MARCEL ANDRADE MARTINS CULTIVO DO CAVALO MARINHO … Andrade... · 2017. 11. 1. · 2 MARCEL...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS APLICADAS – CCAA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA E AQUICULTURA
MARCEL ANDRADE MARTINS
CULTIVO DO CAVALO MARINHO Hippocampus reidi (GINSBURG, 1933) EM
LABORATÓRIO: REPRODUÇÃO E PROCEDIMENTOS.
SÃO CRISTÓVÃO/ SE
2015.1
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MARCEL ANDRADE MARTINS
CULTIVO DO CAVALO MARINHO Hippocampus reidi (GINSBURG, 1933) EM
LABORATÓRIO: REPRODUÇÃO E PROCEDIMENTOS.
Orientador: Prof. Dr. Roberto Schwarz Júnior
SÃO CRISTÓVÃO/ SE
2015.1
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado como
requisito para avaliação da
disciplina TCC II, do curso de
Engenharia de Pesca, pela
Universidade Federal de
Sergipe.
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4
DEDICATÓRIA
A Deus e ao meu anjo da guarda, por me
darem força e coragem pra superar os
desafios da pesquisa, estando comigo nos
momentos mais difíceis. Aos meus pais,
irmãos, esposa e filha, que sempre me
apoiaram e tiveram paciência com a minha
ausência nos finais de semana. Ao meu
mascote Kelvin, pela companhia nas longas
madrugadas de estudo. Ao professor
Roberto por confiar e apostar em mim.
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AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Roberto Schwarz Júnior, por ter sido meu orientador nesse trabalho de
conclusão de curso e por ter me ajudado nas decisões mais difíceis da pesquisa.
Aos pescadores do bairro Mosqueiro, ao sul de Aracaju-SE, Sr. Curega pelo transporte
rotineiro aos locais de amostragem e pela amizade, aos Srs. Déia, Rosualdo (avô) e
Rosualdo (neto), pelo apoio, amizade e companhia nas capturas de alimento vivo no
estuário do rio Vaza Barris.
Aos amigos de curso que estiveram ao meu lado durante cinco anos, me apoiando e me
incentivando durante a pesquisa. Em especial ao Fabiano, Técnico de laboratório do
Departamento de Engenharia de Pesca, por ter me apoiado e me ajudado no manejo
alimentar e nas observações dos animais.
Aos professores que sempre me apoiaram e que acabaram se tornando meus ídolos
como profissionais e como pessoa, em especial ao professor Dr. Roberto Schwarz
Júnior e às professoras Dr.ª Ana Cristina Novelino Penna Franco, Dr.ª Kátia de
Meirelles Felizola Freire e Dr.ª Carolina Nunes Costa Bonfim.
Ao laboratório de Ictiologia Marinha do Departamento de Engenharia de pesca da UFS
pelo espaço cedido para a realização da pesquisa.
À minha esposa, Monique Navarro Andrade Martins, pelo amor, cuidado, atenção,
prestígio e paciência, estando sempre disposta a me ajudar nas horas mais difíceis dessa
jornada.
A meu pai Luiz Claudio Martins dos Santos, pela educação, pelos conselhos, pelo amor,
pela atenção e pela inspiração de ser uma pessoa forte e vencedora na vida.
A minha mãe Daciclea Menezes de Andrade, por ter me dado a vida, pela educação,
pelo amor incondicional, pelos ensinamentos, pelo apoio em todos os momentos
difíceis, pela inspiração por ser uma mulher guerreira e batalhadora (desde os 15 anos
de idade) e por me guiar, junto ao meu pai, nessa caminho difícil da vida.
Aos meus irmãos e amigos inseparáveis, Diego Andrade Martins e Felipe Andrade
Martins, por toda a paciência, atenção, pelos conselhos, pela auto estima e por estarem
presentes em tudo na minha vida.
À minha filha querida e especial que Deus me deu de presente, que me trás tanto amor,
alegria, força e inspiração pra superar todos os momentos difíceis.
A minha avó materna, dona Ernestina Menezes, por estar me vigiando e me protegendo
de lá de cima, obrigado Vó.
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" O compromisso em manter as responsabilidades não
marca dia, lugar e nem horário". (Marcel A. Martins)
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SUMÁRIO
RESUMO......................................................................................................................VIII
LISTA DE TABELAS....................................................................................................IX
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................IX
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11
2. OBJETIVOS
GERAL........................................................................................................................12
ESPECÍFICOS.............................................................................................................12
3. REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................13
4. MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................................14
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................20
5.1 REPRODUÇÃO ...................................................................................................20
5.2 ESTRUTURAS PARA BERÇÁRIO ....................................................................22
5.3 PRIMEIROS CINCO DIAS DE VIDA ................................................................23
5.4 ALIMENTAÇÃO .................................................................................................24
5.5 CRESCIMENTO E SOBREVIVÊNCIA .............................................................25
5.6 PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS .................................................................28
6. CONCLUSÃO.............................................................................................................29
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................31
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VIII
RESUMO
Peixes da espécie Hippocampus reidi (GINSBURG, 1933) despertam grande
interesse na medicina tradicional, na aquariofilia e na renovação dos estoques naturais.
