Resumo · Marcos Aurélio Tarlombani da Silveira 2 Resumo Este artigo pretende apresentar uma...
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TURISMO NO ESPAÇO URBANO DE CURITIBA
Noemi Morceli Fanini1
Marcos Aurélio Tarlombani da Silveira2
Resumo
Este artigo pretende apresentar uma análise geográfica do espaço urbano e seu enfoque turístico. Como objeto de pesquisa elegeu-se o Município de Curitiba e em especial seus principais pontos turísticos, enfatizando a utilização dos mesmos em uma abordagem geográfica do espaço. Inicialmente, fez-se necessário o levantamento histórico do desenvolvimento de Curitiba, bem como, a utilização desse espaço e as influências que recebeu ao longo desse período pelos seus agentes: os colonizadores e imigrantes, se caracterizando como os principais elementos formadores da cidade. Posteriormente, verificamos os resultados da ação dos mesmos.Os principais pontos turísticos; relacionando-os com as atividades econômicas que eles podem proporcionar, visando mostrar ao alunado e aos professores, principalmente da disciplina de Geografia, o potencial econômico que esses atrativos turísticos podem oferecer, despertando nos alunos e professores, o interesse em analisar e explorar esses recursos, no município de Curitiba, podendo ser desenvolvido também nos demais municípios do Estado. Palavras-chave: Turismo Urbano - Pontos Turísticos - Percepção do Espaço
Geográfico
1 Professora de Geografia formada pela Universidade Federal do Paraná, especialista em Magistério de 1º e 2 º Graus pela Faculdade de Ciências e Humanas de Curitiba e em Educação de Jovens e Adultos pelas Faculdades Integradas de Curitiba, discente do Programa de Educacional (PDE) da Secretária de Educação do Estado do Paraná. 2 Doutor em Geografia, Professor adjunto do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) orientador deste trabalho.
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Abstract
This article means to introduce a geographic analysis of the urban space and its tourist focus. Curitiba and its main tourist spots were chosen as the object of the research, pointing out the use of such spots in a geographic approach of the space. At first, it was necessary to make a historical survey of the development of Curitiba and the influences it received along this period from its agents: the settlers and immigrants, who are considered as the main body elements of the city. Later, we checked the results of their action, the main tourist spots, connecting them to the economic activities they may provide, aiming to show to the students and teacher, mainly the ones related to the Geography subject the economic potential that these tourist attractions can offer, raising in the students and the teacher, the interest in analyzing and exploiting such resources, not only in Curitiba, but also in other municipal districts (counties) in the state of Paraná. Key words: Urban tourism - Tourist attractions - Consciousness of the geographic
space.
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INTRODUÇÃO
O propósito deste trabalho é apresentar as atividades e as experiências que
aconteceram no decorrer do Programa de Desenvolvimento Educacional,
desenvolvido em quatro períodos e que aconteceram no decorrer dos anos 2007 e
2008. O primeiro período foi de cumprimento das atividades estabelecidas pela
Secretaria de Educação em parceria com Universidade Federal do Paraná, que nos
capacitou ,contribuiu com a nossa atualização e reformulação teórica necessária ao
desenvolvimento das atividades estipuladas. No segundo período aconteceu a
elaboração do Plano de Trabalho, sob a orientação do professor Marcos Aurélio T.
da Silveira. Durante o terceiro período foi de nossa responsabilidade orientar um
Grupo de Trabalho em Rede. Trabalho virtual que possibilitou a troca de
experiências ao longo de sua duração. No quarto período foi elaborada e feita a
aplicação do Material Didático (Atlas Geográfico do Município de Curitiba) em
consonância com o objeto de estudo constante no plano se trabalho e finalmente foi
feita a implementação por parte dos professores do GTR nas suas escolas
adequando o mesmo aos caracteres de cada município e realidade.
Entendemos que a geografia do turismo, por estar calcada em bases de
cientificidade comprovada, constitui-se em um valoroso ferramental na construção e
ampliação de conhecimento sócio-cultural. O turismo no Brasil, dando
prosseguimento ao movimento iniciado nos anos 40/50 nos EUA e na Europa nos
anos 60, deixa de ser um produto consumido apenas pelas classes sociais mais
abastadas financeiramente e passa a ser praticado também pelas demais classes
econômicas. Após um primeiro momento em que os pontos turísticos de lazer
naturais eram os mais procurados, surge à conscientização por parte da população
de existência de outros lugares a serem visitados. Prova disso é o crescente fluxo de
turistas em direção a pontos históricos.
Cada região, a seu modo e intensidade, valorizam fatos e acontecimentos que
as diferem de outras em sua formação. Sejam eles étnicos, culturais, climáticos,
topográficos, confrontos bélicos e, até lendas são usadas como forma de atrair e
incentivar a prática turística.
SILVEIRA (2002), em “Para pensar o território (...)” entende que a notável
importância progressivamente adquirida pelo turismo na sociedade contemporânea –
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como prática social, por vez, como opção de crescimento para países regiões e
lugares – e seu papel na produção e organização do espaço vem justificar o
crescente interesse pelo estudo deste fenômeno desde uma perspectiva geográfica
com base em diferentes teorias e metodologias...”.O turismo, além do lazer, nos
propicia a oportunidade de vivenciar in loco aquilo que aprendemos através de
material escolar ou de propaganda veiculada pela mídia.
I. Revisão Teórico Conceitual.
Para CAVALCANTI (1998), a importância da Geografia para a vida dos alunos
é o ponto de partida para se refletir sobre a construção dos conhecimentos
geográficos. Há um consenso entre os estudiosos da prática de ensino de que esse
papel é o de prover bases e meios de desenvolvimento e ampliação da capacidade
dos alunos de apreensão da realidade sob o ponto da espacialidade, a compreensão
do papel do espaço nas práticas sociais e a configuração do espaço. Há um caráter
de espacialidade em todas as práticas sociais assim como há um caráter social da
espacialidade.O pensar geográfico contribui para a contextualização do próprio
aluno como cidadão do mundo em que vive. O conhecimento geográfico é
indispensável à formação de indivíduos participantes da vida social à medida que
propiciam o entendimento do espaço geográfico e das práticas sociais.
A espacialidade em que os alunos vivem como cidadãos é bastante
complexa. A construção e a reconstrução do conhecimento geográfico pelo aluno
ocorre na escola e fora dela.
Outra atividade importante na aprendizagem da Geografia é a percepção, ”um
estender-se para o mundo. Os órgãos dos sentidos são pouco eficazes quando não
são ativamente usados.Nosso sentido tátil é muito delicado, mas para diferenciar a
textura ou dureza das superfícies não é suficiente colocar um dedo sobre elas o
dedo tem que se movimentar sobre elas. É possível ter olhos e não ver; ouvidos e
não ouvir.(TUAN,1980)
São variadas as maneiras como as pessoas percebem e avaliam a superfície
terrestre. Duas pessoas não vêem a mesma realidade, nem dois grupos sociais
fazem a mesma avaliação do mesmo ambiente, a visão científica está ligada à
cultura, por isso estamos limitados a ver as coisas de uma certa maneira, essa
habilidade é fundamental para produzir motivações baseadas na problematização do
real observado e possibilitar a construção do conhecimento.
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Contemplar cidades pode ser agradável mesmo que o panorama possa ser
vulgar, como uma obra arquitetônica a cidade é uma construção no espaço, uma
construção em grande escala, perceptível no decurso de longos períodos de tempo.
