Metodologia das Ginásticas · 2 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS Sumário HISTÓRICO...
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Av. Noel Nutels, nº 16, Cidade Nova I
Metodologia das
Ginásticas
2015
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Sumário
HISTÓRICO DA GINÁSTICA ...................................................................................... 3
MÉTODOS GINÁSTICOS EUROPEUS .................................................................... 5
GINÁSTICA .................................................................................................................... 8
A GINÁSTICA NA ESCOLA HOJE .................................................................................... 8
GINÁSTICA COMPETITIVA ................................................................................................ 8
Modalidade Não Competitiva E Seu Principal Evento ....................................... 9
Campos Diversificados De Atuação Da Ginástica .................................................... 10
A ESTRUTURA DA GINÁSTICA NO MUNDO ...................................................... 11
GINÁSTICA GERAL ................................................................................................... 13
PRINCIPAIS OBJETIVOS DA GINÁSTICA GERAL ..................................................... 17
HISTÓRICO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA ............................................................. 18
DIVISÕES DA GINÁSTICA ARTÍSTICA .......................................................................... 19
CONTRIBUIÇÕES DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NO DESENVOLVIMENTO DA
CRIANÇA .............................................................................................................................. 20
COMPETIÇÕES DE GINÁSTICA ARTÍSTICA ............................................................... 20
COMPOSIÇÃO DAS NOTAS ............................................................................................ 22
Idade Para Iniciar A Prática Da GA ................................................................................ 22
GINÁSTAS EM DESTAQUE ..................................................................................... 23
ORDEM OLÍMPICA DOS APARELHOS ......................................................................... 24
CARACTERÍSTICAS POR APARELHOS ....................................................................... 25
TERMINOLOGIA ESPECÍFICA APLICADA À GINÁSTICA ARTÍSTICA .................. 31
As capacidades físicas mais utilizadas na ginástica olímpica são: ..................... 33
MÉTODOS DE ENSINO...................................................................................................... 38
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HISTÓRICO DA GINÁSTICA
A história da Ginástica confunde-se com a história do homem. No homem
pré-histórico a atividade física tinha papel relevante para sua sobrevivência,
expressa principalmente na necessidade vital de atacar e defender-se. O
exercício físico de caráter utilitário e sistematizado de forma rudimentar era
transmitido através das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades.
Na Antiguidade clássica ocidental (Grécia e Roma), principalmente no Oriente,
os exercícios físicos aparecem nas várias formas de luta, na natação, no remo,
no hipismo, na arte de atirar com o arco, como exercícios utilitários, nos jogos,
nos rituais religiosos e na preparação guerreira de maneira geral. Na Grécia
nasceu o ideal da beleza humana, o qual pode ser observado nas obras de arte
espalhadas pelos museus em todo o mundo, onde a prática do exercício físico
era altamente valorizada como educação corporal em Atenas e como
preparação para a guerra em Esparta. O fato de ser a Grécia o berço dos
Jogos Olímpicos, disputados 293 vezes durante quase 12 séculos (776 a. C-
393 d. C), demonstra a importância da atividade física nesta época.
Em Roma antiga, o exercício físico tinha como objetivo principal a
preparação militar e num segundo plano a prática de atividades desportivas
como as corridas de carros e os combates de gladiadores que estavam sempre
ligados às questões bélicas. Recordações das magníficas instalações
esportivas desta época como as termas, o circo, o estádio, ainda hoje
impressionam quem os visita pela magnitude de suas proporções.
Na Idade Média (séc. V ao XV) os exercícios físicos foram a base da
preparação militar dos soldados, que durante os séculos XI, XII e XIII lutaram
nas Cruzadas empreendidas pela igreja. Entre os nobres eram valorizadas a
esgrima e a equitação como requisitos para a participação nas Justas e
Torneios, jogos que tinham como objetivo “enobrecer o homem e fazê-lo forte e
apto” (Ramos, 1982). Há ainda registros de outras atividades praticadas neste
período como o manejo do arco e flecha, a luta, a escalada, a marcha, a
corrida, esgrima, o salto, a caça e a pesca e jogos simples e de pelota, um tipo
de futebol.
O exercício físico na Idade Moderna, considerada simbolicamente a partir
de 1453. A história da Ginástica confunde-se com a história do homem. A
Ginástica entendida por Ramos (1982: 15) como a prática do exercício físico
“vem da Pré-história, afirma-se na Antiguidade, estaciona na Idade Média,
fundamenta-se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade
Contemporânea”. No homem pré-histórico a atividade física tinha papel
relevante para sua sobrevivência, expressa principalmente na necessidade vital
de atacar e defender-se. O exercício físico de caráter utilitário e sistematizado
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de forma rudimentar era transmitido através das gerações e fazia parte dos
jogos, rituais e festividades.
Na idade Contemporânea (inicio da segunda metade do século XVIII),
segundo Langlade e Langlade (1970), até 1800 as formas comuns de exercício
físico eram os jogos populares, as danças folclóricas e regionais e o atletismo.
Para estes autores, a origem da atual Ginástica data do início do século XIX,
quando surgiram quatro grandes escolas: A Escola Inglesa, a Escola Alemã, a
Escola Sueca e a Escola Francesa, sendo a primeira mais relacionada aos
jogos, atividades atléticas e ao esporte. As demais escolas foram as
responsáveis pelo surgimento dos principais métodos ginásticos, que por sua
vez determinaram a partir de 1900 o início dos três grandes movimentos
ginásticos na Europa. São eles: o Movimento do Oeste na França, o
Movimento do Centro na Alemanha, Áustria e Suíça e o Movimento do Norte
englobando os países da Escandinávia. Estes movimentos vão até 1939
quando foi realizada a primeira Lingiada em Estocolmo, um festival
internacional de Ginástica em comemoração ao centenário de morte de Per
Henrik Ling, o maior nome da Ginástica Sueca, dando início ao período que se
estende até os dias de hoje, denominado “Influências recíprocas e
universalização dos conceitos ginásticos”, segundo Langlade e Langlade
(1970).
A denominação Ginástica, inicialmente utilizada como referência à todo tipo
de atividade física sistematizada, cujos conteúdos variavam desde as
atividades necessárias à sobrevivência, aos jogos, ao atletismo, às lutas, à
preparação de soldados, adquiriu a partir de 1800 com o surgimento das
escolas e movimentos ginásticos acima descritos, uma conotação mais ligada à
prática do exercício físico. De acordo com Soares (1994: 64), a partir desta
época, a Ginástica passou a desempenhar importantes funções na sociedade
industrial, “apresentando-se como capaz de corrigir vícios posturais oriundos
das atitudes adotadas no trabalho, demonstrando assim, as suas vinculações
com a medicina e, desse modo, conquistando status”. Inúmeros métodos
ginásticos foram sendo desenvolvidos principalmente nos países europeus, os
quais influenciaram e até os dias de hoje influenciam, a Ginástica mundial e em
particular a brasileira. Dentre aqueles que tiveram maior penetração no Brasil
destacam-se as escolas alemã, sueca, inglesa, dinamarquesa /e francesa.
Essas questões são amplamente analisadas por autores como Ramos (1982),
Marinho [19--], Langlade e Langlade (1970), Castellani Filho (1988), Soares
(1994) entre outros, os quais têm estudado os aspectos históricos relacionados
à Educação Física e à Ginástica e contribuído de forma significativa para a
compreensão de sua evolução em nível nacional e internacional.
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MÉTODOS GINÁSTICOS EUROPEUS
ESCOLA INGLESA: O esporte moderno nasce na Inglaterra (séc. XIX). Foi
institucionalizado com regras precisas e formas definidas. A ginástica era
pouco difundida, o esporte foi considerado o grande meio para promover a
educação, através de jogos esportivos: organização, regras, técnicas e padrões
de conduta. Os ingleses integraram técnicas antigas do esporte oferecendo ao
mundo vários esportes como: atletismo, futebol, rúgbi, tênis, boxe, natação,
patinagem desportiva. Thomas Arnold criou o esporte propriamente dito e o
introduziu nas escolas. Estabelece regras e formas precisas de organização
para as associações desportivas, os clubes universitários, e confia a sua
organização aos alunos. O esporte tinha características educacionais e
socializantes como à cooperação, a perseverança, a tomada de iniciativa, o
respeito às regras e ao adversário.
ESCOLA ALEMÃ: Movimento ginástico alemão iniciou nas instituições
escolares em 1800-1900, com influência de Jacques Rousseau que acreditava
no homem como ser universal. As atividades eram: jogos sociais (peteca), bola,
pelota, pinos, corrida, saltos, arremessos, luta, natação, arco e flecha, ginástica
natural, movimentos rítmicos, marcha e caminhada, excursão no campo,
transportes de sacos de areia e suspensão em escadas. Os principais
representantes foram: Guts Muths (1759-1839) admirador do método natural.
Ludwing Jahn (1778-1852) que em 1805, introduz a ginástica militar com
sentido patriótico (exercícios militares com fins pedagógicos integrados ao
currículo escolar). Foi o inventor de aparelhos como a barra fixa, barras
paralelas e o cavalo, sendo um dos precursores da ginástica olímpica com
aparelhos e Adolf Spiess (1810-1858) que implantou a Educação Física nas
Escolas Alemãs. Aparelhos no ginásio ao ar livre.
ESCOLA DINAMARQUESA: Suas principais características são os
exercícios militares: a Dinamarca foi o primeiro país a considerar a Educação
Física como matéria escolar. Seu principal fundador foi Franz Nachtegall
(1777-1847).
ESCOLA SUÉCA: Henrick Ling (1776-1839) dividiu sua ginástica em 4
partes: Ginástica Pedagógica ou Educativa, Militar, Médica e Ortopédica e
Estética. O objetivo da ginástica era a harmonia corporal e espiritual, o gesto
não era um ato, mas sim a expressão dos sentimentos, a libertação da alma
oprimida no corpo, que por essa forma se libertaria e encontraria a verdadeira
felicidade. Manter, e se possível melhorar: a eficiência funcional dos órgãos
internos (sistema circulatório e respiratório) e a mobilidade articular e a
capacidade funcional dos músculos. Criar gosto pela atividade física e estética.
Economizar esforço, realizando movimento com exercícios adequados.
Desenvolvimento individual e formação de caráter, prazer de viver, alegria no
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trabalho através de exercícios estimulantes (utilizava o banco sueco e o
espaldar). Ser acessível a todos e contribuir para um desenvolvimento
harmônico e natural do corpo humano por meio de exercícios racionais.
