Manual 3544_ Saúde Da Pessoa Idosa_ Prevenção de Problemas_Carlos Aguiar

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    Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes

    Curso de Educao e Formao de AdultosPortaria n 80/2008, alterada pela Portaria 74/2011 de 30 de Junho

    Projeto cofinanciado pelo Fundo Social EuropeuAgente em Geriatria Nvel 2

    1

    Formador: Carlos Aguiar

    Funchal, Julho de 2014

    UFCD 3544Sade da Pessoa Idosa

    Preveno de Problemas (25 horas)

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    NDICE

    NOTA INTRODUTRIA

    1. PROMOO DA SADE ........................................................................................................ 3

    1.1. Conceito de sade ..................................................................................................................... 3

    1.2. Exerccio fsico ......................................................................................................................... 5

    1.3. Hbitos txicos ......................................................................................................................... 9

    1.4. Higiene corporal ..................................................................................................................... 111.5. Alimentao e nutrio ........................................................................................................... 17

    1.6. Adaptao domiciliria e preveno de acidentes .................................................................. 21

    1.7. Vacinas .................................................................................................................................... 24

    1.8. Doenas crnico degenerativas: aspetos preventivos ............................................................. 251.9. Controlo da medicao ........................................................................................................... 27

    2. MTODOS E TCNICAS APLICADOS AO DOENTE EM ESTADO

    TERMINAL ............................................................................................................................... 31

    2.1. Abordagem compreensiva e multidimensional/Cuidados paliativos e cuidados

    terminais ...................................................................................................................................... 32

    2.2. Critrios de incluso ............................................................................................................. 33

    2.3. Degradao funcionalmtodos de avaliao e preveno ................................................ 34

    3. CUIDADOS EM FASE TERMINAL ..................................................................................... 42

    3.1. A Higiene ................................................................................................................................ 42

    3.2. O conforto e apoio .................................................................................................................. 45

    3.3. Actuao aps a morte ............................................................................................................ 46

    BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 50

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    NOTA INTRODUTRIA

    Este manual surge como um dos auxiliares pedaggicos, de parte, da unidade de

    formao de curta durao n 3544Sade da Pessoa Idosa: Preveno de problemas

    desenvolvida na Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes, especificamente no Curso

    de Agente em Geriatria.

    Objetivos

    Reconhecer a importncia dos fatores que contribuem para a promoo da sade.

    Identificar o estado do doente terminal em domiclio, aplicando os mtodos e as

    tcnicas de avaliao e preveno.

    Prestar cuidados, sob orientao, ao idoso em fase terminal.

    1. PROMOO DA SADE

    A Promoo da Sade tem por objetivos evitar a emergncia e o estabelecimento

    de estilos de vida que aumentem o risco de doena. Ao prevenir padres de vida social,

    econmica ou cultural que se sabe estarem ligados a um elevado risco de doena,

    promove-se a sade e o bem-estar e diminui-se a probabilidade de ocorrncia de doena

    no futuro.

    1.1. CONCEITO DE SADE

    De acordo com a Organizao Mundial de Sade (OMS), em 1946, o conceito

    sade era definido como um estado de completo bem-estar fsico, mental e sociale

    no apenas a ausncia de doena. O "bem-estar social" da definio veio de uma

    preocupao com a devastao causada pela guerra, assim como de um otimismo em

    relao paz mundial. A OMS, criada aps o final da Segunda Guerra Mundial, foi

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    ainda a primeira organizao internacional de sade a considerar-se responsvel pela

    sade mental, e no apenas pela sade do corpo.

    Sade atualmente

    Muitos autores criticam a definio anterior por considerarem ser difcil atingir o

    completo bem-estar fsico, mental e social. A definio atual, segundo a OMS,

    considera que a sade a medida em que um indivduo ou grupo capaz, por um

    lado, de realizar aspiraes e satisfazer necessidades e, por outro, de lidar com o

    meio ambiente.A sade , portanto, vista como um recurso para a vida diria, no o

    objetivo dela; abrange os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades fsicas,

    um conceito positivo.

    Sade no o contrrio de doena, sade um conceito subjetivo e que vai de

    encontro s necessidades e expectativas de cada um. Relaciona-se sempre com outro

    conceito: Qualidade de Vida.

    Determinantes da Sade Constituio da Repblica Portuguesa (CRP)

    Artigo 64.

    Sade

    1. Todos tm direito proteo da sade e o dever

    de a defender e promover.2. O direito proteo da sade realizado:

    a) Atravs de um servio nacional de sade universal,

    geral e tendencialmente gratuito;

    3. Para assegurar o direito proteo da Sade,

    incumbe prioritariamente ao Estado:

    a) Garantir o acesso de todos os Cidados,

    independentemente da sua condio econmica, aos

    cuidados da medicina preventiva, curativa e de

    reabilitao.

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    1.2. EXERCCIO FSICO

    O rpido crescimento das doenas crnicas associadas inatividade fsica vem

    sendo registado tanto nos pases desenvolvidos como nos pases em desenvolvimento.

    Estima-se que a inatividade fsica seja responsvel por aproximadamente 2 milhes de

    mortes no mundo.

    A idade avanada no razo suficiente para deixar de fazer exerccio fsico e nem

    deve ser um impedimento para comear a pratic-lo. A prtica regular de exerccio

    fsico torna-se mais importante com o avanar da idade.

    O exerccio pode ajudar a pessoa idosa a manter-se ativa e a viver mais tempo

    de forma independente. Tambm pode fazer com que os idosos mais frgeis se

    fortaleam e estejam mais em forma.

    A pessoa idosa poder se considerar demasiado velha para comear, ter demasiadas

    dores e incmodos ou ter medo de contrair leses, mas o exerccio fsico pode ajudar a

    superar, e at reduzir, estes obstculos.

    A atividade fsica no , obrigatoriamente, um programa estruturado de exerccios

    que o idoso tenha que seguir. Pode consistir em atividades simples como caminhar,

    subir e descer escadas em vez de utilizar o elevador e sempre que possvel, andar a p

    em vez de automvel. O idoso, tambm no necessita de fazer um exerccio demasiado

    vigoroso, a chave principal realizar os exerccios fsicos de forma moderada e regular.

    Quanto mais exerccio a pessoa idosa praticar, maiores sero os benefcios.

    Exerccio, porqu?

    O exerccio fsico melhora a sade e os aspeto geral da pessoa. Pode ajudar a

    manter algumas das funes do corpo que se reduzem com a idade.

    Fortalece o coraoem cada batimento bombeia ao organismo mais sangue rico

    em oxignio;

    Melhora a circulaoos msculos da perna, por exemplo, comprimem as veias

    e, assim, favorece o regresso do sangue ao corao;Reduz atenso arterial;

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    Reduz os nveis de colesterol totale do colesterol mau (LDL) e aumenta o nvel

    do colesterol bom (HDL);

    Fortalece os msculose aumenta a flexibilidade;

    Torna os ossos mais densos e mais fortes;

    Melhorar o equilbrio e a coordenao;

    Ajuda a prevenir quedas e fraturas;

    Queima caloriase ajuda a manter o peso ideal;

    Ajuda a controlar a glicmiae a prevenir ou controlar a diabetes;

    Melhora o funcionamento do sistema imunitrioo corpo consegue combater

    as infees de forma mais eficaz;

    Incrementa o nvel de endorfinassubstncias qumicas do crebro que reduzem

    a dor e produzem sensao de bem-estar;

    Melhora as faculdades mentaismaior capacidade de concentrao;

    Favorece osono;

    Reduz a possibilidade de obstipao;

    Reduz o risco de coronariopatia, ataque cardaco, AVC, cancro do clon,

    cancro da mama, osteoporose e diabetes tipo 2.

    Iniciar os exerccios fsicos

    O exerccio fsico moderado pode ser realizado sem antes consultar um mdico,

    mas as razes pelas quais a pessoa idosa deve primeiro falar com o seu mdico incluem

    ter uma doena ou tomar medicamentos com receita ou ter fator de risco de

    aterosclerose (devem submeter-se a uma prova de esforo).

    As leses constituem um dos principais motivos pelos quais os idosos deixam de

    treinar, e, por essa razo, aconselhado realizar sempre aquecimento muscular antes de

    iniciar a atividade fsica. Caso, o idoso sinta dor, o exerccio deve ser interrompido de

    imediato.

    A pessoa idosa deve escolher os exerccios que mais gosta e que certamente ir

    praticar com maior regularidade. Os diferentes tipos de atividade exercitam os msculos

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    de modos distintos. Treinar com outra pessoa ou a ouvir msica pode ajudar a continuar

    o exerccio.

