MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ZINCO · 50% dessa produção são usadas no processo de galvanização...

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C2LAB Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto Prof. Nuno Lacerda Lopes [email protected] MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ZINCO G16 Ana Paula Braga Antonio Pedro Faria Filipe Quaresma Luís Felipe Conceição Nuno Marques

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C2LAB

Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto

Prof. Nuno Lacerda Lopes [email protected]

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

ZINCO

G16 Ana Paula Braga Antonio Pedro Faria Filipe Quaresma Luís Felipe Conceição Nuno Marques

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ABSTRACT

zinco é um metal não-ferroso, branco azulado caracterizado pela sua fragilidade e relativamente fácil deformação. É também, um elemento essencial indispensável para a saúde humana e para todos os organismos vivos. O zinco é importante para a sociedade moderna, pois constitui um dos métodos mais eficientes em termos de custo e do meio ambiente como proteção do aço contra corrosão. Protegendo o aço, o zinco ajuda a salvaguardar recursos naturais tais como, minério de ferro e energia, além de prolongar a vida dos produtos e construções em aço, tais como casas, pontes, instalações portuárias, linha de distribuição de energia e água, telecomunicações e transporte. Os principais usos do zinco são: revestimentos anti-corrosão para aço (galvanização) componentes de precisão (fundição sob pressão) material de construção Na Arquitetura, a plasticidade e resistência à corrosão das peças faz com que ele possa ser amplamente explorado como material de revestimento seja para telhados, drenagem da água da chuva e aplicações de decoração.

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

ZINCO

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RS+Yellow Distribuition Centre

Münster - Alemanha

Bolles + Wilson

Los Angeles – EUA

Studio 0.10 Architects

ARCAM

Amsterdão - Holanda

Rene van Zuuk

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01 Enquadramento Histórico, Origem e Cronologia

Sabe-se que a fabricação do latão era conhecida pelos

romanos desde 30 a.C. O latão obtido era posteriormente

fundido ou forjado para fabricar objetos.

No entanto somente em 1248, Alberto Magno (frade

dominicano defensor das ciências) descreveu a fabricação do

latão na Europa. Já no século XVI, Paracelso (físico e

alquimista suíço tido como o descobridor do zinco), sugeriu

que o zincum (zinco) era um novo metal e que suas

propriedades diferiam dos metais conhecidos, sem, no entanto

dar qualquer indicação sobre a sua origem. Há controvérsias

sobre se de fato Paracelso foi o pioneiro do zinco, pois há

relatos de que os portugueses haviam trazido o metal da

China antes desta descoberta.

Em tratados posteriores são frequentes as referências ao

metal que ainda não tinha um nome universalmente aceite,

sendo conhecido como tutanego, estanho indiano ou calamina

(óxido de zinco),

Johann Kunkel em 1677 e pouco mais

tarde Stahl em 1702, indicam que ao preparar o latão com o

cobre e a calamina, esta última se reduz previamente em

zinco livre. Anton von Swab, químico, isolou o zinco em

1742 e Andreas Marggraf em 1746, consolidou o processo,

seu método de extração do zinco formou a reputação de

descobridor do metal.

Aproximadamente em 1743, foi fundado em Bristol o primeiro

estabelecimento para a fundição do metal em larga escala,

porém, o procedimento ficou em segredo. Setenta anos

depois Daniel Dony desenvolveu um procedimento industrial

para a extração do metal, e logo iniciou a produção.

Na área da construção civil, o zinco tem uma longa tradição

enquanto material de construção. Vem sendo produzido desde

o inicio do séc. XIX: 1812 na Bélgica, 1821 na Alta Silésia

(Polônia e República Tcheca) e desde 1850 na Alemanha.

O metal vem sendo utilizado na construção de proteções e

ornamentos para edificações por mais de 150 anos e se

destaca por sua característica estética, a durabilidade, a não

necessidade de manutenção periódica, a maleabilidade que

permite formas complexas e por ser um material que satisfaz

as exigências ecológicas (demanda atual).

