Mec Alisson Matheus

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  Alisson Oliveira da Silva Matheus Weizenmann PROPOSTA DE UM TROCADOR DE CALOR PARA REFRIGERAÇÃO DE UMA TRANSMISSÃO HIDRÁULICA Horizontina 2013

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Trabalho de COnclusão de Curso - Dimensionamento de um trocados de calor para refrigerar fluido da transmissão de um veiculo mini baja

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  • Alisson Oliveira da Silva

    Matheus Weizenmann

    PROPOSTA DE UM TROCADOR DE CALOR PARA REFRIGERAO

    DE UMA TRANSMISSO HIDRULICA

    Horizontina

    2013

  • Alisson Oliveira da Silva Matheus Weizenmann

    PROPOSTA DE UM TROCADOR DE CALOR PARA REFRIGERAO

    DE UMA TRANSMISSO HIDRULICA

    Trabalho Final de Curso apresentado como requisito parcial para a obteno do ttulo de Bacharel em Engenharia Mecnica, pelo Curso de Engenharia Mecnica da Faculdade Horizontina.

    ORIENTADOR: Ademar Michels, Doutor.

    Horizontina

    2013

  • FAHOR - FACULDADE HORIZONTINA

    CURSO DE ENGENHARIA MECNICA

    A Comisso Examinadora, abaixo assinada, aprova a monografia:

    Proposta de um trocador de calor para refrigerao de uma transmisso

    hidrulica

    Elaborada por:

    Alisson Oliveira da Silva Matheus Weizenmann

    como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em

    Engenharia Mecnica

    Aprovado em: 02/12/2013 Pela Comisso Examinadora

    ________________________________________________________ Prof. Dr. Ademar Michels

    Presidente da Comisso Examinadora - Orientador

    _______________________________________________________ Prof. Dr. Fabiano Cassol

    FAHOR Faculdade Horizontina

    ______________________________________________________ Prof. Dr. Richard Thomas Lermen FAHOR Faculdade Horizontina

    Horizontina 2013

  • DEDICATRIA

    De Alisson Oliveira da Silva, Aos meus pais Antonio Juarez Cesar da Silva e Noeli Oliveira da Silva e minha filha Laura Pelo apoio e incentivo ao longo desta caminhada acadmica.

    De Matheus Weizenmann, Ao meu pai, Vilson Luiz Weizenmann e minha me Clarice Maria Schmitt. Pelo apoio incondicional na busca pelos meus sonhos, sempre.

  • 1

    AGRADECIMENTOS

    Aluno Alisson Oliveira da Silva

    Agradeo primeiramente a Deus, pela oportunidade de estar realizando um

    dos meus sonhos: tornar-me Engenheiro Mecnico.

    Agradeo aos meus pais, Antonio Juarez e Noeli pelo amor e incentivos

    dedicados, inclusive financeiros, que me possibilitaram cursar a faculdade e almejar

    meus objetivos.

    Minha gratido minha esposa Cssia Massaia e minha filha Laura e, em

    nome delas, a toda a famlia, pela fora dada nas horas adversas e pela

    compreenso das ausncias e, em algumas vezes, abandono do seio familiar para

    dedicar tempo s provas, trabalhos, artigos e TFC.

    Meu abrao aos meus amigos, principalmente aos Netos do Velho Barreiro,

    pelos momentos memorveis de diverso e descontrao, bem como o acalento nos

    momentos ruins. As lembranas que tenho dessa nossa parceria sempre estaro

    comigo, onde quer que eu v.

    Agradecimento aos mestres da faculdade, com quem aprendi muito,

    especialmente ao Dr. Ademar Michels, meu orientador e mentor, com quem

    desenvolvi um grande volume de conhecimento, tornando-me um melhor profissional

    e despertando o interesse pela docncia, que pretendo desenvolver aps a

    graduao.

    Agradecimento especial, tambm, a quem me apoiou e me ajudou em minha

    carreira profissional: Marcos Schnneider, Elisier Weise, Joel Oliveira, Diego Souza e

    Valdecir Kohler. Minha gratido pelo voto de confiana e por acreditarem em meu

    potencial.

    E um eterno obrigado ao meu colega de TFC Matheus Weizenmann, pelo

    empenho e dedicao a este trabalho, e acima de tudo, por ser um amigo para todas

    as horas.

  • 2

    Aluno Matheus Weizenmann

    Agradeo inicialmente aos meus pais Vilson Luiz Weizenmann e Clarice

    Maria Schmitt, por todas as oportunidades que sempre me proporcionaram nesta

    vida, a minha irm Maria Antonia, ao tio Csar, que sempre me serviu de inspirao,

    a madrinha Laci que foi como uma segunda me e ao primo Eduardo Schmitt eterno

    parceiro.

    Agradeo tambm a todos professores que contriburam na minha formao,

    principalmente ao nosso orientador Ademar Michels que sempre lutou pelos alunos e

    deve servir de exemplo a todos os colegas.

    Aos amigos de Boa Vista do Buric, Cristiano Feltens, Diogo Hermann,

    Charles Leidemer, Cassiano de Souza, Willian Hahn, Diego Schons, Maira Giaretta,

    Matheus Kochhann, Leonardo Lansing, Priscila Marchi, Eduardo Fin ao professor

    Ricardo Wergner, aos colegas da escolinha Moleco e todos que de alguma forma

    fizeram parte do meu crescer.

    Agradeo ainda aos que me oportunizaram um crescer profissional,

    oportunizando estagio curricular, Srs. Douglas de Quadros e Silvino Chewinski, aos

    colegas que muito me ajudaram Leandro de Souza e Jurandir Travassos, bem como

    a alguns amigos que me receberam em Jaragu do Sul, Caroline Mazardo, Eduarda

    Hilgert, Jonatan Rosa e principalmente a Glaci Schuster que me recebeu em seu lar

    para esse novo desafio.

    Aos eternos parceiros que encontrei ao longo da faculdade: Rafael Mattioni,

    Evandro Michael, Thiago Spillari, Joo Martins, Giordano Delevatti, Leonardo

    Prevedello, Andr Pederiva, Tiago Rhoden, Thiago Pereira, Alvaro Balestrin

    Djonatan Maldaner, Kassio Melchior, Luan Fronza, Ricardo Parlow, Ronan Chiodeli,

    Luciano Mota e todos os Netos do Velho Barreiro.

    Obrigado aos amigos que fiz em Horizontina, Rafael Lautenchleger, Jean

    Tormes, Darlis Dreisseg, Alexander Silva, Betina Friederich, Alan Israel, Deise

    Berger, Gustavo Sturmer, Matheus Hickmann e principalmente aos meus trs irmos

    Matheus Ra, Lucas Sartor e Michael Markus.

    E ao finalizar gostaria de deixar um agradecimento todo especial ao maior

    gaiteiro que essa faculdade j teve e meu colega nesta monografia, Alisson Oliveira

    da Silva, O Finco.

  • 3

    Um costelo gaudrio to bom que depois de

    me formar em engenharia vou comear a

    estudar biogentica, pois tenho o objetivo de

    desenvolver um boi feito somente de costela!

    (Chailan Dellanora Rossetto)

  • 4

    RESUMO

    Nas competies de baja SAE, a transmisso o ponto chave da competitividade.

    Baseado nesta afirmao, um grupo de acadmicos da Faculdade Horizontina

    props um prottipo de veculo off-road que utiliza transmisso hidrulica. A

    principal restrio para a aplicao deste tipo de transmisso uso de altas

    presses para atingir o torque e velocidade necessrios, que acarreta no

    aquecimento excessivo do fluido hidrulico em virtude das perdas de carga por

    atrito. O trabalho trata do dimensionamento de um trocador de calor para a

    refrigerao deste fluido evitando danos ao sistema hidrulico. Utilizando o

    levantamento de dados, anlise trmica do sistema de transmisso e aplicao da

    metodologia -NUT, obteve-se um trocador de calor de tubos e aletas contnuas,

    com capacidade de trocar 2910 W com o ambiente, atendendo s demandas de

    resfriamento deste sistema hidrulico e evitando o aquecimento do fluido alm de

    100C.

    Palavras-chave: Fluidos hidrulicos. Trocador de calor. Dimensionamento.

