MARIANA COELHO CARVALHO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO...

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i MARIANA COELHO CARVALHO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PSICOMOTORA PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH PSYCHOMOTOR INTERVENTION PROGRAM FOR CHILDREN WITH ATTENTION DEFICIT HYPERACTIVITY DISORDER - ADHD CAMPINAS 2015

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MARIANA COELHO CARVALHO

PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PSICOMOTORA PARA CRIANÇAS COM

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH

PSYCHOMOTOR INTERVENTION PROGRAM FOR CHILDREN WITH

ATTENTION DEFICIT HYPERACTIVITY DISORDER - ADHD

CAMPINAS

2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciências Médicas

MARIANA COELHO CARVALHO

PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PSICOMOTORA PARA CRIANÇAS COM

TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH

PSYCHOMOTOR INTERVENTION PROGRAM FOR CHILDREN WITH

ATTENTION DEFICIT HYPERACTIVITY DISORDER - ADHD

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da

Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos

exigidos para a obtenção do título de mestra em Ciências Médicas,

área de concentração em Ciências Biomédicas.

Dissertation presented to the Faculty of Medical Sciences, Campinas

State University as part of the requirements for obtaining a master's

degree in Medical Sciences.

ORIENTADOR: PROFA. DRA. CINTIA ALVES SALGADO AZONI

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA

MARIANA COELHO CARVALHO E ORIENTADA PELA

PROFA. DRA. CINTIA ALVES SALGADO AZONI.

CAMPINAS

2015

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Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus amores,

Décio, Judith, Tiago, Neia, Carol, Túlio, Nathy e Rodrigo.

Minha eterna gratidão ao amor e cuidado de vocês comigo.

Vocês são a melhor parte da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por minha família, amigos, trabalho, saúde, enfim, por minha

vida tão feliz e confortável. Obrigada por iluminar o meu caminho e minhas

decisões.

À minha orientadora Profa. Dra Cíntia Alves Salgado Azoni, pela infinita

disponibilidade e impecável condução desta orientação. Levarei para sempre os

ensinamentos transferidos a mim – dedicação, amor ao que se faz,

responsabilidade e ética. Te admiro muito como pessoa e profissional. Obrigada

por tudo!

Aos meus pacientes e seus familiares pela disponibilidade e interesse na participação deste estudo. Tudo isso só foi possível graças a vocês.

À Profa. Dra Sylvia Maria Ciasca, por ter colocado o serviço do ambulatório à

minha disposição para coleta de dados, pela oportunidade e felicidade de

continuar meus estudos. Agradeço também por toda contribuição dada no

momento da minha qualificação. Todas as sugestões e críticas acrescentaram

minhas reflexões a respeito do trabalho.

À Profa Dra Marilisa Matovani Guerreiro, pelas valiosas contribuições no exame de

qualificação e pela disponibilidade de partilhar comigo seus conhecimentos.

Aos meus pais, Décio e Judith, pelos bons exemplos, palavras de incentivo e

apoio que sempre me deram. Obrigada por acreditarem em mim e no meu

trabalho, sempre dispostos a escutar meus planos, as histórias da minha

pesquisa, enfim, por embarcarem nesse sonho comigo.

Aos meus irmãos e cunhadas, Tiago, Túlio, Neia e Nathália, que mesmo de longe

se fazem tão presentes em minha vida. Vocês são meus exemplos de paciência,

esforço, fé e organização.

À minha sobrinha Carolina, que com tão pouco tempo de vida me proporciona a

expressão máxima do amor, da força e vida. Obrigada por me permitir a

experiência de ser tia e madrinha. Amo você!

Ao Rodrigo, meu “maior achado”, companheiro e amigo, agradeço pelo namoro

tranquilo e cheio de carinho que fazem de mim uma pessoa melhor. Obrigada

também pela ajuda técnica com planilhas, tabelas e formatação, sempre com tanta

paciência. Agradeço também a sua família que me recebeu com carinho.

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Aos amigos da padaria, Ricardo, Rauni, Fernanda, Carol e Talita. Agradeço a

amizade, carinho e companheirismo. Ri, obrigada pelas conversas sem fim

acompanhadas de muito café. Você é um grande amigo e profissional que espero

levar por toda minha vida. Rauni, meu amigo para qualquer hora e conversa,

obrigada pelas discussões políticas, acadêmicas, de relacionamento, sociais...sua

amizade é para sempre. Fer, que bom que nossas vidas se cruzaram e desse

encontro tenha surgida uma amizade repleta de afinidades e boas histórias. Carol,

minha “conterrânea”, companheira de pensionato e apartamento. Admiro sua

força, coragem, fé e sabedoria. Que estes sejam os primeiros de muitos anos de

amizade. Talita minha amiga, flor e querida, obrigada pela amizade incondicional!

Dividir com você a monitoria, o Ped, a disciplina da pós, as apresentações de

seminário, os estudos para disciplina do Dr. Benito, as ansiedades das esperas de

resultado, os planejamentos de supervisão para o aprimoramento, enfim, toda a

experiência de Unicamp traz a certeza de que nossa amizade é para sempre.

Aos amigos da pós-graduação (Orgânicos), vocês são meu maior achado do mestrado. Agradeço por dividirem comigo, mesmo que por whatssap, as dúvidas, ansiedades e expectativas da qualificação, da escrita dos artigos, da dissertação e defesa. Espero que todos tenham “defesas” bem sucedidas e que essa experiência traga muitos encontros. Aos amigos do Disapre e Ciapre, Dra. Sylvia, Dra. Valeriana, Sônia, Márcia, Taís, Adriana, Paty, Iuri, Lívia, Carol Camargo, Silvyo, Rita, Kelli, Gabrielly, Fernanda, Ricardo, Rauni, Talita, Carol, Malu, Fernando, César, Sérgio, Clay, Thati e Giuliane, obrigada pelo companheirismo e bonito trabalho que construímos juntos. Ao amigo Iuri Capelatto pelo auxílio nas avaliações das crianças com TDAH antes e depois da intervenção. As aprimorandas: Janaina, Mônica, Maria Clara, Amanda, Gabi, Camila, Evelyn, Carol e Grasi, agradeço a oportunidade de trocar experiências e discussões de caso nas supervisões. A todas às enfermeiras do Ambulatório de Neuro-Dificuldades de Aprendizagem, Izildinha, Sô, Ivonilde, Cidinha e Soninha, vocês são muito queridas. Aos funcionários do Departamento de Neurologia, em especial a Solange Bonin pela disponibilidade e atenção. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq pelo auxílio financeiro do estudo. Todos vocês são co-autores deste trabalho!

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O corpo de uma criança é um espaço infinito onde cabem todos os universos. Quanto mais ricos forem estes universos, maiores serão os vôos da borboleta,

maior será o fascínio, maior será o número de melodias que saberá tocar, maior será a possibilidade de amar, maior será a felicidade.

Rubem Alves (Livro “A alegria de ensinar”).

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo verificar a eficácia de um programa de intervenção

psicomotora em crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

(TDAH). Especificamente o estudo comparou o desempenho psicomotor e

cognitivo (atenção e funções executivas), pré e pós testagem, em crianças com

TDAH submetidas ao programa de intervenção psicomotora; comparou o

desempenho psicomotor e cognitivo (atenção e funções executivas), pré e pós

testagem, em crianças com TDAH não submetidas ao programa de intervenção

psicomotora; além da comparação do desempenho psicomotor e cognitivo de

crianças com TDAH e crianças controle na avaliação pré e pós-testagem.

Participaram do estudo 26 crianças do gênero masculino, sendo 14 com TDAH,

divididas em grupo experimental I e II (GEI e GEII) e 12 com desenvolvimento

típico agrupados no grupo controle (GC), com idade cronológica entre 07 e 11

anos (M=9,00) e cursando do 2º ao 6º ano do ensino fundamental de escolas

públicas e particulares. As crianças passaram por avaliação psicomotora e

cognitiva. Os resultados deste estudo foram organizados em dois artigos, o

primeiro referente ao desempenho psicomotor de crianças com TDAH e o

segundo apresentando o efeito de um programa de intervenção psicomotora em

crianças com TDAH. Os dados apresentados no primeiro artigo mostrou que as

crianças com TDAH foram classificadas como “Eupráxico” 2(42,9%), 7(50%)

“Dispráxico” e 1(7,1%) “Deficitário”. Enquanto no grupo controle 11(91,7%)

crianças foram classificadas como “Bom” e 1(8,3%) como “Superior”. O

desempenho psicomotor dos sujeitos com TDAH foi pior que do grupo controle em

todas as áreas avaliadas. Os resultados sugerem que meninos com TDAH

apresentam dificuldades psicomotoras que podem estar associadas a

características do próprio quadro. A avaliação psicomotora pode favorecer o

processo diagnóstico e de intervenção no TDAH. Os resultados apresentados no

segundo artigo sugerem que a intervenção psicomotora foi eficiente para o

tratamento de crianças com TDAH, uma vez que houve diferenças

estatisticamente significativas nos escores de classificação do perfil psicomotor e

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nos testes de atenção e funções executivas. Além disso, houve melhora

qualitativa, indicada pelo aumento das médias das funções de noção de corpo,

equilibração, estruturação espaço temporal, praxia fina, lateralidade e tonicidade,

respectivamente.

Palavras-chave: Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade;

Desempenho psicomotor; Atenção; Funções Executivas.

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ABSTRACT

This study aimed to determine the effectiveness of a psychomotor intervention

program for children with ADHD. Specifically, the study compared the psychomotor

and cognitive performance (attention and executive functions), pre and post testing

in children with ADHD, subject to psychomotor intervention program; He compared

the psychomotor and cognitive performance (attention and executive functions),

pre and post testing in children with ADHD not subject to psychomotor intervention

program; beyond comparison psychomotor and cognitive performance of children

with ADHD and control children in pre- and post-testing. The study included 26

male children, 14 with Attention Deficit Disorder and Hyperactivity Disorder

(ADHD), divided into experimental group I and II (GEI and GEII) and 12 with typical

development grouped in the control group (CG), aged chronological between 7:11

years (M = 9.00) and attending the 2nd to 6th grade of elementary school of public

and private schools. The children underwent cognitive psychomotor assessment

and pre and post-intervention. The results of this study were divided into two

articles, the first referring to the psychomotor performance of children with ADHD

and the second showing the effect of a psychomotor intervention program for

children with ADHD. The data presented in the first article showed that children

with ADHD were classified as "Eupráxico" 2 (42.9%), 7 (50%) "dyspraxic" and 1

(7.1%) "Underfunded". While in the control group 11 (91.7%) children were

classified as "good" and 1 (8.3%) and "Superior". Psychomotor performance of

subjects with ADHD was worse than the control group in all areas assessed. The

results suggest that children with ADHD have psychomotor problems that may be

associated with the frame itself features. Psychomotor assessment may favor the

diagnosis and intervention process in ADHD. The results presented in the second

article suggested that psychomotor intervention is effective for treating children

with ADHD, since there were statistically significant differences in scores of

psychomotor profile classification and tests of attention and executive functions. In

addition, there was a qualitative improvement, indicated by the increase in average

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body notion of functions, balancing, timeline structure, fine praxis, laterality and

tone respectively.

Keywords: Attention deficit disorder with hyperactivity; Psychomotor performance;

Attention; Executive Functions.

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LISTA DE ABREVIATURAS

APA American Psychiatric Association

CID-10 Classificação Internacional das Doenças

CIAPRE Centro de Investigação da Aprendizagem e Atenção

DSM-5 Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais

DISAPRE Laboratório de Pesquisa em Distúrbios, Dificuldades de

Aprendizagem e Transtorno de Atenção

ECPC Ensaios para completar a primeira categoria

ENP-P Percentil de erros não-perseverativos

EP-P Percentil de erros perseverativos

FAC Facilitação

FCM Faculdade de Ciências Médicas

FE Funções Executivas

FMC Fracasso em manter o contexto

GC Grupo Controle

GE Grupo Experimental

HC Hospital de Clínicas

NCC Número de categorias completadas

NEA Número de ensaios administrados

NTC Número total correto

OMS Organização Mundial da Saúde

PENP-P Percentil do percentual de erros não-perseverativos

PE-P Percentil do percentual de erros

PRNC-P Percentil do percentual de respostas de nível conceitual

PRP-P Percentil do percentual de respostas perseverativas

QI Quociente de Inteligência

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................ 3

2.1 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ..................................... 3

2.1.1 Histórico e diagnóstico ............................................................................................. 3

2.1.2 Etiologia ..................................................................................................................... 7

2.1.3 Funcionamento neurológico e neuropsicológico ................................................. 8

2.1.4 Tratamento .............................................................................................................. 11

2.1.5 Alterações psicomotoras no TDAH ...................................................................... 13

2.2 Psicomotricidade ............................................................................................................ 17

2.2.1 Histórico da Psicomotricidade .............................................................................. 18

2.2.2Desenvolvimento das funções psicomotoras ...................................................... 22

2.2.4 Avaliação psicomotora ........................................................................................... 27

2.2.5 Bateria de Observação Psicomotora - BPM ....................................................... 30

2.2.6 Intervenção psicomotora ....................................................................................... 32

3. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 37

3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 37

3.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 37

4. RESULTADOS ..................................................................................................................... 39

Artigo 1 - Psychomotor performance of children with Attention Deficit Hyperactivity

Disorder - ADHD ................................................................................................................... 39

Artigo 2 - Efeito de um programa de intervenção psicomotora em crianças com o

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH ......................................... 39

5. CONCLUSÃO GERAL ........................................................................................................ 79

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 81

APÊNDICES .............................................................................................................................. 91

Apêndice A ............................................................................................................................ 93

Termo de Consentimento – Grupo Experimental ............................................................ 93

Apêndice B ............................................................................................................................ 97

Termo de Consentimento – Grupo Controle .................................................................... 97

Apêndice C .......................................................................................................................... 101

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Termo de Assentimento – Grupo Experimental ............................................................ 101

Apêndice D .......................................................................................................................... 103

Termo de Assentimento – Grupo Controle ..................................................................... 103

Apêndice E .......................................................................................................................... 105

Programa de Intervenção Psicomotora para crianças com TDAH ............................. 105

ANEXOS .................................................................................................................................. 119

ANEXO A ............................................................................................................................. 121

Instrumento de Avaliação Psicomotora .......................................................................... 121

Bateria de Observação Psicomotora (BPM) .................................................................. 121

ANEXO B ............................................................................................................................. 129

Teste de Cancelamento .................................................................................................... 129

ANEXO C ............................................................................................................................. 131

Stroop Color Word Test (SCWT) ..................................................................................... 131

ANEXO D ............................................................................................................................. 133

Trail Making Test TMT (A / B) .......................................................................................... 133

ANEXO E ............................................................................................................................. 135

Tower of London (TOL) ..................................................................................................... 135

ANEXO F ............................................................................................................................. 137

Wisconsin de classificação de cartas (WCST) .............................................................. 137

ANEXO G............................................................................................................................. 139

Carta de aprovação do Comitê de Ética ......................................................................... 139

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1. INTRODUÇÃO

Queixas de desatenção, impulsividade e agitação somam as principais

causas de encaminhamentos de crianças e adolescentes para serviços

especializados de atendimento infanto-juvenil. Investigar a origem e o impacto

destes sintomas na vida de uma criança permite incluí-los ou não ao quadro do

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

O TDAH traz prejuízos em diferentes áreas da vida do indivíduo, como por

exemplo, nas relações sociais, na organização das tarefas diárias e nos aspectos

acadêmicos. Por isso, é importante que a criança que apresenta

comprometimentos como estes sejam submetidas a uma avaliação interdisciplinar

para que seja feito um diagnóstico correto e as orientações necessárias para

intervenção.

O indivíduo com o transtorno apresenta uma disfunção no Sistema Nervoso

Central (SNC) que ocasiona alterações cognitivas, originalmente de atenção e

funções executivas, além de alterações motoras. É comum que a queixa dos pais

e professores sobre o comportamento da criança venha acompanhada das

seguintes falas: “ele é estabanado, deixa cair tudo, quebra os brinquedos, a letra é

feia e o caderno desorganizado”.

Dessa forma, o interesse em desenvolver um programa de intervenção

psicomotora para crianças com TDAH surgiu da prática clínica. Além disso, a

escolha do método de intervenção, a terapia psicomotora, aconteceu pela

escassez de pesquisas direcionadas ao tratamento específico para o

comprometimento motor apresentado por este público. As pesquisas, em sua

maioria, priorizam o tratamento medicamentoso ou de terapia comportamental.

Este estudo está organizado em capítulos e o primeiro apresenta a Revisão

da Literatura que traz a caracterização geral do TDAH, como: histórico,

diagnóstico, etiologia, epidemiologia, funcionamento neurobiológico, tratamento e

alterações psicomotoras. Posteriormente, serão abordados os principais aspectos

teóricos da Psicomotricidade, seguido de estudos que evidenciam o tratamento

psicomotor em crianças com TDAH. O capítulo 2 faz menção aos objetivos do

estudo e o capítulo 3 se refere a apresentação de dois artigos referentes aos

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resultados da pesquisa. No capítulo 4 temos a conclusão geral do estudo a partir

dos objetivos iniciais propostos. Os anexos e apêndice foram organizados no

capítulo 5.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos

transtornos do neurodesenvolvimento mais pesquisados e está entre as principais

causas de encaminhamentos de crianças e adolescentes para centros de saúde

(Barkley, 2008, Muszkat, Miranda e Rizzurri, 2011). Caracteriza-se pela dificuldade

no controle atencional e pode ser acompanhado ou não de agitação motora com

impulsividade. Esse comportamento quando comparado com indivíduos da

mesma idade é considerado mais frequente e grave (Barkley, 2002; Rodhe &

Ralphern, 2004; American Psychiatric Association [APA], 2014). Embora os

estudos sobre a prevalência do TDAH apontem controvérsias, a literatura que

utilizou os critérios do DSM IV estimou média em torno de 3-6% em crianças em

idade escolar (Rohde e cols, 2001; Faraone e cols, 2003), sendo predominante no

gênero masculino (Barkley, 2008).

As consequências do transtorno na vida do indivíduo inclui instabilidade de

relacionamento, dificuldade de organização, em seguir regras e concluir tarefas,

fala em demasia, baixo rendimento acadêmico ou profissional, dentre outros.

2.1.1 Histórico e diagnóstico

Ao longo de mais de um século, vários estudos contribuíram para melhor

compreensão do diagnóstico e tratamento do TDAH. A primeira descrição de

sintomas típicos do quadro do transtorno em crianças foi feita em um discurso não

científico, pelo médico e escritor alemão Heinrich Hoffman em 1865, por meio do

poema A estória do irriquieto Felipe (The Story of Fidgety Philip – Hallowell e

Ratey, 1994; Barkley 2008).

“Deixem-me ver se Felipe é capaz de ser um bom rapaz. Deixem-me ver se ele vai saber sentar-se quieto na hora de comer. Assim papai mandou Felipe se comportar e muito séria mamãe parecia estar. Mas Felipe das mãozinhas sem paz, não fica sentado jamais. Remexe-se, o corpo, as mãozinhas e também da umas risadinhas. E então, posso declarar, para frente e para trás põe-se a balançar, inclinando sua cadeira como se fosse um cavalinho de madeira. “Felipe, não estou de brincadeira”. Veja como é levado e não se cansa, cada vez mais selvagem essa criança. Até que a cadeira cai de vez no chão, Felipe grita com toda a força do

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pulmão. Segura-se na toalha, mas agora...agora mesmo que a coisa piora. No chão cai tudo, e como cai, copo, garfos, faca e tudo mais. Que caretas e choramingos mamãe fez! E papai fez uma cara de feroz! Felipe se encontra em maus lençóis”.

A descrição científica surgiu em 1902 com o médico britânico George Still

que classificou os sintomas do TDAH dentro de um quadro de “defeito no controle

da moral” e fez associação a possíveis fatores biológicos (Still, 1902; Barkley,

2008; Muszkat, Miranda e Rizzurri, 2011).

Posteriormente, como sucessores da descoberta de Still, diversos trabalhos

foram realizados de acordo com os sintomas de desatenção, hiperatividade e

impulsividade, primeiramente descritos na criança. Neste percurso histórico, a

terminologia para caracterizar o transtorno foi batizada e rebatizada várias vezes

(Caliman, 2010). No século XX, na década de 40, surgiu a denominação “lesão

cerebral mínima”, quando os sintomas do quadro eram associados a lesão

cerebral. Pouco tempo depois o termo foi modificado para “disfunção cerebral

mínima”, reconhecendo que as alterações características do transtorno estavam

relacionadas a disfunções no Sistema Nervoso Central (SNC) (Crinella, 1973;

Rohde, 2001).

