Manual_Operacionalização da Formação
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Operacionalizao da Formao
www.nova-etapa.pt
Formao Pedaggica de Formadores
Manual: Operacionalizao da Formao
FICHA TCNICA
Ttulo Operacionalizao da Formao
Autor Antnio Mo de Ferro
Coordenao Tcnica Nova Etapa Consultores em Gesto e Recursos Humanos
Coordenao Pedaggica Antnio Mo de Ferro
Direco Editorial Nova Etapa Consultores em Gesto e Recursos Humanos
Adaptao e Actualizao (Maio 2011) Alda Leonor Rocha Susana Martins Maria Helena Mo de Ferro
Nova Etapa Rua da Tbis Portuguesa n. 8 1 Andar, Escritrios 4 e 5 1750-292 Lisboa Telefone: 21 754 11 80 Fax: 21 754 11 89 Rua Agostinho Neto, n. 21 A 1750-002 Lisboa Telefone: 21 752 09 80 Fax: 21 752 09 89 e-mail: [email protected] www.novaetapaworld.com
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ndice
OBJECTIVOS GERAIS DA FORMAO CONTEDOS PROGRAMTICOS GLOBAIS PBLICOS-ALVO BENEFCIOS DE UTILIZAO CONDIES DE UTILIZAO CAPTULO I OBJECTIVOS PEDAGGICOS OBJECTIVOS DO CAPTULO CONTEDOS PROGRAMTICOS DESENVOLVIMENTO DE CONTEDOS CAPTULO II AVALIAO PEDAGGICA OBJECTIVOS DO CAPTULO CONTEDOS PROGRAMTICOS DESENVOLVIMENTO DE CONTEDOS SUBCAPTULO I AVALIAO NA FORMAO SUBCAPTULO II AVALIAO DA FORMAO SUBCAPTULO III SUBJECTIVIDADE DA AVALIAO CAPTULO III PLANO DE SESSO OBJECTIVOS DO CAPTULO CONTEDOS PROGRAMTICOS DESENVOLVIMENTO DE CONTEDOS CONCLUSO FINAL ANEXOS BIBLIOGRAFIA
4 5 5 6 6 7 8 8 9 22 23 23 24 25 58 64 69 70 70 71 80 81 95
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OBJECTIVOS GERAIS DA FORMAO
Pretende-se que, no final deste mdulo, seja capaz de: Distinguir finalidades, metas, objectivos gerais e objectivos especficos; Redigir objectivos pedaggicos em termos operacionais, na sua rea de actividade; Hierarquizar objectivos segundo os domnios do saber; Identificar os diferentes nveis de avaliao dos resultados de formao; Diferenciar os conceitos de Avaliao Na Formao de Avaliao DA Formao; Distinguir os momentos em que deve ser aplicada a avaliao; Enumerar e caracterizar os processos de avaliao; Construir e aplicar instrumentos de avaliao em funo dos objectivos previamente definidos, que permitam verificar e controlar os resultados de aprendizagem, a eficincia e eficcia da formao; Reconhecer a importncia da avaliao do impacto da formao; Seleccionar indicadores que permitam avaliar o impacto da formao; Aplicar tcnicas e instrumentos para avaliar o impacto da formao; Identificar as principais causas da subjectividade na avaliao; Planificar sesses de ensino-aprendizagem; Identificar os princpios orientadores para a concepo e elaborao de planos de unidades de formao; Elaborar um plano de sesso na sua rea de actividade; Preparar recursos pedaggicos-didcticos de suporte sesso de formao.
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CONTEDOS PROGRAMTICOS GLOBAISDefinio de Objectivos Pedaggicos; Distino entre Finalidades, Metas e Objectivos Pedaggicos; Vantagens e Desvantagens dos Objectivos Pedaggicos; Principais Funes dos Objectivos; A Importncia dos Objectivos; Formulao de Objectivos Pedaggicos; Nveis de Avaliao: Avaliao NA Formao; Avaliao quanto ao momento;Avaliao Diagnstica; Avaliao Formativa; Avaliao Somativa;
Tcnicas de avaliao (Avaliao quanto ao processo);Observao; Formulao de Perguntas; Medio;
Avaliao DA Formao; Indicadores de Avaliao de Impacto; Tcnicas e Instrumentos de Avaliao de Impacto; A Subjectividade da Avaliao; Linhas orientadoras da planificao de uma sesso de formao;Planeamento da sesso; Preparao da sesso; Preparao do grupo; Desenvolvimento da sessoComo se actua numa sesso bem dirigida O papel e as tcnicas do Animador.
PBLICOS-ALVO
Este manual destina-se a candidatos a formadores, formadores, gestores de formao, e outros profissionais que por inerncia das suas funes tenham necessidade de adquirir ou desenvolver competncias nesta rea da formao.
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BENEFCIOS DE UTILIZAOQuer individualmente, quer inserido em determinados contextos, todos temos objectivos a cumprir. A definio desses objectivos poder ser a ttulo pessoal, em que cada um de ns define os seus prprios intentos a realizar, ou podero ser-nos propostos pelas diversas instituies e contextos por onde passamos. O termo Objectivo diz precisamente respeito a um fim que se pretende atingir. No contexto da formao no diferente. Ao longo das vrias etapas do processo formativo, so planeados objectivos que devem ser realizados progressiva e gradualmente. A definio de objectivos auxilia os formadores e os formandos a conhecer os caminhos que esto a percorrer e a aferir se esses esto a ser bem conseguidos. No obstante, a validao do cumprimento de objectivos implica a elaborao de instrumentos de avaliao prvios que possibilitem medir com exactido se estes foram atingidos e qual o seu nvel de sucesso. Neste sentido, foi concebido este manual, com o intuito de o sensibilizar para a importncia de um planeamento prvio da formao, onde estejam patentes os objectivos pedaggicos a atingir, os recursos necessrios para o seu cumprimento, e o modo como os mesmos vo ser avaliados.
CONDIES DE UTILIZAOEste manual designa-se por Operacionalizao da Formao composto por trs captulos, que versam as temticas Objectivos Pedaggicos, Avaliao Pedaggica e Plano de sesso. O mdulo da Avaliao Pedaggica ainda decomposto em 3 subcaptulos: Avaliao NA Formao; Avaliao DA Formao; Subjectividade da Avaliao. Este recurso encontra-se disponvel na plataforma eLearning, possibilitando que o participante tenha um fcil acesso aos contedos, e que faa uma gesto da sua aprendizagem de acordo com as suas disponibilidades. Permite ainda ser consultado de imediato e guardado em formato digital, para que o participante possa socorrer-se dele sempre que necessite. Na concepo dos trs captulos, houve a preocupao de, ao longo do desenvolvimento dos temas, incorporar exemplos prticos e em fazer snteses parcelares, de forma a facilitar a reteno dos principais conceitos inerentes ao tema.
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Captulo I Objectivos Pedaggicos
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Objectivos do Captulo
Pretende-se que, no final deste captulo seja capaz de: Distinguir finalidades, metas, objectivos gerais e objectivos especficos; Redigir objectivos pedaggicos em termos operacionais, na sua rea de actividade; Hierarquizar objectivos segundo os domnios do saber.
Contedos programticosDefinio de Objectivos Pedaggicos; Distino entre Finalidades, Metas e Objectivos Pedaggicos; Vantagens e Desvantagens dos Objectivos Pedaggicos; Principais Funes dos Objectivos; A Importncia dos Objectivos; Formulao de Objectivos Pedaggicos.
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IntroduoObjectivo a descrio de um conjunto de comportamentos ou actuaes de que o formando se deve mostrar capaz, para ser reconhecido como competente. A definio de objectivos de uma importncia fundamental, na medida em que quando no se sabe para onde se vai nunca se pode saber se se l chegou. Compete ao formador definir os objectivos claros e exequveis, de modo a que o formando os consiga operacionalizar e executar.
Definio de Objectivos PedaggicosOs objectivos expressam os resultados que se pretendem alcanar com a formao. A definio de objectivos pode englobar diferentes situaes ou nveis de generalidade, desde definies muito gerais do que se pretende com a formao, at indicaes muito especficas. Existem diferentes nveis de definio de propsitos ou intenes de formao, cada nvel derivado do nvel precedente e deste modo pode estabelecer-se uma hierarquia na formulao dos objectivos.
Distino entre Finalidades, Metas e Objectivos PedaggicosDe um modo geral consideram-se dois nveis de objectivos:
1. Objectivos de Formao 2. Objectivos Pedaggicos
- Finalidades - Metas - Objectivos Gerais - Objectivos Especficos
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De seguida ser realizada a caracterizao de cada uma das situaes atrs referenciadas dando especial nfase aos Objectivos Gerais e Especficos que sero objecto de maior desenvolvimento.
1. Objectivos de Formao
Finalidades Situam-se ao nvel mais elevado, constituem os grandes objectivos da formao fornecendo uma linha directriz para a globalidade da formao. Formuladas geralmente por Entidades Pblicas ou Privadas, em termos de poltica geral, ou opes fundamentais. Exemplo de uma finalidade: Devero ser formados formadores na rea da animao pedaggica.
Metas Situam-se ao nvel abaixo das finalidades. Ao contrrio das finalidades, as metas expressam de uma forma precisa os resultados esperados da formao. Elas traduzem as funes, as competncias que os indivduos aps a formao sero capazes de realizar, isto , o perfil de sada. Geralmente so definidas pelos Gestores ou Organizadores da Formao. Exemplo de uma meta: Os futuros formadores devero ser capazes de preparar, animar e avaliar sesses de ensino-aprendizagem.
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No nvel abaixo das Metas, situam-se os Objectivos Pedaggicos que se subdividem em objectivos gerais e especficos. Estes ltimos so formulados pelo formador de cada mdulo ou sesso de formao.
2. Objectivos Pedaggicos
Objectivos Gerais Constituem um enunciado de Intenes Pedaggicas que descrevem os resultados esperados no termo de sesses concretas de formao ou sequncias de aprendizagem. Do indicaes sobre o que o formando dever ser capaz de fazer, aps o percurso formativo, devendo ser formulados em termos de conhecimentos e de capacidades a adquirir. Dizem geralmente respeito a competncias amplas e complexas.
So definies pormenorizadas que permitem seleccionar contedos, eleger mtodos e avaliar os progressos dos formandos.
Exemplo de um objectivo geral: Os formandos devero ser capazes de confeccionar uma pizza..
