Manual Tecnico Projeto Cacua 09.2013 Final

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manual tecnico para a implantação de cacau

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  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 2

    Manual tcnico para manejo do cacau em reas deagricultura familiar

    1 EdioCARE Brasil 2013

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    REALIZAO:CARE Brasil Programa Bahia

    COLABORADORES PROGRAMA BAHIA:Alex CoutinhoBruna VianaEduardo Matos Andrade Glria Lcia Teixeira de CastroJamile Pereira CunhaJoo MartinsLuana de Souza CunhaLudovico Gouveia de Andrade NetoMarco Aurlio RodriguesMarinalva Santos Rones Flasgordes SouzaTatiane Botelho da Cruz

    APOIO:Associao Nova Vida dos Assentados do Proje-to Rochedo PA RochedoAssociao Comunitria Jabuticaba PA Terra de Santa Cruz

    PRODUTORES: Arlindo Izaias Nascimento PA RochedoEliseu Silva dos Santos PA RochedoJaquisson de Jesus Silva PA RochedoJuscelino Barros Bispo PA RochedoEmlio Augustino dos Santos PA RochedoMrcio Jesus dos Santos PA RochedoAdemir Ramos dos Santos PA Terra de Santa CruzMarilene Dias dos Santos PA Terra de Santa CruzDerisvaldo da Silva Ramos PA Terra de Santa CruzAntnio Carlos Silva de Souza PA Terra de Santa CruzHlia Santos de Santana PA Terra de Santa CruzJoel de Jesus Silva PA Terra de Santa Cruz

    REDAOGisele Vilela Consultora

    CORREO ORTOGRFICASiomara Castro Nery

    REVISO DO TEXTO E DIAGRAMAOM21 - Comunicao | Marketing | Eventos

    IMAGENSArquivos CARE Brasil

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    CONSELHO DELIBERATIVOPresidenteRosa Maria Tavares de Andrade

    MembrosCli VillarFrancisco Marcos DiasHerbert SteinbergJaime Eduardo BungeJos VicentePeter BuijsRachel de OliveiraVania Velloso EQUIPE EXECUTIVADiretora ExecutivaRenata Pereira

    Administrao e FinanaMarcos ImperialEdmilson ArajoMaria de Lourdes dos SantosMessias Pereira de Moraes

    Mobilizao de Recursos e ComunicaoErika SaezAline TurinMartina Rinaldi

    ProgramasJos Cludio BarrosTatiana BertolucciEmlio JardimGuilherme Silva

    A CARE Brasil uma ONG brasileira, com ttu-lo de OSCIP (Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico); que iniciou suas opera-es em 2001 com a misso de combater a pobreza enfrentando suas causas estruturais em regies rurais e urbanas de baixo ndice de Desenvolvimento Humano (IDH). Trabalha como agente catalisador na promoo do de-senvolvimento local e sustentvel de comu-nidades, bairros, cidades e regies por meio de aes articuladas de incluso social, forta-lecimento da economia local, preservao do meio ambiente, inovao na gesto pblica e mobilizao social. A CARE privilegia o inves-timento em mulheres e jovens, pela capaci-dade que estes grupos tm de romper com o ciclo intergeracional da pobreza.

    O contedo desta publicao de exclusiva responsabilidade de seus autores, no de-vendo ser tomado como expresso dos pon-tos de vista de seus apoiadores nanceiros.

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    Brasil, CAREManual tcnico para manejo do cacau em reas de agricultura familiar/CARE Brasil. Ilhus: 2013.92 p.ISBN 978-85-65590-05-11. Cacau Cabruca 2. Manejo do cacau 3. Boas prticas de cultivo do cacau 4. Desbrota e poda 5. Coroamento 6. Clonagem e Enxertia 7. Roagem e controle de plantas invasoras I. Ttulo

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    Agradecimentos

    Agradecemos aos agricultores familiares que se dispuseram a

    participar do projeto, equipe da CARE Brasil, em especial a do

    Programa Bahia, pelo apoio e fundamentais contribuies para

    que essa publicao pudesse ser realizada. E tambm aos nos-

    sos nanciadores, Cargill, Cogan Family Foundation, Kraft Foods,

    Weyerhaeuser que fez possvel a execuo do Projeto Cau e a

    publicao desse Manual.

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    ndice

    01.02.03.04.05.06.07.08.09.

    IntroduoManejo da sombraPlanejamento coletivo para o uso de insumosCorreo do solo: Calagem e GessagemDesbrota e PodaCoroamento e AdubaoAdensamento de plantioClonagem e EnxertiaRoagem e controle de plantas espontneasAnexos

    11243032374350535760

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    O Projeto Cau nasceu a partir de um trabalho de assistncia tcnica em reas de agricultura familiar e assen-tamentos da reforma agrria com o objetivo de aumentar a produtividade de cacau, bem como promover a insero quali cada desses agricultores na cadeia de valor do cacau no sul da Bahia. Ele se desenvolveu como projeto piloto em dois assentamentos rurais, o Projeto de Assentamento (P.A.) Rochedo no municpio de Ilhus e o P.A. Terra de Santa Cruz no municpio de Santa Luzia. O grupo de tcnicos da CARE adaptou realidade do agricultor familiar as tcnicas desenvolvidas pela UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), de manejo Edvaldo Sampaio/Unicamp, CEPLAC e saberes dos parceiros das reas demonstrativas do projeto. Em dois anos de aplicao e abrangendo 12 unidades demonstrativas, a metodologia foi capaz de aumentar a produtivida-de mdia em 40%. O nvel de infestao de Vassoura-de-Bruxa nessas referidas reas caiu de 3 para 2, com tendncia a chegar ao nvel 1.

    O Projeto Cau atua em 04 eixos: I) Interveno em polticas pblicas e melhoria da comunicao e articula-o dos parceiros atravs da cadeia produtiva do cacau mediante um frum permanente de discusso deno-minado Dilogo do Cacau; II) Desenvolvimento de pesquisa para melhoramento da produtividade de cacau adaptadas realidade da agricultura familiar e reas de assentamento da reforma agrria; III) Fortalecimento da cultura empreendedora e da gesto de negcios pelos agricultores familiares e assentados da reforma agrria e iv Agente catalizador dos programas de crdito e microcrdito para a agricultura familiar com a implantao de um banco comunitrio localizado no municpio de Uruuca.

    Os fatores de sucesso da metodologia Cau esto presentes em uma sequncia de prticas agrcolas, adap-tadas realidade da produo em reas de assentamentos da reforma agrria e reas de agricultura familiar tradicional, que so executadas em pocas determinadas e que assim, gradativamente, quebram o ciclo de infestao e proliferao da doena Vassoura-de-Bruxa, minimizando o seu impacto na produo de cacau.Alm da execuo dessas prticas, foi fundamental para o sucesso, o envolvimento dos agricultores em todas as etapas de planejamento antes da execuo das atividades. A cada nova etapa, os produtores avaliavam, juntamente com os tcnicos o andamento do projeto e ajustavam as atividades de acordo com a realidade de cada um. Isto resultou em um acrscimo da capacidade de gesto e da autonomia dos agricultores envolvidos.

    Este material foi criado para servir como apoio na replicao da metodologia por tcnicos de assistncia tcni-ca rural a grupos de agricultores familiares.

    Para entender o Projeto Cau

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    Cau a expresso regional para um cesto grande e oblongo, feito de cip, vime, bambu, sisal, coco, paty, ouricuri ou canio. O cesto possui alas laterais que facilitam o transporte dos mantimentos, seja por animais de carga ou pelo prprio homem, podendo ser carregado nas costas, preso aos ombros ou testa.

    Na regio cacaueira do sul da Bahia, o cau est intimamente ligado rotina do produtor, que geralmente usa o cesto atrelado aos animais de carga, pois estes conseguem circular facilmente entre as linhas da cultura. Alm do cacau e insumos, so transportados os produtos da diversi cao da agricultura familiar e de cultivos da cabruca, como pequenos animais, hortalias, mandioca, banana, jaca, caj, laranja, tangerina, limo, aa, pupunha, dentre outros, consumidos na propriedade e seu excedente comercializados nas feiras livres prxi-mas in natura ou bene ciados.

    Fonte: Disponvel em, http://2.bp.bl ogspot.com/-AcCt0LfR2PA/Ts1MfO-XrKmI/AAAAAAAAALo/9gEwCjovchw/s1600/digitalizar0011.jpg

    O que Cau?

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    Cabrucar signi ca fazer buracos, ralear a mata, cortando arbustos e algumas rvores para plantar o cacaueiro, onde o cacau se estabelece como vegetao de sub-bosque e ca sob a proteo descontnua das rvores da mata remanescentes e do contorno da vegetao natural. Esta prtica gerou um modelo de produo agrcola chamado cacau-cabruca, um sistema agrossilvicultural de produo sustentvel, pois preserva os recursos am-bientais associados, como gua e solo.

    Manejo Cau de produo de cacau cabruca, Fonte: CARE Brasil, 2010

    O que cabruca?

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    1 Introduo

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    O projeto Cau possui uma rede de instituies parceiras, como cooperativas, associaes e grupos de produ-tores. Essas instituies indicaro ao tcnico os grupos de produtores que sero assistidos e as propriedades a serem visitadas. importante que sejam envolvidos todos os representantes do grupo de produtores que fa-zem parte da unidade familiar ou coletiva: homens, mulheres e os mais jovens, para que depois o planejamento das atividades possa ser feito utilizando-se dessa estrutura coletiva e do apoio mtuo entre os produtores.A primeira divulgao do projeto junto aos produtores ser feita em uma reunio do tcnico com o grupo de interesse. Nesta reunio, o tcnico apresentar o Projeto Cau e os seus resultados utilizando o material pr-prio de divulgao do projeto (vdeo).

    Os grupos e produtores que manifestarem o interesse em participar do projeto sero registrados. Para isso, o tcnico dever utilizar a cha Anexo 1 de cadastro dos produtores. Nesta cha de cadastro, sero registrados nome e assentamento ou comunidade qual o produtor pertence. Os demais dados como a produo obtida e o nmero de cacaueiros e de rvores de sombreamento por hectare sero coletados no campo com o anda-mento das prticas do projeto.

    Modelo da cha de cadastro:

    Como o tcnico vai atuar inicialmentejunto aos grupos de agricultores?

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    Nome completo do Agricultor

    DADOS GERAIS

    Nome da Propriedade ou Assentamento

    Municpio/Estado rea total (Hectare) Agricultor Familiar Tradicional [ ]

    Agricultor Familiar Assentado [ ] Faz parte de alguma organizao de produtores (STR, Associaes, Cooperativas)? SIM [ ] NO [ ] Se sim, qual?