  • 5

    ABSTRACT

    In competitions of baja SAE, the transmission is the key point about

    competitive. Based on this affirmation, a group of academics at Horizontina College

    proposed a prototype of vehicle off-road using hydraulic transmission. The major

    restriction for application of this transmission type is the use about high pressures for

    get the torque and velocity required, resulted on high heating about hydraulic fluid

    because of frictional losses. The job comes about sizing of heat changer for the

    cooling that fluid avoiding damages at hydraulic system. Using data collection,

    thermal analyses of hydraulic system and application of method -NUT, obtained a

    heat exchanger of continued tubes and fins, with capacity of change 2910W with the

    ambient, view the demands of cooling of that hydraulic system and avoiding the

    heating of fluid beyond of 100C.

    Keywords: Hydraulic fluids.Heat exchanger.Sizing.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Curvas v x T para trs tipos de fluido de mesma classe de viscosidade ........... 16

    Figura 2: Valores tpicos para fluidos hidrulicos. ............................................................ 17 Figura 3: Associao da transferncia de calor por conduo ......................................... 19 Figura 4: Processos de transferncia de calor por conveco ......................................... 20

    Figura 5: Exemplo de trocador de calor compacto ...................................................... ....23 Figura 6: Transferncia de calor no escoamento atravs de cilindros com feixe de tubos cilndricos com aletas individuais ........................................................................... 28 Figura 7: Transferncia de calor atravs do feixe de tubos cilndricos, com aletas contnuas. ....................................................................................................................... 29 Figura 8: Transferncia de calor e atrito atravs do feixe de tubos chatos com aletas de chapas contnuas. ...................................................................................................... 29

    Figura 9: Exemplo de Transmisso hidrulica para veculo off road ........................ 33 Figura 10: Miolo de trocador de calor compacto selecionado .......................................... 39 Figura 11: Efetividade de um trocador de calor com escoamento cruzado ...................... 43 Figura 12: Modelo 3D do trocador desenvolvido .............................................................. 45 Figura 13: Modelo 3D em corte do trocador desenvolvido ............................................... 45

  • SUMRIO

    1. INTRODUO .......................................................................................................................................... 12

    1.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................................................... 12

    1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ...................................................................................................................... 13

    2. REVISO DA LITERATURA ................................................................................................................. 14

    2.1 SISTEMAS HIDRULICOS........................................................................................................................ 14

    2.2 AQUECIMENTO EM SISTEMAS HIDRULICOS .................................................................................. 14

    2.3 PROPRIEDADES DO FLUIDO RELACIONADAS TEMPERATURA ............................................... 15

    2.3.1 VISCOSIDADE .............................................................................................................................................. 15

    2.3.2 PROPRIEDADES TRMICAS ........................................................................................................................... 16

    2.4 DISSIPAO DO CALOR EM SISTEMAS HIDRULICOS .................................................................. 17

    2.5 TRANSFERNCIA DE CALOR ................................................................................................................. 18

    2.5.1 CONDUO.................................................................................................................................................. 18

    2.5.2 CONVECO ................................................................................................................................................ 19

    2.5.3 RADIAO ................................................................................................................................................... 20

    2.6 TROCADORES DE CALOR ....................................................................................................................... 20

    2.6.1 BASEADA NA APLICAO ............................................................................................................................ 21

    2.6.2 BASEADA NO ESCOAMENTO ......................................................................................................................... 22

    2.7 TROCADORES DE CALOR COMPACTOS ............................................................................................ 22

    2.8 ANLISE DE TROCADORES DE CALOR E MTODO E-NUT ............................................................ 23

    2.8.1 MEMORIAL DE CLCULO PARA ANLISE E DIMENSIONAMENTO DE TROCADORES DE CALOR COMPACTOS ... 24

    2.8.2 CALOR GERADO NO SISTEMA ....................................................................................................................... 24

    2.8.3 CALOR DISSIPADO PELO RESERVATRIO ...................................................................................................... 25

    2.8.4 DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR DE CALOR ............................................................................................ 26

    3. METODOLOGIA ...................................................................................................................................... 32

    3.1 MTODOS E TCNICAS UTILIZADOS ................................................................................................... 32

    3.1.1 COLETAR DADOS ......................................................................................................................................... 32

    3.1.2 DEFINIR DESEMPENHO PRETENDIDO PARA O TROCADOR.............................................................................. 32

    3.1.3 DIMENSIONAR O TROCADOR ........................................................................................................................ 33

    4. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS ......................................................................... 34

    4.1 DADOS DE OPERAO DA TRANSMISSO HIDRULICA ............................................................... 34

    4.2 AQUECIMENTO DO FLUIDO EM ESCOAMENTO ................................................................................ 36

  • 1

    4.3 CALOR DISSIPADO PELO RESERVATRIO ........................................................................................ 38

    4.4 DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR DE CALOR ............................................................................. 39

    4.5 DIMENSES DO TROCADOR DE CALOR ............................................................................................ 41

    5. CONSIDERAES FINAIS .................................................................................................................... 45

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................................................................... 47

    APNDICE A DESENHO DETALHADO DO TROCADOR DE CALOR ............................................... 48

    ANEXO A ESPECIFICAES PARA LEO LUBRIFICANTE SHELL TELLUS S2 M 46 ............... 50

    ANEXO B PROPRIEDADES TERMOFISICAS DE GASES PRESSO ATMOSFRICA ............... 52

  • 2

  • 1. INTRODUO

    Um grupo de acadmicos da Faculdade Horizontina props um prottipo de

    veculo off-road popularmente conhecido como mini baja, substituindo a

    transmisso mecnica para um tipo no usual neste veculo: a transmisso

    hidrulica.

    Ao encontrar-se na fase de detalhamento do projeto, houve a constatao da

    necessidade de um volume de fluido alm do previsto, gerando assim um acrscimo

    de massa ao veculo. Necessitando de vises amplas quanto reduo de massa,

    partiu-se da ideia de reduo da quantidade de fluido no reservatrio. Porm o

    sistema hidrulico de transmisso proposto trabalha a presses elevadas, em torno

    de 12 MPa. Consequentemente, as perdas de carga geradas neste sistema so

    elevadas e causam aquecimento no fluido hidrulico. Com a reduo do volume do

    reservatrio, o aquecimento deste fluido acelerado, havendo um aumento rpido

    na temperatura do mesmo. Dessa forma, para evitar o comprometimento da

    integridade do sistema, necessrio resfriar o fluido hidrulico por meio de um

    trocador de calor.

    O trabalho proposto trata do dimensionamento de um trocador de calor

    compacto para a refrigerao do fluido hidrulico do sistema de transmisso.

    Conforme engel (2009), trocadores de calor so dispositivos facilitadores de troca

    de calor entre dois fluidos encontrados em temperaturas distintas e evitando a

    mistura dos mesmos.

    1.1 OBJETIVO GERAL

    Este trabalho tem por objetivo propor um trocador de calor compacto para

    refrigerao especifica do fluido hidrulico com aplicao em sistema de transmisso

    de um prottipo de veculo Off-Road.

  • 13

    1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

    - Entender, por meio da literatura especfica, aspectos referentes ao

    fenmeno de aquecimento e transferncia de calor em sistemas hidrulicos,

    - Identificar a real necessidade de refrigerao, levando em considerao o

    calor dissipado pelo reservatrio.

    - Dimensionar o trocador para obter a maior taxa possvel de dissipao de

    calor com dimenses compatveis ao chassi de um prottipo Off-Road

  • 2. REVISO DA LITERATURA

    2.1 SISTEMAS HIDRULICOS

    Segundo Brunetti (2008), a definio mais elementar de fluido diz que este

    uma substncia que no tem uma forma prpria , assume o formato do recipiente

    que a contm. Como diferenciao visual para os slidos, este conceito esclarece

    perfeitamente o comportamento dos fluidos. Em uma abordagem mais aprofundada,

    Brunetti (2008) descreve os fluidos como substncias que se deformam

    continuamente, quando submetidas a esforos tangenciais, no atingindo uma nova

    configurao de equilbrio esttico, ou seja, uma substncia que escoa.

