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MANUAL DE PRODUÇÃO ACADÊMICA TIPOS, NORMAS, MÉTODOS E MODELOS

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MANUAL DE

PRODUÇÃO ACADÊMICA

TIPOS, NORMAS, MÉTODOS E MODELOS

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Faculdades Metropolitanas Unidas

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Mello, Roberto Agostinho de; Kaneta, Catalina Naomi; Souza,

Clodoaldo de.

Manual de produção acadêmica: tipos, normas e métodos/Roberto

Agostinho de Mello; Catalina Naomi Kaneta; Clodoaldo de Souza.

São Paulo: FMU, 2013.

130 p.

1. Metodologia Científica. 2. Pesquisa – Metodologia.

I. Título.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 9

1 TRABALHOS ACADÊMICOS ...................................................................... 10

1.1 Resumo ................................................................................................. 10

1.1.1 Resumo crítico - resenha ................................................................ 11

1.1.2 Resumo indicativo ou descritivo ..................................................... 13

1.1.3 Resumo informativo ........................................................................ 13

1.2 Projeto de pesquisa ............................................................................... 16

1.2.1 Título do trabalho ............................................................................ 17

1.2.2 Tema .............................................................................................. 18

1.2.3 Problema ........................................................................................ 19

1.2.4 Hipóteses ........................................................................................ 19

1.2.5 Objetivos ......................................................................................... 20

1.2.6 Justificativa ..................................................................................... 21

1.2.8 Metodologia .................................................................................... 23

1.3 Artigo científico ...................................................................................... 29

1.3.1 Estrutura do artigo científico ........................................................... 30

1.4 Painel, pôster ou banner ....................................................................... 31

1.5 Monografia ............................................................................................ 33

1.5.1 Estilo redacional ............................................................................. 33

1.5.2 Estrutura da monografia ................................................................. 34

1.6 Relatório de estágio supervisionado ............................................. 35

1.7 Plano de Negócios ........................................................................... 35

2 PESQUISA CIENTÍFICA .............................................................................. 37

2.1 Elementos básicos de uma pesquisa .................................................... 39

2.2 Classificação quanto à natureza da pesquisa ....................................... 39

2.2.1 Pesquisa científica pura ou básica ................................................. 39

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2.2.2 Pesquisa científica aplicada ou prática ........................................... 40

2.3 Classificação quanto à abordagem do problema .................................. 40

2.3.1 Pesquisa quantitativa ...................................................................... 40

2.3.2 Pesquisa qualitativa ........................................................................ 41

2.3.3 Comparativo das pesquisas quantitativa e qualitativa .................... 42

2.4 Classificação quanto aos objetivos da pesquisa ................................... 44

2.4.1 Pesquisa descritiva ......................................................................... 44

2.4.2 Pesquisa explicativa ....................................................................... 44

2.4.3 Pesquisa exploratória ..................................................................... 45

2.5 Classificação quanto aos procedimentos da pesquisa .......................... 45

2.5.1 Pesquisa bibliográfica ..................................................................... 45

2.5.2 Pesquisa documental ..................................................................... 47

2.5.3 Pesquisa experimental ................................................................... 48

2.5.4 Levantamento ou survey ................................................................ 48

2.5.5 Estudo de caso ............................................................................... 49

2.5.6 Pesquisa ex-post-facto ou quase experimental .............................. 50

2.5.7 Estudo de campo ............................................................................ 50

2.5.8 Revisão sistemática ........................................................................ 51

3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ......................... 52

3.1 Observação ........................................................................................... 52

3.2 Entrevista .............................................................................................. 53

3.3 Questionário .......................................................................................... 54

3.3.1 Preâmbulo ...................................................................................... 55

3.3.2 Formato das questões .................................................................... 55

3.3.3 Características físicas do questionário ........................................... 57

3.3.4 Forma de aplicação do questionário ............................................... 57

3.4 Pesquisando material bibliográfico na internet ...................................... 59

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4 NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHO ACADÊMICO ........... 61

4.1 Formato geral ........................................................................................ 61

4.1.1 Papel .............................................................................................. 61

4.1.2 Margens .......................................................................................... 61

4.1.3 Fonte .............................................................................................. 62

4.1.4 Espaçamento .................................................................................. 62

4.1.5 Alinhamento .................................................................................... 63

4.1.6 Paginação ....................................................................................... 64

4.1.7 Títulos e indicativos de seção ......................................................... 64

4.1.8 Siglas .............................................................................................. 65

4.1.9 Ilustrações ...................................................................................... 66

4.1.10 Equações e fórmulas .................................................................... 67

4.1.11 Utilização de negrito, itálico e aspas ............................................. 67

5 CITAÇÕES .................................................................................................. 68

5.1 Regras gerais – citação de texto ........................................................... 68

5.1.1 Citação direta .................................................................................. 69

5.1.2 Citação indireta ............................................................................... 72

5.1.3 Informação verbal ........................................................................... 73

5.1.4 Citação de fonte de trabalho em elaboração .................................. 73

5.1.5 Citação de fonte de documento da internet .................................... 74

5.1.6 Localização ..................................................................................... 74

5.2 Sistema de chamada ............................................................................. 74

5.2.1 Sistema autor e data ....................................................................... 75

5.2.2 Sistema numérico ........................................................................... 77

5.2.3 Apresentação da autoria da citação ............................................... 77

5.2.3.1 Texto com autor único ................................................................. 77

5.2.3.2 Texto com dois ou três autores .................................................... 78

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5.2.3.3 Texto com quatro ou mais autores .............................................. 79

5.2.3.4 Sobrenome composto .................................................................. 80

5.2.3.5 Sobrenome com indicação de parentesco ................................... 81

5.2.3.6 Dois ou mais autores com o mesmo sobrenome ......................... 81

5.2.3.7 Documentos do mesmo autor publicados em um mesmo ano .... 82

5.2.3.8 Citações indiretas de diversos documentos de mesma autoria ... 82

5.2.3.9 Citações indiretas de diversos documentos de diversos autores 83

5.3 Notas de rodapé .................................................................................... 83

5.3.1 Expressões latinas .......................................................................... 84

5.3.1.1 Apud ............................................................................................ 84

5.3.1.2 Idem ............................................................................................. 85

5.3.1.3 Ibidem .......................................................................................... 86

5.3.1.4 Opus citatum ................................................................................ 86

5.3.1.5 Passim ......................................................................................... 87

5.3.1.6 Loco citato ................................................................................... 87

5.3.1.7 Conforme ..................................................................................... 88

5.3.1.8 Sequentia..................................................................................... 88

5.3.2 Notas explicativas ........................................................................... 89

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 90

6.1 Elementos da referência ....................................................................... 90

6.1.1 Elementos essenciais ..................................................................... 90

6.1.2 Elementos complementares ........................................................... 91

6.2 Definições ............................................................................................. 91

6.3 Regras gerais ........................................................................................ 92

6.3.1 Ordenação ...................................................................................... 92

6.3.1.1 Autores repetidos ......................................................................... 93

6.3.2 Espaçamento .................................................................................. 93

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6.3.3 Alinhamento .................................................................................... 93

6.3.4 Pontuação....................................................................................... 93

6.3.5 Abreviaturas e expressões latinas nas referências ......................... 94

6.4 Apresentação da referência .................................................................. 95

6.4.1 Autor ............................................................................................... 96

6.4.2 Título e subtítulo ............................................................................. 99

6.4.3 Edição ........................................................................................... 100

6.4.4 Local ............................................................................................. 100

6.4.4.1 Cidades homônimas .................................................................. 101

6.4.4.2 Local não informado .................................................................. 101

6.4.5 Editora .......................................................................................... 101

6.4.6 Data .............................................................................................. 102

6.4.7 Descrição física ............................................................................ 102

6.4.8 Parte de uma obra ........................................................................ 103

6.4.9 Capítulo com autoria própria......................................................... 103

6.4.10 Tese, dissertação e trabalho de conclusão de curso .................. 103

6.4.10.1 Trabalho científico consultado na internet ............................... 104

6.4.11 Leis, decretos e portarias ........................................................... 104

6.4.11.1 Leis, decretos e portarias na internet ....................................... 105

6.4.12 Verbete ....................................................................................... 105

6.4.13 Texto bíblico ............................................................................... 106

6.4.14 Relatório ..................................................................................... 106

6.4.15 Evento ........................................................................................ 106

6.4.15.1 Evento ou parte de evento na internet ..................................... 107

6.4.16 Publicação periódica ................................................................... 107

6.4.17 Artigo de uma publicação periódica ............................................ 108

6.4.17.1 Artigo de periódico na internet ................................................. 108

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6.4.18 Artigo de jornal ............................................................................ 108

6.4.18.1 Artigo de jornal na internet ....................................................... 108

6.4.19 Documento de acesso exclusivo em formato eletrônico ............. 109

6.5 Instrumentos de apoio ......................................................................... 109

6.5.1 Mecanismo online para referências - MORE ................................ 110

6.5.2 Mendeley ...................................................................................... 110

7 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ......... 111

7.1 Projeto do TCC.................................................................................... 111

7.1.1 Estrutura do projeto de pesquisa .................................................. 111

7.2 Versão final do TCC ............................................................................ 112

7.2.1 Estrutura do trabalho de conclusão .............................................. 113

7.3 Abreviaturas de titulação ..................................................................... 115

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 116

APÊNDICE A – Modelo para elaboração de resumo textual ........................ 120

APÊNDICE B – Modelo para elaboração de resumo informativo ................. 121

APÊNDICE C – Modelo para elaboração de cronograma ............................ 122

APÊNDICE D – Exemplo de artigo científico destinado à publicação .......... 123

APÊNDICE E – Exemplo painel .................................................................... 129

APÊNDICE F – Estrutura de trabalhos acadêmicos monográficos ............... 130

APÊNDICE G – Capa e folha de rosto.......................................................... 131

APÊNDICE H – Modelo para folha de aprovação ......................................... 133

APÊNDICE I – Modelo para sumário ............................................................ 134

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INTRODUÇÃO

Ao ingressar na vida acadêmica o aluno vê-se diante de um sistema

educacional muito diferente daquele que o acompanhou até então. Os professores,

em grande parte, apresentam-se como mediadores, estimulando os alunos a saírem

de suas confortáveis e passivas posições de ouvintes para uma situação de

interação e participação dinâmica no plano e programa de aula.

Diante desse novo cenário não são poucos os alunos que apresentam

dificuldades para assimilar as informações que lhes são transmitidas por meio de

leituras obrigatórias ou acompanhar o raciocínio imposto pelo sistema interativo das

aulas.

A esses fatos somam-se os trabalhos acadêmicos. Os estudantes, não

instruídos ou estimulados a desenvolverem pesquisas durante o ensino médio,

mostram-se como meros “copiadores” de textos e figuras que encontram em uma ou

mais fontes bibliográficas, especialmente na Internet. Faltam-lhes noções básicas de

metodologia de pesquisa.

A elaboração de trabalhos, de diversos tipos, faz parte da formação

acadêmica que visa desenvolver pessoas capazes de pensar e agir frente a

problemas de ordem prática e científica. Isso requer o desenvolvimento de

competências que englobam habilidade e capacidade de compreensão, formulação,

criação e redação.

Este manual tem como objetivo auxiliar os estudantes e os conduzir no

processo de construção de trabalhos acadêmicos. Não se prende apenas nas

formas de organização e apresentação destes trabalhos, mas discute conceitos e

definições sobre pesquisa e aspectos relativos à metodologia da pesquisa; nele são

apresentados elementos que propiciam maior desenvoltura na elaboração de

trabalhos acadêmicos desde os requisitados no plano de ensino de uma disciplina

até monografias e teses.

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1 TRABALHOS ACADÊMICOS

Os professores das diversas disciplinas, no transcorrer do curso, exigem a

apresentação, de forma sistematizada e escrita, de resultados de pesquisas,

relatórios e resenhas de livros. Solicitados desde o primeiro semestre, os diversos

tipos de trabalhos, denominados acadêmicos, devem ser desenvolvidos e

apresentados segundo alguns critérios metodológicos.

O estudante universitário, ou acadêmico, está envolvido em um constante

processo de pesquisa. Alguns atributos pessoais são desejáveis para a realização

desse processo.

Um pesquisador, de acordo com Gil (1999), precisa ter curiosidade,

conhecimento do assunto, criatividade e integridade intelectual. Necessita, também,

de perseverança, disciplina, humildade e ter uma atitude ensinável, isto é, estar

disposto e acessível a novos conhecimentos.

São vários os tipos de trabalhos acadêmicos e suas denominações, por isso,

neste manual serão abordados os mais comuns.

1.1 Resumo

Uma proposta didática comum no meio acadêmico, o resumo pode ser

entendido como o ato de transformar um texto em outro, ou seja, há um processo de

retextualização que compreende uma série de operações textuais-discursivas na

transformação de um texto em outro. De acordo com Marcuschi (2001, p. 46) a

retextualização “envolve operações complexas que interferem tanto no código como

no sentido”.

Resumo é definido como uma “apresentação concisa dos pontos relevantes

de um documento” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003c,

p. 1). É uma apresentação compacta e seletiva das ideias de uma obra ou texto,

ressaltando as principais ideias de seu autor. Salomon (2008, p. 186-187) apresenta

a seguinte definição: “Apresentação concisa e frequentemente seletiva do texto de

um artigo, obra ou outro documento, pondo em relevo os elementos de maior

interesse e importância [...]”.

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Sua principal finalidade é simplificar a seleção de documento pelo o usuário.

Um resumo bem elaborado poupa o tempo do leitor que eliminando a necessidade

de acessar o original para tomar a decisão de lê-lo ou não.

O resumo deve ser elaborado de acordo com a norma NBR 6028 da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que define as regras gerais para

sua redação e apresentação.

De acordo com a ABNT os resumos são classificados em três tipos: crítico,

indicativo e informativo (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2003c, p. 1).

1.1.1 Resumo crítico - resenha

O resumo crítico é um tipo de redação técnica que avalia sinteticamente a

importância de uma obra científica ou literária. Permite a expressão de comentários

e opiniões, julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e

avaliação de sua relevância (ANDRADE, 1997). Apresenta cerca de trinta por cento

do texto original, preservando suas ideias fundamentais e possibilita a inserção de

opiniões e comentários do resumidor.

Alguns professores tendem, por costume, chamar de resenha o resumo crítico

elaborado por estudantes como exercício didático. Afirma que a resenha é uma

construção técnica mais elaborada, que avalia de forma sintética, mas profunda, a

importância de uma obra. De acordo com a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (2003c, p.1) o resumo crítico “é um tipo de resumo redigido por

especialistas com análise crítica de um documento. Também chamado de resenha.

Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias, denomina-se

recensão”. Usualmente atribui-se o nome de resenha ao resumo crítico publicado em

uma revista, jornal ou internet.

A resenha crítica de uma obra ou texto é o tipo mais comumente pedido pelos

docentes do ensino superior, no entanto existe também a resenha crítica de uma

temática na qual o objetivo é apresentar um paralelo entre vários textos com uma

mesma temática, construindo-se assim uma síntese e expondo uma opinião sobre a

temática a partir da leitura dos textos.

A elaboração de um resumo crítico é precedida por um processo acurado de

leitura do texto, identificando o tema tratado, o problema abordado, a posição do

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autor em relação ao assunto e os argumentos utilizados pelo autor para defender

seu ponto de vista.

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003c, p. 2) não

há limite de palavras para os resumos críticos. Também não há uma estrutura rígida

para o seu desenvolvimento, mas, em geral segue-se a seguinte linha:

a) título da resenha: nome que apresente alguma relação com a obra (ou

obras) e expresse o posicionamento do “resenhista” sobre o(s)

conteúdo(s);

b) cabeçalho: transcrição dos dados bibliográficos da obra (titulo, autor,

cidade, editora, número de páginas); no caso de mais de um texto este

procedimento deve ser feito para todos.

c) informações sobre o autor da obra: informações sobre o autor(es) da(s)

obra(s) (sua área de formação e especialização, ocupação profissional,

outras obras publicadas, etc.);

d) exposição compacta do conteúdo da obra: apresentação compacta do

conteúdo da(s) obra(s) abordando seus pontos mais significativos,

expondo por partes as principais ideias do texto. Devem ser suprimidos

todos os recursos gráficos e citações, exceto em casos bem específicos e

essenciais para corroborar uma ideia;

e) comentário crítico: avaliação do resenhista sobre a(s) obra(s)

apresentando sua crítica pessoal, ou seja, apreciação das ideias do autor

frente a outras obras e autores, avaliação da qualidade do(s) texto(s), sua

validade e profundidade. Em seu desenvolvimento devem ser ressaltados

tanto os aspectos positivos quanto negativos da(s) obra(s). A análise deve

focar o conteúdo da obra(s); e,

f) informações sobre o autor da resenha: nome e qualificação.

Por ser destinada à publicação, a resenha segue normas de estruturação

determinadas pelo editor. Assim é a revista que determina onde e como escrever o

nome do resenhista (se abaixo do título, no final, a quantos centímetros da margem,

etc.), quantos parágrafos utilizar, o número mínimo e máximo de linhas, a utilização

de tópicos e subtítulos, etc. Para trabalhos disciplinares esses parâmetros devem

ser definidos pelos próprios professores, respeitando-se a estrutura geral de

formatação de trabalhos científicos definida na norma ABNT NBR 14724.

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1.1.2 Resumo indicativo ou descritivo

O resumo indicativo ou descritivo apresenta “[...] apenas os pontos principais

do documento, não apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo

geral, não dispensa a consulta ao original” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 2003c, p. 1).

É construído com frases curtas e em parágrafo único. Cada frase, geralmente,

corresponde a um elemento fundamental do texto. É compacto, seu tamanho é de,

no máximo, vinte linhas.

Descreve apenas a natureza da obra e de seus objetivos e, por isso, não

dispensa a leitura integral do texto original. É adequado à literatura de prospectos

(catálogo de editoras, livrarias, etc.).

Sua estrutura é formada por referência da obra em estudo, conteúdo do

resumo e palavras-chave.

1.1.3 Resumo informativo

Corresponde à explicitação dos principais tópicos do texto ou do trabalho e

indicação sucinta de seus conteúdos. “Informa ao leitor finalidades, metodologia,

resultados e conclusões do documento, de tal forma que este possa, inclusive,

dispensar a consulta ao original”. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2003c, p. 1)

O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se

destina. No sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto

original, a ordem como essas são apresentadas e as articulações lógicas do texto,

sem emitir comentários ou juízos de valor. Além disso, deve apresentar informações

suficientes ao leitor para que este possa decidir sobre a conveniência da leitura do

texto inteiro.

Neste manual apresentam-se dois tipos de resumo: resumo textual, aquela

que identifica as ideias centrais e secundaria de um texto e que corresponde à

síntese do que foi lido; e o resumo destinado a trabalhos científicos (artigos,

monografias, dissertações, etc.) e, nesse sentido, deve representar uma

condensação do conteúdo do trabalho “mostrando uma relação entre as ideias do

autor e seus pontos de discussão [...]” (MACEDO, 1994, p. 38).

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Resumo textual: tem como função a apresentação concisa dos pontos

relevantes de modo sucinto e sintético, seletivos à apenas as ideias do texto.

Deve ser redigido em linguagem objetiva; evitar a repetição de frases inteiras

do original; respeitar a ordem em que as ideias ou fatos são apresentados; não deve

apresentar juízo valorativo ou crítico; e deve dispensar a consulta ao original.

Antes de resumir é necessário; ler o texto inteiro, sublinhar, destacar ou

anotar o esquema de ideias ou fatos relevantes antes de prosseguir à construção

textual.

Embora devam-se evitar copias do texto original, se necessárias as citações

de até três linhas devem ser feitas, entre aspas, no corpo do texto, colocando-se

entre parênteses o número da página da qual o texto foi extraído; citações acima de

três linhas devem ser apresentadas fora do corpo do texto sem aspas em fonte

menor (ABNT).

Recomenda-se que o resumo não exceda à trinta por cento do número total

de linhas do texto resumido; sua apresentação deve conter exposição compacta do

conteúdo da obra desenvolvido na terceira pessoa do singular e o verbo na voz ativa

(o sujeito praticante da ação); referência bibliográfica (de acordo com as normas da

ABNT) do texto original; e informações sobre o autor do resumo, nome e

qualificação.

O texto deve ser escrito digitado e entregue em folha A4; ter espaçamento 1,5

entre linhas e duplo entre os parágrafos; as margens superior e esquerda: 3 cm,

inferior e direita: 2,0 cm; a fonte do texto deve ser Arial ou Times New Roman; o

tamanho da fonte 12 (para citações fora do corpo do texto usar fonte tamanho 10,

espaçamento simples); e o alinhamento deve ser justificado, com recuo no parágrafo

inicial.

O Apêndice A apresenta um modelo de resumo textuais.

Resumos de trabalhos científicos: De acordo com a Associação Brasileira

de Normas Técnicas (2003c) algumas recomendações devem ser observadas

durante a sua elaboração:

o resumo deve ser composto de uma sequência coerente de frases

concisas; não se deve elaborá-lo como uma enumeração de tópicos;

o texto deve ser desenvolvido, preferencialmente, na terceira pessoa do

singular e com o verbo na voz ativa;

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deve ser escrito em parágrafo único e com o mesmo tipo de fonte (Arial

ou Times New Roman) aplicado em todo o documento;

não utilizar citações e referências bibliográficas;

evitar o uso de frases negativas assim como símbolos e contrações que

não sejam de uso corrente;

somente usar fórmulas, equações, diagramas, etc., que sejam

absolutamente necessárias; quando seu emprego for imprescindível,

defini-las na primeira vez que aparecerem;

evitar adjetivos, advérbios, neologismos, explicações desnecessárias e,

também, a apresentação de dados irrelevantes ou redundantes;

não incluir opiniões ou observações avaliativas e não usar expressões

similares a “Neste documento é discutido...”, “O documento conclui

que...”, “aparentemente é...”, “O trabalho trata de...”, etc.;

a primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do

documento;

os objetivos devem ser descritos objetivamente para apresentar na

sequência, de forma igualmente concisa, os métodos e técnicas de

abordagem;

nos resultados, devem ser ressaltadas as descobertas, confirmações ou

contradições, relações e efeitos novos verificados;

descrever as conclusões, isto é, as consequências dos resultados e o

modo como eles se relacionam aos objetivos propostos no documento.

As seguintes extensões são recomendadas para o resumo:

a) para indicações breves: de cinquenta a cem palavras;

b) para relatórios e artigos científicos: de cem a 250 palavras;

c) para teses e dissertações: de 250 a quinhentas palavras.

Quanto à formatação, deve ter alinhamento justificado em um único

parágrafo, sem recuo, com frases completas e espaçamento entrelinhas de 1,5

linhas.

Logo abaixo do texto do resumo são indicadas palavras-chave (mínimo três e

máximo cinco) representativas do conteúdo do documento, separadas entre si por

ponto e finalizadas também por ponto. A expressão Palavras-chave deve ser iniciada

em maiúsculo e as demais letras em minúsculo, seguida de dois pontos. As

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palavras-chave devem figurar a uma entrelinha de 1,5 linhas do texto, rente à

margem esquerda. Estas palavras deverão estar contempladas no referencial teórico

do estudo e tem como propósito identificar rapidamente a temática do trabalho e

facilitar a indexação. O Apêndice B apresenta um modelo de resumo para trabalhos

científicos.

1.2 Projeto de pesquisa

É um documento que apresenta uma proposta de pesquisa. É a primeira

etapa de um trabalho científico. Corresponde à previsão de todos os procedimentos

necessários para construção de um trabalho científico. É um estudo preliminar da

questão a ser investigada.

O projeto não é um trabalho monográfico. É tão somente um plano de estudos, instrumento no qual o pesquisador esboça um experimento antes mesmo de por em experiência a pesquisa. No projeto é hora de planejar, de traçar o caminho mais eficiente até o objetivo que se pretende alcançar; mais ainda, de definir que objetivo é este. Assim, o projeto é o instrumento por meio do qual o pesquisador adquire clareza quanto ao que ele quer com sua pesquisa e ao curso que ela pode tomar. (KAHLMEYER-MERTENS et al, 2007, p. 31)

O projeto não traz respostas, recomendações ou conclusões. Nele são

apresentados o tema de pesquisa, a delimitação do tema, o problema, a justificativa

para o seu desenvolvimento, as hipóteses ou questões norteadoras, o objetivo geral

e os objetivos específicos, as limitações e os procedimentos metodológicos. Além

desses elementos devem ser informados o cronograma, referencial teórico e

bibliografia preliminar.

Ao estruturá-lo verifique se o seu conteúdo responde de forma clara e objetiva

as seguintes perguntas:

Seu conteúdo deve oferecer respostas claras e objetivas às seguintes

perguntas:

o que será estudado?

por que será pesquisado?

como será realizado?

para que será elaborado?

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O estilo redacional deve ser regido com o verbo no tempo ativo (presente), na

terceira do singular, exceto na apresentação dos procedimentos metodológicos que

deve ser escrito com o verbo no futuro do presente.

O projeto de pesquisa é um trabalho científico regido por normatização

específica - a ABNT NBR 15287. A estrutura de apresentação deve conter os

seguintes tópicos:

apresentação do tema e sua delimitação;

o problema de pesquisa;

hipóteses (prováveis respostas ao problema);

objetivos (correspondem às pretensões do pesquisador em relação ao

tema);

justificativa (a relevância social, organizacional e científica do tema);

referencial teórico (apresentação de conceitos importantes para

fundamentar o desenvolvimento da pesquisa);

metodologia (informação detalhada do delineamento da pesquisa,

destacando o tipo de pesquisa, as técnicas adotadas e sua análise);

cronograma (apresentando as tarefas e período provável de execução); e,

referências (lista dos documentos pesquisados, apresentados de acordo

com a norma ABNT NBR 6023).

1.2.1 Título do trabalho

Deve ser um nome que expresse seu conteúdo, que evidencie o tema do

estudo. Preferencialmente devem ser utilizadas expressões claras.

Evite nomes muito extensos; um bom título é conciso; não oferece muitos

detalhes e procura atrair o interesse do leitor através da síntese de ideias. Títulos

extensos podem confundir o leitor.

Utilize subtítulo apenas quando realmente necessário, para tornar mais claro

o conceito ou intuito do trabalho.

Pode ser alterado no decorrer do desenvolvimento da pesquisa em função da

evolução dos estudos.

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1.2.2 Tema

De acordo com Waslawick (2009) tema é uma área de conhecimento ou um

aspecto de uma área de conhecimento que se deseja investigar e desenvolver; ou

seja, é a parte de uma área de conhecimento que poderá merecer uma investigação

mais detalhada.