A aula era dividida em 4 partes:
1-Exercícios preparatórios (03 minutos):
Exercícios de formação e saudação, três ou quatro exercícios
preparatórios para iniciar a aula
2-Exercícios Fundamentais “A” (15 minutos de duração):
Exercícios formais, livres, saltita mentos, jogos para as crianças
3 - Exercícios Fundamentais “B” (25 minutos):
Exercícios formais de aplicação, suspensão, equilíbrio, testes de
flexibilidade, destreza (cordas, barras, etc.),
-Exercícios formais de desenvolvimento (abdominais, dorsais,
laterais, corrida com e sem obstáculos, etc.),
-Jogos (eventualmente),
-Saltos (cavalo, plinto, etc.).
4- Exercícios Finais (02 minutos):
-Exercícios finais de descontração (calmantes),
-Jogo recreativo para as crianças,
-Exercícios formação e saudação.
Era uma ginástica em forma de jogos, a aulas poderia também ser
historiada para as crianças. Os exercícios eram: andar no ritmo
marcado, deslocamentos para frente, dois passos une e salta com e
sem braços, exercícios estáticos com marcação e afastamento lateral,
flexão lateral do tronco e a frente com afundo (frente e lado).
ESCOLA FRANCESA: Seu fundador foi Dom Francisco Amoros, militar espanhol
(1770-1848) em 1816, deportado para a França pelo exército de Napoleão na
invasão espanhola. Considerado o “pai da ginástica francesa”, precursor na
utilização de aros, escada de cordas, trapézio e a máquina para testar a força.
O principal objetivo era proporcionar o condicionamento físico, o
aprimoramento do caráter que seria para defender a pátria. A ginástica
científica influenciou na escola francesa, pois sua ginástica se voltou para a
saúde. Amoros colocou em seu método áreas médicas como a fisiologia,
fornecendo dados para a mecânica do movimento. Tornou obrigatória a
Ginástica no currículo escolar, com a finalidade de melhorar a condição moral e
física do povo. Assim os militares foram os 1º professores de ginástica nas
escolas francesas.
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A Ginástica Natural surgiu na França e Áustria entre 1919-1931, se
baseava nos exercícios naturais entre eles: natação, marcha, corrida, saltos,
quadrupedismo, equilibrismo, trepar, levantar, lançar, defender, atividades de
utilidade como o hipismo e o ciclismo e as de cunho recreativo como os jogos,
as danças, os esportes e outros. O Método Natural foi desenvolvido, pois eram
uma reação a estereótipos da ginástica com suas formas geométricas, os
exercícios de ordem, os exercícios militares nas escolas, a ênfase médica da
ginástica e a ginástica de aparelhos serem exclusivamente competitiva.
Amoros dividiu a ginástica em 4 partes, são elas:
-Ginástica civil e industrial,
-Ginástica militar (exército e marinha),
-Ginástica médica,
-Ginástica cênica ou funambulesca.
A CALISTENIA: Nasce em 1829. Era um método de ginástica que
proporcionava atividade à todas as regiões musculares com o objetivo de
adquirir força e beleza. Surgiu na Europa na França, Alemanha e Suécia
evidenciando o nome do suíço Phoktioin Henrich Clias.
A Calistenia se dividia em duas ordens:
-Higiênica -saúde e postura corporal correta.
-Educativa –visava um maior controle neuromuscular e melhor eficiência
mecânica.
O Dr Dio Lewis (1850) na ACM-USA, enaltece os objetivos pedagógicos na
ginástica calistênica com prazer e socialização, inclui a presença masculina
onde A Calistenia se dividia em exercícios calistênicos, acompanhados com
música, em 8 grupos:
Exercícios para os braços e pernas.
Exercícios para a região póstero-superior do tronco (parte superior
da espádua).
Exercícios para a região póstero-inferior do tronco (parte inferior da
espádua).
Exercícios para a região lateral do tronco.
Exercícios para desenvolver o equilíbrio.
Exercícios abdominais.
Exercícios gerais de ombros e espáduas e de ombros. Saltos e corridas
desenvolvia o ritmo (utilizava o tambor para marcar o ritmo) e a elegância para
ambos os sexos, enfatiza a saúde.
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GINÁSTICA
Conceito de Ginástica: Segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa, a palavra Ginástica vem do grego Gymnastiké e significa;
“Arte ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade”.
“O conjunto de exercícios corporais sistematizados, para este fim,
realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos
educativos, competitivos, terapêuticos, etc.”.
Na Encyclopedia Britannica, a Ginástica é definida com: “Uma forma ou
modalidade de educação física, isto é, uma maneira de formar fisicamente o
corpo humano, sendo as restantes, além dela, os jogos e os desportos”.
“A definição científica diz-nos que a ginástica é a exercitação metódica dos
órgãos no seu conjunto (relacionada ao movimento e à atitude), por intermédio
de exercícios corporais, de forma precisamente determinada e ordenada
sistematicamente, de modo a solicitar não só todas as partes do corpo, como
as grandes funções orgânicas vitais e sistemas anatômicos, nomeadamente: o
respiratório, o cardiocirculatório, o de nutrição (assimilação e desassimilação),
o nervoso, os órgãos de secreção interna.”
A GINÁSTICA NA ESCOLA HOJE
A ginástica está presente em todas as manifestações da Cultura Corporal
do Movimento. Os alunos andam, dançam, lançam, saltam, arremessam etc.
Os gregos utilizaram-se de todas essas habilidades como forma de
educação. Os métodos ginásticos sistematizam tais conhecimentos e estes se
tornam elementos de controle social. E hoje, como tratar essas habilidades na
escola, de que maneira transformar as informações que o aluno já tem em
conhecimento?
A ginástica, como a entende hoje, pouco espaço tem no ambiente escolar
brasileiro, o esporte é o conteúdo mais desenvolvido e praticado. Abaixo a
Ginástica em: Ginástica Competitiva e Ginástica Escolar.
GINÁSTICA COMPETITIVA
a. Seletiva-para os mais aptos e habilidosos.
b. Competitiva.
c. Sequência de movimentos obrigatórios.
d. Espaço específico para a realização dos movimentos.
e. Movimentos e aparelhos específicos (masculino e feminino) com
objetivos específicos.
f. Resultado com performance máxima.
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O órgão máximo a nível mundial é a FIG (Federação Internacional de
Ginástica), sendo que a nível nacional a CBG (Confederação Brasileira de
Ginástica) que está filiada aos seguintes relacionados abaixo:
1. COB- Comitê Olímpico Brasileiro.
2. UPAG- União Pan-americana de Ginástica.
3. CSG- Confederação Sul-americana de Ginástica
MODALIDADES COMPETITIVAS E SEU PRINCIPAL EVENTO
Ginástica Artística Feminina – Olimpíada
Ginástica Artística Masculina- Olimpíada
Ginástica Rítmica – Olimpíada
Ginástica de Trampolim – Olimpíada
Ginástica Aeróbica Esportiva – Mundial
Ginástica Acrobática- Mundial
GINÁSTICA ESCOLAR
Não seletiva, permite a coparticipação de todos.
Participativa.
Criação e elaboração de movimentos e sequências não oficiais e permite a
exploração da criatividade.
Livre utilização dos espaços alternativos: pátios, gramados, quadras e
salas de aula.
Movimentos e espaços livres tanto para o masculino como para o feminino
e com objetivos em comum. Utilização de aparelhos alternativos (balangandã-
substituindo a fita).
Resultado com performance possível. Processo de aquisição de novos
movimentos e conhecimentos. Permite a transformação e recriação.
Modalidade Não Competitiva E Seu Principal Evento
A Ginástica Geral (GG) culmina em âmbito internacional com o seu evento
oficial para a modalidade a Gymnaestrada Mundial que ocorre de quatro em
quatro anos.
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Campos Diversificados De Atuação Da Ginástica
No decorrer dos tempos tem sido direcionada para objetivos diversificados,
ampliando cada vez mais as possibilidades de sua utilização, portanto, a fim de
facilitar o seu entendimento, são apresentados a seguir 5 grandes grupos que
englobam os seus principais campos de atuação.
Os Campos de Atuação da Ginástica são:
1. Ginásticas de Condicionamento Físico ou de Academia: englobam
todas as modalidades que tem por objetivo a aquisição ou a manutenção da
condição física do indivíduo normal e/ou do atleta.
2. Ginásticas de Competição: reúnem todas as modalidades competitivas
(exemplos: artística/olímpica, de trampolim acrobático, acrobática, rítmica,
tumbling, mini-trampolim).
3. Ginásticas Fisioterápicas ou terapêuticas: responsáveis pela
utilização do exercício físico na prevenção ou tratamento de doenças
congênitas ou adquiridas (exemplo: asmáticos, cardíacos).
4. Ginásticas de Conscientização Corporal: reúnem as Novas propostas
de abordagem do corpo, também conhecidas por Técnicas alternativas ou
Ginásticas Suaves (Souza, 1992), e que foram introduzidas no Brasil a partir da
década de 70, tendo como pioneira a Antiginástica. A grande maioria destes
trabalhos teve origem na busca da solução de problemas físicos e posturais
(exemplos: RPG, bioenergética, antiginástica, etc.)
5. Ginásticas de Demonstração: é representante deste grupo a Ginástica
Geral, cuja principal característica é a não-competitividade, tendo como função
principal a interação social isto é, a formação integral do indivíduo nos seus
aspectos: motor, cognitivo, afetivo e social.
6- Ginástica Laboral: Praticada no ambiente de trabalho, em um curto
espaço de tempo (10 a 15 minutos), com a intenção profilática de doenças
como a LER (lesão do esforço repetitivo).
Todo movimento ginástico, assim como os movimentos característicos dos
esportes, evoluíram dos movimentos naturais do ser humano, ou habilidades
específicas do ser humano. Segundo Pérez Gallardo (1993), “São aquelas que
se caracterizam por estarem presentes em todos os seres humanos,
independentes de seu lugar geográfico e nível sociocultural e que servem de
base para aquisição de habilidades culturalmente determinadas". Estes
movimentos naturais ou habilidades específicas do ser humano, quando
analisados e transformados, visando o aprimoramento Do desempenho do
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movimento, entendida aqui de acordo com vários objetivos como: economia de
energia, melhoria do resultado, prevenção de lesões, beleza do movimento
entre outros, passam a ser considerados como movimentos construídos
(exercícios) ou habilidades culturalmente determinadas. Por exemplo, um
movimento próprio do homem como o saltar, foi sendo estudado, transformado
e aperfeiçoado através dos tempos, para alcançar os objetivos de cada um dos
esportes onde ele aparece: salto em altura, em distância e triplo no atletismo,
cortada e bloqueio no voleibol, salto sobre o cavalo na Ginástica Artística, salto
“jeté” na Ginástica Rítmica Desportiva entre outros. Uma das principais
características da Ginástica é a possibilidade de utilização de uma enorme
variedade de aparelhos, entre eles os de grande porte como o trampolim
acrobático, a trave de equilíbrio, as rodas ginásticas, as barras paralelas; os
aparelhos de sobrecarga como os halteres, as bicicletas ergométricas, os
aparelhos de musculação; aparelhos portáteis como a corda, a bola, as maças,
até os aparelhos adaptados ou alternativos provenientes da natureza ou da
fabricação humana.
