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SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO AGRONÔMICO - Centro APTA Citros ‘Sylvio Moreira’ Rod. SP330, km 158 C.P. 04, CEP 13490-970 Cordeirópolis, SP, (19) 35461399 MANEJO DE ENTRELINHA DE CITROS COM USO DE BRAQUIÁRIAS E ROÇADEIRA LATERAL Responsável: Fernando Alves de Azevedo Engenheiro Agrônomo, Dr, PqC - Centro APTA Citros Sylvio Moreira – IAC Rod. Anhanguera, Km 158, CP 04, Cep 13490-970, Cordeirópolis/SP Colaborador: Dirceu de Mattos Júnior Engenheiro Agrônomo, Dr, PqC - Centro APTA Citros Sylvio Moreira – IAC _____________________________________ RELATÓRIO PARCIAL APRESENTADO À FUNDAÇÃO AGRISUS: (Projeto: 830-11) Cordeirópolis/SP Dezembro - 2013

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SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO AGRONÔMICO - Centro APTA Citros ‘Sylvio M oreira’ Rod. SP330, km 158 C.P. 04, CEP 13490-970 Cordeirópolis, SP, (19) 35461399

MANEJO DE ENTRELINHA DE CITROS COM USO DE

BRAQUIÁRIAS E ROÇADEIRA LATERAL

Responsável: Fernando Alves de Azevedo Engenheiro Agrônomo, Dr, PqC - Centro APTA Citros Sylvio Moreira – IAC Rod. Anhanguera, Km 158, CP 04, Cep 13490-970, Cordeirópolis/SP Colaborador: Dirceu de Mattos Júnior Engenheiro Agrônomo, Dr, PqC - Centro APTA Citros Sylvio Moreira – IAC

_____________________________________ RELATÓRIO PARCIAL APRESENTADO

À FUNDAÇÃO AGRISUS: (Projeto: 830-11)

Cordeirópolis/SP

Dezembro - 2013

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Sumário

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................4

2.1. Revisão de literatura ...............................................................................................5

2.1.1. Lima ácida Tahiti................................................................................................5

2.1.2. Manejo das entrelinhas dos pomares de fruteiras...............................................7

2.1.3. Compactação do solo..........................................................................................9

2.1.4. Exigência nutricional dos citros .......................................................................10

3.1. Caracterização da área experimental .....................................................................11 3.2. Instalação e condução do ensaio............................................................................13

3.1. Variáveis avaliadas...............................................................................................14

3.1.1. Fitomassa da parte aérea das braquiárias..........................................................14

3.1.2. Análises químicas do solo e foliares.................................................................15

3.1.3. Análises físicas do solo ....................................................................................15

3.1.4. Distribuição de raízes das plantas de Tahiti.....................................................17

3.1.5. Desenvolvimento vegetativo e produção da lima ácida Tahiti.........................18

3.2. Análises dos resultados.........................................................................................18

4.1. Fitomassa da parte aérea das braquiárias..............................................................19

4.2. Análises químicas do solo e foliares.....................................................................21

4.2.1 Nitrogênio.........................................................................................................22

4.2.2 Fósforo..............................................................................................................23

4.2.3 Potássio.............................................................................................................24

4.3. Compactação do solo............................................................................................25

4.4. Avaliação de raízes...............................................................................................27

4.5. Desenvolvimento Vegetativo e Produção da lima ácida Tahiti............................29

5. CONCLUSÃO..........................................................................................................32

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................32

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RESUMO

Os limões e as limas ácidas situam-se entre as dez frutas mais

produzidas no Brasil. Diferentemente do cultivo das laranjas, os pomares de

limões concentram-se em pequenas propriedades agrícolas, com grande apelo

social, que demanda técnicas sustentáveis de manejo. Uma prática adotada,

recentemente, na citricultura paulista é o uso de um manejo diferneciado da

entrelinha dos pomares, aproveitando-se a vegetação espontânea e/ou

introduzida, em benefício da cultura. Esta período do trabalho avaliaram-se os

efeitos de duas espécies de braquiárias (Brachiaria decumbens e B. ruziziensis) e

o uso de roçadeiras laterais (convencional e ‘ecológica’) em de pomar de lima

ácida Tahiti, com e sem o uso de herbicida na linha, nas características físico-

químicas do solo e produtividade das plantas de Tahiti. O ensaio foi instalado em

esquema de parcela sub subdividida e as avaliações foram iniciadas, com as

primeiras roçagens, onde a massa verde e seca da parte aérea das braquiárias,

nas entrelinhas e projeção da copa (após roçagens) foi aferida (entre os meses de

outubro/2011 e abril/2012). As características físico-químicas do solo foram

avaliadas com o penetrômetro convencional. Análise química do solo (linha e

entrelinha) e foliar foi realizada para determinação dos teores de macronutrientes.

A utilização da roçadeira ‘ecológica’ proporciona maior desenvolvimento

vegetativo e produção à lima ácida Tahiti. Maiores teores de nitrogênio foliar

(Tahiti) e de potássio na linha (solo) foram encontrados nas parcelas com

roçadeira ´ecológica´.

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil é o 2º maior produtor mundial de citros, colheu 20,7 milhões de

toneladas (mil t), no ano de 2008, perdendo apenas para a China (23,8 mil t); e o

principal produtor de laranja (18 mil t), seguido pelos Estados Unidos (EUA), Índia,

México e China. Com relação a limões, o país ocupou a 5º posição mundial, em

2010, atrás da Índia, México, Argentina e China (FAO, 2012). O estado de São

Paulo responde por 77% da produção brasileira de limões (782,8 mil t), seguido da

Bahia (53 mil t) e Minas Gerais (52,8 mil t) (IBGE, 2010). Esses dados comprovam

a importância da citricultura no país.

A lima ácida Tahiti, popularmente conhecida como limão, está entre as

dez variedades de frutas mais importantes produzidas no Brasil, como banana,

laranja, maçã, maracujá e uva (IBGE, 2003). No estado de São Paulo, a produção

de lima ácida Tahiti encontrava-se, no ano de 2003, em cerca de 35 mil hectares

com 9 milhões de árvores distribuídos em 8 mil propriedades rurais (Luchetti et al.,

2003).

Nas últimas décadas, o conceito de sustentabilidade da produção agrícola

tem sido demasiadamente enfatizado como uma das alternativas para minimizar a

pressão econômica sobre os pequenos produtores rurais. Porém, o conceito de

sustentabilidade é múltiplo e envolve aspectos econômicos, sociais e ecológicos.

Do ponto de vista da sustentabilidade ecológica as principais metas são:

estabilidade da produção das culturas ao longo dos anos; formas de produção que

privilegiem a manutenção dos recursos produtivos e a manutenção da

biodiversidade (SANTOS, 2004).