É a identificação de um campo de estudo integrante de uma grande área de

conhecimento. É importante que o tema esteja vinculado a uma área de

conhecimento com a qual o pesquisador ou estudante tenha alguma familiaridade ou

interesse específico, e que, de alguma forma, esteja vinculada com a sua atividade

acadêmica, com sua realidade social ou profissional. (BARRETO; HONORATO,

1998, p. 62).

O tema de pesquisa é, na verdade, uma área de interesse a ser abordada. É

uma primeira delimitação, ainda ampla. São exemplos de tema:

qualidade de vida no trabalho;

assédio moral;

comportamento do consumidor;

responsabilidade socioambiental;

educação corporativa;

endomarketing; etc.

Percebe-se, assim, que tema é o assunto, é aquilo que trata o trabalho que se

pretende redigir. É o aspecto mais genérico de um assunto dentro de uma área de

conhecimento. O tema deve mostrar qual o objeto da pesquisa.

A definição do tema envolve a determinação do objeto de pesquisa e sua

delimitação. Delimitar é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo alguns

limites ao tema. Assim, tema de pesquisa refere-se à matéria, ou, a definição do que

será estudado enquanto a sua delimitação consiste em determinar qual a

profundidade, abrangência ou limites do estudo. Ao ser delimitado, o tema deverá

apresentar qual o enfoque (uma parte do todo - o tema), em que espaço (geográfico)

e tempo (histórico) a pesquisa será realizada. A delimitação oferece resposta para

perguntas do tipo: quando? onde? como? quem? por que?

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1.2.3 Problema

Antecedendo a elaboração do projeto o aluno deve desenvolver uma ideia

clara do problema a ser resolvido ou da dúvida a ser elucidada. De acordo com

Cooper e Schindler (2011) todas as pesquisas, independentemente do tipo, são

baseadas na solução de problemas.

O problema de pesquisa não está associado ao desconhecimento ou dúvida

do pesquisador em relação a um assunto. “Problema é uma dificuldade, teórica ou

prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve

encontrar uma solução” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.143); para Gil (2002, p. 49)

“[...] problema é qualquer questão não resolvida e que é objeto de discussão, em

qualquer domínio do conhecimento”.

O problema de pesquisa é muito importante e, como tal, deve ser

cuidadosamente formulado. Ele é o mapa que direciona as etapas seguintes do

trabalho, além de revelar a importância do trabalho. Dessa forma o sucesso da

pesquisa dependerá da formulação adequada do problema; um problema mal

formulado acarretará em procedimentos metodológicos incorretos, obtenção de

dados inadequados e conduzir o pesquisador a falsas conclusões.

Além disso, de acordo com Dery (2000), os trabalhos acadêmicos devem

produzir conhecimentos relevantes e oferecer alguma forma de melhoria a

determinados assuntos.

Embora não exista uma regra definida para formulação do problema, na

literatura especializada podem ser encontradas várias sugestões sobre o assunto.

Gil (2002, p. 26) destaca algumas regras práticas para a sua formulação: “[...] (a) o

problema deve ser formulado como pergunta; (b) o problema deve ser claro e

preciso; (c) o problema deve ser empírico; (d) o problema deve ser suscetível de

solução; e, (e) o problema deve ser delimitado em uma dimensão viável”.

1.2.4 Hipóteses

Hipóteses são respostas provisórias e possíveis ao problema da pesquisa.

Direcionam os primeiros passos da investigação e a busca de outras informações.

Devem apresentar especificidade, não incluir valores morais, conter sustentação

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teórica, serem elaboradas de forma afirmativa e explicativa. Hipótese, pressuposto e

evidência prévia não são sinônimos.

É preciso não confundir hipótese com pressuposto, com evidência prévia. Hipótese é o que se pretende demonstrar e não o que já se tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida. Muitas vezes, ocorre esta confusão, o se tomar como hipóteses proposições já evidentes no âmbito do referencial teórico ou da metodologia adotados. E, nestes casos, não há mais nada a demonstrar, e não se chegará a nenhuma conquista e o conhecimento não avança. (SEVERINO, 2002, p. 161)

As hipóteses são elementos presentes em pesquisas quantitativas (em

capítulo específico são explicados os tipos de pesquisa) e sua construção envolve a

aplicação de uma técnica estatística apropriada. Nas hipóteses busca-se a

probabilidade de haver uma relação – de associação, causalidade ou dependência –

entre as variáveis estabelecidas. Elas são formuladas como afirmações que a

pesquisa poderá confirmar ou refutar.

Entretanto, nem todo tipo de pesquisa necessita da construção de

hipóteses. Em uma pesquisa qualitativa, trabalha-se com questões norteadoras,

deduzidas a partir do problema de pesquisa, que funcionam como um roteiro para a

obtenção da resposta ao problema. Em um estudo de caso são utilizadas

proposições que têm o mesmo objetivo das hipóteses, mas sem o rigor estatístico

exigido por estas.

1.2.5 Objetivos

Relacionam-se com a visão global do tema e com os procedimentos práticos.

Os objetivos definem a intenção da pesquisa; indicam o que se pretende

conhecer ou provar, apontam o alvo a ser alcançado. São responsáveis pela

orientação do embasamento teórico e dos procedimentos metodológicos da

pesquisa.

Os objetivos são formulados alinhados à justificativa e ao problema proposto.

Seus enunciados devem iniciar com um verbo no infinitivo indicando uma ação

passível de mensuração. Devem ser iniciados, sempre, com um verbo no infinitivo,

indicando a ação e, além disso, redigido na forma gramatical direta.

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Uma ação é materializada através de um verbo, o que torna importante sua

adequada escolha, utilizando aquele que exprime de maneira exata a ação

pretendida pelo pesquisador (BARRETO; HONORATO, 1998). Assim, os verbos

utilizados na formulação de um objetivo devem ser claros, não podem ser ambíguos.

Kahlmeyer-Mertens et al. (2007, p. 45) associam alguns verbos a determinados tipos

de pesquisa:

a) exploratória: investigar, pesquisar, apontar, identificar, levantar, grifar,

sublinhar, verificar, grifar, avaliar e comparar;

b) descritiva: descrever, delimitar, determinar, definir e traçar;

c) explicativa: elucidar, explicar e esclarecer.

Esses autores complementam destacando que devem ser evitados os verbos

achar, gostar, desejar, conscientizar, acreditar e opinar por ausência de objetividade.

Podem ser divididos em objetivo geral e objetivos específicos.

a) objetivo geral: é formulado a partir do problema. Esclarece e direciona o

foco da pesquisa. Indica o resultado pretendido. Deve ser escrito de forma

mais objetiva e clara possível. Há apenas um objetivo geral que traduz o

fim único da pesquisa;

b) objetivos específicos: são desdobramentos do objetivo geral. Definem

os diferentes pontos a serem abordados para concretizar o objetivo geral.

Para cada hipótese, pressuposto ou questão norteadora deve-se

estabelecer ao menos um objetivo específico.

1.2.6 Justificativa

A justificativa é uma importante parte do trabalho. É uma exposição sucinta,

porém completa, dos motivos de ordem teórica e prática que apontam para a

importância do estudo. É o local em que se apresentam os argumentos que

demonstram sua importância. É o momento de mostrar os motivos pelos quais o

assunto foi escolhido; quais são suas colaborações nos campos científico e social; e,

quais suas contribuições, de ordem teórica ou prática, para as organizações.

Em outras palavras, a justificativa evidencia de que modo os resultados da

pesquisa poderão contribuir para solucionar ou melhorar a compreensão do

problema formulado.

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De acordo com Silva e Menezes (2001, p.31), para elaborar a justificativa o

pesquisador deve perguntar-se: O tema é relevante? Por quê? Quais pontos

positivos podem ser percebidos? Quais vantagens ou benefícios são apresentados?

Para um projeto de pesquisa, além de destacar as contribuições teóricas ou

práticas que o trabalho poderá trazer a justificativa também deve demonstrar a

viabilidade financeira, material (equipamentos e informações) e temporal de o projeto

ser executado.

A justificativa deve ser elaborada em texto único, sem tópicos.

1.2.7 Referencial teórico

O referencial teórico, também denominado de revisão de literatura ou de

fundamentação teórica, é a apresentação sistematizada do conhecimento

acumulado envolvendo o tema delimitado para o projeto.

Esta parte do trabalho deve apresentar um texto bem articulado e focado,

expondo objetivamente os principais conceitos e ideias discutidas por outros autores

que exploraram o tema. Devem ser citadas as contribuições dos principais autores

que escreveram sobre este tema. O propósito é apresentar os resultados de outros

estudos, relatando suas descobertas e aspectos pouco explorados ou questões que

ficaram sem respostas.

É importante observar que sua elaboração não representa uma simples

aglutinação de partes de outros trabalhos, juntando citações dos documentos

consultados, mas uma articulação de ideias aderentes ao problema formulado;

devem estar relacionadas aos objetivos e hipóteses do trabalho. Deve, ainda,

oferecer elementos básicos para apoiar a análise e interpretação dos dados

coletados na pesquisa, auxiliando a elaboração da conclusão e relatório final.

Para Luna (1998) o processo de revisão da literatura pode ser realizado com

os seguintes propósitos:

a) determinação do estado da arte: o pesquisador procura evidenciar, por

meio da literatura apresentada, o seu nível de conhecimento sobre o

tema. Indicam-se os aspectos não explorados ou explorados

superficialmente, e onde se encontram os principais entraves teóricos ou

metodológicos;

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b) revisão teórica: corresponde à explicação de um problema de pesquisa

por meio de sua inserção em um quadro de referência teórica. Utiliza-se

quando o problema em estudo é gerado por uma teoria particular ou

quando é gerado ou explicado por várias teorias;

c) revisão empírica: explicação de como o problema vem sendo

pesquisado do ponto de vista metodológico. Procura respostas ao

seguinte questionamento: quais os procedimentos normalmente

empregados no estudo desse problema? Que fatores vêm afetando os

resultados? Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou controlá-

los? Que procedimentos vêm sendo empregados para analisar os

resultados? Há relatos de manutenção e generalização dos resultados

obtidos? Do que elas dependem? e;

d) revisão histórica: apresentação da evolução de um conceito, tema,

abordagem ou outros aspectos fazendo a inserção dessa evolução dentro

de um quadro teórico de referência que explique os fatores determinantes

e as implicações das mudanças.

A elaboração da fundamentação teórica envolve um tipo de pesquisa

exploratória - a metodologia de pesquisa bibliográfica. A Pesquisa Bibliográfica é

baseada na análise da literatura já publicada em forma de livros, artigos de revistas

especializadas, publicações científicas, jornais e literatura disponibilizada na Internet.

Os tipos de pesquisa são apresentados no capítulo 2.

Todo o material consultado e utilizado na redação do trabalho, tanto na forma

direta (sentença) como na indireta (ideia ou conceito), deve ser acompanhado da

citação de seus autores, conforme a norma ABNT NBR 10520. O conteúdo desta

norma é apresentado no capítulo 5.

Para pesquisas que são puramente teóricas, ou seja, aquelas em que todos

os dados foram colhidos de material escrito (documentos e publicações científicas),

a revisão da literatura passa a ser o próprio resultado de sua pesquisa. Neste

sentido, ela deve estar bastante fundamentada.

1.2.8 Metodologia

Apresentação do conjunto de técnicas e processos empregados na

verificação das questões de pesquisa ou hipóteses. Descreve o modo como os

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objetivos do projeto serão alcançados, indicando tanto os tipos de pesquisa quanto

as técnicas de coleta e análise de dados.

Os procedimentos metodológicos respondem às questões: como? Com quê?

Onde?

Nesta parte são descritos os métodos de abordagem (relacionados à

concepção teórica usada pelo pesquisador) e métodos de procedimento (que

mostram o procedimento que será utilizado na análise dos dados) da pesquisa.

Devem ser claramente identificados o tipo de pesquisa e os instrumentos a serem

utilizados para testar suas hipóteses e coletar, analisar e processar seus dados.

Os métodos e técnicas selecionados devem permitir que os objetivos

inicialmente propostos sejam alcançados atendendo aos critérios de menor custo,

maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação (BARRETO;

HONORATO, 1998). Os métodos de pesquisa são apresentados no capítulo 2.

A redação desta parte deve seguir uma sequência lógica que facilite ao leitor

a sua compreensão. O nível de detalhe deve possibilitar que outro pesquisador

possa repetir todos os procedimentos, de forma independente.

É importante observar que para o projeto de pesquisa esta parte do trabalho

deverá ser redigida com os verbos no tempo futuro (indicando algo a ser realizado).

Para auxiliar o aluno pesquisador apresentam-se, na sequência, alguns

passos que poderão ser úteis na elaboração de seu projeto.

1.2.8.1 Identificação do campo de pesquisa

De acordo com o propósito da pesquisa, o aluno pesquisador deverá prever

no projeto quais os procedimentos que tomará para diagnosticar seu campo de

pesquisa.

1.2.8.2 Identificação do universo ou população

Um importante passo na elaboração do projeto de pesquisa – e para sua

execução – é a determinação do universo em que ela será aplicada e qual a amostra

selecionada. Isso é necessário em função de as pesquisas sociais contemplarem um

universo de elementos muito grande, o que inviabiliza estudá-lo em sua totalidade.

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Entende-se por universo ou população alvo “[...] o conjunto de seres

animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em

comum”. (LAKATOS; MARCONI, 2010, p. 223).

Deve-se selecionar o mais preciso possível o universo da pesquisa definindo:

a) quem observar; b) local; c) circunstâncias nas quais a população será observada.

1.2.8.3 Definição da amostra

Amostra é parte do universo, selecionada de acordo com regra própria. Gil

(1999) conceitua amostra como um subconjunto do universo ou da população, por

meio do qual se estabelecem ou se estimam suas características.

De acordo com Cooper e Schindler (2011) a validade da amostra depende de

duas considerações: acurácia e precisão. A acurácia refere-se ao grau em que os

vieses ficam de fora da amostra, evitando valores que possam comprometer sua

qualidade; enquanto que a precisão admite previamente os erros e falhas da

amostragem, definindo assim o chamado erro padrão de estimativa.

Esses autores descrevem dois tipos de amostras: a amostra probabilística,

que é baseada na seleção aleatória, obedece as leis da estatística que assegura

que todos os elementos da população tenham uma chance de seleção conhecida e

diferente de zero; e, não-probabilística, que depende do critério do pesquisador, e no

seu julgamento para a produção de uma amostra fiel à população, pode ser

acidental (composta por acaso, com indivíduos que vão aparecendo) ou intencional

(escolha, por julgamento, de casos que representem a população).

1.2.8.4 Cálculo da amostra

Alguns aspectos devem ser considerados para que uma amostra represente

com fidedignidade as características do universo: a extensão do universo, os

recursos existentes, o nível de confiança estabelecido, o erro máximo permitido e a

percentagem com a qual o fenômeno se verifica.

Para Gil (2002) alguns princípios influenciam e ajudam a definir o tamanho da

amostra:

quanto maior a dispersão ou as variáveis da população, maior deve ser a

amostra;

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quando maior a precisão desejada, maior a amostra;

quanto menor a amplitude de intervalo, maior a amostra;

quanto maior o nível de confiança na estimativa, maior a amostra;

quanto maior o número de subgrupos de interesse na população maior a

amostra; e,

se o tamanho da amostra for maior do que 5% da população, ele poderá

ser reduzido sem que isso implique em perda de precisão.

Richardson (2007) descreve que em relação ao tamanho, a amostra deve ter

um número mínimo de elementos que são determinados estatisticamente. Esse

autor destaca que o tamanho da amostra depende dos fatores:

da amplitude da população, cujo universo pode ser finito (até cem mil

elementos) ou infinito; e,

do nível de confiança estabelecido.

Nas ciências sociais se aceitam trabalhos com nível de confiança de 95%

(dois desvios padrões) ou mais. Nível de confiança “é o erro que o pesquisador está

disposto a aceitar no estudo. [...] o pesquisador normalmente irá escolher um nível

de confiança de 95% (5% de chance de erro) ou de 99% (1% de chance de erro)”.

(REA; PARKER, 2002, p. 123).

Para ilustrar o cálculo do tamanho de uma amostra considere a situação em

que uma empresa com mil colaboradores deseja reduzir o nível de absenteísmo de

seu quadro. Algumas pesquisas preliminares indicaram que cerca de 10% dos

colaboradores faltam ao trabalho, mas não determinaram por quais motivos. O

pesquisador decide buscar as razões mais comuns para as ausências e, para tal,

estimou o nível de confiança de 95% e um erro máximo de 3%. Dessa forma,

identifica-se que:

n = tamanho da amostra que se deseja conhecer;

σ² = nível de confiança escolhido, em número de desvios-padrão (2);

p = porcentagem com a qual o fenômeno se verifica (10)

q = porcentagem complementar (90)

N = tamanho da população (1000)

e² = erro máximo permitido (3)

A fórmula utilizada para o cálculo é a seguinte:

n = σ

2*p*q*N

e2*(N-1) + σ

2*p*q

n = 2

2*10*90*1000

32*(1000-1) + 2

2*10*90

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Substituindo-se os números na fórmula:

n= = = 285,92 = 286

Nesse exemplo o pesquisador deveria coletar os dados com 286

colaboradores para possibilitar a determinação de quais seriam as principais causas

do absenteísmo entre o corpo de trabalhadores da empresa.

Entretanto, se não existisse informações suficientes que permitissem

identificar a frequência com que o fenômeno se verifica (valor de “p”), adotar-se-ia o

valor de 50% para “p” e “q”. Nesse caso a amostra seria de:

n= = = 526,57 = 527

Assim, o desconhecimento da frequência exigiria a realização da pesquisa

com 527 trabalhadores, se o pesquisador desejar manter um erro de 3%.

1.2.8.5 Ferramenta de apoio para cálculo da amostra

Na internet é possível encontrar aplicativos que determinam o tamanho da

amostra.

Uma calculadora interessante pode ser encontrada no endereço eletrônico

http://www.publicacoesdeturismo.com.br/calculoamostral/.

1.2.9 Cronograma

Todo projeto de pesquisa está condicionado a um prazo para sua realização.

O cronograma é a explicitação da previsão do tempo necessário para a realização

do trabalho de acordo com as atividades a serem cumpridas. É um plano de

execução com detalhamento do tempo que se pretende empregar para a execução

para cada uma das atividades de pesquisa descritas no projeto.

As atividades e respectivos períodos necessários para realização devem ser

definidos a partir das características e dos critérios de pesquisa determinados pelo

pesquisador.

4*10*90*1000

9*999 + 4*10*90

3600000

12591

4*50*50*1000

9*999 + 4*50*50

10000000

18991

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Deve ser construído com seriedade e realismo, pois é um importante

instrumento de gestão da evolução do projeto. O tempo pode ser expresso em dias,

semanas ou meses.

O Apêndice C apresenta um modelo de cronograma.

1.2.10 Referências

Todas as obras citadas no desenvolvimento do trabalho, apresentadas em

uma lista alfabeticamente ordenada, constituem as referências bibliográficas ou

simplesmente referências. Nessa relação são identificadas todas as fontes citadas

em qualquer parte do trabalho, isto é, no corpo do texto, nas ilustrações, nas tabelas

ou nas notas de rodapé.

Ressalte-se que referências e bibliografia não possuem o mesmo significado.

Referências são as obras efetivamente citadas no trabalho enquanto a Bibliografia é

mais ampla, incluindo obras sobre o tema que não foram mencionadas no trabalho.

Sua elaboração segue algumas recomendações específicas. O título não

pode ser numerado, deve ser escrito em letras maiúsculas e centralizadamente. As

obras, ou entradas, devem ser digitadas usando espaço entrelinhas simples e com

uma linha em branco entre cada entrada. As obras, independentemente da mídia em

que estão registradas, devem ser colocadas em ordem alfabética e, em ordem

crescente de data, para referenciar dois ou mais artigos de um mesmo autor.

A confecção das referências bibliográficas, assim como a bibliografia, segue

as determinações contidas na norma ABNT NBR 6023, cujas recomendações são

apresentadas no capítulo 6.

1.2.11 Falhas comuns na elaboração de um projeto de pesquisa

Quer por negligência, despreparo ou descuido há uma série de falhas que,

com alguma frequência, são percebidas na elaboração dos projetos de pesquisa.

Esta relação tem por objetivo alertar o aluno acerca desses equívocos a fim de

possibilitar a sua prevenção:

Objetivo amplo e geral. Os objetivos devem ser específicos, realistas e

exequíveis. Levantar dados apenas conceituais é inadequado;

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O projeto de pesquisa não é uma descrição de práticas ou coletânea de

informações. O projeto deve apresentar relevância científica e conter um

problema a ser investigado, sem isso não há pesquisa;

Projeto com múltiplos problemas ou objetos de investigação. O projeto

deve conter apenas um objeto de investigação;

Revisão de literatura incompatível ou inadequada ao tema e aos objetivos

da pesquisa;

Descrição inadequada da metodologia ou dos procedimentos de

pesquisa. É importante consultar livros de metodologia científica para

determinar os procedimentos metodológicos apropriados para a

realização do trabalho.

1.3 Artigo científico

Os artigos científicos são trabalhos acadêmicos de reduzidas dimensões,

porém completos, e que apresentam resultados de investigações científicas,

comunicam ideias e informações sobre um tema único e bem delimitado. Por ser

completo, possibilita sua repetição por outra pessoa. “Apresentam o resultado de

estudos ou pesquisas e distinguem-se dos diferentes tipos de trabalhos científicos

pela sua reduzida dimensão e conteúdo”. (MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 261)

Destaque-se a sua diferença em relação a um artigo simples, que aparece em

jornal, revista ou internet, analisando ou criticando um fato ou assunto determinado.

Neste caso, é apenas um texto opinativo escrito por um colunista, jornalista ou

analista especializado em uma área do conhecimento humano. Um artigo científico

pode ser definido como “parte de uma publicação com autoria declarada, que

apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas

áreas do conhecimento” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2003a, p. 2). Corroborando com esse conceito, Marconi e Lakatos (op. cit.) afirmam

que esse tipo de trabalho não se constitui em matéria de um livro, mas é parte de

revistas ou periódicos especializados.

Sheibel e Vaisz (2005) apontam algumas finalidades dos artigos científicos

entre as quais se destaca a comunicação de resultados de pesquisas, ideias e

debates de uma maneira clara, concisa e fidedigna, refletindo a análise de um

determinado assunto em certo período de tempo.

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Essas autoras destacam que sua principal característica é “a publicação em

periódicos ou revistas científicas especializadas para levar o conhecimento dos

resultados de uma pesquisa bibliográfica, documental ou de campo, proporcionando

ao leitor a compreensão de determinadas questões”. (SHEIBEL; VAISZ, 2005, p. 59)

Por essa característica várias instituições de ensino superior o utilizam como

exigência final de cursos de graduação ou pós-graduação, figurando nesses casos

como trabalho de conclusão de curso (TCC) ou monografia.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003a, p. 3) o artigo

pode ser:

a) Original ou divulgação: parte de publicação que apresenta temas ou

abordagens originais e podem ser: relatos de caso, comunicação ou notas

prévias; ou,

b) Revisão: os artigos de revisão analisam e discutem trabalhos já

publicados, revisões bibliográficas entre outros.

1.3.1 Estrutura do artigo científico

O artigo científico tem a mesma estrutura orgânica exigida para trabalhos

científicos, isto é, apresenta elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos

pós-textuais.

Há algumas diferenças sutis em função de sua destinação. Artigos destinados

à publicação devem seguir, além das especificações das normas ABNT, as

recomendações ditadas pela revista especializada, coordenação do congresso ou

seminário. Neste caso são submetidos a comissões e conselhos editoriais dos

periódicos, que avaliam sua qualidade, relevância e adequação à revista.

O Apêndice C apresenta um modelo de artigo para publicação em periódicos

especializados.

Artigos elaborados como TCC devem possuir, no máximo, trinta páginas e

seguem a mesma formatação aplicada às monografias. Estas especificações são

apresentadas no capítulo 1.5.2 e ilustradas no Apêndice E.

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1.4 Painel, pôster ou banner

O painel é uma forma de exposição de trabalho ou pesquisa científica. É um

material afixado em locais específicos, normalmente de elevado fluxo de pessoas,

com o autor posicionando-se ao seu lado, à disposição para fornecer eventuais

esclarecimentos que forem solicitados pelos observadores.

O painel pode conter os mesmos elementos de um artigo, porém com volume

reduzido de informações escritas. As letras devem ser visíveis, a linguagem clara e

objetiva. Se necessário, e possível, ilustrar com tabelas, gráficos ou figuras.

Deve ser elaborado obedecendo à seguinte estrutura:

• título do trabalho completo em português;

• autor (precedido da respectiva titulação, quando aplicável);

• orientador (titulação e nome);

• resumo em português, que deve ressaltar o objetivo, o método, os

resultados e as conclusões do documento, conforme ABNT NBR 6028;

• as palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da

expressão Palavras-chave, separadas entre si por ponto e um espaço em

branco, e finalizada também por ponto. Deve ser evitado o uso de

palavras genéricas, ambíguas ou combinações longas, dê preferência a

palavras ou termos específicos;

• após o resumo e as palavras-chave, apresenta-se a introdução. Nesta

seção devem constar a delimitação do assunto tratado, os objetivos da

pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema explorado;

• em seguida desenvolve-se a parte principal do artigo, que contém a

exposição ordenada e pormenorizada do assunto tratado. Divide-se em

seções e subseções, conforme a ABNT NBR 6024, que variam em função

da abordagem do tema e do método. Nesta parte deve constar o

referencial teórico do estudo, a metodologia utilizada para a execução da

pesquisa e a análise dos resultados obtidos;

• na finalização apresenta-se a conclusão ou considerações finais

correspondentes aos objetivos e hipóteses do estudo; e,

• O painel deve ser fechado com as referências bibliográficas (elemento

obrigatório, elaborado conforme a ABNT NBR 6023).

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O pôster deve ser confeccionado em polietileno, lona ou outros materiais

resistentes (deve-se evitar o uso de papel com gramatura igual ou inferior a cem

gramas).

