MACHADO, VIRGINIA MARTINS
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MACHADO, VIRGINIA MARTINS
Avaliação do Potencial de Contaminação de
Cemitérios da Região da Baía de Guanabara [Rio
de Janeiro] 2006
XIV, 212 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,
Engenharia Civil, 2006)
Dissertação – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, COPPE
1. Cemitérios, 2. Impacto ambiental 3.
Contaminação do solo e da água subterrânea
I. COPPE/UFRJ II. Título (série)
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"Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha
reluzente, todas as praias arenosas, cada véu de neblina
nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a
zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do
meu povo. Sabemos que o homem branco não
compreende o nosso modo de viver. Para ele, um torrão
de terra é igual a outro.”
“A terra não é sua irmã, mas, sim, sua inimiga, e depois de
exauri-la, ele vai embora. Deixa para trás o túmulo dos
seus pais, sem remorsos de consciência. Rouba a terra
dos seus filhos. Nada respeita. Esquece a sepultura dos
antepassados e o direito dos filhos. Sua ganância
empobrecerá a terra e vai deixar atrás de si os desertos.”
Trechos da Carta do Cacique Seatle, 1854
Aos meus queridos pais,
Hélis e (saudosa) Wanda (In memoriam).
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AGRADECIMENTOS
Ao Gilson, meu querido marido, que sempre esteve ao meu lado apoiando e
incentivando meu desenvolvimento acadêmico e profissional.
Aos meus amados filhos, que muito me orgulham, pela garra e dedicação na busca
dos seus objetivos de vida, e a quem recorri diversas vezes para explicações em
questões de área biomédica.
Aos diretores da Ecologus, Claudia e Edson, pela confiança depositada no meu
trabalho ao longo destes quase 10 anos na empresa e pela liberdade, para que eu
pudesse trilhar e me especializar no ramo da engenharia ambiental.
À minha mestra e orientadora, Maria Claudia, pela revisão do estudo, sugestões e
críticas construtivas, que foram fundamentais para o aprimoramento do trabalho.
A todos os professores do Programa de Engenharia Civil / COPPE da área de
Geotecnia Ambiental por todo o conhecimento passado durante o curso.
Aos colegas do Departamento de Recursos Minerais (DRM): Luiz Gomes, pelas
sugestões e horas dedicadas no esclarecimento das minhas dúvidas sobre questões
geofísicas e hidrogeológicas; Miguel e Paulo, por suas contribuições nos estudos
geológicos, e Francisco pelas adequações de geoprocessamento.
Ao professor Nagib Chamon, pela sua atenção e explicações das saídas dos modelos
geofísicos de resistividade elétrica.
Aos colegas, Paulo Lages, Elisa e Gustavo, pela dedicação aos trabalhos de campo, e
pelo carinho e atenção dispensados, sempre prontos a atenderem os meus pedidos
“extra-work”, seja dia útil ou finais de semana.
Aos colegas da Hidroquímica, Paulo e Ronaldo, pelas coletas noturnas em ambientes
tão mórbidos e à Elisabete, por todo apoio e explicações relativas aos resultados dos
laudos das análises laboratoriais.
À amiga Lourdes, pelo carinho e por toda a ajuda na preparação de figuras e edição
de textos, e a Greicieli, pelas tantas alterações de mapas, sempre feitas com muita
presteza e boa vontade. À querida amiga Maria Alice, pelas inúmeras vezes que
trocamos conhecimentos e nos apoiamos durante o curso.
Ao colega de trabalho Chris, pela tradução do resumo da dissertação.
Por fim, meu agradecimento especial ao meu tio Dedé que, no apagar das luzes, ainda
pôde dar sua importante contribuição como revisor do texto.
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Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DE CEMITÉRIOS DA REGIÃO
DA BAÍA DE GUANABARA
Virginia Martins Machado
Setembro/2006
Orientadora: Maria Claudia Barbosa
Programa: Engenharia Civil
No Rio de Janeiro, o recente Plano Diretor de Recursos Hídricos da Baía de
Guanabara (out, 2005) elaborado para o Governo do Estado, deu início à investigação
de áreas de cemitérios. O Plano encontrava-se em curso por ocasião da escolha do
tema, e constituiu a base de dados para a presente dissertação, a qual caracteriza,
analisa, avalia e discute o potencial de contaminação de 15 cemitérios municipais
tradicionais, localizados no entorno da Baía de Guanabara. Do referido Plano foram
utilizados os dados dos perfis de caracterização do solo, obtidos por cinco sondagens
elétricas verticais, e por observação táctil-visual realizada em três poços de
monitoramento instalados em cada cemitério, além dos laudos das análises físico-
químicas, bacteriológicas e toxicológicas de uma única campanha de coleta de
amostras de água subterrânea, realizada em dois dos três poços de cada local.
A análise integrada do diagnóstico e dos resultados obtidos permitiu avaliar
qualitativamente cada área, estabelecendo aquelas em situações ambientalmente
mais desfavoráveis, cujas ações de monitoramento e de minimização dos impactos
associados devam ser tomadas prioritariamente. O estudo sugere haver contaminação
da água subterrânea na maioria dos locais, devendo contudo ser realizadas novas
amostragens e monitoramento periódico das áreas para comprovação de que a fonte
de contaminação seja o cemitério. Ressalte-se, ainda, a necessidade de se obter
informações mais precisas da qualidade original (background) do aqüífero,
especialmente quanto à presença e atividade de microorganismos nativos e
patogênicos.
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Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
ASSESSMENT OF POTENTIAL CONTAMINATION BY CEMETERIES IN THE AREAS
SURROUNDING GUANABARA BAY
Virginia Martins Machado
September/2006
Advisor: Maria Claudia Barbosa
Department: Civil Engineering
In Rio de Janeiro, the recent Master Plan for Hydric Resources around
Guanabara Bay (October 2005), prepared by the State Government, called for an
investigation of areas occupied by cemeteries. The Plan was being compiled at the
time the theme was chosen, and constitutes the data base for this dissertation, which
characterizes, analyses, evaluates and discusses the potential for contamination of the
15 traditional municipal cemeteries located in the areas surrounding Guanabara Bay.
The Plan provided soil characterization profiles, obtained from five vertical electrical
soundings and by visual/tactile observation made in three monitoring wells installed in
each cemetery, apart from physical-chemical, bacteriological and toxicological analysis
reports from one set of samples of underground water, taken simultaneously from two
of the three wells at each location.
The diagnostic analysis and the results obtained permitted a qualitative
evaluation of each area, establishing those in environmentally unfavorable situations,
needing priority treatment with regard to monitoring and minimizing associated impacts.
The study suggests that there is contamination of underground water in the majority of
locations, demanding new samples and periodic monitoring in order to confirm that the
source of the contamination is in fact the cemetery. It also emphasizes the need to
obtain more precise background data on the water-bearing strata, especially with
regard to the presence and activity of native and pathogenic micro-organisms.
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SUMÁRIO
1- Introdução................................................................................................................... 1
1.1 - Objetivo .............................................................................................................. 3
1.2 - Organização ....................................................................................................... 3
2- Revisão da Literatura.................................................................................................. 5
2.1- Impactos de Cemitérios: uma questão interativa de saúde pública e ambiente.. 5
2.2 - Análise das Fontes Potenciais de Impactos dos Cemitérios no Solo e na Água
Subterrânea ........................................................................................................ 10
2.2.1 – Modos construtivos e procedimentos de operação ............................... 11
2.2.2 - Materiais das urnas funerárias ............................................................... 16
2.2.3 - Processos de decomposição do corpo humano após a morte............... 17
2.2.4 - Constituintes químicos e microbiológicos do corpo humano em vida e
após a morte ...................................................................................................... 20
2.3 - Legislação e Recomendações Ambientais e Sanitárias relativas a Cemitérios . 33
2.3.1 - Orientações Estrangeiras ....................................................................... 33
2.3.2 – Legislações Brasileiras .......................................................................... 35
2.4 – Síntese do Capítulo ........................................................................................... 43
3- Parâmetros para Investigação e Monitoramento em Cemitérios................................ 46
3.1 - Aspectos geológicos e hidrogeológicos de importância no transporte e
retenção e contaminantes ................................................................................. 46
3.1.1 - Características dos Solos ....................................................................... 46
3.1.2 - Características das Águas Subterrâneas ............................................... 50
3.1.3 - Transporte e retenção dos contaminantes químicos no solo ................. 54
3.1.4 - Transporte, retenção e sobrevivência dos contaminantes
microbiológico .................................................................................................... 56
3.1.5 - Fatores intervenientes na sobrevivência durante o transporte dos
microorganismos.................................................................................... 57
3.2 - Indicadores Ambientais para Monitoramento de Contaminação em Cemitérios 59
3.2.1- Indicadores Físico-Químicos ................................................................... 59
3.2.2 -Indicadores Microbiológicos .................................................................... 62
3.3 - Revisão dos parâmetros investigados em lixiviados de aterros sanitários, em
esgotos sanitários e em cemitérios.................................................................... 64
3.3.1 - Composição do Lixiviado de Aterros Sanitários .................................... 64
3.3.2 - Composição do Esgoto........................................................................... 68
viii
3.3.3 - Composição de Lixiviados Liberados pela Decomposição do Corpo
Humano Enterrado................................................................................. 69
3.4 - Síntese do Capítulo ............................................................................................ 71
4- Caracterização das Áreas Estudadas ........................................................................ 75
4.1 - Introdução........................................................................................................... 75
4.2 - Diagnóstico do Meio Físico – Baseado em Dados Secundários ....................... 81
4.2.1 - Climatologia da RHBG (PDRH-BG, 2005b)............................................ 81
4.2.2 - Geologia das Áreas Estudadas ............................................................. 82
4.2.3 - Geomorfologia (PDRH-BG, 2005b) ........................................................ 85
4.2.4 - Solos ...................................................................................................... 87
4.2.5 - Recursos Hídricos Superficiais............................................................... 87
4.2.6 - Recursos Hídricos Subterrâneos na RHBG (PDRH-BG, 2005b)............ 87
4.3 - Diagnóstico dos Cemitérios Estudados.............................................................. 92
4.3.1 - Cemitério Municipal de Belford Roxo ..................................................... 93
4.3.2 – Cemitério Municipal de Cachoeiras de Macacu..................................... 95
4.3.3 - Cemitério Municipal de Duque de Caxias............................................... 97
4.3.4 – Cemitério de Guapimirim ....................................................................... 98
4.3.5 – Cemitério Municipal de Itaboraí ............................................................. 99
4.3.6 - Cemitério Municipal de Magé ................................................................. 101
4.3.7 - Cemitério Municipal de Mesquita............................................................ 103
4.3.8 - Cemitério Municipal de Nilópolis............................................................. 105
4.3.9 - Cemitério Municipal de Niterói ................................................................ 106
4.3.10 - Cemitério Municipal de Nova Iguaçu .................................................... 108
4.3.11 - Cemitério Municipal de Rio Bonito........................................................ 110
4.3.12 - Cemitério Municipal do Rio de Janeiro ................................................. 111
4.3.13 - Cemitério Municipal de São Gonçalo ................................................... 113
4.3.14 - Cemitério Municipal de São João de Meriti .......................................... 114
4.4.15 - Cemitério Municipal de Tanguá ............................................................ 116
4.4 – Considerações Finais do Diagnóstico ............................................................... 117
5- Metodologias das Investigações de Campo ............................................................... 124
5.1 - Investigações Geofísicas: Método Resistivimétrico por Sondagem Elétrica
Vertical (SEV) ............................................................................................................. 127
5.2 - Sondagens a Trado e Instalação de Poços de Monitoramento ......................... 137
5.3 - Amostragem da Água Subterrânea .................................................................... 139
5.3.1 - Metodologia de Amostragem.................................................................. 139
5.3.2 - Metodologia das Análises Físico-Químicas............................................ 140
5.3.3 - Metodologia das Análises Microbiológicas ............................................. 145
ix
5.3.4 - Metodologia das Análises Toxicológicas ............................................... 146
6- Resultados.................................................................................................................. 147
6.1 - Sondagem Elétrica Vertical (SE) ........................................................................ 147
6.2 - Sondagens Geológicas e Instalação de Poços de Monitoramento .................... 152
6.3 - Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea................................................ 158
6.4 - Análises Bacteriológicas e Toxicológicas da Água Subterrânea....................... 170
7- Discussão dos Resultados ......................................................................................... 176
7.1 - Análise dos Resultados por Área ...................................................................... 176
7.1.1 - Cemitério Municipal de Belford Roxo ..................................................... 176
7.1.2 - Cemitério Municipal de Cachoeiras de Macacu...................................... 177
7.1.3 - Cemitério Municipal de Duque de Caxias............................................... 178
7.1.4 - Cemitério de Guapimirim ........................................................................ 180
7.1.5 - Cemitério Municipal de Itaboraí .............................................................. 181
7.1.6 - Cemitério Municipal de Magé ................................................................. 182
7.1.7 - Cemitério Municipal de Mesquita............................................................ 184
7.1.8 - Cemitério Municipal de Nilópolis............................................................. 185
7.1.9 - Cemitério Municipal de Niterói ................................................................ 186
7.1.10 - Cemitério Municipal de Nova Iguaçu .................................................... 187
7.1.11 - Cemitério Municipal de Rio Bonito........................................................ 188
7.1.12 - Cemitério Municipal do Rio de Janeiro ................................................. 189
7.1.13 - Cemitério Municipal de São Gonçalo ................................................... 191
7.1.14 - Cemitério Municipal de São João de Meriti .......................................... 192
7.1.15 - Cemitério Municipal de Tanguá ............................................................ 193
7.2 - Análise Integrada dos Resultados – Avaliação Qualitativa das Áreas
Estudadas........................................................................................................ 194
7.3 - Comparação dos Resultados dos Cemitérios da Baía de Guanabara com
outros Cemitérios Estudados no Brasil.............................................................. 199
8- Síntese Conclusiva e Recomendações ..................................................................... 204
9- Referências Bibliográficas .......................................................................................... 206
Anexos Anexo 1 – Legislação
Anexo 2 – Modelo de Questionário de Dados do Cemitério
Anexo 3 – Localização das SEs e Poços
Anexo 4 – Resultados das Sondagens Elétricas (SEs)
Anexo 5 – Resultados das Sondagens Geológicas
Anexo 6 – Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério
Anexo 7 – Formulário de Avaliação Qualitativa
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LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1: Depósito de Talus Figura 3.2: Dois aqüíferos com duas direções de fluxo diferentes Figura 3.3: Fatores que afetam a sobrevivência dos microorganismos no solo
Figura 4.1a: Mapa Geológico (Fonte: PDRH-BG, 2005b)
Figura 4.1b: Mapa Geológico (Fonte: DRM, 1980)
Figura 4.2: Mapa Geomorfológico
Figura 4.3: Aqüíferos
Figura 5.1: Arranjo Schlumberger para execução de Sondagem Elétrica Vertical (SE)
Figura 5.2: Modelo de formulário de lançamento das leituras no resistivímetro
Figura 5.3: Síntese dos valores de resistividade usados na “Modelagem”
Figura 5.4: Curva SE: dados, inversão 1D, modelagem e coluna geoelétrica
Figura 5.5: Perfil hídrico local mostrando a distribuição da água no terreno.
Figura 5.6: Correlação geoelétrica entre sondagens próximas.
Figura 5.7: Esquema de Medição da Carga Hidráulica
Figura 5.8: Curva de superfície do lençol freático e direção do fluxo de água em relação ao posicionamento das SEs
Figura 5.9: Figura esquemática de um poço de monitoramento
Figura 6.1: Resíduo Total Filtrável nos Poços Amostrados
Figura 6.2: Condutividade Elétrica nos Poços Amostrados
Figura 6.3: Valores de pH nos Pares de Pontos Amostrados
Figura 6.4: Valores de Eh nos Pares de Pontos Amostrados
Figura 6.5: Temperatura durante a Coleta nos Poços Investigados
Figura 6.6: Demanda Bioquímica de Oxigênio nos Poços Investigados
Figura 6.7: Demanda Química de Oxigênio nos Poços Investigados
Figura 6.8: Oxigênio Dissolvido nos Poços Investigados
Figura 6.9: Valores de Dureza Total nos Pontos de Amostragem
Figura 6.10: Concentração de Ferro (mg/l) nos Poços Amostrados
Figura 6.11: Concentração de Manganês (mg/l) nos Poços Amostrados
Figura 6.12: Concentração de Nitratos (mg/l) nos Poços Amostrados
Figura 6.13: Concentração de Nitritos (mg/l) nos Poços Amostrados
Figura 6.14: Concentração de Nitrogênio Amoniacal (mg/l) nos Poços Amostrados
Figura 6.15: Concentração de Fósforo (mg/l) nos Poços Amostrados
Figura 6.16: Concentração de Cloretos (mg/l) nos Poços Amostrados
Figura 6.17: Resultados gráficos do nível de contaminação bacteriológica nos cemitérios (Grupo Fecal)
Figura 6.18: Resultados gráficos do nível de contaminação bacteriológica nos cemitérios (Grupo de bactérias decompositoras de matéria orgânica)
xi
Figura 7.1: Valores máximos e mínimos de STD nos Cemitérios do Brasil
Figura 7.2: Valores máximos e mínimos de pH nos Cemitérios do Brasil Figura 7.3: Valores máximos e mínimos de CE nos Cemitérios do Brasil
Figura 7.4: Valores máximos e mínimos de Ferro nos Cemitérios do Brasil Figura 7.5: Valores máximos e mínimos de Manganês nos Cemitérios do Brasil
Figura 7.6: Valores máximos e mínimos de Nitratos nos Cemitérios do Brasil Figura 7.7: Valores máximos e mínimos de Nitritos nos Cemitérios do Brasil
Figura 7.8: Valores máximos e mínimos de Cloretos nos Cemitérios do Brasil
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LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Composição do Corpo Humano para uma referência padrão de peso de 70 kg
Tabela 2.2: Categoria dos organismos patogênicos ao ser humano, transmitidos pela água
Tabela 2.3: Distribuição da dose infectante mínima (DIM) de alguns agentes infecciosos e parasitários
Tabela 2.4: Recomendações de legislações brasileiras quanto às condições para sepultamento e exumação (Modificado de Barbosa et al., 2003)
Tabela 2.5: Recomendações de legislações brasileiras quanto às condições físicas, geográficas e urbanas do terreno e seu entorno (Modificado de Barbosa et al., 2003)
Tabela 3.1: Indicadores Físico-Químicos em Monitoramento de Cemitérios Segundo alguns Órgãos Ambientais
Tabela 3.2: Indicadores Microbiológicos Estabelecidos em Normas Ambientais Brasileiras para Cemitérios
Tabela 3.3: Composição do Chorume de Aterros Diversos
Tabela 3.4: Análises do Solo e Água Subterrânea no Interior de Cemitérios (valores máximos e mínimos)
Tabela 4.1: Consolidação do Diagnóstico: Resumo das Principais Características Locais relativas ao Meio Físico
Tabela 4.2: Consolidação do Diagnóstico: Resumo das Principais Características Operacionais, Construtivas e de Infra-Estrutura de Serviços
Tabela 5.1: Metodologia de Análise Físico-Química
Tabela 5.2 :Metodologia das Análises Microbiológicas
Tabela 6.1: Medições das SEs
Tabela 6.2: Características das Sondagens Geológicas – Perfurações a Trado
Tabela 6.3: Resultados de Análises Físico-Quimicas
Tabela 6.4: Resultados de Análises Físico-Quimicas
Tabela 6.5: Resultados de Análises Bacteriológicas e Toxicológicas
Tabela 6.6: Resultados de Análises Bacteriológicas e Toxicológicas
Tabela 7.1: Classificação dos Cemitérios quanto aos Aspectos de Localização e de Operação em Ordem Decrescente de Favorabilidade Tabela 7.2: Alguns Parâmetros Físico-Químicos Avaliados nos Cemitérios do Brasil
xiii
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
Ag Prata
Al Alumínio
Ba Bário
C Carbono
Ca Cálcio
Cd Cádmio
CE Condutividade Elétrica
CETESB Companhia de Tecnonologia de Saneamento Ambiental
Cl Cloro ou Cloretos
Co Cobalto
CO2 Dióxido de Carbono
COPPE Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia
COMLURB Companhia de Limpeza Urbana do Município do Rio de Janeiro
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
COT Carbono orgânico total
Cr Cromo
CT Carbono Total
CTC Capacidade de Troca Catiônica dos elementos químicos
Cu Cobre
DBO Demanda bioquímica de oxigênio
DQO Demanda química de oxigênio
Eh Potencial redox
EPA – USA Environmental Protection Agency- United States of America
Fe Ferro
FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
Hg Mercúrio
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
k Coeficiente de permeabilidade ou condutividade hidráulica
K Potássio
Kar Coeficiente de permeabilidade ao ar
Mg Magnésio
Mn Manganês
xiv
N Nitrogênio
NA Profundidade de nível da água
Na Sódio
Ni Níquel
N2 Nitrogênio gasoso
N2O Óxido Nitroso
NH3 Nitrogênio amoniacal (forma livre) ou amônia
NH4 Nitrogênio amoniacal (ionizada) ou amônio
NO2 Nitrito
NO3- Nitrato
NBR Norma Brasileira Registrada
O2 Oxigênio
OD Oxigênio dissolvido
OH- Radical hidróxido
OMS Organização Mundial da Saúde
MS Ministério da Saúde
P Fósforo
Pb Chumbo
PDRH-BG Plano Diretor de Recursos Hídricos da Baía de Guanabara
pH Potencial de hidrogênio
ppm Partes por milhão (equivalente a g/l)
RFT Resíduo Filtrável Total
RHBG Região Hidrográfica da Baía de Guanabara
S Grau de saturação (%)
STD Sólidos Totais Dissolvidos
SO4 Sulfato
Ti Titânio
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
USP Universidade de São Paulo
UNEP United Nation Environment Programme
WHO World Health Organization
Zn Zinco
1
1. INTRODUÇÃO
São antigas as manifestações de preocupação do homem com a degradação
do meio ambiente, e vêm crescendo, ano a ano, à medida que aumenta o
conhecimento e conscientização das pessoas, quanto às suas conseqüências no bem-
estar e na saúde humana. Estudos e pesquisas, relacionadas à poluição do ar e dos
recursos hídricos superficiais, foram e são até hoje exaustivamente desenvolvidos,
sendo mais recentes as pesquisas com foco na contaminação do solo e da água
subterrânea, talvez por não serem esses recursos tão facilmente visíveis aos olhos e
ao olfato. Nos últimos anos, em que a poluição afetou de tal modo as águas
superficiais, tornando-as cada vez mais escassas para o consumo humano, esses dois
ambientes, que estão diretamente interligados, passaram a ter um novo destaque no
cenário ambiental mundial, tanto na pesquisa como na legislação.
As pessoas têm, em geral, o conhecimento equivocado de que as águas
superficiais são a principal fonte de atendimento às suas necessidades, quando na
verdade elas compreendem menos de 3% das águas de superfície do planeta, ao
passo que 97% da água doce disponível na Terra encontra-se no subsolo.
A exploração deste recurso subterrâneo sempre teve uma participação
significativa no abastecimento de água da população mundial, conforme comprovam
as estatísticas, algumas citadas em FEITOSA & FILHO (2000).
Estudos científicos com enfoque na contaminação do solo e da água
subterrânea analisam fontes diversas, de origem industrial, doméstica ou natural,
geralmente relacionadas a resíduos industriais, aterros sanitários e lixões, sistemas de
esgotos sanitários, fertilizantes e pesticidas agrícolas, de explorações de petróleo,
dentre outras.
Verifica-se nesta relação a ausência dos cemitérios, cujos estudos e
publicações científicas em nível mundial são relativamente recentes, embora estes
sejam, em sua maioria, construções muito antigas.
A maioria dos cemitérios existentes foi instalada sem a preocupação com risco
potencial para o meio ambiente ou comunidade local. Geralmente, são construídos
próximos às comunidades por razões religiosas e culturais (ÜSIÇIK &
RUSHBROOK,1998).
2
Após a morte, durante o processo de decomposição completa do corpo
humano, são liberados gases e substâncias líquidas contendo compostos orgânicos e
inorgânicos além de microorganismos, tais como bactérias e vírus, que se infiltram
através do solo, especialmente no caso de cemitérios horizontais em que os corpos
são enterrados diretamente no subsolo. Dependendo das formas de sepultamento,
dos materiais utilizados nas urnas funerárias, das condições de drenagem e de
saneamento do cemitério, das condições de saneamento do entorno e das
características geológicas, hidrogeológicas, geomorfológicas, geotécnicas e clima
local, estas substâncias infiltradas interagem com o solo e a água subterrânea,
podendo percorrer longas distâncias e atingir os aqüíferos. Caso haja captação de
água desses aqüíferos para consumo humano, poderá resultar em doenças de
veiculação hídrica.
No Brasil, embora o assunto já seja explorado, ainda há muito que se
pesquisar, pois existem muitas incertezas a respeito do risco de contaminação do
meio ambiente e seus efeitos sobre a saúde humana.
A cidade de São Paulo — precursora na definição de uma norma técnica
específica à implantação de cemitérios sob o enfoque ambiental, emitida pela
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB (LI 1040 de 1999), é
a que concentra o maior número de cemitérios já estudados, embora existam também
estudos pulverizados em outros estados da Federação. Entretanto, este quadro tende
a mudar, tendo em vista a Legislação Federal sobre o assunto, Resolução No 335/03,
editada em abril de 2003 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e
revisada na Resolução No 368 em 28 de março de 2006, que estabelece regras para o
licenciamento ambiental de cemitérios novos ou antigos, cabendo aos órgãos
ambientais estaduais a definição de especificações técnicas para emissão da licença
ambiental. Isto deverá acarretar o aumento da demanda por estudos e pesquisas que
possam embasar tanto os órgãos de controle e fiscalização ambiental como também
os próprios administradores destas construções.
No Rio de Janeiro, o recente Plano Diretor de Recursos Hídricos da Baía de
Guanabara (out, 2005) elaborado para o Governo do Estado, deu início à investigação
de áreas de cemitérios. O Plano encontrava-se em curso por ocasião da escolha do
tema, e constituiu a base de dados para a presente dissertação, a qual caracteriza,
analisa, avalia e discute o potencial de contaminação de 15 cemitérios municipais
tradicionais localizados no entorno da Baía de Guanabara.
3
Ressalta-se que o critério de seleção destes cemitérios, bem como a
programação das sondagens realizadas em campo e das análises laboratoriais foram
estabelecidos no referido Plano. Sendo assim, para esta dissertação foram utilizados
os dados do Plano relativos aos perfis de caracterização do solo, obtidos por
observação táctil-visual, realizada em três poços de monitoramento instalados em
cada cemitério, além dos laudos das análises físico-químicas, bacteriológicas e
toxicológicas de uma única campanha de coleta de amostras de água subterrânea,
realizada em dois dos três poços de cada cemitério.
1.1 OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho é caracterizar os fatores de impacto dos
cemitérios e avaliar o potencial de contaminação do solo e da água subterrânea com
conseqüências sobre o meio ambiente e a saúde pública, com base na literatura
científica mundial disponível e na análise dos dados de campo e laudos laboratoriais
de 15 cemitérios localizados na Região Hidrográfica da Baía de Guanabara (RHBG).
1.2 ORGANIZAÇÃO
Além desta Introdução, esta dissertação está organizada em mais oito
capítulos. No Capítulo 2, apresenta-se uma revisão bibliográfica dos estudos
científicos já realizados no Brasil e em outros países, enfocando a questão de
contaminação por cemitérios. Faz-se uma análise das fontes potenciais de impactos
destas construções no solo e na água subterrânea, e citam-se as principais
legislações ambientais e sanitárias brasileiras e recomendações estrangeiras relativas
ao assunto.
O Capítulo 3 descreve os principais parâmetros que devem ser considerados
para investigação e monitoramento de solo e água subterrânea nas proximidades de
cemitérios.
No Capítulo 4, apresenta-se um diagnóstico do meio físico, com base em
dados secundários e descrevem-se as características construtivas, operacionais e de
infra-estrutura de serviços, para cada um dos 15 cemitérios analisados.
No Capítulo 5, são descritas as metodologias das investigações de campo,
que compreenderam a execução de sondagens geofísicas, sondagens geológicas
4
para instalação de poços de monitoramento, e coletas de amostras de água
subterrânea nesses poços.
O Capítulo 6 apresenta e consolida os resultados das investigações de campo
e das análises físico-químicas, toxicológicas e bacteriológicas, realizadas em
laboratório.
Estes resultados, juntamente com o diagnóstico apresentado no Capitulo 4,
são consolidados, analisados e discutidos individualmente para cada cemitério, no
Capítulo 7. Considerando-se todos os aspectos estudados, faz-se ao final uma
avaliação qualitativa de cada local, dando uma indicação das áreas mais
desfavoráveis quanto aos aspectos de localização e de operação, cujas ações de
minimização de impactos e de monitoramento devam ser tomadas prioritariamente.
No Capítulo 8, sumarizam-se as principais conclusões do estudo e
apresentam-se sugestões para futuras pesquisas.
Por fim, apresentam-se, no Capítulo 9, as referências bibliográficas utilizadas
na dissertação.
Os Anexos do estudo foram numerados seqüencialmente e compreendem: no
Anexo 1, cópia das principais legislações ambientais brasileiras sobre cemitérios; no
Anexo 2, o modelo de questionário utilizado para levantamento de dados e
caracterização dos aspectos operacionais, construtivos, administrativos e de infra-
estrutura de serviços dos cemitérios; no Anexo 3, os mapas de localização
georreferenciados de cada área, os quais contêm a localização dos pontos de
sondagens e de coletas, e respectivas imagens satélites; no Anexo 4, os perfis de
sondagens geoelétricas e o diagrama de fluxo de água subterrânea estimados por
elas; no Anexo 5, os perfis de sondagens geológicas, obtidos por caracterização tátil-
visual, com a indicação do nível d’água medido em cada poço; no Anexo 6, o
formulário de consolidação da caracterização do meio físico de cada área; e no Anexo 7, o formulário de avaliação qualitativa de cada local estudado.
5
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 IMPACTOS DE CEMITÉRIOS: UMA QUESTÃO INTERATIVA DE SAÚDE PÚBLICA E
AMBIENTE
Uma das conseqüências mais graves para a saúde pública e ambiental refere-
se à ocorrência crescente de episódios de áreas contaminadas, especialmente em
regiões brasileiras urbano-industriais, situação que representa graves riscos à vida e a
saúde da população, ao ambiente e aos ecossistemas, constituindo-se em um sério e
atual problema de saúde pública (GÜNTHER, 1998).
Segundo a FUNASA (2001), no entorno de instalações perigosas, de fontes
geradoras e potencialmente geradoras de contaminação ambiental, considera-se
relevante desenvolver estudos e intervenções com enfoque sanitário e epidemiológico,
abrangendo aspectos de saúde e ambiente, de forma a abordar condições de saúde
dos grupos humanos assentados nessas áreas, do seu ambiente e dos ecossistemas.
Estudos sobre métodos interativos saúde-ambiente vêm sendo promovidos por
órgãos sanitário-ambientais internacionais, como Organização Mundial da Saúde -
OMS (WHO - World Health Organization); Agência de Proteção Ambiental dos Estados
Unidos (USEPA - United States Environmental Protection Agency) e Programa
Ambiental das Nações Unidas (UNEP - United Nations Environment Programme), em
atuação conjunta (BRIGGS et al., 1996).
No Brasil, a concepção interativa saúde-ambiente vem sendo desenvolvida e
debatida no contexto da implementação programática de ações de vigilância ambiental
em saúde, no âmbito institucional de órgãos nacional e estaduais de saúde, como
Ministério da Saúde e Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), com apoio de
representações da Organização Panamericana da Saúde, Organização Mundial da
Saúde e de instituições de ensino e pesquisa (Faculdade de Saúde Pública/USP,
Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ, Faculdade de Medicina/UFRJ,
Universidade Federal Pernambuco (UFPE) (ARAÚJO & GÜNTHER, 2002).
Os cemitérios constituem fontes potenciais de impactos que demandam
estudos específicos, sob esta abordagem de saúde pública e ambiente, por se
localizarem no interior de comunidades urbanas e envolverem o risco de
contaminação biológica do solo, águas subterrâneas e superficiais.
6
Segundo SIDOLI (2004), as primeiras pesquisas estrangeiras enfocando a
questão de poluição ambiental por cemitérios, foram citadas em MULDER (1954), cujo
estudo apresenta registros de alguns casos históricos sobre a contaminação das
águas subterrâneas que se destinavam ao consumo humano, por líquidos
provenientes da decomposição dos corpos. Destacava-se a incidência de febre tifóide
entre as pessoas que viviam nas proximidades da cidade de Berlim, no período de
1863 a 1867 e, sem menção de data, a ocorrência na cidade de Paris, onde águas
subterrâneas de mau odor e sabor ácido, em especial em épocas quentes, foram
captadas em poços situados nas proximidades dos cemitérios.
Estudo de SCHRAPS (1972), citado em BELLO (2002) em um cemitério na
Alemanha Ocidental, reporta a existência de contaminação bacteriológica do solo nas
proximidades do cemitério.
PACHECO (1995) reporta que, em pesquisas realizadas pelo Prof. John Connif
nos Estados Unidos, detectou-se traços de arsênico, substância tóxica e
carcinogênica, no lençol freático nas proximidades de um cemitério onde foram
sepultados cadáveres embalsamados antes de 1910. Este risco não mais existe em
cemitérios, porque o produto utilizado no embalsamento foi substituído por formol.
Uma revisão na literatura científica quanto aos impactos dos cemitérios no
meio ambiente e na saúde pública foi publicado pela Organização Mundial da Saúde –
OMS, num trabalho de UCISIK & RUSHBROOK (1998). Os autores apresentam
aspectos relacionados à sobrevivência, retenção e movimento de vírus e bactérias no
solo, à composição da água subterrânea nas proximidades dos cemitérios, às
características geológicas e hidrogeológicas, sugerindo tópicos para pesquisas, tais
como avaliar distâncias seguras entre os aqüíferos e cemitérios em função de
características geológicas e hidrogeológicas diversas; entender porque e como a
maioria dos microorganismos produzidos durante o processo de degradação do corpo
após a morte não aparece na água subterrânea abaixo do cemitério; e estimar a
espessura mínima desejável de zona não saturada abaixo de cemitérios; dentre
outros.
Entre 1996 e 1998, BOYD B. DENT estudou e avaliou o impacto potencial de
contaminação das zonas saturada e não saturada do subsolo de nove cemitérios
australianos, e concluiu que o volume de produtos liberados da decomposição era
pequeno e que cemitérios, com localização e monitoramento adequados, produzem
7
baixo impacto sobre o meio ambiente. Entretanto, alertou quanto ao risco da liberação
de bactérias ou vírus para o meio e à necessidade de uma investigação geocientífica
com foco na hidrogeologia da área estudada. Segundo o autor, o potencial de poluição
do cemitério deve considerar mudanças nas práticas e/ou padrões de uso dentro do
cemitério e os efeitos de impactos naturais como inundações (DENT, 1999).
Em 1998, a Agência Ambiental do Reino Unido (Environment Agency, UK)
iniciou estudos de cemitérios, revisados em 2004, visando avaliar o seu risco potencial
na contaminação do meio ambiente, dando ênfase à água subterrânea. TRICK et al.
(2001) cita trabalhos conduzidos por YOUNG et al. (1998), identificando a incidência
de poluição em água subterrânea proveniente de áreas de cemitério, numa região
onde fatores hidrogeológicos favorecem o desenvolvimento de condições anaeróbias.
O autor cita como problemas potenciais o nível de aqüífero raso e as altas taxas de
enterramentos. Em áreas de baixa permeabilidade com a presença prolongada de
produtos da degradação sob condições anaeróbicas, haveria maior risco de
contaminação da água superficial local.
Posteriormente, duas outras pesquisas foram conduzidas pela British
Geological Survey - BGS em parceria com a Agência Ambiental. A primeira (TRICK et
al., 1999) investigou os impactos na água subterrânea de um antigo cemitério
denominado Carter Gate, localizado em Notttinghan, ativo entre 1813 e 1875, cuja
área após o fechamento e retirada dos túmulos foi utilizada, inicialmente, como praça,
depois como área de patinação no gelo e, por fim, entre 1952 e 1962, tornou-se uma
área de estacionamento. Os resultados deste estudo indicaram evidências de
migração de contaminantes provenientes do cemitério. A modelagem mostrou que
espécies conservativas como Na, Cl e SO4, potencialmente liberadas das sepulturas,
devem ter migrado através de zonas não saturadas do solo durante um período de 20
anos depois do seu fechamento.
Embora este primeiro estudo confirme que, atualmente, o cemitério não mais
represente fonte de contaminação, o autor recomenda que “para qualquer atividade
potencialmente poluente, sempre seja investigada a composição real da fonte de
contaminantes e o seu destino no subsolo. O termo fonte define a faixa de
contaminantes e como o seu fluxo varia no meio natural em termos de tempo e
concentração. O destino na subsuperfície depende da natureza do contaminante e do
meio hidrogeológico no qual será liberado”.
8
A segunda pesquisa (TRICK et al., 2001) foi realizada em um cemitério mais
recente, Danescourt, localizado em Wolverhampton, ativo desde 1959 e expandido
em 1995. Os resultados mostraram a existência de impactos na qualidade da água
subterrânea. Constatou-se o aumento da concentração de íons sódio, cloro e sulfato,
sugerindo que o líquido proveniente das sepulturas estivesse atingindo o nível d´água.
No período mais seco e frio, detectou-se a presença de bactérias normalmente
existentes no líquido da degradação após a morte, e associou-se a redução destas,
em análises posteriores, à sua diluição durante o período de chuvas e com elevação
do nível d´água.
No Brasil, os primeiros trabalhos, levantando a questão de contaminação de
águas superficiais e subterrâneas por cemitérios e da necessidade de estudos
geológicos e sanitários, datam de 1954 e são do engenheiro Bergamo, conforme cita o
prof. Dr. ALBERTO PACHECO (1995), que a partir de 1986 deu continuidade às
pesquisas e publicações sobre o assunto, em conjunto com um grupo de
pesquisadores do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo.
Em PACHECO et al. (1991), análises bacteriológicas de amostras da água
subterrânea de três cemitérios investigados, Vila Formosa, Vila Nova Cachoeirinha e
Areia Branca, localizados na cidade de São Paulo, indicaram condições higiênicas e
sanitárias insatisfatórias. Detectaram-se números elevados de bactérias proteolíticas e
heterotróficas anaeróbicas, no cemitério Vila Nova Cachoeirinha, e de bactérias
heterotróficas aeróbias e lipolíticas, no Cemitério de Areia Branca. A diferença dos
resultados foi atribuída a prováveis diferenças litológicas e de profundidade do nível
d´água nas áreas desses cemitérios. O cemitério de Vila Formosa apresentou os
menores níveis de coliformes fecais, estreptococo fecal e bactéria proteolítica,
concluindo-se que a litologia presente nesse cemitério estivesse agindo como um filtro
natural, retendo microorganismos e matéria orgânica.
No estudo do cemitério Vila Formosa, MIGLIORINI (1994, 2002) concluiu haver
impactos nas águas subterrâneas pela presença do cemitério, que contribuiu para o
aumento da concentração total de íons nas águas subterrâneas da área, sendo
atribuído como fonte mais provável a cal utilizada no cemitério; para a excessiva
concentração de produtos nitrogenados e para o aparecimento de alguns metais
acima do permitido para consumo humano. Esse cemitério é o maior da América do
Sul instalado sobre a bacia sedimentar de São Paulo, onde existem grandes recursos
de águas subterrâneas, explorados por poços de abastecimento urbano.
9
MATOS (2001) avaliou a ocorrência e transporte de microorganismos nas
águas subterrâneas do cemitério Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. Concluiu em
seu trabalho ter encontrado bactérias heterotróficas, proteolíticas e clostridios sulfito
redutores e vírus patogênicos (adenovirus e enterovirus), e atribuiu como principais
fontes de contaminação as sepulturas com menos de um ano, localizadas nas cotas
mais baixas, próximas ao nível freático.
Estudos prévios investigativos para avaliação da adequabilidade do terreno
para construção de novos cemitérios são encontrados na literatura. PEREIRA et al.
(1996) investigaram áreas potenciais para instalação do cemitério municipal de Águas
de Lindóia em São Paulo, avaliando a favorabilidade quanto aos aspectos geológicos
e hidrogeológicos.
PEQUENO (1998) realizou pesquisas no Cemitério São João Batista, em
Fortaleza (Ceará). De acordo com os registros citados pela autora, o cemitério, em
operação desde 1865, foi construído em local previamente selecionado por critérios
médicos e em função das características do solo e do lençol freático. Entretanto,
concluiu em sua avaliação que o solo local, constituído por areia média, possui
permeabilidade média elevada favorecendo a passagem de líquido gerado pela
decomposição dos corpos para as águas subterrâneas. Os estudos hidroquímicos e
microbiológicos que realizou identificaram a presença de produtos nitrogenados
(amônia, nitrito e nitrato) nas águas subterrâneas e, segundo a autora, são indicadores
da presença de matéria orgânica em decomposição, podendo ser associados à
decomposição de corpos sepultados no cemitério. Conclui ainda que “as análises
microbiológicas apresentaram resultados insatisfatórios, confirmando as análises
químicas, pela ocorrência de bactérias patogênicas oriundas do processo de
decomposição dos corpos”.
BELLO et al. (2002), por solicitação do órgão ambiental local (SECTAM),
realizou uma investigação geoambiental em uma área suburbana, localizada no distrito
de Tapanã, na cidade de Belém (Pará), com vistas a avaliar áreas para implantação
futura de um cemitério. Além das fontes de contaminação provenientes do uso e
ocupação do solo da área do entorno, dentre elas um cemitério municipal, foram
estudadas as características geológicas, hidrogeológicas e estratigrafia da área, de
forma a determinar os cuidados a serem tomados quanto ao posicionamento das
sepulturas em relação ao nível d´água. Foram detectados poucos problemas de
contaminação físico-química. Por outro lado, foi verificada a contaminação
10
microbiológica da água subterrânea, em que a maioria dos parâmetros apresentou
valores acima dos padrões legais. Estes resultados foram associados à falta de
saneamento básico no local, onde não há sistema de esgoto e as residências são
providas por fossas sépticas rasas.
COSTA (2002) pesquisou a atual situação de contaminação das águas
subterrâneas do município de Belo Horizonte, sujeitas a diferentes tipos de cargas
contaminantes, dentre as quais aquelas decorrentes de três cemitérios (Parque da
Colina, da Paz e da Saudade), dos seis existentes na cidade, selecionados por
critérios que indicaram oferecer maiores condições de contaminação. No Cemitério da
Paz, o autor concluiu a existência de contaminação físico-química e bacteriológica.
Nos outros dois cemitérios verificou insignificante contaminação físico-química e
bacteriológica comparativamente ao Cemitério da Paz. Os resultados menos
favoráveis à contaminação do cemitério da Saudade em relação ao da Paz devem-se,
segundo o autor, a dois motivos: o cemitério localiza-se em um relevo mais
acidentado, onde o escoamento superficial ocorre em quatro diferentes direções e os
túmulos são, na maior parte, melhor protegidos contra a infiltração.
Os estudos publicados não apresentam dados relativos a possíveis efeitos
sobre a saúde da população do entorno dos cemitérios, tanto na literatura brasileira
quanto na estrangeira, como sugerido pelo trabalho da OMS (ÜSIÇIK &
RUSHBROOK, 1998).
2.2 ANÁLISE DAS FONTES POTENCIAIS DE IMPACTOS DOS CEMITÉRIOS NO SOLO E NA ÁGUA SUBTERRÂNEA
A identificação das fontes potenciais de impactos dos cemitérios no solo e na
água subterrânea, e sua caracterização qualitativa em termos de significância e
magnitude, dependem de uma análise integrada de diversos fatores relacionados às
suas formas construtivas e operacionais, à infra-estrutura existente, aos materiais
utilizados nas urnas funerárias, aos processos de decomposição do corpo humano
após a morte e aos constituintes químicos e biológicos liberados durante a
decomposição. Esses fatores, associados às características geológicas e
hidrogeológicas locais, ao transporte dos contaminantes através do solo e às
interações físico-químicas e microbiológicas que se processam no meio, determinam o
potencial de contaminação do ambiente em contato.
11
Deve-se considerar, ainda, a proximidade e o tipo de ocupação do entorno, em
especial as condições de saneamento básico destas ocupações, que possam interferir
nos resultados encontrados e mascarar a fonte real de contaminação. Por fim, devem
ser verificadas as distâncias de rios e de poços de captação, pois sua proximidade
pode pôr em risco a saúde das pessoas que utilizam esses recursos, caso o fluxo de
contaminantes do cemitério seja a eles direcionado.
Estes fatores são analisados nas seções a seguir, a partir de exemplos
buscados na literatura científica. Em particular, um estudo realizado pela COPPE em
2003 para a ACEMBRA (Associação de Cemitérios do Brasil) e o SINCEP (Sindicato
dos Cemitérios Particulares do Brasil), que tratam especificamente desta análise com
vistas a um diagnóstico genérico do risco de contaminação e ao estabelecimento de
critérios de investigação (BARBOSA et al., 2003). Este trabalho tem publicação
restrita, podendo ser obtido sob consulta e autorização das entidades contratantes.
2.2.1 Modos Construtivos e Procedimentos de Operação
Atualmente existem quatro modalidades de construções de cemitérios, sendo
mais usuais no Brasil as do tipo horizontal tradicional, horizontal parque e vertical, e
raras construções de crematórios. Os cemitérios do tipo horizontal tradicional, em
função do modo construtivo e operativo, e também por serem os mais antigos, são as
construções que oferecem impactos potenciais mais significativos ao meio ambiente,
sendo portanto o foco do presente estudo.
Nos cemitérios tradicionais há duas formas de sepultamento. A primeira, por
inumação, é a mais tradicional, onde as urnas funerárias são depositadas diretamente
no solo, podendo ser em covas não revestidas ou revestidas lateralmente. Após a
colocação da urna, a cova pode ser recoberta por um caixote de concreto, ou, mais
tarde, receber uma construção tumular de mármore, granito, concreto etc. Geralmente,
após o fechamento espalha-se uma camada de cal sobre a cobertura com a finalidade
de higienização do local. Essa prática, no entanto, não costuma ser aplicada nos
cemitérios públicos mais modestos. Na segunda forma, por tumulação, as urnas são
colocadas em compartimentos de alvenaria, tipo gavetas/prateleiras, construídos
acima do solo.