Diante da ameaça de extinção, os projetos de cultivo têm despertado uma visão
conservacionista e sustentável em meio a sociedade. Visto isso, o objetivo da pesquisa
foi elaborar protocolos de cultivo do Hippocampus reidi (GINSBURG, 1933) para
condições em laboratório, através de testes de manejo reprodutivo, alimentar e
estrutural. As matrizes de H. reidi foram capturadas em quatro pontos fixos, no estuário
do rio Vaza Barris, no período de janeiro à julho de 2015. Foram coletados sete machos
com a bolsa em estágio de incubação avançada e três casais formados no próprio
ambiente. O modelo de berçário mais eficaz foi o "B1", em termos de sobrevivência e
manejo, com fluxo lateral amplo, melhor distribuição de saída de água e designer mais
apropriado ao efeito Kreisel. A dieta D5, representada pelo zooplâncton do ambiente
natural, possibilitou uma sobrevivência de 51% após 5 dias de vida. Proles de matrizes
capturadas no ambiente natural tendem a ter um número maior de filhotes que as proles
de matrizes mantidas em cativeiro.
PALAVRAS-CHAVE: Hippocampus reidi, cultivo, alimentação, reprodução, berçário.
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IX
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tipos de dieta para o início de vida dos cavalos marinhos............................18
Tabela 2 – Ordem cronológica de peixes que liberaram filhotes desenvolvidos por
ordem de prole, de janeiro à julho de 2015.....................................................................20
Tabela 3 – Taxa média de sobrevivência por dieta após cinco dias de vida, de janeiro à
julho de 2015...................................................................................................................25
Tabela 4 – Parâmetros físico-químicos do aquário de janeiro à julho de
2015.................................................................................................................................28
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Imagem de satélite indicando os quatro pontos de coleta .............................14
Figura 2 – Coleta na margem do mangue........................................................................15
Figura 3 – Seleção de indivíduos, casal...........................................................................15
Figura 4 – Aquário com cinco baterias e sistema fechado de recirculação ....................15
Figura 5 – Modelo "B1" com tela nas laterais................................................................16
Figura 6 – Modelo "B2" com laterais fechadas e tela frontal ........................................16
Figura 7 – Modelo "B3" com laterais abertas e tela frontal............................................17
Figura 8 – Modelo "B4", bateria interna do aquário com 60 litros e tela na saída de água
.........................................................................................................................................17
Figura 9 – Modelo "B5" com 250 litros e sistema de recirculação ...............................17
Figura 10 – Substrato de aragonita para filtragem biológica ..........................................17
Figura 11 – Filtro mecânico ............................................................................................18
Figura 12 – Saída de água com tela ................................................................................18
10
Figura 13 – Cultura de diatomáceas (Isochrysis galbana)..............................................19
Figura 14 – Spirulina em pó............................................................................................19
Figura 15 – Liberação de embriões pelo macho 8...........................................................21
Figura 16 – Contagem e análise dos embriões................................................................22
Figura 17 – Fluxo de água no berçário, efeito Kreisel....................................................24
Figura 18 – Manejo nos berçários...................................................................................24
Figura 19 – Análise do comprimento total médio dos juvenis de H. reidi de janeiro à
julho de 2015...................................................................................................................26
Figura 20 - Análise da relação comprimento total e peso dos juvenis de H. reidi de
janeiro à julho de 2015....................................................................................................26
Figura 21 – Contagem e medição de indivíduos mortos durante a fase crítica ..............27
Figura 22 – Teste de Amônia, resultado inferior à 0,02 ppm..........................................29
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1 - INTRODUÇÃO
No Brasil existem três espécies de cavalos-marinhos do gênero Hippocampus,
Hippocampus reidi (GINSBURG, 1933) e Hippocampus erectus (PERRY, 1810),
Hippocampus patagonicus (PIACENTINO & LUZZATTO, 2004), da família
Syngnathidae, comuns em águas costeiras, dos quais o primeiro se destaca pela maior
abundância, desde o norte do Amapá até o sudeste e parte do sul do país, em Santa
Catarina (FIGUEIREDO & MENEZES, 1980).
Peixes do gênero Hippocampus apresentam uma morfologia característica que
lhes confere um comportamento particular, onde os machos apresentam uma bolsa
incubadora, na qual a prole se desenvolve (ACEVEDO at al., 2011).