Normalmente a entidade organizadora do evento publica recomendações

para as dimensões e formatação do pôster. Para os trabalhos promovidos pelo

Departamento de Ciências Exatas e Gerenciais da FMU, as recomendações são:

O tamanho padrão do pôster é 0,90 cm de largura e 1,20 cm de

comprimento, com bastões para acabamento nas extremidades superior e

inferior. Atentar para que o pôster tenha cordão para ser pendurado nos

locais de exposição;

O logotipo da instituição deve estar posicionado na parte superior direita

do pôster (o logotipo da FMU deve seguir as recomendações

apresentadas no “Manual de identidade visual: normas e padrões de

utilização”);

Utilizar apenas um único tipo de fonte - ARIAL;

Título e subtítulo: escrito em letras maiúsculas e em negrito; o tamanho da

fonte deve permitir sua leitura a três metros de distância, sugere-se fonte

de tamanho 54 a 70;

Autores: posicionado logo abaixo do título, informados do seguinte modo

– SOBRENOME, Nome autor 1; SOBENOME, Nome autor 2; ... Utilize

fonte de tamanho 40 a 52;

Orientador: posicionado abaixo dos autores, estruturado da seguinte

forma – Orientador: Titulação. Nome Sobrenome. Use fonte de tamanho

36 a 48;

Resumo: escrito em português. Deve possibilitar sua leitura a um metro

de distância. Sugere-se o uso de fonte de tamanho 20 a 30;

Palavras-chave: indicar de três a cinco palavras. Cada palavra é iniciada

por letra maiúscula, encerrada por ponto e separada com um espaço em

branco da próxima palavra;

Estruture a parte textual em duas colunas com iguais dimensões. Utilize

fonte de tamanho 24 a 30;

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As citações devem seguir as determinações da norma ABNT NBR 10520.

Podem ser referenciadas por fonte de tamanho ligeiramente menor.

Sugere-se 16 a 24;

Encerre o painel com apresentação da bibliografia escrita em

conformidade com a norma ABNT NBR 6023. Utilize fonte do mesmo

tamanho aplicado na parte textual.

A fixação do pôster será feita pelo apresentador, em local indicado pela

instituição ou orientador, trinta minutos antes do programado para início da sessão

ou evento. A sua retirada é de responsabilidade do autor ao final da exposição.

O Apêndice D apresenta a ilustração de um painel.

1.5 Monografia

É uma discussão, explicação expositiva ou explicação argumentativa, sobre

um tema único e bem delimitado (mónos = um só e graphein = escrever).

São monográficos os trabalhos realizados para obtenção do grau de bacharel,

especialista, mestre (neste caso, a monografia é denominada dissertação) e doutor

(dá-se o nome de tese este trabalho monográfico), o que explica a semelhança entre

suas estruturas. A diferenciação entre esses trabalhos está relacionada aos níveis

de profundidade e originalidade, bem como a exigência de defesa pública para

alguns deles. Sua estrutura e apresentação seguem as especificações da norma

ABNT NBR 14724.

A monografia desenvolvida como requisito parcial para a conclusão de um

curso de graduação ou pós-graduação lato sensu é normalmente referenciada como

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Seu desenvolvimento deve ser

supervisionado por um professor ou orientador. Raramente é um estudo original.

O aluno deve se preocupar com a adequada exploração de todos os

elementos do trabalho, escreva o essencial para a compreensão de seu trabalho

adotando o cuidado de não ser prolixo ou sucinto demais na elaboração do texto.

1.5.1 Estilo redacional

A monografia deve ser escrita em uma linguagem clara e objetiva. O texto

deve ser desenvolvido em uma sequencia lógica, que simplifique e estimule a sua

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leitura. Dê preferência a palavras simples, não utilize palavras rebuscadas ou pouco

usuais, construa frases curtas e diretas.

A impessoalidade é uma marca dos textos científicos. Assim, os verbos

devem ser aplicados na terceira pessoa do singular, evitando-se o uso da terceira

pessoa do plural, assim como da primeira pessoa do singular ou plural (eu ou nós).

1.5.2 Estrutura da monografia

De acordo com a norma ABNT NBR 14724, a estrutura dos trabalhos

acadêmicos compreende a disposição de elementos ilustrada no Quadro 1 e no

Apêndice E.

Quadro 1 – Estrutura dos trabalhos acadêmicos

Parte externa Capa

Lombada

Parte interna

Elementos pré-textuais

Folha de rosto

Errata

Folha de aprovação

Dedicatória

Agradecimentos

Epígrafe

Resumo na língua vernácula

Resumo em língua estrangeira

Lista de ilustrações

Lista de tabelas

Lista de abreviaturas e siglas

Lista de símbolos

Sumário

Elementos textuais

Introdução

Desenvolvimento

Conclusão

Elementos pós-textuais

Referências

Glossário

Apêndice

Anexo

Índice

Fonte: adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2011a, p. 5)

O autor tem liberdade para determinar a nomenclatura dos títulos dos

elementos textuais.

Não há uma dimensão previamente determinada para este tipo de trabalho

acadêmico; mas, em geral, apresenta cerca de sessenta páginas.

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1.6 Relatório de estágio supervisionado

O Relatório de Estágio Supervisionado Acadêmico é um documento de

comunicação técnico-científica que obedece às instruções constantes na norma

ABNT NBR 14724.

É o documento cujo objetivo é apresentar o local onde foi realizado o estágio

e seu período de duração. Contém um relato das experiências vivenciadas pelo

estagiário, ações desenvolvidas, resultados alcançados, análise comparativa da

teoria com a prática, sugestões de melhoria e outras informações exigidas pelo

curso.

Sua formatação é similar à utilizada em monografias (TCC, dissertação de

mestrado e tese de doutorado); compreende: elementos pré-textuais (capa, folha de

rosto, resumo, listas e sumário), textuais (introdução, objetivos; apresentação da

empresa; referencial teórico; procedimentos metodológicos; apresentação e

discussão dos resultados; conclusões e recomendações) e pós-textuais (referências

bibliográficas; apêndices e anexos). Sua estrutura é similar ao modelo ilustrado no

Apêndice E.

1.7 Plano de Negócios

Ainda não tendo a sua validade reconhecida enquanto trabalho científico, a

construção de um Plano de Negócios tem sido apresentada nos últimos anos como

alternativa para trabalhos de conclusão de curso (TCC), substituindo as pesquisas

científicas em vários cursos de graduação e pós-graduação tanto no Brasil como

forma do país.

O Plano de Negócios consiste em desafiar o aluno a montar sua própria

empresa ou propor um projeto que agregará valor à alguma empresa já existente.

Por meio deste documento de gerenciamento, é possível planejar e decidir

sobre o futuro de uma empresa, tendo como apoio o seu passado, sua conjuntura

atual em relação ao mercado, aos clientes e à concorrência, sendo possível também

identificar os riscos e sugerir planos para minimizá-los e até mesmo evitá-los. O

Plano de Negócios permite que o empreendedor identifique os pontos fortes e fracos

de seu empreendimento em relação à concorrência e o ambiente de negócio em que

atua; conhecer seu mercado e definir estratégias de marketing para produtos e

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serviços; analisar o desempenho financeiro, avaliar investimentos, retorno sobre o

capital investido.

Embora não tenha o reconhecimento de material científico, o plano de

negócios possibilita o empreendedor a organizar as suas ideias sobre a

exequibilidade do seu negócio. Ele elimina o “achismo” e a organização instintiva.

Não existe uma norma sobre o conteúdo de um Plano de Negócios, em geral

itens como descrição do negocio; visão, missão e valores; análise de mercado,

consumidores, concorrência; ambiente interno e externo; planos de marketing;

definição do organograma institucional; filosofia corporativa; ações estratégicas;

diagnóstico institucional (pontos fortes e fracos); modelos de gestão; investimentos

internos e externos; projeções mercadológicas; questões judiciais; são apresentadas

no documento juntos com os respectivos referenciais teóricos para que o plano

possa servir tanto como um guia a ser seguido pelo empreendedor como também

pode ser um instrumento utilizado para obtenção de financiamento.

A estrutura do Plano de negócios é similar à utilizada em monografias (TCC,

dissertação de mestrado e tese de doutorado); compreende: elementos pré-textuais

(capa, folha de rosto, resumo, listas e sumário), textuais e pós-textuais (referências

bibliográficas; apêndices e anexos), com a diferença que na parte textual são

apresentadas todos os itens de planejamento, análises e projeções. Sua estrutura

assim como no relatório de estágio, é similar ao modelo ilustrado no Apêndice E.

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2 PESQUISA CIENTÍFICA

Um importante capítulo dos trabalhos acadêmicos é a descrição dos

procedimentos adotados no desenvolvimento do trabalho. Destaque-se que ao

apresentá-los o aluno utilizará verbos no tempo futuro na elaboração do projeto de

pesquisa – indicando ações que serão desenvolvidas – e no tempo passado para o

trabalho final – expondo o que foi feito para sua conclusão, ações já realizadas.

A pesquisa científica é caracterizada pela adoção sistematizada de métodos

que têm por objetivo descobrir, compreender e explicar fatos componentes de

determinada realidade ou que nela estão inseridos.

Pesquisar é a ação de reunir informações necessárias para encontrar

resposta para uma pergunta e assim chegar à solução de um problema. Assim, o

processo de pesquisa envolve as ações sistemáticas de decidir o que deve ser feito,

coletar informações relativas ao problema, descartar informações não importantes

ou irrelevantes, analisar as informações relevantes e procurar uma conclusão,

resposta ou solução para o problema.

Ghaury e Gronhaug (2005) afirmam que a adequada abordagem de um

problema de pesquisa envolve ter a clara definição dos seguintes aspectos:

qual é o problema; e,

como se deve proceder para resolver o problema.

No tocante à resolução de um problema, a adoção de métodos é uma das

principais características dos trabalhos científicos. “Trata-se da adoção de

procedimentos padronizados e muito bem descritos, a fim de que outras pessoas

possam chegar a resultados semelhantes se seguirem os seus passos” (ALMEIDA,

2011, p. 30).

O método oferece várias vantagens ao aluno (pesquisador) ao dispor um

conjunto de atividades racionais e sistemáticas que indicam os passos da pesquisa,

possibilitando a identificação de erros e informações que auxiliam os processos

decisórios.

Saliente-se que técnicas e métodos não significam a mesma coisa, embora

tenham forte relação.

O método é um plano de ação, formado por conjunto de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a realizar e antecipar uma atividade na busca de uma realidade, enquanto a técnica está ligada ao modo de

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realizar a atividade de forma mais hábil, mais perfeita. O primeiro está relacionado à estratégia e o segundo à tática. [...], o método refere-se ao atendimento de um objetivo, enquanto a técnica operacionaliza o método. (FACHIN, 2001, p. 29)

A adequada caracterização do trabalho envolve alguns importantes

componentes. Neste capítulo são apresentados os principais elementos que serão

utilizados na explicitação dos métodos e técnicas empregadas na pesquisa.

As pesquisas podem ser classificadas de várias as formas. Neste manual

apresenta-se a forma clássica, destacada por Gil (1999); Marconi e Lakatos (2007) e

Almeida (2011), relacionadas no Quadro 2.

Quadro 2 – Classificação e tipos de pesquisa

TIPO DE PESQUISA

DESCRIÇÃO SUCINTA

a) Quanto à natureza

Pura ou Básica O objetivo é desvendar conceitos, discussões polêmicas e teóricas.

Aplicada ou Prática O pesquisador é movido pela necessidade de conhecer para a aplicação imediata de seus resultados, apresenta fins práticos.

b) Quanto à abordagem do problema

Quantitativa Considera que tudo pode ser quantificável; assim, procura traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los.

Qualitativa Visa aprofundar a compreensão de um determinado fenômeno social.

c) Quanto aos objetivos da pesquisa

Descritiva Visa descrever as características ou componentes de fato ou fenômeno.

Explicativa Busca esclarecer os fatores que contribuem para o fato ou fenômeno; têm como preocupação central identificar seus fatores determinantes.

Exploratória Visa aumentar a experiência em torno de um determinado problema.

d) Quanto aos procedimentos da pesquisa

Bibliográfica Estudo sistematizado desenvolvido com base em material disponível em livros, revistas, jornais, internet.

Documental Realizada em documentos de órgãos públicos e privados, compreende regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, etc.

Experimental Manipula uma ou mais variáveis independentes (causas) controladas, a fim de se observar e interpretar as realizações e as modificações provocadas no objeto de estudo (efeito).

Levantamento ou Survey

Coleta de dados referentes a uma dada população a partir de uma amostra selecionada dentro de critérios estatísticos. Não há a intervenção do pesquisador. A análise de dados exige tratamento estatístico

Estudo de caso Estudo profundo e exaustivo de determinados objetos ou situações.

Ex-post-facto ou

quase experimental

Mesmos princípios da pesquisa experimental, com a diferença que o pesquisador não tem controle sobre as variáveis.

Estudo de campo O pesquisador assume o papel de observador e explorador, coletando os dados no local (campo) em que se deram ou surgiram os fenômenos.

Fonte: os próprios autores

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2.1 Elementos básicos de uma pesquisa

Destaque-se que, independentemente do método adotado, existem alguns

elementos considerados essenciais para uma pesquisa científica, conforme ilustra o

Quadro 3.

Quadro 3 – Elementos de uma pesquisa

FASE REQUISITO

Problema Formulação de um problema de pesquisa

Procedimento

Determinação das informações necessárias para encaminhar as respostas às perguntas feitas.

Identificação e seleção das melhores fontes dessas informações.

Definição de um conjunto de ações que produzam essas informações.

Recorte da realidade

Seleção de um sistema para tratamento dessas informações.

Uso de um sistema teórico para interpretação das informações.

Respostas Produção de respostas.

Indicação do grau de confiabilidade das respostas obtidas.

Generalização Indicação da generalidade dos resultados, isto é, a extensão

dos resultados obtidos.

Fonte: Baseado em Luna (1998)

2.2 Classificação quanto à natureza da pesquisa

De acordo com Zanella (2006) a finalidade da pesquisa é conhecer e explicar

os fenômenos que ocorrem no mundo de acordo com dois diferentes enfoques:

pesquisa científica pura e pesquisa científica aplicada. Os dois têm as mesmas

metas científicas, estão relacionados com hipóteses e com um problema de

pesquisa; diferenciando-se quanto aos métodos aplicados, no modo de analisar os

dados e nos resultados da investigação.

2.2.1 Pesquisa científica pura ou básica

A pesquisa científica pura, também denominada teórica ou básica, possibilita

articular conceitos e sistematizar a produção de uma determinada área de

conhecimento; visa a criação de novas questões num processo de incorporação e

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superação daquilo que já se encontra produzido para melhorar o próprio

conhecimento (MINAYO,2002; ALMEIDA,2011).

.

2.2.2 Pesquisa científica aplicada ou prática

A pesquisa científica aplicada tem como finalidade gerar soluções aos

problemas humanos, entender como lidar com um problema. Pode contribuir com

novos fatos para o planejamento de novas pesquisas ou para a compreensão teórica

de certos setores do conhecimento (MINAYO, 2002; ALMEIDA,2011).

2.3 Classificação quanto à abordagem do problema

Quanto à forma de abordagem do problema pode-se classificar a pesquisa

como: (a) quantitativa e (b) qualitativa.

Godoy (1995) destaca que nas duas abordagens a pesquisa se caracteriza

como um esforço cuidadoso para a descoberta de novas informações ou relações e

para a verificação e ampliação do conhecimento existente, mas o caminho seguido

nesta busca pode possuir contornos diferentes em cada uma dessas abordagens.

2.3.1 Pesquisa quantitativa

Este tipo de pesquisa considera que tudo pode ser medido ou quantificado, ou

seja, opiniões e informações podem ser transformadas em números para viabilizar a

sua classificação e análise. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas

(média, moda, mediana, desvio-padrão, análise de regressão, porcentagem, etc.).

É muito frequente em estudos descritivos, preocupa-se em descobrir e

classificar a relação entre variáveis, bem como a busca de relação de causalidade

entre fenômenos. Seu objetivo é mensurar e permitir o teste de hipóteses, os

resultados são mais concretos e menos passíveis de erros de interpretação.

Dessa forma, a pesquisa quantitativa possibilita a generalização dos dados a

respeito de uma população, a partir da análise de apenas uma parte dela. Para isso,

pesquisas desse tipo utilizam uma amostra representativa da população para

mensurar qualidades.

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A primeira razão para a escolha desse método de pesquisa é descobrir

quantas pessoas de uma determinada população compartilham uma característica

ou um grupo de características. É apropriada para medir tanto opiniões como

atitudes, preferências e comportamentos.

De acordo com Hughes (apud MINAYO, 1996, p.30) os fundamentos básicos

da pesquisa quantitativa nas ciências sociais são:

o mundo social opera de acordo com leis causais;

o alicerce da ciência é a observação sensorial;

a realidade consiste em estruturas e instituições identificáveis enquanto

dados brutos por um lado, crenças e valores por outro;

o que é real são dados brutos considerados dados objetivos, valores e

crenças são realidades subjetivas que só podem ser compreendidas

através dos dados brutos.

2.3.2 Pesquisa qualitativa

A pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo

real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a

subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A pesquisa

qualitativa não é projetada para coletar resultados quantificáveis.

De acordo com Godoy (1995) a pesquisa qualitativa não procura medir os

eventos ou fenômenos estudados e não utiliza mecanismos estatísticos para a

análise dos dados. Envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares

e processos interativos por meio do contato direto do pesquisador com a situação

estudada. Procura compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos

personagens envolvidos na situação.

Conforme Triviños (2006) este tipo de pesquisa tem cinco características

principais:

tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador

como instrumento chave. Têm como preocupação básica o mundo

empírico em seu ambiente natural. No trabalho de campo, o pesquisador

é fundamental no processo de coleta de dados; é ele que observa,

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seleciona, interpreta e registra os comentários e as informações do

mundo natural;

é descritiva, preocupa-se com a descrição dos fenômenos por meio dos

significados que o ambiente manifesta. Assim, os resultados são

expressos na forma de transcrição de entrevistas, em narrativas,

declarações, fotografias, desenhos, documentos, diários pessoais, dentre

outras formas de coleta de dados e informações;

o pesquisador concentra-se no processo e não com os resultados e

produtos. A preocupação está em conhecer como determinado fenômeno

se manifesta;

há uma forte tendência para a análise indutiva, isto é, as abstrações são

construídas a partir dos dados, num processo de baixo para cima; e,

o significado é a preocupação essencial. Os pesquisadores qualitativos

buscam compreender os fenômenos a partir do ponto de vista dos

participantes.

Para desenvolver uma pesquisa qualitativa o pesquisador deve possuir

algumas habilidades e atitudes dentre as quais se destacam:

bom ouvinte;

observador perspicaz;

disciplinado no registro das observações e declarações;

organizado no registro, na codificação e classificação dos dados;

paciente;

não ser intransigente;

ser sociável e apresentar facilidade para se integrar e interagir com os

personagens envolvidos no processo de pesquisa.

2.3.3 Comparativo das pesquisas quantitativa e qualitativa

Apesar das variações existentes dentro das áreas de conhecimento que

utilizam os métodos de pesquisa quantitativo ou qualitativo, pode-se afirmar que

cada um deles apresenta seu ponto forte.

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Entretanto, há a possibilidade de utilização dos dois enfoques no mesmo

trabalho; deve-se lembrar, porém, que cada método possui características próprias e

são adequados a propósitos distintos na pesquisa conforme ilustrado no Quadro 4.

Quadro 4 – Comparativo das características das pesquisas quantitativa e qualitativa

PESQUISA QUANTITATIVA PESQUISA QUALITATIVA

Visão geral independe do contexto depende do contexto

Inferência dedutivo indutivo

Objetivo comprovação interpretação

Finalidade teste de teorias, predição, estabelecimento de fatos e

teste de hipóteses

descrição e entendimento de realidades variadas, captura da vida cotidiana e perspectivas

humanas

Realidade investigada objetiva subjetiva

Foco quantidade natureza do objeto

Amostra determinada por critério

estatístico determinada por critérios

diversos

Tamanho da amostra grande pequeno

Característica do instrumento de coleta de dados

questões objetivas, aplicações em curto espaço de tempo.

Evita-se a interação entrevistador-entrevistado, ou seja, o pesquisador mantém

distância do processo

questões abertas e flexíveis. Explora a interação

pesquisador-entrevistado, ou seja, o pesquisador participa do

processo.

Análise dos dados estatística e numérica interpretativa e descritiva.

Resultados

comprovação de hipóteses. A base para generalização dos

resultados é universal e independente do contexto.

proposições e especulações. Os resultados são situacionais

e limitados ao contexto.

Confiabilidade e validade pode ser determinada,

dependendo do tempo e recurso.

difícil determinação, dada à natureza subjetiva da pesquisa

Fonte: adaptado Godoy (1995); Gil (1999)

O aluno pesquisador deve, entretanto, lembrar-se que a questão não é

confrontar a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa, não é se decidir por uma

ou outra forma de pesquisa. Deve-se determinar e utilizar a abordagem teórico-

metodológica que possibilite alcançar ao resultado que contribua para a

compreensão e solução do problema, em menor tempo e com custos adequados. A

decisão envolve condições de natureza prática, empírica e técnica.

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2.4 Classificação quanto aos objetivos da pesquisa

Os estudos e pesquisas científicas também podem ser classificados de

acordo com os seus objetivos. Sob esta ótica, Gil (1999) divide as pesquisas em três

categorias: descritiva, explicativa e exploratória.

2.4.1 Pesquisa descritiva

A pesquisa descritiva procura conhecer a realidade estudada, suas

características e seus problemas. Pretende “descrever com exatidão os fatos e

fenômenos de determinada realidade” (TRIVIÑOS, 2006, p.100, grifo do autor).

Para Andrade (1997) a pesquisa descritiva observa, registra, analisa,

classifica e interpreta os fatos sem manipulação ou interferência do pesquisador.

Seus objetivos são:

identificar e descrever as características de uma população ou fenômeno;

estabelecer por meio das variáveis determinadas a inter-relação entre os

fenômenos;

comparar o estabelecimento das relações entre determinados fenômenos;

e,

descobrir a frequência com que os fenômenos acontecem no contexto

pesquisado.

Exige o emprego de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como

questionário e observação sistemática.

2.4.2 Pesquisa explicativa

A pesquisa explicativa visa identificar os fatores que determinam ou

contribuem para a ocorrência de um determinado fenômeno; explica a razão de tal

ocorrência por meio da identificação e analise das relações de causa e efeito dos

fenômenos. É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque

explica a razão, o motivo dos fenômenos ou fatos.

Quando utilizada nas ciências exatas, este tipo de pesquisa adota o método

experimental, enquanto que quando realizada nas ciências sociais e humanas aplica

o método observacional.

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2.4.3 Pesquisa exploratória

A pesquisa exploratória visa obter maior familiaridade com o problema para

torná-lo explícito ou a construir hipóteses. É aplicada em áreas nas quais há pouco

conhecimento, explora a realidade buscando embasamento para depois planejar

uma pesquisa descritiva.

Assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso, pode conter

entrevistas, questionários, análise de exemplos, etc.

2.5 Classificação quanto aos procedimentos da pesquisa

Tanto as técnicas como os procedimentos adotados para o desenvolvimento

de uma pesquisa podem ser utilizadas como critério para diferenciação e

classificação. Nesse sentido, Gil (1999) classifica a pesquisa em bibliográfica,

documental, experimental, levantamento, ex-post-facto, estudo de campo e estudo

de caso.

2.5.1 Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica corresponde ao estudo sistematizado desenvolvido

com base em material publicado em livros, artigos científicos, dissertações de

mestrado, teses de doutorado, artigos de periódicos e na internet, isto é, material

acessível ao público em geral.

Normalmente tem o objetivo de buscar relações entre características, ideias e

conceitos; envolve leitura, seleção, fichamento e organização de textos importantes

para o estudo em andamento.

Esse tipo de pesquisa é utilizado como elemento de partida em vários

estudos, fornecendo instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa;

mas também pode esgotar-se em si mesma, isto é, há trabalhos realizados

exclusivamente com base em fontes bibliográficas.

A revisão bibliográfica, ou revisão da literatura utilizada como parte do projeto,

do artigo científico ou trabalho de conclusão de curso, não deve ser confundida com

a pesquisa bibliográfica. Os procedimentos deste tipo de pesquisa permitem ao

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pesquisador a ampla cobertura de acontecimentos. A maior desvantagem é o risco

de trabalhar com dados coletados e processados de forma inadequada (GIL, 2007).

A análise dos dados (informações) depende dos objetivos da pesquisa, tipos

de dados, etc.

Busca bibliográfica: O acesso à bibliografia pode ser feito de dois modos

básicos; manualmente ou eletronicamente. O primeiro consiste em pesquisar

diretamente nos livros de referências disponíveis na biblioteca, entretanto, este

método está praticamente em desuso com o advento da informática.

Atualmente existem diversos locais para se procurar trabalhos científicos por

meio eletrônico como os periódicos CAPES: http://periodicos.capes.gov.br, Google

Acadêmico: http://scholar.google.com.br; SciELO - Scientific Electronic Library

Online e outras inúmeras ferramentas de buscas que proporcionam este

levantamento do material publicado. Em geral muitos destes materiais são de fácil

acesso, mas algumas revistas e jornais tem acesso restrito para assinantes, desta

forma o pesquisador tem que se deslocar para realizar a pesquisa nas principais

bibliotecas do país onde as instituições assinam as revistas e o acesso para os

usuários da biblioteca é gratuito.

Devido à grande quantidade de publicações, nem sempre o material tem boa

qualidade, desta forma existem alguns critérios para avaliar a qualidade de uma

publicação, dentre estes os principais:

- Número de citações (se este material foi citado em outras publicações sobre

a mesma temática);

- Local onde foi publicado: jornais e revistas são melhores, desde que estes

sejam indexados e tenham o “qualis alto” (http://www.capes.gov.br/avaliacao/qualis)

ou “JCR (Journal of Citation Report) alto”; em seguida vem as teses e dissertações;

e por fim publicações congressos são importantes;

- Tempo da publicação: as publicações recentes são melhores por ter dados

mais atualizados;

- Currículo dos autores da publicação: autores conceituados costumam

publicar artigos de boa qualidade;

A busca deve ser realizada através dos sites digitando as palavras-chaves

que muitas vezes são definidas como descritores de busca e, de acordo com os

critérios de qualidade indicados anteriormente cada resultado da busca deve ser

individualmente analisado. Observe as referências encontradas nos melhores

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47

trabalhos para encontrar outros materiais potenciais candidatos de leitura obrigatória

dentro da área pesquisada.

Fichamento: é uma maneira excelente de manter um registro de tudo que foi

lido. Durante o processo de fichamento pode-se adquirir uma compreensão maior da

natureza e do conteúdo do texto além da possibilidade de identificar a qualidade do

material.

Os arquivos de fichamento podem se compostos por arquivos de resumo,

opinião, citação e de arquivos simplesmente bibliográficos, dos textos lidos ou que

devem ser lidos.

Estes fichamentos bibliográficos são similares à uma ficha de catálogo que

registram as informações bibliográficas completas sobre o autor, a revista publicada,

a qualidade da revista; algumas anotações sobre a obra; as palavras chave; e a

temática do texto; possiblitando-se assim o controle do material além do registro

sobre a qualidade da publicação.

