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MAGDA DO ESPÍRITO SANTO
O GÊNERO CONTO: UMA POSSIBILIDADE DE LEITURA PRAZEROSA E SIGNIFICATIVA
LONDRINA 2011
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
MAGDA DO ESPÍRITO SANTO
O GÊNERO CONTO: UMA POSSIBILIDADE DE LEITURA PRAZEROSA E SIGNIFICATIVA
Material Didático Pedagógico – Caderno Pedagógico - Apresentado como um dos requisitos do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional, ofertado pela Secretaria de Educação do Paraná em parceria com a UEL – Universidade Estadual de Londrina. Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Santos Simon
LONDRINA 2011
SUMÁRIO
1 DADOS DE INDENTIFICAÇÃO ............................................................................... 3
1.1 Tema de Estudo do Professor ............................................................................... 3
1.2 Título ...................................................................................................................... 3
2 APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 4
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 7
3.1 O Que são Gêneros Textuais e por que é Importante Utilizá-los para o Ensino de
Língua Portuguesa ...................................................................................................... 8
3.2 O Conto ................................................................................................................. 9
4 ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 12
4.1 Oficina 1: Apresentação do Projeto ..................................................................... 12
4.2 Oficina 2: A Arte do Conto de Marina Colasanti ................................................. 14
4.3 Oficina 3: Aproximando os Alunos do Gênero Conto .......................................... 18
4.4 Oficina 4: A Arte do Conto com Machado de Assis ........................................... 22
4.5 Oficina 5: Trabalhando com o Texto .................................................................... 28
4.6 Oficina 6: Um Novo Desfecho ............................................................................. 33
4.7 Oficina 7: Expressando Emoções ........................................................................ 36
4.8 Oficina 8: Entrevista............................................................................................. 37
4.9 Oficina 9: Produção de um Conto ....................................................................... 38
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41
3
1 . DADOS DE INDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Magda do Espirito Santo
Área do PDE: Língua Portuguesa
NRE: Londrina
Escola de implementação: Escola Estadual “Prof. Lauro Gomes da
Veiga Pessoa” - Ensino Fundamental.
Publico objeto da intervenção: 8º série (9º ano) do ensino
fundamental.
1.1 TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR
A aplicação de sequência didática como prática no estudo do gênero
– conto.
1.2 TÍTULO
O gênero conto: uma possibilidade de leitura prazerosa e
significativa.
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2 . APRESENTAÇÃO
Este Caderno Pedagógico é uma ferramenta realizada a partir de
estudos e orientações ofertadas pelo Programa de Desenvolvimento Educacional –
PDE, que busca proporcionar ensino de qualidade para a Educação Pública.
A Produção Didática (Caderno Pedagógico) aqui apresentada,
refere-se ao Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola “O gênero conto: uma
possibilidade de leitura prazerosa e significativa” que será implementado no segundo
semestre do ano letivo de 2011, que corresponde ao terceiro período do PDE.
O trabalho visa introduzir o gênero literário conto de forma prazerosa
e significativa a alunos da 8ª série/9º ano do ensino fundamental. Dessa forma,
optou-se pelo conto por se tratar de uma narrativa literária curta, centralizada na
ação de um número reduzido de personagens, com um episódio principal e com final
inesperado, que certamente motiva o aluno para a leitura.
Pretende-se também, através da literatura, aprimorar o pensamento
crítico e a sensibilidade estética dos alunos, ampliando, desse modo, a capacidade
de reflexão sobre o funcionamento da língua e da linguagem, sobre si mesmo e
sobre a sociedade. Portanto, a Literatura vai além de provocar emoções e
sentimentos, ela passa a ser vista como construção, como forma de transformar ou
enriquecer a experiência de vida.
Os procedimentos pedagógicos elaborados enfocam o ensino e
aprendizagem da língua materna, integrados com as outras áreas do saber humano
através dos textos selecionados, cujo tema – o relacionamento amoroso e suas
possíveis implicações – está diretamente ligado ao contexto psicossocial do
educando. As atividades sugeridas contemplam a relação autor, leitor e texto, o
conteúdo temático, a construção composicional do conto, a leitura, a compreensão
das marcas enunciativas e a produção do gênero conto.
Para tanto, utilizamos três contos: “A moça tecelã” de Marina
Colasanti, “Noite de almirante” de Machado de Assis e “História de todos os dias” de
Orígenes Lessa.
Consciente do meu papel ativo de influenciadora e incentivadora na
apropriação e no desenvolvimento da linguagem oral e escrita do aluno, proponho o
trabalho estruturado em sequência didática. A ideia central do trabalho com
sequência didática segundo MARCUSCHI (2002, p.85 apud CADERNO DO
5
PROFESSOR),
[...] é a que se devem criar situações com contextos que permitam reproduzir em grandes linhas e no detalhe a situação concreta de produção textual, incluindo sua circulação, ou seja, com atenção para o processo de relação entre produtores e receptores.
Sequência didática é o conjunto de oficinas com atividades de
linguagem numa dimensão discursiva, permitindo ao aluno promover ações por meio
da prática da oralidade, da leitura e da escrita em situações de uso real e
significativo da língua.
Este Caderno possui um material elaborado que também oportuniza
aos alunos, o contato com o gênero conto para melhor conhecê-lo, apreciá-lo e para
melhor saber compreendê-lo.
As atividades estão estruturadas em nove oficinas, sendo que cada
uma delas poderá ser desenvolvida preferencialmente em duas aulas ou três aulas,
cabendo ao professor dosar as atividades apresentadas de acordo com o contexto
escolar no qual está inserido.
Inicia-se com a apresentação do projeto e do gênero textual a ser
estudado. Na sequência, serão apresentados os autores, os contos, atividades de
leitura, as características do gênero e recursos literários. Também estão propostas
pesquisas, entrevistas, apresentações orais e a produção de contos. As atividades
desenvolvidas pelos alunos serão avaliadas durante o percurso das oficinas, a
participação do aluno, seja individual ou em grupo, oralidade, escrita, leituras,
pesquisas, produção textual, tarefas e atividades desenvolvidas em sala de aula. As
atividades receberão valor somatório, de forma contínua e diagnóstica acontecendo
em todos os momentos, de diferentes formas e estarão de acordo com o sistema de
avaliação da escola na qual será implementado:
5,0 pontos para exercícios realizados durante as aulas (leituras,
produções, tarefas, trabalhos e oralidade).
5,0 pontos para pesquisas, apresentações orais e escritas,
participação individual e em grupo.
10,0 para avaliação de recuperação.
Prevalecerá a maior nota para média final.
As oficinas deste Caderno Pedagógico serão desenvolvidas nas
aulas de Língua Portuguesa durante o segundo semestre de 2011.
Entendemos que as atividades propostas contribuem na construção
6
de um espaço dialógico que permite a expansão de trabalhos com práticas
significativas de leitura, oralidade e escrita.