No entanto, o manejo da entrelinha dos pomares de citros muitas vezes

contraria as metas da sustentabilidade ecológica. Até a década de 1990 era

realizado basicamente com uso de grades e arados, gerando perdas de solo por

erosão, compactação, exposição a altas temperaturas e o corte das raízes dos

citros (Carvalho et al., 2005). Além disso, com a mecanização, a citricultura

passou a contar com elevado tráfego em suas lavouras, o que favoreceu a

compactação do solo, havendo pomares que acumularam ao longo de sua

existência 300 passadas de máquinas por entrelinha (STOLF, 1987).

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Uma prática adotada, recentemente, na citricultura é manter a vegetação

espontânea e/ou introduzida na entrelinha dos pomares, e utilizá-la em benefício

da própria cultura. Essa vegetação intercalar é manejada com a roçadeira lateral,

tipo ‘ecológica’, a qual lança toda a massa vegetal da entrelinha para a linha de

cultivo, sob a copa das plantas de citros. A manutenção da cobertura do solo,

tanto pela vegetação nativa quanto por cobertura vegetal implantada, aliado ao

correto manejo químico e físico do solo vem sendo um dos fatores condicionantes

para obtenção de maiores produtividades dos pomares de citros (Carvalho et al.,

2005).

Dessa forma, objetivou-se nesse trabalho, avaliar o efeito da utilização de

braquiárias e roçadeiras no manejo das entrelinhas do pomar de lima ácida Tahiti,

no desenvolvimento das plantas, produção de frutos, características químicas e

físicas do solo e na nutrição mineral das plantas.

2.1. Revisão de literatura

2.1.1. Lima ácida Tahiti

A lima ácida [C. aurantiifolia (Christm.) Swingle], provavelmente, oriunda

do arquipélago do Leste da Índia, atingindo, a seguir, o continente indiano. Foi

levada pelos árabes através do mar de Oman e, posteriormente, transportada ao

Egito e à Europa (SCORA et al., 1982). Em decorrência a outros países, seu nome

acaba por sofrer algumas variações. No México ela é conhecida como limon

(limão) Persa, já na Flórida como Tahiti lime, na Califórnia como Bears lime e de

lima ácida de fruto gruesco na Espanha (GONZALES-MARTINEZ & GARCIA-

LEGAZ, 1990).

Este fruto, popularmente conhecido no Brasil como limão, caracteriza-se

por frutos de tamanho médio e quase totalmente desprovido de sementes

(WEBBER, 1943). A planta apresenta porte médio a grande floresce o ano inteiro

e o período de maturação dos frutos é 170 dias após a floração (DONADIO et al.,

1995). De acordo com os mesmos autores os frutos pesam em média 70 a 100 g,

sendo que aproximadamente 50% da sua massa é composta pelo suco, com

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teores de °Brix 9 e acidez titulável de 6%.

O mercado consumidor de Tahiti é muito exigente. Para que ocorra um

grande consumo, o “limão Tahiti” necessita de uma junção de características,

como o maior frescor e teor de suco dos frutos, essas por sua vez podem ser

caracterizadas pelo aspecto da casca do fruto. A casca deve possuir uma

coloração verde e brilhante, para que ocorra uma boa impressão, fina, lisa, e

levemente macia, tudo isso para a comprovação do teor de suco. Outra

característica indispensável da lima ácida Tahiti, é o aroma especial das limas,

proveniente das glândulas de óleo essencial, que garante boa qualidade ao fruto

(GAYET & SALVO FILHO, 2003).

O cultivo do Tahiti, no estado de São Paulo, representa um grande impacto

social na economia local, pela participação, na sua grande maioria, de pequenos

produtores rurais. Além disso, é uma opção em detrimento a alta ocorrência de

huanglongbing (HLB, ex-greening) nos pomares de laranja doce. Verifica-se um

enorme carência de informações para o manejo adequado da cultura, que propicie

maiores produções de frutos de qualidade superior (tamanho, cor da casca e

viabilidade pós-colheita) que atendam à preservação qualidade ambiental e

favoreçam a comercialização nos mercados interno e de exportação de frutos in

natura (Mattos Jr. et al., 2003).

Os sistemas de produção agrícola têm sofrido influência da maior pressão do

consumidor por produtos sadios e com forte compromisso para promoção social e

preservação ambiental. Nesse contexto, insere-se o Programa de Produção

Integrada de Frutas (PIF) do MAPA/CNPq, que tem como características a

geração de alimentos e de alta qualidade, com uso otimizado dos recursos

naturais e de mecanismos para a substituição de insumos poluentes. No Brasil,

são dois programas para a lima ácida Tahiti apoiados pelo Ministério, sendo um

em São Paulo e outro no Piauí (Luchetti et al., 2003). O trabalho para o

estabelecimento de normas de produção tem revelado uma grande necessidade

do levantamento de informações técnicas para o Tahiti.

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2.1.2. Manejo das entrelinhas dos pomares de frutei ras

Uma prática adotada, recentemente, na citricultura paulista, atendendo a

demanda da produção integrada, é o manejo sustentável da entrelinha dos

pomares (Figura 1 B), aproveitando-se a vegetação espontânea e/ou introduzida,

em benefício da cultura; com a qual grande número de citricultores tem optado por

manejar a vegetação intercalar de seus pomares com uso de roçadeira lateral -

tipo ‘ecológica’ que lança toda massa vegetal da entrelinha para a linha de cultivo -

sob a copa das plantas de citros. O manejo empregado pelos citricultores até a

década de 1990, não considerava a proteção do solo (Figura 1 A), sendo realizado

principalmente com uso de grades e herbicidas pré-emergentes, gerando enormes

perdas de solo devido à exposição às gotas de chuva, facilitando sua erosão e

compactação (CARVALHO et al., 2005).

FIGURA 1. Prática antiga - uso de grade, onde o solo fica descoberto sujeito a erosão (A) e solo coberto por uma camada vegetal (B) proporcionando melhores condições para o solo (Fotos: Azevedo, 2012)

A adubação verde é a prática de se incorporar, ao solo, o tecido vegetal não

decomposto, visando manter ou aumentar a fertilidade do solo. A importância da

adubação verde no aumento da produtividade das culturas subsequentes já é

reconhecida pelos agricultores, desde 500 a.C.. Dessa operação, resultam

alterações desejáveis no solo, em seus atributos químicos, levando a cultura

principal a se beneficiar destas mudanças (DOMINGUEZ, 1991). Quando bem

empregada, pode trazer vantagens, tais como a cobertura do solo e,

A

A B

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consequentemente, menor radiação solar direta; melhores condições físicas e

biológicas do solo devido ao maior aprofundamento das raízes; aumento no teor

de matéria orgânica e nutrientes do solo; aumento do nitrogênio fixado a partir da

atmosfera tornando-se disponível no solo; e melhores condições para o controle

de pragas e doenças (IAPAR, 1985).