Na década de 70 a disfunção cerebral mínima ganhou força nas discussões

da área da educação e saúde, e como decorrência a síndrome passou a ser

chamada de “Déficit de atenção”, preconizando o sintoma de desatenção, até

então secundário, como definidor no diagnóstico (Caliman, 2010).

Ainda na década de 70, especificamente no ano de 1973, a Organização

Mundial de Saúde (OMS) publicou na nona edição da Classificação Internacional

das Doenças (CID-9), a caracterização dos sintomas definidos como Síndrome

Hipercinética e, em 1993, com a publicação da nova edição (CID-10), a

denominação passou para Transtorno Hipercinético.

Paralelo à publicação da OMS, a Associação Americana de Psiquiatria

(APA) publicou pela primeira vez o Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças

Mentais (DSM-I) e reconheceu as dificuldades associadas a atenção como

Reação Hipercinética na Infância e na Adolescência (APA, 1968).

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As demais revisões do DSM trouxeram atualizações sobre os sintomas de

desatenção, hiperatividade e impulsividade, e, na quarta edição, que a

classificação Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade surgiu.

Atualmente, o transtorno é classificado pelo DSM 5 (APA, 2014) e CID 10

(OMS, 1993) como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e Transtorno

Hipercinético, respectivamente.

Para a CID-10 o transtorno é incluído na categoria F-90 “Transtornos

Hipercinéticos” e descrito no capítulo dos “Transtornos emocionais e de

comportamento com início usualmente ocorrendo na infância e adolescência”.

Conforme a definição da CID-10 (p.256), o Transtorno Hipercinético

(...) é caracterizado por: início precoce; uma combinação de um comportamento hiperativo e pobremente modulado com desatenção marcante e falta de envolvimento persistente nas tarefas e conduta invasiva nas situações e persistência no tempo dessas características de comportamento.

O manual acrescenta as diretrizes para o diagnóstico adequado com a

condição de comprometimento da atenção e hiperatividade em mais de um

ambiente (p. ex, casa, classe, clínica). (Quadro 1).

Quadro 1: Critérios diagnósticos da CID-10 (1993).

No DSM-5 o “Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade” é descrito

como um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que

compromete o funcionamento ou o desenvolvimento. A partir do manual o TDAH

pode se apresentar de forma combinada, (F90.2); predominantemente desatenta

(F90.0) ou ainda predominantemente hiperativas/impulsivas (F90.1). (Quadro 2).

Atenção

- Interrupção de tarefas prematuramente e por deixar tarefas inacabadas;

- Mudança frequente de uma atividade para outra;

- Perda de interesse em uma tarefa porque se distraem com outras.

Hiperatividade

- Inquietação excessiva, em especial em situações que querem calma relativa;

- Pode, dependendo da situação, envolver, correr e pular ou levantar do lugar

quando é esperado ficarem sentadas;

- Loquacidade e algazarra excessivas ou inquietação e se remexer.

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Quadro 2: Critérios diagnósticos do DSM-5 (2014)

A nova versão inclui a gravidade em que o comprometimento aparece na

vida da pessoa, podendo ser classificado como: leve, moderada e grave. O DSM,

assim como a CID-10, destaca a necessidade de haver comprometimento em pelo

menos duas áreas diferentes (casa e escola, por exemplo) e seis (ou mais) dos

sintomas devem persistir por pelo menos seis meses em um grau que é

inconsistente com o nível do desenvolvimento e ter impacto negativo diretamente

Desatenção

a. Frequentemente não presta atenção a detalhes ou comete erros por descuido

em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades;

b. Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividade

lúdicas;

c. Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra

diretamente;

d. Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar

trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho;

e. Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades;

f. Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que

exijam esforço mental prolongado;

g. Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades;

h. Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos;

i. Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas.

Hiperatividade e impulsividade

a. Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na

cadeira;

b. Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que

permaneça sentado;

c. Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é

inapropriado;

d. Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividade de lazer

calmamente;

e. Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado”;

f. Frequentemente fala demais;

g. Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido

concluída;

h. Frequentemente tem dificuldade para esperar sua vez;

i. Frequentemente interrompe ou se intromete.

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nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais. Outra novidade da quinta

edição do DSM diz respeito a idade de início dos sintomas. Anteriormente, era

necessário que os sintomas estivessem presentes antes dos 7 anos de idade.

Hoje, o limite de idade foi modificado para 12 anos.

Além disso, para fazer o diagnóstico de TDAH é necessário excluir alguns

quadros de base como a deficiência intelectual, déficits sensoriais graves, quadros

de psicose, ansiedade e depressão. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o

Transtorno de aprendizagem (TA) são apresentados pelo manual como

concomitantes ao quadro de TDAH, porém essa afirmativa traz controvérsias na

literatura científica, uma vez que se entende que, embora os sintomas do TDAH

estejam presentes nesses quadros, estes são secundários ao transtorno primário.

Ainda assim, somado ao preenchimento dos critérios, é consenso que o

diagnóstico de TDAH deve ser realizado com a avaliação de uma equipe

interdisciplinar, uma vez que o quadro pode ser acompanhado por alterações em

diferentes funções que comprometem o desenvolvimento, assim como, deve-se

investigar as comorbidades (Andrade e Lohr, 2007; Ciasca, Rodrigues e Salgado,

2010).

2.1.2 Etiologia

Sobre os fatores etiológicos, a literatura aponta que o TDAH é resultado da

interação entre fatores biológicos e ambientais (Barkley, 2002; Benczik, 2002;

Rodhe e Ralphen, 2004; Roman, Rohde e Hutz, 2009). Do ponto de vista

biológico, estudos clássicos com TDAH evidenciam a contribuição genética para

ocorrência do quadro. Faraone e cols (1994, 1998 e 2000) indicam em seus

estudos familiais que pais de crianças com TDAH apresentam de duas a oito

vezes mais chance para a ocorrência dos sintomas da patologia quando

comparado a população em geral. Além disso, um risco maior para o TDAH (no

mínimo 1,7%) aparece para parentes de segundo grau de crianças com o

diagnóstico quando comparado com o grupo controle.

Dentre os fatores ambientais, segundo Rodhe e Ralphen (2004), questões

psicossociais (conflitos familiares, criminalidade dos pais, baixo poder aquisitivo,

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presença de transtornos psiquiátricos na família, etc) podem estar associados ao

surgimento do transtorno.

2.1.3 Funcionamento neurológico e neuropsicológico

Estudos que contemplam a avaliação neurológica e neuropsicológica têm

sido feitos com o objetivo de identificar as regiões cerebrais alteradas no TDAH.

Os primeiros estudos com neuroimagem que identificaram alterações

anatomofuncionais em crianças com TDAH encontraram hipoperfusão bilateral no

striatum, na região central dos lobos frontais e no caudado, além de hiperperfusão

occipital (Lou et al, 1984, 1989, 1990).

De maneira geral, os demais estudos neurológicos evidenciam menor

volume nas regiões frontal anterior direita, cerebelo, globo pálido direito, núcleo

caudado e corpo caloso (Hynd et at, 1993; Castellanos et al, 2002; Castellanos et

al, 2012; Filipek et al, 1997; Berquin et al, 1998; Semrud-Clickman, 2000;

Seidman et al, 2006; Louzã-Neto, 2010). Estudo de meta-análise sobre exames de

imagem realizado em crianças com TDAH concluiu que as regiões mais

investigadas e que apontam maiores alterações incluem a região cerebelar, o

corpo caloso, núcleo caudado, lobo frontal e volume cerebral total (Valera et al,

2007). Castellanos e Tannock (2002) concluíram que indivíduos com TDAH têm

alterações na região frontal e em suas conexões com o restante do cérebro.

Além disso, um estudo dirigido pelo Instituto de Saúde Mental dos Estados

Unidos evidenciou um atraso acentuado na maturação cerebral de crianças com

TDAH, com o pico de desenvolvimento ocorrendo aproximadamente três anos

depois em crianças com TDAH, quando comparadas a crianças controle. O atraso

foi relevante nas regiões pré-frontal (Shaw et al, 2007).

Concomitante a estes estudos, os achados neuropsicológicos corroboram

com as alterações neurológicas descritas. Diferentes estudos descrevem déficit na

função cognitiva da atenção e disfunção executiva em indivíduos com TDAH

(Barkley, Murphy e Fischer, 2008; Biederman et al, 2010; Ciasca, Rodrigues e

Salgado, 2010).

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A atenção é a nossa capacidade de filtrar informações relevantes e

irrelevantes em função das demandas internas e intenções, sustentar e manipular

representações mentais e monitorar respostas aos estímulos (Strauss et al,2006).

Os substratos neurais da Atenção correspondem as seguintes regiões:

tronco encefálico, especialmente na formação reticular, diencéfalo (principalmente

no tálamo), telencéfalo, córtex parietal e pré-frontal (Lima, 2005), conforme figura

1.

Figura 1. Áreas cerebrais relacionadas com a Atenção11

Coutinho, Mattos, Araújo e Duchesne (2007) compararam crianças e

adolescentes com o diagnóstico de TDAH e indivíduos normais através de um

teste de atenção visual (TAVIS-III) e o resultado revelou que os índices tempo

médio de reação na tarefa de atenção seletiva, número de erros por omissão na

tarefa de atenção alternada e número de erros por ação na tarefa de atenção

sustentada foram mais comprometidos nos indivíduos com TDAH.

As Funções Executivas (FE) estão relacionadas à capacidade do sujeito de

engajar-se em comportamento orientado a objetivos definidos, ou seja, a

1 Figura adaptada de Posner e Peterson

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realização de ações voluntárias, independentes, autônomas, auto-organizadas e

orientadas para metas específicas (Gazzaniga et at, 2002).

As regiões do SNC que correspondem as FEs envolvem, especialmente, o

lobo frontal e áreas como as de associação sensorial, paralímbicas e subcorticais

(Klimkeit et al, 2005, Lima, 2011). Essa rede de conexões é monitorada pelo lobo

frontal que organiza as informações em níveis de complexidade e planejamento.

Um estudo de neuroimagem comparou indivíduos com TDAH e controles, e

o resultado mostrou que durante as tarefas que exigiam um bom funcionamento

executivo, houve menor ativação do córtex pré-frontal, lobo parietal esquerdo e

caudado direito no grupo de TDAH do que naqueles sem o transtorno (Goulardins,

2011 apud Dopheide e Pliszka, 2009).

Dessa forma, compreendendo as bases neurais envolvidas nos

mecanismos da atenção e Funções Executivas os estudos neuropsicológicos que

demonstram o baixo desempenho dos indivíduos com TDAH nessas funções

cognitivas tornam-se evidentes.

Figura 2. Subdivisões do lobo frontal2

Área cerebral relacionada com as FEs

2 Figura modificada de Fuster

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2.1.4 Tratamento

O principal tratamento proposto para o TDAH inclui a terapia combinada

entre medicamento, psicoterapia (terapias com diferentes enfoques, que trabalhe

aspectos psicossociais e cognitivos), além de orientações para os pais e escola

(APA, 2001). A justificativa para isso contempla novamente a abordagem

multidisciplinar envolvida no transtorno. Assim, da mesma forma que precisamos

de profissionais de diferentes áreas para que um diagnóstico preciso seja dado,

também precisamos dessa equipe para um bom tratamento e prognóstico.

O uso de medicamento é sem dúvida a questão mais polêmica envolvida no

TDAH. Porém, a prescrição mostra-se bastante eficaz no tratamento de crianças,

adolescentes e adultos. A literatura contempla mais de 500 publicações sobre o

uso de estimulantes, a maioria nos últimos 20 anos, demonstrando de forma clara

a eficácia do tratamento com estimulantes (Rohde, 2002).

O histórico do uso da medicação em pacientes com TDAH acompanha a

história propriamente dita do quadro, citada anteriormente. O primeiro relato de

uso de medicamentos em crianças foi feito por Bradley, em 1937, quando o

médico introduziu o uso de sulfato de anfetamina racêmico em crianças em idade

escolar que apresentavam queixas comportamentais (Moraes, 2010). O uso do

metilfenidato, conhecido pelo nome comercial de Ritalina®, muito utilizado nos dias

hoje, foi prescrito pela primeira vez na década de 50.

Barkley (2008) e Condemarin et al (2006) relatam que os benefícios da

medicação incluem ganhos comportamentais significativos, com remissão nos

sintomas de hiperatividade, impulsividade e agressividade; melhora nos aspectos

cognitivos, acadêmicos e motores; além de melhoras nas caraterísticas gerais do

comportamento, que inclui à qualidade dos relacionamentos pessoais e sociais.

Estudo de neuroimagem, que utilizou a tomografia por emissão única de

fótons (SPECT), identificou um padrão perfusional diferente no lobo parietal

posterior esquerdo em pacientes que fizeram uso do metilfenidato e pacientes que

usaram placebo. Foi observado uma redução significativa na perfusão do lobo

parietal posterior esquerdo nos pacientes que utilizaram o medicamento

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estimulante. Isso sugere uma diminuição no recrutamento da área por uma maior

eficiência com a utilização do medicamento (Rohde, 2002).

Sobre o uso de medicamentos para pré-escolares e escolares, foi decidido

no I Consenso Latino-Americano de TDAH (Perez et al, 2007) que o tratamento

deve envolver: 1-) avaliação clínica com uso de escalas e questionários

adequados que permitam um bom diagnóstico formal (esse diagnóstico deve

contemplar a gravidade do TDAH e suas características clínica); 2-)

desenvolvimento de um plano terapêutico multimodal de acordo com as

necessidades individuais de cada paciente; 3-) o uso da psicoeducação como uma

das etapas do tratamento; 4-) tratamento farmacológico com agente aprovado por

agências regulatórias; 5-) se a resposta do paciente não for satisfatória ao

tratamento, deve-se reavaliar o diagnóstico e a possibilidade de comorbidade; 6-)

monitoramento dos efeitos colaterais da medicação a curto e longo prazo; 8-)

reavaliações periódicas; 7-) tratamento continuado enquanto os sintomas

estiverem presentes e prejudicarem o funcionamento do paciente.

Uma pesquisa realizada no Canadá e nos Estados Unidos, denominada

Multimodal Treatment Assessment (MTA) demonstrou as vantagens no uso

correto da medicação prescrita para pacientes com TDAH. O estudo, randomizado

e cego, envolveu cinco centros de pesquisa norte-americanos e um canadense,

totalizando 579 pacientes com TDAH. As crianças foram dividias em quatro

grupos: medicamentoso, terapia cognitivo-comportamental; tratamento combinado

de medicamento e terapia cognitivo-comportamental; tratamento comunitário. O

objetivo do estudo foi verificar se a prescrição do medicamento é eficiente e

comparar os resultados de diferentes tratamentos. Os grupos que apresentaram

maior controle dos sintomas foram os que receberam medicamentos (I e III),

seguido do grupo que recebeu o acompanhamento psicoterapêutico e com menos

remissão dos sintomas o grupo submetido apenas ao acompanhamento

comunitário (MTA Cooperative Group, 1999).

Porém, pesquisas posteriores a essa apontaram que o tratamento

combinado, que aliou medicação estimulante e psicoterapia, resultou em maiores

benefícios do que os tratamentos isolados (Wells et al, 2000; Dopfer et al 2004).

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Embora a eficiência do tratamento medicamentoso seja comprovada, os

demais acompanhamentos não podem ser descartados, cada caso deve ser

analisado individualmente levando-se em conta os prejuízos causados pelo

transtorno. Algumas crianças, por conta da dificuldade em manter-se atento e

quieto na sala de aula, possuem déficits no processo de aprendizagem, por isso é

indicado que elas sejam acompanhadas por psicopedagogo. Existem crianças

com comprometimentos significativos motores e cognitivos, por tanto, necessitam

de intervenções psicomotoras e neuropsicológicas. Há ainda indivíduos com

atrasos de linguagem e o tratamento fonoaudiológico é indicado.

Dessa forma, pesquisas que abordam diferentes abordagens terapêuticas

no tratamento do TDAH estão sendo desenvolvidas visando o controle dos

sintomas do quadro e a melhoras na qualidade de vida de seus portadores e

familiares. É necessário que se amplie o leque dessas investigações devido a

heterogeneidade de sintomas associados ao TDAH e também pela presença de

comorbidades.

2.1.5 Alterações psicomotoras no TDAH

Além dos sintomas descritos acima, alguns estudos têm apontado

alterações psicomotoras em crianças com o diagnóstico de TDAH. Exames

neurológicos mostraram imaturidade no desenvolvimento da coordenação de

meninos hiperativos (Miyahra, Piek e Barret, 2006). A avaliação clínica refere que

entre 30% a 40% de crianças com TDAH apresentam atrasos psicomotores, estes

resultados podem apresentar maior ou menor incidência dependendo do

instrumento utilizado para avaliação (Fliers et al, 2009; Magalhães, Missiuna e

Wong, 2006; Polatajko e Cantin, 2005).

Rommelse et al (2007) avaliaram, através de dois testes de controle motor

computadorizados, 816 crianças, sendo 350 com o diagnóstico de TDAH, 195

irmãos de crianças com TDAH e 271 crianças com idade entre cinco e dezenove

anos sem queixas comportamentais e escolares. Os resultados do estudo

mostraram que as crianças com TDAH apresentaram maior comprometimento das

habilidades motoras quando comparadas aos demais grupos.

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Brossard-Racine et al (2012) desenvolveram um estudo com 39 crianças do

gênero masculino recém diagnosticadas com o TDAH. As crianças foram

avaliadas por meio da Bateria de Avaliação de Movimento para Crianças e o Teste

de Desenvolvimento de Integração Motora Visual no momento do diagnóstico e

novamente três meses após o tratamento diário com medicação estimulante. Os

resultados mostraram que essas crianças apresentam comprometimento motor

(equilíbrio e integração visuo-motora) e que apenas o uso de estimulante não é

suficiente para melhorar os problemas motores apresentados por estes sujeitos,

uma vez que estes continuaram a demonstrar dificuldades.

Brossard-Racine et al (2011) também avaliaram a capacidade de escrita em

crianças com o diagnóstico de TDAH. A avaliação foi realizada através do

Evaluation Tool of Children’s Handwriting-Manuscript; Movement Assessment

Battery for Children (MABC); Developmental Test of Visual Motor Integration (VMI)

e Conner Global Index. Como resultado 85,0% das crianças apresentou

dificuldade de destreza manual. Além disso, os sujeitos da pesquisa apresentaram

comprometimento na velocidade da escrita, foram mais lentos, porém sem muito

comprometimento na legibilidade da escrita.

Um estudo de caracterização do perfil psicomotor, desenvolvido por Vidarte,

Ezquerro e Giráldez (2009), comparou o desempenho de 42 crianças com TDAH e

42 crianças controles, por meio da Bateria de Observação Psicomotora (BPM), e

os resultados apontaram pior desempenho do grupo de TDAH em quase todas as

funções avaliadas: tonicidade, equilibração, noção de corpo, estruturação espaço

temporal, praxia global e fina. Embora o desempenho geral tenha mostrado a

classificação do grupo de TDAH como “eupráxico”, que corresponde a uma

performance normal com execução controlada, seus resultados foram inferiores ao

grupo controle.

No Brasil, Poeta e Rosa Neto (2007), através da Escala de

Desenvolvimento Motor (EDM), também avaliaram o perfil psicomotor de crianças

com o TDAH e os resultados apontaram um desempenho motor classificado como

“normal baixo” com maiores déficits nas funções de organização temporal,

espacial e equilíbrio.

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Usando a mesma escala do estudo anterior, Nucci (2007) caracterizou o

perfil psicomotor de 10 crianças com TDAH, com idade entre 6 e 11 anos, e o

resultado constatou um perfil com desempenho psicomotor não satisfatório.

Goulardins, Marques e Casella (2011) avaliaram a qualidade de vida e perfil

psicomotor de crianças com TDAH e verificaram sua correlação. Participou do

estudo 14 crianças, com idade entre sete a dez anos, todas diagnosticadas com

TDAH tipo combinado. Para avaliação foram utilizados as escalas PedsQL ™ e

Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) . Os resultados mostraram efeitos

adversos do TDAH na qualidade de vida e um déficit em habilidades motoras. Na

EDM 64,2 % dos participantes foram classificados no desenvolvimento motor

como "Normal Médio", seguida da classificação "Normal Baixo" ( 28,5 %) e "Baixo”

(7,1%). O estudo observou uma correlação positiva entre qualidade de vida e

desenvolvimento psicomotor de crianças com TDAH, especialmente nas áreas:

motora fina e organização espacial com os aspectos sociais e psicossociais,

motricidade global com a organização emocional e temporal com a qualidade

emocional, psicossocial e global de vida.