Este material tornou-se cada vez mais popular,

particularmente na França e nos países do Benelux (Bélgica,

Holanda e Luxemburgo). Os telhados de Paris, por exemplo,

estão revestidos com toneladas de zinco. Em Berlim foi o

famoso arquitecto Karl-Friedrich Schinkel (1781-1841) quem

com mais habilidade utilizou o zinco nos edifícios que

projectou.

Devemos ressaltar que comparando com volume produzido

hoje, as quantidades até então produzidas eram bastante

pequenas. O desenvolvimento tecnológico e pesquisas, desde

o inicio da sua utilização na área das coberturas e

revestimentos de fachadas, melhoraram tanto suas

propriedades mecânicas, quanto sua resistência aos meios

atmosféricos.

Assim deixou de ser utilizado o zinco puro sem aditivos, para

se utilizar um zinco aditivado com titânio e cobre,

nomeadamente. Atualmente é utilizado como uma liga de

zinco, rigorosamente controlada em sua composição por

normas internacionais.

Antigo Museu de Berlim (Karl-Friedrich Schinkel)

Vista dos telhados de Paris

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02 Cultura e Contexto

Estima-se que mais de 11 milhões de toneladas de zinco são

produzidas anualmente em todo o mundo. Aproximadamente

50% dessa produção são usadas no processo de

galvanização para proteção de metais contra corrosão, muitos

desses associados à construção civil.

Cerca de 20% são utilizados para produzir metais e 16% vão

para a produção de ligas à base de zinco para o fornecimento,

por exemplo, de indústrias de fundição.

Os Estados Unidos, começou a produzir em 1858, e desde

1909 são os principais produtores e consumidores mundiais

de zinco.

O zinco para construção é comercializado em diversas

formas: chapa, com diversos graus de pureza, e ainda e barra,

placa, bastão, folha, quinhão, tira, lâmina, fio, tubo, pó, dentre

outras.

Quantidades significativas também são utilizados para

compostos como o óxido de zinco e sulfato de zinco além de

produtos semi-transformados que incluem telhados, calhas e

diversas outras aplicações no campo da construção:

As componentes de zinco, são essenciais para tintas,

cerâmicas, borracha, plástico, industria têxtil, onde são usados

como pigmentos.

As ligas de zinco fundido são usadas, por exemplo, em

equipamentos e dispositivos elétricos, luminárias e acessórios

de banheiro. E ainda utilizado na produção de materiais

brutos: pregos, parafusos, porcas e arruelas de zinco. Estes

são feitas para serem usadas em instalações de zinco e em

outras instalações onde existem situações especiais como:

presença de agentes corrosivos, ação eletrolítica e etc.

Podemos citar ainda alguns usos especializados: em

construções de pedra, tijolo, concreto, cimento, gesso, lajota e

madeira, o zinco pode ser usado como âncoras, como laços

de cavidade em paredes, cantoneiras, parafusos, juntas de

expansão, calafetação, dentre muitos outros.

As suas características estéticas tornaram-no um material

atrativo para os arquitetos contemporâneos, pois sua cor

característica após a formação da pátina torna-o mais

adequado a linguagem arquitetônica atual do que o cobre

usado em larga escala pelos arquitetos de gerações

anteriores.

Os custos elevados que envolvem sua aplicação fazem com

que muitos proprietários descartem o zinco, mas se levado em

conta a sua durabilidade e baixa manutenção conclui-se que é

um material rentável, pois o alto investimento inicial é

justificado com a redução de gastos futuros.

A redução de gastos também está ligada a questão da

contratação de profissionais especializados, pois uma má

aplicação e instalação das peças geram danos nas camadas

protetoras causando aumento considerável nos custos de

manutenção.

Anteriormente tinha-se a idéia de que o zinco era um material

muito prejudicial ao meio ambiente, mas pesquisas mostram

que seu nível de reciclagem é satisfatório e a energia gasta

para a sua fabricação é baixa se comparada com outros

materiais.

Além disso a duração de uma cobertura ou fachada de zinco é

significativa, sendo proporcional à espessura da chapa

utilizada. Estima-se que a durabilidade média é de 100 anos,

para uma chapa de 0,8mm.

Devido a essa alta capacidade anti-corrosiva, é amplamente

usado em regiões com caracterisicas especiais de corrosão

como, por exemplo, países frios, locais de muita humidade e

áreas litorâneas (em função da brisa-oceânica).