Na atualidade o termo adubo verde possui uma acepção mais ampla, de

planta que se encaixa no sistema de culturas vigente, contribuindo para a proteção

e fertilidade do solo, a qual pode ou não ser incorporada ao solo. Assim, não só as

leguminosas, mas também as Poaceas têm sido empregadas como adubos

verdes. As Brachiarias, pertencentes à família Poaceae, apesar de serem

consideradas plantas invasoras de grande agressividade e difícil controle

(LORENZI, 2000), destacam-se como forrageiras e também como plantas de

cobertura do solo.

A B. ruziziensis é a espécie que tem sido mais utilizada nas entrelinhas

dos pomares por não provocar interferências negativas à planta cítrica. Essa

espécie não possui efeitos alelopáticos e apresenta reduzida competição pelos

fatores de produção (água, nutrientes e luz) com as plantas de citros quando

comparada à B. decumbens (SANCHES, 1998).

A alelopatia é usualmente definida como qualquer processo envolvendo

metabólitos secundários produzidos por plantas e/ou microrganismos que, uma

vez liberados no ambiente, influenciam o desenvolvimento de sistemas biológicos.

Há imensa variedade de compostos com este tipo de atividade, como os ácidos

orgânicos, naftoquinonas, antraquinonas, quinonas, fenóis, flavonóides e taninos

(CARMO et al., 2007).Quando liberado em quantidades suficientes, essas

substâncias podem afetar a germinação de sementes, o crescimento e

desenvolvimento de plantas já estabelecidas e ainda o desenvolvimento de micro-

organismo, logo, o efeito alelopático pode surgir tanto durante o ciclo de cultivo,

quanto nos cultivos subsequentes (TEXEIRA et al., 2004).

Segundo Carvalho (2010) a utilização de vegetação, tanto com gramíneas ou

leguminosas, utilizando capina manual ou uso de herbicidas pós-emergente

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proporciona um bom desenvolvimento do sistema radicular dos citros e além

disso, diminui a mato competição.

2.1.3. Compactação do solo A compactação do solo é definida como uma alteração na estrutura do solo por

forças externas que provocam uma aproximação de suas partículas, com

concomitante diminuição do volume e dos espaços porosos maiores, chamados

macroporos (STOLF, 1987). Segundo Collares et al. (2006), a compactação

provoca alteração estrutural do solo devido à reorganização das partículas e de

seus agregados, resultando em aumento da densidade e resistência do solo à

penetração e da redução da macroporosidade, impedindo o crescimento e o

desenvolvimento radicular das plantas. Raper (2005) considera que a

compactação tem sido indicada como a principal causa da degradação física dos

solos pela redução de seu espaço poroso.

A matéria orgânica tem grande importância no comportamento mecânico do

solo, principalmente quando ele é submetido à carga externa. BRAIDA al. (2006),

avaliando o efeito da matéria orgânica sobre o comportamento mecânico de duas

classes de solo, verificaram que o acúmulo de matéria orgânica proporcionado por

diferentes sistemas de manejo, reduziu a densidade máxima do solo e aumentou o

ponto de umidade crítica para que ocorra a compactação, dificultando esta assim.

Também fora observado que a presença de palha picada sobre o solo dissipou

parte da energia de compactação.

A compactação é o problema de natureza física de maior ocorrência nos

pomares citrícolas, devido ao elevado tráfego de máquinas e implementos

agrícolas (MAZZA et al., 1994).

A compactação reduz o crescimento de plantas por seu efeito no crescimento

de raízes e consequente redução na absorção de água e de nutrientes (ISHAQ et

al., 2001). A inibição na extensão de raízes em solos compactados está

relacionada com vários fatores. Em solos secos, o aumento da resistência

mecânica e o decréscimo do potencial de água no solo podem ser mais

importantes. Em contrapartida, em solos úmidos, a deficiência de oxigênio e o

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acumulo de CO2, etileno e fitotoxinas são os fatores principais (CONLIN &

DRIESSCHE, 1996). Quando a concentração de O2 é muito baixa, pode ocorrer

redução na pressão de turgescência da célula ou, mesmo, maior resistência da

parede celular ao alongamento (BORGES et al., 1997).

Segundo Fidalski (2007) a manutenção da vegetação na entrelinha

proporciona uma melhora nas características físico-químicas do solo devido ao

acréscimo de matéria orgânica, o autor verificou resultados favoráveis quanto a

capacidade de armazenamento de água e aeração do solo, além do efeito

“colchão” ou “espoja” citados por outros autores como Silva (2008), que

representa a deposição de material vegetal proveniente da entrelinha, o qual

aumenta a superfície de contato com o solo, dissipando assim as forças em uma

área superficial maior, diminuindo assim a compactação do solo no local.

2.1.4. Exigência nutricional dos citros Entre os macronutrientes o nitrogênio é o problema central na recomendação

de fertilizantes para a citricultura, a avaliação da dinâmica desse elemento no

ambiente do pomar é bastante complexa. A análise química do solo não permite a

estimativa adequada da disponibilidade de nitrogênio, bem como a análise do teor

foliar de N também tem sido questionada como critério diagnóstico (REESE &

KOO, 1975).

Na citricultura, a relação N/K nos tecidos foliares afetam a produção e a

qualidade dos frutos como já observaram diferentes pesquisadores (DUPLESSIS

& KOEN, 1988). Almeida & Baumgartner (2002) avaliaram o efeito de diferentes

relações N/K no sólidos solúveis (SS) de laranjeira Valência, e concluíram que

maiores doses de K, junto com as menores doses de N, promoveram

aumento de acidez. Já a maior dose de N, com doses intermediárias de K

promoveram diminuição de SS.

A programação nutricional adequada na citricultura requer a aferição da

disponibilidade de nutrientes por meio das análises de solo e foliares, e também

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leva em consideração a expectativa da produtividade e a exportação de nutrientes

pela colheita (QUAGGIO, 2005).

Quanto aos micronutrientes, as plantas cítricas são exigentes em boro (B),

zinco (Zn), manganês (Mn) e ferro (Fe), a deficiência desses micronutrientes é

comum na citricultura mundial. Em condições tropicais, as deficiências de B e Zn

são as mais frequentes e há escassez de conhecimento sobre doses, modos

eficientes de aplicação e critérios seguros para o diagnóstico da necessidade de

adubação com esses nutrientes, razões pelas quais os mesmos têm limitado a

produtividade e a qualidade dos frutos cítricos no Brasil. Já a deficiência de Fe

restringe-se aos cultivos realizados em solos originários de substrato calcário

(QUAGGIO & PIZA JUNIOR, 2001).