    DADOS PESSOAIS Estado Civil

    Sexo : [ ] Masculino [ ] Feminino Data de Nascimento: / /_

    Grau de Escolaridade (marque um x no perodo

    correspondente)

    [ ] No alfabetizado/Sabe assinar o nome [ ] No alfabetizado/No sabe assinar o nome [ ] 1 a 4 srie completo; [ ] 1 a 4 srie incompleto; [ ] 5 a 8 srie completo; [ ] 5 a 8 srie incompleto; [ ] Ensino Mdio completo; [ ] Ensino Mdio incompleto; [ ] 3 grau completo; [ ] 3 grau incompleto;

    Nmero total de membros na famlia: ( ); Nmero de Homens: ( ); Nmero de Mulheres: ( ); Nmero de membros da famlia de acordo com as faixas etrias classificadas abaixo: Menores de 12 anos ( ); 13 a 18 anos ( ); 19 a 30 anos ( ); 30 a 60 anos ( ); Mais de 60 anos ( )

    CARACTERSTICAS DA PROPRIEDADE (Ha = hectare) (considere LOTE como PROPRIEDADE para os no assentados) Nmero do lote Tamanho do lote (Ha) rea ocupada com cacaueiros (Ha) Densidade de cacaueiros (plantas/hectare)

    Produo 2007 (@) Produo 2008 (@) Produo 2009 (@) Produo 2010 (@)

    Descrever as prticas culturais j realizadas na lavoura de cacau:

    Produo 20 (@)

    ANEXO 1 Ficha Cadastral, Fonte: CARE Brasil, 2010

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    OUTRAS OBSERVAES

    ANEXO 1 Ficha Cadastral, Fonte: CARE Brasil, 2010

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    O produtor ir selecionar uma rea de 1(um) hectare de sua propriedade para a aplicao do projeto. Para escolher qual poro da lavoura ser a ideal e prioritria, alguns critrios de seleo devero ser levados em considerao. Tais como:

    1. reas com maior nmero de cacaueiros. Desta forma, o produtor ter um maior aumento de sua produ-o e de sua capacidade nanceira para investir em novas reas do seu lote.

    2. Topogra a mais suave ou plana. Se houver uma rea mais plana e outra mais ngreme, a rea mais plana deve ser priorizada pelo fato de apresentar maior facilidade na aplicao dos tratos culturais. Deve-se evitar reas alagadas. Um Indicador de solo alagado a Simphonia globulifera, conhe- cida por landirana, guanandi ou olandi.

    3. Profundidade maior do solo. Selecionar reas com solos mais profundos e que no tenham a oramentos rochosos. Por exemplo, como bioindicador reas que tenham rvores de grande porte como o jequitib.

    4. Demarcao da rea a ser trabalhada.O tcnico dever demarcar uma rea de 1 hectare que ser trabalhada na execuo do projeto considerando os critrios estabelecidos anteriormente. Nesta rea o produtor se apropriar do conhecimento a partir do exerccio das prticas e das orientaes tcnicas. Dessa forma, ele poder replicar a experincia para as demais reas da sua propriedade.

    Estes critrios devero ser usados caso haja a opo entre uma rea mais indicada ou outra. Caso no haja esta opo, a rea que o produtor tiver disponvel ser utilizada.

    Seleo das reas para o manejo

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    1. Contagem em rea totalPode-se utilizar tas de PVC ou feixes de palmeira para fazer a marcao dos ps. Para tanto, percorre-se a rea demarcada fazendo uma amarrao no caule das plantas com a ta.

    Pegar uma quantidade de nida de tas, por exem-plo, uma quantidade de 100 tas e percorrer a rea fazendo a marcao dos ps. Quando acabarem as 100, pegar mais 100 tas, assim por diante, e termi-nada essa tarefa registrar a quantidade total de tas usadas.

    2. Contagem pelo espaamento Para fazer a contagem deste modo, preciso que a rea tenha um plantio de cacau planejado, com espaamentos de nidos.

    Exemplo: Se o espaamento entre os ps de cacau for de 3x3 metros, ento teremos uma rea de 9m2 por p de cacau. Ento calcula-se a quantidade de ps instala-dos na rea total.

    9 m2 1 planta10000 m2 X X = 1111 cacaueiros/ha

    Contagem dos cacaueiros:

    Marcao dos ps de cacau Assentamento Terra de Santa Cruz, Fonte: CARE Brasil, 2010

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    Na contagem das rvores de sombra usa-se o mesmo mtodo das tas de PVC ou outro material, similar per-correndo toda a rea selecionada.

    Uma dica: se as rvores forem ser muito largas, para no gastar muito material, pode-se fazer uma lasca no tronco e amarr-la a, em seguida amarrar as tas.

    Raleamento de sombra Assentamento Terra de Santa Cruz, Fonte: CARE Brasil, 2010

    Contagem dasrvores de sombra

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    Nesta etapa, o produtor j pode fornecer ao tcnico os dados sobre nmero total de cacaueiros/ha e de rvores de sombra/ha, bem como a produtividade dos ltimos 3 anos, completando assim os dados da cha de cadas-tro (Anexo 1) que caram faltando (Anexo 1).

    Quando o grupo de produtores interessados estiver de nido e as reas devidamente selecionadas, o prximo passo o planejamento das atividades que sero desenvolvidas nestas reas.

    O planejamento importante para que a execuo das tarefas seja feita na poca correta e tambm para ga-rantir que uma atividade seja nalizada s ento para dar incio outra. Por exemplo: o coroamento deve ser nalizado para que a adubao seja feita corretamente.

    Este planejamento feito com a participao de todos os interessados homens, mulheres e jovens e tam-bm com as lideranas da comunidade. importante que os lderes locais participem do planejamento, pois vrias etapas do planejamento coletivo necessitaro da colaborao deles para serem implantadas.

    Planejamento das atividades durante o ano agrcola

    Registro das informaes cole-tadas e de dados sobre a rea

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    Reunio do P. A. Rochedo, Fonte: CARE Brasil, 2010 Reunio com integrantes do P. A. Terra de Santa Cruz, Fonte: CARE Brasil, 2010

    Durante a reunio com todos os envolvidos dever ser traado um calendrio agrcola do manejo do cacau (ver anexo 2), bem como todas as prticas agrcolas para as quais o manejo do cacau so apresentadas.

    O acompanhamento das atividades na comunidade deve ser semanal. Foi observado que este acompanha-mento semanal possibilitou que as tarefas fossem realizadas no perodo correto e da maneira correta e, desta forma, o manejo contribui para apresentar os resultados esperados. O dia da semana mais adequado para a comunidade receber a visita do tcnico foi determinado junto com os produtores. importante que este compromisso seja rmado com a participao dos agricultores, o que gera maior con ana e responsabilidade entre tcnico e agricultor.

    O planejamento de todas as atividades que sero desenvolvidas realizadas no ano deve ser realizado nesta fase junto com os agricultores. A planilha modelo deste planejamento est no Anexo 3. Este planejamento deve obedecer os seguintes critrios:

    o que = qual a atividade a ser realizadacomo = se a atividade ser feita de modo coletivo, individual ou em grupo menorquando = em quais meses do ano deve ser feita a atividadeonde = rea(s) aonde ser(o) realizada(s) a atividadequem = pessoas responsveis por organizarem a atividade. Se for uma atividade coletiva, a liderana local tambm deve estar como responsvel para poder organizar o compartilhamento do uso dos bens comuns daquele ncleo ou coletivo? necessrios para o manejo de cada rea.

    Por exemplo: na atividade de adubao, a liderana do grupo deve ser responsvel por organizar com a co-munidade o trabalho dos animais para o transporte em cada rea, j que os animais geralmente so de posse coletiva, no caso de um assentamento.

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    ANEXO 3, Fonte: CARE Brasil, 2010

    Os agricultores relataram que as atividades de adubao, aplicao de corretivos, poda e roagem s puderam ser realizadas no tempo certo porque foram compartilhadas em forma de mutiro. Por isso, a importncia de incentivar e organizar bem as aes coletivas. O mutiro amplia a capacidade de trabalho do grupo, pois per-mite a transferncia de saberes dentro do grupo e um melhor aproveitamento da capacidade de cada um ao direcionar o trabalho do produtor para a atividade que ele melhor exerce.

    Por exemplo: na realizao da poda, os agricultores que j possuem conhecimento da atividade assumem a tarefa, enquanto quem est aprendendo recorta e retira os ramos descartados.

    Quando for o caso de atividades que tambm so realizadas por mulheres, importante valorizar isto, acen-tuando a importncia do trabalho das mulheres, pois normalmente elas no recebem remunerao por estes servios. A participao dos jovens do local nestas tarefas tambm deve ser incentivada, pois somente eles podem ser a continuidade do trabalho familiar.

    Anexo 3 | Planejamento Anual

    O QU? (Qual atividade a ser realizada?)

    COMO? (Como ser realizada esta atividade?)

    QUANDO? (Perodo em que ocorrer a

    atividade) ONDE?

    (Onde ser aplicado a atividade) QUEM?

    (Quem ser responsvel pela ao)

    CARE BRASIL Programa Bahia Avenida Antnio Carlos Magalhes, 285 3 andar Malhado 45.651-620 Ilhus-BA Brasil Tel. (55 73) 3634-3144 www.care.org.br

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    Aps o planejamento anual, as ativi-dades nos lotes tero incio. Cada ati-vidade a ser realizada ter uma reco-mendao tcnica e uma avaliao do rendimento em mo de obra e gasto de insumos. O modelo da recomenda-o tcnica est no anexo 4.Exemplo:

    CARE BRASIL Programa Bahia Avenida Antnio Carlos Magalhes, 285 3 andar Malhado 45.651-620 Ilhus-BA Brasil Tel. (55 73) 3634-3144 www.care.org.br

    N

    Nome do Tcnico Data da Visita

    Nome da Comunidade Regio Municpio/Estado

    Nome do Produtor

    1

    Pole

    gar

    RECOMENDAO TCNICA

    LISTA DE PRESENA (01)

    2

    Pole

    gar

    3

    Pole

    gar

    4

    Pole

    gar

    5

    Pole

    gar

    6

    Pole

    gar

    7

    Pole

    gar

    Recomendao tcnica das atividades

    Fonte: CARE Brasil, 2010

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    Fonte: Ceplac / Setec / Sepre, 1998 e Sampaio, 2009

    Para cada prtica realizada recomendvel que seja feita uma avaliao de quanto o trabalho do grupo rendeu em horas ou dias trabalha- dos por hectare. O tcnico deve comparar esse rendimento com ndices de rendi-mentos de mo de obra j existentes. Na tabela 1 abaixo esto relacionados alguns desses ndices para o tc-nico se basear. Logo na visita seguinte, o tcnico deve comunicar comunidade o desempenho de cada ao concluda. A tabela contm na ltima coluna direita, os rendimentos obtidos nas reas demonstrativas do Projeto Cau. Observe que as mdias obtidas so muito melhores do que os outros ndices. Esta informao sobre o melhor rendimento obtido, quando repassada ao grupo de agricultores, se tornou fonte de estmulo e mais uma estratgia que animou os participantes a focarem nas metas e objetivos acordados no plano de ao e acentuou o comprometimento com a aplicao das tcnicas.

    importante ressaltar que este rendimento considervel alcanado pelos produtores somente foi possvel porque essas atividades foram realizadas em forma de mutiro. O mutiro propicia no s a soma de saberes, e uma diviso de trabalho por aptides, como tambm um aprendizado coletivo das prticas.

    Devolvendo os resultados aos agricultores

    Tabela1. ndices de rendimento de mo de obra na cultura do cacau.

    Prtica agrcola Rendimento de mo de obra

    CEPLAC/CEDEX Edvaldo Sampaio Projeto Cau

    Aplicao de calcrio 0,5 dia/ha 0,6 dia/ha

    Adubao 0,007dia/planta 0,001 dia/planta

    Raleamento da sombra 20 dirias/ha 10 dirias/ha 6,88 dirias/ha

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    necessrio acompanhar a evoluo dos tratos culturais, seu rendimento, a relao custo/benefcio de cada interveno e, alm disso, mensurar e realizar projees de produtividade e renda. A coleta de dados da pro-duo realizada em cada visita do lote acompanhado pelo gestor/ responsvel. O modelo da planilha a ser utilizada encontra-se no anexo 5, a seguir.

    A planilha acompanha todas as prticas agrcolas, conforme modelo de planilha e monitoramento:

    Perodo de execuo identi cado em meses; Mo de obra mensurada em dirias; Tipo de prtica e seu rendimento: ex: plantio de mudas, 10 quantidade de mudas Perodo de colheita identi cado em meses; Quantidade da colheita mensurado em kilos ou @.