Espera-se, portanto, que esse material possa trazer mudanças
positivas na conduta dos alunos, estimulando o hábito de leitura e senso crítico,
permitindo-lhes entendimento do seu cotidiano vindo a contribuir com
transformações sócio-culturais.
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3 . FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os livros didáticos, utilizados nas aulas de Língua Portuguesa, em
sua maioria trazem apenas trechos de livros literários descontextualizados, pois se
preocupam com sua função utilitária e pedagógica de forma a elucidar os conteúdos
escolares ministrados em sala de aula, desprezando o caráter estético e artístico
que apenas um texto literário pode alcançar.
Entendemos que a literatura é uma poderosa aliada na formação de
um leitor autônomo e crítico, porque o livro estético (ficção ou poesia) proporciona ao
leitor a oportunidade de vivenciar a história e as emoções, colocando-se em ação
por meio da imaginação, permitindo-lhe uma visão mais crítica do mundo,
possibilitando, dessa forma, aquisição do hábito e, principalmente o gosto pela
leitura. Assim, de acordo com as Diretrizes Curriculares do Paraná (2008).
Para Cândido (1972), a literatura é vista como arte que transforma/humaniza o homem e a sociedade. O autor atribui à literatura três funções: a psicológica, a formadora e a social. A primeira, função psicológica, permite ao homem a fuga da realidade, mergulhando num mundo de fantasias, o que lhe possibilita momentos de reflexão, identificação e catarse. Na segunda, Cândido (1972) afirma que a literatura por si só faz parte da formação do sujeito, atuando como instrumento de educação, ao retratar
realidades não reveladas pela ideologia dominante. A literatura pode formar; mas não segundo a pedagogia oficial. [...] Longe de ser um apêndice da instrução moral e cívica, [...], ela age com o impacto indiscriminado da própria vida e educa como ela. [...] Dado que a literatura ensina na medida em que com toda a sua gama, é artificial querer que ela funcione como os manuais de virtude e boa conduta. E a sociedade não pode senão escolher o que em cada momento lhe parece adequado aos seus fins, pois as obras consideradas indispensáveis para a formação do moço trazem frequentemente aquilo que as convenções desejariam banir. [...] É um dos meios porque o jovem entra em contato com realidades que se tenciona escamotear-lhe. [...] Ela não corrompe nem edifica portanto; mas, trazendo livremente em si o que chamamos o bem o que chamamos o mal, humaniza em sentido profundo, porque faz viver. A função social, por sua vez, é a forma como a literatura retrata os diversos segmentos da sociedade, é a representação social e humana. (CÂNDIDO, 1972, p. 805-806).
A atitude normativista fundamentada em teorias que têm muito
pouco a dizer sobre a noção de enunciado, de texto como unidade discursiva, uma
vez que trabalham frases isoladas, ou trechos de textos literários, deve ser
superada.
8
Neste projeto, o trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa
considerará o processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal, tanto
na constituição social da linguagem, quanto dos sujeitos que por meio dela
interagem, pois por meio da linguagem o homem se reconhece humano, troca
experiências, compreende a realidade em que está inserido e o seu papel como
participante da sociedade (BAKHTIN; VOLOCHINOV, 1999).
Para que se estabeleça o efetivo estudo da língua Portuguesa, este
projeto propõe o gênero conto como artefato cultural. Assim, busca-se introduzir o
gênero literário -conto de forma prazerosa e significativa. Optou-se então, pela
conscientização do papel central dos gêneros como objeto e instrumento de trabalho
para o desenvolvimento da linguagem, entendendo que os “gêneros textuais são
como ações sócio-discursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo,
constituindo-o de algum modo” (MARCHUSCHI, 2004).
3.1 O QUE SÃO GÊNEROS TEXTUAIS E POR QUE É IMPORTANTE UTILIZÁ-
LOS PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Gênero textual é um nome que se da às diferentes formas de
linguagem que circulam socialmente, sejam mais informais ou mais formais. Uma
conversa familiar é um gênero, o romance é um gênero, crônica também, um outro
gênero é o conto, uma aula, uma palestra ou um debate na televisão também são
gêneros textuais. Eles são a forma como a língua se organiza nas inúmeras
situações de comunicação que vivemos no dia-a-dia. Gêneros textuais são língua
em uso social, seja quando a estudamos na escola, seja quando a usamos no dia-
a-dia para nossa comunicação, seja nos comunicando por meio de gêneros escritos,
seja quando o fazemos por meio de gêneros orais. Os gêneros, portanto, como são
língua em uso, são língua viva, são instrumentos de comunicação. Como são
instrumentos de comunicação indispensáveis, todas as pessoas usam gêneros para
se comunicar. O fato de todas as pessoas dominarem pelo menos alguns gêneros
dá uma base para que elas possam aprender outros e mais outros, de forma infinita.
Segundo BAKHTIN (1992, p.285) “quanto melhor dominamos os
gêneros tanto mais livremente os empregamos, tanto mais plena e nitidamente
descobrimos neles a nossa individualidade (onde isso é possível e necessário) (...)”.
Acreditamos que quanto mais gêneros textuais, orais e escritos, as
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pessoas dominarem, mais acesso elas terão à cidadania.
A professora mediará o processo para que os alunos se apropriem
das operações - ler e produzir contos pois,
O trabalho com a Literatura potencializa uma prática diferenciada com o Conteúdo Estruturante da Língua Portuguesa (o Discurso como prática social) e constitui forte influxo capaz de fazer aprimorar o pensamento trazendo sabor ao saber (PARANÁ, 2008).
Para vencer esse desafio (ler e produzir conto), o aluno por meio das
práticas pedagógicas, terá contato sistemático com o papel de leitor e escritor,
compartilhando a multiplicidade de finalidades que a leitura e a escrita possuem: ler
por prazer, para se divertir, para buscar alguma informação específica, para
compartilhar emoções com outros, para expressar ideias, para organizar os
pensamentos, para aprender mais, para expressar sentimentos, para influenciar os
outros.
O sujeito competente no domínio da linguagem é capaz de
compreender e produzir textos orais e escritos, adequados às situações de
comunicação em que atua, de posicionar-se criticamente diante do que lê e ouve, de
ler (e escrever) produzindo sentidos, entendendo o propósito comunicativo do
produtor do texto, formulando hipóteses de leitura, articulando respostas
significativas em variadas situações de comunicação.
Esta visão traz em seu cerne que a leitura e a compreensão se
constituem em um ato social e não uma atividade individual. Assim, aprendemos a
ler e a escrever porque estamos inseridos em um grupo social, entendendo que a
língua só se realiza, efetivamente, na interação entre sujeitos
(BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p.109).
3.2 O CONTO
Contar histórias faz parte da História da civilização. A princípio essas
histórias eram transmitidas oralmente até ganharem registro escrito e irem se
firmando como categoria estética (século XIV).