O manejo da entrelinha aliado com a roçadeira ecológica, pode proporcionar

um aporte de nutrientes para as plantas do pomar, isso se deve pela retirada do

material vegetal da entrelinha e direcionando para as linhas das plantas de citros

(adubação verde). Com a decomposição dos resíduos vegetais ocorre a

mineralização dos nutrientes e consequente liberação dos nutrientes para as

plantas de citros. No entanto, tem se verificado que esse manejo reduz os

nutrientes nas entrelinhas dos pomares. Problema que pode ser solucionada com

a realização da adubação complementar nas plantas de cobertura da entrelinha.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Caracterização da área experimental

A área experimental está localizada no Sítio Lagoa Bonita, no município de

Mogi Mirim/SP, a 22º 25’ de latitude S e 47º 09’ de longitude W. As características

químicas e físicas do solo foram verificadas por meio de análises de amostras

coletadas a 20 cm de profundidade, na linha dos citros, após implantação do

ensaio (2010), posterior à correção do mesmo e evidenciam bons teores

adequados de nutriente e alta composição de areia do solo em estudo. Os

resultados das análises estão descritos nas Tabelas 1 e 2.

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Pre

cip

itaçã

o (

mm

)

Precipitação (mm) Temperatura Mínima

Temperatura Máxima

Tabela 1 - Atributos químicos do solo da área experimental (Sítio Lagoa

Bonita, Mogi Mirim/SP, 2010)

M.O. pH P K Ca Mg H+Al SB CTC V% g dm-3 CaCl2 mg dm-3 -------------------(mmolc dm-3)----------------------- %

23 5,7 41 1,3 42 11 12 54,3 66,3 82

Tabela 2. Atributos físicos do solo da área experimental (Sítio Lagoa Bonita, Mogi

Mirim/SP, 2012).

Areia (%) Limo (%) Argila Densidade Classe Subclasse Grossa Fina (Silte) (%) Aparente Real

Porosi- dade (%)

63,0 15,0 16,0 6,0 1,11 2,53 56,1 Limo areno Fino areno

Dados médios mensais da temperatura (máxima e mínima) e precipitação

pluvial, do período experimental, foram obtidos junto à Estação Meteorológica da

empresa Dow AgroSciences, que está à 5 Km da área experimental e estão

demonstrados na Figura 2.

Figura 2. Temperaturas máximas e mínimas e precipitação pluvial média durante

o período experimental (Mogi Mirim/SP – Estação Meteorológica Dow

AgroSciencies, 5 Km do ensaio)

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3.2. Instalação e condução do ensaio

Inicialmente realizou-se semeadura (outubro de 2010), a lanço, de duas

espécies de braquiárias - Brachiaria decumbens e B. ruziziensis, utilizando-se 14 e

12 kg de sementes por hectare, respectivamente. Após o estabelecimento das

espécies de braquiárias, realizou-se, em março de 2010, a implantação do pomar

de citros - com mudas de lima ácida Tahiti [Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka],

enxertadas em citrumelo Swingle [Citrus paradisi Macf. × Poncirus trifoliata (L.)

Raf.], em espaçamento de 7,0 x 4,0m. Destaca-se que para o plantio dos citros,

optou-se por fazê-lo em sistema de cultivo mínimo, ou seja, o preparo do solo

ocorreu apenas nas linhas de plantio com subsolador.

Para locação do ensaio, cada parcela contou com 24 plantas de lima ácida

Tahiti, distribuídas em três linhas com oito plantas cada. O delineamento

experimental estabelecido foi de parcelas sub subdivididas, conforme esquema

abaixo.

Parcela Sub parcela Sub subparcela

Tipo de cobertura Manejo da entrelinha Controle de plantas daninhas Glyphosate

Roçadeira convencional Sem glyphosate Glyphosate

Brachiaria ruziziensis Roçadeira ecológica Sem glyphosate

Glyphosate Roçadeira convencional Sem glyphosate

Glyphosate

Brachiaria decumbens Roçadeira ecológica Sem glyphosate

As braquiárias foram manejadas (cortadas) a partir do mês de dezembro de

2011 com uso de roçadeiras: (i) convencional: que mantém toda a massa verde

roçada no local – entrelinha e; (ii) ‘ecológica’: projeta todo o material roçado para a

linha dos citros, sob a projeção da copa das plantas de citros (Figura 3, A e B).

Posteriormente, mais duas roçagens foram realizadas, em fevereiro e abril de

2012, respectivamente. Nessas mesmas datas aplicou-se glyphosate (5L ha-¹) nas

parcelas com controle de plantas daninhas (linha).

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As espécies de braquiárias foram escolhidas, por possuírem hábito de

crescimento compatível com a cultura do citros. A espécie B. ruziziensis já vem

sendo utilizada por alguns citricultores, porém de forma esporádica e individual, e

a B. decumbens, em geral, ocorre naturalmente em muitos pomares de toda a

região citrícola paulista.

FIGURA 3. Manejo da entrelinha com roçadeiras convencional (A) e ‘ecológica’ (B) após corte das braquiárias (Fotos: Azevedo, 2012).

3.1. Variáveis avaliadas

3.1.1. Fitomassa da parte aérea das braquiárias

A vegetação intercalar (entrelinha), foi amostrada nas mesmas datas das

roçagens (novembro/2011, janeiro e abril/2012), quando a vegetação das

ntrelinhas estava no máximo desenvolvimento vegetativo (≅ ≅ ≅ ≅ 50 cm de altura).

Empregou-se a roçadeira costal (manual) (Figura 4 A), simulando o uso de

roçadeira convencional, em quatro pontos distintos na parcela utilizando-se um

gabarito com 0,25 m2 - totalizando 1 m² parcela-1. Na mesma data, após a

roçagem, avaliou-se a massa verde projetada sob a linha das plantas de Tahiti,

também em quatro pontos por parcela utilizando o mesmo gabarito (Figura 4 B).

A B

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Após a avaliação da massa verde em balança eletrônica, as amostras

foram subdivididas em quatro sub-amostras e armazenadas em sacos de papel,

essas foram novamente pesadas (massa verde), e posteriormente secas em

estufa com circulação de ar forçada na temperatura de 60ºC até atingir massa

constante, para obtenção das massas secas.

FIGURA 4. Avaliação de fitomassa na entrelinha (A) e linha (B), após roçagem (Fotos: Azevedo, 2012).

3.1.2. Análises químicas do solo e foliares Coletaram-se amostras de solo na camada de 0-20 cm de profundidade

(abril de 2012), para a determinação do pH (0,01 mol L-1 CaCl2), fósforo, potássio

e cálcio, e micronutrientes utilizando-se os métodos descritos por Raij et al.

(2001), sendo retiradas quatro amostras por parcela (linha e entrelinha).

Para a avaliação do estado nutricional das plantas foram coletadas

amostras de folhas em ramos frutíferos, no final do verão (abril de 2012), para

determinação da concentração total de macro e micronutrientes de acordo com

metodologia proposta por Bataglia et al. (1983), sendo amostrado quatro plantas

por parcela e quatro folhas por plantas, totalizando 16 folhas por tratamento.

3.1.3. Análises físicas do solo Para as medidas de resistência à penetração utilizou-se o penetrômeutro

convencional modelo Stolf (Figura 6), constituído por um peso para provocar o

impacto, uma haste e um cone para a penetração no solo (STOLF et al., 1983).