Os objectivos gerais sendo resultados que o formador prope ao grupo alcanar e situando-se a um nvel complexo, devero ser tanto quanto possvel formulados de maneira operacional, consoante a natureza e a subjectividade do contedo o permitir.
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Objectivos Especficos Indicam de forma bastante detalhada os conhecimentos, as aptides que os formandos devero adquirir ao longo do processo formativo, isto , do conjunto de actividades de aprendizagem que realizam. Pode assim dizer-se, que um objectivo especfico o resultado da desmultiplicao de um objectivo geral (mais vasto) em aprendizagens mais elementares. Exemplos de objectivos especficos:
I. Identificar os ingredientes necessrios confeco da pizza; II. Definir as quantidades necessrias dos diferentes ingredientes; III. Descrever os procedimentos correctos na confeco da massa.
Quanto maior a complexidade do objectivo geral, tanto maior o nmero de decomposies que so necessrias realizar, no sentido de diminuir a subjectividade e o tornar verdadeiramente operacional e especfico. A Avaliao de um objectivo geral s possvel se este for traduzido em termos concretos e especficos, uma vez que garante maior objectividade aos resultados esperados sob a forma de comportamentos observveis.
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Vantagens e Desvantagens dos Objectivos Pedaggicos
VANTAGENS:
Facilitar a comunicao entre formandos e formador; Possibilitar a realizao de melhores aces de formao, na medida em que permitem organizar as sesses de forma planificada; Em relao ao formando: - Orientar os seus esforos face ao que pedido - Adaptar-se s exigncias do processo formativo - Ter a noo dos seus progressos - Implicar-se como agente activo no processo o ponto de partida necessrio para avaliar os formandos, a metodologia e a formao em geral; Facilita a escolha de actividades pedaggicas, dando uma perspectiva ntida, do alvo a atingir.
DESVANTAGENS:
Pode conduzir fragmentao do processo pedaggico; Um formador menos atento pode apenas deter-se nos comportamentos esperados, desprezando outros igualmente importantes e ricos em termos pedaggicos; A tentativa de operacionalizar objectivos no domnio afectivo pode traduzir-se num certo enviesamento do resultado que se pretende alcanar, dado que os contedos abstractos, so muitas vezes, dificilmente traduzidos de forma objectiva e operacional; Exige maior disponibilidade de tempo; Exige boa preparao psicopedaggica da parte do formador.
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Principais Funes dos Objectivos
De uma forma sucinta podem apontar-se trs funes dos objectivos pedaggicos:
Ajudar o formador e o formando a situarem-se em relao ao fim a atingir;
Servir de critrio na escolha dos mtodos, dos meios e das estratgias da aco pedaggica;
Avaliar, sem ambiguidade, se o fim atingido.
A Importncia dos Objectivos
Trs razes porque os objectivos so importantes: 1. Quando no h objectivos claramente formulados, no h uma base slida para a seleco dos mtodos, meios e contedos temticos dos cursos.
2. Sem formulao precisa dos objectivos no se sabe se estes foram realmente alcanados, porque no se pode conceber mtodos de avaliao correctos.
3. A existncia de objectivos bem formulados fornece aos formandos um meio de organizarem os seus esforos para os alcanar.
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Formulao de Objectivos Pedaggicos
Para uma Formao bem sucedida, no basta definir apenas o objectivo geral e os respectivos objectivos especficos. Tm tambm que se operacionalizar. Vejamos um exemplo concreto: "o formando dever ser capaz de identificar os ingredientes necessrios para a confeco de uma pizza". Estando o objectivo definido desta forma, ser que estamos em condies de avaliar com objectividade e rigor? Consideraremos que o objectivo foi atingido se o formando identificar os ingredientes consultando os seus apontamentos e demorando 30 minutos? E se o colega do lado, no consultar os apontamentos e demorar apenas 5 minutos? Teremos ento que definir os objectivos de uma forma operacional. Vejamos ento o que isso da operacionalizao? Diz-se que um objectivo operacional quando indica claramente e em termos de comportamento directamente observvel ou mensurvel, o que o formando dever fazer no final da formao (comportamento esperado), em que condies o far (condies de realizao) e porque critrio ser avaliado (critrio de xito).
O significado de cada uma dessas componentes o seguinte: Comportamento Esperado Define aquilo que o participante dever ser capaz de realizar no final de uma sesso de formao. Condies de Realizao Descreve as condies em que o comportamento dever ocorrer, ou seja, as circunstncias vrias que devero verificar-se aquando da realizao da actividade. Estas condies podem estar relacionados com o equipamento, meios ou materiais a utilizar, local ou outras condies especiais.
Critrio de xito Estabelece as exigncias em termos de qualidade da realizao. Os critrios so, no fundo, os padres pelos quais se poder avaliar com objectividade e preciso os comportamentos finais. Os critrios podem assumir dois tipos: Qualidade e Quantidade, indicando tempo, preciso, percentagem, nmero de respostas certas, ("...no mximo de 10 minutos"; "...sem cometer nenhum erro"; "... admitindo-se 10% de respostas erradas"; etc.).
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Estas componentes respondem a trs questes: O que o formando dever ser capaz de fazer? Em que condies o far? Quanto bom o desempenho dever ser, para ser considerado aceitvel?
Eis alguns dos procedimentos a cumprir para definir objectivos operacionais: A. Considerar o Formando como Sujeito
Uma actividade de formao deve descrever o comportamento que esperado do formando. O verbo operatrio deve assim ter por sujeito o formando. Por exemplo, fazer compreender a necessidade de trabalhar em equipa no um objectivo de formao j que tem por sujeito (subentendido) o formador.
B. Seleccionar um Verbo Operatrio
Um objectivo operacional deve precisar o resultado da formao em termos de actividades definidas, o mais observvel e unvoco possvel, de modo a evitar a impreciso.
Num objectivo definido como, por exemplo, os participantes devero saber as leis da fsica, o verbo saber pode evocar aces e situaes de avaliao muito diferentes umas das outras. Saber pode significar recitar de cor, aplicar as leis a um caso concreto, calcular um valor particular, etc. o verbo utilizado equvoco porque no expressa com clareza o que o participante dever fazer para aprovar o domnio do objectivo, ou seja, no directamente observvel.
Pelo contrrio, podemos definir o resultado esperado na formao, precisando o que o formando dever ser capaz de fazer, como: Calcular a massa de um slido sabendo o volume e o peso especfico. Os verbos sorrir, escrever ou recitar, por exemplo, descrevem actividades directamente observveis, o que no acontece com os verbos, saber, conhecer ou compreender.
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Na definio de objectivos deve evitar-se utilizar verbos no operatrios porque podem dar lugar a ambiguidades, tornando a avaliao difcil e incerta. Geralmente os verbos que exprimem actividade psicomotora habilidade corporal, gestos etc., so mais operatrios que os verbos que exprimem uma actividade cognitiva principalmente operaes de inteligncia ou de memria, ou uma actividade afecta interesses, atitudes, emoes ou valores manifestados pelo indivduo. (Ver lista de verbos operatrios em anexo).
C. Determinar as Condies de Realizao
Efectuar a mesma tarefa em situaes diferentes pode ter implicaes muito diferentes. Assim, montar prateleiras num escritrio diferente de realizar o mesmo trabalho num armazm em cima de uma plataforma. Importa ento precisar as condies nas quais devem ser realizadas as actividades dos formandos.
D. Especificar os Critrios de xito
Uma vez definida a actividade que se espera ver realizada pelo formando e determinadas as condies em que se desenvolver essa actividade, impe-se especificar os critrios que permitiro decidir se a realizao aceitvel ou no, ou seja, os critrios de xito. Exemplo:
Comportamento Esperado Condies de Realizao Critrios de xito
- Correr 100 metros barreiras - Com uma temperatura inferior a 0 C - Em menos de 12 segundos e - Derrubando, no mximo, uma barreira
Exemplos de Objectivos especficos operacionais:
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A - No final da sesso os participantes devero ser capazes de redigir objectivos operacionais, sem recurso a qualquer auxiliar, sem cometer erros.
B - O participante dever ser capaz de montar um carburador num automvel, utilizando as ferramentas adequadas, em 20 minutos. C - O participante dever ser capaz de medir ao centsimo de milmetro, com um micrmetro, a pea dada. D O participante dever diferenciar com base em exemplos orais, o significado denotativo e o conotativo das palavras, no mximo de dois minutos. E - A partir do visionamento do filme sobre Planificao, o formando dever referir, sem erros, as principais etapas para o desenvolvimento de um plano de formao. F - O participante dever realizar, sem recurso mquina de calcular, dez operaes aritmticas, no tempo mximo de 10 minutos, podendo cometer um erro. G No final da sesso o participante dever dar, oralmente, uma resposta, num minuto, sobre um assunto debatido na formao.
De uma forma mais pormenorizada, veja a seguir os mesmos objectivos especficos operacionalizados, com cada uma das componentes distinguidas (Legenda: Comportamento Esperado; Condies de Realizao; Critrios de xito).
A - No final da sesso os participantes devero ser capazes de redigir objectivos operacionais, sem recurso a qualquer auxiliar, sem cometer erros. B - O participante dever ser capaz de montar um carburador num automvel, utilizando as ferramentas adequadas, em 20 minutos. C - O participante dever ser capaz de medir ao centsimo de milmetro, com um micrmetro, a pea dada.
D O participante dever diferenciar com base em exemplos orais, o significado denotativo e o conotativo das palavras, no mximo de dois minutos.
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E - A partir do visionamento do filme sobre Planificao, o formando dever referir, sem erros, as principais etapas para o desenvolvimento de um plano de formao. F - O participante dever realizar, sem recurso mquina de calcular, dez operaes aritmticas, no tempo mximo de 10 minutos, podendo cometer um erro G No final da sesso o participante dever dar, oralmente, uma resposta, num minuto, sobre um assunto debatido na formao.
A RETER
Em sntese: Um objectivo operacional deve comportar: I. Comportamento Esperado, integrando: VERBO OPERATRIO, exprimindo uma actividade observvel e, se possvel, mensurvel; SUJEITO, que o formando. II. Condies de Realizao: Meios e equipamentos fornecidos, informaes dadas, condicionalismos particulares, etc. III. Critrios de xito: Quantidade produzida, tempo de realizao, grau de preciso, erros tolerados, limites de aceitabilidade, etc.