A ESTRUTURA DA GINÁSTICA NO MUNDO
Ginástica e sua evolução, faz-se necessário, analisar sua estrutura
organizacional em nível mundial. A Federação Internacional de Ginástica (FIG)
é a organização mais antiga e com maior abrangência internacional na área da
Ginástica. Está subordinada ao Comitê Olímpico Internacional (COI), sendo
responsável pelas modalidades gímnicas que são competidas nos Jogos
Olímpicos. É, portanto a Federação com maior poder e influência na Ginástica
mundial.
A FIG é um órgão que tem como objetivo orientar, regulamentar, controlar,
difundir e promover eventos na área da Ginástica. Tem sua origem nas
Federações Europeias de Ginástica (Fédérations Européennes de
Gymnastique-FEG), estabelecidas em 23 de Julho de 1881 em Bruxelas-
Bélgica, com a participação da França, Bélgica e Holanda. Apesar de
reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional desde 1896, a FEG só
participou como federação oficial de Ginástica Artística nos Jogos Olímpicos de
Londres em 1908. Em 7 de Abril de 1921 a FEG incluiu em seu quadro outros
países, resultando na fundação da Federação Internacional de Ginástica - FIG
com a participação de 16 federações (países) membros. Atualmente tem sua
sede em Moutier, na Suíça, e possui 121 países filiados. Cada uma destas
Federações nacionais representa o órgão máximo da Ginástica em seu país,
tendo em nível nacional os mesmos objetivos da FIG. Ainda relacionadas a FIG
estão as Federações que controlam a Ginástica no âmbito continental, entre
elas a União Asiática de Ginástica fundada em 1964, a União Pan-americana
de Ginástica fundada em 1967, a União Europeia de Ginástica fundada em
1982, e a União Africana de Ginástica fundada em 1990. (FIG 1991: 158).
12 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
A FIG atualmente é composta de 5 comitês sendo 4 relativos às
modalidades competitivas (Ginástica Artística Masculina, Ginástica Artística
Feminina, Ginástica Rítmica Desportiva e Ginástica Aeróbica) e um relativo a
Ginástica Geral que tem caráter demonstrativo.
Segundo o “Gymnaestrada Guide - X World Gymnaestrada Berlim 1995”,
em 1994 a Ginástica Aeróbica foi admitida pela FIG como modalidade e
organizado seu primeiro campeonato. No Congresso da FIG realizado em
Atlanta em 1996, foi decidida a inclusão definitiva da Ginástica Aeróbica em
seu programa competitivo, porém, o estatuto e toda regulamentação para a sua
incorporação, estão sendo preparados para serem apresentados no Congresso
da FIG de 1998.
A intenção da FIG de incorporar outras modalidades gímnicas, pode ser
claramente observada nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, na realização de
sua Festa de Gala (FIG Gala), após o término de todas as competições na área
da Ginástica, onde os melhores ginastas de Ginástica Artística, Rítmica,
Aeróbica, Acrobática, e de Trampolim (engloba: Trampolim Acrobático e
Tumbling fizeram uma belíssima apresentação sem caráter competitivo.
A convivência de modalidades competitivas e demonstrativas numa mesma
federação, é uma característica da FIG reafirmada nas palavras de Yuri Titov,
presidente desta instituição de 1976 a 1996, no documento de propaganda da
Ginástica Geral (FIG): “Nós somos a primeira federação internacional que se
dedica tanto ao esporte competitivo como ao esporte recreativo... “Este é um
aspecto interessante que destaca a FIG das demais federações desportivas,
vindo ao encontro de sua natureza e objetivos diferenciados, os quais se
harmonizam perfeitamente com o espírito e tradições desta entidade.
A presença da Ginástica Geral como um comitê específico dentro da
estrutura da FIG a partir de 1984, vem demonstrar a importância deste
fenômeno de massa que envolve um incontável número de praticantes em todo
o mundo, ultrapassando em larga escala o total de atletas das modalidades
competitivas dirigidas pela mesma federação.
Com relação aos Jogos Olímpicos a Ginástica é oficialmente representada
nas modalidades Ginástica Artística Masculina desde 1908 em Londres, a
Ginástica Artística Feminina desde 1928 em Amsterdã e a GRD desde 1984
em Los Angeles. Sem caráter competitivo, a Ginástica Geral tem sempre
abrilhantado as Cerimônias de Abertura dos Jogos, caracterizando-se como um
dos pontos altos destes eventos, onde a criatividade, a plasticidade, a
expressão corporal se fazem presentes na participação sincronizada de um
grande número de ginastas.
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GINÁSTICA GERAL
DEFINIÇÃO
“É uma modalidade bastante abrangente que, fundamentada nas
atividades ginásticas, valendo-se de vários tipos de manifestações, tais como
danças expressões folclóricas e jogos, expressos através de atividades livres e
criativas, objetiva promover o lazer saudável, proporcionando bem estar físico,
psíquico e social aos praticantes, favorecendo a performance coletiva,
respeitando as individualidades, em busca da auto-superação pessoal, sem
qualquer tipo de limitação para a sua prática, seja quanto às possibilidades se
execução, sexo ou idade, ou ainda quanto à utilização de elementos materiais,
musicais e coreográficos, havendo a preocupação de apresentar neste
contexto, aspectos da cultura nacional, sempre sem fins competitivos.”
A Ginástica Geral desenvolver a saúde, a condição física e a integração
social; contribui para o bem-estar físico e psíquico, sendo um fator cultural e
social. É uma modalidade da ginástica que não é competitiva. Devido à sua
grande abrangência da Ginástica, o estabelecimento de um conceito único para
ela, restringiria a compreensão deste imenso universo que a caracteriza como
um dos conteúdos da Educação Física valendo-se das várias propostas de
Ginástica (Artística, Rítmica, Aeróbica, Trampolim, Acrobática, dentre outras).
Entre as variadas possibilidades de manifestações corporais, podem estar
os diversos tipos de danças e expressões folclóricas, apresentados através de
coreografias musicadas em grupos, com propostas livres e criativas, sempre
fundamentadas nos elementos gímnicos.
Oportunizando a expressão dos aspectos multiculturais de quem as
desenvolve e, principalmente, sem qualquer tipo de limitação para a sua
prática, seja quanto às possibilidades de execução, sexo ou idade.
Segundo a Federação Internacional de Ginástica- FIG, a Ginástica Geral
(GG) culmina em âmbito internacional com o seu evento oficial para a
modalidade a Gymnaestrada Mundial que ocorre de quatro em quatro anos.
Este é um megaevento realizado a cada quatro anos, sem a perspectiva de
competição, atualmente com cerca de 25 mil participantes d e todo o mundo.
Na Gymnaestrada acontecem, além das demonstrações regulares, um grande
fórum de instrutores, demonstrações educativas e uma feira de equipamentos e
materiais esportivos. Além disso, a GG constitui a base histórica e cultural de
todas as atividades da FIG, a qual propõe, em seu programa de
desenvolvimento, que esta modalidade seja a base de todas as atividades
físicas como também do chamado “Esporte para Todos” (no Brasil denominado
por vezes “esporte participação”, “esporte não formal” ou “esporte de
inclusão”). Em resumo, a GG para a FIG nasceu de uma concepção
“sociocultural, livre de motivos especulativos e/ou econômicos”, reunindo,
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afinal, 30 milhões de praticantes no plano internacional. Enquanto tal a GG, da
forma promovida pela FIG, é “altamente reconhecida pelo Comitê Olímpico
Internacional – COI devido aos seus objetivos humanísticos e educacionais”.
Em outras palavras, a Gymnaestrada é um Festival de Ginástica em que
qualquer praticante atua ativamente. Esta expressão aponta, igualmente, para
o objetivo de tal festival, uma vez que “Gymna” significa ginástica e “Strada”,
caminho.
Em 1500, no Brasil, pode-se afirmar que aconteceu a primeira
apresentação de ginástica quando da descoberta das novas terras, pois
conforme relatado na carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, D.
Manuel, um dos tripulantes da frota de Pedro Álvares Cabral realizou exercícios
acrobáticos e danças junto com os índios.
A partir de 1824, a imigração alemã para o Brasil trouxe consigo o Turnen
(Ginástica Alemã). Esta prática teve manifestações em todos os Estados do sul
do país, estendendo-se também ao RJ e ao ES. Em especial, no Rio de
Janeiro, então capital do país, o Turnen era uma das formas de exibição
existentes no Cassino Fluminense, o mais famoso lugar de diversão da cidade
em meados do século XIX. Ao eclodir a Segunda Guerra Mundial e com a
consequente nacionalização das instituições e atividades culturais de origem
alemã, a tradição do Turnen dissolveu-se no Brasil, mas permanecendo sua
influência nos primórdios da educação nacional.
Em 1838 Introdução da Ginástica no “Ginásio Nacional” (hoje Colégio
Pedro II), no Rio de Janeiro – RJ, instituição criada para se tornar modelo
educacional para todo o Brasil.
-1851- A Lei nº 630 inclui, pela primeira vez, nos currículos das escolas
primárias do Rio de Janeiro, a Ginástica dentro das propostas e mudanças das
bases para a reforma do ensino primário e secundário, no então denominado
Município da Corte.
-1870 - o Governo Imperial promove a impressão e manda distribuir pelas
escolas o “Novo Guia para o Ensino da Ginástica nas Escolas Públicas da
Prússia”.
-1882- Ruy Barbosa, em seu Parecer sobre a “Reforma do Ensino Primário
e Várias Instituições Complementares da Instrução Pública”, sugere a inclusão
da Ginástica nos cursos normais e nas escolas primárias do Brasil. A partir
deste estágio, a Ginástica, sob diversas formas, mas Ginástica Geral (GG).