A B

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A penetração da haste é obtida pelo impacto de uma massa (4 kg) em

queda livre de uma altura h (metros). A cada impacto são registrados os valores

do deslocamento x (metros), os quais são convertidos em pressão de penetração

ou resistência à penetração (em unidades de MPa), através da fórmula,

modificada por Stolf (1990), considerada para o cálculo de índice de cone, é

descrita a seguir:

Onde:

R: resistência à penetração conhecido como Índice de Cone, MPa;

M: massa total do equipamento, Kg;

m: massa do êmbolo, Kg;

g: aceleração da gravidade, m/s;

h: altura da queda do êmbolo, cm;

x: número de impactos;

A: área de projeção da ponteira, mm2;

Os valores para as variáveis são: M = 4,019 kg; m = 3,33 kg; (M+m)g =

7,349 kgf; h = 40 cm e A = 1,22 cm2:

Assim utilizou-se a equação simplifica:

Sendo N o número de impactos/10cm no solo.

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Figura 5. Penetrômetro de impacto modelo Stolf (STOLF et al., 1983).

No presente trabalho foram amostrados três pontos na entrelinha do pomar,

sendo que o primeiro, referência (0), estava situado na linha das plantas de Tahiti,

a partir deste traçou-se uma linha perpendicular à linha de plantas e foram

amostrados outros dois pontos a 1,5 e 3 metros, para à direita e esquerda da

linha, fechando assim uma entrelinha. Tais pontos foram escolhidos mediante a

passada dos implementos que realizam os tratos culturais necessários para

manutenção do pomar. Essas avaliações foram realizadas em duas épocas:

novembro de 2011 e fevereiro de 2012.

Foram avaliadas duas repetições para cada parcela; das quatro leituras da

mesma parcela e dos mesmos pontos de referência obtiveram-se médias. Os

dados de resistência estática do penetrômetro de impacto foram expressos na

unidade prática de resistência, impactos/dm (N) ou seja, impactos/20cm. Por meio

dos dados de N foram aplicadas as fórmulas de transformação para a obtenção da

resistência dinâmica em MegaPascal (MPa).

3.1.4. Distribuição de raízes das plantas de Tahiti As raízes das plantas de lima ácida Tahiti foram avaliadas no mês de maio

de 2012, utilizando-se método descrito por BÖHM (1979), onde amostras

coletadas em três distâncias horizontais do tronco - linhas (0,30; 0,60; 0,90 m) e

duas profundidades (0,20; 0,40 m), em quatro pontos por parcela.

As amostras de solo foram coletadas utilizando-se um trado de boca, com

diâmetro de 0,09 m e altura de 0,25 m. Em seguida as raízes foram lavadas e

separadas do solo utilizando peneiras com 2 mm de malha; as raízes foram secas

em estufa com ventilação de ar forçada a 65ºC por 72 horas e posteriormente

pesadas. As radicelas foram identificadas utilizando a metodologia descrita por

Montenegro (1960), considerando-se como radicelas todas as raízes com

diâmetro inferior a 1,5 mm.

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3.1.5. Desenvolvimento vegetativo e produção da lim a ácida Tahiti Verificou-se a produção das plantas úteis de cada tratamento, quatro

plantas centrais, com auxílio de balança de campo (precisão 5g), obtendo-se a

massa total dos frutos por planta (kg planta-1).

Para se obter a eficiência de produção (kg de fruto m-³ de copa),

inicialmente mediu-se o desenvolvimento vegetativo das plantas colhidas, com

auxílio de régua graduada, obtendo-se altura, diâmetro de copa e a partir dessas

medidas, calculou-se o volume da copa (V), que foi determinado com base na

fórmula:

V= 2/3 π R² H

onde;

R= raio médio da copa;

H= altura da planta.

Posteriormente, dividiu-se os valores totais de massa dos frutos de cada

planta pelo seu respectivo volume de copa, obtendo-se assim a eficiência de

produção (kg de fruto.m-³ de copa), que foi transformado também em tonelada de

fruta hectare-1 (multiplicando pelo total de plantas hectare-1 = 400). Além disso,

contaram-se o número total de frutos colhidos. Essa avaliação foi realizada no

mês de maio de 2012.

3.2. Análises dos resultados

Todos os dados foram submetidos à análise de variância e posterior teste

de comparação de médias (Tukey - 5%), utilizando-se o software ESTAT, do

Departamento de Ciências Exatas da UNESP, campus de Jaboticabal/SP.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Fitomassa da parte aérea das braquiárias

Não houve diferenças para os valores de massa verde (MV) e seca (MS),

da parte aérea, entre as duas braquiárias. Por outro lado a utilização da roçadeira

‘ecológica’ proporcionou acúmulo de MS - 5,6 vezes maior, na linha dos citros -

projeção (Tabela 3 e Figura 6). Isso ocorreu em decorrência da forma de trabalho

desse equipamento agrícola, que é projetado para fazer uso de técnicas de

manejo sustentável, pois possui como característica principal, lançar os resíduos

vegetais (mato), sob as copas das plantas, proporcionando dessa forma, maior

retenção de umidade, redução do uso de herbicidas e consequentemente maior

proteção do solo.

Tabela 3. Fitomassa verde (MV) e seca (MS) da parte aérea das diferentes braquiárias, na entrelinha e projeção da copa das plantas de Tahiti (linha) nos diferentes tratamentos, acumulativo de três roçagens (Mogi Mirim/SP, 2011/2012).

Entrelinha Linha MV MS MV MS Tratamentos

--------------------------------- t ha-1------------------------------------- Vegetação (A) NS NS NS NS

B. ruziziensis 35,5 a1 8,5 a 7,7 a 2,6 a B. decumbens 39,2 a 10,9 a 9,8 a 3,4 a

Roçadeira (B) * NS ** ** Roçadeira 'ecológica' 32,8 b 9,2 a 15,5 a 5,1 a Roçadeira convencional 41,8 a 10,0 a 1,9 b 0,9 b

(A)x(B) NS NS NS NS

Manejo do mato (C) NS NS ** NS

Sem herbicida 39,4 a 9,3 a 10,9 a 3,5 a Com herbicida 35,2 a 9,7 a 6,6 b 2,5 a

(A)x(C) NS NS NS NS

(B)x(C) NS NS NS NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS NS

1médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).

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Figura 6. Plantas dos tratamentos: Brachiaria ruziziensis, convencional com

herbicida (A) e com roçadeira ‘ecológica’ + herbicida (B) – Mogi Mirim/SP, maio de 2012 (Fotos: Azevedo, 2012).

ROSSÊTTO (2009) trabalhando com diferentes adubos verdes de inverno e

roçadeiras obteve resultados, com o uso da ‘ecológica’, semelhantes ao desse

trabalho, computando o dobro da massa verde (na linha), em comparação ao uso

da roçadeira convencional na entrelinha dos citros, evidenciando a eficiência da

roçadeira ‘ecológica’ em projetar os resíduos vegetais sob a copa das plantas.

