Materia hist av2

10
• Caracterizar a religião egípcia e as crenças a respeito dos rituais de mumificação. Página 82 1. A localização da Mesopotâmia Mesopotâmia e uma palavra de origem grega e quer dizer "entre rios'. O nome faz referência às terras situadas às margens dos rios Tigre e Eufrates. Esses rios nascem em regiões montanhosas do território turco e correm para o sul, atravessando áreas desérticas, até desaguar no Golfo Pérsico. Hoje, as terras da antiga Mesopotâmia fazem parte da região conhecida com o nome de Oriente Médio. O berço da civilização Muitos historiadores consideram a Mesopotâmia o “berço da civilização". Entre as várias contribuições que nos deixaram, os povos que lã habitaram inventaram a roda, organizaram as primeiras cidades, criaram uma das mais antigas formas de escrita e o mais antigo conjunto de leis conhecido, além de terem sido pioneiros nos estudos de astronomia. 2. A Importância da religião A vida na Mesopotâmia foi muito influenciada pela religião, tanto o dia-a-dia das pessoas quanto o desenvolvimento das ciências e das artes. Os povos mesopotâmios eram politeístas, isto é, adoravam vários deuses. Eles acreditavam que os deuses moravam no céu, e que de lá estes decidiam os nascimentos e as mortes, se choveria ou não, quem venceria uma guerra; enfim, comandavam tudo o que acontecia no mundo. Para os povos da Mesopotâmia, os deuses agiam e sentiam como os seres humanos: casavam-se, tinham filhos, podiam ser bondosos ou cruéis, compreensivos ou vingativos. Por isso, as pessoas ofereciam presentes aos deuses e usavam amuletos para se proteger de suas maldades. Página 83 Para ficar mais perto do céu, a casa dos deuses, os mesopotâmios ergueram templos altos e majestosos chamados zigurates. Na parte superior da construção, os sacerdotes praticavam os rituais sagrados e dali observavam o céu; nas outras partes do zigurate havia celeiros, áreas para tratamento de doentes, oficinas de artesãos etc. Graças à observação do céu, os antigos mesopotâmios aprenderam muito sobre o movimento dos planetas, identificaram constelações, determinaram as fases da Lua e as estações do ano. Criaram o zodíaco e também um calendário semelhante ao que utilizamos hoje. Nesse calendário, o ano era dividido em 12 meses; a semana, em 7 dias; e o dia, em dois períodos de 12 horas cada um. Vários documentos desses estudos astronômicos resistiram à ação do tempo, à destruição das guerras, aos incêndios, às enchentes, e estão hoje preservados em museus. Página 84 3. Os povos mesopotâmicos e suas contribuições Cercada por montanhas e desertos, a faixa de terras férteis da Mesopotâmia foi disputada e dominada por diferentes povos ao longo do tempo. Alguns desses povos se organizaram em reinos e grandes impérios, como os sumérios, os amoritas, os assírios e outros, e deixaram importantes contribuições para a humanidade. Os sumérios e os acádios

description

Matéria de História

Transcript of Materia hist av2

• Caracterizar a religião egípcia e as crenças a respeito dos rituais de mumificação.

Página 82

1. A localização da Mesopotâmia

Mesopotâmia e uma palavra de origem grega e quer dizer "entre rios'. O nome faz referência às terras situadas às

margens dos rios Tigre e Eufrates. Esses rios nascem em regiões montanhosas do território turco e correm para o sul,

atravessando áreas desérticas, até desaguar no Golfo Pérsico. Hoje, as terras da antiga Mesopotâmia fazem parte da

região conhecida com o nome de Oriente Médio.

O berço da civilização

Muitos historiadores consideram a Mesopotâmia o “berço da civilização". Entre as várias contribuições que nos

deixaram, os povos que lã habitaram inventaram a roda, organizaram as primeiras cidades, criaram uma das mais

antigas formas de escrita e o mais antigo conjunto de leis conhecido, além de terem sido pioneiros nos estudos de

astronomia.