A palavra “conto” deriva do latim computare - relatar acontecimentos
ou ações. Porém o sentido do substantivo “conto” não tem compromisso com o real
além de que um “relato copia-se e um conto inventa-se”, afirma Castagnino (apud
10
GOTLIB, 1988). Há, portanto, diferença entre relato, que pode ser um documento e a
literatura – que não é documento, daí temos então o “conto literário” - quando o
narrador assume a função de contador– criador-escritor de contos.
Nádia Gotlib (1988) define o conto literário como o produto de um
trabalho “consciente, que se faz por etapas, em função desta intenção: a conquista
do efeito único, ou impressão total. Tudo provém de minucioso cálculo”.
O conto possui economia do estilo e a situação e a proposição
temática resumidas, se diferenciando, por exemplo, da novela e do romance. O
conto é uma narrativa mais concentrada, com episódio principal, freqüentemente
com elementos de fantasia (ficção).
Esse gênero textual, cuja característica principal pode ser uma
narrativa curta, é a condensação das categorias da narrativa (narrador, fatos,
enredo, personagens, tempo e espaço). Com isso, não se quer dizer que o conto
seja mais simples que o romance, mas que o escritor deve concentrar efeitos para
ocasionar um determinado impacto no leitor.
Deve, portanto, ser objetivo ao destacar o que é importante para que
esse impacto aconteça. De acordo com Nádia Batella Gotlib, o contista deve omitir o
que não for essencial para esse impacto; expandir os motivos diretamente
relacionados com ele; contrair o que estiver relacionado, mas sem muita relevância;
e apresentar pontos de vista, entre a voz do narrador e as vozes das personagens
que não se afastem do tema central do conto.
Então, por ser uma narrativa breve, que capta apenas um momento
da vida de determinado personagem, deve ser bastante clara, compacta e
determinada.
Este recorte da vida da personagem, ou a situação, o momento ali
retratado pelo escritor, deve ser claro porque o leitor deve entender de imediato o
que o autor quer dizer. Deve ser forte, na capacidade de marcar o leitor, prendendo-
lhe a atenção não deixando que os elos de ligação entre leitor/autor se afrouxem,
enquanto as ações ali se desenrolam.
Por ser breve, o conto apresenta um único conflito e poucas
personagens. O espaço onde atuam esses poucos personagens é restrito e limitado
e tudo se passa num curto lapso de tempo. O contista condensa a matéria para
apresentar os seus melhores momentos.
O conto literário realiza-se em sua própria capacidade de abertura
11
para uma realidade que está para além dele, para além da simples história que
conta.
Para Júlio Cortázar “o bom contista é aquele cuja escolha possibilita
essa fabulosa abertura do pequeno para o grande, do individual e circunscrito para a
essência mesma da condição humana” (GOTLIB, 1985, p. 49 apud CORTÁZAR,
1993).
12
4 . ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 OFICINA 1: APRESENTAÇÃO DO PROJETO
Objetivos
Apresentar aos alunos o projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola que será desenvolvido com eles.
Motivar os educandos a participarem do desenvolvimento do
projeto “O gênero conto: uma possibilidade de leitura prazerosa e
significativa”, ressaltando a interação que será concretizada no
final do projeto.
Esclarecer aos alunos dúvidas quanto ao projeto.
Estabelecer contato com o gênero conto.
Compartilhar informações pesquisadas sobre o gênero conto.
Ao iniciar com os alunos, será apresentado o projeto, o gênero
textual que será estudado e o cronograma das aulas, prevendo-se nove oficinas. É
importante lembrar que as atividades foram planejadas para abordar alguns dos
conteúdos de ensino de língua portuguesa. Os alunos também devem tomar
conhecimento da interação que será concretizada na produção final, quando os
textos escritos por eles serão apresentados à comunidade, pois se dirigirá aos pais,
aos alunos da turma, a outras turmas da escola, e a quem se interessar. Quanto à
publicação de seus textos, talvez surjam ideias de como editar, se no blog da escola
e/ou organizar em uma coletânea que poderá ser distribuída e disponibilizada na
biblioteca da escola.
Após as explicações, o professor orienta os alunos que formem
duplas e, por dois minutos, levantem dúvidas e façam perguntas sobre o projeto.
Depois, ouça os representantes de cada dupla para esclarecer todos os pontos.
DESCOBERTA DE UM CONTO
Entendido como funcionará o projeto, é hora de ajudar os alunos a
descobrir o que é um conto. Nesse segundo momento, o professor fará as perguntas
a seguir e, sem emitir comentários, aguardará um tempo para ouvir as respostas.
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Em vez de apresentar uma definição de conto, os alunos vão pensar e dizer o que
acham que é esse gênero discursivo guiados por questões como:
Qual a definição que dariam à palavra conto? Anote as definições
na lousa.
O que faz um texto do gênero conto ser classificado como
narrativo?
Com que finalidade alguém escreve um conto? Para quem ler?
Em que suportes textuais são encontrados? Quem já leu um
conto?
De que assuntos tratam os contos?
Se já leu, gostou? Por quê? Gostaria de contá-lo para a turma?
Lembra-se quem é o autor?
Nesse momento, o professor estabelecerá um diálogo com os
alunos acrescentando informações às respostas. Terminadas as colocações, os
alunos farão como tarefa de casa, uma pesquisa em dupla sobre o gênero conto, a
qual deve conter a definição, breve histórico e a citação de principais autores do
gênero; também registrarão tudo em seus cadernos e apresentarão oralmente para
a turma no próximo encontro.
Para a pesquisa sugira os sites: www.dominiopublico.gov.br
/www.artenaescola.org.br/www.sitedeliteratura.com/teoria/conto/www.lendo.org. br/
www.releitura.com / www.2uol.com.br/machadodeassis.
COMPARTILHANDO CONHECIMENTO SOBRE “CONTO”
Essa etapa iniciaremos com a exposição das pesquisas feitas pelos
alunos. Para maior interação, faremos um grande círculo para que os grupos
exponham o conteúdo pesquisado.
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4.2 OFICINA 2: A ARTE DO CONTO DE MARINA COLASANTI
Objetivos
Ler o conto “A moça tecelã” de Marina Colasanti.
Estabelecer contato com o gênero conto.
Conhecer Marina Colasanti, autora do conto lido.
Sensibilizar os alunos para a leitura de contos.
Expressar os sentimentos e opiniões despertados pelo texto
apresentado a eles.
Reescrever resumidamente o conto.
Depois da exposição da pesquisa, o professor fará a leitura do
conto “A moça tecelã” e apresentará algumas informações sobre a escritora.
COMENTÁRIO_______________________________________________________
Este conto é uma história de amor, entrega e desencantamento.
Trata-se de uma metáfora da vida. Uma bela relação entre o ter e o ser. Retrata uma
experiência de índole moderna, que representa um estado de crise e que, entre
outros possíveis sentidos, pode significar o da situação de uma mulher independente
que se entrega a um relacionamento amoroso em que seu companheiro é uma
pessoa extremamente gananciosa, vaidosa e egoísta. Retrata uma mulher
“abafada” por uma vida familiar, em que não cabe a expansão de suas
potencialidades mais individuais e mais profundas e que acaba perdendo sua
identidade, porém toma uma atitude e retoma sua autonomia o que lhe possibilita a
escolha de seu destino.