Trabalho realizado por Bauer et al. (2011) mostra produção de massa seca da

parte aérea, das braquiárias, semelhante aos obtidos no presente estudo; os

autores descrevem, ainda, que mesmo pertencendo ao mesmo gênero, essas

forrageiras apresentaram características estruturais diferentes, provavelmente em

função das respostas adaptativas às condições de ambiente e de manejo também

diferenciadas. A braquiária-peluda (Brachiaria ruziziensis) é uma boa opção para

A B

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o plantio intercalar. De acordo com Sanches (1998) essa espécie é não concorre

com as plantas de citros, quando comparada a B. decumbens. Segundo o mesmo

autor, no período da seca, a B. ruziziensis não concorre por água, pois desidrata e

seca antes dos citros sofrerem qualquer estresse hídrico.

Valores próximos de MS foram observados por Forli 2003, Arruda et al. 1987 e

Carvalho 2005, com Brachiaria decumbens implantada em pomar de laranjeira

doce após dois cortes variando entre 2,4 a 8,0 t ha-1. Dessa forma, pode-se

considerar alta a produção de MS da parte aérea das braquiárias nesse ensaio,

pois variou entre 8,5 e 10,9 t ha-1, após três cortes.

4.2. Análises químicas do solo e foliares Não se observaram diferenças siginificativas nas avaliações dos

micronutrientes e macronutrientes secundários (dados não apresentados). Por

outro lado, notam-se incrementos nos teores de nitrogênio foliar, nas parcelas com

roçadeira ‘ecológica’, de fósforo, na linha das parcelas onde a Brachiaria

decumbens foi a vegetação intercalar e decréscimo de potássio notado, na

entrelinha, das parcelas manejadas com roçadeira ‘ecológica’ (Tabela 4).

Os resultados de matéria orgânica, não evidenciaram diferenças entre os

tratamentos, até o presente momento. Observou-se diminuição da Saturação por

bases e do V%, na entrelinha, das parcelas manejadas com roçadeira ‘ecológica’

(dados não apresentados).

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Tabela 4. Teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) presentes nas folhas das plantas de lima ácida Tahiti, solo da linha e entrelinha do ensaio (Mogi Mirim/SP, maio de 2012). N P K

Tratamentos Foliar g kg-1

Linha mg dm3

Entrel. mg dm3

Foliar g kg-1

Linha mmolcdm3

Entrel. mmolcdm3

Foliar g kg-1

Vegetação (A) NS NS * NS NS NS NS B. ruziziensis 27,8 a1 25,6 a1 13,2 b 2,6 a 2,43 a 0,9 a 15,3 a B. decumbens 26,2 a 22,2 a 23,0 a 2,1 a 2,67 a 1,2 a 16,0 a Roçadeira (B) ** NS NS NS ** ** NS Roç. 'ecológica' 30,8 a 24,6 a 18,1 a 2,5 a 3,14 a 0,4 b 15,6 a Roç. convencional 24,5 b 23,2 a 22,1 a 2,2 a 1,96 b 1,7 a 15,7 a (A)x(B) NS NS NS NS NS NS NS Manejo do mato (C) NS NS - NS NS - NS Sem herbicida 28,0 a 22,6 a - 2,3 a 2,60 a - 15,5 a Com herbicida 27,3 a 25,2 a - 2,4 a 2,50 a - 15,7 a (A)x(C) NS NS - NS NS - NS

(B)x(C) NS NS - NS NS - NS

(A)x(B)x(C) NS NS - NS NS - NS

1médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste F); *diferença significativa ( F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).

Na sequência fazem-se considerações separadamente para os resultados

obtidos para nitrogênio, fósforo e potássio.

4.2.1 Nitrogênio Alto teor de nitrogênio foram obtidos, nas folhas de lima ácida Tahiti, das

parcelas com roçadeira ecológica (Figura 8). Considerando a elevada quantidade

de MS da parte aérea das braquiárias, projetada na linha do Tahti, nessas

parcelas, entende-se o resultado obtido nas folhas do Tahiti. MOLINARI (2012)

relatam teores de 2,5 g de N kg-1 de massa seca da parte aérea das B.

decumbens e B. ruziziensis.

O teor foliar de nitrogênio adequado para um pomar de citros varia de 23,0

a 27,0 g kg-1 (QUAGGIO et al., 2005). Observam-se, ainda na Figura 8, valores

entre 25,0 a 30,0 g kg-1, nos diferentes tratamentos, evidenciando, assim boa

resposta das plantas de lima ácida Tahiti ao manejo realizado.

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Figura 8. Teor foliar de nitrogênio na lima ácida Tahiti mediante aos tratamentos

da roçadeira ecológica e convencional.

4.2.2 Fósforo Os teores de fósforo, na entrelinha, foram inferiores nas parcelas com

Brachiaria ruziziensis (Figura 9). Molinari (2012) verificou valores

significativamente superiores de fósforo nos resíduos vegetais da parte aérea da

Brachiaria ruziziensis em comparação B. decumbens, o que explica o resultado

obtido nesse trabalho. Houve um empobrecimento da entrelinha, com Brachiaria

ruziziensis, uma vez que essa cobertura extrai grande quantidade desse nutriente

e foi transportada para a linha dos citros (roçadeira ‘ecológica’).

Figura 9. Teor de fósforo foliar, na linha e entrelinha do solo, da lima ácida Tahiti

mediante aos tratamentos da B. ruziziensis e B. decumbens.

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Apesar do maior acúmulo de P pela Brachiaria ruziensis os valores na linha

não se elevaram significativamente, nem mesmo os teores foliares das plantas do

Tahiti, que variou entre 2,0 a 2,7 g kg-1, estando acima dos valores considerados

adequados para citros (1,2-1,6 g kg-1), segundo QUAGGIO et al. (2005). Isso pode

ter ocorrido em decorrência dos elevados teores de P (41 mg dm-3) e boa correção

de solo antes do plantio (Tabela 1).

4.2.3 Potássio

Os teores de potássio no solo (Figura 10), na entrelinha, foram maiores nos

tratamentos com roçadeira convencional, evidenciando o efeito ‘extrativo’ da

roçadeira ‘ecológica’ que projeta toda fitomassa produzida na entrelinha para linha

dos citros. O inverso se observa na linha das plantas de lima ácida Tahiti, onde

altos teores de potássio são observados no tratamento com a roçadeira

‘ecológica’.

Figura 10. Teor de potássio foliar, na linha e entrelinha do solo, da lima ácida

Tahiti mediante aos tratamentos da roçadeira ecoloógica e convencional.