    Por que e como monitorar o Mtodo Cau?

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 23

    CARE BRASIL Programa Bahia Avenida Antnio Carlos Magalhes, 285 3 andar Malhado 45.651-620 Ilhus-BA Brasil Tel. (55 73) 3634-3144 www.care.org.br

    N rvores de sombra

    Data Atividades realizadas ou insumos aplicadosQt. de horas

    trabalhadas por rea

    Qt. insumos aplicados por

    reaCacau (@) Valor (R$)

    DADOS GERAIS

    Nome da Comunidade Regio Municipio/Estado

    N de ps de CacauNome do Produtor

    Nome do Tcnico

    Descrever caractersticas gerais da rea a ser atendidas pelo projeto

    Qt. = Quantidade / @ = Arrobas Fonte: CARE Brasil Fonte: CARE Brasil, 2010

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    2 | Manejo da sombra

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    Uma grande parte das reas de cacau-cabruca dos agricultores familiares e dos agricultores em assen-tamentos da Regio Sul da Bahia apresenta um ex-cesso de sombreamento.

    Este excesso de sombreamento causa baixa produ-o de frutos e aumenta a probabilidade de doen-as no cacaueiro.Por esse motivo recomendada uma quantidade de rvores de sombra por hectare que permita 50 a 60% de luminosidade para o cultivo do cacau. Na regio de Mata Atlntica do sul da Bahia, nas lavouras de cacau-cabruca, as rvores nativas cres-cem espontaneamente e ocorre um excesso de sombra e umidade nas reas, oferecendo condi-

    es ideais para a proliferao da Vassoura de Bru-xa (Moniliophtora perniciosa).

    Por isso, o manejo do sombreamento proposto en-foca mais a retirada das rvores de sombra que es-to causando excesso de sombreamento na rea. Ao contrrio, pode ser tambm que haja necessidade da introduo de espcies para sombreamento em tre- chos das reas pouco sombreadas.

    Esta reduo deve ser realizada de modo gradativo para que as plantas de cacau se adaptem s novas condies de luminosidade e umidade. O ideal acompanhar a cada ano a evoluo da produtividade e se esta ainda no for satisfatria, reduzir um pouco mais as rvores de sombra. A avaliao da retirada das rvores deve ser feita caso a caso. Vamos descre-ver aqui o que importante ser avaliado: Sistema Cacau Cabruca com luminosidade adequadaFonte: CARE Brasil, 2010

    Cacau muito sombreado ecom baixa luminosidade em um Sistema Cabruca, Fonte: CARE Brasil, 2010

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    rvores de sombra sem sobreposio das copas,Fonte: CARE Brasil, 2010

    rvores de sombra com sobreposio das copas,Fonte: CARE Brasil, 2010

    1. Identi car as rvores que iro car na rea em um es-paamento mdio de 15 por 15 metros. As rvores que sero retiradas devem ser marcadas, ou seja, fazer uma lascada com o machado. Com este espaamento, per-manecem em torno de 44 a 45 rvores de sombra/ha.

    2. Retirar as rvores obedecendo a escala de prioridade: Primeiramente, as rvores introduzidas que no so nati-vas. Ex: Eritrina (Erytrina fusca; Erytrina poeppigiana); Em seguida, as frutferas introduzidas com pouco ou sem nenhum valor econmico. Ex: jaqueira. Se for necess-rio eliminar alguma rvore nativa, deve-se veri car junto ao rgo ambiental IMA (Instituto do Meio Ambiente) a autorizao para a supresso de vegetao. O IMA faz a anlise prvia do laudo tcnico e posterior autorizao do corte seletivo. permitido o corte da vegetao no estgio inicial, quando ocorre a presena de vrias esp-cies pioneiras.

    No anexo 6 temos uma lista de espcies nativas comu-mente encontradas na Regio Sul da Bahia para ser con-sultada caso haja dvidas se a espcie encontrada na-tiva ou extica.

    3. Valorizar as frutferas que esto presentes na rea, pois elas so importantes para a segurana alimentar do agricultor. Para no ter que eliminar uma frutfera de interesse, pode-se optar por uma poda da rvore e ape-nas reduzir o tamanho da copa, mas ainda permitindo a produo de frutos.

    Uma sugesto: substituir rvores de pouca utilidade e valor econmico por rvores que gerem renda, como caj e jenipapo.

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    Aps esta avaliao:

    1. Retirar no primeiro ano as rvores mais nas e menores, para no realizar uma supresso drstica no primeiro ano.

    2. Se houver uma sobreposio das copas das rvores, faz-se a retirada de uma das rvores que se sobrepe.

    3. Se as copas das rvores no esto se sobrepondo, pode deixar as rvores.

    4. Alm da quantidade de rvores, necessrio avaliar a de-clividade do terreno, o tamanho da copa e das folhas. Quan-to maior a copa, o tamanho das folhas e a declividade do ter-reno, maior ser a projeo de sombra e assim maior pode ser o espaamento entre as rvores, portanto, ser preciso desbastar mais rvores.

    5. Avaliar a profundidade do solo tambm importante. Ca-caueiros em solos rasos sofrem mais com uma reduo drs-

    tica do sombreamento de topo. Observar reas com a oramento de rocha, pois so solos pouco profundos e neste caso deve-se fazer uma reduo menos drstica da sombra.

    OBS: Nos experimentos realizados anteriormente pela CARE, o raleamento foi feito em mutiro nos assenta-mentos experimentadores. Foi um exerccio prtico que os agricultores aprenderam fazendo. Este manejo d maiores resultados em reas onde a densidade de cacaueiros est acima de 500 ps/ha.O ideal que em 5 anos as reas cheguem densidade de 40 a 45 rvores de sombra por hectare.

    Terreno com Raleamento de rochas e sinal de solo raso,Fonte: CARE Brasil, 2010

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    Para este processo, os materiais usados so o faco e o machado.

    So formados grupos para a realizao desta prtica. O importante que o grupo, deve estar presente o dono do lote, percorra toda a faixa da divisa da rea, pois o dono que poder informar com preciso sobre o local da divisa. Os outros grupos percorrem o restante da rea paralelamente um ao outro at que toda a rea seja trabalhada.

    Nas rvores que sero retiradas faz-se o anelamento ou roletamento das maiores e o corte das menores. recomendado fazer a retirada do material mais no primeiro, para depois fazer a retirada das rvores mais grossas. Isso impedir que ao carem os galhos, estes no prejudiquem o que ser til e deve car no bosque.

    Aps a supresso de rvores ter alcanado toda a rea, faz-se um novo repasse e os produtores, juntamente com o tcnico, realizam uma nova avaliao para ver se h necessidade de retirada de mais alguma rvore.

    Aps o trmino do raleamento, faz-se a tiragem do material lenhoso mais grosso e o aproveitamento dos ra-mos para balizas. Tiram-se as balizas de 40 a 50 cm de comprimento aproveitando os ramos podados.

    Retirada das balizas, Fonte: CARE Brasil, 2010 Retirada das balizas, Fonte: CARE Brasil, 2010

    Como se faz a retirada das rvores em mutiro?

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 29

    Este processo mais vantajoso do que o corte, visto que a rvore morre lentamente, reduzindo os danos que uma queda de rvore pode causar. Usando um machado ou faco, dependendo da espessura da rvore, retira--se uma faixa de 10 cm de largura da casca do tronco, na altura de 1,30 m da rvore. Para garantir a eliminao, faz-se um pequeno corte na base do tronco anelado (ver gura abaixo).

    do conhecimento popular fazer esta prtica na lua minguante, porque foi observado que desta forma a planta mais atacada por broca e morre de cima para baixo e os galhos caem mais lentamente, evitando uma queda grande que possa dani car os ps de cacau.

    Figura 2

    Anelamento Simples

    Como feito o anelamento?

    Fonte: Anelamento Simples, disponvel em http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/manejo- orestal/manejo- orestal-12.php, [Acessado 09 abril 2012

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 30

    3 Planejamento coletivo para o uso de insumos

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 31

    Para o sucesso da implementao das atividades de aplicao de calcrio, gesso e adubao junto aos grupos de agricultores familiares, o planejamento coletivo essencial, pois estas atividades foram feitas em regime de mutiro. Os agricultores avaliaram que teria sido muito difcil realizar estas tarefas de forma individual.

    O planejamento coletivo de ne as atividades de:

    Melhor local de armazenamento do insumo na rea; Roteiro da distribuio do insumo nas reas dos agricultores; Diviso das tarefas de misturar os materiais de composio de adubos compostos e calcrio e gesso / abas-tecimento dos caus com esses insumos; conduo dos animais com a carga at os lotes; e distribuio dos insumos na rea agrcola entre os produtores

    Uma combinao que foi feita nas unidades demonstrativas a de quem participou deste trabalho coletivo recebeu uma parte da quantidade de sacos vazios dos insumos (item muito requisitado nas propriedades). Este trabalho foi compartilhado em 5 ha como rea demonstrativa do projeto e foi possvel por fazer em regime de

    mutiro.

    Este servio pode ser melho-rado considerando a experi-ncia das unidades demons-trativas do projeto Cau. Como por exemplo, numa rea do assentamento expe-rimentador, foi de nido que a distribuio do insumo no seria concentrada somente na Sede, mas dividida em mais dois pontos prximos aos de-mais produtores, facilitando mais o trabalho para quase to-dos os participantes e obten-do mais adeso ao mutiro.

    Fonte: CARE Brasil, 2010

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 32

    Correo do Solo:Calagem eGessagem.

    4

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    Solos com pH abaixo de 7 so considerados cidos; os solos com pH acima de 7 so alcalinos. Os solos comu-mente encontrados no Brasil possuem valores de pH entre 4,0 a 7,5. A acidez do solo prejudica a absoro de nutrientes pelas razes e reduz o seu desenvolvimento em profundidade (5)?. As razes das plantas no se desen-volvem bem em solos cidos, sobretudo por causa da toxidez de alumnio e da de cincia de clcio, o que reduz a absoro de gua e nutrientes, principalmente de fsforo, clcio e magnsio. Teores de alumnio acima de 1,0 meq/100cc de solo geralmente causam toxidez (6).?

    O melhor valor de pH para a cultura do cacau 6. Por esse motivo, devemos corrigir a acidez antes de adubar o solo, para que as plantas possam aproveitar melhor o adubo.

    Solos com pH muito elevado tambm podem apresentar problemas e de cincias de micronutrientes, por isso no devemos elevar o pH acima do recomendado para a cultura.

    O pH do solo, a quantidade de elementos txicos como o alumnio e a disponibilidade de nutrientes e matria orgnica so determinados pela anlise do solo. Por isso, para que a quantidade de calcrio seja calculada corre-tamente necessrio fazer a anlise de solo. O procedimento recomendado para a retirada de amostras de solo para anlise est descrito no anexo 7.

    Quem vive no campo reconhece quando a terra cida observando plantas que so indicadoras de solos cidos na regio, como o feto (samambaia), sap, tiririca e embaba.

    As recomendaes de necessidade de calcrio a partir de anlise de solo so para calcrios com 100% de PRNT( Poder Relativo de Neutralizao Total).

    A CEPLAC tem uma recomendao de aplicao de 2 ton/ha/ano de calcrio dolomtico com PRNT acima de 85% para solos mais argilosos e 1 ton/ha/ano para solos mais arenosos. O efeito de correo do solo ser alcanado se for feita a aplicao da quantidade total de calcrio na rea. A calagem pode ser realizada fracionada em 2 vezes, mas na maioria das vezes feita de uma s vez para diminuir o custo da prtica.