    O uso de fluido sob presso como meio de transmisso de potncia, ocorreu

    a partir da Primeira Guerra Mundial, com o surgimento da primeira prensa hidrulica

    e do guindaste hidrulico. A palavra Hidrulica deriva Da raiz grega hidros (gua), ou

    seja, a cincia que estuda o comportamento dos fluidos em estado lquido

    escoando em tubulaes e sob presso. (FIALHO, 2003)

    Linsingen (2003) afirma que os sistemas hidrulicos foram se sofisticando, o

    que permitiu o uso a presses cada vez maiores, tornando-os mais compactos,

    precisos e eficientes. Palmieri (1994) salienta que atualmente o uso da transmisso

    de fora fluida devido a sua versatilidade tornou-se evidente, sendo utilizado desde

    sistemas de frenagem de automveis, at sistemas complexos, como controles de

    aeronaves.

    2.2 AQUECIMENTO EM SISTEMAS HIDRULICOS

    Conforme Linsingen (2003), devido evoluo dos sistemas hidrulicos, com

    o uso de presses cada vez maiores, e do processo de converso de energia,

    inevitavelmente, estes sistemas esto condicionados a aquecerem.

    Conforme Palmieri (1994), o principio bsico de qualquer sistema hidrulico

    a transformao de energia mecnica em energia hidrulica, para nova

    transformao em energia mecnica. Neste processo h vrias perdas, convertidas

    em energia trmica e transferidas ao fluido hidrulico, causado principalmente pelo

    atrito viscoso durante o escoamento do fluido dentro das tubulaes. Alteraes

  • 15

    elevadas na temperatura do fluido, devido dissipao de energia, provocam

    alterao da viscosidade, por consequncia, alteram-se as perdas por vazamento e

    as condies de operao do sistema (LINSINGEN, 2003).

    Palmieri (1994) afirme que a gerao de calor em um sistema hidrulico pode

    ser devida a vrios fatores, dentre eles:

    - Perdas mecnicas na bomba ou no motor hidrulico, causadas pelo atrito

    destes componentes com o fluido hidrulico;

    - Restries na linha devido a curvas mal elaboradas ou introduo de

    vlvulas, como reguladoras de presso e vazo que restringem e aumentam a

    turbulncia do escoamento;

    - Vlvulas mal dimensionadas, onde a vazo mxima permitida menor que a

    vazo exigida pelo sistema.

    Linsingen (2003) acrescenta que o conhecimento destas caractersticas

    necessrio para se analisar e permitir a adequao do fluido hidrulico s condies

    em que estar operando.

    2.3 PROPRIEDADES DO FLUIDO RELACIONADAS

    TEMPERATURA

    2.3.1 Viscosidade

    Conforme Brunetti (2008) viscosidade a propriedade que indica a maior ou

    a menor dificuldade de escoar. O autor refora que esta uma propriedade que no

    pode ser visualizada em um fluido em repouso, somente em escoamento.

    A viscosidade possui valores diferentes para cada tipo de fluido. Pode

    tambm variar no mesmo fluido, pois esta propriedade est ligada temperatura.

    Conforme Brunetti (2008) a resistncia ao escoamento diminui mediante aumento de

    temperatura e aumenta medida que a temperatura diminui.

    A relao entre viscosidade e temperatura pode ser obtida atravs do

    chamado ndice de viscosidade, que corresponde inclinao das curvas, conforme

    a Figura 01.

  • 16

    Figura 1: Curvas v x T para trs tipos de fluido de mesma classe de

    viscosidade.

    Fonte: Linsingen (2003)

    2.3.2 Propriedades trmicas

    Alm da viscosidade do fluido, outras propriedade esto diretamente ligadas

    temperatura do fluido, calor especfico e a condutividade trmica.(LINSINGEN, 2003)

    O calor especfico a quantidade de calor necessria para elevar a

    temperatura de uma massa unitria em 1C, expresso por J/kg. C.

    Conforme Incropera e DeWitt (2005), a Condutividade Trmica a medida da

    taxa de transferncia de calor atravs de uma superfcie para um gradiente de

    temperatura na direo e sentido do fluxo de calor, em W,

    Onde K o coeficiente de condutividade trmica (W/mC).

    A figura 2 apresenta os valores tpicos de viscosidade, temperatura de

    operao, calor especfico e condutividade trmica para diferentes tipos de fluidos

    hidrulicos.

  • 17

    Figura 2 Valores tpicos para fluidos hidrulicos.

    Fonte: Linsingen (2003)

    O conhecimento e determinao destas propriedades, segundo Linsingen

    (2003), permitem a adequao do fluido correto aos requisitos de operao do

    sistema. A determinao destas propriedades de suma importncia para calcular a

    dissipao de calor do sistema e analisar a possibilidade de refrigerao do sistema.

    2.4 DISSIPAO DO CALOR EM SISTEMAS HIDRULICOS

    De acordo com Palmieri (1994), dependendo da complexidade do sistema

    hidrulico, esse calor pode ser simplesmente dissipado atravs das tubulaes e

    principalmente dentro do reservatrio. Essa dissipao de calor ocorre por

    conveco entre o fluido e a parede do reservatrio, por conduo atravs da

    superfcie do reservatrio e novamente por conveco entre as paredes e o meio.

  • 18

    Se a troca trmica no reservatrio no for suficiente, Fialho (2004) sugere a

    instalao de uma chicana dentro do reservatrio. Esse dispositivo, em forma de

    aleta, aumenta a superfcie de troca trmica dentro do reservatrio, sem que haja a

    necessidade do uso de um trocador de calor.

    O autor acrescenta que, dependendo da necessidade, pode ser introduzido

    um maior nmero de chicanas verticais para forar a circulao do fluido,

    aumentando ainda mais a troca trmica por conveco.

    Se os mtodos anteriores no resultarem em uma dissipao de calor

    satisfatria, deve-se usar um trocador de calor. A seguir sero apresentados os

    meios de transferncia de calor, bem como os equipamentos responsveis pela

    dissipao de calor, denominados trocadores de calor.

    2.5 TRANSFERNCIA DE CALOR

    Segundo Incropera e De Witt (2005), a transferncia de calor a energia

    trmica em transito devido a um desbalanceamento de temperaturas, j os meios

    com que essa transferncia se d so divididos em trs formas: conduo,

    conveco e radiao trmica. Para o caso de trocadores de calor as formas pais

    presentes so as transferncias por conduo e por conveco.

    2.5.1 Conduo

    Conforme Incropera e DeWitt (2005), ao se falar de conduo trmica deve-se

    considerar imediatamente dos conceitos de atividade atmica e molecular. A

    conduo pode ser vista como a transferncia de energia das partculas mais

    energticas para as partculas de menor energia, em um meio que possui interao

    entre elas, uma forma de se observar pela Figura 3.

  • 19

    Figura 03 Associao da transferncia de calor por conduo com a difuso

    de energia devido movimentao molecular.

    Fonte: Incropera e De Witt (2005).

    2.5.2 Conveco

    A transferncia de calor pelo modo da conveco composta basicamente

    por dois mecanismos, a transferncia de calor pelo movimento aleatrio molecular e

    tambm atravs do movimento global. A conveco pode ser classificada como

    forada ou livre, o forado dispe de meios externos que causam o escoamento, tais

    como ventiladores bombas ou ventos atmosfricos, por exemplo, coolers para

    resfriamento de equipamentos eletrnicos, j na conveco livre o escoamento

    induzidos por foras de empuxo, geradas por diferenas de densidades do ar,

    geradas pelas diferenas de temperatura do prprio fludo, por exemplo, trocadores

    de calor dispostos ao ar livre. O mtodo da conveco o que est mais presente

    no caso de trocadores de calor. A Figura 4 apresenta alguns processos de

    transferncia de calor por conveco. (INCROPERA & DE WITT, 2003)

  • 20

    Figura 4 Processos de transferncia de calor por conveco (a) Conveco

    forada, (b) Conveco natural, (c) Ebulio, (d) Condensao

    Fonte: Incropera e De Witt, 2003.