No entanto, as análises foliares não revelaram diferenças nos teores de K

foliares do limão Tahiti (Tabela 4). Isso pode ter ocorrido em decorrência dos

teores médios de K (1,3 mmolc dm-3) e boa correção de solo antes do plantio

(Tabela 1), como observado para o nitrogênio. Outro ponto a ser considerado é a

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lixiviação – que é um dos principais mecanismos de transferência de potássio para

o solo, uma vez que ele não é componente estrutural de compostos das plantas e

a mineralização não é um pré-requisito para sua liberação, corroborando com os

resultados obtidos na linha desse ensaio (COSTA et al., 2005).

MOLINARI (2010) relata ser rápida a liberação de K , onde o tempo de

meia-vida foi de 12 e 13 dias, para as Brachiarias ruziziensis e B. decumbens,

respectivamente. Estudos mostram a rápida velocidade de liberação de K,

independente da espécie envolvida e época de corte, e destacam que tal fato está

associado, provavelmente, à natureza do nutriente, que ocorre na forma iônica nas

plantas, não participando de nenhuma estrutura orgânica (ANDRADE, 1997).

4.3. Compactação do solo Analisando-se os resultados da compactação do solo (Tabela 5), observa-

se maior dificuldade de penetração no solo, na primeira avaliação, nas parcelas

com Brachiaria decumbens (ponto 0, camada 0-20 cm e 3,0 m camada 20-40 cm).

Trabalho realizado por Molinari (2012) descreve maior desenvolvimento radicular

da Brachiaria decumbens em detrimento à B. ruziziensis, podendo, essa

característica, acarretar em uma maior dificuldade à penetração.

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Tabela 5 – Compactação do perfil do solo, a 0-20 cm de profundidade, em três diferentes posições (Mogi Mirim/SP, novembro/2011 e fevereiro/2012).

Compactação do solo Tratamentos Novembro/2011 Fevereiro/2012

0 m 1,5 m 3,0 m 0 m 1,5 m 3,0 m ------------------------------mPa--------------------------------------------

Vegetação (A) ** NS * NS NS NS B. ruziziensis 6,59 b1 8,67 a 8,40 b 4,45 a 8,74 a 8,87 a B. decumbens 7,67 a 9,68 a 9,93 a 4,16 a 6,80 a 8,33 a Roçadeira (B) NS NS NS NS ** NS Roçadeira 'ecológica' 7,32 a 9,15 a 9,37 a 3,98 a 8,59 a 9,45 a Roçadeiraonvencional 6,95 a 9,19 a 8,95 a 4,64 a 6,95 b 7,75 a (A)x(B) NS NS NS NS ** NS Manejo do mato (C) NS NS NS NS NS NS Sem herbicida 7,06 a 9,36 a 9,48 a 4,47 a 8,02 a 8,95 a Com herbicida 7,20 a 8,99 a 8,84 a 4,15 a 7,52 a 8,24 a (A)x(C) NS NS NS NS NS NS (B)x(C) NS NS NS NS NS NS (A)x(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

1médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).

Ainda não se observou elevação no teor de matéria orgânica do solo

nesse ensaio (dados não apresentados), uma vez que o manejo proposto vem

sendo realizado apenas a dois anos. Na literatura há relatos que a matéria

orgânica tem grande importância no comportamento mecânico do solo,

principalmente quando ele é submetido à carga externa. BRAIDA et al. (2006),

avaliando o efeito da matéria orgânica sobre o comportamento mecânico de duas

classes de solo, verificaram que o acúmulo de matéria orgânica proporcionado por

diferentes sistemas de manejo reduziu a densidade máxima e aumentou a

umidade crítica para compactação do solo, significando que ele se tornou mais

difícil de ser compactado. Assim, espera-se redução da compactação do solo com

maior tempo de condução dos experimentos.

A resistência a penetração no solo sofre dependência de fatores

intrínsecos (textura, estrutura, mineralogia), sendo altamente dependente da

umidade do solo (GOMES & PEÑA, 1996).

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De acordo com CHANCELLOR (1977), o volume total de um solo é

formado pelo volume de partículas minerais e por poros entre as partículas. Esse

solo é considerado compactado quando a proporção de macroporos em relação à

porosidade total é inadequada para o eficiente desenvolvimento da planta.

Segundo alguns autores, o solo ideal é aquele que tem a porosidade total de 50%,

sendo um terço, cerca de 17%, de macroporos ocupados pelo ar do solo, e dois

terços, cerca de 33%, de microporos responsáveis pela retenção de água (KIEHL,

1979).

Visto que em solos de textura argilosa a porosidade é muito maior que as

de um solo arenoso, podemos dizer que sua compactação é mais difícil do que de

um solo argiloso. ROSOLEM et al. (1999), em estudo de RP em solo arenoso,

observaram em menores proporções o aumento da RP do que em texturas mais

argilosas.

4.4. Avaliação de raízes Maior massa de raízes foi observada nas parcelas com Brachiaria

decumbens e roçadeira ‘ecológica’, na avaliação realizada a 30 cm de distância do

tronco (linha) e na camada de 0-20 cm de solo (Tabela 6 e Figura 11). Esse fato

pode ser explicado pela maior deposição da palhada na superfície, próxima ao

tronco das plantas de Tahiti, no tratamento com ‘ecológica’; mantendo, nesse

sistema a umidade do solo e a ciclagem de nutrientes. Molinari (2012) relata esses

benefícios da utilização da roçadeira ecológica e descreve haver maior produção

de matéria seca da parte aérea e das raízes pela Brachiaria decumbens em

relação à B. ruziziensis. Outro ponto analisado foi o tempo de decomposição da

palhada desses materiais – concluindo que a B. decumbens possui um tempo de

½ vida (necessário para decompor metade da matéria seca) superior à ruziziensis.

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Tabela 6 – Quantidade de raízes presentes na linha e entrelinhas das plantas de lima ácida Tahiti, distando de 30, 60 e 90 cm em direção a própria linha e em duas profundidades (0 – 20 cm e 20 – 40 cm) (Mogi Mirim/SP, Fevereiro de 2012)

0 – 20 cm (linha) 0 – 20 cm (entrelinha) 30 cm 60 cm 90 cm 30 cm 60 cm 90 cm

Tratamentos ----------------------------------g m-2---------------------------------

Vegetação (A) NS NS NS NS NS NS B. ruziziensis 0,14 b1 0,23 a 0,15 a 0,17 a 0,03 a 0,01 a B. decumbens 0,25 a 0,15 a 0,25 a 0,16 a 0,06 a 0,04 a

Roçadeira (B) * NS NS NS NS NS Roçadeira 'ecológica' 0,24 a 0,19 a 0,18 a 0,20 a 0,02 a 0,04 a

Roçadeira convencional 0,15 b 0,20 a 0,22 a 0,13 a 0,07 a 0,01 a (A)x(B) NS NS NS NS NS NS Manejo do mato (C) NS NS NS NS NS NS

Sem herbicida 0,19 a 0,19 a 0,19 a 0,24 a 0,04 a 0,04 a Com herbicida 0,19 b 0,19 a 0,21 a 0,09 a 0,05 a 0,02 a

(A)x(C) NS NS NS NS NS NS (B)x(C) NS NS NS NS NS NS (A)x(B)x(C) NS NS NS NS NS NS

1médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).