    Os exerccios fsicos devem incluir os trs tipos principaisde fundo ou resistncia

    (aerbicos), de fortalecimento (contra-resistncia) e exerccios de alongamentos ou

    flexibilidade(amplitude do movimento).

    MODERADO OU INTENSO?

    Exerccio aerbico moderado Exerccio aerbico vigoroso

    Andar de bicicleta; Subir uma encosta de bicicleta;

    Pedalar em bicicleta esttica; Subir escadas ou encostas;

    Danar; Cavar;

    Jardinagemcortar a relva e passar o

    ancinho;Esquiar em descida;

    Golfe, sem carrinho; Excursionismo;

    Passar uma esfregona ou esfregar o cho; Jogging;

    Remar; Retirar a neve com uma p;

    Nadar; Nadar vrias distncias;

    Tnis (pares); Tnis (individual).

    Andar rapidamente em plano.

    Exerccio fsico para pessoas idosas com uma perturbaoUm idoso que sofra de uma perturbao deve consultar o seu mdico, antes de

    iniciar o exerccio.

    Quando se inicia um programa de exerccios, o idoso que tiver uma perturbao

    necessita de superviso e instruo.

    Artrite comear com alongamentos e exerccios de fortalecimento. Podem

    acrescentar, gradualmente, exerccios aerbicos. Devem consultar sempre um mdico

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    ou fisioterapeuta. Os alongamentos devem ser efetuados cinco a sete dias por semana,

    com cinco repeties (uma ou duas vezes por dia);

    Coronariopatia necessrio realizar uma prova de esforo para determinar o

    programa de exerccios. Para idosos que tiveram um ataque cardaco ou angioplastia, as

    atividades iniciam-se no hospital durante a reabilitao. O exerccio aerbico o

    principal objetivo para as pessoas com coronariopatia. Tambm podem ser

    recomendados os alongamentos e exerccios de fortalecimento;

    Demncia consultar sempre mdico (a pessoa ou um familiar). O idoso com

    demncia deve realizar os exerccios acompanhados e controlados por um auxiliar de

    geriatria. A atividade fsica regular pode proporcionar um sentido de realizao e

    tambm um efeito calmante que pode melhorar o sono da pessoa idosa com demncia;

    Diabetes os idosos diabticos devem submeter-se a uma explorao fsica

    completa, realizada pelo seu mdico. Se os ps, por exemplo, perderam a sensibilidade

    aconselha-se a natao ou bicicleta esttica. O exerccio melhora a resposta do corpo

    insulina e torna os medicamentos, para tratar a diabetes, mais eficazes. A atividade

    fsica deve ser realizada com o idoso diabtico sempre acompanhado e nunca sozinho.

    Depois do exerccio verificar a pele dos ps para se assegurar que no existem leses

    que possam causar infeo;

    Insuficincia cardaca a pessoa necessita de ser supervisionada, inicialmente.

    Dever comear lentamente e com a realizao de exerccios suaves durante um longo

    perodo de tempo. Poder necessitar de um perodo de aquecimento de 10 a 15 minutos.

    til alternar perodos de exerccio com perodos de descanso. O exerccio aerbico

    importante, mas fortalecer os msculos utilizados na respirao, o abdmen e as pernas

    pode ajudar a diminuir a dificuldade em respirar e, por consequncia, tornar a atividade

    fsica menos fatigante;

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    Doenas pulmonares o exerccio dever se iniciar lentamente e aumentar,

    gradualmente. O exerccio melhora a maneira como o corpo utiliza o oxignio. O idoso

    que sofre de doena pulmonar pode comear por exercitar os braos e as pernas

    enquanto est sentado. Seguidamente, caminhar de um quarto para outro, depois fora de

    casa e, posteriormente, distncias maiores. Recomendam-se exerccios aerbicos com

    pouco impacto e exerccio dirigido parte superior do corpo;

    Doena de Parkinson a pessoa idosa com doena de Parkinson dever ser

    examinada por um mdico, antes de iniciar qualquer atividade fsica. Os exerccios

    podem ajudar a prevenir a diminuio da fora, da resistncia e da rigidez muscular. Os

    alongamentos so proveitosos. Caminhar e praticar ioga so boas escolhas. Aconselha-

    se a praticar o exerccio cedo, pela manh;

    Acidente Vascular Cerebralo exerccio inicia-se no hospital com a fisioterapia.

    Os exerccios de fortalecimento so importantes, pois podem reforar um membro

    afetado, permitindo que seja mais utilizado. A bicicleta esttica, o tapete rolante e os

    exerccios aerbicos na gua so uma boa escolha. importante referir que a prtica de

    atividade fsica numa pessoa idosa que sofreu um AVC pode contribuir para reduzir o

    risco de acidentes vasculares cerebrais subsequentes.

    1.3. HBITOS TXICOS

    O lcool uma das poucas drogas psicotrpicas que tem o seu consumo permitido e

    incentivado pela sociedade.

    A mortalidade e a limitao da condio funcional associada ao consumo de

    bebidas alcolicas superam aquelas associadas ao tabagismo. Calcula-se que,

    mundialmente, o lcool esteja relacionado com 6,2 % de mortes prematurase perdas

    de anos de vida com independncia dos pases em desenvolvimento.

    Nas ltimas dcadas, o consumo de lcool tem aumentando em todo o mundo,sendo que a maior parte deste aumento acontece em pases em desenvolvimento.

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    Embora o consumo moderado de determinadas bebidas alcolicas possa trazer

    benefcios para a sade, o consumo excessivo pode provocar cirrose, pancreatite,

    AVC, demncia, miocardite, desnutrio, HTA, EAM, e certos tipos de cancros ,

    estando tambm intimamente associado a causas externas morbimortalidade, como

    acidentes de trnsito e violncia (OMS, 2007);

    A estas patologias, deve somar-se o impacto social e familiar do alcoolismo, sendo

    tambm j bastante conhecida a associao do incio precoce do alcoolismo com a sua

    manuteno e severidade na vida adulta.

    O tabagismo, hoje, amplamente reconhecido como uma doena crnica gerada

    pela dependncia da nicotina, estando inserido na Classificao Internacional de

    Doenas da OMS.

    Trata-se do mais importante fator de risco isolado de doenas graves e fatais,

    atribuindo-se ao consumo de tabaco:

    45% das mortes por doena coronria;

    85% das mortes por doena pulmonar obstrutiva crnica;

    25% das mortes por doena cerebrovascular;

    30% das mortes por cancro.

    Cerca de 90% dos casos de cancro do pulmo ocorrem em fumadores e a

    mortalidade por este tipo de cancro entre fumantes cerca de 15 vezes maior do que

    entre os no fumadores.

    90% dos fumadores comeam este hbito txico antes dos 19 anos, sendo que 15anos a idade mdia de iniciao. Cem mil jovens comeam a fumar no mundo a cada

    dia e 80% deles vivem em pases em desenvolvimento.

    Segundo um estudo liderado pelo Professor de Neuropsicologia Lus Maia da

    Universidade da Beira Interior, o consumo crnico de estupefacientes, mesmo das

    chamadas drogas leves, pode provocar alteraes permanentes de personalidade e

    deteriorao das funes cognitivas.

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    Os consumidores crnicos de drogas manifestam alteraes de personalidade que os

    tornam mais irresponsveis, mais irritveis, impulsivos, egocntricos e com tendncia

    para cometer atos ilcitos, violncia familiar e comportamentos de risco.

    No que concerne s funes bsicas da mente, como a memria, ateno,

    concentrao, os dados so ainda preliminares, mas remetem para um forte indicador

    de prejuzo funcional nas capacidades intelectuais de toxicodependentes crnicos.

    As alteraes ao nvel da personalidade podem ser verificadas ao fim de trs a

    quatro anos de consumo, no caso dos adolescentes em franco desenvolvimento, ou mais

    tempo, no caso dos adultos com caratersticas personalsticas j bem marcadas e que

    iniciem o consumo de substncias na idade adulta.

    1.4. HIGIENE CORPORAL

    A higiene pessoal, cuidado bsico para a sade e bem-estar do ser humano, uma

    atividade incorporada na rotina diria desde a infncia e difere entre culturas e pocas.

    Entende-se por higiene pessoal - higiene corporal e ntima, oral, do couro cabeludo e

    unhas.

    Quando os cuidadores se deparam com alguma oposio do idoso ao banho, o

    primeiro passo deve ser tentar descobrir o porqu. Ele poder ter receio de sofrer uma

    queda, estar apresentando algum tipo de dor ou estar muito cansado ou, ainda, no achar

    necessrio o banho dirio, pois no fez isso a vida toda.

