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Directora: Laura Alves | Quinta-feira, 8 de Julho de 2010 | N.º 167 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt VAI DE VIAGEM! VAI DE VIAGEM! PUBLICIDADE APANHA O COMBOIO, DESCOBRE APANHA O COMBOIO, DESCOBRE A MAGIA DO INTERRAIL E, DE SOFÁ A MAGIA DO INTERRAIL E, DE SOFÁ EM SOFÁ, FAZ AMIZADES ATRAVÉS EM SOFÁ, FAZ AMIZADES ATRAVÉS DO COUCHSURFING. P. 06 E 07 DO COUCHSURFING. P. 06 E 07 MAKE IT REAL Jovens designers premiados. P. 03 PRAIA Temos discos, livros e outras sugestões frescas para ti. P. 08

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APANHA O COMBOIO, DESCOBRE APANHA O COMBOIO, DESCOBRE

A MAGIA DO INTERRAIL E, DE SOFÁ A MAGIA DO INTERRAIL E, DE SOFÁ

EM SOFÁ, FAZ AMIZADES ATRAVÉS EM SOFÁ, FAZ AMIZADES ATRAVÉS

DO COUCHSURFING. P. 06 E 07DO COUCHSURFING. P. 06 E 07

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[Sumário] 2[8 JUL 2010]

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edito

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ficHa TécNicA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Laura Alves | Redacção: Andreia Arenga, Graziela Costa (estagiária) | Colaboradores: João Tomé, Luís Magalhães, Miguel Pedreira, Ricardo Queirós | Cronistas: Luís Franco-Bastos, Vasco Duarte | Projecto Gráfi co: Joana Túlio | Paginação: Pedro Castro | Revisão: Catarina Poderoso | Marketing: Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rêgo (Directora Comercial); Francisco Sousa Coutinho (Senior Brand Activator) | Distribuição: José Magalhães | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda, 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646-1649.

GADGETS CATITAS

RICARDO QUEIRÓ[email protected]

DE CARRO A AVIÃO EM 30 SEGUNDOS

O Transition, como assim é conhecido, atinge velocidades de 185km/h no ar, tem autonomia de voo de mais de 700 km, capacidade para duas pessoas e pode passar de carro a avião em 30 segundos. Os responsáveis por este projecto asseguram que ele irá “mudar o mundo da mobilidade pessoal”. Movido a gasolina e com tracção nas rodas dianteiras para circular nas ruas, cabe numa garagem, com as asas dobradas. O preço? 163 mil euros. Coisa pouca.

ABRAM ALAS PARA O NOBY

Chama-se Noby e é um bebé-robô de 71 cms e 8 kgs desenvolvido por investigadores japoneses na Univer-sidade do Tóquio. Foi criado com o objectivo de estudar a capacidade cognitiva dos bebés durante o seu crescimento e formular teorias que procuram explicar certos aspectos humanos. Equipado com 600 sensores de tacto, duas câmaras e microfones na cabeça, o Noby capta praticamente tudo em redor.

DETECTOR DE DROGAS PORTÁTIL

Com o objectivo de detectar mais facilmente os consumidores de drogas, a Philips está a desen-volver um dispositivo portátil que realiza as análises sem extracção sanguínea. O processo dura 90 se-gundos e é feito através da saliva. Este aparelho, ainda sem nome ou preço definido, poderá identificar drogas como cocaína, heroína, anfetaminas e metanfetaminas. Não se sabe ainda se o aparelho estará ao alcance de toda a gente ou se ficará disponível apenas para os agentes policiais.

MAS AINDA ALGUÉM FAZ INTERRAIL?...

PRÓXIMA EDIÇÃO

22 DE JULHOHaverá vida nas universidades durante as férias? Na próxima edição damos-te alguns exemplos de

projectos e eventos a decorrer um pouco por todo o País. Destaque também para a reportagem especial sobre a participação portuguesa no Imagine Cup,

em Varsóvia. E como Verão que se preze tem sempre música à mistura, falamos de três festivais: Milhões de Festa em Barcelos,

Paredes de Coura e Músicas do Mundo em Sines.

LAURA ALVES DIRECTORA [email protected]

JOVENS CRIADORES ‘10Já arrancou mais uma edição do Concurso Jovens Criadores, uma iniciativa do Instituto Português da Juventude e do Clube Português de Artes e Ideias. As inscrições estão abertas até 26 de Julho e podem concorrer todos os artistas em início de carreira com idade inferior a 30 anos. Para mais informações e consulta do regulamento vai a www.artesideias.com.

LOMOFÉRIAS Está a decorrer, até 18 de Setembro, mais um concurso de fotografia LOMOgrafiaFÉRIAS. Podes enviar até 12 fotos sobre os momentos mais alucinantes das tuas férias e ganhar umas máquinas LOMO todas catitas. Consulta o regulamento em www.lomografiaportugal.com.

VOLTA AO MUNDORui Magro Correia e Jorge Alves são dois aventureiros que deram início a um projecto ambicioso: uma volta ao mundo! O primeiro destino foi Moscovo, mas o plano é não ficar muito tempo no mesmo sítio. Acompanha esta aventura em www.caminhoscruzados.pt. E rói-te de inveja, claro!

VAMOS LÁ COM BADA! A Samsung apresentou recentemente uma novidade no segmento dos smartphones: a tecnologia bada. Trata-se de um sistema aberto que, através do software SDK e da Samsung Apps, permite criar aplicações e disponibilizá-las para todo o mundo. Está actualmente a decorrer o Global Developer Challenge e também tu, se tens mãozinhas de programador, podes desenvolver e enviar a tua aplicação até 31 de Agosto. Sabe mais em http://developer.bada.com.

Há alguns anos, por sugestão de um amigo e colega de trabalho, inscrevi-me numa coisa chamada Hospitality Club – uma rede de partilha de alojamento muito semelhante ao sobejamente conhecido Couchsurfing. Não cheguei a recorrer aos sofás de desconhecidos, mas devo dizer que pelo meu sofá passaram nada mais nada menos que três polacos, dois italianos, duas japonesas – uma a estudar em Paris e outra a viver em Berlim –, um alemão e um russo estudante em Inglaterra. A primeira experiência foi uma estreia para ambas as partes: a Anna Maria e o Jurand, um casal na casa dos 20, ela publicitária, ele realizador de vídeos, estavam tão inseguros quanto eu. Se eu saí para o trabalho a pensar «Oh meu Deus, deixei uma chave de casa com um par de desconhecidos!», foi interessante perceber, durante um jantar de sardinhas assadas e imperiais ver-gonhosamente pequenas – muito bebem estes polacos! – que ambos ficaram mais tranquilos ao verem que a anfitriã era uma rapariga inofensiva e muito simpática (Cof! Cof!),

capaz de os levar pelas ruelas de Lisboa, explicar porque é que se comem chocos com tinta e esclarecer que não temos por hábito dançar tango, sevilhanas nem capoeira.Todos estes adeptos do sofá alheio que acolhi em minha casa vieram até Portugal de avião. Mas poderiam ter vindo de outra forma: de comboio, por exemplo, através do mí-tico InterRail, uma forma de viajar sobre a qual te falamos nesta edição. «Mas ainda alguém faz InterRail nos dias que correm?...», perguntava há dias alguém aqui na redacção. Pelos vistos, sim. E ainda bem. Mais do que o destino final – quero acreditar, eu, que ainda não vivi essa aventura, mas que hei-de vivê-la nem que seja nos meus loucos anos pós-reforma –, é a magia da experiência. O superar obstá-culos. O gozo que dá enfrentar o desconhecido e usar uma valiosa ferramenta de vida que é o ‘desenrascanço’. E já que falamos de comboios, é como se dizia nesse grande filme que é ‘Trainspotting’ e que marcou uma geração nos anos 90: «Choose life.»

[DESAFIOS]

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[Aprender]3 [8 JUL 2010]

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TALENTO. JOVENS DESIGNERS CONQUISTAM OPORTUNIDADE DE FAZER ESTÁGIOS INTERNACIONAIS

O DESIGNER SONHA, O PORTEFÓLIO NASCEDURANTE TRÊS DIAS UM GRUPO DE JOVENS DESIGNERS PARTICIPOU EM WORKSHOPS E CONFERÊNCIAS COM ALGUNS REPUTADOS DESIGNERS NACIONAIS E INTERNACIONAIS. A INICIATIVA ‘MAKE IT REAL’ DECORREU ENTRE 1 E 3 DE JULHO E TEVE COMO OBJECTIVO SENSIBILIZAR OS PARTICIPANTES PARA AS EXIGÊNCIAS DO MERCADO DE TRABALHO E DAR-LHES AS FERRAMENTAS PARA CRIAREM O ‘PORTEFÓLIO PERFEITO’. E PARA O JOÃO E A RITA A EXPERIÊNCIA NÃO ACABOU AQUI.

