza, ou seja, so
aqueles que, tomando o objeto de trabalho e nele fazendo intervenes, so
capazes de alter-lo, produzindo um artefato ou um servio. Ou seja, na
enfermagem os agentes so os enfermeiros, tcnicos e auxiliares de enfermagem.
Para alterar a natureza, o ser humano emprega instrumentos. s vezes esses
instrumentos so os prolongamentos das prprias mos, como uma enfermeira que
emprega uma agulha e seringa para aplicar uma injeo intramuscular. Mas nem
sempre os instrumentos so tangveis, isto , nem sempre se pode experiment-los
pelos rgos dos sentidos. Por exemplo, uma enfermeira que aplica uma injeo
tambm utiliza, como instrumentos, seus conhecimentos sobre Anatomia, Fisiologia,
Farmacologia, Microbiologia, tica, Comunicao, Psicologia, Semiologia e
Semiotcnica de Enfermagem, entre outros. Instrumentos no so, portanto, apenas
os artefatos fsicos de que se utiliza, mas tambm os conhecimentos, habilidades e
atitudes combinados de maneira peculiar, voltados a uma necessidade especfica
que aquele sujeito e situao singular apresentam, que determina como ser feito
esse trabalho. O produto do trabalho de um ser humano pode ser o instrumento de
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trabalho de outro ser humano ou dele prprio em momentos diferentes. Por
exemplo, a seringa foi o produto do trabalho de vrios profissionais e, depois de
confeccionada, esterilizada e acondicionada, instrumento de trabalho do
enfermeiro.
A finalidade do trabalho a razo pela qual ele feito. Por exemplo, quando o
profissional de enfermagem faz uma das operaes de preparo ou desinfeco de
material empregado numa retirada de pontos, est atendendo finalidade de prover
material para o cuidado a ser prestado, mesmo que no processe integralmente o
material at deix-lo pronto para o novo uso, ou que no faa, ele mesmo, a retirada
de pontos. s vezes as finalidades so compartilhadas por trabalhos diferentes e
isto que d o sentido de se trabalhar em equipe.
Os mtodos de trabalho so aes organizadas de maneira a atender
finalidade, executadas pelos agentes sobre os objetos de trabalho, empregando
instrumentos selecionados, de forma a produzir o bem ou servio que se deseja
obter. No se trata apenas da execuo de movimentos padronizados numa
sequncia pr-definida por outrem, mas sim de uma ao inteligente, planejada e
controlada, voltada para um objeto especfico, que dever produzir um resultado
previamente imaginado pelo agente. O enfermeiro emprega vrios mtodos para,
por exemplo, assistir um cliente. A Sistematizao da Assistncia de Enfermagem,
na qual o enfermeiro l as necessidades que o cliente apresenta, emite um
julgamento sobre o que necessrio providenciar, planeja o que vai ser feito,
executa ou delega essas aes e avalia seus resultados, um dos mtodos de
trabalho que so empregados para assistir.
Finalmente, os produtos de um trabalho podem ser bens tangveis, ou seja,
artefatos, elementos materiais que se pode apreciar com os rgos dos sentidos, ou
servios, que no tm a concretude de um bem, mas so percebidos pelo efeito que
causam.
O processo de trabalho em sade composto de uma srie de processos de
trabalho, desempenhados por diversos agentes. Na Enfermagem tambm h mais
de um processo de trabalho, que pode ou no ser executado concomitantemente.
So eles: o processo de trabalho Assistir, o processo de trabalho
Administrar, o processo de trabalho Ensinar, o processo de trabalho Pesquisar e o
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processo de trabalho Participar Politicamente. A figura abaixo d uma ideia de
cada um de seus componentes.
Componentes
Processos
Objeto Agentes Instrumentos Finalidades Mtodos Produtos
Assistir Cuidado de
Indivduos, famlia e
comunidade.
Enfermeiros,
tcnicos e
auxiliares de
enfermagem.
Conhecimentos,
habilidades e
atitudes que
compem o
assistir em
enfermagem,
materiais,
equipamentos,
espao
fsico, etc.
Promover,
manter e
recuperar a
sade.
Sistematizao
da
assistncia e
procedimentos
de
enfermagem.
Pessoa
saudvel ou
morte com
dignidade.
Administrar Agentes do
cuidado e recursos
empregados no
assistir em
enfermagem.
Enfermeiro. Bases
ideolgicas e
tericas de
administrao
e prtica de
gerenciamento
de recursos.
Coordenar o
processo de
trabalho
assistir em
enfermagem.