Um procedimento particular de inumação é a utilização de covas rasas, em
cemitérios públicos, para sepultamento de indigentes. Em grandes metrópoles esses
12
locais representam áreas potencialmente mais impactantes, pela ausência de qualquer
cuidado especial com o corpo, que é enterrado diretamente no solo, sem proteção,
pela quantidade, freqüência e maior densidade de corpos enterrados numa mesma
área (BARBOSA et al., 2003).
As edificações dos cemitérios verticais, por serem mais recentes, seguem
padrões, recomendações técnicas e cuidados ambientais mais rigorosos. De acordo
com ARANTES (1995), essas construções devem conter: câmaras revestidas com
material de boa impermeabilidade e resistência às dilatações e contrações, com
vedação dupla e sistemas de drenagem dos líquidos residuais; sistemas de
combustão para queima dos gases liberados do processo de decomposição (enxofre,
metano e outros) que são encaminhados a um sistema de exaustão e filtragem dos
odores e resíduos de fumaça. Também é recomendada, neste tipo de cemitério, a
instalação de uma caixa elevada de lavagem, para limpezas periódicas de resíduos
impregnados nas paredes das tubulações. A água de lavagem é encaminhada a um
tanque químico de processamento com desinfecção, para combate às bactérias; além
de outros detalhes construtivos. Desta forma, considera-se de baixa magnitude os
impactos no solo, na água e no ar, associados a essa modalidade de cemitério, desde
que operado e fiscalizado corretamente.
Nos cemitérios horizontais do tipo parque, modalidade também mais recente no
Brasil, uma ou duas urnas são depositadas em cada jazigo1 no subsolo, que é
recoberto por aterro e grama. As covas geralmente são previamente preparadas e
revestidas constituindo estruturas de concreto. Essas estruturas possuem sistemas de
drenagem, tanto superficial como de subsuperfície (drenos de brita sob as estruturas e
tubulações de coleta), além de outros cuidados para manter as urnas funerárias livres
de acúmulo de água. Estas características, associadas a um modo operativo
ambientalmente adequado, podem resultar em impactos menores no solo e na água
subterrânea do que os cemitérios tradicionais, além de visualmente serem mais
agradáveis.
De acordo com a Agência Ambiental Britânica (2004) nos cemitérios parque a
taxa de degradação é em geral acelerada devido à baixa profundidade das sepulturas,
à natureza da biodegradação das urnas ou cobertura e à ausência de fluido de
embalsamento. A taxa de infiltração deve ser mais baixa devido à evapotranspiração
1 Compartimento destinado ao sepultamento contido (CONAMA 335/2003).
13
pelas árvores e arbustos. O decaimento é principalmente aeróbio, produzindo dióxido
de carbono, água, nitrato e sulfato, os quais são, em geral, menos poluentes do que
aqueles decorrentes de degradação anaeróbia.
O revestimento das covas com concreto minimiza impactos não desejados,
pois, sendo um material poroso, a presença de microfissuras permite a troca dos
gases liberados durante a decomposição, e sua baixa permeabilidade impede a
entrada de volumes muito grandes de água e inundação do compartimento em
períodos chuvosos (BARBOSA et al., 2003).
Outro procedimento de sepultamento consiste na cremação, que é pouco
comum no Brasil e que não oferece impactos sobre o solo e água subterrânea.
Entretanto, não se descarta uma avaliação científica mais criteriosa para os impactos
relativos a esta atividade, especialmente no que concerne a uma possível liberação de
gases para a atmosfera. Daí a exigência de instalação de um sistema de lavagem,
exaustão e filtragem pelos órgãos ambientais.
Mesmo em países desenvolvidos, a prática de enterramento ainda é a mais
usual. Estatísticas apresentadas por DENT (1999) em sete países desenvolvidos,
Inglaterra, França, Itália, Holanda, Estados Unidos, Austrália e Japão, indicam que à
exceção da Inglaterra e do Japão, onde a prática de cremação é de 72% e 98%,
respectivamente, nos demais países os corpos são enterrados num percentual que
varia entre 46% e 79%.
A reutilização dos jazigos após a exumação dos corpos (ato de desenterrar) é
prática corrente nos cemitérios do Brasil, salvo em casos especiais, onde as urnas são
definitivamente enterradas e recobertas por terra e grama ou por placas de cimento.
A exumação ocorre, geralmente, após um período que pode variar entre dois a
três anos, conforme indica a legislação no Brasil. Durante o procedimento, os resíduos
humanos são deixados no fundo da cova e os ossos, quando não se trata de jazigo
perpétuo, podem ser ensacados e transferidos para um ossuário comum para
posterior destino e incineração em cemitério licenciado, ou podem ser dispostos em
caixas concretadas que recebem identificação, fotos e mensagens dos familiares que
têm interesse em manter o espaço perpetuamente. Os demais resíduos, não humanos
(resíduos de tecidos, de metais etc), são retirados do local do sepultamento e devem
receber destinação ambiental e sanitária adequadas. Após a retirada, o local deve ser
14
adequadamente higienizado com cal para receber nova urna funerária. Os
funcionários que realizam esse procedimento devem utilizar equipamentos de
proteção individual (EPI), tais como uniforme, botas, luvas e protetor respiratório.
A cal em pó (cal hidratada – Ca (OH)2), aplicada para higienização das
sepulturas na fase de sepultamento e após exumações, é uma substância que pode
ser solubilizada e carreada para o solo. Essa solução aquosa é uma base forte, de
ação antiácida e anti-séptica que, em contato com o gás carbônico, produz um
precipitado de carbonato de cálcio (CaCO3). Os impactos esperados no solo são o
aumento do pH do meio e aumento da concentração de íons cálcio (Ca+2) e
carbonatos e bicarbonatos (CO32-; HCO3
-), na solução do solo (BARBOSA et al.,
2003). Na água subterrânea, o carbonato de cálcio é muito pouco solúvel, sendo
responsável muitas vezes por entupimentos em filtros de poços de captação de água.
A predominância de cálcio, em relação a outros cátions encontrada no
cemitério de Vila Formosa, foi atribuída por MIGLIORINI (1994), como hipótese, à
contaminação dos ossos enterrados e à utilização de cal em grande escala.
COSTA (2002) indicou resultados de contaminação por carbonato de cálcio na
água subterrânea do cemitério da Paz, tendo atribuído a derivado da cal de pintura
das covas e da argamassa de rejunte de tijolos.
Outro aspecto operativo, potencialmente impactante, consiste no
embalsamento do corpo falecido, previamente ao sepultamento. Este procedimento
utiliza produtos químicos, que visam conservar temporariamente o corpo, retardando a
sua degradação natural. Em cemitérios antigos, do século 19, o embalsamento com
arsênico era procedimento sanitário comumente utilizado, quando não havia
consideração para os impactos decorrentes ao meio ambiente ou à saúde humana,
tais como o perigo potencial sobre a saúde dos arqueologistas, para os trabalhadores
dos cemitérios ou para as pessoas que pudessem utilizar água subterrânea
contaminada, em se tratando de um produto tóxico e persistente, e que nunca se
degrada mesmo quando solubilizado (KONEFES et al.,1999).
A ingestão de água contendo altas concentrações de arsênico por períodos
prolongados, pode causar inúmeros problemas de saúde, tais como: disfunções da
pele, incluindo mudança de pigmentação, queratose, câncer de pele, além de outros
tipos de tumores malignos e doenças.
15
O padrão de concentração de arsênico na água, para consumo humano foi
estabelecido em 1942 pela Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA) em
50 microgramas por litro ( g/L), que representa 50 partes por bilhão (50 ppb), reduzido
em 2001 para 10 g/L. A Organização Mundial da Saúde (WHO) em 2003 reduziu
também para este mesmo patamar, assim como o Japão e em 2001 o Canadá.
No Brasil, o padrão de qualidade da água para este produto na recente
Resolução No 357, de 17 de março de 2005 (que revogou a Resolução CONAMA No
20/1986), estabelece o mesmo patamar daqueles países de 0,01 mg/L, em águas
doces destinadas ao consumo humano após tratada.
Tendo em vista os efeitos indesejados ao meio ambiente e à saúde humana,
em substituição ao arsênico, no Brasil, utiliza-se atualmente, formaldeído para
embalsamento, e o procedimento passou a ser realizado somente em casos especiais,
por exemplo, para possibilitar tempo adequado para translado, serviços funerários e
visitação, ou para prevenir a propagação de infecções.
Esta solução é utilizada, normalmente, para desinfecção de artigos médico-
hospitalares em estabelecimentos de saúde e, embora seja tóxico se ingerido ou
inalado, ou ainda se em contato com a pele e mucosas, é altamente volátil, e em
contato com matéria orgânica se degrada rapidamente.
Seu comportamento no meio ambiente é conhecido e mais favorável. De
acordo com BMFJG (1984), cerca de 99% de formaldeído liberado ao meio encontra-
se em água e somente cerca de 1% do produto emitido ao ambiente atinge a
atmosfera. Os efeitos desta substância no solo são desconhecidos; entretanto,
nenhuma bioacumulação foi determinada até hoje, e sua infiltração no solo torna-se
fator de menor preocupação considerando sua tendência à evaporação. Na cadeia
alimentar há somente leve acumulação, pois o formaldeído é rapidamente oxidado no
organismo para ácido fórmico, o qual é parte excretado com a urina. Sua meia vida no
ar (ar urbano com raios solares) é entre 1 e 2 horas, ou de 12 horas, se estiverem
presentes radicais hidróxido (OH-). A degradação é realizada pelos microorganismos
no solo e na água. A própria Agência Ambiental Britânica (2004) descarta o risco de
contaminação em cemitérios associado a esse composto .
16
2.2.2 Materiais das Urnas Funerárias
Na construção e decoração das urnas funerárias são utilizados diversos
materiais, cujo potencial de contaminação do solo e da água subterrânea deve ser
considerado e analisado. Normalmente, utilizam-se madeira ou MDF para a
construção das urnas, tecidos para decoração, acrílico para os visores, tintas,
esmaltes sintéticos, laqueamentos e vernizes para acabamento, metal zincado e
dourado para as alças e flores para decoração (BARBOSA et al.,2003).
Segundo os autores, estes materiais podem liberar compostos e elementos
químicos para o ambiente, tais como: solventes orgânicos voláteis e não-voláteis,
metais pesados relacionados aos pigmentos e corantes para dar cor aos produtos de
acabamento (Ni+2, Cu+2, Co+2, Cr+6, Ti+4, Cd+2, Fe+3), e Zn+2 das alças metálicas. A
magnitude da contribuição desses elementos para caracterizar uma carga de
poluentes nos cemitérios não é passível de previsão, pois depende do tipo de
acabamento, da cor utilizada, do tempo de permanência da urna no subsolo e do grau
de ataque químico aos materiais durante a sua permanência no solo.
Alguns desses componentes já existem naturalmente no solo e na água
subterrânea, porém sua absorção em excesso, direta ou indiretamente, pelo
organismo humano, pode representar fator de risco à saúde.
Segundo TURCI (2000), o organismo humano possui um mecanismo pelo qual
as concentrações dos elementos traços mantêm-se a níveis aproximadamente
constantes. Quando atinge um nível de saturação, todo excesso é eliminado. Se
contudo o mecanismo de defesa tornar-se ineficiente, o caráter tóxico é determinado e
algumas doenças podem se manifestar, como, por exemplo, distúrbios hepáticos por
excesso de ferro (Fe), doença de Wilson por anomalia no transporte de cobre (Cu) e
doença nos rins e fígado produzindo nefrite por acúmulo de cádmio (Cd).
Em dois cemitérios anteriormente citados, MIGLIORINI (2002) e WALTER
(2002), e no cemitério Del Rey (SPONBERG, 2000), foram atribuídos aos materiais
metálicos das urnas os altos valores de metais encontrados. No entanto, a maioria dos
trabalhos publicados não encontra níveis elevados de metais no subsolo, e a diferença
de resultados demandaria uma investigação complementar nos locais em que os
elementos se apresentam.
17
2.2.3 Processos de Decomposição do Corpo Humano após a Morte
Os processos de decomposição do corpo humano compreendem normalmente
dois mecanismos destrutivos: a autólise e a putrefação. Entretanto, dependendo das
características do corpo e das condições ambientais do local de sepultamento, eles
estarão sujeitos a dois outros mecanismos transformativos conservativos: a
mumificação e a saponificação.
A autólise é o primeiro mecanismo que se processa após a morte, e consiste
na destruição dos tecidos ou células do organismo pela ação de substâncias, como as
enzimas, que são produzidas dentro do organismo. É também denominada como auto-
digestão. Durante o processo, que ocorre nas primeiras 24 horas após a morte, há a
dissolução dos tecidos nas cavidades pleurais e no abdômen, devido à infiltração de
sucos gástricos. A autólise pulmonar ocorre inicialmente, sendo responsável pelo odor
fétido, mudança de cor e extravasamento de fluidos internos por orifícios bucais e
nasais (WCSSAR; BRIANI, A).
A putrefação é um processo destrutivo de decomposição do corpo pela ação
das bactérias, que se multiplicam rapidamente, e quando em quantidade suficiente
têm a capacidade de digerir os tecidos do corpo, reduzindo-os a um fluido consistente
e muito viscoso, denominado produto da coliquação, definido na CONAMA 335/2003
como “líquido biodegradável oriundo do processo de decomposição dos corpos ou
partes”.
Com 72 horas após a morte ocorre a fase gasosa da putrefação, devido a
produção de gás sulfídrico, que provoca o inchamento do corpo (se não houver cortes
ou furos no mesmo). Após esta fase, inicia a fase coliquativa que pode ocorrer até 15
dias após a morte. O processo completo de putrefação até o estágio final de esqueleto
pode durar semanas, meses ou até anos, sendo mais rápido ou mais lento em função
de um grande número de variáveis que afetam o início e a taxa de decomposição
(WCSSAR; BRIANE).
A mumificação é um processo natural que ocorre quando o cadáver permanece
em um ambiente extremamente quente e seco, ocasionando na intensa e rápida
desidratação. Nesse mecanismo o processo de putrefação é bloqueado, tendo como
ambiente preferido os desertos. O embalsamamento, diferentemente, é um processo
artificial, utilizado no Egito para transformar os faraós em múmias (BRIANI).
18
Finalmente, a saponificação é definida quimicamente como o processo de
transformação das substâncias graxas em sabões por meio de hidrólise alcalina. No
caso dos corpos humanos, é o processo de hidrólise da gordura, com liberação de
ácidos graxos, os quais, pela acidez, inibem as bactérias putrefativas, atrasando a
decomposição do cadáver. Neste caso, as gorduras e os tecidos macios são
transformados em uma gordura com aspecto de cera (adipocera), ao invés de serem
consumidos pelos microorganismos (BARBOSA et al., 2003). Isto ocorre geralmente
quando cadáver é sepultado diretamente no solo argiloso (Ph alcalino), quente, úmido
e mal ventilado (BRIANI, A.).
Dentre os processos anteriormente descritos, a putrefação é certamente o que
resulta em impactos ambientais mais relevantes com riscos de contaminação do solo e
da água subterrânea. Observa-se contudo, que é este processo que permite a
manutenção da vida no planeta, retornando os elementos químicos da matéria
orgânica ao ambiente e mantendo-os disponíveis para a nutrição e crescimento de
novas espécies vegetais animais.
Fatores Intervenientes nestes Processos
Os mecanismos de decomposição são influenciados pelas condições
ambientais onde o corpo é enterrado, tais como as características do solo (p.ex:
granulometria, permeabilidade, temperatura, umidade, saturação), além das próprias
características do corpo sepultado (teor de gordura) e dos materiais utilizados nas
sepulturas, que podem contribuir para retardar o processo, e que devem ser
considerados nos projetos de implantação dos cemitérios, pois esta situação não é
desejada após o corpo ser enterrado.
No caso da mumificação natural as condições favoráveis ocorrem quando o
ambiente é seco ou com umidade muito baixa (por exemplo, em solos mais grosseiros
e muito permeáveis), independente da temperatura (quente ou fria) e o corpo contém
baixo teor de gordura (BARBOSA et al., 2003).
Segundo POUNDER (1995) in MATOS (2001) a saponificação é favorecida em
ambientes quentes, úmidos ou completamente saturados e anaeróbios, bem como
pela presença de bactérias endógenas. Neste mecanismo, ao contrário do anterior, o
corpo deve ter uma maior porcentagem de gordura. Em relação ao meio, observa-se
que solos argilosos, por serem mais finos e pouco permeáveis, quando saturados
19
facilitam este tipo de fenômeno, não sendo, portanto, favoráveis à instalação de
cemitérios. BARBOSA et al. (2003) observam ainda que a presença de fontes
adicionais de alcalinidade, o embalsamento e o uso de materiais completamente
impermeáveis e selantes nas urnas funerárias e sepulturas favorecem o processo,
mas sozinhos não são suficientes para desencadeá-lo.
PACHECO (1995) cita um caso de 1990, em que o corpo de uma mulher,
exumada dois anos depois de sepultada no cemitério Vila Formosa, encontrava-se
conservado. Este fato é justificado pelo tipo de solo local, constituído de sedimentos
arenoso-argilosos com evidência de lentes de areia, onde o sepultamento pode ter
ocorrido. Cita também um cemitério em Itapecerica da Serra onde 60% dos cadáveres
sepultados por tumulação encontravam-se saponificados, sendo atribuído às águas
residuais das chuvas acumulada nos túmulos devido à sua má vedação.
A disponibilidade de nutrientes no corpo humano, cuja relação de
carbono:nitrogênio:fósforo é da ordem de 30:3:1 e o alto teor de água na sua
composição favorecem a rápida e completa degradação (Agência Ambiental Britânica,
2004). De acordo com BARBOSA et al. (2003), para que ocorra a putrefação o solo
deve ter umidade suficiente, porém não em excesso, e ventilação adequada para
permitir a troca de gases com o meio externo, de forma que haja entrada de oxigênio e
saída dos gases produzidos no processo de decomposição, basicamente gás
carbônico (CO2) e amônia (NH3). Deve-se evitar, também, a passagem contínua de
correntes de ar seco, que poderiam favorecer a mumificação.
A existência de uma camada de solo entre a base das urnas funerárias e o
nível d’água subterrânea funciona como um filtro por suas propriedades porosas,
reduzindo a possibilidade de que o produto da coliquação, constituído por um líquido
bastante viscoso atinja um aqüífero. No entanto, a percolação do produto será
facilitada quando diluído pela água de chuva ou de infiltração, ou por efeito da
densidade. Por outro lado, a utilização de revestimentos nas sepulturas de
subsuperfície com materiais porosos, como concreto e alvenaria, contribui para
retardar a infiltração dos componentes químicos e microbiológicos do produto através
do solo (BARBOSA et al., 2003).
Outro fator que interfere no processo de decomposição é a temperatura.
Segundo o trabalho da OMS (ÜSIÇIK & RUSHBROOK, 1998), acima de 5 C já é
possível a multiplicação dos microorganismos responsáveis pela decomposição. Sabe-
20
se, no entanto, que quanto mais alta a temperatura, mais rápido será o processo,
devido ao aumento da atividade microbiana. Portanto, este é um dos fatores que
explica a acelerada decomposição do corpo enterrado em regiões de climas quentes,
como no Brasil, à exceção da região sul do país, em relação a outras regiões de clima
temperado.
2.2.4 Constituintes Químicos e Microbiológicos do Corpo Humano em Vida e após a Morte
Componentes Químicos do Corpo Humano
De acordo com a Agência Ambiental Britânica (Environment Agency – UK,
2004), a composição e os elementos químicos presentes no corpo humano são
indicados na Tabela 2.1. A composição da mulher corresponde à faixa entre 2/3 e 3/4
destes valores.
TABELA 2.1: COMPOSIÇÃO DO CORPO HUMANO PARA UMA REFERÊNCIA PADRÃO DE PESO DE 70 KG
Composição Peso (%) Água 64
Proteínas 20 Carboidratos 1 Sais Minerais 5
Gorduras 10 Elementos Químicos Massa (g)
Oxigênio 43.000 Carbono 16.000
Hidrogênio 7.000 Nitrogênio 1.800
Cálcio 1.100 Fósforo 500 Enxofre 140 Potássio 140
Sódio 100 Cloro 95
Magnésio 19 Ferro 4,2
(continuação)
21
Elementos Químicos Massa (g) Cobre 0,07
Chumbo 0,12 Cádmio 0,05 Níquel 0,01 Urânio 0,0009
Massa Total 70.000 Fonte: Agência Ambiental Britânica (2004)
Observa-se nesta tabela que o corpo humano é constituído em mais de 60% de
água e, dentre os elementos químicos presentes, os mais importantes são o Oxigênio
(O), Carbono (C), Hidrogênio (H), Nitrogênio (N) e Cálcio (Ca), distribuídos na
proporção de cerca de 61,5%, 22,9%, 10%, 2,6% e 1,6%, respectivamente.
Nesta composição o Oxigênio e Hidrogênio são constituintes do fluido e das
biomoléculas, o Carbono e Nitrogênio das biomoléculas, e o Cálcio tem função
enzimática sendo constituinte dos ossos. Dentre os elementos de menor massa, o
Fósforo (P) tem função estrutural e energética, o Potássio (K) é o principal cátion
intracelular, o Sódio (Na) é o principal cátion extracelular, e o Cloro (Cl) é o principal
ânion celular (TURCI, 2000).
Estes elementos químicos quando liberados isoladamente ao meio ambiente
não representam fatores de impactos ou de contaminação da água subterrânea, pois
não comprometem a qualidade da água, não estando enquadrados nos padrões
estabelecidos na recente resolução CONAMA No 357/2005. Contudo, tais elementos
podem formar compostos através de processos de troca com o meio. Os compostos,
por sua vez, podem se juntar formando outros compostos através de transformações e
reações químicas, e em função de determinadas condições do meio pode ocorrer um
desequilíbrio e alterações indesejáveis, como perda de potabilidade da água.
Nos processos de troca entre os elementos químicos liberados pelo homem e a
natureza (terra, ar e água) ocorrem cinco ciclos de troca: do Oxigênio, do Carbono, do
Nitrogênio, do Fósforo e da Água. Estes ciclos são responsáveis, por exemplo, pela
liberação de Oxigênio (O2) para o ambiente por processos de fotossíntese; pelas
várias etapas de transformação do Nitrogênio (N) em produtos úteis como Amônia
(NH3) por ação de bactérias, da Amônia (NH3) em Nitrito (NO2-) por oxidação e deste
em Nitrato (NO3-); pelo retorno do fósforo à terra, que pode ocorrer através do
excremento das aves ou do particulado em suspensão no mar, ou ainda através do
22
peixe capturado pelo homem; e por fim pela precipitação, infiltração e
evapotranspiração na formação da água subterrânea, nascentes e rios (TURCI, 2000).
Componentes químicos liberados após a morte e seu potencial de contaminação
Após a morte, durante o processo de decomposição os principais compostos
liberados são os orgânicos gasosos, sobretudo Gás Carbônico (CO2) e Amônia (NH3),
e dissolvidos - Nitrogênio Amoniacal (NH4). Há ainda o potencial de aumento do pH
resultante de alta proporção de Cálcio (AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA, 2004).
Em água subterrânea a presença de Nitrogênio Amoniacal pode causar
alteração de gosto e odor. Estudos hidroquímicos em MIGLIORINI (2002) concluíram
aumento excessivo de produtos nitrogenados nas águas subterrâneas do cemitério
analisado, cuja origem provável foi atribuída ao processo de decomposição dos
corpos.
Segundo BARBOSA et al. (2003), os aminoácidos presentes nos corpos em
estado de putrefação, como a lisina e a ornitina, por ação de microrganismos no lúmen
intestinal, poderão sofrer descarboxilação, levando à formação de diaminas
(compostos orgânicos voláteis), também chamadas de aminas biogênicas, como a
cadaverina (C5H14N2) e a putrescina (C4H12N2). Estas diaminas podem ser
naturalmente degradadas, gerando amônio (NH4+) por hidrólise das moléculas
orgânicas ou pela fermentação da putrescina por um grupo de clostridiuns (BELLO,
2002). Possuem um baixo peso molecular e se dispersam no ar, produzindo um odor
fétido, que lembra o cheiro de peixe.
No ser humano estas diaminas estão presentes, por exemplo, na halitose, que
pode ser causada por uma série de patologias (gengivites, periodontites, estomatites,
cáries dentárias, amidalites, faringites, sinusites etc) e/ou por doenças sistêmicas
(úlceras gástricas, intestinais, pulmonares, dérmicas, hepáticas; deficiências
vitamínicas etc), capazes de produzir odorivetores (diaminas: cadaverina e putrescina)
que comprometam a qualidade do hálito. Estas diaminas também se encontram
presentes em algumas situações clínicas como feridas cirúrgicas, presença de corpo
estranho na via aerodisgestiva e uso prolongado de medicamentos com efeitos
colaterais pertinentes. Em outras patologias também encontramos estas aminas
biogênicas, como na vaginose bacteriana (a causa mais comum de vaginite). Desta
forma, os seres humanos estão freqüentemente expostos ao contato direto com estas
23
diaminas em vida, sem que isso represente um risco importante para a saúde
(BARBOSA et al., 2003).
Na composição natural do corpo humano não existem contaminantes
radioativos. Entretanto, eles podem estar presentes em pessoas sob tratamento com
radiofármacos. Nessa condição, caso a pessoa venha a falecer, existem
procedimentos específicos preestabelecidos pela Comissão Nacional de Energia
Nuclear – CNEN, que minimizam potenciais impactos ambientais passíveis de
ocorrerem, conforme alguns exemplos citados a seguir, apresentados em BARBOSA
et al. (2003).
Conforme apresentam os autores, a radioatividade acontece nas primeiras
semanas após o óbito, pois os radionuclídeos utilizados como princípio ativo nos
radiofármacos têm meia-vida física de horas ou dias. No sepultamento de pessoas
submetidas a tratamentos com radiofármacos, emissor beta, em doses terapêuticas,
não há necessidade de cuidados especiais de radioproteção, pois estes
medicamentos são de uso ambulatorial.
Já no caso de pessoas sob tratamentos com radiofármaco cujo princípio ativo
seja iodeto-131, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, a
liberação para sepultamento somente poderá ocorrer se a atividade presente de
iodeto-131 for igual ou inferior a 1,11 Gbq (30 mCi). Neste caso, o cadáver deverá ser
envolto em plástico e colocado em caixão que deverá ser lacrado adequadamente.
Porém, se a taxa de dose a 1 metro do caixão for superior a 50 μSv/h, não deverá
haver velório e nem cremação.
A AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) estima que em sepulturas
modernas a degradação total do corpo enterrado ocorre entre 10 a 12 anos. Estima-se
que do total da massa que compõe o corpo humano (ver Tabela 2.1), 75% é
rapidamente degradada logo após a morte, e ao final de cada ano os componentes
são reduzidos numa taxa de 50% ao ano. Desta forma, ao final do primeiro ano a
carga potencial de produtos de decomposição liberados ao meio de um corpo de 70 kg
enterrado seria da ordem de 6000 g de Carbono Orgânico Total (COT), 870 g de
Nitrogênio Amoniacal (NH4), 560 g de Cálcio (Ca), 10 g de Magnésio (Mg), 50 g de
Sódio (Na), 70 g de Potássio (K), 250 g de Fósforo (P), 210 g de Sulfato (SO4), 48 g
de Cloro (Cl) e 20 g de Ferro (Fe). A concentração de amônia (NH3) no efluente é da
24
ordem de 1,17 a 3,5 g/l, que comparativamente com o lixiviado de aterros é bastante
significativa, segundo estimativa desta Agência.
Ressalte-se, contudo, que os resultados acima foram obtidos para condições
climáticas e de solo característicos daqueles países, como também pelas práticas de
embalsamamento usualmente adotadas na Grã-Bretanha, e que portanto não
correspondem ao caso brasileiro. Neste caso, a legislação sanitária indica o prazo de
apenas três anos como final da decomposição de um corpo adulto, e a prática dos
cemitérios brasileiros tem confirmado este prazo, salvo em áreas que apresentam
alagamentos e corpos embalsamados.
Segundo PACHECO (1986), a carga total liberada corresponde a cerca de 7 a
12 litros de produto de coliquação por corpo sepultado.
De acordo com estimativa do Dr. Carlos Delmonte (S. Paulo), para as
condições brasileiras, a geração do produto de coliquação inicia-se após três meses
do óbito, mantendo-se em média por mais seis meses (total de nove meses).
Adotando o valor de carga total de 12 litros, essa condição significaria uma taxa média
de 0,04 a 0,07 litros/dia para cada corpo, durante um período de 6 a 9 meses, no
primeiro ano após o óbito (BARBOSA et al., 2003).
Pela prática usual brasileira de exumação e reutilização do jazigo, uma mesma
sepultura admite várias cargas de produtos de decomposição, ao contrário dos países
em que cada jazigo é definitivo. Como a decomposição é mais rápida e o prazo
mínimo para exumação é de três anos após o último óbito, pode-se admitir um
intervalo mínimo aproximado de dois anos entre duas cargas sucessivas de uma
mesma sepultura, na condição mais desfavorável de uso. A situação mais crítica
ocorre, naturalmente, nas áreas de sepultamento em covas rasas dos cemitérios
públicos, ou em caso de epidemias. É interessante observar que o Decreto E 3.707,
do antigo Estado da Guanabara, datado de 1970, previa a possibilidade de
esgotamento da capacidade de depuração do subsolo de um cemitério e a
necessidade de um plano de fechamento (BARBOSA et al., 2003).
25
Componentes Microbiológicos do Corpo Humano
Os principais aspectos da microbiologia do corpo humano são resumidos a
seguir com base no trabalho de BARBOSA et al. (2003) e nas pesquisas bibliográficas
consultadas sobre o assunto.
O corpo humano abriga uma infinidade de microorganismos constituindo uma
população que habita a pele e as mucosas de pessoas sadias, denominada microbiota
normal. Estes microorganismos são parasitos, pois vivem às custas de um hospedeiro.
No ambiente externo (ar, solo, água etc) também residem microorganismos
que são saprófitas, ou seja, se alimentam da matéria orgânica em decomposição.
Os microorganismos, parasitos ou saprófitas, são agentes não patogênicos; no
entanto, podem determinar doença infecciosa caso a capacidade dos mecanismos de
defesa do hospedeiro se torne ineficaz. A capacidade pode ser afetada, por exemplo,
quando ocorre baixa de resistência orgânica (tumores, tratamento quimioterápico etc),
em que alguns “germes oportunísticos” da microbiota normal, invadem e se
multiplicam, provocando infecções às vezes graves (BARBOSA et al., 2003).
As bactérias são nomeadas em função de sua forma. Assim os “cocos” têm a
forma de esferas. Podem viver isoladamente ou em grupos, formando colônias. São
denominados estreptococos se formarem uma cadeia, e estafilococos quando
reunidos em forma de um cacho. Os bacilos têm a forma de bastonetes, os espirilos
têm forma de espiral e os vibriões, forma de vírgula.
As bactérias podem ser heterotróficas ou autotróficas. As heterotróficas
alimentam-se principalmente da matéria orgânica decompondo organismos mortos,
por isso são chamadas de decompositores ou saprófitas.
A atividade decompositora das bactérias (bem como a dos fungos) permite que
a matéria orgânica presente nos organismos mortos seja transformada em matéria
inorgânica, como os sais minerais, que são liberados no ambiente e podem ser
absorvidos por uma planta. Assim, as bactérias decompositoras contribuem para a
reciclagem da matéria na natureza.
26
As bactérias autotróficas fabricam o seu próprio alimento por meio da
fotossíntese ou da quimiossíntese. Na fotossíntese, a energia utilizada na produção do
alimento vem da luz solar. Na quimiossíntese, a energia vem de algum composto
químico a ser "queimado".
A pele em geral compreende bactérias Gram-positivas e as mucosas do
intestino, do tipo Gram-negativas. A partir dos primeiros dias do seu nascimento, os
seres humanos lutam constantemente com os antígenos (substâncias capazes de
provocar a formação de anticorpos) das bactérias Gram-negativas que compõem a
microbiota normal do intestino, produzindo assim, continuamente os anticorpos.
A microbiota normal do intestino de uma pessoa sadia compreende:
Várias enterobactérias: elas existem em uma diversidade de lugares, mas a
maioria vive no intestino do homem e dos animais, sendo a Escherichia Coli
o representante clássico da flora intestinal, que também pode ser agente
patogênico. Dentre as enterobactérias excetuam-se do homem sadio a
Salmonella, Shigella, Yersinia sp., Vibrio e espécies de Campylobacter.
Bastonetes Gram-negativo que não fermentam glicose.
Enterococos.
Staphylococcus epidermidis.
Streptococcus alfa-hemolíticos e não-hemolíticos.
Difteróides.
Staphylococcus aureus em número pequeno.
Leveduras em número pequeno.
Anaeróbios em grande número (várias espécies, p.ex. Clostridium sp.).
Destes, segundo o trabalho de ÜSIÇIK & RUSHBROOK (1998), 90% são
estritamente anaeróbios (bactérias spp., bactérias Gram-positivas não esporuladas
anaeróbias – bifidobacteria etc), sendo os 10% restantes, aeróbios, constituídos por
Lactobacillus, Streptococcus spp. (a maior parte Enterococcia), Enterobacteriaceae.
27
Adicionam-se a estes, um pequeno número de Bacillus spp., leveduras,
Staphylococcus spp. e pseudomonas aeruginosa e Clostridia spp. (anaeróbia).
Em pessoas doentes, outros microorganismos podem estar presentes e vir a
ser liberados para o ambiente nos casos de falecimento por doenças infecciosas.
Estes microorganismos patogênicos são introduzidos no corpo humano saudável por
contato direto (pessoa ou animal) ou por diversos outros meios indiretos onde haja
contaminação, tais como água, solo ou ar.
A presença de bactérias coliformes (p.ex. Escherichia Coli ) na água é aceita
como prova de contaminação fecal. É importante reconhecer que muitos coliformes
são microrganismos oportunistas, capazes de causar doença quando contaminam
pessoas debilitadas.
O pH ácido normal do estômago protege acentuadamente o indivíduo contra a
infecção por alguns patógenos entéricos, como, por exemplo, o cólera. À medida que
o pH do conteúdo intestinal se torna alcalino, a microbiota residente aumenta
gradualmente.
A maioria dos microorganismos tem uma faixa de pH ótimo bastante estreita,
sendo que grande parte deles cresce melhor na faixa de pH 6,0 a 8,0.
Em laboratório, o favorecimento ao crescimento das bactérias Gram-negativo
ocorre em pH de 7,0 a 7,4.
Microorganismos liberados após a morte (ÜSIÇIK & RUSHBROOK, 1998)
Conforme descrevem os autores supracitados, “nas primeiras 24 horas após o
óbito, os tecidos humanos permanecem relativamente livres de microorganismos, a
menos que o patógeno invasor seja de um tipo não encontrado anteriormente pelo
hospedeiro (a pessoa falecida). As defesas antimicrobiais não são completamente
desativadas até 48 horas após a morte, e neste período dificultam a multiplicação dos
organismos circulando na corrente sangüínea.
O potencial redox (Eh) dos tecidos cai rapidamente após a morte, impedindo o
crescimento dos organismos aeróbios, a não ser muito próximo da superfície do
corpo”.
28
Os microorganismos anaeróbios começam a substituir os organismos aeróbios
em poucas horas após a morte, e desde que a temperatura esteja acima de 5 C, eles
começam a se multiplicar. Embora em vida o ser humano possua um número enorme
de microorganismos, apenas alguns poucos grupos têm sido identificados como
colonizadores dos corpos humanos durante a putrificação, quais sejam, Clostridium
sp., Streptococcus sp. e enterobactérias. Assim, em condições de morte por doença
não infecciosa, estes seriam os grupos de microorganismos mais importantes
presentes na decomposição que poderiam ser liberados para o ambiente através do
produto de coliquação”.
Os clostrídios fazem parte do grupo de bactérias heterotróficas, que são
decompositoras de matéria orgânica.
Bactérias proteolíticas, degradadoras de proteínas, e lipolíticas, degradadoras
de gorduras, estão relacionadas ao processo de decomposição da matéria orgânica
animal e vegetal (MARTINS et. al, 1991), podendo ser indicadoras de contaminação
quando encontradas em água subterrânea de cemitérios.
Agentes Patogênicos
No meio ambiente são encontrados diversos agentes capazes de causar
doenças ao ser humano, constituídos por microorganismos que quando instalados
determinam processos infecciosos, toxigênicos ou parasitários, cuja gravidade vai
depender do grau de defesa do hospedeiro.
No solo de um cemitério, microorganismos, patogênicos ou não, estarão
presentes; entretanto, como será discutido no Capítulo 3, diversas atividades físico-
química e microbiológicas se processarão neste meio, que poderão reduzir ou
aumentar a ação destes contaminantes antes que eles possam atingir a água
subterrânea. Ao atingi-la, porém, poderão ser transportados e disseminados mais
facilmente para outros locais mais distantes do cemitério, onde haja captação de água
para consumo humano, tornando-se neste caso um perigo para a saúde humana.
Pela água, principal meio de transmissão, os microorganismos patogênicos que
podem ser encontrados e as doenças a eles relacionadas, são apresentados na
Tabela 2.2.
29
Determinadas bactérias podem ser patogênicas ao ser humano dependendo do
seu sorotipo, a exemplo da bactéria Escherichia Coli, conforme já apresentado e pode
ser observado na Tabela 2.2, que, embora presente no intestino humano sadio, possui
também sorotipos patogênicos.
A presença de bactérias coliformes (p.ex. Escherichia Coli ) na água é aceita
como prova de contaminação fecal. É importante reconhecer que muitos coliformes
são microorganismos oportunistas, capazes de causar doença quando contaminam
pessoas debilitadas.
Fungos e bactérias diferenciam-se biologicamente dos vírus, pois os dois
primeiros são microorganismos unicelulares, com vida própria e mobilidade,
capacitados para sobreviverem de forma autônoma. Eles possuem todas as enzimas
indispensáveis à sua replicação, bem como o equipamento biológico necessário para
a produção de energia metabólica (BARBOSA et al., 2003).
Vírus são partículas coloidais infecciosas, de tamanho 10 a 100 vezes menor
que as bactérias (20-80 nanômetros). Estes microorganismos patogênicos são
compostos por uma capa de proteína contendo uma molécula de ácido nucléico e que
dependem de células hospedeiras para o desempenho de suas funções essenciais. O
vírus destrói a célula hospedeira e se aloja numa nova célula num processo contínuo
de destruição.
TABELA 2.2: CATEGORIA DOS ORGANISMOS PATOGÊNICOS AO SER HUMANO, TRANSMITIDOS PELA ÁGUA
Bactéria Doença mais comum Reservatório Principal Local
Afetado Salmonella tiphy Febre tifóide Fezes humana Trato gastrointestinal Salmonella paratiphy Febre paratifóide Fezes humana Trato gastrointestinal Shigella sp Disenteria bacilar Fezes humana Intestino baixo Vibrio Chorelae Cólera Escherichiae Coli Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Yersínia enterocolitica Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Campylobacter Jejune Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Leptospira sp Leptospirose Fezes e urina
animal Generalizado
Legionella sp Legionelose e febre de pontiac
Águas aquecidas Pulmões
Mycobacterium sp Micobacteriose Exsudato (suor) humano
Pulmões e outros
30
(continuação)
Bactéria Doença mais comum Reservatório Principal Local
Afetado Aeromonas sp Gastroenterites Fezes animal e
ambiente Trato gastrointestinal
Plesiomonas sp Gastroenterites Fezes animal e ambiente
Trato gastrointestinal
Bacteróides sp Gastroenterites Fezes animal e ambiente
Trato gastrointestinal
Listeria sp Meningite Ambiente Sistema nervoso central
Vírus Doença mais comum Reservatório Principal Local
Afetado Poliovirus Paralisia e meningite
acéptica Fezes humana Sistema nervoso
central Coxsackievirus Paralisia, meningite
acéptica e doenças cardíacas
Fezes humana Vários locais
Echovirus Infecções respiratórias,
diarréias e meningites
Fezes humana Vários locais
Enterovirus meningite e doenças respiratórias
Fezes humana Sistema nervoso central e Pulmões
Hepatite A Infecção hepática Exsudato humano
Fígado
Reovirus Doença respiratória Exsudato humano
Vias aéreas respiratórias
Rotavirus Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Adenovirus Doença respiratória,
conjuntivites e Gastroenterites
Fezes humana Vias aéreas respiratórias,
conjuntivas e Trato gastrointestinal
Norwalk vírus Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal Astrovirus Gastroenterites Fezes humana Trato gastrointestinal
Protozoário Doença mais comum Reservatório Principal Local
Afetado Giárdia Lamblia Giardíase Fezes humana e
animal Trato gastrointestinal
Entamoeba histolítica Desinteria amebiana Fezes humana Trato gastrointestinal Acanthamoeba Meningoencefalite e
ceratite amebiana Água, solo e ar Sistema nervoso
central e conjuntiva Naegleria sp Meningoencefalite
amebiana Água, solo e ar Sistema nervoso
central Balantidium Desinterias Fezes humana Trato gastrointestinal Cryptosporidium Desinterias Fezes humana Trato gastrointestinal
31
(continuação)
Helminto Doença mais comum Reservatório Principal Local
Afetado Ascaris lumbricóides Ascaridíases Fezes humana Trato gastrointestinal
e pulmões Trichuris trichiura Trichiuríase Fezes humana Trato gastrointestinal Necator Gastroenterites Fezes humana e
animal Trato gastrointestinal
Ancylostoma duodenale
Gastroenterites Fezes humana e animal
Trato gastrointestinal
Taenia Gastroenterites Fezes humana e animal
Trato gastrointestinal
Schistosoma mansoni Esquistossomose Fezes humana Vários locais
Algas Doença mais comum Reservatório Principal Local
Afetado Todos os grupos Intoxicações Ambientes Sistêmico Fonte: SIQUEIRA et al. (2003)
O número de organismos necessários para causar a doença varia de um
organismo para outro, conforme apresentado na Tabela 2.3.
TABELA 2.3: DISTRIBUIÇÃO DA DOSE INFECTANTE MÍNIMA (DIM) DE ALGUNS AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS
Organismo DIM Salmonella sp 10.000 a 10.000.000 UFC
Shigella sp 10 a 100 UFC Escherichia coli 1.000.000 a 100.000.000 UFC Vibrio colerae 1.000 UFC
Giárdia lamblia 10 a 100 cistos Cryptosporidium 10 cistos Entamoebacoli 10 cistos
Ascaris 1 a 10 ovos Vírus hepatite A 1 a 10 UV
Legenda: UV: Unidade Viral; UFC: Unidade Formadora de Colônia Fonte: Siqueira et al. (2003)
As epidemias transmitidas pela água de consumo humano podem acontecer de
várias maneiras. O maior risco de transmissão (49%) é observado no consumo de
águas subterrâneas não tratadas. Estas massas de água tomam contato com os
contaminantes do solo e outros através de lixiviações ou no processo de sua extração.
Outros riscos são associados a águas superficiais (24%), águas armazenadas (16%) e
a acidentes naturais (SIQUEIRA et al., 2003).
32
A transmissão do cólera pela água foi identificada pela primeira vez em 1854,
pelo médico inglês John Snow, que observou a relação entre epidemias de cólera e as
condições da água de Londres. Grandes surtos transmitidos pela água foram relatados
pela Agência Ambiental Americana - USEPA e pelo Centro de Controle de Doenças -
CDC (Center for Desease Control) (SIQUEIRA et al., 2003).
Dentre os patógenos relacionados na Tabela 2.3 o protozoário Crystosporidium
e a bactéria Salmonela spp são importantes de serem citados, pois são responsáveis
nos últimos 20 anos por doenças emergentes e re-emergentes (FARIAS, 2000). Como
pode ser observado nos dados desta tabela, enquanto a Salmonella tiphy necessita de
10.000 a 10.000.000 organismos (UFC - Unidade Formadora de Colônia) para
estabelecer um processo infeccioso, com apenas 10 cistos do protozoário
Crystosporidium define-se um quadro clínico.
Os oocistos de Crystosporidium são altamente infectantes e apresentam
resistência ao estresse ambiental, aos processos convencionais de tratamento de
água e aos processos de tratamento de esgotos por lodos ativados (MATURANA et
al., 1992 in FARIAS, 2000). Estes oocistos são capazes de sobreviver por longos
períodos de tempo sob as mais variáveis condições ambientais, permanecendo viáveis
na água por até 176 dias, incluindo 35 dias na água do mar, suportando ampla
variação de temperatura, além de, quando em contato com as fezes, tornarem-se mais
resistentes às pressões ambientais por possível proteção por dessecação
(ROBERTSON et al., FAYER, 1997 em FARIAS, 2000).
No Brasil a pesquisa do Crystosporidium em amostras ambientais são
recentes, talvez por não haver ainda um método padronizado para sua detecção,
sendo a metodologia recomendada proposta pela EPA (FARIAS, 2000).
A Salmonella tem ampla distribuição no ambiente e resistência às condições
adversas, bem como a existência de mais de 2000 sorogrupos, causadores de
doenças no homem ou animais, favorecem sua disseminação e complexidade de
identificação (BITTON, 1994 em FARIAS, 2000). De acordo com FARIAS (2000) esta
bactéria pode sobreviver por 87 dias em águas de abastecimento público, 115 dias em
solo de jardim, acima de 30 meses em esterco bovino seco e 28 meses em fezes de
aves infectadas, citado em MORSE e DUNCAN (1974).
Segundo FARIAS (2000), citado em WHO (1980), a capacidade de
sobrevivência das salmonelas por longos períodos de tempo no meio aquático, aliada
33
à característica da dinâmica desse ecossistema, são fatores importantes a serem
considerados na cadeia epidemiológica das mesmas, uma vez que essas bactérias
podem ser transportadas por longas distâncias e atingir direta ou indiretamente o
homem através das mais variadas vias.