    As pessoas idosas realmente necessitam de banho dirio?

    A frequncia do banho depende das necessidades apresentadas pelas pessoas idosas.

    Em algumas ocasies, pode ser dado apenas, por exemplo, duas vezes por semana. o

    caso dos idosos com srio risco para pele muito seca, muito enfraquecidos ou que, por

    problemas de sade, cansam-se facilmente.

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    O auxlio higiene corporal , geralmente, uma das principais atividades

    desenvolvidas pelos cuidadores, pois a pessoa idosa apresenta dificuldades para tomar

    banho sozinha.

    Existem vrias razes que podem gerar essa necessidade, tais como efeitos de

    doenas existentes; diminuio de fora e energia; presena de dor ou desconforto;

    incapacidade de aceder a determinadas partes do corpo (ps, pernas, costas); medo de se

    magoar durante o procedimento (insegurana pessoal); confuso mental, dificuldade de

    compreenso, esquecimento do que deve ser realizado e como.

    A dificuldade em desempenhar a higiene pessoal pode ser classificada como

    temporria, permanente ou progressiva. O cuidador necessita ser alertado sobre a

    urgncia de estimular a pessoa idosa a realizar, durante o banho, aquilo que conseguir,

    pois os princpios da autonomia e independncia devem ser sempre preservados.

    O banho tem muitos objetivos, incluindo limpar a pele; remover as bactrias;

    eliminar e prevenir os odores corporais; estimular a circulao e a movimentao

    articular; prevenir as lceras de presso; promover o conforto e a sensao de bem-estar.

    A pele o maior rgo do nosso organismo, constituindo uma barreira fsica contra

    os micro-organismos e substncias estranhas.

    O primeiro objetivo do cuidado com a pele da pessoa idosa a sua hidratao. A

    humidade ajuda na preveno da formao de feridas, pois permite que a pele seja mais

    resistente e tenha uma recuperao mais rpida quando lesada.

    A aplicao de cremes, emolientes e loes auxilia na preveno da evaporao da

    gua, aumentando a humidade da camada mais superficial da pele e, consequentemente,a sua proteo.

    O momento do banho tambm indicado para uma observaomais detalhada da

    pele da pessoa idosa, permitindo identificar leses, descamao, mudanas de colorao

    (descorada, avermelhada, azulada), presena de regies quentes ao toque, edemas,

    hematomas e equimoses.

    Cuidados durante o banho

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    Dirigir-se ao idoso utilizando o seu nome preferido, demonstrando respeito e

    reforando sua identidade pessoal;

    Nunca utilizar apelidos sem autorizao ou termos demasiadamente

    afetuosos (minha querida, meu corao, minha linda, meu fofo) ou

    ainda diminutivos que podem parecer infantis (lindinha, queridinho,

    mozinha, boquinha);

    Conversar com a pessoa idosa antes do banho, explicando o que ser feito e

    como;

    Preparar o ambiente do banho, separando os materiais necessrios, fechando

    as portas e janelas e aquecendo o ambiente;

    Permitir que o idoso escolha os artigos a serem utilizados no banho, assim

    como as roupas que vestir depois;

    Ajud-lo na medida das suas necessidades;

    Tranquiliz-lo e confort-lo com contato fsico gentil e delicado,

    principalmente se ele apresentar dfices sensoriais;

    Respeitar a sua intimidade e privacidade (fechar a porta, correr a cortina,

    etc.);

    Evitar interrupes durante a execuo do banho (atender telefones ou outras

    pessoas, sair do local do banho deixando a pessoa idosa sozinha);

    Cuidado com as unhas das mos e dos ps. O cuidado com as unhas deve ser

    realizado, preferencialmente, aps o banho, pois elas estaro mais hidratadas

    e amolecidas. Caso sejam muito espessas, endurecidas e quebradias, coloc-

    las, durante cerca de 10 minutos, imersas em uma soluo de gua morna

    com sabo neutro. Este processo facilitar o corte, que deve ser em linha reta

    (para que no encravem) e no muito rente pele (evitando leses, que

    podem originar processos inflamatrios ou infeciosos). Aps o corte, lim-

    las e passar por gua. Por fim, secar cuidadosamente as regies interdigitais.

    As cutculas no devem ser retiradas, para evitar ferimentos e infees;

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    Os ps merecem ateno especial, pois so os responsveis pela sustentao

    do corpo, postura e marcha, fundamentais para a maior independncia da

    pessoa idosa. Inicialmente, devem ser cuidadosamente inspecionados

    (temperatura, estado da pele, sensibilidade, circulao, presena de

    deformidades joanetes, calosidades etc. micoses interdigitais e

    onicomicoses). Algumas precaues simples so recomendadas. Sec-los

    cuidadosamente, sem esfregar, especialmente as regies interdigitais, para

    evitar a contaminao por fungos; exercit-los, para prevenir contratura e

    atrofias musculares e estimular a circulao realizando movimentos de

    rotao e extenso; auxiliar na colocao de meias limpas e folgadas (sem

    furos ou remendadas com costuras duras), para mant-los aquecidos,

    proporcionando sensao de conforto; ajudar na colocao de sapatos,

    verificando a sua adaptao aos ps (para evitar leses).

    Pessoas idosas com diabetes requerem cuidado especial com os ps. Nesses

    casos, o encaminhamento para um especialista pode ser necessrio.

    Produtos para o cuidado com a pele utilizados no banho

    Muitos so os produtos disponveis. A escolha depende da necessidade, da

    adequao e da preferncia da pessoa idosa.

    SaboServe para a limpeza da pele. Pode ser comum ou antialrgico;

    leo de banhoGeralmente colocado na gua do banho para deixar a

    pele mais macia e prevenir que seque. Seu uso, no entanto, pode deixar o

    local do banho escorregadio, aumentando o risco de quedas;

    Cremes e loes Deixam a pele mais macia e previnem que esta fique

    seca. Os cuidadores devem estimular as pessoas idosas a autoaplicarem essas

    substncias, auxiliando-as apenas nas regies do corpo que elas tm

    dificuldade para alcanar;

    TalcoOs idosos, geralmente, tm o hbito de utiliz-lo para refrescar a

    pele e prevenir a frico entre duas superfcies que ficam em contato (entre

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    as coxas e abaixo das mamas, por exemplo); no entanto, no

    recomendado;

    Desodorizante aplicado na regio axilar aps o banho, para prevenir o

    odor corporal. O seu uso deve ser evitado em peles irritadas ou lesadas e

    recomendam-se os desodorizantes sem perfume.

    Tipos de banho

    Banho de chuveiro As pessoas idosas podem tomar banho de chuveiro

    em p ou sentadas, dependendo da sua condio fsica. No entanto, algumas

    medidas de segurana devem ser consideradas pelo cuidador.

    Colocar sempre um tapete antiderrapante antes de a pessoa idosa entrar no

    recinto; ter a certeza de que o piso do banheiro est seco, para impedir

    quedas; no aplicar leo de banho na pele da pessoa durante o banho, para

    evitar que o piso fique escorregadio; certificar-se de que a temperatura da

    gua do banho est apropriada, usando e proceder aos ajustes necessrios

    antes de iniciar o banho; se a pessoa idosa for capaz de se tomar banho

    sozinha, ficar prximo enquanto ela o faz; evitar correntes de ar, fechando a

    porta; a instalao de barras de apoio no interior aumenta a segurana da

    pessoa idosa durante o banho;

    Banho de leito adequado para os idosos que no so capazes de se

    tomar banho sozinhos e no podem ou tm muita dificuldade em se dirigir

    casa de banho. Idosos inconscientes, incapacitados (fsica ou mentalmente)

    ou muito enfraquecidos so potenciais candidatos a esse tipo de banho. O

    banho de leito pode ser constrangedor para a pessoa, pois aumenta o seu

    sentimento de dependncia, diminui a sua autonomia e existe pouca

    privacidade. Garantir a privacidade do idoso, executar o procedimento

    rpida e eficientemente e conversar com ele enquanto procede ao banho

    pode minimizar esses sentimentos;

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    Banho parcial dado na cama ou na casa de banho. A face, mos, axilas,

    pescoo, ndegas e genitlia so, normalmente, as reas higienizadas. A

    higiene oral pode ser feita nesse momento.