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Um objectivo bem definidoConsidera-se que um objectivo bem definido aquele que: Identifica o desempenho que ser julgado aceitvel;
Elimina os termos ambguos, de modo a evitar interpretaes diversas descrevendo com preciso o que o participante far;
Evita situaes pedaggicas que no se relacionem directamente com o objectivo;
Especifica os critrios utilizados para verificar se os resultados foram atingidos;
Define nota mnima, tempo mximo, tolerncia, quantidade de respostas, entre outras variveis.
EXERCCIO 1:Experimente, na lista abaixo apresentada, indicar quais as componentes existentes nos objectivos.
OBJECTIVOS I. II. III. IV. V.O participante dever enumerar as etapas de realizao de um projecto. A secretria dever redigir um relatrio. A partir de um pedido oral, o formando dever fazer uma nota de encomenda. O formando dever preparar um churrasco para quinze pessoas noite e ao ar livre. O formando dever medir uma pea dada utilizando uma rgua.
CE
CR
CEx
LEGENDA: CE Comportamento Esperado; CR Condies de Realizao; CEx Critrios de xito (Soluo em anexo)
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EXERCCIO 2:Agora que j identificou as componentes em falta para cada objectivo, experimente redefini-los de modo a que todos os objectivos especficos sejam operacionais. Bom trabalho!
(Soluo em anexo)
Sntese Conclusiva
Para que a formao seja eficaz e corresponda ao que dela se espera, indispensvel que seja devidamente planeada. A planificao de uma sesso de formao dever envolver uma definio prvia daquilo que se pretende atingir. Da a necessidade de se definirem com clareza os comportamentos esperados, as condies de realizao e os critrios de xito, caractersticas que ajudam a formular correctamente um objectivo. Lembre-se do que leu no mdulo A Aprendizagem. Em formao de adultos indispensvel a definio clara dos objectivos e a sua comunicao no incio da formao e de cada sesso em particular. atravs dessa informao que os adultos criam uma imagem mental que os ajudar a mobilizar esforos, motivao e expectativas, facilitando o seu processo de aprendizagem.
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Captulo II Avaliao Pedaggica
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Objectivos do Captulo
Pretende-se que, no final deste captulo seja capaz de: Identificar os diferentes nveis de avaliao dos resultados de formao; Diferenciar os conceitos de Avaliao NA Formao de Avaliao DA Formao; Distinguir os momentos em que deve ser aplicada a avaliao; Enumerar e caracterizar os processos de avaliao; Construir e aplicar instrumentos de avaliao em funo dos objectivos previamente definidos, que permitam verificar e controlar os resultados de aprendizagem, a eficincia e eficcia da formao; Reconhecer a importncia da avaliao do impacto da formao; Seleccionar indicadores que permitam avaliar o impacto da formao; Aplicar tcnicas e instrumentos para avaliar o impacto da formao; Identificar as principais causas da subjectividade na avaliao.
Contedos programticosNveis de Avaliao; Avaliao NA formao Avaliao da Reaco (nvel 1) Avaliao das Aprendizagens (nvel 2) Avaliao quanto ao momento;Avaliao Diagnstica; Avaliao Formativa; Avaliao Somativa;
Tcnicas de avaliao (Avaliao quanto ao processo);Observao; Formulao de Perguntas; Medio; Avaliao DA Formao
Avaliao dos comportamentos no contexto de trabalho (nvel 3) Avaliao dos resultados da formao na organizao (nvel 4)Indicadores de Avaliao de impacto Tcnicas e Instrumentos de Avaliao de impacto
A Subjectividade da Avaliao.
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IntroduoA rentabilidade da formao uma das preocupaes que todo o bom gestor tem. Quando essa rentabilidade no existe, para alm desse inconveniente, ainda se poder instalar uma espcie de desnimo que bem pode obstar o desenvolvimento de futuras aces.
A formao deve obter benefcios econmicos e, para isso, uma ateno redobrada a todos os pormenores imprescindvel para que eles possam ser obtidos.
No captulo anterior vimos o modo como se devem definir objectivos pedaggicos. Ao longo deste captulo iremos abordar de que modo poder avaliar se os mesmos foram cumpridos. Neste iremos abordar a avaliao como sendo um processo geral que permite a obteno e tratamento de informaes que sero utilizadas pelo formador, pelo formando ou mesmo por qualquer outra pessoa, para tomar decises, preparar sesses, execut-las ou ainda para as modificar.
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SUBCAPTULO I: AVALIAO NA FORMAO
Modelo de Avaliao (Nveis de Avaliao)
Um dos grandes contributos para a avaliao da formao partiu de Donald Kirkpatrick. A abordagem proposta por Donald Kirkpatrick, (abordagem multinvel), visa medir a qualidade de uma interveno formativa a partir da anlise de quatro nveis de avaliao: Nvel 1 - Avaliao da reaco dos participantes formao (mede o grau de satisfao dos formandos face formao)
Os formandos gostaram do curso/formao? Qual foi a apreciao que os formandos fizeram ao programa? Nvel 2 - Avaliao das aprendizagens efectuadas pelos participantes
Os formandos adquiriram os conhecimentos e atingiram os objectivos previstos para o curso? Nvel 3 - Avaliao dos comportamento dos participantes no contexto real de trabalho (transferncia de conhecimentos adquiridos)
Houve transferencia dos comportamentos e competencias adquiridas na formao para o seu posto de trabalho? O indivduo aplica o que aprendeu na formao? Nvel 4 - Avaliao dos resultados da formao na Organizao (impacto dos conhecimentos adquiridos no desempenho da organizao).
Qual foi ou est a ser o impacto da formao na organizao?
A abordagem multinvel de Kirkpatrick permitir-nos- desenvolver o tema da avaliao dos resultados na formao, diferenciando-os em dois tipos de avaliao: Avaliao NA formao Avaliao DA formao
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Avaliao NA Formao
A avaliao na formao, corresponde essencialmente aos nveis 1 e 2 do modelo de Kirkpatrick. Esta avaliao uma das grandes componentes do processo avaliativo, e diz respeito avaliao que mais comummente se utiliza para recolha sistmica de informao que permita: Medir o progresso dos formandos; Fazer alteraes estratgia pedaggica; Fazer ajustamentos necessrios ao programa.
A avaliao na formao um processo de produo de informaes sobre a aprendizagem dos formandos. Esta pode ser aplicada em diferentes momentos da aprendizagem, possibilitando-nos obter informaes de tipo diverso. Iremos pois falar dos diferentes momentos em que poder ocorrer esta avaliao e de que forma ou processos poder ser colocada em prtica.
Avaliao Quanto ao MomentoExistem trs momentos fundamentais na formao em que se deve proceder avaliao: fase inicial (Avaliao Diagnstica); longo da formao (Avaliao Formativa); fase final (Avaliao Sumativa).
A Avaliao Diagnstica A avaliao diagnstica tem uma importncia fundamental, na medida em que atravs dela possvel caracterizar os formandos quer ao nvel das suas capacidade e conhecimentos, quer ao nvel dos seus interesses, expectativas e motivaes. Esta permite identificar os conhecimentos e aptides que os participantes possuem antes de iniciarem novas aprendizagens. Este tipo de avaliao mesmo
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indispensvel se se quiser individualizar a aco e adapt-la s caractersticas de cada um, mas tambm importante para ajustar as aces realidade do conjunto dos que iro passar pela formao.
A avaliao diagnstica possibilita que o formador conhea se os participantes j dominam alguns contedos do programa e, nesse caso, h que retir-los a fim de evitar a desmotivao e a perda de tempo. Permite ainda, a identificao do domnio dos pr-requisitos o que , partida, uma informao de grande relevo para o sucesso da aco.
Assim, o teste de diagnstico dever estar rigorosamente elaborado e de acordo com o que se pretende com este tipo de avaliao. Dito de outro modo, ele deve permitir verificar, com rigor, se determinadas aprendizagens necessrias para acompanhar a matria esto ou no adquiridas.
muito importante que o teste de diagnstico incida sobre um restrito nmero de objectivos, volta dos quais se devem organizar grupos de perguntas. Ele deve ter uma estrutura de malha apertada que permita fazer uma anlise em profundidade. que o formador no pode ter apenas uma ideia geral dos conhecimentos do participante numa determinada rea, mas sim verificar um a um se os pr-requisitos necessrios esto ou no satisfeitos, isto , se esto adquiridos.
Assim, este tipo de avaliao permite dar resposta seguinte questo: Como se situam os formandos, a nvel cognitivo e afectivo, perante o tema (contedos) a desenvolver?
Avaliao Formativa Uma vez iniciada a formao, o acompanhamento feito atravs de outro tipo de avaliao, a formativa. Esta avaliao realiza-se durante o desenvolvimento da aco de formao, e implica um feedback constante entre o formador e o formando, assim como a participao constante destes ltimos. Esta avalia em que medida os formandos esto a adquirir os conhecimentos e a atingir os resultados propostos no
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decurso da formao. Atravs deste tipo de avaliao poderemos procurar dar resposta seguinte pergunta: Os formandos esto efectivamente a aprender?
Avaliao Sumativa A avaliao sumativa ou final, ocorre, tal como o nome indica, no final da actividade formativa. Esta controla as competncias adquiridas e verifica at que ponto os objectivos gerais foram atingidos. Esta avaliao tem duas componentes distintas: Vertente Didctica Exacta componente avalia em que medida o tema foi aprendido, isto , quais as mudanas verificadas ao nvel do saber (conhecimentos), do saber-fazer (aptides) e do saber-ser (comportamentos e atitudes). Para tal o formador procede recolha de informaes atravs de testes ou por observao. Esta componente didctica permite responder questo: O que que os formandos aprenderam durante a formao?
Vertente Pedaggica Esta componente permite medir o grau de satisfao dos formandos face formao e o grau de envolvimento e de interesse dos formandos pela actividade formativa. O formador procede a uma recolha das reaces dos formandos quanto aos objectivos, mtodos, contedos, actuao do formador e reflecte sobre o comportamento do grupo. Esta componente permite obter resposta seguinte questo: Os formandos gostaram e ficaram satisfeitos com a formao?
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RELAO ENTRE AS AVALIAES: DIAGNSTICA, FORMATIVA E SUMATIVA
Avaliao DiagnsticaO que avalia: Realizaes prvias relevantes (experincias, capacidades);
Avaliao FormativaO que avalia: A estrutura de cada unidade de aprendizagem (programa); O formando no seu grau de domnio dos objectivos; O formador na sua funo TcnicoPedaggica; O processo de ensino-
Avaliao SumativaO que avalia: Em que grau de satisfao ocorreu a aprendizagem;
Conhecimentos e habilidades (pr-requisitos, pr- -adquiridos); Aptides relevantes para escolha de alternativas de aprendizagem.