FIGURA 11. Radicelas provenientes dos tratamentos BDEH - Brachiaria

decumbens, roçadeira ecológica e herbicida (A) e BRCH - Brachiaria ruziziensis,

roçadeira convencional e herbicida (B), a 0-20 cm de profundidade e 30 cm do

tronco das plantas de Tahiti (Fotos: Azevedo, 2012).

A B

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4.5. Desenvolvimento Vegetativo e Produção da lima ácida Tahiti As plantas de lima ácida Tahiti apresentaram maior altura e volume de copa

nas parcelas com roçadeira ecológica, por outro lado, não se observaram

diferenças quanto às diferentes braquiárias e manejo do mato (Tabela 7).

Tabela 7 - Altura, diâmetro e volume de copa das plantas de lima ácida Tahiti nos diferentes tratamentos (Mogi Mirim/SP, maio de 2012)

1médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).

Na literatura há relatos de possível efeito alelopático da Braquiária

decumbens aos citros. Um exemplo é o trabalho conduzido por Souza et al.

(1997), que constataram uma redução na altura das mudas enxertadas com limão

siciliano (Citrus limon), plantadas em antigas pastagens de B. decumbens, fato

este não observado quando as mudas, foram plantadas em antigas pastagens de

setária (Setaria geniculata). Souza et al. (2006) descrevem reduzam no tamanho

em outras espécies, como milho, arroz, trigo, soja, feijão e algodão quando

cultivadas em solos onde se incorporou matéria seca de B. decumbens.

STROBEL (2001), por sua vez, relata a existência de aleloquímicos como o ácido

p-cumárico, produzido pelo capim Brachiaria humidicola e o ácido aconítico. No

Tratamentos

Altura (m)

Diâmetro (m)

Volume de Copa (m³)

Vegetação intercalar (A) NS NS NS B. ruziziensis B. decumbens

2,00 a1 1,97 a

1,93 a 1,88 a

12,06 a 11,53 a

Roçadeira (B) * NS *

Roçadeira ‘ecológica’ 1,95 a 12,75 a Roçadeira convencional (A)x(B)

Manejo do mato (C) Sem herbicida Com herbicida

(A)x(C) (B)x(C)

2,04 a 1,92 b

NS

NS

1,96 a 2,00 a

NS

NS

1,86 a NS

NS

1,87 a 1,94 a

NS

NS

10,84 b NS

NS

11,13 a 12,45 a

NS

NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS

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entanto, nesse trabalho não se evidenciou efeitos maléficos da Brachiaria

decumbens sobre as plantas de lima ácida Tahiti, até a presente data.

O uso da roçadeira ‘ecológica’ proporcionou maior pprodução às plantas de

lima ácida Tahiti (Tabela 8). Essa roçadeira tem por característica cortar a

vegetação intercalar e projetar toda massa vegetal na projeção da copa das

plantas de citros, acarretando maior quantidade de resíduo vegetal e beneficiando

a cultura principal, devido a uma séria de fatores descritos no decorrer desse

trabalho, além da manutenção da umidade do solo e liberação de nutrientes, como

fora observado pelo trabalho realizado por Molinari (2012).

Tabela 8 - Produção das plantas de lima ácida Tahiti nos diferentes tratamentos (Mogi Mirim/SP, maio de 2012)

1médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).

Estudos científicos e relatos práticos demonstram que o uso de adubos

verde ou plantas de cobertura, desempenham ações em diferentes aspectos da

fertilidade do solo, tais como: proteção do solo contra os impactos das chuvas e

também da incidência direta dos raios solares; rompimento de camadas

adensadas e compactadas ao longo do tempo; aumento do teor de matéria

orgânica do solo; incremento da capacidade de infiltração de água; inibição da

germinação e do crescimento de plantas invasoras seja por efeitos alelopáticos ou

Tratamentos

Frutos planta -1

Kg fruto planta -1

Frutos m-3

t frutos ha-1

Vegetação intercalar (A) NS NS NS NS

B. ruziziensis B. decumbens

151,29 a1 163,38 a

11,14 a 12,95 a

12,22 a 14,28 a

4,54 a 5,28 a

Roçadeira (B) ** ** ** **

Roçadeira ‘ecológica’ 16,57 a 16,82 a 6,76 a Roçadeira convencional (A)x(B)

Manejo do mato (C) Sem herbicida Com herbicida

(A)x(C) (B)x(C)

216,38 a 103,29 b

NS

**

120,04 b 199,63 a

NS

NS

7,52 b NS

**

9,17 b 14,92 a

NS

NS

9,68 b NS

* 10,82 b 15,67 a

NS

NS

3,07 b NS

**

3,74 b 6,09 a

NS

NS

(A)x(B)x(C) NS NS NS NS

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pela inibição da competição por luz (Von Osterroht, 2002). Segundo Broch (2000),

além da produção de biomassa da parte aérea, espécies do gênero Brachiaria

possuem sistema radicular bastante volumoso, causando melhoras na estrutura

do solo.

Figura 12. Plantas de Tahiti dos diferentes tratamentos, evidenciando, vigor e

produção – A = Brachiaria ruziziensis + roçadeira ‘ecológica’; B = B. ruziziensis +

roçadeira ‘ecológica’ + herbicida; C = B. ruziziensis + roçadeira convencional; D =

B. ruziziensis + roçadeira convencional + herbicida. (Fotos: Azevedo, 2012).

O manejo com roçadeira ecológica apresentou os melhores resultados em

relação à produção da lima ácida Tahiti (Tabelas 7 e 8 e Figura 12); resultados

estes, que podem ser explicados pela ausência do efeito alelopático, até o

A B

C D

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momento, das braquiárias utilizadas, e pelo efeito benéfico que o manejo com

roçadeira ‘ecológica’ proporciona. Como a manutenção da umidade do solo e a

mobilização de nutrientes das camadas mais profundas do solo (VON

OSTERROHT, 2002), favorecendo um maior desenvolvimento da planta e uma

maior produção.

5. CONCLUSÃO

A roçadeira ecológica proporciona maior deposição de massa na linha de

plantio da lima ácida Tahiti.

Os teores de fósforo nas folhas da lima ácida Tahiti são maiores nos

tratamentos com Brachiaria ruziziensis.

A roçadeira ecológica proporciona maior teor de potássio no solo, na linha

de plantio dos citros e nitrogênio foliar (Tahiti).

Maior resistência à penetração do solo é acarretada pela Brachiaria

decumbens na entrelinha.

Maior concentração de raízes próximas ao tronco e superficialmente no

tratamento roçadeira ecológica.

Roçadeira ecológica proporcionou o maior desenvolvimento vegetativo em

todos os aspectos avaliados.

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