LAURA [email protected]

O projecto ‘Make it Real’, organizado pela Inter-forma, vai ao encontro do conceito ‘Portfolio Days’ e concentrou num mesmo

espaço uma série de conferências, workshops e case studies, com o objectivo de facilitar a integração dos jovens designers no mercado de trabalho. Porque organizar um cur-rículo e um portefólio de projectos desenvolvidos não é tarefa fácil, de-signers portugueses como Henrique Ralheta e Miguel Rios, e designers vindos de países como Alemanha e Itália – Franco Poli, Stefan Heiliger, Bettina Hermann –, orientaram os ‘caloiros’ neste processo. ‘Portfolio Days’ é um conceito já prati-cado em diversas instituições e ate-liers de design em vários países eu-ropeus e trata-se, no fundo, de treinar os futuros designers para aquilo que as empresas realmente precisam e qual a melhor abordagem criativa e pessoal perante os empregadores.

ESTÁGIOS NA ALEMANHAOs participantes seleccionados – todos eles estudantes de design ou recém--formados na área – contaram com dois dias de aprendizagem intensa, du-rante os quais puderam mostrar as suas ideias e recolher conselhos preciosos sobre a melhor forma de as apresentar. No final, os autores dos dois melhores portefólios foram premiados com dois estágios internacionais: João Paulo Gonçalves, formado pela Escola Supe-rior de Artes Decorativas das Caldas da Rainha irá passar uma temporada de três meses com a equipa de design da empresa de mobiliário alemã Hülsta; e Rita Trindade, saída da Escola Superior de Belas Artes da Universidade de Lis-boa, terá a oportunidade de contactar durante uma semana com o departa-mento de gestão e desenvolvimento de produto da marca Rolf Benz.Além destes prémios, os portefólios apresentados pelos oito jovens de-signers finalistas farão parte de uma exposição itinerante, que pode ser visitada nas lojas da marca Interforma em diversas cidades portuguesas, até ao final do ano.

EXISTE O PORTEFÓLIO PERFEITO?

No último dia de trabalhos, tanto as comunicações dos designers convidados, como o debate que se lhes seguiu, contribuíram para sintetizar as principais caracterís-ticas que os jovens designers devem ter em mente ao organizar o seu portfólio e ao abordar uma empresa com a qual gostariam de colaborar:

PERSONALIDADE«Sempre procurei algo de individual nos portefólios que me chegaram ao longo de 20 anos, mas também uma certa subjec-tividade. Mesmo que depois o designer desenvolva competências numa área particular, deve haver um lado subjectivo que permite diferenciá-lo de outras pessoas.» Stefan Heiliger

ESTRATÉGIA«Quando me cruzo com colegas mais novos tento dar alguns con-selhos para que sejam inteligentes na abordagem às empresas. Devem tentar perceber o que lhes falta no catálogo e não apresentar projectos semelhantes ao que a empresa já tem.» Franco Poli

«Acho que faz sentido adaptar o portefólio a diferentes situações e empresas. Mas os empregadores precisam é de saber quem é a pessoa por trás daquele portefólio e perceber porque é que está interessada em trabalhar naquela empresa.» Bettina Hermann

COMUNICAÇÃO«Deve sempre haver uma boa liga-ção entre o trabalho desenvolvido e a postura pessoal perante a em-presa, caso contrário parece não haver autenticidade no portefólio.» Bettina Hermann

«É importante ir a feiras, ler revistas da especialidade, e depois tentar uma aproximação com alguns pontos em comum: ou porque nos cruzámos, ou porque viram trabalhos meus… É preciso despertar a atenção do emprega-dor.» Sandro Tonon

ESTRUTURA«Não tentem dar um salto maior que a perna. Olhem primeiro à vol-ta e vejam aquilo que podem fazer. Os pequenos passos permitem-nos compreender muitas coisas antes de tentarmos os saltos maiores. Não tenham medo de começar devagar.» Franco Poli

JOÃO PAULO GONÇALVES, 24 ANOSLICENCIATURA EM DESIGN INDUSTRIAL PELA ESCOLA SUPERIOR DE ARTES DECORATIVAS, CALDAS DA RAINHA

Conquistou o 1.º prémio do ‘Make it Real’ e irá fazer um estágio de três meses durante os quais vai integrar a equipa de design da empresa Hülsta, na Alemanha.

Como te sentes ao ter fi cado em primeiro lugar neste desafi o?Fiquei bastante espantado, não tinha mesmo previsto este fim. E só a experiência em si, es-tar aqui com os outros colegas designers, já foi fantástica.

Quais foram as principais difi culdades que sentiste ao organizar o teu portefólio?Fiquei um pouco preocupado no que tocava à apresentação dos projectos, pois não sabia se ia conseguir apresentar as ideias com coerência, mas penso que acabei por ultrapassar esse receio.

Quando recebeste o prémio referiste, com

alguma emoção, que já tinhas participado em muitos concursos e que teres ganho este era, para ti, uma forma de recom-pensa pelo teu esforço. Estavas já a sentir alguma desmotivação?É verdade que este prémio é muito importante. Mas não estava desmotivado, até porque através das outras iniciativas em que participei e dos projectos que criei fui enriquecendo o meu por-tefólio.

E quanto ao estágio na Alemanha? Como vais encarar essa experiência?Acho que vai ser um período muito positivo. Não estou nervoso, até porque já tive outras experiên-cias do género. Mas desta vez também vou ter oportunidade de aprender alemão e de estar a trabalhar com alguns dos melhores profissionais da área. Penso que vou regressar com outra mentalidade perante o design.

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[Artes] 4[8 JUL 2010]

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deZON SCRIPT LAB. AULAS COM O PROFESSOR DE ROBERT RODRIGUEZ, REALIZADOR DE ‘DESPERADO’

UMA EXPERIÊNCIA CRIATIVA NO TEXASVAI A MEIO A PRIMEIRA EDIÇÃO DO ZON SCRIPT LAB NA UNIVERSIDADE DE AUSTIN, TEXAS. ESTA INICIATIVA É PIONEIRA EM PORTUGAL E SURGE ASSOCIADA AO PRÉMIO ZON CRIATIVIDADE EM MULTIMÉDIA. OS JOVENS TALENTOS QUE ESTÃO A TER AULAS COM STEVE MIMS, ANTIGO PROFESSOR DO REALIZADOR ROBERT RODRIGUEZ, CONTAM COMO ESTÁ A SER ESTA EXPERIÊNCIA ÚNICA.

E que é, ao certo, o ZON Script Lab? Trata-se de um estágio de formação avançada em guionismo, realização e produção de

cinema, especialmente dirigido a estudantes, pós-graduados ou recém-licenciados de algumas

instituições de ensino que se as-sociaram ao projecto. Este curso é promovido pela ZON em parceria com a Universidade de Austin, no Texas, e conta com a colaboração de importantes nomes do mundo cinematográfico, como é o caso de Steve Mims, antigo professor do

realizador Robert Rodriguez, que conheces de filmes como ‘Desper-ado’, ‘Aberto até de Madrugada’ e ‘Planeta Terror’.A Universidade de Austin, sendo uma referência internacional nos sectores tecnológico e audiovisual, tem como objectivo formar estu-

dantes de cinema em ambiente mul-ticultural, permitindo-lhes o acesso a um ensino especializado e com uma forte vertente profissional. Foram 11 os talentos nacionais selecciona-dos para viver esta experiência, e o balanço do primeiro mês tem sido muito positivo.

A NÃO PERDER. ZON SCREENINGSAlém desta iniciativa, a ZON organiza mensalmente as ZON Screenings – Conversas Sobre Cinema, com a presença de realizadores e convidando estudantes e profissionais de cinema para debater a 7.ª arte. A próxima sessão vai ser sobre curtas académicas e acontece a 15 de Julho, às 21h30, nos cinemas ZON Lusomundo Alvaláxia. A entrada é gratuita. Inscrições em [email protected].

Em Austin há muito trabalho para fazer, mas também há tempo para uns passeios pela cidade

PUBLIREPORTAGEM

‘Corta!’: hora de jantar!

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[Artes]5 [8 JUL 2010]

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O ZON Script Lab dá a oportunidade de ter aulas

com grandes nomes do cinema norte-americano

ANA MARTINS UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOASomos um grupo incrivelmen-te distinto e, ao mesmo tem-po, muitíssimo unido. Respi-ramos cinema 24 horas por dia. Além das aulas exigentes e dos imensos projectos para entregar, ainda temos a sorte de estar pertíssimo do Harry Ransom Center, um dos maiores centros de pesquisa de artes visuais do mundo. O curso é incrivelmente com-pleto, prático e inspirador, e muito temos a agradecer à ZON por nos ter feito voar, até na imaginação.

PIERRE JÉZÉQUEL ESMAE – INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTOJá faz quase um mês que chegámos ao Campus da UT. As aulas estão a ser muito interessantes, principalmente as de screenwriting, onde esta-mos a desenvolver todo o processo de escrita dos nosso guiões, desde a ideia até ao final draft. Em breve teremos os guiões prontos para rodarmos as nossas curtas quando voltarmos a Portugal.