Na maioria das pesquisas microbiológicas já realizadas em cemitérios, a
presença da Salmonella foi avaliada e em geral não foi encontrada, ao contrário do
Crystosporidium, que não foi avaliado em nenhuma pesquisa.
2.3 LEGISLAÇÃO E RECOMENDAÇÕES AMBIENTAIS E SANITÁRIAS RELATIVAS A
CEMITÉRIOS
2.3.1 Orientações Estrangeiras
As principais legislações e/ou recomendações encontradas na literatura
estrangeira que especificam critérios para cemitérios são do Reino Unido e da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Reino Unido não há exigência de licença ambiental para cemitérios no que
concerne à poluição de água subterrânea ou gerenciamento de resíduos. A ação do
poder público no caso de um cemitério causar contaminação em aqüíferos ou outras
fontes controladas de água é baseada nas regulamentações “Ground Water
Regulations, 1998” e “Anti-pollution works Notices Regulations, 1999”.
A OMS publicou em 1998 uma revisão do conhecimento sobre a questão de
contaminação do solo e da água subterrânea por cemitérios recomendando:
1. distância mínima de 250 m das sepulturas para poços, nascentes ou
qualquer fonte de captação de água subterrânea potável, devendo ser
consideradas distâncias maiores no caso de gradientes hidrogeológicos
acentuados ou altas velocidades de fluxo da água subterrânea dentro do
aqüífero;
2. distância mínima de 30 m para outros cursos d’água e nascentes;
3. distância mínima de 10 m para áreas de drenagem;
4. os jazigos (compartimento) devem manter mínimo de 1 m de subsolo
abaixo de sua base;
34
5. a base dos jazigos deve manter um mínimo de 1 m acima do maior N.A.
(deve-se levar em conta a variação sazonal do N.A.);
6. as escavações devem ser preenchidas tão logo haja o sepultamento,
deixando uma camada de no mínimo 1 m de solo sobre a superfície de
cobertura.
Os mesmos valores indicados nos três primeiros critérios da OMS, constam da
política de proteção da água subterrânea das Agências Ambientais do Reino Unido.
Além destes, a Agência Ambiental Britânica especifica que não deve haver
enterramento de corpos em locais de águas paradas e que a base da sepultura deve
estar acima do N.A.
Na revisão apresentada em SPONBERG et al. (2000) as seguintes distâncias
mínimas entre cemitérios e poços d’água são recomendadas por diversos países da
Europa: 91,4m na Inglaterra; 100m na França; 50m na Holanda. Nos EUA, a distância
entre 15 e 90 m, dependendo do uso da água, é uma recomendação genérica para
“possíveis fontes contaminantes” (Safe Drinking Water Act). Observa-se que a Agência
de Proteção Ambiental Americana (USEPA), uma das maiores do mundo, ainda não
possui regulamentação específica para cemitérios.
A AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) publicou diretrizes para avaliação
do risco de contaminação por cemitérios e recomenda o monitoramento para riscos
médios e altos, com periodicidades distintas, num período mínimo de 12 meses antes
e 12 meses após sua instalação. Devem ser monitorados no mínimo três pontos
internos, sendo dois localizados em gradientes baixos e um ponto em gradiente alto,
espaçados de 100 m. Os parâmetros químicos indicados por esta Agência são
apresentados no Capítulo 3, Seção 3.2.
Em grandes capitais da América Latina, como Buenos Aires, ainda não existem
recomendações sobre cemitérios; entretanto, SIDOLI (2004) externa a preocupação
com a questão dos impactos ambientais decorrentes, por serem agentes potenciais de
contaminação na cidade, destacando a necessidade de cumprimento dos dispostos
constitucionais com vistas à proteção do meio ambiente e realização de estudo de
impacto ambiental.
Ainda não existe um consenso entres as agências ambientais sobre este
assunto.
35
2.3.2 Legislações Brasileiras
Até recentemente, para construção e operação de um cemitério no Brasil,
exigia-se somente licença junto ao Município, o qual regulamenta o seu funcionamento
e decide sobre a sua implantação. Para obtenção da licença deve-se atender às
condições sanitárias estaduais e municipais pertinentes, mencionadas nos Códigos
Sanitários Estaduais, alguns dos quais atualmente sob revisão.
A partir da Resolução CONAMA 001/1986 e da Constituição Federal de 1988, o
aspecto de avaliação e controle do impacto ambiental ganhou força, e alguns Estados
passaram a exigir Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) como pré-
requisito à obtenção de licença ambiental para implantação de cemitérios. O Estado
de São Paulo foi precursor na criação de uma norma técnica, NT L1.040/1999, emitida
pela CETESB, específica sobre estudos ambientais relativos à implantação de
cemitérios.
A exigência da licença ambiental concedida pelo Estado passou a ser
obrigatória a partir da publicação da Resolução CONAMA 335 de 03 de abril de 2003,
revisada em 28 de março de 2006 pela Resolução No 368 (Ver Anexo 1), que
estabelece os critérios gerais para o licenciamento ambiental dos cemitérios, cabendo
a cada Estado editar normas específicas para sua regulamentação.
As Tabelas 2.4 e 2.5 sumarizam as principais recomendações e restrições
estabelecidas a nível federal (CONAMA 335/2003 e 368/06) e pelos órgãos estaduais
que já definiram legislação própria sobre o assunto.
Restrições quanto aos materiais de revestimento das urnas funerárias somente
são apresentadas nos documentos legais mais antigos, entretanto, novos
procedimentos deverão ser adotados com base nas exigências da legislação federal
de uso de materiais biodegradáveis, proibição dos impermeáveis e recomendação de
não utilização de plásticos, tintas, vernizes, metais pesados ou outros materiais
nocivos ao meio ambiente.
O revestimento interno das sepulturas não é condição obrigatória em nenhuma
legislação atual.
36
O período de exumação de três anos foi estabelecido nos códigos sanitários
estaduais mais antigos e tem sido prática normalmente adotada nos cemitérios
nacionais. A higienização do compartimento com cal em pó, após o procedimento não
é exigida na maioria dos Estados. Com relação aos resíduos não-humanos os
documentos legais atuais não recomendam sua incineração, mas que tenham
destinação e tratamento ambiental e sanitário adequado. Os documentos legais dos
Estados de São Paulo e do Paraná recomendam que estes resíduos sejam tratados
distintamente dos resíduos comuns, como Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde.
Observa-se nos documentos a exigência de profundidade mínima do nível
d’água local, variando de 1,5 m a 3 m, geralmente medida abaixo do fundo das
sepulturas, garantindo assim que as sepulturas não sejam inundadas nem ocorra
formação de áreas alagadas dentro do terreno do cemitério. Nas áreas em que esta
condição não possa ser atendida, a legislação dos Estados, a exceção do Rio Grande
do Sul (RS), exige a implantação de um sistema de drenagem de subsuperfície para
fins de rebaixamento, ou a construção de túmulos acima do terreno. O Paraná vai um
pouco além, pois exige também a implantação de acondicionamento do produto da
coliquação no interior do jazigo.
Apenas os códigos sanitários de São Paulo e do Rio Grande do Sul
especificam a construção de cemitérios em áreas elevadas. Há, contudo, restrições
legais quanto à construção de cemitérios em áreas planas, em substratos rochosos
vulneráveis, em áreas sujeitas à inundação e áreas de abastecimento.
No que concerne ao tipo de solo, à exceção do Rio Grande do Sul, nos demais
Estados as legislações mais recentes recomendam solos de baixa permeabilidade,
situando-se na faixa de 10-3 e 10-7 cm/s.
Quanto à definição de distâncias preventivas, a legislação prevê um
afastamento interno de 5,0 m de largura da área de sepultamentos em relação às
divisas do cemitério, e os Códigos Sanitários estaduais, mais antigos, prevêem
também um afastamento externo de 14 ou 15 m de largura, na existência de rede de
abastecimento de água para a população residente no local, ou 30 m, caso não exista
rede de abastecimento. Embora não mencionem este afastamento explicitamente, os
documentos mais recentes exigem o mapeamento detalhado em uma faixa de 30 m no
entorno do terreno e estudos hidrogeológicos com o mesmo alcance, para permitir a
37
avaliação dos riscos potenciais de contaminação do aqüífero freático (BARBOSA et
al., 2003).
Também não é mencionada em nenhum documento uma distância mínima de
afastamento do perímetro do cemitério a poços de captação de água, como existe nas
regulamentações estrangeiras. Pelas legislações sanitárias estaduais, pode-se
considerar uma equivalência deste requisito com a exigência de uma faixa de proteção
externa com 30 m de largura na ausência de rede de abastecimento de água.
A implantação de poços de monitoramento não é mencionada na legislação
federal, porém é exigida nos documentos legais dos Estados do Paraná e de São
Paulo e deverá ser seguida pela maioria dos outros Estados que ainda não
estabeleceram sua própria legislação, face à necessidade de se fazer cumprir as
demais exigências já previstas na legislação federal.
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43
2.4 SÍNTESE DO CAPÍTULO
A revisão bibliográfica apresentada neste capítulo objetivou caracterizar e
identificar as fontes potenciais de contaminação do solo e da água subterrânea por
cemitérios, buscando na literatura científica mundial conceitos e estudos relacionados
ao assunto. Apresenta também uma revisão das principais legislações e
recomendações ambientais e sanitárias nacional e estrangeira.
A análise destas fontes potenciais de impactos teve como foco as modalidades
de cemitérios horizontais, tradicional e parque. Além dessas, existem os cemitérios
verticais e os crematórios, que por serem edificações mais recentes no Brasil, seguem
padrões de construção modernos e adequados às normas ambientais vigentes no país
produzindo, portanto, impactos ambientais pouco significativos, desde que operados e
fiscalizados adequadamente. Contudo, no caso dos procedimentos de cremação, não
se descarta uma avaliação científica mais criteriosa quanto a possíveis emissões
gasosas de elementos patogênicos e radioativos.
No Brasil, os cemitérios parque diferenciam-se dos tradicionais, basicamente
por serem construções mais recentes, receberem somente cobertura de aterro e
grama, não possuírem sepulturas acima do solo e serem constituídos, em geral, com
estruturas de concreto de subsuperfície, além de sistemas de drenagem superficial e
subsuperficial. Estas características fazem com que os impactos negativos mais
significativos no solo e na água subterrânea sejam decorrentes dos cemitérios
tradicionais, por serem muito antigos, construídos sem critérios ambientais pré-
estabelecidos e em função das suas formas de construção e operação.
As principais fontes de contaminação do solo e da água subterrânea dos
cemitérios horizontais são atribuídas à cal em pó utilizada na higienização das
sepulturas, ao formaldeído utilizado no embalsamento, aos materiais básicos e de
acabamento das urnas funerárias, e aos componentes físico-químicos e
microbiológicos liberados após a morte.
Durante a decomposição do corpo humano após a morte ocorrem dois
processos destrutivos: autólise (destruição dos tecidos por infiltração dos sucos
gástricos) e putrefação (decomposição por ação de bactérias). A putrefação pode não
ser completa, dependendo das características do corpo e das condições ambientais do
local de sepultamento levando a estados conservativos por processos denominados
mumificação (corpo seco) e saponificação (corpo com aspecto de cera - adipocera).
44
Os principais fatores que interferem nestes processos são as características do
solo, tais como: granulometria, permeabilidade, temperatura, umidade e saturação,
teor de gordura do corpo e materiais utilizados nas sepulturas.
Destes processos a putrefação é certamente o que resulta em impactos mais
relevantes ao solo e à água subterrânea, pois é neste que os tecidos moles do corpo
são reduzidos a um fluido consistente, muito viscoso e biodegradável, denominado
produto da coliquação.
Por ser um líquido viscoso, este produto pode infiltrar lentamente através da
camada não saturada do solo, permitindo assim que reações químicas possam ocorrer
e retardar seu movimento, ou rapidamente, quando diluído com a água da chuva ou de
infiltração, facilitando seu fluxo através da zona saturada do solo em direção ao
aqüífero. Por este motivo, em cemitérios deve ser evitada a utilização de áreas
sujeitas a encharcamentos e deve ser mantida uma distância mínima de 1,5 m entre o
fundo das urnas funerárias em relação ao nível freático, conforme recomendam as
normas. Contudo, esta distância é variável, pois depende de diversos fatores
relacionados ao meio e às características físico-químicas do líquido percolado.
Embora exista uma infinidade de microorganismos no corpo de uma pessoa
sadia, são identificados apenas alguns grupos de bactérias durante o processo de
putrefação: Clostrídios, streptococos, enterobactérias e escherichia coli.
Bactérias proteolíticas (degradadoras de proteínas) e lipolíticas (degradadoras
de gorduras) são bons indicadores em cemitérios, pois se relacionam a processos de
biodegradação. Incluem-se ainda como indicadores as bactérias heterotróficas,
também chamadas de decompositores ou saprófitas, pois se alimentam principalmente
da matéria orgânica decompondo organismos mortos.
Além destes, nestes ambientes podem ser encontrados agentes patogênicos. A
bactéria escherichia coli embora presente no intestino de uma pessoa sadia, possui
sorotipos patogênicos. Outras espécies patogênicas como salmonelas e vírus
representam potencial de contaminação.
As salmonelas possuem capacidade de sobrevivência por longos períodos de
tempo no meio aquático, podendo assim ser transportadas por longas distâncias e
atingir direta ou indiretamente o homem através das mais variadas vias.
45
Dentre os microorganismos existentes no meio ambiente, convém diferenciar
as bactérias dos vírus. As bactérias são microorganismos unicelulares, com vida
própria e mobilidade, capacitadas para viverem de forma autônoma, ao contrário do
vírus que depende de células hospedeiras para o desempenho de suas funções.
Os vírus são partículas coloidais infecciosas de tamanho entre 20-80
nanômetros, que corresponde aproximadamente 10 a 100 vezes menor que o das
bactérias. Ele destrói a célula hospedeira e se aloja numa nova célula num processo
contínuo de destruição. Estas diferenças constituem alguns dos fatores que dificultam
o combate de doenças provocadas por vírus relativamente ao de algumas bactérias.
No que concerne às legislações sobre o assunto em foco no presente estudo,
as principais recomendações encontradas na literatura estrangeira são do Reino Unido
e da Organização Mundial da Saúde.
No Brasil, a exigência da licença ambiental para instalação de cemitérios,
concedida pelo Estado, passou a ser obrigatória a partir da publicação da Resolução
CONAMA 335/03, revisada na Resolução Nº 368/06, que estabelece os critérios gerais
para o licenciamento ambiental dos cemitérios, cabendo a cada Estado editar normas
específicas para sua regulamentação.
Nestas Resoluções e em outras legislações dos Estados encontram-se dentre
outras as seguintes recomendações ou exigências: o uso de materiais biodegradáveis,
proibição dos impermeáveis e recomendação de não utilização de plásticos, tintas,
vernizes, metais pesados ou outros materiais nocivos ao meio ambiente (Resolução
335/03); período de exumação no mínimo de 3 anos, que já era adotado pelos códigos
sanitários nos cemitérios nacionais; recomendação de destinação e tratamento
ambiental e sanitário adequado e não incineração dos resíduos não-humanos;
exigência de profundidade mínima do nível d’água local, variando de 1,5 m a 3 m,
geralmente medida abaixo do fundo das sepulturas; restrições legais quanto à
construção de cemitérios em áreas planas, em substratos rochosos vulneráveis, em
áreas sujeitas à inundação e áreas de abastecimento; solos de baixa permeabilidade,
situando-se na faixa de 10-3 e 10-7 cm/s recomendado nas legislações mais recentes;
afastamento interno de 5,0 m de largura da área de sepultamentos em relação às
divisas do cemitério.
46
3. PARÂMETROS PARA INVESTIGAÇÃO E MONITORAMENTO EM CEMITÉRIOS
Neste capítulo caracterizam-se os principais elementos que se relacionam e
interferem nos processos de contaminação do solo e água subterrânea.
3.1 ASPECTOS GEOLÓGICOS E HIDROGEOLÓGICOS DE IMPORTÂNCIA NO TRANSPORTE E RETENÇÃO DE CONTAMINANTES
3.1.1 Características dos Solos
O solo age como um filtro natural na remoção de contaminantes indesejados
decorrentes de atividades antrópicas. Entretanto, deve-se observar que, dependendo
de suas características químicas e mineralógicas, ele pode contribuir para a
contaminação. Como exemplo podem-se citar áreas ricas em ferro, enxofre ou outros
elementos que possam estar presentes na solução do solo e possam migrar para a
água subterrânea tornando-a imprópria para consumo humano. É, portanto,
fundamental em qualquer estudo de contaminação de solo e água subterrânea que se
conheça o background da área.
As propriedades filtrantes do solo estão relacionadas às suas características
físico-químicas e aos processos de transporte e retenção que nele ocorrem à
passagem do contaminante.
O solo é resultante do intemperismo físico-químico da rocha de origem e em
função do seu processo de formação pode ser classificado em três grupos: residual,
coluvionar e sedimentar. Solo residual forma-se e permanece no local, o que lhe
confere características da rocha que lhe deu origem e que são determinadas em
função das condições de clima, topografia e de drenagem local.
O segundo grupo, coluvionar, compreende um solo formado no local e
transportado pela ação da gravidade ao longo do talude (por deslizamentos),
caracterizando-se muitas vezes pela presença de blocos e matacões de rocha. Nesse
caso, formam-se os depósitos de talus (ver Figura 3.1), de composição heterogênea
constituídos por sedimentos de diferentes granulometrias com fragmentos soltos de
rocha, o que os tornam solos mais instáveis e vulneráveis a passagem de percolados,
não sendo portanto recomendáveis em áreas de cemitérios.
47
FIGURA 3.1: DEPÓSITO DE TALUS FONTE: DRM, 2006
Por fim, o sedimentar constitui um solo transportado e depositado fora do local
de origem, com características mais homogêneas que as dos grupos anteriores,
fortemente influenciadas pelo agente transportador (água, vento etc) e pelas
condições de deposição.
A intensidade do intemperismo é determinada pelas condições climáticas,
sobretudo pela temperatura e precipitação. Conseqüentemente, o intemperismo é
muito mais intenso em regiões de clima tropical úmido, como o que predomina no
Brasil, razão pela qual o manto de solo formado acima do embasamento rochoso é
muito mais espesso nas regiões tropicais do que nas regiões de clima temperado
(PINTO, 2000; MITCHELL, 1993; e outros) .
O solo é um sistema trifásico (sólido, líquido e gasoso), consistindo num
material poroso. A fase sólida compreende partículas constituídas por componentes
orgânicos (substâncias húmicas, ou seja, restos de animal ou vegetal) e inorgânicos
(carbonatos, sulfatos, fosfatos, óxidos de ferro, alumínio e sílica, e minerais primários e
secundários, podendo conter também sais precipitados).
A fase líquida é constituída por água. De acordo com CAPUTO (1988) esta
fase compreende cinco parcelas: a primeira, denomina-se água de constituição, pois
faz parte da própria estrutura molecular da partícula sólida e a segunda, água
adsorvida, é uma película de água que envolve e fica fortemente aderida à primeira.
Envolta na água adsorvida há uma outra camada que permanece num solo seco ao ar,
denominada água higroscópica. Além destas três, os poros do solo são ainda
48
preenchidos por água livre, a qual se encontra na zona saturada do terreno, e por
água capilar, presente na zona não saturada (situada acima do nível da água), que
sobe pelos interstícios capilares de solos de grãos finos.
A fase gasosa, preenche os vazios das demais fases e é constituída por ar,
vapor d´água e carbono combinado (CAPUTO, 1988).
Além destes elementos, entre os poros do solo vivem microorganismos, que
incluem bactérias aeróbias e anaeróbias, fungos etc. Os microorganismos se
alimentam e são capazes de degradar poluentes do solo, se estes estiverem em
quantidade adequada e não tóxica àqueles, se o ambiente não for excessivamente
ácido ou alcalino, se a umidade for adequada e se houver disponibilidade de
nutrientes, tais como fósforo e nitrogênio. Conforme caracteriza RITTER (1998) a
decomposição de contaminantes pelos microorganismos faz com que o solo funcione
como um “filtro vivo”.
Sendo assim, este sistema trifásico incluindo os microorganismos normalmente
encontra-se em equilíbrio físico-químico, a menos que ocorra alguma interferência
ambiental externa, natural ou antrópica, como no caso de infiltração de agentes
contaminantes (químicos ou biológicos).
O grau de contaminação do solo e a capacidade de transporte e infiltração vão
depender de diversos fatores que estão relacionados, entre outros, à composição dos
agentes contaminantes, às características físicas do solo tais como: granulometria,
estrutura, grau de saturação etc, e às interações físico-químicas entre os seus
constituintes e estes agentes.
Os solos são classificados em três frações granulométricas: areia, silte e argila,
respectivamente, dos grãos de maiores dimensões (geralmente constituídos por
minerais primários – quartzo, feldspatos, micas etc) para os mais finos
(argilominerais).
A estrutura do solo é determinada pelo arranjo e disposição das partículas e é
diretamente influenciada pela sua composição granulométrica. Solos arenosos
possuem arranjos mais simples de agrupamento de grãos, ao passo que solos mais
finos tendem a formar estruturas mais complexas de interligação entre os grãos. Desta
forma, a estrutura determina tanto a porosidade (volume de vazios no volume total)
49
quanto o tamanho dos poros. Isto faz com que solos mais finos (argilosos) apresentem
poros menores que os arenosos.
O grau de saturação (S) do solo é expresso pela porcentagem de vazios do
solo preenchido por água. A zona saturada do solo está totalmente preenchida por
água (S=100%). Solos secos, devido à água higroscópica, o percentual de saturação é
próximo, mas não chega a zero.
Estas características influenciam, por exemplo, na capacidade de liberação dos
gases e de infiltração dos líquidos através do meio, que são medidas pela
permeabilidade ao ar (kar) condutividade hidráulica (k), respectivamente.
A permeabilidade ao ar dos solos é tanto maior quanto maior o tamanho médio
dos poros, maior a porosidade e menor o grau de saturação. Ou seja, quanto mais
granular e mais seco, mais facilmente os gases migrarão através do solo em direção à
superfície. Da mesma forma, a condutividade hidráulica é tanto maior quanto maior o
tamanho médio dos poros e maior a porosidade, porém neste caso, deverá haver
maior grau de saturação. Ou seja, quanto mais granular e mais próximo da condição
saturada estiver o solo, mais facilmente a água fluirá na direção do gradiente
hidráulico. Entretanto, deve-se observar que a situação real é mais complexa, pois as
feições estruturais podem condicionar o fluxo, e os mecanismos que regem o fluxo da
água em meio não-saturado não são tão simples quanto os que determinam o fluxo
em meio saturado (BARBOSA et al., 2003).
De um modo geral os constituintes mais ativos do solo são os minerais
argílicos e a matéria orgânica. Mas alguns minerais primários, como os carbonatos e a
pirita, assim como os óxidos e hidróxidos livres de Al, Fe e Mn, muito freqüentes nos
solos tropicais, também podem se mostrar muito ativos (BARBOSA et al., 2003).
Essa atividade decorre principalmente de reações de superfície entre os grãos
sólidos, as espécies químicas e os microorganismos. Quanto menor a partícula, maior
será a superfície específica e as reações de superfície predominarão sobre as forças
de massa (BARBOSA et al., 2003). Partículas de argilas, devido ao seu pequeno
tamanho e formas achatadas, têm grandes superfícies específicas e possuem carga
de superfície significativa, sendo por isto os argilo-minerais muito importantes em
processos de atenuação de contaminações, pois podem interagir com os solutos
(RITTER, 1998).
50
Segundo BARBOSA et al. (2003) além da superfície específica, um outro
parâmetro indicativo da atividade físico-química é a CTC, que expressa o total de
cátions que o solo pode adsorver. Todos os minerais argílicos e a matéria orgânica
têm essa propriedade de adsorção de cátions, mas a caulinita, em particular, e os
óxidos e hidróxidos livres, tão comuns nos solos tropicais, têm também a propriedade
de adsorver ânions em quantidade significativa, dependendo do pH do meio.
Schraps em SPONBERG (2000) recomenda que se evite cemitérios em solos
permeáveis, ou por outro lado, solos muito finos onde prevalecem condições
anaeróbias, mesmo que exista uma zona de filtro acima do nível d’água. Segundo o
autor solos com texturas médias e nível d’água a 2,5 m de profundidade e sepulturas a
1,8 m, deixam uma camada de solo não saturada de 0,7 m que deve ser suficiente
para evitar contaminação da água subterrânea.
3.1.2 Características das Águas Subterrâneas
A água subterrânea, em geral, é menos vulnerável à contaminação do que a
superficial, já que existe uma camada de solo que a protege, entretanto, quando ela é
contaminada as ações de remediação podem ser mais dispendiosas e pode não haver
tecnologia adequada disponível. Alguns aspectos importantes relacionados à
constituição e dinâmica das águas subterrâneas e potencial de contaminação são
apresentados na seqüência.
Aqüífero é uma formação geológica de rocha permeável, cuja porosidade
granular ou fissural permite armazenar e transmitir quantidades significativas de água.
O tipo de porosidade determina a classificação do aqüífero em três grupos: Poroso (ou
Primário); Fraturado (ou Secundário) e Dolomítico (GIDEON et al., 2004)
Um sistema aqüífero compreende um conjunto de formações geológicas com
características hidrogeológicas semelhantes, geralmente subdividido em duas
categorias: sedimentar e cristalino. Nos aqüíferos sedimentares, formados por
sedimentos de granulação variada, a água circula através dos poros formados entre os
grãos de areia, silte e argila. Nos aqüíferos cristalinos, formados por rochas duras e
maciças, a circulação da água se faz nas fissuras e fraturas abertas devido ao
movimento tectônico.
51
Todos os tipos de aqüíferos e suas combinações implicam em padrões de
fluxos distintos enquanto a interação água-rocha e seus efeitos na qualidade da água
diferirão significantemente (TREDOUX et al., 2004).
Segundo a CETESB (NT L1.040/1999) cemitérios devem ser evitados em
áreas com substrato rochoso extremamente vulnerável, tais como zonas de
falhamentos, zonas cataclasadas, rochas calcárias ou calcossilicatadas
intemperizadas ou com erosão superficial (canais de dissolução, dolinas, cavernas
etc). Essas limitações devem-se ao fato de que, por serem estas áreas mais
permeáveis (devido aos falhamentos, à grande porosidade ou aos processos de
dissolução química que resultam na formação de dutos naturais), oferecem maior
capacidade de infiltração dos contaminantes oriundos da degradação em direção aos
aqüíferos.
Outro aspecto a destacar no contexto de contaminação de águas subterrâneas
diz respeito aos aqüíferos rasos, pois estando suas águas mais próximas à superfície
do solo são sistemas mais suscetíveis à contaminação.
Em cemitérios sobre aqüíferos rasos é recomendável que haja tanto um
sistema de drenagem de águas pluviais como de subsuperfície, de forma a restringir a
infiltração do líquido coliquativo para o lençol freático, redirecionando os fluxos para
rede apropriada de coleta.
O entendimento da dinâmica no meio hidrogeológico dos aqüíferos requer o
conhecimento do fluxo e da interação entre águas superficiais e águas subterrâneas,
do ponto de vista tanto físico como biogeoquímico. Esta interação torna-se ainda mais
complexa quando a água é contaminada por agentes externos.
A água superficial pode transformar-se em água subterrânea através da
infiltração da água da chuva, do excesso de água de irrigação, da percolação
proveniente dos rios, canais e lagos e também através de recarga artificial. Por outro
lado, a água subterrânea pode transformar-se em água superficial através da
descarga de base de rios, escoamento em fontes e drenagem agrícola. Um rio pode
alimentar um aqüífero subterrâneo ou ser alimentado por ele (FEITOSA E FILHO,
2000).
52
Em geral a direção do fluxo entre a superfície do sistema hidrológico e do
sistema de águas rasas subterrâneas depende do gradiente hidráulico, que, por
conseguinte, depende da topografia e do balanço de fluxo no sistema hidrogeológico
como um todo. A magnitude dos fluxos depende das propriedades hidráulicas
saturadas e não saturadas do aqüífero e da zona não saturada. Se há uma conexão
direta com o corpo hídrico superficial ou indireta através da zona não saturada, os
gradientes hidráulicos e as propriedades hidráulicas nestas zonas de água superficial -
interação com água subterrânea controlam o fluxo entre estes dois sistemas (LLOYD,
1998).
Conforme apresentam CLEARLY & MILLER (1984), a complexidade da
hidrodinâmica dos aqüíferos faz com que a direção do fluxo num sistema local e raso
possa ser em alguns casos oposto ao fluxo num sistema mais profundo como
mostrado na Figura 3.2. As taxas de fluxo de águas subterrâneas nos aqüíferos
geralmente variam de poucos centímetros a poucos metros por dia. Um corpo de água
subterrânea contaminado pode conter a acumulação de décadas de descarga e pode
levar vários anos para os contaminantes serem detectados numa fonte de água
potável que é próxima. Observam os autores que no Brasil existe uma grande carência
no monitoramento de milhares de locais onde há um potencial para contaminação,
representando um grave risco para a perda de potabilidade de importantes aqüíferos.
FIGURA 3.2: DOIS AQÜÍFEROS COM DUAS DIREÇÕES DE FLUXO DIFERENTES FONTE: US.ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 1977 (CLEARLY & MILLER, 1984).
53
Os constituintes químicos da água subterrânea natural, conforme trabalho
apresentado por SCUDINO (1997), compreendem em sua maioria substâncias
dissolvidas em estado iônico. Dentre os íons presentes são fundamentais: Cloreto
(Cl-), Sulfato (SO42-), Bicarbonato (HCO3
-), Sódio (Na+), Cálcio (Ca2+) e Magnésio
(Mg2+). Além destes, os Íons Nitrato (NO3-), Carbonato (CO3
2-), Potássio (K+) e mesmo
o Ferro (Fe2+) são às vezes incluídos, ainda que em geral apresentem-se em
pequenas proporções. Substâncias dissolvidas pouco ionizadas como alguns ácidos, o
Ferro (hidróxido) e a Sílica (SiO4H4) em estado coloidal, podem ser importantes, assim
como seus íons derivados (Fe2+, 3+ e Si O4H3-), como integrantes da solução aquosa
natural. Entre os gases dissolvidos na água, o Gás Carbônico (CO2 ) e o Oxigênio (O2)
devem ser considerados como constituintes fundamentais, ainda que às vezes não
sejam analisados sistematicamente nas águas subterrâneas.
Além destes, cita o autor a presença de outros íons menores tais como, os já
citados, NO3-, CO3
2 -, K+ e Fe2+, além do NO2-, F-, NH4
+ e Sr2+, em proporções
reduzidas ( 1 % dos íons totais) e em concentrações entre 10-2 e 10 ppm. Ocorrem
ainda elementos traços, sob concentrações menores do que 10-4 ppm, constituídos por
íons metálicos derivados do As, Sb, Cr, Pb, Cu, Ni, Zn, Ba, Cd, V, Ag, Hg, U e alguns
outros menos freqüentes.
Segundo o autor, as águas doces têm no máximo cerca de 1.000 ppm (1000
mg/L) de Sólidos Totais Dissolvidos, chegando a ser considerado em algumas regiões
o limite de até 2.000 ppm.
Conforme apresentado por FEITOSA E FILHO (2000), o nitrogênio dissolvido
na forma de Íon Nitrato (NO3-) é o contaminante mais comum encontrado na água
subterrânea proveniente de diversas fontes diretas, especialmente por lançamento de
esgotos e atividades agrícolas. O Nitrogênio também ocorre na forma de Nitrogênio
Orgânico (N), Amônio (NH4+), Amônia (NH3), Nitrito (NO2), Nitrogênio Gasoso (N2) e
Óxido Nitroso (N2O).
Em água para abastecimento humano a presença de Íon Amônio (NH4+) pode
reduzir a eficiência da desinfecção, conduzir à formação de nitrito e causar alterações
no gosto e odor. Em águas superficiais, a Amônia (NH3) mesmo em baixas
concentrações, pode causar mortalidade de peixes. A presença de Amônio nas águas
54
subterrânea e superficial deve ser controlada para prevenir poluição (BUSS et al.,
2004).
Quanto aos componentes microbiológicos, conforme apresentado no estudo
de WEST et. Al (1999), embora a água subterrânea possa ser considerada oligotrófica
(pobre em nutrientes), existem grupos de bactérias que podem achar neste meio
condições adequadas às suas necessidades. Muitos aqüíferos têm capacidade de
suportar população de microorganismos nativos e suas atividades podem influenciar a
qualidade da água subterrânea. Desta forma, recomendam os autores estudos pilotos
em áreas selecionadas através de monitoramentos para estabelecer um baseline
(base para medidas e comparações) da presença e atividade de microorganismos
nativos e patogênicos.
3.1.3 Transporte e Retenção dos Contaminantes Químicos no Solo
O transporte dos contaminantes químicos através do fluxo da água no meio
poroso é regido por três mecanismos básicos: advecção (migração do soluto através
do solo), dispersão mecânica (mistura do soluto por espalhamento molecular) e
difusão molecular (mistura devido o gradiente de concentração). Além destes, no caso
de constituintes reativos, intervêm no transporte interações sólido-soluto, reações
químicas e fenômenos de decaimento. Desta forma, a equação geral que rege o
transporte dos contaminantes é uma expressão diferencial complexa, que compreende
a combinação destes mecanismos, cuja resolução atualmente é realizada através de
simulações por métodos numéricos e computacionais.
Os principais processos de atenuação e eliminação de contaminantes ocorrem
na zona não saturada do solo, onde o fluxo é normalmente lento, vertical e para baixo.
Esses processos incluem (MESTRINHO, 1997): processos geoquímicos (adsorção /
dessorção, solubilização / precipitação, complexação / quelação e oxidação / redução);
processos físicos (advecção, dispersão, retardamento e filtração); processos
bioquímicos (decomposição de orgânicos e síntese celular) e processos biofísicos
(filtração e transporte de patógenos).
Segundo MATTER (1989) a capacidade de atenuação dos estratos na zona
não saturada do solo é o fator mais importante de controle da biodegradação de
contaminantes orgânicos, e o tempo de residência deve ser suficientemente longo
para permitir a ocorrência de reações químicas.
55
Ao atingir a zona saturada ocorrem predominantemente processos de diluição
e dispersão de contaminantes (AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA, 2004). Nesta
zona, ocorrem diferentes graus de atenuação, dependendo das condições geológicas
e a relativa não disponibilidade de oxigênio dissolvido limita o potencial para oxidação
dos produtos químicos (CLEARLY & MILLER, 1984).
Conforme descrevem BARBOSA et al. (2003), cátions de modo geral, e
particularmente metais pesados, tendem a ficar retidos durante o seu avanço em solos
com alguma atividade físico-química, como as argilas, e o resultado é a diminuição
das concentrações na solução do solo, causando um efeito de “retardamento”
aparente no deslocamento da espécie. Ânions também podem ser adsorvidos, mas
para a maioria dos minerais e contaminantes a taxa de sorção aniônica é irrelevante.
No entanto, este mecanismo torna-se relevante nos solos tropicais, devido à presença
da caulinita e dos óxidos e hidróxidos de Fe, Al ou Mn.
Componentes químicos associados aos cemitérios (alguns metais pesados;
metais alcalinos – cálcio, sódio, magnésio, potássio; nutrientes - nitrogênio, fósforo;
cloretos; carbonatos e outros), todos os íons, positivos e negativos, podem sofrer
retardamento por sorção pela fração argila e pela matéria orgânica, porém a
magnitude deste efeito é variável, pois depende do íon, da concentração, da
composição e atividade do solo, e da velocidade do fluxo de água (condiciona o tempo
de contato entre os íons e as partículas). O Íon Cloreto (Cl-) é reconhecidamente a
espécie iônica mais conservativa, sendo por isso usado freqüentemente como
“traçador” químico do avanço da contaminação em várias situações (BARBOSA et al.,
2003).
O aumento de sais, em especial de concentração de cloreto, afeta a
competição de adsorção dos minerais do solo, também a formação de complexos
solúveis com alguns metais promove a sua mobilidade (LNEC, 2002).
No caso dos metais, segundo BARBOSA et al. (2003), além da sorção, que
depende da composição do solo, as condições de pH e oxi-redução (medida pelo
potencial Redox) do meio são determinantes da forma de ocorrência.
O pH do solo tem grande influência na retenção e mobilidade dos elementos
químicos. O aumento do valor do pH acarreta no incremento da tendência de formar
compostos hidrolisados, diminuindo o risco de migração de metais para zonas mais
56
afastadas. Também indiretamente, o aumento do pH provoca o aumento da
capacidade de troca catiônica – CTC do solo (LNEC, 2002).
O potencial redox é um outro parâmetro importante na retenção de metais no
solo. Ele reflete o ambiente redutor ou oxidante do solo. Se o redox do solo é baixo o
sistema funciona como redutor e se é alto verifica-se o oposto. Sendo assim, em
ambiente redutor a mobilidade dos metais é mais elevada. Nesse caso pode conduzir
em parte a dissolução de hidróxidos de Manganês e de óxidos de Ferro (minerais das
argilas) e os seus metais co-precipitados são libertados na solução do solo. A cor do
solo pode ser um bom indicador do caráter redutor do sistema. O vermelho ou o
castanho indicam condições de oxidação, as azuis a verdes e cinzentas indicam
condições anóxicas (LNEC, 2002).
O ambiente ácido (pH < 7) favorece as formas solúveis, como os cátions em
solução na água do solo, e o ambiente alcalino (pH > 8) favorece as formas insolúveis,
formando-se precipitados junto à matriz do solo. No caso de alcalinização do meio, ou
seja, o aumento do pH, a menos que o solo seja originalmente muito ácido, pode-se
esperar uma tendência à retenção dos metais (por sorção e por precipitação)
(BARBOSA et al., 2003).
3.1.4 Transporte, Retenção e Sobrevivência dos Contaminantes Microbiológicos
O transporte e retenção de microorganismos é um processo ainda mais
complexo, comparativamente ao das espécies químicas. No modelo teórico
apresentado em CORAPCIOGLU E HARIDAS (1984) para o transporte de vírus e
bactérias incluem-se mecanismos de advecção, dispersão, adsorção, tensões na zona
de contato dos poros, difusão por movimento browniano, quimiotaxia, precipitação,
interceptação, mortalidade e crescimento da bactéria. Estes mecanismos são
especialmente atribuídos às bactérias.
Dentre os mecanismos de transporte acima citados o mais importante é a
advecção (CALDWELL & PARR em MATOS, 2001).
No caso de vírus, devido ao tamanho reduzido e reações de superfície do solo,
o principal mecanismo de remoção é de adsorção, sendo considerados irrelevantes as
tensões na zona de contato, sedimentação e quimiotaxia (CORAPCIOGLU E
57
HARIDAS, 1984). Segundo estes autores, quatro principais fatores devem ser
considerados no processo de adsorção de vírus: a natureza físico-química do vírus
adsorvido e do solo; o pH da solução; as características de fluxo e o grau de
saturação.
CARLSON et al. em LANCE et al. (1980) reporta que o aumento de
concentração de Cálcio em suspensões de argila aumentou a adsorção de vírus pela
argila.
CHRYSIKOPOULOS (1996) apresenta em sua revisão conclusões de diversos
autores quanto ao transporte dos vírus em meios porosos. Este se distingue do
transporte de solutos devido às diferenças nos mecanismos de inativação e adsorção.
Considera-se a temperatura como fator mais importante na inativação de vírus na
subsuperfície. O tamanho dos vírus também é um parâmetro relevante em meios
porosos heterogêneos, onde os vírus podem mover-se mais rapidamente que os
traçadores conservativos.
Vírus e bactérias viajam com o fluxo da água, mas podem mover-se em direção
contrária em épocas de recarga ou por bombeamento. Em zonas não saturadas o
comprimento máximo de viagem parece ser de cerca de 3 m. A taxa de remoção de
vírus e bactérias com a distância é função das características do aqüífero
denominadas “filtrabilidade” (ROMERO, 1970).
MATOS (2004) conclui em sua pesquisa no cemitério de Vila Nova
Cachoeirinha que as bactérias são transportadas a alguns metros da fonte de
contaminação e os vírus, parecem ter mobilidade maior que as bactérias, movendo-se
a algumas dezenas de metros no aqüífero do cemitério, após terem ultrapassado uma
camada de 3,2 m de solo não saturado antes de alcançar o aqüífero.
3.1.5 Fatores Intervenientes na Sobrevivência durante o Transporte dos Microorganismos
Estudos quanto à sobrevivência de vírus e sua transmissão no meio ambiente
têm sido mais recentemente desenvolvidos. O solo e a zona não saturada são as mais
importantes linhas de defesa de poluição fecal dos aqüíferos. A maximização do
tempo de residência na zona não saturada tem sido proposta como fator chave que
afeta a remoção e eliminação de bactérias e vírus (PEDLEY, 1996).
58
Diversos autores citados em PEDLEY (1997) e REDDY (1981) concluem que a
sobrevivência dos vírus é prolongada a baixas temperaturas e solos úmidos. Solos
que possuem alta capacidade de adsorção de vírus podem favorecer a sobrevivência
destes microorganismos patogênicos. Dados relativos a diversos trabalhos
apresentados em REDDY (1981), indicam que a taxa de mortalidade
aproximadamente dobra a cada 10oC de aumento da temperatura. O autor relaciona
também a sobrevivência de patógenos (Salmonella, Escherichia Coli, Streptococos
fecais e outros) em meios com pH entre 6-7 e a mortalidade em ambientes ácidos.
Estudos de outros pesquisadores citados em PEDLEY (1996) avaliam a
influência de nutrientes sobre a sobrevivência dos microorganismos e fases latentes
das bactérias. Bactérias Gram-positiva do gênero Bacillus e Clostridium quando
expostas à deficiência de nutrientes ou condições ambientais adversas, produzem
estruturas subcelulares – esporos – como mecanismo de sobrevivência até que
encontrem condições mais favoráveis ao crescimento. As bactérias Gram-negativa
não possuem este tipo de mecanismo de sobrevivência sob estas circunstâncias,
entretanto, determinados tipos continuam a subdividir e aumentar o número de células.
A complexidade dos processos microbiológicos subterrâneos requer que muitos
estudos ainda sejam desenvolvidos para proteção e gerenciamento das águas
subterrâneas.
A contaminação fecal do solo e subseqüente entrada de patógenos na água
subterrânea é dependente da sobrevivência dos organismos durante o tempo de
residência no solo e provavelmente da lavagem efetuada pelo escoamento superficial
das águas de chuvas (REDDY,1981).
Nutrientes e compostos orgânicos são alimentos e podem ser degradados
pelos microorganismos que se proliferam inicialmente e reduzem a concentração de
poluentes no solo e na água subterrânea. Após a degradação, a redução do alimento
fará com que a população de microorganismos seja também reduzida. Este princípio é
utilizado em processos de biorremediação.
A AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (1999) resume esquematicamente na
Figura 3.3 os fatores que afetam a sobrevivência dos contaminantes microbiológicos
na subsuperfície do solo e avalia que o risco à saúde humana é grande se o tempo de
sobrevivência dos microorganismos patogênicos for maior do que o tempo de viagem,
59
caso contrário, i.é., o risco é mínimo se o tempo de sobrevivência for menor do que o
tempo de viagem.
Nesta figura observa-se que a sobrevivência é maior em ambiente com baixa
temperatura, alta umidade, alto conteúdo orgânico, pH neutro, quando da ausência de
predadores e com crescente capacidade de adsorção (retenção nas paredes dos
grãos do solo).
Sobrevivência Prolongada
Longa Baixa Alta Alto Neutro Ausente Crescente
Meia-vida Temperatura Umidade Conteúdo
Orgânico pH Predadores Adsorção
Curta Alta Baixa Baixa Alto/Baixo Presente Decrescente
Sobrevivência Reduzida
FIGURA 3.3: FATORES QUE AFETAM A SOBREVIVÊNCIA DOS MICROORGANISMOS NO SOLO FONTE: AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (1999)
3.2 INDICADORES AMBIENTAIS PARA MONITORAMENTO DE CONTAMINAÇÃO EM
CEMITÉRIOS
3.2.1 Indicadores Físico-Químicos
Com base na caracterização efetuada no Capítulo 2, na descrição dos fatores
que influenciam a migração dos contaminantes e nas conclusões de BARBOSA et al.
(2003), relacionam-se a seguir os principais componentes físico-químicos que podem
ser associados a cemitérios quando da análise das águas superficiais e subterrâneas:
60
aumento da dureza e do pH (alcalinização);
redução do potencial redox (Eh);
carbonatos e bicarbonatos (CO32-; HCO3
-) associados ao cátion Cálcio (Ca+2);
sais minerais, sobretudo cloretos;
formas dissolvidas do Nitrogênio: Nitrogênio Amoniacal (NH4) e Nitrato (NO3-);
fósforo (P);
sólidos totais dissolvidos;
eventualmente alguns metais relacionados aos materiais de acabamento (tintas
e vernizes, alças) das urnas funerárias, com destaque para o Titânio (Ti+4), o
Ferro (Fe+3) e o Zinco (Zn+2);
eventualmente solventes orgânicos não-voláteis relacionados aos materiais de
acabamento;
compostos orgânicos: por análise direta do CT e por determinação indireta
através da DBO, DQO e OD.
Estes componentes estão presentes nos indicadores propostos pelos dois
órgãos de controle ambiental brasileiros, conforme indicados na Tabela 3.1, à exceção
do Fósforo (P), Carbono Total (CT), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO),
Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Oxigênio Dissolvido (OD), e dos metais
Titânio (Ti+4) e Zinco (Zn+2)
Observa-se que dos metais listados o Zinco (Zn) e o Ferro (Fe) constituem
elementos essenciais a todos os tipos de organismos em baixas concentrações,
porém o Titânio (Ti) pertence a um grupo de micro-contaminantes ambientais.
O Ferro (Fe) por estar normalmente presente nas águas superficiais e
subterrâneas brasileiras é um parâmetro que deve ser sempre analisado. O Chumbo
(Pb), elemento micro-contaminante, foi retirado da composição das tintas e vernizes
por razões de controle ambiental e desta forma não está sendo considerado nos
parâmetros acima listados, podendo ser substituído pela análise do Titânio (Ti)
(BARBOSA et al., 2003).