O design de uma cidade é uma arte temporal em ocasiões diferentes e para
pessoas diferentes. As seqüências são invertidas, interrompidas, abandonadas,
anuladas. A cada instante existe uma composição ou um cenário à espera de ser
analisado.
Os elementos móveis de uma cidade em especial as pessoas e suas
atividades são tão importantes como suas partes físicas e imóveis. Não somos
apenas observadores deste espetáculo, mas parte ativa com outros num mesmo
palco. Na maior parte das vezes a nossa percepção da cidade não é íntegra, mas
parcial e fragmentada, os sentidos estão envolvidos e a imagem é o composto
resultante de todos eles.
A cidade não é apenas um objeto perceptível, mas é o produto de muitas
construções que estão sempre modificando a estrutura por razões particulares; há
uma constante mudança e, todo esse processo. Seu crescimento e forma podem ser
controlados parcialmente, numa contínua sucessão de fases. Por isso é de
surpreender que a arte de dar forma às cidades, visando um prazer estético esteja
distante da arquitetura, da música e da literatura, ´pode aproveitar delas
contribuições, mas não pode imitá-las.
Um meio ambiente belo e agradável é raro, embora em algumas cidades se
encontrem partes aprazíveis. A maior parte das pessoas não se apercebe o que é
viver em tal ambiente, têm consciência dos traços feios do mundo em que vivem,
mas dificilmente não percebem o potencial harmonioso dos arredores. Não sentem
que uma estrutura pode dar satisfação diária, abrigo, sentido ou riqueza ao mundo.
(LYNCHE 1959).
A relação entre Geografia e Turismo vem sendo discutida e se faz a seguinte
pergunta: a geografia serve para entender o turismo ou o turismo serve para
entender a geografia? Esta questão não é facilmente respondida por que necessita
do aprofundamento do significado da geografia, do turismo e de suas interfaces. É
necessário que se aprofunde na reflexão geográfica para entender o fenômeno no
turismo, contemplando sua natureza.
“O turismo é um campo privilegiado para a análise geográfica na medida em
que se constitui um dos usos do território pela sociedade. E, a geografia deve estar
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atenta para analisar a realidade socioespacial em sua totalidade, sem excluir ou
menosprezar qualquer fenômeno. A partir do estudo da dinâmica territorial do
turismo, a geografia pose auxiliar muito na sua compreensão, notadamente, no que
diz respeito às implicações sobre os lugares de destino, assim como na definição de
instrumentos de planejamento turístico que conduzam a formas de intervenção que
interessem à maior parte da população brasileira”. (SILVEIRA 2002).
Os estudos do turismo em geografia são relativamente recentes, pois só
tomou mais expressão a partir da década de 60, com a explosão do turismo de
massa. O turismo é importante fator de organização do espaço, cujo substrato é o
meio físico trabalhado pela sociedade, fica evidente que a geografia não pode ficar
isenta do seu estudo. O turismo hoje se trata de uma atividade econômica como a
agricultura, indústria ou outra atividade qualquer, está entre os primeiros produtos no
mercado internacional.
Com as mudanças que ocorreram na abordagem do espaço geográfico nas
últimas décadas, o enfoque do turismo na geografia foi absorvendo estas
transformações abordando diversas linhas teórico-metodológicas no estudo do
turismo que incorpora novas tendências.
O discurso oficial de interesse econômico prega a idéia de que o turismo
representa uma notável alternativa para o desenvolvimento da economia, em
particular, do mundo tropical, onde os recursos naturais proporcionam um potencial
turístico muito rico e economicamente garantido inclusive, assegurando um rápido
retorno do capital investido. Mas não se pode deixar de lembrar dos danos
ambientais, as agressões ao meio ambiente, apesar das precauções, acabam sendo
reconhecidas como um mal necessário. E as maiores conseqüências se dão nas
esferas social e cultural.
As transformações decorrentes da modernidade, que se instalaram na nossa
sociedade e do novo uso e apropriação do espaço, fazem do uso turístico um objeto
de consumo que compete também com o consumo de objetos materiais, os espaços
turísticos são produzidos para o turista, organizando assim esses espaços ou
lugares. O Brasil, inserido no processo de globalização, está desenvolvendo
programas visando atrair os mais diversos contingentes de visitantes, que vêem ao
Brasil ávidos para desfrutar dos prazeres tropicais.
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Buscamos através deste trabalho o entendimento das formas pelas quais os
alunos do ensino médio em diferentes faixas etárias percebem e incorporam a
espacialidade do turismo urbano e a existência de pontos turísticos em sua cidade.
Assim, apresentamos informações que possibilitam despertar no aluno
interesse por esta atividade econômica de grande importância para o
desenvolvimento do Estado, e apropriar-se também dos recursos que essa atividade
pode lhe oferecer, observando, que todo esse processo se desenvolve no “lugar” em
que esses alunos estão inseridos. De acordo com KOZEL (2001), a idéia de lugar,
relacionada apenas a localização dos fenômenos no espaço físico, está cada vez
mais distante, mas ainda corresponde a uma abordagem muito utilizada nos estudos
geográficos. Destaca que o lugar encerra uma multiplicidade de relações,
apresentando funções de uso determinados pelos ritmos de vida e formas de
apropriação do espaço a partir de sua função social. As diretrizes escolares
conceituam lugar como o espaço onde o particular, o histórico, o cultural e a
identidade permanecem presentes.
No Brasil, observa-se um tardio despertar para o Turismo por parte da
comunidade geográfica brasileira, devido ao preconceito que ainda existe no mundo
acadêmico, ligando o turismo a interesses elitistas, onde quase metade da
população vive na miséria e na pobreza e que estaria excluída dos fluxos turísticos.
A grande maioria da demanda turística do mercado brasileiro é formada pelas
classes D e E. Esses segmentos são representados pelos excursionistas que
passam o domingo na praia ou fazem peregrinações religiosas.
Neste contexto, pode-se destacar Curitiba como uma cidade que apresenta
inúmeras atrações como os já famosos parques que têm função ambiental e de
lazer, museus, igrejas, shoppings com cinemas e outras atrações, restaurantes que
atendem aos mais variados paladares, um dos melhores sistemas de transporte,
festival anual de teatro com intensa atividade cultural, proporcionando à população
um universo variado de atividades econômicas que fazem parte do turismo e da
hospitalidade, vão desde camareiros, agentes turísticos, motoristas, atendentes,
recepcionistas, analistas de custos, etc.
Faz-se necessário a realização de uma análise da utilização desse espaço
geográfico, o município de Curitiba, através dos mapas disponibilizados pelo IPPUC;
contemplando uma abordagem geral dos aspectos físicos, sistema viário e uso do
solo.
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Finalmente, foram selecionados os principais pontos turísticos, com objetivo e
levar aluno e professor há uma análise geográfica desse recurso da cidade, o
potencial turístico.
II. Caracterização do objeto de estudo
“A cidade tem uma forma quase circular e se compõe de duzentas e vinte casas (1820), pequenas e cobertas de telhas, quase todas de um só pavimento, sendo, porém, um grande número delas feitas de pedras (...) As ruas são largas e bastantes regulares, algumas totalmente pavimentadas, outras calçadas apenas diante das casas. A praça pública é quadrada, muito ampla e coberta com um relvado. As igrejas são em número de três, todas feitas de pedras (...) Em Curitiba e em seus arredores é muito pequeno o número de pessoas abastadas. Eu vi o interior das principais casas da cidade, e posso afirmar que nas outras cabeças de comarcas ou mesmo de termos não havia nenhuma casa pertencente às pessoas importantes do lugar que fossem tão modestas assim. As paredes eram simplesmente caiadas e o mobiliário das pequenas salas onde eram recebidas as visitas se compunha apenas de uma mesa e alguns bancos.” (Saint Hilaire, 1978.).