DANILO NASCIMENTO UNIVERSIDADE DE AVEIROA Universidade do Texas tem dimensões gigantescas em todas as suas estruturas e condições de causar inveja ao resto do mundo. O ZON In-tensive Script Development Lab, como diz o nome, é intensivo, com di-versos trabalhos por semana, leituras e aulas práticas. Uma experiência de imersão na 7.ª arte, com professores extremamente qualificados e profissionais que trabalham directamente com Hollywood e os principais canais de televisão dos EUA. Esta é uma experiência única e só estando aqui para saber aproveitá-la ao máximo. Não poderia estar mais feliz.

SUSANA NEVES UNIVERSIDADE DO MINHOPosso afirmar que este pe-ríodo foi o mais preenchido pelo qual alguma vez pas-sei, em termos de estudos. São três disciplinas, que se complementam: argumento, realização e produção, todas com muito bons professores. Está a ser muito enriquece-dor, tanto a nível profissional como pessoal, já que estou em contacto com uma cultura que só conhecia através, pre-cisamente, da arte que aqui vim aprender – o cinema.

PATRÍCIA BRÁSIA UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOREstá a ser uma experiência muito enriquecedora. Além de es-tarmos a ser guiados por óptimos professores, todas as pessoas do departamento de Radio-Television-Film da Universidade do Texas com quem mantemos contacto, nos acolhem e apoiam.

FÁBIO VERÍSSIMO UNIVERSIDADE BEIRA INTERIOR O primeiro mês de programa foi bastante posi-tivo. Além de tratamento excepcional por parte de professores e funcionários, as aulas têm sido extremamente produtivas. Tem sido uma expe-riência extremamente valiosa estudar cinema numa universidade americana com todas as infra--estruturas que temos à nossa disposição, além de, finalmente, conhecer pessoalmente a cultura norte-americana.

PUBLIREPORTAGEM

Podes acompanhar esta aventura em Austin através dos blogues de

Danilo Nascimento [www.mediaedesign.com/danilovs]

e de Susana Neves [http://receitadeamor-curta-metragem.

blogspot.com]

Numa aula de Final Cut Pro, em pleno processo de montagem

RAQUEL MARTINSLISBOAApesar de a temperatura convidar ao passo lento, o ritmo por aqui tem sido marcado à americana. Dois meses intensivos de cinema, cujo único de-feito é não se prolongarem por mais tempo. A verdade é que as expectati-vas eram altas, mas têm sido mais do que confirmadas. Pelas pessoas, pela cidade, pela experiência. Mas princi-palmente pelos professores! Todos os dias, disponíveis, atentos, inspira-dores. Exigentes também. E ainda bem. A universidade tem condições óptimas. Há poucos dias atrás saímos todos para rua com câmaras de 16mm (antigas, lindas!) para um pequeno exercício de realização na aula de Steve Mims, que descobrimos ter sido professor de Robert Rodriguez, o realizador de ‘Desperado’, ‘Grind House’ e ‘From Dusk Till Dawn’.

RICARDO FEIO ESCOLA SUPERIOR DE TEATRO E CINEMA DE LISBOAA experiência está a ser muito, muito positiva. A organização tem sido abso-lutamente perfeita. Na Universidade do Texas trabalha-se muito e, em troca, os professores também correspondem com saber e experiência. Não nos tem faltado nada e Austin parece-me cidade muito diferente do resto do Texas; é bastante calma, jovem e muito, muito musical. Tem superado expectativas e só é pena não ser mais tempo...

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[Life Style] 6[8 JUL 2010]

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ens INTERRAIL E COUCHSURFING. CONHECER A EUROPA DE COMBOIO E FAZER AMIGOS NOVOS

PRÓXIMA ESTAÇÃO: UM SOFÁ NUM PAÍS DESCONHECIDONAS FÉRIAS NÃO HÁ NADA MELHOR DO QUE PARTIR PARA O DESCONHECIDO E DESCOBRIR NOVOS LUGARES. JÁ ALGUMA VEZ FIZESTE UM INTERRAIL? NÃO? ENTÃO PREPARA A TROUXA E FAZ-TE À AVENTURA. AH, POIS! PORQUE VERÃO QUE É VERÃO FAZ-SE DE MOCHILA ÀS COSTAS. E NÃO TE PREOCUPES. SE NÃO QUERES DORMIR NO COMBOIO, TEMOS A SOLUÇÃO PARA TI: O COUCHSURFING. PODES FICAR EM CASA DE ESTRANGEIROS E FAZER NOVOS AMIGOS. PREPARADO PARA A VIAGEM?

ANDREIA [email protected]

Um dia, o Pedro quis desco-brir como seria ficar uma temporada longe dos pais, ter de tomar decisões sozinho, conviver com as

mesmas pessoas durante um mês e passar sem a comida deliciosa da mamã. Surgiu assim um projecto: juntar-se com os amigos e percorrer a Europa de comboio. «Foi no Verão de 2008, de 1 de Agosto até 4 de Setembro. Saímos de Lisboa e fomos para Madrid», conta o Pedro, estu-dante de Engenharia Mecânica no Instituto Superior Ténico.

VISITAR 30 PAÍSES NUM MÊSEm pouco mais de um mês percor-reram praticamente toda a Europa de comboio, ao abrigo do sistema InterRail. De Espanha seguiram para França, Alemanha, Suíça, Holanda,

Bélgica, Croácia, Polónia, República Checa, Reino Unido, Escócia, pas-sando sempre por diferentes cidades nos vários países, até regressarem a Lisboa. «Acho que batemos o recorde (risos). Escolhemos o passe para toda a Europa [InterRail Global Pass], com visita a países à nossa escolha, durante um mês. Custou à volta de 400 e poucos euros. Mas valeu a pena porque de outra forma tínhamos gas-to milhares de euros só em viagens», diz. E desengane-se quem acha que o InterRail é um formato ultrapassado. Acaba por ser mais barato que ir de avião e, sobretudo, mais mágico.

RITMO ALUCINANTEMas embarcar numa experiência como esta e conseguir ver tudo em tão pouco tempo não é pêra doce. É preciso alguma disciplina e organiza-ção. O truque, conta-nos o Pedro, é acordar bem

cedo, procurar os melhores lugares para ver e explorar tudo ao máximo. «Acabámos por entrar naquele ritmo tão intenso. Quando chegávamos a um sítio dirigiamo-nos logo ao posto de informação para saber sempre três coisas: onde ficar, quais os melhores espaços para visitar e pedir o mapa da cidade. E isso ajuda imenso, porque não temos que tentar descobrir e poupamos tempo. E tínhamos sempre uma rotina que era acordar bem cedo e começar a explorar tudo.»

MUITA DIVERSÃO E NOVAS CULTURASQuando se pensa em InterRail pensa--se imediatamente em diversão, e também foi isso que levou o Pedro a apanhar o comboio. Partir de mochila às costas para lugares

completamente diferentes, conhecer novas culturas e pessoas. «Decidi faz-er o InterRail primeiro pela diversão, por podermos explorar novas culturas e novos países.» Depois, a grande vantagem de um programa de férias deste género é pôr à prova capacidades ou ultrapassar obstáculos que, naturalmente, sur-gem em contextos inesperados, tais como os conflitos que podem surgir quando se está em equipa. «Acho que a maior dificuldade é teres que intera-gir com o mesmo grupo de pessoas durante um mês seguido e sempre nas mesmas condições. Por outro lado, é sentir que nos conseguimos tornar independentes. Eu vivo com os meus pais e sempre tive aquela

dúvida de como é que se-ria estar sozinho,

noutro país, durante um mês.»

PACOTES DE INTERRAIL

MODALIDADES» InterRail Global Pass (InterRail Global)Permite viajar em 30 países da Europa à tua escolha durante 15 dias, 22 dias ou 1 mês. » InterRail One Country Pass Válido para viajar num único país, com excepção de Bósnia-Herzegovina e Montenegro. » Benelux PassA Bélgica, Holanda e Luxembur-go estão incluídos neste passe que engloba os três países.

ONDE COMPRAR» Os passes podem ser adquiridos, no máximo com dois meses de antecedência, nas agências de viagens ou numa das estações de venda internacional da CP.

Para informações mais detalhadas sobre preços e passes de viagem acede a www.cp.pt ou www.interrailnet.com.

Pedro na Suíça

Pedro em Itália Pedro na Holanda

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[Life Style]7 [8 JUL 2010]

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O sofá do Miguel já serviu de abrigo a pes-soas de todo o mundo: desde franceses, canadianos, americanos e polacos e até a um rapaz de Macau. Foi o irmão quem lhe mostrou o maravilhoso mundo do Couchsurfing: uma comunidade online semelhante a uma rede social como o Facebook, que põe em contacto pessoas de nacionalidades diferentes com uma paixão em comum: as viagens. Como o Miguel tinha muito tempo livre dedicou--se a emprestar o sofá a estrangeiros e a mostrar-lhes o melhor da cultura e modo de vida dos lisboetas. «Sou atleta e, na altura, estava um bocado farto de treinar. Por isso, fiz uma pausa na com-petição e nos meus hábitos. Cheguei a ter cinco pessoas ao mesmo tempo lá em casa! Tinha muita disponibilidade, então levava--os ao Bairro Alto, a Alfama, a casas de fados e a festas», conta.