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    1.5. ALIMENTAO E NUTRIO

    Uma alimentao adequada mantm sempre os mesmos fundamentos bsicos, mas

    em cada fase da vida, existem alguns cuidados especficos. Assim, quando falamos de

    alimentao para pessoas idosas, devemos considerar as alteraes que ocorrem nos

    seus organismos, bem como as mudanas do estilo de vida.

    Com o avanar da idade, o corpo muda. H diminuio da massa magra (msculos e

    ossos) e aumento da massa gordurosa localizada (os braos e as pernas tornam-se mais

    finos e a cintura engrossa ou a barriga fica mais proeminente). J as alteraes na viso,

    no paladar, no olfato, na audio e no tato podem levar perda de apetite, fazendo com

    que a pessoa idosa coma menos. Tambm a ausncia total ou parcial de dentes

    dificultam a deglutio e mastigao, fazendo com que o idoso tenha de mudar os seus

    hbitos alimentares. Alteraes da estrutura e funo, do estmago e do intestino,

    tambm podem diminuir a digesto e a consequente absoro dos nutrientes.

    Hbitos alimentares

    Adquirimos os nossos hbitos alimentares na infncia e temos a tendncia de os

    manter ao longo da vida e por essa razo complicado modifica-los. Ao lado dos

    hbitos, existem as crenas e os tabus, muitas vezes baseados em informaes incorretas

    que podem levar a prejuzos nutricionais.

    Com a reforma, o dinheiro disponvel diminui e uma grande parte utilizada para

    comprar medicamentos, considerados mais importantes na manuteno da sade.Consequentemente, os idosos comeam a adquirir alimentos mais baratos e de preparo

    mais fcil em vez de outros mais caros.

    Funes dos alimentos

    Os alimentos fornecem ao corpo todas as substncias necessrias para o seu bom

    funcionamento. Essas substncias, chamadas nutrientes (gua, hidratos de carbono,

    protenas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras), so indispensveis vida humana.

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    Os alimentos so classificados em trs grandes grupos, de acordo com a quantidade

    de nutrientes que possuem e a funo que exercem energticos, reguladores e

    construtores.

    Os alimentos energticostm a funo de fornecer energia (combustvel) para que

    possamos andar, falar, respirar, etc. Possuem grandes quantidades de hidratos de

    carbono e gorduras e, quando a energia que fornecem no consumida, acumula-se na

    forma de gordura corporal. Assim, estes alimentos no devem ser consumidos em

    excesso, pois podem conduzir obesidade ou a outros problemas de sade, como a

    aterosclerose.

    Os alimentos ricos em hidratos de carbono so os cereais e derivados arroz,

    milho, farinhas, po, entre outros; feculentos e derivados batata, batata-doce, inhame,

    entre outros; acares e doces.

    Os alimentos ricos em gorduras so de origem vegetal leos vegetais, azeite,

    margarina, amendoim, nozes, abacate, entre outros.

    Os alimentos reguladores tm vrias funes no organismo, como aumentar a

    resistncia s infees; proteger a pele, a viso e os dentes; contribuir para o bom

    funcionamento intestinal e facilitar a digesto e o aproveitamento dos alimentos.

    Estes alimentos so ricos em vitaminas, minerais e fibras frutas (laranja,

    abacaxi, melancia, morangos, frutas secas, entre outros); hortalias verduras (agrio,

    alface, couve, espinafres, entre outros) e legumes (pepino, pimento, beringela, cenoura,entre outros); cereais integrais e derivados (arroz integral, aveia, grmen de trigo, entre

    outros).

    Algumas vitaminas podem ser destrudas com a cozedura das verduras e dos

    legumes, portanto estes alimentos devem ser consumidos de preferncia crus.

    Osalimentos construtoresso os que tm a funo de construo do corpo, isto

    , de fabricar mais matria viva para o organismo.

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    Pertencem a este grupo os alimentos ricos em protenas, como leite, queijo, ovos,

    carne, frango e peixe, alm da soja, ervilha, lentilha e feijo. As protenas constituem o

    principal componente dos organismos vivos.

    A gua o principal componente do organismo. Est em todos os lquidos e clulas

    do corpo humano, transporta os nutrientes e lubrifica as articulaes. encontrada na

    forma pura, em preparaes lquidas (sumos e chs) e na maioria dos alimentos. Apesar

    de ser um nutriente de grande importncia na alimentao dos idosos, eles costumam

    ingeri-la em pouca quantidade, alegando que no sentem sede ou que esquecem de

    beber. Recomenda-se o consumo de seis a oito copos de gua ou lquidos por dia.

    A alimentao saudvel equilibrada do ponto de vista nutricional e importante

    para o bem-estar, para a preveno e controle de determinadas doenas. Deve fornecer

    energia (calorias) e nutrientes em quantidade suficiente para o bom funcionamento do

    organismo, o que varia de pessoa para pessoa, de acordo com o sexo, a idade, o peso, a

    altura, a atividade fsica ou a presena de doenas.

    Com o objetivo de auxiliar a orientao nutricional da pessoa idosa, o Grupo de

    Estudos de Nutrio na Terceira Idade, formado por nutricionistas, elaborou um guia

    alimentar. A pirmide foi escolhida como forma de orientao para uma alimentao

    saudvel, porque a sua estrutura d a conotao exata de equilbrio e proporcionalidade.

    Grupo 1Alimentos energticos: feculentos (batata, mandioca, inhame, batata-

    doce), cereais (arroz e trigo) e derivados (farinha de trigo, po e massa). o

    grupo que representa a maior parcela de contribuio da alimentao;

    Grupo 2 Alimentos reguladores: hortalias (verduras e legumes), de trs a

    cinco pores;

    Grupo 3 Alimentos reguladores com vitaminas especficas: frutas (pelo

    menos uma delas rica em vitamina C);

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    Grupo 4 Alimentos construtores ricos em clcio: leite, queijo, coalhada e

    iogurtes;

    Grupo 5Alimentos construtores ricos em ferro: carnes (porco, peixe e aves),

    ovos e leguminosas (secas);

    Grupo 6Alimentos energticos: acares e doces;

    Grupo 7Alimentos energticos: gorduras.

    Cuidados com a refeio da pessoa idosa

    importante que a pessoa idosa possa ter companhia nas refeies. Sentar

    confortavelmente mesa em companhia de outras pessoas, sejam elas da

    Pirmide alimentar

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    famlia, amigos ou o prprio cuidador, proporciona mais prazer com a

    alimentao e favorece o apetite.

    Oferecer ao idoso alimentos que sejam de fcil digesto e provoquem saciedade;

    Deixar o prato com aparncia agradvel (bonito, aromtico e apetitoso);

    Tentar variar a alimentao diariamente, para no causar monotonia;

    No substituir alimentos na forma slida por sopas e purs se o idoso no tiver

    problemas para mastigar;

    Se a pessoa idosa apresentar problemas nos dentes ou no os tiver, no deixe de

    incluir carnes, legumes, verduras e frutas na alimentao;

    Servir pouca quantidade de alimentos em cada refeio, para facilitar a digesto;

    Evitar o uso exagerado de sal, tentando substitu-lo por ervas aromticas;

    Dar preferncia aos leos vegetais no preparo e cozedura dos alimentos;

    Procurar comprar os alimentos da estao, principalmente frutas e verduras, pois

    tm melhor qualidade e menor custo;

    Tentar manter a regularidade no horrio das refeies;

    Preferencialmente, no substituir o jantar por lanche, prtica muito comum entre

    os idosos.

    1.6. ADAPTAO DOMICILIRIA E PREVENO DE ACIDENTES

    Quedas

    As quedas so uns dos principais problemas com os idosos. A dificuldade em

    prevenir as quedas em pessoas com caractersticas especiais tanto pela sua debilidade

    fsica como mental aumenta a problemtica. necessrio, assim, um maior esforo para

    diminuir a incidncia das quedas tanto no domiclio como a nvel institucional. Uma

    baixa incidncia de quedas indicativo de cuidados de sade de qualidade.

    Fatores de risco

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    Fraqueza muscular;

    Problemas de equilbrio;

    Problemas visuais;

    Necessidade de urinar frequentemente;

    Movimentos e reflexos mais lentos;

    Andar cambaleante;

    Calado mal ajustado;Roupas inadequadas;

    M utilizao de cadeiras de rodas de andarilhos;

    Manobras para chamar a ateno.

    Causas

    Alteraes da viso;

    Alteraes da audio;Alteraes nas articulaes;

    Alteraes na tenso arterial;

    Efeito de medicamentos;

    Ambiente desconhecido;

    Pavimento e calado;

    Mobilirio e escadas.