2. A Importância da religião

A vida na Mesopotâmia foi muito influenciada pela religião, tanto o dia-a-dia das pessoas quanto o desenvolvimento

das ciências e das artes. Os povos mesopotâmios eram politeístas, isto é, adoravam vários deuses. Eles acreditavam

que os deuses moravam no céu, e que de lá estes decidiam os nascimentos e as mortes, se choveria ou não, quem

venceria uma guerra; enfim, comandavam tudo o que acontecia no mundo.

Para os povos da Mesopotâmia, os deuses agiam e sentiam como os seres humanos: casavam-se, tinham filhos,

podiam ser bondosos ou cruéis, compreensivos ou vingativos. Por isso, as pessoas ofereciam presentes aos deuses e

usavam amuletos para se proteger de suas maldades.

Página 83

Para ficar mais perto do céu, a casa dos deuses, os mesopotâmios ergueram templos altos e majestosos chamados

zigurates. Na parte superior da construção, os sacerdotes praticavam os rituais sagrados e dali observavam o céu;

nas outras partes do zigurate havia celeiros, áreas para tratamento de doentes, oficinas de artesãos etc.

Graças à observação do céu, os antigos mesopotâmios aprenderam muito sobre o movimento dos planetas,

identificaram constelações, determinaram as fases da Lua e as estações do ano. Criaram o zodíaco e também um

calendário semelhante ao que utilizamos hoje. Nesse calendário, o ano era dividido em 12 meses; a semana, em 7

dias; e o dia, em dois períodos de 12 horas cada um.

Vários documentos desses estudos astronômicos resistiram à ação do tempo, à destruição das guerras, aos

incêndios, às enchentes, e estão hoje preservados em museus.

Página 84

3. Os povos mesopotâmicos e suas contribuições

Cercada por montanhas e desertos, a faixa de terras férteis da Mesopotâmia foi disputada e dominada por

diferentes povos ao longo do tempo. Alguns desses povos se organizaram em reinos e grandes impérios, como os

sumérios, os amoritas, os assírios e outros, e deixaram importantes contribuições para a humanidade.

Os sumérios e os acádios

Os mais antigos habitantes da Mesopotâmia foram os sumérios, que ocuparam no sul do território, perto do Golfo

Pérsico, uma região que ficou conhecida como Súmer.

Acredita-se que os ancestrais dos sumérios fizeram as primeiras obras para aproveitar as águas dos rios: construíram

canais para irrigar as plantações e que serviam também para a navegação. Acredita-se, ainda, que eles inventaram a

roda e o arado de metal.

Por volta de 3500 a.C., os sumérios construíram Ur e Uruk, duas das primeiras cidades conhecidas. As cidades

sumerianas eram independentes, isto é, cada qual tinha o seu próprio governo. Por isso são chamadas de cidades-

Estado.

Os sumérios inventaram a mais antiga escrita de que se tem notícia. Eles faziam as anotações sobre pequenos blocos

de barro úmido, desenhando várias figuras com uma espécie de palito aliado. Com o passar do tempo, essas figuras,

conhecidas como pictogramas, foram modificadas e deram origem à escrita cuneiforme, que depois foi adotada por

outros povos mesopotâmicos.

Ela foi decifrada por volta de 1850 e, a partir daí, pudemos conhecer os textos produzidos pelos povos

mesopotâmicos.

As cidades-Estado da Suméria resistiram a vários ataques de outros povos, até que, por volta de 2100 a.C., foram

dominadas pelos acádios, um povo vindo do norte da Suméria. Após um curto período de paz, o Império Acádio ou

Acad também passou a sofrer invasões, principalmente de povos nômades atraídos pela riqueza de suas cidades.

Página 85

Os amoritas ou babilônios

Em 1900 aC., aproximadamente, as regiões de Súmer e Acad foram dominadas por outro povo, os amoritas, que

estabeleceram o Império Babilônico, com capital na cidade da Babilônia.

O rei mais conhecido desse período foi Hamurábi que conquistou e unificou toda a Mesopotâmia sob o seu governo.