Se o processo de aprendizagem foi efectivo Controlo das competncias adquiridas.
-aprendizagem; As O que permite (no incio): -Seleccionar para a aprendizagem; -Decidir o ponto de entrada na aprendizagem (colocao); -Orientar o formando para uma aprendizagem (orientao) causas dos insucessos na O que permite ( posteriori): -Concluir se os objectivos gerais foram alcanados; -Alterar a sequncia de aprendizagem; -Verificar em que extenso o -Prescrever alternativas de aprendizagem; -Prescrever materiais necessrios ao domnio dos objectivos. formando poder aplicar as aprendizagens e competncias adquiridas; -Concluir das mudanas necessrias; -Classificar e certificar os formandos. Quais os intervenientes: -Formador; -Formandos. Quais os intervenientes: -Formandos; -Formador; -Gestor e/ou coordenador tcnicopedaggico. Quais os intervenientes: -Formandos; -Formador.
aprendizagem. O que permite (a cada momento): -Melhorar a organizao do programa;
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Agora que j abordmos os momentos e os tipos de avaliao que se utilizam no processo de avaliao na formao, surge uma outra questo no menos importante: QUAIS OS OBJECTOS A AVALIAR? 1. Os Formandos Em termos de perfil de entrada, perfil de sada e competncias adquiridas durante a aco, no sentido de: Testar os seus conhecimentos; Detectar alteraes no seu comportamento; Situ-lo e orient-lo na aprendizagem; Verificar em que medida atingiu os objectivos.
2. Os Formadores Em termos de domnio do assunto, das tcnicas e dos recursos colocados sua disposio. Pretendese assim: Verificar os conhecimentos que detm sobre os contedos ministrados; Aferir a sua competncia pedaggica; Avaliar a utilizao dos mtodos e das tcnicas pedaggicos a que recorrem.
3. O Programa Em termos do seu contedo, analisando os seguintes aspectos, de acordo com o pblico-alvo a que se destinou a formao: Os objectivos da formao; Os contedos programticos; A pertinncia dos contedos programticos.
4. A Entidade Formadora Em termos de resoluo aos problemas surgidos. Pode avaliar-se: Capacidade de resposta s dificuldades surgidas; Qualidade do servio prestado.
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5. Os Resultados Em termos amplos dos resultados obtidos: Os resultados esperados; Os resultados inesperados.
6. O Sistema de Avaliao Em termos de adequao do tipo de avaliao ao contexto em questo. Analisa-se a adequao de: O tipo de avaliao; As tcnicas de avaliao; Os instrumentos de avaliao.
Para que se possa proceder a uma avaliao dos objectos antes descritos, h que seguir determinados processos. Ou seja, existem determinadas tcnicas de avaliao, para as quais necessrio construir instrumentos adequados considerando os que se apresentam mais vantajosos.
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Avaliao da REACO Nvel 1
A avaliao de Reaco corresponde ao nvel 1 de Kirkpatrick, e visa dar resposta questo:
Os formandos gostaram do curso?
A avaliao de reaco visa recolher as reaces, as opinies dos formandos sobre os mais determinados aspectos: Formador, contedos, objectivos, recursos, mtodos utilizados etc. Permite avaliar o grau de satisfao dos formandos face formao, se as suas necessidades e expectativas foram correspondidas, e tambm averiguar a qualidade da formao. Esta permite ainda detectar potenciais disfuncionalidades no sistema de formao, que possam ser corrigidos, e regular as prticas formativas, tendo em conta as necessidades do pblico-alvo.
Neste tipo de avaliao importa considerar diferentes tipos de reaco: As reaces afectivas, de satisfao As reaces instrumentais, de utilidade As reaces de dificuldade, da aprendizagem
Para alm disso, esta avaliao tambm poder ser realizada em diferentes momentos: No inicio da formao fazendo um primeiro diagnstico quer dos capacidades dos formandos, quer dos seus interesses, necessidades e expectativas, que poder ser depois comparado com uma avaliao que se possa fazer no final; No decurso da formao podendo ser feita uma avaliao de satisfao aos formandos e formador por exemplo no final de cada mdulo/tema do curso; No final da formao Para aferir o grau de satisfao dos formandos e formadores quanto ao modo como foi realizado o curso, nos seus diferentes domnios.
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Para obter este tipo de dados, utilizam-se as mais diversas tcnicas: Inquritos por questionrio sobre o grau de satisfao; Realizao de focus group; Inqurito por entrevista; Registo de comentrios em fruns de discusso Realizao de observaes de comportamentos dos participantes.
Quanto s dimenses de anlise destes questionrios de satisfao, podemos avaliar: Expectativas iniciais; Objectivos de aprendizagem; Desempenho do formador; Contedos programticos; Estratgias pedaggicas; Suportes de apoio utilizados na formao; Documentao de apoio formao; Apoio logstico Espaos/instalaes.
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Avaliao das APRENDIZAGENS Nvel 2
Vamos ento ver de que forma podemos fazer a avaliao das aprendizagens dos formandos. A avaliao das aprendizagens efectuadas pelos participantes ao longo da formao corresponde ao nvel 2 do modelo de Kirkpatrick.
De acordo com o momento e o que pretendemos avaliar, assim se devem utilizar as tcnicas de avaliao. Na ptica da formao profissional, a avaliao realizada atravs de trs tcnicas: Observao; Formulao de perguntas; Medio.
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1.
Observao
Esta certamente a tcnica mais utilizada na formao profissional, embora nem sempre a mais fcil de realizar. Consiste numa constante observao aos formandos, ao nvel dos seus comportamentos, reaces, aptides, interesses, eficcia na realizao das tarefas, dificuldades encontradas, erros cometidos etc. Enfim, uma srie de aspectos fundamentais para uma avaliao rigorosa e eficaz. Atravs da observao podemos recolher dados em todos os domnios do saber, como sejam: DOMNIOS DO SABER DADOSConhecimento Compreenso Aplicao dos conhecimentos Capacidade de memorizao Capacidade de anlise Capacidade de sntese Capacidade criativa Outros Capacidade motora Habilidade manual Destreza fsica
Cognitivo (saber-saber)
Psicomotor (saber-fazer)
Rapidez de execuo Resistncia fadiga Outros Motivao Interesse Iniciativa
Afectivo (saber-ser/estar)
Participao Empenhamento Relacionamento social Organizao Liderana Outros
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Regras para a observao De forma a tirar o mximo proveito da observao, ela deve ser utilizada como tcnica e no como um improviso. Vejamos ento algumas das principais regras a seguir para uma observao eficaz:Inventariar previamente todos os itens que pretendemos observar, de acordo com os objectivos que pretendemos atingir, inscritos em instrumentos de avaliao; Observar discretamente, sem que o formando se aperceba que est a ser observado e avaliado; Criar um clima de descontraco no grupo, permitindo que cada elemento aja livre de constrangimento e inibies; Procurar ter em conta a natureza individual de cada formando, no valorizando os mais participativos, e prejudicando os mais reservados;
Vantagens e Desvantagens da Observao
VantagensPermite colher dados no momento em que esto a acontecer, sendo portanto reais e fidedignos
DesvantagensConstitui uma tarefa exigente para o formador que tem frequentemente que desdobrar-se em mltiplas funes:
pedaggicas, didcticas, psico-pedaggicas e at por vezes de gesto.
Instrumentos Instrumentos que pode utilizar para proceder observao1: Grelhas de Observao; Listas de Ocorrncias; Escalas de Classificao.
1
Adaptado de TIRA-PICOS e J. SAMPAIO (1994), A Avaliao na Formao Profissional Tcnicas e Instrumentos, Lisboa, Edies
IEFP, coleco Formar Pedagogicamente,
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Grelha de observao Nela registam-se os factos com interesse para a avaliao. Utilizam-se para visitas de estudo, sesses tericas, prticas, etc. Cada avaliador concebe a sua prpria grelha. Exemplo:
FICHA DE OBSERVAO Actividade:_________________________________________________________________ Data: _____/_____/_____ Aspectos Observados Comentrios
Lista de ocorrncias Elaboradas previamente, estas indicam os comportamentos que se esperam que venham a ocorrer, com uma sequncia prevista, tornando a observao mais fcil de registar e mais objectiva.
Exemplo:Comportamento FORMANDO A B C XESTEVE ATENTO PARTICIPOU COMPREENDEU APLICOU OS CONHECIMENTOS EXECUTOU A TAREFA RELACIONOU-SE COM O GRUPO
Pode assinalar com um sinal sempre que os comportamentos se evidenciem, ou pode optar por uma escala de valores: 4 - Excelente; 3 - Bom; 2 - Suficiente; 1- Insuficiente
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Escala de classificao Permitem registar e atribuir um determinado grau, numa escala progressiva.
Exemplo: Preparao de uma apresentao O formando demonstrou:
Nenhuma Preparao
Pouca
Regular
Boa
Muito Boa
2.
Formulao de Perguntas
As perguntas ou questes podem ser colocadas aos formandos por duas formas: Oralmente, designada por AVALIAO ORAL; Por escrito, ou AVALIAO ESCRITA.
Em qualquer dos casos, destinam-se a avaliar dados sobretudo cognitivos, e por vezes afectivos.
Avaliao Oral uma forma muito eficaz de avaliao sobretudo quando se trata de avaliar apenas um formando de cada vez. Permite, em tempo real, conhecer com clareza os conhecimentos que o formando possui, e em caso de dvidas h a possibilidade de as esclarecer prontamente.
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Regras para proceder avaliao oralProcurar elaborar previamente a lista de perguntas a fazer aos formandos; Fazer perguntas claras e o mais curtas possvel, utilizando uma linguagem adaptada aos formandos; Reformul-las sempre que necessrio; Quando se tratar de avaliao formativa, dirigir as perguntas para o grupo e no directamente a um formando. S depois de um perodo de reflexo do grupo, se poder dirigir expressamente a um formando; Procurar obter respostas de um maior nmero possvel de formandos e no apenas dos mais participativos.
Vantagens e Desvantagens da Avaliao Oral
VantagensPermite o dilogo directo formador-formando e o treino da expresso oral. Para alm disso, possibilita ainda a avaliao da comunicao no-verbal.