    Preveno

    Prtica de exerccio;

    Vigilncia da medicao para evitar erros e possveis excessos;

    Sapatos bem ajustados e antiderrapantes;

    Evitar o uso de chinelos;

    No usar camisas de noite nem robes compridos;

    Cobertores e colchas no devem ser compridos;

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    Nunca deixar os equipamentos de queima em funcionamento quando tiver

    de se ausentar.

    1.7. VACINAS

    A vacinao dos idosos uma medida preventiva importante e que no deve ser

    descurada, uma vez que so um grupo particular da populao no qual as doenasinfeciosas causam elevadas taxas de morbilidade e mortalidade.

    medida que o indivduo envelhece, o organismo sofre alteraes que o fragilizam

    e o tornam menos capaz de se adaptar s agresses do meio ambiente. O sistema

    imunitrio perde alguma eficcia, e o idoso fica mais suscetvel s doenas infeciosas.

    Existe ainda o facto de alguns idosos poderem ter uma patologia crnica e que com uma

    simples infeo respiratria pode agravar ou descompensar. Ao contrrio do que

    acontece com a criana, no existe um calendrio de vacinao obrigatrio para o idosoe a medicina preventiva muitas vezes negligenciada.

    Existem vacinas recomendadas para o idoso tais comoantigripal, antipneumnica

    e antitetnica e antidiftrica.

    A gripe uma infeo comum que surge habitualmente durante os meses frios do

    ano, mas sobretudo nos idosos que se pode tornar uma infeo grave. A vacinao

    contra a gripe pode reduzir significativamente a incidncia da gripe nos idosos e

    diminuir o nmero de hospitalizaes por descompensao de doentes crnicos,

    nomeadamente os cardacos.

    Assim, recomenda-se a vacinao de todos os indivduos com mais de 65 anos de

    idade e todos os doentes crnicos (diabticos, nefropatias graves, insuficincia

    cardaca), independentemente da idade, devendo ser administrada no incio do Outono

    (Setembro/Outubro), uma vez que as epidemias ocorrem normalmente entre Novembro

    e Abril.

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    1.8. DOENAS CRNICO DEGENERATIVAS: ASPETOS PREVENTIVOS

    Doena de Alzheimer

    A doena de Alzheimer a forma mais comum de demncia. uma doena

    neurodegenerativas e cujo curso desenvolve-se ao longo de 5 a 10 anos de forma

    progressiva e incurvel.

    O conceito de demncia remete para uma alterao global e persistente do

    funcionamento cognitivo, suficientemente grave para ter repercusses na vidaprofissional, social e familiar do indivduo.

    De acordo com a OMS, a demncia caracteriza-se por uma diminuio

    progressiva da memria e da capacidade de ideao suficientemente marcada para

    limitar as atividades da vida quotidiana, que tenha surgido pelo menos h 6 meses e

    associada a uma perturbao de uma das seguintes funes: linguagem, clculo,

    avaliao, alterao do pensamento abstrato, praxia, gnosia ou modificao da

    personalidade.

    Fatores que influenciam a Doena de Alzheimer

    Idade

    nico fator de risco bem conhecido e universalmenteaceite;

    Aceita-se que a doena de Alzheimer seja uma doenaidade - dependente, ou seja, medida que a idade avana, maior a

    probabilidade da sua ocorrncia.

    Sexo

    Mulheres mais afetadas do que os homens. A expectativade vida das mulheres pelo menos 5 anos maior que a dos homens,apesar de essa correlao ainda necessitar de ser estatisticamenteajustada e melhor esclarecida.

    Escolaridade O nvel de educao parece ser uma proteo para adoena de Alzheimerquanto maior o nmero de anos de estudoformal menor ser o risco.

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    Os sinais clnicos da Doena de Alzheimer so os seguintes:

    Perturbaes da memria dos factos recentes, afetando sobretudo a memria

    episdica;

    Falta da palavra adequada;

    Perturbaes da ateno;

    Diminuio da memria em relao ao trabalho;

    Desinteresse, apatia, irritabilidade, etc.

    O tratamento ao doente com Alzheimer plurimodal, recorrendo a estratgias

    medicamentosas e no medicamentosas. Deve ser elaborado um plano de cuidados

    especficos para cada doente, alterado regularmente no decurso da evoluo.

    Doena de Parkinson

    uma doena degenerativa, crnica e progressiva, que acomete em geral pessoas

    idosas. Ocorre devido perda de neurnios do Sistema Nervoso Central, sendo que os

    neurnios sintetizam o neurotransmissordopamina, cuja diminuio provoca sintomas

    principalmente a nvel motor.

    Os sinais e sintomas so:

    Tremor em repouso;

    Rigidez;

    BradicinesiaHipocinesia;

    Postura fletida;

    Perda dos reflexos posturais.

    As atividades a desenvolver com o doente com Parkinson so:

    Ensinar o cliente a colocar os ps no cho com os calcanhares primeiro ao

    andar e aumentar o tamanho da passada;

    Ensinar o cliente a balanar os braos ao andar para melhorar o equilbrio;

    Facilitar a comunicao no-verbal se for o caso;

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    Orientar aspirao de vias areas quando necessrio (posies de conforto e

    drenagem);

    Orientar o uso de utenslios especialmente concebidos para facilitar o seu

    manejo (nutrio);

    Estimular o auto cuidado de modo gradual (higienizao que for possvel), e

    hidratao da pele;

    Estimular a independncia e quando necessrio, oferecer dispositivos

    auxiliares;

    Para ajudar o cliente com tremores graves pedir para se sentar numa cadeira

    e usar os braos para manter-se estvel;

    Implementar diariamente um programa de exerccios para aumentar a fora

    muscular;

    Banhos mornos e massagens frequentes conduz ao relaxamento dos

    msculos e alivia as cibras.

    1.9. CONTROLO DA MEDICAO

    Erros de medicao

    Os idosos que tomam em mdia 3 a 4 vezes ao dia comprimidos diferentes e em

    horrios diferentes tm grande possibilidade de errar a medicao.

    Erro na dose;

    Erro no horrio;

    Troca de medicao.

    Forma de apresentao dos medicamentos

    Slida: comprimidos, cpsulas, drgeas e pastilhas.

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    Lquida: medicamentos usados em gotas, suspenses, solues, xaropes e

    aerossis. A contagem exata do nmero de gotas e a visualizao correta dos

    mililitros (mL) nos medidores (conta-gotas, colheres, copinhos) so

    fundamentais.

    Medidas importantes

    Colocar os medicamentos numa caixa com tampa;

    Usar caixas diferentes para medicao oral, inalatria e produtos de tratamento;

    Nunca tentar administrar medicamentos por via oral a algum que esteja a

    dormir ou inconsciente;

    Os trs certos Medicamento certo; Hora e dia certo; Dose certa;

    Administrar os medicamentos pelo mtodo correto;

    Se os medicamentos forem receitados por mdicos diferentes, questionar omdico ou o farmacutico se seguro tomar os medicamentos em

    simultneo;

    Leia atentamente a bula do medicamento, prestando ateno aos itens relativos

    dose, contraindicaes, reaes adversas, precaues, interaes com

    outros medicamentos e conservao.

    Falar com o enfermeiro/mdico/farmacutico se ocorrerem alteraes no idoso

    aps incio de nova medicao prurido, nusea, vmito,palpitao/taquicardia, edemas (inchao) etc.;

    Se o idoso est confuso ou tem tendncia a automedicar-se deixar os

    medicamentos fora do alcance do idoso!

    Mantenha o medicamento na embalagem original e em local fresco e seco,

    mesmo aps sua abertura (para verificar prazo de validade, lote e no

    misturar com outros comprimidos).

    Nunca administrar medio cujo prazo de validade esteja ultrapassado;Nem aquela alterada na cor ou forma normal.

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    Cuidado: a dose de um medicamento considerada normal para um adulto pode

    causar intoxicao e srios danos sade de uma criana, idoso ou paciente

    com doena cardaca, heptica ou renal.

    Evite a prtica de automedicao pelo idoso.

    Nunca recomende um medicamento a outra pessoa nem aceite recomendaes

    desse tipo.

    Administrao de medicamentos por via oral

    Como administrar?

    Lavar as mos antes de mexer no medicamento;

    A maioria dos medicamentos orais deve ser imediatamente engolida;

    As pastilhas so chupadas ou mastigadas e no engolidas;

    As cpsulas ou comprimidos devem ser ingeridos com um copo de gua;

    Sugerir que beba um pouco de gua antes de tomar o comprimido

    Lubrifica a boca e ajuda a engolir;

    Evitar dar leite com os comprimidos, exceto se h indicao contrria;

    No dar medicamentos quando o cliente est deitado;

    Se no h indicao para dar medicamento em jejum, este deve ser sempre

    dado com o estmago com comida;

    Verificar se o medicamento foi engolido.