Para análise inicial, faz-se necessário uma abordagem da formação do
espaço escolhido para a análise, o Município de Curitiba. Assim, historicamente,
sabe-se que no século XVII, depois da serra, num planalto, havia uma população
esparsa, composta de garimpeiros que habitavam choças cobertas de butiá,
organizada por Eleodoro Ébano Pereira, que era administrador das minas de outro
no sul.
Soares do Valle, destacado membro de uma família de São Paulo, por ter
caído em desgraça perante o Governador da Capitania, foi obrigado a fugir. Deu
com os Campos Gerais, prosseguindo até Paranaguá. Fez buscar a mulher e os
filhos, que chegaram acompanhados do sogro e de Lourenço Rodrigues de
Andrade. Estabeleceram nos campos de Curitiba, exatamente á beira do rio Atuba,
dando origem essas famílias a uma povoação que ficou conhecida como Vilinha.
Aos poucos foi crescendo, pois outros garimpeiros vieram a se instalar no local
abençoado por Nossa Senhora da Luz.
A imagem da santa venerada no pequeno e tosco nicho, todas as manhãs,
tinha seu rosto voltado para os lados do rio Belém. De tanto repetir-se o gesto, os
moradores interpretaram que seria um desejo que possuía ela de ver a igreja
eregida naquele lugar. Não titubearam em satisfazer a sua vontade. Procuraram o
cacique Tingui pedindo-lhe que apontasse o lugar aonde pudessem plantar a
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semente da perenidade. O cacique indicou, fincando uma vara na terra, à sombra de
um pinheiral. Terra boa de muitos pinhões – core – atuba, ou curi – tiba.
Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba jamais se mexeu novamente.
Seu rosto doce e brando esboçou um tênue sorriso, mostrando que era ali mesmo
que desejava ficar. Pouco a pouco, viu-se o incipiente núcleo a crescer. Outras
famílias juntaram-se às já instaladas. Em 24 de junho de 1661, o Governador geral
Salvador Correia de Sá e Benevides deu a Balthazar Carrasco dos reis, já morador a
alguns anos do povoado, meia légua de testada e uma légua de sertão por Carta de
Sesmaria.
Atribui-se a Elodoro Ébano Pereira a fundação de Curitiba, em 1654. Em
1723, Paranaguá foi elevada a cabeça de comarca, e só em 1812 é que os
ouvidores passaram a residir em Curitiba, transferindo-se para ali a sede da
comarca, em virtude do clima serra acima ser melhor que o litoral.
Diz Saint Hilaire em seu livro “Voyage dans lês Provices”, que em 1820 a bela
cidade de Curitiba tinha apenas 220 casas. Em 1857, o engenheiro Pedro Taulais
calculava em 3000 o número de habitantes da já então capital paranaense.
No principio, Curitiba teve um desenvolvimento muito moroso, até 1873, ano
em que terminou a construção da Estrada da Graciosa. Em dezembro de 1853, dois
carros que conseguiram transpor a serra fizeram 12 léguas em 5 dias. Nos maiores
declives os condutores, para aliviarem o veículo, carregavam a carga nas costas.
Com a facilidade de comunicação, Curitiba atraiu uma corrente imigratória
compondo, em princípio, oito colônias por recomendação do então Presidente
Lamenha Lins. Essa influência foi toda benéfica. Os colonos criaram pequenas
lavouras nos arredores das cidades, abastecendo o mercado de milho, feijão, batata,
frutas, ovos e aves.
Os alemães se estabeleceram dentro do quadro urbano, chamando a si a
freguesia dos colonos, montando indústrias, cervejarias, confeitarias, ferrarias,
carpintarias, salsicharias, construções de carros, padarias e açougues, enquanto as
filhas dos polacos vinham para a cidade, para empregarem-se como domésticas. Os
filhos dos alemães dedicavam-se a profissão de cocheiros e trabalhavam em
estrebaria.
O aspecto físico da cidade foi se modificando. A velha construção colonial foi
sendo superada pela construção no sistema alemão. As cervejarias e as salsicharias
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abundavam. Sobre o balcão eram encontrados o porco fresco ou em sal, as carnes
defumadas, as lingüiças e os salsichões pendurados em varas de bambu.
Com a inauguração da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba, em 1885 o
progresso da cidade foi se tornando mais extensivo.
Os colonos, polacos e alemães, vinham a pé, oferecendo manteiga, leite,
ovos e hortaliças. Outros, em carrocinhas, conduzindo lenha, milho e outros
gêneros. Os cincerros e guizos dos animais cantavam musicalmente na fria
atmosfera da manhã. Casava-se com a vivacidade do ambiente e com aquele ar vital
que se respiravam a plenos pulmões.
Com o levantar do dia, as ruas de maior movimento da cidade, como a Rua
fechada (atual José Bonifácio). Rua XV de Novembro (então Rua das Flores), Praça
Tiradentes, Rua Riachuelo, arredores do mercado e trechos da Rua Aquidaban
atulhavam-se de carroças para o transporte de cargas, com a maioria dos veículos
reproduzindo o tipo russo tirado por seis e oito cavalos.
Os velhos imigrantes, com vários anos de residência na cidade, mal podiam
expressar alguma coisa em português.
Em 1900, escrevia o Dr. Sebastião Paraná, Curitiba contava com 3100
prédios, fora os dos arredores, e calculava ter 35000 habitantes.
Curitiba situou-se, de começo, na parte mais baixa de um grande chapadão
pantanoso, onde era enorme a quantidade de sapos a coaxar, desde o início da
noite. As ruas todas por calçar, o mugido das vacas em estábulos próximos, quando
não andavam soltas, misturando-se com a cavalhada, devam a cidade uma feição
de aldeia.
O inverno se pronunciava no mês de maio e era suportável. Na parte da
manhã, a temperatura era bem européia, mas o nevoeiro era tão forte, que nas ruas
quase não se via outros tipos a não ser os colonos, polacos, alemães, vindos dos
arredores.
Parecia estar em pleno norte da Europa. As indústrias foram crescendo e a
oferta de mão-de-obra era grande. As polacas foram desistindo dos serviços
domésticos porque as fábricas lhes ofereciam mais vantagens, o mesmo
acontecendo com os jovens, que fugiam das estrebarias.
Foi a partir de 1940, com uma população de 140 mil habitantes, que o
progresso começou verdadeiramente a fervilhar, resultado do desenvolvimento da
lavoura do café, no norte do Paraná.
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Curitiba é caracterizada pelo discurso oficial como um corpo multifacetado e
plural. Sobre ela se exercem práticas discursivas diversas, embora marcadas por
uma conotação comum: a necessidade de regulamentar, normalizar e ordenar o
espaço urbano e seus habitantes. Assim se elabora o discurso dos viajantes,
cronistas e historiadores, o qual elabora a construção de uma cidade harmônica,
bela e em franco progresso, habitada por cidadãos trabalhadores e ordeiros. Um
espaço urbano ideal, sem conflitos de qualquer natureza. É um discurso de ampla
divulgação e de repertório ufanista. Assim, pretendem-se reconstituir a cidade de
Curitiba, no século XIX e inícios do século XX como texto e objeto de discursos,
discursos oficiais em seu sentido mais amplo. (PEREIRA, 1996)
Criava-se uma urbe sem problemas, sem mazelas, habitada por um povo
ordeiro, saudável e trabalhador, que a construía para seu grande destino de
metrópole dos paranaenses. Todos os componentes desta formação discursiva
apontavam, inequivocamente, para a noção de progresso, em seus diversos
aspectos: arquitetônico, urbanístico, comércio-industrial, educacional, político etc. A
Curitiba do final do século XIX e início do século XX já era uma cidade em final de
transição urbana. A pequena vila transformada em capital de província em 1854
passa, a partir daí, e com maior intensidade a partir de 1870, por um acentuado
processo de urbanização e crescimento populacional. Neste momento, a “velha vila
enfezada” já é uma cidade de porte médio, com as complexidades peculiares a este
tipo de urbe. A cidade cresce, em área e população, de maneira quase vertiginosa.