DesvantagensTempo: muito tempo dispendido para avaliar todos os elementos dum grupo, dado que feita individual e separadamente; Dificuldade em aplicar perguntas iguais a todos os formandos, o que origina um tratamento desigual e uma avaliao pouco rigorosa, pois os factores sorte e subjectividade intervm fortemente; Coloca em vantagem os formandos com maior
capacidade de expresso oral e os mais desinibidos.
Avaliao Escrita Consiste em apresentar ao formando documentos escritos, aos quais ele ter de responder tambm por escrito. Permite colher informao sobretudo dos domnios afectivo e cognitivo, revestindo para o primeiro domnio a forma de inqurito (cuja concepo requer o conhecimento de tcnicas especficas) e para o segundo domnio a forma de testes.
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Vantagens e Desvantagens da Avaliao Escrita Vantagens
DesvantagensExige uma concepo cuidada e por conseguinte morosa e d vantagem aos formandos que tm facilidade de interpretao e expresso escrita
Economia de tempo Possibilidade de aplicao simultnea a grandes grupos; Tratamento igual de todos os formandos, com as mesmas perguntas; O formador em posse da resposta, pode estud-la, compar-la, reflectir sobre ela, quer individualmente, quer em colaborao com o(s) formando(s).
Ao nvel da formao profissional, encontramos dois nveis de avaliao escrita: Inquritos Testes
Os inquritos so instrumentos que permitem colocar questes escritas, de forma sistemtica, com o objectivo de colher dados sobretudo do domnio afectivo.
Os testes, numa perspectiva pedaggica, destinam-se a colher dados sobretudo no domnio cognitivo. So geralmente estandardizados e previamente experimentados. Dependendo do modo como so redigidas as perguntas os testes englobam-se em 2 grandes categorias: -
Testes de produo ou resposta aberta que se subdividem em testes de produo curta e testesde produo longa;
-
Testes de seleco ou resposta fechada neste tipo de testes so fornecidos ao formando apergunta e as respostas, devendo ele seleccionar a correcta entre as vrias hipteses apresentadas. Neles se englobam os testes designados verdadeiro/falso ou dupla seleco, de completar ou de preenchimento, de emparelhamento ou correspondncia e, finalmente os testes de escolha mltipla, tambm chamados teste americano.
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Instrumentos para Avaliao escrita
Os instrumentos utilizados para a avaliao escrita so os seguintes:
RESPOSTA FECHADA OU DE SELECO: Questes Verdadeiro/Falso Questes de completar Emparelhamento Questes de escolha mltipla
Vejamos com mais pormenor alguns exemplos e as regras para concepo de cada um deles:
Testes de resposta/produo curta
Consiste em apresentar as questes ao formando pedindo-lhe que fornea as respostas de forma sucinta, por exemplo, numa palavra, numa frase, em 3 linhas, etc.
Exemplo: Instrues: Responda s seguintes questes de forma sucinta, no mximo de 2 linhas.
1. Enumere as tcnicas de avaliao utilizadas na formao profissional. 2. Mencione uma vantagem da avaliao pela observao. 3. Refira dois instrumentos de avaliao utilizados na tcnica da observao.
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Eis algumas regras para conceber testes de produo curta:
O texto deve ser claro e o mais curto possvel; Deve indicar a quantidade de respostas que se pretendem, ou a extenso das mesmas;
Testes de resposta/produo longa
Neste tipo de teste apresentam-se as questes ao formando, permitindo que ele responda de forma a dar largas sua imaginao e criatividade. esta caracterstica que lhes confere vantagem sobre outros tipos de testes escritos, sendo os instrumentos ideais para avaliar matrias complexas e processos mentais superiores, como o esprito crtico, a capacidade de julgar, a criatividade, etc.
Exemplo:
Instrues: Responda s seguintes questes, no excedendo duas pginas por resposta.1- Inventarie as principais causas da subjectividade na avaliao e aponte solues para a ultrapassar. 2- Relativamente s diferentes tcnicas de avaliao, refira os seguintes aspectos: 2.1- reas do saber onde podem ser utilizadas. 2.2- Principais vantagens. 2.3- Maiores inconvenientes.
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Eis algumas das regras para conceber testes de produo longa:
a) O texto deve ser o mais claro e curto possvel; b) Limitar o mbito da questo (forma, quantidade, etc.) c) Indicar claramente o que se pretende
d) Sempre que possvel, subdividir a pergunta em fraces coerentes tornando as perguntas menoslongas. (por exemplo, em vez de: Descreva o processo de produo de frio num frigorfico, deve subdividir-se em trs questes de mbito mais restrito: Descreva os fenmenos fsicos que se passam no evaporador do frigorfico, Mencione o papel do tubo capitar na refrigerao, Refira-se funo do compressor e, finalmente, Explique para que serve o condensador.
Questes Verdadeiro/Falso
Consiste em formular afirmaes que o formando dever indicar como verdadeiras ou falsas.
Exemplo: Instrues: Assinale com um X no quadrado correspondente, conforme considere as afirmaes verdadeiras (V) ou falsas (F). V 1. O ano bissexto ocorre de trs em trs anos. 2. O ano comum tem 366 dias. 3. No hemisfrio sul, a estao do ano mais quente o Inverno. 4. Portugal est situado no hemisfrio norte. F
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Vejamos, ento, algumas das regras para concepo deste tipo de testes de seleco:
O texto deve ser: Claro e o mais curto possvel; Ser afirmativo; Conter apenas uma ideia, totalmente falsa ou totalmente verdadeira.
As instrues devem indicar claramente a forma de proceder para que o formando indique a sua opo.
EXERCCIO PROPOSTO Atravs do exemplo que fornecemos, refira qual a regra que no foi cumprida em cada uma das questes:
1. Portugal no o pas mais ocidental do continente Regra no cumprida __________________________ 2. Lisboa tem cerca de 1 milho de habitantes e o Porto cerca de 3 milhes. Regra no cumprida_________________________________ 3. fcil e agradvel ensinar crianas pois tm gosto pela aprendizagem, e tambm fcil devido sua fraca capacidade de concentrao. Regra no cumprida_________________________________
Questes de Completar
Consistem em apresentar ao formando frases incompletas, solicitando-lhe que as complete para que tenham sentido.
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Exemplo 1
Instrues: Complete as afirmaes seguintes escrevendo a palavra adequada nos espaos em
branco:123-
Um jogo de futebol joga-se com _________ jogadores por equipa. Cada jogo tem a durao de ________, dividido em ________ partes. Sempre que necessrio o jogo prolonga-se por mais _________ minutos, perodo esse que se designa por __________.
4-
O campeonato portugus da 1. Diviso de futebol chama-se ________ Liga.
Exemplo 2:
Instrues: Complete as afirmaes seguintes, escrevendo a palavra adequada contida na pilha de
palavras, nos espaos em brancos
1.
Este mdulo destina-se a dar um contributo para a formao _____________ de formadores, permitindo-lhe no futuro diminurem _____________ da avaliao dos seus formandos.
2.
Portugal o pas mais ocidental do continente _____________ e tem_____________ milhes de habitantes.
3. Os testes de completar tambm so conhecidos por testes _____________ ou de _____________
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Vejamos algumas das regras indispensveis elaborao adequada de questes de completar:
O texto deve ser claro e o mais curto possvel; A frase deve ter sentido lgico, apesar dos elementos omitidos (no deve ser um conjunto de palavras sem nexo); Os elementos omitidos devem ser homogneos em extenso, tanto quanto possvel; S se devem omitir elementos importantes (pontos-chave); No se devem fornecer pistas gramaticais, como sejam artigos, a, o, as, os, etc. Os elementos omitidos devem colocar-se no meio ou parte final da frase (nunca omitir a primeira palavra da frase); S deve ser possvel uma nica resposta, para evitar a ambiguidade.
EXERCCIO PROPOSTO Identifique os erros de concepo cometidos no exemplo do teste de completar que a seguir se apresenta:
1. Este _______ destina-se a dar um _____________ para a formao pedaggica de formadores que procuraro _____________ dos seus formandos. 2. _________________ o pas mais ____________ do ______________ e tem 10 milhes de habitantes.
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Emparelhamento
Trata-se de fornecer ao formando dois grupos (srie, colunas) de elementos afins. Pedindo-lhe para os emparelhar, fazer compreender, associar ou ligar entre si, atendendo sua afinidade, razo pela qual so conhecidos por testes de correspondncia, associao, etc. Embora menos frequentes, tambm podem conceber-se trs grupos ou mais de sries afins. Os grupos podem ser constitudos s por frases, por frases e smbolos, ou apenas por smbolos. Este tipo de teste sobretudo utilizado para recolher dados no domnio cognitivo.
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Exemplo 2 (dois grupos a emparelhar, um com smbolos, outro com frases)
Instrues: Na coluna A, monumentos simblicos de determinados nacionalidades. Na coluna B, nome de
pases. Atravs de uma linha faa corresponder o monumento (A) ao pas a que pertence (B).COLUNA A 1. Itlia 1. 2. China COLUNA B
2.
3. Brasil
4. Estados Unidos da Amrica
5. Mxico 3.
6. Egipto
7. Frana
4.
8. Japo
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Regras para concepo dos testes de emparelhamento: 1. As instrues devem ser claras e precisas, indicando expressamente a forma de proceder ao emparelhamento, nomeadamente se a um elemento corresponde um nico elemento ou vrios elementos. 2. Para evitar o acerto ao acaso, uma das listas deve conter mais um ou dois elementos do que a outra, (em regra mais 50% dos elementos), os quais no devero ser correctos. 3. Os elementos a fazer corresponder devem ser afins e homogneos e conter apenas uma ideia, totalmente a optar ou a rejeitar.
Teste de questes de escolha mltipla
Consistem em apresentar uma questo ao formando, fornecendo-lhe ao mesmo tempo vrias respostas, entre as quais ter de seleccionar a(s) correcta(s).
Vejamos a estrutura bsica de um teste de escolha mltipla.
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TRONCO Contm a questo ou enunciado do problema e as instrues de preenchimento do teste, onde se esclarece sobre o que deve ser feito e como. As instrues devem situar-se questo. antes ou depois da
LISTA DE ESCOLHAS Lista que contm a(s) resposta(s) certa(s) e os distractores que so o conjunto das respostas erradas.