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03 Modos de Aplicação

Há uma grande diversidade de modos aplicação para o zinco.

Como citado anteriormente, ele está presente em diferentes

elementos de uma edificação: coberturas, fachadas,

acessórios, ornamentos e acabamento de interiores.

A arquitetura contemporânea, marcada pela grande variedade

de formas, utilize-se do zinco, pois ele se adapta muito bem a

essa característica sendo um material maleável e oferece

maior liberdade formal ao projeto, tanto no interior quanto no

exterior.

Os modos de aplicação do material variam de acordo com os

perfis selecionados para cada projeto.

Nas coberturas temos as compactas e as ventiladas.

Quando utilizadas as coberturas compactas, deve-se ter a

garantia de que o sistema esteja totalmente isolado de

acúmulo de umidade, pois a mesma aumentaria em muito os

riscos de corrosão. Camadas de isolamento são necessárias

para se atingir esse objetivo.

Essas podem ser feitas sobre sarrafos de madeira com juntas

dobradas sobre caibros ou com sobre coberturas metálicas

(steel deck) tendo isolantes preenchendo o espaço entre as

duas.

Em geral, as técnicas de montagem de coberturas e fachadas

em zinco são feitas a partir de uma estrutura de madeira ou

metal que dá suporte às placas, sendo preferencialmente

aplicadas com peças do mesmo material.

O zinco tem como característica ser um bom condutor térmico

e por isso a sua aplicação exige um bom projeto de

isolamento térmico que garanta maior conforto no interior da

edificação.

Ao se decidir por este material, deve-se ter em conta diversas

questões técnicas que vão influenciar diretamente as

particularidades estéticas do projeto, como soluções de

perímetro, juntas e calhas.

Tiras e Folhas

Quando as peças de zinco, forem aplicadas nos cantos, deve-

se evitar as dobras e utilizar peças arredondadas. Para fazer

junções podemos utilizar a solda, mas nesse caso devemos

prever juntas de dilatação a cada 4,50m. Para fixação, o

sistema de clips é o melhor, já que permite uma melhor

dilatação ao contrário dos pregos.

Onduladas

Tem como uma grande vantagem o fato de poderem ser

dobradas para formar um selo capaz de vedá-las das

condições climáticas adversas.

Juntas

Como já foi abordado anteriormente, a definição das juntas

das coberturas em zinco são muito importantes para

conservação do material. Os costumes locais, e a vontade do

arquiteto são importantes variantes.

Podemos citar algumas das juntas mais utilizadas:

camarinha

agrafada angular: é uma junção na vertical

formada pela dobra das bordas das placas sem o

uso de algum sarrafo como suporte. Com esta junta

é possível criar curvaturas mais suaves em relação

a junta sarrafo. Difere da agrafada por ter uma

dobra a menos

Fonte: Tese de Doutoramento de Carla Maurício

agrafada: é uma junção na vertical formada pela

dobra das bordas das placas sem o uso de algum

sarrafo como suporte. Com esta junta é possível

criar curvaturas mais suaves em relação a junta

sarrafo.

Fonte: CEIC

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

ZINCO

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sarrafo (listón): essas podem adotar diferentes nomes que

varia de acordo com o formato da fita, como por exemplo a

belga.

perpendicular: é formada pela sobreposição de

placas num sistema análogo as coberturas de telhas

planas onde a placa superior joga a água para a

inferior. Emendas labirínticas evitam que a água

penetre entre as placas.

fonte: La Revue d’Architeture

* organograma acima representa uma possível seqüência de

ações que pode ser seguida para definir a aplicação da

cobertura de zinco.

Fonte: Tese de doutoramento de Carla Maurício

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Mercado de Flores Barcelona – Espanha Willy Muller Centro de Pesquisas Pedagógicas Paris – França Beal e Blanckaert Centro Comunitário Gueux – França AAT

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04 Um Autor

Rafael Moneo formou-se no curso de arquitetura da Escola

técnica Superior de Arquitetura de Madrid no ano de 1961.

Mesmo antes de formado, manteve contato direto com

arquitetos de destaque na Espanha, como Francisco Javier

Sáenz de Oiza.