Ele é considerado o criador de algumas das primeiras leis escritas da história, conhecidas como Código de Hamurábi.

No reinado de Hamurábi, a cidade da Babilônia tornou-se um dos maiores centros comerciais do mundo antigo.

Após a morte desse rei, houve muitas revoltas populares e o Primeiro Império Babilônico entrou em decadência,

dando origem a vários reinos independentes e rivais.

Os assírios

Por volta de 1200 a.C., os assírios dominaram a região mesopotâmica. Povo guerreiro do norte da Mesopotâmia,

eles viviam em uma área rica em minerais e madeira e conheciam a arte de modelar o ferro. Montados em cavalos e

usando carros de guerra, armados com espadas e lanças de ferro, eles levavam o pânico por onde passavam.

Conquistaram toda a região da Mesopotâmia, chegando até o Egito e a Ásia Menor.

Os caldeus

O domínio assírio durou até por volta de 620 a.C. Em 612 a.C., os caldeus (habitantes da Mesopotâmia central) se

aliaram aos medos (um povo do Planalto do Irã) e derrotaram os assírios. O império caldeu estabeleceu sua capital

na cidade da Babilônia, iniciando o Segundo Império Babilônico.

Página 86

No auge do Segundo Império Babilónico ocorreu no governo de Nabucodonosor (de 605 a.C. a S62 a.C,), que investiu

em grandes obras na capital, tais como palácios, templos, as muralhas da cidade e os famosos Jardins Suspensos da

Babilônia.

O império de Nabucodonosor estendeu-se do Mediterrâneo ao Golfo Pérsico, abrangendo quase todo o Oriente

Médio. Após sua morte, seus sucessores não conseguiram manter a unidade do território. Em 539 a.C., o Segundo

Império Babilônico foi conquistado pelos persas (povo originário do atual Irã), pondo fim aos grandes impérios

mesopotâmicos.

Página 87

4. O trabalho

As sociedades mesopotâmicas viviam segundo uma rígida divisão de trabalho, isto é, as pessoas tinham tarefas e

obrigações de acordo com o grupo a que pertenciam. Os nobres e os sacerdotes faziam parte do grupo mais

privilegiado. Depois vinham os funcionários do Estado, os chefes guerreiros, os artesãos, os trabalhadores do campo

e, por último, os escravos.

Havia dois tipos de escravos na antiga Mesopotâmia: os prisioneiros de guerra e os escravos por dividas. Estes

últimos eram obrigados a trabalhar para seus credores durante um período determinado. No caso da realização de

grandes obras públicas - como a construção de palácios e templos ou de obras de irrigação -, também a população

livre era convocada.

Por causa das guerras e das invasões constantes, boa parte da população dedicava-se ao serviço militar e à defesa do

território.

5. A economia

A base da economia era a agricultura, que contava com sistemas de irrigação bastante desenvolvidos. A construção e

a manutenção dessas e de outras obras públicas também ocupavam muitas pessoas.

Os camponeses cultivavam cereais, como a cevada e o trigo, e criavam gado. O comercio foi uma importante fonte

de renda para os habitantes da Mesopotâmia. Lá surgiram os empréstimos a juros, as cartas de crédito, as barras de

metal usadas como moeda e as associações de mercadores. O desenvolvimento do comércio estimulou a produção

artesanal de tecidos, cerâmica, armas e outros itens.

Lembre-se!

- Mesopotâmia quer dizer “entre rios”, em uma referência às terras situadas às margens dos rios Tigre e Eufrates.

-A região da Mesopotâmia é considerada o “berço da civilização” lá se organizaram as primeiras cidades, criaram-se

uma das mais antigas formas de escrita (cuneiforme) e o mais antigo conjunto de leis conhecido (Código de

Hamurábi), entre outras inovações.

-As terras férteis da Mesopotâmia foram disputadas e dominadas por diferentes povos ao longo do tempo:

sumérios, amoritas, caldeus e assírios, entre outros. Alguns desses povos se organizaram em reinos e grandes

impérios, como o Império Acádio, o Primeiro Império Babilônico (amorita), o Império Assírio, o Segundo Império

Babilônico (caldeu).