    A calagem uma prtica que deve ser realizada pelo menos 2 meses antes da adubao. Assim, quando for feita a adubao, o solo j vai estar com um pH adequado e os nutrientes da adubao sero melhor aproveitados.

    Anlise de solo

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 34

    ColagemO que a prtica da calagem faz:

    1. Corrige o pH do solo;

    2. Supre o solo com clcio e magnsio. Isto muito importante para as plantas jovens e seu desenvol-

    vimento radicular. Para fornecermos o magnsio devemos usar o calcrio dolomtico;

    3. Reduz ou elimina os efeitos txicos do alumnio, mangans e ferro;

    4. Aumenta a disponibilidade do nitrognio, fsforo, potssio, clcio, magnsio, enxofre e molibidnio

    no solo;

    5. E mais o fornecimento de clcio atravs do calcrio tambm estimula a atividade microbiana do solo.

    Isto ajuda na decomposio da matria orgnica presente em excesso sobre o solo e coloca os nutrien-

    tes disposio das plantas.

    Muitos agricultores ainda desconhecem os benefcios da calagem. Estes agricultores muitas vezes no

    veem resultados nas aplicaes do adubo que fazem e no sabem que isto acontece devido a um solo

    muito cido para a sua cultura. Por isso, os agricultores devem ser alertados para a necessidade de se

    conhecer o nvel de acidez do solo a fim de que os nutrientes aplicados na adubao sejam bem apro-

    veitados pela cultura.

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 35

    Para que serve?O efeito da calagem est limitado s camadas mais super ciais do solo. Para podermos levar o efeito da apli-cao de calcrio at s camadas mais profundas do solo que usamos o gesso agrcola. A necessidade de aplicao do gesso tambm deve ser veri cada atravs da anlise de solo retirada das camadas de 20 a 40 cm conforme explicado no anexo 7.

    O gesso promove a movimentao de clcio para as camadas sub-super ciais do solo e diminui os efeitos txicos do alumnio trocvel promovendo uma melhoria nas condies de solo. Para culturas perenes como o cacau, isto importante, pois permite que as razes se aprofundem e aproveitem melhor os nutrientes e a gua disponvel no solo. Este aprofundamento das razes, melhora a resistncia seca dos cacaueiros, principalmen-te aps o raleamento da sombra na rea.

    O gesso composto de sulfato de clcio hidratado e pode ser encontrado em duas formas comerciais: como um subproduto da indstria de adubo fosfatado solvel ou como um produto originrio da rocha de gipsita moda. Este ltimo tipo de gesso usado em sistemas orgnicos de produo.

    Na gura abaixo possvel perceber o efeito da aplicao do gesso na distribuio da correo da acidez no horizonte do solo.

    (4)

    Gessagem

    Fonte: Disponvel em www.biosafrabrasil.com.br/institucional.html

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 36

    O gesso deve ser aplicado misturado junto com o calcrio, pois desta forma o efeito do gesso maior, alm de reduzir a mo-de-obra e despesa de aplicao.

    A quantidade de gesso a ser aplicado ser a metade da recomendao de calcrio. O calcrio e o gesso so aplicados a lano e em cobertura. importante observar a intensidade e direo do vento na hora da aplicao, para realizar uma distribuio mais uniforme na rea evitando a deriva ou perda do material que cai em uma rea no alvo. Quando o espaamento irregular, com uma densidade de aproximadamente 700 plantas por hectare, a quantidade de calcrio aplicado no deve exceder a 1200 kg/ha/ano em solo argiloso e 600 kg/ha/ano em solo arenoso, aplicados de uma s vez.Quando o espaamento irregular, com uma densidade de aproximadamente 700 plantas por hectare, a quantidade de calcrio aplicado no deve exceder a 1200 kg/ha/ano em solo argiloso e 600 kg/ha/ano em solo arenoso, aplicados de uma s vez.

    Como aplicar?

    Aplicao de Calcrio, Fonte: CARE Brasil, 2010

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 37

    5 Desbrota e Poda

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 38

    DESBROTA

    Os cacaueiros devem ser desbrotados durante todo o ano. A desbrota consiste na eliminao de chupes, ramas chupadeiras e palmas mal formadas. Nunca devem ser eliminados ramos produtivos, sadios e expostos ao sol.

    importante manter a lavoura desbrotada, pois broto improdutivo compete em nutrientes com a planta. Moti-vo pelo qual antes da adubao, deve-se desbrotar, conforme mostra gura abaixo:

    Desbrota do cacaueiro, Fonte: CARE Brasil, 2010

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 39

    A poda d uma boa formao planta, elimina os ramos improdutivos e a planta ca com um porte que facilita a colheita e os tratos culturais. A poda tambm d condies de produo planta, por meio de eliminao dos ramos doentes, secos, muito sombreados, malformados e infectados pela vassoura-de-bruxa.

    Este processo tambm evita que ocorra um excesso de lanamento de folhas o surgimento de ramos mal for-mados, que proporcionam competio entre plantas deixando-as com altura acima do desejado, bem como fora do espao desejado s copas. A atividade fotossinttica reduzida nas folhas do interior das copas, que por receberem (folhas /copas)? pouca luz, comeam a atuar como drenos e no como fonte de acmulo de reservas necessrias para a produo de frutos.

    Um dos fatores mais importantes para o controle da Vassoura de Bruxa a realizao da poda antecipada, ou seja, inicia-se em ns de setembro indo, no mais tardar, at os meados de dezembro. A poda, portanto, vai sendo feita durante a colheita do cacau. Esta poda muito e caz no controle da vassoura de bruxa, pois induz a antecipao dos brotos. Assim, quando, a partir de janeiro, os esporos do fungo estiverem no ar procura de brotos novos para infectar, s vo encontrar brotos maduros, e por no terem aonde aderir, morrem.

    A poda antecipada tambm induz que o pice da produo da safra seguinte acontea em um perodo de menor incidncia da Vassoura de Bruxa.

    Para a prtica da poda os equipamentos utilizados so o podo, faco ou moto-poda (equipamento motori-zado apropriado para poda).

    H 3 tipos de poda: formao, manuteno e limpeza.

    Poda dos cacaueiros

    Poda antecipada

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 40

    A poda de formao serve para dar forma e equilbrio planta e consiste na retirada de brotos e galhos indese-jveis e realizada nas plantas jovens.

    Este tipo de poda possibilita a convivncia por vrios anos entre o cacau safreiro (p de cacau velho) e o clone em formao. No incio, o safreiro podado de modo a no sombrear o clone, fazendo-se uma circunferncia com os galhos ao redor do clone. Quando o clone crescer, retira-se os galhos do safreiro de modo a dar espao ao desenvolvimento do clone. Aps quatro ou cinco anos, poda-se o safreiro para proporcionar condies adequadas para o clone.

    A poda de formao deve ser realizada de dentro para fora das plantas, eliminando-se os ramos que se cruzam, porm sem deixar espaos que possam proporcionar entrada de luz sobre o caule da planta e o terreno. Com isso, evita-se uma necrose do caule, pela incidncia direta da luz solar, assim como uma maior infestao de ervas daninhas na rea.

    uma prtica mais sensvel no cacaueiro seminal do que no clone, ou seja, o clone um ramo que se desen-volveu, ele emite mais galhos que um cacaueiro plantado de semente e mais resistente. Faz-se a limpeza de todos os galhos principais, para aumentar a circulao de ar, quando vem a folhagem ou os frutos, os galhos geralmente cam pendentes semelhante a um rabo de gua. Para evitar esse comportamento preciso eli-minar a metade do galho, e assim no prximo ano, a arquitetura da copa tem seu crescimento normalizado.

    Poda de formao

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    Poda de manuteno, Fonte: CARE Brasil, 2010

    Em uma segunda etapa se faz a conduo da copa: promovendo a individualizao da copa e tirando o entrela-amento entre as copas dos cacaueiros. Deve-se retirar os talos que se desenvolvem no interior da planta.Quando no se faz a poda, os brotos se transformam em outro p da planta. Os ps cam entouceirados e, por isso, deve-se retirar gradualmente estes novos ps at que que apenas um.

    Quando um galho aparado, saem 2 a 4 galhos no mesmo lugar e crescem nos, alcanando aproximadamente 40 cm, dai a necessidade de se podar todo o ano. Sem a poda anual, os cacaueiros se entrelaam, reduzindo as-sim a incidncia de luz e aumentado a umidade relativa do ar, condies ambientais propcias para a proliferao do fungo Vassoura de Bruxa.

    A poda de manuteno feita na altura de 2 a 3 metros. Realiza-se a poda da copa em forma de taa, deixando a copa fechada, evitando que os raios solares penetrem, dani cando a madeira. A planta ca com uma arquitetura que no necessita de escora, como demonstrado na imagem a seguir.

    Poda de manuteno

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 42

    A poda de limpeza prioriza tirar galhos velhos, secos, doentes e infectados de Vassoura-de-Bruxa. Isto feito conjuntamente com as outras podas a de formao e a de manuteno.

    A remoo das vassouras vegetativas nas reas clonadas deve obedecer ao calendrio agrcola (Jan/Fev; Abr/Mai; Jul/Ago e Out/Nov), que pode ser alterado, dependendo das variaes climticas.

    Com a conduo das prticas de reduo da sombra e poda das reas na poca correta e melhoria da aerao ou ventilao e luminosidade, a remoo de Vassouras pode ser reduzida para duas vezes por ano. De acordo com a observao do produtor,(sujeito) pode ser feita at 4 vezes por ano.

    Para o aprendizado prtico da poda recomendvel que o tcnico e o agricultor faam um treinamento em um curso sobre o tema.

    Poda de limpeza

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    6 Coroamento e Adubao

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 44

    Coroamento

    Antes da realizao da adubao, deve ser feito o coroamento. O coroamento consiste na limpeza do solo na regio da projeo da copa do p de cacau. No aconselhado deixar o solo nu, apenas realizar a capina da vegetao rasteira, podendo deixar os restos culturais embaixo do p como cobertura morta. prefervel que o coroamento seja feito com o faco e no com a enxada, que deixa o solo exposto. O corte das plantas invasoras, deixando este material cortado sobre o solo, sem o seu revolvimento, permite que o mesmo permanea coberto e protegido. Desta forma, evita-se perdas do adubo aplicado por volatilizao e o solo recebe com um adicional de adubo orgnico pela decomposio do material vegetal.

    Coroamento na rea de Arlindo, no P. A. Rochedo, Fonte: CARE Brasil, 2010

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 45

    Para que a aplicao da adubao nas reas de grupos de agricultores familiares ocorra de modo satisfatrio, ela deve ser planejada como explicado no item 3 (pg 29). O adubo orgnico apresenta um volume maior, por-tanto necessrio planejar previamente a sua distribuio e armazenamento.

    Podemos enriquecer o solo atravs de vrias prticas agroecolgicas. Um conjunto destas prticas est contido no anexo 9.

    A aplicao de resduos orgnicos resulta na melhoria das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do solo. Os adubos orgnicos alm de serem fonte de nutrientes s plantas por incrementarem o solo em matria or-gnica, tambm melhoram a capacidade do solo de disponibilizar nutrientes s plantas e de armazenar gua. Alm disso, a adubao orgnica alimenta a mesofauna e a microbiota do solo, responsvel por reciclar e as-similar nutrientes e torn-los disponvel s plantas. Os rizbios, bactrias xadoras de nitrognio e os fungos micorrzicos, que disponibilizam principalmente o fsforo para as plantas, so dois exemplos da microbiota. Os organismos do solo se alimentam dos restos vegetais e animais ainda no decompostos presentes no solo. Por isso to importante a presena da serrapilheira e dos restos vegetais oriundos do manejo da rea serem man-tidos sobre o solo. A manuteno da cobertura vegetal sobre o solo que o protege, mantendo a temperatura e a umidade em nveis adequados, indispensvel para a manuteno dos organismos do solo.

