Manejo de Formigas Cortadeiras

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Formigas Cortadeiras: Princípios de Manejo Integrado de `reas Infestadas 34

Transcript of Manejo de Formigas Cortadeiras

  • Formigas Cortadeiras:

    Princpios de Manejo Integrado

    de `reas Infestadas

    34

  • Jos Sarney FilhoMinistro do Meio Ambiente

    Marlia marreco CerqueiraPresidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis

    Rmulo Jos Fernades Barreto MelloDiretor de Gesto Estratgica

    Jos Silva QuintasCoordenador do Programa de Educao Ambiental

    Luiz Claudio MachadoCoordenador do Projeto de Divulgao Tcnico-Cientfica

    As opinies expressas bem como a reviso do texto so de responsabilidade do autor.

    EdioIBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis

    Diretoria de Gesto EstratgicaPrograma de Educao Ambiental

    Projeto de Divulgao Tcnico-CientficaSAIN Avenida L/4 Norte, s/n

    70800-200 - Braslia-DFTelefones: (061) 316-1191 e 316-1222

    Fax: (061) [email protected]

    http://www.ibama.gov.br

    Braslia2000

    Impresso no BrasilPrinted in Brazil

  • Ministrio do Meio AmbienteInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis

    Diretoria de Gesto Estratgica

    Formigas Cortadeiras:

    Princpios de Manejo Integrado

    de `reas Infestadas

    DAlembert de B. Jaccoud

    2000

  • Srie Meio Ambiente em Debate, 34

    Diagramao, Capa e Lay-outLuiz Claudio Machado

    IlustraesLeonardo Branco

    Criao, arte-final e impressoProjeto de Divulgao Tcnico-Cientfica - DITEC

    ExecuoIBAMA

    FINATEC

    Ficha CatalogrficaSonia de Menezes Lyra Nobre Machado

    J12f

    Jaccoud, D'Alembert de B.Formigas cortadeiras: princpios de manejo integrado de reas infestadas/D'Alembert

    de B. Jaccoud; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturasisRenovveis, Diretoria de Gesto Estrtegica.-- Braslia: Ed. IBAMA pesca nas lagoascosteiras fluminenses / Rgis Pinto de Lima ___ Braslia: Ed. IBAMA, 2000.

    60 p. : il. ; 21x29,7cm. -- (Srie Meio Ambiente em debate ISSN 1413-2583; 34)

    Inclui bibliografia.

    1. Inseto nocivo. 2. Praga. 3. Bioecologia. 4. Formiga cortadeira. I. Ttulo. II.Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis.Diretoria de Incentivo Pesquisa e Divulgao. III. Srie

    CDU (2. ed.) 632.796

    CATALOGAO NA FONTE - BIBLIOTECA DA PROCURADORIA-GERAL DO IBAMA

  • UnB, Fazenda `gua LimpaReserva Ecolgica do IBGESociedade de Pesquisas Ecolgicas do Cerrado, PROCERJardim Botnico de Braslia, Governo do Distrito FederalNOVACAP, Governo do Distrito FederalCENARGEN/EMBRAPACAMPICAL Ltda.BYTESCH Ltda.Coca Cola de Braslia Ltda.Dr Mayh Nunes, UFRRJ

    colaboradores do projeto:Leo Gondim, biolgo, M.Sc. em EntomologiaRenato Sampaio, bolsista FINATECLeandro Alves, bolsista FINATECMireile Pic, bolsista FINATEC

    Agradecimentos

  • Apresentao

    Esta publicao foi desenvolvida no mbito da Diviso de Desenvolvimento deTecnologias Ambientais-DITAM, da Diretoria de Incentivo Pesquisa e Divulgao-DIRPED,com o propsito de identificar tecnologias ambientalmente saudveis aplicveis no controlede formigas cortadeiras. A partir desse trabalho, pretendia-se dar incio a uma sistematizaodo conhecimento tecnolgico alternativo quele convencionalmente utilizado no controle depragas agroflorestais, cujos impactos vem comprometendo a qualidade do meio ambiente eda sade humana.

    No contexto deste trabalho, os mtodos de controle apresentados foramdesenvolvidos com base em experimentao de campo - realizadas no perodo de set/97 a set/98, no Distrito Federal - e no conhecimento popular e tradicional de produtores, trabalhadoresrurais e outros interessados.

    Embora o documento no avance necessariamente no aporte de novosconhecimentos, sua importncia d-se pela tentativa de buscar consolidar, em uma nicapublicao, os resultados decorrentes da experimentao de campo dos mtodos de controlede formigas cortadeiras e de sua eficincia na prtica.

    Miriam Laila AbsyCoordenadora da Diviso de Desenvolvimento

    de Tecnologias Ambientais-DITAM

  • Sumrio

    I. CONCEITOS INICIAIS ............................................................................................. 111. Formigas Cortadeiras ........................................................................................... 112. Outras Formigas .................................................................................................. 123. Infestao de Formigas ........................................................................................ 134. Manejo Integrado de Pragas ................................................................................ 14

    II. BIOLOGIA E ECOLOGIA DAS FORMIGAS CORTADEIRAS .................................... 151. Construo do Ninho .......................................................................................... 152. Descrio da Populao ...................................................................................... 173. Nutrio .............................................................................................................. 194. Fases de Desenvolvimento de uma Colnia de Savas ........................................ 20

    III. CONTROLE QUMICO............................................................................................. 231. As Iscas Formicidas .............................................................................................. 232. OS Formicidas em P .......................................................................................... 273. Outras Formulaes ............................................................................................. 30

    IV. CONTROLE FSICO ................................................................................................. 311. Proteo de Plantas ............................................................................................. 312. Proteo de Canteiros e Pequenos Espaos ......................................................... 333. Escavao de Colnias ........................................................................................ 334. Compactao ...................................................................................................... 345. Gradagem e Arao do Solo................................................................................ 356. `gua e Fogo ........................................................................................................ 36

    V. CONTROLE BIOLGICO ........................................................................................ 371. Controle Biolgico Natural .................................................................................. 372. Controle Biolgico Convencional ........................................................................ 37

    VI. CALEND`RIOS DE CONTROLE ............................................................................. 391. Pequenos Pomares e Florestas, Sistemas Agroflorestais ........................................ 402. Pastagens, Capineiras e Canaviais ....................................................................... 443. Culturas de Sequeiro e Irrigadas .......................................................................... 484. `reas de Horticultura, Viveirismo e Jardinagem, ` reas Urbanizadas,

    de esportes e de Lazer ......................................................................................... 50

    VII. ANEXOS .................................................................................................................. 531. Bibliografia para Consultas Bsicas...................................................................... 532. Bancos de Dados com Referncia a projetos de pesquisa ..................................... 533. Universidades com Pesquisa na `rea de Biologia

    e Controle de Cortadeiras .................................................................................... 54

  • 1 . CONCEITOS INICIAIS

    1. Formigas Cortadeiras

    So conhecidas por savas e quenquns e se caracterizam por subir nas plantas ecortar pedaos de folhas, flores, brotos e outras partes, carregando-os para a parte subterrneado formigueiro, a sede da sua colnia. Com muita atividade e organizao, elas preparam osvegetais para propiciar o crescimento de certos tipos de fungo dentro do formigueiro. Ocupandoas panelas dos formigueiros, esses jardins de fungos se assemelham a esponjas de coloraocinza e aspecto frgil.

    As formigas cortadeiras somente ocorrem nas Amricas. Vo da Argentina ao suldos EUA, concentrando-se nos trpicos. Dentre as mais de 1.000 espcies de formigas existentesno Brasil, as savas e quenquns, respectivamente conhecidas como gneros Atta eAcromyrmex, somam juntas cerca de 40 espcies.

    Savas a denominao das espcies de cortadeiras nas quais tanto os formigueiroscomo as prprias formigas so de grandes propores, maiores que no grupo das quenquns. Assavas constroem ninhos subterrneos largos e profundos, removendo grande volume de terra nassuas escavaes, o que forma um ou mais montculos sobre o solo. Todos os tipos de formigas de umsauveiro so at duas vezes maiores que as quenquns, inclusive seus ovos, larvas, pupas e casaisreais (rainha e machos). Somente as savas possuem as "soldadas" ou cabeudas, que so asoperrias visivelmente maiores em tamanho que as outras formigas do mesmo ninho, possuindo umacabea grande e fortes mandbulas. As savas de mais ampla distribuio e maior importncia noBrasil so a sava-limo (Atta sexdens) e sava-de-vidro (Atta laevigata). Outras 10 espcies desava tm grande importncia em algumas regies.

    Quenquns a denominao genrica dada a vrias espcies de cortadeiras, que sediferenciam das savas pelo pequeno tamanho de suas operrias, inclusive das soldadas, bem comopelos formigueiros mais superficiais e menos populosos. Elas se mudam de local e constroem novosninhos com certa facilidade, aproveitando-se de frestas, buracos e pequenas escavaes que so emgeral cobertas com gravetos, ciscos e folhas secas. Em algumas regies as quenquns podem termaior importncia econmica na agropecuria e atividades florestais que as savas. Existem vriasespcies de quenqum em todo o Brasil, a maioria do gnero Acromyrmex, sendo tambm conhecidaspor raspa-raspa, ciscadeira, mineira, boca-de-capim e outras denominaes regionais.

    As savas e os sauveirosso maiores: as soldadaspodem ter mais de 0,5 cmde largura na cabea e1,5 cm de comprimento.A rainha temcomprimento de 2,5cm.Sauveiros realmentegrandes tem at 500 m2com alguns milhes deoperrios.

    As maiores operriasde quenquns nochegam a 1 cm decomprimento. Arainha no alcanama 1,5 cm decomprimento.Quenquenzeiros deat 2m2 de rea socomuns em regiescom alta infestao.

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    2. Outras Formigas

    Existem mais de 1.200 espcies de formigas no Brasil, a maioria denominadaspopularmente de doceira e carnvoras, bem como caseiras" e "agrcolas. A grande maioriadas formigas tem alimentao mista, tanto de origem vegetal e animal quanto de fungos. Destemodo, muitas espcies se adaptam facilmente aos ambientes urbanizados. A denominaodoceira e carnvora indica, entretanto, a preferncia alimentar de cada espcie, demonstrandonossa ateno sua presena e hbitos. Entretanto, vrias espcies podem ser classificadas dasduas formas, dependendo da poca ou do habitat observado.

    As formigas carnvoras so assim chamadas as espcies que tm prefernciapelo hbito de caar presas vivas ou mortas, carregando-as inteiras ou em pedaos para suacolnia. Essas espcies se organizam ativamente na coleta de materiais animais, porm tmatrao por substncias doces como fonte de energia. Uma grande infestao de formigascarnvoras certamente afeta a atividade e a sobrevivncia de outros insetos e animais na reainfestada, como as cortadeiras e outras pragas agrcolas e domsticas.