61
TABELA 3.1: INDICADORES FÍSICO-QUÍMICOS EM MONITORAMENTO DE CEMITÉRIOS SEGUNDO ALGUNS ÓRGÃOS AMBIENTAIS (MODIFICADO DE BARBOSA, ET AL. (2003)
Agência Ambiental Britânica (2004)
Parâmetro CETESB/SP(1)
Norma Técnica
L1.040 (1999)
SEMA/PR (2)
Resolucao nº 19 (2004)
Risco Médio Alto Risco
Condutividade Elétrica Específica A NA A; Q A; M Sólidos Totais Dissolvidos A A NA NA Cor aparente A NA NA NA Dureza total A A NA NA pH A A A; Q A; M Temperatura NA NA A; Q A; M Oxigênio Dissolvido (OD) NA NA A; Q A; M Nitrogênio total (N) NA NA A; Q A; M Nitrogênio amoniacal (NH4) A A A; Q A; M Cloretos (Cl) A A A; Q A; M Nitrogênio nitrato (NO2) A A A; S A; Q NOT – Soma de NO2 e NO3 NA NA A; S A; Q Carbono Total (CT) NA NA A; S A; Q Demanda Química de Oxigênio (DQO)
NA NA A; S A; Q
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
NA NA A; S A; Q
Alcalinidade total NA NA A; S A; Q Fosfato total (PO4) A A NA NA Fósforo total (P) NA NA A; S A; Q Sulfatos (SO4) NA NA A; S A; Q Ferro total (Fe) A A A; S A; Q Cromo total (Cr) A NA A; S A; Q Metais alcalinos: Ca, Na, Mg, K NA Apenas
Ca e Mg A; S A; Q
Metais pesados: Cd, Cu, Mn, Ni, Pb, Zn
NA NA (exceto Chumbo
total)
A; S A; Q
Notas: A: Avaliado; NA: Não Avaliado; Periodicidade M: Mensal; T: Trimestral; Q: Quadrimestral; S: Semestral; Y:Anual; ND: Não definido (1) : Periodicidade trimestral. Caso ocorram indícios de contaminação devem-se analisar novamente os parâmetros de potabilidade segundo a Portaria Nº 518/2004
(2) : A periodicidade será Trimestral p/ Implantados até 1 ano; Semestral, entre 1 e 5 anos; Anual, acima de 5 anos
62
3.2.2 Indicadores Microbiológicos
Atualmente, somente os Estados do Paraná e de São Paulo definiram
parâmetros de monitoramento microbiológicos nos seus documentos legais relativos a
cemitérios, conforme apresenta a Tabela 3.2.
Na maioria dos estudos sobre o assunto no Brasil, os coliformes totais e fecais,
exigidos em ambos documentos, e também os estreptococos fecais são geralmente
avaliados. Estes últimos, segundo CLAUSEN (1977) podem sobreviver por maior
tempo em águas subterrâneas a baixas temperaturas (MARTINS et al., 1991).
Observa-se que esses indicadores são os mesmos já utilizados para verificação de
contaminação por esgotos.
As bactérias do grupo coliformes totais são aquelas que não causam doenças,
visto que habitam o intestino de animais mamíferos inclusive o homem. Elas são
consideradas os principais indicadores de contaminação fecal. Nesse grupo se
incluem, dentre outras, bactérias dos gêneros Escherichia e Enterobactéria. A
determinação da concentração dos coliformes é um indicador importante da
possibilidade da existência de microorganismos patogênicos, responsáveis pela
transmissão de doenças de veiculação hídrica.
Os demais indicadores exigidos, bactérias heterotróficas e mesófilas, e
salmonelas são parâmetros pouco pesquisados nos cemitérios brasileiros.
As bactérias heterotróficas não são patogênicas mas servem como indicador
da presença de matéria orgânica da qual se alimentam através da decomposição de
organismos mortos. Em número elevado podem representar risco à saúde humana.
Seu metabolismo pode ser anaeróbio ou aeróbio na decomposição de carboidratos,
proteínas, ácidos orgânicos e álcoois, produzindo sobretudo NO3- (Nitrato) e SO4
-
(Sulfato) (LECT, 2006).
O isolamento da bactéria Escherichia coli na água é o teste considerado mais
representativo, por ser factível, pelos aspectos da praticidade e financeiramente viável,
para se avaliar a qualidade da água (BARBOSA et al., 2003). Entretanto, segundo a
Agência Ambiental Britânica, testes para detecção desta bactéria apresentam valores
63
extrapolados como indicadores de patógenos na água subterrânea, necessitando
novos protocolos.
A Salmonella, conforme apresentado na seção 3.1.4, é um agente patogênico
que pode causar doenças gastrointestinais e febre tifóide, com grande resistência e
capacidade de sobreviver por dezenas de dias no solo e na água subterrânea e que
pode ser transportada por longas distâncias.
A AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) adota como estratégia o uso
apenas de parâmetros químicos no monitoramento, e se for detectado indício de
contaminação química, então é recomendada a amostragem quadrimestral da água
para análise de indicadores microbiológicos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, os microorganismos mais
importantes presentes na decomposição que poderiam ser liberados para o ambiente
através do produto de coliquação seriam o Clostridium sp. (fazem parte do grupo de
bactérias heterotróficas), Streptococcus sp. e enterobactérias.
Por fim, por estarem relacionadas à decomposição da matéria orgânica por
degradação de proteínas e de gorduras, podem-se citar ainda como indicadores as
bactérias proteolíticas e lipolíticas, respectivamente.
No que concerne ao vírus, nenhum documento legal traz a exigência de seu
monitoramento em água subterrânea. A análise em amostras ambientais são
dificultadas devido ao tamanho microscopicamente reduzido (em nanômetros), não
havendo ainda um método padronizado para sua detecção.
Vírus do grupo colífagos parasitam em bactérias do grupo coliforme, e podem
servir como indicadores indiretos da presença de microorganismos patogênicos,
segundo MARTINS et al. (1991).
O bacteriófago (vírus cujos hospedeiros são bactérias) T4 foi o traçador
biológico escolhido por MATOS (2001) para simular o transporte de vírus humanos na
água subterrânea, por não serem naturalmente encontrados neste meio, não
patogênicos ao homem, estáveis, semelhantes aos vírus e fáceis de serem
detectados, como recomendam alguns autores apresentados em sua revisão.
64
TABELA 3.2: INDICADORES MICROBIOLÓGICOS ESTABELECIDOS EM NORMAS AMBIENTAIS BRASILEIRAS PARA CEMITÉRIOS
Parâmetro CETESB/SP
Norma Técnica
L1.040 (1999)
SEMA/PR Resolucao nº
19 (2004)
Coliformes Totais A (1) A Coliformes Fecais A A Bactérias Heterotróficas A A Bactérias Mesófilas NA A Salmonella sp. NA A Escherichia Coli A (2) NA Notas: A: Avaliado; NA: Não Avaliado (1) padrão de Potabilidade segundo Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde:
Ausência de coliformes totais em 100 ml da amostra (2) Será avaliado caso os indicadores físico-químicos e biológicos preliminares derem indícios de contaminação
3.3 REVISÃO DOS PARÂMETROS INVESTIGADOS EM LIXIVIADOS DE ATERROS
SANITÁRIOS, EM ESGOTOS SANITÁRIOS E EM CEMITÉRIOS
Considerando-se o volume e o grau de concentração contaminante orgânico
liberado no produto da coliquação, alguns autores admitem que os cemitérios são uma
espécie de aterro sanitário. Sob este aspecto, a carga orgânica lançada de esgotos in
natura pode se aproximar ainda mais da composição química e microbiológica liberada
no solo dos cemitérios.
3.3.1 Composição do Lixiviado de Aterros Sanitários
Os aterros sanitários recebem resíduos sólidos urbanos (RSU) constituídos de
materiais de composição complexa e heterogênea, que é função do tipo de lixo
recebido (industrial, doméstico etc) e dos hábitos sociais e culturais da população
geradora. Estas características, associadas a diversos outros fatores, tais como as
condições ambientais locais, tempo de disposição e forma de operação do aterro vão
determinar a composição físico-química do lixiviado gerado (chorume).
O chorume é um líquido escuro resultante da umidade natural do lixo, que
aumenta no período chuvoso; da água de constituição da matéria orgânica, que é
liberada durante o processo de decomposição, e das bactérias existentes no lixo, que
expelem enzimas, as quais dissolvem a matéria orgânica com formação de líquido.
65
Segundo a Norma Técnica NBR 8419 (ABNT, 1984), aterro sanitário não deve
ser construído em áreas sujeitas à inundação, deve estar na zona não saturada do
solo e sua base numa profundidade mínima de 1,5 m acima do nível do lençol freático.
O chorume de aterros novos, quando recebe boa quantidade de águas pluviais
é caracterizado por pH ácido, alta Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5), alto valor
de Demanda Química de Oxigênio (DQO) e diversos compostos potencialmente
tóxicos. Com o passar dos anos há uma redução significativa da biodegradabilidade
devido à conversão em gás metano e CO2, de parte dos componentes biodegradáveis
(SERAFIM et al., 2003).
Segundo a AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) os processos de
degradação dos corpos enterrados são mais rápidos e completos, comparativamente
aos dos RSU, tendo em vista que estes últimos apresentam baixo conteúdo de água
(34%) e deficiência de fósforo (razão C:N:P de 2000:20:1).
A Tabela 3.3 apresenta a composição físico-química de alguns aterros
investigados, demonstrando a grande variabilidade dos resultados encontrados.
Os principais parâmetros físico-químicos analisados em mais de 50% destes
estudos foram: pH, DBO, DQO, Nitrogênio Orgânico, Nitrogênio Amoniacal (NH4),
Fósforo Total (P), Ferro (Fe), Manganês (Mn), além de alguns outros metais como
Arsênico (As), Cromo (Cr), Cobre (Cu), Chumbo (Pb) e Mercúrio (Hg). Somente dois
estudos enfocaram a presença de bactérias (coliformes totais e streptococos fecais), e
apenas um estudo analisou os grupos clostridio, pseudomonas e staphylococos.
66
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68
3.3.2 Composição do Esgoto
De acordo com JORDÃO E PESSOA (1995) o esgoto sanitário é composto de
99% de água e o restante é constituído de materiais sólidos e microorganismos. Esta
fração reduzida, responsável pelo problema de poluição das águas, compreende cerca
de 70% de origem orgânica (aproximadamente, 40% a 60% de Proteínas, 25% a 50%
de Carboidratos e 10% de Gorduras, além de uréia, surfatantes – formam espumas,
fenóis e pesticidas de origem industrial) e 30% de inorgânicos (sais minerais, metais e
areia).
A quantidade de matéria orgânica é medida através da determinação da
Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO, cujo valor quanto maior indica maior grau
de poluição orgânica. De acordo com os autores citados, em esgotos domésticos o
valor varia de 100 mg/L a 300 mg/L e a faixa ideal de uma água tratada é entre 20
mg/L a 30 mg/L.
Nitrogênio (N) e fósforo (P) são nutrientes os quais limitam a capacidade de
crescimento biológico em estuários e lagos, respectivamente. Contudo, o
desenvolvimento de organismos requer diversas quantidades de outros elementos tais
como carbono, oxigênio, hidrogênio, enxofre e traços de vários outros.
Ainda segundo os autores, as formas predominantes do Nitrogênio no esgoto
bruto são: nitrogênio orgânico (determinado pelo método Kjeldahl), Amônia (NH3), na
forma livre e Nitrogênio Amoniacal (NH4), na forma ionizada. O Nitrogênio Total
compreende o Nitrogênio bruto mais o amoniacal e nos esgotos varia entre 20 mg/L a
85 mg/L. O Fósforo Total nos esgotos varia de 5 mg/L a 20 mg/L.
Dentre os microorganismos, predominam as bactérias que por consumirem o
oxigênio, são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica complexa em
compostos orgânicos mais simples e estáveis. Um tipo de bactéria comum nos
esgotos são as do grupo coliforme, presentes no intestino humano e animal. Uma
pessoa expele de 100 a 400 bilhões de coliformes por dia. Embora não patogênicas,
sua presença em corpos d’água é indicativo de contaminação por fezes humanas e
sugere a existência de microorganismos patogênicos (expelido nas fezes de pessoas
doentes).
69
Os indicadores de contaminação fecal em esgotos comumente utilizados são
os coliformes totais, coliformes fecais e estreptococos fecais.
3.3.3 Composição de Lixiviados Liberados pela Decomposição do Corpo Humano Enterrado
Segundo a AGÊNCIA AMBIENTAL BRITÂNICA (2004) nos processos de
degradação dos corpos enterrados são liberados 65% a 75% de água e a razão C:N:P
é da ordem de 30:3:1. Estas características possibilitam que cerca de 75% da matéria
orgânica seja rápida ou moderadamente degradada, 20% lentamente e 5% não é
degradado (materiais inertes).
A Tabela 3.4 apresenta os resultados dos parâmetros analisados em alguns
cemitérios investigados no Brasil.
Dos cinco cemitérios cujas investigações focaram análises físico-químicas os
principais parâmetros investigados foram: pH, Sódio (Na), Potássio (K), Cálcio (Ca),
Magnésio (Mg) e Ferro (Fe). Fósforo total (P) e Manganês (Mn) foram analisados em
apenas dois deles. Com relação às bactérias foram investigadas as proteolíticas,
heterotróficas, lipolíticas, coliformes totais e fecais, estreptococos fecais e clostridios.
Os resultados apresentados na tabela não são suficientes para uma análise
mais precisa; no entanto, pode-se observar que, em geral, em relação aos parâmetros
físico-químicos há um aumento de pH, de íons cloretos e de condutividade elétrica
específica, e baixas concentrações de metais (comparativamente aos padrões
estabelecidos nas normas). Já em relação aos microorganismos verifica-se sua
presença em praticamente todos os estudos. No entanto, a carga contaminante
decorrente das atividades dos cemitérios deve ser analisada caso a caso, em função
de interferências de agentes externos contaminantes (p.ex, animais, efluentes de
esgotos, etc). Além disso, considerando as variações da composição físico-química e
bacteriológica da água subterrânea de um local para outro, torna-se necessário que
todos os estudos tomem como base o background do aqüífero.
70
TABELA 3.4: ANÁLISES DO SOLO E ÁGUA SUBTERRÂNEA NO INTERIOR DE CEMITÉRIOS (VALORES MÍNIMOS- MÁXIMOS)
Solo Água subterrânea
Parâmetro S.P.
Vila Nova Cachoeirinha
(1)
S.P. Areia
Branca (2)
S.P. Vila
Formosa
(2)
PA (3)
BH (4)
CE (5)
.pH 5,1-6,0 4,47-6,85 - 4,21 -6,82 5,0-5,7 6,1-6,8 6,6-7,2
Eh (mV) - -225-350 - - - - -
Condutividade elétrica ( S/cm) - 42,4-666 - 115-1040 - 177-895 280-1160
Sólidos totais - - - 103-305 - 77,20 157-744 Dureza Total - - - - - 42,40-596 132,08-195,58 Matéria orgânica (mg/L)
0,5% a 4,2% - - - - - -
Capacidade de Troca Catiônica (CTC: mmolc/kg)
10,2-109 - - - - - -
Macrocomponentes inorgânicos (mg/Kg no solo e mg/L na água)
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Cálcio 1-35 0,42-34,4 - - - 7,52-219 25,1-45,9
Cloretos (Cl-) - 1,93-12,33 - 1,87-27,75 - <5 - 14 30,19 – 105,61
Cobalto - - - - - < 0,01 - 0,2 -
Cobre - 0,01-0,06 - - - 0,8 - 2 -
Ferro - 1,07-81,3 - - 0,1 0,3 - 84 0,15-0,23
Fósforo total 1-14 - - - 0,06-4,86 - -
Magnésio 1-8 1-7,7 - 1,04-65,51 - 0,2 - 11,9 23,8-33,5
Manganês - 0,11-4,24 - - - 0,02 - 0,48 -
Níquel - < LD- 0,02 - - - 0,025 - < 0,05 -
Nitrato (NO3-) - 0,03-21,62 - - - - 0 - >30
Nitrito (NO2-) - 0,4 - - - <0,05 - 11 0,01 – 0,05
Potássio 0,2-2,0 1,7-6,9 - 1,20-18,50 - 0,5-15,4 0,3-1,4
Sódio - 3,9-27,5 - - - 0,6-27,7 0,5-2,3
Titânio - - - - - < 0,01 -
Zinco - 0,08-1,54 - - - 0,06 – 1,17 -
Microorganismos
Bactérias Proteolíticas (NMP/100mL)
- 2 - 16000 23-1600 2-1600 - - 3,2x10 – 6,5x109
Bactérias Heterotróficas (ufc/ml)
- 120 - 40x105 - - <70x103 - 3,2x102 –
6,5x107
Bactérias lipolíticas (ufc/ml)
- - 80 - 12x105 75 - 1500 - - 3,2x10 – 6,5x107
Coliformes totais (NMP/100mL)
- 2-1600 2-1600 2-1600 15-43 0-3300 >200
71
Solo Água subterrânea
Parâmetro S.P.
Vila Nova Cachoeirinha
(1)
S.P. Areia
Branca (2)
S.P. Vila
Formosa
(2)
PA (3)
BH (4)
CE (5)
Coliformes fecais (NMP/100mL)
- 2-1600 2-1600 2-300 3-10 ufc/ml 0-15 >200 em 41,66%
das amostras
Estreptococos fecais (NMP/100mL)
- - 2-1600 2-1600 - 0-30 -
Clostrídios (NMP/100mL)
- 2-1600 2-1600 2-240 - - 3x10 – 6,5x109
Notas: “-“ Não avaliado ou não informado; <LD: Menor que o Limite de Detecção NMP: Número Mais Provável. UFC: Unidade Formadora de Colônia.
Fontes: (1) MATOS (2001) (2) Parâmetros Físico-químicos: MIGLIORINI (1994); Microorganismos: PACHECO et al. (1991) (3) BELLO et. al (2002) (4) COSTA (2002) (5) PEQUENO MARINHO (1998)
3.4 SÍNTESE DO CAPÍTULO
Considerando os potenciais impactos no solo e na água subterrânea
associados aos cemitérios, conforme apresentados no Capítulo 2, procurou-se neste
capítulo caracterizar estes meios e como interagem com os possíveis contaminantes
liberados destas instalações. Apresenta ainda os principais indicadores físico-químicos
e microbiológicos propostos pelos órgãos ambientais e traz uma revisão dos
parâmetros investigados em lixiviados de aterros sanitários, esgotos sanitários e em
cemitérios.
Dada a sua constituição, o solo age como um filtro natural na remoção de
contaminantes indesejados, seja pela ação de decomposição pelos microorganismos,
seja pelas interações físico-químicas que se processam entre os elementos.
Entretanto, deve-se observar que, dependendo de suas características químicas e
mineralógicas, ele pode contribuir para a contaminação. Como exemplo podem-se
citar áreas ricas em ferro, enxofre ou outros elementos que possam estar presentes na
solução do solo e possam migrar para a água subterrânea tornando-a imprópria para
consumo humano. É, portanto, fundamental em qualquer estudo de contaminação de
solo e água subterrânea que se conheça o background ou seja, a qualidade original da
área.
72
O grau de contaminação do solo e a capacidade de transporte e infiltração vão
depender de diversos fatores que estão relacionados, entre outros, à composição dos
agentes contaminantes, às características físicas do solo tais como, granulometria,
estrutura, grau de saturação etc, e às interações físico-químicas entre os seus
constituintes e estes agentes.
Os principais processos de atenuação e eliminação dos contaminantes
ocorrem na zona não saturada do solo, onde o fluxo é normalmente lento, vertical e
para baixo.
A instalação de cemitérios sobre solos muito finos (argilosos), por um lado é
vantajosa pois são pouco permeáveis, dificultam a passagem de contaminantes em
direção à água subterrânea e permitem que ocorram interações físico-químicas
durante o transporte do contaminante. Por outro lado, se prevalecerem condições
anaeróbias o processo de degradação da matéria orgânica será dificultado, retardando
assim a decomposição do corpo. Solos mais granulares e porosos devem ser
evitados, a menos que possuam uma camada de solo não saturada suficientemente
espessa para que possa reter o contaminante e ele não atinja o aqüífero. Restrições
também são feitas em áreas sobre rochas calcárias, onde ocorrem intensos processos
de dissolução química que resultam na formação de dutos naturais, aumentando a
capacidade de infiltração dos contaminantes em direção à zona saturada do solo.
Se, contudo, a capacidade de atenuação e eliminação do solo não for
suficiente para evitar que o contaminante atinja o aqüífero, elementos químicos e
microbiológicos poderão viajar por longas distâncias levados pelo fluxo da água
subterrânea, podendo chegar ao homem através da captação de água subterrânea
para consumo humano, podendo resultar em doenças de veiculação hídrica.
A vulnerabilidade à contaminação destes aqüíferos é tanto maior quanto mais
rasos forem. Desta forma, em cemitérios sobre aqüíferos rasos é recomendável que
haja tanto um sistema de drenagem de águas pluviais como de subsuperfície, de
forma a restringir a infiltração do líquido coliquativo para o lençol freático,
redirecionando os fluxos para rede apropriada de coleta.
A presença de vírus e bactérias no solo e na água subterrânea é um dos
aspectos de maior importância no contexto de contaminação em áreas de cemitérios.
Conforme descrito no Capítulo 2, o vírus possui tamanho dezenas de vezes inferior ao
73
das bactérias (medido em dezenas de nanômetros), principal motivo da dificuldade de
sua análise em amostras ambientais, não havendo ainda um método padronizado para
sua detecção. Além disso, deve-se ressaltar que a sobrevivência do vírus pode ser
afetada durante o processo de coleta e análise em laboratório, em função da variação
das condições ambientais quando eles são retirados do meio em que vivem.
De acordo com a Agência Ambiental Britânica, a sobrevivência dos
microorganismos no solo é prolongada sob condições de baixa temperatura, alto
conteúdo orgânico, pH neutro, sem a presença de microorganismos predadores e em
crescente processo de adsorção (retenção nas paredes dos grãos do solo).
No que concerne aos componentes microbiológicos na água subterrânea,
ressalta-se a necessidade de se conhecer o background do aqüífero, através de
monitoramentos, para assim poder estabelecer base de medidas e de comparações
da presença e atividade de microorganismos nativos e patogênicos, conforme
recomenda estudo publicado pela Agência Ambiental Britânica.
Considerando a tendência dos microorganismos a se multiplicar quando
encontram condições ambientais propícias, é fundamental que as áreas onde os
cemitérios estejam instalados e todo o seu entorno sejam providos de sistemas de
esgotamentos sanitários, pois o esgoto lhes oferece um forte nutriente. Neste sentido,
em análises ambientais de cemitérios, a identificação da direção do fluxo de água
subterrâneo e as condições sanitárias locais e do entorno são aspectos fundamentais
a serem considerados, para que se possa determinar corretamente a fonte de
contaminação porventura encontrada nos resultados analisados.
Com base nas caracterizações efetuadas no estudo, foram relacionados os
principais componentes físico-químicos que podem ser associados a cemitérios e
comparados aos parâmetros propostos como indicadores de monitoramentos nestes
locais. Nesta comparação verificou-se que a maioria dos parâmetros físico-químicos
levantados no estudo consta como indicadores propostos pelos órgãos ambientais
brasileiros que legislaram sobre o assunto.
O estudo relaciona: aumento da dureza e do pH (alcalinização); redução do
potencial redox (Eh); Carbonatos e Bicarbonatos (CO32-; HCO3
-) associados ao cátion
Cálcio (Ca+2); sais minerais, sobretudo cloretos; formas dissolvidas do Nitrogênio:
Nitrogênio Amoniacal (NH4) e Nitrato (NO3-); Fósforo (P); Sólidos Totais Dissolvidos;
74
eventualmente alguns metais relacionados aos materiais de acabamento (tintas e
vernizes, alças) das urnas funerárias, com destaque para o Titânio (Ti+4), o Ferro
(Fe+3) e o Zinco (Zn+2); eventualmente solventes orgânicos não-voláteis relacionados
aos materiais de acabamento; compostos orgânicos, por análise direta do CT e por
determinação indireta através da DBO, DQO e OD. Desses, excetuam-se nos
indicadores propostos pelos órgãos de fiscalização e controle ambientais os seguintes
componentes: Fósforo (P), Carbono Total (CT), Demanda Bioquímica de Oxigênio
(DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Oxigênio Dissolvido (OD), e dos
metais Titânio (Ti+4) e Zinco (Zn+2).
Como indicadores microbiológicos da qualidade da água, os coliformes totais e
fecais são tradicionalmente recomendados nas legislações ambientais. Os demais
indicadores exigidos, bactérias heterotróficas (decompositoras de matéria orgânica) e
mesófilas, e salmonelas são parâmetros pouco pesquisados nos cemitérios brasileiros.
O isolamento da bactéria Escherichia coli na água é o teste considerado mais
representativo, por ser factível, pelos aspectos da praticidade e financeiramente viável,
para se avaliar a qualidade da água.
Os microorganismos mais importantes presentes na decomposição que
poderiam ser liberados para o ambiente através do produto de coliquação seriam o
Clostridium sp. (é uma bactéria heterotrófica), Streptococcus sp. e enterobactérias.
Citam-se ainda como indicadores as bactérias proteolíticas e lipolíticas, relacionadas,
respectivamente, à decomposição da matéria orgânica por degradação de proteínas e
de gorduras.
Conclui-se por fim, considerando as revisões apresentadas nos Capítulos 1 e 2, que os cemitérios horizontais constituem atividades potencialmente impactantes
devido à liberação de contaminantes químicos e microbiológicos no solo e na água
subterrânea, cujas alterações ambientais em última análise afetam a saúde humana,
sendo portanto uma questão de saúde pública.
75
4. CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS ESTUDADAS
4.1 INTRODUÇÃO
Este Capítulo descreve as características dos 15 cemitérios municipais
tradicionais, cujas áreas estão inseridas, respectivamente, em 15 municípios da
Região Hidrográfica da Baía de Guanabara (RHBG), quais sejam: Belford Roxo,
Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Mesquita,
Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João do
Meriti e Tanguá.
Estes cemitérios foram escolhidos para a presente dissertação, pois os dados
necessários seriam obtidos do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Região
Hidrográfica da Baía de Guanabara – PDRH-BG, elaborado pelo Consórcio Ecologus-
Agrar, que se encontrava em curso no início deste trabalho. Ressalta-se, portanto, que
os critérios de seleção destas áreas foram estabelecidos naquele Plano. Tais critérios
levaram em consideração sua proximidade de mananciais importantes de superfície e
subterrâneos, de áreas de recarga de aqüíferos e de áreas de grande vulnerabilidade,
onde o uso de poços caseiros escavados tivesse predominância.
Para caracterização destas áreas no contexto regional foi utilizado o
diagnóstico do meio físico relativo à climatologia, geologia, geomorfologia, recursos
hídricos superficiais e subterrâneos, além dos respectivos mapas temáticos
produzidos para o PDRH-BG.
As características do solo foram determinadas em função dos resultados das
sondagens geológicas. Não foi analisada a classe pedológica do solo, por não estar
representada esta classificação no Mapa de Solos do PDRH-BG (2005b) para todas
as áreas, já que a maioria dos cemitérios encontra-se em área urbana. No entanto,
esta classificação deverá ser considerada em análises futuras, dada sua importância
no processo de interação e transporte solo-contaminante.
Além destes dados, foram ainda utilizados do referido Plano os resultados das
campanhas de investigações geofísicas e geológicas, bem como os laudos das
análises físico-químicas, bacteriológicas e toxicológicas da água subterrânea coletada
nos poços de monitoramento instalados nos 15 cemitérios municipais.
76
Os trabalhos de reconhecimento de campo, para verificação e definição dos
pontos para execução da geofísica, para instalação dos poços e para coleta de
amostras, bem como parte de sua execução, foram acompanhados pela equipe de
fiscalização do Departamento de Recursos Minerais - DRM e pela empresa Ecologus,
responsável pela sua execução.
Ressalte-se, contudo, que os dados obtidos do PDRH-BG, foram trabalhados
nesta dissertação para que se pudessem obter informações precisas em nível local.
Neste intuito, incluiu-se na convenção cartográfica de cada mapa temático, elaborado
no Plano, a localização georreferenciada dos cemitérios estudados, conforme pode ser
visualizado nas Figuras 4.1a – Mapa Geológico; 4.2 – Mapa Geomorfológico e 4.3 – Aqüíferos (Fonte, PDRH-BG, 2005b). Desta forma, foi possível identificar,
inicialmente a partir dessa escala, as possíveis características locais.
Posteriormente, com apoio técnico do DRM, estas características foram
analisadas separadamente, integrando-as aos resultados das sondagens geofísicas e
geológicas (Capítulo 6). Para análise da geologia, utilizou-se ainda outra base
cartográfica , conforme apresentado na Figura 4.1b – Mapa Geológico Simplificado da Baía de Guanabara – Rio de Janeiro (Fonte: DRM, 1980). Esse mapa, em escala
1:50.000, foi preparado pelo referido Órgão de forma simplificada especialmente para
atender ao presente estudo.
Criou-se ainda para esta dissertação um formulário padrão, cujo modelo é
apresentado no Anexo 2, para registro das informações coletadas junto às
administrações dos cemitérios, visando o detalhamento dos aspectos construtivos e de
operação, e aqueles relativos à infra-estrutura de drenagem, saneamento básico,
abastecimento d’água, segurança e saúde, além de outras características locais e do
entorno que foram observadas durante os trabalhos de campo.
Sendo assim, utiliza-se o diagnóstico do meio físico do PDRH-BG (2005b),
para elaborar o diagnóstico de cada área em nível local, complementando-o com
informações levantadas especificamente para esta pesquisa de Mestrado. Com base
neste diagnóstico, cada área foi analisada de forma integrada com os resultados
obtidos das campanhas de sondagens no solo e com os laudos das análises físico-
químicas de água subterrânea, coletada dos poços de monitoramento instalados em
cada cemitério. Desta forma, levando-se em consideração todos os aspectos
levantados no diagnóstico local, foi possível avaliar criteriosamente o potencial de
contaminação do ambiente decorrente destas instalações.
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4.2 DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO – BASEADO EM DADOS SECUNDÁRIOS
4.2.1 Climatologia da RHBG (PDRH-BG, 2005b)
Localizada no Centro-Sul do Estado do Rio de Janeiro, a RHBG possui um
microclima típico de região litorânea tropical, influenciada por fatores como latitude e
longitude, proximidade do mar, topografia, natureza da cobertura vegetal e, sobretudo,
as ações das circulações atmosféricas de larga e meso escalas, como frentes frias e
brisas marítimas. A região é delimitada ao norte pela Serra do Mar, que se estende na
direção Sudoeste-Nordeste, com altitudes médias de 900 m, e por Maciços Costeiros
nas suas porções Leste e Oeste.
As temperaturas do ar na região da Baía de Guanabara podem ser
caracterizadas como estando na faixa média de 20-28 ºC no verão, de 18-26 ºC no
outono, 15-21ºC no inverno e de 28-24 ºC na primavera, tendo uma média anual em
torno de 22 ºC.
A umidade relativa do ar na Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara
apresenta variações intermensais que podem atingir até 8%. Por estar muito próxima à
linha-de-costa, recebe normalmente maior contribuição de umidade do ar de origem
marinha face às circulações atmosféricas predominantes daquele setor.
Verifica-se a predominância de chuvas nos meses de primavera e verão
(setembro a março) caracterizados como os mais chuvosos, e os de outono e inverno
(maio a setembro) como os mais secos. Os índices pluviométricos médios anuais na
região variam de 1200 a 2000mm.
Na RHBG, os valores de evaporação mensal ao longo do ano são sempre
superiores a 80 mm e apresentam uma marcante sazonalidade com máximos em
dezembro e janeiro e mínimos entre abril e junho.
Na porção norte da RHBG, nos trechos elevados da Serra do Mar, há
predomínio de ventos de Nordeste, associados ao ramo de circulação Oeste do
anticiclone subtropical do Atlântico Sul, com velocidades expressivas. Na região de
baixada, principalmente nos setores mais interiorizados, ao Norte, há um acentuado
predomínio de calmarias.
82
Características Climatológicas Locais
Temperatura, umidade relativa do ar e evaporação são características
regionais aplicáveis ao nível local.
De acordo com o Mapa PR7-4 da rede de isoietas, apresentado no PDRH-BG
(2005b), os índices pluviométricos médios anuais são maiores na porção norte (Serra
do Mar) e menores nas áreas mais ao sul. Com base neste mapa foi possível
identificar nas áreas dos cemitérios estudados os seguintes índices médios: 2100 mm
em Duque de Caxias, localidade de Xerém; 2500 mm em Guapimirim; 1700 mm em
Cachoeiras de Macacu, localidade de Japuíba; 1500 mm em Magé na localidade de
Mauá e Rio Bonito; 1300 mm em Tanguá; 1200 mm em Belford Roxo, Mesquita,
Nilópolis, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro, São João de Meriti e Itaboraí; e 1100 mm em
São Gonçalo e Niterói.
A predominância de ventos mais fortes é registrada no município de Duque de
Caxias, para a localidade de Xerém, em Guapimirim e em Cachoeiras de Macacu, e
menor intensidade nos demais municípios. As áreas de calmaria abrangem os
municípios da Baixada Fluminense - Nova Iguaçu, Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis e
São João de Meriti, além de São Gonçalo e Niterói. Ventos mais fracos também são
registrados em Tanguá, Itaboraí e Rio Bonito.
4.2.2 Geologia das Áreas Estudadas
Conforme anteriormente explicado, a geologia das áreas onde se inserem os
cemitérios foi determinada inicialmente a partir da localização de suas coordenadas no
Mapa Geológico (Ver Figura 4.1a, fonte: PDRH-BG, 2005b). Posteriormente, para
obter características mais detalhadas dos locais, com apoio do DRM, essas
coordenadas foram plotadas sobre outra base cartográfica (Ver Figura 4.1b, fonte:
DRM, 1980), construída em escala 1:50.000 e preparada de forma simplificada para
este trabalho.
Com base neste mapeamento foram identificadas as nove unidades geológicas
presentes nestes locais, cujas descrições detalhadas fornecidas por aquele Órgão são
reproduzidas a seguir:
83
1) Unidade Santo Eduardo - Cemitério de Cachoeiras de Macacu:
Milonito gnaisse e blastomilonito predominantes, geralmente bandeados,
porficlásticos e porfiroblásticos, portando intercalações de variada litologia além de
intercalações de anfibólio - (biotita) gnaisse migmatizado interestratificado com
quartzo xisto. Já nas folhas Anta e Duas Barras, apresentam-se como xisto
gnaissóide transicionando a biotita gnaisse (predominante), porfiroclástico a
porfiroblástico com faixa discreta a francamente migmatizada. Porta intercalações
de quartzito e de rocha calciossilicática. Folha Maricá: migmatitos heterogêneos
constituídos de (granada) -biotita- microclina- plagioclásio gnaisse com estruturas
estromáticas e "schlieren", associados a quartzitos. Contatos transicionais com a
Unidade Cassorotiba. Folha Renascença: migmatitos estromáticos bem
diferenciados, com paleossoma constituído de (hornblenda) - biotita - plagioclásio
gnaisses bandados, de granulação fina a média e leucossoma de gnaisses quartzo-
feldspáticos. Domínios porfiroblásticos restritos. Folha Teresópolis: biotita gnaisse
porfiroclástico, tem intercalações de quartzitos interestratificado com quartzo xisto.
2) Unidade Tinguí – Cemitério de Rio Bonito:
Migmatitos homogêneos e heterogêneos, diatexíticos, constituídos de (granada) -
(hornblenda) - biotita - microclina - plagioclásio gnaisses, apresentando estruturas
"schlieren", nebulítica e "schollen". Invadido por metabasitos (hornblenda - biotita -
plagioclásio gnaisses), material granítico e pegmatítico. Conjunto estromatizado.
Contatos transicionais com as Unidades Maricá e Palmital.
3) Sedimentos Fluviais – Cemitérios de Tanguá , Guapimirim e Nilópolis:
Depósitos de planície de inundação, canais fluviais, leques aluviais e tálus. Como
parte destes sedimentos destacam-se a Formação Macacu e a Formação
Caceribu.
4) Formação Macacu – Cemitério de Itaboraí:
Camada e lentes irregulares de areia arcoseanas, material areno-argiloso, argilo-
arenoso de coloração variegada. São pouco consolidados e afossilíferos. Ocorre
nas Folhas Itaboraí (DRM-RJ,1981), Petrópolis (DRM-RJ,1979) e Cava (DRM-
RJ,1981)
84
5) Unidade Cassorotiba – Cemitérios de São Gonçalo e Niterói:
Compreende (granada) - biotita - plagioclásio - k-feldspato gnaisses homogêneos,
dominantemente porfiroblásticos, com estruturas nebulítica e subordinadamente
"schlieren". Matriz quartzodiorítica a granodiorítica, de granulação média a fina, com
porfiroblastos grosseiros de k-feldspato, em geral microclina. Foliação de incipiente
a bem desenvolvida. Presença local de porções migmáticas heterogêneas da
Unidade Santo Eduardo, não mapeáveis à escala. Contatos transicionais para as
Unidades Santo Eduardo, São Fidélis e Gnaisse Facoidal.
6) Formação Caceribu – Cemitério de Magé:
Areias feldspáticas grosseiras, estratificadas, selecionadas, arenitos grosseiros com
matriz caulinítica, conglomerados ortoquartzíticos e blocos e seixos de petrografia
variegada.
Unidade Serra dos Órgãos - plutonito foliado, primorogênico, de composição
granítica a granodiorítica, médio a grosseiro com biotita-anfibólio (granada). Zona
com marcante estrutura cataclástica e feldspatização irregular a incipiente é
assinalada; presença restrita de enclaves xenolíticos migmáticos e diques máficos
anfibolitizados.
7) Unidade Rio Negro – Cemitérios de Nova Iguaçu, Belford Roxo e Rio de Janeiro:
Migmatitos variegados com paleossoma de biotita gnaisse, anfibólio gnaisse e
leptinito e neossoma de rocha granitóide fina a média com moscovita,
esporadicamente pegmatóide. Estrutura estromática dominante com domínios
homogêneos leuco a mesocrático não mapeáveis a escala, com estrutura
nebulítica Schollen.
8) Unidade Catalunha – Cemitério de Mesquita:
Migmatitos metatexíticos heterogêneos, caracteristicamente com silimanita e
granada - sill - granada - biotita - (cordierita) - (K-feldspato) - plagioclásio - quartzo
gnaisses (gnaisses kinzigíticos), coloração cinza arroxeada a amarelada, bem
foliados, ou mesmo laminados, granulação fina a média, equigranulares a
porfiroblásticos. Estrutura migmática tipicamente estromática, com faixas
85
leucossomáticas leptiníticas, presença de lentes de rocha calcissilicatada. Também
estruturas miloníticas a blastomiloníticas. Incluem corpos de mármore dolomítico
(diopsídio mármore, forsterita mármore etc), geralmente sob a forma de lentes
alongadas. Contato transicional para migmatitos da Unidade São Fidélis.
9) Unidade Serra dos Órgãos – Cemitérios de São João de Meriti e Duque de Caxias
(Xerém):
Plutonito foliado, primorogênico, de composição granítica a granodiorítica, médio a
grosseiro com biotita-anfibólio (granada). Zona com marcante estrutura cataclástica
e feldspatização irregular a incipiente é assinalada; presença restrita de enclaves
xenolíticos migmáticos e diques máficos anfibolitizados.
Sedimentos Fluviais-depósitos de planície de inundação, canais fluviais, leques
aluviais e tálus. Como parte destes sedimentos destacam-se a Formação Macacu e
a Formação Caceribu.
Nota-se contudo, que alguns cemitérios estão instalados em áreas cujas unidades
acima citadas fazem interface com uma ou mais unidades geológicas, constituindo
assim unidades heterogêneas. Estes casos específicos são descritos no diagnóstico
de cada cemitério, apresentado na seção 4.3.
4.2.3 Geomorfologia (PDRH-BG, 2005b)
As unidades geomorfológicas foram identificadas a partir da localização
georreferenciada de cada cemitério no Mapa Geomorfológico (Ver Figura 4.2, Fonte:
PDRH-BG, 2005b) em escala 1:100.000. Desta forma caracterizam-se quatro tipos de
unidades nestas áreas, cujas descrições em nível regional são apresentadas a seguir:
1) Colinas – Cemitérios de Belford Roxo, Duque de Caxias (Xerém), Nilópolis, São
Gonçalo, São João de Meriti e Rio Bonito:
Em maior ou menor grau de dissecação, fazem transição entre terrenos planos
continentais e costeiros. Esta unidade é composta por relevos residuais de rochas
cristalinas, que em geral apresentam-se cobertos por gramíneas. Prevalecem
declividades inferiores a 20%. O substrato do compartimento de colinas e morrotes é
geralmente gnáissico e migmatítico, eventualmente granítico. Consistem de formas de
86
relevo residuais, com vertentes convexas e topos arredondados ou alongados, com
coberturas de colúvios recentes, remanescentes do afogamento generalizado do
relevo produzido pela sedimentação flúvio-marinha que caracteriza a baixada
litorânea. A densidade de drenagem é muito baixa.
2) Planície Aluvio-Colúvio – Cemitérios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim,
Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e Tanguá:
Terrenos localizados ao longo das drenagens, nos trechos com declividades
menores que 10%. São pouco significativos nos vales encaixados, mas constituem
extensas áreas nas baixadas. Os aluviões são pacotes sedimentares com matéria
orgânica e textura que varia de argilosa a arenosa, eventualmente com cascalheiras,
constituídos predominantemente por solos hidromórficos, glei húmicos e pouco
húmicos. Existe a possibilidade de ocorrência de turfeiras, já que o nível d'água é
aflorante ou próximo da superfície.
3) Planície Flúvio-Marinha – Cemitério de Magé:
Constituída por terrenos baixos e planos, com nível d'água aflorante, associado
à inundação por variação das marés e/ou extravasamento da área do canal fluvial em
eventos de cheias. Formam grandes planícies sedimentares predominantemente
argilosas, com intercalações de areias, estas normalmente finas. Esta feição
apresenta alto teor de matéria orgânica e restos de conchas e vegetais. A planície
flúvio-marinha possui uma vegetação típica de manguezal, composta por três espécies
principais, adaptadas ao substrato periodicamente inundado, à salinidade e baixa
oxigenação dos solos.
4) Tabuleiros – Cemitério de Itaboraí:
Consiste de um sistema de relevo de degradação atuante sobre depósitos
sedimentares. As formas de relevo são suavemente dissecadas, com extensas
superfícies de gradiente extremamente suave ou formando colinas tabulares com
topos planos e alongados, com vertentes retilíneas e vales encaixados em forma de U,
resultantes da dissecação fluvial recente. São áreas bem drenadas com densidade
muito baixa e padrão paralelo.
87
4.2.4 Solos
A cobertura superficial de cada local foi identificada a partir dos perfis de sondagens
geológicas (Ver Anexo 5). Estas características são fornecidas no diagnóstico de cada
cemitério na Seção 4.3.
4.2.5 Recursos Hídricos Superficiais
As principais bacias hidrográficas que contribuem diretamente à Baía de Guanabara e
drenam os municípios onde se inserem os cemitérios estudados, podem ser
visualizadas nas Figuras 4.1 a 4.3, as quais incluem:
Bacia do Rio Caceribu (área de drenagem – 822,4 km2): municípios de Rio Bonito
e Tanguá.
Bacia do Rio Estrela (área de drenagem – 349,9 km2): município de Magé (Mauá).
Bacia do Rio Guapi-Macacu (área de drenagem – 1250,8 km2): municípios de
Guapimirim e Cachoeiras de Macacu
Bacia do Rio Guaxindiba (área de drenagem – 142,7 km2): municípios de Niterói e
Itaboraí.
Bacia do Rio Iguaçu (área de drenagem – 699,4 km2) - Belford Roxo, Mesquita,
Nova Iguaçu e Duque de Caxias (Xerém).
Bacia do Rio Imboaçu (área de drenagem – 29,1 km2): município de São Gonçalo
Bacia do Rio S.João de Meriti (área de drenagem – 167,1 km2): municípios de
Nilópolis , São João de Meriti e Rio de Janeiro.
4.2.6 Recursos Hídricos Subterrâneos na RHBG (PDRH-BG, 2005b)
A área da RHBG, em sua maioria, é composta por terrenos cristalinos,
recobertos por diversos tipos de coberturas inconsolidadas, como colúvios, solos
residuais e depósitos sedimentares aluvionares e marinhos.
88
O tipo de aqüífero predominante é o cristalino fraturado, que apresenta
potencialidade hidrogeológica variável, condicionada pela geologia, pelo gradiente de
declividade do terreno e pelo grau de fraturamento local.
As coberturas, por sua vez, podem constituir, elas mesmas, sistemas aqüíferos
de importância localizada, como é o caso dos aluviões, sendo freqüentemente
utilizadas para abastecimento doméstico, através de poços escavados (cacimbas) e
ponteiras.
Ocorrem ainda, na região, algumas áreas sedimentares de idade quaternária,
pertencentes à formação Macacu, parcialmente recoberta por sedimentos mais
recentes, caso onde se insere o município de Itaboraí. Neste município existe uma
pequena bacia calcária, com área de 0,67 km2, que constitui um manancial de
importância local.
Dentre todas áreas onde se localizam os cemitérios estudados, a formação
Macacu constitui a de maior potencialidade hidrogeológica, de aluviões fluviais de
maior porte e onde rochas cristalinas fraturadas se encontram sotopostas a uma
cobertura inconsolidada espessa e permeável (PDRH-BG , 2005b).
Características dos Aqüíferos nas Áreas Estudadas
Conforme caracterizado no PDRH-BG (2005b), a RHBG compreende dois
grandes sistemas aqüíferos principais, de acordo com a sua formação geológica: o
aqüífero poroso e o aqüífero fissural. A partir de critérios hidrogeológicos estes dois
sistemas foram subdivididos em cinco grupos, sendo três porosos, denominados
Aluviões Arenosos; Aqüífero Macacu e Sedimentos Flúvio-Marinhos; e dois fissurais,
identificados como Cristalino com Favorabilidade Moderada e Cristalino com
Favorabilidade Muito Baixa.