2.5.2 Pesquisa documental

A pesquisa documental apresenta características semelhantes às da pesquisa

bibliográfica, diferindo desta no que se refere à fonte dos dados. A investigação

documental é a realizada em materiais ou documentos conservados com pessoas ou

no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza. Envolve

memorandos, registros contábeis e econômicos, anais, regulamentos, circulares,

ofícios, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, vídeos, cartas

pessoais, etc.

Para Almeida (2011, p. 34) este é o tipo de pesquisa típico de estudos sobre

as finanças de uma organização “visto que analisam relatórios e dados existentes na

empresa, mesmo que tenham recebido outros tipos de análise”.

O tipo de análise também depende dos objetivos da pesquisa e podem

assumir formas diversas, desde a análise de conteúdo (perspectiva qualitativa ou

quantitativa) até estudos essencialmente quantitativos.

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2.5.3 Pesquisa experimental

Pesquisa experimental é um tipo de investigação empírica na qual as

variáveis independentes são manipuladas de maneira preestabelecida e se

observam os efeitos produzidos nas variáveis dependentes.

Variável não é, necessariamente, um valor numérico, expressando

quantidade; pode ser um dado relativo à qualidade, característica, magnitude, etc.

Variável independente é aquela que influencia ou afeta a variável dependente. É

conhecida e manipulável. Variável dependente é aquela cuja situação ou

comportamento é influenciado pela variável independente.

A pesquisa experimental permite observar e analisar um fenômeno, sob

determinadas condições.

Os componentes do experimento são divididos em dois (ou mais) grupos,

sendo um deles o de controle e os outros experimentais. O processo consiste em

submeter o grupo experimental a algum tipo de influência (ação de uma variável

independente) e acompanhar os grupos para verificar se após a interferência há

diferenças significativas.

Dependendo do número de variáveis, podem ser elaborados diversos planos

experimentais. A coleta de dados geralmente consiste em anotar aquilo que é

observado, enquanto as análises são normalmente realizadas utilizando-se técnicas

estatísticas, em especial o teste de diferença de médias (GIL, 1999).

2.5.4 Levantamento ou survey

É adotada especialmente quando o pesquisador pretende descrever uma

realidade, dando-lhe um determinado perfil ou pela incidência de determinadas

características. É um tipo de pesquisa normalmente aplicado a fenômenos pouco

conhecidos ou novos.

Sua execução é apresentada na forma de censo, enquete de opinião e estudo

de mercado. Sua realização envolve a interrogação direta das pessoas, grupos,

classes ou etnias cujo comportamento se deseja conhecer.

Dependendo de seus objetivos, o levantamento pode ser descritivo,

explicativo ou exploratório.

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De acordo com Gil (2002) a coleta de dados pode ser desenvolvida por meio

de técnicas como questionário, entrevista e formulário; enquanto a análise pode

adotar diferentes procedimentos tais como codificação das respostas, tabulação dos

dados e análise estatística.

2.5.5 Estudo de caso

O estudo de caso é uma estratégia preferencialmente aplicada quando se

colocam questões do tipo “como” e “por que”; quando o pesquisador tem pouco

controle sobre os eventos; e o foco se encontra em fenômenos contemporâneos

inseridos em algum contexto da vida real (YIN, 2010).

Sua aplicação surge da necessidade de se compreender fenômenos sociais

complexos, que geralmente se relacionam com uma multiplicidade de variáveis,

visando fazer generalizações a partir de caso ou casos representativos (indivíduos,

profissões, condições, instituições, etc.) investigados em profundidade.

Há estudos de caso único e de casos múltiplos. O estudo de caso único – que

apresenta um único caso para um dado problema e referencial teórico – é

normalmente utilizado quando são analisados fenômenos de ocorrência rara ou de

difícil observação. Já o estudo de casos múltiplos se baseia em replicações de um

determinado fenômeno.

Yin (2010) narra que os estudos de caso envolvem cinco componentes

importantes:

a) as questões do estudo: a estratégia do estudo de caso é mais

apropriada para questões do tipo “como” e “por que”;

b) o conjunto de proposições (se existir): questões que embora possuam a

essência do que se deseja responder, não apontam para aquilo que se

deve estudar. Auxiliam a seguir na direção certa, levantando hipóteses a

serem trabalhadas. Ao final da pesquisa, as análises realizadas podem

concluir pela confirmação ou negação dessas proposições;

c) as unidades de análise: uma escolha fundamental para focalizar o

estudo de caso e delimitar o problema;

d) a lógica que une os dados às proposições: determinação de como os

dados devem ser analisados; e,

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e) critérios para se interpretar as descobertas: argumentos que

subsidiam as decisões necessárias para comparar duas proposições

concorrentes.

De acordo com Fachin (2001) nesse tipo de estudo os dados devem ser

representados sob a forma de tabelas, quadros, gráficos estatísticos e por meio de

uma análise descritiva.

2.5.6 Pesquisa ex-post-facto ou quase experimental

Preocupa-se em verificar a existência de relação entre variáveis, mas, ao

contrário da pesquisa experimental, este tipo de estudo é realizado depois da

ocorrência do fato, o que inviabiliza a interferência do pesquisador sobre as

variáveis.

Em outras palavras, o plano de uma pesquisa ex-post-facto procura a máxima

aproximação do plano experimental, diferenciando-se pelo fato de que não há

manipulação de variáveis independentes. O “experimento” ou “quase-experimento” é

realizado depois dos fatos. As variáveis chegam ao pesquisador com as

características do ocorrido. Neste tipo de pesquisa, o investigador procura localizar

grupos cujos indivíduos tenham muitas semelhanças entre si (GIL, 1999).

Os dados geralmente são coletados em duas etapas. Na primeira, ocorre a

busca por grupos, identificando as informações sobre os sujeitos por meio de

técnicas de coleta variadas que podem envolver a observação, os questionários ou

registros documentais. Na segunda, coletam-se os dados sobre a variável

dependente.

Como o foco da pesquisa é encontrar relação entre variáveis, é comum a

análise dos dados contar com o uso de técnicas estatísticas.

2.5.7 Estudo de campo

Como o próprio nome indica, este tipo de pesquisa tem a fonte de dados no

“campo” onde ocorrem os fenômenos. De acordo com Gil (1999) o delineamento da

pesquisa de campo apresenta semelhanças com levantamento, diferenciando-se

deste em vários aspectos:

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o estudo de campo é tem maior profundidade enquanto o levantamento

tem maior abrangência;

o estudo de campo visa o aprofundamento do problema proposto

enquanto o levantamento procura ser representativo de uma população;

o estudo de campo investiga um grupo único em termos de estrutura

social enquanto o levantamento visa identificar as características dos

indivíduos de uma determinada população de acordo com certas

variáveis.

Percebe-se, assim, que o estudo de campo procura observar os fatos em seu

ambiente natural, sem isolamento ou controle sobre as varáveis. Mas, apesar disso,

possibilita inferências sobre relações causais nos eventos observados.

2.5.8 Revisão sistemática

Pouco difundida nas ciências sociais, como a administração, sendo mais

frequentemente utilizada na área médica, a revisão sistemática, de acordo com

Mafra e Travassos (2006, p. 11), “é um meio para identificar, avaliar e interpretar a

pesquisa existente disponível e relevante para uma particular questão de pesquisa,

tópico ou fenômeno de interesse”. Assim, apresenta uma avaliação justa do tópico

de pesquisa, na medida em que utiliza uma metodologia de revisão rigorosa,

confiável e passível de auditoria (KITCHENHAM, 2004).

Por este método, os pesquisadores devem concentrar esforços no sentido de

identificar e relatar pesquisas que corroboram ou não com suas hipóteses. Caso os

estudos identificados apresentem resultados consistentes a revisão provê indícios

que o fenômeno é generalizável, em caso de inconsistências as fontes das

variações desses resultados podem ser investigadas. Destaque-se que a revisão

sistemática não representa uma simples revisão de literatura, embora utilize esse

processo para coletar dados que serão posteriormente analisados para gerar

evidências. Também não é um rearranjo de dados conhecidos ou publicados, mas

uma abordagem que tem a finalidade de integrar resultados experimentais ajudando

a esclarecer novos aspectos na área de investigação. (BIOLCHINI et al, 2005)

Uma revisão sistemática deve conter o protocolo de busca utilizado de forma

a possibilitar a repetição dessa revisão por outros pesquisadores.

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3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Especial atenção deve ser atribuída à forma pela qual a pesquisa será

conduzida. É necessário declarar quais dados serão coletados, detalhar a maneira

pela qual os dados serão coletados e quais instrumentos de pesquisa serão

aplicados.

Entende-se por instrumento de pesquisa aquilo que é utilizado para a coleta

de dados; e, por dado, de acordo com Triviños (2006), o conjunto de informações

que o próprio pesquisador reúne para analisar e estudar determinado fenômeno

social, tornando-se a unidade básica do conhecimento a ser investigado,

constituindo-se o material de pesquisa.

Na escolha dos instrumentos, a decisão deve considerar os objetivos, o

desenho da pesquisa e a população alvo. Os instrumentos de coleta de dados mais

utilizados são: a observação, a entrevista e o questionário.

3.1 Observação

Enquanto técnica de pesquisa, a observação consiste em perceber as

manifestações ocorridas na população-alvo da pesquisa. Deve ser centrada em um

objetivo definido e plano definidos previamente.

Gil (1999) destaca que essa técnica deve ser submetida a controles de

validades e precisão; e que se deve focar na geração de informações confiáveis e

validas no sentido de esclarecer o ocorrido ou fenômeno.

A observação pode ser:

a) simples: o pesquisador permanece alheio a comunidade, grupo ou

situação que está sendo estudada, observando de maneira espontânea

os fatos que ocorrem, tornando-se uma espécie de espectador;

b) participante: existe a real participação do pesquisador na vida da

comunidade, grupo ou situação determinada, o observador torna-se

membro ativo, envolvendo-se nas práticas diárias do grupo; e,

c) sistemática: o pesquisador tem conhecimento prévio dos fatos ou

fenômenos que são relevantes dentro do grupo ou comunidade que está

sendo estudada e, também, para os objetivos de pesquisa definidos.

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Trata-se de um “quase-experimento”, onde o pesquisador procura testar

hipóteses a respeito do grupo ou comunidade..

Vários são os instrumentos que podem ser utilizados para registros dos dados

coletados; entre eles destacam-se quadros, planilhas, escalas, gravações de áudio,

fotografias e vídeos.

A observação pesquisador deve ser complementada com outras técnicas, tais

com o questionário e entrevistas.

3.2 Entrevista

Com base em Gil (1999) a entrevista é uma técnica de coleta de dados onde

ocorre a comunicação entre duas pessoas – investigador e investigado – com o

propósito de obter dados que interessam à investigação, por meio da formulação de

perguntas que possibilitem o alcance dos objetivos estabelecidos.

É importante destacar que esta técnica pode ser desenvolvida

individualmente ou em grupo.

Existem diversos tipos de entrevistas, Richardson (2007) descreve três tipos

básicos:

a) entrevista não estruturada: também chamada entrevista em

profundidade. Visa obter do entrevistado o que ele considera os aspectos

mais relevantes de determinado problema: as suas descrições de uma

situação em estudo; procura saber como e por que algo ocorre. Permite o

máximo de liberdade e aprofundamento;

b) entrevista dirigida: apresenta pouca liberdade. O entrevistador prepara

com antecedência uma relação de perguntas, fixa e invariável durante

todo o processo de coleta de dados. Normalmente é utilizada quando há

um grande número de entrevistados, para facilitar a tabulação. O

entrevistador apresenta as perguntas, sem se envolver com o

entrevistado; e,

c) entrevista guiada: utilizada para descobrir que aspectos de determinada

experiência produzem mudanças nas pessoas expostas a ela. O

pesquisador conhece previamente os aspectos que deseja pesquisar e,

com base neles, formula alguns pontos a tratar na entrevista. A entrevista

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guiada é igual à entrevista não dirigida: pretende-se obter relatos nas

próprias palavras do entrevistado.

Em geral, a aplicação de uma entrevista requer tempo para sua realização,

compilação e análise. Por isso, seu custo pode ser elevado, se o número de pessoas

a serem entrevistadas for muito grande. Em contrapartida, a entrevista pode fornecer

uma quantidade relevante de informações.

Um dos requisitos para aplicação desta técnica é que o entrevistador possua

as habilidades para conduzir o processo.

3.3 Questionário

O questionário é uma técnica de pesquisa contendo questões que são

apresentadas por escrito aos participantes do estudo, sem a presença do

pesquisador, visando conhecer opiniões, sentimentos, interesses e expectativas

entre outros aspectos.

Para Gil (1999), o questionário apresenta possibilita que o pesquisador

alcance grande número de pessoas, sem a necessidade de treinamento ou gastos

com entrevistadores. A entrevista garante o respeito à disponibilidade de tempo e

anonimato dos respondentes.

De acordo com Richardson (2007), ao planejar o questionário o pesquisador

deve adotar alguns cuidados:

não incluir pergunta sem a clara ideia de como utilizar a sua informação;

utilizar vocabulário preciso;

adequar o vocabulário ao nível educacional e cultural dos entrevistados;

não concatenar perguntas, isto é, fazer duas perguntas em uma;

usar itens curtos;

redigir as questões na forma afirmativa;

verificar se a resposta da pergunta não é obvia;

verificar se a forma da pergunta induz o respondente a alguma resposta;

e,

não formular perguntas direcionadas ou que demonstrem a posição do

pesquisador.

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De acordo com Rea e Parker (2002) o desenvolvimento de um questionário

envolve a coleta de dados preliminares sobre o tema e população alvo da pesquisa,

uma discussão em grupo sobre as questões, a elaboração de um protótipo do

questionário, execução do pré-teste (para verificar a adequação do questionário

através da aplicação prévia a um pequeno grupo que apresente as mesmas

características da população da pesquisa), revisão e ajustes (se necessário) de

acordo com os resultados do pré-teste e a elaboração do questionário final.

As questões podem ser abertas (resposta livre do respondente), de múltiplas

escolhas (conjunto de respostas para escolha do respondente), fechadas com as

opções do tipo sim ou não e questões contendo escalas.

A elaboração de um questionário deve seguir algumas etapas essenciais

apresentadas nos tópicos seguintes.

3.3.1 Preâmbulo

O preâmbulo do questionário é um texto informando a organização ou

instituição responsável pela pesquisa, os objetivos do estudo, a base da seleção da

amostra, a importância do resultado, a importância da participação do respondente,

a confidencialidade (participação protegida) e o esclarecimento de que não há

perguntas corretas ou incorretas.

3.3.2 Formato das questões

Richardson (2007) recomenda fazer distinções entre instruções, perguntas e

respostas sugerindo o uso de letras maiúsculas para as perguntas, letras minúsculas

para as respostas e as instruções apresentadas entre parênteses. Recomenda-se a

inclusão de um bloco de texto com explicações esclarecedoras de como proceder

para responder o questionário; se possível, inclua um exemplo.

O desenvolvimento do questionário deve estar ligado ao problema da

pesquisa e seus objetivos. Pode ser desenvolvido com perguntas preparadas para

respostas livres (abertas) ou fechadas que podem apresentar respostas dicotômicas,

de escolha múltipla e de escala.

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3.3.2.1 Perguntas com respostas abertas

Nas perguntas com respostas abertas, os entrevistados escrevem suas

opiniões de um modo livre. Quando o questionário apresenta mais de um tipo de

pergunta, as questões abertas são usualmente as primeiras.

Recomenda-se iniciar pelas questões gerais e progredir para as específicas.

As perguntas abertas têm menor influência na opinião dos respondentes,

possibilitando comentários, expressões de valor e explicações importantes para a

interpretação dos dados. No entanto, são desestimulantes (especialmente para as

pessoas que apresentam dificuldades de redação), provoca um volume de

informações muitas vezes repetitivas e irrelevantes, além de apresentar maior

dificuldade para tabulação das respostas e oferecem margem à parcialidade do

entrevistador na compilação das respostas.

3.3.2.2 Perguntas com respostas de múltipla escolha

Nas perguntas com respostas fechadas de múltipla escolha, o entrevistado

escolhe uma das alternativas, ou um número determinado delas. Algumas

considerações devem ser consideradas em seu desenvolvimento:

as alternativas devem ser coletivamente exaustivas;

as alternativas devem ser mutuamente exclusivas; e,

uma alternativa deve ser totalmente incompatível com todas as demais

(uma alternativa “Outros. Quais? ______” é de grande valia para garantir

a exclusão).

Este tipo de questionário pode apresentar vieses de posição, em função da

tendência de seleção de uma das primeiras alternativas em questões textuais, ou

escolha da posição central quando a resposta tem a forma de uma escala.

Este tipo de questionário é de fácil aplicação e tabulação, simples e rápido de

ser respondido, apresentam várias alternativas e mitigam a probabilidade de erros.

Entretanto, para ser bem elaborado, exige maior dedicação de tempo para que as

respostas cubram a amplitude necessária e as alternativas apresentadas pode

influenciar o respondente.

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3.3.2.3 Perguntas dicotômicas

Apresentam apenas duas opções de respostas – sim / não; concordo /

discordo. Em alguns casos há uma terceira alternativa para indicar desconhecimento

ou falta de opinião sobre o assunto.

As perguntas dicotômicas apresentam vantagens na facilidade e rapidez na

aplicação, na tabulação e análise e pouca possibilidade de erros. Por outro lado,

apresentam como desvantagens erro de medição e a restrição nas opções.

3.3.3 Características físicas do questionário

Alguns aspectos são importantes para conquistar a colaboração dos

respondentes. Quanto mais adequada for a apresentação maior será a probabilidade

de adesão (questionários respondidos).

São pontos que devem ser definidos:

qualidade, cor e gramatura do papel;

tamanho das letras e qualidade da impressão;

espaço para resposta de cada questão;

impressão só frente ou frente e verso;

uso de papel reciclado; etc.

Nos últimos anos vem ganhando destaque a aplicação de questionários por

meio eletrônico. Não é o envio do material através de endereços de correio

eletrônico (e-mail), mas a utilização de um endereço eletrônico (um site) para sua

realização. Neste caso, algumas das considerações de apresentação listadas acima

não fazem sentido; entretanto, a usabilidade da página é importante – isto significa

páginas leves, com estrutura gráfica agradável e de reduzido tempo de carga e

transição entre elas.

3.3.4 Forma de aplicação do questionário

De acordo com Rea e Parker (2002), as informações podem ser coletadas

pelo correio, por telefone e por entrevistas pessoais. De acordo com Zanella (2006)

essas formas apresentam vantagens e desvantagens:

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a) entrevistas pessoais: apresentam maior flexibilidade (mais detalhes e

explicação das perguntas), maior complexidade, alto índice de respostas

e garantia de que as instruções são seguidas.

b) pesquisa por telefone: possibilita coleta rápida de dados, anonimato,

facilidade de acesso em grande escala e garantia de que as instruções

são seguidas. Há menor controle sobre a situação do que numa entrevista

pessoal, menor credibilidade e confiança do que teria uma entrevista

pessoal, falta de material visual e limitação dos entrevistados, ampla ação

geográfica e garantia de que as instruções são seguidas.

c) pesquisa pelo correio: envolve sua distribuição a uma amostra de

entrevistados em potencial pré-selecionados. A conveniência (o

respondente preenche conforme sua disponibilidade), amplo prazo para o

preenchimento e redução do viés induzido pelo entrevistador. Entretanto

há o risco de retorno reduzido, prazo longo para devolução e falta de

flexibilidade em sua aplicação.

Em virtude da evolução das tecnologias de informação e comunicação (TIC)

novos instrumentos podem ser acrescentados a essa relação para aplicação de

questionários de pesquisa: o envio de questionários por meio de correio eletrônico

(e-mail) e a aplicação dos questionários por meio de um endereço eletrônico

(website). Esses novos instrumentos apresentam vantagens e desvantagens

similares aos convencionais:

a) pesquisa por e-mail: distribuição a uma amostra de entrevistados em

potencial pré-selecionados. Apresenta a vantagem de permitir sua

resposta de acordo com a disponibilidade do respondente, além do amplo

prazo para o preenchimento e redução do viés induzido pelo

entrevistador. Entretanto, o histórico de problemas causados por vírus de

computador, normalmente distribuídos por e-mail, potencializa o risco de

retorno reduzido.

b) website de pesquisa: a realização de uma pesquisa com utilização dos

recursos multimídia oferecidos pela internet dá a este instrumento um

conjunto de recursos interessantes como a flexibilidade da entrevista

pessoal, acrescidas de sistemas tutoriais que auxiliam a interação com o

respondente. Além da conveniência, possibilita alcançar grande número

de respondentes, elimina as barreiras geográficas e seu custo é reduzido.

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A divulgação do endereço eletrônico do website, o temor generalizado

dos usuários da internet em relação a sites mal intencionados (que furtam

informações pessoais) e contaminação por vírus de computador são as

principais dificuldades para esta forma de aplicação do questionário.

3.4 Pesquisando material bibliográfico na internet

Nos dias atuais há grande disponibilidade de informação. Mas separar as

boas fontes de consulta daquelas pouco confiáveis pode, em muitas situações, não

ser algo simples. Lembre-se que qualquer um pode publicar ou divulgar materiais

através da internet. Assim, estar publicado na web não garante a qualidade da fonte.

No Brasil há algumas iniciativas confiáveis que disponibilizam recursos que

possibilitam que grande parte das buscas de informações seja agilizada.

Entre os endereços confiáveis destacam-se:

SCIELO: a Scientific Electronic Library Online (SciELO) é uma biblioteca

eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos

brasileiros. Endereços:

http://www.scielo.br/

CAPES: é uma das maiores bibliotecas virtuais do mundo, com conteúdo

científico de alto nível disponível à comunidade acadêmico-científica

brasileira. Endereço:

http://www.periodicos.capes.gov.br/

http://www.capes.gov.br/servicos/banco-de-teses

GOOGLE: apesar de ser uma poderosa ferramenta de pesquisa, sua

utilização requer alguns cuidados. Recomenda-se utilizar as opções de

pesquisas para artigos acadêmicos e para livros. Endereços:

Livros: http://books.google.com.br/bkshp?hl=pt-BR&tab=wp

Artigos acadêmicos: http://scholar.google.com.br/schhp?hl=pt-BR

REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS (RAE): é uma das mais

tradicionais publicações na área de pesquisas em administração. É

possível acessar os artigos completos publicados nas várias edições

deste periódico. Endereço:

http://rae.fgv.br/rae/edicoes-anteriores

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REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO CONTEMPORÂNEA (RAC): publicada

pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em

Administração (ANPAD), esta é uma revista que visa contribuir para o

entendimento aprofundado da Administração e das Ciências Contábeis

mediante a divulgação de trabalhos de pesquisa, análises teóricas,

documentos, notas e resenhas bibliográficas. Endereço:

http://www.anpad.org.br/periodicos/content/frame_base.php?revista=1

REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

(RAUSP): é uma publicação trimestral do Departamento de Administração

da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da

Universidade de São Paulo. Endereço:

http://www.rausp.usp.br/

REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO E INOVAÇÃO (RAI): tem como foco a

publicação de contribuições científicas na área da inovação, elegendo

como tema preferencial os processos de inovação tecnológica, das

organizações e dos mercados. Endereço:

http://www.revistarai.org/rai

REVISTA ELETRÔNICA DE ADMINISTRAÇÃO (REAd): publicada pela

Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

foi a primeira revista eletrônica da área na América Latina. Endereços:

http://www.ufrgs.br/read/edicoes/anteriores.php

http://seer.ufrgs.br/read

INFOMINE: coletânea de artigos e pesquisas mantidos por algumas

universidades americanas, os conteúdos, em inglês, são categorizados.

Endereço:

http://infomine.ucr.edu/

SCIRUS: é uma abrangente ferramenta de pesquisa. Com mais de 545

milhões de itens científicos indexados na última contagem. Endereço:

http://scirus.com/srsapp/

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4 NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHO ACADÊMICO

Todo trabalho acadêmico deve ser apresentado de forma organizada,

seguindo algumas normas para sua elaboração e divulgação. A padronização de

trabalhos acadêmicos é motivo de atenção de muitas instituições de ensino superior.

Os itens de padronização descritos neste manual foram fundamentados nas

normas de documentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que

tratam da apresentação de trabalhos acadêmicos. Ressalte-se que este material não

substitui a consulta às normas, apenas procura simplificar sua compreensão e

aplicação nas situações cotidianas da vida acadêmica.

4.1 Formato geral

As padronizações de formatação devem ser observadas desde o princípio da

elaboração do trabalho. Tal atitude, além de simplificar o trabalho do aluno, é

importante haja vista que algumas formatações (espaçamento, margens, etc.)

causam reflexos em toda a organização física do documento.

As regras apresentadas nesta seção estão em conformidade com as

recomendações apresentadas pela norma NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE NORMAS TÉCNICAS, 2011a). Estas normas, em grande parte, são aplicadas

aos trabalhos acadêmicos em geral, as exceções foram apresentadas em capítulo

específico no princípio deste manual.

4.1.1 Papel

O papel deve ser branco ou reciclado no formato A4 (210 mm x 297 mm) e os

textos impressos somente na cor preta. Corroborando com as ações sustentáveis da

instituição, recomenda-se que os elementos textuais e pós-textuais sejam digitados

ou datilografados no anverso e verso das folhas (impressão frente e verso).

4.1.2 Margens

As margens devem ser especificadas com especial atenção.

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62

Em função da recomendação para impressão dos elementos textuais e pós-

textuais em ambas as faces do papel (verso e anverso), os seguintes padrões

devem ser observados:

anverso: esquerda e superior de 3 cm e direita e inferior de 2 cm; e,

verso: direita e superior de 3 cm e esquerda e inferior de 2 cm.

Essa é uma recomendação com foco na sustentabilidade. O aluno pode optar

pela impressão apenas o anverso do papel.

Para contribuir na estética visual do trabalho deve-se:

iniciar cada parágrafo com distância de 1,25 cm da margem esquerda;

não deixar espaço em branco entre os parágrafos; e,

evitar a aplicação de barras, travessões, hífens, asteriscos e outros sinais

gráficos na margem lateral direita do texto.

4.1.3 Fonte

A harmonia visual do trabalho está vinculada às características dos tipos de

letras utilizados. Embora, em diversas situações, o aluno sinta-se tentado a utilizar

uma diversidade de fontes existem as recomendações são:

fontes: Arial ou Times New Roman;

utilizar o mesmo tipo de fonte em todo o documento;

para o texto usar fonte tamanho 12, inclusive para os nomes de capítulos;

paginação, legendas e notas de rodapé usar fonte tamanho 10;

citações diretas de mais de três linhas usar fonte tamanho 10;

a capa e a folha de rosto seguem algumas recomendações especiais

apresentadas no Apêndice F.

tipos itálicos são usados para nomes científicos e expressões

estrangeiras, exceto expressões latinas sugeridas na regra (exemplos:

apud, et al).