    As formigas carnvoras so de vriosgrupos, entre elas as pequenas eirritantes formigas de fogo ou lava-ps,o grupo das formigas legionrias ou decorreio, que no tm residncia fixa, eainda as temidas formigas "tocandira"do Amazonas, que chegam a 4 cm decomprimento e atacam pequenosanimais.

    As Formigas Doceiras so aquelas cujo hbito preferencial procurar porsubstncias vegetais de vrios tipos, especialmente flores, frutos, exsudaes e nctares deplantas. Tm grande importncia agrcola, por ocorrer associado a colnias de pulges,cochonilhas e outras pragas secundrias, as quais podem acabar causando srios danos emmuitos cultivos anuais e perenes. Neste grupo se incluem as lava-ps e outras carnvoras, quetambm estabelecem estreita convivncia com esses insetos sugadores de seiva, em vez deatuar como predadores.

    Deste grupo temos as fomigasdomsticas, que invadem as despensasdurante a noite, as que invademcolmias de abelha atrs do mele as pequenas astecas que,juntamente com outrasespcies maiores,habitam as copasdas rvores.

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    3. Infestao de Formigas

    Refere-se quantidade total de formigueiros e/ou espcies de formigas em umarea. Em uma mesma regio poderemos encontrar reas com diferentes infestaes, cada qualrequerendo uma estratgia de manejo. O termo complexo de pragas bem apropriado parao grupo das cortadeiras no Brasil, pois normalmente mais de duas espcies ocorrem ao mesmotempo em qualquer tipo de terreno ou regio. Cada espcie de formiga se instala em umaparte especfica do terreno, dominando a superfcie do solo ou a vegetao, em atividade diurnaou noturna. Vrias espcies sem importncia agrcola ocorrem em qualquer rea em grandenmero. As estratgias de manejo de reas infestadas so baseadas no levantamento prvio dainfestao para o controle em nveis aceitveis. Alguns exemplos de fichas prticas para arealizao do levantamento e monitoramento de infestaes so apresentadas nos captulosVII.1 e VII.2.

    Levantamento de infestao a ao de pesquisar, de forma prtica, uma reainfestada, anotando as observaes em fichas, relatrios ou simples mapas de localizao. A melhormaneira para se encontrar formigas colocando comida de formiga, de forma organizada, pela reaestudada, observando-se a infestao por alguns dias. Bagaos de laranja, po, farinha e outrasiscas podem ser usados para atrair as cortadeiras e iniciar uma trilha at perto de sua colnia.Ocalendrio de controle baseado nas seguintes respostas para cada rea pesquisada:

    1. as espcies que ocorrem;

    2. a localizao do ninhos;

    3. a quantidade e o tamanho dos ninhos.

    Monitoramento de infestao o acompanhamento da histria e evoluo dainfestao em cada rea, repetindo o levantamento da infestao em perodos semestrais, anuais oubianuais, conforme a necessidade.O monitoramento deve nos permitir adaptar as estratgias de controleintegrado, atravs de duas anlises:

    a) dos custos e resultados dos mtodos de controle empregados nos ltimos anos, emcada rea infestada;

    b) qualquer tendncia ao equilbrio, aumento, diminuio ou outras mudanas nainfestao.

    Os produtores devemprevenir-se quanto ao

    aumento do nmero decolnias por hectare.

    `reas com 10 colniasadultas por hectare setornam imprprias aoplantio. Porm, isto s

    ocorrer se no houvercontrole durante 3 a 4

    anos seguidos. Qualquertendncia de aumento da

    infestao detectadacom o levantamento

    anual ou bianual da rea.

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    4. Manejo Integrado de Pragas

    Aps ter sido constatado, no incio dos anos 60, que no se podia depender somentedos produtos qumicos para um adequado controle dos efeitos dos insetos na agricultura e nasade humana, cresceu novamente o interesse pelo desenvolvimento de mtodos alternativos.Nas ltimas dcadas buscou-se desenvolver uma nova mentalidade no que diz respeito aocontrole de pragas, atravs do uso de um conjunto de medidas que se convencionou chamarControle Integrado de Pragas. O controle denominado Integrado quando agentesqumicos apropriados so usados paralelamente ao controle biolgico. Quando o controle docomplexo de pragas envolve a compreenso da ecologia do ecossistema agrrio e do ambienteao seu redor, o termo Manejo Integrado de Pragas empregado.

    Preveno de danos conseguida atravs de mtodos que impedem as formigasde causarem danos s nossas atividades, sem o controle direto das colnias. Duas tcnicas sedestacam na proteo direta das plantas em reas infestadas: o tratamento de mudas de rvorescom protetores fsicos e a escolha de variedades tolerantes na formao de pastos e florestas.Prticas integradas de melhoramento da cultura, como preparo de solo, cobertura morta e viva,consorciao e rotao de culturas e, principalmente, o cuidado no monitoramento da infestao,so muitas vezes suficientes para prevenir danos em reas manejadas (ver captulo V).

    Perturbao de colnias o mtodo que objetiva a desorganizao edesestruturao do formigueiro, deixando-o inativo ou amuado por perodos de dias ousemanas. Um tratamento de controle qumico, fsico ou biolgico, quando no aplicado comeficincia, provoca o amuamento do formigueiro, ou seja, a atividade retorna dentro de 30 a90 dias. A perturbao qumica ou fsica tem grande utilidade para interromper, por curtoperodo, ataques e prejuzos inesperados ocasionados pelas cortadeiras. um controle deemergncia para no deixar o ataque ocorrer livremente. As tcnicas de perturbao, aplicadasrepetidamente e com severidade sobre uma colnia amuada, podem resultar no seu controle(ver captulo V).

    Controle de colnias a eliminao definitiva de uma colnia, causada peladestruio direta ou indireta das formigas. A morte natural de um formigueiro somente ocorrealgumas semanas aps a morte da rainha, at a paralisao total e morte das operrias (vercaptulos IV, V e VI).

    Controle Qumico: a utilizao de substncias qumicas cuja composio letalpara a colnia. Os produtos formicidas so apresentados, atualmente, nas seguintes principaisformulaes: iscas, ps, neblinas, lquidos e gases, com doses variando em torno de 10 g/m2, 10g/m2, 5 ml/m2, 5 ml/m2 e 5 ml/m2, respectivamente. Algumas substnicas alternativas apresentamefeito prejudicial sobre o ninho das cortadeiras, como a cal virgem. Entretanto o controle s obtido, com freqncia, em colnias novas com at 1 m2 de rea, porque as formigas soorganizadas com esquemas de defesa eficientes contra uma srie de materiais e substncias.

    Controle Fsico: aplicado atravs de tcnicas de ao direta no formigueiro. P. ex.:destruio por escavao, remoo ou compactao de uma colnia, inundao forada,saturao com materiais slidos, como cal virgem, entre outros. A remoo e destruio manualde formigueiros pequenos de savas e quenquens o mtodo mais seguro, eficiente e barato decontrole de novas colnias.

    Controle Biolgico: a ao dos inimigos naturais das cortadeiras, responsveis pelocontrole de at 80% da sua reproduo, naturalmente. Estudos em algumas reas indicamnveis de mortalidade de at 99% na fundao do ninho. Os efeitos de vegetais, parasitas,predadores e microorganismos, bem como de seus produtos naturais, esto sendo pesquisadosativamente no Brasil e em outros pases no controle de formigas, com perspectivas de novasclasses de formicidas para o futuro.

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    I I . BIOLOGIA E ECOLOGIA DAS FORMIGAS CORTADEIRAS

    1. Construo do Ninho

    Cada espcie de sava e quenqum tem um padro prprio para a construodo ninho, com um sistema complexo de cmaras, chamadas de panelas, e canais deligao. Atravs da abertura e fechamento de panelas, canais e olheiros, as colnias seabrigam e defendem, mantendo o ambiente interno prximo a 80% de umidade relativae entre 20 a 25 C.

    A arquitetura tpica de um sauveiro grande a seguinte:

    Olheiros de aterro e de forrageamento

    A movimentao das formigas pode serobservada em formigueiros muito ativos, de parapermitir que elas cortem e carreguem o saco plsticodas embalagens de iscas ou de raes para animais.Elas normalmente entram com os pedaos deplstico pelos olheiros de forrageamento para, aps2 a 3 dias, retirar os mesmos pedaos grandespelos olheiros de aterro. Na rea do aterro, sobreo formigueiro, o trnsito sempre de sada degros de terra, o que faz aumentar continuamenteo tamanho do formigueiro. Tambm soretiradas do ninho formigas mortas e outrosmateriais, que sero aterrados com o tempo. Osolheiros de forrageamento se localizam perto oua dezenas de metros do formigueiro, por ondecirculam as operrias e soldadas envolvidas coma coleta de plantas. As trilhas de forrageamentosempre comeam num desses olheiros.

    Trilhas ou carreiros

    As cortadeiras formam caminhos bemlimpos e delimitados, cortando a vegetao maisrasteira ou abrindo tneis sob as plantas rasteirase ervas, por onde transitam com cargas s vezesbem acima do seu prprio peso. As savas equenquns andam dezenas ou centenas demetros por sistemas de trilhas e ramais, o quepermite a uma colnia realizar o trabalho de cortenum raio de 500m e manter a superioridade sobreoutras cortadeiras. As trilhas so conservadastransitveis somente enquanto h atividade decorte na sua direo, podendo ser abandonadaspor grandes perodos e posteriormente reabertaspara novo ciclo de forrageamento.

    Formigueiro aparente ou reade terra solta

    Assim so chamados os montes de terragranulada que resultam das escavaes doninho, que so acumulados, em geral, logo acimaou prximo do ninho subterrneo. O volume domonte de terra tem correspondncia com otamanho da escavao subterrnea; porexemplo, um sauveiro com um monte de terrade dimenses de 4x4x0,5 m ter 8 m3 de terraacumulada e, aproximadamente, um ninhoescavado no solo com at 4 m3 de volume. A reado ninho aparente a base de clculo para asmedidas de controle de formigueiros. A rea doformigueiro, para efeito de clculo de dosagemde formicida, corresponde ao produto da maiorlargura pelo maior comprimento.

    Panelas

    So as cmaras escavadas e habitadaspelas formigas, interligadas entre si e com oexterior por um sistema de canais. Em geral socilndricas e largas, podendo atingir desde poucoscentmetros at mais de 1 m de altura. Osformigueiros grandes em geral possuem vriaspanelas ocupadas pelo jardim de fungos e vriasvazias, sendo algumas abandonadas com lixo erestos de escavaes.