    2.5.3 Radiao

    Como descreve Incropera e DeWitt (2005) este modo de transferncia de

    calor transmite a energia por meio de ondas eletromagnticas. Diferentemente da

    conveco e da conduo a transferncia de energia por radiao no necessita de

    meio material. Trata-se de uma energia emitida por toda a matria que se encontra a

    uma temperatura no nula, acima de 0 K, (-273 C).

    2.6 TROCADORES DE CALOR

    Os processos de troca de calor entre dois fluidos que esto a diferentes

    temperaturas e separados por uma parede slida ocorre em muitas aplicaes de

    engenharia. O dispositivo utilizado para implementar essa troca chamado trocador

    de calor, e as aplicaes especificas podem ser encontradas no aquecimento de

    ambientes e ar condicionado, produo de potencia, recuperao de calor perdido,

  • 21

    bem como no resfriamento de fludos, para cada uma das funes solicitadas a um

    trocador de calor se tem um tipo com melhor eficcia, a seguir so apresentados

    alguns dos tipos de trocadores e a sua classificao que se d normalmente de

    acordo com o a aplicao e arranjo do escoamento. (SCHMIDT, HENDERSON, &

    WOLGEMUTH, 2004)

    2.6.1 Baseada na aplicao

    Baseados na sua aplicao os trocadores de calor podem ser subdivididos

    em com mudana de fase, sem mudana de fase ou regeneradores. Dentro dos

    trocadores de calor com mudana de fase se tem ainda uma nova diviso, o tipo

    mais comum o com tubo e carcaa, onde um dos fluidos escoa por dentro dos

    tubos j o segundo transita pelo meio externo ao das tubulaes, este tipo pode ser

    usado por dois fluidos lquidos bem como por fluidos gasosos. O outro tipo de

    trocador de calor sem a mudana de fase conhecido como de placa ou compacto,

    normalmente utilizado entre duas correntes gasosas ou entre uma corrente lquida e

    outra gasosa, este tipo de trocador tem uma grande rea por unidade de

    volume(SCHMIDT, HENDERSON, & WOLGEMUTH, 2004).

    J os trocadores sem mudana de fase normalmente so baseadas em um

    projeto de tubos e carcaa que sofre alteraes, quando o vapor produzido dentro

    desses trocadores, o trocador de calor recebe o nome de gerador de vapor,

    evaporador ou caldeira. Este vapor pode ser formado ou do lado do tubo ou do lado

    da carcaa, um tipo comum de gerador de vapor aquele em que o combustvel e o

    ar entram no trocador de calor e um processo de combusto ocorre de forma que

    uma quantidade considervel de energia liberada, os gases quentes formados

    durante o processo de combusto transferem calor para o liquido, o que faz com que

    esse mude de fase(SCHMIDT, HENDERSON, & WOLGEMUTH, 2004).

    Quando dois ou mais fluidos trocam calor utilizando a mesma passagem de

    escoamento de forma peridica, de forma que, em qualquer momento, apenas um

    dos fluidos est em contato com o trocador de calor, normalmente estas unidades

    so muito grandes e massivas, estes trocadores so conhecidos como

    regeneradores(SCHMIDT, HENDERSON, & WOLGEMUTH, 2004).

  • 22

    2.6.2 Baseada no escoamento

    Quando sua diviso baseada no escoamento se tem uma diviso em quatro

    grupo, de escoamento de contracorrente, paralelo, cruzado ou ainda de

    contracorrente cruzada, quando os fluxos dos dois fluidos escoam em direes

    paralelas, mas em sentidos opostos, possui a configurao de escoamento de

    contracorrente, este tipo de configurao de trocador de calor se mostra a mais

    eficiente(SCHMIDT, HENDERSON, & WOLGEMUTH, 2004).

    No escoamento paralelo os fluxos dos fluidos escoam na mesma direo e

    sentidos, essas unidades so menos comuns, j que sua eficincia menor do que

    o de contracorrente, no escoamento cruzado e de contracorrente cruzada os fluidos

    escoam em um ngulo de 90, embora as unidades de escoamento cruzado no

    sejam to eficientes quanto aos de contracorrentes, normalmente so utilizadas por

    obter a corrente externa com maior facilidade, por exemplo em um radiador

    automotivo, j os de contracorrente cruzada possuem fcil construo e na medida

    em que o nmero de passes aumenta, a eficincia se aproxima da eficincia de um

    trocador de contracorrente (SCHMIDT, HENDERSON, & WOLGEMUTH, 2004).

    2.7 TROCADORES DE CALOR COMPACTOS

    Segundo Incropera e De Witt (2005), se um trocador de calor tiver uma

    densidade de rea superficial maior do que 700m/m classificado como trocador

    de calor compacto.

    Este tipo de trocador empregado em aplicaes onde pelo menos um dos

    fluidos gasoso, onde o coeficiente de transferncia de calor baixo. Os radiadores

    usados para arrefecimento de veculos so trocadores de calor compactos. Como o

    modelo da figura 05.

  • 23

    Figura 5: Exemplo de trocador de calor compacto.

    Fonte: Radiadores Fenix (2013)

    2.8 ANLISE DE TROCADORES DE CALOR E MTODO E-NUT

    Conforme Incropera e DeWitt (2005), dois procedimentos foram

    desenvolvidos para anlise de trocadores de calor: o Mtodo DTML e o mtodo -

    NUT, sendo que em qualquer destes mtodos, os resultados obtidos so

    equivalentes.

    Conforme zisik (1979) o clculo de capacidade e o clculo das dimenses

    de um trocador de calor so os dois problemas mais importantes quando se trata da

    anlise trmica de trocadores de calor. O clculo de capacidade se refere a

    determinao das temperaturas de sada do fluido, das perdas de carga em um

    trocador de calor e da determinao da taxa de transferncia de calor.

    Basicamente, se as temperaturas de entrada e sada do fluido rio e do fluido

    quente forem conhecidas e a transferncia de calor for especificada, utiliza-se o

    mtodo DTML.

    Porm, segundo zisik (1979), h casos em que se conhecem somente as

    temperaturas de entrada e as vazes mssicas dos fluidos frio e quente, e o

    coeficiente de transferncia pode ser apenas estimado. Nestes casos no h como

  • 24

    obter a temperatura mdia logartmica, pelo fato das temperaturas de sada de

    ambos os fluidos no serem conhecidas. A aplicao do DTML, nestes casos,

    envolve clculos tediosos, sendo indicada a aplicao do mtodo -NUT (efetividade

    do trocador de calor) desenvolvido por Kays e London apud Incropera e DeWitt

    (2005).

    2.8.1 Memorial de clculo para anlise e dimensionamento de

    trocadores de calor compactos

    Segue a seguir as equaes, em sequncia de desenvolvimento lgico,

    utilizadas para o clculo de dimensionamento do trocador de calor proposto para

    este trabalho. O clculo basicamente divide-se em trs partes: determinao do

    aquecimento do fluido no sistema de transmisso hidrulica, verificao do calor

    dissipado pelo reservatrio e dimensionamento do trocador de calor.

    2.8.2 Calor gerado no sistema

    Conforme Brunetti (2003), tem-se que a potncia dissipada em um sistema

    onde um fluido est escoando determinada por:

    (2)

    Onde:

    Ndiss Potncia dissipada, em Watt (J/s)

    - Peso especfico do Fluido Hidrulico, em N/m

    Q Vazo volumtrica do sistema, em m/s

    Hp Energia de fluido dissipada, em .

    A variao de temperatura no fluido, por meio da energia de presso

    transformada em energia trmica expressa por:

    (3)

  • 25

    - Vazo mssica do fluido, em kg/s

    Cp Calor especfico a presso constante do fluido, em J/kg.C

    T diferena de temperatura de sada do fluido do reservatrio e da entrada no

    reservatrio, aps passagem pelo sistema.

    2.8.3 Calor dissipado pelo reservatrio

    Para a verificao do calor dissipado pelo reservatrio utiliza-se a frmula

    para obteno do Coeficiente global de transferncia de calor, por meio das

    resistncias trmicas. Por meio de um mecanismo combinado de resistncias

    trmicas por conveco dos fluidos hidrulico, conduo nas paredes do reservatrio

    e conveco com o ar externo, o coeficiente obtido pela equao 4.