Belltramel, Silva e Stavisk (2007) investigaram o desenvolvimento motor e o

desempenho acadêmico de crianças com indicativo de TDAH, com idades entre

10 e 12 anos. Participaram do estudo, 20 crianças, matriculadas no ensino

fundamental de uma escola municipal do interior de Santa Catarina. Foram

utilizados três instrumentos para coleta dos dados: o protocolo do DSM-IV da

American Psychiatric Association; o Teste para Avaliação do Movimento da

Criança (ABC) de Henderson e Sugden, e o Teste de Desempenho Escolar (TDE)

de Stein. Com relação às habilidades motoras dos escolares, observou-se que as

meninas tiveram melhor desempenho nas provas de Destreza Manual, enquanto

os meninos obtiveram melhores resultados no Equilíbrio e Habilidades com Bola.

Dez crianças receberam a classificação de Habilidades Motoras Normais, 5

receberam a classificação Distúrbios Motores Leves e 5 Distúrbios Motores

Graves. Os resultados apresentados mostram que crianças com TDAH têm maior

tendência a apresentar problemas de desenvolvimento motor quando comparados

com estudos realizados com populações de crianças sem o TDAH.

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Okuda et al (2011) avaliaram a coordenação motora fina de escolares com

dislexia e TDAH utilizando parâmetros de desempenho motor e idade cronológica

da Escala de Desenvolvimento Motor. Conforme a classificação da Escala do

Desenvolvimento Motor, 90% dos escolares de GI e GII apresentaram

desenvolvimento motor fino muito inferior ao esperado para a idade e 10% dos

escolares com dislexia apresentam desenvolvimento normal baixo ao esperado

para a idade e 10% dos escolares com transtorno do déficit de atenção e

hiperatividade apresentaram desenvolvimento inferior ao esperado para a idade.

As pesquisadoras concluíram que tanto os escolares com dislexia como os com

TDAH deste estudo apresentam atrasos na coordenação motora fina,

demonstrando que os participantes desta pesquisa apresentam dificuldades em

atividades que exijam destreza, quadro característico do transtorno do

desenvolvimento da coordenação.

Os mesmos pesquisadores caracterizaram e compararam as funções

motoras fina, sensorial e perceptiva de escolares com Transtorno do Déficit de

Atenção com Hiperatividade (TDAH) e escolares com bom desempenho escolar

sem alterações de comportamento. Os escolares foram submetidos à aplicação do

Protocolo de Avaliação da Função Motora Fina, Sensorial e Perceptiva e da

Escala de Disgrafia. Houve diferença nas tarefas de função motora fina, função

sensorial e função perceptiva entre os grupos, com desempenho inferior do grupo

de crianças com TDAH. Todos os escolares deste grupo apresentaram disgrafia

(Okuda et al, 2011).

Dessa forma, as pesquisas apontam evidências na relação entre o TDAH e

prejuízo psicomotor, porém os estudos na área, nacional e internacional, ainda

são escassos. Pesquisas na área permitem uma melhor compreensão do

desenvolvimento psicomotor das crianças que apresentam o TDAH, favorecendo a

discussão para um melhor diagnóstico e intervenção do transtorno.

Assim, como parte dos objetivos deste estudo foi avaliado o desempenho

psicomotor de crianças com TDAH, especificamente das funções psicomotoras de

tonicidade, equilibração, lateralização, noção de corpo, estruturação espaço-

temporal, praxia global e fina.

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2.2 Psicomotricidade

A Psicomotricidade é uma ciência que surgiu na França, no final do século

XX, e integra conhecimento da educação, filosofia, psicologia, fisioterapia e

medicina. Justamente por isso seu campo de aplicação abrange diferentes áreas,

hoje especialmente a educação e saúde. Fonseca (2008) assim define a

Psicomotricidade como

Campo transdisciplinar que estuda e investiga as relações e as influências recíprocas e sistêmicas entre o psiquismo e a motricidade. O psiquismo, nessa perspectiva, é entendido como sendo constituído pelo conjunto do funcionamento mental, ou seja, integra as sensações, as percepções, as imagens, as emoções, os afetos, os fantasmas, os medos, as projeções, as aspirações, as representações, as simbolizações, as conceitualizações, as ideias, as construções mentais, etc., assim como a antecede as aquisições evolutivas ulteriores. (p. 09)

No Brasil a Sociedade de Psicomotricidade (SBP), fundada em 1980,

compreende a Psicomotricidade como

Ciência que tem como objetivo de estudo o homem por meio do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função de experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.

Conforme essas definições entende-se que a psicomotricidade concebe o

homem em sua totalidade - corpo e mente, em seus aspectos motores, sociais,

afetivos e cognitivos (Le Boulch, 1987; Meur e Staes, 1989; Fonseca, 2008;

Gonçalves, 2011; Fonseca, 2012).

O campo de atuação da prática psicomotora tem enfoque educacional,

geralmente feito em escolas na educação infantil e séries inicias; e de reeducação

psicomotora, neste caso, a maioria dos trabalhos são desenvolvidos em clínicas,

centros de reabilitação e hospitais. Esses atendimentos estão voltados para

pacientes, crianças, adolescentes e adultos, vítimas de acidentes, AVC, com

deficiência e dificuldades escolares, com ou sem distúrbios de aprendizagem e/ou

demais disfunções e deficiências associados. Os trabalhos desenvolvidos com as

crianças são essenciais para o desenvolvimento das mesmas, à medida que a

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aprendizagem está ligada ao desenvolvimento psicomotor (Salgado-Azoni e

Carvalho, 2014).

Tanto na escola como na clínica, o processo de avaliação das funções

psicomotoras é fundamental por nortear a intervenção e reeducação psicomotora.

Por ser considerada uma ciência multidisciplinar, o trabalho terapêutico não é

exclusivo de uma área.

A forma que o trabalho psicomotor é compreendido hoje é resultado de

estudos de diferentes teorias desenvolvidas ao longo de mais de um século. Por

isso, entender o percurso para construção desse conhecimento é bastante válido.

2.2.1 Histórico da Psicomotricidade

Historicamente o termo "psicomotricidade" apareceu em um discurso

médico, no início do século XIX, quando surgiu a necessidade de nomear as

zonas do córtex situadas além das regiões motoras. Com o avanço do estudo do

cérebro, a premissa de que um sintoma correspondia a uma lesão focal já não se

sustentava, uma vez que alguns pacientes apresentavam disfunções graves sem

ter necessariamente lesões cerebrais. Neste momento, o conceito denominado a

psicomotricidade era diferente do estabelecido hoje.

A partir do discurso do neurologista francês Dupré, em 1909, é que o

conceito de psicomotricidade aparece sendo designado a relação entre movimento

e pensamento (Oliveira, 1997). O autor definiu a síndrome da debilidade motora,

que corresponde à apresentação de sintomas, como as paratonias3, sincinesias4 e

outras incapacidades motoras, sem a associação à lesão neurológica (Dupré,

1952).

Posteriores ao trabalho de Dupré, diversas teorias serviram de palco para

que os cientistas do século XX abrissem discussões sobre a relação mente-

cérebro. Estudos de Freud com a teoria do inconsciente, do comportamento com

3 Paratonias: incapacidade ou impossibilidade de descontração muscular voluntária (Fonseca,

2012). 4 Sincinesias: movimentos associados que acompanham a realização do movimento intencional,

prejudicando a sua precisão e eficácia (Fonseca, 2012).

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Thorndike, Watson e Skinner e muitos outros como os psicólogos da Gestalt,

baseados em conceitos perceptuais e Hebb com a teoria de montagens neurais

(Kristensen et al, 2001). Desta forma, com o auxílio da medicina, em 1920, que o

corpo e o cérebro começaram a aparecer nos estudos científicos de forma

integrada (Salgado-Azoni e Carvalho, 2014).

Dentre tantos, um importante estudioso para o desenvolvimento da

psicomotricidade foi Henri Wallon. O médico e psicólogo é autor de uma teoria do

desenvolvimento que considera a psique e o ato motor na criança. Wallon afirma

que as duas concepções -psique e motricidade- são condições inseparáveis para

conquista de um desenvolvimento pleno e enfatiza que aspectos biológicos e

sociais são igualitariamente indispensáveis para que esse processo aconteça.

Em cada estágio de desenvolvimento definido por Wallon, a criança amplia

seu repertório comportamental e faz novas descobertas. Estes comportamentos

se articulam aos que foram adquiridos no estágio anterior. Essa reconfiguração

que acontece de um estágio para outro se dá em duas dimensões, afetiva e

cognitiva, onde, em cada estágio ocorre o predomínio de aquisições de uma

dimensão sobre a outra, isto é, em alguns momentos as condutas aprendidas

estão mais centradas em aquisições afetivas e em outros em aquisições

cognitivas. Cada uma dessas dimensões tem influência no desenvolvimento da

outra.

Foi também Wallon que esboçou as primeiras tentativas de estudo da

reeducação psicomotora e introduziu a função tônica e o esquema corporal como

processos básicos da intervenção psicomotora.

Influenciado pelas descobertas, Eduard Guilmain desenvolveu, em 1935, o

primeiro exame psicomotor com a finalidade de orientação diagnóstica e também

para traçar o caminho da reeducação psicomotora. O exame psicomotor e o

programa de reeducação desenvolvido por Guilmain compõem uma bateria de

exercícios da atividade tônica e rítmica, que objetivam a melhora da habilidade

motora e diminuição da parotonia e sincinesia (Souza, 2004).

Ao final da segunda guerra mundial, Julian de Ajuriaguerra redefine o

conceito de debilidade motora, proposto por Dupré, considerando-a uma síndrome

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20

(Bueno, 2013). O médico psiquiatra elaborou um Manual de Psiquiatra Infantil

onde conceituou os transtornos psicomotores e acrescentou que os mesmos

oscilam entre o campo neurológico e o psiquiátrico. O autor também menciona o

exame psicomotor e faz orientações específicas para intervenção terapêutica, em

acordo com os distúrbios motores apresentados pelo paciente (Levin, 1995).

Existe a partir de então, uma proposta de observação do sujeito em sua totalidade

e, portanto, o objetivo da reeducação psicomotora é resignificado.

O objetivo de uma terapêutica psicomotora será, não só modificar o tônus de base (sincinesias ou qualquer tipo de atos) e influir na habilidade, na posição e na rapidez, mas também, na organização do sistema corporal, modificando o corpo em seu conjunto, no modo de perceber e aprender as aferências emocionais (Levin, 1995, pg. 27).

Com o caminho percorrido até então, a Psicomotricidade começa a ganhar

autonomia e criar seu próprio campo de atuação, distinguindo-se de outras áreas.

Consecutivamente, na década de 70 prevalece o trabalho desenvolvido por Le

Bouch, voltado ao estudo da educação psicomotora a ser desenvolvido em sala de

aula da escola, com crianças do 1º grau. Para o autor, o trabalho a ser

desenvolvido com estas crianças serve como pré-requisito para a aquisição da

leitura e escrita, bem como outras aptidões escolares. Neste sentido, Le Boulch

(1987) afirma que a escrita é, antes de tudo, um aprendizado motor.

Com a educação psicomotora, dá-se início a um trabalho preventivo, uma

vez que oferece à criança condições para o desenvolvimento adequado, evitando

assim problemas secundários no processo de aprendizagem (Oliveira, 1997).

No Brasil a psicomotricidade também surgiu por um discurso médico, com

os trabalhos do psiquiatra infantil Haim Grunspun e do neurologista infantil Antônio

Branco Lefèvre, sob forte influência do trabalho de Luria. Ambos os estudos

faziam menção à indicação da terapia psicomotora para crianças com dificuldades

de aprendizagem (Salgado-Azoni e Carvalho, 2014).

Fonseca (2008) afirma que outros estudos envolvendo a psicomotricidade

começaram a ganhar espaço no meio científico, nas práticas clínicas e escolares.

O autor considera que, embora a Psicomotricidade tenha surgido na Europa, as

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pesquisas com o tema também ganharam relevância com a escola norte-

americana e Russa, como mostra a figura abaixo.

Este trabalho utilizou como embasamento teórico a Escola russa,

especificamente a teoria desenvolvida por Alexander Romanovich Luria. O autor

desenvolveu o conceito de “sistemas funcionais complexos”, sob a perspectiva

neuropsicologia, e na atuação psicomotora é vista como divisor de águas na

relação corpo e cérebro. (Salgado-Azoni e Carvalho, 2014).

Além de Luria, esta pesquisa tem como fundamentação teórica a

perspectiva de Vitor da Fonseca sobre a psicomotricidade, incluindo seu olhar

sobre o desenvolvimento das funções psicomotoras, suas técnicas de observação

para avaliação e também suas estratégias de terapia psicomotora.

Figura 3 – Escolas Psicomotoras5

5 Figura modificada de Fonseca (2008)

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E APRENDIZAGEM

Escola Europeia

Wallon

Piaget

Ajuriaguerra

Escola Americana

Kephart

Cratty

Getman

Frostig

Barsch

Cruickshank

Ayres

Escola Russa

Vygotsky

Luria

Bernstein

Zaporozhets e Elkonin

Brasil

Haim Grunspun

Lefèvre

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2.2.2Desenvolvimento das funções psicomotoras

Ao considerar os trabalhos de Luria e Fonseca acreditamos que o

desenvolvimento psicomotor está diretamente relacionado ao desenvolvimento de

áreas cerebrais na criança. Por isso, quando se avalia o desenvolvimento, na

verdade são a maturidade e a integridade do Sistema Nervoso (SN) que estão

sendo examinadas (Ciasca, Rodrigues e Salgado, 2010).

O desenvolvimento do cérebro acontece de forma hierárquica, integrada e

organizada em sistemas funcionais complexos (Luria, 1973). O cérebro humano é

composto por unidades funcionais básicas, cada uma delas possui uma função

particular no funcionamento total dos processos mentais.

A primeira unidade funcional está localizada no tronco encefálico, tem

função de regular o tônus cerebral, ou seja, controle do nosso estado de alerta e

vigília. É a região responsável por receber e selecionar as informações sensoriais

(visão, audição, paladar, olfato e tato). A segunda unidade funcional

corresponde às regiões do lobo parietal, occiptal e temporal; é onde acontece a

análise, o processamento e armazenamento das informações selecionadas na

primeira unidade. E finalmente, na terceira unidade funcional a informação

processada na segunda unidade é programada e verificada para ser executada a

resposta motora. Está localizada no córtex anterior, inclui a região pré-central e

frontal.

Os processos mentais superiores - atenção, percepção, gnosias, memória,

linguagem, praxia e funções executivas - estão distribuídos ao longo das unidade

funcionais. Estas funções superiores não estão localizadas em um único lugar

específico do cérebro, uma vez que dependem da atividade da pessoa e de sua

interação social e linguística (Luria, 1981; Damasceno, 2010).

Paralelo ao desenvolvimento das funções corticais superiores, acontece o

desenvolvimento das funções psicomotoras. Sendo assim, de acordo com

Fonseca (2012), o desenvolvimento das funções psicomotoras também possuem

uma organização hierárquica e integrada, como mostra a figura abaixo.

Tendo como base de referência o modelo luriano, os sete fatores

psicomotores da BPM constituem respeitam a hierarquização vertical:

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Tonicidade (0-1ano): aquisições neuromusculares, conforto tátil e

integração de padrões motores antigravíticos;

Equilibração (1-2anos): aquisição da postura bípede, segurança

gravitacional, desenvolvimento dos padrões locomotores;

Lateralização (2-3anos): integração sensorial, investimento emocional,

desenvolvimento das percepções difusas e dos sistemas eferentes e

aferentes;

Noção do corpo (3-4anos): noção do Eu, consciencialização corporal,

percepção corporal, condutas de imitação;

Estruturação espaço-temporal (4-5 anos): desenvolvimento da atenção

seletiva, processamento da informação, coordenação espaço-corpo,

proficiência da linguagem;

Praxia global (5-6anos): coordenação óculo-manual e óculo-pedal,

planificação motora, integração rítmica;

-Praxia fina (6-7anos): concentração, organização, especialização

hemisférica.

Áreas corticais Unidade cortical (Luria, 1981)

Função Psicomotora (Fonseca, 1995)

1ª Unidade:

Tono Vigília

Tonicidade Equilibração

2ª Unidade:

Armazenamento, Análise e

processamento das informações

Lateralização

Noção do corpo Estruturação espaço

temporal

3ª Unidade:

Planejamento e execução da tarefa

Praxia Global Praxia Fina

Quadro 3. Unidades funcionais de Luria e funções psicomotoras6

6 Quadro modificado de Salgado (2011)

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a-) Tonicidade

A tonicidade é o alicerce do funcionamento psicomotor. É ela quem garante

as nossas atitudes, posturas, mímicas, emoções, essenciais para qualquer

atividade humana (Salgado-Azoni e Carvalho, 2014). Sua função primordial de

alerta e de vigilância assegura as condições genéticas e seletivas, sem as quais

nenhuma atividade mental pode ser realizada (Fonseca, 2012). A função de

tonicidade desenvolve-se do nascimento aos 12 meses de vida.

Considerando o desenvolvimento ontogenético, a organização fisiológica do

corpo inicia por meio de reflexos e, na sequência, por atos voluntários até a

representação mental da postura bípede sob a forma de tônus cortical. Segue-se

assim a lei céfalo-caudal e próximo-distal, onde a primeira refere-se à maturação

neuromuscular da coluna e a outra associada à maturação neuromuscular das

extremidades, pés e mãos (Fonseca, 2008; Fonseca, 2012). A partir deste

pressuposto, existem características específicas da organização tônica de um

músculo que permite caracterizar o indivíduo quanto ao tônus com base na

amplitude dos movimentos, grau de aproximação e afastamento de músculos, a

sua resistência ao movimento passivo e outros. Como sugere Ajuriaguerra

(Fonseca, 1995) o tônus tem como suporte a extensibilidade e a passividade, o

que prediz uma hipo ou hipertonia.

Na organização de Luria, a tonicidade está integrada na primeira unidade

funcional do cérebro que estimulam e trabalham com a hierarquia de processos

básicos desta atividade para a efetivação da aprendizagem formal, como por

exemplo: atenção, freio inibitório, persistência motora, maturação organizacional,

envolvendo atividades que requerem classificar, sequencializar, correlacionar,

analisar e sintetizar uma informação, assim como a sua elaboração (Loureiro,

2002).

b-) Equilibração

Assim como a toniticidade, a equilibração corresponde a primeira unidade

funcional de Luria. A equilibração integra o equilíbrio estático e o equilíbrio

dinâmico. O equilíbrio estático é importante para a manutenção de posturas

adequadas, importante para uma futura e adequada aprendizagem (Rebollo, 1991;

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Bueno, 2002). O equilíbrio dinâmico é também uma função evolutiva, proporciona

indicativos de maturidade neurológica. Para Cypel (2001) crianças com

imaturidade desta função têm mais probabilidade de apresentar dificuldades de

aprendizado.

Quando a criança apresenta dificuldade de equilíbrio, despende de mais

atenção e energia na execução de uma atividade, uma vez que ao se sentir em

desequilíbrio, por exemplo, não consegue libertar as mãos (Alves, 1981 apud

Bueno, 2013). O mesmo autor acrescenta que com prejuízos de equilíbrio se

mostra angustiado na execução de movimentos coordenados e sua leitura do

movimento é incorreta e precária, apresentando muitas vezes uma atenção

reservada.

c-) Lateralização

Considerando a relação que Fonseca (2008) preconiza entre as funções

psicomotoras e as unidades funcionais de Luria, a lateralização está envolvida na

2ª Unidade Funcional, responsável por toda a recepção, análise e armazenamento

da informação.

O termo lateralização tem origem no latim que significa “lado”. Quanto aos

aspectos culturais e sócio-religioso da lateralidade, é descrito historicamente,

como sendo o lado direito o símbolo sagrado, a sede do poder e do domínio, o

lado masculino, onde se encontra a virilidade do homem, já o esquerdo é o

feminino, referente à fraqueza, passividade, miséria e morte (Azémar, 2003 apud

Salgado-Azoni, 2014).

A lateralidade corresponde a capacidade motora de percepção dos lados do

corpo (direita e esquerda). Um sujeito será canhoto homogêneo ou destro

homogêneo quando a dominância lateral funcional da mão, olho e pé são

respectivamente esquerda e direita na maioria das tarefas utilizadas, o que não

exclui assimetrias funcionais nestas lateralidades homogêneas (Sassano, 2003).

Fonseca (2012) considera que a lateralização é constituída de lateralização ocular,

auditiva, manual e pedal.