Juvenis de H. reidi apresentam uma fase pelágica nas primeiras semanas de vida
(GONZALEZ et al., 2004). Durante essa fase em cativeiro, é comum alguns filhotes
morrerem através da captura de ar atmosférico, com consequente imobilização natatória
sobre a superfície da água (GONZALEZ et al., 2004).
Ela é considerada como fase crítica e dura até cerca de 30 dias de vida, onde a
maioria da mortalidade ocorre em cativeiro, especialmente nos primeiros cinco dias, já a
fase bentônica (Após 30 dias) já requer menos cuidado para garantir o sucesso da
cultura (PAYNE E RIPPINGALE, 2000).
O cultivo de H. reidi ainda é carente de informações técnicas, principalmente no
Brasil, onde há poucos dados sobre manejo de cultivo, instalações de estruturas,
informações nutricionais e reprodução (HORA, 2009).
Em Sergipe, há alguns anos, houve capturas dessa espécie com interesse
comercial e medicinal. Há exemplo de relatos de pescadores do Mosqueiro (Bairro da
capital Aracaju), que pescavam esses peixes e comercializavam na forma cerca, onde se
fazia o pó para o tratamento da asma e utilizava-se também como um energética natural.
O cultivo de H. reidi em cativeiro, representa uma opção interessante, uma vez
que há a necessidade de reposição dos estoques naturais e existe uma demanda no
mercado, principalmente na aquariofilia (HORA, 2009).
12
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Elaborar protocolos de cultivo do Hippocampus reidi (GINSBURG, 1933) para
condições em laboratório.
2.2. Objetivos Específicos
Testar diferentes modelos de berçários;
Analisar o comportamento alimentar e reprodutivo das matrizes de H. reidi;
Testar diferentes dietas para os filhotes de H. reidi;
Analisar o crescimento e o comportamento alimentar de H. reidi da fase pelágica à
fase bentônica;
13
2 - REVISÃO DA LITERATURA
Peixes da família Syngnathidae, em especial, representantes do gênero
Hippocampus, encontram-se ameaçados de extinção pela demanda comercial e pela
destruição dos seus hábitats (VINCENT & PAJARO, 1997 in ROSA et al., 2005).
Eles possuem uma história de vida única, dada a sua esparsa distribuição, baixa
mobilidade, pequenas áreas vitais, baixa fecundidade e longo cuidado parental
(FOSTER & VINCENT 2004).
O cultivo de organismos ornamentais é visto como uma possível alternativa para
diminuir a captura de espécimes selvagens, o que minimizaria os impactos sobre suas
populações naturais (HORA, 2009).
As diferenças de crescimento observadas entre algumas espécies de
Hippocampus em cultivo, podem ser devido a uma combinação de fatores, como: o
tamanho máximo do indivíduo adulto entre as várias espécies (JOB et al., 2006 in
HORA, 2009 ).
As espécies de cavalos marinhos apresentam uma vantagem para a piscicultura
em relação a outras espécies de peixes ornamentais marinhos, como o grande tamanho
ao nascer, não possuírem fase larval, onde já nascem como uma miniatura do adulto e
apresentam cuidado parental (HORA, 2009).
Uma das causas de morte entre cavalos marinhos que ocorre em cultivos é à
ingestão de ar pelos juvenis, quando esses se deslocam para a superfície da água em
busca de alimento, quando manipulados fora da água ou até mesmo ao ingerirem ar para
inflar suas bexigas natatórias (WOODS, 2000 in HORA, 2009).
O efeito Kreisel é uma alternativa importante na fase inicial de vida de H. reidi,
onde se caracteriza por ter uma circulação de água rotacional (fundo-superfície) com
baixa energia, para impedir que os juvenis engulam a bolha de ar atmosférico
(ACEVEDO at. al., 2011).
No primeiro mês de vida de H. reidi, principalmente na primeira semana, deve-
se adequar a alimentação dos filhotes conforme o desenvolvimento do tamanho da boca,
onde é comum a perda parcial de peixes pela adaptação ao alimento (ACEVEDO at. al.,
2011).
14
Náuplios de artêmia possuem baixo conteúdo nutricional, porém são fáceis de
produzir e pode-se preparar receitas nutricionais que enriqueçam esse conteúdo
(PAYNE E RIPPINGALE, 2000).
Os náuplios recém eclodidos possuem um tamanho aproximado de 491 μm, já o
tamanho da boca de recém nascidos de H. reidi mede aproximadamente 496 μm
(ACEVEDO et al., 2011).
3 – MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi feito no laboratório do DEPAQ (Departamento de Engenharia
de Pesca) da Universidade Federal de Sergipe, em São Cristóvão, no período de janeiro
à julho de 2015.