    ( )

    Onde Ui o Coeficiente Global de transferncia de calor do reservatrio, em

    W/mC, hi o coeficiente de transferncia por conveco no interior do reservatrio

    (fluido hidrulico) em W/mC, he o coeficiente de transferncia por conveco na

    superfcie exterior do reservatrio, ri o raio interno do reservatrio, re, o raio

    externo; k a condutividade trmica do material constituinte do reservatrio,

    expressa em W/mC, Ai, rea lateral interna e Ae rea lateral externa, ambas em m

    e L o comprimento do reservatrio.

    Para o caso de valores de hi no conhecidos e caso o escoamento seja

    laminar (Re< 2300), considerando o fluxo de calor constante, pode-se usar a

    seguinte frmula:

    Sendo h o coeficiente de transferncia trmica or conveco no fluido no

    escoamento interno, k a condutividade trmica deste fluido e D o dimetro interno do

    reservatrio.

    Para o caso de he desconhecido, utiliza-se o mtodo de clculo para

    escoamento externo de cilindros transversais, proposto por Churchill e Bernstein

  • 26

    apud Incropera e DeWitt (2005), que baseado numa frmula emprica, expressa

    por

    [ ( )

    ]

    [ (

    )

    ]

    Nu Nmero de Nusselt

    Pr Nmero de Prandt (tabelado)

    O nmero de Reynolds correspondente ao escoamento externo pode ser

    determinado pela equao 7.

    Sendo V a velocidade do fluido externo em m/s, D o dimetro externo do reservatrio

    em m e a viscosidade cinemtica do ar em m/s.

    2.8.4 Dimensionamento do trocador de calor

    Aps determinar o calor dissipado pelo reservatrio, pode-se dimensionar o

    trocador de calor atravs do mtodo -NUT. Esse mtodo, Segundo Incropera e De

    Witt (2005), o mais indicado para projetos de trocadores de calor, onde no se tem

    o conhecimento das temperaturas de sada dos fluidos quente e frio, mas somente

    as temperaturas de entrada de ambos os fluidos.

    Nesse mtodo temos que

    Efetividade do trocador e calor

    Qmax Taxa mxima de transferncia de calor , em W/s

    Q taxa real de transferncia de calor, em W/s

    A taxa mxima de transferncia de calor poderia ser obtida num trocador de

    calor em contracorrente com comprimento infinito. Incropera e DeWitt (2005)

    informam que nesse caso o fluido frio seria aquecido at a temperatura de entrada

    do fluido quente.

    A equao para Q max definida por

  • 27

    Cmin Capacidade calorfica mnima entre os dois fluidos, em W/C

    Tq,e Temperatura de entrada do fluido quente, em C

    Tf,e Temperatura de entrada do fluido frio, em C

    Por definio, a capacidade calorfica de ambos os fluidos do trocador de

    calor :

    Sendo a vazo mxima do fluido quente (q) e do fluido frio (f), em kg/s; Cp o

    calor especfico a presso constante em J/kgC. C mn ser o menos valor entre Cq e

    Cf, pois conforme Incropera e DeWitt (2005) a mxima transferncia de calor

    ocorrer no fluido com menor capacidade calorfica, pois este tua como o fator

    limitante, de acordo com a Lei de Conservao de energia. Se Cmax fosse utilizado,

    o fluido que possui a menor capacidade calorfica teria de experimentar um aumento

    de temperatura superior ao seu mximo, o que fisicamente impossvel.

    De acordo com Incropera e DeWitt (2005), nos clculos para trocadores de

    calor compactos, foram estudadas caractersticas de transferncia de calor e

    escoamento para diversos tipos de geometrias e arranjos, atravs do trabalho

    clssico de Kays e London, fornecendo dados empricos para a obteno dos

    coeficientes de transferncia de calor nas superfcies destas geometrias.

    Tais resultados, conforme InCropera e DeWitt(2005) esto correlacionados

    em termos do fator de Colburn e do nmero de Reynolds e com o nmero de

    Staton, conforme as equaes 11, 12 e 13.

    Sendo h o coeficiente de conveco externa, em w/mC, Cp o calor

    especfico do ar e Pr o nmero de Prandt (tabelado para o ar). G a velocidade

    mssica de escoamento do fuido e definida por

  • 28

    G - Velocidade mssica, em kg.m/s

    m - Vazo mssica total, em kg/s

    Amn - rea transversalmente mnima do escoamento livre, em m

    E o nmero de Reynolds, necessrio para determinao do fator , dado

    por

    Onde: Re = Nmero de Reynolds

    = Dimetro hidrulico, em m

    = Viscosidade absoluta, em

    G = Velocidade mssica, em kg.m/s

    Calculando estes dados, pode-se utilizar os diagramas desenvolvidos para

    variados tipos de geometria e arranjos tubulares e de aletas, conforme as figuras 6,

    7 e 8. Assim por meia da equao 11, pode-se verificar qual o coeficiente de calor

    externo para o arranjo especificado.

    Figura 6: Transferncia de calor no escoamento atravs de cilindros com feixe

    de tubos cilndricos com aletas individuais

    Fonte: zisik (1979)

  • 29

    Figura 7: Transferncia de calor atravs do feixe de tubos cilndricos, com

    aletas contnuas.

    Fonte: zisik (1979)

    Figura 8: Transferncia de calor e atrito atravs do feixe de tubos chatos com

    aletas de chapas contnuas.

    Fonte: zisik (1979) (2012)

  • 30

    Para determinar o coeficiente global de transferncia, utilizou-se a equao 4. Para efetuar este clculo, a frmula foi escrita em funo da rea externa (Ae). Com isto a equao 14 fica da seguinte forma:

    ( )

    De acordo com Incropera e Dewitt (2005), pode se usar uma relao entre

    as reas externa e interna, correspondentes e correlacionadas razo das reas

    ocupadas pelas aletas/rea total do trocador, isto ,

    (

    )

    Definido o coeficiente de transferncia ou conveco externo, pode-se aplicar

    a equao 4 para obteno do Coeficiente global de transferncia (U). Em seguida,

    aplica-se a anlise -Nut para verificao do desempenho do trocador e as

    dimenses do mesmo.

    Deve-se determina a relao Cmn/Cmx Esse valor necessrio para

    encontrar NUT (nmero de unidades de transferncia, fator adimensional) do

    diagrama da figura 11, possibilitando verificar as dimenses do trocador de calor.

    Esta configurao de trocador de calor considerada como escoamento cruzado

    com ambos os fluido no misturados, uma vez que as aletas da superfcie agem

    como tubulaes para o ar.

    Figura 11: Efetividade de um trocador de calor com escoamento cruzado,

    ambos fluidos no misturados.

  • 31

    Fonte: Incropera e DeWitt (2005)

    Onde o nmero de unidades de transferncia, o coeficiente global

    de transferncia do trocador de calor, a rea de transferncia de calor e a

    menor capacidade calorfica entre os fluidos quente e frio.

    Dessa forma, pode-se calculara a rea de transferncia trmica do trocador.

    Para calcular o volume do trocador a relao entre a rea superficial e o volume do

    trocador, que peculiar para cada tipo de arranjo de miolos dos trocadores de calor

    compactos (anexos

    Como a rea frontal do trocador definida, o comprimento em direo ao

    escoamento deste trocador de calor pode ser determinado pela equao 17.

    Onde L o comprimento do trocador de calor, em m, V o volume do trocador

    em m e Af a rea frontal do trocador de calor, em m. Sendo assim, pode-se

    determinar a quantidade de tubos e aletas atravs do diagrama do miolo do trocador

    de calor de aletas contnuas, contido nos anexos deste trabalho.

  • 32

    3. METODOLOGIA

    3.1 MTODOS E TCNICAS UTILIZADOS

    Como procedimento de execuo de pesquisa, definiu-se para o presente

    estudo o seguinte:

    1. Coletar dados;

    2. Definir desempenho pretendido para o trocador;

    3. Dimensionar o trocador.

    3.1.1 Coletar dados

    Inicialmente foi realizado o levantamento de dados com base no modelo

    hipottico de uma transmisso hidrulica para veculo Off Road, pertinentes do

    ponto de vista da gerao e transferncia de calor, como:

    - Vazo e presso de trabalho do Sistema

    - Tipo de escoamento (Nmero de Reynolds)

    - Perda de carga e eficincia dos motores hidrulicos, responsveis pelo

    aquecimento;

    - Dimenses do reservatrio;

    -Dados e propriedades do fluido Hidrulico utilizado (viscosidade, massa

    especfica, coeficiente de condutividade trmica, temperaturas de trabalho e calor

    especfico.