A identificação dos aqüíferos correspondentes às áreas estudadas foi feita a
partir da localização das coordenadas de cada cemitério no Mapa Aqüíferos (Ver
Figura 4.3, Fonte: PDRH-BG, 2005b). Verificam-se nestas áreas a predominância do
aqüífero fissural Cristalino com Favorabilidade Moderada, e a presença dos três
aqüíferos porosos.
89
O aqüífero Cristalino com Favorabilidade Moderada engloba todos os
cemitérios localizados na porção sudoeste da baía - municípios de Belford Roxo,
Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, S. João de Meriti e Rio de Janeiro; na parte central –
Magé; à noroeste - Duque de Caxias; à nordeste - Cachoeiras de Macacu; à sudeste -
Niterói, São Gonçalo e Rio Bonito.
O aqüífero Sedimentos Flúvio-marinhos inclui-se ainda em Magé e os aqüíferos
Aluviões Arenosos em Cachoeiras de Macacu, além de Guapimirim e Tanguá. O
aqüífero Macacu está sobre a área de Itaboraí.
1) Cristalino com Favorabilidade Moderada (PDRH-BG, 2005b)
Esta unidade corresponde à grande área dos domínios geomorfológicos das
colinas isoladas e domínio suave colinoso, que correspondem a pequenas elevações e
morrotes sustentados por rochas cristalinas capeadas e/ou circundadas por depósitos
coluvionares, apresentando gradiente de declividade inferior a 45 graus.
Corresponde a áreas de média a boa potencialidade aqüífera, principalmente
quando ocorrem concentrações de fraturas na rocha, pois o relevo menos íngreme
permite o desenvolvimento de espessas coberturas de solo residual/colúvio, com
composição mista de areia, silte e argila, apresentando uma boa permeabilidade. Essa
permeabilidade é responsável pela recarga do aqüífero fissural cristalino subjacente
nas áreas de baixada, além de permitir a captação de água em poços tipo cacimba,
para uso doméstico, em grande número de moradias da região.
Nesta unidade, também é encontrado um grande número de nascentes nas
vertentes e nos sopés das colinas, decorrentes do contato dos solos permeáveis com
o maciço rochoso.
2) Sedimentos Flúvio-Marinho (PDRH-BG, 2005b)
Esta unidade localiza-se em região costeira, sendo formada por sedimentos
argilosos, ricos em matéria orgânica, restritos a ambientes de manguezais e de
lagunas.
90
Possuem águas salgadas a salobras, com altos teores de ferro e cloretos de
má qualidade, e permeabilidade baixíssima, não sendo adequados para utilização
como fonte de água subterrânea.
Alguns depósitos localizados na região costeira, mas com pequenas
ocorrências na parte leste da baía – Niterói e São Gonçalo, são compostos por areias,
razoavelmente selecionadas, com matriz síltica a argilosa e granulometria fina a
grossa. São sistemas livres, de pequena espessura e normalmente salinizados, com
aproveitamento restrito. As captações, normalmente, são feitas por poços rasos do
tipo cacimba ou ponteira, aproveitando os primeiros níveis de água, utilizados para
abastecimento doméstico.
3) Aluviões Arenosos (PDRH-BG, 2005b)
Esta unidade corresponde principalmente aos aluviões dos rios Macacu,
Guapiaçu e Iguaçu, além de outros de menor porte, e é constituída por depósitos em
forma de leques, que ocorrem nos trechos ainda com declividade significativa, no sopé
das escarpas, e por depósitos arenosos que se estendem pelas baixadas, ocupando
as planícies de inundação e as calhas dos rios.
Os depósitos no sopé das escarpas possuem composição predominante de
cascalho e areia média à grossa, devido ao regime de deposição de alta energia,
causado pela mudança abrupta de declividade das regiões serranas para a baixada.
Por sua localização e pela granulometria grossa dos sedimentos, facilitando a
infiltração da água para o subsolo, têm grande importância nos processos de recarga
dos aluviões, a jusante.
Em continuidade, esses depósitos aluvionares estendem-se por alguns
quilômetros pelas planícies de inundação com granulometria arenosa. À medida que
se afastam da serra, no entanto, com a perda de energia, tornam-se comuns as
intercalações de materiais mais finos (siltosos e argilosos), que acabam por
predominar.
A espessura destes aluviões é variável, podendo chegar a dezenas de metros.
A água é de boa qualidade (Sólidos Totais Dissolvidos - STD < 200 ppm) e levemente
ferruginosa.
91
São comuns as captações do tipo cacimba e ponteira apenas na cobertura
sedimentar. Quando a espessura dos aluviões é grande, podem ser implantados
poços tubulares captando somente a água desses sedimentos.
4) Aqüífero Macacu (PDRH-BG, 2005b)
Esta unidade corresponde aos sedimentos terciários da formação Macacu e
Caceribu e aos solos resultantes da sua pedogênese (colúvios e solos residuais).
A formação é composta na sua parte superior por argilas arenosas, areias finas
e siltes, fortemente intercalados e, em profundidade, por intercalações dessas
camadas de granulometria mais fina com camadas arenosas e/ou conglomeráticas
sobrepostas ao embasamento cristalino, constituindo-se em um sistema aqüífero
semiconfinado.
A água é de boa qualidade, com STD < 200 ppm e teores de Fe entre 0,1 e
0,5 ppm.
Abastecimento de Água por Poços e Minas
Com base nos dados do IBGE, Censo – 2000 apresentado pelo Instituto Baía
de Guanabara (www.portalbaiadeguanabara.org.br), o abastecimento de água por
poço ou nascente (na propriedade) em Guapimirim, Itaboraí, Tanguá, Magé e Rio
Bonito é expressivamente maior do que nos demais municípios da região. Nesses
municípios o percentual de domicílios que utilizam poços ou nascentes (na
propriedade) em relação ao total que se abastecem também da água da rede pública
ou outra forma é de 48,91% em Guapimirim, 69,44% em Itaboraí, 72,78% em Tanguá,
47,66 em Magé e 47,9% em Rio Bonito.
Vulnerabilidade à Contaminação (PDRH-BG, 2005b)
Os sistemas aqüíferos correspondentes às coberturas inconsolidadas (colúvios,
solos residuais e depósitos sedimentares aluvionares) sobre rocha cristalina fraturada
que compõem a RHBG são livres, apresentam níveis freáticos pouco profundos e são,
portanto, bastante vulneráveis a uma contaminação de suas águas.
92
As áreas cobertas por sedimentos arenosos e argilo-arenosos seriam as mais
frágeis, seguidas pela grande área cristalina coberta por colúvios e solos residuais,
que podem apresentar alta permeabilidade estando em contato hidráulico direto com o
cristalino fraturado.
As rochas fraturadas são sistemas muito difíceis de se monitorar e remediar, no
caso da ocorrência de contaminação, devido à grande complexidade do seu
comportamento hidrodinâmico.
A ocupação desordenada da região, principalmente por populações de baixa
renda, na maioria das vezes com o esgotamento sanitário através de fossas
construídas sem nenhuma técnica, o lançamento pelas indústrias de efluentes
químicos sobre terrenos permeáveis, conectados diretamente aos reservatórios de
água subterrânea, e a infiltração dos percolados de aterros de resíduos urbanos e
cemitérios são causas de contaminação destes aqüíferos.
O potencial de contaminação por salinização das águas subterrâneas na região
limita-se aos depósitos sedimentares arenosos de origem marinha situados na orla da
baía, todos eles de expressão insignificante, utilizados somente para captações de
volumes desprezíveis de água para abastecimento doméstico.
4.3 DIAGNÓSTICO DOS CEMITÉRIOS ESTUDADOS
Esta seção, inicialmente sumariza os componentes físicos específicos de cada
cemitério, que sejam mais relevantes no contexto de contaminação do solo e da água
subterrânea. Conforme apresentado na seção 4.2, todas as áreas apresentam
características climáticas comuns, quais sejam: temperatura média anual de 220C e
umidade relativa do ar com variações intermensais máximas de 8%. Os períodos de
primavera e verão, entre setembro e março, constituem os mais chuvosos.
Em seguida, caracteriza-se o cemitério, de acordo com o levantamento
efetuado para este estudo, junto às suas administrações. Neste intuito, conforme
explicado na introdução deste capítulo (seção 4.1), as características construtivas,
operacionais e de infra-estrutura dos cemitérios foram obtidas a partir do formulário
padrão (ver Anexo 2), criado para registro das informações coletadas.
93
4.3.1 Cemitério Municipal de Belford Roxo
4.3.1.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Belford Roxo localiza-se à sudoeste da RHBG, numa região
cujos índices pluviométricos médios anuais são da ordem de 1200 mm.
Assenta-se sobre a Unidade Rio Negro, que faz interface com duas outras
unidades geológicas, Sedimentos Fluviais e Serra dos Órgãos, o que lhe confere
características geológicas heterogênea. Situa-se sobre um terreno colinoso com
declividade da ordem de 8%.
A principal bacia hidrográfica de drenagem do município, que contribui
diretamente para a Baía de Guanabara, é a Bacia do Rio Iguaçu, estando o cemitério
localizado entre dois dos seus principais afluentes, o Rio da Prata e o Rio da Bota.
Este último, encontra-se bastante assoreado, e durante o verão, período mais
chuvoso, verifica-se a ocorrência de cheias em algumas áreas situadas nas suas
proximidades. Contudo, a área do cemitério não chega a ser afetada.
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
4.3.1.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério Municipal de Belford Roxo localiza-se na Rua Virgínia Bicchieri,
s/n.º, no bairro Solidão (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 1).
Este cemitério encontra-se há 43 anos em operação, desde maio de 1963
quando iniciou suas atividades. A administração do cemitério era de responsabilidade
do Município de Nova Iguaçu até a emancipação de Belford Roxo, ocorrida em 1993.
Atualmente emprega quatro funcionários na administração e treze nos serviços
funerários. Em 2004 foram realizados 1.396 sepultamentos, numa média de 116
sepultamentos/mês.
Ocupa uma área total de 12.000 m2 e construções típicas de cemitérios
horizontais que incluem: covas rasas, carneiros revestidos de alvenaria (sendo estes
94
de 1, 2 ou 3 espaços dependendo do tipo de construção) e gavetas verticais com três
espaços por unidade construída. O período mínimo de exumação atende a legislação
brasileira, sendo de três anos para adultos e dois anos para crianças, abaixo de 6
(seis) anos.
O cemitério de Belford Roxo possui ossuário coletivo, constituído de uma cova
onde são armazenados os restos mortais (ossos) não solicitados pelos seus
responsáveis após o prazo legal para exumação. Outros materiais (não humanos),
após a exumação são reservados nos fundos do cemitério e retirados pelo menos uma
vez a cada quinze dias pela Coordenadoria de Limpeza Urbana do município e
destinados a aterros sanitários.
As estruturas de sepulturas de subsuperfície de alvenaria do cemitério podem
conter no máximo três urnas por estrutura e atingir até 1,60 m de profundidade.
O recobrimento das sepulturas normalmente é em concreto em forma de
tampão, para sepulturas tipo carneiro, e aterro, para sepulturas não revestidas.
Observa o administrador que o odor fétido ocorre principalmente nas
construções verticais (gavetas), segundo o qual, decorre da construção inadequada, já
que a inclinação da estruturas favorece o escoamento do líquido da decomposição
para a face anterior das gavetas, causando o extravasamento deste produto residual
para fora dos tampões de concreto, especialmente quando esses não são
corretamente selados. Esta situação pode ser observada em alguns casos pela
“mancha” residual que escorre pelas paredes destas construções, tornando ineficiente
o sistema de drenagem existente nas estruturas.
O entorno do cemitério é urbanizado, sendo ocupado por residências e favelas.
Segundo observações do administrador, o cemitério não é totalmente cercado por
muro, especialmente em sua face lateral direita, facilitando a invasão do terreno por
construções erguidas irregularmente. Mesmo na existência do muro, muitas
construções o utilizam como paredes não respeitando um afastamento mínimo.
Neste cemitério não ocorre sepultamento de indigentes. Todos os cadáveres
são identificados.
95
As condições de abastecimento d’água, drenagem e de saneamento básico do
cemitério são adequadas em parte, já que é abastecido por água fornecida e tratada
pela CEDAE (consumo médio de 60 m3/mês), possui sistema de drenagem pluvial e
nas sepulturas. O entorno é provido de sistema de coleta de esgoto para onde é
destinado também o esgoto do cemitério. O lixo funerário é coletado
independentemente do lixo comum pela empresa SERVFLU, em parceria com a
Coordenadoria de Limpeza Urbana do município. Ressalta-se, no entanto, que o
sistema de canalização do líquido coliquativo das sepulturas verticais (gavetas) deve
estar parcialmente inoperante, devido ao problema já apontado pela administração
nestas construções. As exumações são realizadas com equipamentos de proteção
(uniforme, luvas e botas).
Conforme informação obtida do administrador do cemitério, foi observado no
ano de 2005 que algumas exumações (aproximadamente seis corpos) realizadas em
covas não revestidas por alvenaria na quadra “B” (Ver Anexo 3, Figura 1 - imagem
satélite), apresentaram cadáveres com suas partes moles não decompostas na sua
totalidade. A análise prévia dos locais naquela ocasião, sem emprego de material
técnico-científico para dar maior autenticidade ao fato, identificou a presença de um
solo argiloso e água (pluvial) estagnada. A conservação dos corpos foi atribuída a esta
condição e estes aparentavam estado de saponificação (gordura não degradada com
aspecto de cera – adipocera).
4.3.2 Cemitério Municipal de Cachoeiras de Macacu
4.3.2.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Cachoeiras de Macacu localiza-se à nordeste da RHBG, numa
região onde se registram índices pluviométricos médios anuais de 1700 mm.
A geologia característica da área é a Unidade Santo Eduardo com interface à
formação Sedimentos Fluviais. O cemitério está assentado no alto de uma colina de
grande declividade (da ordem de 38%), porém seu entorno possui declividades
inferiores a 10%.
A bacia do rio Guapi-Macacu constitui a principal área hidrográfica de
drenagem do município, que contribui diretamente para a Baía de Guanabara. Nessa
96
rede de drenagem, próximo ao cemitério, corre o Rio Branco. Não foram identificadas
áreas de inundação nas proximidades do cemitério.
O cemitério situa-se na interseção de dois sistemas aqüíferos: Cristalino de
Favorabilidade Moderada e Aqüíferos Aluviões Arenosos, ambos de boa
potencialidade aqüífera.
4.3.2.2 - Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério Municipal do 2º Distrito de Cachoeiras de Macacu localiza-se na
Rua Agostinho P.Moura s/nº (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 2). Observa-se que não foi possível obter uma imagem
satélite com boa resolução para identificação da área deste cemitério, tendo sido
mantida no trabalho apenas para dar uma visão superficial da ocupação da região.
Este cemitério é administrado pela empresa EMDHOSP, subordinada diretamente à
Prefeitura.
Encontra-se em operação há 55 anos, desde janeiro de 1951 quando iniciou
suas atividades. Atualmente emprega um funcionário na administração e dois nos
serviços funerários. Até 2004 foram registrados 8.446 sepultamentos, numa média de
13 sepultamentos/mês.
As sepulturas são constituídas por covas não revestidas recobertas com aterro
e gavetas/prateleiras verticais. As exumações são realizadas após três anos, tanto
para adultos como para crianças. Durante os procedimentos são utilizados
equipamentos de proteção (uniforme, luvas e bota).
O cemitério possui ossuário coletivo e os resíduos não humanos, após a
exumação são reservados para destino a aterros sanitários.
Situa-se no alto de uma colina e do mesmo lado esquerdo da estrada que
segue em direção a Cachoeiras de Macacu / Nova Friburgo. Ocupa uma área total de
15.130 m2. Toda área ao redor do cemitério no sopé da colina é urbanizada e ocupada
por residências. O abastecimento d’água público é deficitário, sendo suprido em geral
por poços escavados pela comunidade.
97
Dada à sua localização em alto de morro, há uma espessa camada de solo
para onde flui o percolado antes que atinja a parte baixa.
4.3.3 Cemitério Municipal de Duque de Caxias
4.3.3.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Duque de Caxias localiza-se à noroeste da RHBG, numa região
onde se registram índices pluviométricos médios anuais de 2100 mm.
Situa-se sobre a unidade geológica Serra dos Órgãos, em terreno colinoso de
grande declividade (de 10% a 38%), porém seu entorno é dominado por áreas menos
montanhosas.
O município é drenado pela bacia do rio Iguaçu. O rio Capivari é um dos seus
afluentes, mais próximo ao local do cemitério. De acordo com dados do PDRH-BG
(2004), em períodos chuvosos não se identifica nenhuma área de inundação nas
proximidades do cemitério.
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
4.3.3.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério Municipal de Duque de Caxias localiza-se em Xerém, na Estrada
do Rio D´Ouro nº 3035, km 51 (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 3). É administrado pela Funerária Duque de Caxias,
subordinado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Este cemitério encontra-se em operação há aproximadamente 45 anos e
atualmente emprega dois funcionários na administração e três nos serviços funerários.
Foi estimada pela administração uma média de 30 sepultamentos mensais.
Os sepultamentos por inumação, em geral, são realizados em covas não
revestidas lateralmente, possuindo ainda estruturas de subsuperficie até 1,80 m de
profundidade que podem conter até três urnas. A cobertura das estruturas é em
concreto. Os sepultamentos por tumulação ocorrem em urnas sobre prateleiras de
98
alvenaria acima do solo. Há vários anos não ocorrem sepultamentos de indigentes
nesse cemitério.
As exumações ocorrem após três anos, tanto para adultos como para crianças.
Os ossos exumados são depositados em cova coletiva e os resíduos não humanos
são incinerados no próprio cemitério. As exumações são realizadas com
equipamentos de proteção (uniforme, luvas e botas).
O cemitério situa-se sobre um talude, sendo a vertente de entrada voltada para
a rodovia e os muros das outras áreas laterais e de fundo fazem divisa com as
residências e lojas comerciais sem manter distância destas.
Não há sistema de drenagem pluvial ou qualquer tipo de drenagem nas
sepulturas. O esgoto das casas do entorno é lançado num valão situado nas
proximidades.
Existe na área abastecimento de água da rede pública, porém há também
utilização de água captada de poços.
Na residência onde foi instalado um poço de monitoramento do PDRH-BG há
um poço tubular em uso, de 13 m de profundidade, que se localiza na frente da casa.
Segundo o morador, resultados de análises realizadas há seis anos indicaram que a
água era própria para consumo.
4.3.4 Cemitério de Guapimirim
4.3.4.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Guapimirim localiza-se à nordeste da RHBG, numa região onde
se registram índices pluviométricos médios anuais de 2500 mm.
A unidade geológica local é constituída por Sedimentos Fluviais estando na
interface com a Unidade Rio Negro. O cemitério situa-se sobre um terreno quase
plano (declividades inferiores a 2%).
A bacia do rio Guapi-Macacu constitui a principal bacia hidrográfica de
drenagem do município, que contribui diretamente à Baía de Guanabara. O rio do
99
Bananal situado nessa rede de drenagem encontra-se nas proximidades do cemitério.
De acordo com os dados do PDRH-BG (2004), o bairro onde está localizado o
cemitério não é uma área sujeita a inundações em períodos chuvosos.
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
4.3.4.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério localiza-se na Estrada do Bananal s/n, no bairro Jardim Santana,
em Parada Modelo (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 4). É administrado pela Secretaria Municipal de Obras.
O início de sua operação remonta à época dos escravos. A última reforma data
do início do século passado.
Encontra-se assentado sobre uma área plana. A distribuição das sepulturas é
aleatória, já que não existem quadras demarcadas, tornando muito confuso o acesso,
especialmente na entrada do cemitério. As sepulturas são do tipo cova rasa e de
estruturas de concreto e alvenaria.
O entorno do cemitério é pouco habitado, porém existem algumas construções
próximas ao muro cujas condições de saneamento não foram obtidas para o presente
trabalho. Também não foi possível obter informações mais detalhadas sobre a
operação do cemitério.
4.3.5 Cemitério Municipal de Itaboraí
4.3.5.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Itaboraí localiza-se à sudeste da RHBG, numa região com
índices pluviométricos médios anuais de 1200 mm.
A unidade geológica da área é denominada Formação Macacu. O cemitério
está assentado em terreno de suave declividade, numa área com relevos de
degradação atuante sobre depósitos sedimentares, que caracterizam formações
denominadas Tabuleiros.
100
A bacia do rio Guaxindiba constitui a principal área hidrográfica de drenagem
do município que contribui diretamente para a Baía de Guanabara. Nessa bacia,
próximo ao cemitério, encontra-se o rio Vargem. De acordo com dados do PDRH-BG
(2004), o bairro onde está localizado o cemitério não constitui área sujeita a
inundações em períodos chuvosos.
O cemitério situa-se sobre o sistema Aqüífero Macacu, cujas águas são de boa
qualidade para consumo humano.
4.3.5.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério S. João Batista localiza-se na Rua S.Salvador de Mendonça s/n,
no Distrito de Cabuçu (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 5). É administrado pela Funerária Municipal, subordinada
diretamente à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.
É um cemitério tradicional com sepulturas que datam da época dos escravos.
Ocupa uma área aproximada de 10.000 m2. Atualmente trabalham 17 pessoas na
administração e 6 nos serviços funerários. De acordo com informação da
administração ocorrem em média 120 sepultamentos/mês.
As sepulturas são constituídas por estruturas de alvenaria de subsuperfície,
podendo conter de duas a três urnas até a profundidade de 1,8 m, além de estruturas
de gavetas/prateleiras construídas acima do solo. O recobrimento é feito com tampões
de concreto e normalmente não há utilização de cal. Não há covas rasas.
As exumações de adultos e crianças são realizadas após três anos, sendo os
ossos depositados em ossuário coletivo e os resíduos não humanos queimados no
próprio cemitério. As exumações são realizadas com equipamentos de proteção
(uniforme, luvas e botas).
Há registros de corpos que se encontravam conservados ao serem exumados.
Estes casos foram observados em algumas gavetas situadas próximas ao solo.
O cemitério possui um sistema de coleta de águas pluviais e de esgoto que são
direcionados à rede pública de coleta. O abastecimento d’água é da rede pública.
101
O entorno é ocupado por residências populares e por um batalhão de policia
militar e de defesa civil situado nas proximidades, estando as construções muito
próximas aos muros laterais do cemitério. À direita da entrada na parte baixa do
cemitério houve uma invasão de moradores, havendo previsão da prefeitura pela sua
retirada do local. Também na parte alta do cemitério habitam cerca de sete famílias.
Nesses dois locais as moradias são precárias e não possuem um sistema adequado
de lançamento e coleta do esgoto.
4.3.6 Cemitério Municipal de Magé
4.3.6.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Magé, no distrito de Pacobaíba, situa-se na área central da
RHBG, numa região com índices pluviométricos médios anuais de 1500 mm.
Assenta-se sobre a unidade geológica Formação Caceribu, com interface a
duas outras unidades: Sedimentos Marinhos e Serra dos Órgãos. A parte antiga do
cemitério situa-se em vertente de colina, porém a área mais recentemente operada e
que foi objeto das investigações situa-se no sopé da colina.
A área localiza-se entre as bacias do rio Estrela e do rio Suruí, ambas
desaguando na Baía de Guanabara. Mais próximos ao cemitério encontram-se o
Valão Ipiranga e o Valão das Mulatas, que também deságuam na baía. De acordo com
dados do PDRH-BG (2004), o município possui diversas áreas sujeitas a inundações,
porém o bairro onde está localizado o cemitério não está incluído. Contudo, conforme
informação obtida da administradora do cemitério, em períodos de chuvas muito
intensas, outrora ocorreram alagamentos na área nova (onde as investigações foram
realizadas) no lado situado próximo ao muro à esquerda da entrada dos fundos.
Atualmente, este fato ainda ocorre, porém com menos intensidade.
O cemitério em foco encontra-se sobre o sistema aqüífero Cristalino com
Favorabilidade Moderada, cuja composição mista de areia, silte e argila em espessas
camadas de solo residual sobre relevo pouco íngreme, caracteriza-o como área de
média a boa potencialidade aqüífera. Isto pode ser verificado pela quantidade de
poços tubulares rasos explorados nas imediações do cemitério e que constituem a
fonte de abastecimento d´água das residências populares do local.
102
4.3.6.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O cemitério de N. Sra. da Guia localiza-se no distrito de Guia de Pacobaíba,
distrito de Mauá, município de Magé (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 6).
Trata-se de um cemitério tradicional muito antigo, administrado pela Secretaria
Municipal de Magé. Localiza-se em área de talude, e teve suas atividades iniciadas a
mais de 100 anos, tendo sido anexada a pouco mais de cinco anos uma nova área em
terreno plano de aproximadamente 7.000 m2, localizada nos fundos do cemitério,
sendo esta área objeto das investigações.
Trabalham na administração apenas um funcionário e dois nos serviços
funerários. O número de sepultamentos por mês é bastante oscilante, tendo sido
informado pela administração uma média de 20.
A área investigada possui covas revestidas lateralmente para jazigos perpétuos
ou não revestidas (do tipo cova rasa), para sepultamentos por inumação. O
recobrimento das sepulturas com cal é uma prática tradicional e utilizada por vezes
neste cemitério. Jazigos perpétuos são construídos em estruturas de subsuperfície de
concreto e alvenaria, recobertas com concreto e podem receber até três urnas, sendo
duas acima do nível do solo e uma abaixo deste, atingindo até 1,30 m de
profundidade.
O entorno do cemitério é ocupado por algumas residências, que mantém uma
certa distância do muro e são abastecidas em sua maioria por poços tubulares rasos.
Este aspecto deve ser ressaltado, pois se identificaram pelo menos cinco poços em
funcionamento e um em construção, localizados a menos de 5 m do muro dos fundos
do cemitério, onde as investigações foram realizadas. Esses poços abastecem as
moradias situadas a menos de 15 m desse muro. A distribuição nas casas é feita por
uma rede de tubulação conectada a uma bomba situada logo atrás do muro, que
funciona ininterruptamente. De acordo com informações obtidas de funcionários e
moradores locais que consomem a água, ela é cristalina e inodora.
A área estudada é recoberta por gramíneas. Não possui sistema de drenagem
e em períodos chuvosos ocorrem alagamentos em parte dessa área, conforme
103
explicado no item anterior. Também não há sistema público de coleta de esgoto,
sendo o esgoto destinado a fossas sépticas.
As exumações são realizadas com uniforme e botas de PVC. Após as
exumações os ossos são armazenados ao longo do muro lateral e o lixo funerário não
é separado do lixo comum. Quando não recolhidos pelo sistema público de coleta de
lixo, os restos funerários são queimados numa área localizada nos fundos da área
estudada. Durante os trabalhos de campo não foi sentido odor fétido no local.
Na área investigada a maioria das covas atinge, no máximo 90 cm de
profundidade, e são recobertas com aterro sem utilização de cal.
4.3.7 Cemitério Municipal de Mesquita
4.3.7.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Mesquita localiza-se à sudoeste da RHBG, onde se registram
índices pluviométricos médios anuais de 1200 mm.
Assenta-se sobre a unidade geológica Catalunha, porém encontra-se na
interface com a unidade Cassorotiba, constituindo assim uma unidade geológica
heterogênea. O cemitério situa-se num terreno colinoso com declividades inferiores a
10%.
O município de Mesquita está inserido na bacia de drenagem do rio Iguaçu,
sendo a área do cemitério abrangida pela região hidrográfica do Rio Dona Eugenia e
do Rio da Prata. De acordo com dados do PDRH-BG (2004), o bairro onde está
localizado o cemitério não constitui uma área sujeita a inundações em períodos
chuvosos.
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
4.3.7.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério Nossa Senhora das Graças localiza-se na Av. Governador Celso
Peçanha nº 586, na antiga Rua Alice, no município de Mesquita (Ver Anexo 3 –
104
Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 7). Está assentado em
uma colina, próxima à Via Light. Sua expansão vem ocorrendo para as partes mais
baixas do relevo em direção a leste, onde as investigações foram concentradas.
O cemitério é administrado pela Concessionária São Salvador, que informou
ainda responder diretamente à Divisão de Cemitérios de Nova Iguaçu. Ocupa uma
área de 48.000 m2 e teve suas operações iniciadas em 1956. Possui atualmente 2
(dois) empregados trabalhando na administração e 10 (dez) na operação dos serviços
funerários.
De acordo com as informações obtidas pela administração, o cemitério é
bastante movimentado, sendo registrados cerca de 120 a 150 sepultamentos por mês.
Em sepultamentos por inumação as urnas são depositadas diretamente no
solo, sem revestimento lateral nas covas e recobertas com aterro. Jazigos perpétuos
são constituídos por estruturas de alvenaria de subsuperfície e podem conter de duas
a três urnas até a profundidade de 1,8 m. Há ainda estruturas de gavetas/prateleiras
construídas acima do solo. O recobrimento das sepulturas é feito com tampões de
concreto e normalmente não há utilização de cal.
As exumações de adultos e crianças são realizadas após três anos, sendo os
ossos ensacados, identificados e recolocados na sepultura. Os resíduos não humanos
são incinerados no próprio terreno. As exumações são realizadas com equipamentos
de proteção (uniforme, luvas e botas).
Nesse cemitério não ocorre sepultamento de indigentes. Todos os cadáveres
são identificados.
Foi informado que, na parte mais baixa do cemitério, já ocorreram casos de
corpos se encontrarem em estado conservativo durante as exumações.
O cemitério não possui canaletas de drenagem de águas pluviais na área
investigada. A coleta de esgotos é direcionada à rede pública. O abastecimento
d´água do cemitério provém da rede pública, bem como do entorno. Moradores locais
informaram não utilizar água de poço para consumo.
105
A área do entorno do cemitério é urbanizada com residências situadas muito
próximas ao muro, à exceção da face esquerda da entrada, paralela à via Light. A
vertente de fundos do cemitério constitui uma área mais recentemente operada, onde
as investigações foram concentradas. Nessa vertente, portanto, a face voltada para a
via Light não é habitada.
4.3.8 Cemitério Municipal de Nilópolis
4.3.8.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Nilópolis situa-se a sudoeste da RHBG, com índices
pluviométricos médios anuais de 1200 mm.
A unidade Sedimentos Fluviais-Aluviais no local faz interface com as unidades
Catalunha e Cassorotiba. O cemitério situa-se na vertente de um talude com
declividades inferiores a 10%.
A bacia hidrográfica do rio São João de Meriti abrange este município e
desagua na Baía de Guanabara. Próximo ao cemitério corre o rio da Pavuna que se
encontra mais a jusante daquele rio. De acordo com os dados do PDRH-BG (2004), o
bairro onde está localizado o cemitério não constitui uma área sujeita a inundações em
períodos chuvosos.
O cemitério em foco encontra-se na interface do sistema aqüífero Cristalino
com Favorabilidade Moderada com o sistema aqüífero de Sedimentos Flúvio-
Marinhos. As características arenosas encontradas no local confirmam a
potencialidade aqüífera destes sistemas. Contudo a qualidade da água deve ser
averiguada tendo em vista que, em sistema aqüífero de Sedimentos Flúvio-Marinhos,
a água é mais salinizada e de aproveitamento restrito.
4.3.8.2 - Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério Municipal de Nilópolis localiza-se na Rua Deputado Andrade de
Filgueira, s/n°, no bairro de Olinda, no município de Nilópolis, próximo a Mesquita (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 8). É
administrado diretamente pela Secretaria Municipal de Fazenda e ocupa uma área
aproximada de 14.000 m2.
106
É um cemitério antigo, de mais de 70 anos, do tipo tradicional, que teve sua
área ampliada a partir de 1951. Em 2004 registraram-se 1458 sepultamentos. Nos
últimos meses, conforme informado pelo administrador, tem ocorrido um número baixo
e bastante variável de sepultamentos mensais, sendo o máximo registrado da ordem
de 10 por mês.
Na administração trabalham somente dois empregados e apenas um nos
serviços funerários.
Possui estruturas de alvenaria em subsuperfície com profundidade aproximada
de 1,50 m, podendo abrigar até três urnas. As sepulturas são cobertas com concreto e
cal.
As exumações são realizadas com uniforme e botas de PVC. Não há uma área
ou estrutura de ossuário, após as exumações os ossos permanecem na própria cova.
O período de exumação informado, de três anos para adulto e dois para crianças,
atende a legislação.
Não houve casos de corpos exumados em estado conservativo segundo a
administração.
O lixo comum do cemitério é recolhido pela rede pública. Não há recolhimento
do lixo funerário, que é acumulado e queimado a cada seis meses. Durante os
trabalhos de campo não foi sentido odor fétido no local.
A ocupação da área do entorno é residencial urbana, com residências situadas
muito próximas ao muro. A maior parte da área do cemitério não é cimentada. A
drenagem pluvial da área é feita por um sistema de calhas que se conectam com as
calhas do corredor principal e é encaminhada à rede pública. Por situar-se em área de
talude, não ocorrem áreas encharcadas. O esgoto é destinado à rede pública.
4.3.9 Cemitério Municipal de Niterói
4.3.9.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Niterói localiza-se à sudeste da RHBG, numa região onde se
registram índices pluviométricos médios anuais de 1100 mm.
107
Assenta-se sobre a unidade geológica Rio Negro com interface à unidade
Sedimentos Fluviais. O cemitério localiza-se em terreno colinoso, porém a maior parte
da área situa-se em terreno quase plano (declividades inferiores a 2%).
A bacia hidrográfica do rio Guaxindiba constitui a principal área hidrográfica de
drenagem do município que contribui diretamente para a Baía de Guanabara. O rio
Bomba é um dos seus afluentes e localiza-se nas proximidades do cemitério. De
acordo com dados do PDRH-BG (2004), próximo a esse rio ocorrem áreas sujeitas a
inundações, em períodos chuvosos.
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
4.3.9.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério Municipal de Maruí localiza-se na Rua General Castrioto, 409, no
bairro Barreto, em Niterói (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 9).
Este cemitério tradicional e centenário iniciou suas operações em 1856.
Atualmente emprega 6 (seis) funcionários na administração e 30 (trinta) nos serviços
funerários. Em 2005 foram realizados 2.700 sepultamentos, numa média de 225
sepultamentos/mês.
As sepulturas são constituídas por carneiros revestidos de alvenaria e
gavetas/prateleiras construídas acima do solo. Na parte alta do cemitério as sepulturas
são do tipo cova rasa (sem revestimento lateral). As estruturas de sepulturas de
subsuperfície de alvenaria do cemitério podem conter mais de uma urna, por estrutura,
e atingir até 1,50 m de profundidade. O período mínimo de exumação atende a
legislação brasileira, sendo de três anos para adultos e de dois anos para crianças.
O cemitério de Maruí possuía um ossuário coletivo, para disposição dos ossos
exumados, cuja precariedade da estrutura de alvenaria/concreto impossibilitou a
continuidade do seu uso, sendo recentemente substituída por uma nova estrutura
fechada, contendo na face superior uma abertura com tampa de concreto. O acesso
ao depósito (prédio) é feito por uma escada externa.
108
Resíduos de caixões, roupas etc; após a exumação são depositados em
caçambas e recolhidos eventualmente por empresa de coleta. Foi informado pela
administração que não é comum, mas já ocorreram casos de corpos saponificados.
O recobrimento das sepulturas normalmente é do tipo aterro. O odor fétido,
segundo a administração, normalmente ocorre ao redor da sepultura nos primeiros 15
dias de sepultamento. Durante os trabalhos de campo esse odor foi sentido em alguns
momentos, dependendo da direção do vento. Um conjunto de fatores foi atribuído pelo
administrador como causas, tais como a existência de um canal totalmente poluído por
esgoto situado a poucos metros do muro lateral, à esquerda da entrada do cemitério;
tipo de madeira utilizada nas bobinas onde são enrolados os fios de uma empresa de
energia elétrica também situada nesse lado do canal; algumas espécies de árvores
que exalam um forte odor, além da poluição da Baía de Guanabara situada nos fundos
do cemitério.
No entanto, notam-se alguns fatores que podem contribuir para esse cenário,
como a falta de revestimento externo em algumas paredes, cujos tijolos ficam
aparentes e o escorrimento do líquido humoral de algumas estruturas de
gavetas/prateleiras.
O cemitério é abastecido por água fornecida e tratada pela CEDAE (consumo
médio de 50 m3/mês), e possui sistema de drenagem pluvial. As sepulturas não
possuem sistema de drenagem. Foi observada, na parte central e mais baixa do
cemitério, uma área com umidade sobre o piso recoberto precariamente com uma
camada de cimento.
O esgoto é encaminhado ao valão anteriormente citado, e a coleta do lixo
comum é feita pela prefeitura. As exumações são realizadas com equipamentos de
proteção (uniforme, luvas e botas).
4.3.10 Cemitério Municipal de Nova Iguaçu
4.3.10.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Nova Iguaçu localiza-se a sudoeste da RHBG, numa região
onde se registram índices pluviométricos médios anuais de 1200mm.
109
Assenta-se sobre a Unidade Rio Negro com interface à Unidade Sedimentos
Fluviais. O cemitério situa-se na vertente de talude num terreno cuja declividade é da
ordem de 15%.
O município de Nova Iguaçu está inserido na bacia de drenagem do rio Iguaçu.
Nessa bacia, a área do cemitério é próxima ao rio da Bota. Em algumas localidades,
ao longo desse rio, ocorrem inundações de acordo com dados do PDRH-BG (2004),
porém nas imediações do cemitério não há este problema.
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
4.3.10.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério Municipal de Nova Iguaçu localiza-se no centro da cidade, próximo
à Prefeitura de Nova Iguaçu (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 10). É administrado pela Secretaria de Obras do município.
Encontra-se em operação desde 1924 e emprega, atualmente, 2 funcionários
na administração e 14 nos serviços funerários. Foi informado pela administração que
ocorrem em média 120 a 150 sepultamentos/mês.
Ocupa uma área aproximada de 60.000 m2 e construções típicas de cemitérios
horizontais que incluem: covas não revestidas, estruturas de subsuperficie de
alvenaria que podem conter até três urnas por estrutura e atingir até 1,80 m de
profundidade, além de estruturas e gavetas verticais. O recobrimento das sepulturas
normalmente é em concreto em forma de tampão, para sepulturas tipo carneiro, e
aterro, para sepulturas não revestidas.
O período de exumação praticado é de três anos, para adultos e crianças. As
exumações são realizadas com equipamentos de proteção (uniforme, luvas e botas).
Após o procedimento, os ossos são ensacados, identificados e recolocados na
sepultura e os resíduos não humanos são incinerados no próprio terreno. Conforme
informado, já houve casos durante procedimentos de exumações em que os corpos
aparentavam estado conservativo, especialmente na área localizada atrás da capela,
onde o solo é mais úmido.
110
Neste cemitério não ocorre sepultamento de indigentes. Todos os cadáveres
são identificados.
O entorno do cemitério é urbanizado, com alta densidade demográfica,
ocupado por residências e comércio. Existem edificações de classe média construídas
junto ao muro do cemitério.
As condições de abastecimento d’água, drenagem e de saneamento básico do
cemitério são adequadas em parte, já que é abastecido por água fornecida e tratada
pela CEDAE e possui sistema de drenagem pluvial. As sepulturas não possuem
sistema de drenagem. O entorno é provido de sistema de coleta de esgoto para onde
é destinado também o esgoto do cemitério.
4.3.11 Cemitério Municipal de Rio Bonito
4.3.11.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Rio Bonito localiza-se a sudeste da RHBG, onde se registram
índices pluviométricos médios anuais de 1500 mm.
Assenta-se sobre a unidade Tingui com interface à formação geológica
Sedimentos Fluviais. O terreno do cemitério situa-se sobre vertentes de colina, cuja
declividade é da ordem de 30%, porém o local investigado concentrou-se na parte
baixa do terreno.
O município de Rio Bonito está inserido na bacia de drenagem do rio Caceribu.
Nessa bacia, próximo ao cemitério, encontra-se o rio Bonito. O PDRH-BG (2004)
identifica algumas áreas sujeitas a inundação em períodos chuvosos no município e
dentre elas, a Av. Sete de Maio, que se localiza a cerca de 50 m ao sul do cemitério.
Contudo, essa rua é bastante extensa, devendo ser verificado se nas imediações do
cemitério isto ocorre.
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
111
4.3.11.2 - Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O cemitério de Murundu localiza-se na Rua Dr. Matos s/n em Rio Bonito. É
administrado pela Secretaria de Obras do município (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 11). Observa-se que não foi possível
obter uma imagem satélite com boa resolução para identificação da área do cemitério,
tendo sido mantida no trabalho apenas para dar uma visão superficial da ocupação da
região.
O cemitério é centenário, e suas construções foram instaladas em terreno
colinoso. Há, porém, uma área lateral em corte de morro, situada em cotas mais
baixas, que foi expandida há aproximadamente 25 anos, e foi o local escolhido para
investigação da água subterrânea.
Nas operações de sepultamento trabalham apenas duas pessoas, e uma na
administração.
Neste cemitério, tanto na parte antiga como na nova, todos os jazigos são
perpétuos. Não há sepultamento de indigentes. As sepulturas são construídas com
paredes de alvenaria e cobertas com estruturas de concreto. Não há utilização de cal.
A profundidade máxima das sepulturas em subsuperfície é de 1,20 m e acima do solo
pode receber até 3 andares de sepulturas.
As exumações são realizadas após três anos, e caso a família tenha que
realizar algum sepultamento antes deste prazo, a sepultura é aumentada, caso
contrário o corpo é transferido para outro cemitério.
Após as exumações os ossos são acondicionados em sacos plásticos e
deixados no fundo da sepultura. Os restos funerários são queimados no próprio
cemitério.
4.3.12 Cemitério Municipal do Rio de Janeiro
4.3.12.1 Características do Meio Físico
O cemitério do Rio de Janeiro localiza-se a sudoeste da RHBG, onde se
registram índices pluviométricos médios anuais de 1200 mm.
112
Assenta-se sobre a Unidade Rio Negro com interface à formação geológica
Sedimentos Fluviais. A parte mais nova do cemitério situa-se em terreno quase plano
(declividades inferiores a 2%), e uma parte mais antiga está localizada em vertente de
talude, com declividades mais altas.
A bacia hidrográfica do rio São João de Meriti abrange o município do Rio de
Janeiro e desagua na Baía de Guanabara. Nessa bacia de drenagem, o rio Catarino
tem sua nascente próxima ao cemitério. De acordo com dados do PDRH-BG (2004),
próximo ao cemitério não existem áreas sujeitas a inundações em períodos chuvosos.
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
4.3.12.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O cemitério selecionado denomina-se Cemitério Municipal do Realengo,
localizado na Rua Murundu nº 1140, em Padre Miguel (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 12).
É um cemitério tradicional com mais de 100 anos de operação, administrado
pela Santa Casa da Misericórdia. Ocupa uma área aproximada de 63.000 m2. Embora
não tenha sido informado pela administração, verificou-se durante as visitas uma
equipe de escritório de cinco funcionários, pressupondo-se que deve haver um grande
número de sepultamentos mensais.
As sepulturas são do tipo covas rasas, carneiros revestidos de alvenaria e
gavetas/prateleiras construídas acima do solo. O período mínimo de exumação é de
três anos, para adultos e crianças. As exumações são realizadas com uniforme, luvas
e botas de PVC. Os ossos exumados são acondicionados em sacos plásticos,
identificados e armazenados no ossuário geral. A cada trinta dias são cremados no
cemitério do Caju.
A parte antiga do cemitério situa-se em área íngreme, cimentada e com
sistemas de drenagem, porém há também nessa área, no alto da vertente, sepulturas
tipo cova rasa. A área investigada, no canto direito da entrada, é uma área mais nova
e plana e sem cobertura de cimento, onde também são realizados sepultamentos em
covas rasas. O entorno do cemitério nessa área é residencial urbano, com residências
113
situadas muito próximas ao muro e que podem ser usuárias de poços de captação de
água subterrânea.
O esgoto do cemitério é direcionado para a rede pública e o abastecimento de
água também é da rede pública. O lixo comum é recolhido pela prefeitura.
4.3.13 Cemitério Municipal de São Gonçalo
4.3.13.1 Características do Meio Físico
O cemitério do São Gonçalo localiza-se a sudeste da RHBG, onde se registram
índices pluviométricos médios anuais de 1100 mm.
Assenta-se sobre a Unidade Cassorotiba com interface à formação geológica
Sedimentos Fluviais. O terreno onde se situa o cemitério é colinoso, com declividades
inferiores a 17%.
A bacia hidrográfica do rio Imboaçu deságua na Baía de Guanabara, estando o
cemitério nas proximidades desse rio. Nessa bacia, de acordo com dados do PDRH-
BG (2004), próximo a um tributário do rio Marimbondo existem áreas sujeitas a
inundações em períodos chuvosos. Esse rio situa-se a cerca de 3 m do local do
cemitério.
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
4.3.13.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
Este cemitério localiza-se na Rua Dr. Francisco Portela s/n, bairro do Camarão,
próximo ao centro da cidade de S.Gonçalo (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 13).
O início de suas operações data de 1910. Ocupa uma área aproximada de
30.000 m2 e atualmente emprega 3 funcionários na administração e 17 nos serviços
funerários. Foi informada pela administração uma média de 90 sepultamentos/mês.
114
Na parte baixa do cemitério onde as investigações foram realizadas, a
cobertura é toda cimentada ou com piso de granito ao redor dos túmulos. As
sepulturas são do tipo carneiros revestidos de alvenaria e gavetas/prateleiras
construídas acima do solo. Não existem covas rasas. As estruturas de subsuperfície
podem ser constituídas por até 5 urnas e atingir profundidades de até 2,5 m.
O período mínimo de exumação atende a legislação brasileira, sendo de três
anos para adultos e dois anos para crianças. Os ossos são depositados em prédio
ossuário, e os resíduos não humanos são incinerados no terreno. As exumações são
realizadas com equipamentos de proteção (uniforme, luvas e botas).
Ocorrem áreas sujeitas a encharcamentos em terrenos baixos, tendo sido
verificados casos de corpos em estados conservativos durante as exumações.