    Para que seja vivel a aplicao de resduos orgnicos, os tcnicos, juntamente com a comunidade, devem mapear locais de produo de resduos prximos s reas dos agricultores, por exemplo, agroindstrias que possam ser fornecedoras de materiais orgnicos utilizveis na agricultura. Se for vivel o transporte desses materiais para as reas dos agricultores, estes materiais (cinza e pelcula de cacau) podem ser compostados e utilizados como adubos orgnicos. Os produtores podem se organizar em compras conjuntas de adubos, o que reduz o custo para cada um.

    Adubao

    Manejo orgnico

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 46

    Materiais disponveis na propriedade como cascas de frutos, palhas das culturas, estercos animais e cinzas podem ser utilizados aps sua decomposio. O ideal misturarmos os materiais, fazendo um composto or-gnico. Um bom composto aquele que possui uma relao de carbono e nitrognio (C/N) entre 26 e 35. No anexo 9 descrevemos com mais detalhes a montagem de um composto orgnico.

    Composio de alguns adubos orgnicos e minerais.

    Resduos e Adubos MO%Matria orgnica

    C/N NNitrognio

    P2O5Fsforo

    K2OPotssio

    CaClcio

    MgMagnsio

    SEnxofre

    Orgnicos

    Esterco de gado 62 18/1 1,3 0,10 0,7

    Cama de frango 22/1 3,38 1,32 1,62

    Poedeiras com maravalha 20/1 2,47 2,08 2,01

    Esterco de galinha 54 10/1 3,04 4,7 1,89

    Esterco de porco 46,3 10/1 2,54 4,93 2,35

    Serragem de madeira 93,45 865/1 0,06 0,01 0,01

    Palha de milho 96,7 112/1 0,48 0,38 1,6

    Palha de feijo 94,7 32/1 1,63 0,29 1,94

    Casca de arroz 54,55 39/1 0,78 0,58 0,49

    Bagao de cana 58,5 22/1 1,49 0,28 0,28

    Biofertilizante 0,4 0,2 0,2

    Cacau: cascas do fruto 88,68 38/1 1,2 0,5 a 1,1 2,5 a 3,9

    Cacau: pelculas* 79 a 91 16/1 1,9 a 3,6 1,3 a 1,45 2,2 a 3,74

    Cacau: cinza de pelculas 3 9

    Cacau: torta 64,9 11/1 3,28 2,43 1,46

    Torta de mamona 92,2 5,44 1,91 1,54

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 47

    Fonte: Dados adaptados de Kiehl (1985) e Gramacho (1992)

    Por exemplo, a cinza do cacau, um resduo da indstria rico em potssio e mais barata do que o cloreto de potssio. A aplicao de um adubo orgnico misturado a um adubo mineral traz a vantagem de, ao mesmo tempo, fazer um incremento em matria orgnica e um enriquecimento em nutrientes, fatores que auxiliam a melhoria do solo como um todo.

    Uma sugesto de adubao organo-mineral encontra-se na tabela a seguir. O volume recomendado a partir do 4 ano o que foi aplicado para o 3 ano.

    ANEXO 9

    Fonte: Recomendao adaptada de Gramacho (1992)

    Torta de algodo 6 2

    Torta de amendoim 7 2

    Minerais

    Fosfato de Gafsa 28-29

    P de rocha 0,095 2 a 6 2,56 3,38

    Termofosfato 13 28 16

    Fosfato natural 28 a 39 40 a 43

    Gesso agrcola 0,7 30,9 17

    Uria 45 45

    Sulfato de amnia 21 23

    Nitroclcio 20,5 9 a 10 6 a 8

    Ano Pelcula de Cacau(gramas)

    Cinzas de Cacau (gramas)

    Fosfato de Gafsa (gramas)

    1 500 300 700

    2 650 200 150

    3 100 300 500

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 48

    Outra recomendao de um adubo organo-mineral a mistura da casca de cacau e do fosfato natural.

    O casqueiro (resduo da casca do cacau quebrado) deve ser colocado para decompor (recomenda-se que o produtor o pise com um sapato pesado tipo bota para reduzir o material em pedaos pequenos). Uma vez decomposto, aplicar duas ps de casqueiro decomposto com500 g de fosfato natural por planta. Esta mistura ajuda a reduzir a reteno do fsforo no solo, deixando-o mais disponvel s plantas. Esse um material orgnico que melhora as condies de solo e ainda fonte de fsforo.

    Um dos mtodos apontados para o melhor controle da doena Vassoura de Bruxa a adubao nitrogenada. Segundo resultados de pesquisa, a presena do nitrognio circulando na planta inibe a proliferao do fungo, fazendo com que o fungo mude para uma fase no infecciosa, motivo pelo qual, portanto, a primeira adubao deve ser a nitrogenada.

    A adubao com nitrognio pode utilizar-se de fertilizantes qumicos como a uria e o sulfato de amnia e feita em uma nica aplicao entre os meses de fevereiro a abril. A dose recomendada de 90 g de uria/planta ou de 170 g de sulfato de amnia/planta. Esta recomendao pode ser fracionada para otimizar o apro-veitamento do adubo nitrogenado. O uso contnuo e excessivo de fertilizantes nitrogenados, principalmente o sulfato de amnia e menos o nitrato de amnia, causa acidi cao do solo. A lixiviao de nitratos tambm pode causar contaminao do lenol fretico.

    Uma outra fonte de adubao nitrogenada o composto orgnico, esterco de animais e adubao verde com leguminosas. O uso dessas prticas esto descritas no anexo 9.

    Adubao com nitrognio como controle da Vassoura de Bruxa

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 49

    A segunda adubao de um fertilizante composto que pode ser feita de acordo com a tabela do anexo 8 a partir dos resultados da anlise de solo e teor de fsforo. Esta adubao recomendada em agosto e setembro.

    Aplicar o adubo na periferia da projeo da copa, pois a se concentra a maioria das razes secundrias que fazem a absoro dos nutrientes. Deve-se evitar os perodos de chuvas fortes para a aplicao de qualquer tipo de adubo.

    Quando a rea for acidentada, recomenda-se aplicar o adubo orgnico e/ou mineral na parte de cima da planta ou na meia-lua da parte superior da planta.

    Adubao mineral

    Aplicao de adubo orgnico na projeo da copa do cacaueiro, Fonte: CARE Brasil, 2010

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 50

    7 Adensamentode plantio

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 51

    O espaamento entre as plantas de cacau em condies ideais foi de 3x3 metros. Isto d uma densidade de 1111 plantas por hectare. Mas, nos experimentos realizados nas reas de assentamentos, a densidade reco-mendada de 900 plantas por hectare, pois outras condies como topogra a, tipo de solo e manejo devem ser levados em considerao. Muitas plantaes de cacau antigas possuem densidades baixas, causando uma baixa produo, devendo-se, portanto, fazer o adensamento dos ps de cacau na rea. Foi observado que o produtor, diante das diversas atividades que necessita realizar em sua propriedade, no consegue produzir e plantar o nmero de mudas em uma nica vez quando sua rea est com um nmero muito pequeno de plantas de cacau. Ao fazer o adensamento, aproveitamos para selecionar variedades e clones mais produtivos e auto-compatveis. Nas variedades auto-compatveis a polinizao entre si mais fcil e por isso a produo tem maiores chances de aumentar. (COESO)

    Esta prtica consiste na xao de balizas de madeira numa distncia de 3 metros uma da outra. As balizas marcam o local onde ser aberta a cova para o plantio. Com uma vara de bambu medindo 3 metros de compri-mento, fazemos a marcao do espaamento e colocao das balizas na rea.

    Aps o balizamento, deve-se fazer a limpeza das valas de drenagem para eliminao de focos de Vassoura de Bruxa na rea.

    Balizamento

    Balizamento: sequncia das balizas na rea de Jael, Fonte: CARE Brasil, 2010

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 52

    No bero de plantio, cava-se um buraco de 40x40x40 cm. Utiliza-se como adubao uma fonte de fsforo, como fosfato de gafsa, junta- mente com esterco de galinha, de gado ou composto orgnico nas seguintes pro-pores: 500 gramas de fosfato de gafsa, 2 kg de esterco de gado ou composto ou 1 kg de esterco de galinha. Os estercos somente podem ser usados quando esto bem curtidos. Para estimular o crescimento radicular coloca-se na base do bero de plantio 90 gramas de calcrio dolomtico e 30 gramas de gesso agrcola.

    Sessenta dias aps o plantio, incorpora-se num raio de 20 cm de distncia do caule da muda, 300 gramas de pelcula de cacau, 300 gramas de cinzas e 300 gramas de fosfato de gafsa.

    Curiosidade: O bero de plantio tambm chamado de cova um nome mais apropriado, pois no estamos enterrando algo morto e sim uma planta viva para se desenvolver.

    Plantio

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 53

    8 Clonagem e Enxertia

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 54

    A clonagem uma tcnica de substituio do material gentico menos produtivo, por clones com caracters-ticas melhores. Uma nova variedade enxertada em uma haste verde da planta que se quer substituir. A poda do clone deve formar um p de cacau a partir da brotao do enxerto e a planta velha de cacau vai sendo podada aos poucos, dando lugar ao novo p. Isto permite a substituio das copas dos cacaueiros safreiros, aproveitando o sistema radicular j desenvolvido, o que propicia melhor sustentao e maior rapidez no de-senvolvimento da nova planta. A substituio deve ser gradativa, conduzindo os galhos do enxerto e planta--me para que no haja competio por luz.

    Nesta poda de formao do clone, vo sendo feitas podas no p de cacau velho, retirando os galhos que esto sombreando o clone e aos poucos reduzindo a copa do cacau velho e fazendo a formao da copa do clone at que este se estabelea como p principal e a planta velha seja eliminada. Isto feito a partir da observao do desenvolvimento das plantas feita pelo produtor.

    A poda no cacau velho deve proporcionar uma entrada de luz adequada e necessria para o desenvolvimento do enxerto, desse modo haver uma convivncia das duas plantas por um determinado perodo. Somente deve-se eliminar o cacau velho quando a produo do enxerto for igual ou superior ao conjunto enxerto--cacau velho.

    A enxertia nestes cacaueiros possibilita a produo de uma nova planta economicamente produtiva em 4 anos.

    A enxertia do cacau pode ser realizada pelas tcnicas de garfagem e borbulhia. A garfagem de topo fenda cheia o tipo mais utilizado. A enxertia pode ser realizada durante o perodo de maior crescimento vegetativo: de janeiro a abril e de setembro a dezembro.

    Quando a doena Vassoura de Bruxa se alastrou pelas plantaes, foi observado que alguns ps no sofriam tanto com a doena. Estas plantas foram ento selecionadas e originaram variedades tolerantes doena.

    importante selecionar clones que se adaptem melhor regio de cada produtor. Veja abaixo alguns clones recomendados para a Regio Sul da Bahia por serem produtivos, auto-compatveis e tolerantes Vassoura de Bruxa.

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 55

    A enxertia em cacaueiros adultos deve ser feita em bro-tos basais situados at 20 cm de altura e que estejam bem formados.