    3.1.2 Definir desempenho pretendido para o trocador

    Baseado nos dados coletados no item anterior, verificou-se o real

    aquecimento do fluido contido no sistema de transmisso, considerando que o

    aquecimento deste sistema ocorrer em virtude da transformao da energia

    dissipada em energia trmica, ou seja Ndiss = Q

    Foi identificada a quantidade de calor dissipado pelo reservatrio, utilizando o

    coeficiente global de transferncia de calor, por meio das resistncias trmicas.

    Obteve-se a taxa de calor dissipada pelo reservatrio, e se pode verificar a

  • 33

    necessidade de uso de trocador de calor e que quantidade de calor excedente devia

    ser trocada com o ambiente.

    3.1.3 Dimensionar o trocador

    O prximo passo foi o dimensionamento do trocador de calor que teve por o

    objetivo estabelecer o tipo de trocador mais adequado ao projeto com melhor

    relao custo benefcio, obteno da eficincia do trocador escolhido, nmero de

    passes e o tipo de escoamento, utilizando o mtodo efetividade-NUT (-NUT). Para

    determinar as dimenses do trocador de calor, foram utilizados os diagramas de

    diversos miolos de trocadores de calor compactos, conforme as figuras 6,7 e 8,

    selecionada uma das geometrias e, baseado nos dados da mesma, obteve-se o

    coeficiente global do trocador de calor e as dimenses do mesmo, que esto

    apresentadas na seo de resultados deste trabalho.

    Com as dimenses definidas, criou-se um prottipo virtual por meio de um

    software CAD, para visualizar o trocador de calor e seu arranjo e posio no layout

    do sistema de transmisso hidrulica.

  • 4. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS

    4.1 DADOS DE OPERAO DA TRANSMISSO HIDRULICA

    A proposta do trocador de calor do trabalho baseia-se em um modelo

    hipottico de transmisso hidrulica para prottipos off road SAE. O sistema possui

    duas bombas hidrulicas associadas em paralelo, sendo uma responsvel pela

    alimentao de dois motores hidrulicos no eixo traseiro e a outra responsvel pela

    alimentao dos motores do eixo dianteiro. Esse fato deve ser levado em

    considerao, pois a perda de carga em ambas as bombas quase idntica, logo o

    aquecimento em ambas ser o mesmo. O nico diferencial que o retorno dessas

    duas bombas circula pela mesma canalizao do trocador de calor, ou seja, a vazo

    mssica dobra em relao vazo de operao do sistema. A figura 9 exemplifica

    de maneira sucinta o esquema da transmisso hidrulica.

    Figura 9: Exemplo de Transmisso hidrulica para veculo off road.

  • 35

    O quadro 1 mostra as informaes estimadas para este sistema. Estas

    informaes foram baseadas na curva de vazo em relao presso de trabalho

    das bombas hidrulicas, ou seja, vazo de 0,0005 m/s, a bomba recalca fluido a

    uma presso de 12 Mpa.

    Quadro 1: Condies de operao do sistema de transmisso Hidrulica

    Dados de operao da transmisso hidrulica para prottipo off road

    Presso de trabalho 12 MPa

    Vazo Mxima por Bomba 0,0005 m/s

    N de bombas 2

    Vazo no retorno 0,001 m/s

    Modelo da bomba Parker Hannifin P11

    N de motores 4

    Modelo de motores Parker Hannifin TE 0050

    Eficiencia dos motores 0,8

    Perda de carga nos motores/bomba 4,8 MPa

    Perda de carga na tubulao + Acessrios 1,1 Mpa

    Fonte: Adaptado de Parker Hannifin (2013).

    Referente ao fluido hidrulico, Palmieri (1994) cita que o fluido a ser utilizado

    deve ser o indicado pelo fabricante dos equipamentos. Por meio do aplicativo Shell

    Lube Match pode-se obter o fluido indicado para os motores e bombas selecionados.

    A tabela 1 um condensado das informaes retiradas de Catlogos Tcnicos de

    Lubrificantes contm as propriedades do leo SM46

    Tabela 1: Propriedade do Fluido Hidrulico

    Propriedades do leo Shell SM 46

    Viscosidade cinemtica 4,5.10-5 m/s

    Massa especfica 879 kg/m

    Peso especfico 8623 N/m

    Calor especfico (Cp) 1890 J/kgC

    Ponto de oxidao 130 C

    Temperatura mxima ideal de operao 80C

    Natureza Mineral Fonte: Adaptado de Shell Company (2013)

    To igualmente importante quanto o leo hidrulico, o fluido frio, neste caso o

    ar, tambm tem de ter suas propriedades determinadas. Neste caso as propriedades

  • 36

    importantes so a massa especfica, a condutividade trmica, o nmero de Prandt, a

    viscosidade cinemtica, a viscosidade absoluta e o calor especfico, dados estes

    levando em conta que o ar est em temperatura ambiente, ou seja,

    aproximadamente 25C ou 300 K. As propriedades do ar a esta temperatura so

    apresentadas na tabela 2.

    Tabela 2: Propriedades do ar a temperatura ambiente (300K)

    Propriedades do ar

    Massa especfica 1,1614 kg/m

    Calor especfico 1007 J/kgC

    Viscosidade absoluta 184,5 . 10-7 N.s/m

    Viscosidade Cinemtica 15,89 . 10-6 m/s

    Coeficiente de Conduo trmica 26,3.10-3 W/mC

    Nmero de Prandt 0,707 Fonte: Incropera e DeWitt (2005)

    4.2 AQUECIMENTO DO FLUIDO EM ESCOAMENTO

    Conforme citado anteriormente, o aquecimento do fluido ser calculado com

    base na potncia dissipada em virtude das perdas de carga do sistema. Portanto as

    seguintes hipteses foram consideradas: o fluxo de calor constante, a potncia

    dissipada ser integralmente convertida em energia trmica, o calor trocado entre a

    tubulao, acessrios com o meio desprezvel e o carro movimenta-se a uma

    velocidade mdia de 30 km/h e a presso para dimensionamento ser a mxima

    presso que de 120 bar ou 12 Mpa.

    De acordo com o Quadro 1 , a perda de carga total de 5,9 Mpa. Dessa

    forma a potncia dissipada por este sistema, dada pela equao 2 com o peso

    especfico do fludo hidrulico, no valor de 8623 N/m, a vazo volumtrica de

    0,0005 m/s e altura correspondente s perdas de carga, no valor de 687 m,

    obtendo-se uma potncia dissipada de 2962 W.

    Lembrando que Hp, foi determinado atravs do teorema de Stevin, conforme a

    equao 10, sendo a queda de presso (perda de carga) expressa em 5,9 MPa e o

    peso especfico no valor de 8623 N/m. Com isso obteve-se o valor de Hp, j

    supracitado.

  • 37

    Levando em considerao a hiptese anteriormente citada de que a energia

    perdida em forma de perda de carga ser convertida integralmente em energia

    trmica, podemos utilizar a equao de balano de energia, conforme a equao 3,

    para obtermos a alterao de temperatura no fluido. Dividindo a potncia pelo

    produto da multiplicao da vazo mssica de fluido hidrulico, no valor de 0,44 kg,s

    e o calor especfico deste fluido (1890 J/kgC), foi verificado que o fluido aquecer

    3,5 C desde sua sada do reservatrio at o retorno do mesmo.

    Lembrando que a vazo mssica a vazo volumtrica do fluido

    multiplicada pela massa especfica, onde se obteve 0,44 kg/s.

    O resultado obtido na equao 12 indica que a cada segundo, fornecendo

    2962 J, 440 gramas de fluido aquecero 3,5 graus Celsius. Esse aquecimento

    impacta em menor proporo no reservatrio, porm a temperatura continua se

    elevando, at atingir a temperatura de 130C e neste ponto o fluido comea a oxidar

    e mudar de fase, conforme informaes do fabricante.