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    formigueiro aparente ourea de terra solta

    trilha

    panelas olheiro deforrageamento

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    2. Descrio da Populao

    Como todo inseto, o corpo das formigas formado por cabea, trax e abdmen.As antenas das formigas so nicas entre os insetos, aparecendo dobradas ou articuladas nomeio, sendo s vezes confundidas com um par de patas, porm, os 3 pares de patas de qualquerinseto esto sempre ligados ao trax. Na cabea encontramos, alm das antenas, um par depequenos olhos e a boca, que nas cortadeiras adaptada para limpar, cortar, carregar e defender.As cortadeiras e algumas outras formigas possuem alguns pares de espinhos no dorso do trax,s vezes tambm na cabea, que so teis na separao das espcies. O abdmen concentraos rgos de respirao, excreo e reproduo das cortadeiras; outras espcies de formigasapresentam ferro venenoso na ponta do abdmen, usando para se defenderem e atacar suaspresas. Estas caractersticas podem ser facilmente vistas com o uso de lentes de aumento simples.

    As formigas e outros importantes insetos sociais, como as abelhas, as vespas e osmarimbondos, formam colnias por meio da cooperao entre seus membros, que se organizamem torno de uma ou poucas fmeas frteis chamadas de rainhas. Independentemente de qualseja o padro de cada indivduo, toda a populao nasce dos ovos colocados pelas rainhas.

    Nas cortadeiras, o nascimento das operrias se d, em mdia, aps 70 dias, passando30 dias na fase de ovo, 30 dias como larva e cerca de 10 como pupa, da qual o adulto se forma como tamanho e tipo definitivos. Isto significa que uma operria no se transforma em soldada ou rainhacom o tempo, porm permanece em seu prprio tipo por toda sua vida; em termos gerais, umaoperria vive cerca de 6 meses, j a rainha de certas espcies pode viver mais de 20 anos.

    A composio bsica de uma colnia de formigas cortadeiras a seguinte:

    Ovos, larvas e pupas

    So as formas jovens, ou imaturas, das formigas.So encontradas imveis, principalmente sobreos jardins de fungo, alimentadas pelas operriasjardineiras.

    Operrias jardineiras e cortadeiras

    Vrios tipos de operrias com cores e tamanhosdiferentes coexistem na mesma colnia, em geralrealizando apenas algumas das diversas tarefas.So chamadas de jardineiras as operriasmenores envolvidas no cultivo do jardim de fungoe nos cuidados com a rainha, ovos, larvas e pupas.As operrias de tamanho mdio fazem o corte,transporte e cuidados iniciais dos vegetais, aescavao do ninho e outras atividades, sendopor isto chamadas de cortadeiras.

    Operrias soldadas

    So as operrias maiores e mais fortes, chamadasde cabeudas, que cuidam principalmente dadefesa do formigueiro. Encontraremos vriassoldadas acompanhando e mesmo ajudandooutras operrias nos carreiros de trabalho, porm dentro do formigueiro que elas se encontramem grande nmero.

    Rainha

    a nica fmea reprodutiva desde a fundaodo formigueiro at sua morte, isto , a rainha ame de todos os ovos de onde nascero as outrasformigas. A rainha controla no somente aquantidade de soldadas, operrias e aladas quenascem como tambm o ritmo de trabalho dacolnia em cada estao. Todas as espcies deimportncia parecem possuir apenas uma rainha,de modo que a sua morte determina a extinodo ninho.

    Novas rainhas e machos alados

    Em colnias adultas nascem, todos os anos, antesda estao chuvosa, formigas grandes e com asas(aladas), que no primeiro perodo de chuvas saemem revoada do formigueiro, nunca maisretornando, buscando o acasalamento e afundao de novas colnias. Os machos,chamados de bitus ou zanges, morrem logo apsa poca do acasalamento. costume em vriospases a preparao de petiscos comestveis comas jovens rainhas de cortadeiras, conhecidas portanajuras ou is.

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    ovos

    novas rainhas emachos alados

    soldadascortadeiras

    jardineiras

    rainha

    larvas epupas

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    3. Nutrio

    As formigas cortadeiras no so propriamente vegetarianas como se imagina primeira vista, isto , elas no comem as folhas e outros materiais aps o corte, pelo menos nodiretamente. Elas se alimentam, preferencialmente, de fungos que crescem sobre as folhastratadas dentro do formigueiro. As folhas so cortadas em pedaos minsculos e empilhadas,formando uma massa esponjosa com a aparncia de mofo e bolor, que produz minsculoscogumelos que alimentam a colnia. Estes jardins de fungos so encontrados ocupando amaior parte das panelas dos formigueiros, cada espcie com seu arranjo caracterstico.

    Outras formigas no cortadeiras, bem como outras poucas espcies de insetos,tambm utilizam fungos na sua alimentao, que crescem naturalmente sobre folhas, frutos,madeira e outros materiais orgnicos em decomposio. A razo pela qual as cortadeiras tantopreocupam todos os que cultivam plantas que, dentre todas as formigas, parece que somenteas savas e as quenquns cortam as plantas verdes para cultivar, no seu ninho, o prpriofungo.

    As operriascortadeirastrazem para oformigueirograndes pedaosde vegetais. Apspassar por umasrie de etapas delimpeza etrituramento, asjardineirasinserem omaterial novo naspilhas dos jardinsde fungos. Omaterial velho constantementeretirado para aspanelas de lixo.

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    4. Fases de Desenvolvimento de uma Colnia de Savas

    A. Fundao do ninho: as jovens rainhas so fecundadas quando abandonamdefinitivamente a colnia em vo nupcial, durante o qual elas atraem os machos e sofertilizadas por eles, garantindo a produo contnua de ovos. Aps a fecundao, pousam nosolo, cortam as prprias asas, escavam uma pequena cmara e, normalmente em menos de 24h, funda um novo formigueiro. Imeditamente iniciam a postura de ovos e o cultivo do fungoalimentcio. O nascimento das primeiras operrias acontece 50 a 70 dias aps a postura.

    B. Sauveiro jovem: a abertura do primeiro olheiro se d em torno de 2 a 3 meses aps afundao, com as primeiras operrias assumindo as tarefas de construo e organizao danova colnia. Nos meses seguintes, na regio Centro-Oeste, uma populao de poucas centenasde operrias manter um nico e pequeno olheiro aberto, com aproximadamente 10x10 cm,e uma nica cmara interna pouco profunda no solo, em torno de 30 a 60 cm. Prximo decompletar o primeiro ano, a ninho se aprofunda a mais de 80 cm no solo e a populaoaumenta continuamente, aumentando conseqentemente a rea do formigueiro para em tornode 1 m2. Nesta fase ainda no so encontradas as soldadas entre as operrias.

    C. Sauveiro mdio: a partir do primeiro ano de fundao o formigueiro cresce lateralmentee em profundidade, promovendo a abertura de dezenas de olheiros em um ano. Nos primeiros2 anos de vida a colnia investe sua energia na construo do ninho e no crescimento dapopulao, com a produo de soldadas, mas dificilmente de reprodutores. A populao dosauveiro atinge vrias dezenas de milhares de operrias.

    D. Sauveiro adulto: a partir do terceiro ano de vida, nascem os machos e fmeas sexuadospara o processo de reproduo, que se d atravs das revoadas anuais. Neste estgio, apopulao de operrias constituda de jardineiras, cortadeiras e soldadas; o formigueiro cresecontinuamente enquanto forem favorreis as condies do ambiente interno e externo, podendoalcanar alguns milhes de operrias no 10o ano de vida.

    E. Supercolnia: pode-se afirmar que uma colnia com vrios milhes de operrias e maisde 100 m2 de rea corresponde ao climax que um sauveiro pode alcanar. A partir do oitavoano o tamanho e a populao do formigueiro tendem a crescer menos acentuadamente, pormem dcadas de atividade uma supercolnia pode ser formada por mais de 10 milhes deoperrias e atingir mais de 500 m2 de rea.

    F. Morte: vrios fatores podem causar a morte de uma colnia, entre eles a falta de vegetalpara o cultivo do alimento ou a sua contaminao; acidentes climticos ou fsicos comoinundaes, secas e desmoronamentos, a ao de inimigos naturais (incluindo o homem) e,entre outros, a morte natural da rainha. Aps sua morte, o formigueiro colonizado por umasrie de animais e microorganismos e invadido por razes de plantas vizinhas, de forma quetoda a matria orgnica acumulada ao longo dos anos e a estrutura fsica avantajada resultamem benefcio ao ambiente.

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  • 1. As Iscas Formicidas

    As iscas formicidas so geralmente compostas de bagao de laranja e leos vegetais,principalmente leo de soja, que so impregnados com o inseticida mas continuam atrativoss cortadeiras. Os grnulos de isca so muito semelhantes a raes peletizadas para peixes,frangos, gatos e outros animais domsticos. As principais variaes entre as diferentes marcasde isca so o tamanho dos grnulos, a qualidade dos atrativos e o tipo e a dose do inseticidautilizado. As iscas apresentam eficincia bem regular em colnias com tamanhos de at 80 a100 m2, porm diminuem sua eficcia com o aumento do tamanho do formigueiro. Podeacontecer que uma determinada isca seja eficiente para o controle em uma regio e menoseficiente em outro ambiente.

    A aplicao correta de iscas depende de recomendaes simples e prticas, quedevem ser seguidas risca para o sucesso no controle. As duas causas mais comuns de insucessono uso de iscas so a falta de leitura do rtulo e bula da embalagem ou a perda de atratividadedas iscas.

    A proteo mnima para o aplicador de iscas usar luvas de borracha ou envolveras mos em sacos plsticos descartveis, usar camisa de mangas compridas e deixar a barra dacala por fora do calado.

    Sempre que possvel, deve-se usar algum material para proteger as iscas do mautempo e de outros animais, usando a tcnica do porta-iscas. As iscas devem ser protegidas docalor do sol, da umidade e do vento, pois perdem a atratividade e se estragam com facilidade.

    Por serem atrativas a muitos animais, as iscas no devem ser jogadas pelo terreno, disposio degalinhas, patos, periquitos, bem-te-vis, sbias, anus, emas e outras aves e passarinhos, assim comogatos, cachorros, porcos, cavalos e vacas, entre outros animais domesticveis, alm de bichos depequeno, mdio e grande porte.

    I I I . CONTROLE QUMICO

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    Primeiro passo

    Ler o rtulo e a bula do inseticida. O aplicador deve conhecer a maioria das informaes alicontidas para uma aplicao correta.

    Dicas - o patro ou o responsvel pela aquisio e aplicao das iscas deve ler para osaplicadores as informaes do fabricante, para assegurar uma aplicao correta de cada marca.

    Segundo passo

    Calcular a quantidade de isca para cada formigueiro, de acordo com a dose especificada nortulo de cada marca. Em geral as iscas so indicadas na razo de 10 gramas para cada metroquadrado de terra solta do ninho da colnia. Desse modo, necessrio calcular a rea de cadaformigueiro em metros quadrados e multiplic-la pela dose indicada.