O cemitério é abastecido por água fornecida e tratada pela CEDAE e possui
sistema de drenagem pluvial. As sepulturas não possuem sistema de drenagem. O
esgoto é drenado para a rede pública.
A ocupação do entorno é residencial urbana e comercial, situadas próximas ao
muro. O abastecimento d´água da população é feito através da rede pública.
4.3.14 Cemitério Municipal de São João de Meriti
4.3.14.1 Características do Meio Físico
O cemitério de São João de Meriti localiza-se a sudoeste da RHBG, onde se
registram índices pluviométricos médios anuais de 1200 mm.
A unidade geológica Serra dos Órgãos encontra-se muito próxima, no local, à
Unidade Sedimentos Fluviais. O cemitério localiza-se em terreno colinoso com
declividades da ordem de 10%, tendo sido as investigações concentradas na área
mais baixa.
A bacia hidrográfica do rio São João de Meriti deságua na Baía de Guanabara,
estando o cemitério nas proximidades desse rio. Segundo informações obtidas durante
os trabalhos de campo, a área onde foram realizadas as investigações da qualidade
da água subterrânea, em períodos chuvosos costuma alagar.
115
O cemitério situa-se sobre o sistema aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada.
4.3.14.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O Cemitério de S.Lázaro localiza-se na Rua João de Deus de Menezes s/n, no
bairro de Venda Velha. É administrado pela Funerária S.João Batista, subordinada à
Secretaria Municipal (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 14).
O cemitério foi construído e é operado desde 1924. Ocupa uma área
aproximada de 8.000 m2 e atualmente emprega 2 funcionários na administração e 3
nos serviços funerários. Foi informada pela administração uma média de 25
sepultamentos/mês.
Compreende estruturas típicas de um cemitério tradicional, com carneiros
revestidos de alvenaria e gavetas verticais, porém a maior parte das sepulturas na
área investigada é do tipo cova rasa, com profundidade máxima de 1,80 m e sem
proteção lateral de alvenaria. Não há utilização de cal.
Os ossos exumados após três anos, que não são requeridos pelos familiares,
são armazenados temporariamente numa construção existente na parte central do
cemitério e posteriormente enterrados na área alta situada a jusante da entrada. No
muro lateral são guardados os ossos exumados dos familiares. Os resíduos não
humanos exumados são incinerados na própria área do cemitério. Não há
conhecimento de casos de corpos em estado conservativo durante as exumações.
As sepulturas não possuem sistema de drenagem, porém o cemitério possui
canaletas de drenagem pluvial e tubulação para coleta de esgoto, que são
direcionados à rede pública. Foi informado não haver áreas encharcadas no local.
O entorno é caracterizado por construções residenciais populares e comerciais.
O abastecimento d´água desta população provém da CEDAE. Ao lado da
administração, após a entrada do cemitério, foi encontrado um poço artesiano que,
segundo informado, não é utilizado.
116
O entorno do cemitério é habitado e não mantém distância mínima do muro às
construções. Verificou-se que a ampliação do cemitério avança em covas rasas para
cotas mais altas, em área habitada onde não há delimitação por muro. Existe uma rua
dividindo o cemitério longitudinalmente, onde há passagem constante de pedestres em
direção à sua entrada.
4.3.15 Cemitério Municipal de Tanguá
4.3.15.1 Características do Meio Físico
O cemitério de Tanguá localiza-se a sudeste da RHBG, onde se registram
índices pluviométricos médios anuais de 1300 mm.
A unidade geológica do local, Sedimentos Fluviais, faz interface com a Unidade
Cassorotiba, o que lhe confere características geológicas heterogênea. O cemitério
situa-se sobre um terreno com declividade inferior a 15%.
O município de Tanguá está inserido na bacia de drenagem do rio Caceribu
que desagua na Baía de Guanabara. Nessa bacia o rio Bonito, um dos seus
tributários, encontra-se nas proximidades do cemitério.
O cemitério está compreendido sobre o sistema aqüífero Aluviões Arenosos,
formado por aluviões dos rios da bacia. Esse aqüífero é favorável à captação de água
subterrânea, normalmente de boa qualidade e levemente ferruginosa.
4.3.15.2 Características Construtivas, Operacionais e de Infra-estrutura
O cemitério localiza-se na Rua Manuel Tahlantiel de Velasco s/n, no bairro Vila
Cortes, às margens da ferrovia (Ver Anexo 3 – Localização Georreferenciada e Imagem Satélite - Figura 15). É administrado pela Secretaria Municipal de Integração
e Ação Social.
Trata-se de um cemitério não tão antigo como a maior parte dos demais
investigados, sendo o registro do primeiro óbito datado em 1969. Ocupa uma área
aproximada de 13.000 m2.
117
Trabalham na administração apenas 1 (um) funcionário e 5 (cinco) nos serviços
funerários. O número de sepultamentos médios por mês é em torno de 15.
A área investigada possui construções típicas de cemitérios horizontais
tradicionais, com covas revestidas lateralmente para jazigos perpétuos ou não
revestidas (do tipo cova rasa), para sepultamentos por inumação. Os jazigos
perpétuos são construídos em estruturas de subsuperfície de alvenaria, recobertas
com concreto e podem receber até três urnas, podendo atingir até 2,50 m de
profundidade.
As sepulturas não possuem sistema de drenagem, havendo, no entanto,
canaletas de drenagem pluvial e tubulação para coleta de esgoto, que são
direcionados à rede pública. Não se verificam áreas encharcadas no local. O lixo é
incinerado no local.
O entorno é ocupado por algumas residências populares, que mantêm pouca
distância do muro do cemitério.
As exumações são realizadas após 3 (três) anos do sepultamento, utilizando-
se uniforme e botas de PVC. Após o procedimento, os ossos são armazenados em
prédio ossuário coletivo e os resíduos não humanos são incinerados no local.
4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO DIAGNÓSTICO
Neste capítulo foi feito o diagnóstico do meio físico e das características
construtivas, operacionais e de infra-estrutura de serviços, relativas aos 15 cemitérios
analisados nesta dissertação, que se localizam no entorno da Região Hidrográfica da
Baía de Guanabara - RHBG, no Rio de Janeiro. As ilustrações e bases
georreferenciadas utilizadas para caracterização das áreas são apresentadas nas
Figuras 4.1 a 4.3 e no Anexo 3.
A consolidação deste diagnóstico, enfocando os principais aspectos
relacionados ou que possam interferir com a qualidade do solo e/ou da água
subterrânea, é apresentada nas Tabelas 4.1 e 4.2.
A maior parte dos cemitérios analisados localiza-se a sudoeste da RHBG
(Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e São João de Meriti),
118
na região da Baixada Fluminense, e a sudeste (Itaboraí, Niterói, Rio Bonito, São
Gonçalo e Tanguá). Nessas áreas, o aqüífero predominante é o Cristalino de
Favorabilidade Moderada, caracterizado pela boa potencialidade aqüífera, salvo
Itaboraí e Tanguá, os quais situam-se respectivamente sobre os aqüíferos Macacu e
Aluviões Arenosos, cujas águas são consideradas de boa qualidade (Sólidos Totais
Dissolvidos < 200 ppm ou 0,2 mg/L). As águas do aqüífero Macacu possuem baixos
teores de ferro (entre 0,1 x 10-3 mg/L e 0,5 x 10-3 mg/L) e as dos Aluviões Arenosos
são levemente ferruginosas.
Nos demais cemitérios, três situam-se mais ao norte da RHBG - Duque de
Caxias (localidade de Xerém), Cachoeiras de Macacu e Guapimirim, cuja proximidade
com a Serra do Mar define áreas de ventos mais fortes, e apenas um – Magé
(localidade de Mauá) situa-se na parte central. O aqüífero Cristalino de Favorabilidade
Moderada também está presente nessas áreas, a exceção de Guapimirim cujo
aqüífero é Arenoso.
A maioria dos cemitérios (nove) situa-se em vertentes de talude sobre áreas
com declividades consideráveis (entre 8% e 20%) como Belford Roxo, Mesquita,
Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito, São
Gonçalo e Tanguá.
Com base no levantamento de bairros inundáveis efetuados no PDRH-BG
(2004), verificou-se, para o presente trabalho, que os cemitérios de Niterói e São
Gonçalo são os únicos cujas áreas podem estar sujeitas a alagamentos, devido à
proximidade de rios que costumam transbordar em períodos de chuvas intensas. Entre
ambos, Niterói deve ser o mais crítico por situar-se em área plana e de cotas mais
baixas.
Rio de Janeiro, São João de Meriti, Guapimirim, Magé, Itaboraí, Niterói, Rio
Bonito e São Gonçalo são cemitérios muito antigos, operados há mais de 80 anos. Os
demais se situam na faixa de 37 a 62 anos de operação. Observa-se em Mesquita,
embora operado há 50 anos, a área objeto das investigações é mais recente. Isto
também ocorre em Magé (5 anos) e Rio Bonito (25 anos).
A maioria dos cemitérios tem ocupação no entorno por residências que, em
geral, não mantêm uma distância mínima de afastamento do muro.
119
Em alguns locais foram informadas ocorrências de exumações em que os
corpos se encontravam conservados e saponificados, geralmente associadas a áreas
mais úmidas, sujeitas a alagamentos em períodos chuvosos. Essas áreas foram
identificadas nos cemitérios de Belford Roxo, Nova Iguaçu, Niterói e São Gonçalo.
De acordo com informação recebida das respectivas administrações, todos os
cemitérios analisados, salvo Duque de Caxias, Magé e Niterói encaminham seu
esgoto sanitário para a rede pública.
Observa-se que a população do entorno de Duque de Caxias, Magé e
Cachoeiras utilizam em parte água de poços tubulares. Contudo, deve-se considerar a
possibilidade de que o entorno dos cemitérios de Guapimirim, Itaboraí, Rio Bonito e
Tanguá, sejam também áreas abastecidas por água de poços tubulares. Esses
municípios, conforme já descrito, possuem água de boa qualidade, tendo em certos
locais minas de água e, de acordo com dados do Censo do IBGE do ano de 2000
cerca de 50%, 70%, 48% e 72%, respectivamente, dos seus domicílios utilizam água
de poço ou de nascentes em relação ao total que utiliza também a rede pública ou
outra forma de abastecimento.
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124
5 METODOLOGIAS DAS INVESTIGAÇÕES DE CAMPO E DAS ANÁLISES LABORATORIAIS
As investigações de campo nos 15 cemitérios localizados no entorno da Baía
de Guanabara compreenderam a execução de geofísica por Sondagem Elétrica
Vertical (SE) em 5 (cinco) pontos de cada área investigada, sondagens geológicas a
trado manual/mecânico, com instalação de 3 (três) poços de monitoramento em cada
local e coleta de amostras de água subterrânea em (2) dois poços por cemitério.
Estes serviços foram contratados pela Ecologus Engenharia Consultiva Ltda. e
executados por empresas e prestadores de serviços, para subsidiar o estudo realizado
pela empresa no âmbito do PD-RHBG.
Critérios Adotados para Localização dos Pontos das SEs e dos Poços de
Monitoramento
O mapa georreferenciado de localização dos pontos investigados em cada
cemitério com respectiva imagem satélite, elaborados para o PDRH-BG (2005c), é
reproduzido nas Figuras 1 a 15 do Anexo 3, que serão utilizadas como referência na
análise dos resultados (Capítulo 6). Neste mapa também são indicados os pontos
onde as amostras foram coletadas.
Considerando o número limitado de sondagens elétricas previstas para cada
cemitério (cinco por área) em relação à extensão dessas áreas, o critério adotado para
seleção da área por elas abrangida foi definido pela equipe de fiscalização do DRM a
partir de um reconhecimento expedito em campo de cada local, concentrando a
maioria dos pontos das SEs nas áreas de cotas mais baixas, para onde a topografia
indicasse convergência de fluxo de água, considerando ainda nas áreas separadas
por talude, a proximidade de residências, rios e poços de captação.
Os pontos de instalação dos poços de monitoramento foram inicialmente
escolhidos em função dos resultados obtidos nas investigações geofísicas (Anexo 4),
considerando a direção do fluxo de água, o nível da água (NA) previsto e as cotas de
elevação. A escolha definitiva dos três pontos foi realizada considerando um ponto a
montante, e os outros dois em áreas de cotas mais baixas, sendo o segundo a jusante
do fluxo e o terceiro geralmente não alinhado a esses dois.
125
Em Belford Roxo (Anexo 3, Figura 1), as investigações geofísicas foram
distribuídas entre as vertentes e vale que se formam no terreno. Neste cemitério não
foi instalado poço de monitoramento, pois as tradagens nos três pontos selecionados
foram até profundidades de 11 m e 13 m sem encontrar o NA. Os furos foram
preenchidos sem revestimento.
No cemitério de Cachoeiras de Macacu (Anexo 3, Figura 2), instalado no alto
da colina, as SEs foram distribuídas no sopé e ao redor desta, tendo-se o cuidado de
selecionar pontos que não sofressem influência do esgoto das residências.
No cemitério de Duque de Caxias (Anexo 3, Figura 3), as investigações foram
concentradas na vertente de entrada do cemitério. Apenas um poço foi instalado
dentro do cemitério, situado à direita da entrada. O segundo poço foi instalado no
quintal de uma residência situada na mesma rua, à esquerda da entrada do cemitério,
e o terceiro na rua lateral.
Em Guapimirim (Anexo 3 - Figura 4), embora o terreno tenha pouca
declividade, nota-se sua inclinação para cotas mais baixas em direção aos fundos do
terreno. Sendo assim, as SEs foram distribuídas a partir do centro para o fundo do
terreno e do cemitério. A instalação dos poços foi bastante dificultada pela existência
de muitos blocos e seixos de quartzo e granito, sendo necessária a escavação de uma
largura muito extensa para aprofundar a perfuração.
No cemitério de Itaboraí (Anexo 3 - Figura 5) os pontos de geofísica e de
monitoramento foram concentrados na vertente mais baixa do cemitério, à exceção de
um poço que foi situado em cota mais alta. Identificou-se uma mina d´água perto do
poço PM 1.
Em Magé (Anexo 3 - Figura 6), localidade de Mauá, as SEs foram distribuídas
na parte nova do cemitério e os poços, em lados opostos junto ao muro. Na área
situada atrás do muro lateral do cemitério, onde foi instalado o poço PM 03, verificou-
se posteriormente ser o quintal de uma residência situada a menos de 3 m do poço, e
para onde drena o esgoto da mesma, sendo este fato muito relevante na avaliação
dos resultados das análises laboratoriais da água subterrânea deste poço.
Em Mesquita (Anexo 3 - Figura 7), as investigações geofísicas e geológicas
foram concentradas especialmente na vertente de fundos do cemitério, constituída por
126
uma área mais recentemente operada. Apenas um poço foi perfurado na vertente
oposta.
Em Nilópolis (Anexo 3 - Figura 8), as SEs foram distribuídas nas áreas mais
baixas ao longo da vertente. As tradagens foram realizadas em dois pontos situados
em cotas mais baixas, próximos ao muro de entrada, e num terceiro ponto mais central
do cemitério, situado em área alta. Conforme será apresentado adiante, não foram
instalados poços de monitoramento neste cemitério, por não ter sido encontrado o NA
até a profundidade total perfurada de 8 m em dois poços, e 11 m em outro, sendo
estes furos preenchidos após as tradagens .
Em Niterói (Anexo 3 - Figura 9), as investigações geofísicas foram distribuídas
na vertente mais baixa do cemitério, situada à esquerda da entrada junto ao muro
lateral. No lado externo desse muro existe um canal de esgoto a céu aberto, onde há
muito lixo boiando e até criação de porcos nas suas margens. Os poços foram
instalados ao longo desse muro.
O cemitério de Nova Iguaçu (Anexo 3 - Figura 10) localiza-se sobre um talude,
tendo sido investigada pelas SEVs sua vertente a jusante da entrada, por ser uma
área mais vulnerável, devido as moradias localizadas ao fundo. Nessa área foi prevista
a instalação de um poço PM 01; entretanto, a 10 m de profundidade, a perfuração a
trado encontrou uma laje impenetrável, sendo, portanto, o ponto remanejado para o
centro-oeste do cemitério. O mesmo ocorreu com o ponto inicialmente previsto para
PM 03 (ao lado esquerdo próximo à entrada) que deu impenetrável a 3 m de
profundidade, sendo o ponto deslocado para o canto esquerdo da entrada do
cemitério. O poço PM 1 foi localizado na face centro-leste, próximo ao necrotério.
As investigações geofísicas e geológicas em Rio Bonito (Anexo 3 - Figura 11)
foram realizadas na parte mais baixa do cemitério, sendo um poço instalado junto ao
muro da entrada principal, e os outros dois na área lateral mais nova, situando-se
nesta última os poços de amostragem da água subterrânea. Embora representada,
não foi possível obter uma imagem satélite da região com definição suficiente para
localizar o cemitério.
No Rio de Janeiro (Anexo 3 - Figura 12), embora as curvas de nível não
estejam representadas na Figura 12, o terreno possui cotas mais baixas para o lado
do muro de entrada. Sendo assim, as investigações geofísicas foram distribuídas na
127
parte baixa, sendo os poços instalados ao longo do muro de entrada. Observa-se que
os limites do mapa georreferenciado não se assemelham aos da imagem satélite,
tendo sido indicada nesta a localização dos poços instalados para facilitar o
entendimento.
Em São Gonçalo (Anexo 3 - Figura 13), as investigações geofísicas situaram-
se ao longo do muro lateral, situado à direita da entrada principal, e os poços foram
concentrados na vertente baixa da entrada.
No cemitério de São João de Meriti (Anexo 3 - Figura 14), a geofísica foi
distribuída nas cotas mais baixas. Dois poços foram instalados na parte baixa ao longo
do muro à esquerda da entrada e o terceiro do lado direito. Atravessando o cemitério,
próximo ao PM 01, corre um valão que recebe grande parte do esgoto das moradias
populares existentes em todo o entorno.
Em Tanguá (Anexo 3 - Figura 15), as investigações geofísicas abrangeram
boa parte do cemitério, porém os poços foram concentrados na parte mais baixa,
próximos à entrada junto aos muros laterais.
5.1 INVESTIGAÇÃO GEOFÍSICA: MÉTODO RESISTIVIMÉTRICO POR SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL
5.1.1 Introdução
A campanha de investigação geofísica com o Método Resistivimétrico foi
realizada no período de 16 de janeiro e 03 de fevereiro de 2006, perfazendo 18 dias
de operação para a execução de um total de 125 Sondagens Elétricas Verticais. Os
serviços foram executados, interpretados e modelados pela empresa Chamonix.
O método eletroresistivimétrico para a prospecção geofísica fundamenta-se no
fato de que as rochas e solos possuem diferentes condutividades elétricas.
A técnica por Sondagem Elétrica Vertical (SE ou SEV) é usualmente
empregada na determinação da variação da resistividade com a profundidade, útil na
localização de aqüíferos potáveis, embasamento cristalino e acentuadas mudanças
estratigráficas (Miranda Neto, 2002).
128
No estudo em foco os principais objetivos das SEs foram estimar as variações
litológicas da área e o nível da água.
5.1.2 Equipamentos
Medidas Resistivimétricas (PDRH-BG, 2005a)
O equipamento utilizado para a execução da SE consiste essencialmente de
quatro componentes: resistivímetro, fonte de energia, eletrodos e cabos elétricos.
O resistivímetro empregado neste levantamento foi um equipamento nacional,
digital, fabricado pela Megabras, de corrente alternada, de 40 watts de potência, que lê
diretamente a relação V/I (a diferença de voltagem V entre dois eletrodos provocada
pela corrente injetada I).
A fonte de energia foi fornecida por uma associação de pilhas de lanterna, em
série, alcançando um mínimo de 12 volts.
Para as medições das SEs foi utilizado o arranjo Schlumberger, recomendado
para sondagens elétricas, cujas características são apresentadas na seqüência.
Metododologia do Arranjo Schlumberger
O arranjo Schlumberger é caracterizado pela utilização de quatro eletrodos
dispostos em linha reta, simetricamente em relação ao centro (ver Figura 5.1). Os
eletrodos são de aço inoxidável, de 5/8”, com 55 centímetros de comprimento. Os dois
eletrodos de voltagem, ou de potencial, M e N permanecem fixos numa posição,
durante as sucessivas leituras dos eletrodos de corrente A e B, que vão sendo
movimentados com espaçamentos crescentes. Quanto maior a distancia entre A e B,
maior a profundidade alcançada pela corrente medida.
O posicionamento dos eletrodos não obedece a um esquema pré-fixado, porém
é recomendável que os semi-espaçamentos entre os eletrodos (AB/2) tenham uma
distribuição aproximadamente regular quando marcados em escala logarítmica, com
pelo menos oito pontos por período (década). Além disto, o espaçamento entre os
eletrodos deve observar a relação (AB/MN) < 5, podendo-se utilizar nas primeiras
medições da SE a relação (AB/MN) < 3.
129
FIGURA 5.1: ARRANJO SCHLUMBERGER PARA EXECUÇÃO DE SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL (SE)
O cálculo da resistividade aparente ( a ) neste arranjo é dado pela seguinte
expressão:
a = k * V /I [5.1]
onde,
V/I , lido diretamente no resistivímetro e
K é função dos espaçamentos,
k = (2 [5.2]
Após a leitura de um grupo de medições para espaçamentos A e B diferentes,
o espaçamento dos eletrodos M e N deve ser aumentado. Neste caso, efetua-se a
operação de “embreagem”, que consiste em executar leituras para as mesmas
posições de A e B, a anterior e a seguinte, mas com dois espaçamentos diferentes de
M e N.
A
M
N
B
ELETRODOS FIXOS (eletrodos de voltagem)
ELETRODOS MÓVEIS
(eletrodos de correntes)
RESISTÍMETRO
CABO ELÉTRICO
130
Um modelo de formulário para lançamento dos dados de medição em campo e
dos resultados das SE é apresentado na Figura 5.2. Observa-se que pares de pontos
são mostrados quando ocorrem as embreagens (alteração do espaçamento entre os
eletrodos fixos).
FIGURA 5.2 – MODELO DE FORMULÁRIO DE LANÇAMENTO DAS LEITURAS NO RESISTIVÍMETRO FONTE: CHAMONIX
Medidas Topográficas (PDRH-BG, 2005a)
As coordenadas UTM e as elevações dos pontos para a execução das SEs
foram efetuadas com um GPS portátil Garmin, modelo eTrex, o qual pode gerar uma
imprecisão de medida, especialmente quando se trata de áreas pouco extensas. Para
medidas de superfície esta imprecisão pode atingir um valor máximo da ordem de 20
m, e para medidas altimétricas, no máximo de 10 m.
5.1.3 Interpretação das SEs (PDRH-BG, 2005a)
Para a interpretação das SEs foi empregado um programa de processamento
digital com a utilização do método de Zodhy, baseado na interação dos dados de
resistividade com a aplicação de um coeficiente de atenuação para a correção do
intervalo investigado.
V/I
SE
V/I
131
O programa exige que haja uma suavização da curva dos dados originais de
modo que a medida final esteja representada numa camada de espessura infinita,
existindo um deslocamento entre as curvas escalonadas de inversão 1-D com
amplitude inferior ou igual a esta última.
O perfil interpretado de inversão 1-D representa uma média ponderada das
resistividades das camadas acumuladas até as profundidades de investigação. As
inflexões bruscas refletem um contraste acentuado entre as camadas e se encontram
assinaladas nos eixos das abscissas dos gráficos interpretados, conforme mostrados
para cada sondagem interpretada.
Para cada sondagem, os valores de resistividade são classificados por
intervalos distribuídos em colunas geoelétricas ao longo de uma escala logarítmica de
profundidade, onde cada unidade litoestratigráfica corresponde a uma unidade
geoelétrica de acordo com a natureza do intervalo atravessado pela sondagem,
conforme sintetizado na Figura 5.3. Nem todos os intervalos indicados aparecem nas
SEs.
FIGURA 5.3: SÍNTESE DOS VALORES DE RESISTIVIDADE USADOS NA “MODELAGEM” FONTE: PDRH-BG (2005a)
132
5.1.4 Modelagem das SEs (PDRH-BG, 2005a)
Na execução da SE, a corrente elétrica penetra o terreno devido à condução da
água mineralizada contida nos solos e rochas. Com poucas exceções (sulfetos
metálicos, grafita, etc) rochas secas são extremamente isolantes. As rochas têm suas
resistividades finitas e mensuráveis devido à existência de água em seus poros,
fraturas, e argilas intersticiais. A resistividade da rocha depende essencialmente da
resistividade e do volume de água acumulada, e do arranjo e comunicação dos canais
formados pela porosidade e fraturas.
A resistividade da água potável está dentro dos limites 15-50 ohm.m. A
resistividade da rocha que contem água esta relacionada com a porosidade efetiva.
Neste relatório, a interpretação e a simbologia, levando-se em conta o percentual de
porosidade e material de preenchimento das rochas, resultaram nos seguintes
referenciais:
a) Leitos argilosos apresentam valores muito baixos (<30 m).
b) Intercalações de argilas e material detrítico apresentam valores
intermediários (30 a 180 m).
c) Rochas parcialmente alteradas sob a zona de saturação possuem
resistividades médias (180 a 500 m).
d) Rochas alteradas e/ou fraturadas apresentam resistividades médias a
altas (500 a 2500 m).
e) Rochas com fraturas locais e restritas têm resistividades altas (>2500
m).
f) Rochas maciças têm resistividades altíssimas (> 5000 m).
5.1.5 Saídas do Modelo (PDRH-BG, 2005a)
O modelo de processamento permite desenhar uma Curva SE para cada
sondagem, conforme exemplificado no gráfico à esquerda da Figura 5.4. Os dados de
medida e os de interpretação são mostrados neste gráfico bi-logarítmico, cujos
módulos são iguais nos dois eixos.
133
FIGURA 5.4 – CURVA SE: DADOS, INVERSÃO 1D, MODELAGEM E COLUNA GEO-ELÉTRICA FONTE: ADAPTADO DO PDRH-BG (2005a)
Os valores das resistividades aparentes ( a) são marcados em ordenadas e os
valores do semi-espaçamento (AB/2), em abscissas. Os valores das resistividades
estão assinalados no gráfico e a curva SE é ajustada para estes pontos. Neste mesmo
gráfico está apresentado o perfil de inversão 1-D, interpretado. As inflexões bruscas da
resistividade estão assinaladas no rodapé da SE, logo abaixo do eixo das abscissas.
A Modelagem apresentada na figura à direita da curva SE, é uma tentativa de
correlação das resistividades das camadas com as litologias esperadas. As
profundidades das camadas estão apresentadas em escala logarítmica. Abaixo desta
seção é mostrada uma escala logarítmica de resistividade (1, 10, 100, 1000 e 10000).
Para cada SE está mostrada a modelagem das camadas, permitindo ao
analista estabelecer as seqüências de rochas superficiais, a presença do lençol
freático, o grau de alteração da rocha do embasamento cristalino, a intensidade do
fraturamento e/ou cisalhamento, a profundidade da rocha sã (topo rochoso), etc.
Curva SE
Perfil de Inversão
Res
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Semi-espaçamento AB (m)
Resistividade nas Inflexões Bruscas (ohm.m) Escala log. de resistividade (ohm.m)
134
O perfil da distribuição da água no terreno é feito pela interpretação geo-
elétrica de cada SE, obtendo-se o Perfil Hídrico local, conforme exemplificado na
Figura 5.5.
FIG. 5.5 – PERFIL HÍDRICO LOCAL MOSTRANDO A DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO TERRENO. FONTE: PDRH-BG (2005a)
A ocorrência de água em subsuperfície pode ser dividida em zonas de
saturação e aeração. Na zona de saturação todos os interstícios são preenchidos com
água sob pressão hidrostática. A zona de aeração consiste de interstícios ocupados
parcialmente pela água e parcialmente pelo ar. A zona saturada é limitada ao topo,
quer pela superfície de saturação ou recobrindo camadas impermeáveis, e se
estendendo para baixo até uma camada impermeável, como o topo rochoso.
Em geral, uma única zona de aeração recobre uma única zona de saturação. A
passagem de uma zona para outra nem sempre é distinta, podendo apresentar um
recobrimento nos limites da transição.
135
A correlação entre efeitos ou eventos geológicos permite a determinação,
investigação, ou demonstração da dependência ou associação dos efeitos ou eventos
pelo estabelecimento de um sistema lógico de visualização.
A tentativa de correlação geoelétrica das SEs cujas separações são próximas é
apresentada na Figura 5.6.
FIGURA 5.6 – CORRELAÇÃO GEOELÉTRICA ENTRE SONDAGENS PRÓXIMAS. FONTE: PDRH-BG (2005a)
Por fim, por meio dos dados disponíveis de algumas SEs e dos dados do
levantamento topográfico ou altitude e dados altimétricos, o sistema de processamento
utilizado permite traçar as curvas de nível da superfície do lençol freático.
Esta superfície é determinada pela altura de potencial hidráulico (= carga
hidráulica), que é obtida pela diferença entre a profundidade do nível freático (nível
d’água = NA) determinado na SE, e a cota do ponto medida pelo GPS, conforme
representado na Figura 5.7:
SW NE
136
FIGURA 5.7: ESQUEMA DE MEDIÇÃO DA CARGA HIDRÁULICA
O mapa da superfície do lençol é especialmente importante porque não só
indica a profundidade debaixo da qual a água é armazenada, como também a direção
do seu movimento, conforme representado na Figura 5.8.
O gradiente hidráulico de um aqüífero é a relação da mudança da coluna de
pressão pela distância do fluxo num dado ponto. O gradiente hidráulico máximo fica na
região onde as curvas de contorno são menos espaçadas.
FIGURA 5.8 – CURVA DE SUPERFÍCIE DO LENÇOL FREÁTICO E DIREÇÃO DO FLUXO DE ÁGUA EM
RELAÇÃO AO POSICIONAMENTO DAS SES FONTE: PDRH-BG (2005a)
h = CT – NA h = Carga Hidráulica CT = Cota do Terreno NA = Profundidade de Nível Água
datum
NACT
h
137
5.2 SONDAGENS GEOLÓGICAS E INSTALAÇÃO DE POÇOS DE MONITORAMENTO
5.2.1 Introdução
No período de 01 de maio a 23 de junho de 2006 foram executados 3 (três)
furos de sondagem a trado e instalados 3 (três) poços de monitoramento,
denominados PM 01, PM 02 e PM 03, em cada uma das 15 áreas dos cemitérios
investigados. Os serviços foram executados por profissional autônomo sob supervisão
de um geólogo, contratados pelo Consórcio Ecologus-Agrar no âmbito do PDRH-BG.
5.2.2 Materiais e Equipamentos (PDRH-BG, 2005c)
A maior parte dos furos foi executada com trado manual e eventualmente trado
mecânico, modelo STIHL com implemento Bristol.
A medição das coordenadas UTM e elevações dos pontos foi efetuada com
GPS portátil Garmin, modelo eTrex.
Utilizou-se medidor de nível (marca Hidrosuprimentos) para determinação da
profundidade do N.A.
Para instalação dos poços foram utilizados tubos rígidos brancos em PVC de 4”
e de 2”, e tubo rígido azul Geomecânico de 2”. Além desses materiais, para a
confecção do filtro utilizou-se uma serra manual, brita zero como material de pré-filtro,
bentonita para selo e madeira para a forma de concreto de acabamento final do poço.
5.2.3 Metodologia
Os furos foram aprofundados até 1m abaixo do NA ou até encontrar rocha
(impenetrável a trado). Quando o NA não foi encontrado a mais de 10 m de
profundidade o poço não foi instalado, sendo o furo preenchido.
Todas as ferramentas utilizadas para as sondagens foram lavadas com água
corrente e detergente ao final de cada perfuração. Não foi utilizado nenhum tipo de
líquido para a perfuração.
138
O material coletado nas sondagens foi utilizado para caracterização do perfil
litológico através da identificação táctil-visual das litologias.
A construção dos poços de monitoramento obedeceu às especificações
estabelecidas pela norma da ABNT nº 13895/1997.
Foi utilizado trado manual ou mecânico para perfuração de furos de sondagens
de 4”. Para revestimento interno e filtro foi utilizado tubo de 2” do tipo geomecânico,
em poços de monitoramento, e de PVC comum nos outros poços de cada local. O
filtro, constituído por ranhuras transversais no tubo, foi feito a partir do primeiro metro
de profundidade. Na parte inferior dos poços de monitoramento foi instalado um
tampão fixo de PVC e na superior foi utilizada uma tampa removível, rosqueada no
tubo geomecânico e de pressão no tubo de PVC. Ao nível do piso foi utilizada uma
tampa de ferro.
O espaço anelar do fundo do poço até cerca de 0,70 m de profundidade foi
preenchido por um pré-filtro constituído de brita fina (brita zero). Acima deste, o
espaço foi preenchido por bentonita (cerca de 0,30 m) e restante do furo, até a boca
do poço, com concreto. Para a instalação das câmaras de calçada e acabamento final
foi utilizado concreto. Os poços foram assentados no nível do solo, a exceção dos
poços de monitoramento, que foram instalados com tubo geomecânico e a caixa de
proteção foi concretada 0,50 m acima do nível do solo. A Figura 5.9 esquematiza a
construção do poço.
139
Tubo de PVCp/ revestimento interno (diâmetro 2")
Tampa de fundo (PVC)
Proteção sanitária em concreto (Altura ~70 cm)
Tampa de encaixe ou rosqueada
Tampa de ferro
Diâmetro de perfuração (4")
Selo em Bentonita (Altura ~30 cm)
Pré-filtro (brita fina)
Filtro (ranhuras no tubo ~2mm espessura)
Caixa de proteção (Altura ~50 cm)
FIGURA 5.9 – FIGURA ESQUEMÁTICA DE UM POÇO DE MONITORAMENTO
5.3 AMOSTRAGEM DA ÁGUA SUBTERRÂNEA
5.3.1 Metodologia de Amostragem
No período de 02 a 23 de junho de 2006 foi realizada uma única campanha
amostragem de água subterrânea nos 15 cemitérios investigados, que consistiu na
coleta de uma amostra em dois (2) dos três (3) poços instalados em cada cemitério,
totalizando 30 amostras.
As coletas foram efetuadas pela equipe da empresa Hidroquímica Engenharia
e Laboratórios Ltda, responsável também pelas análises físico-químicas e
microbiológicas.
A seleção dos dois (2) poços para coleta de amostras geralmente considerou o
critério de localização de um poço mais a montante do fluxo e outro mais a jusante.
140
Normalmente, as coletas nos dois poços de cada cemitério foram realizadas no
mesmo dia, a exceção do cemitério de Magé. Nesse caso, a segunda coleta foi
realizada no dia seguinte, pois o poço encontrava-se seco, ao que se admite ser
devido ao rebaixamento causado pelo bombeamento continuo dos poços existentes no
entorno, para abastecimento d´água local. As amostragens foram feitas nos períodos
da manhã ou tarde, porém, excepcionalmente, no cemitério de Nova Iguaçu elas
ocorreram no período noturno.
Previamente à coleta, todos os poços foram esgotados manualmente,
utilizando coletores (bailer) descartáveis. Após o restabelecimento do nível estático as
amostras foram coletadas com amostradores (bailer) descartáveis. Foi utilizado um
bailer por amostra para evitar possível contaminação e interferência nos resultados
das análises. Durante o procedimento utilizou-se luvas.
As amostras foram acondicionadas em frascos esterilizados, conforme
recomendado pela Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th
de 1998.
Concluída a coleta, os recipientes foram acondicionados em caixa de isopor e
encaminhados ao laboratório da Hidroquímica.
5.3.2 Metodologia das Análises Físico-Quimicas
As análises de pH, Temperatura e Condutividade foram efetuadas em campo,
por leitura direta, utilizando-se, respectivamente, um pHmetro portátil, um termômetro
escala 10ºC – 110ºC, e um condutivímetro portátil.
Todas as análises de laboratório foram realizadas segundo metodologia
preconizada pelo Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th
de 1998 e pela metodologia FEEMA.
A Tabela 5.1 apresenta a correlação dos parâmetros analisados com a
metodologia adotada.
141
TABELA 5.1 – METODOLOGIA DE ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA Parâmetro Método Unidade
Resíduo Filtrável Total - RFT SM 2540C mg / L
Potencial Redox - Eh SM 4500 mV
Condutividade SM 2510 S/cm
pH à 25 º C SM 4500 -
Temperatura SM 2550 ºC
DQO em O2 SM 5220 mg / L
DBO em O2 5 dias SM 2510B mg / L
OD em O2 SM 4500 mg / L
Dureza Total em CaCO3 SM 2340C mg / L
Ferro Total em Fe+2+3 SM 3500 mg / L
Cobre Total em Cu SM 3500 mg / L
Cromo Total em Cr+3+6 SM 3500 mg / L
Manganes Total em Mn SM 3500 mg / L
Mercúrio Total em Hg SM 3500 mg / L
Níquel Total em Ni SM 3500 mg / L
Zinco Total em Zn SM 3500 mg / L
Prata Total em Ag SM 3500 mg / L
Bário Total em Ba SM 3500 mg / L
Cádmio Total em Cd SM 3500 mg / L
Chumbo Total em Pb SM 3500 mg / L
Nitrogênio Amoniacal em N SM 4500 mg / L
Nitrogênio de Nitratos em N SM 4500 mg / L
Nitrogênio de Nitritos em N SM 4500 mg / L
Fósforo Total em P SM 4500 mg / L
Cloretos em Cl SM 4500 mg / L Fonte: PDRB-BG, 2005d
Características dos Elementos Analisados
Com base no trabalho do Professor Eurico Zimbres (Zimbres, 2006) sobre
química da água subterrânea publicado pela ABAS na Internet, descreve-se a seguir
as características e funções destes parâmetros na água subterrânea:
142
Resíduo Filtrável Total - RFT (ou Sólidos Totais Dissolvidos- STD): representa a
soma dos teores de todos os constituintes minerais presentes na água.
Condutividade Elétrica - CE: a presença de sais dissolvidos e ionizados na água a
transforma num eletrólito capaz de conduzir a corrente elétrica. Como há uma
relação de proporcionalidade entre o teor de sais dissolvidos e a condutividade
elétrica, estima-se o teor de sais pela medida de condutividade de uma água. As
medidas foram efetuadas por um condutivímetro na unidade de resistência
microMHO/cm ( MHO/cm), que corresponde à unidade do Sistema Internacional de
Medidas, microsiemens/cm ( S/cm).
Potencial de Hidrogênio – pH: indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade do meio.
É a medida da concentração de íons H+ na água. O balanço dos íons hidrogênio
(H+) e hidróxido (OH-) determina quão ácida ou básica ela é. Na água
quimicamente pura os íons H+ estão em equilíbrio com os íons OH- e seu pH é
neutro, ou seja, igual a 7. Em meio ácido, pH <7, os íons H+ estão em maior
quantidade; em meio alcalino, pH > 7, há mais íons OH. Os principais fatores que
determinam o pH da água são o gás carbônico dissolvido e a alcalinidade. O pH
das águas subterrâneas varia geralmente entre 5,5 e 8,5.
Potencial redox – Eh (potencial de redução-oxidação): mede a atividade dos
elétrons, ou seja, a voltagem produzida pela transferência de elétrons entre átomos
e moléculas na água. Está relacionado com o pH e o conteúdo de oxigênio. Em
ambiente ácido há perda de elétrons e em ambiente redutor há ganho de elétrons.
Temperatura: as águas subterrâneas têm uma amplitude térmica pequena, em
geral não influenciada pelas mudanças da temperatura atmosférica. Exceções são
os aqüíferos freáticos pouco profundos. Em profundidades maiores a temperatura
da água é influenciada pelo grau geotérmico local (em média 1ºC a cada 30 m).
Dureza Total: é definida como a dificuldade de uma água em dissolver (fazer
espuma) sabão pelo efeito do cálcio, magnésio e outros elementos como Fe, Mn,
Cu, Ba etc. Águas duras são inconvenientes deixam uma película insolúvel sobre
as superfícies de contato. A dureza total é a soma da dureza temporária e
permanente.
143
O íon de cálcio e depois deste, o de magnésio são os principais elementos
responsáveis pela dureza. A dureza temporária ou de carbonatos é devida a estes
íons que sob aquecimento se combinam com íons bicarbonato e carbonatos,
podendo ser eliminada por fervura. A dureza permanente é devida também aos
íons de cálcio e magnésio que se combinam com sulfato, cloretos, nitratos e outros,
dando origem a compostos solúveis que não podem ser retirados pelo
aquecimento. A dureza é expressa em miligrama por litro (mg/L) de CaCO3
(carbonato de cálcio) independentemente dos íons que a estejam causando.
O carbonato de cálcio é muito pouco solúvel em água pura. O cálcio ocorre nas
águas na forma de bicarbonato e sua solubilidade está em função da quantidade de
gás carbônico dissolvido. Toda variação de temperatura e de pressão que levam à
modificação do CO2 dissolvido na água refletirá sobre seu conteúdo em Ca. No
caso das águas subterrâneas estas variações ora levam à solubilização do
carbonato de cálcio, ora levam à sua precipitação. A incrustação de um filtro de
poço por Ca CO3 é uma das conseqüências deste processo.
O magnésio é um elemento cujo comportamento geoquímico é muito parecido com
o do cálcio e, em linhas gerais, acompanha este elemento. Diferentemente do
cálcio, contudo, forma sais mais solúveis. Em região de rochas carbonáticas, o
mineral dolomita é um importante fornecedor de Mg.
Metais: Ferro e Manganês
O Ferro é um elemento persistentemente presente em quase todas as águas
subterrâneas em teores abaixo de 0,3 mg/L. Em virtude de afinidades geoquímicas
quase sempre é acompanhado pelo Manganês. O Ferro no estado ferroso (Fe²+)
forma compostos solúveis, principalmente hidróxidos. Em ambientes oxidantes o
Fe²+ passa a Fe³+ dando origem ao hidróxido férrico, que é insolúvel e se precipita,
tingindo fortemente a água. Desta forma, águas com alto conteúdo de Fe, ao
saírem do poço são incolores, mas ao entrarem em contato com o oxigênio do ar
ficam amarelada, o que lhes confere uma aparência nada agradável.
Apesar do organismo humano necessitar de até 19 mg de ferro por dia, os padrões
de potabilidade exigem que uma água de abastecimento público não ultrapasse os
0,3 mg/L. Este limite é estabelecido em função de problemas estéticos
relacionados à presença do ferro na água e do sabor ruim que o ferro lhe confere.
144
O Ferro, assim como o manganês, ao se oxidarem se precipitam sobre as
superfícies, manchando-as. Águas ferruginosas são aeradas antes da filtração para
eliminar o ferro.
A precipitação de Ferro presente nas águas é a principal responsável pela perda da
capacidade específica de poços profundos. Estas incrustações são produtos da
atividade das ferro-bactérias. O uso de substâncias orgânicas emulsificantes e
polifosfatos nos processos de perfuração e desenvolvimento dos poços criam
condições para que as ferro-bactérias, naturalmente ocorrente nos aqüíferos,
proliferem com mais facilidade, fazendo-se necessário uma boa limpeza no
processo de completação do poço.
O Manganês quase sempre ocorre como óxido de manganês bivalente, oxida em
presença do ar, dando origem a precipitados negros. O padrão de aceitação para
consumo humano segundo o Ministério da Saúde é de 0,1 mg/L, e o de
intervenção, de acordo com os valores orientadores da CETESB (2005) para águas
subterrâneas é de 0,4 mg/L.
Nitratos, Nitritos e Amônia: Nitrogênio inorgânico (nitrogênio na forma de proteínas,
aminoácidos e uréia) pode existir no estado livre como gás, nitrito, nitrato e amônia
(ou Nitrogênio Amoniacal). Com exceção de algumas ocorrências como sais
evaporíticos, o nitrogênio e seus compostos não são encontrados nas rochas da
crosta terrestre. O nitrogênio é continuamente reciclado pelas plantas e animais.
Nas águas subterrâneas os nitratos ocorrem em teores em geral abaixo de 5mg/L.
Nitritos e amônia são ausentes, pois são rapidamente convertidos a nitrato pelas
bactérias. Pequeno teor de nitrito e amônia é sinal de poluição orgânica recente.
Segundo o padrão de potabilidade do Ministério da Saúde, uma água não deve ter
mais do que 10mg/L de Nitrato (NO3-).
Fósforo (P): é um nutriente essencial para crescimento dos microorganismos
responsáveis pela estabilização da matéria orgânica. É também nutriente essencial
para o crescimento das algas. Usualmente está presente em águas poluídas por
esgoto doméstico.
Cloretos (Cl): Este elemento forma compostos muito solúveis e tende a se
enriquecer, junto com o sódio, a partir das zonas de recarga das águas
145
subterrâneas. Teores acima do padrão de referência do M.S (250 mg/L) são
indicadores de contaminação.
Para determinação da Matéria Orgânica presente na água, utilizam-se Métodos
Indiretos através de medições da DBO, DQO e OD, com as seguintes funções, de
acordo com SPERLING (1996):
Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO: mede a quantidade de oxigênio requerida
(quantidade de oxigênio consumido pelos microorganismos) para estabilizar a
matéria orgânica carbonácea através de processos bioquímicos. Águas poluídas
por matéria orgânica apresentam elevada DBO.
Demanda Química de Oxigênio – DQO: Quantidade de oxigênio requerida para
estabilizar quimicamente a matéria orgânica carbonácea (oxigênio consumido
durante a oxidação química). Águas poluídas por fontes não biodegradáveis
apresentam elevada DQO.
Oxigênio Dissolvido – OD: o oxigênio dissolvido é requerido para respiração de
microorganismos e outras formas de vida aeróbia.
5.3.3 Metodologia das Análises Microbiológicas
As análises microbiológicas foram realizadas segundo as metodologias
Standard Methods for Examination of Water and Wastewater , 20 th de 1998 e
Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods – American
Public Health Association, conforme indicado na Tabela 5.2.
Dos elementos apresentados na Tabela 5.2, o Ministério da Saúde (Portaria
518 de 25/03/2004) estabelece padrões microbiológicos de potabilidade apenas para
coliformes totais (ausência em 100 ml para água na saída de tratamento; ausência em
100 ml em 95% das amostras analisadas no mês para água tratada no sistema de
distribuição – reservatórios ou rede; apenas uma amostra poderá apresentar
mensalmente resultado positivo em 100ml para sistemas que analisam menos de 40
amostras por mes) e bactérias Heterotróficas (contagem menor que 500 UFC/ml).