4.1.4 Espaçamento

Todo texto deve ser digitado de acordo com as seguintes recomendações:

o espaço entrelinhas do texto deve ser 1,5;

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os títulos das seções primárias de monografias (trabalhos de conclusão

de curso, dissertações e teses) devem começar na parte superior da folha

(nova folha) e separados do texto que o sucede, por um espaço de 1,5

entrelinha;

os títulos das seções secundárias, terciárias e quaternárias devem ser

separados do texto que o sucede, por um espaço de 1,5 entrelinha;

as entradas das referências ao final do trabalho, devem ser digitadas com

entrelinhas simples. Entre uma referência e outra usar um espaço

simples;

para organizar as referências ou notas de rodapé, utilizar entrelinhas

simples sem espaço entre uma e outra. Alinhar somente à esquerda,

destacando o expoente;

utilizar o espaçamento simples nas citações diretas com mais de três

linhas;

também são digitadas com espaçamento entrelinhas simples as

informações da ficha catalográfica e as legendas das ilustrações, quadros

e das tabelas; e,

a capa e a folha de rosto seguem algumas recomendações especiais

apresentadas no Apêndice F.

4.1.5 Alinhamento

O texto dos trabalhos acadêmicos deve ser justificado, ajustando-se ao

espaçamento horizontal de modo que o texto fique alinhado uniformemente ao longo

das margens esquerda e direita.

As exceções estão nas referências que são alinhadas somente à margem

esquerda do texto e os títulos (indicativos de seção de texto) cujas recomendações

são apresentadas em seção específica. A capa e a folha de rosto seguem as

recomendações apresentadas no Apêndice F.

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4.1.6 Paginação

A partir da folha de rosto todas as folhas que compõem o trabalho são

contadas sequencialmente, mas nem todas são numeradas. Exibe-se a numeração

somente a partir da primeira página textual (Introdução).

A numeração deve ser grafada com o mesmo tipo de fonte utilizado para as

demais partes do documento. Os números, em algarismos arábicos, devem ser

posicionados a dois centímetros da borda superior do papel, ficando o último número

a dois centímetros da borda direita da folha (para folhas digitadas no anverso) ou da

borda esquerda (para folhas digitadas no verso).

A paginação das seções correspondentes à Bibliografia, Apêndices e Anexos

deve ser contínua, dando seguimento ao texto principal.

4.1.7 Títulos e indicativos de seção

As seções de um documento escrito são identificadas por um sistema de

numeração progressiva que expõe em sequência lógica o inter-relacionamento da

matéria e possibilitando a sua localização.

Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003b) sua

elaboração segue as seguintes recomendações:

o indicativo numérico de uma seção deve ser redigido em algarismo

arábico e precede o seu título;

o título, como um todo, deve ser alinhado à esquerda e separado de seu

indicativo numérico por um espaço de caractere;

títulos, sem indicativo numérico – errata, agradecimentos, lista de

ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos, resumo,

abstract, sumário, referências, glossário, apêndices, anexos e índice –

devem ser centralizados;

elementos opcionais, o apêndice e o anexo, se presentes (ambos ou

apenas um deles) deve ser precedido da palavra APÊNDICE (ou ANEXO,

conforme o caso) e identificado por letras maiúsculas consecutivas,

travessão e pelo respectivo título. Utilizam-se letras maiúsculas dobradas,

na identificação dos apêndices, quando esgotadas as letras do alfabeto.

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entende-se por apêndice o material de apoio desenvolvido pelo próprio

pesquisador e por anexo o material obtido de outros autores;

os títulos das seções primárias devem começar em uma nova página e no

anverso quando a impressão é realizada em ambas as faces da página;

os títulos das seções primárias devem ser separados do texto que os

sucede por um espaço de entrelinhas de 1,5;

os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede e

que os sucede por um espaço de entre linhas de 1,5;

títulos com mais de uma linha de tamanho devem ser, a partir da segunda

linha, alinhados abaixo da primeira letra da primeira palavra do título; e,

não atribuir indicativo numérico ou título aos seguintes elementos: termo

de aprovação, dedicatória e epígrafe.

Sugere-se, para os diversos níveis de seção do trabalho, os seguintes

padrões de formatação:

1 SEÇÃO PRIMÁRIA – todas as letras maiúsculas, negrito, tamanho 12;

1.1 Seção secundária – apenas a letra inicial do título em maiúscula, negrito,

tamanho 12;

1.1.1 Seção terciária – apenas a letra inicial do título em maiúscula, itálico, tamanho

12;

1.1.1.1 Seção quaternária – apenas a letra inicial do título em maiúscula; normal;

tamanho 12;

1.1.1.1.1 Seção quinária - apenas a letra inicial do título em maiúscula; sublinhado;

tamanho 12.

4.1.8 Siglas

A sigla, quando mencionada pela primeira vez no texto, deve ser indicada

entre parênteses, precedida do nome completo.

Exemplos: Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP)

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4.1.9 Ilustrações

A identificação de uma ilustração, de qualquer tipo, deve ser posicionada na

parte superior, precedida da palavra designativa (desenho, esquema, fluxograma,

fotografia, gráfico, mapa, organograma, planta, quadro, figura, entre outros), seguida

de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, travessão

e do respectivo título.

Toda ilustração deve ser centralizada em relação às margens.

Após a ilustração, na parte inferior, indicar a fonte consultada (elemento

obrigatório, mesmo que seja produção do próprio autor), legenda, notas e outras

informações necessárias à sua compreensão (se existir).

A ilustração deve ser citada no texto e inserida o mais próximo possível do

trecho a que se refere. No texto, deve-se remeter o leitor a consultar as ilustrações

da seguinte forma: conforme Figura xx ou (ver Figura xx).

As tabelas diferem dos quadros em sua formatação (as bordas laterais não

são fechadas) e por apresentarem informações tratadas estatisticamente.

Recomenda-se que seus dados sejam grafados com o mesmo tipo de fonte do texto

e tamanho 10. As diferenças entre esses dois tipos de ilustrações podem ser

observadas comparando-se o Quadro 4 com a Tabela 1, incluída como exemplo

neste manual.

Tabela 1 – Exemplo de tabela

Rótulo da variável Valor Frequência Percentual Percentual

válido Percentual cumulativo

Programa de TV A

Programa de TV B

Programa de TV C

Programa de TV D

Programa de rádio A

Programa de rádio B

Programa de rádio C

Revista A

Revista B

Outdoor

Total

Casos válidos 100

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

10

8

7

13

24

4

11

6

7

10

100

Casos faltantes 0

10,0

8,0

7,0

13,0

24,0

4,0

11,0

6,0

7,0

10,0

100,0

10,0

8,0

7,0

13,0

24,0

4,0

11,0

6,0

7,0

10,0

100,0

10,0

18,0

25,0

38,0

62,0

66,0

77,0

83,0

90,0

100,0

Fonte: Cooper e Schindler (2011, p. 448)

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As recomendações de posicionamento e identificação, descritas para as

ilustrações, também são aplicáveis para as tabelas.

4.1.10 Equações e fórmulas

Para facilitar a leitura, devem ser destacadas no texto e, se necessário,

numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à direita. Na

sequência normal do texto, é permitido o uso de uma entrelinha maior que comporte

seus elementos (expoentes, índices, entre outros).

Exemplo:

x2 + y2 = z2 + (1 – w) (1)

4.1.11 Utilização de negrito, itálico e aspas

A aplicação de ênfase em frases ou palavras é uma prática comum entre os

alunos. Entretanto, não é adequado adotar indiscriminadamente esse artifício

redacional. O destaque deve ser aplicado em situações específicas.

Grifa-se com negrito as letras ou palavras que mereçam ênfase (quando não

for possível dar realce pela redação), nos títulos de seção (conforme descrito na

seção 4.1.4) e nos títulos de obras ou de periódico nas referências bibliográficas.

Não se deve abusar do uso do negrito, pois o exagero acaba não dando destaque

àquilo que realmente se deseja.

O itálico é usado para destacar palavras e frases em língua estrangeira,

inclusive latim, e nomes de espécies. Não se aplica às palavras estrangeiras

incorporadas ao idioma vernáculo e contempladas nas normas de formatação, como,

por exemplo, marketing e apud.

As aspas são utilizadas no início e no final de citação textual (transcrição

literal) com até três linhas; em expressões de idioma usadas por grupos específicos;

e, em termos utilizados com significado diferente do usual.

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5 CITAÇÕES

Citar significa mencionar, referir ou transcrever (um texto) corroborando ou

justificando o que está sendo escrito no contexto de um trabalho acadêmico. Assim,

fazer citação significa apresentar informações obtidas em obras ou documentos de

outros autores, para fundamentar uma ideia, argumento ou linha de raciocínio,

dando o devido crédito aos seus autores, isto é, identificando a autoria.

Considera-se falta grave utilizar uma ideia, conceito ou figura de outro autor e

não citá-lo. Dessa forma, toda obra utilizada na elaboração de sua pesquisa deve

ser referenciada.

Existem, entretanto, situações específicas nas quais a citação não é exigida.

Fatos de conhecimento geral (domínio público), os quais podem ser facilmente

verificáveis e que não difiram de uma para outra fonte, não necessitam ser

documentados. Assim, escrever que a literatura sofreu severo controle e censura no

Brasil durante o período do governo militar não necessita de indicação de fonte.

Usadas adequadamente as citações não desvalorizam o trabalho, ao

contrário, demonstram que o aluno fez pesquisa prévia do que já foi escrito sobre o

tema, enriquecendo o conteúdo e construindo uma plataforma que elevam a

credibilidade em relação às conclusões. Entretanto, deve-se lembrar de que a visão

pessoal não pode ser abandonada ou relegada a um plano de importância inferior no

resultado do trabalho; por isso, o volume de citações precisa ser adequado, com

conteúdo e qualidade compatíveis com seus objetivos.

Recomenda-se que as citações não ultrapassem 14 linhas de texto e que a

autoria correspondente seja expressamente identificada.

A forma pela qual as citações são apresentadas em um documento seguem

as orientações contidas na norma NBR 10520 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 2002b).

5.1 Regras gerais – citação de texto

Existem duas maneiras de realizar a transcrição de textos:

a) citação direta: a transcrição é literal, correspondendo à reprodução exata

de trechos de uma obra; e,

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b) citação indireta: refere-se à utilização de ideias, conceitos e informações

de outros autores, redigidas com palavras do próprio pesquisador

proporcionando uma nova apresentação ou enfoque para o texto original,

mas respeitando as ideias originais do autor citado.

Destaque-se que o propósito das citações é apresentar conceitos e não,

simplesmente, reproduzir trechos dos materiais consultados. Por essa razão é

recomendada a transcrição indireta de textos, articulando os pensamentos e

concatenando ideias.

5.1.1 Citação direta

As citações diretas ou textuais são aquelas onde ocorre a reprodução literal

de um trecho de uma obra com todas as suas características originais, isto é,

conservando-se a grafia, idioma, pontuação, uso de letras maiúsculas e idioma.

5.1.1.1 Citação direta de até três linhas

A citação direta, com até três linhas de extensão, deve ser inserida no corpo

do texto, entre aspas, aplicando o mesmo tipo de letra, corpo e espaçamento

utilizados no documento. As formas de apresentar uma citação direta e destacar

características são:

a) autor do texto: o autor, ou autores, do texto pode ser indicado em seu

interior ou exterior, conforme exemplos:

Segundo Almeida (2011, p. 43) “A dedicatória é um elemento opcional no

TCC, dissertação ou tese, e absolutamente não deve fazer parte do

projeto.” Neste caso, o sobrenome do autor deve ser grafado respeitando-

se a regra ortográfica vigente, apenas sua inicial em letra maiúscula,

indicando entre parênteses o ano da obra e, obrigatoriamente, em qual

página da obra a citação se encontra.

“A dedicatória é um elemento opcional no TCC, dissertação ou tese, e

absolutamente não deve fazer parte do projeto.” (ALMEIDA, 2011, p. 43)

Nesta forma, o sobrenome do autor deve ser totalmente grafado em letras

maiúsculas, indicando entre parênteses o ano da obra e,

obrigatoriamente, em qual página da obra a citação se encontra.

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b) supressões: caso alguma porção da citação não tenha importância para

o trabalho e o aluno queira omiti-la deve usar reticências grafadas entre

colchetes [...]. As supressões podem aparecer no início, meio ou fim da

citação. Exemplos:

De acordo com Sachs (2009, p. 73) “O ecodesenvolvimento requer [...]

comunidades e associações de cidadãos envolvidas na proteção da

área”.

“Durante muito tempo, a idéia de alto potencial esteve associado ao

coeficiente de inteligência [...].” (ASSIS, 2005, p. 99)

c) como está escrito: para o caso de incoerências, erro ortográfico ou erro

gramatical, utilizar a expressão sic, entre colchetes, logo após a sua

ocorrência. A palavra sic significa conforme o original. Exemplo:

"Sumário é o esqueleto do trabalho ou da obra. É o que denominamos

índice [sic]; portanto indica assunto e paginação." (BARROS;

LEHFELD,1986, p. 39)

d) interpolação: acréscimos ou comentários devem ser inseridos entre

colchetes. Exemplo:

“[...] esse modelo funcionou [e ainda funciona] como sistema de liderança

nas linhas de produção das indústrias brasileiras nos anos 50.” (SILVA,

2001, p. 59)

e) destaque: caso o texto original apresente algum tipo de destaque

(palavra ou expressão) ou se o aluno desejar destacar algo, isso pode ser

feito grafando-o com sublinhado, itálico, negrito ou a associação deles. Ao

término da frase com o trecho em destaque registra-se a expressão grifo

nosso ou grifo do autor entre parênteses. Exemplos:

“[...] A entrevista semiestruturada também requer um roteiro de entrevista,

mas permite certa flexibilidade ao abordar os entrevistados” (ALMEIDA,

2011, p. 63, grifo do autor).

“A amostragem pode ser probabilística ou não probabilística.” (ALMEIDA,

2011, p. 63, grifos nosso).

f) texto original com aspas: quando parte do trecho citado possuir algum

trecho entre aspas no original, deve-se substituí-las pelo apóstrofo.

Exemplo:

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“[...] definidas como a soma das qualificações, conhecimento e

‘conhecimento implícito’, necessária para superar o desempenho da

concorrência.” (COSTA, 2001, p. 37)

g) ênfase [!]: indica o ponto relevante enfatizado, deve ser colocado logo

após sua ocorrência. Exemplo:

De acordo com Andrade (1999, p. 15): “Aprender a ler não é uma tarefa

tão simples [!], pois exige uma postura crítica, sistemática, uma disciplina

intelectual por parte do leitor, que só podem ser adquiridos através da

prática.”

h) tradução nossa: evitar o uso de citações em idioma estrangeiro. Traduzir

e colocar, no final da citação, a expressão “tradução nossa” entre

parênteses. Exemplo:

“Nos últimos anos, o termo 'desenvolvimento ecologicamente sustentável’

adquiriu status de preocupação central. Todos - governos, o lobby

empresarial, grupos ambientais - são a favor dela. Mas parece que a

expressão apresenta diferentes significados para as diferentes pessoas.”

(BEDER, 1996, p. 5, tradução nossa).

i) citação de citação: empregada quando não se tem acesso ao

documento original. Indica-se o sobrenome do autor original seguido da

expressão latina apud (cujo significado é “citado por”). Exemplo:

Um bom conceito para liderança seria o de Hunter (apud CARDOSO,

2006), que define liderança como a habilidade de influenciar pessoas para

trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados

como sendo para o bem comum.

5.1.1.2 Citação direta com mais de três linhas

A citação direta com mais de três linhas de extensão deve constituir um

parágrafo independente. Sua apresentação é destacada do texto normal da seguinte

forma:

uma entrelinha em branco (com tamanho de fonte equivalente a 12 pt) de

1,5 linha antecedendo a citação;

recuo de quatro centímetros da margem esquerda;

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texto deve ser redigido utilizando o mesmo tipo de fonte (Arial ou Times

New Roman) utilizado em todo o trabalho;

utilizar tamanho de fonte de 10 pt;

não colocar o texto entre aspas; e,

após a citação inserir uma entrelinha dupla em branco (com tamanho de

fonte equivalente a 12 pt).

Exemplos de citações longas:

De acordo com Salomon (1999, p. 216)

O autor de um projeto não só realiza a distinção tema – tópico – problema, dentro da tradição metodológica dos cientistas e pesquisadores, como a pratica no momento em que monta seu projeto de pesquisa. Seu objetivo é, no mínimo de duas ordens epistemológico-operacionais [...].

Outra forma de se apresentar uma citação longa segue o seguinte

formato:

Didaticamente, e tendo em vista o iniciante em trabalho científico, procede a distinção: tema é mais genérico que tópico, e este se converte em problema quando atinge o máximo de delimitação teórica e operacional possível ao pesquisador. O problema implica: ser dificuldade, ser delimitação, ser expressão de pensamento interrogativo (dúvida, curiosidade, necessidade, admiração...). (SALOMON, 1999, p. 216, grifos do autor)

Todas as formas de apresentar uma citação direta destacando suas

características, apresentadas na seção anterior, são aplicáveis às citações longas.

Observe que nas citações diretas é obrigatório informar a localização exata do texto

(página) na obra original.

5.1.2 Citação indireta

As citações indiretas ou livres são aquelas nas quais o autor, ao redigir seu

texto, faz uma paráfrase ou transliteração do texto original.

a) paráfrase: interpretação das ideias ou conceitos apresentados, sem

alterações de seu teor, de modo a representar uma síntese ou explicação

pessoal;

b) transliteração: corresponde a reescrever o texto de uma nova forma.

4 cm

4 cm

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As citações indiretas não precisam ser apresentadas entre aspas. Nas

citações indiretas a informação da localização exata do texto (página) na obra

original é um elemento opcional.

5.1.3 Informação verbal

Na apresentação de dados obtidos em palestras, debates, aulas deve-se

indicar o fato por meio da expressão informação verbal, entre parênteses, e

mencionar os dados disponíveis em nota de rodapé. Recomenda-se evitar o uso de

informações obtidas verbalmente.

Exemplo:

No texto:

A crescente urbanização das florestas e matas brasileiras está alterando o

comportamento de várias espécies de animais como a onça parda e a capivara

(informação verbal).3

No rodapé:

³ Notícia fornecida por John A. Smith na CNN em outubro de 2010.

5.1.4 Citação de fonte de trabalho em elaboração

Na citação de trabalhos em fase de elaboração, deve ser mencionado o fato,

indicando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé. Recomenda-se evitar o uso

de informações de trabalhos não publicados ou divulgados.

Exemplo:

No texto:

Os poetas selecionados contribuíram para a consolidação da poesia no Rio

Grande do Sul, séculos XIX e XX (em fase de elaboração).3

No rodapé:

³ Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela EDIPUCS, 2002.

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5.1.5 Citação de fonte de documento da internet

A citação de informações obtidas em documentos eletrônicos (internet) segue

os mesmos padrões aplicados na citação de documentos impressos. Quando não

houver indicação da autoria ou responsabilidade, indica-se o nome da homepage,

website ou endereço eletrônico do modo como é visualizado na barra de endereço

do navegador (browser, em inglês) entre parênteses.

Exemplo:

No texto:

Os poetas selecionados contribuíram para a consolidação da poesia no Rio

Grande do Sul, séculos XIX e XX (em fase de elaboração).3

No rodapé:

³ Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela EDIPUCS, 2002.

5.1.6 Localização

As citações podem aparecer:

no texto; ou,

em notas de rodapé.

5.2 Sistema de chamada

As citações devem ter as suas fontes identificadas no texto de modo

adequado. Para não prejudicar a formatação estética do trabalho e tampouco

sobrecarregar o texto, adota-se um sistema de chamada.

Existem dois tipos de chamadas: o sistema numérico e o sistema autor e

data. O método adotado deve ser único ao longo de todo o trabalho, permitindo sua

correlação na lista de referências ou em notas de rodapé (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002b).

É importante observar que o método adotado deve ser seguido

consistentemente ao longo de todo o trabalho.

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5.2.1 Sistema autor e data

É o sistema mais utilizado. No sistema autor e data, mencionam-se entre

parênteses o sobrenome do autor, a data e a página (para as citações diretas, ou

seja, apresentadas do modo como encontradas na obra consultada).

O sobrenome do autor de uma citação deve ser escrito com letras minúsculas

no decorrer do texto (início da citação) e maiúscula dentro de parênteses (no final da

citação).

Neste sistema as indicações são feitas das seguintes formas:

a) pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade

responsável até o primeiro sinal de pontuação, seguido(s) da data de

publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso de citação

direta, separados por vírgula e entre parênteses;

Exemplos:

a1) No texto:

Para Hunter (2004, p. 25) liderança é “a habilidade de influenciar

pessoas para trabalharem entusiasticamente, visando atingir aos

objetivos identificados como sendo para o bem comum.”

Na lista de referências:

HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.

a2) No texto:

“Liderança é, deliberadamente, fazer com que as ações conduzidas

por pessoas sejam planejadas, para permitir a realização do programa

de trabalho do líder.” (CROSBY, 1999, p. 2)

Na lista de referências:

CROSBY, Philip. Princípios absolutos de liderança. São Paulo: Makron Books, 1999.

a3) No texto:

“A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de

referências teóricas publicadas em documentos.” (CERVO; BERVIAN,

1996, p. 48)

Na lista de referências:

CERVO, Armando Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron, 1996.

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a4) No texto:

“Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades

do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras

atenderem a suas próprias necessidades”. (COMISSÃO MUNDIAL

SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991, p. 46)

Na lista de referências:

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991.

a5) No texto:

O mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o chamado

Contrato de Gestão, que conduziria à captação de recursos privados

como forma de reduzir os investimentos públicos no ensino superior

(BRASIL, 1995).

Na lista de referências:

BRASIL. Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado. Plano diretor da reforma do aparelho do Estado. Brasília, DF, 1995.

b) pela primeira palavra do título seguida de reticências, no caso das obras

sem indicação de autoria ou responsabilidade, seguida da data de

publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso de citação

direta, separados por vírgula e entre parênteses. Se o título começar por

monossílabo ou artigo (definido ou indefinido), este deverá estar incluso na

indicação da fonte;

Exemplos:

b1) No texto:

“Os governos em todo o mundo gastam muito mais do que se

imaginava até agora com subsídios para a agricultura, a indústria e os

serviços.” (UM MUNDO..., 2006, p. 3).

Na lista de referências:

UM MUNDO de subsídios. O Estado de São Paulo, São Paulo, p. 3, 29 jul. 2006.

b2) No texto:

“Em Nova Londrina (PR), as crianças são levadas às lavouras a partir

dos 5 anos." (NOS CANAVIAIS..., 1995, p. 12).

Na lista de referências:

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NOS CANAVIAIS, mutilação em vez de lazer e escola. O Globo, Rio de Janeiro, 16 jul. 1995.

5.2.2 Sistema numérico

No sistema numérico indica-se a fonte por meio de uma numeração única e

consecutiva, em algarismo arábico, que opera como um índice para uma lista de

referências situada ao final do trabalho, do capítulo ou da parte, na mesma ordem

em que aparecem no texto.

Não se inicia a numeração das citações a cada página.

Este sistema não pode ser utilizado quando há notas de rodapé no trabalho.

A indicação da numeração pode ser feita em uma das seguintes formas:

a) entre parênteses, alinhada ao texto;

Exemplo:

Ponchirolli afirma que “o fenômeno da globalização está presente e parece

irreversível.” (13)

b) posicionada pouco acima da linha do texto como um expoente ao mesmo,

logo após a pontuação que fecha a citação.

Exemplo:

Ponchirolli afirma que “o fenômeno da globalização está presente e parece

irreversível.”13

5.2.3 Apresentação da autoria da citação

Na indicação de autoria, em ambos os sistemas de chamada, algumas regras

devem ser observadas.

5.2.3.1 Texto com autor único

Quando o nome do autor, instituição responsável estiver incluído na sentença,

indica-se a data, entre parênteses, acrescida da página, se a citação for direta.

Exemplos:

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a) Albrecht (2000) utiliza a expressão hora da verdade para referenciar cada

instante em que o cliente faz contato com uma empresa, e a partir do qual

forma uma opinião sobre a qualidade do serviço.

b) De acordo com Albrecht (2000, p. 27) a hora da verdade é “qualquer

episódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da

organização e obtém uma impressão da qualidade de seu serviço.”

c) Documento, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002,

p. 2) é “qualquer suporte que contenha informação registrada, formando

uma unidade, que possa servir para consulta, estudo ou prova.”

Quando a indicação da fonte, isto é o nome do autor ou instituição

responsável não está incluído na sentença, deve-se indicá-lo ao final da citação.

Apresenta-se o sobrenome do autor (em letras maiúsculas), o ano de publicação e,

para citação direta, a página virão logo após as aspas e antes do ponto. Todos os

elementos são indicados entre parênteses.

Exemplos:

a) A expressão momento da verdade é utilizada para referenciar cada

instante em que o cliente faz contato com uma empresa e a partir do qual

forma uma opinião sobre a qualidade do serviço (ALBRECHT, 2000).

b) A hora da verdade é “qualquer episódio no qual o cliente entra em contato

com qualquer aspecto da organização e obtém uma impressão da

qualidade de seu serviço” (ALBRECHT, 2000, p. 27).

c) Define-se documento como “qualquer suporte que contenha informação

registrada, formando uma unidade, que possa servir para consulta, estudo

ou prova” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002,

p. 2).

5.2.3.2 Texto com dois ou três autores

A citação de fonte de documento com dois ou três autores deve-se apresentar

todos os sobrenomes. Quando os nomes dos autores estiverem incluídos na

sentença, indicam-se os sobrenomes de cada um deles ligados pela conjunção “e”

(para o caso de dois autores) ou por vírgula (,) e pela conjunção “e” (para o caso de

três autores).

Exemplos:

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79

a) Nonaka e Takeushi (1997) afirmam que o para se tornar uma empresa que

gera conhecimento a organização deve completar uma espiral do

conhecimento, espiral esta que vai de tácito para tácito, de explícito a

explícito, de tácito a explícito, e finalmente, de explícito a tácito.

b) Para Dahlberg, Connel e Landrum (1997, p. 386) “um componente

fundamental de uma organização saudável é a capacidade de decidir o

que a organização faz de maneira contínua.”

Quando a indicação da fonte, isto é os nomes dos autores, não estão

incluídos na sentença, mas indicados ao final da citação apresentam-se os

sobrenomes dos autores (em letras maiúsculas) separados por ponto e vírgula, o

ano de publicação e, para citação direta, a página virão logo após as aspas e antes

do ponto. Todos os elementos são indicados entre parênteses.