    Dicas - a quantidade de isca que corresponde dose padro de cada marca, isto , gramas deisca por m2 de formigueiro, pode ser conhecida com o uso de uma referncia fixa, como, porexemplo, caixas de fsforo ou copos descartveis exclusivos para esse fim; com a ajuda deuma balana e com ao menos 40 repeties da medida pode-se treinar um aplicador. A aplicaocom uma referncia padro facilitada porque pode ser feita com preciso logo aps a medioda rea de cada formigueiro.

    Alguns tipos de porta-iscas, como o exemplo abaixo, so encontrados nocomrcio, mas outros materiais podem ser utilizados com boa eficincia e praticidade,especialmente:

    a) pedaos de bambu, garrafinhas plsticas e outros pequenos recipientes quepodem conter mais de cem gramas de isca, sendo teis na aplicao de grandesdoses. Os recipientes utilizados como porta-iscadevem ser destrudos aps o uso;

    b) bombons de isca, que so pequenasquantidades de isca embaladas em plsticosfinos, amarrandos nas extremidades comobombons. So prticos e econmicos,permitindo a produo de grande quantidadede porta-iscas prontos para aplicao ediminuindo o manuseio de iscas em campo eos custos de aplicao no manejo em pequenase grandes reas. As cortadeiras tm facilidadepara cortar plsticos de vrias espessuras e tipos,e comum observ-las carregando o prprioplstico junto com a isca; o plstico cortadocostuma ser colocado junto com o lixo para forado ninho, dentro de poucos dias.

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    O levantamento da infestao determina a rea total dos formigueiros no local a ser tratado, por m2.O aplicador pode confeccionar saquinhos contendo a dose padro para cada m2 de formigueiro,consultando a embalagem da isca. Dessa maneira, a operao de campo mais organizada,eficiente e rpida.

    Terceiro passo

    Escolher alguns carreiros ativos de forrageamento, ao menos dois para cada colnia, os quaisdevem ser capazes, de carregar toda a isca na mesma noite de aplicao. Dessa forma a dosagemtotal dividida pelo nmero de olheiros ativos, proporcionando maior rapidez e distribuioda isca pelo ninho e maior eficincia de controle. No aplicar iscas em olheiros fechados ousem atividade.

    Dicas - em pequenas reas pode-se colocar algum atrativo nos olheiros mais ativos, nasvsperas da aplicao da isca, buscando mant-los em grande movimento. Um carreiroativo de uma colnia mdia pode coletar em uma noite um po de 50 gramas, ou umpunhado de arroz, milho, aveia, biscoito, farinha, bolo, bagao de laranja, folhas frescas delaranjeira e outras plantas, rao para peixes, aves, porcos, vaca, cachorro, gato etc., entretantos outros atrativos. Essa prtica ajuda na observao dos hbitos de forrageamentodas espcies locais e no treinamento dos aplicadores, aumentando a eficincia de controlepor pessoas pouco experientes.

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    Quarto passo

    Aplicar as iscas ao lado de cada carreiro ativo, a uma distncia maior que 2 a 3 metros daentrada do olheiro. No aplicar sobre o carreiro ou dentro do olheiro, pois, quando atrapalhamo trnsito, podem ser jogadas para fora do caminho e ignoradas pelas formigas; alguns poucosgrnulos devem ser colocados pelo caminho para facilitar a localizao das iscas. Nunca aplicarnos carreiros de aterro sobre o ninho, pois as formigas continuam seu trabalho e cobrem asiscas com gros de terra ou lixo.

    Dicas - os porta-iscas devem ser dispostos de modo que evite o acmulo de gua. Em reascom a presena de crianas e animais, deve-se colocar os bombons dentro de um tijolofurado ou embaixo de uma pedra ou um pedao de madeira para que somente as formigasencontrem as iscas; essa tambm a nica garantia de que elas realmente carregaro toda aisca oferecida.

    Deve-se colocar a dose exata indicada na embalagem. A isca deve ser colocada nas laterais dealgumas trilhas de corte ativas, a uma distncia maior que 2 a 3 metros do olheiro de entrada, ou naprpria regio do ataque s plantas. Nunca deixar as iscas expostas ao do tempo e ao alcance deoutros animais: utilize o porta-iscas.

    Quinto passo

    Destruir as embalagens das iscas e os porta-iscas caseiros aps o uso, de preferncia enterrando-osem local de lixo txico. No recomendvel guardar sobras de iscas ao fim do perodo deaplicao, pois so perigosas para pessoas e animais e estragam com facilidade; devem serutilizar as sobras em alguma colnia nas proximidades da rea tratada, como estradas e aceirosou, com a permisso dos proprietrios, aplicar em propriedades vizinhas.

    Dicas - evite o desperdcio de iscas e a contaminao ambiental.

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    2. Os Formicidas em P

    Os formicidas em p so aplicados com bombas insufladoras/polvilhadeirasespecficas para esse uso. So geralmente compostos de minerais inertes impregnados com oinseticida, matando as formigas que tiverem contato com o p. As principais variaes entre asdiferentes marcas de isca so a qualidade dos inertes e o tipo e a dose do inseticida utilizado.Os ps so usados com eficincia bem regular em colnias pequenas e mdias, mas suaeficincia diminui com formigueiros de 60 a 80 m2. Os ps proporcionam no controle rpido eeficiente das formigas contaminadas, mas a principal dificuldade tcnica que apresentam adistribuio do inseticida dentro de todo o ninho em uma nica aplicao; em formigueirosgrandes comum a necessidade de duas a quatro aplicaes para exterminao.

    A aplicao correta dos ps deve seguir risca as recomendaes de uso. Amanipulao de agrotxicos na forma de p perigosa para o aplicador e o meio ambiente. Asduas causas mais comuns de insucesso no uso dos inseticidas em p so a aplicao incorretae o uso de produtos vencidos ou imprprios s cortadeiras. Os formicidas em p perdemeficincia na presena de alta umidade no solo, pela ao da gua e pelo bloqueio de algunscanais do ninho, o que impede uma boa distribuio do produto pela colnia; a aplicao emperodo de baixa umidade de solo resulta em melhor distribuio e efeito mais eficiente.

    A proteo mnima para o aplicador usar luvas de borracha, camisa de mangascompridas com proteo extra sobre o peito (como um avental impermevel), mscara derespirao, culos protetores e barra da cala por fora do calado. Os acidentes costumamocorrer durante a abertura da embalagem, no enchimento das bombas de aplicao, no depsitoe descarte de sobras e embalagens e, principalmente, durante as aplicaes, devido aospersistentes vazamentos das juntas e conexes dos aparelhos aplicadores.

    Os formicidas em p so txicos para vrios outros animais e para o homem em particular, de modoque no devem ser espalhados pela superfcie do terreno, onde podem contaminar pessoas, animais,plantas, solo e gua; um monte de p inseticida em um terreiro facilmente espalhado pelo vento,pela gua e pelos animais. A aplicao do p dentro de sauveiros pode ser simulada com uma prticabastante simples: umas dez garrafas plsticas transparentes so conectadas entre si com mangueiras3/4" e conexes em T, de modo a representar hipoteticamente um ninho com dez panelas. Utiliza-se um p inerte para a prtica, por exemplo cal, calcrio, gesso ou talco entre outros; aplica-se o pna mangueira principal do modelo de formigueiro. Desta forma pode-se observar a distribuio e oacmulo do p pelos canais, conexes e panelas. Esta prtica ajuda na calibrao do mtodo e notreinamento de aplicadores.

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    Primeiro passo

    Ler o rtulo e a bula do inseticida. O aplicador precisa conhecer a maioria das informaes alicontidas para uma aplicao correta.

    Dicas - o patro ou o responsvel pela aquisio e aplicao do formicida em p deve ler asinformaes dos fabricantes para os aplicadores, assegurando a aplicao correta de cada marca. importante tambm testar as bombas aplicadoras e estar seguro das regulagens ordinrias ede sua manuteno .

    Segundo passo

    Calcular a quantidade de p para cada formigueiro, de acordo com a dose especificada nortulo de cada marca. Em geral so indicados em torno de 10 gramas do produto em p paracada metro quadrado de terra solta do ninho da colnia. Desse modo, necessrio calcular area de cada formigueiro em metros quadrados e multiplic-la pela dose indicada.

    Dicas - no h como medir a dosagem exata de inseticida em p em campo sem o uso deuma balana; os aparelhos aplicadores de p em geral no possuem uma adaptao segurapara permitir a dosagem correta durante as aplicaes, e as adaptaes improvisadasprovocam maiores riscos de acidentes. Dessa forma, a aplicao de p no feita,geralmente, de acordo com a dose, mas com a inteno de saturar o ambiente doformigueiro com o p inseticida, o que difcil em colnias de maior tamanho; fcildemonstrar que esse mtodo de aplicao, apesar de eficiente, redunda em superdosagemdo inseticida e no aumento dos custos.

    Terceiro passo

    Escolher alguns olheiros sobre o ninho com grande atividade de descarrego de lixo e refugos,ao menos dois para cada colnia; olheiros fechados ou pouco ativos no devem mais estarligados ao centro da colnia. No aplicar nos olheiros distantes do ninho, por onde as formigasentram com as plantas cortadas, pois eles podem estar a mais de 20 metros da colnia e tantoo trabalho como o inseticida aplicados nesses olheiros so perdidos. Dessa forma, a dosagemtotal dividida pelo nmero de olheiros ativos sobre a colnia, proporcionando maior rapideze distribuio do p pelo ninho e maior eficincia de controle.

    Dicas - deve-se retirar, sempre que possvel, a terra solta de cima do ninho, buscando-se oscanais de maior espessura que surgem logo abaixo da terra solta do formigueiro, na terra firmedo solo; dessa forma evita-se o acumulo de p na superfcie e realiza-se uma aplicao maisprofunda e uniforme.

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    Quarto passo

    Aplicar o p em vrios olheiros ativos, fechando-se todos os outros orifcios por onde a fumaada aplicao venha a escapar. A operao deve terminar quando, ao serem tratados algunscanais, no surgirem novos pontos de escape de fumaa aps 10 a 20 insuflaes seguidas.

    Dicas - vrios tipos de aplicadores de formicida em p so encontrados no comrcio, variandosua capacidade de aplicao e a qualidade do material. Para a calibrao inicial de cada aparelhoaplicador e treinamento de aplicadores, devem ser tratadas algumas colnias com materialinerte e barato na forma de p micropulverizado, como talco, gesso, cal e calcrio, pois asprimeiras aplicaes oferecem grande risco de acidentes com o agrotxico (essa prtica evita odesperdcio de inseticida com aplicaes excessivas). Especial ateno deve ser dada aoposicionamento do aplicador em relao ao vento e declividade: deve-se trabalhar contra ovento e iniciar o servio nas partes mais baixas de uma rea inclinada infestada.