Predominantemente a de origem alemã, prevaleceu na Educação Física
escolar até os anos de 1930, quando foi oficializado o Método Francês no
sistema escolar brasileiro.
-1893 - Outra vertente de prática de Ginástica foi introduzida no país pelo
surgimento da Associação Cristã de Moços – ACM, que implantou atividades
15 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
desportivas no Brasil como o voleibol, o basquetebol, além da ginástica
calistênica.
Década de 1930 - Oswaldo Diniz Magalhães, professor de Educação Física
formado pela ACM de SP, cria metodologia própria e mantém, por mais de 40
anos, o programa de rádio “A Hora da Ginástica” com impacto nacional na
popularização das atividades gímnicas.
Em resumo, a década de 1930 marcou a confluência das tendências da
ginástica de origem alemã, da ginástica calistênica e do Método Francês, este
último introduzido no país para atender ao treinamento das Forças Armadas. O
Método francês passou a ser adotado pelo ensino público, prevalecendo até a
década de 1950 como fundamento do programa escolar.
-1953 - A chegada da professora Ilona Peuker ao Brasil, mais
precisamente na cidade do Rio de Janeiro, foi o marco mais importante para a
compreensão da GG como modalidade. Ilona trazia consigo a experiência
adquirida na Ginástica europeia, tendo se formado na Hungria e dirigido a
União Austríaca de Ginástica e Esportes, inclusive com participação na I
Gymnaestrada.
-1956 - Ilona Peuker fundou o Grupo Unido de Ginastas-GUG, no RJ, no
qual aplicou os seus conceitos, adaptando-os à realidade local, sendo este
trabalho o parâmetro para o desenvolvimento futuro da GG no Brasil.
-1957 - Neste ano ocorreu a primeira participação do Brasil numa
Gymnaestrada (2ª), em Zagreb (IUG), representado pelo GUG, então composto
por 13 ginastas.
-1960 - Aconteceu a primeira edição do Festival Nacional de Ginástica,
evento que foi realizado pela Federação Paulista de Ginástica-FPG até o ano
de 1966, com a participação dos principais grupos do país.
-1975 - Na quarta participação brasileira numa Gymnaestrada (6ª), em
Berlim (ALE), pela primeira vez o país foi representado por quatro grupos
diferentes (03/RJ e 01/PB), totalizando 65 ginastas.
Os trabalhos apresentados foram muito apreciados, levando a seleção do
GUG para participar da “Matinê dos Destaques”.
-1980 - A partir da chegada da professora Ilona Peuker, um novo enfoque
da Ginástica se apresentou no país, particularmente com a implantação da GG,
numa perspectiva original de interpretação desta atividade, com as
características da nossa cultura, somados à expressividade e à alegria do
nosso povo. A criação de grupos, a participação internacional e o
reconhecimento dos trabalhos realizados criaram referenciais para o
desenvolvimento da GG no país.
16 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
-1981 - A realização do 1o FEGIN, Festival Nacional de Ginástica, em Ouro
Preto-MG, organizado por Carlos Rezende (MG), professor de Educação
Física, teve um grande significado para a GG do Brasil. Durante as suas sete
edições este festival foi o evento que centralizou o desenvolvimento da GG,
tornando-se referencial para os futuros festivais da modalidade no país.
-1986 - Durante a gestão de Fernando Brochado (SP), professor e ex-
ginasta, na presidência da Confederação Brasileira de Ginástica- CBG foi
criada a Comissão Técnica de GG, fato que concretizou o processo de difusão
nacional da modalidade.
-1988 - Aconteceu o primeiro Curso Internacional de GG no Brasil, evento
promovido pela FIG, na Unesp, em Rio Claro - SP, ministrado por instrutores
indicados pela FIG. A criação de um comitê exclusivo para orientar a GG na
CBG, a realização regular de festivais e cursos de atualização, certamente são
os aspectos que motivaram a difusão da modalidade no país, notadamente nos
estados do Sul/Sudeste.
-1991- Com a eleição de Vicélia Florenzano (PR) para a presidência da
CBG e com a indicação de José Carlos Eustáquio dos Santos (RJ), professor
de Educação Física, para presidir o Comitê Técnico de GG (CTGG-CBG), um
novo enfoque se apresentou, com uma proposta de trabalhar objetivando uma
maior participação, na perspectiva de motivar e envolver as entidades ligadas à
Ginástica, principalmente na realização de eventos. Ainda neste ano aconteceu
a participação brasileira na 9ª Gymnaestrada Mundial, em Amsterdã (Holanda),
com a delegação brasileira sendo composta por 114 ginastas, sendo o Brasil
convidado para participar da “Noite de Gala da FIG”, honra concedida a poucos
países.
-1992- O CTGG-CBG propôs a criação da Gymnaestrada Brasileira, fato
que se concretizou com a realização da primeira edição deste evento em Nova
Friburgo-RJ, com a denominação Gymbrasil.
-1995- As propostas desenvolvidas nos últimos anos resultou na
significativa participação do Brasil na 10ª Gymnaestrada Mundial- Berlim -
Alemanha. O país foi representado por 23 grupos, com 662 ginastas (10/SP,
04/RJ, 04/SE, 03/MG, 01/PE e 01/MS). Até a presente data, esta é a maior
delegação brasileira de uma mesma modalidade, representante do país num
evento internacional oficial.
Nesta mesma Gymnaestrada, pela primeira vez foi realizada uma Noite
Brasileira, onde os grupos brasileiros apresentaram um festival próprio para o
mundo da Ginástica, sendo este um dos mais concorridos eventos daquela
Gymnaestrada.
-1999 - Simultaneamente à nona participação do Brasil numa
Gymnaestrada Mundial (11ª), em Gotemburgo (Suécia), onde o país esteve
17 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
representado por 18 grupos, com 382 integrantes, também aconteceu a
publicação da obra História da Ginástica Geral no Brasil, de autoria de José
Carlos Eustáquio dos Santos e Nadja Glória Marques dos Santos, ambos então
professores universitário no Rio de Janeiro. Neste ano ainda foi realizado o
Fórum Brasileiro de GG, promovido pela CBG e organizado pela Universidade
de Campinas-Unicamp, em Campinas-SP.
-2001- Realização do Fórum Internacional de GG, em Campinas-SP,
organizado pela Unicamp, sob a direção de Elizabeth P. Machado, professora
daquela universidade.
-2003 -Realização do Fórum Internacional de GG, em Curitiba-PR,
organizado pela CBG, com a orientação da FIG. Ainda neste ano, aconteceu a
participação na 12ª Gymnaestrada Mundial, em Lisboa (Portugal). Como
resultado do empenho coletivo no desenvolvimento da GG neste período,
muitos fatos dignos de nota ocorreram, destacando-se a publicação de livros
específicos sobre a modalidade, a realização de fóruns e festivais nacionais e
internacionais, num total aproximado de 40 eventos oficiais e um número
expressivo de festivais regionais.
-2007- Gymnaestrada Mundial em Viena (Áustria) –
- 2011- Europa
PRINCIPAIS OBJETIVOS DA GINÁSTICA GERAL
- Oportunizar a participação do maior número de pessoas em atividades
físicas de lazer fundamentadas nas atividades gímnicas;
-Integrar várias possibilidades de manifestações corporais às atividades
gímnicas;
-Oportunizar a auto-superação individual e coletiva, sem parâmetros
comparativos com outros;
- Manter e desenvolver o bem estar físico e psíquico pessoal;
- Promover uma melhor compreensão entre os indivíduos e os povos em
geral;
-Oportunizar a valorização do trabalho coletivo, sem deixar de valorizar a
individualidade neste contexto;
- Mostrar nos eventos as tendências da ginástica;
- Realizar eventos que proporcionem experiências de beleza estética a
partir dos movimentos apresentados, tanto aos participantes ativos quanto aos
espectadores.
18 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
HISTÓRICO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA
Johann Friedch Ludwing Jahn é considerado o “Pai da Ginástica”.
A derrota dos prussianos na Batalha de Jena (1806) influenciou o Professor
Jahn a preparar os soldados fisicamente para vencer a próxima batalha. Jahn
inaugurou o primeiro local para a prática de ginástica em Berlin (Alemanha),
hoje conhecido como parque para o povo.
TURNEN- era o local onde se praticava a ginástica, os praticantes desta
modalidade pretendiam alcançar a autoconfiança, a autodisciplina, a
independência, a lealdade e a obediência. A finalidade em treinar ginástica era
despertar o sentimento patriótico do homem alemão, preparando-o para a
revanche.
Foi através do método de ginástica alemão que surgiu a ginástica olímpica,
os aparelhos inventados por Jahn foram: as barras paralelas, a barra horizontal
e o cavalo para salto e com ações para os exercícios de força.
No Brasil, a ginástica surgiu no início do século XIX, trazida por imigrantes
europeus (alemães), em geral mestres de dança. As aulas de dança foram o
primeiro passo para a prática de ginástica. Os homens, na mesma época,
faziam ginástica no Exército, com base em princípios da ginástica sueca.
DEFINIÇÃO
“Domínio do corpo em situações inabituais, em diferentes alturas,
velocidades e deslocamentos, com diversificadas experiências motoras e
cognitivas”. (CARRASCO)
“Desporto em que se executam movimentos ginásticos, acrobáticos e
coreográficos de difícil coordenação, em condições relativamente estáveis, com
avaliação do desempenho do ginasta de acordo com regras pré-estabelecidas,
com critérios de exigências de dificuldade, combinação e qualidade de
execução”.
Pode ser entendida e subdividida em 2 grupos de atividade:
19 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
DIVISÕES DA GINÁSTICA ARTÍSTICA
A ginástica artística é uma modalidade esportiva que apresenta variedade
de movimentos e possibilita o desenvolvimento global do ser humano, se divide
em Educativa e Esportiva.
É um esporte que possibilita formas variadas e diversificadas de
movimento com deslocamentos, rotações, apoios, suspensões.
Alguns dos exercícios de ginástica surgiram da evolução natural dos
movimentos do ser humano, por exemplo, dos deslocamentos simples aos
giros e saltos, do rastejar e engatinhar aos apoios invertidos, do pendurar e
apoiar aos balanços e giros nos aparelhos, das rotações para frente, lado e traz
asa reversões e mortais.