146
TABELA 5.2 – METODOLOGIA DAS ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS
Análise Método Unidade
Prova para o grupo Coliforme Total
Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th de 1998 - SM 9221
NMP/100 ml
Prova para o grupo Coliforme Fecal
Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th de 1998 - SM 9221
NMP/100 ml
Prova para o grupo Estreptococo Fecal
Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th de 1998 - SM – 9230
NMP/100 ml
Contagem Total em Placas Padrão (Contagem Total de Bactérias Heterotróficas)
Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20 th de 1998 - SM – 9215
UFC/ ml
Contagem de Bactérias Lipolíticas
Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods – American Public Health Association
UFC/ ml
Bactérias Proteolíticas
Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods – American Public Health Association
NMP/100 ml
Clostridios Sulfito Redutores
Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods – American Public Health Association
NMP/100 ml
FONTE: PDRH-BG (2005d)
5.3.4 Metodologia das Análises Toxicológicas (PDRB-BG, 2005d)
O ensaio de toxicidade aguda em peixes foi realizado de acordo com a
metodologia da ABNT 15088 – Ecotoxicologia aquática. Em águas subterrâneas o
teste recomenda como organismo o peixe Danio rerio (brachydanio rerio).
Neste ensaio os organismos teste são expostos a várias diluições da amostra
de água subterrânea, por períodos de tempo preestabelecidos na metodologia. A
verificação da toxicidade é realizada por observação e registro da letalidade e
alterações de comportamento do peixe ao longo do ensaio.
147
6 RESULTADOS
Para facilitar a identificação dos cemitérios municipais, todos os resultados
apresentados referenciam o nome do cemitério pelo nome do município onde se
localizam.
6.1 - SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL (SE)
Conforme descrito na seção 5.1, Metodologia das SEs, para cada cemitério
foram apresentados no Relatório de Prospecção Geofísica do PDRH-BG (2005a),
emitido em fevereiro de 2006, os dados de resistividade interpretados e modelados por
um programa de processamento, permitindo traçar cinco curvas SEs com suas
respectivas colunas geoelétricas (ver modelo Figuras 5.4), cinco perfis hídricos (ver
modelo Figuras 5.5), um gráfico de correlação geolétrica entre as sondagens
próximas (ver modelo Figuras 5.6) e o fluxo de água no terreno (ver modelo Figuras 5.8). No entanto, no Anexo 4 estão sendo representados apenas os resultados
gráficos das correlações (Anexo 4, Figura 1) e do fluxo de água (Anexo 4, Figura 2)
obtidos pelas SEs de cada cemitério, os quais consolidam as principais informações
necessárias para a presente dissertação.
Ressalta-se, porém, que em virtude de não estarem sendo apresentadas as
cinco colunas geolétricas, de cada cemitério que constam no relatório original do
PDRH-BG (2005a) com o nome “Figura 1 - Curva SE”, para facilitar o entendimento,
as figuras das correlações apresentadas no Anexo 4 sofreram uma pequena
adaptação em relação aos desenhos originais do PDRH-BG (2005a). Essa alteração
consistiu na inclusão do nome da litologia esperada nas camadas do perfil de cada
SE, que constam relativas às cinco SEs de cada local, as quais não foram
apresentadas neste trabalho.
A litologia esperada foi modelada e identificada em função da resistividade
encontrada nas camadas, utilizando-se um programa de processamento digital,
conforme foi explicado no Capitulo 5, seções 5.1.3 a 5.1.5.
Os resultados das medições relativos à localização dos pontos investigados em
cada cemitério, em coordenadas UTM, cota de elevação (m), profundidade do nível
d´água – NA (m), carga hidráulica subterrânea (m) e topo rochoso (m) são
sumarizados neste estudo na Tabela 6.1.
148
TABELA 6.1: MEDIÇÕES DAS SES
Cemitério Sondagem UTM-E UTM-N Cota (m)
N.A. (m)
Carga Hidráulica
(m) Topo
Rochoso
SE-1 664736 7482553 9,0 1,3 7,7 1,3 SE-2 664626 7482601 6,0 1,3 4,7 1,3 SE-3 664662 7482574 12,0 1,3 10,7 1,3 SE-4 664662 7482553 14,0 1,5 12,5 1,5
Belford Roxo
SE-5 664690 7482531 13,0 1,3 11,7 1,7 SE-1 737686 7503149 33,0 1,3 31,7 1,6 SE-2 757633 7503112 32,0 1,3 30,7 1,6 SE-3 737639 7502965 30,0 1,8 28,2 14,0 SE-4 737790 7503056 31,0 1,5 29,5 8,1
Cachoeiras de Macacu
SE-5 737724 7503144 33,0 1,3 31,7 9,0 SE-1 673223 7500433 18,0 1,5 16,5 4,8 SE-2 673244 7500401 14,0 1,5 12,5 8,3 SE-3 673338 7500385 21,0 1,8 19,2 5,7 SE-4 673374 7500400 23,0 1,7 21,3 5,1
Duque de Caxias
SE-5 673414 7500443 17,0 2,7 14,3 3,7 SE-1 707675 7506143 16,0 2,5 13,5 4,2 SE-2 707660 7506162 18,0 2,2 15,8 5,7 SE-3 707639 7506166 28,0 1,5 26,5 4,8 SE-4 707598 7506183 27,0 1,5 25,5 3,5
Guapimirim
SE-5 707598 7506135 28,0 1,6 26,4 4,8 SE-1 719721 7483390 26,0 1,5 24,5 1,6 SE-2 719721 7483418 28,0 1,5 26,5 1,9 SE-3 709710 748430 28,0 1,5 26,5 2,6 SE-4 719732 7483473 21,0 1,5 19,5 1,6
Itaboraí
SE-5 719699 7483471 20,0 1,0 19 1,6 SE-1 686954 7486665 7,0 1,6 5,4 4,6 SE-2 686949 7486697 9,0 1,6 7,4 15,0 SE-3 686930 7486727 8,0 1,6 6,4 7,5 SE-4 686992 7486707 16,0 2,2 13,8 6,9
Magé
SE-5 686909 7486702 11,0 2,0 9 3,5 SE-1 662002 7479914 20,0 1,0 19 3,8 SE-2 662031 7479945 18,0 1,0 17 5,1 SE-3 662080 7479927 17,0 1,4 15,6 5,2 SE-4 662053 7479875 17,0 1,5 15,5 7,8
Mesquita
SE-5 661971 7479884 22,0 1,3 20,7 4,2 SE-1 663863 7476349 41,0 1,5 39,5 15,0 SE-2 663883 7476368 39,0 1,3 37,7 13,0 SE-3 663897 7476330 43,0 1,3 41,7 14,0 SE-4 663978 7476336 60,0 1,3 58,7 10,0
Nilópolis
SE-5 663927 7476327 49,0 1,5 47,5 12,0 SE-1 694507 7470398 7,0 1,5 5,5 1,8 SE-2 694427 7470374 7,0 2,5 4,5 6,1 SE-3 694432 7470434 6,0 2,0 4 4,8 SE-4 694343 7470415 7,0 1,5 5,5 1,8
Niterói
SE-5 694376 7470453 6,0 1,7 4,3 3,0 continua
149
continuação
Cemitério Sondagem UTM-E UTM-N Cota (m)
N.A. (m)
Carga Hidráulica
(m) Topo
Rochoso
SE-1 659040 7483199 56,0 1,3 54,7 10,0 SE-2 659089 7483222 40,0 1,4 38,6 14,0 SE-3 659057 7483216 39,0 1,5 37,5 16,0 SE-4 659018 7483226 44,0 1,5 42,5 8,3
N.Iguaçu
SE-5 659068 7483260 44,0 1,5 42,5 10,0 SE-1 743553 7486488 14,0 1,3 12,7 7,0 SE-2 743554 7486503 15,0 1,3 13,7 5,6 SE-3 743561 7486517 14,0 1,8 12,2 7,9 SE-4 743544 7486441 18,0 1,3 16,7 10,0
Rio Bonito
SE-5 743563 748502 20,0 2,9 17,1 9,2 SE-1 659137 7468421 30,0 2,0 28 3,8 SE-2 659150 7468416 34,0 2,0 32 12,0 SE-3 659128 7468395 35,0 2,2 32,8 6,9 SE-4 659179 7468421 32,0 2,2 29,8 3,8
Rio de Janeiro
SE-5 659197 7468428 31,0 2,2 28,8 5,1 SE-1 699161 7474229 37,0 2,0 35 4,8 SE-2 699234 7474185 39,0 1,5 37,5 2,5 SE-3 699107 7474271 35,0 2,0 33 12,0 SE-4 699198 7474190 40,0 1,5 38,5 2,8
S.Gonçalo
SE-5 699175 7474211 39,0 1,7 37,3 3,8 SE-1 669053 7479065 9,0 2,0 7 4,8 SE-2 669034 7479104 22,0 1,4 20,6 4,2 SE-3 669018 7479067 24,0 1,6 22,4 10,0 SE-4 669109 7479057 21,0 1,5 19,5 9,3
S.J.Meriti
SE-5 669093 7479022 20,0 1,4 18,6 7,7 SE-1 733568 7484263 30,0 1,6 28,4 2,2 SE-2 733644 7484274 26,0 1,7 24,3 3,1 SE-3 733690 7484286 26,0 1,3 24,7 1,4 SE-4 733659 7484317 27,0 1,3 25,7 1,4
Tanguá
SE-5 733628 7484316 34,0 1,3 32,7 1,4
Os resultados obtidos nas SEs apresentados na Tabela 6.1 demonstram que o
lençol freático livre é superficial, raso ou quase aflorante na maior parte dos cemitérios
analisados, onde as profundidades de NA variam de 1,0 a 2,9 m.
Em geral foram investigados pontos situados nas áreas mais baixas dos
cemitérios, passíveis de maior contaminação. Observa-se, contudo, que tais pontos
nos cemitérios de Nilópolis, Nova Iguaçu e S.Gonçalo situam-se em cotas bastante
elevadas, variando, respectivamente, entre 39 e 56 m, 39 e 60 m e 35 e 40 m. Por
outro lado, situam-se em terrenos mais baixos os pontos investigados em Belford
Roxo, Magé e Niterói, com cotas entre 6 e 14 m, 7 e 16 m e 6 e 7 m, respectivamente.
150
As correlações entre as SEs próximas apresentadas nas Figura 1 do Anexo 4
de cada cemitério, mostram que há uma homogeneidade estratigráfica em cada local,
no entanto, podem ser observadas nestas correlações eventuais variações de litologia
e falhas geológicas1.
A presença de falhas e fraturas é indicada por uma quebra de resistividade,
podendo-se notar em alguns casos a não ocorrência de conectividade entre as
camadas, isto é, a rocha alterada ou fraturada compreende uma fratura de alívio de
pressão e ocorre num plano horizontal pouco inclinado. Isso acontece por exemplo em
Itaboraí e Mesquita. Por outro lado, quando as falhas e fraturas ocorrem num plano
mais inclinado ou vertical estabelecem-se caminhos que podem se conectar e facilitar
a passagem de percolados. Estima-se que essa conectividade ocorra nos cemitérios
de Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu, Magé, Nilópolis, Rio Bonito, São Gonçalo e
Tanguá.
Em Belford Roxo, na SE-3 e SE-4, o solo é resistivo na camada inicial e na
camada seguinte ela diminui. Observando-se a topografia do terreno, onde estes dois
pontos situam-se em distâncias e elevações próximas (ver Anexo 3, Figura 1) e a
correlação entre essas duas SEs próximas, pode-se admitir neste caso a existência de
uma falha ou um depósito de talus.
O solo naturalmente ganha resistividade a partir da superfície, até atingir sua
resistividade máxima ao encontrar a rocha maciça. Entretanto, observam-se em
algumas correlações apresentadas a inversão dessa situação, em que a camada
inicial apresenta uma resistividade muito alta e depois volta a cair. Por uma avaliação
criteriosa em cada local poderia admitir-se que a alta resistividade encontrada na
camada mais superficial do solo, poderia ser decorrente de compactações geradas
pelo pisoteio em áreas de passagem constante de pessoas, ou ainda pela presença
de um aterro.
Observa-se, em vários perfis a indicação de “rocha maciça” logo na camada
inicial, o que não necessariamente esteja representando a realidade local, mas sim a
presença de um solo muito resistivo nesta camada inicial. Isto ocorre, por exemplo, na
SE 3 em Belford Roxo, nas SEs 1 e 2 de Cachoeiras de Macacu, SE 5 e SE 3 de
Niterói, SE 1 em São João de Meriti, na SE 4 de Tanguá e em diversos outros locais.
1 Superfície ou zona de rocha fraturada ao longo da qual houve deslocamento vertical ou horizontal.
151
Em solos argilosos, a capilaridade é responsável pela redução da resistividade,
pois ao encontrar a água capilar (que sobe pelos interstícios do solo) a condutividade
aumenta. Quando o NA é raso, essa redução pode ocorrer logo nas camadas
superficiais, devido ao efeito da capilaridade e isso pode interferir na avaliação da
profundidade real do NA, que poderá estar em níveis mais profundos que os
encontrados nas SEs.
Em relação à direção do fluxo previsto pelas SEs, a partir das curvas de
superfície do lençol freático (Figura 2, Anexo 4), nota-se que em Belford Roxo o
resultado não condiz com a topografia local (ver Anexo 3, Figura 1), pois de acordo
com essa, o fluxo a partir da SE 2 deveria estar direcionado para sul (para o vale que
se forma entre P1 e P2) e das SEs 3 e 4 para a direção nordeste (de P2 para P3).
Para validação destes resultados, posteriormente foram realizadas novas medições
com o GPS, para confirmação da localização dos pontos, bem como foram checados
os lançamentos da planilha de campo com os valores digitalizados para entrada no
modelo informatizado. Essas verificações, no entanto, confirmaram os resultados
anteriormente obtidos.
A topografia de Cachoeiras de Macacu (Figura 2, Anexo 3) indica que o fluxo
de água deve ser radial a partir do alto da colina, porém esta direção não fica muito
clara pelos resultados das SEs (Figura 2, Anexo 4). Coerente com a topografia
verificam-se os resultados do fluxo em Duque de Caxias, Itaboraí, Mesquita, Nova
Iguaçu, Rio Bonito e São Gonçalo.
Em Magé, observa-se na Figura 2 (Anexo 4) que o fluxo segue em várias
direções, sendo visível a formação de um vale que recebe o fluxo dos pontos SE 5 e
SE 2 e o direciona para a SE 1. Este direcionamento tem coerência com a topografia
observada na Figura 6 (Anexo 3), em que a área investigada encontra-se num vale
formado entre duas colinas. Há, no entanto, indicação de fluxo em direção a SE 03. A
confirmação da direção real do fluxo foi obtida posteriormente pelas medições de NA
realizadas no local, que são discutidas no Capitulo 7.
Em Niterói, a presença do rio, com direcionamento indicado no sentido
sudeste-sudoeste na Figura 9 (Anexo 3) pode-se estimar a tendência de fluxo em
direção ao rio, no entanto, o direcionamento estimado pelas SEs não corrobora com
esta avaliação.
152
No Rio de Janeiro há uma indefinição topográfica com base na Figura 12 do
Anexo 3 para que se possa entender o direcionamento estimado nas SEs.
Observa-se que não é precisa a relação nem a correspondência entre a
resistividade e a saturação do solo. Por exemplo, um solo pode ser 100% saturado e
ter resistividade 150 m e a 50% de saturação ter resistividade 180 m. Sendo assim,
os valores atribuídos ao nível freático pela interpretação geoelétrica das SEs são
sempre conservadores, i. é, geralmente são baixos (nível raso), mas existe uma faixa
de profundidade que este nível pode variar, situada entre camadas menos resistivas e
limitada pelo topo rochoso.
6.2 – SONDAGENS GEOLÓGICAS E INSTALAÇÃO DE POÇOS DE MONITORAMENTO
Os perfis construtivos e geológicos dos poços por área apresentados no
Relatório Técnico de Instalação de Poços de Monitoramento (PR-6-B2) do PDRH-BG
(2005c), emitido em junho de 2006, estão reproduzidos no Anexo 5. A partir desses
dados foi elaborada para o presente estudo a Tabela 6.2, consolidando os resultados,
identificando para cada cemitério as coordenadas dos pontos investigados,
profundidade total perfurada, profundidade do nível d’água e um sumário das
características das camadas de solo, determinadas em campo por análise táctil visual.
Nos cemitérios de Belford Roxo e de Nilópolis não foram instalados poços de
monitoramento, pois as tradagens nos três pontos de cada local foram encerradas nas
profundidades 11 e 13 m no primeiro, e de 8 e 11 m, no segundo, sem ter encontrado
o NA. A análise tátil-visual nesses cemitérios identificou solos residuais, com
características argilosas nos 3 pontos investigados em Belford Roxo, e camadas de
argilas arenosas em dois pontos e areias argilosas em um ponto (próximo à entrada)
do cemitério de Nilópolis.
Comparando-se os resultados das medições de NA medido em campo com os
estimados nas SEs, verifica-se que as estimativas foram sempre a favor da segurança,
ou seja, a pior situação é estimar NA mais raso que o real. Na maior parte dos
cemitérios analisados, os valores encontrados foram cerca de 1m a 1,5 m acima dos
estimados nas SEs. Exceções a essa regra observam-se nos cemitérios de Rio Bonito,
São João de Meriti e Tanguá , além de P1 em Magé e P1 em Mesquita, cuja diferença
para o estimado ultrapassa esta faixa.
153
Os resultados indicam menores profundidades de nível d’água, variando entre
0,5 e 2,1 m, para os cemitérios de Niterói, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo,
São João de Meriti e Tanguá.
Os cemitérios de Duque de Caxias, Guapimirim, os pontos próximos a P2 e P3
em Mage, Mesquita, próximo a P2 em Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Rio Bonito e Rio
de Janeiro, e próximos aos pontos P2 e P3 em Tanguá, apresentam solo com
características mais arenosas que os demais.
Conclui-se que neste trabalho a acuidade dos resultados da SEs foi
comprometida pela falta de medições topográficas precisas, já que elas foram feitas
por meio de um GPS portátil, como também pelo pequeno número de SEs em
algumas áreas de maior extensão e/ou separadas por taludes.
15
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158
6.3 - ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA SUBTERRÂNEA
Os resultados das análises físico-químicas foram compilados e consolidados nas
Tabela 6.3 e 6.4, a partir dos laudos das análises laboratoriais elaborados pela empresa
Hidroquímica Engenharia e Laboratórios Ltda, apresentados no PDRH-BG (2005d),
emitido em junho de 2006. A representação gráfica destes resultados é apresentada nas
Figuras 6.1 a 6.16.
Observa-se que não houve coleta de amostras nos municípios de Belford Roxo e
de Nilópolis, pois não foram instalados poços, conforme já explicado na seção 6.2.
Os resultados apresentados são comparados aos padrões de aceitação para
consumo humano recomendados pela Portaria do Ministério da Saúde nº 518/2004 e/ou
aos valores orientadores para água subterrânea estabelecidos pela CETESB, versão de
23/nov/2005, sempre que existentes nestas legislações.
Resíduo Filtrável Total - RFT (ou Sólidos Totais Dissolvidos- STD)
Os menores valores obtidos variaram de 130 mg/L a 200 mg/L e foram
encontrados em pelo menos um poço dos cemitérios de Cachoeiras de Macacu, Magé,
Mesquita e Rio Bonito (ver Figura 6.1). Valores na faixa de 200 mg/L a 380 mg/L ocorrem
nos demais cemitérios, a exceção de Niterói e Rio de Janeiro que apresentaram valores
mais altos, situados na faixa de 410 a 520.
Condutividade Elétrica - CE ( S/cm)
Os menores valores variaram entre 200 S/cm e 315 S/cm e foram encontrados
nos dois poços de Cachoeiras de Macacu, Mesquita, Nova Iguaçu e Rio Bonito, e em
apenas um dos poços de Duque de Caxias, Guapimirim e Magé (ver Figura 6.2). Acima
desta faixa, variando de 340 S/cm a 710 S/cm situam-se os demais cemitérios, sendo
os maiores valores encontrados em Niterói e Rio de Janeiro.
Pode-se estimar o valor do Resíduo Filtrável Total da água subterrânea a partir da
medida da Condutividade Elétrica multiplicada por um fator que varia de 0,55 a 0,75
(Zimbres, 2006). Observa-se esta relação comparando-se os gráficos de 6.1 e 6.2, onde
se verifica a mesma variação de comportamento entre ambos.
159
Potencial de Hidrogênio - pH
Os resultados das medições do pH na água subterrânea (ver Figura 6.3),
variaram entre 6,6 a 9,0, situando-se dentro da faixa recomendável e aceitável pelo
Ministério da Saúde para consumo humano. Indicaram ambiente alcalino na maioria dos
cemitérios analisados. Somente Cachoeiras de Macacu (pH= 6,9) e um poço de Mesquita
(pH=6,6) apresentaram acidez. Um poço de Nova Iguaçu, um de Duque de Caxias e um
de S. João de Meriti apresentaram pH neutro
Potencial redox – Eh (potencial de redução-oxidação)
Na relação entre pH e Eh, observam-se nos resultados apresentados (ver Figura 6.4) que para pH maior ou igual a 7, o valor de Eh é negativo e para pH menor que 7, Eh
é positivo, ficando evidente através dos gráficos que a água subterrânea na maioria dos
cemitérios compreende um meio redutor e alcalino.
Temperatura (ºC)
Os resultados apresentados (ver Figura 6.5) indicam esta estabilidade térmica,
com valores entre 24 e 25ºC, e 26º. Estes valores são relativamente altos para água
subterrânea, no entanto, deve-se observar que representam apenas uma única coleta de
cada ponto. Em Mingliorini (1994) e Matos (2001) monitoramentos efetuados ao longo do
ano em poços de cemitérios resultaram em variações de temperaturas entre 21 a 23 ºC e
entre 18,5 e 28,9 ºC, respectivamente.
Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO (mg/L)
Os valores mais baixos de DBO (inferior a 1 mg/L até 1,5 mg/L) foram
encontrados nos dois poços de Duque de Caxias, Itaboraí, Magé, Niterói, Nova Iguaçu,
S.J. de Meriti e Tanguá, e em um poço de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e
Mesquita (ver Figura 6.6). Valores mais altos (3 mg/L a 7 mg/L) foram encontrados nos
demais poços, e nos dois poços do Rio de Janeiro e S.Gonçalo.
160
Demanda Química de Oxigênio - DQO (mg/L)
Na água subterrânea dos cemitérios investigados, a DQO variou da faixa de
valores menores ou igual a 10 mg/L, nos dois poços de Itaboraí, Magé, Niterói, Nova
Iguaçu, São João de Meriti e Tanguá, e de 20 a 40 mg/L nos demais locais (ver Figura 6.7).
Oxigênio Dissolvido – OD (mg/L)
Os menores valores, de 0 a 1,7, foram registrados em ambos poços de Magé,
Nova Iguaçu, São Gonçalo e São João de Meriti, situando-se os demais poços na faixa
de 3,2 a 6,3 mg/L (ver Figura 6.8).
Dureza Total (mg/L)
Nos resultados apresentados (ver Figura 6.9) a dureza total variou entre 50 e 335
mg/L, estando, portanto, abaixo do valor máximo permitido para consumo humano de 500
mg/L, recomendado pelo Ministério da Saúde (Portaria 518/2004). A maioria dos
cemitérios apresentou valores na faixa de 50 a 160 mg/L. Acima desta faixa, somente em
Duque de Caxias (200 mg/L), Niterói (220 e 29 mg/L), Rio de Janeiro (335 e 300 mg/L),
S. Gonçalo (190 mg/L) e S. J.Meriti (330 mg/L).
Não foram avaliados os íons cálcio e magnésio separadamente, principais
elementos responsáveis pela dureza. De acordo com o professor Eurico Zimbres (2006),
o teor de cálcio nas águas subterrâneas varia, de uma forma geral, de 10 a 100 mg/L e o
de magnésio entre 1 e 40 mg/L.
Metais
i) Cobre – Cu; Cromo – Cr; Mercúrio – Hg; Níquel – Ni; Zinco – Zn; Prata – Ag; Bário –
Ba; Cádmio – Cd; e Chumbo – Pb
Todos estes metais apresentaram concentrações muito abaixo dos padrões de
intervenção da CETESB ou de aceitação do M.S.
ii) Ferro – Fe; Manganês – Mn (mg/L)
161
Na maioria dos cemitérios analisados o Ferro Total (ver Figura 6.10) apresentou
valores iguais ou inferiores a 0,3 mg/L. Somente em Niterói (1,3 e 0,8 mg/L) e em um
poço de Rio Bonito (0,8 mg/L) e outro de S.Gonçalo (2,1 mg/L) apresentaram valores
acima deste padrão. Em relação ao manganês (ver Figura 6.11, considerando o valor
mais restritivo de 0,1 mg/L estabelecido pelo Ministério da Saúde, verifica-se que destes
três, somente em Rio Bonito o alto teor de ferro foi acompanhado da mesma forma pelo
Manganês (1,4 mg/L). Além deste, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Magé,
Nova Iguaçu, S.João de Meriti e Tanguá também apresentaram concentrações acima
deste padrão.
Nitratos, Nitritos e Amônia
Em todos os cemitérios analisados a concentração de Nitratos (ver Figura 6.12)
esteve abaixo do padrão de intervenção da Cetesb ou de potabilidade do M.S. (10 mg/L),
a exceção de um poço em Itaboraí (10,92 mg/L). O Nitrito (ver Figura 6.13) foi
encontrado acima do padrão M.S apenas em um poço no cemitério do Rio de Janeiro,
local que apresentou as maiores concentrações (0,6 mg/L e 2,3 mg/L) em relação aos
demais. Em relação ao nitrogênio amoniacal (ver Figura 6.14), somente os cemitérios de
Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti apresentaram valores expressivos
(entre 2,1 e 3,2 mg/L), ressaltando Guapimirim, com valor extremamente mais alto (9,7
mg/L).
Fósforo (P)
Os valores de fósforo (ver Figura 6.15) variaram de 0,05 a 0,34 mg/L, sendo mais
expressivos os resultados em Niterói (0,18 e 0,27 mg/L), Rio de Janeiro (0,1 e 0,2 mg/L),
São Gonçalo (0,23 e 0,34 mg/L), um poço em Itaboraí (0,25 mg/L) e outro em S.J.de
Meriti (0,2 mg/L).
Cloretos (Cl)
Todas as amostras apresentaram concentrações abaixo do padrão de referência,
situando-se entre 7 e 64 mg/L (ver Figura 6.16). Contudo, as mais altas concentrações
foram encontradas nos dois poços de Guapimirim (45 mg/L) e de Itaboraí (50 e 40 mg/L),
e em um poço de Magé (64 mg/L), S.Gonçalo (37 mg/L) e São João de Meriti (48 mg/L).
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0,02
Fó
sfor
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tal
mg
/ L
-
0,18
0,
27
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0,
07
0,08
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06
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0,2
0,23
0,
34
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0,
2 0,
05
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C
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tos
m
g / L
-
250
16
15
22
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15
26
37
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48
14
33
17
Font
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5
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164
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100
200
300
400
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Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
São Joãodo Meriti
Tanguá
Resí
duo
Filtr
ável
Tot
al (m
g/l)
FIGURA 6.1: RESÍDUO TOTAL FILTRÁVEL NOS POÇOS AMOSTRADOS
0
100
200
300
400
500
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700
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Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
São Joãodo Meriti
Tanguá
Con
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S/cm
)
FIGURA 6.2: CONDUTIVIDADE ELÉTRICA NOS POÇOS AMOSTRADOS
165
0
1
2
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4
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Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
São Joãodo Meriti
Tanguá
pH
FIGURA 6.3: VALORES DE PH NOS PARES DE PONTOS AMOSTRADOS
-200
-150
-100
-50
0
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100
150
P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
São Joãodo Meriti
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Pot
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al R
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(mV
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FIGURA 6.4: VALORES DE EH NOS PARES DE PONTOS AMOSTRADOS
23
23,5
24
24,5
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26,5
P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
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Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
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Tem
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tura
(ºC)
FIGURA 6.5: TEMPERATURA DURANTE A COLETA NOS POÇOS INVESTIGADOS
166
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P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
Cachoeirasde Macacu
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Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
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DBO
(mg/
l)
FIGURA 6.6: DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO NOS POÇOS INVESTIGADOS
0
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Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
São Joãodo Meriti
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DQO
(mg/
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FIGURA 6.7: DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO NOS POÇOS INVESTIGADOS
0
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4
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P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
São Joãodo Meriti
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OD
(mg/
l)
FIGURA 6.8: OXIGÊNIO DISSOLVIDO NOS POÇOS INVESTIGADOS
167
0
100
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300
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Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
São Joãodo Meriti
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Dure
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g/l)
Padrão M.S.
FIGURA 6.9: VALORES DE DUREZA TOTAL NOS PONTOS DE AMOSTRAGEM
0
0,5
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2
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P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
Cachoeirasde Macacu
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Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
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Padrão Cetesb (2005)
FIGURA 6.10: CONCENTRAÇÃO DE FERRO (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS
0
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P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
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São Joãodo Meriti
Tanguá
Man
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g/l)
Padrão Cetesb (2005)
FIGURA 6.11: CONCENTRAÇÃO DE MANGANÊS (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS
Padrão M.S.
168
0
2
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P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
São Joãodo Meriti
Tanguá
Nitr
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(mg/
l)
Padrão Cetesb (2005)
FIGURA 6.12: CONCENTRAÇÃO DE NITRATOS (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS
0
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2
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P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
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São Joãodo Meriti
Tanguá
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(mg/
l)
Padrão Cetesb (2005)
FIGURA 6.13: CONCENTRAÇÃO DE NITRITOS (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS
0
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P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
Cachoeirasde Macacu
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Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
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FIGURA 6.14: CONCENTRAÇÃO DE NITROGÊNIO AMONIACAL (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS
169
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0,05
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Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
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g/l)
FIGURA 6.15: CONCENTRAÇÃO DE FÓSFORO (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS
0
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P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P01 P 03 P02 P 03 P 01 P 03 P 02 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02 P 01 P 03 P 01 P 02 P 01 P 02
Cachoeirasde Macacu
Duque deCaxias
Guapimirim Itaboraí Magé Mesquita Niterói NovaIguaçu
Rio Bonito Rio deJaneiro
SãoGonçalo
São Joãodo Meriti
Tanguá
Clor
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(mg/
l)
FIGURA 6.16: CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS (MG/L) NOS POÇOS AMOSTRADOS
Padrão MS: 250 mg/L
170
6.4 - ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS E TOXICOLÓGICAS DA ÁGUA SUBTERRÂNEA
Os resultados das análises bacteriológicas e toxicológicas estão indicados nas
Tabela 6.5 e graficamente nas Figuras 6.17 e 6.18.
Foi verificada a presença de bactérias do grupo Fecal em todas as amostras. Os
menores valores de Coliforme Total variaram entre 9 e 110 colônias em 100 ml e foram
encontrados nas duas amostras de Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí e São
Gonçalo e em pelo menos uma das amostras dos demais cemitérios. Entre os maiores
valores (280 a 17000 em 100ml) encontrados em uma das amostras de alguns
cemitérios, ressaltam-se P01 em Magé com 3000 em 100 ml, P01 em Rio Bonito com
17.000 em 100 ml, Rio de Janeiro (P02), S.João de Meriti (P01) e Tanguá (P01), os três
com 1600 colônias em 100 ml. De acordo com a Portaria 518/2004 do Ministério da
Saúde, a água destes poços não está apropriada para consumo, pois deveria estar
ausente de coliformes totais em 100 ml.
Os Coliformes Fecais variaram de menos de 2 até 17 colônias em 100 ml na
maioria das amostras. Sobressaem-se, contudo, as amostras de P01 em Magé com 400
colônias em 100 ml e P01 em Rio Bonito com 1600 por 100 ml.
Os Estreptococos Fecais variaram de menos de 2 até 14 colônias em 100 ml na
maioria das amostras, extrapolados somente em Duque de Caxias (P02) com 1420 e em
Rio Bonito (P01) com 1600 colônias em 100 ml.
No grupo de bactérias degradadoras de matéria orgânica observa-se a presença
de Bactérias Lipolíticas em maior quantidade. Elas aparecem em quantidades elevadas
em uma ou nas duas amostras da maioria dos cemitérios (de 100 a 500 unidades) e
muito elevados (de 1200 a 2800) em Cachoeiras de Macacu (P02), Duque de Caxias
(P02), Itaboraí e Rio de Janeiro (ambas as amostras), Mesquita (P03), Niterói (P03) e
S.Gonçalo (P03). Somente uma amostra em S.Gonçalo apresentou valor baixo 10
unidades em 100 ml no poço P01.
À exceção de Cachoeiras de Macacu as Bactérias Proteolíticas estão presentes
nos demais cemitérios em números da ordem de 2 a 210 por 100 ml, sendo os maiores
valores obtidos nos poços P02 em Duque de Caxias (210 por 100 ml) e P01 no Rio de
Janeiro (150 por 100 ml).
171
Clostrídios Sulfito Redutores (do grupo bactérias heterotróficas) também
estiveram ausentes nas duas amostras de Itaboraí, Mesquita e Rio Bonito, e nos demais
cemitérios esteve presente em pelo menos uma amostra de cada. Foram encontrados em
maior quantidade nos cemitérios de Duque de Caxias (9,2 por 100 ml em ambas as
amostras), na amostra P01 de S.Gonçalo (16,1 por 100 ml) e P01 de Tanguá (9,2 por 100
ml). Nos demais cemitérios apresentaram valores de 2,2 e 5,1 por 100 ml.
Bactérias heterotróficas foram encontradas em todas as amostras, variando de 8 a
80 UFC/ml na maioria dos locais, sendo mais elevado em São Gonçalo (146 UFC/ml em
um poço) e em número muito elevado nos dois poços de Duque de Caxias (1140 e 1420
UFC/ml) e de Nova Iguaçu (890 e 340 UFC/ml). Nesses dois locais, de acordo com a
Portaria 518/2004, haverá necessidade de novas coletas pois os valores excedem a 500
unidades formadoras de colônia (UFC) em três poços.
Todas as amostras de água subterrânea dos cemitérios investigados não
apresentaram toxicidade, pois não houve alteração de comportamento ou letalidade do
peixe Danio rerio durante os ensaios.
17
2
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Coliforme Fecal (NMP/100 ml) Coliforme Total (NMP/100 ml) Estreptococo Fecal (NMP/100 ml)
FIGURA 6.17: RESULTADOS GRÁFICOS DO NÍVEL DE CONTAMINAÇÃO BACTERIOLÓGICA NOS CEMITÉRIOS (GRUPO FECAL)
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Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Bactérias Proteolíticas (NMP/100 ml)Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100 ml) Bacterias Heterotróficas (UFC/ml)
FIGURA 6.18: RESULTADOS GRÁFICOS DO NÍVEL DE CONTAMINAÇÃO BACTERIOLÓGICA NOS CEMITÉRIOS
(GRUPO DE BACTÉRIAS DECOMPOSITORAS DE MATÉRIA ORGÂNICA) NOTA: BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS – PADRÃO 500 UFC/ml
176
7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
7.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS POR ÁREA
7.1.1 Cemitério de Belford Roxo
Os resultados das sondagens elétricas em Belford Roxo (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 1,3 e
1,7 m. No entanto, as tradagens efetuadas até 11 e 13 m de profundidade (Tabela 6.2
e Anexo 5) não confirmaram esta previsão, pois a rocha sã não foi encontrada em
nenhum dos três poços perfurados, mesmo no poço P2 que está localizado entre as
SEs 3 e 4 (Figura 1 do Anexo 3).
As SEs também não foram capazes de estimar razoavelmente a profundidade
de nível d’água local, já que a mesma não foi encontrada até as profundidades
perfuradas, e nas SEs foram estimadas entre 1,3 e 1,5 m. Portanto, não há garantia no
direcionamento do fluxo de água subterrâneo indicado no modelo (Figura 2 do Anexo 4).
Observa-se, ainda, que as SEs foram executadas num período normalmente
chuvoso, o que pode ter contribuído para elevação do NA, e por outro lado as
tradagens foram realizadas num período mais seco. Dessa forma, recomendam-se
monitoramentos nos poços já instalados para verificação das variações do NA nesse
local.
O solo é constituído de argilas com areias finas (Anexo 5) e deve encontrar-se
bastante compactado, já que os resultados das SEs indicaram camadas muito
resistivas, denominadas como rocha maciça, alterada ou fraturada. Em função dos
resultados das SEs 3 e 4 foi considerada a possível existência de uma fratura ou de
um depósito de talus nesse local, que se encontra nas proximidades do poço P2.
Nessa condição estaria mais vulnerável à passagem de poluentes em direção ao
aquífero.
Considerando os resultados acima, a possibilidade de contaminação do
aqüífero pelas atividades do cemitério no que diz respeito à profundidade do nível de
água é remota. No entanto, considerando os demais aspectos que foram analisados
no estudo citando-se dentre outros, a possível existência de fraturas ou de depósito de
177
talus conforme acima explicado; a identificação de uma área úmida na Quadra B
(Figura 1 do Anexo 3), onde já foram encontrados corpos saponificados; à grande
proximidade de residências e favelas com o cemitério, em alguns casos não
respeitando a distância mínima de afastamento do muro e que não dispõem de
sistema de saneamento adequado, a comprovação de que o aqüífero esteja protegido
somente poderá ser confirmada em futuras pesquisas e monitoramentos a serem
realizados no local.
7.1.2 Cemitério de Cachoeiras de Macacu
As sondagens elétricas e os poços foram instalados ao redor do cemitério que
se assenta no alto de uma colina. As SEs em Cachoeiras de Macacu (Tabela 6.1 e
Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades
de 1,6 e 9,0 m. No entanto, as sondagens a trado (Tabela 6.2 e Anexo 5) não
puderam confirmar esta previsão, pois foram encerradas entre profundidades de 3,8 e
4,5 m e a rocha sã não foi encontrada em nenhum dos três poços perfurados (Figura 2 do Anexo 3).
As profundidades de nível d’água local, estimadas nas SEs entre 1,3 e 1,8 m,
foram muito conservadoras em relação às encontradas em P1, P2 e P3 (3,5, 3,0 e 3,0
m, respectivamente). Pode-se admitir que a umidade do solo e o efeito de capilaridade
possam ter influenciado neste resultado, já que as sondagens elétricas foram
executadas em período chuvoso aliado ao fato de que o solo encontrado em P1,
localizado próximo à SE 2, indicou a existência de camadas de areias argilosas e
argilas arenosas, ambas de granulometria fina, um pouco acima do NA. Da mesma
forma P3, próximo à SE 4, cuja camada acima do NA é de constituição argilosa.
Os resultados das SEs indicaram fluxo para as direções sudeste e sudoeste
(Figura 2, Anexo 4), portanto os poços P2 e P3 situam-se a jusante do fluxo. O poço
P1 poderia ser considerado mais a montante dos demais e ser um poço de controle,
mas, como não foi feita análise da água subterrânea neste ponto não é possível
estabelecer uma comparação dos níveis de contaminação deste com os demais.
Entre estes dois poços de jusante verifica-se, em geral, um equilíbrio nos
resultados dos parâmetros físico-químicos (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6), nenhum
excedendo os padrões de intervenção da CETESB ou do Ministério da Saúde, a
exceção do manganês cuja concentração em P2 é de 0,3 mg/L, próxima ao padrão de
178
intervenção da CETESB (0,4 mg/L) e acima do limite de potabilidade do Ministério da
Saúde (0,1 mg/L). Nesses poços os valores de produtos nitrogenados e de cloretos
foram baixos.
Quanto à contaminação bacteriológica observa-se um número elevado de
coliformes totais em P3, acima do padrão de potabilidade, e em ambos os poços
quantidades elevadas de colônias de bactérias lipolíticas. Não se verificou a presença
de bactérias proteolíticas em ambos os poços e as bactérias heterotróficas não
excederam o limite da Portaria do MS de 500 unidades formadoras de colônia
(Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Não se espera que estes resultados tenham contribuição de esgoto das
residências situadas na parte baixa do cemitério, pois a localização dos poços foi feita
criteriosamente de forma a evitar esta interferência. Contudo, o número de amostras
em apenas uma coleta é insuficiente para determinar a contribuição de carga
contaminante do cemitério na água subterrânea.
Sendo assim há necessidade de ampliar as pesquisas e monitoramento na
área, efetuando coleta num ponto de controle que seja isento de interferências e
funcione como background para efeito de comparação com os resultados obtidos nos
outros poços analisados. Como se tem conhecimento de captações de água
subterrânea pelos moradores do entorno, seria conveniente analisar a qualidade da
água consumida e compará-la com resultados obtidos das análises nos poços de
monitoramento. Além disso, é recomendável realizar uma pesquisa junto à
comunidade local para verificar se há ocorrências de doenças relacionadas à
transmissão por meio hídrico.
7.1.3 Cemitério de Duque de Caxias
As sondagens elétricas no cemitério de Duque de Caxias (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,7
e 8,3 m, o que não foi confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) que foram
encerradas entre 3 e 6 m de profundidade sem encontrar rocha.
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,5 e
2,7 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivas de 5,0 m;
4,6 m e 2,0 m. De acordo com o direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs no
179
sentido nordeste-sudoeste (Figura 2 do Anexo 4), P1 situa-se mais a montante
podendo ser considerado um poço de controle (Figura 3 do Anexo 3). Observa-se
que a profundidade do NA nesse poço é favorável, pois deixa uma espessa camada
de solo não saturado. No entanto, nesse local o solo possui características arenosas
que facilita a condução de percolados em direção ao aqüífero. Considerando que o
solo foi caracterizado a partir de uma avaliação tátil visual, a comprovação de sua
capacidade de infiltração poderia ser avaliada mais precisamente através da execução
de ensaios de infiltração no local.
Os resultados das análises laboratoriais (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6) nos
poços P1 (instalado na entrada do cemitério) e P2 (instalado no quintal de uma
residência) corroboram com as expectativas, pois se observa que as concentrações no
poço P2, a jusante do fluxo, geralmente estão em níveis acima das obtidas em P1.
Somente o manganês excede os padrões de intervenção da CETESB (0,4 mg/L) ou
de potabilidade do Ministério da Saúde (0,1 mg/L), cuja concentração em P1 é 0,4
mg/L e em P2, 0,8 mg/L.
Conforme explicado na seção 6.3, a ocorrência de nitrito e amônia na água
subterrânea é sinal de contaminação recente, o que pode ser sugerido no poço P1,
com elevação da concentração de nitritos (0,29 mg/L) em relação a P2 (0,03 mg/L). O
nitrogênio amoniacal em P2 é expressivamente maior que em P1.
A contaminação por grupos fecais é bastante reduzida em ambos os poços,
porém em P2 o coliforme total ocorre em número elevado (110 em 100 ml). É nesse
poço onde também se encontram quantidades mais elevadas de colônias de bactérias
lipolíticas (2800 UFC/ml) e proteolíticas (210 UFC/ml), além das bactérias
heterotróficas (em ambos os poços) em números muito acima do limite de 500 UFC
estabelecido pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde, sendo exigido neste caso
novas coletas. Neste grupo de bactérias também se incluem os clostrídios que
também foram encontrados nos dois poços deste cemitério nas quantidades de 9,2 em
100 ml. (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Os resultados obtidos não são suficientes para determinar a influência do
cemitério na contaminação da água subterrânea, sendo necessário ampliar o número
de pontos investigados e a periodicidade da campanha. As análises futuras devem
considerar uma possível interferência nos resultados devido à existência de um valão
para onde flui o esgoto das residências do entorno localizadas na parte baixa do
180
cemitério. Considerando a existência de um poço tubular no mesmo quintal onde foi
perfurado P2, sugere-se a análise da água subterrânea coletada naquele poço para
comparação com os demais resultados.
7.1.4 Cemitério de Guapimirim
As sondagens elétricas no cemitério Guapimirim (Tabela 6.1 e Figura 1 do
Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,5 e 5,7
m, o que não foi confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) que foram
encerradas entre 3 e 5 m de profundidade sem encontrar rocha.
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,5 e
2,5 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades de 2,0 m; 1,9 m e 4,0
m, respectivamente. Embora não tenha sido informada a profundidade máxima da
base das covas, considerando um valor médio de 1,80 m (com base nos
levantamentos efetuados nos outros cemitérios), a profundidade de NA encontrado
nos poços coletados P1 e P3 estaria a favor da segurança. Por outro lado, as
características arenosas do solo nestes pontos são fatores desfavoráveis, pois
facilitam a percolação em direção ao aqüífero. De acordo com o direcionamento do
fluxo d’água estimado nas SEs no sentido noroeste-sudeste (Figura 2 do Anexo 4),
P3 situa-se mais a montante podendo ser considerado um poço de controle (Figura 4 do Anexo 3).
Os resultados das análises físico-químicas nos poços P1 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6) contrariam o que se esperava, pois se verifica que as concentrações
no poço P1, a jusante do fluxo, geralmente estão abaixo dos níveis obtidos em P3,
contudo nenhuma excede os padrões legais. A concentração de amônia é
relativamente alta nestes poços considerando os demais cemitérios analisados.
A contaminação por grupos fecais é bastante reduzida em ambos os poços e
nos grupos de bactérias decompositoras, somente as bactérias lipolíticas foram
encontradas em números expressivos (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Devido o número insuficiente de pontos amostrados em somente uma
campanha de coleta, estes resultados não são suficientes para determinar o grau de
contaminação da água subterrânea no local, devendo a pesquisa ser ampliada e
serem realizados monitoramentos periódicos. Além disso, é recomendável uma
181
investigação mais detalhada da operação do cemitério e das condições de
saneamento das residências do entorno para que se possa avaliar possíveis
interferências de efluentes de esgoto nos resultados obtidos das análises de água
subterrânea.
7.1.5 Cemitério de Itaboraí
As sondagens elétricas no cemitério Itaboraí (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 1,6 e 2,6 m, não
confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) que foram encerradas entre 2,5 e
6,8 m de profundidade sem encontrar rocha.