Planejamento,
tomada de
deciso,
superviso e
auditoria.
planejamento,
tomada de
deciso,
superviso e
auditoria
Ensinar Indivduo que quer
tornar-se,
desenvolver-se
como profissional
de enfermagem.
Aluno e
professor de
enfermagem.
Teorias, mtodos
e
recursos de
ensino-
aprendizagem.
Formar,
treinar e
aperfeioar
recursos
humanos de
enfermagem.
Ensino formal,
supervisionado
por rgos
de classe e da
educao.
Enfermeiros,
tcnicos,
auxiliares de
enfermagem,
especialistas,
mestres,
doutores, etc.
Pesquisar Saber em
Enfermagem.
Enfermeiro. Pensamento
crtico e
filosofia da
cincia.
Descobrir
novas e
melhores
formas de
assistir,
gerenciar,
ensinar
e pesquisar
em
enfermagem.
Mtodos
qualitativos e
quantitativos
de pesquisa.
Novos
conhecimentos
e
novas dvidas.
Participar
Politicamente
Fora de trabalho
em enfermagem e
sua
representatividade.
Profissionais
de
enfermagem
e outros
Conhecimentos
de
Filosofia,
Sociologia,
Conquistar
melhores
condies
para operar os
Negociao e
conflito.
Poder,
reconhecimento
social e
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O processo de trabalho assistir ou cuidar em Enfermagem tem como objeto o
cuidado demandado por indivduos, famlias, grupos sociais, comunidades e
coletividades.
Os agentes desse cuidado autorizados legalmente a pratic-lo em nosso pas
so o enfermeiro, o tcnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira.
Outras pessoas podem cuidar de seres humanos que demandam cuidados, com a
mesma finalidade promover, manter e recuperar a sade, mas no estaro
fazendo o processo de trabalho assistir em Enfermagem porque, para isso, preciso
dominar seus instrumentos e mtodos, o que apenas os profissionais de
enfermagem, em graus de complexidade diferentes, so capazes de fazer. Esses
instrumentos so os conhecimentos, habilidades e atitudes que compem o assistir
em enfermagem, mais os materiais, os equipamentos, o espao fsico e todas as
condies materiais necessrias para o cuidado se efetivar.
Os mtodos do processo de trabalho assistir em enfermagem so a
sistematizao da assistncia e os procedimentos e tcnicas de enfermagem. Seu
emprego resulta na produo de pessoas saudveis (observando-se o conceito de
sade como desenvolvimento de potencialidades do ser humano em harmonia com
o meio-ambiente, segundo as diversas fases do seu ciclo vital) e/ou a morte com
dignidade.
O processo de trabalho administrar ou gerenciar em Enfermagem tem como
objeto os agentes do cuidado e os recursos empregados no assistir em
enfermagem. Por causa disso, muitos profissionais de enfermagem consideram que
este fazer deve ter sua importncia diminuda(5), pois se acostumaram a ouvir e a
repetir que a Enfermagem deve se ocupar apenas do cuidar. No entanto, no h
atores sociais
com quem se
relacionam.
Economia,
Histria e
Cincia Poltica;
argumentao,
dilogo,
presso poltica,
manifestao
pblica e
rompimento de
contratos.
outros
processos de
trabalho.
conquista de
condies
favorveis
para operar os
processo
de trabalho.
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cuidado possvel se no houver a coordenao do processo de trabalho assistir em
enfermagem, finalidade do processo administrar(6).
Outra razo pela qual h tanto mal estar quando se aborda o processo de
trabalho administrar, porque ele tem como agente o enfermeiro, o nico
profissional que domina os mtodos empregados nesse processo, que so o
planejamento, a tomada de deciso, a superviso e a auditoria. Mesmo o tcnico de
enfermagem, que pode auxiliar o enfermeiro nesse fazer porque recebeu informao
para isso, no formado para administrar e sim para prtica do gerenciamento dos
recursos empregados para o assistir em enfermagem, instrumentos desse processo.
O processo de trabalho ensinar em Enfermagem tem dois agentes o aluno e
o professor de enfermagem. Seu objeto so os indivduos que querem se tornar
profissionais de enfermagem ou aqueles que, j sendo profissionais, querem
continuar a se desenvolver profissionalmente. Para efetiv-lo, os agentes exercitam
as teorias, mtodos e recursos de ensino-aprendizagem, empregados como
instrumentos para atender finalidade de formar, treinar e aperfeioar recursos
humanos de enfermagem. Os mtodos empregados nesse processo so os
concernentes ao ensino formal, supervisionados pelos rgos de classe da
Enfermagem e pelos rgos competentes da Educao. Os produtos desse
processo so auxiliares de enfermagem, tcnicos de enfermagem, enfermeiros,
especialistas, mestres e doutores em Enfermagem.