    A aplicao correta de formicidas em p eficiente, desde que haja o treinamento bsico dosaplicadores. O manuseio indevido de inseticidas em p de grande risco para a sade do trabalhador.Para evitar o desperdcio de inseticida, acidentes de trabalho e contaminao, deve-se fazer acalibrao do aparelho.

    Quinto passo

    Destruir as embalagens dos formicidas aps o uso, de preferncia enterrando-as em local delixo txico. No recomendvel guardar sobras de p ao fim do perodo de aplicao, poisso perigosas para pessoas e animais e se degradam com facilidade; as sobras devem ser utilizadasem alguma colnia nas proximidades da rea tratada, como estradas e aceiros, ou, com apermisso dos proprietrios, em propriedades vizinhas.

    Dica - evite o desperdcio de inseticidas e a contaminao ambiental.

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    3. Outras Formulaes

    Alm das formulaes em isca e p, existem outros trs tipos principais de formicidasem uso atualmente, apresentadas na forma de neblina, gs e lquido. Essas tcnicas oferecemdiversos graus de dificuldade de clculo da dose e manipulao de equipamentos, o que obrigaao uso de protees especficas para o aplicador; tambm apresentam algumas restries porrazes econmicas, ambientais ou de praticabilidade agrcola.

    Neblina: a prtica de aplicao deneblina txica dentro dosformigueiros relativamente antiga,desde o uso de insufladores deenxofre e arsnico no comeo dosculo. Atualmente existemformulaes especficas para aaplicao com aparelhosmotorizados, em geral costais,conhecido por termonebulizadores.So utilizadas misturas base deleo que so aplicadas emtemperaturas elevadas e sob pressodentro dos formigueiros. A eficinciada termonebulizao regular paracolnias de todos os tamanhos,porm os altos custos de aquisio eutilizao do aparelho tornam omtodo indicado para o manejo degrandes reas infestadas, compessoal devidamente treinado eorientao tcnica.

    Gs: o formicida brometo de metila apresenta eficincia regular em colnias de at 100m2,perdendo eficincia em supercolnias devido dificuldade de uma distribuio uniforme dogs dentro dos ninhos em uma nica aplicao. Entretanto, o uso de produtos base de brometode metila est sob controle do governo federal, que assinou protocolo internacional para suaproibio total at o ano de 2005, devido contaminao da atmosfera decorrente do seu uso.Desta forma deve-se evitar sua recomendao e uso.

    Lquido: o uso de formulaes lquidas de produtos formicidas geralmente limitado apequenas reas e ao controle de formigueiros pequenos e mdios, devido dificuldade detransporte e aplicao de grandes quantidades de gua nas propriedades rurais. A aplicaode formulaes lquidas em formigueiros ainda oferece maiores riscos de acidentes.

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    IV. CONTROLE FSICO

    1. Proteo de Plantas

    Mudas e rvores pequenas

    O princpio simples: o material usado deve impedir que as formigas encontrema planta ou que subam pelo seu caule, sendo barradas antes dos primeiros galhos. A reaodas formigas tambm direta: tentam cavar a passagem por baixo de alguma barreira nosolo, cortar e destruir a barreira, empurrar umas s outras para forar de algum modo apassagem, e, entre outras possibilidades, procurar por pontos vizinhos de acesso quelaplanta de sua escolha. Devido irregularidade do crescimento dos troncos e da largura doscaules de rvores adultas, difcil estabelecer uma tcnica que seja ao mesmo tempoeconmica e eficiente para todos os casos.

    a) A tcnica de proteo que mais se destaca o amarrio de uma saia ou coneinvertido, feito de laminados plsticos e outros materiais com superfcie lisa epouco flexveis, como sacos plsticos lisos de adubo e embalagens metalizadasde alimentos, que podem ser recolhidos em grande quantidade e com baixocusto, ao longo do ano. As mais prticas e eficientes embalagens reciclveis sosacos metalizados de salgadinhos diversos, caf em p, biscoitos e outros gnerosalimentcios. O tamanho deve ser suficiente para cortar os crculos de 20 cm dedimetro, que so aplicados conforme a figura desta pgina. Na amarrao deve-se usar material resistente s formigas e que no estrangulem o crescimento daplanta; podem ser usadas tiras de cmara de bicicleta ou fita veda-rosca comum.

    Os cones de proteo de mudas oferecem grande eficincia quando aplicados amudas de mdio e grande porte somente; mudas pequenas, plantas finas e tenras,com caules de at 1 cm de dimetro, podem ser cortadas logo abaixo de umaproteo eficiente, sendo derrubadas e atacadas no cho. Grandes quantidadesde mudas devem ser tratadas antes de serem plantadas, pois o tratamento aps o

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    plantio mais caro, cansativo, lento e menos uniforme. Com alguma prtica eorganizao, um trabalhador pode tratar cerca de duzentas mudas em um dia.Mudas de rpido crescimento devem ser revisadas a cada seis meses, pois ocrescimento do caule e dos brotos pode afrouxar as protees. Plantas decrescimento lento devem ser revisadas ao menos uma vez por ano, devidoprincipalmente ao desgate natural das protees. A manuteno deve serfeita junto capina ou em seguida a ela no coroamento e em outras operaesde desbaste.

    Outras opo a l de ovelha, que se mostra menos eficiente que a tcnica docone, porm facilmente encontrada na zona rural e permite nveis de proteode 40 a 70% das plantas tratadas por algumas semanas; ela fixada em torno docaule como uma bandagem grossa de 15 a 20 cm de comprimento. O efeito debarreira ou repelente se perde com a chuva e o vento, que encharcam e sujamsua superfcie, permitindo a passagem das formigas. O uso de graxa ou vaselinaem torno de materiais de proteo pode aumentar a eficincia de proteo masexige constante manuteno, pois a chuva e o vento acumulam rapidamentedetritos na sua superfcie.

    No so eficientes os seguintes materiais: algodo, l de vidro, cabelos de animais,papel alumnio de cozinha e plsticos finos ou muito flexveis, entre outros.

    b) Outros dispositivos antiformigas: existem duas maneiras prticas para evitar queas formigas encontrem as mudas e rvores pequenas: a primeira manterabundante cobertura viva ou morta ao redor da planta, a segunda utilizardispositivos de plstico. A cobertura permanente da coroa da planta dificulta oacesso das cortadeiras, sendo usada com certa eficincia na preveno de danos;a cobertura tambm facilita a localizao do ataque, pois as formigas deixamuma trilha cortada na palha da cobertura.

    Dispositivos antiformigas bastanteeficientes na proteo de mudaspodem ser encontrados nocomrcio, como o modelo emdetalhe no desenho ao lado.Garrafas de plstico semi-rgidas derefrigerante de 2 litros podem serrecicladas na construo dedispositivo antiformiga, formandoum cilindro de 15 a 20 cm dealtura, mas tm menor eficinciaque os dispositivos comerciais; oacmulo de detritos na superfcieda garrafa permite que algumasformigas caiam dentro da proteo,da qual escapam, com muitafreqncia, por pequenos buracoscavados por debaixo da garrafa;por esses buracos pode ser iniciadoo ataque s plantas pelas suascompanheiras de colnia.

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    2. Proteo de Canteiros e Pequenos Espaos

    No existem mtodos eficientes de proteo de pequenas reas contra a presenadas cortadeiras. Vrios materiais, incluindo plantas repelentes e inseticidas qumicos, tm sidotestados na agricultura sem qualquer sucesso prtico. Regionalmente, podem existir plantasou consrcio de plantas efetivos na repelncia das cortadeiras locais, porm nenhum mtodofoi devidamente comprovado.

    AO MEXER COM O FORMIGUEIRO, PRINCIPALMENTE UM SAUVEIRO

    As formigas sobem rapidamente pelos ps e por todas as ferramentas usadas, como por exemploaplicadores, ps, enxadas e outras, sendo as soldadas as mais agressivas. Devem ser usadasluvas e botas simples de borracha, de punho e cano longos, salpicadas e encobertas de algummaterial em p seco e fino, como talco, cal, gesso e argila, entre outros. Estas medidas prticasde segurana permitem realizar qualquer tratamento ou escavao sem maiores problemas,desde que as botas e luvas se mantenham-se secas.

    3. Escavao de Colnias

    Colnias de quenquns so controladas eficientemente por escavao manual, umavez que normalmente so superficiais e no se aprofundam no solo; no leva mais do quealguns minutos para a destruio fsica de colnias grandes de quenqum localizadas em reasabertas. A escavao manual de sauveiros iniciais, 3 a 4 meses de idade, gasta entre 5 a 15minutos, enquanto uma colnia de 1 ano, em torno de 1 m2 de rea, consome cerca de 1 h detrabalho. Em incio de trabalho, dois homens podem abrir uma colnia de 4 a 6 m2 de rea,escavando uma profundidade mdia de 1,5 m. A escavao manual completa de um formigueirogrande pode levar dias; uma p mecnica ou retroescavadeira escava em alguns minutosformigueiros bem grandes, maiores de 50 m2 de rea. A escavao de sauveiros com mais deuma ano de idade somente deve se feita para complementar ou ser complementada por outromtodo, pois a eficincia de controle baixa. Aps a escavao sempre se segue a demoliodo formigueiro, durante o fechamento do buraco.

    Desta forma, pequenas reas urbanas e rurais podem ser mantidas sem reinfestaopelo prprio proprietrio ou responsvel pelo controle. Para grandes reas, empresasagroflorestais e grupos de produtores podem montar turmas de trabalhadores treinados emescavao de formigueiros jovens, que devem atuar somente algumas semanas entre o terceiroe quinto ms aps a revoada. A eficincia de escavaes no controle de novas colnias prxima a 100%; a dificuldade desta tcnica localizar todas as colnias pequenas em cadapassada. A garantia de eliminao da colnia a destruio da rainha, que facilmenteencontrada em formigueiros pequenos.

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    Em torno de 3 meses aps a revoada, quando os formigueiros iniciados na ltimarevoada se tornam visveis, pode-se exterminar toda a colnia de savas ou quenqunsescavando entre 30 e 50 cm de profundidade. Utilizando um enxado, procura-se a panelanica onde encontram-se a rainha, as primeiras operrias e o pequeno pedao de jardimde fungo cultivado pela nova colnia. Depois que o ninho eliminado, e fisicamente osjardins de fungo e as formigas destrudos, o buraco da escavao do formigueiro, em tornode 50x50x50, pode ser aproveitado para uma cova de plantio ou pode simplesmente serfechado e compactado. Dois trabalhadores podem eliminar dezenas de colnias iniciaisem um dia de trabalho, dependendo da facilidade em localizar as mesmas.

    A escavao manual praticada com eficincia em formigueiros com at 1 anode idade, quando tm mais ou menos 80 a 120 cm de profundidade mdia e em torno deduas a quatro pequenas panelas abrigando toda a colnia; a partir da, difcil escavartodo o ninho em uma nica tarefa. Quando no eliminada a panela com a rainha naprimeira tentativa, as formigas reabrem em poucos dias um canal para a superfcie, quepode ser seguido para localizar e escavar a panela com a colnia ou para aplicar outromtodo de controle.