___________________________________________________________________
LEITURA DO CONTO I
“A moça tecelã” de Marina Colasanti
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás
das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.
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Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que
ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade de manhã
desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em
longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a
moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em
breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos
longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela[...]
MARINA COLASANTI _________________________________________________
Marina Colasanti (1938) nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11
anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos,
crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei, mas não
devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em amor,
Contos de amor rasgados, Aqui entre nós, Intimidade pública, Eu sozinha, Zoológico,
A morada do ser, A nova mulher (que vendeu mais de 100.000 exemplares), Mulher
daqui pra frente, O leopardo é um animal delicado, Esse amor de todos nós,
Gargantas abertas e os escritos para crianças Uma ideia toda azul e Doze reis e a
moça do labirinto de vento. Colabora, também, em revistas femininas e
constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada
com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant Anna.
MOMENTO DE INTERAGIR
Dependendo da experiência da turma, a leitura pode ser um grande
desafio. O professor orientará a ler para além das linhas, procurando desenvolver
nos alunos as capacidades de compreensão, apreciação e reflexão sobre o sentido
do texto.
O conto de Marina Colasanti será entregue aos alunos e o leremos
silenciosamente. Na sequência, o professor orientará um diálogo norteado pelas
perguntas:
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O que acharam do conto?
Há algo que ficou difícil de entender?
Qual a relação do título com o texto?
Qual o tema abordado nesse conto?
Este texto é uma história de ficção, porém pode representar
situações vividas na vida real? Por quem? De que forma?
A personagem se mostra uma mulher forte e decidida. Como isso
se revela no conto?
Alguém gostaria de relatar algum fato semelhante vivido por
alguém?
QUEM FALA É O ESCRITOR
Seguindo com as atividades, o(a) professor(a) mostrará algumas
opiniões dos escritores Moacyr Scliar e Alan Poe sobre conto.
Opinião de Moacyr Scliar (1937 - 2011), conhecido como cronista,
romancista e contista, ao jornal Folha de São Paulo (de 04 de fevereiro de 1996,
página 5 – 11), revela sua preferência pelo conto:
“Eu valorizo mais o conto como forma literária. Em termos de
criação, o conto exige muito mais do que o romance... Eu me lembro de vários
romances em que pulei pedaços, trechos muito chatos. Já o conto não tem meio
termo, ou é bom ou é ruim. É um desafio fantástico. As limitações do conto estão
associadas ao fato de ser um gênero curto, que as pessoas ligam a uma ideia de
facilidade; é por isso que todo escritor começa contista”.
Poe, que foi o primeiro teórico do gênero conto, dizia:
“Temos necessidade de uma literatura curta, concentrada,
penetrante, concisa, ao invés de extensa, verbosa, pormenorizada... É um sinal dos
tempos... A indicação de uma época na qual o homem é forçado a escolher o curto,
o condensado, o resumido, em lugar do volumoso” (citado por Edgard Cavalheiro na
introdução de Maravilhas do conto universal).
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PARA MAIOR INTERAÇÃO COM O TEXTO
Será proposto como tarefa de casa a síntese do conto de Marina
Colasanti.
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4.3 OFICINA 3: APROXIMANDO OS ALUNOS DO GÊNERO CONTO
Objetivo
Conhecer as características do gênero conto e a teoria que
envolve a construção do texto narrativo.
Com material impresso, o próximo passo é trabalhar as
características do gênero, o mecanismo de construção do conto (apresentação,
conflito, clímax e desfecho) e a teoria que envolve a construção do texto narrativo:
narrador (foco narrativo e discurso), enredo, personagens, tempo e espaço.
O professor usará o conto lido anteriormente para basear as
explicações, localizando no texto cada conteúdo apresentado.
CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO CONTO
Para uma maior interação com o texto, é necessário conhecer e
compreender as características que envolvem esse gênero. Podemos enumerar 10
características do conto:
1. é um gênero literário de conteúdo narrativo de curta duração e de um episódio único;
2. constitui-se em uma amostragem, um flagrante, um instante;
3. apresenta um número limitado de personagens;
4. dá ênfase apenas no essencial;
5. geralmente há a presença do diálogo;
6. preza pela concisão, concretude e objetividade;
7. o início é importante para o desfecho; o epílogo acontece de modo inesperado;
8. é narrado na terceira, na primeira e/ou primeira pessoa; 9. seu tempo e espaço são limitados, e, geralmente, transcorre num
lugar restrito; 10. basicamente constitui-se por quatro partes;
Apresentação (situação inicial): é apresentado um determinado
estado de coisas, que pode ser considerado equilibrado, estável,
na medida em que a sequência da história vai introduzir uma
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complicação;
Conflito: o estado inicial das coisas é perturbado por alguma
força, criando uma tensão, um desequilíbrio;
Clímax: é o momento da narrativa em que a ação alcança seu
ponto crítico, o qual leva ao desfecho;
Desfecho: é a construção de uma nova situação.
ELEMENTOS DO TEXTO NARRATIVO
A modalidade narrativa de texto pode constituir-se de diferentes
maneiras: crônica, peça teatral, novela, conto, piada, etc.
Lendo, ouvindo, contando, escrevendo em prosa ou em verso,
usando imagens ou não, podemos perceber que a narrativa tem elementos
fundamentais, sem os quais não pode existir, porém esses momentos nem sempre
aparecem nos contos. Esses elementos são:
Personagens – quem participou ou observou o ocorrido. ( Com
quem ou quem?)
Espaço ou lugar – onde o fato aconteceu. (Onde?)
Tempo – cronológico e psicológico, quando o fato ocorreu.
(Quando?)
Ação / enredo – o que aconteceu? Como se desenrolaram os fatos?
Narrador – quem conta o conto?
Através do narrador tomamos conhecimento do que é narrado. O
narrador não é o personagem, mas uma entidade de ficção, isto é, uma criação do
autor e, portanto, só existe no texto. Como as personagens e a história contada, o
narrador acaba por constituir uma verdadeira personagem que narra os
acontecimentos. O narrador não pode ser confundido com o autor, mesmo quando a
narrativa é contada em terceira pessoa.
Narrador observador
O narrador observador ou em terceira pessoa é aquele que não
participa dos fatos narrados, é apenas observador das situações apresentadas.
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Suas principais características são:
a) Onisciência – sabe tudo sobre a história.
b) Onipresença – está presente em todos os lugares.
O narrador em terceira pessoa pode ser ainda:
Narrador intruso – é o narrador que fala com o leitor ou que julga
diretamente o comportamento dos personagens.
Narrador parcial – é o narrador que, identificando-se com
determinada personagem da história, permite que ela tenha mais
espaço, isto é, maior destaque na história.