Existem diversos tipos de Testes de Escolha Mltipla, nomeadamente de complemento simples e complementos agrupados. Vejamos um exemplo de cada:
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-
Complemento simples
No fundo, trata-se de uma questo para completar, em que so fornecidas ao formando as respostas possveis de entre as quais ter de seleccionar a(s) correcta(s).
Exemplo 1 (apenas uma resposta certa):
Exemplo 2 (apenas uma resposta certa, enunciado na forma negativa):
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- Complementos agrupados Consiste em agrupar as respostas, quando haja mais do que uma resposta correcta ou falsa.
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Neste tipo de testes, tal como em todos os testes de seleco ou resposta fechada, existe a possibilidade de acerto ao acaso, pelo que admissvel que se considerem descontos na pontuao obtida, proporcionais s respostas erradas.
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Vejamos algumas das regras indispensveis elaborao adequada de testes de escolha mltipla:
1. Redigir as questes com clareza e sem palavras desnecessrias. 2. Introduzir no tronco todos os elementos, para que no haja necessidade de os repetir na lista de escolhas. 3. As instrues devem ser claras e objectivas, indicando se h apenas uma resposta certa (ou errada), vrias certas (erradas), forma de assinalar, etc. 4. Os distractores e a resposta certa devero ser homogneos em extenso, lgicos e coerentes. 5. A resposta certa deve aparecer na lista de escolhas numa ordem aleatria, em todas as posies, evitando a tendncia de a colocar sempre no meio. 6. Conceber sempre que possvel, cinco alternativas para reduzir a probabilidade de acerto ao acaso. 7. No caso de estar prevista a possibilidade de desconto em caso de resposta errada, deve estar indicada nas instrues.
Medio
Esta tcnica consiste em medir determinadas performances de execuo do formando. indispensvel para a avaliao de tarefas de execuo prtica.
Assim, destina-se a colher dados no domnio psicomotor, como sejam: tempo de execuo; quantidade de trabalho produzido e respeito pelas mdias pr-determinadas, tolerncias mximas, etc.. Na formao profissional classificam-se habitualmente os trabalhos prticos atravs de notas quantitativas, geralmente na base 20. Contudo, a medio pode ser quantitativa por classificao analtica, ou qualitativa por classificao (ver exemplos seguintes).
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Exemplo de um instrumento de medio quantitativo:FICHA DE AVALIAO Base de Classificao 200/10 Curso: Iniciao ao Word Tarefa/Exerccio N _ Nome: Fernanda Mendes ............................................................................................................ Execuo Pormenores a classificar Bases De Classif. Notas Parciais Obtidas Data Tempo N de Minutos
Posio em relao ao monitor e teclado Durante a Execuo Ligao do computador Abertura da Janela do Word Abertura de um novo documento Utilizao correcta dos comandos Formatao de espaamentos e avanos de pargrafo Depois da Execuo Formatao do tipo de letra Erros ortogrficos Impresso de documentos Organizao de pastas Organizao no posto de trabalho Diversos Segurana e Higiene Relacionamento Gesto profissional Apresentao / Acabamento Notao Total Nota Bruta sobre 20 Se t > T Penalizao Se t < T Bonificao
10 6 6 8 10 15 15 20 10 10 20 10 20 20 20 200
7 6 6 4 4 8 10 8 10 5 20 10 10 10 10 128 Tempo Gasto (t) Tempo Concedido(T) tT=B Tt=P 9 m 10 m
Tempo
Nota Final Observaes: Data Visto do Formador
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Exemplo de um instrumento de medio qualitativo
Legenda da ficha B: B BOM Esquematiza e executa bem, com destreza e fazendo aplicao dos conhecimentos tecnolgicos e das normas de segurana, obedecendo aos padres de acabamento pr-estabelecidos M MDIO Esquematiza e executa bem, aplicando os conhecimentos e as normas, embora cometendo alguns erros que no pem em causa a qualidade do trabalho. I INSUFICIENTE Demonstra dificuldade em determinar o mtodo de execuo. Comete alguns erros em fases importantes do trabalho e carece de um acompanhamento permanente do formador.
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A RETER
RESUMO ESQUEMA DE TCNICAS DE AVALIAO
Avaliao quando ao momento: Diagnstica; Formativa SomativaPode ser realizada atravs de:
Avaliao quando ao Processo: Observao; Formulao de Perguntas Medio Quantitativa Qualitativa
Grelhas de observao Listas de ocorrncias Escalas de Classificao
Avaliao Oral
Perguntas Orais Testes de Produo ou Resposta Aberta Testes de Produo ou Resposta Fechada
Teste de produo curta Teste de produo longa
Resposta sucinta Resposta de desenvolvimento
Avaliao Escrita
Questes de V/F Questes de completar Questes de Emparelhamento Questes de escolha mltipla
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SUBCAPTULO II: AVALIAO DA FORMAO
Avaliao DA Formao
Avaliao dos Efeitos ProduzidosAo falarmos de avaliao da formao, podemos situar-nos nos nveis 3 e 4 da abordagem de Kirkpatrick, ou seja: Nvel 3 Avaliao dos comportamentos dos formandos no contexto real de trabalho Nvel 4 - Avaliao dos resultados da formao na Organizao
Ao proceder-se avaliao dos efeitos produzidos temos, antes de mais, de ter plena conscincia de que na maioria dos casos a formao, por si s, no altera as prticas dos indivduos: esta resulta de todo um percurso de vida sobre o qual a formao, as competncias e os conhecimentos adquiridos pela mesma, podero exercer alguma influncia dando aso produo de certos efeitos. Mas tal no nega a ideia de que A formao s tem utilidade se acrescentar valor quilo que produzido.
Nesta linha, fcil ser deduzir que a avaliao dos efeitos da formao corresponde a uma tarefa bastante difcil, mas muito til para o alcance da verdadeira qualidade da formao. Conhecer os efeitos que a formao tem nos indivduos e nas organizaes uma necessidade. A avaliao da formao permite fornecer informaes sistemticas sobre a execuo, o impacto e a eficcia dessa formao. Com a avaliao dos efeitos produzidos pretende-se responder a questes fundamentais como: Quais os resultados obtidos com a formao? Foram atingidos os efeitos esperados pelo indivduo/organizao quando decidiu participar na formao? Houve retorno do investimento na formao?
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Existem, assim, trs principais eixos de anlise que configuram este tipo de avaliao: 1. Efeitos Pedaggicos 2. As mudanas no Desempenho 3. As Mudanas na Organizao.
1.
Efeitos Pedaggicos (imediatos) Os formandos aprenderam novos conhecimentos na aco de formao? Tm conscincia disso? - Para obter estas informaes pode questionar-se os formandos e os formadores da aco (corresponde ao nvel 2 da avaliao na formao)
2. Mudanas no Desempenho (mudanas na prtica real) Os formandos aplicaram os conhecimentos adquiridos no seu contexto real de trabalho? - Para aceder aos efeitos produzidos pelas aprendizagens, pode: Questionar os formandos Questionar os seus pares/chefias Questionar todos aqueles que desenvolvem actividades ligadas ao formando
3. Mudanas na Organizao (Efeitos na Organizao) Os comportamentos dos formandos mudaram mesmo? E a empresa/organizao tambm mudou?
Mas ento quais so os critrios e os indicadores objectivveis (ou objectivos) que podero ser utilizados na avaliao dos efeitos da formao?
A seleco dos indicadores a medir vai depender dos resultados esperados ou das expectativas dos indivduos/organizaes face formao. No entanto, deixamos uma proposta de uma srie de indicadores (e respectivas variveis) que podero servir de guia para avaliar a formao.
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Para que possamos levar prtica esta avaliao, devemos utilizar e cruzar vrias tcnicas e instrumentos por forma a obter resultados fidedignos. Quanto ao perodo temporal/momento em que se pode proceder avaliao do impacto, no que se refere ao desenvolvimento individual, esta nunca dever ser realizada antes de trs a seis meses aps a concluso da formao, permitindo assim aos ex-formandos aplicar e testar as novas tcnicas e competncias adquiridas em sala no contexto de trabalho. Quanto avaliao do impacto na organizao, ser conveniente que esta se realize num perodo superior a um ano (aps a concluso da formao).
Indicadores a Medir importante ter em conta que os indicadores que apresentamos se tratam de itens de carcter geral, os quais devero ser adoptados/substitudos de acordo com os objectivos e reas abrangidas pela formao. Assim, fica a proposta dos indicadores de eficcia relativos a dois principais eixos de anlise: Comportamento e desempenho dos formandos no seu local e posto de trabalho; Efeitos sobre o contexto scio-organizacional a que os formandos pertencem.
Comportamento e desempenho dos formandos no seu local de trabalhoA) OBJECTIVOS DA MEDIO
Avaliar: Quanto do que foi transmitido foi transformado em mudanas de comportamentos e atitudes no trabalho; At que ponto j foram resolvidos os problemas e as necessidades que conduziram frequncia do programa; Se existem indcios de melhoria: o o o o o Da produtividade; Da eficincia/adaptao face a novos mtodos, tcnicas ou tecnologias; Da comunicao; Da integrao scio-profissional; Da satisfao no trabalho.
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B) INDICADORES A MEDIR
Elementos obtidos atravs da avaliao de desempenho e respeitantes a: Ritmos de trabalho; Hipteses de promoo profissional; Organizao no trabalho; Capacidades de adaptao; Interesse pelo trabalho; Iniciativa; Conhecimentos do trabalho; Autoridade e sentido de responsabilidade; Relaes de trabalho; Funo de superviso/chefia (se o formando exerce essas funes).
Melhoria do desempenho e integrao profissional, em termos de: Melhoria da produtividade: o o o o Tempos improdutivos; Movimentos inteis; Produo real/estimada; Nveis de rendimento;
Melhoria do nvel de qualidade; Diminuio da rotao e do absentismo: o Proporo de ausncia/presena.
Efeitos sobre o Contexto Scio-Organizacional a que os Formandos PertencemA) OBJECTIVOS DA MEDIO
Obter indcios de que a formao contribuiu com uma parcela significativa no xito organizacional. Isto , avaliar se foram alcanadas as expectativas do indivduo/organizao quando participou na formao, ao nvel de: Melhoria da produtividade e qualidade; Melhoria nas comunicaes; Melhoria no nvel de motivao/satisfao dos indivduos; Melhoria do nvel de qualificao e aumento do stock de conhecimentos necessrios evoluo empresarial.