TROCA DE CULTURASNo Verão seguinte, em Ago-sto do ano passado, o Miguel de-cidiu fazer um InterRail e visitou alguns dos seus amigos couchsur-fers que já tinham ficado em sua casa. «Fui a Amesterdão, Berlim, Polónia, República Checa e Áustria. Como só

tinha 20 dias não pude visitar todas as pessoas que queria.»Mas o atleta diz que é errado associar o Couchsurfing apenas à ideia de ar-ranjar alojamento grátis. Para ele e para todos aqueles que fazem parte da comunidade, esta forma de viajar vai muito além disso. O conceito é dar a conhecer um país através do olhar de um local e proporcionar uma troca de experiências entre pessoas de cul-turas diferentes. «Criam-se experiên-cias de vida muito interessantes, é uma troca de culturas espectacular. E acho que o Couchsurfing é isso. Aprendi muitas coisas e fiz amizades. Tenho a certeza que são pessoas que,

possivelmente, vou revisitar daqui a alguns anos.»

DAR E RECEBERMas não será arriscado receber descon-hecidos na nossa própria casa? O Miguel diz que nunca teve más experiências a esse nível e que também sempre foi muito bem recebido. «O pessoal vem com o espírito de dar mais do que de receber. Trazem uma prenda, querem oferecer o jantar e pagar copos, querem ser eles a cozinhar e deixar a casa toda limpa. Nós estamos a dar a casa, por isso também estamos a dar muito, mas há aqui um dar e receber que é engra-çado.»

PREPARA A TUA VIAGEM» DOCUMENTAÇÃOBilhete de identidade ou passaporte e, para prevenir situações de acidente ou doença, é importante teres um Cartão de Saúde Europeu que garante assistência médica em qualquer país da União Europeia. O Cartão Jovem e o Cartão de Alberguista dão descontos em museus e em alojamento, respectivamente.

» BAGAGEMFaz uma lista daquilo que vais precisar durante a viagem. Não te esqueças de levar apenas aquilo que é necessário, porque vais ter que carregar com tudo às costas. Sê prátic@.

» DINHEIROPara evitar custos de taxas de levantamento de dinheiro em bancos estrangeiros, faz uma estimativa de quanto vais gastar e tenta

fazer um único levantamento.

» SEGURANÇAReparte o dinheiro em várias bolsas para prevenir assaltos. Os documentos e valores

devem ser transportados numa bolsa interior que ande sempre contigo longe dos amigos do alheio.

» ALOJAMENTOOpta por fazer campismo ou procura pousadas da juventude. Se quiseres poupar tempo e dinheiro faz as viagens de comboio durante a noite. Ou então, espreita a página aqui ao lado e descobre o Couchsurfing.

» TELECOMUNICAÇÕESAntes de ir para fora é importante saber como usar o telemóvel no estrangeiro, quanto vais gastar por chamada, se é preciso activar serviço de roaming ou se há soluções mais baratas.

É uma comunidade online de pes-soas apaixonadas pelas viagens. Ao registares-te ficas em contacto com pessoas de todo o mundo e tens a possibilidade de colo-cares o teu sofá à sua disposição durante um período de tempo. Podes levá-los a conhecer a tua cidade e mostrar-lhes o que é ser português. Também podes pedir a pes-soas para te receberem em sua casa e conhecer outros países por dentro, através do olhar de um nativo. Descobre como aderir em www.couchsurfing.org. Existe

uma outra rede semelhante, e que funciona praticamente nos mes-mos moldes: o Hospitality Club – www.hospitalityclub.org.

COMO FUNCIONA?O Couchsurfing está organizado de forma segura e todos os membros podem ver o perfil de qualquer pessoa antes de a receberem. Ao registarem-se no site, os uti-lizadores passam a ter acesso a informações pessoais dos seus membros como onde vive, que idade tem, o que faz, se tem filhos, namorad@, etc.

QUE CUIDADOS DEVES TER?» Consulta sempre o perfil da pes-soa antes de receberes alguém/antes de ires para casa de alguém» Vê se a pessoa tem boas referên-cias de outros couchsurfers» Antes de viajar, deixa o teu con-tacto e futura localização a famil-iares e amigos» Vai com um espírito aberto e disponível para dar, não apenas receber» Respeita as regras impostas pela pessoa cujo sofá vais usar: por exemplo, não fumar ou deixar tudo arrumado

O QUE É O COUCHSURFING?DE SOFÁ EM SOFÁ

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Pelo sofá do Miguel já passou muita gente, inclusive a Amelie e a Carrolane do Canadá

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[Life Style] 8[8 JUL 2010]

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MÚSICA. LIVROS. BOA VIDA. HÁ MAIS PARA FAZER NA AREIA DO QUE TU PENSAS

APANHA ESTA ONDA DE NOVIDADESDE NOVIDADESDISCOS

POP DELL’ARTE ‘CONTRA MUNDUM’ *****Será que alguém os esqueceu? E como apresentá-los a uma nova geração de saltimbancos musicais? Bem, são os Pop Dell’Arte que voltam ao fim de 15 anos de espera por um trabalho de originais. ‘Contra Mundum’ vai na corrente musical da banda, bem ao estilo de trabalhos anteriores como ‘Arriba! Avanti!’

ou o sublime ‘Free Pop’. Iguais a si próprios, a banda de João Peste foi, e volta a ser, do mais original que temos. E quase tudo o resto é paisagem!

RITA REDSHOES ‘LIGHTS & DARKS’ **É uma Rita a piscar o olho às comunidades rurais norte--americanas, a que se apresenta com o segundo álbum de originais, ‘Lights & Darks’. A paixão de Rita, o country, inclina-se neste trabalho para as correntes mainstream de Patsy Cline e afasta-se do seu primeiro amor, Cat Power. As raízes da nova descoberta estão lá, o gospel, o blues

e algum folclore Hillbilly, que podia ter sido composto no Alabama ou no Tennessee, mas que na verdade saiu das entranhas da Estremadura.

THE TWILIGHT ECLIPSE SOUNDTRACK ***‘The Twilight Eclipse’ é mais uma banda sonora com rock a rodos, para miúdos e graúdos. A saga vampiresca reúne desde os ‘transformers’ Muse, que deixaram de morder o pescoço aos Radiohead e andam a sugar o sangue aos Queen, o duo improvável Beck e Bat For Lashes, The Dead Weather, Vampire Weekend a jogar em casa, os

sumidos The Bravery – estranhamente a soar aos The Killers – e os Unkle numa toada Clinic que consegue mesmo o melhor tema da banda sonora.

JACK JOHNSON ‘TO THE SEA’ **A pop-folk plástica de Jack Johnson realizou mais um facelifting: ‘To the Sea’ é uma ode ao Pacífico e ao cool-easyliving propagado pelo músico havaiano. Pouco acrescentando à sua arte sonora, ou música de engodo, o quinto álbum deve ser escutado à noite na praia, no calor de uma fogueira, ao lado de umas tias

de Cascais, e logo de pronto arremessado aos peixinhos!

LIVROS

MEIA-NOITE OU O PRINCÍPIO DO MUNDORICHARD ZIMLER (D. Quixote)Autor de obras consagradas como ‘A Sétima Porta’, Richard Zimler é um escritor norte-americano radicado em Portugal, tendo sido professor na Escola Superior de Jornalismo e na Universidade do Porto. Neste livro, Zimler mergulha no mundo do judaísmo português do início do século XIX.

HARLEKINOTESSA DE LOO (Bertrand Editora)Holandesa de origem, Tessa de Loo vive no Algarve e é autora do aclamado ‘As Gémeas’ – que deu origem a um filme nomeado para os Óscares na categoria de melhor filme estrangeiro. ‘Harlekino’ conta a história de um rapaz de ascendência marroquina que parte em busca do pai pelas areias do deserto.

O GRUPOMARY MCCARTHY (D. Quixote)A obra foi publicada originalmente em 1963 e foi um dos primeiros livros a abordar de forma directa questões como o sexo, a contracepção, a maternidade e o casamento. Trata-se de um valioso retrato da América do Norte, relatando a vida de oito jovens recém-licenciadas na década de 1930.

PORQUE É QUE OS GATOS RONRONAM E AS PESSOAS FALAM TANTO?ROBERT MATHEWS (Academia do Livro)Se é bizarro, está neste livro. David Sedaris, colaborador da ‘New Yorker’ e da ‘Esquire’, costuma andar com um bloco de notas em que aponta considerações de refinado humor. As filas do supermercado ou os loucos que encontramos no autocarro têm aqui o seu lugar.

CONSUMO

RELÓGIO. CONTROLA O TEMPO EM QUE ESTÁS AO SOL

Relaxar na toalha de praia e apanhar sol é uma das melhores coisas do Verão. Mas convém ter cuidado com a pele e não ficar muito tempo expost@ ao calor. Por isso, sugerimos-te que leves o relógio contigo. A Hip Hop, nova marca de relógios que chega ao mercado por-tuguês, oferece modelos de várias cores e aromas (sim, porque as braceletes são perfumadas). E até podes usar dentro de água.