Após esse periodo de formação, mudou-se para Dinamarca

para trabalhar com o reconhecido arquiteto de Jørn Utzon

autor da Ópera de Sydney, projeto que era desenvolvido

naquele momento.

Deu continuidade a sua formação estudando na Academia

Espanhola em Roma. Em dois anos foi fortemente

influenciado pela pelos contatos que estabeleceu com

arquitetos como Paolo Portoghesi, Bruno Zevi e Manfredo

Tafuri e pela própria viovência na cidade.

Em 1976 foi chamado aos Estados Unidos da América onde

lecionour na Escola de Arquitetura Cooper Union, na cidade

de Nova Iorque.

Ao retornar a sua cidade de formação, Moneo torna-se

professor titular na Escola de Arquitetura de Madrid por cinco

anos. Durante esse período projetou o Museu de Arte

Romana em Mérida e o edifício da Previdência Espanhola

em Sevilha.

Em 1984, Moneo foi nomeado chefe do departamento de

arquitetura da escola de Design da Universidade de Harvard,

cargo que mantém atualmente, lecionando duas semanas de

aulas anualmente.

Dentre vários prêmios e títulos destaca-se o Prêmio

Pritzker de Arquitetura conquistado no ano de 1996.

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05 Uma Obra

Museu de Arte Moderna e Arquitectura de Estocolmo

Este projeto foi vencedor de um concurso internacional realizado em 1990, na capital sueca, Estocolmo.

O projeto do arquiteto Rafael Moneo, procura responder à fragmentação e a intervenção mínima que são traços da arquitetura na capital nórdica, aspectos elencados pelo próprio arquiteto.

A delicada pele de gesso acartonado que acolhe as obras de arte, a envoltória média que define os nítidos contornos oblíquos e a coberta e um forro de zinco exterior, coroado por “caixa de luz”, materializam uma concepção construtiva baseada na sobreposição e continuidade de peles.

Escolhendo a crista da colina, diferentemente da maioria dos outros concursantes, Moneo se aproximou do antigo arsenal militar, aceitando e buscando apoio na origem histórica dessa construção do século XVII.

Iluminação natural

O problema da iluminação natural nas áreas de exposição é sempre um assunto conflituoso, mas neste caso, devido a concentrar a grande maioria das salas expositivas no piso superior, pode-se recorrer extensivamente à iluminação zenital.

A luz nas salas de exposição, no projeto de Moneo assume uma importância ainda maior, já que através do desenho das clarabóias que caracterizam fortemente o projeto. Algumas fachadas parecem ser somente o necessário para dar suporte à cobertura, conferindo a ela quase que a totalidade no protagonismo do projeto.

Vista da entrada do museu(acima)

Cortes Plantas (abaixo)

Vista da cobertura do Museu

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As dimensões, inclinação das aberturas, o espaçamento e grossura das laminas, das clarabóias, foram minuciosamente estudadas de acordo com a trajetória solar na Suécia, caracterizada pela pouca altura solar durante todo o ano e muitas horas de luz durante o verão.

Uma trama regular de clarabóias de mesmas dimensões ilumina as salas de exposição temporárias, enquanto que as áreas de coleção permanente, a cobertura é compartimentada e com tamanhos variados de acordo com as coleções.

A construção do museu

O volume do edifício não poderia ser mais alto que as edificações históricas vizinhas, dessa maneira Rafael Moneo, valoriza a horizontalidade, mas dá grande ênfase à cobertura da edificação que, além de controlarem e regularem a iluminação natural, são elemento de dialogo com os arredores, que ajudam a edificação a se adaptar as pequenas edificações militares, e com a desconexão do local (uma ilha) com o resto da cidade

A estrutura geral é de concreto armado, exceto a área de exibições temporárias, com grelhas de aço na cobertura.

Exibição temporária, um espaço único (36mx30m) iluminado pro clarabóias de 6 em 6 metros. Aqui as coberturas são formadas por pirâmides de eixo inclinado com prismas retangulares que permitem a iluminação zenital.

Os outros 3 blocos abrigam salas de tamanhos diversos, de acordo com a importância das exposições. Neles, as coberturas são em forma de pirâmides de eixo reto.