    Dificuldades na deglutio

    Oferecer um pouco de gua antes (para lubrificar a boca e garganta);

    Colocar os comprimidos na parte de trs da lngua da pessoa e dar mais

    gua;

    Misturar os comprimidos com pur de ma, compota, gelado Algo

    suficientemente substancial para empurrar o comprimido;

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    Alguns comprimidos podem ser triturados de depois misturados com a

    comidaVerificar essa possibilidade com o farmacutico;

    Questionar sobre a existncia do medicamento em forma lquida;

    Se o medicamento lquido tem mau sabor juntar com um sumo.

    Ao acompanhar o idoso em uma consulta mdica em que for dada uma receita,

    certifique-se de que percebe os seguintes aspetos:

    Qual o nome do medicamento e por que ser usado?

    Qual o nome da doena que esse medicamento trata?

    Quantas vezes por dia o medicamento deve ser tomado?

    Quando e como tomar (horrio, antes ou aps as refeies, usar com gua ou

    leite)?

    Por quanto tempo o medicamento deve ser utilizado (at a prxima consulta, por

    15 dias)?

    Quanto tempo o medicamento demora para fazer efeito?

    Se houver esquecimento da tomada do medicamento, o que deve ser feito?

    Quais os efeitos indesejados que podem aparecer? Caso apaream, o que deve

    ser feito?

    Durante o tratamento, pode-se ingerir lcool? E usar outros tipos de

    medicamentos?

    O medicamento pode interferir nas atividades do dia a dia, como tomar banho

    sozinho, dirigir, assistir televiso, cozinhar, sair de casa sozinho?

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    2. MTODOS E TCNICAS APLICADOS AO DOENTE EM ESTADO

    TERMINAL

    Antigamente, no havia muito a pensar sobre a morte e o processo de morrer.

    Muitas pessoas morriam rapidamente depois de contrarem uma infeo ou leso.

    Outras morriam como consequncia de um cancro ou coronariopatia, visto que no

    existia nenhum tratamento eficaz.

    Todavia, atualmente, numerosas pessoas sofrem de uma ou mais perturbaescrnicas, por vezes graves, com as quais vivem muitos anos antes de morrerem.

    Mais de trs quartos das mortes, nos pases desenvolvidos, devem-se a doenas

    crnicas, como cardiopatias, cancro, acidente vascular cerebral, doena pulmonar

    obstrutiva crnica e demncia. Nos dias de hoje, vive-se muito mais tempo desde que se

    declarou uma doena crnica.

    Apesar de todos os progressos da Medicina na segunda metade do sculo XX, a

    longevidade crescente e o aumento das doenas crnicas conduziram a um aumentosignificativo do nmero de doentes que no se curam. O modelo da medicina curativa,

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    agressiva, centrada no ataque doena no se coaduna com as necessidades deste tipo

    de doentes e que tm sido frequentemente esquecidas. (Associao Portuguesa de

    Cuidados Paliativos, 2012)

    necessrio pensar em duas questes ticas:

    Que tipo de cuidados faz sentido prestar a algum com uma esperana de

    vida limitada?

    Quais os valores e os princpios que devem orientar os profissionais de sade

    na sua relao com o doente terminal?

    Quando se pergunta a pessoas com doenas crnicas potencialmente letais os

    objetivos que tm, conclui-se que, frequentemente, estes so simples e podem

    compreender os seguintes:

    Alvio da dor e de outros sintomas incmodos;

    Interveno, sempre que possvel, nas decises relativas aos cuidados;

    Ter a certeza que os seus desejos previamente expressos sero cumpridos e

    respeitados;

    Sentido de concluso e alvio de qualquer carga sobre a famlia e amigos.

    2.1. ABORDAGEM COMPREENSIVA E MULTIDIMENSIONAL/CUIDADOS

    PALIATIVOS E CUIDADOS TERMINAIS

    Segundo a OMS em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, "Cuidados

    Paliativos consistem na assistncia promovida por uma equipa multidisciplinar,

    que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante

    de uma doena que ameace a vida, por meio da preveno e alvio do sofrimento, da

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    identificao precoce, avaliao impecvel e tratamento de dor e demais sintomas

    fsicos, sociais, psicolgicos e espirituais".

    O ideal seria que os cuidados paliativos se propusessem durante uma doena

    crnica, ao iniciar o tratamento para prolongar a vida, pois asseguraria que os problemas

    da qualidade de vida foram tidos em conta.

    O sofrimento fsico no inevitvel, uma vez estabelecido o diagnstico de uma

    doena crnica potencialmente letal. A pessoa tem direito a esperar um controlo

    adequado dos sintomas e dos efeitos secundrios tolerveis do tratamento. Todavia, a

    pessoa que apresenta sintomas que no respondem bem ao tratamento, por vezes, tem de

    optar entre o alvio destes sintomas e os efeitos secundrios que poderiam apresentar-se

    ao intensificar o tratamento ou ao juntar outros.

    A ao paliativa considerada como qualquer medida teraputica que no tem o

    intuito curativo, mas que visa reduzir sintomas associados a uma doena.

    Os cuidados terminaisque englobam os cuidados e aes paliativas reservam-se s

    pessoas com uma expetativa de vida inferior a seis meses.

    A equipa multidisciplinar (mdicos, enfermeiros, psiclogos, assistentes sociais,

    assistentes operacionais, padre etc.) oferece uma vasta gama de servios, desde a

    assistncia mdica at ateno pessoal (banho, higiene pessoal e vestir). A equipa

    ajuda, tambm, a famlia a sentir-se mais cmoda com a assistncia que dispensam ao

    seu ente querido na sua ltima etapa da vida e proporciona apoio psicolgico e

    espiritual.

    A pessoa livre de suspender os cuidados terminais.

    2.2. CRITRIOS DE INCLUSO

    Quem so os destinatrios?

    - No tm perspetiva de tratamento curativo;

    - Doentes em que a doena progride rapidamente e sem perspetiva de cura

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    Quando se pergunta a pessoas com doenas crnicas potencialmente letais os

    objetivos que tm, conclui-se que, frequentemente, estes so simples e podem

    compreender os seguintes:

    Alvio da dor e de outros sintomas incmodos;

    Interveno, sempre que possvel, nas decises relativas aos cuidados;

    Ter a certeza que os seus desejos previamente expressos sero cumpridos e

    respeitados; Sentido de concluso e alvio de qualquer carga sobre a famlia e amigos.

    SINAIS DE UMA MORTE PRXIMA

    Modificaes ao nvel da ateno

    habitual que as pessoas passem mais tempo a

    dormir. Quanto esto acordadas, podem estar menos

    atentos ou interativas. A confuso ou desorientao

    so frequentes.

    Reduzido interesse por comidas e

    bebidas

    Os indivduos prximos da morte rejeitam grande

    parte da comida, embora possam aceitar ou pedirlquidos.

    Ausncia de urinaQuando a pessoa deixa de urinar, a morte, de modo

    geral, chega em poucos dias ou semanas.

    Alteraes da pele

    As mos e os ps ficam frios e azulados. Estas

    modificaes so sintomas de que a morte chegar,

    provavelmente, dentro de horas ou dias.

    Modificaes da respirao

    A respirao pode tornar-se rpida e superficial.Pode ouvir-se um estertor quando a pessoa respira.

    Este rudo causado pela acumulao de secrees,

    como a saliva, que o doente no consegue deglutir e

    pela relaxao da musculatura da garganta. O

    moribundo no se apercebe deste rudo, mas pode

    angustiar os familiares.

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    Reduzir o sofrimento

    Dor

    A dor um sintoma frequente em indivduos com uma doena crnica letal. Tanto a

    doena e alguns tratamentos como tambm algumas circunstncias prprias da agonia

    (imobilidade, obstipao ou lceras por presso) podem causar a dor.

    A dor tolerada de forma diferente, mas reduz necessariamente a qualidade de vida

    e da morte.

    Dado que um doente com patologia crnica potencialmente letal costuma apresentar

    diferentes tipos de dor, o tratamento que comporta vrias abordagens , em geral, o mais

    eficaz. Os analgsicos so um elemento importante do tratamento. No entanto, a

    eficcia do tratamento farmacolgico, muitas vezes, melhora com massagens e

    aplicao de calor. importante que os pacientes com dor intensa informem os

    profissionais encarregados quando o controlo da dor deficiente ou quando se

    apresentem efeitos secundrios. Tambm devem, quando possvel, comunicar as suas

    preferncias sobre os tratamentos farmacolgicos e no farmacolgicos.