Nesta época existe um grande incremento populacional para Curitiba, tendo seu
ápice na década de 1890-1900, e passando por uma relativa estabilização no
período seguinte. A virada do século encontra uma Curitiba já com modos de cidade
grande, “mais solene”. (PEREIRA, 1996)
Curitiba finalmente se torna uma cidade acabada, pronta. A urbe de 1912 tem
muito pouco a ver com a bucólica vila de sua convivência anterior. A afirmação da
urbanidade de Curitiba é visível por vários enfoques, notadamente pela arquitetura e
urbanização; desenvolvimento comercial e industrial; incremento da vida cultural e
intelectual; ampliação do sistema educacional; e ampliação e desenvolvimento dos
bairros, arrabaldes e colônias da cidade. Sobre estes aspectos, progresso e
modernização como um todo integrado e interdependente. Realiza-se, neste
discurso, a plenitude do elogio à urbe burguesa mitificada. (PEREIRA, 1996).
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A legitimação da cidade se evidencia de maneira clara nos critérios de
construção da cidade como espaço privilegiado para a criação, legitimação e
irradiação das instituições fundamentais para a ordem burguesa. Curitiba passa a se
tornar com o passar do tempo na metrópole do Paraná, e a inevitabilidade deste
processo, propiciado quer pelas extremamente favoráveis condições naturais, quer
pelo caráter ordeiro e empreendedor de sua população. Civilização e progresso são
as constantes desta matriz discursiva, não apenas como referencial futuro, mas
também como enunciadoras de práticas e intenções no presente. (PEREIRA, 1996)
A cidade progride nos campos mais diversos, como a educação e a cultura.
As populações imigrantes, são uma parte notável no desenvolvimento do Paraná,
recebem crédito destacado nesta construção da Curitiba metrópole, por sua
operosidade, inteligência, solidariedade e fraternidade com a população local.
(PRERIRA, 1996)
Conforme aponta PEREIRA (1996), este progresso de dá, em seus diversos
aspectos, “à européia”. A cidade cresce se desenvolve e estabelece relações sociais
e culturais com esta matriz. São constantes as referências a Europa em diversos
aspectos da vida da urbe, aspectos estes que vão desde os comportamentos
demográficos até a composição e o caráter de sua população. Curitiba surge,
portanto, como uma urbe cosmopolita, de hábitos europeus (civilizados), com uma
estrutura física, urbana, econômica e cultural para seu destino já pré-determinado de
metrópole do Paraná. Esta “europeização” lhe concede foros de civilização, acima
da média brasileira, e suas noções de civilização e progresso se fundamentam em
matrizes discursivas próprias, baseadas em aspectos da cidade. (PEREIRA, 1996).
A ocupação urbana empreendida pelos imigrantes europeus teria sido saudável,
pois teria propiciado, “um desenvolvimento relativamente contínuo, centrífugo e
homogêneo” (SOUZA, 2001); e teria, ainda, limitado a “especulação terrenista”, o
“parcelamento em lotes” e os “loteamentos clandestinos”, resultado de uma recente
“migração de nacionais”. Uma ocupação urbana racional por uma população
saudável teria feito de Curitiba, até pouco tempo, uma cidade orgânica. O
planejamento deveria pautar-se pela recuperação dessa condição de equilíbrio
propiciada pelos colonizadores portugueses e imigrantes estrangeiros. (SOUZA,
2001)
O discurso elaborado sobre Curitiba tem como uma de suas matrizes
privilegiadas o aspecto urbanístico e arquitetônico da cidade. As estratégias de
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construção do quadro urbano possibilitam a expressão mais visível e concreta da
realização do ideário de progresso e civilização. Este quadro urbano é preenchido
materialmente por construções e vias de trânsito e lazer, e fornece o ambiente para
a produção das relações urbanas e sua regulamentação. As construções, os
grandes prédios, majestosos e sublimes, apontam de maneira inequívoca para o
progresso e o poder da burguesia que os constrói. São prédios públicos, de
instituições bancárias e comerciais, colégios e palacetes residenciais que têm seu
surgimento e proliferação em Curitiba, no período estudado. Prédios que
caracterizam a construção do espaço urbano enquanto palco suntuoso e privilegiado
das relações burguesas de produção e dominação. (PEREIRA, 1996)
Mas a urbanização da cidade não se dá apenas sobre a construção de
edifícios magníficos. O espaço urbano é arranjado convenientemente para alojá-los.
Curitiba passa por um reordenamento claro de seu traçado viário e paisagístico.
Constroem-se as grandes avenidas e boulevards, as suas amplas ruas alegres, as
suas praças, os seus jardins, que são indicativos de uma cidade ordenada e
saneada.
O diagnóstico da necessidade de um planejamento viário já consta em
propostas de 1857, elaboradas pelo engenheiro Paulo Taulois. Em relatório daquele
ano, o engenheiro Taulois detectava que em Curitiba apenas duas ruas se cortavam
em ângulo reto. Uma cidade sem qualquer planejamento urbano. Porém, as
propostas do engenheiro foram apenas parcialmente acatadas, e de forma mais
clara nos bairros. A maior incidência de ocupação do solo no centro da cidade
causou a impossibilidade de um reordenamento viário naquele local. O plano de
Taulois, de dar uma versão simétrica à cidade, não foi posto em execução. A não
aplicação do plano de Taulois, porém, não significa o abandono das melhorias
viárias e paisagísticas da cidade. Estas melhorias se dão, porém, como uma
justificativa do saneamento e higienização de Curitiba, principalmente do centro da
cidade.
Esta nova Curitiba, saneada e com uma nova configuração na distribuição do
solo urbano, é palco, de uma intensa vida econômica, industrial e comercial, para a
qual, de maneira similar e conforme ao seu destino de metrópole, ela já estava
predestinada pela própria natureza. (PEREIRA, 1996)
Curitiba, porém, embora enquadrada no modelo exportador, possuía uma
estrutura de manufaturas e serviços desenvolvida para os padrões da época. A visão
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sobre a atividade econômica da cidade é uma projeção futurista embasada nas
condições naturais e de população da cidade. A atividade industrial em Curitiba é o
coroamento natural e predeterminado da vocação de Curitiba para o progresso,
pondo a cidade na vanguarda da industrialização brasileira. É o fruto da adequação
lógica do aparato econômico aos recursos naturais e às possibilidades de produção
da cidade. (PEREIRA, 1996)
A atividade industrial tem no mate o seu principal expoente. Esta pluralidade
de atividades industriais, mesmo com o caráter manufatureiro de algumas delas,
delineia um quadro econômico com infra-estrutura já complexa. É um indicador
seguro de que a inserção de Curitiba no modelo exportador era relativa; que a erva
mate, apesar de sua grande importância, não capitalizava toda a atividade industrial
da cidade, possuindo a capital, no período, uma gama de atividades industriais
bastante diversificadas, também voltadas ao mercado interno, local e estadual, que a
caracterizam como um pólo de irradiação industrial no Estado. (PEREIRA, 1996)
Estes indicadores comerciais e de serviços, aliados aos industriais vistos
acima, apontam para uma cidade de infra-estrutura econômica complexa e
diversificada. Esta complexidade e diversificação indicam uma atividade econômica
plural e de caráter de irradiação interna. Curitiba se apresenta aqui como pólo
econômico do Estado, como uma cidade que tem sua atividade econômica centrada
no mercado interno, em que pese à importância da exportação do mate para sua
economia. Sua infra-estrutura de comércio e serviços e a abrangência dos serviços
públicos nela sediados fazem de Curitiba, neste discurso, uma cidade geradora de
atividade econômica interna, a níveis estaduais e municipais, que ultrapassam as
limitações monocultoras do modelo exportador. O discurso já constrói uma cidade de
atividade diversificada, complexa e múltipla, que extrapola e avança adiante da
“civilização do mate”.