    Conforme citado anteriormente, a literatura prope que para proporcionar

    uma melhor troca trmica e refrigerao do fluido hidrulico, deve-se usar um

    volume equivalente a trs vezes a vazo em litros/minuto, isto , para esta aplicao

    do veculo off road, onde a vazo corresponde 30 litros por minuto, o reservatrio

    teria de comportar 96 litros de fluido hidrulico. Tais valores so impraticveis, em

    funo do espao limitado no chassi do veculo, bem como o ganho excessivo de

    massa. Dessa maneira, buscou-se diminuir este reservatrio para 30 litros para

    reduo da massa do carro, porm sem comprometer a circulao do fluido

    hidrulico, e utilizar o trocador de calor para refrigerao.

    O uso de trocador ser necessrio, pois o tempo estimado para que o fluido

    atinja a temperatura mxima de operao sem que haja degradao do leo e

    possivelmente avarias no sistema de transmisso, menor que o tempo necessrio

    para a operao mxima da transmisso do mini baja, que de 5 horas, durante a

    prova de enduro.

    Pode-se estimar o tempo mdio utilizando a equao 3 com alteraes,.

    Substituindo a vazo mssica pela massa de fluido do reservatrio, teremos a taxa

    de aumento de temperatura por segundo, dentro do reservatrio no valor de 0,06

    C/s. Isso significa que a essa taxa de aquecimento o fluido aumentara de 25C a

    100C em aproximadamente 20 min em um reservatrio com capacidade para 30

    litros.

  • 38

    4.3 CALOR DISSIPADO PELO RESERVATRIO

    Para que o trocador de calor seja utilizado, primeiramente precisa-se

    verificar o calor transferido atravs deste reservatrio. Para tal considerou-se, que

    para uma capacidade de 30 litros, este reservatrio, que ser em formato cilndrico,

    possui as dimenses de 0,5 m de comprimento e dimetro interno de 0.28 m. o

    tanque ser confeccionado em ao carbono tendo condutividade trmica k de 60,5

    W/mC, conforme Incropera e De Witt (2005). A parede tem espessura de 3 mm, e

    o reservatrio possui possuindo uma rea superficial total interna de 0,55 m e uma

    rea externa de 0,57 m.

    Para determinar a transferncia de calor utilizou-se o mtodo de coeficiente

    transferncia global, j que para o caso do reservatrio h um mecanismo

    combinado de troca de calor envolvendo conveco do lado interno, conduo

    atravs da parede do tubo e conveco externa com o ambiente, conforme a

    equao 4. Porm esta equao s poder ser aplicada caso os coeficientes de

    transferncia por conveco h do lado do fluido e do lado do gs tenham sido

    especificados.

    Conforme citado anteriormente, se o escoamento interno for laminar e o

    fluxo de calor constante, pode-se usar a relao proposta da equao 5. Utilizando

    os dados da tabela do fluido e considerando D o dimetro interno do reservatrio,

    tm-se um valor para o coeficiente de transferncia interno hi de 1,71 W/mC

    Para o escoamento esternos foi verificado o valor de he por meio da

    equao de Churchill e Bernstein apud Incropera e De Witt (2005), para o

    escoamento externo sobre um cilindro (equao 6). Utilizando as propriedades do ar

    da tabela 2, obteve-se um coeficiente de transferncia interna he de 26W/mC.

    Para calcular o nmero de Reynolds utilizou-se a equao 7 em conjunto

    com as propriedades do ar da Tabela 2, considerando um velocidade mdia de

    deslocamento do veculo off-road de 8,3 m/s(30km/h) e o dimetro externo do

    reservatrio, gerando um nmero de Reynolds de valor 149390.

    Substituindo os valores de Equao14 e Equao15 na Equao4 obteve-se

    um coeficiente global de transferncia (Ui) de 1 W/mC, totalizando um

    transferncia de calor taxa de 1,95W. Verificou-se que o calor dissipado pelo

  • 39

    reservatrio muito inferior ao calor gerado, ou seja, necessrio o emprego de um

    trocador de calor para a refrigerao do fluido Hidrulico.

    4.4 DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR DE CALOR

    Conforme citado anteriormente, caso a troca de calor entre fluidos envolva

    um fluido gasoso, e o espao fsico para instalao do trocador de calo seja restrito,

    faz-se o uso de trocadores de calor compactos. No caso do prottipo SAE, ambas as

    condies ocorrem.

    A metodologia de clculo do trocador de calor exige a escolha de geometrias

    e arranjos de aletas que j foram amplamente estudadas e mapeadas

    empiricamente, em virtude da troca de calor no miolo desses trocadores serem

    complexa por Kays e London, conforme Incropera e DeWitt (2005).

    Dessa forma optou-se pelo dimensionamento de um trocador de calor

    compacto com tubos circulares e aletas contnuas, superfcie 8.0-3/8T, conforme

    figura 10. Este tipo de trocador de calor bastante recorrente em aplicaes

    automotivas, alm de possui uma construo mais robusta e facilitada, bem como

    possuir boa compactao, isto alta superfcie de troca de calor por unidade de

    volume. O diagrama utilizado para clculo encontra- se no anexo C

  • 40

    Figura 10: Miolo de trocador de calor compacto selecionado

    Fonte: Incropera e DeWitt(2005)

    Como se pode perceber, esse arranjo possui alguns dados bastante

    especficos para este tipo de geometria e o coeficiente de fator externo pode ser

    Encontrado em funo do numero de Colbourn (j) e o nmero de Reynolds do

    escoamento do lado do ar.

    A velocidade mssica para este caso, leva em considerao a velocidade

    mdia do carro, ou seja, aproximadamente 8,3 m/s. Para que a vazo mssica de ar

    possa ser melhor controlada, sugere-se a instalao de duas entradas de ar

    quadradas, sendo uma em cada lateral, de dimenso (0, 3 m x 0,3m) que

    velocidade mdia, permitir a entrada de ar para o trocador de calor, razo de 1,74

    kg/s.

    Foi arbitrada uma rea frontal para o trocador, de 0,09 m (0,3m X 0,3m),

    visando evitar alteraes nas dimenses do chassi do carro e multiplicando-a pela

    razo da rea de escoamento livre/rea frontal (), conforme a figura 10, o valor de

    G (velocidade mssica) ser, conforme a equao 12, de 36,4 kg.m/s.

  • 41

    Para determinao o fator jC , calculou-se o nmero de Reynolds, conforme

    a equao 13 e se obteve o valor de 7,6.103.

    No diagrama de transferncia de calor (anexo C), observou-se que para este

    valor de Nmero de Reynolds, o fator j de Colburn aproximadamente 0,013. Logo.

    Aplicando a equao 19, encontra-se o coeficiente h para a superfcie externa (he)

    de 600 W/mC.

    Apenas deve-se considerar que o material de confeco do trocador de

    calor ser de material bom condutor de calor como alumnio ou cobre, logo a

    resistncia trmica na parede poder ser desprezada. Porm no se conhecia o

    comprimento interno da tubulao do trocador, tampouco a rea interna.

    Substituindo a equao 15 na equao 14, o valor do coeficiente global do

    trocador de calor encontrado foi de 48 W/mC

    4.5 DIMENSES DO TROCADOR DE CALOR

    Para determinar as dimenses do trocador, o mtodo -Nut foi aplicado.

    Com isso, Cmin e Cmax foram calculados entre os dois fluidos, conforme a equao

    10. Lembrando que a vazo mssica no retorno do sistema o dobro da vazo das

    bombas, pois o fluido de ambas retorna pela tubulao do Trocador, o que

    vantajoso, pois potencializa a transferncia do calor. Substituindo as variveis pelos

    valores do fluidos, se tem igual a 1752 W/C e no valor de 1663,2 W/C.

    Verificado que Cmin corresponde ao fluido quente ( .

    Cmn, por definio o menor valor entre Cf e Cq. Logo, segundo a equao

    9, a mxima transferncia de calor possvel neste trocador ser de

    A taxa de calor real do sistema de transmisso foi calculada na equao 14,

    com o valor de 2962 W. Desta maneira assume o valor de 0,50.