    A companhia, o estmulo emotivo e o aconselhamento espiritual so alguns dos

    fatores que reduzem a ansiedade, a ira, a depresso, o medo, a insnia e a solido que

    agravam a dor.

    Dificuldade respiratria e tosse

    Considera-se dificuldade respiratria qualquer sensao desagradvel de respirao

    incmoda.

    Muitas complicaes podem causar dificuldade respiratria e tosse infees,

    propagao do cancro, acumulao de lquidos nos pulmes, derrame de lquido em

    redor do corao ou no abdmen ou embolia pulmonar. Alguns tratamentos tambm

    podem contribuir para esta dificuldade na fase terminal.

    Tratar a dificuldade respiratria e a tosse comporta o tratamento das causassubjacentes. Assim, qualquer tratamento que estimule o problema, como a

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    administrao intravenosa de lquidos, pode necessitar de ser suspenso. Quando no

    possvel tratar, facilmente, a causa subjacente, a pessoa sentir-se- melhor se estiver

    sentada e respirar ar fresco num ambiente tranquilo, poder mesmo ser necessrio a

    administrao contnua de oxignio.

    Problemas digestivos

    Os problemas digestivos mais comuns em pessoas com doenas crnicas

    potencialmente letais so as nuseas e vmitos, perda de apetite (anorexia), problemas

    da boca, obstipao e diarreia.

    As nuseas e vmitos tm numerosas causas, incluindo os frmacos opiceos e

    anticancerosos, obstipao, infeo, lceras na boca, esfago ou estmago, obstruo do

    estmago ou intestino, insuficincia heptica e renal, entre outras. As causas subjacentes

    so tratadas apenas se for possvel. Uma pessoa com nuseas pode apreciar pequenos

    bocados de gelo. Os antiemticos so, por norma, teis. A acupunctura e a acupresso

    parecem ser eficazes contra as nuseas.

    A perda de apetitepode ter origem na dificuldade de mastigar devido secura ou

    s feridas na boca, infees ou dificuldade em deglutir como consequncia de um

    tumor. A doena pode causar o consumo de protenas e gorduras do organismo. Estas

    modificaes provocam uma perda significativa de peso numa pessoa moribunda.

    Os familiares e os amigos podem no compreender que a perda de apetite na

    proximidade da morte quase universal e que os moribundos raramente esto famintos.

    A nutrio obrigada ou forada no aumenta o peso de uma pessoa em fase terminal epode causar-lhe uma perturbao ainda maior.

    Os problemas da boca so devidos a lceras provocadas por frmacos,

    desidratao e escassa higiene. O tratamento consiste em tomar pequenos sorvos de

    gua ou outros lquidos, na limpeza dos dentes duas vezes por dia e em lavagens da

    boca com uma soluo anestsica.

    A obstipaoaparece pois a pessoa que se encontra numa fase terminal se encontra

    inativa ou imvel, desidratada, tem uma dieta pobre em fibras e consome frmacos queprovocam a obstipao. Geralmente, controla-se ao solucionar a causa subjacente

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    andar de forma regular, chupar lminas de gelo e utilizar uma cadeira com urinol ao

    lado da cama. O aumento de consumo de fibras deve ser evitado nos doentes terminais,

    visto que o seu reduzido consumo de lquidos pode fazer com as fibras se tornem inteis

    ou at prejudiciais.

    A diarreia menos frequente que a obstipao. causada por frmacos, cancro ou

    por cirurgia do estmago e do intestino, dado que acelera o movimento dos alimentos

    no trato digestivo e reduz a absoro.

    Inflamao do nus

    Algumas vezes, o nus inflama-se devido obstipao, diarreia e s modificaes

    da pele e do revestimento do nus, que podem apresentar-se com a perda de peso e ao

    aumento da presso sobre a pele durante longos perodos em que se encontra imvel.

    Cremes com corticosteroides podem aliviar esta irritao.

    lceras por presso

    As lceras por presso surgem devido posio imvel que a pessoa moribunda se

    mantm durante longos perodos de tempo. Estas so mais fceis de prevenir do que

    tratar. A preveno passa por mudar frequentemente de posio e proteger as zonas de

    risco calcanhares, tornozelos, ancas e regio lombossacral. O tratamento implica a

    reduo da presso, a frequente mobilizao, a aplicao de medicamentos, a

    eliminao dos tecidos mortos e a manuteno de uma nutrio correta.

    Prurido

    O prurido afeta como consequncia da incontinncia, sudao, escassa higiene,

    desidratao, secura da pele, dermatite e outras perturbaes cutneas, bem como

    insuficincia heptica ou renal. A sua causa desconhecida. O tratamento consiste na

    correo da causa latente e a aplicao de cremes protetores e corticosteroides e a

    administrao de frmacos (anti-histamnicos).

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    Cansao

    O cansao comum e deve-se a fatores como a dor, perturbaes do sono, anemia,

    baixo nvel de oxignio no sangue, insuficincia de um rgo, frmacos, infeo e

    depresso.

    Normalmente prefervel deixar o doente descansar o tempo que este necessitar.

    Outras vezes so aplicadas outros tratamentos (para tratar a causa subjacente).

    Ansiedade

    A ansiedade frequente nos pacientes com doenas crnicas em fase terminal.

    Representa uma resposta normal a sintomas fsicos ou perspetiva de morrer. A dor e a

    dificuldade respiratria so elementos desencadeantes, tal como o aparecimento de um

    sintoma novo ou desconhecido. Costuma dever-se a conflitos familiares, ao

    reconhecimento da prpria mortalidade e limitaes, medo, abandono, remorso ou

    preocupaes financeiras. Alguns frmacos tambm podem causar ansiedade.

    Pode ser aliviada com apoio emocional e consolo por parte dos familiares e dos

    profissionais de sade, com atividades relaxantes ou atravs da orao, no caso dos

    doentes crentes.

    Depresso

    A depresso deve ser distinguida da tristeza. Embora a depresso seja comum no

    fim da vida, esta nunca deve ser considerada normal. Na fase terminal, to grave como

    em qualquer outro perodo da vida e pode privar a pessoa da energia e do interesse

    necessrios para comunicar com os familiares e amigos e inclusive mergulh-la na

    sensao que tudo carece de sentido.

    Um sintoma primrio da depresso a insnia que costuma piorar a dor, as nuseas

    e a fadiga. Na maioria dos casos, aliviar a dor e as nuseas reduz a depresso e permitir

    pessoa um maior controlo sobre as decises teraputicas e sobre o seu meio onde quer

    viver. Por vezes necessrio a toma de antidepressivos.

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    Confuso

    A confuso repentina (delrio) frequente na fase terminal. Os frmacos utilizados

    contribuem para o delrio. Em muitos doentes, no entanto, a confuso reflete alteraes

    do crebro e do corpo que so uma parte natural de morrer.

    O tratamento consiste em manter a pessoa segura, com algum que o acompanhe o

    maior tempo possvel. Os frmacos que causam confuso devem ser reduzidos ou

    suspensos tanto quanto possvel. Tratar a febre e a desidratao, bem como criar um

    ambiente calmo, com poucas alteraes, pode ser uma ajuda.

    Manter o controlo sobre as decises

    As pessoas podem manter o controlo sobre as decises para enfrentar o final da

    vida, mesmo que a sua capacidade de se cuidarem e exprimirem seja reduzida.

    Instrues antecipadas

    O testamento vitalpermite indicar os desejos pessoais sobre os cuidados mdicos,

    na eventualidade da pessoa no conseguir se exprimir.

    Em muitos casos, quando no existem disposies escritas, vrios membros da

    famlia so responsveis pela tomada de decises. preciso ter em ateno que os

    desejos da famlia podem no ser os mesmos que os da pessoa em fase terminal. Para

    evitar problemas, os familiares devem respeitar as preferncias da pessoa relativamente

    ao tratamento, em vez de imporem as suas.

    Paz e resoluo

    O prognstico de morte faz com que a pessoa se interrogue sobre questes

    essenciais como O que fiz na vida? A minha vida teve sentido? O que acontecer

    depois da morte? Algumas pessoas encontram a resposta a estas perguntas nas

    tradies espirituais e nas crenas religiosas. Outras orientam-nas para a sua famlia ou

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    o seu trabalho. Entretanto, outras no encontram alvio nestas consideraes e

    confrontam-se com uma crise espiritual, religiosa ou pessoal.