Uma população, sã física e mentalmente, empreendedora e, principalmente,
de um “ar cosmopolita”, vem num crescer constante, realizando a vocação de
Curitiba para metrópole.
O elemento imigrante é privilegiado na elaboração do discurso como fator de
progresso e civilização da cidade. O imigrante é posto como elemento de capital
importância para a construção do progresso e da civilização de Curitiba. Esta matriz
discursiva não aponta contradições nem conflitos de adaptação e de integração dos
contingentes imigrantes à cidade. Ele é visto através de uma ótica fraternal, cujo
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enfoque central é a sua rápida integração à sua nova pátria e a fraternidade que
impera nas relações entre os brasileiros natos e os grupos imigrantes. A população
imigrante é vista, enfim, como elemento integrado e fraterno da cidade, como
construtora da nova urbe, seu progresso e civilização. (PEREIRA, 1996).
Assim, o município hoje resulta dessa interação que vem ocorrendo entre a
população e o espaço que utiliza. Curitiba recebe cada vez mais visitantes em
função de sua excelente infra-estrutura. Atualmente, com aproximadamente 1,8
milhões de habitantes, é a sétima mais populosa do Brasil, possui a quarta maior
rede hoteleira do país, gastronomia rica e intensa atividade cultural, modernos
centros de convenções. Localizado no centro da região mais industrializada da
América Latina, está apenas a 90 km do Porto de Paranaguá.
III. Metodologia do Estudo
No primeiro ano tivemos a oportunidade de participarmos de atividades que
foram ofertadas pela UFPR. Para auxiliar na construção do Plano de Trabalho, do
Material Didático e Artigo Científico contamos com os Encontros de Orientação que
possibilitaram o desenvolvimento destas atividades com indicação de leituras, troca
de idéias sobre o turismo na cidade de Curitiba, os fatores que contribuíram para sua
escolha, a fundamentação teórica necessária para o embasamento científico e
levantamento de dados junto aos órgãos públicos, contidos nestes trabalhos. Além
destes encontros participamos Cursos como: Introdução `Cartografia e SIG,
Produção e Avaliação de Materiais Didáticos com Enfoque Tecnológico, Metodologia
da Pesquisa Educacional .Cursos que tiveram a participação da UFPR e órgãos
estaduais como Instituto de Terras , Cartografia e Geociências, ITAIPU Binacional,
SEMA, Associação dos Geógrafos Brasileiros. Participamos também de disciplinas
isoladas; Trabalho de Campo Integrado Em Geografia e Estudo DE Percepção EM
Geografia,essas atividades viabilizaram o desenvolvimento das atividades
necessárias ao cumprimento do programa como produção dos materiais já citados e
a produção de um curso virtual (GTR), atividade de formação e integração para os
professores da rede pública, através do Portal da Educação.Participamos de
encontros ofertados pela SEED como os encontros de Área, onde podíamos trocar
experiências com os demais colegas. Os Seminários Temáticos sob a
responsabilidade de professores conceituados como a professora Acássia Z.
Kuenzer da UFPR, Lízia Helena Nagel da UEM e outros, mais o treinamento
específico para a utilização do MOODLE, a plataforma em que ocorreu o curso
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virtual. foi de fundamental importância na construção das atividades desenvolvidas
até o presente momento.Ainda neste primeiro ano aconteceu a elaboração e
execução do Plano de Trabalho sob a orientação do professor orientador da UFPR,
(Espacialidades do Turismo na cidade de Curitiba.Um estudo Geográfico). Teve
como objetivo principal apresentar informações que possibilitem despertar o
interesse do educando da rede pública pelo turismo, que é hoje uma importante
atividade econômica para o Estado do Paraná e no caso em especial para Curitiba
Os fatores que contribuíram para esta escolha foram: a facilidade de
assimilação dos alunos que residem neste espaço, a propaganda oficial e sua
dimensão que mesmo tratando-se de uma capital de Estado, possui espaço
populacional reduzido quando comparado com outras cidades brasileiras,a grande
existência de pontos que possam servir de referências como:parques, memoriais,
monumentos, museus, igrejas e teatros. Entendemos que todos esses fatores
tornam-se favoráveis ao surgimento de um mercado de trabalho que poderá ser
aproveitado pelos nossos alunos,principalmente da EJA, já que o turismo é uma
atividade que cada vez mais integra à economia global,transformando-se numa
importante fonte geradora de emprego e renda.O passo seguinte foi a elaboração do
Material Didático (ATLAS GEOGRÁFICO DO MUNICÍPIO DE CURITIBA) atendendo
às orientações da SEED, que será disponibilizado para o Estado do Paraná, o
conteúdo do material pedagógico que versa sobre turismo e cultura,visa produzir
resultados positivos, proporcionando conhecimento, informação e lazer.
Para construirmos o, material fizemos uso de recursos cartográficos e uma
descrição geral desses elementos, como:
● Localização e Clima: Curitiba está localizada no Primeiro Planalto do
Paraná, na sua parte menos ondulada, no também denominado Planalto Curitibano.
Fundada em 1693, ocupa o espaço geográfico de 432,17 km² de área na latitude
25°25’40”S e longitude 49°16’23”W. Curitiba localiza- se em região de clima Tipo Cfb,
(clima temperado ou subtropical) úmido, sem estação seca, com verões frescos e
invernos com geadas freqüentes e ocasionais precipitações de neve - última
ocorrência 17/07/1975, o que torna encantadora a paisagem emoldurada por
pinheiros centenários. Apresentando temperaturas médias de 22ºC no verão e 10ºC
no inverno.
● Relevo: o relevo de Curitiba é levemente ondulado. A altitude média da
cidade é de 934,6 m acima do nível do mar, variando entre os valores mínimo e
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máximo de 900 e 1000 metros, aproximadamente. Está localizado na parte sul do
Primeiro Planalto do Paraná, considerada como zona de eversão (ravinamento)
entre a Serra do Mar e Escarpa Devoniana, mostrando um plano de erosão recente
sobre um antigo tronco de dobras. Uma série de terraços escalonados é disposta em
intervalos altimétricos caracterizando Curitiba com uma topografia ondulada de
colinas suavemente arredondadas, ou seja, um relevo levemente ondulado, dando-
lhe uma fisionomia relativamente regular.
Há cadeias montanhosas e conjunto de elevações rochosas em praticamente
todo o entorno da cidade, sendo o mais notável e imponente destes, a Serra do
Mar, localizada a leste, representando o divisor natural entre o planalto e o litoral do
Estado.