Página 95

Capitulo 7

Múmias modernas

“Dentro dos cilindros de metal estão corpos e cabeças de amimais e seres humanos. Estou entrando no cemitério

congelado de Phoenix, no estado norte-americano do Arizona. [...]

A Alcor [empresa responsável pelo cemitério] aumentou e reformou as instalações. Tem mais gente acreditando na

proposta deles; congelar um corpo à espera de que a ciência evolua e consiga ressuscitá-lo. [...]

[A empresa] cobra 120 mil dólares para manter um corpo congelado. Preservar só a cabeça sai por 50 mil dólares.

[...]

Quando [a pessoa] morre, uma equipe da empresa faz o resgate do corpo. O sangue é retirado e substituído por

urna substância que supostamente ajuda na preservação. A temperatura é lentamente rebaixada.

Observo um dos cilindros de metal onde são acondicionadas as cabeças. [...] Muitos acreditam que o essencial é'

guardar o cérebro - o que permitiria recuperar no futuro a memória do morto. [...] O grupo acredita que o

desenvolvimento da robótica vai permitir juntar a cabeça humana a um corpo feito de metal e plástico. [...] Tem

gente que manda congelar o cachorro ou o gato, com esperança de se reunir com o bicho no futuro. l...]

Mesmo que você nunca tenha estudado a civilização egipcia, com certeza já ouviu falar nas pirâmides ou viu fotos de

múmias ou assistiu a algum filme em que elas aparecem. Você sabia que as pirâmides são grandes túmulos onde

foram sepultadas as múmias de reis e outras pessoas importantes do Egito antigo? Os antigos egípcios acreditavam

na vida após a morte e, por isso, mumificavam os cadáveres: para conservar o corpo dos mortos para a outra vida.

Neste capitulo vamos aprender mais a respeito da civilização egípcia, que se desenvolveu há mais de 5000 anos e

deixou muitas contribuições para a humanidade.

Página 96

1. A importância do Rio Nilo

Verificando a localização do Egito antigo e as características da região. Você vai perceber que ele fica no nordeste do

continente africano banhado tanto pelo Mar Mediterrâneo quanto pelo Mar Vermelho, em meio a uma grande área

de desertos. Note, também, que as áreas de ocupação humana - ou seja, as vilas e cidades - ficavam próximas ao Rio

Nilo. Com 6.671 quilômetros de extensão, o Nilo foi - e contínua sendo - muito importante para a vida do povo

egípcio.

Página 97

Egito Atual

O nome oficial do país é República Árabe do Egito. Cerca de 70% do território egípcio é desértico; delta e o vale do

Rio Nilo ocupam as terras restantes (30%), onde vivem 99% da população.

Assim como na Antiguidade, as terras banhadas pelo Rio Nilo ainda são fundamentais para a vida e a economia da

região. Além da sua importância para a agricultura, o Nilo também garante o abastecimento de água e de

eletricidade do país.

A cidade do Cairo, capital do atual Egito, é um centro urbano moderno, com grandes edifícios e uma zona comercial

bem desenvolvida.

A beleza de monumentos como pirâmides e templos, os tesouros expostos em museus e a variedade das crenças

religiosas atraem ao Egito milhares de visitantes, como turistas, estudiosos e pesquisadores.

O turismo é uma das mais importantes atividades econômicas do pais. O governo egípcio conta ainda com a

arrecadação do pedágio dos navios que utilizam o Canal de Suez, ligação entre o Mar Mediterrâneo e o Mar

Vermelho.

A maioria da população é de origem árabe e segue a religião islâmica.

Na época das cheias, as aguas do Rio Nilo inundavam as áreas baixas vizinhas a ele, depositando nessas terras

grande quantidade de húmus. Isso significa que as enchentes deixavam o solo preparado para a agricultura e faziam

crescer as pastagens dos animais. Os egípcios cultivavam trigo, cevada, linho, papiro, legumes e frutas. Criavam bois,

carneiros, cabras, aves e porcos.