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B) INDICADORES A MEDIR
ndice de produtividade; ndice de qualidade; ndice de satisfao; ndice de promoo.
Agora que j vimos alguns dos critrios e dos indicadores que podero ser utilizados para proceder a uma avaliao dos efeitos da formao, resta-nos debruar sobre as tcnicas de recolha de informao a que se podem recorrer para aceder panplia de dados a analisar.
Tcnicas e Instrumentos da Avaliao do Impacto1. Observao Directa e Medio do Desempenho no Trabalho; 2. Autoavaliao dos participantes e Avaliao pela chefia; 3. Inqurito por Entrevista ou Questionrio; 4. Anlise Documental.
Observao Directa e Medio do Desempenho no TrabalhoSo duas as tcnicas operacionais que funcionam como tcnicas de recolha de informao, podendo ser utilizadas na deteco dos efeitos da formao nos formandos, no local de trabalho:
Observao Directa Consiste em examinar in loco o desempenho profissional dos formandos, detectando-se modificaes nesse desempenho (pode mesmo utilizar-se a mesma grelha de observao que foi usada para o diagnstico de necessidades de formao); Medio do Desempenho Refere-se exactamente medio do nvel de qualidade/quantidade do desempenho de um trabalhador (nomeadamente atravs de estudo de tempos de trabalho, anlise de incidentes crticos ou de falhas, etc.).
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Estas tcnicas exigem bastante em termos de disponibilidade de tempo, e necessitam para uma aplicao correcta, de profissionais experientes nessas reas (nomeadamente no estudo de tempos e mtodos, ou na anlise dos incidentes que tm lugar no desempenho do trabalho).
Autoavaliao dos Participantes e Avaliao pela ChefiaSo as tcnicas de recolha de informao de mais fcil aplicao, consistindo na aplicao de um questionrio de autoavaliao aos formandos e de um outro de avaliao de desempenho dos mesmos s suas chefias directas. Tentar-se- detectar, atravs da utilizao dos questionrios: Alteraes no nvel de motivao/satisfao; Melhoria do desempenho profissional; Melhoria dos canais de comunicao; Adequao da formao s funes; Interesse na continuidade do programa; Valor global do programa.
Inqurito por EntrevistasEsta uma tcnica possvel de ser aplicada na recolha de informao para medio do impacto no contexto scio-organizacional: Entrevista Atravs de uma entrevista com as chefias de vrios nveis, incluindo gestores de topo, tentarse- avaliar o impacto mais global da formao ao nvel, nomeadamente, de aumentos de produtividade, nveis de vendas, qualidade e nveis de satisfao no trabalho.
Anlise DocumentalPoder ser efectuada sobre documentos da empresa que apresentem informao sistematizada sobre os indicadores seleccionados (podero ser os mesmos usados para o diagnstico de necessidades de formao: ndice de reclamaes, nveis de vendas, relatrios de avaliao de desempenho, relatrios da Gesto Comercial, etc.).
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SUBCAPTULO III: SUBJECTIVIDADE DA AVALIAO
A Subjectividade da Avaliao
Das funes a desempenhar pelo formador a avaliao , sem dvida, uma das mais complexas, pela subjectividade que est implcita no acto de avaliar os outros. No entanto, preciso no ignorar que a eficcia de toda a aco est subordinada ao controlo do modo como se desenvolve e avaliao dos seus resultados.
Iremos abordar algumas das principais causas da subjectividade presentes no momento da avaliao: A informao prvia; O efeito de halo O efeito da estereotipia; Ausncia de critrios comuns; A classificao das provas umas em relao s outras; O efeito da ordem de correco; A infidelidade do mesmo avaliador.
Informao Prvia Geralmente o conhecimento da informao prvia tende a influenciar o avaliador, podendo influenciar o juzo, ideia e opinio, e deste modo criar um preconceito tendo repercusses sobre a classificao do formando. Ex. O formador recebe informaes sobre um formando antes de iniciar a sesso. Essa informao prvia condicionar a relao estabelecida entre formador e formando, bem como a forma como este ser avaliado.
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Efeito de Halo Diz respeito impresso produzida por uma pessoa ao ser avaliada ao nvel da sua aparncia fsica externa (agradvel/desagradvel) que pode condicionar a avaliao no sentido da impresso produzida. Ex. Um Formando de aparncia fsica atraente tende a ser percebido como simptico, inteligente, empreendedor; enquanto um formando de aparncia fsica sem atractivos tende a ser percebido como antiptico, de raciocnio lento e preguioso.
Grfico Atraco fsica e efeito de halo A figura mostra avaliaes de ensaios, escritos por uma mulher cuja fotografia vinha anexa e que podia ser atraente ou relativamente pouco atraente. (Dados de Landy e Sigall, 1974, in Gleitman, 1991)
Efeito de Estereotipia Tem a ver com a imutabilidade de quem avalia. Refere-se aos enviusamentos que podem ser introduzidos na avaliao, produzidos por ideias e/ou juzos de valor sobre os indivduos sujeitos avaliao.
A formao de esteretipos um processo normal e inconsciente. Todos ns tendemos a imaginar uma bibliotecria como uma senhora de alguns anos, de cabelo apanhado e de culos no nariz, enquanto um segurana de discoteca imaginamos como sendo jovem, musculado e pouco dado inteligncia. Estas estereotipias podem afectar as nossas expectativas e o modo como comunicamos com as pessoas. Ex. Um formador que, por ter um formando com piercing, o avalia de modo menos abonatrio, com base no seu estereotipo.
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Ausncia de Critrios Comuns A maior parte dos enviusamentos e da subjectividade presente na avaliao tem como causa a ausncia de critrios comuns aos diferentes avaliadores. Com objectivos definidos operacionalmente e partilhados pelos diferentes avaliadores, evita-se a utilizao de um critrio pessoal, necessariamente diferente dos outros avaliadores.
Classificao das Provas umas em Relao s Outras Refere-se classificao de cada prova de um modo geral, mas tendo sempre por referncia o valor mdio das outras provas que servem de padro para a comparao e para a atribuio de notas. Resulta em distores (acrscimos ou decrscimos) na avaliao conforme as alteraes que se verificam nos grupos de provas que servem de comparao. Ex. Um formador com 10 provas para corrigir. Acontece que as 5 primeiras estavam excelentes e a sexta estava boa. A mdia na altura de corrigir a sexta prova era altssima o que leva a que a avaliao da sexta seja abaixo do resultado que ela realmente tem.
Efeito da Ordem de Correco Compreende dois tipos de efeitos:
- Efeito de contraste: suceder na ordem de correco de uma prova brilhante revela-se em princpiodesfavorvel, uma vez que o avaliador est de certa forma influenciado pelas caractersticas da prova anterior. Pelo contrrio, suceder a uma prova mais fraca, pode ser vantajoso pela atribuio de valor mais alto.
- Efeito de ncora: um conjunto de provas podem ser sobrestimadas ou subestimadas pela proximidade deuma (ou vrias) prova(s) considerada(s) boa(s), ou pelo contrrio, fraca(s). A estas provas atribui-se a designao de ncora(s) uma vez que servem de ponto de referncia para avaliaes subsequentes.
Infidelidade do mesmo Avaliador Resulta da discordncia ou infidelidade do mesmo avaliador na atribuio de notas s mesmas provas, mas em momentos diferentes. A razo principal a ausncia de critrios rigorosos na correco da prova, ou ainda, alteraes de comportamento do avaliador, estado fsico, mental, etc. Ex. Corrigir uma prova aps uma discusso com o patro ou aps um jogo de futebol em que a nossa equipa venceu, so dois momentos que podem gerar que uma mesma prova tenha duas notas distintas. Quanto maior for o intervalo de tempo entre a correco, maior o grau de discordncia introduzida na classificao atribuda.
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Sntese ConclusivaAo longo deste captulo, abordmos a avaliao pedaggica atravs dos seus 4 nveis de aplicao e dos seus diferentes momentos de operacionalizao. Atravs dos nveis 1 e 2 do modelo de KirkPatrick, pode ser feita uma avaliao NA formao, ou seja, pode ser medida a reaco e o grau de satisfao dos formandos face formao (nvel 1), e avaliao das aprendizagens efectuadas ao longo da formao (nvel 2). A avaliao na formao pode ser feita em diferentes momentos e mediante diversos processos. A Avaliao Pedaggica quanto ao momento divide-se em: Avaliao diagnstica; Avaliao formativa; Avaliao somativa. Quanto ao processo a Avaliao Pedaggica divide-se em: Observao; Formulao de questes; Medio. Dentro de cada processo existem alguns instrumentos. Como so o caso:Processo de Avaliao
FORMULAO DE QUESTES OBSERVAO Oral Escrita
MEDIO
Instrumentos
Quantitativa
Qualitativa
Grelhas Listas de Ocorrncias Escalas de
Formulao de questes orais
Testes de resposta ou produo curta Testes de resposta ou produo longa Questes de escolha mltipla Questes de Verdadeiro ou Falso Questes de completar Questes de emparelhar
Classificao analtica
Classificao sinttica
classificao
Atravs dos nveis 3 e 4 do Modelo de KirkPatrick, pode ser feita a Avaliao DA formao, que visa medir o impacto do comportamento dos formandos no seu contexto de trabalho (nvel 3), e o impacto da formao nos resultados da Organizao. Para tal, necessrio considerar no s os vrios indicadores a medir, mas tambm as vrias tcnicas/instrumentos a utilizar para proceder a essa avaliao.
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Por fim, no se esquea de que qualquer processo de avaliao no pacfico, podendo sofrer diversos efeitos de subjectividade, tais como: A informao prvia; O efeito de halo; O efeito da estereotipia; A classificao das provas umas em relao s outras A ordem de correco; A infidelidade do mesmo avaliador; Ausncia de critrios comuns. A avaliao procura analisar at que ponto a formao atingiu os objectivos pretendidos. Mas se no se sabe o que que se pretende com a formao, no possvel medir se se atingiu o que quer que seja. Para avaliar , pois preciso, ter definido o ponto a que se quer chegar.
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Captulo III Plano de Sesso
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Objectivos do Captulo
Pretende-se que, no final deste captulo seja capaz de: Planificar sesses de ensino-aprendizagem; Identificar os princpios orientadores para a concepo e elaborao de planos de unidades de formao; Elaborar um plano de sesso na sua rea de actividade; Preparar recursos pedaggicos-didcticos de suporte sesso de formao.