Narrador personagem ou em primeira pessoa
É o narrador que participa diretamente do enredo, como qualquer
personagem.
Pode ser:
Narrador testemunha: geralmente não é a personagem principal,
mas narra acontecimentos dos quais participou, ainda que sem
grande destaque.
Narrador protagonista: também é a personagem central da
história, a qual narra de um ponto de vista fixo: o seu.
Narrador intruso e neutro
Uma das características de ambos os focos narrativos é a
possibilidade de fazer comentários sobre a sua vida e a vida das personagens ou
sobre o cenário da narrativa. O narrador que faz este tipo de comentário é chamado
de intruso; o que não faz, de neutro.
DISCURSOS
Ainda, uma narrativa pode trazer falas de personagens
entremeadas aos acontecimentos, faz-se uso dos chamados discursos – direto,
indireto ou indireto livre.
Uma forma expressiva do conto é o emprego do diálogo. O
narrador, para transmitir a fala das personagens pode usar:
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Discurso direto – o narrador transcreve as palavras da própria
personagem, representando a fala com um travessão ou aspas
(no conto moderno, em geral, dispensam-se os sinais gráficos.
Discurso indireto – apresenta as palavras das personagens
através do narrador que reproduz uma síntese do que ouviu,
podendo suprimir ou modificar o que achar necessário. A
estruturação desse discurso não necessita de marcações gráficas
especiais, uma vez que sempre é o narrador que detém a palavra.
Usualmente, a estrutura traz verbo dicendi (elocução) e oração
subordinada substantiva com verbo num tempo passado em
relação à fala da personagem.
Discurso indireto livre – é usado como uma estrutura bastante
informal de colocar frases soltas, sem identificação de quem a
proferiu, em meio ao texto. Traz, muitas vezes, o pensamento do
personagem ou do narrador, um juízo de valor ou opinião, um
questionamento referente a algo mencionado no texto. Esse tipo
de discurso é o mais usado atualmente, sobretudo em crônicas de
jornal, histórias infantis e contos.
22
4.4 OFICINA 4: A ARTE DO CONTO COM MACHADO DE ASSIS
Objetivos
Conhecer Machado de Assis.
Ler o conto “Noite de almirante” de Machado de Assis.
Identificar o conteúdo temático, a construção composicional e
recursos literários – figuras de linguagem.
Possibilitar-lhes que identifiquem a diversidade de estilo e
linguagem entre autores de épocas diferentes.
Essa etapa será iniciada por meio de perguntas para saber o que os
alunos já conhecem sobre o autor. Depois de ouvidos, serão apresentadas algumas
informações sobre quem foi Machado.
Um pouco sobre Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis Rio de Janeiro (RJ), 21/6/1839 –
Rio de Janeiro (RJ), 29/9/1908. Filho de um pintor de paredes mulato e de uma
lavadeira, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu pobre, no subúrbio carioca, e
tornou-se o mais importante dos escritores brasileiros. Publicou poemas, crônicas,
contos e romances em capítulos nos jornais para os quais trabalhou. A vivência nos
jornais transformou o garoto de subúrbio num homem da cidade. O grande tema de
toda sua obra foi justamente a vida na cidade (no caso, o Rio de Janeiro, na época
capital política e cultural do Brasil), as reflexões sobre seu dia a dia e sobre a alma
de seus moradores. Um verdadeiro historiador do cotidiano! Todos os
acontecimentos da época mereciam seus escritos: disputas políticas, fatos
econômicos, relações afetivas, sociais – tudo era registrado por sua pena. Os
acontecimentos em si, na verdade, não foram o cerne de seus textos. O que
importava era a reflexão profunda que os acontecimentos suscitavam em Machado e
o modo como ele conseguia passá-la para os leitores. Ele refletia sobre
acontecimentos históricos e sociais e provocava os leitores com uma “arma” literária
eficaz, que manejava muito bem: a ironia.
23
OBSERVANDO O TÍTULO DO CONTO
Nessa etapa e nas seguintes, o objetivo é explorar o conto “Noite de
almirante”. A classe será dividida em grupos de 2 a 4 alunos que serão identificados
por letras A, B, C, (...) Os alunos receberão cópias dos textos e dicionários.
Antes da leitura do conto, por meio de perguntas, exploremos um
pouco o título “Noite de almirante” – isso vai ajudará os alunos a descobrirem as
características de um bom título e aprenderão criá-lo para os textos deles. Para isso,
serão feitas perguntas como:
Alguém saberia explicar o significado de “almirante”? Depois de
ouvi-los sugira que busquem a definição de “almirante” no
dicionário. Anote na lousa. Continue com as perguntas.
Esse título chama a atenção do leitor?
O que ele sugere?
RECURSOS LITERÁRIOS – AS FIGURAS DE LINGUAGEM
O título do conto é uma ironia. Será explicada aos alunos essa ironia
e que se trata de uma figura de linguagem. Também será informado a eles as figuras
de linguagem são recursos literários utilizados pelos autores para ressaltar uma ideia
e com isso ganham maior expressividade, pois enriquecem a linguagem. Lembrando
que um bom escritor faz uso desses recursos.
Será confeccionado um cartaz com as principais figuras de
linguagem e afixado no mural e utilizado para analisar os textos.
Principais figuras de linguagem
Ironia: sugestão pela entonação e pelo contexto de algo contrário
ao que pensamos, geralmente com intenção sarcástica.
Era assim mesmo, uma noite de almirante, como eles dizem, uma
dessas grandes noites de almirante que o esperava em terra.
Machado de Assis
Metáfora: comparação mental ou abreviada em prevalece a
relação de semelhança. Não aparece a conjunção “como”.
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Delicado traço cor de luz, que ia passando entre os fios
estendidos (...). Marina Colasanti
Personificação ou prosopopéia: atribuição de ações, qualidades
ou sentimentos a seres inanimados.
A chuva vinha cumprimentá-la à janela. Marina Colasanti
Comparação: expressão de termo comparativo. Quase sempre
acompanhada da conjunção “como”.
O poema deve ser como a nódoa no brim. Manuel Bandeira
Metonímia: designação de um pormenor pelo conjunto de que se
quer falar.
Ler Machado. (autor pela obra)
Comer o pão(por alimento) que o diabo amassou(por sofrimento)
Hipérbole: afirmação exagerada.
Estou te esperando há um século!
Sinestesia: interpretação de planos sensoriais, mistura de
sensações de sentidos diferentes. Como na metáfora, relaciona
elementos de universos diferentes.
Senti um cheiro doce no ar.
Eufemismo: emprego de termos considerados mais leves para
suavizar uma expressão considerada cruel ou ofensiva.
O deputado desviou verbas, em vez de roubou.
Antítese: contraposição de uma palavra ou frase a outra de
sentido oposto.
Vivo só na multidão.
Catacrese: metáfora que caiu no uso popular, corriqueira, muito
comum.
O braço do sofá quebrou.