Ao norte, há elevações na região de Rio Branco do Sul e ao oeste, singelos
conjuntos de morros em Campo Magro. Ao sul da cidade não há elevações
sensíveis, a não ser próximo da fronteira com Santa Catarina.
Ao redor de Curitiba encontram-se sedimentos da formação Guabirotuba que
ocorreram durante o Quaternário Antigo ou Pleistoceno, de origem fluvio–lacustre
que preencheram uma antiga e grande depressão, formando a bacia de Curitiba,
caracterizada por uma série de terraços escalonados, também contribuindo para a
sua topografia ondulada de colinas suavemente arredondadas, dando-lhe uma
fisionomia relativamente regular.
● Hidrografia: o município de Curitiba localiza-se a margem direita e a Leste
da maior sub-bacia do Rio Paraná, a bacia hidrográfica do Rio Iguaçu. Constituída
por diversos rios e riachos que cortam a cidade em diferentes direções.
Os principais rios de Curitiba que constituem as seis bacias hidrográficas do
município são: Rio Atuba, Rio Belém, Rio Barigui, Rio Passaúna, Ribeirão dos
Padilhas e o Rio Iguaçu.
A maior bacia de Curitiba é a do Rio Barigui que corta o município de norte a
sul, num total de 1408 km². Ao sudoeste do município tem-se a menor bacia
hidrográfica, a do Ribeirão dos Padilhas, com 33,8 km² de área.
Devido ao relevo de Curitiba possuir predominância de maiores altitudes ao
norte, todas as bacias hidrográficas correm para o sul do município, indo
desembocar no rio principal que é o Rio Iguaçu, que por sua vez irá desaguar no Rio
Paraná, a oeste do Estado.
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● Vegetação: o Município está situada no domínio vegetacional denominado
Floresta Ombrófila Mista, composta por estepes gramíneo-lenhosas, pontuadas por
capões de florestas com araucárias, além de outras formações, como várzeas e
matas ciliares. Na vegetação local ainda aparecem remanescentes do pinheiro –do -
Paraná (Araucária angustifólia), que resistem à ação civilizadora dos tempos atuais.
Curitiba possui hoje mais de 77 milhões de metros quadrados de vegetação nativa
de porte arbóreo, entre bosques públicos e em áreas particulares.
Na grande maioria dos parques e bosques de Curitiba, encontramos com
mais freqüência uma flora repleta além de araucárias, outras espécies como as
aroeiras, canelas, bracatingas, pés de erva-mate, imbuias, campos inundados,
matas ciliares às margens dos rios e Mata Atlântica. A vegetação de Curitiba
também é caracterizada pela existência de uma grande quantidade de ipês roxos e
amarelos que dão um toque especial à paisagem de cidade durante a floração de
final de inverno.
● Sistema Viário: Curitiba é conhecida por suas soluções urbanas
diferenciadas, principalmente por seu sistema integrado de transporte de massas
que em conjunto com as vias regulares de trânsito, a partir da década de 1970. O
sistema de transporte público é lembrado por seus terminais interligados e
complementados com os ônibus ligeirinhos e os alimentadores diferenciados por
cores. Interligadas com os terminais de ônibus estão as Ruas da Cidadania, centros
municipais que congregam secretarias e órgãos públicos municipais, estaduais e
federais, pontos de comércio, etc.
Hierarquia do Sistema Viário
- Vias Estruturais: Sistema trinário de vias, com uma pista central exclusiva para os
ônibus expressos, ladeada de pistas de tráfego lento para atendimento do comércio
local, e de vias paralelas de tráfego contínuo nas direções centro bairro e bairro-
cento.
- Vias Prioritárias: realizam as ligações entre as vias estruturais com tráfico
preferencial.
- Vias Coletoras: de trafego preferencial, atravessando as zonas residenciais,
concentrando atividades comerciais e de serviços.
- Vias Conectoras: sistema trinário de vias que interligam a malha viária da cidade
com a cidade industrial.
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- Anel Central de Tráfego Lento: anel de vias que circundam a área do centro
tradicional.
- Vias de Ligação entre Bairros: vias radiais de tráfego preferencial que realizam as
ligações entre os bairros.
- Vias Locais: de tráfego lento, no interior das zonas residenciais.
● Uso do Solo: o município apresenta uma grande área destinada a ocupação
urbana e suas atividades afins, como: moradias, áreas industriais e comercias, lazer,
etc. Observa-se a ocorrência do uso misto do solo, onde apresenta em sua grande
maioria, áreas de ocupação urbana e rural. Nota-se ainda, a existência de alguns
remanescentes da cobertura florestal nativa.
Neste contexto, o zoneamento urbano da cidade, integrado ao sistema de
transporte, tem permitido um desenvolvimento arquitetônico e urbanístico tido, por
certos analistas como coeso e harmônico. Curitiba está organizada em zonas e
setores especiais definidos pelo Plano Diretor 2000. As Zonas Residenciais são
diferenciadas de forma gradativa pela densidade habitacional, que permite várias
possibilidades construtivas variando-se de forma crescente o porte de edificação , a
taxa de ocupação e o número de pavimentos, admitindo o comércio e serviço para o
atendimento das necessidades da vizinhança residencial. As Áreas Verdes e os
Parques são protegidos por legislação própria ou especificas como as ares de
proteção Ambiental do Rio Iguaçu e do Rio Passaúna.
Visando estimular a industrialização, crio-se no lado oeste da cidade,
seguindo as diretrizes do Plano Diretor, a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), com
infra-estrutura adequada para a instalação de unidades fabris de grande porte, mas
admitindo também locais para moradia, espaços para o lazer e preservação
ambiental.
Na gestão da ocupação do solo, a municipalidade dispõe de Legislação e
Incentivos Construtivos, vinculados a programas de habitação popular, à
preservação do patrimônio histórico e das áreas verdes.
Assim, para que o aluno se envolvesse com essa análise, foram sugeridas
algumas atividades investigativas em elemento descrito, com objetivo de
proporcionar a observação da realidade, desde o bairro onde está inserida a escola,
até uma abordagem ampla de todo município.
Após essa caminhada, o aluno está embasado para poder identificar e
reconhecer as áreas que abrigam os pontos turísticos do município, que refere-se a
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mais um elemento analisado, e assim, o mesmo irá perceber os benefícios
econômicos e ambientais que os mesmos proporcionam.
Destacamos os principais pontos turísticos da cidade, abrangendo a região
central e o roteiro dos principais parques, praças, centro-histórico e locais onde os
curitibanos e turistas agitam o melhor da cidade. Por exemplo:
● Setor Histórico – tem início no Largo da Ordem e vai até a Praça João
Cândido, no alto São Francisco. Abriga casa e prédios de relevância histórica. O
lugar foi o grande ponto de comércio nos primórdios de Curitiba. Até os colonos
vendiam frutas e verduras e os tropeiros desviavam-se de sua rota original para
fazer negócios e buscar mercadorias. Deste período restou apenas o bebedouro de
animais. O Largo da Ordem integra um dos circuitos que agita a vida noturna em
Curitiba. Nos finais de semana, os bares e restaurantes da região ficam lotados.
● Setor do Poeta: com impressoras tipográficas, máquinas usadas para
imprimir os trabalhos dos poetas curitibanos, possui uma biblioteca com livros de
poesia. Ali também funciona a livraria Dario Vellozo, que comercializa livros e outros
materiais sobre Curitiba e o Paraná.
� Praça do Japão: a praça possui um jardim, fonte, portal e uma casa de dois
andares erguida nos moldes da arquitetura japonesa. Ali há um centro cultural com
área de exposição.