Os animais foram coletados em áreas de canais e margens adjacentes à
desembocadura do estuário do rio Vaza Barris, ao sul de Aracaju, nos pontos A
(Baleia), B (Viral), C (Caruara) e D (Caruara) (Figura 1).
Figura 1 – Imagem de satélite indicando os quatro pontos de coleta.
amostrais.
15
A seleção de captura foi feita mensalmente, por indivíduos machos com a bolsa
em estágio de incubação avançada e de casais formados no próprio ambiente (Figura 2 e
3). Em seguida, foram estocados em um galão de 60 litros com aeração e encaminhados
para o laboratório do DEPAQ para aclimatação e adaptação ao sistema de recirculação.
No laboratório, foi construído previamente um aquário de tamanho 190cm x
40cm x 50cm, com volume de 380 litros e 5 divisórias para instalação de berçários e
manejo de adultos (Figura 4).
Figura 4 - Aquário com cinco baterias e sistema fechado de recirculação.
Figura 2 - Coleta na margem do mangue. Figura 3 - Seleção de indivíduos, casal.
16
O aquário continha um sump lateral com skimmer de 4000 L/h para acúmulo de
matéria orgânica, com uma bomba de recalque de 3.800 L/h e um sump traseiro com
substratos de aragonita para filtragem biológica, devidamente ensacados numa tela com
malha de 3 mm, para facilitar o manejo e o fluxo de água durante a recirculação do
sistema. Foi utilizado uma luminária de 120w para fotoperíodo de 8h e um termostato
de 500w para controle de temperaturas baixas.
Foram testados cinco modelos de berçários (B1, B2, B3, B4, B5) para o
nascimento e manejo dos filhotes (Figuras 5, 6, 7, 8, 9). Obteve-se o cuidado de instalar
nos berçários, uma tela que não entupisse facilmente com a matéria orgânica e que ao
mesmo tempo, não permitisse a saída dos filhotes, o tamanho ideal foi de
aproximadamente 500 μm.
O modelo B1 se caracterizava por conter apenas saídas laterais de água, o
modelo B2 apresentava laterais fechadas e um única saída frontal com tela, o berçário
B3 continha duas saídas laterais e uma frontal, ambas com tela, o B4 representava um
compartimento do aquário, com formato único, retangular, porém com tela bem ampla
de saída de água e maior espaço para distribuição dos filhotes (continha 60 litros).
Figura 5 - Modelo "B1" com telas nas laterais. Figura 6 - Modelo "B2" com laterais
fechadas e tela frontal.
17
O modelo "B5" foi feito em outro sistema fechado de recirculação, utilizando-se
uma caixa d'água de 250 litros, uma caixa d'água de 500 L interligada (Reservatório),
dois termostatos de 500w e um filtro de 60 L.
Esse filtro continha substrato de aragonita para filtragem biológica e lã acrílica
intercalada numa cesta de 5 litros, com diversos furos para filtragem mecânica (figuras
9, 10, 11 e 12). Esse sistema rodava por meio de uma bomba de recalque de 2000 l/h.
Figura 9 - Modelo "B5" com 250
litros e sistema de recirculação.
Figura 10 - Substrato de aragonita
para filtragem biológica.
Figura 7 - Modelo "B3" com laterais
abertas e tela frontal.
Figura 8 - Modelo "B4", bateria
interna do aquário com 60 litros e
tela na saída de água.
18
As matrizes foram mantidas com pós-larvas de camarão marinho (Litopenaeus
vannamei) adquiridas na Maricultura Viana, em São Cristóvão, eram fornecidos de 20 à
30 pós-larvas (com 12 dias de vida) para cada peixe. Os filhotes de cavalo marinho
receberam, inicialmente, seis tipos de dietas (D1, D2, D3, D4, D5, D6), fornecidas ad
libitum, tabela 1.
DIETA COMPOSIÇÃO
D1 Náuplio de artêmia
D2 Náuplio enriquecido com gema de ovo
D3 Náuplio enriquecido com Isochrysis
galbana (diatomácea)
D4 Náuplio de Siri
D5 Zooplâncton do ambiente natural
D6 Náuplio enriquecido com spirulina
Para a coleta do zooplâncton, foi utilizada uma rede cônica de 20 μm, agregada a
um copo coletor. O procedimento era feito manualmente, em áreas próximas ou
contidas na faixa de captura das matrizes. Conduzia-se a boca da rede em movimentos
de zig zag, próximo a lâmina d'água, após isso, estocava-se a amostra em um recipiente
de 15 litros com aeração constante para seguir no transporte até o laboratório.
Tabela 1 – Tipos de dieta para o início de vida dos cavalos marinhos.
Figura11 - Filtro mecânico. Figura12 - Saída de água com tela.