    O grau de maturao e o dimetro que os brotos apre-sentam vo determinar o mtodo de enxertia a ser utilizado. Em brotos jovens utiliza-se os mtodos de garfagem de topo em fenda e inglesa, e borbulhia em janela aberta. Para brotos ma- duros, de dimetro superior a 2 cm, recomenda-se utilizar o mtodo de garfagem de topo lateral.

    Os mais produtivos

    Clones Caractersticas

    1 CCN-51Recomendado para reas com pouca sombra, reas de encostas e no sujeitas a alagamentos; altamente precoce, produz o ano inteiro, prin-cipalmente no temporo.

    2 SJ-02 Tolera reas mais sombreadas, vai bem tambm nas encostas.

    3 CCN-10 Precoce, produz mais na safra; porte baixo e semente grande.

    4 IPIRANGA-01

    5 PH-15

    6 PH-16Bom desempenho nas encostas; porte mdio; muito produtivo; preco-ce; produz bem no temporo e tem boa arquitetura.

    7 VB-1151timo porta-enxerto, suas sementes so usadas para plantio de mu-das; porte mdio.

    8 PS-1319Bom desempenho nas encostas; precoce, produz muito no temporo e bem na safra; porte baixo e boa arquitetura.

    9 CA-1.4

    10 TSH-516

    Fonte: Adaptado de Sampaio (2009) e Gramacho (1992)

    Brotos basais adequados realizao da enxertia.Fonte Care Brasil, 2010

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 56

    Veja a seguir, o passo a passo da enxertia garfagem de tipo fenda cheia

    Aps a enxertia, colocar o saco plstico que forma a cmara mida. O plstico deve ser desamarrado quando o enxerto apresentar brotaes com um par de folhas medindo cerca de 5 centmetros cada. Aps 24 horas depois de desamarrado, retirar de nitivamente o saco.Os clones necessitam de reas com maior luminosidade. Aps a instalao dos clones ser necessrio uma nova avaliao sobre o excesso de sombra nas reas.

    1

    3

    2

    4

    Fonte: CARE Brasil, 2010

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 57

    9 Roagem e controle de plantas

    espontneas.

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 58

    Os cacaueiros recm-plantados devem ser mantidos livres de plantas invasoras. As plantas invasoras compe-tem com as mudas de cacau por gua, luz e nutrientes, alm de algumas secretarem substncias em suas razes que prejudicam o desenvolvimento das mudas de cacaueiro, chamadas de substncias alelopticas.

    A roagem manual deve ser feita duas vezes por ano. Uma no nicio da colheita da safra tempor e outra no incio da safra principal.

    Quanto mais a roa estiver no estgio bate-folha, menor ser a necessidade de roagem, pois o sombreamen-to reduz o desenvolvimentodas ervas invasoras. Devem ser observados e diagnosticados na rea os pontos de maior incidncia de in-vasoras e fazer a correo da causa desta maior infestao. Por exemplo, se h pouca sombra, plantas como gramneas, corindi e carrapichos se desenvolvem muito, devemos ento fazer um sombreamento provisrio com mandioca, banana e um plantio de nitivo com rvores de sombra respeitando a densidade mxima. Se h muita sombra e plantas como o feto, marianinha, comigo-ningum-pode, bananeirinha, cansano (tipo urtiga) e canoo esto alastrando, deve-se corrigir a sombra. Se h muita umidade e a ocorrncia de plantas que se desenvolvem em solos muito midos, deve-se realizar a drenagem ou limpeza das valetas.

    A primeira roagem feita antes da colheita. A segunda roagem feita aps o coroamento e a adubao. Desta forma, h um melhor uso da mo de obra, pois parte da rea j foi roada para o coroamento, sobrando uma rea menor para ser roada.

    prefervel a roagem ao invs da capina. A capina expe o solo ao impacto do sol e da chuva, facilitando a evaporao e a eroso do solo. A roagem corta o mato, deixando-o como cobertura morta sobre o solo e fazendo sua proteo.

    O equipamento usado para a roagem na regio sul da Bahia um faco prolongado, o bisc. Na organizao do material necessrio para a realizao da roagem deve-se levar faces reservas e lima para a ar as lminas, principalmente em reas de ocorrncia de a oramento de rocha por causa do desgaste das lminas. Nas reas onde houveram falhas de ps de cacau, chamadas de peladores e plantio de ps novos, deve-se destinar uma pessoa habilidosa e criteriosa da equipe para a roagem, a m de evitar perdas de mudas.

    Roagem manual

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 59

    Devem ser selecionadas as reas com foco de ervas espontneas mais agressivas e as reas mais abertas para a aplicao de herbicida. Isto reduz o custo de aplicao e o impacto dos herbicidas no ambiente. As dosagens podem ser reduzidas se o produtor observar o grau de maturao da vegetao espontnea, pois quanto mais nova ela for, menor a dosagem. A maior concentrao de herbicida acontece quando as plantas completam seu ciclo, ou seja, no lanamento de or e fruto. O uso de redutor de pH e de espalhante adesivo aumenta a e ccia dos herbicidas, eliminando assim a necessidade de reaplicaes.

    O uso de herbicidas deve ser realizado pelo menos duas vezes por ano, veri cando previamente o teste de vazo e, consequentemente, a dosagem recomendada e a necessidade da segunda aplicao.

    Nas reas prximas a nascentes e crregos, deve-se respeitar a faixa da rea de Preservao Permanente (APP) e dar preferncia ao uso da roagem manual, evitando-se assim a contaminao dos cursos dgua.

    bom alternar sempre que possvel roagem qumica com a manual, pois o excesso dessa roagem pode re-duzir a cobertura vegetal morta sobre o solo. A cobertura vegetal sobre o solo deixada com a roagem manual ajuda a conservar a umidade e as condies fsicas e biolgicas do solo.

    Importante:Aps a roagem, as valas de drenagem devem ser desobstrudas e limpas para a eliminao de focos de Vas-soura de Bruxa na rea.

    Roagem qumica

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 60

    Anexos

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 61

    ndice01.02.03.04.05.06.07.08.09.10.

    Ficha de CadastroCalendrio agrcola de Manejo do CacauPlanejamento anualRecomendao tcnicaPlanilha de monitoramentoLista de espcies orestais nativas da Regio Sul da BahiaComo retirar uma amostra de soloRecomendao de adubao a partir de nveis de fsforoPrticas agroecolgicasBene ciamento do cacau: Qualidade no bene ciamento

    62636465666772747582

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 62

    Anexo 1 | Ficha de Cadastro

    Nome completo do Agricultor

    DADOS GERAIS

    Nome da Propriedade ou Assentamento

    Municpio/Estado rea total (Hectare) Agricultor Familiar Tradicional [ ] Agricultor Familiar Assentado [ ]

    Faz parte de alguma organizao de produtores (STR, Associaes, Cooperativas)? SIM [ ] NO [ ] Se sim, qual?

    DADOS PESSOAIS

    Estado Civil Sexo : [ ] Masculino [ ] Feminino

    Data de Nascimento: _______/_______/_______ [ ] No alfabetizado/Sabe assinar o nome [ ] No alfabetizado/No sabe assinar o nome Grau de Escolaridade [ ] 1 a 4 srie completo; [ ] 1 a 4 srie incompleto;

    (marque um x no perodo correspondente)

    [ ] 5 a 8 srie completo; [ ] 5 a 8 srie incompleto; [ ] Ensino Mdio completo; [ ] Ensino mdio incompleto; [ ] 3 grau Completo; [ ] 3 grau incompleto;

    Nmero total de membros na famlia: ( ); Nmero de Homens: ( ); Nmero de Mulheres: ( ); Nmero de membros da famlia de acordo com as faixas etrias classificadas abaixo: Menores de 12 anos ( ); 13 a 18 anos ( ); 19 a 30 anos ( ); 30 a 60 anos ( ); Mais de 60 anos ( )

    CARACTERSTICAS DA PROPRIEDADE (Ha = hectare) (considere LOTE como PROPRIEDADE para os no assentados) Nmero do lote Tamanho do lote (Ha) rea ocupada com cacaueiros (Ha) Densidade de cacaueiros (plantas/hectare)

    Produo 2007 (@) Produo 2008 (@) Produo 2009 (@) Produo 2010 (@)

    Descrever as prticas culturais j realizadas na lavoura de cacau:

    OUTRAS OBSERVAES

    Produo 20 (@)

    Data da visita: de de 2011

    Nome do Tcnico Responsvel:

    CARE BRASIL Programa Bahia

    Avenida Antnio Carlos Magalhes, 285 3 andar Malhado 45.651-620 Ilhus-BA Brasil Tel. (55 73) 3634-3144 www.care.org.br

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 63

    Anexo 2 | Calendrio Agrcolade Manejo do Cacau

    Fonte: CEPLAC, EDVALDO SAMPAIO

    DESCRIO DAS ATIVIDADES

    Adubao: Reposio de nutrientes e condicionamento do solo agrcola. Adubao Nitrogenada: Uso de uria para quebra do ciclo da vassoura. Clonagem: Introduo de variedades resistentes vassoura e produtivas. Colheita: Remoo dos frutos com fase de maturao completada. Coroamento: Preparo do solo para incorporao do adubo. Desbrota: Remoo do excesso de brotao. Limpeza das valas de drenagem: Desobstruo .

    Plantio Bananeira: Sombreamento provisrio das mudas de cacau. Plantio de Cacau: Recomposio de stand. Plantio de sombra definitiva: Recomposio de rvores de sombra. Poda: Remoo de galhos e ramos em excesso ou doentes. Raleamento de Sombra: Remoo do excesso de sombra. Remoo de Vassoura: Remoo de galhos infectados. Roagem: Limpeza da vegetao espontnea

    CARE BRASIL Programa Bahia Avenida Antnio Carlos Magalhes, 285 3 andar Malhado 45.651-620 Ilhus-BA Brasil Tel. (55 73) 3634-3144 www.care.org.br

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 64

    Anexo 3 | Planejamento Anual

    O QU? (Qual atividade a ser realizada?)

    COMO? (Como ser realizada esta atividade?)

    QUANDO? (Perodo em que ocorrer a

    atividade) ONDE?

    (Onde ser aplicado a atividade) QUEM?

    (Quem ser responsvel pela ao)

    CARE BRASIL Programa Bahia Avenida Antnio Carlos Magalhes, 285 3 andar Malhado 45.651-620 Ilhus-BA Brasil Tel. (55 73) 3634-3144 www.care.org.br

    Anexo 3 | Planejamento Anual

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 65

    Anexo 4 | Recomendao Tcnica

    CARE BRASIL Programa Bahia Avenida Antnio Carlos Magalhes, 285 3 andar Malhado 45.651-620 Ilhus-BA Brasil Tel. (55 73) 3634-3144 www.care.org.br

    N

    Nome do Tcnico Data da Visita

    Nome da Comunidade Regio Municpio/Estado

    Nome do Produtor

    1

    Pole

    gar

    RECOMENDAO TCNICA

    LISTA DE PRESENA (01)

    2

    Pole

    gar

    3Po

    lega

    r

    4

    Pole

    gar

    5

    Pole

    gar

    6

    Pole

    gar

    7

    Pole

    gar

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 66

    Anexo 5 | Planilha de Monitoramento

    CARE BRASIL Programa Bahia Avenida Antnio Carlos Magalhes, 285 3 andar Malhado 45.651-620 Ilhus-BA Brasil Tel. (55 73) 3634-3144 www.care.org.br

    Qt. = Quantidade / @ = Arrobas

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 67

    Algumas rvores crescem somente na fase jovem da mata (capoeira) e so denominadas de plantas pionei-ras. Outras, denominadas de secundrias, predominam numa fase intermediria da mata e outras, que s crescem e reproduzem-se mais tardiamente na oresta ma- dura ou primria, so chamadas plantas clmax.