BEBIDA. LIMÃO RIMA COM VERÃO

Que tal fazeres uma pausa no bronze e ires até à esplanada da praia tomar uma bebida? Aproveita e pede Lipton Ice Tea Green. A frescura do limão combina com o sabor exótico do chá verde. Ou então, prova o Citrinos Green com mais sabor a limão e a laranja.

MOCHILA. LEVA A FRESCURA CONTIGO

Se vais com os teus amigos passar um dia em cheio na praia, esta é para ti. Já podes manter as bebidas frescas du-rante todo o dia na tua mochila e deixar de ir carregado/a com a geleira. É que a Campingaz lançou uma mochila que permite manter a temperatura fresca da tua água ou sumos. Muito mais prático, não achas?

BIQUÍNIS. VESTIDA DE MAR

És do género aventureira das ondas ou preferes um bar cheio de amigos no are-al? Para qualquer um dos casos, já podes ir vestida a condizer. A Women’Secret tem uma nova colecção de Verão que se adapta ao teu estilo. Macacões, bolsas, túnicas com temas florais e às riscas para ires até ao bar tomar um cocktail de frutas. Ou biquínis em tons azul e branco para amantes de ondas.

por SHAMPO DECAPANTE

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TODOS VIRADOS PARA O MECO

Dizem as boas e as más línguas que este é um dos melhores festivais de Verão do ano. Porquê? Para já, vem cá o Julian Casablancas. Mas podes saber tudo sobre o Super Bock Super Rock aqui dentro. P.04

MARÉS VIVASUm festival que nem aquece

nem arrefece. P.02

RADIALX 2010Os dias da rádio universitária. P.06

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[Party Time] [8 JUL 2010]

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SHAMPO DECAPANTEwww.shampodecapante.blogspot.com

Na indecisão a que festival ir este ano, atira-se um dardo ao mapa de Portugal e acerta-se em Gaia, em cheio no Cabedelo. Não há

volta a dar, é o festival Marés Vivas, uma espécie de mescla sonora à beira--rio com vista para a Invicta. Dando pri-mazia a monstros do rock português,

a acepipes hermafroditas da cena indie-pop britânica, ao legado do

trip-hop e ao rock acús-tico, este certame serve o propósito dos festivais como

a anticereja em cima do bolo, porque alguns

concertos podem tornar-se mesmo indigestos. Não será o caso dos dEUS, dos Editors

ou dos A Silent Film. Se nos dois primeiros nomes temos

duas bandas com provas dadas, com A Silent Film chega a única lufada de ar fresco do festival, pois apesar de já terem duas passagens pelo nosso país, são a única banda realmente nova a passar pelo palco principal.

GNR VOLTAM A CASA Os GNR, apesar de terem um novo ál-bum, navegam pela sociedade sonora

erudita do nosso país há tanto tempo, que já só dividem aten-ções entre concursos duvidosos de karaoke na TV e entre festi-vais à porta de casa. São os cabeças-de--cartaz do primeiro dia, precedendo os

Goldfrapp, um duo que respira o glam-our dançante que subtilmente elaborou nos primeiros trabalhos, mas que de-pressa se atrasou na corrente da dança perdendo o comboio do electro-clash e do electro. Antes passa pelo palco uma banda que nasceu dos despojos do trip-hop, os Morcheeba, e que ao longo da sua carreira tem intercalado álbuns que são verdadeiras pérolas, com outros apenas para cumprir o contrato com a

editora. Apesar de a sua música já se encontrar algo deslocada no tempo, será um concerto em que se pode vir à tona d’água respirar, pois antes pas-sa pelo palco a banalidade (houseira) com o nome de Edward Maya. PLACEBO, O ETERNO RETORNO

Ao segundo dia, o glamour do fes-tival ganha ainda mais lantejoulas, pois sobe ao palco uma ave rara, Mr. Brian Molko e a sua banda,

Placebo, já h a b i t u é s em festivais po r tugueses . Encabeçam o dia do ‘Roll de Rock’ em que o festival pode ser comparado tanto ao cortejo sonoro de Reading, Inglaterra, ou às festas de Agosto lá da terra, pois antes o (standart-portuguese--singer) David Fonseca leva ao palco a sua carismática música, uma obra ao relanti do charme de bocejo, a puxar o rabo à cadeira mais próxima. Este dia abre com os britânicos A Silent Film, que demonstraram no Optimus Alive! 2009 que funcionam melhor em palco, pois se em disco parecem uns Coldplay rufiões, ao vivo transformam--se nuns Bauhaus fofinhos.

O DIA DO FESTIVAL O terceiro e último dia já é mais sério. Deixem os m a r t e l i -nhos de São João em casa, pois o arraial tem um fim rockeiro a ati-rar para o acústico. Trata-se de outro

r e s i d e n t e dos palcos portugueses,

Ben Harper, songwriter numa

procura constante, do ‘elan’ que per-deu depois da com-posição dos dois primeiros álbuns.

Mas antes, dois colectivos pro-metem agitar a noite. O primeiro vem do país do Tintin. Muito ama-dos por terra lusitanas, os belgas dEUS têm no nosso país um estatuto de banda de culto, sem paralelo em mais nenhum país do mundo. É natu-ral então que, sempre que se deslo-quem a Portugal, se esmerem em palco fazendo de todos os concertos um momento único. Os outros são os Editors, um dos recentes grupos promovidos a

banda de culto e que vive do legado neo-punk, for-

temente influ-enciados por bandas como

os Joy Division ou Echo & The

Bunnymen. O palco principal abre com o romantismo folk do dinamarquês Nikolaj Grandjean.

NA MARGEM SUL DO DOURO. A 15, 16 E 17 DE JULHO

MEIO FESTIVAL MEIO ARRAIAL O CABEDELO, EM VILA NOVA DE GAIA, RECEBE A 15, 16 E 17 DESTE MÊS A 8.ª EDIÇÃO DO FESTIVAL MARÉS VIVAS. UMA FESTA BIPOLAR CAPAZ DE LEVAR AO MESMO PALCO O INDIE-ROCK DOS EDITORS E DOS DEUS, MAS TAMBÉM A DANÇA BREJEIRA DE EDWARD MAYA.

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Mares V

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PALCO MOCHE

SANTOS DA CASA NÃO FAZEM MILAGRES

Moche não se verá certamente por este palco, reservado quase exclusivamente a bandas do Porto, mas esquecendo muito do bom que se faz na Invicta, como é o caso dos projectos da Meifumado. No primeiro dia, este espaço recebe o trio de Santa Maria da Feira, DR1VE e os tripeiros Lobo, duas bandas com um rock sem grandes rendilhados e sem grande futuro. Ao segundo dia o palco fecha a espremer Os Azeitonas, também eles do Porto. Antes entoa-se o rock rouco a prender atenções da geração ‘Morangos com Açúcar’ de André Indiana e a diva nortenha Mónica Ferraz. O último dia fecha com João Só e os Abandonados, banda alfacinha que se faz acompanhar de um lirismo profundo a emanar das suas letras musicais. Antes, os Caim a jogar em casa abrem o palco com um romantismo grunge algo provinciano.

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Placebo

Goldfrapp

David Fonseca

Editors

GNR

Morcheeba

A Silent Film

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[Party Time] [8 JUL 2010]

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ock PRAIA DO MECO. A 16, 17 E 18 DE JULHO

UM FESTIVAL RENASCIDO NAS AREIASÉ UM SUPER BOCK SUPER ROCK RENOVADO NO FORMATO E NO LOCAL, O FESTIVAL QUE DÁ À COSTA NA PRAIA DO MECO. É JÁ NOS DIAS 16, 17 E 18 QUE CHEGAM GRANDES NOMES COMO GRIZZLY BEAR, LEFTFIELD, VAMPIRE WEEKEND, JULIAN CASABLANCAS OU EMPIRE OF THE SUN, E LENDAS COMO PRINCE OU PET SHOP BOYS.

SHAMPO DECAPANTEwww.shampodecapante.blogspot.com

Há mais de dois mil anos que não se via uma res-surreição assim. Lázaro de Betânia voltou à vida às mãos de Cristo

quatro dias após morte. O próprio Cristo ressuscitou ao terceiro dia, cortesia do seu pai. Agora é o Super Bock Super Rock que sai do marasmo dantesco em que se encontrava há algumas edições, e logo com o melhor cartaz de 2010, suplantando uma certa queda que vai temperando Paredes de Coura (que também já vai dando sinais de melhora) e o revivalismo que este ano tropeçou no palco principal do Optimus Alive!. Para compro-var o milagre estão em palco os apóstolos da nova mensagem: Cut Copy, Vampire Weekend, Hot Chip, Prince, The National, Beach House, Grizzly Bear, The Temper Trap, Holly Miranda, Wild Beasts, entre outros que se juntam no re-frescante pinhal que antecede a idílica praia do Meco.