19
Os náuplios de artêmia e os zooplânctons coletados foram cultivados com
fotoperíodo de 24h, em sistema artesanais com aeração constante. Devido a carência de
material para análise (sem microscópio adequado) e a falta de suporte de um
especialista, não foi possível identificar os gêneros da microfauna das amostras,
representadas em boa parte por copépodes.
As diatomáceas da espécie Isochrysis galbana foram adquiridas na Maricultura
Viana e estocadas em Erlenmeyers de três litros, onde foram mantidas com controle de
contaminação através da esterilização dos recipientes com cloro granulado (10 ppm), de
repicagem das células e de fertilização com NPK diluído (0,4 g/litro).
Os filhotes, após 30 dias de vida, receberam uma dieta com alimento vivo de
maior biomassa, representados por juvenis de artêmia enriquecidos com spirulina e
filhotes do camarão Litopenaeus vannamei na fase de zoea, sem enriquecimento. Esse
último foi coletado na Maricultura Xinhai, localizada no município da Barra dos
Coqueiros.
Diariamente foram monitorados os parâmetros de oxigênio dissolvido,
temperatura, pH e salinidade, através de uma multissonda modelo HI 9828 (Hanna
Instruments®). As análises de alcalinidade, dureza total, cálcio, magnésio, amônia,
nitrito e nitrato eram feitas semanalmente, por meio de testes colorimétricos do API (5
in 1 Aquarium Test Strips) e do Kit Test Red Sea. A sifonagem do fundo do aquário e a
limpeza dos filtros eram feitas semanalmente.
Figura 13 - Cultura de diatomáceas
(Isochrysis galbana).
.
Figura 14 - Spirulina em pó.
.
20
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletados sete machos solitários com a bolsa em estágio de incubação
avançada e três casais formados no próprio ambiente. Desses sete machos solitários,
apenas cinco liberaram filhotes totalmente desenvolvidos, um liberou somente embriões
e o outro não expeliu. Os três casais conseguiram se adaptar no aquário e houve
acasalamentos.
4-1 Reprodução
Os machos das matrizes foram nomeados pela ordem cronológica das coletas.
Verificou-se que o macho 5 liberou a maior quantidade de filhotes, 821, com 14,7% do
total peixes da ordem de 1°prole (Tabela 2).
Ordem de
coleta
N° de
filhotes da
1° Prole
N° de
filhotes da
2° Prole
N° de
filhotes da
3° Prole
N° de
filhotes da
4° Prole
Percentagem
por ordem
de prole(1;2)
Macho 1 (S) 699 0 0 0 12,5%
Macho 2 (S) 471 0 0 0 8,4%
Macho 3 (S) 684 0 0 0 12,3%
Macho 4 (S) 621 0 0 0 11,1%
Macho 5 (S) 821 0 0 0 14,7%
Macho 6 (S) 0 0 0 0 0%
Macho 7 (S) 0 0 0 0 0%
Macho 8
(Casal) 814 564 0 0
1º(14,6%);
2°(51,9%)
Macho 9
(Casal) 739 241 344 592
1º(13,3%);
2°(22,1%)
Macho 10
(Casal) 725 281 0 0
1º(13%);
2°(25,8%)
Total 5574 1086 344 592 100;100
Tabela 2 – Ordem cronológica de peixes que liberaram filhotes desenvolvidos por
ordem de prole, de janeiro à julho de 2015.
21
Foi observado que o maior número de filhotes das matrizes que realizaram o
acasalamento em cativeiro, foi menor, em sua maioria, que a prole de matrizes
capturadas no ambiente natural. No trabalho de HORA (2009), o número máximo de
filhotes de uma matriz de cativeiro foi 615. Isso reforça a hipótese de que o cultivo em
cativeiro influencia na diminuição da taxa reprodutiva, uma vez que o ambiente natural
fornece toda a condição necessária de alimentação e abrigo, com menor estresse.
Treze dias após o nascimento de 564 filhotes do casal (Macho 8), houve uma
liberação de 859 embriões no fundo do aquário, foi possível verificar que eles estavam
aderidos uns aos outros em forma de tubo espiral (Figura 14). Doze dias depois, houve
outra eliminação de embriões, dessa vez com quantia superior, 983. É importante citar
que os parâmetros abióticos estavam próximos à condição do ambiente natural, a
amônia estava abaixo do índice mínimo de toxidade (0,02 ppm, cor amarela no teste,
figura 22 ) e a alimentação era fornecida regularmente. Sugere-se, por tanto, que possa
ser um estímulo gerado pelo estresse, ocasionado pela não adaptação total ao aquário ou
pela carência de oferta nutricional que o ambiente natural dispõe.
Foi possível verificar a formação embrionária junto ao vitelo, o que pode sugerir
que de fato ocorreu a fertilização no interior da bolsa do macho, uma vez que a
fecundação dos ovócitos ocorre no interior desta.