Exemplos:

a) As pessoas componentes de uma corporação virtual devem ser

aprendizes em tempo integral (DAVIDOW; MALONE, 1993).

b) “[...] para reter as pessoas de que precisam, as empresas saudáveis

deverão ser o tipo de empresa na qual as pessoas talentosas desejarão

permanecer” (DAHLBERG; CONNEL; LANDRUM, 1997, p. 389).

5.2.3.3 Texto com quatro ou mais autores

Quando o texto é parte de uma obra com quatro ou mais autores, a indicação

é feita pelo sobrenome do primeiro seguido da expressão latina “et al” (e outros)

conforme segue.

Exemplos:

a) De acordo com Chaves et al (2001) a forte concorrência incentiva a

proliferação das ações de endomarketing no país, haja vista a dificuldade

crescente de fazer produtos totalmente diferentes, já que qualquer

inovação é seguida por outras empresas.

b) “Os novos modelos de administração têm algumas características comuns,

destacando-se dois aspectos: uma forte orientação para o cliente e um

estilo mais participativo de gestão” (SANTOS et al, 2001, p. 28).

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80

5.2.3.4 Sobrenome composto

No caso de sobrenome composto, com ou sem hífen, preservá-lo na citação.

Exemplos:

a) Villas Boas (2005) teceu críticas ao processo integrativo proposto pela

política oficial em comparação a um processo aculturativo que privilegiava

os costumes indígenas.

b) “Os olhos do ódio têm formas sinistras de cogumelo atômicos e de braços

suásticos” (CASTELO BRANCO, 1969, p. 62).

Esse mesmo critério deve ser adotado para sobrenomes compostos

consagrados pela literatura (MACHADO DE ASSIS, BUARQUE DE HOLLANDA,

etc.).

Para os sobrenomes com partículas portuguesas ou estrangeiras (de, do, das,

del, de las, von, van, della etc.), iniciadas por letras minúsculas, a entrada é feita

pelo sobrenome simples.

Exemplo:

No texto:

De acordo com Souza (2002) as práticas tradicionais de avaliação do

desempenho humano, frutos de modelos mecanicistas, não estão resistindo

aos impactos das mudanças.

Na lista de referências:

SOUZA, Vera Lúcia de. Gestão de desempenho: julgamento ou diálogo?. Rio de Janeiro: FGV, 2002.

A partícula faz parte do sobrenome quando é iniciada por letra maiúscula.

Nesse caso, ela deve ser considerada na entrada.

Exemplo:

No texto:

Para Van Ereken (2001, p. 167) “o medo nos impede de ir além de onde

estamos e de realizar o nosso potencial.”

Na lista de referências:

VAN EREKEN, Glenn. 12 segredos simples da felicidade no trabalho: encontrando satisfação, colhendo recompensas. São Paulo: Cultrix, 2001.

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81

5.2.3.5 Sobrenome com indicação de parentesco

Os indicativos de parentesco (Filho, Júnior, Neto, Netto, Sobrinho, etc.), são

mencionados em seguida ao sobrenome por extenso, com letras maiúsculas.

Recomenda-se, tanto quanto possível, o mesmo padrão para abreviação de nomes

e sobrenomes, usados na mesma lista de referências.

Exemplo:

No texto:

De acordo com Alvarenga Neto (2008, p. 33) “os trabalhadores da

organização do conhecimento são profissionais altamente qualificados e com

alto grau de escolaridade.”

Na lista de referências:

ALVARENGA NETO, Rivadávia Correa Drummond de. Gestão do conhecimento em organizações: proposta de mapeamento conceitual integrativo. São Paulo: Saraiva, 2008.

5.2.3.6 Dois ou mais autores com o mesmo sobrenome

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002b, p. 3) determina que

“para os casos de coincidência de sobrenomes de autores, acrescentam-se as

iniciais de seus prenomes; se mesmo assim existir coincidência, colocam-se os

prenomes por extenso.”

Exemplo:

No texto:

“O termo hegemônico (do grego hegemon, que significa líder, condutor)

expressa a ideia de liderança” (OLIVEIRA, M., 2009, p. 12, grifos do autor)

Os estudos sobre liderança foram intensificados após as duas guerras

mundiais e “o maior interesse foi a identificação de traços de liderança e o

modo como os homens alcançaram as posições de chefia” (OLIVEIRA, S.,

2002, p. 253)

Na lista de referências:

OLIVEIRA, Marco A. A face oculta da empresa: como decifrar e gerenciar a cultura corporativa. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2009.

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OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Sociologia das organizações: uma análise do homem e das empresas no ambiente competitivo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

5.2.3.7 Documentos do mesmo autor publicados em um mesmo ano

As citações de diversos documentos e o mesmo autor, publicados no mesmo

ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética,

após a data e sem espacejamento, conforme a lista de referências.

Exemplo:

No texto:

Na concepção teórica de estratégias de leitura apresentada em análise

documentária Cintra (1987a) concorda com a visão...

Cintra (1987b) afirma que o domínio da estrutura textual implica o

conhecimento das partes.

Na lista de referências:

CINTRA, Ana Madalena. Estratégias de leitura em documentação. In: SMITT, Johanna. Análise documentária: análise da síntese. Brasília, DF: IBICT, 1987a. p. 29-38. CINTRA, Ana Madalena. Elementos de lingüística para estudos de indexação automatizada. Ciência da Informação, Brasília, DF, v.15, n.2, p.5-22, jan./jun.1987b.

5.2.3.8 Citações indiretas de diversos documentos de mesma autoria

As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados

em anos diferentes e mencionados simultaneamente, têm as suas datas separadas

por vírgula.

Exemplo:

No texto:

A principal função de um administrador é guiar a organização rumo aos

objetivos determinado (CHIAVENATO, 2001, 2004).

Na lista de referências:

CHIAVENATO, Idalbeto. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

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CHIAVENATO, Idalbeto. Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.

5.2.3.9 Citações indiretas de diversos documentos de diversos autores

As citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados

simultaneamente, devem ser separadas por ponto e vírgula (;), em ordem alfabética.

Exemplo:

No texto:

A administração científica é um movimento desenvolvido em três momentos

(CHIAVENATO, 2003; MAXIMIANO, 2008; NOGUEIRA, 2007; SILVA, 2008).

Na lista de referências:

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2008.

NOGUEIRA, Arnaldo José França Mazzei. Teoria geral da administração para o século XXI. São Paulo: Ática, 2007.

SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.

5.3 Notas de rodapé

As notas de rodapé podem ser aplicadas em trabalhos científicos com um dos

seguintes propósitos:

a) explicar ou comentar algum elemento do texto (notas explicativas);

b) referir a outra passagem do próprio trabalho (referências cruzadas); e,

c) registrar as referências bibliográficas de citações indicadas na página.

A numeração das notas de rodapé deve ser feita em ordem crescente e em

números arábicos. No texto, o número arábico deve ser posicionado, em sobrescrito

(como um expoente), ao lado da palavra que se refere à nota de rodapé, em fonte

de tamanho menor (modo mais frequentemente utilizado); ou, entre parênteses,

alinhado ao texto.

O conteúdo das notas de rodapé é separado da parte textual por uma linha

contínua de três centímetros, iniciada junto à margem esquerda.

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84

Adota-se espaçamento simples entre linhas, tamanho da fonte dez, no

mesmo estilo de fonte do texto e o alinhamento do texto é à esquerda. O número da

nota aparece isolado à esquerda do alinhamento do texto, ou seja, as notadas

devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira

letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente, sem espaço entre elas.

Exemplo:

No texto:

Hunter define a liderança como “a habilidade de influenciar pessoas para

trabalharem entusiasticamente, visando atingir aos objetivos identificados como

sendo para o bem comum.”3

No rodapé:

³ HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Rio de

Janeiro: Sextante, 2004.

5.3.1 Expressões latinas

Para as notas de rodapé há algumas expressões latinas que podem ser

usadas caso haja necessidade de repetir várias vezes a mesma citação. De acordo

com a ABNT a primeira citação deve apresentar a referência completa e as

repetições da mesma citação podem ser apresentadas por meio de expressões

latinas, úteis para evitar repetições de fontes citadas anteriormente. (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002b)

As expressões latinas, com algumas exceções, são utilizadas apenas nas

referências bibliográficas apresentadas em notas de rodapé.

5.3.1.1 Apud

Menção de um documento ao qual não se teve acesso, mas que tomou

conhecimento por citação em outro trabalho. Indica a obra de onde foi retirada a

citação. Termo utilizado tanto para referências em nota de rodapé como no sistema

“autor e data”.

Exemplos:

a) No texto:

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Zaccarelli (1967 apud CONTADOR, 1996, p. 162) afirma que “existe um ponto

ótimo entre diversificação e simplificação que leva a uma ótima integração entre

produção e comercialização.”

“Existe um ponto ótimo entre diversificação e simplificação que leva a uma

ótima integração entre produção e comercialização.” (ZACCARELLI, 1967 apud

CONTADOR, 1996, p. 162)

Na lista de referências:

CONTADOR, José Celso. Modelo para aumentar a competitividade industrial: a transição para a gestão participativa. São Paulo: Edgar Blücher, 1996.

b) No texto:

Zaccarelli³ afirma que “existe um ponto ótimo entre diversificação e

simplificação que leva a uma ótima integração entre produção e comercialização.”

“Existe um ponto ótimo entre diversificação e simplificação que leva a uma

ótima integração entre produção e comercialização.”³

No rodapé:

Para a primeira vez em que é citada:

³ ZACCARELLI, Sérgio B. Programação e controle da produção. São Paulo: Pioneira, 1967. Apud

CONTADOR, José Celso. Modelo para aumentar a competitividade industrial: a transição para

a gestão participativa. São Paulo: Edgar Blücher, 1996, p. 162.

Para as demais menções da mesma obra:

11

ZACCARELLI, 1967 apud CONTADOR, 1996, p. 179.

5.3.1.2 Idem

Idem (Id. em sua forma abreviada) significa o mesmo. Termo usado em

substituição ao nome do autor, quando se trata de citação de diferentes obras de um

mesmo autor. As subsequentes citações da mesma obra podem ser referenciadas,

em notas de rodapé, de forma abreviada. Aplica-se apenas para os casos de

citações consecutivas do mesmo autor, sem intercalações, isto é, citações de outros

autores e só pode ser usada na mesma página ou folha da citação a que se refere.

Exemplo:

No texto:

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“Mas a capacidade para criar o novo também precisa ser embutida na

organização.”³

“O desafio para a corporação é o de aprender como ser competitiva, a

despeito de ser grande.”4

No rodapé:

³ DRUCKER, 1997, p. 36. 4 Id., 1996, p. 171.

5.3.1.3 Ibidem

Ibidem (Ibid. em sua forma abreviada) significa no mesmo lugar. Emprega-se

em citações de obras mencionadas na nota imediatamente anterior, isto é, quando a

única alteração em relação à citação anterior é o número da página. Aplica-se

apenas para os casos de citações consecutivas do mesmo autor e obra, sem

intercalações, isto é, sem citações de outras obras do mesmo autor ou de obras de

outros autores e só pode ser usada na mesma página ou folha da citação a que se

refere.

Exemplo:

No texto:

“Mas a capacidade para criar o novo também precisa ser embutida na

organização.”³

“Mas hoje precisamos ir além da organização baseada na informação, para

aquela baseada em responsabilidade.”4

No rodapé:

³ DRUCKER, 1997, p. 36. 4 Ibid., p. 75.

5.3.1.4 Opus citatum

Opus citatum ou opere citato (op. cit. em sua forma abreviada) significa na

obra mencionada. Emprega-se no caso de repetição da citação, na mesma página

de texto, quando houver intercalação de outras notas e só pode ser usada na

mesma página ou folha da citação a que se refere.

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Exemplo:

No texto:

“Mas a capacidade para criar o novo também precisa ser embutida na

organização.”³

Castells4 afirma que “o paradigma da tecnologia da informação não evolui

para o seu fechamento como um sistema, mas rumo a abertura como uma rede de

acessos múltiplos.”

“Mas hoje precisamos ir além da organização baseada na informação, para

aquela baseada em responsabilidade.”5

No rodapé:

³ DRUCKER, 1997, p. 36. 4 CASTELLS, 1999, p. 81.

5 DRUCKER, op. cit., p. 75.

5.3.1.5 Passim

O termo passim significa aqui e ali, em vários locais, em diversas passagens.

É usado em informação retirada de diversas páginas do documento referenciado.

Exemplo:

No texto:

Aaker² vai além ao expor que, resumidamente, os ativos são o conhecimento

do nome, consumidores leais, qualidade percebida e associações.

No rodapé:

² AAKER, 1998, passim.

5.3.1.6 Loco citato

Loco citato (loc. cit. em sua forma abreviada) significa no lugar citado. A

expressão é usada para designar a mesma página de uma obra já citada

anteriormente, mas com intercalação de notas e só pode ser usada na mesma

página ou folha da citação a que se refere.

Exemplo:

No texto:

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88

“Mas a capacidade para criar o novo também precisa ser embutida na

organização.”³

Castells4 afirma que “o paradigma da tecnologia da informação não evolui

para o seu fechamento como um sistema, mas rumo a abertura como uma rede de

acessos múltiplos.”

“Cada organização terá de aprender a explorar, isto é, desenvolver novas

aplicações a partir de seus próprios sucessos.”5

No rodapé:

³ DRUCKER, 1997, p. 36. 4 CASTELLS, 1999, p. 81.

5 DRUCKER, 1997, loc. cit.

5.3.1.7 Conforme

O termo conforme ou confira (cf. em sua forma abreviada) é usado como

abreviatura para recomendar consulta a um trabalho ou a notas.

Exemplo:

No texto:

A visão sobre o trabalho introduzida por Drucker resume-se em verificar a

produtividade do trabalhador do conhecimento e desenvolver a noção do

autogerenciamento ou gerenciar a si mesmo, que mostra bem a solução

individualizante para o sucesso no mercado de trabalho voltada para um grupo

evidentemente minoritário de pessoas.³

No rodapé:

³ Cf. DRUCKER, 2001.

5.3.1.8 Sequentia

O termo sequentia (et seq. em sua forma abreviada) significa em informação

seguinte ou que se segue. É usado quando não se quer citar todas as páginas da

obra referenciada.

Exemplo:

No texto:

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89

Frosini assevera que a história da informação humana passa por quatro

fases.³

No rodapé:

³ FROSINI, Vittorio. Cibernética, derecho y sociedad. Madrid: Tecnos, 1982, p. 173 et seq.

5.3.2 Notas explicativas

As notas explicativas são constituídas por comentários, complementações ou

traduções que interromperiam a sequência lógica, se colocadas no texto. São

utilizadas para apresentar comentários e observações pessoais do autor, e para

indicar dados explicativos ou complementares.

A numeração das notas explicativas, de acordo com a ABNT, deve ser “feita

em algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para cada

capítulo ou parte. Não se inicia a numeração a cada página.” (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002B, p. 6)

Exemplo:

No texto:

Os procedimentos metodológicos devem ser descritos de acordo com os

princípios teóricos tendo por base as obras clássicas sobre Metodologia da

Pesquisa, as quais devem ser referenciadas no decorrer do texto.²

No rodapé:

² Em uma pesquisa é possível utilizar, dependendo de seus objetivos, várias metodologias simultaneamente.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

É uma lista que relaciona todas as obras consultadas durante o processo de

pesquisa, análise e elaboração do texto final.

Referência é um conjunto de elementos descritivos e essenciais que

possibilitam a adequada identificação de um documento ou parte dele, divulgado em

diferentes mídias ou formatos. Quando necessário podem ser incluídos elementos

complementares para facilitar a identificação. A forma de elaboração e de

apresentação de referências é padronizada por norma específica – a NBR 6023:

informação e documentação - referências – elaboração (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002a).

Sugere-se não relacionar as obras consultadas, mas não citadas no texto, da

mesma forma que devem ser evitadas as citações de documentos utilizados como

suporte tais como dicionários e normas de apresentação. Apenas as obras

efetivamente citadas no texto final devem ser relacionas.

Esta parte deve ser posicionada após a última seção textual do trabalho.

Deve ser encabeçada pela palavra REFERÊNCIAS (ou REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS), escrita em letras maiúsculas e negritada, posicionada

centralizadamente no papel.

6.1 Elementos da referência

Alguns elementos são essenciais para a apresentação de uma referência.

Quando necessário, para melhorar a sua identificação e diferenciação de outros

documentos, podem ser acrescentados elementos complementares.

6.1.1 Elementos essenciais

São informações indispensáveis à identificação do documento. Nos livros e

trabalhos acadêmicos (teses, dissertações, etc.) são elementos essenciais: autoria,

título, edição, local, editora e data de publicação.

Para a FMU o subtítulo também é um elemento essencial.

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6.1.2 Elementos complementares

São informações opcionais que, somadas às informações essenciais,

permitem caracterizar o documento de modo mais adequado. São elementos

retirados do próprio documento ou de outras fontes de informação, neste último

caso, indicando-se os dados obtidos entre colchetes.

6.2 Definições

Para compreender os elementos de uma referência é necessário defini-los

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002a, p. 2):

a) autor(es): Pessoa(s) física(s) responsável(eis) pela criação do conteúdo

intelectual ou artístico de um documento.

b) autor(es) entidade(s): Instituição(ões), organização(ões), empresa(s),

comitê(s), comissão(ões), evento(s), entre outros, responsável(eis) por

publicações em que não se distingue autoria pessoal.

c) capítulo, seção ou parte: Divisão de um documento, numerado ou não.

d) documento: Qualquer suporte que contenha informação registrada,

formando uma unidade, que possa servir para consulta, estudo ou prova.

Inclui impressos, manuscritos, registros audiovisuais, sonoros, magnéticos

e eletrônicos, entre outros.

e) edição: Todos os exemplares produzidos a partir de um original ou matriz.

Pertencem à mesma edição de uma obra todas as suas impressões,

reimpressões, tiragens, etc., produzidas diretamente ou por outros

métodos, sem modificações, independentemente do período decorrido

desde a primeira publicação.

f) editora: Casa publicadora, pessoa(s) ou instituição responsável pela

produção editorial. O nome da editora deve ser indicado tal como figura

no documento, abreviando-se os prenomes e suprimindo-se palavras que

designam a natureza jurídica ou comercial, desde que sejam dispensáveis

para identificação. Conforme o suporte documental, outras denominações

são utilizadas: produtora (para imagens em movimento), gravadora (para

registros sonoros), entre outras.

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g) entrada: Expressão ou palavra (nome do autor, nome da instituição, título,

etc.) que inicia ou encabeça uma referência. Também é chamada de

cabeçalho.

h) monografia: Item não seriado, isto é, item completo, constituído de uma

só parte, ou que se pretende completar em um número preestabelecido

de partes separadas.

i) publicação periódica: Publicação em qualquer tipo de suporte, editada

em unidades físicas sucessivas, com designações numéricas e/ou

cronológicas e destinada a ser continuada indefinidamente.

j) referência: Conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de

um documento, que permite sua identificação individual.

k) separata: Publicação de parte de um trabalho (artigo de periódico,

capítulo de livro, colaborações em coletâneas, etc.), mantendo as

mesmas características tipográficas e de formatação da obra original, que

recebe uma capa, com as respectivas informações que a vinculam ao

todo, e a expressão “Separata de” em evidência. As separatas são

utilizadas para distribuição pelo próprio autor da parte, ou pelo editor.

l) subtítulo: Informações apresentadas em seguida ao título, visando

esclarecê-lo ou complementá-lo, de acordo com o seu conteúdo.

m) suplemento: Documento que se adiciona a outro para ampliá-lo ou

aperfeiçoá-lo, sendo sua relação com aquele apenas editorial e não física,

podendo ser editado com periodicidade e/ou numeração própria.

n) título: Palavra, expressão ou frase que designa o assunto ou o conteúdo

de um documento.

6.3 Regras gerais

Existem algumas regras que devem ser observadas na elaboração da lista de

referências.

6.3.1 Ordenação

As entradas são apresentadas em ordem alfabética ascendente e não podem

estar enumeradas ou com marcadores de lista.

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6.3.1.1 Autores repetidos

Quando há mais de uma entrada (referência) de um mesmo autor, substitui-se

o nome do autor (a partir da segunda entrada) por um traço de tamanho equivalente

a seis espaços de caractere. O traço substitui o sobrenome e o nome do autor.

A aplicação desta formatação é opcional.

6.3.2 Espaçamento

As entradas devem ser digitadas em espaço simples entre as linhas.

Emprega-se uma linha de espaçamento duplo (ou dois espaçamentos simples) para

separar uma entrada bibliográfica de sua sucessora.

6.3.3 Alinhamento

As referências são alinhadas junto à margem esquerda. Esta parte do

trabalho não deve utilizar o alinhamento justificado. Quando aparecerem em notas

de rodapé, devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da mesma referência,

abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem

espaço entre elas.

6.3.4 Pontuação

A pontuação segue padrões internacionais e deve ser uniforme para todas as

referências. Deve-se, em linhas gerais, observar as seguintes orientações:

a) ponto: após o(s) nome(s) do(s) autor(es), após o subtítulo ou título (para o

caso de não existir subtítulo), edição e no final da referência;

b) dois pontos: antes do subtítulo, antes do nome da editora e após o termo

“In”;

c) virgula: usada para separar o sobrenome do nome do autor, após o nome

da editora, após o título de uma revista, separando o volume e o número

de uma revista, antes da indicação de páginas;

d) ponto e virgula: na separação dos autores da obra;

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e) hífen: na separação (sem espaço) da indicação de uma sequência de

páginas e datas sequenciais;

f) barra transversal: na indicação de datas (anos) não sequenciais;

g) parênteses: usados para indicar grau ou propósito (em teses,

dissertações, trabalhos de conclusão, etc.) e caracterização, de modo

abreviado, da responsabilidade (Coord., Org., Comp., etc.),

h) colchetes: para indicar elemento da referência não evidenciado na obra

mas que é conhecido. Ex.: [1999];

i) reticências: para indicar supressão de títulos. Ex.: Anais...

6.3.5 Abreviaturas e expressões latinas nas referências

Em referências bibliográficas, há abreviaturas e expressões latinas que

devem ser aplicadas em situações determinadas. O Quadro 5 apresenta a

convenção para abreviação dos meses do ano nos idiomas espanhol, inglês e

português e o Quadro 6 indica uma relação dos principais termos e abreviaturas

empregados na descrição das entradas de uma lista bibliográfica.

Quadro 5 – Abreviaturas dos meses do ano

Português Inglês Espanhol

Meses Abreviatura Meses Abreviatura Meses Abreviatura

janeiro jan. January Jan. enero enero

fevereiro fev. February Feb. febrero feb.

março mar. March Mar. marzo marzo

abril abr. April Apr. abril abr.

maio maio May May mayo mayo

junho jun. June Jun. junio jun.

julho jul. July Jul. julio jul

agosto ago. August Aug. agosto agosto

setembro set. September Sep. septiembre sept.

outubro out. October Oct. octubre oct.

novembro nov. November Nov. noviembre nov.

dezembro dez. December Dec. diciembre dic.

Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002a, p. 22)

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Quadro 6 – Abreviaturas e termos latinos usados nas referências

ABREVIATURA OU

TERMO LATINO SIGNIFICADO

Comp. Compilador ou compiladores. A abreviatura deve ser escrita no singular, com inicial maiúscula, entre parênteses e logo após a identificação da autoria. (Comp.)

Coord. Coordenador ou coordenadores. A abreviatura deve ser escrita no singular, com inicial maiúscula, entre parênteses e logo após a identificação da autoria. (Coord.)

Ed. Editor ou editores. A abreviatura deve ser escrita no singular, com inicial maiúscula, entre parênteses e logo após a identificação da autoria. (Ed.)

ed. Edição. Na referência, por exemplo, escreve-se 3. ed. (não se deve escrever 3ª ed.)

et al. Expressão latina et alii que significa “e outros”.

il. Ilustração ou ilustrações

In: Em. Indica subordinação de parte de uma obra à obra maior.

n. Número

Org. Organizador ou organizadores. A abreviatura deve ser escrita no singular, com inicial maiúscula, entre parênteses e logo após a identificação da autoria. (Org.)

p. Página

s.d. Sem data; obra sem informação da data de publicação. Na referência deve ser escrita entre colchetes – [s.d.]

s.l. Expressão latina sine loco, sem local. Na referência deve ser escrita entre colchetes – [s.l.]

s.n. Expressão latina sine nomine. Editora não identificada. Na referência deve ser escrita entre colchetes – [s.n.]

v. Volume ou volumes

Fonte: Baseado em Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002a)

6.4 Apresentação da referência

O formato básico de uma referência bibliográfica é o seguinte:

SOBRENOME, Nome. Título da obra: subtítulo. n. ed. Local: editora, ano da publicação.

É conveniente lembrar que o recurso tipográfico para destacar o título da obra

pode ser: negrito, sublinhado ou itálico.

Além disso, é igualmente importante frisar que o nome do autor (ou autores)

pode ser indicado apenas pela sua letra inicial, sem o apresentar por extenso. O

modo adotado, nome completo ou abreviado, deverá ser empregado de modo

homogêneo em toda a lista de referências. Assim, uma lista de referências poderá

ter suas entradas apresentadas de uma das maneiras ilustradas a seguir:

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Exemplos:

PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da qualidade: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

PALADINI, E. P. Gestão da qualidade: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas,

2010.

6.4.1 Autor

Autor é o responsável pela elaboração do conteúdo intelectual ou artístico de

um documento.

6.4.1.1 Quando a autoria é de uma só pessoa

A referência segue a estrutura padrão, com a entrada iniciada pelo

sobrenome do autor em letras maiúsculas.

SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título da obra: subtítulo. Edição. Local: Editora, ano.

Exemplos:

PALADINI, E. P. Gestão da qualidade: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

DRUCKER, Peter Ferdinand. A sociedade pós-capitalista. 6. ed. São Paulo: Pioneira, 1997.

6.4.1.2 Obra com dois ou três autores

Para obra com dois ou três autores cada nome deve ser citado na ordem em

que aparecem no documento, separados por ponto e vírgula, seguido de espaço.

Exemplos:

WHITELEY, R. C.; HESSAN, D. Crescimento orientado para o cliente: cinco estratégias comprovadas para criar vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

PALMISANO, Angelo; ROSINI, Alessandro Marco. Administração de sistemas de informação e a gestão do conhecimento. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

FERREIRA, A. A.; REIS, A. C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias. São Paulo: Thomson Learning, 2002.

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6.4.1.3 Obra com mais de três autores

Para obra com mais três autores indica-se somente o primeiro,

acrescentando-se a expressão latina et al.

Exemplos:

FUSCO, José Paulo Alves et al. Administração de operações: da formulação estratégica ao controle operacional. São Paulo: Arte & Ciência, 2003.

SERRA, F. A. R. et al. Administração estratégica: conceitos, roteiro prático e casos. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2003.