Contedos programticos
Linhas orientadoras da planificao de uma sesso de formao;Planeamento da sesso; Preparao da sesso; Preparao do grupo; Desenvolvimento da sessoComo se actua numa sesso bem dirigida O papel e as tcnicas do Animador.
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Introduo
Nos captulos anteriores vimos o modo como se podem definir objectivos pedaggicos e o modo como se pode avaliar o cumprimento dos mesmos. Ao longo do actual captulo iremos abordar o modo como pode planear e esquematizar todas as fases da sua formao, mediante a elaborao do Plano de Sesso. O plano de sesso um suporte de que o formador se serve para organizar e desenvolver a sesso de formao. A elaborao do Plano de Sesso importante porque:
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Linhas Orientadoras da Planificao de uma Sesso de Formao
A criatividade e a inspirao so factores imprescindveis para os profissionais da formao, embora o rigor no o seja menos, pelo que uns e outros no podem deixar de ser considerados. Quando se organiza uma sesso de formao importante ter em conta cinco fases:
PLANEAMENTO DA SESSONa fase do planeamento dever haver a preocupao de considerar os aspectos logsticos, ou seja: a sala, ou local, onde vai decorrer a formao, cadeiras, mesas, quadro, flipchart, retroprojector, projector de vdeo, televiso, vdeo, etc. Do mesmo modo, devem tambm ser considerados os aspectos humanos, isto , a populao alvo a que se destina a formao, de forma a adequar, na fase de preparao da sesso, os contedos, a linguagem a ser utilizada e os pr-requisitos. Pr-requisito o conhecimento requerido pela nova aprendizagem que se vai realizar. Ele diferente da aprendizagem anterior, porque o participante pode ter adquirido muitas aprendizagens, mas s algumas so pr-requisitos. Exemplificando: No momento em que escrevo estou a observar uma janela de alumnio. Vamos imaginar que se quer ensinar a fazer uma dessas janelas. Para isso necessrio que, partida, o participante saiba fazer medies, utilizar instrumentos de corte e soldar. Pode deter outros conhecimentos relacionados com a actividade que vai aprender, at ser desejvel que os tenha, no entanto eles no so pr-requisitos.
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PREPARAO DA SESSONa preparao da sesso, altura de se elaborar o plano de sesso e nele devero estar definidos: objectivos a atingir; destinatrios (populao-alvo); durao da sesso; ordem e a estruturao dos assuntos; mtodos e as tcnicas a desenvolver; meios didcticos que vo ser utilizados; aspectos a ressaltar; sistema de avaliao a aplicar.
(Veja em anexo, um Exemplo de Esquema de Plano de Sesso).
Uma boa preparao da sesso d-nos segurana e permite dominar o receio, maior concentrao sobre o modo como se vai falar, impressionar favoravelmente os grupos, sentir maior prazer em fazer a exposio, convencer e fazer agir. A base de toda a preparao consiste na reflexo. Ela permite reunir os factos e as ideias, depois s filtr-los e orden-los tendo sempre presente o que se pretende transmitir, de modo a fazer convergir os argumentos para o objectivo a atingir. Deve ter-se presente que as questes iniciais devero levar os grupos a reflectir antes de fazerem um julgamento das afirmaes do formador. Assim, este ter sua frente pessoas que reflectem e no pessoas que julgam. Na preparao, dever: Decidir o que vai constar na exposio; Recolher o mximo de elementos que for possvel; Elaborar uma sntese das ideias e reter s as mais importantes.
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PREPARAO DO GRUPONa preparao do grupo dever ter em ateno o modo como o vai interessar para o tema que ir ser tratado. A preparao do grupo deve iniciar-se logo na abertura da sesso. No caso de se tratar de pessoas que no se conhecem, deve proceder primeiro sua apresentao e fomentar a apresentao de cada um dos formandos. tambm o momento de dar conhecimento ao grupo do que vai ser a formao, devendo ainda fazer com que cada participante fale da sua experincia sobre o assunto e o motivo do seu interesse. O formador define ento os objectivos da formao, clarifica o seu papel e o modo como pretende conduzir a sesso. Apresenta a seguir o tema que vai abordar, pe disposio do grupo (por exemplo por meios audiovisuais) a informao que preparou e resume o objectivo da formao. Esta introduo deve ser curta. Deve procurar uma adaptao aos participantes, ter o cuidado de tratar uma fase importante de cada vez, fazer descobrir, salientar os pontos-chave, evitar o uso de expresses como: aula, professor, aluno ou outras, que faam lembrar um retorno escola. Dever estimular o trabalho do grupo e evitar o isolamento de um participante, colocando-lhe perguntas a que ele possa responder. Evitar que um indivduo seja o centro da discusso. Para isso, pode fazer-se directamente perguntas aos outros participantes ou fazer-lhe uma pergunta muito precisa que o obrigue a responder sem divagaes. Alm disso, dever ainda ser capaz de ultrapassar os vrios momentos difceis.
DESENVOLVIMENTO DA SESSONo desenvolvimento da sesso o formador dever preocupar-se com o modo como expe a matria e por isso ele no pode descurar: o tom de voz, os gestos, as atitudes corporais, a expresso do rosto, a citao dos nomes dos participantes, as imagens, os exemplos, o sentido de humor e o uso de analogias. Dever ainda ter em ateno o modo como faz participar o grupo e o modo como utiliza os suportes audiovisuais para explicar, mostrar e ilustrar.
Na conduo da discusso do grupo deve ter presente que a utilizao de mtodos activos no o dilogo com um participante, pelo que dever dar particular ateno ao modo como dirige, anima e desenvolve a discusso. Isso implica aproveitar as diferentes opinies dos participantes, mas sem perder de vista os objectivos fixados, pois caso contrrio a formao pode no passar de uma troca anrquica de palavras sem qualquer interesse.
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Ter presente que toda a exposio tem: Comeo Desenvolvimento Fim
Considerar o A B C de uma boa exposio:
Ajustada
Breve
Clara
Nesta fase o animador o responsvel:
A partir do momento em que se comea a desenvolver a sesso, h necessidade de pr o plano discusso do grupo e, eventualmente, proceder a alteraes.
H quatro grandes fases que podem ser assim esquematizadas: Confronto de opinies O papel do animador consiste em obter a opinio de cada membro e de procurar a sua confrontao sem temer as divergncias que, no caso de as haver, dever realar. Elaborao em comum do plano de trabalho a fase da obteno do acordo. Para isso deve fazer a sntese das propostas e passar o plano a escrito, se pretender reformular o seu plano. Pode utilizar o quadro. Discusso dos pontos do plano Cada ponto deve ser objecto de uma sntese parcial, visvel. Sntese final Esta sntese deve receber o acordo do grupo.
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COMO SE ACTUA NUMA SESSO BEM DIRIGIDAA sesso bem dirigida baseia-se na participao activa dos seus membros e no numa exibio pessoal. O animador, para alm de ser um especialista nos assuntos a debater, dever tambm ser uma pessoa hbil, capaz de dirigir com acerto. Se for capaz de actuar com imparcialidade numa sesso onde estejam pessoas com diferentes opinies e a conseguir manter em termos cordiais sem perder de vista o assunto e atingir os objectivos previstos, ser, sem dvida, um bom dinamizador. Embora deva evitar que a sesso se converta num mar de queixas e de ressentimentos, deve contribuir para que a situao permita inteira liberdade de discusso, tendo sempre presente o respeito pelos elementos do grupo e o cumprimento dos objectivos. Durante a sesso, o formador deve procurar: Reunir os factos; Seleccion-los e valoriz-los; Obter a compreenso do grupo; Estabelecer um plano e p-lo em execuo antes que tenha de fazer reestruturaes no decorrer da formao; Dever assumir diversos papis: Organizar, orientar, dirigir, informar, interpretar, reformular, animar, estimular, referir, julgar, moderar e conciliar sempre que necessrio. Deve faz-lo sem que os participantes o sintam, o que implica ser: Uma pessoa que pensa com clareza e de forma rpida Capaz de se exprimir com facilidade Imparcial Analtico No influencivel Uma pessoa com sentido de humor Possuidor de auto-domnio Paciente e com tacto para tratar as pessoas
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O PAPEL E AS TCNICAS DO ANIMADORA primeira preocupao do animador consiste na:
Reformulao das opinies individuais, facto que facilita a expresso, d importncia a quem as emitee obriga os outros a ouvir as ideias emitidas e a estimular as interaces.
Sntese, que de importncia fundamental e executa-se em todos os nveis: reformulao e sntese deuma interveno que seja mais longa, ou a sntese de duas ou mais opinies: Sntese por fase Sntese parcial em cada ponto do plano Sntese final
Alm disso o animador tem que ter em conta um conjunto de procedimentos:
A pergunta teste Usada para definir uma palavra ou um conceito que os participantes utilizam com conotaes diferentes. Tambm usada para definir uma palavra desconhecida que um participante empregou. Apelo directo participao Utilizado para fazer falar um participante que durante muito tempo permanea silencioso, ou um participante que por mmica manifeste o seu desejo de intervir. A pergunta eco
Pergunta feita por um participante ao animador e devolvida sob a mesma forma, pedindo-lhe que d a sua prpria resposta. A pergunta revezamento Repete a pergunta feita mas a um outro participante. A pergunta espelho Repete a pergunta feita, mas ao conjunto do grupo. O relanamento Repetio de uma pergunta feita anteriormente e a que o grupo no respondeu. Se o animador conseguir assumir o papel mais de mediador do que de participante na formao, pode empregar as perguntas dos mais diversos modos.
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Porm, muitas vezes podero aparecer situaes que requerem a sua orientao, e se ela se converte em domnio ou imposio, acaba por ter um efeito prejudicial.
Em vez de uma afirmao directa, pode muitas vezes obter o mesmo resultado por via indirecta, expondo as suas ideias sob a forma de perguntas, tornando assim mais agradvel a sua aco.
CONCLUSO DA SESSOA concluso da sesso um momento de extrema importncia. Uma boa concluso fundamental. Por isso, ela deve prender a ateno pelo que lhe devem ser dispensados cuidados especiais. Uma sesso para resultar eficazmente necessita de um bom final. No de bom-tom chegar ao fim da interveno e dizer simplesmente terminei. Ao fazer a concluso, o formador deve ter a habilidade para fazer com que tudo o que a precede se mova razoavelmente para que os participantes fiquem