Figura 15 - Liberação de embriões pelo Macho 8.
22
Os machos sete e oito não liberaram embriões, ou seja não houve rejeição
durante o processo de adaptação ao sistema de recirculação. O casal do M9 se adaptou
melhor e obteve quatro proles consecutivas, num intervalo entre 15 a 20 dias.
4-2 Estruturas para berçário
O modelo "B1" foi o mais eficaz, em comparação com os outros berçários, em
termos de sobrevivência e manejo dos primeiros dias de vida. Se caracterizava por
conter apenas saídas laterais de água, por meio de telas de aproximadamente 500 μm,
onde as mesmas acumulavam o mínimo possível de indivíduos, geralmente os mais
debilitados ou os que engoliram bolha, sendo que a maioria sobrevivia rodando no
efeito Kreisel.
Segundo ACEVEDO et al. (2011), em cultivos de Hippocampus, é comum
alguns filhotes, nos primeiros dias de vida, ficarem presos em saídas de água com tela
ou com esponja, especialmente quando engolem bolha de ar na superfície.
O modelo "B2" não foi eficaz, tinha como característica as laterais fechadas e
um única saída frontal com tela. Com uma menor área de saída de água, houve aumento
de pressão e ficava difícil dos juvenis se manterem no giro do berçário, gerando
acúmulo de indivíduos e consequente morte.
O "B3" foi o segundo sistema de berçário mais eficiente, apresentava duas saídas
laterais e uma frontal, ambas com tela. O "B3" só não foi melhor que o berçário "B1",
porque gerava um acúmulo de poucos filhotes presos na tela frontal.
Figura 16 - Contagem e análise dos embriões.
23
O berçário "B4" representava um formato único, retangular, porém com tela de
saída de água bem ampla (menor pressão) e maior espaço para distribuição dos filhotes
(60 litros). Mesmo com essas duas vantagens, ele não foi eficiente, devido ao acúmulo
de filhotes em áreas com corrente mínima, principalmente em arestas e vértices laterais
da lâmina d'água do aquário.
O "B4"poderia ser melhorado através de uma modificação na entrada de água,
com retirada da torneira e instalação de um tubo de pvc fechado com cap e diversos
furos na extensão do mesmo, para ampliar a área de quebra de tensão superficial. É
necessário romper a tensão superficial da lâmina d'água numa maior área possível para
minimizar o acesso dos juvenis recém nascidos ao ar atmosférico (GONZÁLEZ et al.,
2004; ACEVEDO et al., 2011).
O modelo "B5" foi feito, a princípio, com a intenção de manter juvenis com mais
de 30 dias de vida (fora da fase crítica da bolha). A tentativa deu certo para essa fase,
pois o mesmo tinha boa área de distribuição, cerca de 250 litros, áreas de fixação
(substratos de galhos) e boa circulação de água. Porém, a mesma estrutura foi utilizada
para teste de recepção de recém nascidos e não foi aprovada como berçário, devido a
uma grande parcela de perda de filhotes que acabaram presos na saída de água.
4-3 Primeiros cinco dias de vida
No momento em que os filhotes de cavalo marinho nasciam, eles apresentavam
um comportamento pelágico e deveriam estar numa condição de fluxo rotacional (em
sentido vertical) para não haver o risco de engolir bolhas na superfície e ficarem presos
na lâmina d'água.
Essa fase também é conhecida como a "fase crítica", foi bem documentada por
ACEVEDO et al. (2011), onde cita a importância do movimento circular da corrente
nos primeiros dias de vida do Hippocampus reidi, que geralmente dura 30 dias, sendo
os cinco primeiros dias, caracterizados pela maior taxa de mortalidade em cativeiro.
ACEVEDO at. al. (2011) descreve também sobre o efeito Kreisel, que nada
mais é que a importância de se ter uma circulação de água rotacional (fundo-superfície),
com baixa energia, para impedir que os juvenis de H. reidi absorvam a bolha de ar
atmosférico.
24
Foi observado que ao nascerem, alguns filhotes acabavam presos nas laterais do
berçário (área com menor fluxo de água). Esses por sinal, acabavam prendendo outros
juvenis sadios através da calda e o sistema tinha no final um montante de filhotes sadios
presos uns aos outros, engolindo bolha na superfície. Diante disso, foi feita a retirada
gradativa de indivíduos que apresentavam risco aos peixes sadios.
4-4 Alimentação e sobrevivência após cinco dias
No teste das dietas, a dieta "D5", representada pelo zooplâncton coletado no
ambiente natural, obteve 51% de sobrevivência após cinco dias de vida. Observou-se
que a preferência dos peixes recém nascidos estava relacionada ao tamanho do
alimento, onde o zooplâncton do ambiente natural continha o menor tamanho
(representado em sua maioria por copépodas), se comparado aos náuplios de artêmia
recém eclodidos.