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O desenvolvimento desta função acontece da seguinte forma: primeiro

acontece nas mãos, depois ocorre nos pés, olhos e ouvidos, respectivamente.

Segunda Fonseca (2008) a lateralização manual surge no fim do primeiro ano de

vida, porém só se estabelece entre quatro e cinco anos.

d-) Noção de corpo

A noção de corpo, também incluída na segunda unidade funcional,

corresponde a impressão que a pessoa tem de si mesma (imagem corporal), além

do conhecimento intelectual das partes do corpo e suas funções (conceito de

corpo). (Fonseca, 2012, Oliveira, 2007).

O conceito de esquema corporal nasceu em 1911 com o neurologista Henry

Head, segundo ele o córtex cerebral recebe informações sensoriais (táteis,

térmicas, visuais, auditivas e de imagens motrizes) que facilita a obtenção de uma

noção , um modelo e um esquema de seu corpo e de suas posturas (Oliveira,

2002).

Sobre a nomeação das partes do corpo, segundo Ajuriaguerra (1980) a

criança confirma o que percebe de seu corpo, reafirma o que é conhecido e permite

verbalizar (por um mecanismo de redução) aquilo que é vivenciado.

e-) Estruturação espaço temporal

Integrada na segunda unidade funcional de Luria, essa função inclui a

organização espacial e temporal; a primeira está relacionada a consciência da

localização das coisas entre si, auto-organização diante do mundo que o cerca,

noção de direção e distância; a segunda diz respeito ao conhecimento e

compreensão de uma sucessão de acontecimento e duração de intervalos (por

exemplo, conhecimento das organização do tempo, manhã, tarde e noite/ dias da

semana/ meses do ano).

A noção do tempo, espaço e lateralidade só ocorrerá pela consciência do

próprio corpo, o ajustamento da imagem do mesmo à constituição do esquema

corporal, base da evolução psicomotora do indivíduo (Soubiran, 1988, apud

Hermant, 1988).

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Para Salgado-Azoni e Carvalho (2014) para um indivíduo aprender a

escrever, ele deve entender que entre as palavras existem espaços que deixamos

em branco que as separam. Estes espaços têm a ver com as pausas das palavras

que falamos e, no entanto, são noções de espaço e tempo diferentes, sendo uma

visual e outra auditiva.

f-) Praxia global e fina

As praxias estão atreladas à terceira unidade neurofuncional de Luria. Esta

terceira unidade é responsável pela integração e planejamento de tarefas

extremamente refinadas e, portanto, são consideradas as unidades mais nobres

do SNC.

As praxias são dividas em praxia fina e global, sendo a primeira relacionada

a tarefas motoras mais complexas em uma atividade conjunta de vários grupos

musculares por todo o corpo. Portanto, trata-se de uma área inteiramente

conectada a estruturas subcorticais, relacionadas ao movimento propriamente dito

(Fonseca, 2008). A segunda, a praxia fina, constitui uma função psicomotora

fundamentalmente baseada na primeira, ou seja, inicialmente deve-se ter

desenvolvido a praxia global para que esta segunda se desenvolva

adequadamente. Está envolvida com a relação de coordenação do movimento

ocular.

A praxia fina tem a função de coordenação dos movimentos dos olhos

durante a fixação da atenção e durante as manipulações de objetos que exigem

controle visual, além de abrangerem as funções de programação, regulação e

verificação das atividades preensivas e manipulativas mais finas e complexas.

2.2.4 Avaliação psicomotora

A avaliação ou exame psicomotor tem por objetivo entender de que maneira

o indivíduo lida com o seu corpo como ferramenta de relação com os outros, com

o meio e o tempo, de uma forma lúdica em que o avaliado sinta-se confortável e

dê respostas espontâneas (Bueno, 2013; Fonseca, 2012; Oliveira, 2008).

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Se considerarmos o conceito da ciência psicomotora que reconhece o

sujeito em sua totalidade, corpo, cognição, afetividade, sua relação consigo

mesmo e tudo isso interagindo com o meio e com o outro; falhas nessa

comunicação podem gerar problemas em seu desenvolvimento. Oliveira (2008)

afirma que estará que estará prejudicado também sua aprendizagem na escola,

visto que algumas habilidade psicomotoras são importantes para o processo de

aprendizagem.

Diferentes áreas reconhecem a importância do exame psicomotor e o

consideram um instrumento rico para investigar e detectar, além dos aspectos

motores propriamente, conteúdos cognitivos e emocionais. Ressaltando que estes

devem ser reconhecidos em suas potencialidades e limitações.

Além disso, é importante que os resultados da avaliação psicomotora sejam

analisados de maneira ampla, contextualizada e inserida no grupo interdisciplinar

do sujeito avaliado. Não podemos entender como um momento exclusivo de

testagem e procedimentos técnicos (Bueno, 2013).

Assim, para Oliveira (2008), os principais objetivos da avaliação

psicomotora realizada com as crianças e adolescentes são:

1. Avaliar as realizações e habilidades psicomotoras do indivíduo e não só as

desadaptações que interferem na aprendizagem escolar;

2. Verificar a possibilidade motora (habilidade motora), a maturidade

neurológica, levando em conta o equipamento neurofisiológico de base;

3. Verificar o nível de reflexão cognitiva, uma vez que muitas funções da

inteligência têm uma relação estreita com a psicomotricidade;

4. Detectar o estilo motor, considerar os elementos da motricidade que

definem a execução do ato motor, ou seja, a maneira de estar e de

executar de cada criança, levando em conta as diferentes modalidades de

integração afetivo-emocional;

5. Traçar o perfil de dificuldades que servirá de base para estabelecer um

plano de orientação terapêutica, isto é, estabelecer estratégias para uma

educação e reeducação mais adequadas.

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Sendo assim, de acordo com os objetivos da avaliação psicomotora, caso

seus resultados apontem atrasos, estes podem servir de referência para o

planejamento terapêutico de intervenção a ser seguido.

De forma geral, existem algumas observações importantes para o momento

da avaliação que devem ser consideradas, como: estabelecimento de vínculo

entre o avaliador e o avaliando. O exame psicomotor envolve o toque entre os

corpos e para que os resultados sejam válidos a criança deve se sentir confortável

e em segurança; organização com antecedência do material que será utilizado na

avaliação; conhecimento e habilidade por parte do avaliador, do material da

avaliação; condição do local em que acontecerá a avaliação, considerando o

espaço, luz e som do ambiente.

Sobre as observações em relação à criança avaliada, Oliveira (2008) diz

que é importante registrar todos dados referentes ao tipo físico da criança,

características raciais, tipo de respiração, atitude da criança no momento da

avaliação (p. exe. Ansiedade, rubor), expressão verbal, grau de instrução para

compreensão da atividade; capacidade de atenção e concentração; nível de

execução nos exercícios (se apresenta dificuldades, velocidade e ritmo de

execução, fatigabilidade). Além disso, é importante somar tudo isso as

informações referentes a anamnese que deve ser feita com os pais, e também

com os resultados apresentados pela criança em outras avaliações (psicólogo,

fonoaudiólogo, psicopedagogo, médicos, professor, etc).

Como colado anteriormente, a psicomotricidade reúne conhecimento de

diferentes áreas e por esse motivo os protocolos de avaliação psicomotora

reúnem provas de diferentes autores que somadas contemplam todas as funções

psicomotoras. No Brasil, já existem baterias completas que estão sendo utilizadas

em centros de pesquisa e clínicas, como Bateria Psicomotora BPM (Fonseca,

2012); Avaliação Psicomotora proposta por Gislene de C. Oliveira (Oliveira, 2002);

Escala de Desenvolvimento Motor – EDM (Rosa Neto, 2014).

Neste estudo foi utilizado a Bateria Psicomotora de Vitor da Fonseca - BPM

(2012), esta bateria reúne testes motores de autores clássicos como Ajuriaguerra,

Bobath, Wallon, Ayres, Ozerestski, Guilman, Mira-Stambak, Soubiran e Bergés.

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2.2.5 Bateria de Observação Psicomotora - BPM

A Bateria de Observação Psicomotora de Vítor da Fonseca foi desenvolvida

no doutorado do autor (Construção de um Modelo Neuropsicológico de

reabilitação Psicomotora, 1975). Atualmente, a descrição da mesma encontra-se

no livro “Manual de Observação Psicomotora: Significação Psiconeurológica dos

Fatores Psicomotores”, do referido autor. É um instrumento de identificação

precoce de sinais psicomotores, e não um exame neurológico. O autor acrescenta

que o instrumento permite observar as desordens de atenção, as aquisições de

processamento da informação visual e auditiva, a competência linguística, a

orientação espacial e temporal, a estrutura cognitiva da criança, o comportamento

emocional, etc.

A BPM permite que o avaliador observe vários componentes do

comportamento psicomotor da criança, dos 4 aos 12 anos, de uma forma

estruturada e não estereotipada, além de traçar o seu perfil psicomotor (em

Deficitário, Dispráxico, Normal, Bom ou Superior) (Fonseca, 2008).

O instrumento encontra-se organizado segundo o modelo neuropsicológico

de Luria, contemplando os 7 fatores psicomotores, divididos em 26 subfatores,

distribuídos por 42 tarefas. Em cada uma das tarefas de todos os factores e

respectivos subfactores, é atribuída uma pontuação de 1 a 4, que classifica o nível

de desempenho da criança, da seguinte forma (Fonseca, 2012):

1 ponto: ausência de realização ou realização imperfeita, incompleta e

descoordenada (fraco) – Perfil Apráxico;

2 pontos: realização com dificuldades de controle (satisfatório) – Perfil

Dispráxico;

3 pontos: realização controlada e adequada (bom) – Perfil Eupráxico;

4 pontos: realização perfeita, econômica, harmoniosa e bem controlada

(excelente) – Perfil Hiperpráxico.

Assim, o resultado total da BPM é obtido nos quatro parâmetros

apresentados acima, sendo a cotação média de cada fator arredondado. A

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cotação assim obtida traduz de forma global cada fator, cotação essa que será

transferida para primeira página onde se encontra o respectivo perfil psicomotor.

A cotação máxima da prova é de 28 pontos (4 x 7), a mínima é de 7 pontos

(1 x 7) e a média é de 14 pontos. Com base nos respectivos intervalos pontuais,

pode construir-se uma “escala”, que aponta para os seguintes valores:

Quadro 4. Escala de pontos da BPM7

Perfis superior e bom (Hiperpráxico): corresponde a uma organização

neuropsicológica normal, sem a presença de dificuldade de aprendizagem

específicas. Estes perfis em nenhum fator uma pontuação inferior a 3.

Perfil normal (Eupráxico): é obtido por crianças sem dificuldade de

aprendizagem, o nível de realização é completo, adequado e controlado na

maioria das funções psicomotoras, podendo surgir imprecisão ou imaturidade em

alguma função.

Perfil Dispráxico: identifica a criança com dificuldades de aprendizagem

ligeiras, traduzindo já a presença de um ou mais sinais desviantes, que assumem

significação neuroevolutiva, consoante à idade e à severidade do sintoma que

apresenta a criança. Trata-se de crianças que realiza as tarefas com dificuldades

de controle e com combinações de sinais desviantes.

Perfil deficitário (perfil Apráxico): obtido por crianças com dificuldades de

aprendizagem significativas do tipo moderada ou grave. Trata-se de crianças que

7 Fonseca (2012, p 104)

Pontos da BPM Tipo de perfil psicomotor Dificuldades de

aprendizagem

27 – 28 pontos Superior -

22 – 26 pontos Bom -

14 – 21 pontos Normal (Eupráxico) Ligeiras (específicas)

9 – 13 pontos Dispráxico Significativas

7 – 8 pontos Deficitário (moderadas ou severas)

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obviamente apresentam sinais disfuncionais evidentes, equivalentes a disfunções

neuropsicológicas. As crianças com esse perfil não realizam ou realizam de forma

incompleta e imperfeita a maioria das tarefas da BPM.

2.2.6 Intervenção psicomotora

Historicamente a estimulação psicomotora é descrita em estudos referentes

à educação motora no ambiente escolar, principalmente na educação infantil e

séries iniciais (Le Bouch, 1987; Tani, 1987). Para Vecchiato (2003), o

desenvolvimento da Educação Psicomotora é a base fundamental para um bom

processo de aprendizagem da criança. O desenvolvimento evolui do geral para o

específico, assim quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem, a

origem do problema pode está no nível das bases do desenvolvimento psicomotor.

Na literatura atual as pesquisas, em sua maioria ainda relacionada à

educação, já associam as características motoras ao desenvolvimento cognitivo,

social e psicológico da criança. (Matias e Greco, 2010; Gorgatti, 2005; Ferraz e

Flores, 2004; Valentini, 2002). Cardeal, Pereira e França (2013) salientam que o

trabalho de estimulação motora através da educação física escolar influência no

desenvolvimento cognitivo das crianças. Os pesquisadores verificaram o efeito da

estimulação motora nas respostas da função cognitiva de crianças na faixa etária

de 6 a 10 anos, de escolas públicas do Distrito Federal, Brasil. Foram formados 2

grupos controle (n = 40) e experimental (n = 40), avaliados antes e depois da

intervenção, as variáveis analisadas: motricidade, função executiva, tempo de

reação e atenção seletiva. A intervenção ocorreu durante 7 meses com aulas de

educação física escolar. Os resultados demonstraram que ocorreu uma diferença

significativa entre os grupos nos testes de função executiva, tempo de reação e

atenção seletiva. Desse modo, foi observado que, o grupo que sofreu intervenção

melhorou não somente o aspecto motor, mas também melhorou de forma

significativa o desempenho das funções cognitivas testadas.

A literatura reconhece a educação psicomotora como um processo natural

de estimulação e salienta que não podemos confundi-la com estimulação precoce,

uma vez que este último preconiza a aceleração do processo de desenvolvimento

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pessoal (Pierre Vayer, 1984; Picq e Vayer, 1985; Lapierre, 1989; Bueno, 2013).

Bueno (2013) define a estimulação psicomotora como

“(...) programa que envolve contribuições para o desenvolvimento harmonioso da criança no começo da sua vida. Caracteriza-se por atividades que se preocupam e vão ao encontro das condições que o indivíduo apresenta, acima de tudo na sua capacidade maturacional, procurando despertar o corpo e a afetividade através de movimentos e jogos e buscando a harmonia constante. Estimulação quer dizer despertar, desabrochar o movimento”.

Na prática clínica os trabalhos de intervenção psicomotora vêm sendo

utilizados por psicomotricistas a partir de um viés de reeducação com crianças que

apresentam prejuízos no desenvolvimento psicomotor causado por disfunções

cerebrais, quadros de transtornos do neurodesenvolvimento, deficiências físicas,

sensoriais ou cognitivas e ainda dificuldades de aprendizagem.

Soares, Silva, Gomes e Pereira (2012) elaboraram e aplicaram um

programa de estimulação psicomotora para deficientes visuais com objetivo de

desenvolver os processos de orientação e mobilidade. A intervenção resultou em

melhoras nas funções de equilíbrio, noção espacial e esquema corporal. Além

disso, o trabalhou possibilitou ganhos nas atividades da vida diária do participante.

Um estudo envolvendo 9 alunos com dificuldades escolares do 3º ano do

Ensino Fundamental investigou a influência de intervenção psicomotora lúdica na

construção do pensamento operatório concreto e desempenho neuromotor. As

crianças foram comparadas a um grupo controle de 9 crianças sem queixas

escolares e ambos os grupos passaram por avaliação pré e pós testagem. Foram

utilizados como instrumentos para pesquisas as Provas Operatórias de Piaget,

teste Piaget-Head de Orientação Direita-Esquerda e subteste de Aritmética do

teste de Desempenho Escolar de Stein, teste de Shuttle Run. O grupo de crianças

com dificuldades escolares foram submetidos intervenção psicomotora lúdica, em

12 sessões grupais de 50 minutos cada. Utiliza-se da prova estatística de

Wilcoxon, para comparação dos dados entre os grupos. Os resultados do grupo

que passou por intervenção referente às provas operatórias mostraram melhoras

de desempenho nas atividades de noções de Classificação (p=0,01) e Seriação

(p=0,03); houve melhora de desempenho nas atividades de Aritmética (p=0,16) e

Orientação Direita-Esquerda (p=0,01) (Santos e Oliveira, 2009).

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Estudos que envolvem a intervenção psicomotora com autistas também são

referenciados pela literatura como satisfatórios (Melo, 2012; Almeida, 2014). Melo

(2012) avaliou a eficácia de um programa de intervenção psicomotora em meio

aquático para crianças com espectro do autismo. Participaram do estudo 14

crianças com idades entre 6 e 11 anos, sendo 2 do gênero feminino e 14 do

gênero masculino. O estudo teve como objetivo, além de desenvolver as

habilidades psicomotoras, melhorar os comportamentos atípicos do indivíduo com

autismo, como o contato interpessoal, restrição de atividades, comunicação,

dentre outros. Os resultados mostraram diferenças estatisticamente significativas

em todos os níveis avaliados.

Almeida (2014) que também desenvolveu um trabalho de reeducação

psicomotora para crianças com autismo, observou os efeitos da atividade física

adaptada no perfil psicomotor de uma criança com espectro do autismo.

Inicialmente a criança foi avaliada por meio da bateria de testes (BPM) de Vítor da

Fonseca em que, através da observação dos fatores psicomotores, identificou-se

o perfil psicomotor da criança. A criança atingiu um perfil dispráxico (13 pontos)

sendo as Práxias, Global e Fina, os fatores mais fracos. Logo após a avaliação foi

elaborado um plano de atividades físicas adaptadas para melhorar não só os

fatores mais fracos, mas também os subfatores com menor cotação. O programa

aconteceu durante 7 meses, com 3 sessões por semana. Em cada semana foi

trabalhado um fator psicomotor com vista a melhorar o desempenho da criança

fazendo-a evoluir nas suas competências. Aplicou-se por fim, uma segunda vez, a

BPM tendo o resultado evoluindo para o perfil eupráxico (20 pontos), com

melhoras em todos os fatores.

Pesquisas envolvendo a intervenção psicomotora em crianças com TDAH

mostraram que os ganhos foram satisfatórios para o controle dos sintomas

gerados pelo transtorno.

Sarmento, Braga, Martins e Almeida (2008) verificaram os efeitos de um

programa de estimulação psicomotora desenvolvido para uma criança com o

Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade na melhora de seus aspectos

psicomotores. A amostra foi composta por uma criança de 8 anos de idade, do

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gênero masculino. Foi utilizado como instrumento de avaliação a Bateria

Psicomotora (FONSECA, 2012) que analisa e avalia os fatores tonicidade, praxia

global, praxia fina, lateralização, equilibração, estruturação espaço-temporal e

noção do corpo. Com base nos resultados foi desenvolvido um Programa de

Estimulação Psicomotora. Os resultados apontaram melhoras significativas de

desempenho no instrumento de avaliação. Nos fatores tonicidade, praxia global,

equilibração e estruturação espaço-temporal, a criança evoluiu de perfil dispráxico

(satisfatório) para eupráxico (bom). No fator lateralização houve uma mudança de

perfil eupráxico para hiperpráxico (excelente). Nos demais fatores, noção do corpo

e praxia fina não se observaram mudanças, ela já apresentava e manteve um

perfil dispráxico.

Um estudo semelhante, que também trabalhou a reeducação psicomotora

em crianças com indicativo de TDAH, verificou o efeito de um programa de

equoterapia sobre o desenvolvimento psicomotor. A amostra do estudo foi

composta por 5 crianças com idade entre 7 e 10 anos. Antes e depois do período

de intervenção os participantes da pesquisa foram submetidos a uma avaliação

baseada na Escala de Desenvolvimento Motor (EDM). A intervenção foi

constituída por um programa de equoterapia comporta por 24 sessões, com

duração de 30 minutos, registradas sistematicamente por meio de filmagens e

diário de campo. A análise dos dados mostrou que o programa influenciou de

forma significativa as habilidades psicomotoras das crianças, sendo as funções de

organização espacial, equilíbrio, motricidade fina e esquema corporal as funções

que apresentaram influência da intervenção (Barbosa e Munster, 2014).

Dessa forma, em diferentes modalidades de intervenção psicomotora e

para diferentes públicos, os programas desenvolvidos mostraram-se eficazes e

beneficiaram o desenvolvimento dos indivíduos como um todo – aspecto

psicomotor, cognitivo e comportamental.

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Verificar a eficácia de um programa de intervenção psicomotora em

crianças com TDAH.