6.4.1.4 Obra com responsabilidade intelectual

Quando não a obra não tem autor e sim um responsável intelectual

(organizador, compilador, coordenador, etc.), entra-se por este responsável, seguido

da abreviação que caracteriza o tipo de responsabilidade, entre parênteses.

Exemplos:

GREENE, Jack R. (Org.). Administração do trabalho policial: questões e análises. São Paulo: Edusp, 2002.

FLEURY, M. T. (Coord.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002.

MOTTA, Fernando C. Prestes, CALDAS, Miguel (Org.). Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997.

6.4.1.5 Obra com autor desconhecido

Quando a autoria da obra não está definida, a entrada deve ser feita pelo seu

título, com a primeira palavra em letras maiúsculas, sem destaque gráfico (negrito,

sublinhado ou itálico). Não utilizar os termos como anônimo ou autoria

desconhecida.

Exemplos:

DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1993.

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6.4.1.6 Autor institucional

As obras de responsabilidade de entidades (empresas, associações,

congressos, seminários, etc.), e que não apresentem a indicação do autor individual,

têm entrada pelo seu próprio nome da instituição, por extenso, em caixa alta.

Exemplos:

CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 10., 1979, Curitiba. Anais... Curitiba: Associação Bibliotecária do Paraná, 1979.

PEARSON EDUCATION DO BRASIL. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

6.4.1.7 Entidade com denominação genérica

Quando a entidade tem uma denominação genérica, seu nome é precedido

pelo nome do órgão superior ou pelo nome da jurisdição geográfica à qual pertence.

Exemplos:

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a política ambiental do Estado de São Paulo. São Paulo, 1993.

BRASIL. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. Plano diretor da reforma do Estado. Brasília, DF: Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, Presidência da República, Imprensa Nacional, 1995.

BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Programa de biotecnologia e recurso genéticos. Brasília, DF, 2002.

6.4.1.8 Obra monográfica extraída da internet

Quando a obra, em qualquer um dos tipos descritos, foi consultada

eletronicamente (internet) deve-se evidenciar essa condição. Assim também são

essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais

< >, precedido da expressão “Disponível em:” e a data de acesso ao documento,

precedida da expressão “Acesso em:”. É importante retirar a condição de hiperlink

do endereço de internet informado.

Exemplos:

BISCAIA, Antônio Carlos; MARIANO, Benedito Domingos; SOARES, Luis Eduardo; AGUIAR, Roberto Armando Ramos de. Projeto segurança pública para o Brasil. São Paulo: Instituto Cidadania, Fundação Djalma Guimarães, 2003. Disponível em: <http://www.mj.gov.br/noticias/2003/abril/pnsp.pdf>. Acesso: 30 nov. 2009.

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BRANHAM, Leigh. Por que seus funcionários mais talentosos não querem ficar: descubra as sutilezas que provocam a fuga de seus melhores profissionais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=wEIatCuZYoEC&pg=PA9&dq=%22gera%C3%A7%C3%A3o+z%22&hl=pt-BR&sa=X&ei=4Qr_UN_FD4ek8AStvoHYDA&ved=0CEUQ6AEwAzgK#v=onepage&q=%22gera%C3%A7%C3%A3o%20z%22&f=false>. Acesso em: 21 dez. 2012.

6.4.2 Título e subtítulo

O título é essencial na adequada referência de uma obra; o subtítulo

complementa a informação necessária à sua identificação. Deve ser reproduzido tal

como apresentado na obra ou trabalho referenciado. Quando escrito em língua

estrangeira, deve-se obedecer à escrita original do idioma. Os subtítulos separam-se

do título por dois pontos (:). O título é destacado (negrito, sublinhado ou itálico). A

primeira letra deve ser maiúscula, as demais minúsculas, com exceção dos nomes

próprios, científicos, abreviaturas e siglas. O subtítulo, respeitando-se as mesmas

exceções, é totalmente escrito em letras minúsculas.

Exemplos:

PORTER, Michael. Competição: estratégias competitivas essenciais. São Paulo: Campus, 1999.

HUSSEY, D. Strategic management: from theory to implementation. 4th. ed. Oxford: Butterworth-Heinemann, 1998.

6.4.2.1 Título muito longo

Quando o título e o subtítulo da obra forem demasiadamente longos, é

possível suprimir as últimas palavras, desde que o sentido não seja alterado.

Reticências são usadas para indicar a supressão.

Exemplos:

GONÇALVES, P. E. (Org.). A criança: perguntas e respostas: médicos, psicólogos, professores, técnicos, dentistas... Prefácio do Prof. Dr. Carlos da Silva Lacas. São Paulo: Cultrix: Edusp, 1971.

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6.4.2.2 Obra sem título

Quando a obra não possuir título, deve-se atribuir uma palavra ou frase que

identifique o conteúdo do documento ou a frase “Sem título”. Essa palavra ou frase

deve ser escrita entre colchetes.

Exemplo:

SEMANA DA ADMINISTRAÇÃO FMU, 2., 2012, São Paulo. [Trabalhos apresentados]. São Paulo, 2012.

6.4.3 Edição

A partir da segunda edição, deve-se transcrever esta informação. A palavra

edição deve ser apresentada de forma abreviada e é escrita logo após o título ou

subtítulo (quando houver os dois). Coloca-se ponto (.) logo após o número da edição

e da abreviatura (ed.). As abreviaturas obedecem ao idioma da obra. Emendas e

acréscimos à edição devem ser informados de forma abreviada.

Exemplos:

KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 7. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

AAKER, D. A. Strategic market management. 6th. ed. New York: John Wiley & Sons, 2001.

6.4.4 Local

O local (cidade) de publicação da obra deve ser indicado tal como figura o

documento. O local deve ser transcrito no mesmo idioma da obra.

Quando o local de publicação for Brasília, acrescenta-se a sigla DF.

Exemplos:

PORTER, Michael. Vantagem competitiva. São Paulo: Campus, 1982.

NADLER, L. The handbook of human resources development. New York: Wiley, 1984.

BRASIL. Ministério da Justiça. Plano Nacional de Segurança Pública. Brasília, DF: Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Imprensa Nacional, 2000.

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6.4.4.1 Cidades homônimas

No caso de cidades homônimas, a diferenciação deve ser feita pelo

acréscimo do nome do estado, do país etc.

Exemplo:

CAPALBO, E. da C.; OCCHIUTTO, M. L. Bianca, Clara, Karina: a história de uma mesma mulher. Araras, SP: IDE, 1998.

6.4.4.2 Local não informado

Se o local de publicação não está evidente no documento, mas há condições

de identificá-lo, apresenta-se entre colchetes. Na impossibilidade de identificar o

local, utiliza-se a expressão latina sine loco abreviada, entre colchetes [S.l.].

Exemplos:

VICTORIA, Luiz A. P. Método prático de análise léxica e de análise sintática. 2. ed. [S.l.]: Livraria Império, 1958.

CASOS reais de implantação de TQC. [Belo Horizonte]: Fundação Christiano Ottoni, 1995.

6.4.5 Editora

O nome da editora deve ser registrado apenas por seu nome principal, devem

ser excluídas as palavras que designam sua natureza jurídica e comercial (Editora,

Ltda, S/A, etc.), desde que sejam dispensáveis para identificação.

Para obras com duas editoras, indicam-se ambas, separada por ponto e

vírgula (;), com seus respectivos locais (cidades). No caso de três ou mais editoras,

indica-se a primeira ou a de maior destaque.

Na impossibilidade de identificar a editora, aplica-se a abreviação da

expressão latina sine nomine, entre colchetes [s.n.].

Exemplos:

ADIZES, I. Gerenciando as mudanças: o poder da confiança e do respeito mútuos na vida pessoal, familiar, nos negócios e na sociedade. São Paulo: Pioneira, 2002.

LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artes Médicas; Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1999.

PASQUALI, O. A. O gueto da comunicação. 2. ed. Porto Alegre: [s.n.], 1987.

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6.4.6 Data

Indica o ano de publicação da obra. Deve ser indicado em algarismos

arábicos. Por se tratar de elemento essencial para a referência, a Associação

Brasileira de Normas Técnicas (2002a) recomenda não deixar nenhuma referência

sem data. Caso não seja possível indicar uma data, utilizar a data de impressão,

copyright e de distribuição. No entanto, se nenhuma dessas estiver disponível,

registra-se uma data aproximada entre colchetes como ilustrado a seguir:

[1998 ou 1999] - um ano ou outro;

[1999?] - data provável;

[2000] - data certa, mas não indicada no item;

[entre 1981 e 1989] – período certo, use intervalos de até vinte anos;

[ca. 1990] - data aproximada;

[196-] - década certa;

[196-?] - década provável;

[18--] - século certo;

[18--?] - século provável.

Exemplos:

ANSOFF, H. I. et al. Do planejamento estratégico à administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1981.

NASSIF, M. R. G. Compêndio de homeopatia. São Paulo: Robe, [199?].

SOUZA, Maria Brito de. Privacidade e internet. Recife: Nossa Livraria, [2005].

6.4.7 Descrição física

A descrição física é um elemento complementar de uma obra. Compreende a

quantidade de páginas ou folhas (para trabalhos impressos apenas no anverso),

número de volumes, nome do tradutor, dimensões, etc.

Exemplos:

PREDEBON, José (Org.). Propaganda: profissionais ensinam como se faz. São Paulo: Atlas, 2000. 223 p.

GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137 p., 21 cm. (Coleção Antropologia e Ciência Política, 15). Bibliografia: p. 131-132. ISBN 85-228-0268-8.

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6.4.8 Parte de uma obra

Na indicação de parte (capítulo, páginas, etc.) da obra de um autor

acrescenta-se a indicação das páginas ou volumes correspondentes.

Exemplo:

BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. p. 34-37.

6.4.9 Capítulo com autoria própria

Algumas obras são compostas por capítulos escritos por diferentes autores.

Para listar a parte citada entra-se com a autoria da parte, seu título (em fonte normal,

sem destaque) seguido do termo In: e as referências da obra maior, à qual a parte

pertence, informando, ao final, o capítulo, os volumes ou suas páginas inicial e final.

Exemplos:

JONES, Glenn R. Criando organizações com espírito de liderança e uma missão educativa. In: HESSELBEIN, Frances; GOLDSMITH, Marshall; BECKHARD, Richard (Ed.). Organização do futuro: como preparar hoje as empresas de amanhã. São Paulo: Futura, 1997, p. 143-152.

CARDOSO, R. Fortalecimento da sociedade civil. In: IOSCHPE, Evelyn Berg (Org.). 3º Setor: desenvolvimento social sustentado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997, p. 7-12.

6.4.10 Tese, dissertação e trabalho de conclusão de curso

A entrada é iniciada com as informações básicas - sobrenome do autor, título,

ano (sem local) e, opcionalmente, número de folhas, separados por ponto. A seguir

menciona-se o propósito do trabalho (tese, dissertação, trabalho de conclusão), o

grau, a vinculação, o local e o ano da defesa.

Exemplos:

FALCONER, A. P. A promessa do terceiro setor: um estudo sobre a construção do papel das organizações sem fins lucrativos e do seu campo de gestão. São Paulo, 1999. 164 p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração, Departamento de Administração, Faculdade de Economia, administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

MENEGASSO, Maria Ester. O declínio do emprego e a ascensão da empregabilidade: um protótipo para promover a empregabilidade na empresa

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104

pública do setor bancário. Florianópolis. UFSC. 1998. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). Curso de Pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998.

SILVA, Francisco Geová Feliciano da. Teste de liderança situacional (TLS): aplicação em líderes de um restaurante. São Paulo. FMU. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração). Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU, São Paulo, 1998.

6.4.10.1 Trabalho científico consultado na internet

Os elementos essenciais da referência são acrescidos das informações

relativas ao endereço eletrônico da obra e data em que o material foi consultado.

Exemplos:

FOUTO, A. R. F. O papel das universidades rumo ao desenvolvimento sustentável: das relações internacionais às práticas locais. Dissertação. (Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais Relações Internacionais do Ambiente), 2002. Disponível em: http://campus.fct.unl.pt/campusverde/W_RIA_ARFF.doc Acesso em: 08 dez. 2005.

ALMEIDA, Maria Elizabeth B. T. M. Pinto de. O computador na escola: contextualizando a formação de professores. 2000. Tese (Doutorado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2000.

6.4.11 Leis, decretos e portarias

A apresentação de uma referência legislativa (Inclui legislação, jurisprudência

e doutrina) segue a ordem: PAÍS, ESTADO ou MUNICÍPIO. Lei, Decreto ou Portaria,

número, data (dia, mês e ano). Ementa. Dados da publicação.

Exemplos:

BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Receitas públicas manual de procedimentos: aplicado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Orçamento Federal. 4. ed. Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional, Coordenação-Geral de Contabilidade, 2007.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Manuais de Legislação Atlas. 29. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

SÃO PAULO (Estado). Decreto n. 2563, de 27 de abril de 1998. Dispõe sobre a atualização cadastral dos aposentados e pensionistas da Administração Pública Federal direta, autarquia e fundacional do Poder Executivo da União, Lex: Coletânea de Legislação e Jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 12, p. 1493-1494, 1998.

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BRASIL. Medida Provisória nº 1.569-9, de 11 de dezembro de 1997. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 14 dez. 1997. Seção 1, p. 29514.

BRASIL. Código civil. Organização de Juarez de Oliveira. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.

6.4.11.1 Leis, decretos e portarias na internet

Acrescentam-se os dados relativos ao endereço eletrônico e à data de

acesso.

Exemplo:

SÚMULA BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n.º 14. Não é admissível por ato administrativo restringir, em razão de idade, inscrição em concurso para cargo público. Disponível em: <http:/www.truenetm.com.br/sumusSTF.html>. Acesso em: 17 out. 2001.

6.4.12 Verbete

Verbete é cada uma das entradas (palavras listadas) de uma enciclopédia ou

dicionário e que apresenta o seu significado ou explicações sobre um determinado

assunto.

Exemplos:

a) verbete com autoria

Quando o verbete é acompanhado de uma indicação do nome do autor a

estrutura básica é

AUTORIA do verbete. Verbete. In: AUTORIA da obra. Título da obra. Local: Editora,

ano. Paginação do verbete.

POSHAKWALE, Sunil. Eficiência de mercado. In: PAXSON, Dean; WOOD, Douglas. (Org.) Dicionário enciclopédico de finanças. São Paulo: Atlas, 2001, p. 84-87.

b) verbete sem autoria

Quando não há meios para identificar a autoria do verbete aplica-se a

seguinte estrutura básica:

VERBETE. In: AUTORIA da obra. Título da obra. Edição. Local: Editora, ano de publicação. Paginação do verbete.

LASTRO. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio básico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. p. 381.

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6.4.13 Texto bíblico

Para texto extraído da Bíblia a referência deve indicar, além das páginas de

onde foi extraído, o nome do livro bíblico (capítulo).

Exemplo:

BÍBLIA. Levítico. A Bíblia sagrada: nova tradução na linguagem de hoje. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012. p. 140-185.

6.4.14 Relatório

Relatório é a apresentação das conclusões de uma comissão ou equipe em

relação a uma pesquisa ou estudo, também pode ser uma exposição das ações ou

dos resultados da atividade de uma pessoa ou empresa.

Exemplos:

a) Institucional

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Relatório anual 2011. v. 47. Brasília, DF, 2012.

b) Governamental

BRASIL. Ministério da Justiça. Relatório de atividades. Brasília, DF, 1993. 28 p.

6.4.15 Evento

Compreende o conjunto dos documentos produzidos e resultantes da

realização do próprio evento (atas, anais, resultados, proceedings, etc.). Para

entrada dos anais de um evento. Os elementos essenciais são:

a) Evento como um todo

NOME DO EVENTO. número do evento., ano, local de realização. Título. Local de publicação: Editora, ano.

Exemplo:

ENCONTRO ANUAL DA ANPAD. 26., 2002, Salvador, BA. Anais... Salvador: ANPAD, 2002. 1 CD-ROM.

b) Parte de um evento

AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. In: NOME DO EVENTO. número do evento., ano, local de realização. Título. Local de publicação: Editora, ano. paginação do artigo ou localização eletrônica.

Exemplo:

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BASTOS, Antonio et al. Aprendizagem organizacional versus organizações que aprendem: características e desafios que cercam essas duas abordagens de pesquisa. In: Encontro de Estudos Organizacionais. 2., 2002, Recife. Anais... Recife: Observatório da Realidade Organizacional: PROPAD/UFPE: ANPAD, 2002.

6.4.15.1 Evento ou parte de evento na internet

a) Evento como um todo

Exemplo:

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife : UFPe, 1996. Disponível em: <http://www. propesq.ufpe.br/anais/anais/educ/ce04.htm>. Acesso em: 20 mar. 2000.

b) Parte de um evento

Exemplo:

CRESPO, Isabel M. Bibliotecas digitais e esfera pública. In: Ciberética: Simpósio Internacional de Propriedade Intelectual, Informação e Ética, 2, 2003, Florianópolis. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www. ciberetica.org.br>. Acesso em: 20 dez. 2005.

6.4.16 Publicação periódica

Compreende fascículo ou número de revista, número de jornal, boletins, etc.

na integra ou uma matéria existente em um número, volume ou fascículo de

periódico. Os elementos essenciais são:

a) Periódico como um todo

TÍTULO DO PERIÓDICO. Local de publicação: Editora, datas do início e de encerramento da publicação se houver.

Exemplo:

REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1967- Semestral.

b) Fascículo ou número específico de um periódico

TÍTULO DO PERIÓDICO. Local de publicação: Editora, volume, número, mês, ano.

Exemplo:

REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS. São Paulo: FGV, v. 52, n. 6, nov.-dez., 2012.

c) Fascículo com título específico

Exemplo:

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108

EXAME MELHORES E MAIORES: as 500 maiores empresas do Brasil. São Paulo: Abril, jul., 2003.

6.4.17 Artigo de uma publicação periódica

Para referenciar um artigo específico de uma publicação periódica, a estrutura

básica é:

AUTOR. Título do trabalho. Título do periódico ou revista, Local de publicação, volume, número, paginação, mês, ano.

Exemplo:

SARAIVA, Luiz Alex Silva. Cultura organizacional em ambiente burocrático. Revista de Administração Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 187-207, jan./abr., 2002.

6.4.17.1 Artigo de periódico na internet

AUTOR. Título do artigo. Título da publicação, local, volume, número, mês ano, paginação (se disponível). Disponível em: <Endereço>. Acesso em: data.

Exemplo:

BEZERRA, Sérgio Sampaio; VIEIRA, Marcelo Milano Falcão. Pessoa com deficiência intelectual: a nova “ralé” das organizações do trabalho. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 52, n. 2, mar./abr. 2012, p. 232-244. Disponível: <http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_s0034-75902012000200007_0.pdf>. Acesso em: 23 dez. 2012.

6.4.18 Artigo de jornal

Para artigo publicado em um jornal, a estrutura básica é:

AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título do Jornal, Local de publicação, dia, mês, ano. Número ou título do caderno, seção ou suplemento, paginação.

Exemplo:

AGOSTINI, Renata. Para Aneel, há risco de faltar luz na copa. Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 jan. 2012, Mercado, p. B1.

6.4.18.1 Artigo de jornal na internet

Quando o jornal foi consultado na internet, a estrutura básica é:

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AUTOR. Título do artigo. Título do jornal, local, data de publicação, seção, caderno ou parte do jornal e a paginação correspondente. Disponível em:<Endereço>. Acesso em: data.

Exemplo:

COUTINHO, João Pereira. O fim dos dois estados. Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 jan. 2013, Colunistas. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/1218086-o-fim-dos-dois-estados.shtml>. Acesso em: 22 jan. 2013.

6.4.19 Documento de acesso exclusivo em formato eletrônico

Quando o material consultado pode ser acessado exclusivamente por meio de

um computador (Inclui bases de dados, listas de discussão, site, arquivos em disco

rígido, programas, conjuntos de programas e mensagens eletrônicas entre outros),

os elementos essenciais são: autor(es), título do serviço ou produto, versão (se

houver) e descrição física do meio eletrônico. Quando se tratar de obras consultadas

online, também são essenciais, conforme já apresentado em subcapítulos

anteriores, as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais

< >, precedido da expressão “Disponível em:” e a data de acesso ao documento,

precedida da expressão “Acesso em:”, opcionalmente acrescida dos dados

referentes a hora, minutos e segundos.

No caso de arquivos eletrônicos, acrescentar a respectiva extensão à

denominação atribuída ao arquivo.

Exemplos:

ENCONTRO ANUAL DA ANPAD. 26., 2002, Salvador, BA. Anais... Salvador: ANPAD, 2002. 1 CD-ROM.

FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS. Ensino a distância. Agora o ensino a distância tem a chancela de qualidade FMU!. [São Paulo]: FMU, [s.d]. Disponível em: <http://www.portal.fmu.br/ead/>. Acesso em: 22 jan. 2013.

SILVA, José A. R. Planilhas de cálculo e orientações fiscais [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <[email protected]> em 12 jan. 1998.

6.5 Instrumentos de apoio

Na internet é possível encontrar uma gama de ferramentas que auxiliam a

construção de uma lista de referências e na organização de material de pesquisa.

Nesta seção estão relacionados alguns dos instrumentos mais populares.

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110

6.5.1 Mecanismo online para referências - MORE

É um instrumento desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC). Fácil de usar, esta ferramenta produz automaticamente citações (estrutura)

e referências no formato ABNT. Oferece opções para os tipos de documentos mais

comuns nos trabalhos acadêmicos.

É uma ferramenta gratuita.

Endereço de acesso: http://www.rexlab.ufsc.br:8080/more/

6.5.2 Mendeley

É um poderoso gerenciador bibliográfico de distribuição gratuita. Entre suas

funcionalidades destacam-se:

capacidade para criar uma biblioteca com os artigos online,

acompanhados das anotações realizadas por você;

extração automática das referências dos artigos (autor, título, nome do

periódico, etc.);

permite agrupar os artigos por tipo de pesquisa;

criação automática de citações com integração com o programa Microsoft

Word; etc.

Para ter acesso ao programa faça o seu cadastro no endereço eletrônico

http://www.mendeley.com e, em seguida, realize o download do arquivo.

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7 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um componente curricular

indispensável para a obtenção do grau de Bacharel em Administração no Complexo

Universitário FMU. Seu desenvolvimento ocorre nos últimos dois semestres letivos

(sétimo e oitavo períodos).

7.1 Projeto do TCC

No princípio do sétimo semestre, após a inscrição para o TCC1 mediante

Declaração de Aceite de Orientação, o aluno deverá desenvolver o seu projeto de

pesquisa (vide seção 1.2). Os seguintes requisitos deverão ser cumpridos para a

conclusão do projeto:

a) Delimitação do tema: Estabelecimento de um tema abrangendo as

principais variáveis que serão investigadas, focalizando concretamente o

objeto do estudo;

b) Introdução: texto que deve ressaltar a importância e a oportunidade do

tema no presente, principais referências teóricas e contribuição que o

trabalho pretende proporcionar, indicando metodologia a ser adotada e os

resultados esperados;

c) Desenvolvimento: Início do trabalho propriamente dito, quando os

autores desenvolvem seus argumentos baseados em revisão teórica e

propõem uma pesquisa de campo que permita a verificação de suas

considerações, mediante métodos específicos que irão confirmar ou

refutar suas hipóteses;

d) Cronograma: definir o tempo a ser utilizado em cada etapa de elaboração

do projeto, conforme modelo apresentado no Apêndice B.

e) Bibliografia: relação das obras utilizadas na elaboração do projeto.

7.1.1 Estrutura do projeto de pesquisa

O documento do projeto de pesquisa compreende duas partes: a interna e a

externa.

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7.1.1.1 Parte externa

A parte externa do documento corresponde à sua capa. Sua elaboração deve

obedecer os parâmetros apresentados na seção 1 do Apêndice F.

7.1.1.2 Parte interna

A parte interna é composta por elementos pré-textuais, textuais e pós-

textuais.

a) Pré-textuais: compreende a folha de rosto (elaborada conforme seção 2

do Apêndice F) e sumário.

b) Textuais: deve ser constituído por uma parte introdutória (apresentando o

tema do projeto, o problema a ser abordado, as hipóteses – se cabível ao

tipo de pesquisa –, o objetivo geral e os objetivos específicos, e a

justificativa para seu desenvolvimento. Deve-se apresentar o referencial

teórico preliminar que embasa o projeto, a metodologia a ser utilizada para

o seu desenvolvimento e o cronograma (elaborado conforme Apêndice B)

de seu desenvolvimento.

c) Pós-textuais: compreende a bibliografia utilizada para o embasamento do

projeto e, se necessário, apêndices e anexos.

É importante lembrar que a qualidade do projeto depende do nível de

interação entre o aluno e o seu orientador.

O Projeto deve ser encadernado em espiral e conter de oito a dez páginas,

ser desenvolvido com base nas orientações contidas na seção 1.2 deste manual e

nas normas da ABNT, e ser entregue ao professor orientador, mediante protocolo,

no prazo determinado.

7.2 Versão final do TCC

O oitavo semestre deve ser dedicado à concretização do trabalho de

pesquisa. Nas Faculdades Metropolitanas Unidas o TCC é desenvolvido sob a forma

de artigo acadêmico.

Nesse sentido, deve conter, no mínimo, os elementos descritos na seção 7.1

deste manual (exceto o cronograma) acrescidos de:

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a) Pesquisa de campo: texto que deve ressaltar a importância do tema no

presente, o que já se fez por outros autores no passado e a contribuição

que o trabalho pretende proporcionar;

b) Análise dos dados e resultados: esse título normalmente é empregado

quando se utiliza técnica estatística que produza resultados. Quando se

trata de análise tabular e descritiva;

c) Considerações finais: capítulo dedicado a uma síntese dos principais

resultados do trabalho; recomendações para novas pesquisas;

d) Elementos pós-textuais: elaboração do Resumo com no máximo 15

(quinze) linhas, indicação das palavras-chave, consolidação da

bibliografia, disposição dos apêndices e anexos (se for o caso).

7.2.1 Estrutura do trabalho de conclusão

Por ser um artigo acadêmico, o trabalho de conclusão deve seguir as

recomendações apresentadas na seção 1.3 deste manual.

Quanto à apresentação, o documento deverá conter alguns elementos

adicionais, não presentes normalmente em artigos acadêmicos ou científicos,

conforme descrição nas próximas seções.