    Paz e coragem no final da vida so importantes tanto para a pessoa moribunda como

    para a famlia. Embora a tristeza pela morte de uma pessoa querida seja normal, esta

    sempre dolorosa. Comporta sensaes de impotncia, negao, raiva, incerteza e

    nostalgia. Uma morte pacfica, caraterizada pelo carinho, pelo amor, pela possibilidade

    de despedir-se e pela resoluo dos conflitos e sentimentos no expressos, ajuda a

    reduzir estas reaes.

    Um luto eficaz carateriza-se pela capacidade de o afetado superar a etapa em que a

    perda e a tristeza dominam os pensamentos, at que chega o momento em que as

    recordaes dolorosas se afastam, dando lugar s memrias de alegria e carinho.

    Em termos de decises mdicas no fim de vida temos formas ativas de pr fim e

    formas de morte assistida.

    Formas ativas de pr fim vida

    Eutansia

    Suicdio assistido

    Homicdio

    Formas de morte assistida

    Interveno passiva: absteno ou

    suspenso do tratamento de

    suporte de vida:

    - A pedido do doente

    - Sem pedido do doente/famlia

    Interveno ativa: administrao

    do tratamento que encurta o

    tempo de vida:

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    ATENO!

    Algumas pessoas idosas, doentes ou com incapacidades podem, s vezes recusar tomar

    banho.

    Pode ser que a pessoa tenha dificuldade para mover-se e tenha medo da gua ou decair, pode ainda estar deprimida, sentir dores, tonturas ou mesmo sentir-seenvergonhada de ficar exposta outra pessoa, especialmente se o cuidador for do sexooposto.

    preciso que o cuidador tenha muita sensibilidade para lidar com essas questes.

    Respeite os costumes da pessoa cuidada e lembre que confiana conquista-se comcarinho, tempo e respeito.

    - Controlo sintomtico da dor com

    efeito de encurtar o tempo de vida;

    - Sedao paliativa

    3. CUIDADOS EM FASE TERMINAL

    3.1. A HIGIENE

    Objetivo do Banho

    Proporcionar higiene e conforto;

    Estimular a circulao, a respirao da pele e o exerccio;

    Manter a integridade da pele;

    Fazer observao fsica da pessoa;

    Favorecer / estimular a independncia da pessoa.

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    Tipos do Banho

    Banho de chuveiro

    Banho de banheira (emerso)

    Banho na cama

    Banho no chuveiro

    O banho de chuveiro pode ser feito com a pessoa sentada numa cadeira de plstico

    com apoio lateral colocada sobre tapete antiderrapante, ou em cadeiras prprias para

    banhos, disponveis no comrcio.

    Cuidados Bsicos

    Verificar indicaes e precaues especficas em relao ao movimento e

    posicionamento;

    Verificar entubaes e localizao dos cateteres e sondas (soros, alglias);

    Avaliar a necessidade do banho.

    Ter sempre mo:

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    Material para a higiene genital: gel de banho, gazes ou esponja, urinol ou

    aparadeira

    Saco plstico para roupa suja;

    Roupa limpa para o idoso, e fralda, caso seja necessrio;

    Material

    Roupa de cama

    Roupa da pessoa

    Toalhas de banho

    Esponjas de banho

    Bacia com gua

    Material de higiene oral

    Sabo

    Escova de cabelo

    Luvas

    Desodorizante

    Creme hidratante

    Fralda descartvel (se

    necessrio)

    Saco de sujos

    Saco para a roupa suja

    Tesoura

    Avental de plstico

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    3.2. O CONFORTO E APOIO

    A comunicao um dos pilares em cuidados paliativos, funcionando como

    estratgia teraputica de interveno no sofrimento e controlo de sintomas associados

    doena avanada e terminal.

    Os objetivos de uma boa comunicao assentam no reduzir a incerteza, melhorar os

    relacionamentos e indicar ao doente/famlia uma direo. De acordo com o autor a

    mensagem primordial que um doente pretende ouvir num momento de incerteza :

    independentemente do que venha a acontecer, ns nunca o abandonaremos.

    Comunicar em cuidados paliativos pois importante e difcil, implicando a utilizao e

    desenvolvimento de percias bsicas, nomeadamente: ouvir, observar e tomar

    conscincia dos nossos prprios sentimentos.

    Para uma comunicao eficaz o National Institute for Clinical Excellence (2004)

    defende a existncia de uma relao de proximidade entre uma boa comunicao e a

    prestao de apoio emocional, a comunicao eficaz permite aos doentes uma tomada

    de deciso devidamente informada e consciente, permitindo uma melhor qualidade de

    vida e uma melhor experincia no que diz respeito perceo dos cuidados recebidos.

    Deste modo a comunicao eficaz fundamental para uma melhor prestao de

    cuidados paliativos.

    A necessidade de melhorar a comunicao de cuidados paliativos dos

    doentes/famlias e equipas prestadores de cuidados paliativos de acordo com National

    Institute for Clinical Excellence (2004) os doentes/famlias valorizam a comunicao

    face a face com os profissionais de sade que so capazes de se envolver

    emocionalmente com os doentes, de ouvir, de perceberem/entenderem o tipo de

    informao que os doentes querem saber e de fornecer a mesma com clareza e simpatia.

    No entanto, existem insatisfaes por parte de todos os intervenientes que

    reconhecem as suas dificuldades e limitaes de competncias, sendo que as principais

    queixas de insatisfao apresentadas pelos doentes/famlias relativamente aos

    profissionais de sade so: desvalorizao das opinies do doente/famlia, informao

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    O MOMENTO DA MORTE

    Importante saber:

    No momento da morte as funes corporais iro cessar, isto , no haver respirao

    nem pulsao; os olhos ficam fixos numa direo (podem estar abertos ou fechados); a

    boca pode ficar ligeiramente aberta e ainda pode haver controlo da bexiga ou dos

    intestinos.

    CUIDAR DO CORPO POST MORTEM

    Material necessrio

    - Compressas

    - Esponja

    - Bacia

    - Ligaduras

    - gua

    - Sabo

    - Toalhas

    - Fralda

    - 2 Lenis brancos

    - Adesivo

    -Luvas

    Procedimento

    1. Realizar higiene ao corpo

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    2. Colocar fralda descartvel

    3. Encerrar boca com ligadura

    4. Colocar algodo ou compressas nos ouvidos e nariz

    5. Fechar olhos com adesivo

    6.

    Amarrar ps e mos com ligadura

    7. Colocar um lenol como em envelope

    8. Identificar a pessoa

    As fases do luto e o acompanhamento e apoio famlia

    Quando morre um ente querido, natural que o cuidador e as pessoas prximas do

    doente passem por vrias fases de luto, sendo que no fundamental entender que cada

    pessoal vivencia o luto de uma maneira diferente, no devendo ser criticada pela forma

    como reage.

    A perda de algum significativo para a pessoa pode levar ao esgotamento, sendo um

    momento complicado e duro de se viver, por vezes, a pessoa numa fase inicial fica em

    estado de choque e sentimentos de culpa surgem, a maioria das vezes sem qualquer

    razo.

    Para o cuidador, a morte da pessoa cuidada um momento de grande perda, pois, ao

    contrrio do que muitas vezes pensamos, o principal dependente o cuidador em

    relao pessoa doente.

    O tempo vivido naquela situao faz com que o cuidador tenha esquecido o que

    ser por si s, sem ser como pessoa que cuida de outro. Talvez seja um dos principais

    fatores que levam a uma saudade tremenda por parte de quem cuidou.

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    ASPESTOS AFETADOS PELO PROCESSO DE LUTO

    Fisicamente

    - Aperto no peito e palpitaes

    - Perda de energia e fraqueza

    - Falta de ar

    - Nervosismo

    -Crises de choro

    - Perda de apetite ou tendncia para comer

    mais

    - Maior consumo de lcool e drogas

    Mentalmente

    - Falta de concentrao

    - Confuso

    - Pensamentos constantes sobre a pessoa

    falecida

    - Pesadelos e sonhos de perda

    Emocionalmente- Raiva, frustrao e choque

    - Negao, culpa, solido e isolamento

    - Saudade

    Espiritualmente

    - Culpar a vida e no entender o sentido

    da vida

    - Querer morrer

    - Culpar ou perder a crena espiritual

    Socialmente

    - Perda de interesse pelas atividades das

    outras pessoas

    - Medo de estar s

    - Precipitar-se em novas relaes

    - No se sentir vontade com amizades

    anteriores

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