25
LEITURA DO CONTO “NOITE DE ALMIRANTE”
Ler textos traz desafios para os alunos. Para vencê-los é
fundamental a mediação do professor, que deve ajudá-los a compreender,
gradativamente diferentes gêneros textuais por meio da leitura individual e
autônoma. Uma estratégia que pode facilitar essa conquista é a leitura cativante,
enfática, feita pelo professor. Contudo, ouvir textos lidos em voz alta não pode
substituir a leitura dos alunos que propicia o desenvolvimento da habilidade de
leitura.
Após as colocações, os alunos serão informados que a tarefa dos
grupos é ler silenciosamente esse conto e fazer um levantamento do léxico com o
auxílio do dicionário. Posteriormente, o lerão em voz alta.
COMENTÁRIO_______________________________________________________
O conto que vamos estudar, “Noite de almirante” foi publicado em 10
de fevereiro de 1884, no Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, e depois incluso na
coletânea Histórias sem Data, do mesmo ano, pelo editor B. L. Garnier. Este conto,
do início da segunda e melhor fase de Machado de Assis, traz muitas das marcas e
preocupações do autor: a forte caracterização das personagens, a análise da
volubilidade da alma humana, a influência dos fatores externos sobre a vida
personagens etc. Como em várias outras histórias („A Cartomante‟ é uma delas), em
„Noite de almirante‟ a trama conduz todo o tempo a um inevitável desfecho trágico,
mas que, diferente dos outros contos, não acontece, conferindo a este um sabor
especial. „Noite de Almirante‟ (publicado no livro Várias histórias) é sobre Deolindo,
jovem marinheiro que volta de uma viagem longa para encontrar a namorada, com
quem fizera um voto de fidelidade (e cumprira) com um novo homem. Ele a procura,
conversa com ela, dá-lhe um presente e sai desesperado, pensando em suicídio.
Não o comete, mas tem vergonha de admitir aos amigos a verdade e mente que
realmente passou uma noite de almirante.
______________________________________________________
26
Leitura do conto II
“Noite de almirante” de Machado de Assis
Deolindo Venta Grande (era uma alcunha de bordo) saiu do Arsenal
da Marinha e enfiou pela Rua de Bragança. Batiam três horas da tarde. Era a fina
flor dos marujos e, demais, levava um grande ar de felicidade nos olhos. A corveta
dele voltou de uma longa viagem de instrução, e Deolindo veio à terra tão depressa
alcançou licença. Os companheiros disseram-lhe rindo:
_ Ah! Venta-Grande! Que noite de almirante vai você passar! Ceia,
viola e os braços de Genoveva. Colozinho de Genoveva...
Deolindo sorriu. Era assim mesmo, uma noite de almirante, como
eles dizem, uma dessas grandes noites de almirante que o esperava em terra.
Começara a paixão três meses antes da sair a corveta. Chamava-se Genoveva,
caboclinha de vinte anos, esperta, olho negro e atrevido. Encontraram-se em casa
de terceiro e ficaram morrendo um pelo outro, a tal ponto que estiveram prestes a
dar uma cabeçada, ele deixaria o serviço e ela o acompanharia para a vila mais
recôndita do interior.
A velha Inácia, que morava com ela, dissuadiu-os disso; Deolindo
não teve remédio senão seguir em viagem de instrução. Eram oito ou dez meses da
ausência. Como fiança recíproca, entenderam dever fazer um juramento de
fidelidade.
_ Juro por Deus que está no céu. E você?
_ Eu também.
_ Diz direito.
_ Juro por Deus que está no céu; a luz que me falte na hora da
morte[...]
___________________________________________________________________
Depois da leitura, é hora de questionar o que o conto provocou nos
alunos. Serão dirigidas a eles as perguntas:
27
O que acharam do conto?
A linguagem é atual?
Qual é o assunto?
O narrador fazia parte da situação narrada ou estava como
observador?
O que acharam da personagem principal?
Você conhece alguém que já viveu uma situação como a descrita
no conto?
A turma será desafiada a conhecer mais, até a próxima oficina, o
grande escritor do século XlX: Machado de Assis. A tarefa será trazer informações
sobre a vida e a obra desse autor.
28
4.5 OFICINA 5: TRABALHANDO COM O TEXTO
Objetivos
Localizar no texto informações explícitas.
Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
Inferir uma informação implícita no texto.
Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que
constroem a narrativa.
Os alunos retomarão o conto “Noite de almirante”, o trabalho será
individual. Atividades impressas serão distribuídas e um tempo será estipulado para
a resolução das questões. Ao término, as respostas serão conferidas oralmente com
a participação dos mesmos. Eles efetuarão atividades de análise da leitura
baseadas no conto. Os alunos ainda serão estimulados a pensar sobre a
importância e o significado dos elementos da narrativa em cada conto.
Compreendendo o texto
Em relação ao conto de Machado:
1. Genoveva e Deolindo estiveram prestes a “dar uma cabeçada”. Explique.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2. Ao retornar da viagem, qual era a expectativa de Deolindo em relação à
Genoveva?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3. Ao tomar conhecimento de José Diogo, o que Deolindo pretendia fazer?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
29
4. O que significou o juramento, feito antes do embarque:
para Genoveva?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
para Deolindo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5. Durante a conversa entre o casal, Genoveva pediu-lhe que “contasse alguma
cousa das terras por onde andara”. Deolindo, no início, recusa-se e pensa em ir
embora, mas acaba ficando. Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6. Por que Deolindo, no dia seguinte, ao ser cumprimentado pela noite de almirante,
não desmente, preferindo mentir aos colegas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
7. Por que os companheiros de Deolindo usaram a expressão “Noite de almirante”
para referi-se àquela noite? Ele realmente teve uma “noite de almirante”?
Explique.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
8. Apesar de o texto representar uma narrativa de ficção, é possível relacionar os
fatos apresentados com situações reais? Comente suas ideias.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
9. Para você, a fidelidade em um relacionamento é importante? Por quê?
___________________________________________________________________
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___________________________________________________________________
10. “Um relacionamento sempre deve estar alicerçado na verdade”. Comente.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Analisando personagens
1. Localize as personagens que atuam nos seguintes acontecimentos:
a) Descobriu que Genoveva amava José Diogo.
__________________________________________________________________
b) Esqueceu-se do juramento que fizera a Deolindo e apaixona-se por José Diogo.
__________________________________________________________________
c) Contou ao marujo que Genoveva, na sua ausência, tinha se apaixonado por
outro.
___________________________________________________________________
d) Ouviu as anedotas que Deolindo contou e as histórias de Genoveva.
___________________________________________________________________
2. Quais das personagens acima identificadas são as principais?
___________________________________________________________________
3. Escreva sobre as características físicas, psicológicas e sociais das personagens
principais.
_________________________________________________________________
31
Analisando tempo
1. Enumere o fato ao tempo correspondente:
(a) O tempo que Deolindo ficou viajando. ( ) três meses.