A ginástica olímpica/artística pode ser subdividida em dois grupos de
atividades:
Ginástica Artística como Atividade Física ou Educativa: serve de base
para todos os outros esportes e pretende atingir o maior número de pessoas,
pode ser praticada de forma recreativa ou com séries adaptadas, se divide em:
a) Formativa: o objetivo é estimular, educar e preparar para outras
modalidades.
b) Preparação Física: pode ser geral ou específica.
c) Ao alcance de todos: como opção de lazer.
Ginástica Artística como Esporte ou Desportiva: atinge a elite, praticada
com séries livres e obrigatórias, seguindo o código de pontuação, se divide em:
a) Iniciação: a nível escolar e em escola de esportes.
20 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
b) Intermediário: competições adaptadas.
c) Alto Nível: competições oficiais.
CONTRIBUIÇÕES DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NO DESENVOLVIMENTO
DA CRIANÇA
Com a prática da ginástica artística a criança terá estímulo para
desenvolvimento total da criança em diversos aspectos descritos abaixo.
I- DOMINIO PSICO-MOTOR: Desenvolvimento das habilidades motoras e
capacidades físicas: Equilíbrio / Noções de espaço e tempo, / Lateralidade /
Relação corpo x espaço / Flexibilidade / Força: estática, dinâmica e explosiva /
Velocidade / Potência / Coordenação Motora / Postura e tônus muscular.
II- DOMINIO COGNITIVO: Consciência corporal / Controle e coordenação
neuromuscular / Senso de orientação do corpo no espaço em diferentes
posicionamentos / Atenção / Concentração / Percepção / Capacidade de
análise / Desenvolvimento da memória.
III- DOMÍNIO-PSICO-AFETIVO SOCIAL: Os ganhos são visíveis,
principalmente no que diz respeito à socialização, aumento da autoestima e
desenvolvimento de traços de personalidade tais como: Organização /Ação /
Responsabilidade / Coragem / Solidariedade/ Controle da emoção / Ousadia /
Integração / Determinação / Autodomínio / Autoconfiança / Espírito de luta /
Perseverança / Disciplina e Respeito.
COMPETIÇÕES DE GINÁSTICA ARTÍSTICA
A ginástica faz parte das Olimpíadas desde sua primeira realização em
Atenas (1896), somente com a participação masculina. Desde as competições
de Berlim (1936), foram criadas as categorias masculina e feminina, individual
e por equipe.
Em anos pares não-olímpicos realizam-se campeonatos mundiais. Até as
olimpíadas de Atlanta (1996), eram realizadas provas com séries obrigatórias,
o que não mais é realizado nos dias de hoje, sendo a competição realizada
apenas com séries livres.
Um dos fatores responsáveis pela evolução técnica da ginástica olímpica é
justamente a realização de competições, onde aqueles ginastas que
realizassem elementos diferentes, cada vez mais difíceis, teriam seu nome
imortalizado, pois o elemento criado por ele receberia seria "batizado" com seu
21 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
sobrenome. Assim, os ginastas se empenham a cada olimpíada para
realizarem cada vez mais elementos originais em suas séries.
Inúmeros são os regulamentos que regem as competições de ginástica.
Eles devem ser adequados ao nível dos competidores e aos objetivos a serem
atingidos. Os programas de competições incluem progressões de exercícios
para orientar o trabalho dos treinadores, principalmente na iniciação, e
incentivar uma evolução técnica contínua e segura. Para tanto, utilizam-se
frequentemente séries obrigatórias.
Séries Obrigatórias são séries pré-determinadas, elaboradas pelas
entidades dirigentes do esporte no país ou região em questão, com
características adequadas a certas faixas etárias, nível técnico, sexo, tipo de
competição (escolar, regional, nacional), entre outros.
Elas são divulgadas com antecedência aos eventos que serão utilizadas,
bem como a forma que será avaliada, para que treinadores e ginastas tenham
tempo hábil para se prepararem. Também a premiação deverá ser
diferenciada. Por exemplo: eventos que reúnam crianças, iniciantes deveriam
premiar todos os participantes, como forma de incentivo à continuidade da
prática, evitando o destaque de poucos e um estrelismo prematuro. Para as
categorias mais avançadas utilizam-se séries livres, conforme as regras da
Federação Internacional de Ginástica (FIG), através dos Comitês Técnicos de
GA masculina e GA feminino em todo o mundo.
A FIG edita a cada quatro anos, sempre no ano seguinte aos Jogos
Olímpicos, os Códigos de Pontuação das diversas atividades gímnicas que
dirige. Esses códigos têm a função de permitir um julgamento homogêneo e
justo, procurando acompanhar e mesmo prever a evolução do esporte no ciclo
olímpico que se inicia. Além disso, existem os regulamentos as diversas
competições que compõem o calendário de eventos da FIG, como
campeonatos mundiais, por equipes, individuais, de especialistas de aparelhos,
jogos olímpicos, copas do mundo e outros. Um único ginasta pode obter os
seguintes títulos de campeão: campeão por equipes, campeão individual geral
e campeão em cada aparelho.
As competições oficiais como Olimpíadas seguem a seguinte divisão:
CI- Competição I- é a Competição Preliminar, ou seja, classificatória.
CII- Competição II- é a Competição Individual Geral onde ocorre a soma
dos quatro aparelhos no feminino e dos seis aparelhos no masculino, onde
serão classificados os melhores ginastas- sendo dois por país.
CIII- Competição III- é a Classificação por Aparelhos, onde serão
classificados os melhores ginastas por aparelho.
22 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
CIV- Competição IV- é a Classificação Final por Equipes, onde serão
somadas as notas de todos os aparelhos.
COMPOSIÇÃO DAS NOTAS
Banca A: composta por 2 árbitros- define o valor da série em relação ao
valor das partes de dificuldades partem de A (0.10 pontos), B(0.20), C(0.30),
D(0.40), E(0.50), F(0.60), G(0.70). Faz parte desta nota também as ligações
dos elementos acrobáticos e ginásticos.
Banca B: composta por 6 árbitros- avalia a execução da série (falhas
técnicas, de postura, etc.). Para chegar a nota do Painel “B” corta-se a maior
nota e a menor nota, a média será efetuada com as quatro notas restantes.
A nota final será a soma da notas da banca A e mais a nota da banca B.
Idade Para Iniciar A Prática Da GA
Idade ideal para iniciar a prática da ginástica artística: A melhor idade
para iniciar é em torno dos 5 ou 6 anos de idade, onde, de maneira recreativa,
já serão desenvolvidas as habilidades básicas que são exigidas pelo esporte,
preparação física, além da criança familiarizar-se com o ambiente, os
aparelhos e o treinamento.
Por volta dos 7 anos que se inicia um trabalho mais voltado para o
desenvolvimento da técnica. Crianças de até 12 anos são aceitas em turmas
de iniciação, tendo plenas condições de desenvolver-se no esporte.
O treinamento da ginástica artística pode ser voltado para a educação e
para a recreação, ou para a competição.
O primeiro tipo visa o desenvolvimento principalmente das habilidades
psicomotoras da criança, bem como a sua socialização. Pode ser desenvolvido
nas aulas de educação física escolar ou em escolinhas de esportes, com no
mínimo duas aulas por semana, utilizando-se principalmente da ginástica de
solo e saltos sobre o plinto, como também algumas vivências em aparelhos
oficiais ou adaptados.
O treinamento voltado para a recreação explora mais as situações
inabituais divertidas, traduzidas principalmente em movimentos em duplas e
pequenos grupos envolvendo rotações do corpo e saltos, fazendo uso dos
movimentos básicos da ginástica de solo. É a prática da ginástica por prazer,
que pode ser observada em atividades circenses ou na ginástica geral. Já o
treinamento que visa a competição fundamenta-se em uma forte preparação
física, que dará condições ao ginasta de progredir na técnica. Este treinamento
deve começar com a criança bem pequena, sendo de grande importância que
se mantenha várias horas de prática por sessão, com uma frequência de 5 a 6
dias de treino na semana, e controle de todas as variáveis do treinamento.
23 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
Para este treinamento é necessário que a criança passe por uma seleção, que
será baseada inicialmente no biótipo, e depois em características psicológicas
e pessoais de cada ginasta, para que se adapte ao treinamento intensivo e às
competições.
CUIDADOS ESPECIAIS
Na prática da ginástica artística, deve-se ter um cuidado especial no que
diz respeito à segurança do praticante. Isto implica dizer que só se devem
praticar exercícios em local adequado e sob orientação de um professor de
educação física. Para se aprender exercícios acrobáticos com segurança, é
necessário que a criança tenha os pré-requisitos físicos e técnicos para a
realização do novo movimento, e que o professor faça ajuda direta conduzindo
o movimento até que o aprendiz tenha total domínio da técnica e adequada
preparação física para realizar tal elemento sozinho, fazendo uso de atividades
pedagógicas de facilitação da aprendizagem. Colchões e materiais de
segurança também são necessários para prevenção de acidentes. Outro
cuidado é com relação à ordem de aprendizado dos exercícios: sempre do
mais simples para os de coordenação mais complexa, pois um irá depender da
aprendizagem do anterior
GINÁSTAS EM DESTAQUE
Na história dos Jogos Olímpicos, destaca-se o desempenho das ginastas
femininas, como a soviética Olga Korbut (1,52 m de estatura e 38 kg), Medalha
de Ouro nas Olimpíadas de Munique (1972), e a romena Nadia Comaneci
(1,54m de estatura e 40 kg), em Montreal (1976). Aos 14 anos, Comaneci
obtém quatro vezes a nota dez do júri, alcançando ouro nos exercícios
individuais, nas paralelas assimétricas e na trave de equilíbrio. Fato inédito na
memória do esporte. Mais recentemente se destacaram as russas O.
Mostepanova (1,49m de estatura e 35 kg), campeã mundial em 1986 e
Svetlana Boguinskaya (1,61 m de estatura e 49 kg), campeã olímpica em 1990.
No Brasil, temos o caso da ginasta Luíza Parente, do Clube de Regatas
Flamengo - RJ, que obteve medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de
Cuba, em 1991, na prova de salto sobre o cavalo e Soraya Carvalho, que teve
seu brilhantismo, mas não pode participar dos jogos olímpicos devido a uma
lesão. Hoje o destaque brasileiro fica por conta da ginasta do Flamengo,
Daniele Hypólito, destaque nacional e internacional, que em novembro/2001
conquistou a inédita medalha de prata no torneio internacional de Ginástica
Olímpica, em Marselha (França), e meses depois sagrou-se campeã mundial,
num feito inédito para a ginástica do Brasil.