UMA VIAGEM AO PASSADO DIA 1 – PALCO SUPER BOCK

OK, o primeiro dia tem uma iguaria fora de prazo, os Pet Shop Boys, que fizeram as delícias dos tops no fim dos anos 80 e início dos

anos 90. São um duo de pop elec-trónico fortemente influenciado pe-los New Order, mas que nunca lhes cheiraram de perto o génio. Para a história de Neil Tennant e Christo-pher Lowe ficam os êxitos mais que esgotados como ‘It’s A Sin’, ‘Always On My Mind’ ou o simplesmente ge-nial ‘West End Girls’. Os Keane, que se passeiam pelo palco antes, também não são dos melhores petiscos da ementa do certame, mas com uma curta car-reira de cinco anos e três álbuns de originais, não devem incomodar muito. O momento do dia, que pro-mete agitar o palco principal, pode muito bem ser protagonizado pelo trio de Melbourne, Austrália, os Cut Copy. A new wave dos 80s, o electropop e o post-punk que

descarregam dos sin-te t i zadores vão certa-

mente fazer mexer o Meco. O iní-cio do dia é dedicado à soul com o produtor, engenheiro de som, DJ e MC Mayer Hawthorne e à soul cruzada com a folk do britânico Jamie Lidell.

UM DIA PARA DANÇAR DIA 2 – PALCO SUPER

BOCK Se os 80s marcam o primeiro dia, no se-gundo avançamos uma década e encontramos um dos

m e -lhores

p r o j e c -tos de

dança dos anos 90, os

Leftfield, que estão de volta

aos escaparates festaleiros após um

jejum de oito anos. Revivalismo é palavra

que não se encontra na sua obra, pois os LPs ‘Leftism’ e

‘Rhythm and S t e a l t h ’ , este úl-

timo remis-turado pelo duo durante

este ano com o nome

de ‘Stealth Re-mixes’, continuam

bem actuais e têm influ-enciado muita boa gente do

novo milénio. Tocam em último a seguir aos Vampire Weekend, que são um dos colectivos espe-rados com maior ansiedade no festival. O frenético apelo à dança do afro-beat-punk ou o upper west side soweto, que é como a banda descreve a sua música, faz deste dia um dos mais quentes da festa! A dança simétrica com referências à new-wave dos Hot Chip que trazem na bagagem o recente ‘One Life Stand’, o carismático rock-star

J u -l i a n

C a s a -b l a n -

cas – que r e s o l v e u

emancipar-se dos The Strokes

– e Tiago Bettencourt & Mantha são os preli-

minares da relação inces-tuosa entre o rock, o afro-

rock e o house, dub e reggae dos Leftfield.

O REGRESSO DO MESSIAS DO FUNK

DIA 3 – PALCO SUPER BOCK E se ao terceiro dia Cristo ressusci-tou, é também no terceiro dia que o Messias do funk, soul e R’n’B chega à terra, mais precisamente ao Meco. Prince carrega consigo o peso da história da música negra norte-americana, a par de nomes como James Brown ou Ray Charles e volta a Portugal, prevendo-se que arraste ao festival milhares de pes-soas, pois este espectáculo é um sério candidato a concerto do ano por terras lusas. Antes, o palco recebe outro nome muito aguardado, com uma música de dança pautada pelo indie-rock, os Empire of the Sun. São uma es-pécie de banda híbrida que ao vivo se transforma numa máquina de dança terrivelmente eficaz. É o me-lhor prato que se pode servir antes de Prince. A cadência rock erudita e ar-rumadinha dos The National já arrasta por Portugal uma ver-dadeira e fiel legião de fãs. É daquelas bandas simpáticas que transpiram o neo-punk e que até sabe bem ouvir num início de noite lúdica. Mas antes ouvem--se os sons dos norte-america-nos Spoon e dos quase míticos gauleses Stereophonics. No começo do dia temos o momento zen do festival, Palma’s Gang, e não, não é engano, isto não é o Avante, porque fora do seu meio ambiente natural, tocam longe do horário nobre!

COMO PRINCE OU PET SHOP BOYS.

SHAMPO DECAPANTEwww.shampodecapante.blogspot.com

á mais de dois mil anosque não se via uma res-surreição assim. Lázarode Betânia voltou àvida às mãos de Cristo

quatro dias após morte. O próprioCristo ressuscitou ao terceiro dia,cortesia do seu pai. Agora é oSuper Bock Super Rock que saido marasmo dantesco em que seencontrava há algumas edições, elogo com o melhor cartaz de 2010,suplantando uma certa queda quevai temperando Paredes de Coura(que também já vai dando sinais demelhora) e o revivalismo que esteano tropeçou no palco principaldo Optimus Alive!. Para compro-var o milagre estão em palco osapóstolos da nova mensagem:Cut Copy, Vampire Weekend, HotChip, Prince, The National, BeachHouse, Grizzly Bear, The TemperTrap, Holly Miranda, Wild Beasts,entre outros que se juntam no re-frescante pinhal que antecede aidílica praia do Meco.

UMA VIAGEM AO PASSADO DIA 1 – PALCO SUPER BOCK

OK, o primeiro dia tem umaiguaria fora de prazo, os PetShop Boys, que fizeram asdelícias dos tops no fim dos anos 80 e início dos

anos 90. São um duo de pop elec-trónico fortemente influenciado pe-los New Order, mas que nunca lhes cheiraram de perto o génio. Para a história de Neil Tennant e Christo-pher Lowe ficam os êxitos mais que esgotados como ‘It’s A Sin’, ‘Always On My Mind’ ou o simplesmente ge-nial ‘West End Girls’. Os Keane, que se passeiam pelo palco antes, também não são dos melhores petiscos da ementa do certame, mas com uma curta car-reira de cinco anos e três álbuns de originais, não devem incomodar muito. O momento do dia, que pro-mete agitar o palco principal, pode muito bem ser protagonizado pelo trio de Melbourne, Austrália, os Cut Copy. A new wave dos 80s, o electropop e o post-punk que

descarregam dos sin-te t i zadoresvão certa-

mente fazer mexer o Meco. O iní-cio do dia é dedicado à soul com oprodutor, engenheiro de som, DJ e MC Mayer Hawthorne e à soul cruzada com a folk do britânico Jamie Lidell.

UM DIA PARA DANÇAR DIA 2 – PALCO SUPER

BOCKSe os 80s marcam o primeiro dia, no se-gundo avançamosuma década e encontramos um dos

m e -lhores

p r o j e c -tos de

dança dosanos 90, os

Leftfield, queestão de volta

aos escaparatesfestaleiros após um

jejum de oito anos.Revivalismo é palavra

que não se encontra na suaobra, pois os LPs ‘Leftism’ e

‘Rhythm andS t e a l t h ’ ,este úl-

timo remis-turado peloduo durante

este anocom o nome

de ‘Stealth Re-mixes’, continuam

bem actuais e têm influ-enciado muita boa gente do

novo milénio. Tocam em último a seguir aos Vampire Weekend,que são um dos colectivos espe-rados com maior ansiedade nofestival. O frenético apelo à dançado afro-beat-punk ou o upper westside soweto, que é como a bandadescreve a sua música, faz destedia um dos mais quentes da festa!A dança simétrica com referênciasà new-wave dos Hot Chip quetrazem na bagagem o recente ‘OneLife Stand’, o carismático rock-star

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cas – que r e s o l v e u

emancipar-se dos The Strokes

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minares da relação inces-tuosa entre o rock, o afro-

rock e o house, dub e reggae dos Leftfield.

O REGRESSO DO MESSIAS DO FUNK

DIA 3 – PALCO SUPER BOCKE se ao terceiro dia Cristo ressusci-tou, é também no terceiro dia que o Messias do funk, soul e R’n’B chega à terra, mais precisamente ao Meco. Prince carrega consigo o peso da história da música negra norte-americana, a par de nomes como James Brown ou Ray Charles e volta a Portugal, prevendo-se que arraste ao festival milhares de pes-soas, pois este espectáculo é um sério candidato a concerto do ano por terras lusas. Antes, o palco recebe outro nome muito aguardado, com uma música de dança pautada pelo indie-rock, os Empire of the Sun. São uma es-pécie de banda híbrida que ao vivo se transforma numa máquina de dança terrivelmente eficaz. É o me-lhor prato que se pode servir antes de Prince.A cadência rock erudita e ar-rumadinha dos The National já arrasta por Portugal uma ver-dadeira e fiel legião de fãs. É daquelas bandas simpáticas que transpiram o neo-punk e que até sabe bem ouvir num início de noite lúdica. Mas antes ouvem--se os sons dos norte-america-nos Spoon e dos quase míticos gauleses Stereophonics. No começo do dia temos o momento zen do festival, Palma’s Gang, e não, não é engano, isto não é o Avante, porque fora do seu meio ambiente natural, tocam longe do horário nobre!

PARA O MECO? É SEMPRE EM FRENTE!

Este ano, toda a acção do Super Bock Super Rock acontece na Herdade do Cabeço da Flauta, na Praia do Meco, ali para os lados de Sesimbra. Se não sabes como ir para lá, nós explicamos:

DE CARRO, A PARTIR DA A2Sair da A2 na saída Sesimbra/Azeitão; seguir na Estrada Nacional em direcção a Sesimbra; depois de passar a vila Fernão Ferro, na primeira rotunda, cortar à direita em direcção a Alfarim; seguir nessa estrada até encontrar o recinto do Festival do lado direito.