3.2 Objetivos Específicos

Descrever e comparar o desempenho psicomotor de crianças com TDAH e

crianças controle (Artigo 1);

Comparar o desempenho psicomotor e cognitivo (atenção e funções

executivas), pré e pós testagem, em crianças com TDAH, submetidas ao

programa de intervenção psicomotora (Artigo 2);

Comparar o desempenho psicomotor e cognitivo (atenção e funções

executivas), pré e pós testagem, em crianças com TDAH, não submetidas

ao programa de intervenção psicomotora (Artigo 2);

Comparar o desempenho psicomotor e cognitivo (atenção e funções

executivas) de crianças com TDAH submetidas e não submetidas ao

programa de intervenção psicomotora. (Artigo 2).

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4. RESULTADOS

Artigo 1 - Psychomotor performance of children with Attention Deficit Hyperactivity

Disorder - ADHD

Artigo submetido a revista Arquivos de Neuro-Psiquiatria.

Artigo 2 - Efeito de um programa de intervenção psicomotora em crianças com o

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH

Artigo formatado de acordo com a Revista Psicologia Reflexão e Crítica.

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Original Article

Psychomotor performance of children with Attention Deficit Hyperactivity

Disorder - ADHD

Disfunções psicomotoras em crianças com o Transtorno do Déficit de

Atenção e Hiperatividade – TDAH

Mariana Coelho Carvalho¹ Cíntia Alves Salgado-Azoni2

¹Departament of Neurology, State University of Campinas Campinas, Campinas,

SP, Brazil; Master in Medical Sciences; Scholarship granted by: CNPq; Rua Heitor

Ernesto Sartori, 730, apt 204, bloco 09. Campinas SP; email:

[email protected]

2Department of Speech Pathology, Speech and Language Pathology Assistant

Professor, Federal University of Rio Grande do Norte UFRN, Natal, RN, Brazil.

Abstract

Purpose: Describe and compare the psychomotor performance of children with

ADHD and control children of typical development. Methods: The participants

were 26 children aged between 7:11 years male, 14 with ADHD who made up the

experimental group (EG) and 12 control group (CG). The evaluation was

performed by Psychomotor Observation Battery - BPM (Fonseca, 2012). Results:

Psychomotor performance of the subjects of the EG was worse than the CG in all

areas assessed. Children's EG 2 (42.9%) were classified as profile "Eupraxic", 7

(50%) "Dyspraxic" and 1 (7.1%) "Underfunded". While the CG 11 (91.7%) children

were classified as "Hiperpraxic" and 1 (8.3%) as "superior". Conclusion: Thes

results suggest that children with ADHD have changes (difficulties) psychomotor

that may be associated with the frame itself features. The psychomotor may favor

the diagnosis and intervention process in ADHD.

Keywords: ADHD, Child development, psychomotor performance

Resumo

Objetivo: descrever e comparar o desempenho psicomotor de crianças com

TDAH e crianças controle de desenvolvimento típico. Métodos: Participaram da

pesquisa 26 crianças com idade entre 07 e 11 anos, do gênero masculino, 14 com

TDAH que compuseram o Grupo Experimental (GE) e 12 o Grupo Controle (GC).

A avaliação foi realizada por meio da Bateria de Observação Psicomotora – BPM

(Fonseca, 2012). Resultados: O desempenho psicomotor dos sujeitos do GE foi

pior que do GC em todas as áreas avaliadas. Das crianças do GE 2(42,9%) foram

classificadas com perfil “Eupráxico”, 7(50%) “Dispráxico” e 1(7,1%) “Deficitário”.

Enquanto no GC 11(91,7%) crianças foram classificadas como “Hiperpráxico” e

1(8,3%) como “Superior”. Conclusão: Os resultados sugerem que meninos com

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TDAH apresentam alterações (dificuldades) psicomotoras que podem estar

associadas a características do próprio quadro. A avaliação psicomotora pode

favorecer o processo diagnóstico e de intervenção no TDAH.

Palavras chave: TDAH; Desenvolvimento infantil; Desempenho psicomotor.

Introduction

The Deficit Disorder Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) is a

neurobiological disorder characterized by persistent symptoms of difficulty in

attentional control and / or motor restlessness and impulsivity. This behavior when

compared to individuals of the same age is considered to be more frequent and

grave1. Currently, the disorder is classified by the Diagnostic and Statistical Manual

of Mental Disorders - DSM 52 and International Classification of Diseases – CID

103 as Deficit Disorder and Attention Deficit Hyperactivity Disorder and

Hyperkinetic Disorder, respectively. Both manuals describe the frame with

predominant symptoms of inattention and / or hyperactivity, in which a person has

difficulty in engaging in an activity for a long period of time, disorganization,

restlessness, difficulty following rules and complete tasks, speaks at too much,

relationship difficulties, among others.

Neurological standpoint, ADHD is a disorder found in the central nervous

system (CNS) related to the symptoms of the frame located in different regions of

the cortex indicate that structural and functional changes in the brain. Meta-

analysis study shows that individuals with ADHD have, anatomically, changes in

the cerebellum, the corpus callosum and in regions frontais4.

In addition to the brain and behavioral symptoms areas, the literature

indicates psychomotor disorders in children with ADHD. Different studies have

shown the development of the immature coordination and hyperactive children

desatentas5-7. The clinical assessment indicates that between 30% and 40% of

children with ADHD have delays psychomotor with higher or lower depending on

impact tool used for rating8. Characterization studies of psychomotor profile of

children with ADHD, using different instruments of evaluation, verified engine

performance below expected for their age, with higher deficits in temporal

organization of functions, space, balance, global praxis and fina9-11. However,

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despite scientific evidence indicate the relationship between ADHD and

psychomotor impairment, national and international research is scarce. Studies in

the area need better understanding of psychomotor functioning of children with

ADHD, favoring the discussion to a more accurate diagnosis and appropriate

intervention in such cases.

The objective of this study was to describe and compare the psychomotor

performance of children with ADHD and control children of the same age without

behavioral and school problems, regarding their psychomotor functions of tone,

balance, laterality, body concept, space-structuring time, global and fine praxis.

Method

This study was approved by the Research Ethics Committee of the

proposing for the study (report number 842253/14). This is a descriptive, cross-

sectional study with a control group.

Participants

The study included 26 children with chronological age between 7:11 years,

mean age 9, male, 14 with Attention Deficit Disorder and Hyperactivity Disorder

(ADHD) who participated in the experimental group (EG) and 12 with development

Typical of the control group (CG). Children from the SG were recruited in a

Reference Service in Neurology that serves children with learning difficulties in a

city of São Paulo. The CG children attended the same school and / or school year

from those of EG and had no behavioral and learning complaints. Participants in

the CG were paired by gender and age with EG and, because of the way how was

the selection, had the same standard of education and socioeconomic and cultural

level.

For the diagnosis of ADHD children had interdisciplinary assessment, with

professionals of neuropsychology, child psychiatrist, speech therapy, educational

psychology and pediatric neurology. The collected data were interview, interview

with family, school assessment, clinical observation during the evaluation and use

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of specific tools for each area. The interdisciplinary diagnosis was based on criteria

established by the DSM-52.

Children and parents / guardians were informed about the objectives and

procedures of the study. Thus, both signed the free and informed consent (IC) and

the consent form, authorizing their participation in the study.

Instruments

The evaluation was performed by Psychomotor Observation Battery -

BPM14 which calls the psychomotor functions of tone, balance, laterality, body

concept, orientation space-time, global praxis and fine praxis.

The instrument consists of 42 tasks that allow the general classification of

the subject in relation to psychomotor profile (Picute 1). The result is obtained from

the sum of the seven points assessed and psychomotor function, the higher the

score the better the performance.

[Insert Picture 1 - The general psychomotor profile Rating]

For children performance rating in each function, all activity was punctuated

by a scale of one to four points and made up a sum or average of the points

(Picture 2).

[Insert Picture 2 - Guidelines for Psychomotor Profile rating]

Procedures

For the research, was initially scheduled an individual meeting with the

parents / guardians of children to clarify the objective of the research and obtaining

authorization for its development. After authorization, the children were called for

individual assessment; the meetings were held in room intended for this purpose,

for about two sessions fifty minutes each. After the data collection, these were

corrected and tabulated as the data analysis plan. All results were passed on to

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parents / guardians and any child CG present psychomotor changes; they should

be referred for full interdisciplinary assessment.

Data analysis

Data analysis was used descriptive and inferential statistics through the IBM

SPSS Statistics 20.0 Spreadsheet for Windows (Statistical Package for Social

Sciences) (SPSS Inc. Chicago, IL, USA, 2008). Through inferential statistics

through non-parametric tests, the following analyzes were performed: to compare

performance in the instruments between the two groups and the significance of

difference between them was estimated using the Mann-Whitney test, Fisher's

exact test and the Chi-square test.

Results

For comparison of psychomotor performance overall rating of between

groups was used Fisher's exact test, with statistically significant differences

between groups (p = 0.000). (Table 1)

[Insert Table 1 - Frequency distribution for the general classification of

psychomotor profile between groups]

On the performance of the groups in relation to psychomotor functions, it

appears that the psychomotor performance of the subjects of EG was lower than

those in the CG in all areas assessed, with a statistically significant difference.

(Table 2)

[Insert Table 2 Table 2 - Frequency distribution of ratings of psychomotor

functions between groups]

Although all psychomotor functions have shown statistically significant

differences, there is the lateral dominance in the laterality of function, which

evaluates the consistency of preference vision and hearing and hand and foot.

(Table 3)

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[Insert Table 3 - Table 3 - Frequency distribution in relation to the

classification of handedness between groups]

Discussion

The psychomotor evaluation is still rarely described in the national and

international literature, especially in neuropsychiatric conditions such as TDAH5 8-

11. The same is still confused with the motor evaluation, most commonly used to

evaluate similar functions, but without associating motor function and cognition

afetividade12-14.

Among the psychomotor instruments, the BPM14 allows evaluating different

psychomotor skills and has been used by psycho-motility therapists in clinical

practice. In this study, BPM has shown that children from the SG are

malfunctioning overall psychomotor development, with significant performance

differences when compared to the CG, results that corroborate the literature 6 10, 11.

In addition, the EG was worse than the CG in all tested functions - tone, balance,

laterality, body concept, timeline structure, global and fine praxis.

Another study investigated the psychomotor profile of children with ADHD,

by Motor Development Scale - EDM12, found that the average age of General

Motor (IMG) of this group was approximately 17 months down the mean

chronological age (IC), with performance of the subjects below average in

psychomotor tests of spatial organization, body schema, balance, overall motor

and fina15. Thus, the use of instruments that assess general motor or psychomotor

skills show poor performance in these tables, as well as noted in this study.

The overall result of individuals in this research showed that children from

the SG were classified in profiles "eupraxic" 6 (42.9%), "dyspraxic" 7 (50%) and

"Underfunded" 1 (7.1%), with higher prevalence of the latter. This means that 8

(57.1%) of this group with ADHD had psychomotor development lower than

expected for their age. Thus, this research showed that there are more children

with ADHD with psychomotor disorders as described in the literature, ranging from

30% to 50% 16, 8, 11.

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This difference pointed in the polls can be explained by different

methodologies used by researchers, such as age range and gender of subjects in

studies10, 17 and the instrument used for the motor evaluation / psychomotor 9, 15, 11.

Considering the psychomotor profile of this study, it is noted that children

with ADHD have apraxic profile as the tone, balance and fine praxis. This

performance can be explained by neurological changes in cortical regions such as

the cerebellum, frontal cortex, caudate and corpus callosum, often found in this

quadro4, 18 19. So, several areas such as the brain change, diencephalon and the

middle regions of the cortex are associated with psychomotor organization and

integration, mainly related to balance and tone, while the neurologic substrate of

the frontal lobes is associated with praxis function fina14.

The tone of malnutrition found among the children in this study EG should

be highlighted. This result contradicts other studies that psychomotor evaluation in

children with ADHD and did not show this change.

The tone, as described in psychomotor tonicidade14, is the foundation of

psychomotor organization. It is he who ensures our attitudes, postures, mimicry,

and emotions essential for any human activity20. Thus, changes in this function can

lead to difficulties in attention, inhibitory brake, motor persistence and maturation

organizational21. On the performance of EG this psychomotor function, 13 (90%)

children with ADHD in this study were between the apraxic and dyspraxic profile,

which opposes the CG, between eupraxic and hyperpraxic. Thus, this direct

relationship between attentional characteristics and tone in ADHD frameworks

should be envisaged in both the evaluation as for the intervention strategies,

considering the psychomotor factors.

Psychomotor function of balance, it was evident that children from the SG

had inferior performance with imperfect realization, incomplete and uncoordinated

movement, when compared to the CG. This result could also be shown in another

study that children with ADHD in school-age show important changes in this

função22. There is evidence that individuals with ADHD have lower cerebellar

volume controls compared, magnetic resonance, in a cerebral activity18. Thus,

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possible changes in the cerebellum could explain the impairment of psychomotor

function of balance found in children in this study.

About fine praxis function, (7) 50% of children in EG were classified as

"apraxic" while the CG presented (11) 91.7% of children classified in the profile

"eupraxic". Similar results were found in other studies that found that children with

ADHD have difficulties in motor skills finas23, 24 and attention and impulse control

are associated with motor skills finas24.

The handedness comes with two years and must be established about six

years of the criança25. Its development is associated with cognitive and motor

skills, and arises naturally in criança13. The evaluation showed that the laterality

(11) 78.6% of children with ADHD have crossed laterality, i.e. do not have

agreement on the use of symmetrical body parts (eye, ear, hand and foot), write

with his right hand and kick with the left foot, for example. In our research we

observed the absence of studies that showed cross-handedness in individuals with

ADHD.

Cross or badly lateralized laterality generates the individual difficulty learning

the graphical direction and the concept of right and left, slow pace of writing,

illegible handwriting, among outras13. Thus, the lateral dominance has strong links

with other psychomotor functions, such as fine praxis also compromised in children

with ADHD in this study.

Although psychomotor functions are evaluated separately, it should be

noted that they are interconnected and hierarchical as the neurological, cognitive

and emotional child and therefore should be encouraged as a whole, considering

these three fatores14.

The results of this study suggest that children with ADHD have significant

psychomotor disorders that can compose the features of the framework itself,

when compared to their peers, mainly related functions to the regions of the frontal

cortex, brainstem, cerebellum and subcortical areas.

So although it is a small group, the study demonstrates the need for specific

assessment covering all psychomotor skills in interdisciplinary diagnosis of ADHD,

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although further studies describing the dysfunction and intervention opportunities

for these individuals before his profile psychomotor.

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Picture 1 - The general psychomotor profile Rating

Punctuation

7 to 8

Classification

Deficit

Changes

Moderate or severe

9 to 13 Dyspraxic Lightweight (specific)

14 to 21 Eupraxic No change

22-26 Hyperpraxic No change

27-28 Higher No change

Adapted from Fonseca 2012.

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53

Picture 2 - Guidelines for Psychomotor Profile rating

Quotation

1 point

Level of achievement

Imperfect realization, incomplete and uncoordinated

(poor)

Praxis level

Apraxic Profile

2 points The realization is difficult to control (satisfactory) Dyspraxic Profile

3 points Adequate and controlled realization (good) Eupraxic Profile

4 points Perfect, harmonious and controlled realization

(excellent)

Hyperpraxic Profile

Source: Fonseca (2012, p 97).

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54

Table 1 - Frequency distribution for the general classification of

psychomotor profile between groups

EG CG Total

f (%) f (%) f (%)

Overall Rating Profile Psychomotor

Deficit 1 (7.1) 0 (0) 1 (7.1)

Dyspraxic 7 (50) 0 (0) 7 (50)

Eupraxic 6 (42.9) 0 (0) 6 (42.9)

Hiperpraxic 0 (0) 11 (91.7) 11 (91.7)

Higher 0 (0) 1 (8.3) 1 (8.3)

Total 14 (100) 12 (100) 26 (100)

Legend: f. frequency; p = 0.000.

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55

Table 2 - Frequency distribution of ratings of psychomotor functions

between groups

Valued functions Classification / in. subjects f(%)

Apraxic Dyspraxic Eupraxic Hyperpraxi

c

p value *

EG tone 6 (42.9) 7 (50) 1 (7.1) 0 (0)

0.000 Tone CG 0 (0) 1 (8.3) 8 (66.7) 3 (25)

Total 6 (23%) 8 (30.7%) 9 (34.6%) 3 (11.5%)

Balance EG 8 (57.1) 6 (42.9) 0 (0) 0 (0)

0.000 Balance CG 0 (0) 0 (0) 8 (66.7) 4 (33.3)

Total 8 (30.7) 6 (23) 8 (30.7) 4 (15.4)

Laterality EG 2 (14.3) 10 (71.4) 2 (14.3) 0 (0)

0.000 Laterality CG 0 (0) 0 (0) 2 (16.7) 10 (83.3)

Total 2 (7.6) 10 (38.4) 4 (15.4) 10 (38.4)

Concept of Body EG 1 (7.1) 8 (57.1) 5 (35.7) 0 (0)

0.000 Concept of Body CG 0 (0) 0 (0) 1 (8.3) 11 (91.7)

Total 1 (3.8) 8 (30.7) 6 (23) 11 (42.3)

Structuring Space Temporal EG 0 (0) 7 (50) 6 (42.9) 1 (7.1)

0.008 Structuring Space Temporal CG 0 (0) 0 (0) 7 (58.3) 5 (41.7)

Total 0 (0) 7 (26.9) 13 (50) 6 (23)

Global práxis EG 1 (7.1) 11 (78.6) 2 (14.3) 0 (0)

0.000 Global Praxis CG 0 (0) 0 (0) 11 (91.7) 1 (7.1)

Total 1 (3.8) 11 (42.3) 13 (50) 1 (3.8)

Praxis Thin EG 7 (50) 6 (42.9) 1 (7.1) 0 (0)

0.000 Praxis Thin CG 0 (0) 0 (0) 11 (91.7) 1 (8.3)

Total 7 (26.9) 6 (23) 12 (46.15) 1 (3.8)

Legend: f. frequency; * Fisher exact test.

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56

Table 3 - Frequency distribution in relation to the classification of

handedness between groups

EG CG Total

f (%) f (%) f (%)

Dominance

Homogeneous dominance (left) 1 (7.1%) 2 (16.7%) 3 (11.5%)

Homogeneous dominance (right) 2 (14.3%) 9 (75%) 11 (42.3%)

Laterality cross 11 (78.6%) 1 (8.3%) 12 (46.2%)

Total 14 (100) 12 (100) 26 (100)

Legend: f. frequency; Chi-square test: p = 0.001.

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Efeito de um programa de intervenção psicomotora em crianças com o Transtorno

do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH

Área: Avaliação Psicológica

Mariana Coelho Carvalho1 Iuri Victor Capelatto1 Cíntia Alves Salgado Azoni2

¹Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, Campinas, SP, Brasil

2Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, Natal, RN, Brasil

__________________________________________________________________

Resumo

Objetivo: verificar a eficácia de um programa de intervenção psicomotora em

crianças com TDAH. Especificamente o estudo comparou o desempenho

psicomotor e cognitivo (atenção e funções executivas), pré e pós testagem, em

crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH),

submetidas ao programa de intervenção psicomotora; comparou o desempenho

psicomotor e cognitivo (atenção e funções executivas), pré e pós testagem, em

crianças com TDAH não submetidas ao programa de intervenção psicomotora;

além da comparação do desempenho psicomotor e cognitivo de crianças com

TDAH e crianças controle. Métodos: Participaram do estudo 26 crianças do sexo

masculino, sendo 14 com TDAH, divididas em grupo experimental I e II (GEI e

GEII) e 12 com desenvolvimento típico agrupados no grupo controle (GC), com

idade cronológica entre 07 e 11 anos (M=9,00), cursando do 2º ao 6º ano do

ensino fundamental de escolas públicas e particulares. As crianças do GE

realizaram avaliação psicomotora e cognitiva nos dois momentos, pré e pós-

intervenção e foram comparadas ao GC na avaliação após a intervenção.

Resultados: os resultados apresentados neste estudo sugerem que a intervenção

psicomotora foi eficiente para o tratamento de crianças com TDAH, uma vez que

houve diferenças estatisticamente significativas nos escores de classificação do

perfil psicomotor e nos testes de atenção e funções executivas. Além disso, houve

melhora qualitativa, indicada pelo aumento das médias das funções de noção de

corpo, equilibração, estruturação espaço temporal, praxia fina, lateralidade e

tonicidade, respectivamente.

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Palavras-chave: Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade;

Desempenho psicomotor; Atenção; Funções Executivas.