24 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
Os ginastas brasileiros em destaque no último ano são: Daiane dos Santos,
Daniele Hipólito, Camila Comin, Caroline Molinari, Lais Silva Souza, Diego
Hipólito, Mosiah Rodrigues, Michael Conceição, Vitor Rosa.
Os atuais destaques dos Jogos Pan-americanos 2007/Rio de Janeiro
foram: Danielle Hypólito, Jade Barbosa, Kyuani Dias, Diego Hipólito, Mosiah
Rodrigues, Luis dos Anjos, entre outros.
Estes são apenas alguns exemplos, pois cada aparelho e exercício têm
também regulamentações muito específicas, que poderão condicionar a nota
final se não forem cumpridas. Faltas:-Existem diversos erros que podem ser
cometidos ao longo da realização de um exercício e que darão origem a
deduções na pontuação final. Alguns exemplos são.
No final da execução na chegada ao solo o ginasta dá um passo à
frente para se equilibrar;
Qualquer desequilíbrio resultante de uma má colocação das mãos
no aparelho;
Tocar nos aparelhos com qualquer parte do corpo durante a
execução de um elemento ou de uma saída, exceto quando isso é
necessário - muitas vezes estes erros devem-se a faltas de balanço ou
cálculos das distâncias errados;
Falta de altura na execução de um elemento;
Queda de um aparelho durante a execução de um exercício
ORDEM OLÍMPICA DOS APARELHOS
Em uma competição a ordem olímpica dos aparelhos femininos e
masculinos é:
Aparelhos Femininos:
1-Salto
2-Paralelas Assimétricas
3-Trave de Equilíbrio
4-Solo.
Aparelhos Masculinos:
1-Solo
2-Cavalo com alças
3-Argolas
4-Salto
25 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
5-Paralelas Simétricas
6-Barra Fixa.
CARACTERÍSTICAS POR APARELHOS
Aparelhos Femininos: A ginástica feminina envolve exercícios no salto,
barras assimétricas, trave de equilíbrio e solo.
Salto: -Mesa: 1,25 metros. Trampolim: 20 cm de altura / 1,20 m. de
comprimento / 60 cm de largura. O salto sobre a mesa se caracteriza por uma
corrida de aproximação e um impulso sobre as duas pernas unidas sobre um
trampolim, segue um rápido impulso das duas mãos sobre a mesa. Pode
conter rotações simples ou múltiplas em torno dos eixos corporais. Terminando
com aterrissagem (com os dois pés) de frente ou de costas para o aparelho.
Todos os saltos devem ser realizados com repulsão de ambas as mãos sobre o
cavalo. A distância da corrida pode ser determinada individualmente. No limite
máximo de 25 mts. A chegada no trampolim deve ser com os dois pés e pode
ser: da corrida de aproximação ou de um elemento. São permitidas 3 (três)
corridas de aproximação, desde que a ginasta não tenha tocado o trampolim e
ou o cavalo. Não é permitida uma quarta corrida. Os saltos encontram-se
classificados em quatro grandes grupos, onde os valores variam. No entanto,
isso significa que deverão cumprir as regras específicas de cada um deles
quanto ao número de elementos executados e quanto à sua correção. As fases
do salto são: corrida, abordagem ao trampolim, 1º voo, apoio/repulsão, 2º voo e
aterrissagem.
Paralelas Assimétricas: Altura do barrote inferior: 1,48 metros com
variação de mais de 3 cm. Altura do barrote superior: 2,28 metros com variação
de mais de 3 cm. Diferença entre o barrote superior e inferior: 80 cm com
variação de mais de 1 cm. As alturas são tomadas a partir do colchão de
proteção de 20cm. As barras assimétricas são paralelas e colocadas sobre
suportes. A largura de ambas as barras é semelhante, com 2,40m. A barra
menor é ajustável e pode ficar de 1,4m a 1,6m do solo. A outra tem altura de
2,20m a 2,30m. Elas devem estar afastadas uma da outra em pelo menos
1,00m. Neste aparelho predominam exercícios de suspensão e voo e são
utilizados como posição passageira os movimentos de apoio. A ginasta deve
trocar de barras, girando e executando movimentos elegantes e harmônicos.
Os exercícios nas barras assimétricas se caracterizam por elementos de
impulsos, balanços, giros, voos, sem pausa, sem balanços intermediários,
observando-se a continuidade e a fluência. A execução desta prova deve incluir
uma passagem frequente entre as duas barras, rotações, mudanças de direção
e saltos. É necessário que nunca se pare entre os exercícios executados, não
sendo também permitido suporte de mãos ou pés adicionais assim como
balanços que não façam parte dos elementos ou da sua preparação. O
26 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
exercício deve ser composto de elementos de diferentes grupos. As partes de
dificuldade A - B - C - D – E e super. E, devem representar uma variedade dos
seguintes grupos de elementos: dos grupos estruturais devem ser executados
elementos com giros sobre o eixo longitudinal (piruetas) e transversal (mortais),
trocas de tomadas e elementos com voo.
Trave: A atleta pode iniciar os exercícios na trave de equilíbrio, parada ou
correndo. A trave é de madeira forrada com espuma e coberta com couro ou
vinil.
Tem 5metros de comprimento por 10cm de largura e fica a 1,2m do solo.
A altura é medida a partir do colchão de proteção de 20 cm.
A apresentação pode durar de 70 a 90 segundos e deve incluir movimentos
em toda a extensão do aparelho.
A série deve ser composta por elementos dos diferentes grupos:
Elementos Acrobáticos: com ou sem voo em movimentação
para a frente, lado ou trás.
Elementos da Dança, giros, saltos, combinação de passos e
corridas, elementos de equilíbrio, posição sentada, deitada e ondas
corporais.
Características da série: a série se caracteriza por combinações de
elementos acrobáticos, elementos de dança e coreográficos, apresentando um
trabalho artístico, executado com feminilidade, beleza e elegância, expressão e
estilo pessoal em equilíbrio:
1- Equilíbrio estático - movimentos que demonstram o domínio das
posições específicas do aparelho.
2- Equilíbrio Dinâmico - elementos acrobáticos saltos e giros da
dança.
3- Equilíbrio Recuperado - finalização e manutenção do equilíbrio
nos elementos acrobáticos, saltos da dança e saída.
A avaliação do exercício começa com a impulsão no trampolim até a saída
nos colchões. Existem 6 elementos obrigatórios que devem ser executados ao
longo do exercício, mas é importante também que se mantenha o ritmo e a
harmonia dos elementos. A execução da ginasta deve ser tão segura e
confiante quanto se ela estivesse realizando estes movimentos no solo.
Durante o exercício devem ser criados pontos altos e dinâmicos com:
Elementos acrobáticos e ginásticos de diferentes grupos.
Variações no ritmo entre movimentos rápidos e lentos, para frente, lado e
para trás. Mudança do trabalho próximo e afastado da trave.
27 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
Solo: No solo é utilizado um tablado com molas recoberto por esteira com
área de 12 X 12metros. Ultrapassar a área de solo com qualquer parte do
corpo tocando o solo fora da linha limítrofe, resultará em dedução de 0,10
pontos. A série deve conter uma variedade de combinações e elementos
acrobáticos, elementos da dança e coreográficos em harmonia com a música;
apresentando um trabalho artístico com feminilidade, beleza, elegância,
expressão e estilo pessoal.
Conteúdo do Exercício: as partes de valor A, B, C, D, E e super E, devem
vir dos seguintes grupos de elementos:
Elementos Acrobáticos: com e sem vôo, em movimentação para frente e
para trás.
Elementos da Dança: giros, saltos, combinações de passos e corridas e
ondas corporais.
A avaliação do exercício começa com o primeiro ginástico ou acrobático da
ginasta. A duração do exercício de solo não pode ser menor que 1 minuto e 10
segundos nem maior que 1 minuto e trinta segundos. O acompanhamento
musical pode ser orquestrado, piano ou outro instrumento sem canto. Os
exercícios no solo devem ser coreografados recorrendo ao uso de música. A
ginasta deve executar uma combinação de elementos de ginástica e de
acrobacia, conjugando-os com diversos saltos. Esta é a prova que exige
grande harmonia e esforço. Ultrapassar a área de solo (12 m x 12 m) significa
tocar o solo com qualquer parte do corpo, fora da linha demarcatória, a cada
ultrapassagem existe uma dedução. As partes de valor (dificuldade) A - B - C –
D- E e super E, devem pertencer aos seguintes grupos de elementos:
Elementos acrobáticos com ou sem fase de voo para frente ou para o lado e
para trás. Elementos ginásticos, tais como: giros, saltos, combinações de
passos e corridas e ondas corporais.
Aparelhos Masculinos: A ginástica masculina inclui o exercício de solo,
barra fixa, barras paralelas, cavalo com alça, salto e argolas.
Solo: Na ginástica de solo, os exercícios são executados em uma área
quadrada, recoberta por um tatame quadrado de 12m x 12m, com mais 01
metro de faixa de segurança, em feltro ou outro material semelhante. A
apresentação da série deve durar entre 50 e 70 segundos. Os exercícios
exploram velocidade, flexibilidade, força e equilíbrio na execução de saltos,
giros e provas de elasticidade. A superfície do solo deve ser totalmente
utilizada durante a execução desta prova. Existe também um conjunto de
elementos obrigatórios, sendo mais uma vez importante a harmonia e o ritmo
do ginasta. A essência da série são os elementos acrobáticos que deverão ser
combinados com os elementos ginásticos, tais como parada de mãos,
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elementos de flexibilidade, força e equilíbrio, compondo uma série rítmica e
harmônica.
Cavalo com alças: O cavalo com alças é um aparelho coberto de couro,
com 1,60m de comprimento, 35cm a 37cm de largura e 1,10 de altura, com
duas alças de madeira de 12cm de altura colocadas a uma distância de 40cm a
45cm uma da outra. O ginasta, seguro nas alças, faz movimentos contínuos de
balanços circulares, de tesoura e com as pernas juntas (volteio). O ginasta
deve utilizar as três porções do cavalo na execução do seu exercício. O ginasta
deve executar continuamente movimentos circulares, exceto durante a
realização das tesouras. A única parte do corpo que deve tocar no cavalo ou
nas alças são as mãos, o que dificulta bastante a realização dos elementos
característicos deste aparelho. A série do cavalo com alças caracteriza-se por
impulsos circulares e pendulares em diversas posições de apoio e sobre todas
as partes do cavalo. Devem predominar os volteios com pernas unidas.