AUTOCARROS ESPECIAIS TST - TRANSPORTES SUL DO TEJODe Lisboa (Praça de Espanha) até ao recinto do festival entre as 14h00 e as 17h00.Da estação de comboios de Coina até ao recinto do festival: dia 15 das 15h00 às 21h00; dias 16, 17 e 18 das 12h00 às 21h00.

DE COMBOIO Lisboa – Coina. Comboios com saída de Lisboa para a estação de Coina, com frequência de 15 a 30 minutos aproximadamente. Ver horários sentido Lisboa-Setúbal em www.fertagus.pt.Setúbal – Coina. Comboios com saída de Setúbal para a estação de Coina, com frequên-cia de 30 minutos a uma hora aproximadamente.Ver horários sentido Setúbal – Lisboa em www.fertagus.pt.

Nota: Estas informações podem sofrer alterações, pelo que deverás consultar também o site do festival em www.superbock.pt/SuperMusic/SuperBockSuper-Rock/.

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A programação deste palco para o pri-meiro dia é algo que roça o sublime. Beach House, Grizzly Bear e The Tem-per Trap, três bandas nomeadas para álbum do ano em 2009 e 2010. Os primeiros com o belo ‘Teen Dream’, os Grizzly Bear com ‘Veckatimest’ e uma das bandas revelação de 2009, The Temper Trap, com ‘Conditions’. Os Beach House são repetentes no nosso país, passaram pelo Super Bock em Stock em 2009, e já este ano ac-tuaram em Guimarães e em Lisboa. Detentores de melodias suaves pau-tadas pelos sintetizadores, teclados e dedilhados folk, a sua música lembra--nos o universo de bandas como Mer-cury Rev. Os Grizzly Bear também

regressam a nosso país, depois de um concerto estrondoso no Coliseu de Lisboa e passagem pelo Porto. Psychedelic-pop ou folk-rock são al-gumas da características apontadas à música da banda, mas a sonoridade não anda longe da dos Beach House. Já os autralianos The Temper Trap tem contornos mais pop, a roçar os seus conterrâneos The Go-Betweens ou dos britânicos Prefab Sprout. Ao segundo dia destaca-se a tormen-tosa cabaret-pop do músico canadiano Patrick Watson, a novidade chamada Holly Miranda, revisitando o universo sonoro da 4-AD com referências a Cocteau Twins passando pela diva vocal Kate Bush.

O último dia acaba com uma imitação barata dos sofríveis Dave Matthews Band. Falamos de John Butler Trio; mas antes, outro grande momento dá luz ao festival. Os britânicos Wild Beasts, um museu sonoro em choque com a nova arte melódica. A sua odis-seia em músicas como ‘We Still Got The Taste Dancin’ On Our Tongues’ vive da perfeição e do ambiente pe-culiar, apenas alcançado em músicas como, por exemplo, ‘There is a Light That Never Goes out’ dos The Smiths ou ‘Streets Of Your Town’ dos The Go-Betweens, fazendo do concerto da banda de Kendal um momento ímpar e imperdível, neste renovado e vencedor Super Bock Super Rock.

PALCO SUPER BOCK Pet Shop Boys

KeaneCut Copy

Mayer HawthorneJamie Lidell

PALCO EDPBeach HouseGrizzly Bear

The Temper TrapST. VINCENT

Godmen

PALCO @MECOM-NUS SHOWCASE:

Richie HawtinMarco Carola

Magda

CARTAZDIA 16

PALCO SUPER BOCK Leftfield

Vampire WeekendHot Chip

Julian CasablancasTiago Bettencourt & Mantha

PALCO EDPPatrick WatsonHolly MirandaRita Redshoes

Sweet Billy PilgrimMalcontent

PALCO @MECORicardo Villalobos & Zip

BLOOP SHOWCASE: MagazinoJoão MariaJosé Belo

Henriq e Bart Cruz

DIA 17

PALCO SUPER BOCK Prince

Empire of the SunThe National

SpoonStereophonicsPalma’s Gang

PALCO EDPJohn Butler Trio

Wild BeastsSharon Jones & The Dap

KingsThe Morning Benders

Stereo Parks

PALCO @MECOLaurent Garnier (Live)

Rui Vargas e André CascaisZé Salvador

Hi-Tech² Mary B

DIA 18

O MELHOR PALCO DO ANO DE 2010! PALCO EDP

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[Party Time] [8 JUL 2010]

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ANDREIA [email protected]

Por volta das 17h00 do dia 1 já se ouviam sons elec-troacústicos pelos jardins do Goethe Institute, perto do Campo Mártires da Pá-

tria. Pequenos aparelhos de rádio es-condidos na vegetação transmitiam a emissão. A ideia era criar novas perspectivas sobre o modo como o som está presente nas nossas vidas. «O que nós pretendemos é fazer um novo mapeamento do espectro sonoro que está contido no jardim, de modo a que as pessoas que se deslocam pelo espaço tenham uma percepção diferente daquilo que as rodeia através do som», explica Car-los Santos, um dos artistas convida-dos para alimentar a programação.

NOVAS FORMAS DE FAZER RÁDIOA instalação sonora da autoria de Carlos Santos e Paulo Raposo intitulada ‘Jardins Suspensos’ marcou o início da 3.ª edição do RadiaLx – Festival Internacional de Arte Rádio que decorreu em vários espa-ços de Lisboa durante três dias. O projecto nasceu há seis anos e é, ac-tualmente, o único festival de rádio em Portugal. Organizado pela Rádio Zero, o festival promove a criação e divulgação

de uma rádio alternativa. «Achámos que era necessário mostrar às pessoas formas diferentes de fazer rádio – diferentes no sentido de estarem esquecidas – porque a rádio que temos hoje é essencialmente mainstream», diz Ricardo Rodrigues, membro da direcção da Rádio Zero e da or-ganização do fes-tival.

PROGRAMAÇÃO ALTERNATIVADurante três dias, o Ra-diaLx permitiu transmitir em frequência FM a Rádio Zero que, normalmente, só pode ser ouvida via Internet ou no campus universitário do IST. O objectivo do festival passa também por dar voz a um grupo de rádios hoje esquecidas, as rádios

comunitárias, e questiona o papel da rádio enquanto meio de comunicação, mas também enquanto arte. A ideia é criar alternativas e abrir o espaço

a rádios com uma programação mais alternativa e experimentalista, dife-rente das que já existem. «O RadiaLx saiu desse desejo. Promover a criação e a promoção dessas peças, trazer as pessoas de novo ao encontro da rádio

e fazê-las sentir.»

SONS. 3ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DE ARTE RÁDIO DECORREU DE 1 A 3 DE JULHO EM LISBOA

AFINAL, O VÍDEO NÃO MATOU A RÁDIOOBJECTIVOS? MOSTRAR NOVAS E ESQUECIDAS FORMAS DE FAZER RÁDIO E LEVAR AS PESSOAS AO ENCONTRO DE UM DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO MAIS IMPORTANTES DO MUNDO. O RADIALX – ORGANIZADO PELA RÁDIO ZERO, DO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO – É O ÚNICO FESTIVAL DE RÁDIO EM PORTUGAL E, DURANTE TRÊS DIAS, TROUXE AS ONDAS HERTZIANAS PARA AS RUAS E JARDINS DA CIDADE DE LISBOA.Ra

dialx

O QUE É A RÁDIO ZERO?

É a rádio da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico e faz parte da Radia, uma rede de rádios europeias dedicada à arte rádio. Com uma programação de autor e com co-laboradores não só portugueses, mas também estrangeiros, a Rádio Zero assume-se como um meio criativo e aberto a todos. «Na Rádio Zero temos programas que são feitos por uma gama de pessoas muito diferentes. Temos outros que nem sequer são feitos cá em Portugal, no entanto, existe sempre uma preocupação na tónica da rádio que está ligada à cidade de Lisboa. Quando ouço a Rádio Zero quero sentir o sabor de Lisboa, mesmo que esse sabor seja transmitido por um aluno Er-asmus ou por um estrangeiro que está cá a morar», explica Ricardo Rodrigues. Conhece melhor este projecto em www.radiozero.pt.

Diana Guerra e Ricardo Rodrigues, da Rádio Zero

Graziela Costa

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DANIEL FONTOURAAnimador Mega Hits

Está calor! Finalmente chegou o Verão! Se calhar nesta primeira fase ainda estás preocupado/a com exames e trabalhos para entregar, mas pensa que depois há sempre dias de férias à tua espera. Os primeiros dias de calor já te fizeram suspirar pela praia, já começas a pensar naquelas festas com amigos, naqueles dias em que vais de carro para a praia com os vidros abertos, a Mega Hits a tocar com o volume no má-ximo... Ai... confesso que já tenho algu-mas saudades dos dias inteiros passados na praia, das noites que terminam já de manhã... afinal de contas, ter dois ou três meses de férias dá para isso e muito mais...