Pinturas deixadas por artistas do Egito antigo mostram que o Rio Nilo era também um importante meio de

comunicação. Os registros indicam que o tráfego no rio era intenso e que havia vários canais de navegação ao longo

do seu leito.

Página 98

O controle das águas

É verdade que o Rio Nilo facilitou a agricultura, a criação de animais e o transporte, mas não podemos esquecer o

trabalho dos seres humanos que viveram no antigo Egito. Como dependiam das enchentes do rio, eles criaram

formas de aproveita-las melhor, isto é, aprenderam a modificar a natureza para aperfeiçoar o modo de vida da

comunidade.

Observando os astros e fazendo o registro das inundações ano após ano, os egípcios conseguiram criar um

calendário solar relativamente preciso, que lhes permitia prever as cheias do Nilo e, assim, planejar as épocas mais

adequadas para o plantio e a colheita.

Para aumentar a produção, melhoraram a irrigação do solo com construção de diques e reservatórios de agua.

Aproveitaram os conhecimentos de matemática e de engenharia usados na construção das barragens para erguer

templos, pirâmides e celeiros. Desenvolveram sofisticados métodos de cálculo e, pelos vestígios encontrados por

arqueólogos, acredita-se que dominavam sistemas de pesos e medidas.

2. A construção do Império Egípcio

No final do Período Neolítico, as pessoas que viviam na região do atual Egito estavam agrupadas em várias

comunidades agropastoris independentes chamadas nomos. Situados ao longo do Vale do Rio Nilo, os nomos eram

governados por chefes políticos hereditários chamados nomarcas.

Por volta de 5500 a.C., os nomos foram organizados formando dois reinos o Alto Egito (ou Reino do Sul) e o Baixo

Egito (ou Reino do Norte). Este período é conhecido como pré-dinástico.

Entre 3200 a.C. e 5100 a.C., os dois reinos foram unificados e o chefe do Reino do Sul, Menés, assumiu o título de

faraó, que significa "casa grande”, “rei das duas terras". Depois da unificação, o poder continuou hereditário, mas os

faraós passaram a ser considerados seres divinos dando origem ao que chamamos monarquia teocrática, forma de

governo em que o poder, supostamente concedido pelos deuses, é exercido por seus representantes na Terra.

Página 99

O período dos governos teocráticos no Egito durou aproximadamente 3000 anos e é dividido pelos historiadores em

três fases: Antigo Império (3200 a.C - 2200 a.C.), Médio Império (2200 a.C.- 1785 aC.) e Novo Império (1580 a.C - 525

a.C.).

Durante três milênios, a civilização egípcia acumulou grande riqueza e foi admirada e temida pelos povos com os

quais manteve contato. Entretanto, a partir do século VII a.C., o Egito foi conquistado sucessivamente por assírios,

persas, gregos e romanos, não recuperando mais a grandeza do passado.

3. A estrutura social

No topo da pirâmide ficavam o faraó e a família real. Abaixo, em ordem decrescente de importância, estavam os

sacerdotes, os altos funcionários do reino, os nomarcas, os guerreiros e os escribas, os artesãos, os camponeses e os

escravos. Todas essas pessoas deviam obediência e respeito ao faraó.

Página 100

O faraó e a família real

O faraó governava em todas as esferas: decidia questões de Justiça, exercia funções religiosas, fiscalizava obras

públicas e comandava o exército. Considerado um deus pela sociedade, era responsabilizado por tudo o que

acontecia no Egito, desde as cheias do Rio Nilo até as vitórias e as derrotas nas guerras.

As pirâmides, construídas para servir de túmulo a alguns governantes, são testemunhos do poder dos faraós e da

grandeza da civilização egípcia.

As grandes pirâmides e a esfinge de Gizé

As três grandes pirâmides da Colina de Gizé estão entre os mais importantes monumentos do Egito e do mundo. São

elas: Quéops, Quéfrem e Miquerinos, que receberam o nome dos faraós que ordenaram sua construção.