Abstract

Objective: To verify the effectiveness of a psychomotor intervention program for

children with ADHD. Specifically, the study compared the psychomotor and

cognitive performance (attention and executive functions), pre and post testing in

children with Attention Deficit Disorder and Hyperactivity Disorder (ADHD),

submitted to the psychomotor intervention program; He compared the psychomotor

and cognitive performance (attention and executive functions), pre and post testing

in children with ADHD not subject to psychomotor intervention program; beyond

comparison psychomotor and cognitive performance of children with ADHD and

control children. Methods: The study included 26 male children, 14 with ADHD

were divided into experimental group I and II (GEI and GEII) and 12 with typical

development grouped in the control group (CG), with chronological age between

7:11 years ( M = 9.00), attending the 2nd to 6th grade of elementary school of

public and private schools. Children of GE conducted psychomotor and cognitive

assessment in two stages, before and after the intervention and were compared to

the CG in the evaluation afterwards. Results: The results presented in this study

suggest that the psychomotor intervention is effective for treating children with

ADHD, since there were statistically significant differences in scores of

psychomotor profile classification and tests of attention and executive functions. In

addition, there was an improvement trend indicated by the increase in average

body notion of functions, balancing, timeline structure, fine praxis, laterality and

tone respectively.

Keywords: Attention deficit disorder with hyperactivity; Psychomotor performance;

Attention; Executive Functions.

Introdução

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos

transtornos do neurodesenvolvimento que mais afetam crianças e adolescentes.

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Estima-se que atinge, em média, 3-6% de crianças em idade escolar1, 2, sendo

predominante no gênero masculino3. Em variadas proporções, o transtorno

combina dificuldade no controle atencional e/ou hiperatividade com impulsividade,

que geram consequências como a instabilidade de relacionamento, dificuldade de

organização, em seguir regras e concluir tarefas, fala em demasia e baixo

rendimento acadêmico ou profissional4, 5.

A avaliação clínica faz referência a alterações nas funções cognitivas de

atenção e funções executivas em indivíduos com TDAH6, 7. Além disso, entre 30%

e 40% das crianças com TDAH apresentam atrasos psicomotores, com maior ou

menor incidência dependendo do instrumento utilizado para avaliação8, 9, 10.

Estudos em neurologia evidenciaram menor volume cerebral em indivíduos

com TDAH nas regiões do lobo frontal, cerebelo, globo pálido direito, núcleo

caudado e corpo caloso11, 12, 13, 14, 15, 16. A disfunção no Sistema Nervoso Central

(SNC) apresentada pelo TDAH está diretamente relacionada com os sintomas de

desatenção, hiperatividade e impulsividade. Sendo assim, o tratamento proposto

para o TDAH deve incluir a terapia combinada entre medicamento, psicoterapia

(terapias com diferentes enfoques, que trabalhe os sintomas do quadro), além de

orientações para os pais e escola5.

A intervenção com ênfase na remissão das alterações psicomotoras,

embora ainda pouco descrita, mostrou-se eficaz em diferentes estudos com o

TDAH. As pesquisas delinearam diferentes programas de estimulação

psicomotora realizados em encontros semanais, desenvolvidos com crianças com

média de 9 anos de idade. Os resultados apontaram melhora de desempenho nas

funções de equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e motricidade

fina17, 18, 19.

Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi verificar a eficácia de um

programa de intervenção psicomotora em crianças com TDAH. Especificamente, o

estudo comparou o desempenho psicomotor e cognitivo (atenção e funções

executivas), pré e pós testagem, em crianças com TDAH, submetidas ao

programa de intervenção psicomotora; comparou o desempenho psicomotor e

cognitivo (atenção e funções executivas), pré e pós testagem, em crianças com

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TDAH não submetidas ao programa de intervenção psicomotora; além da

comparação do desempenho psicomotor e cognitivo de crianças com TDAH e

crianças controle durante a avaliação pós testagem.

Métodos

O presente estudo trata de pesquisa de caráter experimental, longitudinal,

com grupo controle, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição

proponente para o estudo (parecer nº 842.253/14).

Participantes

Participaram do estudo 26 crianças do gênero masculino,sendo 14 com

TDAH e 12 com desenvolvimento típico, com idade cronológica entre 07 e 11 anos

(M=9,00), cursando do 2º ao 6º ano do ensino fundamental de escolas públicas e

particulares. Da amostra total (n=26), 5 (19%) cursavam o segundo ano, 4 (15%) o

terceiro ano, 8 (31%) o quarto ano, 4 (15%) o quinto ano e 5 (19%) o sexto ano.

As crianças foram divididas em três grupos: Grupo Experimental I (GEI)

composto de crianças com TDAH que foram submetidas a intervenção

psicomotora; Grupo Experimental II (GEII) formado por crianças com TDAH que

não foram submetidas a intervenção psicomotora; e o Grupo Controle (GC)

constituído por crianças com desenvolvimento típico. Para a seleção dos

participantes do GEI e GEII foram considerados os critérios de inclusão:

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos

pais/responsáveis e Termo de Assentimento pela criança; crianças sem queixas

de alterações visuais ou auditivas ou com alterações corrigidas; desempenho

intelectual dentro dos padrões da normalidade (QI >80); crianças com diagnóstico

de TDAH comprovado pela avaliação interdisciplinar, baseada nos critérios

diagnósticos do DSM-5. Foram considerados critérios de exclusão: crianças com

transtornos de aprendizagem como comorbidade ao quadro de TDAH. Para a

seleção dos participantes do GC foram considerados os critérios de inclusão:

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e Termo de

Assentimento; frequentar a mesma escola e/ou sala de aula dos participantes do

GE; pareadas por idade, gênero e nível sócio econômico com os participantes do

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61

GE; não apresentar queixas de dificuldades escolares ou comportamentais

graves.

As crianças do GEI e GEII foram selecionadas em dois Serviços de

Referência em Neurologia que atendem crianças com dificuldades de

aprendizagem, em uma cidade do interior de São Paulo. Para o diagnóstico de

TDAH as crianças realizaram avaliação interdisciplinar, com profissionais das

áreas de neuropsicolologia, psiquiatra infantil, fonoaudiologia, psicopedagogia e

neuropediatria. Os dados coletados constituíram a anamnese, entrevista com a

família, contato com a escola, observação clínica durante o processo de avaliação

e uso de instrumentos específicos de cada área. O diagnóstico interdisciplinar foi

baseado nos critérios estabelecidos pelo DSM-5. Todas as crianças com o

diagnóstico de TDAH encontravam-se em intervenção medicamentosa com

metilfenidato após o diagnóstico e os pais foram orientados a trazê-los não

medicados para a intervenção psicomotora.

Os participantes do GC realizaram somente a avaliação neuropsicológica e

psicomotora, em um dos centros de referência durante a avaliação pós-testagem.

Os encontros aconteceram em sala destinada para essa finalidade, por

aproximadamente duas sessões de cinquenta minutos cada.

Instrumentos

Instrumentos pré e pós-intervenção:

-Avaliação Psicomotora:

Bateria de Observação Psicomotora – BPM (Fonseca, 2012): avalia as

funções psicomotoras de tonicidade, equilibração, lateralização, noção do corpo,

orientação espaço-temporal, praxia global e praxia fina. O instrumento é

constituído por 42 tarefas que permite a classificação geral do sujeito em relação

ao perfil psicomotor (Quadro 1). O resultado é obtido a partir da soma de pontos

das sete funções psicomotoras avaliadas e, quanto maior a pontuação, melhor o

desempenho.

Inserir Quadro 1

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62

Para classificação de desempenho das crianças em cada função, toda

atividade foi pontuada por uma escala de um a quatro pontos e efetuou-se uma

somatória e média dos pontos adquiridos (Quadro 2).

Inserir Quadro 2

-Avaliação de Funções Executivas e Atenção:

TrailMaking Test TMTA/B (Spreen e Strauss, 1998). Para o estudo foi

utilizada a versão adaptada por Lima et al. (2009): A Parte A avalia o

rastreamento visual, velocidade de processamento, atenção visual e flexibilidade

mental e é composta por uma folha com círculos numerados de 1 a 25,

distribuídos aleatoriamente e a criança deve traçar uma linha conectando a

sequência numérica o mais rápido que puder. O desempenho é avaliado em

termos de “Tempo de Reação”, expresso em segundos e Erros. A Parte B é

considerada um teste de flexibilidade mental, composta por círculos com números

que vão de 1 a 13 e letras que vão de A a M (com exclusão da letra “K”) em sua

parte interna. A criança deve traçar uma linha ligando os círculos com números e

as letras de maneira alternada (1 – A – 2 – B – 3 – C ...), seguindo as ordens

numéricas e alfabéticas corretas. O desempenho é avaliado em termos de tempo

(em segundos) e erros representados pela soma dos erros de sequência e de

alternância.

Teste Cor-Palavra de Stroop (Stroop Color Word Test – SCWT)

(Stroop,1935). Foi utilizada a versão adaptada de Lima et al. (2009). O SCWT é

um teste que visa avaliar o controle inibitório (capacidade de inibir resposta

automática para emissão de resposta controlada) e atenção seletiva visual

(seleção entre informações relevantes e irrelevantes).São utilizadas quatro cores

(vermelho, amarelo, azul e verde) com 24 estímulos em cada uma das três partes:

(i) “Cartão Cores” (C): composto por quadrados pintados nas quatro cores

dispostas em ordem randômica, no qual a criança deve nomear o mais rápido

possível; (ii) “Cartão Palavras” (P): composto por nomes de cores impressos nas

cores correspondentes (situação congruente), no qual a criança deve dizer o nome

das cores o mais rápido possível; (iii) “Cartão Cor-Palavra” (CP): composto nomes

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de cores, porém impressos em cores incongruentes, por exemplo, a palavra Verde

impressa na cor azul (situação incongruente). Novamente a criança deve dizer a

cor e não nomear a palavra o mais rapidamente possível. O desempenho é

medido por escores de tempo (em segundos) e de erros para cada um dos

cartões.

Teste de Cancelamento – TC (Weintraub e Mesulan, 1985; Guerreiro, 1993

e Toledo, 2005). Foi utilizada a versão adaptada por Lima et al. (2009). Avalia a

atenção sustentada visual em duas versões: (1) Figuras Geométricas (TC-FG):

compõe uma folha com uma sequência randômica de figuras geométricas simples

e a criança deve assinalar todos os círculos encontrados o mais rápido que puder;

(2) Letras em Fileira (TC-LF): constitui uma folha com letras distribuídas de forma

randômica e a criança deve assinalar todas as letras “A” o mais rápido que puder.

Para a avaliação do desempenho são utilizados os critérios de tempo de execução

expresso em segundos e erros - soma dos erros cometidos por omissão e adição.

Tower of London (TOL) (Shallice, 1982; Tunstall, 1999). Foi utilizada a

versão adaptada por Lima et al. (2009). Avalia a habilidade de planejamento

raciocínio lógico. É composta por uma base de madeira com três pinos verticais e

quatro discos coloridos do mesmo tamanho, com furo no centro para o encaixe

nos pinos. O objetivo é mover os discos para reproduzir, em um número

determinado de movimentos, a posição de uma figura-alvo apresentada. Existem

dez problemas com grau crescente de dificuldade, e a partir de uma posição inicial

a criança deve realizar a tarefa em uma quantidade específica de movimentos.

São permitidas três tentativas para a resolução do problema e a resposta é

considerada correta quando a solução é alcançada com o correto número de

movimentos. Os escores de cada item podem variar de 0 a 3 pontos e o escore

total é a soma dos escores de todos os itens. O escore pode variar de 0 a 30

pontos.

Wisconsin de classificação de cartas (WCST) (Heaton et al, 2004).

Instrumento de avaliação psicológica e neuropsicológica que avalia a função

executiva: planeamento, flexibilidade de pensamento, memória do trabalho,

monitorização e inibição de perseverações. Este teste requer a capacidade do

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examinando para desenvolver e manter uma estratégia apropriada de solução do

problema por meio de estímulos a fim de atingir uma meta. O WCST é constituído

por 4 cartas estímulo e 128 cartas resposta, que representam figuras de variadas

formas (cruzes, círculos, triângulos ou estrelas), cores (vermelho, azul, amarelo ou

verde) e números (um, dois, três ou quatro). É um teste que pode ser aplicado a

pessoas com idades compreendidas entre os 6 e os 89 anos.

Programa de intervenção psicomotora:

O programa foi planejado de acordo com o desenvolvimento psicomotor e

neurofuncional, baseado em Luria (Quadro 3).

Inserir Quadro 3

Procedimentos

O contato inicial foi feito pelo encaminhamento das crianças aos Serviços

de atendimentos para crianças com queixas escolares e comportamentais. Após a

avaliação interdisciplinar e confirmado o diagnóstico de TDAH, os pais foram

comunicados sobre os objetivos da pesquisa. Em sequência ao processo, os

mesmos assinaram o TCLE, iniciando assim o estudo. Posteriormente, foi

agendado uma reunião com todos os responsáveis das crianças do grupo

experimental para orientá-los quanto ao diagnóstico e ao tratamento. Os mesmos

receberam informações referentes ao programa como: duração, regras de

frequência ao atendimento e disponibilidade de horário.

As crianças do GEI realizaram 4 sessões para avaliação cognitiva

realizadas durante o processo de diagnóstico e, após o mesmo, foram

encaminhadas para três sessões de avaliação psicomotora. Em seguida, as

crianças foram subdivididas, randomicamente, em dois grupos. O GEI, após a

avaliação, foi submetido a 20 sessões individuais de intervenção psicomotora,

distribuídas em um encontro semanal de 50 minutos, distribuídos da seguinte

forma: 05 minutos destinados à preparação da criança para o início da

intervenção, com atividades de alongamento dos membros superiores, inferiores e

tronco; 40 minutos destinados ao trabalho com as sete funções psicomotoras com

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ênfase na tonicidade e equilibração; 05 minutos finais da sessão são voltados ao

retorno à condição de repouso da criança, com atividades de relaxamento e

alongamento. O atendimento ocorreu em horário oposto ao da escola, em

conformidade com as necessidades da família.

Após o período de intervenção do GEI, ambos os grupos, GEI e GEII foram

submetidos à reavaliação psicomotora e cognitiva. Neste mesmo período, as

crianças do GC foram selecionadas para a avaliação. As crianças do GEII, durante

o período de intervenção do GEII estavam em acompanhamento medicamentoso

com psiquiatra infantil e psicoterapia. Após este período, também foram

convocados para o mesmo programa de intervenção, conforme os termos éticos

em pesquisa.

Análise dos dados

Foi utilizado o programa IBM Statistical Package for Social Sciences (SPSS

Statistics 22.0 for Windows)®. Para as variáveis investigadas foram realizadas

análises descritivas com medidas de frequências, mínimo e máximo, tendência

central (média) e dispersão (desvio padrão). Para a comparação dos grupos em

relação às variáveis categóricas foi utilizado o Exato de Fisher quando os valores

obtidos foram <5. Em função do tamanho da amostra e distribuição dos dados

foram utilizadas análises não paramétricas. Para a comparação de dois grupos

pareados (pré e pós) em relação às variáveis numéricas foi utilizado o teste dos

postos sinalizados de Wilcoxon. Para a comparação dos três grupos em relação

às variáveis numéricas, inicialmente foi utilizado o teste de Kruskall-Wallis.

Posteriormente foram realizadas análises repetidas entre dois grupos, por meio do

Teste de Mann-Whitney para verificar quais explicavam as diferenças obtidas. O

nível de significância adotado foi p≤0,05.

Resultados

A análise estatística foi feita a partir da comparação de desempenho na

avaliação psicomotora e cognitiva (Atenção e Funções Executivas) do GEI e GEII,

pré e pós-intervenção, e a análise comparativa entre os grupos GEI, GEII e GC.

Para comparação de desempenho psicomotor, das funções cognitivas de

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atenção e funções executivas, pré e pós-intervenção dos grupos de crianças com

TDAH, foi utilizado o Teste de Postos sinalizados de Wilcoxon, conforme tabela 1.

Inserir Tabela 1

Para comparação da classificação geral de desempenho psicomotor entre o

GEI e GEII foi utilizado o teste exato de Fisher (p=0,000 e p=0,143), conforme

tabela 2.

Inserir Tabela 2

Para a comparação dos três grupos em relação às variáveis numéricas,

inicialmente foi utilizado o teste de Kruskall-Wallis. Posteriormente, foram

realizadas análises repetidas entre os grupos, por meio do Teste de Mann-

Whitney para verificar quais explicavam as diferenças obtidas. O nível de

significância adotado foi p≤0,05 e p≤0,01. Os resultados mostraram diferenças

estatisticamente significativas em relação ao desempenho psicomotor, pós-

intervenção, em todos os subtestes entre os grupos experimentais e o grupo

controle. A comparação entre o GEI e GEII pós-intervenção apontou diferenças

estatísticas no subteste de Tonicidade (Tabela 3).

Inserir Tabela 3

Discussão

Historicamente a estimulação psicomotora é descrita em estudos referentes

à educação motora no ambiente escolar, principalmente na educação infantil e

séries iniciais20, 21. Na literatura atual as pesquisas, em sua maioria ainda

relacionada à educação, já associam as características motoras ao

desenvolvimento cognitivo, social e psicológico da criança22, 23, 24.

Na prática clínica, os trabalhos com intervenção psicomotora vêm sendo

utilizados por psicomotricistas a partir de um viés de reeducação com crianças que

apresentam prejuízos no desenvolvimento psicomotor causado por disfunções

cerebrais, como nos quadros de transtornos do neurodesenvolvimento, bem como

nas dificuldades de aprendizagem.

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Neste estudo, a experiência da aplicação de um programa de intervenção

psicomotora em crianças com TDAH mostrou-se eficaz na remissão dos sintomas

do quadro, tanto das funções psicomotoras como cognitivas. As crianças

submetidas à intervenção apresentaram melhora no desempenho psicomotor

representado pelo aumento da média do escore total na classificação geral,

correspondente a soma das médias ponderadas de cada função psicomotora.

Houve melhora qualitativa, considerando-se a média, pré e pós intervenção, das

funções de noção de corpo, equilibração, estruturação espaço temporal, praxia

fina, lateralidade e tonicidade respectivamente.

As crianças que não realizaram a intervenção não apresentaram diferenças

estatísticas significativas no desempenho psicomotor, embora tenha havido

aumento das médias qualitativamente. A diferença entre os desempenhos dos

grupos pode ser explicada pela dinâmica de estimulação psicomotora que o GEI

foi submetido. A organização da intervenção psicomotora tem por objetivo

respostas motoras mais ajustadas, com gestos, postura e movimentos mais

precisos, por meio de estratégias que envolvem todo o corpo do indivíduo em

reabilitação, com diferentes métodos e técnicas25.

Diferentes estudos com intervenção psicomotora em indivíduos com TDAH

evidenciaram mudanças nos padrões das funções psicomotoras, principalmente

de organização espacial, equilíbrio, motricidade fina e esquema corporal, com

resultados semelhantes a este estudo. No entanto, o método utilizado foi

diversificado, tais como a equoterapia, fisioterapia e educação física escolar26, 27,

19, 28. O método utilizado na presente pesquisa, por meio da terapia psicomotora

individual, mostrou-se consistente, uma vez que sua prática envolve atividades

lúdicas e contextualizadas à rotina de uma criança, o que garante a melhor

adesão ao tratamento.

A classificação psicomotora utilizada nesta pesquisa aborda o perfil

característico do indivíduo, relacionado a um padrão dispráxico, que está

associado a disfunções neuropsicológicas de ordem táteis, vestibulares e

proprioceptivos, na qual há dificuldades de controle na realização de atividades

psicomotoras e; o padrão eupráxico que integra o perfil psicomotor normal, de

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68

acordo com os padrões de desenvolvimento, na qual o indivíduo apresenta

resposta motora adequada e controlada na maioria das funções psicomotoras29.

Em relação a frequência de classificação do perfil psicomotor apresentada pelos

grupos de crianças com TDAH, aquelas não submetidas à estimulação

psicomotora, na avaliação pré testagem mostraram maior frequência de perfil

eupráxico e, na pós testagem, maior frequência do perfil dispráxico. No entanto,

as crianças que praticaram a intervenção os resultados foram inversos, passando

do perfil dispráxico para eupráxico.

A estimulação psicomotora mostrou-se eficaz também para melhora no

desempenho cognitivo. O GEI apresentou diferenças positivas estatisticamente

significativas, pré e pós-intervenção, em testes que avaliam flexibilidade cognitiva,

capacidade de planejamento e resolução de problemas, componentes das funções

executivas e nos testes que avaliam atenção sustentada na modalidade visual. O

GEII apresentou diferenças de desempenho apenas nos testes de atenção. Outras

pesquisas apontaram os benefícios da prática psicomotora no desenvolvimento

cognitivo. Um estudo que relacionou o desempenho cognitivo e motor com 378

crianças com idade de cinco e seis anos submetidas a práticas físicas com

enfoque psicomotor, as atividades aconteceram duas vezes por semana com

duração de 50 minutos e os resultados apontaram melhoras quantitativas em

variáveis motoras e cognitivas. Além disso, os professores e pais relataram

melhora no desempenho da atenção, memória e aprendizagem desses alunos30.