E até quando arranjas um trabalho de Verão, há sempre algo que nunca te deixa ficar mal... A Mega Hits está sempre ao teu lado. Vais para a praia,

nós estamos lá, tens um trabalho de Verão, nós estamos lá, ficas em casa sem fazer nada, nós estamos lá. Só tens de ligar o

rádio ou o teu computador, nós tratamos do resto! Prémios do fim do mundo, música do melhor que pode haver, animadores sempre presentes e sempre prontos para te receber com um sorriso... Não falta nada. Por isso agora só tens mesmo de convidar os amigos e escolher a melhor praia. Da banda sonora tratamos nós! E apesar de toda a gente estar de férias, nós não tiramos férias, tudo para que tenhas o melhor Verão de sempre. Os passatempos continuam por cá, as festas e festivais continuam por cá. Só tens de continuar também tu ligado à Mega Hits! E para não te queixares que estás de férias e estás um bocado desligado do mundo e não sabes o que se passa e tal, entra no Facebook da Mega Hits. Se fores nosso fã, prometo que vais ser o primeiro a saber tudo o que se passa na tua rádio. Uma coisa que não precisas de saber por nós, é que: está calor. Muito. Por isso aproveita ao máximo e tem um GRANDE VERÃO com a Mega Hits!

ONDE TU ESTÁSNÓS ESTAMOS LÁ

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DESTAQUES

CRÓNICA

LISBOA 92.4

PORTO 90.6

COIMBRA 90.0

SINTRA 88.0

AVEIRO 105.6

BRAGA 92.9

Page 16: MAKE IT REAL Jovens designers Temos discos, livros e ...+167.pdf · ... Laura Alves | Quinta-feira, 8 de Julho ... João Tomé, Luís Magalhães, Miguel Pedreira, Ricardo ... de Festa

[Party Time] [8 JUL 2010]

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JOÃO TOMÉ[email protected]

Foi em 2001 que o ogre verde e tímido, mas com uma per-sonalidade vincada, surgiu pela primeira vez no grande ecrã. A personagem inspirada

no livro ilustrado ‘Shrek!’, de Wil-liam Steig, tinha nascido em 1990 e demorou uma década a chegar ao cinema, onde ganhou notoriedade à escala mundial.E o que significa mesmo o nome que tantos fãs tem por todo o mundo? Apesar do seu criador ser norte-amer-icano, o nome Shrek vem da palavra alemã Schreck, que significa medo ou terror. É assim que o mítico ogre, que até já tem estrela no Passeio da Fama, nos é apresentado no início, como um ser atemorizador, que afinal tem um coração bom e nos vai conquistando a pouco e pouco.A quarto e último filme da saga, ‘Shrek – Para Sempre’, procura mostrar como as novas responsabili-dades da personagem com a voz de Mike Myers (o mesmo que nos trouxe

a saga de ‘Austin Powers,’ o espião irresistível) o podem ter afectado.

UM OGRE COM DÚVIDAS EXISTENCIAISA nova história começa com Shrek, como um ogre de família, a viver fe-liz com a Princesa Fiona (continua a ter a voz de Cameron Diaz) e os seus tri-gémeos. Em vez de andar a assus-tar aldeões como fazia tantas vezes, o nosso ogre agora vai concordando em autografar ancinhos e outros objectos. É no meio deste misto de fama e famí-

lia que Shrek vai começar a sentir sau-dades dos bons velhos tempos, aqueles em que se sentia verdadeiramente um ogre. Esse sentimento leva-o a fazer um pacto com um falinhas-mansas que dá pelo nome de Rumpelstiltskin, que já tinha aparecido no terceiro filme. Só que Shrek é enganado e acaba por se ver numa distorcida versão alternativa do já mítico reino do Bué-Bué Longe. Lá os ogres são perseguidos, Rumpel-stiltskin é rei e Shrek e Fiona nunca se conheceram. Vai depender de Shrek desfazer o mal que fez, na esperança

de salvar os seus amigos, restaurar a ordem no reino e reclamar o seu Ver-dadeiro Amor.Com o adeus de Shrek, ganha oportu-nidade de brilhar no grande ecrã o seu amigo Gato das Botas (voz de Antonio Banderas), que deve ter o seu próprio filme, ao lado do Burro (Eddie Mur-phy) em 2011.

ESTREIA DA SEMANA. SHREK – PARA SEMPRE

O OGRE DE SEMPRE DIZ ADEUSSE HÁ ANIMAÇÃO QUE PARECE NUNCA CANSAR É SHREK. O OGRE MAIS FAMOSO DO PLANETA GANHOU UM LUGAR NOS NOSSOS CORAÇÕES HÁ NOVE ANOS E ESTÁ DE VOLTA PARA A 4.ª E ÚLTIMA AVENTURA, AGORA COM A POSSIBILIDADE DE O VER EM TRÊS DIMENSÕES. SHREK DIZ ADEUS, PELO MENOS NO CINEMA.

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OUTRAS ESTREIAS - 8 DE JULHO

GOLPE DE ARTISTASNão é todos os dias que vemos artistas como Morgan Freeman, Christopher Walken e William H. Macy juntos, ainda para mais numa comédia. Eles são Charles, Roger e George, três guardas de um museu dispostos a tudo para se manterem ligados aos objec-tos artísticos dos quais cuidam. Colegas de trabalho há décadas, só se encontram em situações de crise. Agora, um novo curador na cidade tem como plano mudar a colecção do museu e ameaça assim roubar a cada um destes três homens a grande paixão secreta das suas vidas. No entanto, tendo encontrado as suas almas gémeas, Roger, Charles e George engendram um plano para deitar a mão às obras de arte que tanto acarinham. Sem qualquer jeito para o crime, os seus corações apaixonados levam-nos no entanto a planear e executar o mais arriscado roubo de arte jamais concebido.

Cron

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SOBRETUDO SOBRE NADA

TUDO ISTO É O NOSSO FADOLUÍS [email protected]

luisfrancobastos.blogs.sapo.pt

Amo o futebol. Cresci a amar o futebol. E, como

qualquer português, tive, du-rante anos, de me contentar

com torcer pelo Brasil. «Os nossos irmãos, os nossos irmãos!». Lembro-me

de 1998, o meu primeiro Mundial. Ronaldo, o Fenómeno. O herói Taffarel dos penáltis nas meias. O destroçado Escrete contra os anfitriões na final de Paris. Foi a primeira vez que me apercebi que o deus do futebol podia não ser brasileiro. Falo de Zidane.Foi absolutamente inovador, para mim, poder torcer por Portu-gal quando em 2000 fomos além de tudo o que eu esperava. Por mais contraditório que pareça, tive de aprender a torcer pelo meu

próprio país. Foi estranho achar que éramos tão bons como os outros. «Primeiro estranha-se, depois entranha-se». Em 2002, o entusiasmo era mais que muito. Comprei um saco da Selecção para levar o equipamento de Educação Física para a escola. Mas, afinal, voltámos a ser o que éramos.Os volte-faces continuaram. Ora fomos os maiores, ora fomos ter-ríveis. Embora tenha desperdiçado uma oportunidade que tão cedo não voltaremos a ter, com um conjunto de circunstâncias pratica-mente irrepetíveis, Luiz Felipe Scolari fez por Portugal o que nenhum português tinha feito. Tornou-nos, a todos, adeptos incondicionais da Selecção. Uma dicotomia curiosa, já que o Brasil voltava a estar pre-sente no nosso imaginário futebolístico. Com a sua saída, pareceu-me ver tudo a andar para trás outra vez. E não me enganei.Esta qualificação, este Mundial que passou, estas exibições, estes casos, tudo isto é tão pequenino e tão português (futebolistica-mente falando), que é demasiado previsível para chocar quem quer que seja. Com Scolari, fui adepto da Selecção. Agora não sei se

sou, porque não me revejo no que aconteceu. Sei que existe um Portugal que me entusiasma, mas não é este. A culpa não é de Queiroz, não é de Cristiano, não é dos 22 cm que colocaram David Villa em fora-de-jogo. É de tudo, e de todos. É nossa, porque não acreditámos em Queiroz. É de Queiroz, porque não acreditou tanto nele mesmo como precisávamos de sentir. É do peso excessivo da braçadeira num prodígio que ainda se sente demasiado invencível para conseguir lidar com a derrota. É de termos deixado o entusi-asmo de Scolari partir com ele. É de, se calhar, termos achado que não valia a pena pôr uma bandeira na janela este ano. É de não termos sido todos como o Eduardo.No seu reinado, Felipão fez-nos ser menos portugueses, e nunca os portugueses foram tão felizes. Uniu-nos. Catapultou-nos além da nossa crónica (mas, paradoxalmente, curável) pequenez. Digam o que disserem, e ainda que nada tenha ganho, chegou mais longe do que qualquer um. Não por ter sido o primeiro a alcançar uma final. Chegou mais longe, porque chegou até nós.

FICHARealizador: Mike MitchellCom: Mike Myers, Cameron Diaz, Antonio Banderas, Eddie Murphy, Julie Andrews, Justin TimberlakeGénero: Animação/AventuraEUA, 2010; 93 minutos

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