Na câmara real da maior delas - Quéops - foi encontrado um sarcófago vazio, sem tampa, objeto que não poderia ter

sido transportado pelos estreitos corredores que conduzem à câmara. Como o sarcófago foi colocado alí e onde foi

parar a tampa são perguntas sem resposta até o momento.

A esfinge de Gizé, de 20 metros de altura e 70 metros de comprimento, é tão antiga quanto as pirâmides e ainda

mais misteriosa, pois não se sabe quem a construiu nem por quê.

Sacerdotes, altos funcionários e nomarcas

Os sacerdotes eram responsáveis pela administração dos templos, pelos cultos e elas festas religiosas. Sabiam ler e

escrever e controlavam boa arte das riquezas do reino.

Dentre os altos funcionários, o mais importante era o vizir, responsável pela administração do império. Ele

controlava a arrecadação de impostos, chefiava a polícia, fiscalizava as construções e as obras públicas, além de

presidir o mais alto tribunal de Justiça e ser o comandante-em-chefe das tropas.

Os nomarcas eram os administradores das províncias ou nomos. Assumiam funções importantes em suas províncias,

como as de juiz e chefe político e militar, mas estavam subordinados ao poder do faraó.

Página 101

Guerreiros e escribas

Os guerreiros defendiam o reino e auxiliavam na manutenção da paz. Eram respeitados pelo faraó e pela sociedade.

Tinham direito a vários benefícios, o que lhes garantia prestígio e riquezas.

Os escribas eram funcionários do reino e podiam prestar serviços ao faraó, ao exército ou aos templos. Eles

cobravam os impostos, organizavam as leis, fiscalizavam as atividades econômicas, determinavam o valor das terras,

eram responsáveis pelo censo (levantamento do número de habitantes do reino).

As exigências para ser escriba eram saber escrever, ler e calcular, o que não era fácil, pois a escrita egípcia era muito

complexa. Existiam escolas especiais para treinar escribas. Os candidatos eram matriculados aos 5 anos de idade e

passavam o dia inteiro copiando textos. Eles também aprendiam história, matemática, geografia e recebiam noções

de administração.

A escrita egípcia

Os egípcios criaram uma das escritas mais antigas de que se tem notícia baseada no uso de hieróglifos, sinais ou

caracteres que representavam imagens de aves, objetos etc. Com esse tipo de escrita, eram feitas as inscrições nos

templos e nos túmulos, além de textos religiosos. já foram encontrados documentos escritos com hieróglifos com

mais de 5.000 anos de idade,

Além da escrita hieroglífica, os egípcios desenvolveram dois outros tipos de escrita: a hierática e a demótica.

- Escrita hierática: Variante mais simplificada da escrita hieroglífica, era utilizada para escrever sobre papiro,

madeira e outra superfície lisa. Eram empregadas em textos administrativos, literários e religiosos,

- Escrita demótica: Surgiu no século VII a.C., portanto bem depois das escritas hieroglífica e hierática, e aos poucos

substituiu esta última, exceto nos documentos religiosos.

Artesãos, camponeses e escravos

A maioria da população era composta de artesãos, camponeses e escravos, que faziam parte do grupo social com

menos prestígio.

Os artesãos trabalhavam nas cidades, nos palácios e nos templos. Prestavam serviços ao faraó, aos sacerdotes e aos

altos funcionários, que eram os consumidores dos artigos de luxo que eles confeccionavam, como joias, tecidos finos

e adornos pessoais. Além disso, os artesãos também faziam objetos de uso doméstico, utilizados por toda a

população. Recebiam alimentos e matérias-primas em troca de seu trabalho.

Página 102

Um dos destaques do artesanato egípcio era a produção de tecidos com fibras locais como o linho e o algodão. Os

egípcios também importavam matérias-primas: traziam madeira da Fenícia, para a construção de navios, móveis e

sarcófagos; de suas terras na Núbia (atual Sudão) vinham perfumes, pedras preciosas e marfim, além de cobre e

estanho, empregados na fabricação de armas.

