Marxismo e comunicação

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Marxismo e Comunicação: Escola de Fankfurt Prof. Dr. Richard Romancini

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Marxismo e Comunicação:Escola de Fankfurt

Prof. Dr. Richard Romancini

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Marxismo e Comunicação

- Abordagem que privilegia a linguagem com atividade humana, inserida na base material da sociedade

- Perspectiva de abordagem do terreno conflitivo das relações sociais em sua dinâmica histórica

- Ênfase no papel ideológico dos meios de comunicação

- Produção geralmente vista como momento que dá sentido ao ato comunicativo

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Marxismo e Comunicação

Diferentes autores e correntes fundamentam-se nas ideias marxistas para estudar a comunicação:

- Pioneirismo da Escola de Frankfurt, com suas diferentes tendências;

- Estudos Culturais;- Economia Política da Comunicação

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Escola de Frankfurt1. Histórico e características-Coletivo de cientistas sociais alemães agrupado em Instituto situado em Frankfurt (depois autores alguns migraram para EUA);

-Contexto histórico: ascensão do totalitarismo e aparente fracasso da democracia liberal-burguesa (pré e pós-2ª guerra);

-Entre outros autores (1ª fase, a partir dos anos de 1930): T. Adorno, M. Horkheimer, E. Fromm e H. Marcuse;

Max Horkheimer (esq.) (1895-1973) e Theodor Adorno (dir.) (1903-1969). Ao fundo, com a mão na cabeça Jürgen Habermas (1929)Fonte: Wikipédia

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Escola de Frankfurt1. Histórico e características

-Influências culturais: marxismo e psicanálise (Freud);-Projeto global: elaboração de uma ampla teoria crítica da sociedade;-Interesse pela comunicação como elemento estruturante da sociedade contemporânea;-Pesquisa crítica em comunicação.

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Escola de Frankfurt1.2 Dialética do Iluminismo-Dialética do iluminismo: movimento histórico pelo qual o projeto Iluminista, produz o oposto de suas propostas;-Projeto Iluminista: emancipação humana das opressões sociais, possibilidade de todos viverem em condições dignas e livres etc.;-Condições históricas e progresso das sociedades capitalistas avançadas produziram novas sujeições (ao sistema econômico e social dominante) que limitaram a liberdade e o caráter progressista da modernidade.

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Escola de Frankfurt1.3. Indústria Cultural-Indústria cultural: processo de mercantilização da cultura no capitalismo avançado que limita os processos de formação da consciência crítica;-IC produz “cultura afirmativa”, que “ajusta” os indivíduos à situação social = efeito ideológico;-Crítica não é à tecnologia (TV, rádio etc.) em si, mas ao uso dos MCM no capitalismo monopolista, dentro de um contexto amplo de fracasso do projeto Iluminista, para o qual a IC colabora;-Manipulação e domesticação da consciência, através da IC, reifica os indivíduos.

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Banalização e integração na IC

http://www.youtube.com/watch?v=skI0JC2s-aU

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Teoria Crítica

http://www.youtube.com/watch?v=EwyzPdaXekA

“Não é o bem, mas o mal, que é objeto da teoria. Ela já pressupõe a reprodução da vida nas formas determinadas em cada caso. Seu elemento é a liberdade, seu tema a opressão” (ADORNO; HORKHEIMER, Dialética do esclarecimento)

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Arte contra a barbárie

http://www.youtube.com/watch?v=FO2np13ZVJs

• No mundo administrado, a arte é praticamente o único refúgio, mas a arte que diz “não” ao mundo

• Daí a incomum estética marxista de Adorno (antirrealista, anti-populista, francamente intelectualizada e de elite)

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- Refletem sobre aspectos positivos da produção industrial da cultura;

- MCM: potencial democratização da cultura e meio de tomada de consciência popular (experiência soviética);

- Benjamin: “fim da aura” enseja novas possibilidades de relação com a obra de arte;

2. Kracauer e Benjamin: arte na época da reprodutibilidade técnica (corrente “marginal” da EF)

Walter Benjamin (1892-1940)Fonte: Wikipédia

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- Meios como fator de constituição de novas sensibilidades e educação estética e intelectual da população;

- Oposição de Adorno não a essas possibilidades, mas ao rumo (diverso do apontado) que o desenvolvimento capitalista dava aos mcm. Ou seja, estes transformavam a cultural em mercadoria, dentro da chamada “indústria cultural”.

2. Kracauer e Benjamin: arte na época da reprodutibilidade técnica (corrente “marginal” da EF)

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Escola de Frankfurt3. Habermas (2ª geração da Escola de Frankfurt)-Filósofo, discípulo de Adorno, da chamada 2ª geração da EF, que dá prosseguimento ao pensamento mais característico da EF;

-Obra: Mudança estrutural da esfera pública (1962), discute como o esclarecimento proporcionado pela mídia impressa passou, ao longo da história, a ser corrompido pelo caráter mercantil e pela propaganda;

-Consumidor/contribuinte eclipsia o cidadão e a “esfera pública” entra em declínio, já que os princípios da discussão racional entre iguais dão lugar à lógica do espetáculo midiático;

-Mais tarde passou a desenvolver uma Teoria da Ação Comunicativa.

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4. Ideias principais da 1ª Geração da Escola de Frankfurt-Dialética do Iluminismo: malogro do processo de libertação do homem;

-Indústria cultural: transformação da cultura em mercadoria;MCM como instância fundamentalmente ideológica, controladora do homem na sociedade industrial – não emancipadora;

-Manipulação e controle social em favor dos interesses dos grupos economicamente dominantes como características centrais da “indústria cultural”;

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- Capitalismo avançado não cumpre promessas de libertação e não deseja indivíduos críticos;

- Norma é o consumo banal e reificador: dissolução da verdadeira cultura (e os mcm colaboram nesse processo).

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- Movimento Situacionista - Guy Debord (1967): A sociedade do espetáculo [Documentário sobre o movimento aqui.];

- 1968: 3M (Marx, Mao, Marcuse – Eros e civilização);

- P. Bourdieu (década de 1990): Sobre a televisão (1996) e trabalhos de crítica à “indústria cultural” em vários aspectos (esporte, jornalismo etc.);

- Clássicos (Adorno, Horkheimer etc.) também têm sido reavaliados;

- Publicidade: anti-publicidade.

Guy Debord (1931-1994), líder do Movimento Situacionista, que teve influência da EFFonte: Marxists.org

5. Influências e continuidades até os dias de hoje

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Escola de Frankfurt6. Aspectos positivos (no plano analítico) da EF-Visão estrutural, radicalidade crítica, procura enxergar além das aparências;

-Exercício do raciocínio dialético (Adorno em particular) e da complexidade analítica, inspiradora de reflexões sobre nós e o mundo;

-Perspectiva macrosocial, que procura vislumbrar a complexidade do sistema, do qual aos mcm são uma parte;

-Quadro conceitual fornece elementos de crítica à sociedade de modo geral e às relações de dominação, em particular quanto ao mcm (monopólio, padronização dos produtos etc.);

-Aponta para um horizonte utópico: libertação humana.

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7. Críticas (no plano analítico) à perspectiva da EF-Elitismo cultural – crença excessiva no potencial da alta cultura (“arte negativa”);-Niilismo e pessimismo analítico, que conduzem (por vezes) à passividade;-Incapacidade de esboçar saídas viáveis para os impasses que verificam.