Náuplios recém eclodidos possuem um tamanho aproximado de 491 μm, já o
tamanho da boca de recém nascidos de H. reidi mede aproximadamente 496 μm
(ACEVEDO et al., 2011).
Foi possível alimentar os recém nascidos apenas com náuplios recém eclodidos,
porém, houve uma sobrevivência e um desempenho de crescimento significativos, nos
peixes que se alimentaram de náuplios enriquecidos com diatomácea (D3) e spirulina
Figura 17 - Fluxo de água no
berçário, efeito Kreisel.
Figura 18 - Manejo nos berçários.
25
(D6). Não houve absorção de náuplio de siri na primeira fase de vida dos juvenis em
virtude do alimento ser maior que o tamanho da boca.
Observou-se que os filhotes consomem, em média, um náuplio a cada oito
segundos.
Dieta Taxa média de sobrevivência após 5
dias (%)
D1 (Náuplio sem enriquecimento) 9,8%
D2 (Náuplio enriquecido com gema de
ovo) 15%
D3 (Náuplio enriquecido com I. galbana) 18,5%
D4 (Náuplio de Siri) 0%
D5 (Zooplâncton do ambiente natural) 51,4%
D6 (náuplio enriquecido com spirulina) 29,1%
As dietas D1 (8,9% de sobrevivência) e D6 (29,1%) possibilitaram uma
sobrevivência semelhante aos ensaios de LEÓN & JÁUREGUI (2001), que obtiveram
11,9% de sobrevivência sem enriquecimento de náuplios e 34,7% de filhotes vivos com
náuplios enriquecidos com spirulina. A dieta D3 obteve um resultado superior na
comparação com o uso de microalgas, foi 18,5% (com I. galbana) contra 4,16% (que
utilizaram microalgas do gênero Chaetoceros).
4-5 Crescimento e sobrevivência após 30 dias
As proles que obtiveram sobrevivências significativas foram as dos machos
"M2", "M4" e "M9", com filhotes apresentando C.T. máximo, por prole, de 23 mm (48
dias), 21mm (42 dias) e 25mm (52 dias), respectivamente. Os valores de peso ficaram
entre 3mg (início de vida) e 44 mg. OLIVOTTO et al. (2008), em seu trabalho com
Hippocampus reidi, obteve um comprimento total de 25mm, com 40 mg, em 21 dias de
cultivo.
Tabela 3 – Taxa média de sobrevivência por dieta após cinco dias de vida, de janeiro
à julho de 2015.
26
C.T. (mm)
Tempo (dias)
Figura 19 - Análise do comprimento total médio dos juvenis de H.
reidi de janeiro à julho de 2015.
Peso (mg)
Comprimento total (mm)
Figura 20 - Análise da relação comprimento total e peso dos juvenis
de H. reidi de janeiro à julho de 2015.
27
Aos 30 dias de vida, que é a fase onde os juvenis começam a se fixar em
substratos e já adquirem uma característica mais bentônica, houve mortes sem
explicações significativas, com aspectos de magreza, manchas brancas no corpo e
deficiência natatória. LUNN e HALL (1998) citam que a identificação de doenças é um
dos principais problemas na manutenção de cavalos marinhos em cativeiro.
Observou-se que os juvenis de artêmia enriquecidos e a fase de zoea de L.
vannamei não atenderam a exigência nutricional dessa fase de vida (após 30 dias), e por
essa carência, os peixes ficaram fracos e suscetíveis a ação de patógenos. Porém, é
necessário mais tempo de análise para comprovar ou refutar tal suposição.
Outro problema enfrentado no decorrer do experimento foram as quedas de
energia. Uma vez interrompido o fluxo rotacional nos berçários, os filhotes de primeiros
dias de vida sobem, engolem a bolha na superfície e não conseguem mais sair da lâmina
d'água, resultando em morte por não conseguir se alimentar (Fase crítica). Os filhotes
mortos foram contabilizados, foi feito também a medição individual de 10 % do número
total de peixes para estimar o comprimento total médio.
Durante a fase inicial do experimento, o sistema esteve instalado num
laboratório provisório, sem condições favoráveis para enfrentar uma queda de energia.
Recentemente, com a mudança do aquário para um prédio novo do DEPAQ, foi
possível continuar a pesquisa de forma segura, tendo em vista a instalação de um
gerador.
Figura 21 - Contagem e medição de indivíduos mortos durante a fase crítica.
28
Experimentos seguintes poderão focar na questão nutricional de indivíduos na
fase de fixação, uma vez que a artêmia não deva satisfazer as necessidades nutricionais
desses juvenis.