À medida que as trocas de produtos artesanais por matérias-primas e alimentos foram se tornando mais frequentes,

uma nova categoria começou a se destacar na pirâmide social do Egito antigo: a dos comerciantes, que passaram a

acumular riqueza e poder.

Os camponeses, ou felás, eram trabalhadores independentes que prestavam serviço nas propriedades agrícolas em

troca de uma pequena parte da colheita. Cuidavam dos animais, aravam a terra, plantavam, carregavam água por

grandes distâncias para a irrigação do solo, colhiam os cereais, consertavam os diques e limpavam os canais de

distribuição de água, Fora da época da colheita, alguns camponeses eram contratados para trabalhar nas

construções do faraó e, em tempos de guerra, podiam ser recrutados para o exército.

Os escravos estavam na base da pirâmide social do Egito. Em geral eram estrangeiros aprisionados durante as

guerras ou pessoas trazidas de outras regiões para serem vendidas nos mercados. Desempenhavam funções

perigosas, como o trabalho nas minas de cobre e ouro.

Uma parte das colheitas produzidas em todo o império era apropriada pelo faraó e guardada nos templos sob a

administração dos sacerdotes; a outra parte era comercializada com outros povos. Da parte armazenada, retiravam-

se os alimentos dos camponeses e dos escravos.

Página 103

4. A Religião

Deuses para todas as ocasiões

Os egípcios eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Esses deuses podiam ter forma humana

(antropomorfismo), de animais (zoomorfismo), ou misturar as características de ambas as formas.

Cada cidade do antigo Egito tinha sua própria divindade. Um deus só passava a ser adorado em todo o reino quando

a cidade onde ele era reverenciado se tornava capital do império.

Segundo a crença egípcia, os deuses controlavam a vida e a morte das pessoas, que depois de morrerem, suas almas

deveriam se apresentar diante do Tribunal de Osíris. Lá prestavam conta de suas ações em vida. Nesse momento era

importante que o morto tivesse consigo pelo menos um fragmento do livro dos mortos, um manual de conselhos

que ensinava como se comportar durante o julgamento.

Principais deuses egípcios

Osiris. Deus dos mortos era representado em forma humana ou de múmia, com coroa adornada de plumas e

chifres. Segundo a lenda, foi o primeiro governante do Egito.

Ísis. Deusa-mãe, irmã e esposa de Osíris, geralmente representada com uma meia-lua (símbolo da

fecundidade feminina) acima de sua cabeça.

Hórus. Deus-sol, filho de Osíris e Ísis, geralmente representado como um falcão ou um homem com cabeça

de falcão. Também era chamado de Rá.

Amon-Rá. Rei dos deuses, protetor do faraó.

Harbor. Deusa com cabeça de vaca, tinha como atributos o amor, a dança e a alegria, Acreditava-se que ela

ajudava as mulheres na hora do parto.

Thueret. Representada como uma fêmea grávida de hipopótamo, essa deusa era tida como a protetora dos

nascimentos e da ressurreição.

Anúbis. Representado como um homem com cabeça de Chacal, era o juiz do reino dos mortos e o protetor

do embalsamento.

Thot Inventor da escrita e senhor da ciência e da sabedoria, era representado com cabeça de ibis.

Bastet. Deusa com cabeça de gata. Era a guardiã dos livros, da dança, da música e da magia.

Maat. Guardiã da justiça e da verdade, essa deusa era representada como uma ave com rosto humano ou

como uma mulher com penas na cabeça.

Página 104

Os rituais da mumificação

Segundo as crenças egípcias, o corpo dos mortos tinha de ser preservado para garantir que a alma pudesse

reencarná-los no outro mundo.

No processo de conservação usado pelos egípcios – chamado mumificação – todo o corpo, incluindo os órgãos

internos, era primeiro embalsamado, isto é, tratado com ervas e produtos químicos, e depois recoberto com faixas

de linho.