� Museu Oscar Niemeyer: o complexo possui 16 mil m2 destinados a abrigar
obras de arte além de contar com um auditório, café e espaços de lazer. Ocupa o
antigo Edifício Castelo Branco, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O museu
possui a forma de um olho e apóia-se sobre uma torre de 21 metros de altura. A
obra arrojada e de forte impacto visual, também foi projetada por Niemeyer. No
acervo, herdado do antigo Museu de Arte do Paraná, estão mais de 300 obras.
Desde os registros deixados pelos antigos viajantes e a produção artística do Estado
da década de 1960.
Com relação às áreas verdes da cidade, destaca-se que Curitiba possui 18
milhões de m². São mais de duas dezenas de grandes parques e quiosques onde
estão preservados os remanescentes da flora da região. Estes espaços garantem
abrigo de pelo menos 170 espécies de aves e dezenas de espécies de mamíferos e
pequenos animais. Os refúgios verdes também protegem os fundos de vales, onde
ficam as nascentes dos rios e córregos, que colaboram para a redução dos riscos de
enchentes, drenando as águas das chuvas.
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Para a população, os parques são pontos de encontro com lugar para o lazer,
prática de esportes e atividades culturais. Entre esses parques, destacamos:
� Ópera de Arame/ Pedreira Paulo Lemisnki: o teatro Ópera de Arame é um
espaço mágico que se integra à natureza do local, ao lado da Pedreira Paulo
Leminski, que serve de palco para grandes eventos culturais e artísticos. Com
estrutura tubular, telas de arame e cobertura de vidro, inspirado na antiga Ópera de
Paris, o teatro ocupa 16000 m2 dentro do Parque das Pedreiras. A transparência
integra o ambiente interno, com as paisagens externas, formadas por árvores,
paredes de pedra e uma cascata.
� Bosque Alemão: homenagem aos primeiros imigrantes alemães que se
estabeleceram em Curitiba, a partir de 1833. Tem a trilha de João e Maria, dos
Contos dos Irmãos Grimm, A Casa Encantada, o Oratório Bach e a Torre dos
Filósofos.
� Parque Tanguá: às margens do Rio Barigui, é área de lazer com grandes
espaços verdes, ancoradouro, pista de cooper, ciclovia e um túnel aberto na rocha
bruta unindo os lados, entre outros pontos de atração turística citados no material
didático
Para a concretização empírica, realizaram-se também alguns trabalhos de
campo, com o objetivo de levar o aluno a observar esse espaço geográfico com
enfoque turístico. Esses trabalhos de campo ocorreram principalmente no centro
histórico de Curitiba, contemplando o processo histórico de sua ocupação,
conservação do Patrimônio histórico-arquitetônico e também despertar o sentimento
de pertinência e responsabilidade em relação ao espaço que ocupa.
Neste ano que é o segundo do programa, concluímos o GTR, onde
orientamos um Grupo de Trabalho em Rede, para a análise e discussão do objeto
de estudo,aprofundamento teórico-metodológico e produção colaborativa de material
didático,conforme previsto no Plano de Trabalho - Espacialidades do Turismo na
cidade de Curitiba. Um estudo Geográfico. O curso foi disposto em seis Módulos:
● Primeiro Módulo:
Primeiros Contatos: solicitação de informações sobre o professor participante.
● Segundo Módulo:
Estudos Orientados: foi feita a indicação de leitura e análise, e solicitado que
o professor participante apresentasse o seu posicionamento justificado e a relação
do mesmo com sua disciplina / área de formação / atuação dos textos:
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I - O Conhecimento a Serviço do Desenvolvimento (Lízia Helena Nagel)
II - Conhecimento e Competência no Trabalho e na Escola (Acácia Zeneida
Kϋenzer).
Iniciar a partir dos textos uma discussão do ponto de vista teórico -pedegógico
tendo como referencia o Plano de Trabalho acima citado.
● Terceiro Módulo:
Objeto de estudo: disponibilizamos o conteúdo do referido Plano de Trabalho
para o grupo objetivando a socialização e solicitando uma análise do mesmo,
destacando sua pertinência para a educação básica em relação às diretrizes
curriculares de Educação Básica do Estado do Paraná.
● Quarto Módulo:
Material Didático: apresentamos aos professores o Material Didático para uma
análise da proposta e promoção de uma discussão levando em conta a pertinência e
viabilidade da proposta no âmbito escolar e incentivo para a elaboração de novos
materiais didáticos.
● Quinto Módulo:
Foi disponibilizado para o Grupo, o texto: “Para pensar o Território a partir do
turismo” do Prof. Marcos Aurélio Tarlombani da Silveira. Que faz parte da
fundamentação teórico-metodológica da minha proposta de intervenção na Escola.
Em seguida sugerimos que fossem corrigidos os rumos que fosse se fizessem
necessários e feita a implementação da proposta em discussão.
● Sexto Módulo:
Proposta de Implementação: solicitamos ao professor participante do GTR um
plano contendo as possíveis formas de implementação do Material Didático na sua
escola.
Apresentação dos Resultados: relato a seguir experiências aplicadas e
adequadas à realidade de cada município.
- Projeto em Sarandi foi feita à análise do mapa da cidade, com enfoque para
o bairro Jardim Ouro Verde, porque a escola está do lado de um loteamento
adquirido por empresário que pretende urbanizar o terreno e promover aos
moradores qualidade de vida. Este exemplo pode gerar nos alunos discussão sobre
o sentido social e político somado ao planejamento urbano, e este caso se tornam
mais interessante por se tratar de um objeto de estudo acessível a eles. O material
didático pode se adquirido sem dificuldade através das secretárias de urbanismo das
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cidades em que forem implementados, atentando-se para as modificações que se
fizerem necessárias. O material pode também ser apresentado em slides e
transparências.
- Em um outro trabalho realizado na Vila Chapinhal, localizada no bairro Sitio
Cercado, alunos envolvidos fizeram na primeira aula um resgate sobre as origens do
bairro, foi enfatizado o grande crescimento demográfico sofrido na última década.
Em seguida os alunos fizeram pesquisas com moradores mais antigos do bairro,
procurando saber o motivo da migração e porque escolheram morar em Curitiba e
no bairro Sitio Cercado, já na segunda aula foi elaborado um relatório final da
pesquisa em grupos, onde os alunos apresentaram alguns problemas sócio-
ambientais da Vila Chapinhal, onde se confrontam duas realidades. Numa parte
observou-se uma melhor qualidade de vida e na outra uma situação precária,
concluíram então que grande parte dos moradores vieram para Curitiba em busca de
uma vida melhor, mas não contavam com as dificuldades para sobreviver como
baixos salários e o desemprego.
- Na periferia de Curitiba foram apresentados os pontos turísticos da cidade e
sua localização, para alunos de 10 a 14 anos, da 5ª série para que os mesmos
tivessem conhecimento dos mesmos. Alguns alunos como se previa, não conheciam
nenhuns dos atrativos.O local mais visitado junto com os responsáveis foi o Jardim
Botânico em primeiro lugar , o Zoológico em segundo e o Parque Barigui em
terceiro. A professora que fez o relato considera que o material é de grande
importância nas escolas públicas para que os alunos tenham conhecimento e se
interessem em conhecer um pouco mais da cidade onde residem e com isto tenham
uma nova visão e novos horizontes para o futuro que a eles pertence.