Fechamentos e cobertura

O conceito de sobreposição de peles do edifício pode ser entendido através da organização dos revestimentos, de fora para dentro: primeiro placas metálicas da cobertura, sobre as quais estão os prismas das clarabóias, em seguida uma camada de concreto estrutural, que configura o fechamento externo e muros de contenção, e ainda uma ultima camada, de painéis de gesso acartonado, suporte para as obras de arte.

Zinco

A cobertura é feita com placas de zinco pré patinadas unidas entre si por um sistema de “junta costurada” Grande parte da obra utiliza aço e algumas peças são de alumínio.

A união entra as chapas pré patinadas de zinco, ocorre mediante juntas costuradas, com o sistema PROFIMAT/FALZMAT da empresa RHEINZINC, que baseado na solução tradicional,

Fornece uma dobradura prévia na peça que facilita sua colocação e a realização da emenda com uso de máquinas

Alem disso a utilização de pinos móveis proporciona livre dilatação das chapas.

Nas salas de exposição permanente as fachadas são praticamente secas conferindo destaque para as caixas revestidas em zinco nas laterais

As chapas de zinco que, sobre um aglomerado protegido por feltro, formam a cobertura, interrompida pelas aberturas centrais, onde estão as clarabóias de aço.

Entre as folhas de zinco e a laje de concreto existem apoios de madeira que permitem que se forme uma câmara de ar. As instalações ficam escondidas entre a laje de concreto e o rebaixamento de gesso

.

Vista Fachada – detalhes do revestimento vertical em zinco

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06

Um Corte Construtivo

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07 Aspectos Técnicos do Material Quando se opta pelo uso de materiais metálicos em uma

edificação não devemos levar em conta somente seu aspecto

e sua cor. As características físicas dos metais são fatores de

grande importância, e dentre estas podemos destacar três:

tendência a corrosão

maleabilidade

coeficiente de dilatação térmica

Se considerarmos principalmente a corrosão, devemos ter

muito cuidado ao selecionar o metal a ser utilizado, pois seria

temeroso optar por um material de baixa durabilidade para por

exemplo servir de cobertura para um edifício.

A maioria dos materiais utilizados nessas situações são

capazes de resistir a corrosão por conta da criação de uma

pátina protetora resultado de um processo preliminar de

corrosão que altera a cor do material.Dentre estes metais está

o Zinco.

Quando se pensa na associação de diferentes metais em

numa mesma superfície também devemos pensar nas

condicionantes em relação à corrosão.

Dois diferentes metais em contato e com presença de

umidade formam uma pilha eletrolítica num processo

conhecido como corrosão galvânica.

Para se prevenir destes possíveis danos deve-se analisar a

composição eletroquímica de cada material.

Tabela de potenciais:

Cobre +0.34

Chumbo -0.126

Estanho -0.140

Níquel -0.23

Ferro -0.44

Zinco -0.763

Titanio -1.63

alumínio -1.66

Ao analisarmos o zinco em relação a outros metais mais

comuns, percebemos que este é um dos mais frágeis a

corrosão nesta situação. Em contato com o cobre, por

exemplo, sofreria um processo acelerado de decomposição.

associações não prejudiciais ao zinco:

titânio

alumínio

associações prejudiciais ao zinco:

cobre

chumbo

estanho

níquel

ferro

Mesmo assim ainda é possível fazer a associação entre

diferentes metais, desde que medidas cabíveis sejam

tomadas como, por exemplo, o uso de proteções isolantes.

Podemos observar também a corrosão em casos em que a

água escorre de um metal de maior potencial eletrolítico para

um oposto. Por isso deve-se ficar atendo ao caminho que a

água percorrerá pela superfície.

No caso de uma cobertura podemos, por exemplo, usar o

zinco como revestimento e o cobre para produção das calhas,

mas nunca o inverso.

A associação com madeiras também pode ser prejudicial.

Deve-se evitar madeiras como o carvalho e que tenham pH

inferior a 5. Caso esse contato seja necessário podemos isolar

os materiais aplicando uma camada de substância asfáltica

para proteção.

Para proteger o zinco e outros metais, são usados

habitualmente artifícios como galvanização, pintura e

plastificação que devem ser contínuas e sem imperfeições.