(b) O tempo da paixão de Deolindo e Genoveva. ( ) das três horas da tarde até a
noite.
( c) O tempo transcorrido entre a saída ( ) dez meses.
do marujo do Arsenal até o momento em
que se despede de Genoveva.
Analisando o espaço
1. Indique o espaço físico onde ocorreram os seguintes fatos:
a) Deolindo conheceu Genoveva.
___________________________________________________________________
b) Ficou sabendo da traição.
___________________________________________________________________
c) Deolindo e Genoveva discutem sobre o caso.
___________________________________________________________________
2. Descreva a casa antiga de Genoveva: por fora, por dentro e a sua localização
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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Analisando o narrador
O narrador deste conto “Noite de almirante”, não participa dos
acontecimentos, mas, em determinados momentos tece comentários sobre o modo
de agir das personagens.
a) Retire um trecho, onde ele, o narrador, faz comentários sobre Genoveva,
caracterizando-a.
_________________________________________________________________
b) Este conto é narrado em 3ª pessoa. Comprove essa afirmação, com um trecho do
texto.
_________________________________________________________________
c) Copie um trecho do texto em que o narrador se dirige ao leitor.
_________________________________________________________________
33
4.6 OFICINA 6: UM NOVO DESFECHO
Objetivos
Ler o conto “História de todos os dias”
Conhecer o autor do conto Orígenes Lessa.
Localizar no texto informações explícitas.
Compreender o conto e suas entrelinhas, contexto de produção,
conteúdo temático, construção composicional e marcas
linguístico-enunciativas.
Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
Ler com entusiasmo e entonação os diálogos apresentados no
conto.
Produzir um texto escrito dando um outro desfecho ao conto.
Para iniciar, apresente aos alunos o título do conto: “História de
todos os dias”. Pergunte o que o título sugere. Na sequência, apresente também o
autor.
Um pouco sobre Orígenes Lessa:
Nasceu em Lençois Paulista(SP), 12/7/1903 – Rio de Janeiro(RJ),
13/7/1986
Foi um jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta
brasileiro, e imortal da Academia Brasileira de Letras.
Filho de Vicente Themudo Lessa, historiador, jornalista e pastor
protestante pernambucano, e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa.
Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio Antônio de Alcântara
Machado (1939), pelo romance O feijão e o sonho; Prêmio Carmem Dolores
Barbosa (1955), pelo romance Rua do Sol; Prêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo
romance A noite sem homem; Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance
O evangelho de Lázaro.
Escreveu, entre outros, o livro de contos O escritor proibido(1929).
34
COMENTÁRIO_______________________________________________________
“História de todos os dias” é um texto de ficção que narra fatos com
forte conteúdo humano e social. O conto centra-se na relação homem x mulher, alvo
de desencontro. O ambiente urbano mostra a organização do sistema com suas
relações sociais. O personagem Ariovaldo sente por Maria Amália uma fulminante
paixão por muitos anos. Em certa ocasião, contou-lhe sobre seus sentimentos, mas
Maria Amália não o amava. Atordoado pelo fatídico encontro, sofre um acidente: é
atropelado por um veículo. Fica entre a vida e a morte. Maria Amália se dedica em
cuidados a ele. Ao se recuperar, foi agradecer a dedicação de Maria Amália que se
revela apaixonada por ele. Porém já é demasiado tarde... ele já não a amava mais.
___________________________________________________________________
LEITURA DO CONTO “HISTÓRIA DE TODOS OS DIAS”
O texto impresso será distribuído para os alunos. Eles terão um
tempo para que façam leitura silenciosa.
Na sequência, um aluno fará a leitura em voz alta.
Leitura do conto lll
“História de todos os dias” de Orígenes Lessa
Ariovaldo Mendes curtira por ela, desde cedo que a conhecera, uma
fulminante e desesperada paixão. Anos correram, sofreu ele as mais radicais
mudanças na vida, com desastres íntimos e mortes na família, mas o amor, apesar
da indiferença com que era recebido, não se lhe extinguiu. Era uma verdadeira
obsessão, constante, única, eterna. Muitas vezes lutou Ariovaldo Mendes contra si
mesmo. Era preciso acabar. Seria uma tolice, uma loucura sem nome, entregar-se
desvairadamente àquele amor inútil, que não seria jamais correspondido. Mas em
vão raciocinava e se debatia. O amor era superior às suas forcas. Tomara-o de
improviso aos quinze anos e seguiria com ele vida em fora, sem lhe dar trégua nem
descanso. Já datava de dez anos. Tinham sido dez anos de martírio. E o martírio –
ele estava certo disso – o seguiria até a morte![...]
35
COMPREENDENDO O TEXTO
Terminada a leitura, é hora de interpelar os alunos. Serão feitas as
perguntas:
Quem é a personagem central?
O que acharam da personagem principal?
O narrador é observador ou personagem? Comprove com uma
passagem do texto.
Onde se passa a história?
Que acontecimento transformou os sentimentos da personagem
Maria Amália?
Como se deu o desfecho? Que impressão lhe causou?
Para complementar as colocações dos alunos, será mostrado como
o contista compõe o cenário, localiza o espaço(utiliza advérbios para marcar tempo e
lugar). As comparações (“Ariovaldo seguiu a pó como um sonâmbulo”), a metonímia
(“...ao atravessar uma rua, foi colhido pelo prosaísmo de um Ford em disparada.”), o
emprego da catacrese (“Mas ela não se moveu de ao pé da cama”), a antítese
(“...pediu-lhe um sim ou não, mas definitivo e formal.”); verbos flexionados na
terceira e primeira pessoa; vale-se do discurso direto no diálogo.
Os alunos relerão o texto e apresentarão o diálogo entre Ariovaldo e
Maria Amália em voz alta: um dos deles fará o papel do narrador e os outros dois,
das personagens; serão orientados a observar a entonação de voz, pausas, gestos.
Também escreverão um outro desfecho para o conto e apresentarão para a
turma.
36
4.7 OFICINA 7: EXPRESSANDO EMOÇÕES
Objetivos
Dramatizar o clímax de um dos contos.
Elaborar textos escritos.
Para esse momento, os alunos deverão estar com os contos em
mãos. Formaremos grupos que escolherão um conto para realizar uma das
propostas abaixo para apresentarem à sala.
Proposta 1
Fazer uma breve representação teatral do momento em que as
ações das personagens alcançam seu ponto máximo.
Proposta 2
Escrever uma carta a uma das personagens comentando sobre
o fato ocorrido e emitir sua opinião. Os textos serão fixados num
quadro mural na sala de aula.
Proposta 3
Elaborar um final alternativo para o conto escolhido.
37
4.8 OFICINA 8: ENTREVISTA
Objetivos
Planejar e realizar entrevistas.
Expressar oralmente as histórias relatadas, opiniões, emoções e
sentimentos despertados.