Porque produzir este material? Durante o decorrer da minha trajetória como
professora da rede pública nunca tive a oportunidade de contar com o auxílio de um
material que apresentasse aos alunos, a cidade onde vivem e que em maior parte
não a conhecem considerando as condições econômicas da maior parte da
população, por isso elaborei O Atlas Geográfico de Curitiba e parti para a aplicação
do mesmo na EJA onde atuo. A escola Poty Lazzarotto, fica no coração do Centro
Histórico de Curitiba, este local foi privilegiado para a execução dos trabalhos de
campo,devido a facilidade no deslocamento. Num primeiro momento os alunos da
modalidade, Coletivo, onde os encontros ocorriam quatro vezes por semana, durante
o primeiro semestre de 2008, numa turma de 16 alunos, tiveram acesso ao Atlas que
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oferece informações históricas, apresentação da cidade, seus símbolos,aspectos
físicos,respectivos mapas,principais pontos turísticos e atividades
complementares.O mesmo procedimento foi aplicado no ensino individual, onde o
aluno comparece de acordo com as suas possibilidades,participaram dos trabalhos
até o momento 20 alunos.
A atividade complementar foi o trabalho de campo, dividido em roteiro I e
roteiro II, contemplando o Setor Histórico da cidade por ser próximo da escola poder
ser percorrido a pé. Para a execução deste trabalho os alunos receberam a planta
da cidade, para que pudessem acompanhar o percurso e o roteiro a ser feito, para
cada ponto a ser visitado havia um resumo narrando a importância e algumas
informações históricas do lugar. O trabalho de campo foi do tipo ilustrativo, aquele
em que o professor vai chamando a atenção para a importância dos locais e
direciona o olhar do aluno, metodologia aplicada em função do tempo disponível.
Foram realizados dois trabalhos de campo com os mesmos alunos da
modalidade coletivos e um trabalho com os alunos do individual.
� Os objetivos destes trabalhos foram: proporcionar aos alunos a
oportunidade de observar o centro da cidade e fazer uma análise do processo
histórico e de sua ocupação.
� Acompanhar através de uma planta o roteiro proposto.
� Observar os diferentes estados de ocupação e conservação do Patrimônio
Histórico- Arquitetônico.
� Despertar no aluno o sentimento de pertinência em relação a este espaço.
Roteiro I:
1. Rua São Francisco
2. Passeio Público
3. Praça Dezenove de Dezembro
4. Solar do Barão
5. Rua Riachelo
6. UFPR (Prédio da Pç Santos Andrade)
7. Praça Santos Andrade
8. Teatro Guaíra
Os dados deste primeiro trabalho oportunizaram aulas mais produtivas
considerando que o local ficou mais conhecido pelos alunos que passaram a
perceber o que não era percebido e continuaram a construir os conceitos de lugar e
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espaço. Foi dada continuidade ao trabalho com o mesmo material didático, agora
com uma nova abordagem chamando a atenção para a ocupação espacial, os
diferentes interesses que configuram a imagem da região, as políticas ocupacionais .
Saímos para executar o segundo roteiro.
Roteiro II:
1. Rua São Francisco
2. Largo da Ordem
3. Casa da Memória
4. Igreja da Ordem
5. Igreja do Rosário
6. Solar do Rosário Memorial de Curitiba
7. Galeria Júlio Moreira
8. Museu a Céu Aberto
9. Praça Tiradentes
10. Catedral Basílica
11. Arcadas do Pelourinho
12. Antigo Museu Paranaense
Este segundo trabalho de campo, em que os alunos também receberam
materiais e foram orientados durante todo o percurso assim como no primeiro, foram
seguidos de relatórios sobre o que leram e viram.
Constatamos que nossos objetivos foram alcançados, porque além dos
relatos de rotina também pudemos observar a satisfação que tiveram de fazer esta
leitura espacial e o desejo de nova oportunidade que contribua para ampliar a sua
percepção da cidade, percebendo coisas que ainda não haviam percebido,
estabelecendo relações das atividades com outras disciplinas,conhecendo novos
lugares. Relataram que depois dos trabalhos passaram a ver o centro da cidade com
outros olhos, pois nunca tinham tido conhecimento do havia acontecido
anteriormente e de como Curitiba teve início. Mas a maioria deles não gostaria de
morar no centro da cidade por causa do barulho, poluição eles preferem morar nos
bairros.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Participar deste Programa foi uma oportunidade impar, pois, nos proporcionou
a oportunidade de rever conceitos e atualizar a metodologia em contato com novas
formas de capacitação junto a UFPR ou proporcionada pela SEED. O GTR abriu
nova fronteira tanto para o professor PDE como para os demais professores da
Rede, que embora em pequena quantidade tiveram uma participação marcante na
aplicação do Material Didático, informando como foi feita a implementação e
enviando sugestões de melhorias do Plano, validando assim o processo em
construção.
Queremos deixar clara a intenção de oferecer ao aluno oportunidades que
julgamos não estarem disponíveis ou ao alcance de grande parte dos alunos da
Escola Pública, principalmente dos que iniciam o ingresso no mercado de trabalho e
lhes faltam informações sobre as atividades turísticas que o Município oferece e que
são geradoras de oportunidades de trabalho, portanto de grande importância
econômica na sociedade globalizada.
Após o levantamento e análise dos aspectos do município de Curitiba, tem-se
a intenção que o alunado possa através dessa investigação, perceber o lugar em
que vive, desde sua formação histórica e as constantes transformações. O trabalho
de campo caracterizou o processo empírico que proporcionou ao aluno perceber
coisas que jamais haviam observado, conhecendo novos lugares, observar as
mudanças nas paisagens urbanas, relacionar o conhecimento geográfico com outras
disciplinas.
Utilizando-se da imaginação do professor e do aluno, poderão ser
desenvolvidas inúmeras atividades como: sobreposição de mapas, trabalhos de
campo (para que os alunos vejam com o olhar crítico a situação em estudo),
elaboração de relatórios, coletânea de recortes, fotografias, reportagens, discussões
sobre os problemas que afligem as populações locais e sugestões para soluções
dos problemas da comunidade escolar.
Têm-se também a intenção de que essa produção possa estimular
professores e alunos a pesquisarem, explorarem e conhecerem seus municípios,
reunindo dados e juntos elaborando seu próprio material.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Papirus Editora Campinas, SP. 1998.
DIRETRIZES CURRÍCULARES DE GEOGRAFIA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA. Secretaria de Estado da Educação – SEED. Curitiba 2006.
JUNIOR, Valério Hoerner. Academia Paranaense de Letras. Secretaria da Cultura e dos Esportes do Paraná: Curitiba 1984.
KEVIN,Lynch. A Imagem da Cidade. Arte e Comunicação . Livraria Martins Fontes Editora Ltda.1959. KOZEL, S., FILIZOLA, R. Memórias da Terra o Espaço Vivído . São Paulo, FTD, 1996. MARCASSA, João. Curitiba essa velha desconhecida . Ed. Serena. Curitiba: 1981. PEREIRA, Marco. A cidade de Curitiba no discurso de viajantes e crô nicas do século XIX e XX . Revistas de História Regional. Vol I: 1996. SILVEIRA, Marcos Aurélio Tarlombani da. Para Pensar o Território a Partir do Turismo . Dezembro 2002. SOUZA, Nelson Rosário de. Planejamento urbano em Curitiba: saber técnico, classificação dos citadinos e partilha da cidade . Revista de sociologia e política, nº 16. TUAN,YI – Fu.Topofilia. Uma percepção, Atitudes e Valores do Meio Ambiente . Difel Difusão Editorial S.A. São Paulo/ Rio de Janeiro;1980