Impulsos passando pela parada de mãos com ou sem câmbios (giros, piruetas)
são permitidos. Os elementos dos diferentes grupos estruturais deverão ser
executados com impulso e sem interrupção do movimento. ELEMENTOS DE
FORÇA NÃO SÃO PERMITIDOS.
Argolas: As argolas são aros de madeira ou de fibra de vidro, com 18cm
de diâmetro externo, suspensas por correias de uma altura de 5,5m, elas
mesmas a 2,5m do solo, e 50cm de distância entre si. A prova combina
movimentos de impulso, força e flexibilidade. Um ginasta deve conseguir
executar vários tipos de exercícios incluindo rotações e elementos de força.
Estes implicam que o ginasta deve estar parado pelo menos dois segundos
numa posição vertical ou horizontal em relação ao solo. Esta é uma prova que
exige um controle absoluto, pois as argolas devem estar sempre paradas e os
braços e mãos não devem tremer ou mover-se. A série deverá ser composta
por elementos de impulso, de força e estáticos em iguais proporções. Estas
ligações deverão ser executadas pela suspensão, para ou através da
suspensão, pela parada de mãos, pelo apoio e para tal deve predominar a
execução com os braços estendidos. Na ginástica atual ligação de impulso à
força e vice-versa, deve compor as séries. Os balanços dos cabos nas partes
estáticas são penalizados como erro.
Salto: O salto é realizado sobre o aparelho chamado “Mesa”, apresenta-se
um trampolim ou uma cama elástica diante da mesa, onde apoia as mãos para
saltar e terminar em posição firme sobre um colchão posto a frente deste. O
salto se inicia com as pernas unidas, e termina com uma aterrissagem em
posição em pé com as pernas unidas, de costas ou de frente para a mesa,
atrás do aparelho. Todos os saltos devem ser realizados com repulsão de
ambas as mãos sobre o cavalo. A distância da corrida pode ser determinada
individualmente. No limite máximo de 25m. A chegada no trampolim deve ser
com os dois pés e pode ser da corrida de aproximação ou de um elemento.
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São permitidas 3 (três) corridas de aproximação, desde que a ginasta não
tenha tocado o trampolim e ou o cavalo. Não é permitida uma quarta corrida.
Os saltos encontram-se classificados em quatro grandes grupos, isso significa
que deverão cumprir as regras específicas de cada um deles quanto ao
número de elementos executados e quanto à sua correção. As fases do salto
são: corrida, abordagem ao trampolim, 1º voo, apoio/repulsão, 2º voo e
aterrissagem.
Paralelas Simétricas: As barras paralelas simétrica são duas barras de
madeira (ou fibra) com 3,50m de comprimento, colocados a uma distância que
varia de 42 cm a 52cm uma da outra, a uma altura de 1,95m. Os exercícios nas
paralelas combinam diversos movimentos, mas principalmente largadas e
balanços. Este exercício é constituído por elementos de rotação, mudança de
braços e de força, embora os dois primeiros sejam mais frequentes. É também
necessário executar um movimento em que ambas as mãos do ginasta não
estejam em contato com o aparelho. A série deve ser composta por :elementos
de impulso e voo, elementos de diferentes grupos estruturais, elementos
executados de forma contínua entre a suspensão e o apoio. Não deve ter
balanços intermediários e pausas entre os elementos.
Barra Fixa: A barra fixa é feito com aço polido, tem 2,4m de comprimento
por 2,8cm de diâmetro e fica a 2,5m de altura em relação ao solo. Diferentes
exercícios são feitos de forma contínua nesse aparelho principalmente à base
de balanço (oscilação) e retomadas. O ginasta deve estar sempre em
movimento quando executa esta prova, incluindo elementos de rotação, saltos
e movimentos de largada e retomada da barra. Exercícios mais complexos com
rotações e saltos podem valer pontos de bonificação importantes. Esta
condição varia muito de acordo com o nível de cada competição (categorias
dos atletas); porém em geral, em cada prova se realizam dois conjuntos de
exercícios: um chamado de obrigatório, que é igual para todos os competidores
e definido pelo órgão responsável pela competição; e outro criado pelo atleta,
chamado de livre, composto por pelo menos onze partes.
A composição da série, sem exceção, de elementos de impulso que devem
ser executados sem interrupção e com diferentes empunhaduras ( dorsal,
palmar e cubital). A série deve conter: giros gigantes, elementos com rotação
ao longo do eixo longitudinal, elementos de vôo.
O primeiro conjunto é julgado exclusivamente do ponto de vista de sua
execução, ou seja, a figura do ginasta, a fluência do desempenho e a harmonia
entre as partes dos exercícios. No segundo conjunto, avalia-se o grau de
dificuldade dos movimentos, bem como a originalidade e a beleza da
composição. Cada modalidade de exercício tem regras e regulamentos
próprios para a contagem dos pontos, que são distribuídos entre as notas de
Dificuldade, Combinações/Ligações, Execução e Originalidade.
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O ginasta comete falta ao cair do aparelho, perder o equilíbrio, manter as
pernas e/ou os braços encurvados, executar movimentos com pouca extensão
ou desenvoltura, fazer uma manobra extra para se equilibrar ou concluir
subitamente um movimento.
Posturas E Saltos
As posturas são movimentos importantes para a ginástica pois iniciam,
finalizam e interligam os movimentos propriamente ditos, combinados entre si.
Posturas Básicas: Estendida, Grupada, Carpada, Afastada e Celada.
Saltos sem aparelhos gímnicos: é um momento explosivo e dinâmico,
com ou sem progressão, no qual existe uma perda total de contato com o solo
e uma acentuada fase aérea, a impulsão e a retomada com o solo pode ser
sobre um ou dois pés.
Podem ser classificados em: Grupado, Salto em extensão ou afastamento
antero-posterior, Carpado, Tesoura, Salto em “X” (Estendido com afastamento
lateral dos MMII), Salto reversão, Salto em arco.
Deve-se amortecer os saltos com uma aterrissagem segura (chegar
primeiramente com a parte anterior da planta do pé, seguida pela parte
posterior (calcanhar) para evitar lesões na coluna e nos tornozelos.
Girar: movimento em trono do próprio eixo em apoio sobre os dois pés,
pode ser executado com ou sem deslocamento variando os segmentos
superiores e inferiores.
Balanceio e Circundução: são os movimentos executados de acordo com
os planos, combinados com deslocamento, saltos, saltitos e em
deslocamentos.
Rolamentos: podem ser executados em torno do eixo transversal e
longitudinal, são considerados complexos pelo grau de dificuldade
A ginástica artística se caracteriza por uma sucessão de esforços estáticos
combinados com ações musculares dinâmicas. As séries de argolas, nas
barras paralelas, nas barras assimétricas e na trave de equilíbrio são alguns
dos exemplos desse tipo de atividades combinadas.
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TERMINOLOGIA ESPECÍFICA APLICADA À GINÁSTICA ARTÍSTICA
1) As posições básicas do corpo.
Posição estendida: caracteriza-se pela ausência de ângulos nas
articulações do quadril e joelhos.
Posição grupada: caracteriza-se pela flexão das articulações do quadril e
joelhos.
Posição carpada: caracteriza-se pela flexão do quadril e extensão dos
joelhos.
Posição afastada: caracteriza-se pelo afastamento das pernas; quando
alcança 180° é chamada de espacate, apresentando duas opções: afastamento
anteroposterior e afastamento lateral.
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Posição afastada-carpada: além do afastamento lateral das pernas, há uma
flexão do tronco para a frente.
Posição selada: caracteriza-se pela hiperextensão da coluna vertebral.
2) A relação executante – aparelho:
Facial ou de frente – o executante tem o aparelho à sua frente.
Dorsal ou de costas – o executante tem o aparelho atrás de si.
Lateral ou de lado – o aparelho se encontra ao lado do executante.
3) Equilíbrios ou Paradas: Nos equilíbrios o centro de massa (CM)
se encontra acima do ponto de contato com a superfície de apoio. Há
diversos tipos de equilíbrios, entre eles.
Posição de pé, sobre um ou dois pés;
Posição ajoelhada;
Parada de cabeça;
Parada de ombros;
Equilíbrio facial sobre uma perna (avião), entre outros
4) Suspensão: posições nas quais a linha dos ombros se encontra
abaixo do aparelho. Podem ser.
Suspensão alongada;
Suspensão invertida (de cabeça para baixo);
Suspensão facial – quando estamos com a barra à nossa frente;
Suspensão dorsal – quando as costas estão voltadas para a
barra;
Suspensão afastada – com as pernas afastadas
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5) Apoio: posições em que o peso do corpo e sustentado
prioritariamente sobre os braços. Distinguem-se.
Apoio facial (ou de frente) – quando se está de frente para a
superfície de apoio;
Apoio dorsal (ou de costas) – quando se está de costas para a
superfície de apoio;
Apoio lateral (ou de lado) – quando se está com uma das laterais
do corpo voltada para a superfície de apoio
Quando em posição de pé (cabeça para cima):
Exercícios para a frente são aqueles em que a face, ou a parte da frente do
corpo, está voltada no sentido do movimento;
Exercícios para trás são aqueles em que as costas estão voltadas para o
sentido do movimento.
Quando em posição invertida (de cabeça para baixo):
Exercícios para a frente são aqueles em que as costas estão voltadas no
sentido do movimento;
Exercícios para trás são aqueles em que a face, ou a parte da frente do
corpo, está voltada no sentido do movimento.
OBS: Exercícios para o lado são aqueles em o lado esquerdo ou direito do
corpo está voltado para a direção do movimento, independente de o executante
estar de cabeça para cima ou para baixo.
As capacidades físicas mais utilizadas na ginástica olímpica são:
1-Coordenação Motora: É a integração do sistema nervoso central e da
musculatura esquelética em um movimento ou em uma sequência de
movimento. A coordenação envolve uma ação simples como andar como
outras mais complexas como realizar a roda (estrela).
2-Flexibilidade:- É a qualidade física responsável pela execução voluntária
máxima por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites
morfológicos, sem risco de provocar lesão. (Dantas, 1995).
A flexibilidade envolve a mobilidade articular (movimento das articulações)
e a elasticidade muscular:(alongamento dos músculos).Na Ginástica Artística
trabalha-se a Flexibilidade Ativa e Passiva.
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3- Força: “É a habilidade de um músculo ou grupamento muscular de
vencer uma resistência, produzindo tensão na ação de empurrar, tracionar ou
elevar” (Tubino, 1992, p.20).