7.2.1.1 Elementos pré-textuais

Os seguintes elementos devem anteceder o artigo acadêmico desenvolvido

como trabalho de conclusão de curso:

a) Capa: elemento obrigatório. Deve se elaborado conforme seção 1 do

Apêndice F;

b) Folha de rosto: elemento obrigatório. Elaborado conforme seção 2 do

Apêndice F. Esta é a primeira página contada, mas não deve ser

numerada, isto é, não é exibido o seu número;

c) Folha de aprovação: elemento obrigatório. Deve ser desenvolvido de

acordo com o modelo indicado no Apêndice G;

d) Dedicatória: elemento opcional. Espaço no qual o autor poderá prestar

uma homenagem a alguma pessoa. Não apresenta o título

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114

(DEDICATÓRIA) e deve ser digitada abaixo da metade da página, à

direita;

e) Agradecimentos: elemento opcional. É uma seção dirigida às pessoas

e/ou instituições que contribuíram para a elaboração do trabalho. O título

AGRADECIMENTOS deve ser colocado centralizadamente na primeira

linha da página (fonte 12 e em negrito);

f) Epígrafe: elemento opcional. É a transcrição de uma citação ou

pensamento relacionado com o tema tratado no artigo. A epígrafe deve ser

digitada acima da metade da folha, mais a direita, com a indicação do

autor logo abaixo. Não apresenta o título (DEDICATÓRIA). O pensamento

deve ser escrito em itálico ou entre aspas;

g) Sumário: elemento obrigatório. Elaborado de acordo com a norma ABNT

NBR 6023. Deve conter a indicação das principais divisões do trabalho e

respectivas páginas. Os títulos das seções do trabalho são aqui listados

preservando-se a mesma formatação aplicada na parte textual. A parte

preliminar não deve constar no sumário. Deve ser elaborado conforme

modelo apresentado no Apêndice H;

h) Artigo acadêmico: é o trabalho de conclusão propriamente dito. Sua

formatação segue os padrões ilustrados no Apêndice C;

i) Apêndices: elemento opcional. Material elaborado pelo próprio autor e

utilizado para complementar sua argumentação. Os apêndices são

identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos

respectivos títulos;

j) Anexos: elemento opcional. É composto por documento ou texto, não

elaborado pelo autor, utilizado na complementação, comprovação ou

ilustração de alguma parte da pesquisa. Os anexos são identificados por

letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.

O trabalho final deve conter no mínimo 15 e no máximo trinta páginas

(excluindo-se os elementos pré-textuais). Até o prazo limite determinado pela

instituição, o aluno deverá entregar, mediante protocolo, ao seu professor orientador

uma via impressa (encadernada em espiral) e uma via do arquivo (no formato PDF)

gravado em Compact Disc (CD). O CD deverá estar acondicionado em envelope ou

estojo apropriado e com etiqueta identificadora, contendo as seguintes informações:

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115

nome do trabalho; registro do aluno (RA) e nome de cada autor do trabalho;

identificação do campus; identificação da turma e data (no formato mês/ano).

É importante destacar que o nível de interação entre o aluno e o seu

orientador é refletido na qualidade do trabalho e é uma das variáveis consideradas

na sua avaliação.

7.3 Abreviaturas de titulação

Esta seção tem o propósito de defender a cultura brasileira e os nossos

valores. Isso em virtude de, na apresentação de títulos (mestres, doutores, etc.) há

uma forte tendência de abreviá-los de acordo com idiomas estrangeiros – o inglês

em especial.

Existem muitas obras nacionais onde o título “Mestre” aparece abreviado

como “Ms.” (abreviatura do inglês para Master, Mestre em português) ou “Msc.”

(abreviatura do inglês para Master of Science, Mestre em Ciências em português). O

título Msc. só deve ser empregado por aquele que o obteve no exterior.

A abreviatura “Ms.”, de acordo com a Academia Brasileira de Letras (s.d.) é

utilizada para o termo “manuscritos”.

Outra confusão é com a abreviatura “PhD”, que em inglês, é a abreviatura

para “Doctor of Philosophy” (Doutor em Filosofia), frequentemente utilizada por

pessoas que obtiveram o título de doutor em algum curso de graduação stricto

sensu, em nível doutorado, no Brasil.

Assim, é importante lembrar que conforme explanado pela Academia

Brasileira de Letras (s.d.), as abreviaturas de titulação acadêmicas mais comuns no

Brasil são:

Bacharel: Bel.

Doutor: Dr.

Doutora: Dra. ou Dr.a

Mestra: Ma. ou M.ª

Mestre: Me ou M.e

Mestre: Ms.

Professor: Prof.

Professora: Profa. ou Prof.ª

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116

REFERÊNCIAS

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Reduções. Rio de Janeiro: ABL, [s.d.]. Disponível em: <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=22>. Acesso em: 22 jan. 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação - referências - elaboração. ago. 2002. Rio de Janeiro: ABNT, 2002a. . NBR 10520: informação e documentação – citações em documentos - apresentação. ago. 2002. Rio de Janeiro: ABNT, 2002b. . NBR 6022: informação e documentação - artigo em publicação periódica científica impressa - apresentação. maio 2003. Rio de Janeiro: ABNT, 2003a. . NBR 6024: informação e documentação - numeração progressiva das seções de um documento escrito - apresentação. maio 2003. Rio de Janeiro: ABNT, 2003b. . NBR 6028: informação e documentação - resumo - apresentação. nov. 2003. Rio de Janeiro: ABNT, 2003c. . NBR 14724: informação e documentação – trabalhos acadêmicos - apresentação. mar. 2011. Rio de Janeiro: ABNT, 2011a. . NBR 15287: informação e documentação - projeto de pesquisa - apresentação. mar. 2011. Rio de Janeiro: ABNT, 2011b. ALMEIDA, Mário de Souza. Elaboração de projeto, TCC, dissertação e tese: uma abordagem simples, prática e objetiva. São Paulo: Atlas, 2011. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. BARRETO, Alcyrus Vieira Pinto; HONORATO, Cezar de Freitas. Manual de sobrevivência na selva acadêmica. Rio de Janeiro: Objeto Direto, 1998.

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117

BIOLCHINI, Jorge et al. Systematic review in software engineering: relevance and utility. Relatório Técnico ES-679/05, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2005. COOPER, Donald R.; SCHINDLER, Pamela S. Métodos de pesquisa em administração. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. DERY, David. Agenda setting and problem definition. Policy Studies Journal, University of Colorado, Denver, v. 21, n. 1, p. 37-47, 2000. FACHIM, Odília. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. GHAURY, Pervez; GRONHAUG, Kjell. Research methods in business studies: a practical guide. 3. ed. Bostom: Prentice Hall, 2005. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. . Como elaborar projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GODOY, Arilda Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, mar./abr. 1995. KAHLMEYER-MERTENS, Roberto S. et al. Como elaborar projetos de pesquisa: linguagem e método. Rio de Janeiro: FGV, 2007. KITCHENHAM, Barbara. Procedures for performing systematic reviews. Joint Technical Report, Keele University Technical Report TR/SE - 0401 and NICTA Technical Report 0400011T.1, July 2004. LUNA, Sergio V. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC, 1998. MACEDO, Neusa Dias de. Iniciação à pesquisa bibliográfica: guia do estudante para a fundamentação do trabalho de pesquisa. 2. ed. rev. São Paulo: Loyola, 1994. MAFRA, Sômulo Nogueira; TRAVASSOS, Guilherme Horta. Estudos primários e secundários apoiando a busca por evidência em engenharia de software.

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Relatório Técnico ES-687/06, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2006. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed. 2 reimpr. São Paulo: Atlas, 2007. ; . Fundamentos de metodologia cientifica. 7. ed. rev. São Paulo: Atlas, 2010. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4. ed. São Paulo-Rio de Janeiro: HUCITEC-ABRASCO, 1996. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2002. REA, Louis M.; PARKER, Richard. Metodologia da pesquisa: do planejamento à execução. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2007. SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Martins Fontes, 2008. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. ver. ampl. São Paulo: Cortez, 2002. SHEIBEL, Maria Fani; VAISZ, Marinice Langaro. Artigo científico: percorrendo caminhos para sua elaboração. In: SHEIBEL, Maria Fani; VAISZ, Marinice Langaro (Orgs.). Artigo científico: percorrendo caminhos para sua elaboração. Canoas: ULBRA, 2005. p. 59-78. SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muskat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. e atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino à Distância da UFSC, 2001.

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THUMS, Jorge. Acesso à realidade: técnicas de pesquisa e construção do conhecimento. Canoas: ULBRA, 2003. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa de ciências sociais. 1. ed., 14 reimp. São Paulo: Atlas, 2006. WAZLAWICK, Raul Sidnei. Metodologia de pesquisa para ciência da computação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia da pesquisa. Florianópolis: SEaD - UFSC, 2006.

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APÊNDICE A – Modelo para elaboração de resumo textual

RESUMO

Este documento teve o objetivo de apresentar ao aluno as características de

diversos tipos de trabalhos acadêmicos.

Os autores descreveram o estilo e as normas a serem usadas na elaboração

de projetos de pesquisa, confecção de relatório de estágio, monografia de conclusão

de curso e artigos para publicação em periódicos especializados.

O texto deve ser justificado, iniciado junto à margem esquerda. Deixar uma

linha em branco após o resumo. Após essa linha devem ser indicadas de três a

cinco palavras-chave, registradas em ordem alfabética.

Citações literais com até três linhas de tamanho devem “ser

apresentadas entre aspas, informando-se nome do autor, ano da obre e página onde

se encontra a citação seguindo as informações que estão na bibliografia do artigo”

(AUTOR, 2012, p. 123). Para citações com tamanho superior a três linhas

utilize recuo de quatro centímetros, utilize fonte de tamanho 10 pt. e separe do texto que o precede e o sucede por um espaço duplo. Não coloque o texto entre aspas. Ao final do texto deve-se informar o sobrenome do autor, ano da obra e página onde se encontra a citação seguindo as informações que estão na bibliografia do artigo. (AUTOR, 2012, p. 123)

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. Identificação dos autores do resumo.

Fonte Arial ou Times New Roman Tamanho 12 pt., Negrito Caixa alta (letras maiúsculas) Centralizado

Fonte Arial ou Times New Roman Tamanho 12 pt.

Espaçamento 1,5 entre as linhas, duplo entre os parágrafos

Parágrafos que devem estar justificados e com recuo no inicio

Citações, até três linhas, entre aspas; no parágrafo.

Citações, acima três linhas, recuo, fonte 10, e espaçamento simples.

Referencia Bibliográfica, texto original

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APÊNDICE B – Modelo para elaboração de resumo informativo

RESUMO

Este documento tem o objetivo de apresentar ao aluno as características de diversos

tipos de trabalhos acadêmicos. Descreve o estilo e as normas a serem usadas na

elaboração de projetos de pesquisa, confecção de relatório de estágio, monografia

de conclusão de curso e artigos para publicação em periódicos especializados. O

trabalho de conclusão de curso pode ser desenvolvido individualmente ou em grupo

com até quatro alunos. O tema do trabalho é definido pelos alunos. A estrutura deste

trabalho é a mesma de um artigo científico. A dimensão recomendada é de 18 a

trinta páginas. O resumo deve conter no mínimo cem e, no máximo, 250 palavras.

As fontes a serem utilizadas já estão na formatação deste modelo (Times New

Roman ou Arial, tamanho 12). Quando é destinado à publicação em revista

especializada, o resumo deve ser iniciado com a indicação de seus autores. Redigir

o resumo de forma direta e, preferencialmente, com os verbos na terceira pessoa do

singular. Devem ser informativos, com cerca de quarenta por cento do texto

referindo-se a introdução, material e métodos e o restante a resultados e

conclusões, sem equações, citação bibliográfica ou abreviação. O texto deve ser

justificado, iniciado junto à margem esquerda. Deixar uma linha em branco após o

resumo. Após essa linha devem ser indicadas de três a cinco palavras-chave,

registradas em ordem alfabética.

Palavras–chave: Metodologia. Normas. Tipos de trabalhos.

Fonte Arial ou Times New Roman Tamanho 12 pt., Negrito Caixa alta (letras maiúsculas) Centralizado Uma entrelinha de 1,5

Uma entrelinha de 1,5

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APÊNDICE C – Modelo para elaboração de cronograma

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APÊNDICE D – Exemplo de artigo científico destinado à publicação

TÍTULO DO ARTIGO: SUBTÍTULO

(uma entrelinha de 1,5 linhas)

SOBRENOME, Nome do Aluno 11

SOBRENOME, Nome do Aluno 22

RESUMO

Apresentação dos pontos relevantes do artigo. Observe que o resumo não é uma

introdução ao artigo, mas uma breve descrição de seu conteúdo. Procure

desenvolver uma redação objetiva desde a primeira frase, sem rodeios introdutórios

como a clássica e pobre abertura ”Neste artigo ...”. De acordo com a norma NBR

6028 deve conter informações suficientes para o leitor avaliar o artigo e decidir pela

sua leitura ou não. Assim, o resumo deve dar uma visão rápida e clara do trabalho;

uma sequencia de frases concisas e objetivas e não de uma simples enumeração de

tópicos. O tema e os objetivos do estudo, o problema, a metodologia, resultados

alcançados e conclusão são evidenciados no resumo. Deve ser escrito na terceira

pessoa, evitando-se o uso de frases negativas e formatado em um único parágrafo.

Também não se devem apresentar frases com referências bibliográficas no resumo.

Quanto ao seu tamanho, normalmente é estipulado pelo periódico ao qual se

destina, quando não há predeterminação recomenda-se o uso das especificações de

resumo informativo, assim deve conter entre cem e 250 palavras.

Palavras-chave: de três a cinco.

ABSTRACT

Apresentação do resumo traduzido para o idioma inglês (o mesmo conteúdo).

1 Breve currículo do autor 1 indicando sua titulação, instituição de ensino e e-mail.

2 Breve currículo do autor 2 indicando sua titulação, instituição de ensino e e-mail.

Fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 pt, negrito, centralizado, letras maiúsculas, o subtítulo é elemento opcional

Indicação de autoria. Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt, centralizado, letras maiúsculas para o último sobrenome e iniciais maiúsculas para o restante do nome. Minicurrículo de cada autor deve ser informado como nota de rodapé.

duas entrelinhas de 1,5 linhas

uma entrelinha de 1,5 linhas

Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt, negrito, centralizado.

uma entrelinha de 1,5 linhas Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt. Palavras iniciadas com letra maiúscula e encerradas com um “.” (ponto) e separadas umas das outras por um espaço em branco

duas entrelinhas de 1,5 linhas

uma entrelinha de 1,5 linhas

Apresentação do resumo no idioma inglês. Mesmo tipo de fonte utilizado no título, centralizado, tamanho 12 pt.

Não acrescentar ou retirar informações em relação ao texto em português. As regras de formatação são as mesmas.

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Keywords: de três a cinco.

1 INTRODUÇÃO

Os títulos dos capítulos devem ser numericamente sequenciados em

algarismos arábicos e separados da parte textual por apenas um espaço em branco

– não utilizar “.” (ponto) após o número.

Toda a parte textual deve ser escrita com o mesmo tipo de fonte utilizado no

título, tamanho 12 pt, espaçamento entrelinhas de 1,5 linhas e com as frases

justificadas. Algumas revistas especializadas determinam parágrafos formatos sem

recuo, isto é, alinhados junto às margens esquerda e direita. Se isto não for

especificado, utilize parágrafos com recuo entre 0,5 e 1,25 centímetros.

Nesta parte deve-se apresentar breve análise do contexto e definir o tema

proposto de forma objetiva, apresenta-se o problema de pesquisa e sua delimitação,

destacando a sua importância, os objetivos do trabalho e as justificativas para o seu

desenvolvimento.

Além disso, pode conter a metodologia empregada, os procedimentos

adotados em seu desenvolvimento (técnica de coleta e análise de dados) e a forma

como o texto está organizado. O aluno, ao redigir esta parte do artigo, deve ter o

cuidado de não antecipar os resultados e as conclusões da pesquisa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Também denominada de “revisão de literatura” este capítulo apresenta a base

teórico-empírica da pesquisa, isto é, apresenta os conceitos essenciais visando

esclarecer ou explicar o problema de pesquisa. É elaborado a partir da leitura e

análise de obras existentes sobre o assunto investigado, focando-se em pesquisas

similares sobre o tema, conceitos, explicações e modelos teóricos existentes.

Exploram-se as diversas concepções de acordo com sua relevância,

apresentadas por meio de citações longas ou curtas, diretas ou indiretas. Todas as

citações devem seguir as determinações apresentadas na norma ABNT NBR 10520.

As mesmas palavras traduzidas para o inglês. Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt. Palavras iniciadas com letra maiúscula e encerradas com um “.” (ponto) e separadas umas das outras por um espaço em branco

duas entrelinhas de 1,5 linhas

Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt, alinhado à esquerda, um espaço entre o número do capítulo e a palavra “introdução”, letras maiúsculas.

uma entrelinha de 1,5 linhas

duas entrelinhas de 1,5 linhas

Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt, alinhado à esquerda, um espaço entre o número do capítulo e o nome do capítulo, letras maiúsculas.

uma entrelinha de 1,5 linhas

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Citações literais com até três linhas de tamanho devem “ser apresentadas

entre aspas, informando-se nome do autor, ano da obre e página onde se encontra a

citação seguindo as informações que estão na bibliografia do artigo” (AUTOR, 2012,

p. 123). Para citações com tamanho superior a três linhas

utilize recuo de quatro centímetros, utilize fonte de tamanho 10 pt. e separe do texto que o precede e o sucede por um espaço duplo. Não coloque o texto entre aspas. Ao final do texto deve-se informar o sobrenome do autor, ano da obra e página onde se encontra a citação seguindo as informações que estão na bibliografia do artigo. (AUTOR, 2012, p. 123)

Procure apresentar as referências de forma que elas não interfiram no

desenvolvimento de sua argumentação. Além de apresentar visões de escritores

conceituados (alguns livros), recomenda-se a aplicação de, no mínimo, duas

referências de artigo científico publicados em periódicos científicos reconhecidos -

no site “http://qualis.capes.gov.br/webqualis/ConsultaListaCompletaPeriodicos.faces”

pode-se consultar a relação dos principais periódicos brasileiros.

Também é citação de resultados de pesquisas apresentados em teses de

doutorado e dissertações de mestrado, pois reproduzem estágios do conhecimento

com menor defasagem temporal.

Deve-se evitar o uso de fontes que não possuam rigor acadêmico ou

científico, tais como páginas pessoais da internet.

Este capítulo pode ser estruturado em subcapítulos. Nos subcapítulos utilizar

letras maiúsculas apenas as iniciais de cada palavra do título.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Segue as mesmas regras de formatação utilizadas para a redação dos

capítulos anteriores.

Um princípio básico de um texto científico é a possibilitar a repetição da

experiência. Desse modo, é importante descrever os materiais, métodos,

ferramentas e técnicas utilizadas no desenvolvimento da pesquisa que deu origem

ao artigo. Se os métodos aplicados no trabalho são novos (ou seja, nunca foram

publicados), deve-se apresentar a sequência de etapas aplicadas em seu

desenvolvimento com nível de detalhe suficiente para permitir sua repetição por

duas entrelinhas de 1,5 linhas

uma entrelinha de 1,5 linhas

Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt, alinhado à esquerda, um espaço entre o número do capítulo e o nome do capítulo, letras maiúsculas.

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126

outra pessoa. Se os métodos já foram utilizados anteriormente, basta apresentá-lo

adequadamente e indicar sua referência bibliográfica.

Até este ponto não devem ser apresentados ou discutidos resultados ou

quaisquer tipos de recomendações. Apresente apenas a caracterização do estudo

(tipos/dimensões), a estratégia de pesquisa ou o método. Explicar porque o método

foi escolhido.

Aponte os instrumentos de coleta de dados, o universo (caso não possua os

dados do universo, tente fazer uma aproximação) e o critério amostral. Justifique a

escolha desse critério.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

Segue as mesmas regras de formatação utilizadas para a redação dos

capítulos anteriores.

Não adequado se discutir a abordagem metodológica neste capítulo. Aqui

devem ser descritos os dados coletados. Apresente-os de forma condensada e

sistematicamente organizados. Utilize frases simples e curtas, mas cuidado para não

ser excessivamente conciso.

Na sequência faça a interpretação e discussão dos resultados. Destaque

quais ideias ou tendências a pesquisa possibilitou enfatizar ou estabelecer; faça

comparações com previsões, descobertas ou conclusões apresentadas em outros

trabalhos. Esta análise deve estar fundamentada nos resultados apresentados.

Certifique-se de que os objetivos do trabalho foram perseguidos e alcançados.

Se necessário utilize tabelas, quadros e gráficos para apoiar a apresentação

dos dados, sua interpretação e/ou análise.

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Segue as mesmas regras de formatação utilizadas para a redação dos

capítulos anteriores.

Inicie o capítulo com uma sentença introdutória que conecte esta parte do

trabalho com o problema apresentado no capítulo introdutório.

duas entrelinhas de 1,5 linhas

uma entrelinha de 1,5 linhas

Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt, alinhado à esquerda, um espaço entre o número do capítulo e o nome do capítulo, letras maiúsculas.

duas entrelinhas de 1,5 linhas

uma entrelinha de 1,5 linhas

Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt, alinhado à esquerda, um espaço entre o número do capítulo e o nome do capítulo, letras maiúsculas.

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127

Apresente uma síntese das principais conclusões. Descreva se o problema

proposto foi completamente resolvido ou se há partes que precisam de investigação

mais apurada; neste caso apresente uma ou duas sentenças sobre tais limitações.

Finalize indicando novas opções de pesquisa, que poderão complementar

este trabalho ou recomendações para aplicação das conclusões apresentadas.

REFERÊNCIAS

É uma relação de todas as obras citadas ao longo do artigo e apenas essas.

Não é uma lista de obras consultadas, nem sugestões de leitura.

Sua redação obedece a um padrão específico. Cada obra consultada

corresponde a uma entrada nessa relação. Apresentar as referências utilizadas no

texto, conforme normas da ABNT NBR 6023.

Utiliza-se o mesmo tipo de fonte aplicado em todo o trabalho, tamanho 12 pt.,

alinhado à esquerda e espaçamento simples entrelinhas. As entradas devem ser

apresentadas em ordem alfabética e com uma linha (espaçamento duplo) entre cada

uma delas. O elemento da entrada que deve ser destacado (negrito, itálico ou

sublinhado) depende do tipo de documento.

Uma referência deve oferecer os elementos fundamentais para a identificação

e localização da obra citada: autoria, título, localidade, editora, ano, etc. Artigos,

teses ou dissertações obtidas na internet são objetos de citação completa nesta

mesma seção do trabalho – não há webgrafia ou algo similar.

Exemplos:

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação - trabalhos acadêmicos - apresentação. mar. 2011. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

duas entrelinhas de 1,5 linhas

uma entrelinha de 1,5 linhas

Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt, centralizado, não utilizar número de capítulo, letras maiúsculas.

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ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2: a época contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e organizações ambientais em matéria de meio ambiente. In: _____. Entendendo o meio ambiente. São Paulo, 1999. v. 1. Disponível em: <http://www.bdt.org.br/sma/entendendo/atual.htm>. Acesso em: 8 mar. 1999.

APÊNDICES

Apêndices e anexos são material importante que, mantidos no texto,

truncariam a leitura. O apêndice serve para apresentar material do autor; o anexo

refere-se a material produzido por terceiros.

São elementos opcionais.

duas entrelinhas de 1,5 linhas

uma entrelinha de 1,5 linhas

Mesmo tipo de fonte utilizado no título, tamanho 12 pt, alinhado à esquerda.

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APÊNDICE E – Exemplo painel

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APÊNDICE F – Estrutura de trabalhos acadêmicos monográficos

ÍNDICE

ANEXO

APÊNDICE

GLOSSÁRIO

REFERÊNCIAS

CONCLUSÃO

DESENVOLVIMEN TO

INTRODUÇÃO

SUMÁRIO

LISTA DE SÍMBOLOS

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

ABSTRACT

RESUMO

EPÍGRAFE

AGRADECIMENTOS

DEDICATÓRIA

FOLHA DE APROVAÇÃO

ERRATA

FOLHA DE ROSTO

CAPA

elemento opcional

elemento obrigatório

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APÊNDICE G – Capa e folha de rosto

1 CAPA

Na primeira linha Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 14 pt. Letras maiúsculas Em negrito Texto centralizado Espaçamento: 1,5

Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 12 pt. Letras maiúsculas Texto centralizado

No centro da página Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 14 pt. Letras maiúsculas Em negrito Texto centralizado

No limite inferior da página Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 12 pt. Texto centralizado Espaçamento: simples

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2 FOLHA DE ROSTO

Na primeira linha Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 14 pt. Em negrito Texto centralizado

No centro da página Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 14 pt. Letras maiúsculas Em negrito Texto centralizado

No limite inferior da página Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 12 pt. Em negrito Texto centralizado Espaçamento: simples

Texto posicionado a um espaço duplo do subtítulo Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 9 pt. Texto escrito a partir do centro da linha Espaçamento simples

Conteúdo:

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Ciências Exatas e Gerenciais das FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. (na fase de projeto, substituir o termo trabalho pela palavra Projeto).

(linha em branco) Orientador: escrever a titulação (observar seção 7.1.3) e o nome do professor orientador.

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APÊNDICE H – Modelo para folha de aprovação

TÍTULO DO TRABALHO:

SUBTÍTULO

Este Trabalho de Conclusão de Curso

foi considerado __________________ à

obtenção do título de Bacharel em

Administração e ____________ em sua

forma final.

São Paulo, _____ de ___________________ de _______

_________________________________________

(titulação e nome completo do professor orientador)

Nome Sobrenome – Autor 1

Nome Sobrenome – Autor 2

Nome Sobrenome – Autor 3

Nome Sobrenome – Autor 4

Logo abaixo do logotipo da FMU Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 14 pt. Em negrito Texto centralizado No centro da página Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 14 pt. Letras maiúsculas Em negrito Texto centralizado

Texto posicionado a dois espaços duplos do subtítulo Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 12 pt. Texto escrito a partir do centro da linha Espaçamento 1,5

Dois espaços duplos abaixo do texto de avaliação do trabalho. Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 12 pt. Texto centralizado Espaçamento: simples

Linha colocada dois espaços duplos abaixo da data. Sob a linha escrever a titulação e nome do professor orientador. Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho 12 pt.

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APÊNDICE I – Modelo para sumário

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 6

1 TÍTULO .............................................................................................................. 7

2 TÍTULO ............................................................................................................... x

2.1 Título................................................................................................................ x

2.1.1 Título ........................................................................................................... xx

2.1.1.1 Título ....................................................................................................... xx

2.1.1.2 Título ....................................................................................................... xx

2.2 Título ............................................................................................................. xx

2.2.1 Título .......................................................................................................... xx

2.2.2 Título .......................................................................................................... xx

3 TÍTULO ............................................................................................................ xx

3.1 Título ............................................................................................................. xx

3.2 Título ............................................................................................................. xx

4 TÍTULO ............................................................................................................ xx

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. xx

ANEXO A – Título ............................................................................................... xx