O processo de trabalho pesquisar em Enfermagem tambm tem como agente
exclusivo o enfermeiro, porque apenas esse profissional de enfermagem tem
formao em Metodologia de Pesquisa Cientfica. Para tanto, ele aprende mtodos
quantitativos e qualitativos da pesquisa e emprega o pensamento crtico e a filosofia
da cincia como instrumentos. Seu objeto o saber j disponvel em Enfermagem e
as lacunas existentes nesse saber, sobre o qual ele atua com a finalidade de
descobrir novas e melhores formas de assistir, administrar, ensinar e pesquisar em
enfermagem. Os produtos desse processo so novos conhecimentos, que podem
ser empregados para compreender e modificar o trabalho dos profissionais de
enfermagem, e tambm novas dvidas, que mantm sempre em funcionamento o
processo de trabalho pesquisar em enfermagem.
importante ressaltar que esses quatro processos de trabalho no so
estanques. Um se relaciona com o outro e ocorrem, por vezes, simultaneamente.
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Embora alguns agentes se envolvam mais com um ou outro ao longo da vida, todos
deles se beneficiam, principalmente se a coexistncia entre os quatro processos
puder somar efetividade, eficincia e eficcia a todos eles. A isso se chama sinergia,
o que torna o processo de trabalho em Enfermagem, como um todo, muito mais til
sociedade a quem serve.
Alm desses quatro processos de trabalho, h o processo de trabalho
participar politicamente, parcamente descrito na literatura cientfica disponvel. Por
sua natureza, ele permeia todos os outros processos e, muitas vezes est presente
sem que o profissional de enfermagem dele tome conhecimento. H aqueles que se
dizem apolticos, pois declaram trabalhar sem professar crenas, servir a ideologias
ou fazer proselitismo. Este um engano frequente. Participar politicamente no
significa necessariamente filiar-se a um rgo de classe, organizaes que se
dedicam defesa dos direitos civis ou a um partido poltico. Todo julgamento moral
e atitude que lhe corresponda uma forma de participao poltica, sem o qu no
possvel estar no mundo em sociedade.
Assim, os agentes desse processo so os profissionais de enfermagem e os
outros atores sociais com quem se relacionam quando opera seus outros processos
de trabalho ou quando se insere no macro processo de trabalho em sade. Ao
aceitar condies de trabalho desfavorveis, como dupla ou tripla jornada ou a
precarizao dos contratos de trabalho, por exemplo, o profissional de enfermagem
pactua com a ideologia de que os interesses do capital esto acima dos interesses
da sade dos indivduos, famlias, grupos sociais, comunidades e coletividades a
serem cuidados, inclusive dele prprio e assim participa politicamente.
Operar conscientemente os processos de trabalho em Enfermagem
condio indispensvel para a garantia da qualidade de seus produtos e realizao
profissional de seus agentes.
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PRINCPIOS ADMINISTRATIVOS E SUA INFLUENCIA NA ESTRUTURA E
FUNCIONAMENTO DOS SERVIOS DE SADE
Na enfermagem, como em outras profisses, o enfermeiro incorpora, em sua
formao profissional, o saber de vrias cincias. Dentre elas, a cincia da
administrao contribui com uma parcela que se concretiza, principalmente, na
administrao do pessoal de enfermagem.
Considerando o servio de enfermagem (S.E) como um grupo organizado de
pessoas, onde grande o nmero, a complexidade e a diversidade das atividades
realizadas, evidente a necessidade da diviso e distribuio do trabalho entre os
seus elementos, bem como do estabelecimento do padro de relao entre eles.
Com isso os esforos so coordenados para o alcance do objetivo proposto, que a
prestao da assistncia de enfermagem. Para tanto, precisa haver a definio da
estrutura organizacional do S.E.
Normalmente, quando se fala em estrutura, se pensa na estrutura formal da
organizao, que a estrutura planejada, formalizada oficialmente, aquela que est
no papel. Determina quem faz o que e onde nas organizaes, assim como
evidencia as relaes de autoridade e poder existente entre os componentes
organizacionais.
Entretanto, qualquer pessoa, que faa ou tenha feito parte de uma
organizao que no foram planejados formalmente, mas que emergem espontnea
e naturalmente de interaes e relacionamentos sociais entre pessoas que ocupam
posies na organizao formal. Exemplificando: uma estrutura considerada
informal quando funcionrios de diferentes unidades do hospital se encontram e
trocam informaes sobre assuntos da instituio, sem passar atravs de linhas
formais de comunicao, ou ainda quando um subordinado influi na deciso do
chefe de forma sistemtica, devido ao relacionamento de amizade existente entre
eles.