    Foi determinada a relao Cmn/Cmx obtendo o valor de 0,95. Esse valor

    necessrio para encontrar NUT (nmero de unidades de transferncia, fator

    adimensional) do diagrama da figura 11, possibilitando verificar as dimenses do

    trocador de calor. Esta configurao de trocador de calor considerada como

  • 42

    escoamento cruzado com ambos os fluido no misturados, uma vez que as aletas da

    superfcie agem como tubulaes para o ar.

    Figura 11: Efetividade de um trocador de calor com escoamento cruzado,

    ambos fluidos no misturados.

    Fonte: Incropera e DeWitt (2005)

    Verificado atravs do diagrama da figura 11 que NUT= 1. Pela equao 16

    calculou-se a rea de transferncia trmica do trocador. Portanto a rea superficial

    ser de 34,65 m

    De acordo com os dados da figura 10, esse arranjo especfico possui uma

    rea de transferncia de calor de 587m/m. Sendo assim pode-se calcular o volume

    ocupado pelo trocador de calor, que ser de 0,06 m

    Como a rea frontal do trocador foi anteriormente definida, com o valor de

    0,09 m, o comprimento em direo ao escoamento deste trocador de calor ser de

    0,67 m.

    Como a rea frontal de 0,09 m, ou seja 0,3 m x 0,3 m e verificando a

    distncia entre os tubos, conforme a figura 10, o distncia entre os tubos na rea

    frontal de 25,4 mm. Ento o trocador de calor ter, por fileira, um nmero mximo

    de tubos igual a 12.

  • 43

    Lembrando que, como o arranjo dos tubos alternado, a primeira fileira ter

    de ter 11 tubos, a segunda 12, a terceira 11 e assim sucessivamente alternando o

    numero de tubos entre 11 e 12.

    O nmero de fileiras em relao ao comprimento em direo ao escoamento

    (em profundidade), tambm pode ser determinado pela figura 10, onde os

    espaamento entre fileiras de tubos de 0,22 mm, portanto em um comprimento de

    0,67 m, o numero de fileira de 30 fileiras

    As aletas devero ter o mesmo comprimento de 0,67 m em relao ao

    escoamento e conforme a figura 10 esto dispostas razo de 315/m. Logo para

    este trocador de calor, esto dispostas 95 aletas com espessura de 0,33 mm. O

    material dos tubos e das aletas, ser alumnio (K = 237 W/mC), em virtude de sua

    elevada capacidade de transferir calor e baixa resistncia trmica.

    A figura 12 trs o modelo desenvolvido em software 3D do trocador

    desenvolvido neste trabalho, o detalhamento do mesmo apresentado no Apndice

    A contido neste documento. A figura 13 apresenta uma viso em corte do trocador

    que foi dimensionado.

    Figura 12: Modelo 3D do trocador desenvolvido.

  • 44

    Figura 13: Modelo 3D em corte do trocador desenvolvido.

  • 45

    5. CONSIDERAES FINAIS

    O presente trabalho teve como proposta o dimensionamento de um trocador

    de calor para arrefecer uma sistema de transmisso hidrulica de um prottipo off

    road SAE, onde haver aquecimento do fluido em virtude das perdas de carga.

    Foram analisadas tais perdas e determinada a carga trmica gerada, onde se

    constatou a necessidade de troca calorfica por meio de um trocador de calor.

    Atravs do referencial terico se pode ter um conhecimento mais aprofundado

    aos assuntos diretamente abordados neste estudo, sendo eles, fluidos hidrulicos,

    sistemas hidrulicos e trocadores de calor, tendo encontrado diretrizes confiveis

    para o desenvolvimento dos clculos e assim um dimensionamento apropriado para

    a funo a ser desempenhada pelo trocador de calor posteriormente dimensionado.

    Os resultados obtidos foram satisfatrios ao esperado. O estudo foi focado

    em trocadores de calor compactos e foram encontradas dimenses cabveis ao

    projeto e com um rendimento de trocas calorficas satisfatrias ao esperado

    inicialmente. O trocador de calor dimensionado capaz de trocar com o ambiente

    2910 W, suprindo eficazmente o aquecimento do fluido hidrulico.

    Utilizando a metodologia -NUT para o clculo da efetividade e dimenses do

    trocador obteve-se xito em relao a dimenses apropriadas ao chassi do prottipo

    SAE, sem a necessidade de modificaes significativas, chegando as seguintes

    dimenses:

    Nmero de aletas:49 aletas

    Dimenses das aletas: 670mm x 300mm x 0.33mm

    Nmero de fileiras: 30 fileiras.

    Tubos por fileira: Intercalado entre 15 fileiras com 11 tubos e 15 fileiras com

    12 tubos.

    Dimenses dos tubos: ext.:10.2mm, int. 9.2mm

    Com os resultados obtidos, ao final deste trabalho, pode-se afirmar que o

    mesmo serviu de grande aprendizado profissional, oportunizando a aplicao dos

    conhecimentos obtidos nas disciplinas estudadas ao longo do curso, de uma forma

    pratica e utilizvel a um projeto que vem sendo desenvolvido na Faculdade

    Horizontina.

  • 46

    A rea ainda tem grandes estudos a serem desenvolvidos por trabalhos

    futuros, como por exemplo, a construo fsica e testes do modelo dimensionado

    neste trabalho, bom como a melhoria dos trocadores de calor existentes e assim que

    esse meio de transferncia de energia possa ter sua utilizao expandida a demais

    mercados, bem como o estudo para a melhora nos materiais utilizados na

    construo destes trocadores ou os modelos dos mesmos para que assim as

    eficincias destes dispositivos possam ser aumentadas.

  • 47

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BORGNAKKE, C.; SONNTAG, R. E. Fundamentos da termodinmica. 7. ed So Paulo: Blucher, 2009.

    BRUNETTI, Franco. Mecnica dos Fluidos. 2. ed. So Paulo: Pearson

    Prentice Hall, 2008. ENGEL, Y. A. Transferncia de calor e massa: Uma abordagem pratica. 3.

    ed So Paulo: McGraw Hill, 2009. FIALHO, Arivelto B. Automao Hidrulica: Projetos, Dimensionamentos e

    Anlise de Circuitos. 2. ed. Tatuap: Ediitora rica, 2004. INCROPERA, F. P.; DE WITT, D. P. Transferncia de calor e massa. 5. ed

    So Paulo: LTC, 2005. LINSINGEN, Irlan von. Fundamentos de sistemas Hidrulicos. 2. ed.

    Florianpois: Ed. Da UFSC, 2003.

    ZISIK, M. Necati. Heat Transfer. So Paulo: McGraw Hill, 1979.

    PALMIERI, Antonio Carlos. Manual de Hidrulica Bsica. 9. ed. Porto Alegre: Rancine Hidrulica Ltda, 1994.

    RADIADORES FENIX. Catlogo de radadores e equipamentos para

    arrefecimento. Disponvel em: < http://seligaboituva.com.br/radiadores_fenix_boituva.html>. Acesso em 12 nov. 2013

    SCHMIDT F. W.; HENDERSON R. E.; WOLGEMUTH C. H. Termodinmica,

    Mecnica dos fluidos e Transferncia de Calor. 2. ed. So Paulo: Blcher, 2004. SHELL BRASIL PETRLEO LTDA. Dados tcnicos Oleo Hidrulico Tellus

    S2 M 46. Disponvel em: . Acesso em 30 out. 2013.

    SHELL BRASIL PETRLEO LTDA. Shell LubeMatch. Disponvel em:<

    http://lubematch.shell.com.br/br/pt_BR/equipment/tb_tc_te_tf_series_lsht_torqmotors

    _016983>. Acesso em: 25 out. 2013.

  • 48

    APNDICE A DESENHO DETALHADO DO TROCADOR DE CALOR

  • 49

    ANEXO A DIAGRAMA PARA TROCADOR DE CALOR COMPACTO

    MIOLO COM TUBOS E ALETAS CONTNUAS.

  • 50

    ANEXO B ESPECIFICAES PARA LEO LUBRIFICANTE SHELL

    TELLUS S2 M 46

  • 51

  • 52

    ANEXO C PROPRIEDADES TERMOFISICAS DE GASES PRESSO

    ATMOSFRICA