4-Potência: O conceito de potência emitido pela física é igual à força
multiplicada pela velocidade. Para a atividade física. O sinônimo corrente de
potência é a força explosiva, ou seja, a quantidade de trabalho feito na unidade
de tempo.
5-Velocidade: “Qualidade particular do músculo e das coordenações
neuromusculares que permite uma sucessão rápida de gestos (...) (Tubino,
1979, p.30)”.
A velocidade pode determinar o grau de dificuldade de um movimento, ou
seja, a maioria dos exercícios se torna mais difíceis se realizados com maior
velocidade.
6-Agilidade: “Capacidade que se tem para mover o corpo no espaço o
mais rápido possível. Muitos estudiosos consideram a agilidade como sinônima
de velocidade de troca de direção (...) (Tubino,1979)”.
Pode-se dizer que a agilidade é saber agir com velocidade, porque envolve
a utilização do espaço com eficiência e rapidez.
7-Equilibrio: “Qualidade física conseguida por uma combinação de ações
musculares com o propósito de sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei
da gravidade”. (p.41). O princípio básico do equilíbrio é se manter em pé,
depois de uma sequência por grau de dificuldade pode-se considerar:
sustentar-se sobre um pé, pular, andar em plano de alto relevo, realizar a
parada de mãos (parada de dois apoios). Na Ginástica trabalham-se os
equilíbrios: Dinâmico, estático e recuperado.
8-Resistência: É uma qualidade que permite ao indivíduo realizar um
esforço continuado, reagindo contra a fadiga. Existem diferentes tipos de
resistência, cada tipo exigirá a utilização de uma determinada fonte de energia.
(Resistência aeróbia e anaeróbia).
Na ginástica a mais utilizada é a resistência anaeróbia pois o sistema
anaeróbio é o maior fornecedor de energia, contribuindo com 80% da energia
total necessária para a execução dos movimentos específicos.
9-Ritmo: O ritmo é o determinante do tempo disponível para realizar um
movimento, assim como entre um movimento e outro. O ritmo determina: a
velocidade do movimento, se lento, moderado, rápido, veloz, etc... A pausa
entre um movimento e outro; entre uma ação e outra há um intervalo, o ritmo
encadeia o tempo de ação e de repouso, de movimento e de relaxamento.
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10-Alongamento: É uma extensão do músculo além de seu comprimento
em repouso, não busca aumentar o nível de amplitude dos movimentos, ou
seja, não há esforço sobre a articulação e também não se aplica força externa.
Segundo Barbanti (1994), alongamento é dividido em: 1)Alongamento
Dinâmico: quando se utiliza movimentos de balanceios ou oscilações de
segmentos, visando aumentar a amplitude muscular. 2) Alongamento Estático:
quando o músculo desejado permanece na sua maior extensão possível.
SEQUENCIA PEDAGÓGICA
É a sucessão de movimentos, naturais ou construídos, visando um
objetivo; a ordem dos movimentos acontece de acordo com a importância e a
dificuldade. Ela é dividida em estágios de desenvolvimento: descoberta,
intencionalidade, análise, aperfeiçoamento, desenvolvimento. Os objetivos
visados são: Alunos: experimenta, imagina, tenta, imita, descobre, constata,
avalia e seleciona. Professor: orienta, incentiva, ajuda, avalia e corrige.
SEQUENCIA GINÁSTICA
É uma sequência de exercícios utilizando os fundamentos básicos da
ginástica (saltos e posturas) que somados às habilidades motoras se interligam
de forma harmoniosa.
APRENDIZAGEM DA GINÁSTICA ARTÍSTICA
A contribuição da Ginástica Artística na formação básica da criança, ela
propicia o domínio corporal e o auto controle de suas emoções através do
aperfeiçoamento do esquema e da consciência corporal. Proporciona uma
diversificação e variedade de movimentos e situações (Orientação Espaço
Temporal). Potencializa e desenvolve as capacidades físicas dentro da
educação do movimento. Proporciona a capacidade de interpretar o
movimento, de executa-los com técnica e postura, aliando a arte e a técnica
nas execuções dos exercícios de maior dificuldade executando-os com
harmonia e equilíbrio, procurando superar-se a cada novo desafio que lhe é
imposto.
Cada autor se especializou em uma determinada etapa da aprendizagem
motora dentro da Ginástica Artística e cito abaixo quatro destes autores:
“Hostal” mais ligado à parte cognitiva e do desenvolvimento psicológico,
“Chautemps” relacionado à aprendizagem motora, “Leguet” às Ações Motoras
e suas ligações e “Carrasco” direciona à parte técnica dos movimentos
HOSTAL
Hostal sub-divide o desenvolvimento da criança em:
1-Esquema Corporal e Consciência Corporal:
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-Adaptação em diferentes espaços: horizontal/vertical/alturas /velocidades.
-Busca do equilíbrio em situações inabituais.
-Coordenação Motora.
-Postura.
-Ritmo.
2-Desenvolvimento Psicomotor nos Domínios:
a)Cognitivo: entender o que faz, tomar consciência, saber reconhecer as
exigências de uma situação, decidir.
b)Afetivo: controle das emoções, disciplina, ousar, aceitar e mostrar-se).
c)Motor: executar ações propostas, melhorar as capacidades físicas.
3-Desenvolvimento Psicológico-Psiquico:
a)Adaptação ao não familiar.
b)Vontade de ser bem sucedido.
c)Coragem, ousadia e audácia.
d)Auto-afirmação, domínio e confiança.
e)Espírito de luta e perseverança
4- Desenvolvimento Físico:
a)Tônus muscular – postura.
b)Melhoria das capacidades físicas: flexibilidade muscular, mobilidade
articular, força estática, dinâmica e explosiva, potência, velocidade, impulsão,
controle e coordenação em diversas posições.
c) Senso de orientação em diversas posições.
5- Plano Mental:
Atenção / Reflexão / Concentração / Percepção / Imaginação / Antecipação
/ Memorização.
6- Plano Social – Relação Criança X Criança X Professor:
Responsabilidade / Iniciativa / Disciplina / Respeito / Cooperação/
Auxiliomútuo/ Espírito crítico.
CHAUTEMPS
Segundo CHAUTEMPS, a aprendizagem em Ginástica Artística se
subdivide em etapas: Familiarização, Iniciação e Aperfeiçoamento.
37 INET – INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS
De acordo com “CHAUTEMPS” a aprendizagem da Ginástica Artística se
divide em.
FAMILIARIZAÇÃO
Adaptar-se aos aparelhos e aos movimentos: apoio, suspensão,
posições invertidas as rotações.
Conhecimento dos aparelhos.
Execução dos movimentos simples de forma dirigida (trabalho
pedagógico).
Estímulo de diferentes posições e manuseios.
Exercícios de curta duração.
Exercícios repetidos (melhoria das sensações
INICIAÇÃO
Abordagem de assuntos novos ( ação de dar informações desconhecidas).
Ensino-Aprendizagem de exercícios pré-determinados: estudos e
posições, estudos dos exercícios chave (básicas), divisão do processo em
etapas:
Período Preparatório: Preparação teórico-metodológico, determinação
dos objetivos do ensino, investigação das estruturas motoras e da técnica dos
exercícios, processos pedagógicos-didáticos, elaboração do programa
individual, em grupo.
Período Básico: Obtenção da execução inicial do exercício, avaliação do
nível de preparação do aluno, preparação motora preliminar (estudo inicial do
exercício).
APERFEIÇOAMENTO
Fortalecimento e aperfeiçoamento dos hábitos motores.
Estabelecimento do hábito e aperfeiçoamento da técnica do exercício
(movimento eficaz e elegante).
Execução do exercício em combinações.
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Continuação do aperfeiçoamento através da execução da técnica
correta, levando-se em conta fatores como a capacidade física através
da força, flexibilidade, coordenação, ritmo e equilíbrio
MÉTODOS DE ENSINO
Explicação Verbal: período curto de explanação com o objetivo de
despertar o interesse e a atenção.
Demonstração: substituir comentários com o objetivo de situar a atenção
no plano visual: analisar e corrigir.
Tentativa de Execução Completa: o professor avalia as capacidades dos
alunos, dependendo das experiências anteriores, das exigências técnicas, da
capacidade física, da audácia e coragem.
Decomposição do exercício: analisar as fases mais importantes e
valoriza-las, explorar as qualidades necessárias (força, sustentação,
flexibilidade,etc...).
Processos Pedagógicos: utilizar meios auxiliares através de proteção
material, auxílios diversos.
Repetição: praticar e treinar; estimular a perseverança; melhorar a
execução (criar novas sensações, eliminar deficiências de condicionamento
físico), resistência, técnica e postura; execução do máximo de elementos com
um mínimo de tempo; aquisição do automatismo.
LEGUET
As ações motoras na Ginástica Olímpica de acordo com “LEGUET” são:
agir, criar, mostrar, ajudar, organizar, etc.. nos planos: afetivo, cognitivo e
motor.
Leguet divide os primeiros passos para atividade em doze Ações
Motoras: saltar, aterrissar e equilibrar-se, girar sobre si mesmo, balancear em
apoio, balancear em suspensão, passar pelo apoio invertido, passar pela
suspensão invertida, deslocar-se em bipedia, equilibrar-se, passagem pelo solo
ou trave, abertura e fechamento. As ações podem ser executadas
isoladamente ou coordenadas entre si: Saltar (sem girar). Girar sobre si mesmo
(sem saltar). Passar pela suspensão invertida. Passar pelo apoio invertido.
AÇÃO COORDENADA:Um exemplo de ação coordenada é o salto mortal
no solo que envolve: saltar, girar sobre si mesmo e aterrissar.
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Um exemplo de ação coordenada em série no solo seria: PI + girar sobre si
mesmo + saltar + passar pelo apoio invertido + equilibrar-se + deslocar-se +
saltar e aterrissar.
Um dos problemas com uma ação é se ação é pouco eficiente, é certo que
a coordenação com outras não progredirá.
Sem uma vivência suficiente em apoio invertido, não se pode esperar
realizar uma reversão para frente ou para trás.
PRÁTICA PEDAGÓGICA: A prática pedagógica deve partir do interesse
dos alunos, deve partir também da individualidade do aluno (idade, aquisições
anteriores, etc..), deve utilizar uma pedagogia mais de ação do que centrada
em explicações orais, trabalhar com variáveis materiais (alto, baixo, proteção,
segurança, variar as ações, observar os materiais, adequação, preparar um
ambiente adequado(temperatura, espaço, conforto), a prática será conseguida
através da variação e das combinações das ações motoras.