Praticamente todos os mortos eram embalsamados e mumificados. No entanto, dependendo da classe social do

morto, o corpo recebia tratamento e túmulo diferenciados. Assim como hoje existem cemitérios, caixões e

sepulturas de vários tipos e preços, no Egito antigo os serviços funerários também variavam de acordo com as

condições econômicas do falecido.

Página 105

Pirâmides, hipogeus e mastabas

Depois de mumificados. os faraós e outros membros importantes da sociedade eram sepultados em pirâmides, um

dos tipos de túmulo usados no Egito antigo. Com o morto. depositavam-se alimentos, vasilhas, objetos pessoais,

artefatos como armas e barcos, além de peças de artesanato em madeira e pinturas que mostravam cenas do dia-a-

dia. Estas últimas serviam para que o morto se lembrasse, eternamente, de sua vida na Terra.

Também se costumava decorar o interior das pirâmides com estatuetas de madeira que representavam os

trabalhadores que iriam servir o falecido onde quer que ele estivesse.

Nem todos os egípcios eram sepultados em pirâmides. Foram encontrados corpos em hipogeus, túmulos

subterrâneos cavados em rochas nas barrancas dos rios ou nas encostas de montanhas; um hipogeu podia ter vários

compartimentos e ser ricamente decorado, Havia, igualmente, as mastabas, tumbas de base retangular, com sala

para oferendas, capela e uma câmara mortuária subterrânea: onde se depositavam os mortos. Já os trabalhadores

pobres e os escravos eram enterrados nas areias do deserto, em covas rasas.

Página 106

5. A vida no dia

Cuidados com o corpo e vestuário

No Egito antigo, homens e mulheres utilizavam cosméticos com frequência. E não se tratava só de vaidade - muitas

vezes, o uso de certos produtos era uma necessidade. Os óleos aromáticos, por exemplo, além de perfumar, serviam

para hidratar a pele ressecada pelo Sol e pelos ventos fortes, que são típicos da região desértica do Egito.

Para facilitar a higiene e controlar as infestações de piolhos, as pessoas costumavam raspar os cabelos. Alguns

enfeitavam a cabeça com perucas e coroas adornadas com flores, penas e joias.

Em geral, os egípcios usavam roupas simples: os homens vestiam saiotes e as mulheres usavam vestidos retos com

alças largas. Os trajes dos ricos eram adornados com aplicações de contas, pedras e bordados. No verão, crianças e

adultos que exerciam atividades pesadas andavam nus devido ao calor intenso. _

Alimentação e lazer

Trigo e cerveja estavam sempre presentes nas refeições. O trigo era moído pela dona da casa e misturado com água

para o feitio de pães. A cerveja - invenção egípcia - e o vinho eram feitos em casa. Carne de boi, carneiro e cabra,

bem como aves (pombo, ganso, pato), peixes e vegetais faziam parte da alimentação.

Os antigos egípcios apreciavam as frutas, em especial figo, romã, uva e tâmara, e utilizavam o mel para adoçar.

As pessoas mais ricas costumavam oferecer banquetes para comemorar eventos variados ou para prestar

homenagem aos mortos. Os convidados utilizavam travessas, pratos e xícaras de cerâmica e comiam com as mãos.

As pinturas encontradas pelos arqueólogos mostram que as crianças egípcias praticavam jogos em equipe e que os

adultos gostavam de caça, pesca, natação e luta. Não há registro da existência de teatros, mas nas festas religiosas

eram apresentados espetáculos para a população.

Lembre-se!

- As águas do Rio Nilo foram muito importantes para a civilização egípcia, em especial para o desenvolvimento das

atividades econômicas.

- Uma rígida hierarquia social caracterizou o Egito antigo: o faraó ocupava o topo da pirâmide social e na base

ficavam os camponeses e os escravos.

- A religiosidade era um aspecto fundamental da vida dos egípcios, que cultuavam vários deuses e acreditavam na

vida após a morte.

- As pirâmides e outros monumentos do Egito antigo estão entre os maiores patrimônios culturais da humanidade.