    4. Compactao

    O mtodo de perturbao de colnias consiste em fazer desabar a estrutura doninho, destruindo as panelas e os sistemas de canais, danificando a massa de fungo, as crias eas operrias, com o auxlio de um enxado, alavanca e/ou socador manual. Esse mtodoproporciona a desestruturao da colnia por alguns dias ou semanas, em geral, aps o queela volta atividade normal, com a perda de algum tempo no seu ciclo.

    O controle fsico pode ser alcanado com a repetio da compactao, sempre quea colnia reaparecer ativa, especialmente durante os meses menos favorveis a ela. Pode-secausar a morte da colnia pela destruio consecutiva das crias e por danos causados rainha,ou somente por obrig-la a construir outro ninho e mudar de local numa distncia de centenasde metros, como comum acontecer com quenquenzeiros perturbados.

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    A compactao das colnias o mtodo mais tradicional utilizado para interrompero ataque de uma colnia ativa s plantas cultivadas, permitindo alguns dias ou semanas desegurana ao produtor. Como seu efeito temporrio e proporcional desestruturao causadano ninho, o mtodo deve ser complementado por outro qualquer quando for necessrio.

    5. Gradagem e Arao do Solo

    Apesar da pouca informao tcnica, sabe-se que as operaes de revolvimento napreparao do solo so eficientes no controle de reinfestaes, quando feitas nos primeirosmeses aps a poca das revoadas. O revolvimento do solo provoca a morte direta de parte dareinfestao e expe grande parte das colnias aos efeitos do clima e dos inimigos naturais.Eficincia de controle de mais de 50 % pode ser alcanada em reas de implantao de pastagensinfestadas por quenquns.

    No controle das savas, a tcnica de arao pode ser aplicada em reas onde se faz o preparo de soloprofundo aps o perodo de revoada, antes ou logo aps o surgimento dos olheiros iniciais, regulando-apara uma profundidade mdia de at 30 cm. Os discos e aivecas de equipamentos de pequeno e grandeporte podem ser abaixados manualmente, por um operador atento, ao passar sobre um olheiro inicial.

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    6. `gua e Fogo

    `gua quente eficiente no controle de colnias novas, recm-instaladas, bastandoem torno de 10 a 15 litros de gua fervente; o mtodo pode ser til para o controle nas pequenasreas urbanas e rurais. Formigueiros com mais de 6 meses de idade no so facilmentecontrolados com gua fervente; alm disso, a tcnica no deve ser aplicada ao p das plantas.

    A inundao de colnias com gua corrente pode ser realizada em casos raros,onde se encontre corrente de gua natural que possa ser desviada em grande volume para oformigueiro por alguns dias. A inundao deve ser efetiva, levando-se em conta que a vazode um cano de uma polegada, por alguns dias, no suficiente para causar transbordamentopelos olheiros ou provocar grandes danos a um formigueiro grande.

    A aplicao de combustveis dentro de formigueiros para queima interna do ninhono recomendvel, tanto por oferecer perigo excessivo de perigo ao aplicador e ao meioambiente quanto por apresentar completa incerteza dos resultados.

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    V. CONTROLE BIOLGICO

    1. Controle Biolgico Natural

    necessrio esclarecer que nem todas as tanajuras conseguem fundar formigueiros,sendo destrudas por inimigos naturais e condies adversas nos primeiros meses aps o seuincio. Estudos realizados nas dcadas de 50 a 70 demonstraram alguns casos em que at99,95% das tanajuras foram eliminadas por aves, tatus, sapos, lagartas, besouros predadores,formigas carnvoras e condies climticas adversas. No se sabe ao certo quais os nmerosatuais e reais desta tragdia em condies naturais ou agrcolas em qualquer regio do pas,mas esse nvel de controle depende diretamente da riqueza de elementos na natureza.

    Bons nveis de controle natural socomemorados por agricultores e pelanatureza, pois enquanto tragdiapara as formigas reprodutoras festana primavera: uma srie de animaisconta com esta abundncia de protenana poca da sua reproduo. Em regiesinfestadas este controle deve sercontabilizado, pois tem potencial paracontrolar entre 4.950 e 5.000 novasrainhas que um formigueiro de 4 a 6 anospode soltar numa nica revoada.

    2. Controle Biolgico Convencional

    Os produtos biolgicos de controle de insetos, usados em substituio oucomplemento ao controle qumico, so constitudos ou formulados de outros seres vivos, oschamados agentes de controle biolgico. O controle biolgico de pragas utiliza-se de outrosinsetos parasitas e predadores, bactrias e vrus, ou ainda dos produtos naturais extrados devegetais, microorganismos ou da prpria praga. No Brasil e em outras partes do mundo, vriaspragas agrcolas e vetores de doenas humanas esto sendo combatidos por produtos biolgicos,apresentando tima eficincia e segurana na sua aplicao. Existem duas linhas de pesquisae desenvolvimento para o controle biolgico de cortadeiras sendo investigadas no Brasil,respectivamente fungos parasitas (entomopatognicos) e produtos naturais.

    O uso de fungos parasitas mostra-se promissor em laboratrio e em alguns testes decampo, mas as vrias dificuldades de formulao e aplicao dos esporos contaminantes deveroser superadas para a utilizao da tecnologia. Os principais gneros de fungos utilizados nestaspesquisas so Beauveria e Metarhizium, que vm sendo coletados naturalmente de sauveirose quenquenzeiros contaminados em vrias regies do pas.

    Produtos naturais extrados ou sintetizados a partir de plantas e das prpriascortadeiras esto sendo incorporados em testes de novas iscas e formulaes formicidas. Extratosde plantas e feromnios das formigas, incorporados aos grnulos de isca, podem aumentar suaatratividade, seletividade e eficincia no controle, possibilitando, tambm, a reduo dasquantidades de produtos qumicos utilizados.

  • VI . CALEND`RIOS DE CONTROLE

    O calendrio de controle definido comparando-seo calendrio dos cultivos agrcolas,

    o ciclo das colnias das cortadeiras eas tcnicas de controle que podem ser aplicadas.

    difcil reunir ou simular situaes exemplares,tpicas de vrias regies e sistemas de produo.

    Um calendrio brasileiro teria que diferenciaros ciclos de 40 espcies de cortadeiras e

    os sistemas de produo de centenas de plantas cultivadaspara cada regio produtora.

    Os calendrios a seguir so generalizados e baseadosnas etapas mais importantes dos ciclos das formigas e dos cultivospara a regio centro-sul do pas (regies CO, SE e Sul), devendo ser

    detalhados para cada regio e/ou localidade infestada.

    Espera-se que este captulo permita aosprodutores, tcnicos e estudantes

    avaliar e adaptar, para cada sistema de produo, um

    CALEND`RIO DE CONTROLE REGIONAL.

  • 4 0

    Srie meio ambiente debate, 34

    1. Pequenos Pomares e FlorestasSistemas Agroflorestais

    Estes trs grandes grupos de sistemas de produo envolvem o manejo de longoprazo de talhes de diferentes idades e espcies, com ciclos de reforma variando de 10 a maisde 20 anos. De maneira geral, todas as espcies associadas a esses plantios so atacadas pelascortadeiras, cujo ciclo de vida tambm est em torno de 20 anos. O manejo de cortadeirassempre prticado, de forma integrada ou no, durante pelo menos 2 dcadas numa mesmarea, a fim de garantir nveis de produo na maioria das regies produtoras do Brasil.

    Os pomares necessitam no incio da colheita, a partir do 3 e 4 ano, intensos tratosculturais (podas, enxertias, adubao, coroamento, etc.) exigidos pelas constantes colheitas. Asflorestas para madeira so, geralmente, constitudas de uma ou poucas espcies vegetais comciclo de mais de 10 anos, algumas espcies formando novas florestas pela brotao da antiga.Os sistemas agroflorestais (SAFs) se distinguem pela consorciao e sucesso dos cultivosagrcolas e florestais, onde o manejo agrcola determina, em grande parte, a implantao dasespcies florestais.

    O calendrio agrcola para pequenos pomares foi adotado neste exemplo, devendoser adaptado aos sistemas florestais e agroflorestais. O calendrio de controle integra o controlequmico e fsico com o objetivo de controlar a infestao com idade de at 2 anos. O calendriode manejo comea meses antes do plantio, desde a produo de mudas ao nivelamento ecoveamento do terreno; o viveirista deve evitar os altos prejuzos ocasionados por ataquesinesperados de formigueiros localizados em um raio de at 500 m no entorno; as diversasetapas de preparo do terreno servem ao mapeamento da infestao e, em especial, para realizaro controle em reas infestadas por quenquns. O plantio no incio das chuvas, entre OUT. eDEZ., coincide com as revoadas e incio do ciclo das novas colnias.

    Alguns estudos vm apontando que determinadas espcies e variedades de eucaliptoe de fruteiras so tolerantes ou quase resistentes s infestaes de cortadeiras. Para fruteiras interessante observar o comportamento de diferentes plantas na regio, de modo a evitar asmais suceptveis e buscar as mais tolerantes, comparativamente em termos de produo.

    Em uma rea infestada o primeiro controle feito antes do plantio, buscando-se100% de eficincia com formicidas qumicos. Deste ponto em diante, teremos de controlar asreinfestaes anuais, buscando impedir o crescimento das novas colnias que todo anoreinfestam a rea.

    As operaes de arao e gradagem podem ser integradas no controle inicial dainfestao, antes do plantio, e nas capinas, entre novembro e abril, desde que se mostremeficientes na localidade. As gradagens anuais entre as ruas dos pomares vm de certa formacaindo em desuso, por questes tcnicas, enquanto que a manuteno do mato, sub-bosqueou cobertura do solo aps a capina se revela bastante eficiente para impedir o crescimento decolnias, controlando a infestao.

    Entretanto, a escavao manual dificultada pela presena de mato, sub-bosque eplantas consorciadas, devendo ser realizada de acordo com o resultado das capinas, entrefevereiro a abril.

    O controle qumico ou fsico de colnias entre 1 e 2 anos de idade deve ser feitoanualmente na implantao das reas, para a eliminao e perturbao das colnias nocontroladas atravs da arao e/ou escavao manual.

  • 4 1

    Srie meio ambiente debate, 34

    Aps os primeiros anos de crescimento e estabelecimento das rvores, com aestabilizao do ambiente e principalmente quando a infestao est sob controle, o controlequmico pode ser realizado a cada 2 anos, o que diminui os custos. Entretanto, isto acarretamaiores riscos de prejuzos causados por colnias de at 4 anos de idade, uma vez que ascolnias de 2 anos que escaparem ao controle estaro adultas 2 anos depois, isto , preparandoa 2 revoada e grandes o bastante para dificultar seu controle. Desta maneira, o repasse qumicopode ser anual em reas infestadas e bianual em reas sob controle.