    Nome popular Nome cient co Famlia Informaes ecolgicas*

    aroeira, mirueira Astronium macrocalyx Anacardiaceae clmax

    gonalo-alves Loxopterygium sp. Anacardiaceae pioneira

    aroeira, aroeira-vermelha Schinus sp. Anacardiaceae clmax

    caj-brava Spondias sp anacardiaceae clmax

    piti-amarelo Aspidosperma multi orum apocynaceae clmax

    piti-branco, quina-quina Aspidosperma sp apocynaceae clmax

    pau-d'arco-amarelo Tabebuia serratifolia bignoniaceae clmax

    pau-d'arco Tabebuia sp bignoniaceae clmax

    baba-de-boi Cordia aberrans boraginaceae pioneira

    claraba-parda, mutamba Cordia trichotoma boraginaceae pioneira

    amescla Protium bahianum burseraceae clmax

    pequi Caryocar brasiliense caryocaraceae clmax

    olandi, landirana Symphonia globulifera guttiferae clmax

    capianga, copi Vismia latifolia guttiferae clmax

    ara-d'gua Terminalia brasiliensis combretaceae clmax

    Anexo 6 | Lista de Espcies Florestais Nativas da Regio Sul da Bahia

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 68

    bastio, bastio-de-arruda Machaerium acutifoliumLeguminosae-papilionoi-deae

    clmax

    gindiba Sloanea obtusifolia elaeocarpaceae clmax

    peno, mamoninha Cnidoscolus marcgravii euphorbiaceae pioneira

    Macuco, pau-osso Senefeldera multi ora Euphorbiaceae pioneira

    falsa-coarana Tetrorchidium rubrivenium Euphorbiaceae secundria

    pau-brasil Caesalpinia echinata Fabaceae-Caesalpinoideae clmax

    itapicuru, guabiru-amarelo Goniorrachis marginata Fabaceae-Caesalpinoideae secundria

    faveca Moldenhawera oribunda Fabaceae-Caesalpinoideae clmax

    pau-roxo, roxinho Peltogyne angusti ora Fabaceae-Caesalpinoideae clmax

    guapuruvu, cheira Schizolobium parahyba Fabaceae-Caesalpinoideae pioneira

    cabatam Sclerolobium sp. Fabaceae-Caesalpinoideae clmax

    mucitaba-preta Zollernia illicifolia Fabaceae-Faboideae clmax

    mucitaba-da-folha-miuda Zollernia modesta Fabaceae-Faboideae clmax

    angelim-amargoso Andira anthelmia Fabaceae-Faboideae clmax

    angelim-cco Andira marauensi Fabaceae-Faboideae clmax

    inhaba Eschweilera rhodogonoclada Lecythidaceae clmax

    sapucaia-mirim Lecythis lanceolata Lecythidaceae clmax

    sapucaia Lecythis pisonis Lecythidaceae clmax

    angelim d'gua Andira nitida Fabaceae-Faboideae pioneira

    angelim-branco Andira pisonis Fabaceae-Faboideae pioneira a secundria

    amargoso Andira vermifuga Fabaceae-Faboideae pioneira a secundria

    putumuju-gigante, arariba Centrolobium robustum Fabaceae-Faboideae pioneira

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 69

    mangal-bravo, pau-pereira Platycyamus regnellii Fabaceae-Faboideae clmax

    pau-sangue Pterocarpus rhorii Fabaceae-Faboideae secundria a clmax

    corao-de-ngo Swartzia apetala Fabaceae-Faboideae pioneira a secundria

    gro-de-burro Swartzia macrostachya Fabaceae-Faboideae clmax

    monz Albizzia polycephalum Fabaceae-Mimosoideae pioneira

    angico Anadenanthera colubrina Fabaceae-Mimosoideae pioneira

    ing Inga eduli Fabaceae-Mimosoideae pioneira

    brana-branca; faveiro Piptadenia adiantoides Fabaceae-Mimosoideae pioneira

    viola Piptadenia sp Fabaceae-Mimosoideae pioneira

    vinhtico Plathymenia foliolosa Fabaceae-Mimosoideae clmax

    fruta-de-paca Carpotroche brasiliensis Flacourtiaceae clmax

    louro-cravo (cheiroso) Cryptocarya mandioccana Lauraceae clmax

    jetiquib-rosa Cariniana legalis Lecythidaceae clmax

    jetiquib-branco; jequitib-cip Cariniana estrellensis Lecythidaceae clmax

    ac-branco Byrsonima sp. Malpighiaceae clmax

    barriguda Cavanillesia arborea Malvaceae clmax

    barriga-d'gua Ceiba pentandra Malvaceae pioneira

    imbiruu Eriotheca macrophylla Malvaceae secundria

    bomba-d'gua Hydrogaster trinerve Malvaceae clmax

    virote Quararibea oribunda Malvaceae secundria a clmax

    virote-preto, virote-bandeira Quararibea turbinata Malvaceae secundria a clmax

    cedro Cedrela sp Meliaceae clmax

    cedro-cabacinha, cedro-agrio Guarea macrophylla Meliaceae clmax

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 70

    rosa-branca Trichilia quadrijuga Meliaceae secundria

    amora Helicostylis poeppigiana Moraceae clmax

    moreira, amora-branca Maclura tinctoria Moraceae pioneira

    bicuba-vermelha; urucuba Virola gardneri Myristicaceae clmax

    bicuba-branca Virola o cinalis Myristicaceae clmax

    murta-guabiraba, guabiraba Compomanesia guazumifolia Myrtaceae clmax

    ara-branco Eugenia feijoi Myrtaceae clmax

    ara-piranga Eugenia leitonii Myrtaceae clmax

    ara-guabiraba Eugenia sp. Myrtaceae clmax

    murta-cumbuca Gomidesia langsdor i Myrtaceae pioneira a secundria

    batinga Psidium sp Myrtaceae clmax

    farinha-seca Guapira nitida Nyctaginaceae clmax

    farinha-seca Neea spp Nyctaginaceae

    pau-d'alho Gallesia scorododendrum Phytolacaceae secundria

    taipoca, folhado Coccoloba alnifolia Polygonaceae secundria e clmax

    banha-de-galinha Guettarda platypoda Rubiaceae pioneira a secundria

    pau-mar m Balfourodendron riedelianum Rutaceae pioneira

    laranjeira-brava Zanthoxylum sp Rutaceae pioneira

    canela-de-velho Allophylus sericeus Sapindaceae pioneira

    cambot-branco Scyphonychium multi orum

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 71

    pitomba Talisia esculeta Sapindaceae clmax

    bapeba Pouteria grandi ora Sapotaceae secundria

    buranhm; pianc Pradosia lactescens Sapotaceae secundria

    camboza Picramnia bahiensis Simaroubaceae clmax

    imbaba Cecropia lyratiloba Cecropiaceae pioneira

    cinzeiro Vochysia oppugnata Vochysiaceae pioneira

    Fontes: Lobo, Dan rico Vieira Petit. Agroecossistema cacaueiro da Bahia: cacaucabruca e fragmentos orestais na conservao de espcies arbreas. Tese doutorado. Unesp-Jaboticabal. 2007.

    Lorenzi, Harri. rvores Brasileiras: Manual de Identi cao e Cultivo de Plantas Arbreas Nativas do Brasil. Vol I. Editora Plantarum, Nova Odessa, SP, 1992.

    Lorenzi, Harri. rvores Brasileiras: Manual de Identi cao e Cultivo de Plantas Arbreas Nativas do Brasil. Vol II. 2 Ed. Editora Plantarum, Nova Odessa, SP, 2002.

    Lorenzi, Harri. rvores Brasileiras: Manual de Identi cao e Cultivo de Plantas Arbreas Nativas do Brasil. Vol III. 1 Ed. Editora Plantarum, Nova Odessa, SP, 2009.

  • P RetaEnxadete

    Fonte: Trado Tipo Caneco, disponvel em[http://www.sondaterra.com/caneco%203.jpg]

    Fonte: Enxadete, disponvel em [http://www.tramontina.com.br/produtos/13672-garfo-de-sobremesa]

    Fonte: P Reta, disponvel em[http://www.paraboni.com.br/index_interno.php?local=produto&idlinha=

    3&id_grupo=P%E1&id_produto=449&num_p_ini=30&num_p_ m=6]

    Manual Tcnico | Projeto Cau | 72

    Anexo 7 | Como Retirar uma amostra de SoloA rea deve ser dividida em parcelas uniformes, que podem ser de at 10 hectares, para a retirada da amostra. Para cada uma dessas parcelas deve-se levar em considerao a mesma topogra a (baixada, meia encosta ou morro); a mesma cor do solo; a mesma textura (arenoso ou argiloso); e o mesmo manejo, como aplicao de corretivos e adubao.

    A rea deve ser percorrida em zig-zag e coletadas amostras de 15 a 20 pontos, conforme gura (?). Utiliza-se para tanto um trado, enxadete ou p. A amostra retirada da camada super cial do solo at a profundidade de 20 cm, tendo-se o cuidado de limpar a superfcie do solo, retirando as folhas e outros detritos. Com o auxlio de um enxadete, cava-se um pequeno buraco com at 20 cm de altura e retira-se uma fatia do solo que colocada em um balde limpo. As amostras retiradas na rea devem ser muito bem misturadas no balde e dessa mistura compe-se uma amostra nal de 500 gramas para envio para anlise.

    Para fazer a anlise do solo em camadas mais profundas, aps retirar a amostra de 0 a 20 cm, utiliza-se o trado para coletar o solo na camada de 20 a 40 cm, procedendo do mesmo modo, utilizando um outro balde limpo.

    Aps a retirada de todas as amostras na rea, tudo deve ser bem misturado e em seguida recolhe-se uma amostra nal de 500 gramas para anlise.

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 73

    Deve-se evitar a coleta de solo nos locais descritos abaixo para no haver interferncia nos resultados:

    Locais de armazenamento ou queima de restos culturais (como o casqueiro, por exemplo) ou local de ac-mulo de cinzas;

    Locais compactados pelo trfego rotineiro de animais, pessoas, automveis; Locais onde haja presena de formigueiros ou cupinzeiros; Locais prximos a residncias, galpes ou depsitos.

    As amostras devem ser identi cadas por escrito com o nome do lote, profundidade de coleta, proprietrio e data de coleta.

    Fonte: Esquema para amostragem de solo, disponvel em[http://educar.sc.usp.br/biologia/prociencias/ gurasolo.html]

  • cmol

    c/dm

    3

    Manual Tcnico | Projeto Cau | 74

    Anexo 8 | Recomendao de adubaoa partir de nveis de fsforo.

    cmol

    c/dm

    3

    Adaptado de: Gramacho, ICP. Cultivo e bene ciamento do cacau na Bahia, Ilhus, CEPLAC. 1992. 124p.

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 75

    Anexo 9 Prticas agroecolgicas

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 76

    1. Adubao verdeO que ?

    A adubao verde em culturas tropicais so plantas introduzidas na rea de plantio que contribuem para au-mentar a fertilidade e a proteo do solo.

    Pra que serve?

    As plantas da famlia das leguminosas so muito utilizadas para ns de fertilidade pelo fato de suas folhas e ramos serem ricos em nitrognio. As razes das leguminosas so capazes de se associar a bactrias xadoras do nitrognio atmosfrico, os rizbios. Ao fazer a poda da leguminosa e deix-la em cobertura no solo, os restos vegetais, ao se decomporem, estaro disponibilizando altas doses deste nutriente essencial para as plantas da cultura na rea.