Os possíveis cortes, perfurações e soldas feitas durante a

montagem do material em obra podem acelerar em muito sua

deteriorização e por isso devem ser evitados.

A inclinação é outro ponto que pode ajudar na prevenção de

problemas relacionados à corrosão. Quanto maior for a

inclinação da cobertura menor será a possibilidade de

acúmulo de água.

A inclinação está diretamente relacionada ao tipo de juntas

empregadas na união das placas.

Quando utilizadas as juntas mais comuns as variações de

inclinação ficam entre 5 e 50% levando em conta questões

climáticas como por exemplo a possibilidade de acúmulo de

neve.

A definição incorreta da inclinação pode acelerar o processo

de deteriorização do metal, pois a cobertura não será capaz

de escoar a água devidamente e o acúmulo da mesma gera

maiores anomalias.

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Precauções devidamente tomadas permitem que tenham as

peças tenham cerca de 40 anos de vida útil garantida, mas

podendo chegar a 100 anos.

Quanto a maleabilidades do zinco, esta pode ser melhorada

através da formação de ligas metálicas com outros metais

como o cobre e o titânio. O zinco no seu estado natural

precisa ser trabalhado em temperaturas altas para não se

romper e conseguir a forma desejada, nunca a menos de 7º C.

No que diz respeito a deformação térmica em comparação

com o aço, é cerca de quarto vezes mais deformável. Quando

conservadas suas cores naturais, está entre os metais que

menos sofre absorve energia. Essas características são muito

importantes no momento em que se define o material, pois

interferirá diretamente na conformação das peças que devem

ser projetadas de acordo com suas variações dimensionais.

Peças mal conformadas geram desgastes e anomalias que

expõem o metal a maiores riscos.

Detalhes de juntas de revestimento em zinco

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08 Alguns pormenores de construção 3D

1- Estrutura Metálica 2- Isolante térmico 3- Perfil Superficial Betuminoso 4- Chapa de Metal 5- Membrana Betuminosa 6- Membrana Separadora 7- Clipe Fixo 8- Perfil da Cobertura em Zinco

1 – Esteio 2 – Madeira 3- Tira de Proteção 4- Painel em zinco 5- Clipe de Proteção

1- Parede de Alvenaria 2- Isolamento 3- Esteio 4- Separador em Bloco

5- Perfil em Zinco

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

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1 – Perfil de aço Galvanizado com entrada de ventilação 2- Clipe de Aço Inoxidável 3- Perfil de Zinco 4- Coroamento em Zinco 5- Tira de Borda 6- Cabeça Deslizante

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09 Referências de Catálogo e Marcas

Os aspectos técnicos variam de acordo com o fabricante do

material.

Podemos citar como exemplo a empresa Kalzip que produz as

placas de revestimento de fachada e coberturas AluPlusZinc.

Esse produto tem como característica pricncipal a associação

do zinco e do alumínio.

O zinco é beneficiado através de um processo patenteado de

conhecido como PEGAL que cria uma patina protetora e

prepara o material para exposição às condicionantes

climáticas.

De acordo com o fabricante, esse processo amplia em muito a

capacidade de resistência em comparação ao processo

convencional de pré-exposição do zInco titânico.

Das empresas atuantes em Portugal, as que mais se projetam

na área da Arquitectura e Construção Civil com novas

tecnologias de aplicação, e amplo desenvolvimento nos

revestimentos de fachadas, coberturas e funilarias são:

Zn - Revestimentos de Zinco, Lda.

Situada na morada Rua Joaquim Dias Salgueiro, 67

4470-777 Vila Nova da Telha

Maia

Telef. 229 983 240

Fax. 229983349

Email: [email protected]

(Catálogo indisponível)

Umicore Portugal S.A.

Situada na morada Travessa do Padrão

4455-524

Perafita

Telef. 22 9950167

Fax. 229954801

Email: [email protected]

(Catálogo disponível no site:

http://www.vmzinc.com/com/html/product.htm)

Com destaque para os produtos:

. Coberta:

VMZINC - Longitudinal técnica de montagem,é utilizado para

todos os tipos de coberta, em particular as tradicionais.