A estrutura informal, muitas vezes, surge pelo fato de a estrutura formal agir
lentamente as mudanas, aparecendo ento relaes no estabelecidas, para
enfrentar situaes decorrentes das mudanas. Dessa maneira, a estrutura informal
pode ser capaz de contornar os problemas que no esto sendo resolvidos a
contento pela estrutura formal. No entanto, a estrutura informal pode agir, tambm,
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opondo-se aos objetivos organizacionais, quando esses forem prejudiciais aos
interesses do grupo.
1. ASPECTOS RELATIVOS ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Na definio da estrutura organizacional do S.E., devem ser considerados: a
filosofia e os objetivos do S.E., o volume e a complexidade das atividades a serem
executadas, os recursos disponveis e as caractersticas desejveis na estrutura.
Um conjunto de aspectos considerados na estrutura, dependendo do grau e
da forma em que aparecem, que vai caracteriza-la provocando as diferenas na
estrutura de cada organizao.
Esse conjunto de aspectos compreende: a diviso do trabalho e
especializao, hierarquia, autoridade e responsabilidade, amplitude da superviso,
centralizao e descentralizao e formalizao.
1.1 Diviso do trabalho e especializao
Como forma de diviso do trabalho encontra-se a especializao, que pode
ocorres em dois sentidos: horizontal e vertical.
Especializao horizontal
Tambm conhecida como departamentalizao e processo funcional,
corresponde especializao de atividades e de conhecimento acarretando um
maior nmero de rgos no mesmo nvel hierrquico.
Fig. 1 Especializao Horizontal
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Especializao vertical
Tambm denominada processo escalar, ocorre quando na organizao se
verifica a necessidade de aumentar a qualidade da superviso, acrescentando mais
nveis hierrquicos de superviso na estrutura. Est relacionada autoridade e
responsabilidade.
Fig. 2 Especializao vertical
1.2 Hierarquia
Est relacionada com a especializao vertical, que divide a organizao em
camadas ou nveis de autoridade, tendo como os superiores certo tipo de autoridade
sobre os subordinados. medida que se sobe na escala hierrquica, aumenta a
autoridade do ocupante do cargo.
1.3 Autoridade e responsabilidade
A distribuio da autoridade e da responsabilidade entre os elementos dos
diversos nveis da estrutura representada pela hierarquia da estrutura formal. Na
concepo clssica, a autoridade o poder de comandar subordinado realizao
dos objetivos propostos.
1.4 Amplitude da superviso
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Compreende o nmero de subordinados que uma pessoa pode supervisionar
com eficincia. A amplitude da superviso varia de acordo com a situao,
dependendo de fatores como similaridade das funes, proximidade fsica,
complexidade do trabalho, competncia dos subordinados, grau necessrio de
superviso direta. Quanto maior a amplitude, maior o nmero de subordinados.
1.5 Centralizao e descentralizao
Centralizao e descentralizao referem-se principalmente ao grau de
delegao de tomada de deciso aos nveis mais baixos da organizao.
Como vantagens da centralizao, considera-se que as decises so
tomadas por quem tem uma viso geral da organizao, criando uniformidade nas
decises, alm de estas serem tomadas por pessoas geralmente mais preparadas
para isso. Como desvantagens encontram-se sobrecarga da cpula hierrquica,
demora nas decises, frustraes e, s vezes, decises desvinculadas da realidade.
Como vantagens da descentralizao, encontram-se a maior rapidez na
tomada de decises e a deciso de problemas por quem os vivencia. Como
desvantagem: falta de uniformidade nas decises, o despreparo do pessoal para a
tomada de deciso e a falta de viso global da organizao.
O S.E. que possuem na sua estrutura um grande nmero de nveis
hierrquicos, apresentam srios problemas em relao a velocidade da tomada de
decises, chegando a uma situao tal que, quando a deciso tomada, ela j no
se aplica a situao que a gerou.
1.6 Formalizao
A formalizao prescreve como, quando e por quem as atividades devero
ser executadas. Representa o uso de normas na organizao e corresponde ao grau
em que normas, instrues e comunicaes esto escritos. A formalizao nos S.E.
pode ser feita pela descrio de cargos e funes, de normas e rotinas, da
padronizao de procedimentos e pelas escalas de distribuio de pessoal.