Da mesma forma, outro estudo verificou o efeito de um programa escolar de

estimulação motora no desempenho de funções executivas e atenção em crianças

na faixa etária de 6 a 10 anos, de escolas públicas. Participaram do estudo 80

crianças, 40 que participaram da estimulação motora e 40 que não foram

submetidas a intervenção. As crianças foram avaliadas antes e depois da

intervenção e as variáveis analisadas foram: motricidade, função executiva, tempo

de reação e atenção seletiva. A intervenção ocorreu durante 7 meses com aulas

de educação física escolar. Os resultados demonstraram que ocorreu uma

diferença significativa entre os grupos nos testes de função executiva, tempo de

reação e atenção seletiva. Desse modo, foi observado que o grupo que passou

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por intervenção melhorou não somente o aspecto motor, mas também melhorou

de forma significativa o desempenho das funções cognitivas24.

A presente pesquisa também comparou o desempenho psicomotor e

cognitivo das crianças do GE, no momento de pós testagem, com as crianças do

GC, com a finalidade de verificar se após a intervenção o desempenho das

crianças com TDAH assemelhariam a de crianças com desenvolvimento típico. Os

resultados mostraram que as crianças submetidas a intervenção tiveram aumento

de suas médias, porém, ainda com desempenho aquém ao esperado para sua

idade. Este resultado era esperado uma vez que a crianças com TDAH

apresentam um transtorno crônico relacionado a uma disfunção neurológica1.

Dessa forma, os resultados apresentados neste estudo sugerem que a

intervenção psicomotora pode ser eficiente para o tratamento de crianças com

TDAH, uma vez que houve mudanças significativas no desempenho psicomotor e

cognitivo (atenção e funções executivas) no grupo de crianças submetidas ao

programa de intervenção psicomotora.

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Quadro 1 – Classificação do perfil psicomotor geral

Pontuação

7 a 8

Classificação

Deficitário

Alterações

Moderada ou severa

9 a 13 Dispráxico Leve (específico)

14 a 21 Eupráxico Sem alterações

22 a 26 Hiperpráxico Sem alterações

27 a 28 Superior Sem alterações

Adaptado de Fonseca, 2012.

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Quadro 2 – Valores de referência para classificação de Perfil Psicomotor

Pontuação

1 ponto

Nível de realização

Realização imperfeita, incompleta e descoordenada (fraco)

Nível práxico

Perfil Apráxico

2 pontos Realização com dificuldade de controle (satisfatório) Perfil Dispráxico

3 pontos Realização adequada e controlada (bom) Perfil Eupráxico

4 pontos Realização perfeita, harmoniosa e controlada (excelente) Perfil Hiperpráxico

Fonte: Fonseca (2012, p. 97)

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Quadro 3 - Funções psicomotoras e atividades desenvolvidas nas

intervenções

Funções psicomotoras

Atividades realizadas

Tonicidade

Alongamentos, atividades com pesos de diversos tamanhos, bola Bobath, atividades com cama elástica, atividades de rolar no tatame, rastejar no chão, entre outras.

Equilibração Andar em linha reta, atividades de equilíbrio com bolinhas de tênis, brincadeira de “morto-vivo”, pular corda, atividades com cama elástica, entre outras.

Lateralidade “Jogo se vira” com comandos de direita e esquerda, circuito com enfoque na lateralidade.

Noção de corpo

Reconhecimento das partes do copo com espelho, desenho do corpo humano em tamanho real, atividades sensoriais, atividades com bambolê, jogos de imitação, entre outros.

Orientação espaço-temporal

Circuitos com obstáculos, elaboração de trajetos, atividades de reconhecimento de espaço, brincadeira de dentro e fora com bambolê, atividades com dias da semana e meses do ano, entre outras.

Praxia Global “Dançar, correr e pular”, circuitos com atividades de rolar, rastejar e obstáculos; atividades com bolas de diferentes tamanhos, entre outras.

Praxia Fina

Alinhavo, abrir e fechar zíper, botões, velcro, pintura com o dedo, massa de modelar, pulseira de missangas, pega varetas de diferentes tamanhos, brincadeiras com marionetes.

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Tabela 1 - Comparação das médias dos escores pré e pós-intervenção no GEI e

GEII

GEI GEII

Escores Pré Pós pa Pré Pós p

a

M DP M DP M DP M DP

TON 2,00 ,58 2,14 ,38 0,317 1,43 ,53 1,57 ,53 0,317

QUE 1,43 ,53 1,71 ,49 0,157 1,43 ,53 1,57 ,53 0,317

LAT 2,14 ,38 2,29 ,49 0,317 2,00 ,58 2,14 ,38 0,317

NC 2,00 ,00 2,43 ,53 0,083 2,57 ,53 2,71 ,49 0,317

EET 2,43 ,79 2,71 ,49 0,317 2,71 ,49 2,71 ,49 1,000

PG 2,00 ,00 2,00 ,00 1,000 2,29 ,49 2,29 ,49 1,000

PF 1,29 ,49 1,57 ,53 0,157 1,86 ,69 1,86 ,69 1,000

PC 2,29 ,49 2,86 ,38 0,046* 2,57 ,53 2,43 ,53 0,317

TMTA_T 89,00 16,35 88,29 15,33 0,672 59,57 15,24 58,86 16,94 0,596

TMTA_E 1,00 1,00 ,29 ,76 0,102 ,71 1,89 ,43 1,13 0,317

TMTB_T 213,71 70,04 194,14 62,73 0,075 134,29 31,15 133,29 32,40 1,000

TMTB_ET 2,71 2,56 1,71 1,89 0,038* 4,29 5,71 4,00 5,92 0,593

TC1_T 102,14 32,17 99,00 32,89 0,061 90,29 13,38 88,86 13,69 0,439

TC1_ET 4,57 1,72 2,71 1,11 0,024* 2,71 2,87 2,14 2,61 0,046*

TC2_T 135,00 44,03 121,57 29,42 0,046* 94,57 7,11 92,86 7,88 0,034*

TC2_ET 8,14 5,01 4,86 4,10 0,017* 3,00 1,83 2,43 1,99 0,194

SCWT1_T 33,14 14,77 31,00 14,24 0,027* 23,43 7,89 25,57 5,83 0,462

SCWT1_E ,29 ,49 ,00 ,00 0,157 ,43 ,53 ,00 ,00 0,083

SCWT2_T 28,71 14,19 27,14 14,29 0,176 20,71 8,24 21,29 5,91 0,750

SCWT2_E ,43 ,53 ,00 ,00 0,083 ,43 ,79 ,00 ,00 0,180

SCWT3_T 69,14 52,30 60,14 30,53 0,400 45,29 8,56 47,14 8,71 0,680

SCWT3_E 4,43 1,90 3,71 2,50 0,102 3,86 2,04 4,00 2,16 0,666

TOL 19,86 3,98 21,57 3,21 0,023* 21,86 3,67 22,57 4,28 0,197

W_NEA 114,29 14,66 114,86 14,08 0,655 116,00 15,10 114,29 18,08 0,655

W_NTC 76,14 7,06 80,00 4,24 0,043* 74,86 10,48 78,00 10,03 0,865

W_NTE 38,14 18,03 34,86 15,53 0,041* 41,14 22,67 36,29 18,28 0,307

W_PE 32,14 12,10 29,00 10,05 0,042* 33,57 15,73 30,43 12,42 0,445

W_RP 24,71 14,21 21,14 8,28 0,465 33,29 26,98 23,29 14,85 0,138

W_PRP 20,86 10,06 18,00 5,20 0,465 27,14 20,11 19,71 11,19 0,225

W_EP 20,43 10,95 18,86 6,74 0,686 27,43 19,92 20,71 12,35 0,173

W_PEP 17,29 7,72 16,00 4,16 0,686 22,43 14,51 17,57 9,14 0,246

W_ENP 15,86 11,82 15,71 10,89 1,000 13,71 9,03 15,57 10,75 0,916

W_PENP 13,29 8,52 13,29 7,61 1,000 11,43 6,53 12,86 7,69 1,000

W_RNC 55,86 24,86 68,14 7,80 0,138 61,71 15,05 66,29 11,81 0,5531

W_ECPC 25,43 32,32 12,00 2,08 0,273 12,71 2,43 13,00 4,47 0,713

W_FMC 1,86 1,21 1,14 ,38 0,131 1,00 ,00 1,43 1,51 0,461

Legenda: M – Média; DP – Desvio Padrão; Min. – Mínimo; Max.- Máximo; TON-Tonicidade; QUE-Equilibração; LAT:Lateralidade; NC-Noção de corpo; EET: Estruturação Espaço-Temporal; PG: Praxia Global; PF: Praxia Fina; TMTA/B – TrailMaking Test A e B T/Tempo ET/Erros; TC1/2- Teste de cancelamento de figuras geométricas e letras em fileira T/Tempo ET/Erros; St1/2/3 Stroop Word Color Test cor, palavras e cor palavras T/Tempo T/Erros; TOL: Torre de Londres; NEA: número de ensaios administrados; NTC: número total correto; NTE: número total de erros; PE: percentual de erros; RP: respostas perseverativas; PRP: percentual de respostas perseverativas; EP: erros perseverativos; PEP: percentual de erros perseverativos; ENP: erros não perseverativos; PENP: percentual de erros não perseverativos; RNC: respostas de nível conceitual; ECPC: ensaios para completar a primeira categoria; FMC: fracasso em manter o contexto. Nota:aTeste de Postos sinalizados de Wilcoxon; *p<0,05 *valor significativo.

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Tabela 2 – Distribuição de frequência para classificação geral do perfil

psicomotor entre os grupos.

GEI GEII

Pré-

intervenção Pós-

intervenção

Pré-Intervenção

Pós-intervenção

f(%) f(%) f(%) f(%)

Classificação Geral Perfil Psicomotor

Deficitário 1 (14,3) 0 (0) 0(0) 0(0)

Dispráxico 4 (57,1) 1 (14,3) 3(42,9) 4(57,1)

Eupráxico 2 (28,6) 6 (85,7) 4(57,1) 3(42,9)

Bom 0 (0) 0(0) 0(0) 0(0)

Superior 0 (0) 0(0) 0(0) 0(0)

Total 7 (100) 7 (100) 7(100) 7(100)

Legenda: f. frequência; Teste Exato de Fisher; valor de p=0,000 e p=0,143 (para GEI e GEII, respectivamente)

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Tabela 3 - Comparação das médias dos escores pós-intervenção no GEI, GEII e GC

GEI (n=7) GEII (n=7) GC (n=12) p

a

Diferenças entre

os gruposb M DP M DP M DP

Tonicidade 2,14 ,38 1,57 ,53 3,17 ,577 ,000** 1,2/ 1,3/ 2,3

Equilibração 1,71 ,49 1,57 ,53 3,33 ,492 ,000** 1,3/ 2,3

Lateralidade 2,29 ,49 2,14 ,38 3,83 ,389 ,000** 1,3/ 2,3

Noção de corpo 2,43 ,53 2,71 ,49 3,92 ,289 ,000** 1,3/ 2,3

Estruturação E/T 2,71 ,49 2,71 ,49 3,42 ,515 ,011* 1,3/ 2,3

Praxia Global 2,00 ,00 2,29 ,49 3,08 ,289 ,000** 1,3/ 2,3

Praxia Fina 1,57 ,53 1,86 ,69 3,08 ,289 ,000** 1,3/ 2,3

Perfil Class 2,86 ,38 2,43 ,53 3,50 ,674 ,005* 1,3/ 2,3

TMTA_T 88,29 15,33 58,86 16,94 50,17 15,47 ,002** 1,2/ 1,3/

TMTA_E ,29 ,76 ,43 1,13 ,00 ,00 ,409 ns

TMTB_T 194,14 62,73 133,29 32,40 114,83 30,89 ,022* 1,3

TMTB_ET 1,71 1,89 4,00 5,92 ,25 ,45 ,208 ns

TC1_T 99,00 32,89 88,86 13,69 88,83 17,82 ,896 ns

TC1_ET 2,71 1,11 2,14 2,61 2,00 1,65 ,296 ns

TC2_T 121,57 29,42 92,86 7,88 99,50 22,61 ,031* 1,2/ 1,3/

TC2_ET 4,86 4,10 2,43 1,99 0,33 0,65 ,003** 1,3/ 2,3

SCWT1_T 31,00 14,24 25,57 5,83 25,00 6,84 ,653 ns

SCWT1_E ,00 ,00 ,00 ,00 ,00 ,00 1,000 ns

SCWT2_T 27,14 14,29 21,29 5,91 22,00 6,67 ,704 ns

SCWT2_E ,00 ,00 ,00 ,00 ,00 ,00 1,000 ns

SCWT3_T 60,14 30,53 47,14 8,71 48,08 5,70 ,970 ns

SCWT3_E 3,71 2,50 4,00 2,16 ,50 ,67 ,000** 1,3/ 2,3

TOL 21,57 3,21 22,57 4,28 17,17 3,59 ,014* 1,3/ 2,3

W_NEA 114,86 14,08 114,29 18,08 102,42 19,94 ,212 ns

W_NTC 80,00 4,24 78,00 10,03 73,33 8,91 ,133 ns

W_NTE 34,86 15,53 36,29 18,28 73,75 49,19 ,323 ns

W_PE 29,00 10,05 30,43 12,42 71,42 48,71 ,246 ns

W_RP 21,14 8,28 23,29 14,85 55,50 40,59 ,195 ns

W_PRP 18,00 5,20 19,71 11,19 54,00 40,15 ,144 ns

W_EP 18,86 6,74 20,71 12,35 52,75 39,82 ,290 ns

W_PEP 16,00 4,16 17,57 9,14 51,83 39,82 ,224 ns

W_ENP 15,71 10,89 15,57 10,75 64,75 55,24 ,197 ns

W_PENP 13,29 7,61 12,86 7,69 62,83 54,34 ,123 ns

W_RNC 68,14 7,80 66,29 11,81 64,50 10,99 ,517 ns

W_ECPC 12,00 2,08 13,00 4,47 16,58 7,99 ,568 ns

W_FMC 1,14 ,38 1,43 1,51 ,50 ,90 ,044* 1,3

ICV 94,86 5,21 92,00 8,87 102,00 8,22 ,022* 1,3/ 2,3

IOP 94,00 6,24 90,57 7,44 98,00 7,86 ,127 ns

IMO 95,71 12,57 87,29 9,88 102,75 8,83 ,019* 2,3

IVP 89,57 6,32 81,29 9,81 102,83 9,21 ,001** 1,3/ 2,3

QIT 93,43 8,24 89,14 7,90 102,75 6,27 ,005** 1,3/ 2,3

Legenda: GEI – Grupo experimental I; GEII – Grupo experimental II; GC – Grupo controle; M – Média; DP –

Desvio Padrão; M – Média; DP – Desvio Padrão; Min. – Mínimo; Max.- Máximo; TMTA/B – Trail Making Test A e B T/Tempo ET/Erros; TC1/2- Teste de cancelamento de figuras geométricas e letras em fileira T/Tempo ET/Erros; St1/2/3 Stroop Word Color Test cor, palavras e cor palavras T/Tempo T/Erros; NEA: número de ensaios administrados; NTC: número total correto; NTE: número total de erros; PE: percentual de erros; RP: respostas perseverativas; PRP: percentual de respostas perseverativas; EP: erros perseverativos; PEP: percentual de erros perseverativos; ENP: erros não perseverativos; PENP: percentual de erros não perseverativos; RNC: respostas de nível conceitual; ECPC: ensaios para completar a primeira categoria; FMC: fracasso em manter o contexto. ns:não significativo. Nota:

aTeste Kruskal-Wallis;

bTeste de Mann-Whitney; *p<0,05; **p<0,01

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5. CONCLUSÃO GERAL

O tratamento envolvido no diagnóstico de TDAH tem sido um desafio tanto

para investigação científica quanto para prática clínica, tendo em vista a

complexidade que confere ao transtorno. Dentro dos sintomas que envolvem o

quadro, as alterações psicomotoras compõem as principais queixas nos

encaminhamentos e a literatura contempla estudos que relacionam o desempenho

psicomotor e o TDAH (Goulardins, 2010, Di Nucci, 2007). No entanto, poucas

pesquisas investigam o efeito da estimulação psicomotora para um melhor

prognóstico do transtorno.

Dessa forma, a presente dissertação teve como finalidade auxiliar na

construção de um conhecimento a respeito da psicomotricidade, por meio da

avaliação e intervenção psicomotora e de sua relação com o quadro de TDAH em

crianças. Os dois artigos aqui apresentados têm em comum a finalidade de

contribuir com a ciência para melhor compreensão do TDAH e da qualidade de

vida das crianças acometidas pelo transtorno.

Em nosso primeiro artigo, o objetivo foi descrever e comparar o

desempenho psicomotor de crianças com TDAH e crianças controle de

desenvolvimento típico. Os resultados corroboraram com outros estudos (Pitcher,

Piek e Hay, 2003, Suzuki et al., 2005, Goulardins, Marques e Casella; 2011; Poeta

e Rosa Neto, 2007) sugerindo que meninos com TDAH apresentam dificuldades

no comportamento psicomotor que podem ser associadas a características do

próprio quadro. O estudo concluiu que crianças com TDAH demonstram

alterações psicomotoras significativas, quando comparadas aos seus pares,

principalmente em funções relacionadas a áreas neurológicas do córtex frontal,

cerebelo e áreas subcorticais. Os resultados mostraram também que a avaliação

do desempenho psicomotor favorece o processo diagnóstico e de intervenção no

TDAH.

O segundo estudo teve como objetivo verificar a eficácia de um programa

de intervenção psicomotora em crianças com TDAH. Além de comparar o

desempenho psicomotor e cognitivo (atenção e funções executivas), pré e pós

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testagem, em crianças com TDAH, submetidas ao programa de intervenção

psicomotora; e, em crianças com TDAH não submetidas ao programa de

intervenção psicomotora. Os resultados apresentados neste estudo concluíram

que a intervenção psicomotora pode ser eficiente para o tratamento de crianças

com TDAH, uma vez que houve diferenças significativas de desempenho

psicomotor e cognitivo (atenção e funções executivas), pós testagem, em crianças

com TDAH que foram submetidas ao programa de intervenção psicomotora e em

crianças que não passaram por intervenção.

Em conjunto, os achados desses artigos apontam para as hipóteses de que

crianças com TDAH apresentam desempenho inferior em idade motora e funções

cognitivas que crianças sem queixas de dificuldades escolares ou

comportamentais. Em relação a intervenção psicomotora aplicada, crianças com o

diagnóstico de TDAH apresentaram desempenho psicomotor inferior na primeira

avaliação quando comparadas à segunda avaliação; melhora das funções

cognitivas da atenção e funções executivas nas crianças com TDAH que

receberam a terapia psicomotora quando comparadas àquelas que não receberam

e melhora no desempenho psicomotor nas crianças com TDAH que receberam a

terapia psicomotora quando comparadas àquelas que não receberam. Dessa

forma, de acordo com nossos achados, a estimulação psicomotora tem um papel

relevante no tratamento do TDAH e devem ser incluídos nos estudos da área.

A partir dos objetivos propostos, foi possível concluir que o programa de

intervenção psicomotora foi eficaz no tratamento de crianças com TDAH deste

estudo, com melhora nas funções de noção de corpo, equilibração, estruturação

espaço temporal, praxia fina, lateralidade e tonicidade, respectivamente; Crianças

com TDAH apresentam maiores prejuízos psicomotores quando comparados a

crianças controle; As crianças com TDAH submetidas à intervenção psicomotora

melhoraram o desempenho psicomotor e cognitivo (atenção e funções executivas)

depois da intervenção e estas melhoras não foram observadas no grupo de

crianças com TDAH que não foram submetidos a mesma intervenção.

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96. Vayer P. O diálogo corporal: a ação educativa para crianças de 2 A 5 anos. São Paulo: Manole. 1984.

97. Vecchiato M. A Terapia Psicomotora. Brasília, Editora Universidade de Brasília. 2003.

98. Vidarte JA, Ezquerro M, Giráldez MA. Perfil psicomotor de niños de 5 a 12 años diagnosticados clinicamente de transtorno por déficit de atención/hiperactividad en Colombia. Rev Neurol. 2009;49 (2): 69-75.