STANDING SEAM - Possui grande flexibilidade, adaptando-se

a quase todo desenho arquitetônico, seja curvado, côncavo ou

convexo, cônico,etc. É também ideal para grandes superfícies

de coberta.

VM ZINC COMPACT ROOF - Totalmente a prova de vapor:

sistema ideal para edifícios com alta umidade, como piscinas.

ADEKA – Sistema de cobertas feito a partir de losangos pré-

fabricados, é geralmente aplicado em edifícios que possuem

de baixa à média umidade.

DEXTER - Sistema de pré-fabricados para cobertas planas.

.Fachadas:

STANDING SEAM - Técnica que utiliza de longos perfis de

zincoque podem ser aplicados em fachadas curvas ou planas.

INTERLOCKING PANEL - Sistema de fachada ventilada, com

perfis que podem ser aplicados tanto na vertical quanto na

horizontal.

FLAT LOCK PANEL - Sistema de fachada ventilada que só

permite ser aplicado em fachadas planas.

SINE WAVE PROFILE - Sistema de fachada ventilada, que

pode ser utilizado em fachadas curvas ou planas, e confere

um ritmo ondulado ao edifício.

VM ZINC HPS CASSETTES – Utilizável em grandes

dimensões, só permite o uso em fachadas planas.

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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

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ADEKA - Sistema feito a partir de losangos pré-fabricados, é

muito eficaz à prova de água.

Entre as empresas com atuação internacional podemos citar:

.Rheinzink

96F Commerce Way Woburn, MA 01801 USA

Telef. (781)7290812

Fax. (781) 7290813

Email: [email protected]

(Catálogo disponível no site:

http://us.rheinzink.de/products.aspx)

Com destaque para os produtos:

.Cobertas:

DOUBLE LOCK STANDING SEAM - Utlizado com mais

frequencia para cobertas com baixa inclinação.

ANGLED STANDING SEAM - É mais utilizado para áreas

visíveis, onde a coberta tenha maior inclinação, exemplo:

sótão, água-furtada, seja na aplicação vertical, diagonal ou

horizonal.

QUICK STEP - É modulado, pré-acabado e indicado para

declividades de 10˚ à 75˚.

.Fachadas:

TILE SYSTEMS - Inclui as formas: diamante, quadrado e

retângular. As primeiras são mais indicadas para edifícios com

complexa geometria, adaptando-se bem.

SHIPLAP PANEL - Com sistema de macho-fêmea, não é

necessário o uso de juntas. A precisão dos perfis pré-

fabricados baseado nos detalhes de planejamentos garantem

otimização na instalação.

SINUSOIDAL CORRUGATED - Com perfil ondulado, é

aplicado horizontal ou verticalmente.

.CGL Systems Ltd.

Kelvin Industrial Estate

East Kilbride

Glasgow

Telef. +44(0)1355235561

Fax. +44(0)1355247189

Email: [email protected]

(Catálogo disponível no site:

http://www.cglsystems.co.uk/products/)

Com destaque para os produtos:

CGL Traypanel System / CGL Wallplank System - Sistemas de fachada ventilada

SHINGLES - Sistemas de retângulos pré-fabricados, presos por grampos.

Além desses produtos, todas as empresas ainda oferecem

uma gama de produtos para drenagem de água da chuva.

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10 Bibliografia e outras Referências

PARICIO, Ignácio – 4.Las Cubiertas de Chapa

bisagra

HORNBOSTEL, Caleb – Construction Materials: Types Uses

and Applications 2ª edição

John Wiley & Sons Inc

MAURÍCIO, Carla Suzana Gonçalves – Coberturas em Zinco:

Anomalias e soluções de Reabilitação

Dissertação para obtenção de grau de Mestre em reabilitação

do Espaço Construído.

Architetural Record - Essential Zinc: Building For The Future

Abril de 2009

Revista Tectonica

Número 08 pag.50

Sites:

http://www.archdaily.com/

http://www.ajmendes.com/

http://www.asa.com.pt/

http://www.zn-revestimentos.pt/

http://www.lasg.pt/

http://www.funinorte.com.pt/index.php?foto=38

http://www.icz.org.br/zinco-produtos.php

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Edições 2010/2011

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