2. TIPOS DE ESTRUTURA
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Os tipos de estrutura de organizao podem ser aplicados atravs das teorias
de administrao. So classificadas em trs tipos bsicos: estrutura de organizao
funcional, estrutura de organizao linear e estrutura de organizao linha-
assessoria (ou linha-staff).
2.1 Estrutura de organizao funcional
o tipo de estrutura que tem como base a superviso funcional proposta
por Taylor (Administrao cientfica), que aplica o princpio da especializao das
funes.
Apresenta como caracterstica a autoridade funcional, que relativa e
baseada na especializao, a negao do princpio da unidade de comando, a
utilizao de linhas diretas de comunicao e a descentralizao das decises.
Vantagens: proporciona a especializao nos diversos rgos ou cargos da
organizao; permite melhor superviso tcnica; desenvolve comunicaes diretas.
Desvantagens: Nem sempre feito o que solicitado; subordinao mltipla,
levando os rgos ou cargos a no saberem q quem recorrer para resolver
determinados problemas e tendncia a concorrncia entre especialidades.
Fig. 3 Estrutura de organizao funcional
2.2 Estrutura e organizao linear
Constitui a forma estrutural mais simples, e foi concebida por Fayol (Teoria
Clssica). A denominao linear se deve ao fato de que entre o superior e os
subordinados existem linhas diretas e nicas de autoridade e responsabilidade.
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Na organizao linear seguido rigidamente o princpio da hierarquia,
determinando os chamados rgos de linha. Nesse tipo de estrutura h
centralizao das decises no topo da hierarquia. Tem como desvantagens rigidez e
inflexibilidade da organizao.
Fig. 4 Estrutura de organizao linear.
2.3 Estrutura de organizao linha-assessoria
Para o aconselhamento e recomendaes aos rgos de linha, Fayol props
rgos staff ou de assessoria, que no obedecem aos princpios da hierarquia e da
autoridade de comando, dando origem a esse tipo de estrutura, que busca
incrementar as vantagens das estruturas linear e funcional e reduzir suas
desvantagens.
Na organizao linha-assessoria, existem rgos de linha (rgos de
execuo) e de assessoria (rgos de apoio) mantendo relaes entre si.
considerada uma fuso da estrutura linear coma funcional, com predomnio da
primeira. Permite a manuteno da hierarquia (linha) e de especializao (staff) que
fornece os servios de assessoria e consultoria.
Nesse tipo de estrutura, podem ocorrer conflitos entre os rgos de linha e de
assessoria, uma vez que o assessor no tem autonomia linear sobre os executores.
Ele apenas sugere, opina, mas no manda.
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Fig. 5 Estrutura de organizao linha-acessoria
2.4 Estrutura matricial
Dentre as estruturas inovativas, encontra-se a estrutura matricial, que tem
como base a departamentalizao matricial, que a utilizao simultnea de dois ou
mais tipos de departamentamentalizao sobre os mesmos membros de uma
organizao por programas ou por projetos. Apareceu como uma soluo devido
inadequao da estrutura funcional para as atividades integradas, isto , aquelas
que para serem realizadas exigem interao entre as reas funcionais.
Apresenta como caractersticas:
Baixo nvel de formalizao, pois ambientes dinmicos trazem tantos
aspectos novos que tornam invivel detalhar as atividades de cada
funo;
Dupla ou mltipla subordinao, uma vez que determinado especialista
responde ao mesmo tempo ao gerente da rea tcnica qual est
alocado e ao gerente do projeto para o qual est prestando servio;
Diversificao elevada, pois a alta taxa de mudana dificulta a
especializao (o profissional deve conhecer um nmero maior de
reas tcnicas, embora no seja to especializado em cada uma
delas);
Comunicao horizontal e diagonal, uma vez que elementos de reas
diferentes discutem problemas sem que a comunicao passe atravs
dos nveis hierrquicos (comunicao), podendo ocorres de um
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elemento comunicar-se diretamente com um gerente de outra rea,
que pode ter nvel hierrquico superior ao seu.
A estrutura matricial est comeando a receber ateno por arte dos servios
de enfermagem. Entretanto, ainda identificamos a maioria das estruturas
organizacionais dos S.E. dentro das estruturas tradicionais.
Fig. 6 Estrutura matricial.
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REFERNCIAS
SANNA, M. C. Os processos de trabalho em Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Braslia, v. 60, n. 2, p. 221-224, mar - abr. 2007.
KURCGANT, P. Administrao em Enfermagem. So Paulo, E.P.U., 1991. cap. 3,
p.23-39.