99. Wells KC, Pelham WE, Kotkin RA, Hoza B, Abikoff HB, Abramowitz A, et al. Psychosocial treatment strategies in the MTA Study: rationale, methods, and critical issues in design and implementation. Journal of Abnormal Child Psychology, 2000;28, 483–505.

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APÊNDICES

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Apêndice A

Termo de Consentimento – Grupo Experimental

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(CONSELHO NACIONAL DA SAÚDE, 2012 – CNS 466/12)

Título da pesquisa: “Programa de intervenção psicomotora em crianças com Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade - TDAH”.

Senhores responsáveis,

Venho, por deste termo de consentimento, convida-los à participação da criança pela qual você é

responsável na pesquisa “Programa de intervenção psicomotora em crianças com Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade - TDAH”, como voluntário, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Faculdade de Ciências Médicas de Campinas-UNICAMP. Seu filho está sendo convidado a participar

dessa pesquisa porque tem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, conhecido por TDAH. O

desenvolvimento do corpo, do movimento e da atenção dessas crianças acontece diferente quando

comparado a crianças sem o diagnóstico (colocar igual fiz no grupo controle). Assim, é importante oferecer

um tratamento que possa melhorar as dificuldades que ele tem, como por exemplo problemas de não

prestar atenção, agitação, desorganização e outras.

Desta forma, o objetivo desta pesquisa é realizar um tratamento para crianças em idade escolar

que tem o TDAH, onde foi feita avaliação por uma equipe de psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo e

médico. As crianças passarão por avaliação psicomotora (são atividades parecidas com aquelas que as

crianças fazem na educação física da escola, como as brincadeiras com bolas, colchões, jogos etc),

previamente agendada com o responsável e depois terão atendimentos em encontros semanais, com

duração de 50 minutos, no total de 20 sessões. Ao final da pesquisa os pais ou responsáveis pela criança

serão informados sobre o resultado do tratamento, onde a pesquisadora fará uma conversa e entregará

um relatório por escrito.

A pesquisa terá dois grupos de crianças com TDAH, um primeiro que fará avaliação, tratamento e

uma nova avaliação; um segundo que fará a avaliação e depois de um tempo a reavaliação. Após a

pesquisa terminar, se o tratamento mostrar bom resultado, todas as crianças receberão este mesmo

tratamento. O critério para fazer parte de um grupo ou de outro será por sorteio.

Não será usada nenhuma espécie de droga invasiva à criança e todas as avaliações não trarão

prejuízos a ela. Os atendimentos serão realizados no Laboratório DISAPRE da Faculdade de Ciências

Médicas/ UNICAMP em dias de consulta do paciente. Caso a criança tenha que comparecer em outros

dias, os gastos que surgir (como, alimentação, transporte, etc) serão feitos pela pesquisadora. Os

materiais que serão usados nas atividades são: bola, lápis, lápis de cor, tinta, papel, corda, massinha,

colchões, brinquedos, etc.

O tempo para aceitar este termo de consentimento é livre para refletir sobre a participação,

podendo discutir com sua família sobre o assunto. Nesta pesquisa não haverá custos aos familiares, e

caso haja algum problema/prejuízo em decorrência da pesquisa, poderá haver ressarcimento.

Benefícios e vantagens: a participação da criança neste projeto é voluntária e as informações desta

pesquisa em relação ao atendimento estarão à disposição dos responsáveis. Caso o objetivo da pesquisa

Departamento de Neurologia

DISAPRE – Laboratório de Distúrbio, Dificuldade de

Aprendizagem e Transtorno Atenção.

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seja alcançado, o tratamento irá beneficiar o rendimento escolar e a interação social de crianças com

TDAH. Desconfortos e riscos: os riscos possíveis são de constrangimento, caso a criança não consiga

responder, ou mesmo cansaço ao fazer a atividade. A pesquisadora estará disponível para ajudar a

criança no que precisar diante destes riscos.

Sigilo: toda informação, assim como os resultados desse projeto de pesquisa, serão sigilosos. Se os

resultados ou informações fornecidas forem utilizados para fins de publicação científica, nenhum nome

será utilizado.

Recusa ou Descontinuação da Participação: a participação nesse projeto de pesquisa é voluntária e os

pais ou responsáveis podem recusar ou retirar o consentimento a qualquer momento. Estabelece-se

também, que a responsável pela pesquisa pode interromper a participação da criança nesse estudo a

qualquer momento que julgar apropriado.

Informa-se também que será apresentado à criança o Termo de Assentimento Livre Esclarecido, conforme

a Resolução 466/12, para que a mesma autorize sua participação na pesquisa.

Caso o paciente falte 3 sessões seguidas sem justificativa, o mesmo será desligado do tratamento, sendo

comunicado aos pais ou responsáveis. Havendo uma justificativa para as faltas uma nova consulta será

agendada.

Contato para informações:

O esclarecimento de dúvidas sobre a participação na pesquisa ou informações adicionais relativas ao

estudo poderão ser feitos a qualquer momento, pelo contato com a responsável pela pesquisa, Mariana

Coelho Carvalho, pelo e-mail:[email protected], fone (55-19) 3368-7511. Para caso de

denúncias e/ou reclamações, entrar em contato com o Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Médicas

– UNICAMP, Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126, Distrito de Barão Geraldo, Campinas – SP. CEP:

13083-887 / Fone: (19) 3521-8936 / E-mail: [email protected].

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o Sr. (a) ___________________,

representante legal do menor (grau de parentesco:_______________________________), portador da

cédula de identidade _______________________________, após leitura minuciosa das informações

constantes neste TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, devidamente explicada pelo

profissional em seus mínimos detalhes, ciente dos serviços e procedimentos aos quais será submetido,

não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO concordando em participar da pesquisa proposta. Fica claro que o sujeito da pesquisa,

pode a qualquer momento retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar

desta pesquisa e ciente de que todas as informações prestadas tornar-se-ão confidenciais e guardadas

por força de sigilo profissional (Art. 09º do Código de Ética Psicológico).

Por estarmos de acordo com o presente termo o firmamos em duas vias que serão rubricadas em todas as

suas páginas e assinadas ao seu término. Uma via ficará com o pesquisador e outra com o responsável

pela criança.

Campinas, SP, ________ de ______________________ de ________.

___________________________ ___________________________

Assinatura do Responsável Legal Assinatura do Pesquisador(a)

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Apêndice B

Termo de Consentimento – Grupo Controle

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(CONSELHO NACIONAL DA SAÚDE, 2012 – CNS 466/12)

Título da pesquisa: “Programa de intervenção psicomotora em crianças com Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade - TDAH”.

Senhores responsáveis,

Venho, por deste termo de consentimento, convida-los à participação da criança pela qual você é

responsável na pesquisa “Programa de intervenção psicomotora em crianças com Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade - TDAH”, como voluntário, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Faculdade de Ciências Médicas de Campinas-UNICAMP. Seu filho está sendo convidado a participar

dessa pesquisa porque não tem problema na escola para aprender ou no comportamento. Seu filho vai

fazer uma avaliação com atividades em forma de brincadeiras para ver como ele se desenvolve e, seus

resultados serão comparados ao de uma criança que tem o Transtorno de déficit de atenção e

hiperatividade, conhecido como TDAH. A parte que desenvolve o movimento do corpo e da atenção

dessas crianças acontece diferente daquelas que não tem problema de comportamento ou para aprender

alguma coisa. Então, é importante fazer um tratamento que possa melhorar as dificuldades que as

crianças com o TDAH tem.

Desta forma, o objetivo desta pesquisa é oferecer um tratamento para crianças em idade escolar

que apresentam o TDAH, que foram avaliadas por uma equipe de psicólogo, fonoaudiólogo,

psicopedagogo e médico.

Não será usada nenhuma espécie de droga invasiva às crianças e todas as avaliações não trarão

prejuízos a elas. Os atendimentos serão realizados em dois encontros de 50 minutos cada no Laboratório

DISAPRE da Faculdade de Ciências Médicas/ UNICAMP. Os materiais utilizados para atendimento são:

bola, lápis, lápis de cor, tinta, papel, corda, massinha, colchões, brinquedos, etc. Caso a criança não

possa comparecer ao Disapre, a pesquisadora irá até a escola. A avaliação será feita em dois dias e todos

os gastos que surgir ao participante (como, alimentação, transporte, etc) serão feitos pela pesquisadora.

O tempo para aceitar este termo de consentimento é livre para refletir sobre a participação,

podendo discutir com sua família sobre o assunto. Nesta pesquisa não haverá custos aos familiares, e

caso haja algum problema/prejuízo em decorrência da pesquisa, poderá haver ressarcimento.

Benefícios e vantagens: a participação da criança neste projeto é voluntária e as informações desta

pesquisa em relação ao atendimento estarão à disposição dos responsáveis. O benefício direto da

pesquisa é o relatório que será entregue ao responsável com os resultados da avaliação psicomotora e

neuropsicológica da criança.

Ao final da pesquisa, como benefício social, espera-se melhora no rendimento escolar e na interação

social de crianças com TDAH e isso pode trazer benefícios em sua vida diária, facilitando sua atenção

para as coisas, organização de tarefas etc.

Departamento de Neurologia

DISAPRE – Laboratório de Distúrbio, Dificuldade de

Aprendizagem e Transtorno Atenção.

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Desconfortos e riscos: os riscos possíveis são de constrangimento, caso a criança não consiga

responder, ou mesmo cansaço ao fazer a atividade. A pesquisadora estará disponível para ajudar a

criança no que precisar diante destes riscos.

Sigilo: toda informação, assim como os resultados desse projeto de pesquisa, serão sigilosos. Se os

resultados ou informações fornecidas forem utilizados para fins de publicação científica, nenhum nome

será utilizado.

Recusa ou Descontinuação da Participação: a participação nesse projeto de pesquisa é voluntária e os

pais ou responsáveis podem recusar ou retirar o consentimento a qualquer momento. Estabelece-se

também, que a responsável pela pesquisa pode interromper a participação da criança nesse estudo a

qualquer momento que julgar apropriado.

Informa-se também que será apresentado à criança o Termo de Assentimento Livre Esclarecido, conforme

a Resolução 466/12, para que a mesma autorize sua participação na pesquisa.

Caso o paciente falte 3 sessões seguidas sem justificativa, o mesmo será desligado do tratamento, sendo

comunicado aos pais ou responsáveis. Havendo uma justificativa para as faltas uma nova consulta será

agendada.

Contato para informações:

O esclarecimento de dúvidas sobre a participação na pesquisa ou informações adicionais relativas ao

estudo poderão ser feitos a qualquer momento, pelo contato com a responsável pela pesquisa, Mariana

Coelho Carvalho, pelo e-mail:[email protected], fone (55-19) 3368-7511. Para caso de

denúncias e/ou reclamações, entrar em contato com o Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Médicas

– UNICAMP, Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126, Distrito de Barão Geraldo, Campinas – SP. CEP:

13083-887 / Fone: (19) 3521-8936 / E-mail: [email protected].

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o Sr. (a) ___________________,

representante legal do menor (grau de parentesco:_______________________________), portador da

cédula de identidade _______________________________, após leitura minuciosa das informações

constantes neste TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, devidamente explicada pelo

profissional em seus mínimos detalhes, ciente dos serviços e procedimentos aos quais será submetido,

não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO concordando em participar da pesquisa proposta. Fica claro que o sujeito da pesquisa,

pode a qualquer momento retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar

desta pesquisa e ciente de que todas as informações prestadas tornar-se-ão confidenciais e guardadas

por força de sigilo profissional (Art. 09º do Código de Ética Psicológico).

Por estarmos de acordo com o presente termo o firmamos em duas vias que serão rubricadas em todas as

suas páginas e assinadas ao seu término. Uma via ficará com o pesquisador e outra com o responsável

pela criança.

Campinas, SP, ________ de ______________________ de ________.

________________________________ ____________________________

Assinatura do Responsável Legal Assinatura do Pesquisador(a)

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Apêndice C

Termo de Assentimento – Grupo Experimental

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Resolução 466/12)

Projeto: Programa de Intervenção Psicomotora em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e

Hiperatividade - TDAH

Pesquisadora: Mariana Coelho Carvalho

VOCÊ ESTÁ SENDO CONVIDADO A PARTICIPAR DESSE TRABALHO. SEUS PAIS ACEITARAM SUA

PARTICIPAÇÃO. VAMOS BRINCAR COM BOLA, MASSINHA, LÁPIS, COLCHÕES E OUTROS

BRINQUEDOS. AS BRINCADEIRAS VÃO AJUDAR A SABER COMO VOCÊ APRENDE ALGUMAS

COISAS.

VOCÊ NÃO PRECISA PARTICIPAR DA PESQUISA SE NÃO QUISER, É UM DIREITO SEU E NÃO

TERÁ NENHUM PROBLEMA SE DESISTIR.

ENTENDI QUE POSSO DIZER “SIM” E PARTICIPAR, MAS QUE, A QUALQUER MOMENTO, POSSO

DIZER “NÃO” E DESISTIR QUE NINGUÉM VAI FICAR BRAVO. A PESQUISADORA VAI TIRAR MINHAS

DÚVIDAS E CONVERSAR COM OS MEUS PAIS.

CIRCULE A FIGURA ABAIXO SE VOCÊ QUER FAZER OU NÃO.

EU,_____________________________________, ACEITO FAZER AS BRINCADEIRAS COM A

PESQUISADORA.

RECEBI UMA CÓPIA DESTE TERMO DE ASSENTIMENTO E LI E CONCORDO EM PARTICIPAR DA

PESQUISA.

ASSINATURA DA CRIANÇA:

ASSINATURA DO PESQUISADOR:

Campinas, _____ de __________ de ________.

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Apêndice D

Termo de Assentimento – Grupo Controle

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Resolução 466/12)

Projeto: Programa de Intervenção Psicomotora em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e

Hiperatividade - TDAH

Pesquisadora: Mariana Coelho Carvalho

VOCÊ ESTÁ SENDO CONVIDADO A PARTICIPAR DESSE TRABALHO. SEUS PAIS ACEITARAM SUA

PARTICIPAÇÃO. VAMOS FAZER BRINCADEIRAS COM BOLA, MASSINHA, LÁPIS, COLCHÕES E

OUTROS BRINQUEDOS. QUEREMOS QUE ESSAS ATIVIDADES AJUDEM A MELHORAR SUA

ATENÇÃO EM SUAS ATIVIDADES E QUE VOCÊ FIQUE MAIS ORGANIZADO COM AS SUAS

COISAS.VOCÊ NÃO PRECISA PARTICIPAR DA PESQUISA SE NÃO QUISER, É UM DIREITO SEU E

NÃO TERÁ NENHUM PROBLEMA SE DESISTIR.

ENTENDI QUE POSSO DIZER “SIM” E PARTICIPAR, MAS QUE, A QUALQUER MOMENTO, POSSO

DIZER “NÃO” E DESISTIR QUE NINGUÉM VAI FICAR BRAVO. A PESQUISADORA VAI TIRAR MINHAS

DÚVIDAS E CONVERSAR COM OS MEUS PAIS.

CIRCULE A FIGURA ABAIXO SE VOCÊ QUER FAZER OU NÃO AS BRINCADEIRAS.

EU,_____________________________________, ACEITO FAZER AS ATIVIDADAES COM A

PESQUISADORA.

RECEBI UMA CÓPIA DESTE TERMO DE ASSENTIMENTO E LI E CONCORDO EM PARTICIPAR DA

PESQUISA.

ASSINATURA DA CRIANÇA:

ASSINATURA DO PESQUISADOR:

Campinas, _____ de __________ de ________.

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Apêndice E

Programa de Intervenção Psicomotora para crianças com TDAH

Objetivo do programa:

Reeducação das funções psicomotoras (Tonicidade, Equilibração, Esquema Corporal,

Lateralidade, Organização Espacial, Organização Temporal, Praxia Global e Praxia Fina).

Objetivos específicos do programa:

- Que ao final da intervenção a criança tenha o desenvolvimento de suas funções

psicomotoras compatíveis a sua idade cronológica;

- Que o programa possibilite o desenvolvimento das funções cognitivas de atenção e

funções executivas.

Metodologia do programa psicomotor

- Deve ser realizado em local previamente organizado, amplo e arejado;

- A sessão tem duração de 50 minutos, sendo os primeiros 05 minutos destinados a

preparação da criança para o inicio da intervenção, com atividades de alongamento dos

membros superiores, inferiores e tronco. O segundo momento da sessão tem duração de

40 minutos e está destinado ao desenvolvimento da atividade com ênfase a funções

psicomotoras especificas (Tonicidade, Equilibração, Esquema Corporal, Lateralidade,

Organização Espacial, Organização Temporal, Praxia Global e Praxia Fina). Os últimos

05 minutos finais da sessão são voltados ao retorno a condição de repouso da criança,

com atividades de relaxamento e alongamento;

- Ao final de cada sessão deve acontecer a reintegração terapêutica, onde a criança é

convidada a refletir sobre a atividade realizada, o que mais gostou, o que foi mais fácil ou

mais difícil.

- O programa tem duração de 20 sessões com encontros de no mínimo 01 vez por

semana.

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Numero da

sessão

Funções

Psicomotoras

trabalhadas

Atividade

desenvolvida

Materiais utilizados

01 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

“Atividades o

equilibrista e Ache

o peso mais

pesado”

Pesos de

diversos

tamanhos e

quilos

Bolinhas de

tênis

02 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração.

“O mundo do circo”

Colchões de

vários

tamanhos e

alturas;

tecidos; bolas;

cordas.

03 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

“O ratinho na aula

de dança”

Musica e

Almofadas

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04 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

“Atividade com

saquinhos de peso”

5 saquinhos de

diferentes

pesos, cores e

texturas, com

20x10 cm; fita

adesiva ou giz;

05 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

“Aventura na

montanha”

Colchões e/ou

escada

06 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Circuito fechado Corda, apito e

cama elástica)

07 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Equilibrista Cama elástica

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08 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Circuito fechado Bolas, cones,

garrafas tipo

pet e coletes

09 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Esquema Corporal

La mirada Música

Gravador

10 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração;

Esquema Corporal

Atividade de

espelho

Espelho

Gesso

Lápis

Papel

11 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Esquema Corporal

Boneco de gesso Espelho

Gesso

Lápis

Papel

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12 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Lateralização

“Circuito” com

enfoque na

lateralidade

“Espelho”

Espelho

Bola

Cone

Almofadas

Colchões

13

Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Lateralização

Orientação Espaço-

temporal

“Ao reves” Espelho

Colchão

Almofadas

14 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Lateralização

Orientação Espaço-

temporal

Elaborar um trajeto

levantando a

distancia dos dois

pontos

selecionados e as

características do

caminho.

Barbante

Tesoura

Papel

Fitas

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15 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Lateralização

Orientação Espaço-

temporal

“Eu e o tempo” Lápis

Musica

Fita adesiva

Círculos

16 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Ritmo

“A dança” Aparelho de

som

Música

17 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Praxia Global

“Dançar, correr e

pular”

Aparelho de

som

Música

Colchão

Almofadas

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18 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Praxia Global

“Caminho a

percorrer”

Cones

Almofadas

Colchão

19 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Praxia Fina

“Marionete” Papel de

diferentes

cores e

texturas

Lápis de cor

Material

reciclável

20 Tonicidade

(Tônus de repouso;

Tônus de atitude;

Tônus de suporte)

Equilibração

Praxia

“Recorte e cole”

Alinhavo

Folha sulfite

Lápis

Tesoura

Madeira

perfura

Cadarço

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ANEXOS

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ANEXO A

Instrumento de Avaliação Psicomotora

Bateria de Observação Psicomotora (BPM)

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ANEXO B

Teste de Cancelamento

TC (Data:___/___/___) (uso em pesquisa)

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ANEXO C

Stroop Color Word Test (SCWT)

SCWT (Data:___/___/___) (uso em pesquisa) Folha de resposta

Nomeação de cores

VERDE – AZUL – AMARELO – VERMELHO

Nomeação de cores

VERDE – AZUL – AMARELO – VERMELHO

Nomeação de cores

AZUL – AMARELO – VERDE – AZUL

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ANEXO D

Trail Making Test TMT (A / B)

TRAIL MAKING TEST

PARTE A EXEMPLO

PARTE B

EXEMPLO

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ANEXO E

Tower of London (TOL)

Exemplo de tarefa da ToL

Estratégia e planejamento simples

1º movimento: Amarelo = 2º pino

2º movimento: Azul = 2º pino

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ANEXO F

Wisconsin de classificação de cartas (WCST)

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ANEXO G

Carta de aprovação do Comitê de Ética

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