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    Srie meio ambiente debate, 34

    A evoluo da infestao pode ser analisada para comparar as vantagens edesvantagens da adoo dos mtodos do calendrio de manejo, quando se conhece ainfestao. Duas situaes extremas podem ilustrar o esforo e o benefcio do controle naimplantao de pequenos pomares, em reas com alta infestao inicial de savas.

    POMAR 1:

    controle 100% eficiente antes do plantio,

    nenhum controle no ciclo da cultura.

    POMAR 2:

    controle 100% eficiente antes do plantio,

    adoo do calendrio durante o ciclo da cultura.

    A infestao inicial descrita nas tabelas que se seguem corresponde a mdiasencontradas em algumas regies infestadas no Centro-Oeste, com reas propcias implantaoda fruticultura. Os dois exemplos evoluem da mesma infestao inicial, com mdia de 58 col/ha,sendo 46 jovens e pequenas, 6 mdias e 6 adultas por ha.

    O controle das colnias adultas, neste exemplo, fez reduzir, j no primeiro ano, apresso de reinfestao de 40 para 20 col/ha. A reinfestao retorna ao nvel inicial no POMAR1, e permanece baixa com o manejo integrado.

    No POMAR 1, a ausncia de controle resulta no retorno da alta infestao no 6ano aps o plantio, o que poderia ocasionar perdas de at 100% em um pomar de citrus oufloresta de eucalipto. Perdas de 100% em 1 ha de rvores significa formigueiros alimentadoscom 600 laranjeiras ou 1.200 eucaliptos bem adubados e nutritivos.

    A adoo do manejo, no POMAR 2, controla a infestao com baixos nveis dedanos econmicos e com menor dependncia de agrotxicos. Aplicando uma taxa de eficinciade 70% no controle fsico das novas colnias, teramos sempre 2 formigueiros por ha com 1ano de idade para serem controlados com tcnicas qumicas e/ou fsicas, enquanto que noPOMAR 1, seriam 80 formigueiros de vrios tamanhos no 6 ano. Mantendo-se baixos osnveis da infestao, com poucas colnias novas na rea e nenhuma colnia grande, os riscosde prejuzos so reduzidos e a rea est sob controle.

    A anlise de custo/benefcio de qualquer mtodo de controle pode ser feita quandoso conhecidos os modelos de evoluo da infestao para a regio em questo. As culturasperenes permitem melhor acompanhamento das reas e planejamento no longo prazo,podendo-se avaliar novas alternativas de manejo a cada ano.

  • 4 3

    Srie meio ambiente debate, 34

    E V O L U O D A IN F E S T A O D E S A U V E IR O SE ST G IO S DE D ESEN V O L V IM EN T O

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    E V O L U O D A IN F E S T A O D E S A U V E IR O SE ST G IO S DE D ESEN V O L V IM EN T O

    D A S C O L N IA SN M ER O D E C OL N IA S

    E M 10 haC L A SSE ID A D E

    (anos) R E A

    (m 2) PR -PL A NTIO 1 A N O 2 A N O6 A N O

    (reform a)N O V O < 1 < 0 ,1 4 0 0 2 0 0 2 0 0 2 0 0

    P E Q U E N O 1 < 1 6 0 0 3 0 3 0M D IO 1 a 3 1 a 9 6 0 0 0 0

    A D U L T O 3 a 8 9 a 1 0 0 3 0 0 0 0S U P E R C O L N IA > 8 > 1 0 0 3 0 0 0 0

    T O TA L D E C O L N IA S E M 10 ha 5 8 0 2 0 0 2 3 0 2 3 0 R E A T OT A L D O S F O R M IG U EIR O S (m 2) 4 .9 6 0

    (4 0 + 6 0 + 3 6 0 + 1 . 5 0 0 + 3 . 0 0 0 )2 0 5 0 5 0

    Q U A N T ID A D E PA D R O D E ISC A S (kg) 5 0 0 ,2 0 ,5 0 ,5

    POMAR 1: NENHUM CONTROLE APS O PLANTIO EM `REA INFESTADA

    POMAR 2: MANEJO INTEGRADO DE `REA INFESTADA

  • 4 4

    Srie meio ambiente debate, 34

    2. Pastagens, Capineiras e Canaviais

    Estas culturas se destacam no suprimento de forragem animal na pecuria e decana-de-acar na indstria do acar e do lcool. Pelo menos trs situaes comuns nessessistemas de produo so importantes para o manejo de reas infestadas:

    a) o ciclo de reforma se d a partir de 5 anos, mas algumas espcies cultivadasso consideradas perenes; a estabilidade do solo e da vegetao favorece asformigas adaptadas a gramneas, alm de dificultar a visualizao dosformigueiros pequenos.

    b) a monocultura em grandes regies produtoras, envolvendo vrias propriedadesgrandes e pequenas, favorece a infestao e dificulta o controle.

    c) existem pelo menos 2 espcies de cortadeiras adaptadas exclusivamente a atacargramneas, que so a sava-parda (Atta capiguara) e sava mata-pasto (Attabisphaerica), alm da sava cabea-de-vidro (Atta laevigata), e diferentesquenquns que tambm causam danos de importncia econmica em vriasregies do pas.

    O calendrio de manejo de pastagens e canaviais comea meses antes do plantio,desde a escolha de variedades tolerantes s infestaes e a realizao das operaes deterraceamento do terreno e abertura e adubao das covas de plantio. As diversas etapas depreparo do solo servem ao mapeamento e ao controle inicial da infestao.

    O perodo de plantio, em toda a estao de chuvas, coincide com as revoadas e oincio do ciclo das novas colnias.

    As operaes de arao e gradagem podem ser feitas, em muitos casos, aps a 1revoada, ajudando a controlar a infestao do 1 ano. ` reas infestadas por quenquns podemser manejadas com sucesso atravs do revolvimento do solo.

    A escavao de colnias iniciais pode se dar durante as capinas ou aps os cortesno perodo de fevereiro a abril, porm a cobertura vegetal ao nvel do solo no permite altaeficincia na localizao dos formigueiros. Culturas mais ralas ou espaadas permitem controlemais efetivo da infestao.

    O controle qumico das colnias at 2 anos de idade pode ser feito aps os cortesde vero, pois so mais visveis entre a soca e a rebrota da cultura.

    O manejo das reas infestadas deve permitir a manuteno em baixos nveis dainfestao, impedindo o desenvolvimento de colnias com mais de 2 anos de idade.

  • 45

    Srie meio am

    biente debate, 34

    CALEND`RIO DE MANEJO DE ` REAS INFESTADAS POR CORTADEIRAS

    PASTAGENS, CAPINEIRAS E CANAVIAIS

    CA LE N D R IOA GR CO LA

    V E R O IN V E R N O V E R O

    CA LE N D R IOM E N SA L

    O U T NO V D EZ JA N F EV M A R A BR M A I JU N JU L A G O SET O UT N O V D E Z JA N FE V M A R A BR

    CICLO D AS

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    1 R E V OA D A :FU N D A O D E

    N O VA SC O L N IA S

    N E N H U M AATIV ID A D EE X T ER N A ,FE C H A D A S

    C O L N IA S AT IVA S,A BE RTU R A D O

    1 O LH E IRO ,PA N E L A N IC A A 5 0 cm

    P O U C A ATIV ID A D E E X T E R N AEM R E A S S E M IR R IG A O ,

    E SC AVA O D E PE Q U E N A S PAN E L A SA AT 1 ,5 m

    ID A D E D E 1 A N O ,M U IT O ATIVA S E

    V ISV E IS ,C O M AT 1 m 2 D E R EA

    A B ERT U R A D O2 AO 10 O L H EIRO ,

    C R E SC IM EN TO G ER A L D O N IN H O , RE A ATIN G E 2 m 2

    CO L NIA S 2 R EV O A D A :FU N D A O D E

    N OVA SCO L N IA S

    N E N H U M AAT IV ID A D EE X T ER N A ,FE CH A D A S

    C O L N IA S ATIVA S,A B E RT U R A D O

    1 O LH E IR O ,PA N EL A N ICA A 50 cm

    CICL O D E PR EPA R O D E S OL O E P LA N T IO ,FO R M A O D O TA LH O

    R EP L A N T IO S(PR EPA R O D E S O L O E P LA N T IO N O S SA Fs)

    CU LTIVO IR RIG A O , C A PIN A S E C O R O A M EN TO(C O L HE ITA N O S SA F s)

    PE R O D O V E G E TATIV O E M R E A SSE M IR R IG A O

    IRR IG A O , PO D A S, C A PIN A S E CO R O A M E N TO(C O L H E ITA N O S SA F s)

    ES CO L H A D E VA R IE D A D E STO L ER A N TE S

    C O N T R O L E Q U M IC O N A R E AE E N TO RN O A NT E S D O

    PL A N T IO

    C O N TR O LE Q U M IC O O U F SIC O D A SCO L N IA S D E 1 A 2 A N O S

    CA LE N D R IO A R A O E G RA D A G E N SPR O FU N D A S

    E SCAVA O M A N U A LD A S N O VA S C O L N IA S

    NA S C A PIN A S

    E SC AVA O M A N U A LD A S N O VA S CO L N IA S

    N A S C A P IN A S

    D E CO N TR O LE A M A N U T E N O D O M ATO , SU B-B O SQ U E E C O B ERT U R A D O SO LO A P S A C A P IN AP RE JU D ICA FO RT E M EN T E O C RE SC IM EN TO D E C O L N IA S, CO N T RO L A N D O A IN FE STA O .

    A S LAT ER A IS D E ES TR A D A S, A C EIR O S E R E A S M A IS L IM PA S PO D E M CO N T ER AT 5 0% D A S N O VA S C O L N IA S, D EV E N D O S E R RE PA SS AD A S U M A V EZ P O R A N O

    A ATIV ID A D E D E C O RTA D EIR A S N A V IZIN H A N A P O D E S ER D E TE C TA D A CO M A M A N U T E N O D E CE R C A S V IVA S AT RA E N TE S S C O RTA D E IRA S

    O M E SM O M A N EJO D EV E S ER FE IT O N U M A D IST N CIA D E 2 0 A 50 m A O R E D O R D A CU LT U R A

    O U T NO V D EZ JA N F EV M A R A BR M A I JU N JU L A G O SET O UT N O V D E Z JA N FE V M A R A BR

  • 4 6

    Srie meio ambiente debate, 34

    As savas mata-pasto e parda assolam a regio centro-sul do pas, onde aparecemem infestaes de mais de 60 colnias por ha no estado de SP. Infestaes to altas podemocupar 10% da rea do pasto e reduzir sua produtividade em mais de 50%. O exemplo aseguir procura ilustrar duas situaes extremas na implantao de pastagens, capineiras ecanaviais, em reas com alta infestao de savas.