Após esse trabalho com os textos, vamos relacioná-los com a
realidade vivenciada pelos educandos que lhes dará condições para refletir e expor
suas ideias, posicionando-se a respeito do tema tratado. Para isso, os alunos farão
uma entrevista, com pessoas da família ou não, onde estas relatarão experiências
vividas em relacionamentos afetivos entre casais. Devem ser lembrados que usarão
nomes fictícios para a exposição das entrevistas. Alguns dados deverão ser
levantados como por exemplo:
Qual foi o relacionamento mais marcante e por quê?
Como se conheceram?
Quanto tempo durou esse relacionamento?
Atualmente estão juntos ou se separaram?
Valeu a pena ter vivido o romance?
Relate algum conflito vivenciado pelo casal
Como fechamento os alunos apresentarão para a turma as histórias
relatadas, poderão contar experiências próprias e expor suas opiniões.
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4.9 OFICINA 9: PRODUÇÃO DE UM CONTO
Objetivos
Produzir um conto.
Fazer a revisão, aprimoramento e a reescrita do texto.
Nessa etapa os alunos escreverão um conto, o que poderá ser feito
em duplas ou individualmente. Vale lembrar que a proposta não é a de formar
escritores de contos literários e sim oportunizar a experiência de leitura e escrita,
certamente guardando as especificidades da turma e série.
Essa produção propiciará um diagnóstico dos conhecimentos e
dificuldades dos alunos. Tais dados darão pistas para que o professor planeje as
intervenções necessárias no desenvolvimento das próximas aulas.
Um registro de todo o processo, feito pelo professor, é fundamental
para que este faça uma avaliação de seu trabalho: como foi o desempenho dos
alunos no decorrer das atividades; se foi fácil desenvolvê-las; quais as dúvidas e
dificuldades quanto à oralidade, leitura e escrita; que habilidades precisam ser
retomadas com a turma.
Quanto às produções, o professor deve orientar os alunos para que
sigam um planejamento prévio: escolher o foco narrativo, qual o enredo,
personagens, como, onde e quando vai se desenrolar a narrativa; a existência de
um elemento surpresa, como vai ser o desfecho, sem esquecer a importância de um
bom título.
Depois de planejado o conto, estipule um prazo para que os alunos
desenvolvam o esquema que criaram e escrevam um texto que chame a atenção,
que envolva o leitor.
Serão informados da importância da organização da sequência
de parágrafos. À medida que os parágrafos vão sendo escritos, os alunos devem
relê-los, para verificar a unidade, a coesão e a coerência do texto. Também é
preciso rever o texto como um todo quando ele estiver finalizado.
Essa é a hora de relembrar a situação de comunicação: cada um
dos alunos é um autor que vai escrever um conto para colegas, educadores, pais
e outros.
Assim que a redação do conto ficar pronta, os alunos irão trocar os
39
textos entre si, compararão as diversas formas de dizer dos autores (como o fato foi
narrado e o efeito causado no leitor), comentarão e apontarão o que acharam mais
difícil para escrever um conto.
Todos os contos serão revisados e aprimorados pelos alunos com
orientação do professor. Para se fazer um primeiro aprimoramento e a reescrita dos
textos, a atividade será coletiva.
Escolhe-se um dos textos, com autorização do aluno (autor), para
ser aperfeiçoado por todos. Os alunos que usarão marcador de texto ou lápis de
outra cor para assinalar tudo o que pretendem modificar. Posteriormente, o professor
analisará, junto com o aluno-autor, o texto dele lendo-o em voz alta para que ele
perceba o que não ficou claro, onde estão os problemas. Será fornecido também o
seguinte roteiro para a revisão e reescrita dos textos:
O texto cumpre o objetivo a que se propõe: emocionar, divertir,
provocar reflexão, envolver o leitor?
Organiza a narrativa em primeira ou terceira pessoa?
As marcas de tempo e lugar estão presentes?
O enredo do conto está bem desenvolvido, coerente?
No desenrolar do texto, as características da narrativa
(personagem, cenário, tempo, elemento surpresa ou conflito e
desfecho) estão presentes?'
Os diálogos das personagens são pontuados corretamente?
Há alguma palavra que não está escrita corretamente, frases
incompletas, erros gramaticais? E a pontuação está correta?
O título mobiliza o leitor para a leitura?
EXPOSIÇÃO DOS TEXTOS À COMUNIDADE
Terminado esse trabalho, é o momento de planejar e decidir, junto
com os alunos, como os textos serão apresentados à comunidade: se serão
40
organizados para a publicação no blog da escola e/ou organizados em uma
coletânea que será distribuída e disponibilizada na biblioteca escolar.
41
REFERÊNCIAS
ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Histórias sem data: obra completa. Rio de Janeiro: J. Aguilar, v. 2, 1962, p. 446-51. BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa: terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC, 1998. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 39 ed. São Paulo: Cultuix, 2001, p.07-22. CADERNO DO PROFESSOR, Orientações para a produção de textos. Cenpec, Fundação Itaú Social. Ministério da Educação. São Paulo: AGWM, 2008. CORTÁZAR, Júlio. Alguns aspectos do conto. In. Valise de Cronópio. São Paulo: Perspectiva, p. 147-163, 1974. CRISTÓVÃO, Vera Lúcia Lopes; NASCIMENTO, Elvira Lopes (orgs.). Gêneros textuais: teoria e prática. Palmas: Kaygangue Gráfica e Editora, 2005, p. 163-175. DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. 2ª ed. São Paulo: Mercado das letras, 2010. GASPARIN, Luiz João. Uma didática para a Pedagogia Histórico-crítica. 5ª ed. Campinas: Autores Associados, 2009. GERIN,Júlia;PORTO, F.M.; NASCIMENTO, R.R. Linguagem expressão da vida.Curitiba: Educarte, v3 e v4, 1998. GOTLIB, Batella Nádia. Teoria do conto. São Paulo: Ática, 1988. HOHLFELDT, Antônio et al. O conto contemporâneo. 2ª ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,1988. KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor – aspectos cognitivos da leitura. São Paulo: Pontes, 2009. Oficina de leitura: teoria e prática. 12ª ed. Campinas. Pontes, 2008. LADEIRA, Julieta de Godoy (org). Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna, 2010, p.70-74. LESSA, Orígenes. História de todos os dias. In: LESSA, Orígenes. O escritor proibido. Rio de Janeiro: Nórdica, s. d. p. 59-63. LIMA, Herman. Variações sobre o conto. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s.d.,
42
p.45-63. MARCUSHI, L. A. Gêneros textuais: constituições e práticas sociais. São Paulo: Cortez, (prelo). PARANÁ. DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA – Língua Portuguesa. Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2008. SIMON, Luiz Carlos Santos. Além do invisível: contos brasileiros e imagens na era do pós-modernismo. Tese de doutorado. Rio de Janeiro: UFRJ, Faculdade de Letras, 1999. O conto brasileiro vê TV. In: SIMON, Luiz Carlos Santos. Signum: estudos literários. Londrina: UEL, n. 3, 2000. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6ª ed. Porto Alegre, 1998.