    Na escolha da espcie de adubo verde a ser usado, busca-se juntar as caractersticas de mxima produo de biomassa vegetal, mxima xao de nitrognio e controle de pragas, doenas e invasoras. Nos trpicos tam-bm importante que seja um? material vegetal resistente s altas taxas de decomposio pela alta umidade e temperatura, ou seja, um material que oferea uma boa cobertura ao solo, protegendo-o do impacto do sol e da chuva.

    Uma boa planta de adubo verde, portanto, produz muita biomassa, tem boa capacidade de associar aos orga-nismos xadores de nitro- gnio e oferece uma cobertura duradoura no solo.

  • Manual Tcnico | Projeto Cau | 77

    Por isso, recomendvel que o adubo verde seja cortado no nal do seu ciclo, quando possui mais celulose e lignina, o que confere maior poder de cobertura do solo. Quando cortado no ponto de orescimento h um oferecimento maior em nitrognio, mas a decomposio no solo muito rpida, ocasionando perdas de nutrientes e pouca cobertura. Se h algum inconveniente de que as sementes do adubo verde venham a ger-minar na rea, isto deve ser avaliado.

    No somente leguminosas so usadas. Plantas de outras famlias tambm apresentam estas caractersticas de-sejveis. Plantas da famlia das gramneas, por exemplo, possuem a vantagem de fornecer um material vegetal rico em carbono que oferece uma tima cobertura do solo, alm de fornecer nitrognio e outros nutrientes.

    Adubao verde em locais abertos

    As ervas de adubao verde exigem luz solar direta e podem ser usadas na cultura do cacau quando houver reas mais abertas, em incio de formao da cultura e, portanto, ainda pouco sombreadas, como por exemplo, nas reas onde houveram muitas falhas de mudas, podem ser plantadas consorciadas com outros cultivos como milho, feijo, mandioca.

    Algumas dessas plantas muito e cientes usadas como adubo verde so: crotlaria (Crotalaria spp.), e feijo de porco (Canavalia ensiformis), mucuna (Stizolobium spp). O guandu (Cajanus cajan) um arbusto que dura de 3 a 5 anos e que pode ser usado em reas mais fechadas tambm.

    Adubao verde em cacau cabruca

    O sistema de cacau cabruca uma forma de manejo onde as rvores de sombra j funcionam como fornece-doras de adubao verde. Atravs da queda de folhas e ramos o solo enriquecido e protegido por uma co-bertura de restos vegetais. Podemos enriquecer a rea com a introduo de espcies leguminosas arbreas e arbustivas como a gliricdia (Gliricidia sepium), eritrina (Eritrina sp.), guandu (Cajanus cajan), sesbania (Sesbania marginata) e outras. As espcies arbreas ocupam a rea do dossel e as espcies arbustivas podem ser podadas e manejadas de modo a fornecer biomassa ao sistema.

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    2. Composto orgnicoOs resduos orgnicos, como estercos animais, palhas e cascas de culturas, so melhor aproveitados quando mistu-rados e compostados em conjunto, do que quando colocados para decompor em separado.

    Materiais muito ricos em nitrognio, como os estercos animais, perdem muito nitrognio pelo ar quando decom-postos de modo isolado. O odor caracterstico, ou seja, o cheiro de uria, sentido durante a decomposio, demons-tra a perda que est ocorrendo.

    As palhas e cascas ricas em potssio, quando deixadas empilhadas, sofrem perdas deste elemento que escorre da pilha.

    Quando misturamos os estercos animais com as palhas ou cascas, o nitrognio do esterco capturado pelos orga-nismos que decompem a palha e por isso ele ca retido e no se perde no ambiente.

    Para fazermos o composto orgnico, montamos pilhas alternadas dos materiais existentes. Um composto ideal aquele que possui uma relao de carbono e nitrognio (C/N) entre 26 e 35. Os materiais ricos em carbono so pa-lhas, cascas e serragem. Os materiais ricos em nitrognio so os estercos animais.

    Montagem da pilha de composto:

    Fazer uma camada de gravetos como base;

    Colocar uma camada de 15 cm de resduos vegetais verdes ou secos (folhas, palhas, cascas); Colocar uma camada de 5 cm de esterco animal salpicada com um pouco de solo;

    Repetir as camadas at atingir 1,5 m de altura; por ltimo, coloca-se uma camada de palha. A largura da pilha de 2,5 m e o comprimento varivel. Aps a montagem de cada camada, adiciona-se gua, umedecendo toda a pilha.

    Portanto, normalmente a proporo da mistura de 3 a 4 partes de materiais vegetal para 1 parte de material ani-mal./ O composto precisa de ar e umidade para a sua decomposio ocorrer de modo satisfatrio. Os gravetos da base ajudam na aerao da pilha. A pilha deve ser mantida mida durante todo o processo, mas deve-se evitar o excesso de gua. Se as chuvas forem intensas, pode-se cobrir o composto com uma lona para evitar que a chuva lave o composto.

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    Uma forma muito e ciente de fazer composto e aproveitar os resduos utilizar materiais vegetais como cama para os animais, ou seja, espalhar palhas e materiais vegetais onde os animais cam reunidos. Desta forma, o esterco animal e a urina misturam-se com os restos vegetais e depois de alguns dias, podem ser retirados e colocados em pilhas.

    A. Galhos pedaos de madeira

    B.

    C.

    D.

    Gravetos

    3 m ou mais

    2m

    Solo

    Gravetos

    1,5

    m

    2 m 3 m ou m

    ais

    Palha Verdee/ou Seca

    Esterco

    Fonte: EMBRAPA (2001, p. 10, apud PEIXOTO, 1988)

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    3. BiofertilizanteO biofertilizante lquido um fertilizante orgnico dissolvido em gua produzido atravs de um processo de fermentao.

    Os biofertilizantes aumentam a resistncia da planta a pragas e doenas, alm de fornecerem elementos para a sua nutrio. A tcnica de fabricao de biofertilizantes lquidos foi feita para ser elaborada pelos prprios agricultores, de acordo com os seus recursos disponveis. Caso haja di culdade na utilizao de algum compo-nente, o biofertilizante pode ser elaborado mesmo sem um ou outro ingrediente.

    Materiais necessrios:

    Em um barril de plstico de 200 litros misturam-se:

    100 litros de gua 40 kg de esterco de bovino fresco Pode-se acrescentar: 5 kg de esterco fresco de galinha 4 kg de terra de mata 4 kg de acar 2 litros de leite 0,5 kg de farinha de osso ou casca de ovo moda 10 kg de plantas verdes picadas (ex.: feijo guandu, feijo de porco, mamona, mucuna, folhas de rvores

    leguminosas)

    Ingredientes minerais:

    4 kg de rocha moda 2 kg de cinza de madeira 0,45 kg de sulfato de zinco 0,45 de sulfato de magnsio 0,45 de brax ou cido brico 0,1 kg de xido de mangans 0,1 kg de sulfato de cobre 0,1 kg de cloreto de cobalto 0,1 kg de sulfato de ferro 0,1 kg de molibdato de sdio

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    Os ingredientes minerais podem ser adquiridos em uma nica mistura diretamente de fbricas que preparam alimentos balanceados para animais. Neste caso, basta utilizar uma dose de 1,5 kg.

    Modo de fazer:

    Primeiramente os materiais orgnicos so colocados em seguida os minerais completando com gua at atin-gir 80% do volume do barril. O barril deve permanecer fechado deixando apenas uma mangueira mergulhada em gua para a eliminao dos gazes produzidos.Aps 6 a 8 semanas o biofertilizante est pronto para ser usado. O material sobrenadante ento recolhido. O produto nal um lquido de cor marrom esverdeado escuro e de cheiro agradvel de terra fresca.

    A mistura pode ser aplicada diretamente no solo ou por pulverizao foliar. A dose recomendada de 2 aplica-es a 10% no solo e 4 a 6 aplicaes foliares a 5%. Aplicao a 10%: 10 litros de biofertilizante + 90 litros de gua.

    Aplicao a 5%: 5 litros de biofertilziante + 95 litros de gua.

    As aplicaes devem ser feitas nos horrios mais frescos do dia, ou seja, at s 9:00 horas da manh e depois das 16:00 horas. Se o solo estiver muito encharcado ou seco deve-se suspender a aplicao.

    4. Urina de vacaNa urina de vaca, encontramos vrios nutrientes como o nitrognio, fsforo, potssio, clcio, magnsio, enxo-fre, ferro, mangans, boro, cobre, zinco, sdio, cloro, cobalto, molibdnio, alumnio (abaixo de 0,1 ppm), os fe-nis, que so substncias que aumentam a resistncia das plantas. Tambm encontramos o cido indolactico, que um hormnio natural de crescimento de plantas. Portanto, o uso da urina de vaca sobre os cultivos tem efeito fertilizante, forti cante (estimulante de crescimento) e tambm o efeito repelente devido ao cheiro forte.A urina deve ser recolhida em um balde e logo aps ser envasada em recipiente fechado por no mnimo trs dias antes de usar. Em recipientes fechados a urina poder ser guardada por at um ano.

    Para ser utilizada no solo, junto ao p da planta, basta diluir a 5% (5 litros de urina em 100 litros de gua), meio litro da mistura por planta, no caso de plantas pequenas; 1 litro por planta para plantas mdias e 2 litros por planta para plantas grandes. A aplicao deve ser repetida a cada trs meses.

    Para pulverizao foliar, nos primeiros quatro meses, pulverizar a mistura de 1 litro de urina em 100 litros de gua. A seguir, devem ser feitas pulverizaes mensais da mistura de 2,5 litros de urina em 100 litros de gua. A aplicao do produto deve ser suspensa dois meses antes da orao, retornando a partir do amadurecimento dos frutos.

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    Anexo 10 |Beneficiamento do cacau: Qualidade no beneficiamento

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    O bene ciamento de cacau constitudo de cinco fases. So elas: colheita, quebra, fermentao, secagem e armazenamento.O agricultor deve ter em mente a importncia em realizar procedimentos que visem qualidade do bene cia-mento de cacau e que ir resultar em um produto melhor e com maior aceitao no mercado.Para desenvolver um trabalho de qualidade no bene ciamento de cacau precisamos exercitar em cada fase as 5 diretrizes bsicas de qual- quer processo de qualidade. So elas:

    1. Senso de organizao: utilizao, liberao da rea e descarte;2. Senso de ordem: arrumao; 3. Senso da limpeza; 4. Senso da manuteno da ordem e limpeza;5. Senso da disciplina e autodisciplina.

    1. Senso de organizaoAplicamos esta diretriz veri cando em toda a rea de colheita, fermentao e secagem todos os objetos e equi-pamentos existentes e, para cada um deles, identi camos em qual dos grupos abaixo ele se encaixa. A partir dessa identi cao, tomamos as devidas providncias:

    Identi cao Providncias

    Se usado toda hora Colocar no prprio local de trabalho

    Se usado todo dia Colocar prximo ao local de trabalho

    Se usado toda semana Colocar no almoxarifado, etcw

    Se no necessrio Descartar, disponibilizar

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    As principais vantagens do Senso de organizao so:

    Conseguir liberao de espao; Eliminar ferramentas e equipamentos estragados; Eliminar itens fora de uso e sucata; Diminuir riscos de acidentes.

    Todo material descartado deve ter uma destinao correta, que pode ser como material para recuperao, alienao, almoxarifado, materiais para doaes e reciclagem (para lixo ou vendido como sucata).

    2. Senso de ordemDepois da fase onde separamos os materiais que so teis, chegou a fase de arrumarmos as coisas que caram. Os materiais devem ser colocados em locais de fcil acesso e de modo organizado, de maneira que se