4-6 Parâmetros físico-químicos
Os parâmetros físico-químicos do aquário mantiveram-se dentro da faixa do
ideal para H. reidi. No segundo sistema de recirculação (B5), os valores ficaram bem
próximos.
Em dias frios, a temperatura se manteve superior à 26°C tanto no aquário quanto
no B5, no habitat natural obteve-se valores entre 26°C e 29°C (relativos ao horário de
coleta e o nível de radiação). A salinidade não apresentou variação significativa no
aquário e no sistema B5, ambos estiveram no intervalo entre 28 à 30 ppm, no estuário
os valores ficaram entre 29 ppm (maré baixa) e 34ppm (maré alta). Os valores de pH,
dos dois sistemas de recirculação do laboratório, ficaram dentro do intervalo esperado
dos valores do ambiente natural, entre 8 (maré baixa) e 8,6 (maré alta). O menor valor
de oxigênio dissolvido nos dois sistemas de cultivo foi de 6,12 mg/l, demais valores
podem ser vistos na tabela 3.
Parâmetros Mínimo Máximo
Temperatura (°C) 26,88 29,49
Salinidade (ppm) 28,58 30,03
pH 8,13 8,6
Oxigênio Dissolvido (mg/l) 6,12 7,15
Alcalinidade (mg/l) 80 120
Dureza Total (mg/l) 180 200
Amônia (ppm) < 0,02 0,02
Nitrito (ppm) < 0,5 0,5
Nitrato (ppm) 40 80
Magnésio (ppm) 1040 1350
Cálcio (ppm) 370 420
Tabela 4 – Parâmetros físico-químicos do aquário de janeiro à julho de 2015.
29
Em condições de laboratório, a alcalinidade obteve valor mínimo de 80 mg/l,
nesse instante, foi feita adição de bicarbonato de sódio puro (P.A.) para o aumento da
faixa acima de 100 mg/l (ideal). O cálculo da dosagem foi feito na proporção de 10g
para 1000 litros. A dureza total se manteve dentro do limite esperado, entre 180 e 200
mg/l.
O filtro biológico mostrou ser eficiente na degradação da matéria orgânica em
ambos os sistemas (Aquário e sistema externo B5), pois a amônia ficou na faixa segura
de toxidade (até 0,02 ppm) e o nitrito não passou de 0,5 ppm (faixa segura). Somente o
nitrato ultrapassou um pouco a faixa de tolerância tóxica do aquário, estando entre 40 e
80 ppm (ideal até 40ppm), com tolerância de 5 ppm, a correção foi feita com a
renovação de 30% do volume.
5 - CONCLUSÃO
Conforme a análise dos dados, verificou-se que a prole de matrizes capturadas
no ambiente natural tende a ser maior que a prole de matrizes mantidas em cativeiro.
Das oito primeiras proles, fertilizadas no ambiente natural, sete obtiveram quantidades
individuais maiores de filhotes que a maior prole fertilizada em laboratório (592
peixes).
Dos cinco modelos de berçários, o mais eficaz foi o "B1", com fluxo lateral
amplo, melhor distribuição de saída de água (menor pressão) e designer mais apropriado
ao efeito Kreisel.
As dietas que auxiliaram na sobrevivência inicial foram as "D3", "D5" e "D"6. A
dieta "D5", representada pelo zooplâncton do ambiente natural, foi considerada a
Figura 22 - Teste de Amônia, resultado
inferior à 0,02 ppm.
30
preferencial nos primeiros dias de vida e obteve maior taxa de sobrevivência (51,4%),
devido ao tamanho menor do zooplâncton e pela composição nutricional mais próxima
à condição do ambiente natural.
As proles dos machos "M2", "M4" e "M7" obtiveram maior sobrevivência, o
maior tempo de vida dos filhotes foi de 52 dias, com exemplares medindo em média
25mm de C.T e 44 mg. Sugere-se que os juvenis de artêmia enriquecidos e a fase de
zoea de L. vannamei não atenderam a exigência nutricional dessa fase de vida (após 30
dias).
A mortalidade parcial de juvenis de H. reidi em cativeiro, durante a fase crítica
(até 30 dias de vida), é comum, os fatores principais registrados foram o acúmulo de
bolha e o confinamento na superfície d'água, sem condições de captura de alimento
vivo. Sugere-se também que a mortalidade, nessa fase inicial, pode estar relacionada
com a fome dos animais que não conseguiram se alimentar desde o início ou que foram
incapazes de digerir os alimentos fornecidos. Assim, recomenda-se ensaios de ofertas de
outras fontes de alimento como a rotífera, para reduzir a mortalidade inicial.
Conclui-se ainda, por fim, que este trabalho irá contribuir com informações
pouco vistas ainda na literatura, principalmente no que concerne em modelos de
berçários e protocolos nutricionais.
31
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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