    PASTO 1:

    controle 100% eficiente antes do plantio,

    nenhum controle no ciclo da cultura.

    PASTO 2:

    controle 100% eficiente antes do plantio,

    adoo do calendrio durante o ciclo da cultura.

    Os dois exemplos comeam com uma mesma infestao hipottica de 27 colnias/ha,sendo 22 novas e jovens, 4 mdias e 1 adulta. A presso de reinfestao, ou seja, o nmero deformigueiros recm-instalados na rea, diminui j no primeiro ano devido ao controle das colniasadultas na rea e no entorno.

    A presso de reinfestao equilibrada em 20 colnias/ha no PASTO 2 enquantoaumenta para 40 colnias/ha aps 6 anos sem controle no PASTO 1, superando inclusive osnveis iniciais.

    No PASTO 1, a estabilidade do solo e da vegetao pode favorecer a seleo dasespcies adaptadas s gramneas, de modo que a infestao pode se modificar quanto sespcies dominantes e ao nmero de formigueiros em relao situao antes do plantio.

    A adoo do manejo controla a infestao em nveis economicamente aceitveise com menor dependncia de agrotxicos. O nvel de tolerncia seria o controle de colniascom 2 e, no mximo, 3 anos de idade, evitando-se a reinfestao da rea pelas espciesmais adaptadas.

    A anlise de custo/benefcio de qualquer mtodo de controle pode ser feita quandose conhecem os modelos de evoluo da infestao para a regio em questo.

    Nas regies onde a pecuria extensiva, ocupando grandes reas com baixa lotaoanimal, o controle de savas - bem como de outras pragas - no sistemtico como em outrasculturas. Essas pastagens, alm de sofrer reduo da capacidade de suporte com o aumento dainfestao, tornam-se srios problemas para as reas agrcolas das proximidades devido sgrandes revoadas dos insetos.

  • 4 7

    Srie meio ambiente debate, 34

    E V O L U O D A IN F E S T A O D E S A U V E IR O SE ST G IO S DE D E SEN V O L V IM EN T O

    D A S C O L N IA SN M ER O D E C O L N IA S

    E M 10 haC L A SS E ID A D E

    (anos) R E A

    (m 2) PR -PL A N T IO 1 A N O 2 A N O6 A N O

    (reform a)N O V O < 1 < 0 ,1 2 0 0 2 0 2 0 4 0 0

    P E Q U E N O 1 < 1 2 0 0 6 1 0 0M D IO 1 a 3 1 a 9 4 0 0 0 1 0

    A D U L T O 3 a 8 9 a 1 0 0 1 0 0 0 1 0S U P E R C O L N IA > 8 > 1 0 0 4 0 0 4

    T O TA L D E C O L N IA S E M 10 ha 2 7 4 2 0 2 6 5 2 4 R E A T OT A L D O S F O R M IG U EIR O S (m 2) 1 .2 8 0

    (2 0+ 2 0+ 2 40 + 60 0+ 4 00 )2 8 1 .1 4 0

    (4 0+ 1 00 + 60 0+ 4 00 )Q U A N T ID A D E PA D R O D E ISC A S (kg) 1 3 0 ,1 0 ,1 1 2

    E V O L U O D A IN F E S T A O D E S A U V E IR O SE ST G IO S DE D E SEN V O L V IM EN T O

    D A S C O L N IA SN M ER O D E C O L N IA S

    E M 10 haC L A SS E ID A D E

    (anos) R E A

    (m 2) PR -PL A N T IO 1 A N O 2 A N O6 A N O

    (reform a)N O V O < 1 < 0 ,1 2 0 0 2 0 2 0 2 0

    P E Q U E N O 1 < 1 2 0 0 6 6

    M D IO 1 a 3 1 a 9 4 0 0 0 0A D U L T O 3 a 8 9 a 1 0 0 1 0 0 0 0

    S U P E R C O L N IA > 8 > 1 0 0 4 0 0 0T O TA L D E C O L N IA S E M 10 ha 2 7 4 2 0 2 6 2 6

    R E A T OT A L D O S F O R M IG U EIR O S (m 2) 1 .2 8 0(2 0+ 2 0+ 2 40 + 60 0+ 4 00 )

    2 8 8Q U A N T ID A D E PA D R O D E ISC A S (kg) 1 3 0 ,1 0 ,1 0 ,1

    PASTO 1: NENHUM CONTROLE APS O PLANTIO EM `REA INFESTADA

    PASTO 2: MANEJO INTEGRADO DE `REA INFESTADA

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    Srie meio ambiente debate, 34

    3. Culturas de Sequeiro e Irrigadas

    O calendrio de manejo de grandes culturas de sequeiro e irrigadas comea noincio das chuvas, entre outubro e novembro, quando o perodo do preparo do solo e plantiocoincide com as revoadas e o incio do ciclo das novas colnias.

    O calendrio agrcola escolhido neste exemplo corresponde aos perodoscomumente adotados na conduo das grandes lavouras na regio centro-sul, como milho,soja, arroz e feijo. As safras de sequeiro so o plantio da cultura principal e a safrinha, que plantada logo aps a primeira. As lavouras irrigadas tm um calendrio similar, porm tmretardada a data do 2 plantio e incorporada, s vezes, uma 3 cultura de ciclo curto pararotao cultural. No calendrio de manejo, as oportunidades de controle so as mesmas,basicamente, para reas irrigadas ou no.

    O calendrio de controle, no exemplo a seguir, integra o controle qumico e fsicocom o objetivo de dominar a infestao com idade de at 1 ano.

    Em uma rea infestada, o primeiro controle feito antes do plantio, buscando-se100% de eficincia com formicidas qumicos. Assim, deste ponto em diante, teremos de controlaras reinfestaes anuais, buscando impedir o crescimento das novas colnias.

    A destruio de colnias novas pode ser feita em 2 etapas, entre novembro e abril,aproveitando-se a realizao de outros tratos culturais normais nestes plantios:

    a) as operaes de arao e gradagem so uma oportunidade de controle quandopodem ser realizadas entre novembro e janeiro, sendo reguladas para revolveros novos formigueiros e diminuir a infestao;

    b) as capinas realizadas entre fevereiro e abril descobrem as novas colnias noincio da sua atividade de corte. A escavao manual pode ser feita durante acapina manual ou mecnica e aps a capina qumica (isto , com o uso deherbicidas).

    O controle qumico ou fsico de colnias de 1 ano de idade deve ser feito anualmentea partir do segundo ano agrcola, objetivando a eliminao e a perturbao das colnias nocontroladas pela arao e/ou escavao manual. Quando no h interesse ou possibilidade deusar controle qumico, o controle fsico pode ser aplicado com sucesso no mdio prazo empequenas reas, eliminando a infestao antiga no prazo de 2 a 3 anos. Sem controle, osdanos s podem ser paralisados por perturbao de formigueiros.

    O objetivo geral do calendrio fazer com que, aps o incio do manejo,colnias com reas maiores que 1 m2 somente apaream quando o controle das pequenasno for eficiente.

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    Srie meio am

    biente debate, 34

    CALEND`RIO DE MANEJO DE ` REAS INFESTADAS POR CORTADEIRAS

    CULTURAS DE SEQUEIRO E IRRIGADAS

    C A L E N D R IOA G R C O L A

    V E R O IN V E R N O V E R O

    C A L E N D R IOM E N S A L

    O UT. N O V. DEZ . JAN . FEV. M AR . ABR . M AI. JU N. JU L . A GO . SET. OU T. NO V. DEZ . JA N. FEV. M AR . A BR .

    C IC L O D A S

    1 R E V O A D A :F U N D A O D E

    N O VA SC O L N IA S

    N E N H U M AAT IV ID A D EE X TE R N A ,F E C H A D A S

    C O L N IA S AT IVA S ,A B E RT U R A D O

    1 O L H E IR O ,PA N E L A N IC A A 5 0 c m

    P O U C A ATIV ID A D E E X T E R N AEM R E A S S E M IR R IG A O ,

    E SC AVA O D E PE Q U E N A S PA N E L A SA AT 1 ,5 m

    ID A D E D E 1 A N O ,M U ITO AT IVA S E

    B E M V IS V E IS ,C O M AT 1 m 2 D E R EA

    A B ERT U R A D O2 A O 10 O L H EIR O ,

    C R E SC IM EN T O G ER A L D ON IN H O , R E A ATIN G E 2 m 2

    N O VA SC O L N IA S

    2 R E V O A D A :F U N D A O D E

    N O VA SC O L N IA S

    N E N H U M AAT IV ID A D EE X T ER N A ,F E C H A D A S

    C O L N IA S ATIVA S,A B E RT U R A D O

    1 O LH E IR O ,PA N EL A N IC A A 50 cm

    C IC L O D A S P R E PA R O D O SO L O E P L A N T IO S D A P R E PA R O D O S O L O E P L A N TIO S D A

    C U LT U R A S C U LTU R A PR IN C IPA L S A F R IN H A C U LT U R A P R IN C IPA L S A FR IN H A

    D E SE Q U E IR O A D U B A O , C A P IN A E C O L H EITA S A D U B A O , C A PIN A E C O L H E ITA S

    C A L E N D R IO D E C O N T R O L E Q U M IC ON A R EA E EN TO R N O

    A N TE S D O PLA N T IO

    C O N T R O L E Q U M IC O O U F S IC OD A S C O L N IA S D E 1 A N O A N T E S

    D O P L A N T IO E /O U N A C A P IN A

    C O N T R O L E A R A O EG R A D A G E N SP R O F U N D A S

    E S C AVA O M A N U A LD A S N O VA S C O L N IA S

    N A S C A P IN A S

    A R A O EG R A D A G E N SP R O F U N D A S

    E S C AVA O M A N U A LD A S N O VA S C O L N IA S

    N A S C A P IN A S

    A S L ATE R A IS D E E S T R A D A S , A C E IR O S E R E A S M A IS L IM PA S PO D E M C O N T E R AT 50 % D A S N O VA S C O L N IA S, D E V E N D O S E R R EPA S S A D A S U M A V E Z PO R A N O

    O M E S M O M A N E JO D E V E SE R F EITO N U M A D IS T N C IA D E 20 A 5 0 m A O R E D O R D A C U LTU R A

    O UT. N O V. DEZ . JAN . FEV. M AR . ABR . M AI. JU N. JU L . A GO . SET. OU T. NO V. DEZ . JA N. FEV. M A R. A BR .

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    Srie meio ambiente debate, 34

    4. `reas de Horticultura, Viveirismo e Jardinagem`reas Urbanizadas, de Esportes e Lazer

    Esses dois grandes grupos de utilizao de reas se assemelham nos seus calendriosagrcolas, uma vez que seus cultivos exigem, via de regra, irrigao, adubao e capinas intensasao longo do ano, bem como vrias etapas de plantio, transplantio e replan