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,0 e
1,5 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 nas profundidades respectivas de
1,35 m; 6,8 m e 3,0 m. Considerando o nível raso da água encontrado em P1, caso a
base das covas chegue à profundidade máxima de 1,80 m conforme informado, deve-
se considerar a possibilidade de contaminação do lençol freático neste local. O solo,
por outro lado, possui características argilosas com areia fina que pode reduzir o efeito
de percolação através da camada não saturada.
De acordo com o direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs no sentido
sudeste-noroeste (Figura 2 do Anexo 5), P1 situa-se mais a montante do fluxo
devendo ser considerado um poço de controle para efeito de comparação de
resultados (Figura 5 do Anexo 3).
As análises físico-químicas nos poços P1 e P2 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)
mostram muito pouca variação nos resultados encontrados entre eles, em geral
valores baixos. Considerando que as águas de P1 são muito mais rasas que as de P2,
este equilíbrio de resultados pode indicar baixa contaminação química da água
subterrânea. Somente as concentrações de Nitratos foram elevadas em ambos os
poços chegando ultrapassar cerca de 1 mg/L o padrão CETESB de 10 mg/L em P2.
A contaminação por grupos fecais é quase desprezível em ambos os poços e
nos grupos de bactérias decompositoras, somente as bactérias lipolíticas foram
encontradas em números expressivos (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
182
Devido o número insuficiente de pontos amostrados em somente uma
campanha de coleta, estes resultados não são suficientes para determinar o grau de
contaminação da água subterrânea decorrente das atividades do cemitério. Há
necessidade de uma investigação mais detalhada na área de entorno, quanto ao
sistema de coleta de esgoto das residências populares situadas no lado externo
próximas ao muro e também dentro do cemitério tanto na parte alta como na área
baixa. Estes aspectos são de fundamental importância na avaliação dos resultados a
serem obtidos em futuras pesquisas e monitoramentos a serem realizados no local.
7.1.6 Cemitério de Magé
As sondagens elétricas no cemitério Magé (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4)
indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,5 e 15 m, o que
não pôde ser confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) pois foram
encerradas entre 3 e 5 m de profundidade.
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,6 e
2,2 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades de 2,06 m; 1,87 m e
3,76 m, respectivamente. Estas profundidades são seguras em relação ao fundo das
covas normalmente abertas nesta área a 0,90 m. A área investigada situa-se num
terreno cuja declividade não é percebida sem medição por instrumento. O
direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indicou vários sentidos (Figura 2 do
Anexo 4), sugerindo tanto em direção para a SE 1 (nordeste-sudoeste) como para a
SE 3 (para noroeste) e descendo para a SE 2 (direção noroeste-sudeste). Analisando-
se os resultados da profundidade do nível d’água entre os três pontos, observa-se que
deve se formar um canal subterrâneo que se situa entre P2 e a reta que une P1 e P3
(Figura 6 do Anexo 3). Este canal receberia os fluxos de nordeste, de noroeste e de
sudoeste, canalizando na direção noroeste-sudeste.
Foram coletadas amostras nos pontos P1 e P3 e de acordo com a estimativa
de fluxo acima, P1 é um poço situado a montante do fluxo, podendo ser tomado como
poço de controle. Em P3, embora exista a camada não saturada mais espessa do que
em P1, ela é constituída por uma areia argilosa, que em geral é favorável à passagem
de percolados. No entanto, a verificação da capacidade real de infiltração pode ser
comprovada por ensaios de infiltração realizados em campo.
183
As análises físico-químicas nos poços P1 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)
mostram alguma variação entre os resultados, geralmente indicando valores mais
desfavoráveis em P3, corroborando com as previsões para poço de jusante. Alguns
resultados nesse poço se mostraram mais expressivos, como os Nitratos (sem
ultrapassar o padrão legal), cloretos (64 mg/L) muito superior a P1 (7 mg/L) e o
manganês (0,6 mg/L), cujo limite para água subterrânea de acordo com a CETESB é
de 0,4 mg/L.
A contaminação por coliformes totais e fecais é bastante expressiva em P1 e
desprezível em P3, o que sugere algum tipo de interferência externa (p.ex. animais)
que não deve ser por esgoto, tendo em vista que este lado do cemitério não é
habitado. Esperava-se que houvesse resultados mais desfavoráveis em P3 neste
grupo de bactérias, já que durante os trabalhos de coleta foi verificado que atrás do
muro onde se localiza P3 há um sumidouro de uma residência ali situada. Este
resultado inesperado pode ser explicado pela direção do fluxo encontrada no local.
Em ambos os poços foram encontrados em baixas quantidades, bactérias
lipolíticas, proteolíticas e heterotróficas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Conclui-se que neste cemitério pode haver alguma interferência de esgoto das
residências que utilizam sistema de fossa/sumidouro. Contudo, pelos baixos valores
encontrados nas análises físico-químicas e alta contagem de bactérias lipolíticas pode-
se admitir que a maior influência esteja sendo das atividades internas do cemitério. Há
necessidade contudo de novas investigações em outros pontos da área, para
confirmação dos resultados obtidos nesta primeira avaliação. Importante também que
se efetue amostragens em períodos distintos, considerando que esta área baixa do
cemitério é sujeita a alagamentos em períodos chuvosos.
Considerando ainda a existência de vários poços tubulares situados no lado
externo próximos ao muro do cemitério, que são bombeados diária e continuamente
para abastecimento de água da comunidade local, sugere-se realizar uma pesquisa
junto à comunidade local para verificar se há ocorrências de doenças relacionadas à
transmissão por meio hídrico e paralelamente seja analisada a qualidade da água
distribuída destes poços.
184
7.1.7 Cemitério de Mesquita
As sondagens elétricas no cemitério Mesquita (Tabela 6.1 e Figura 1 do
Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,8 e 7,8
m, o que não foi confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) que foram
encerradas entre 2,4 e 16 m de profundidade sem encontrar a rocha.
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,0 e
1,5 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 14,2
m; 1,4 m e 7,5 m. Considerando o nível raso da água encontrado no poço P2, caso a
base das covas chegue à profundidade máxima de 1,80 m conforme informado, deve-
se considerar a possibilidade de contaminação do lençol freático nas proximidades
desse local. Além disso, esse ponto localiza-se na parte baixa do cemitério (ver Figura 7 do Anexo 3) onde foi informado já terem ocorrido casos de exumações em que o
corpo encontrava-se conservado.
Em P1 e P3 embora com níveis de água tão baixos poderia estar sendo, em
princípio, garantida a proteção do aqüífero. No entanto, outros fatores devem ser
considerados e que não foram investigados em campo, como por exemplo o grau de
infiltrabilidade do solo, que nesses locais podem facilitar a condução de percolados já
que as primeiras camadas (até cerca de 3m de profundidade) são constituídas por
areias argilosas.
De acordo com o direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs a direção
obedece a topografia na área (Figura 2 do Anexo 4), na direção noroeste-sudeste.
Desta forma o poço P1 (Figura 7 do Anexo 3) situa-se a montante do fluxo e deveria
ser tomado como poço de controle. No entanto as coletas foram realizadas nos poços
P2 e P3 que estão situados em pontos mais baixos do cemitério e em vertentes
opostas.
As análises físico-químicas nos poços P2 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)
mostram pequenas variações entre os resultados, algumas vezes mais alto em P2 e
outras mais alto em P3. As maiores variações ocorreram na concentração de OD,
DBO e DQO, indicando melhores condições em P2. Por outro lado, há um aumento
expressivo de Nitratos neste poço em relação a P3, sem contudo ultrapassar o padrão
legal.
185
A contaminação por coliformes totais é um pouco mais alta em P3 e pouco
significativa em P2. Em P3 também é mais alta a quantidade de bactérias (lipolíticas,
proteolíticas e heterotróficas) em relação a P2. (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Em função do fluxo previsto em relação à disposição do cemitério, pode haver
pouca interferência nos resultados por efluentes de esgoto das residências. Pelos
baixos valores encontrados nas análises físico-químicas e alta contagem de bactérias
lipolíticas pode-se admitir que a maior influência esteja sendo pelas atividades internas
do cemitério. Contudo, dado o número insuficiente de pontos amostrados em somente
uma campanha de coleta, estes resultados não são suficientes para garantir o grau de
contaminação da água subterrânea decorrente das atividades do cemitério, devendo
ser realizado um monitoramento periódico na área, incluindo o poço P1 situado a
montante do fluxo.
7.1.8 Cemitério de Nilópolis
Os resultados das sondagens elétricas mostraram que este cemitério situa-se
em cotas muito altas (entre 39 e 60 m) e indicaram o topo do embasamento rochoso
entre profundidades de 10 e 15 m (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4), o que não
pode ser confirmado pelas tradagens (Figura 8 do Anexo 3; Tabela 6.2 e Anexo 5)
que foram encerradas entre 8 e 11 m de profundidade sem encontrar rocha.
As SEs também não foram capazes de estimar razoavelmente a profundidade
de nível d’água local já que a mesma não foi encontrada até as profundidades
perfuradas, e nas SEs foram estimadas entre 1,3 e 1,5 m. Essas profundidades podem
ter sido geradas por interferência de umidade do solo. Portanto não há garantia no
direcionamento do fluxo de água subterrâneo indicado no modelo (Figura 2 do Anexo 4).
O solo local é constituído de argilas arenosas (Anexo 5) que pode restringir o
fluxo de percolados em direção ao aqüífero, no entanto a comprovação da capacidade
de infiltração do solo pode ser verificada mais precisamente através de ensaios de
infiltração realizados em campo.
Com base nos resultados acima apresentados não se espera contaminação da
água subterrânea decorrente das atividades neste cemitério. Contudo, deve-se realizar
186
um monitoramento nos poços já instalados, especialmente em períodos chuvosos para
verificar as variações de nível de água no local.
7.1.9 Cemitério de Niterói
As sondagens elétricas no cemitério Niterói (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 1,8 e 6,1 m, o
que não pôde ser confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5), pois estas
foram encerradas entre 1,8 e 2,7 m de profundidade sem encontrar a rocha.
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,5 e
2,5 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 1,5 m;
1,1 m e 0,8 m. Estes resultados mostram que o aqüífero na área é bastante raso,
sendo um fator de preocupação considerando que o fundo das covas pode atingir
profundidades de até 1,80 m.
Embora o cemitério avance sobre áreas íngremes na direção sul-norte, a área
investigada situa-se num terreno de pouca declividade. O direcionamento do fluxo
d’água estimado nas SEs indicou dois direcionamentos, de sudoeste e de sudeste
para a SE 3 (Figura 2 do Anexo 4). Com base na topografia indicada na Figura 9 do
Anexo 3, observa-se que o fluxo dos poços é direcionado ao rio que corre quase
paralelamente ao limite sul do cemitério na de direção P1 para P3. Sendo assim P1
situa-se a montante do fluxo, sendo portanto considerado um poço de controle para
efeito das análises da água subterrânea.
As análises físico-químicas nos poços P1 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)
corroboram com as previsões, tendo em vista que os resultados mais desfavoráveis
são observados no poço P3. Comparativamente aos demais cemitérios, a
concentração de Resíduo Filtrável Total e a Condutividade Elétrica nesses poços
estão na maior faixa encontrada. Observa-se em P3, cujas águas estão mais próximas
à superfície, que os resultados obtidos nesses parâmetros foram maiores. Nenhum
elemento químico ultrapassou padrões legais, salvo o Ferro nos dois poços.
O nível de contaminação bacteriológica também é maior em P3, sendo mais
relevantes o número de coliformes totais e de bactérias lipolíticas encontrado. Além
destes, foram encontrados em números menos consideráveis em ambos os poços,
187
coliformes fecais e bactérias heterotróficas, e somente em P3 bactérias proteolíticas
(Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Em função do número insuficiente de pontos amostrados em uma única
campanha de coleta, da baixa profundidade do nível da água e das características
arenosas do solo torna-se necessária a realização de outros furos de sondagem e
novas coletas de amostras em períodos distintos, para que se possa estabelecer
corretamente o perfil de contaminação decorrente das atividades do cemitério, que em
princípio parece confirmada. Soma-se a isso, outros fatores que podem interferir nos
resultados e devem ser analisados em conjunto posteriormente a novas análises quais
sejam: a interferência de esgoto das residências situadas no entorno; o alagamento da
área em períodos chuvosos; a identificação dos locais onde a umidade no solo é
visível; a identificação dos locais onde corpos aparentavam conservados durante as
exumações; a direção do fluxo em relação ao canal que corre paralelamente ao
cemitério e uma possível influência da cunha salina proveniente da Baía de
Guanabara.
7.1.10 Cemitério de Nova Iguaçu
O cemitério de Nova Iguaçu situa-se em cotas muito altas (39m a 56 m) e as
sondagens elétricas (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do
embasamento rochoso entre profundidades de 8,3 e 16,0 m. Na vertente onde as SEs
foram concentradas foi encontrada uma laje durante as tradagens a 10 m de
profundidade. Foi também impenetrável a 3 m de profundidade num ponto situado à
esquerda da entrada do cemitério. Nos pontos onde os poços foram instalados (Figura 10 do Anexo 3) as tradagens foram encerradas entre 3 e 5 m de profundidade sem
encontrar rocha (Tabela 6.2 e Anexo 5).
A profundidade da água nos poços P1, P2 e P3 foram respectivamente 3,73 m;
1,9 m e 1,46 m. Nesses locais até cerca de 5 m de profundidade foi encontrado um
solo constituído por areia argilosa, que é mais propícia à infiltração. Na área situada
atrás da capela (à direita da entrada do cemitério - Figura 10 do Anexo 3) foi
informado já terem ocorrido casos de exumações em que o corpo encontrava-se
conservado. Este fato deve ser investigado com novas tradagens para verificação do
solo e nível da água no local, já que esta área do cemitério não foi analisada.
188
O fluxo d’água na vertente dos fundos estimado pelas SEs tem sentido
sudoeste-nordeste em concordância com a topografia local. Na vertente de entrada do
cemitério considerando a topografia o fluxo deve ter direção noroeste-sudeste,
considerando-se desta forma, P2 um poço de controle por estar situado a montante do
fluxo.
As variações entre os resultados das análises físico-químicas nos poços P2 e
P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6) não permite estabelecer uma correlação entre eles,
tornando esta análise inconclusiva. Observa-se no entanto, comparativamente aos
demais cemitérios, valores expressivos de Nitratos (6,53 a 7,58 mgl/l) e o nitrogênio
amoniacal em P2 (2,1 mg/L). Contudo os valores encontrados nesses pontos em geral
indicam baixo nível de contaminação.
Verifica-se maior contaminação por coliforme total e fecal na água do poço P3,
relativamente a P2. Foram encontradas bactérias lipolíticas, proteolíticas e
heterotróficas nos dois poços, sendo em número mais expressivo as heterotróficas em
P2 (890 UFC/ml), muito acima do limite de 500 colônias estabelecido pela Portaria
518/2004 do Ministério da Saúde, sendo exigido neste caso novas coletas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Considerando o número insuficiente de pontos investigados é necessário que
sejam investigados outros locais, utilizando-se P1 como controle. Dada a sua
topografia e localização, não se espera que a água subterrânea coletada nos pontos
analisados sofra influência de efluentes de esgoto das residências. Devem ser
efetuadas novas coletas de amostras em períodos distintos, para que se possa
estabelecer corretamente o perfil de contaminação decorrente das atividades do
cemitério. Deve-se proceder a novas investigações geofísicas por sondagens elétricas
e caminhamento elétrico para uma área mais abrangente, para verificação da
extensão e profundidade da laje encontrada nesta primeira avaliação, que pode
representar um fator extra de proteção do aqüífero.
7.1.11 Cemitério de Rio Bonito
As sondagens elétricas e os poços foram instalados na parte baixa do cemitério
que se assenta nas vertentes de uma colina. As SEs em Rio Bonito (Tabela 6.1 e
Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades
de 5,6 e 10,0 m. No entanto, as tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) não puderam
189
confirmar esta previsão pois foram encerradas entre profundidades de 3,0 e 5,0 m
(Figura 11 do Anexo 3).
As profundidades de nível d’água local foram bem estimadas nas SEs, sendo o
NA encontrado pelas tradagens em P1, P2 e P3, respectivamente a 1,2; 1,2 e 1,5 m.
Os resultados das SEs indicaram fluxo de acordo com a topografia da área
(Figura 2, Anexo 4), onde se observa a existência de um canal que corre
paralelamente ao limites sul do cemitério próximo aos poços P1 e P2. Esse rio
direciona suas águas de P2, situado a montante do fluxo, para P1.
As variações entre os resultados corroboram com as expectativas de
resultados mais desfavoráveis em P1, poço de jusante (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6.
Contudo, os valores encontrados nesses pontos em geral indicam baixo nível de
contaminação. Somente o Ferro (0,8 mg/L) e o Manganês (1,4 mg/L) tiveram
concentrações extrapoladas em P1, em relação ao padrão de intervenção da
CETESB, limitado a 0,3 mg/L e 0,4 mg/L, respectivamente.
Quanto à contaminação bacteriológica observa-se expressiva contaminação
em P1 por grupos fecais ao contrário de P2. Este quadro se inverte em relação às
bactérias do grupo decompositoras, encontrando-se em P2 maior quantidade de
colônias de bactérias lipolíticas e proteolíticas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Dado o número insuficiente de amostras, devem ser efetuadas novas coletas
em períodos distintos para que se possa estabelecer corretamente o perfil de
contaminação decorrente das atividades do cemitério. Os resultados acima podem ter
interferência de efluente de esgoto das residências populares localizadas a poucos
metros do muro dos fundos do cemitério, devendo este fato ser considerado em
futuras análises.
7.1.12 Cemitério de Rio de Janeiro
As sondagens elétricas no cemitério do Rio de Janeiro (Tabela 6.1 e Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 3,8 e
12,0 m, o que não pôde ser confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) pois
estas foram encerradas entre 2,3 e 3 m de profundidade sem encontrar a rocha.
190
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 2,0 e
2,2 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 1,13
m; 0,5 m e 0,77 m. Estes resultados mostram que o aqüífero na área é bastante raso,
sendo um fator de preocupação considerando que o fundo das covas pode atingir
profundidades de até 2,50 m conforme informado pela administração.
O direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indicou sentido sudeste-
noroeste (Figura 2 do Anexo 4). Estes resultados foram insuficientes para o trabalho,
considerando que a distribuição das SEs foi muito concentrada e os poços têm
distribuição mais abrangente. Também não se pode garantir o direcionamento do fluxo
com base nos resultados do NA, já que a topografia da área não está representada no
mapa georreferenciado (Figura 13 do Anexo 3). Desta forma não foi possível
identificar um poço de controle no estudo deste cemitério.
As variações entre os resultados das análises físico-químicas nos poços P1 e
P2 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6), o número insuficiente de amostras e de
periodicidade de coletas não permitem estabelecer uma correlação entre eles,
tornando esta análise inconclusiva. Pode-se observar no entanto, um expressivo
aumento de nitritos no poço P2 que pode indicar contaminação recente. Também
neste poço, cujas águas estão mais próximas à superfície, a concentração de cloretos
(26 mg/L) foi ligeiramente maior do que em P1. Observa-se que o STD (sólidos totais
dissolvidos) da água subterrânea deste cemitério (maior em P2 que em P1) encontra-
se com valores acima das demais áreas analisadas neste estudo. Contudo, os valores
encontrados nesses pontos em geral indicam baixo nível de contaminação.
O número de coliformes totais é elevado no poço P2 e em menor número em
P1. Do grupo de bactérias decompositoras o número de bactérias lipolíticas é bastante
elevado em ambos os poços. Em P1 também há em maior quantidade bactérias
proteolíticas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Conclui-se portanto, em função do número insuficiente de pontos investigados,
da baixa profundidade do nível da água e da indefinição do sentido do fluxo, ser
necessária a realização de outros furos de sondagem e novas coletas de amostras em
períodos distintos, para que se possa estabelecer corretamente o perfil de
contaminação decorrente das atividades do cemitério. É fundamental neste caso que
seja realizado um levantamento planialtimétrico do local para auxiliar nas avaliações
de direcionamento do fluxo de água subterrâneo.
191
7.1.13 Cemitério de São Gonçalo
As sondagens elétricas no cemitério de São Gonçalo (Tabela 6.1 e Figura 1 do
Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 2,5 e
12,0 m, o que não pôde ser confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5), pois
estas foram encerradas a 3 m de profundidade sem encontrar a rocha.
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,5 e
2,0 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 2,0 m;
2,0 m e 1,0 m. Estes resultados mostram que o aqüífero na área é bastante raso,
sendo um fator de preocupação considerando que o fundo das covas pode atingir
profundidades de até 2,50 m conforme informado pela administração.
O direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indicou sentido para a SE
3 (Figura 2 do Anexo 4), direção sudeste-noroeste. Desta forma considera-se o poço
P3 um poço de controle, situado a montante do fluxo (Figura 13 do Anexo 3).
O solo foi identificado pelas tradagens é constituído por argila arenosa que
pode ser um aspecto favorável na retenção de contaminantes na zona não saturada
do solo.
As análises físico-químicas nos poços P1 e P3 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)
contrariam as previsões, tendo em vista que os resultados mais desfavoráveis são em
geral observados no poço P3. Contudo os valores mantêm-se abaixo dos padrões
legais estabelecidos, a exceção do ferro em P1 (2,1 mg/L) acima do padrão CETESB
de 0,3 mg/L.
O nível de contaminação por bactérias do grupo fecal é desprezível nos dois
poços. Do grupo de bactérias decompositoras o número de bactérias lipolíticas é
bastante elevado em P3 e desprezível em P1. Em P3 há também em maior
quantidade bactérias heterotróficas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Conclui-se portanto, em função do número insuficiente de pontos investigados,
da baixa profundidade do nível da água e dos resultados mais desfavoráveis em poço
situado a montante do fluxo, ser necessária a realização de outros furos de sondagem
e novas coletas de amostras em períodos distintos, para que se possa estabelecer
corretamente o perfil de contaminação decorrente das atividades do cemitério. Soma-
192
se a isso, outros fatores que podem interferir nos resultados e devem ser analisados
em conjunto posteriormente a novas análises quais sejam: a identificação das áreas
sujeitas a alagamentos em períodos chuvosos; a possibilidade de interferência de
efluente de esgotos proveniente das residências situadas ao redor e a identificação
dos locais onde corpos aparentavam conservados durante as exumações.
7.1.14 Cemitério de São João do Meriti
As sondagens elétricas no cemitério de São João do Meriti (Tabela 6.1 e
Figura 1 do Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades
de 4,2 e 10,0 m, não sendo confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5), pois
estas foram encerradas entre 3 e 4,7 m de profundidade sem encontrar a rocha.
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,4 e
2,0 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 1,87
m; 2,0 m e 1,19 m. Considerando que o fundo das covas pode atingir profundidades
de até 1,80 m conforme informado pela administração, essas profundidades de NA
podem não garantir a proteção do aqüífero. Além disso, deve-se considerar que a área
baixa deste cemitério costuma alagar em períodos chuvosos.
O direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indica sentido para a SE
1, na direção noroeste-sudeste e de sudeste para noroeste (Figura 2 do Anexo 4). De
acordo com a profundidade do NA medida nos pontos P1, P2 e P3 e com as cotas de
elevação mostradas na Figura 14 do Anexo 3, espera-se que o fluxo tenha direção de
P3 e de P1 para P2. Considera-se desta forma, P1 um poço de controle, situado a
montante do fluxo.
O solo foi identificado pelas tradagens é constituído por argila arenosa que
pode ser um aspecto favorável na retenção de contaminantes na zona não saturada
do solo.
As análises físico-químicas nos poços P1 e P2 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)
corroboram com as previsões, tendo em vista que as variações entre os resultados
foram mais desfavoráveis no poço P2, situado a jusante do fluxo. Em geral os valores
mantêm-se abaixo dos padrões legais estabelecidos, à exceção do manganês em P1
(0,5 mg/L) acima do padrão CETESB de 0,4 mg/L. Há também um aumento
significativo de concentração de nitrogênio amoniacal no poço P2.
193
O número de coliformes totais é elevado no poço P1 e em menor número em
P2. Do grupo de bactérias decompositoras os números foram semelhantes em ambos
os poços, sendo em maior quantidade o número de bactérias lipolíticas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Considerando o número insuficiente de pontos investigados não se pode
garantir que a contaminação encontrada seja decorrente exclusivamente das
atividades do cemitério. É necessário que os poços já instalados sejam monitorados e
se definam pontos de controle que possam garantir a não interferência de
contaminação externa, já que toda área ao redor do cemitério é habitada possuindo
em sua parte mais alta várias residências populares, provavelmente sem sistemas
esgotos adequados.
7.1.15 Cemitério de Tanguá
As sondagens elétricas no cemitério de Tanguá (Tabela 6.1 e Figura 1 do
Anexo 4) indicaram o topo do embasamento rochoso entre profundidades de 1,4 e 3,1
m, não sendo confirmado pelas tradagens (Tabela 6.2 e Anexo 5) pois estas foram
encerradas entre 4 e 5 m de profundidade sem encontrar a rocha.
As profundidades de nível d’água local foram estimadas nas SEs entre 1,3 e
1,7 m sendo encontrado nos poços P1, P2 e P3 profundidades respectivamente 1,2 m;
1,66 m e 1,2 m. Considerando que o fundo das covas pode atingir profundidades de
até 2,50 m conforme informado pela administração, essas profundidades rasas de NA
podem não garantir a proteção do aqüífero.
O direcionamento do fluxo d’água estimado nas SEs indica sentido noroeste-
sudeste (Figura 2 do Anexo 4) e de acordo com a profundidade do NA medida nos
pontos P1, P2 e P3 o fluxo das águas direciona-se à P2. Considera-se desta forma P1
um poço de controle, situado a montante do fluxo (Figura 14 do Anexo 3).
As análises físico-químicas nos poços P1 e P2 (Figuras 6.1 a 6.16 do Cap. 6)
corroboram com as previsões, tendo em vista que as variações entre os resultados
foram mais desfavoráveis no poço P2 situado a jusante do fluxo. Apenas a
concentração de cloretos foi maior em P1. No entanto, todos os valores apresentam
baixos níveis de concentração.
194
A contaminação bacteriológica é expressiva no poço P1 coliformes totais, em
número elevado e para bactérias lipolíticas. Em P2 essas bactérias estão em números
bem mais reduzidos, no entanto esse poço tem maior quantidade de bactérias
heterotróficas e proteolíticas (Figuras 6.17 a 6.18 do Cap. 6).
Dado o número insuficiente de amostras analisadas, devem ser efetuadas
novas coletas em períodos distintos para que se possa estabelecer corretamente o
perfil de contaminação decorrente das atividades do cemitério. Os resultados acima
podem ter interferência de efluente de esgoto das residências populares localizadas
nas proximidades, devendo este fato ser considerado em futuras análises.
7.2 ANÁLISE INTEGRADA DOS RESULTADOS – AVALIAÇÃO QUALITATIVA DAS ÁREAS ESTUDADAS
Um estudo realizado por PEREIRA et al. (1996) define e analisa critérios para
seleção de áreas para a implantação de um cemitério, considerando aspectos
favoráveis e desfavoráveis, relativos às características do meio físico do local previsto
para instalação.
Com base nesta metodologia, ampliou-se a abordagem proposta naquele
estudo, criando-se dois formulários para a presente dissertação, no intuito de
sistematizar as informações coletadas e os resultados obtidos no estudo para avaliar
qualitativamente a área de cada cemitério. O primeiro, apresentado no Anexo 6 -
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério, tabula os resultados das
características do meio físico de cada área, com base nas descrições dos Capítulos 4, 6 e seção 7.1.
O segundo formulário, apresentado no Anexo 7 – Formulário de Avaliação
Qualitativa do Cemitério, tabula e classifica qualitativamente os dados do Anexo 6,
além de outras informações relativas às características operacionais do cemitério, que
foram descritas no Capítulo 4.
Além disso, considerando que o número insuficiente de poços investigados em
uma única campanha de coleta, para uma análise mais detalhada dos resultados dos
parâmetros físico-químicos da água subterrânea, neste formulário são apresentados
os valores obtidos nos dois poços coletados, indicando o poço situado a montante
e/ou a jusante do fluxo, observando-se apenas se os resultados entre ambos tiveram
195
variações esperadas ou não (espera-se que o poço de jusante tenha resultados mais
desfavoráveis que os de montante) e se o seu patamar ultrapassa ou não os padrões
legais, quando aplicável. Para contaminações bacteriológicas verifica-se apenas a
presença ou não da bactéria e se a água apresentou ou não características tóxicas.
A avaliação da favorabilidade da área onde o cemitério está instalado (Anexo 7) foi estabelecida a partir das seguintes premissas:
a) Quanto aos aspectos do meio físico, são consideradas áreas favoráveis:
as unidades geológicas homogêneas, estruturadas sem falhas e fraturas ou
ainda, nos casos em que elas ocorram não haja conectividade, ou seja, a
rocha alterada ou fraturada ocorre num plano horizontal ou pouco inclinado,
que representa uma situação de menor risco às instabilidades geológicas e
menor suscetibilidade à passagem de poluentes, ao contrário daquelas
áreas cujas fraturas ocorrem no plano vertical ou mais inclinado;
as áreas com cobertura superficial argilosa, sem blocos de rocha, pois são
menos permeáveis e retardam a passagem do contaminante;
com nível da água mais profundo, abaixo de 2,4 m da superfície do solo
(que corresponde à profundidade mínima de 1,5 m abaixo do fundo das
covas situadas à 0,90 m da superfície do solo), e situadas em cotas altas
(> 20 m), pois estas características reduzem o risco de contaminação da
água subterrânea, devido a existência de uma camada mais espessa de
solo não saturado por onde se processarão atividades físico-químicas
durante a passagem do contaminante antes que atinja o aqüífero;
áreas instaladas em declividades baixas (<20%), pois são menos
suscetíveis a escorregamentos;
a ocupação do entorno constituída por áreas de pastagens ou com
distanciamento de habitações, especialmente se a população do entorno
não faz uso de água subterrânea ou, caso contrário, se a captação ocorre a
mais de 500 m do cemitério, pois desta forma minimiza-se a possibilidade
de consumo de água captada com potencial de contaminação;
196
o distanciamento de corpos hídricos (mais de 500 m), especialmente em
áreas sujeitas a alagamentos em períodos chuvosos, pois sua proximidade
com o cemitério pode resultar em níveis de água mais rasos e acarretar no
contato da água com o fluido da degradação dos corpos, e nesse caso
acarretará a diluição do produto facilitando sua infiltração no subsolo e
acesso à água subterrânea;
citam-se por fim, três outros aspectos importantes, mas que não foram
avaliados no presente estudo: feições do entorno com características não
erosivas, pois são áreas menos instáveis a escorregamentos e à formação
de canais que facilitam a passagem de contaminantes; a permeabilidade do
solo quando situada na faixa entre 10-5 e 10-7 cm/s na camada existente
entre o fundo da cova e o lençol freático, conforme estabelece a resolução
CONAMA 368/06; e a presença de vegetação nativa a distâncias superiores
a 500 m.
b) Quanto aos aspectos favoráveis relativos à operação do cemitério relacionam-se:
as áreas onde não há ocorrências de corpos em estado conservativo, pois
sua degradação é esperada;
quando os sepultamentos são realizados em covas revestidas para que
seja mais um fator de restrição à passagem imediata do contaminante;
quando existe drenagem superficial e subsuperficial para o direcionamento
do fluxo da água pluvial e redução da mistura da água com o produto da
degradação;
quando há destinação adequada do lixo funerário sem incineração no local,
pois a legislação recomenda que o lixo seja encaminhado a aterros
sanitários;
quando há armazenamento e destino adequado dos ossos exumados, sem
ficarem expostos em áreas abertas;
quando há coleta e destino do esgoto, interna e externamente, à rede
pública;
197
quando há fonte de abastecimento de água nas proximidades em rede
pública, evitando-se consumo de água captada por poços escavados nas
proximidades do cemitério;
por fim, quando há utilização de Equipamentos de Proteção Individual pelos
coveiros, pois é uma medida prevista na legislação para que estas pessoas
não fiquem expostas a possíveis elementos contaminantes.
c) Outras considerações dos critérios adotados:
Quando o aspecto caracterizado classifica-se simultaneamente como favorável
e desfavorável foi feita uma análise individualizada para cada caso, considerando as
demais características do local, conforme descrito a seguir:
Itaboraí – o tipo de solo colúvio aluvionar foi considerado favorável, pois se encontra
sobre uma unidade e estrutura geológicas mais estáveis. A espessura da camada de
solo não saturada foi considerada favorável, pois somente um poço (P1) apresenta NA
menor que 2,4 m de profundidade. Esse poço localiza-se na parte mais baixa e
próxima ao muro do cemitério, podendo neste caso ser estudada a possibilidade de
não se construírem covas no local.
Magé – o local é abastecido tanto pela rede pública como por poços de captação, no
entanto a maioria das residências do entorno mais próximo utiliza água subterrânea,
considerando-se portanto este aspecto de infra-estrutura mais desfavorável. Em
relação ao NA foi considerado desfavorável já que dois dos três poços possuem NA
menor que 2,4 m.
Mesquita – a espessura da camada de solo não saturada foi considerada favorável,
pois somente um poço (P2) dos dois analisados encontra-se com NA menor que 2,4
m. Esse poço localiza-se na parte mais baixa e próxima ao muro do cemitério,
podendo neste caso ser estudada a possibilidade de não se construírem covas no
local. Por outro lado, o nível dos outros dois poços é bastante profundo (7,5 m e 14,2
m) deixando uma camada muito espessa de solo não saturado .
Niterói e Rio de Janeiro - o tipo de solo colúvio aluvionar foi considerado desfavorável,
pois ambos os cemitérios se encontram sobre uma unidade geológica heterogênea.
198
Desta forma, com base nos resultados tabulados no Anexo 7 foi feita a
classificação dos cemitérios por ordem crescente de favorabilidade conforme
apresentada na Tabela 7.1. Observa-se que nesta classificação foram considerados
conservadoramente os aspectos Não Informados como desfavoráveis.
TABELA 7.1: CLASSIFICAÇÃO DOS CEMITÉRIOS QUANTO AOS ASPECTOS DE LOCALIZAÇÃO E DE OPERAÇÃO EM ORDEM CRESCENTE DE FAVORABILIDADE
Cemitério Aspectos
Favoráveis Aspectos
Desfavoráveis Aspectos
N.I. Desfavoráveis +
N.I. Magé 3 16 2 18
Guapimirim 5 6 10 16 Niterói 8 12 1 13
Rio de Janeiro 8 9 4 13 Mesquita 9 11 1 12
Cachoeiras de Macacu 9 3 9 12 Rio Bonito 10 9 2 11
Duque de Caxias 10 9 2 11 São Gonçalo 12 8 1 9
Tanguá 13 8 0 8 Nova Iguaçu 13 8 0 8
São João do Meriti 14 6 1 7 Belford Roxo 15 5 1 6
Nilópolis 15 4 2 6 Itaboraí 16 5 0 5
Nota: N.I: Não Informados
A classificação apresentada na Tabela 7.1 foi então subdividida em dois
grupos, quais sejam:
Grupo 1 - Magé, Guapimirim, Niterói, Rio de Janeiro, Mesquita, Cachoeiras de
Macacu, Rio Bonito, Duque de Caxias.
Grupo 2 - São Gonçalo , Tanguá, Nova Iguaçu, São João do Meriti, Belford
Roxo, Nilópolis e Itaboraí.
O Grupo 1 corresponde aos cemitérios que se encontram em situações mais
desfavoráveis e o Grupo 2 os menos desfavoráveis. Identificam-se assim no Grupo 1 os cemitérios cujas ações de monitoramento e de minimização dos impactos associados devam ser tomadas prioritariamente às do Grupo 2.
199
7.3 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DOS CEMITÉRIOS DA BAÍA DE GUANABARA COM OUTROS CEMITÉRIOS ESTUDADOS NO BRASIL
Foi feita uma tentativa de comparação entre os resultados obtidos em
cemitérios já estudados no Brasil, selecionando os parâmetros físico-químicos comuns
a maior parte deles. Os valores máximos e mínimos desses cemitérios (Tabela 3.4, Capítulo 3) foram consolidados na Tabela 7.2 juntamente com os resultados
encontrados no Rio de Janeiro (Tabelas 6.3 e 6.4, Capítulo 6), gerando os gráficos
apresentados a seguir (Figuras 7.1 a 7.8).
TABELA 7.2: ALGUNS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS AVALIADOS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL
SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5) Parâmetro
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
Sólidos totais (mg/L) - - 103 305 0 77,2 157 744 130 520
.pH 4,47 6,85 4,21 6,82 6,1 6,8 6,6 7,2 8,2 8,3
Condutividade elétrica ( S/cm)
42,4 666 115 1040 177 895 280 1160 200 710
Dureza Total (mg/L) - - - - 42,4 596 132,08 195,58 50 335
Ferro (mg/L) 1,07 81,3 - 0,3 84 0,15 0,23 <0,01 2,1
Manganês (mg/L) 0,11 4,24 - - 0,02 0,48 - - <0,01 1,4
Nitrato (NO3-)
(mg/L) 0,03 21,62 - - - - 0 >30 0,3 10,92
Nitrito (NO2-)
(mg/L) 0,4 - - - <0,05 11 0,01 0,05 <0,01 2,3
Cloretos (mg/L) 1,93 12,33 1,87 27,75 <5 14 30,19 105,61 7 64
Fonte: (1) MATOS (2001); (2) Parâmetros Físico-químicos: MIGLIORINI (1994); (3) COSTA (2002); (4) PEQUENO MARINHO (1998), (5) PDRH-BG (2005d)
200
0100200300400500600700800
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)
Sólid
os T
otai
s D
isso
lvid
os (m
g/l)
FIGURA 7.1: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE STD NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL
0123456789
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)
pH
FIGURA 7.2: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE PH NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL
Nota: MS – Ministério da Saúde
0
100
200
300400
500
600
700
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)
Con
dutiv
idad
e El
étric
a (
S/cm
)
FIGURA 7.3: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE CE NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL
Padrão MS: 6 a 9,5
201
02468
101214161820
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)
Ferr
o To
tal (
mg/
l)
FIGURA 7.4: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE FERRO NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL
Nota: MS – Ministério da Saúde; Valores em SP e BH acima de 20 mg/L.
00,5
11,5
22,5
33,5
44,5
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)
Man
ganê
s (m
g/l)
FIGURA 7.5: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE MANGANÊS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL
Nota: MS – Ministério da Saúde
0
5
10
15
20
25
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)
Nitr
atos
(mg/
l)
FIGURA 7.6: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE NITRATOS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL
Nota: MS – Ministério da Saúde
Padrão MS: 10 mg/L
Padrão MS: 0,3 mg/L
Padrão MS: 0,1 mg/L
202
00,20,40,60,8
11,21,41,61,8
2
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)
Nitr
itos
(mg/
l)
FIGURA 7.7: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE NITRITOS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL
Nota: MS – Ministério da Saúde; Valores em BH e RJ acima de 2 mg/L.
0
20
40
60
80
100
120
Min Max Min Max Min Max Min Max Min Max
SP (1) SP (2) BH (3) CE (4) RJ (5)
Clo
reto
s (m
g/l)
FIGURA 7.8: VALORES MÁXIMOS E MÍNIMOS DE CLORETOS NOS CEMITÉRIOS DO BRASIL
Os resultados acima apresentados mostram que existe uma grande
variabilidade entre os valores obtidos, e para serem comparados necessitaria
caracterizar detalhadamente caso a caso. Conforme foi visto ao longo desta
dissertação fatores externos, como por exemplo efluentes de esgotos, podem atribuir
valores muito acima dos que seriam obtidos pela influência única e exclusiva das
atividades do cemitério. Ressalte-se, ainda, que os valores do Rio de Janeiro
correspondem a uma única campanha de coleta efetuada em apenas dois poços de
cada cemitério, ao contrário dos demais que foram monitorados em períodos distintos.
Observa-se contudo, que os metais em geral não aparecem em concentrações
acima dos limites legais, à exceção do Ferro e do Manganês. Para estes dois
parâmetros, para que a fonte de contaminação seja atribuída aos cemitérios, há
Padrão MS: 1
Padrão MS: 250mg/L
203
necessidade de se verificar as características da qualidade original de referência
(background) da água subterrânea de cada área e compará-la com os valores obtidos.
Altos valores de nitrito podem indicar contaminação recente, conforme avaliam alguns
autores (PEQUENO MARINHO, 1998; MIGLIORINI, 1994).
Nota-se que nos Estados do Ceará e do Rio de Janeiro, situados em região
litorânea, com temperaturas elevadas e altos índices pluviométricos, as concentrações
máximas de sólidos totais dissolvidos, de cloretos e o pH são superiores a dos demais
cemitérios. O pH situa-se dentro da faixa recomendável e aceitável pelo Ministério da
Saúde para consumo humano em todas as áreas e indica ambiente ácido na maioria
dos cemitérios analisados, ao contrário do ambiente alcalino encontrado nos
cemitérios destes dois Estados.
Em relação aos microorganismos, os resultados obtidos no presente estudo
demonstram sua presença, em alguns casos em quantidades elevadas, assim como
foi verificado nos cemitérios acima citados (ver Tabela 3.4, Capitulo 3). Além da
consideração da possível interferência de agentes contaminantes externos ao
cemitério, considerando as variações da composição da água subterrânea de um local
para outro, o patamar de contaminação do local deve ser estabelecido a partir do
conhecimento do background do aqüífero, em pontos brancos não sujeitos a
contaminação.
204
8- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
CONSIDERAÇÕES QUANTO AO LEVANTAMENTO DE DADOS DOS CEMITÉRIOS ANALISADOS
Esta primeira avaliação efetuada nos cemitérios do Rio de Janeiro representa
um passo importante para identificação dos possíveis problemas ambientais
relacionados a cada área. Contudo, o estudo deverá ser ampliado para
complementação de dados e as áreas deverão ser monitoradas periodicamente para
que se possa traçar o perfil de contaminação de cada local e comprovar se a fonte é
decorrente exclusivamente das atividades do cemitério.
Sugere-se realizar pesquisas em algumas áreas em que a comunidade local
capte água de poços que estejam localizados próximos aos muros do cemitério, para
verificar se há ocorrências de doenças relacionadas à transmissão por meio hídrico e
paralelamente analisar a qualidade da água destes poços.
Há necessidade de se complementar as informações com medições da cota de
boca dos furos utilizando GPS de precisão e efetuar levantamentos planialtimétricos
de alguns locais para reduzir indefinições das áreas.
Em trabalhos desta natureza, cujo foco é contaminação, há necessidade de se
caracterizar previamente as possíveis características litológicas da primeira camada
de solo e se ter uma previsão do nível d´água. Isto pode ser feito analisando dados
pré-existentes de poços escavados e de sondagens já realizadas nas proximidades ou
por pequenas tradagens, que auxiliam a calibrar o modelo para interpretar mais
precisamente o perfil estratigráfico e o NA previsto nas SE’s.
A realização de ensaios de infiltração são testes simples e importantes para
verificar a capacidade de infiltração da água no solo e pode explicar muitas vezes
resultados favoráveis ou desfavoráveis encontrados.
Sugere-se que as características do solo nas áreas onde foi informada a
ocorrência de corpos saponificados sejam mais detalhadas, comparando os resultados
com as demais áreas do local.
As análises químicas da água subterrânea não foram conclusivas. Seriam
necessários mais poços e maior periodicidade para análise das correlações.
205
Por fim, ressalta-se a necessidade de se definir a qualidade original de
referência (background) da água subterrânea de cada local como base de comparação
dos resultados encontrados.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DA DISSERTAÇÃO
Os impactos negativos dos cemitérios na água subterrânea estão relacionados
ao processo destrutivo do corpo enterrado, por ação de bactérias (putrefação).
Contudo, o processo não deve ser contido ou impedido, mas deve ocorrer em áreas
favoráveis e quando estas não são propícias ações de mitigação e de controle devem
ser implementadas.
Os metais não constituem elementos de significante contaminação dos
cemitérios na água subterrânea. Ressalte-se que o ferro e o manganês podem ser
encontrados em concentrações acima dos padrões, mas devem ser comparados ao
background do solo e da água subterrânea.
Os indicadores físico-químicos não são conclusivos na análise do conjunto de
cemitérios estudados na RHBG ou no Brasil.
Dos indicadores microbiológicos, a população de bactérias lipolíticas foi a que
mostrou a melhor correlação com os cemitérios estudados na RHBG.
Os indicadores microbiológicos devem ser comparados ao background da água
subterrânea, pois muitos aqüíferos têm capacidade de suportar população de
microorganismos nativos e suas atividades podem influenciar a qualidade da água
subterrânea (West et. al, 1999).
206
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ANEXO 1
Legislação
Edição Número 101 de 28/05/2003
Ministério do Meio Ambiente Conselho Nacional do Meio Ambiente
RESOLUÇÃO 335, DE 3 DE ABRIL DE 2003
Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto n o 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, Anexo à Portaria n o 499, de 18 de dezembro de 2002, e
Considerando a necessidade de regulamentação dos aspectos essenciais relativos ao processo de licenciamento ambiental de cemitérios;
Considerando o respeito às práticas e valores religiosos e culturais da população; e
Considerando que as Resoluções CONAMA n os 001, de 23 de janeiro de 1986 e 237, de 19 de dezembro de 1997, indicam as atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental e remetem ao órgão ambiental competente a incumbência de definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento, observadas as especificidades, os riscos ambientais e outras características da atividade ou empreendimento, visando a obtenção de licença ambiental;
Considerando que o art. 12, da Resolução CONAMA n o 237, de 1997, permite a criação de critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos similares, visando a melhoria contínua e o aprimoramento da gestão ambiental, resolve:
Art. 1 o Os cemitérios horizontais e os cemitérios verticais, doravante denominados cemitérios, deverão ser submetidos ao processo de licenciamento ambiental, nos termos desta Resolução, sem prejuízo de outras normas aplicáveis à espécie.
Art. 2 o Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições:
I - cemitério: área destinada a sepultamentos;
a) cemitério horizontal: é aquele localizado em área descoberta compreendendo os tradicionais e o do tipo parque ou jardim;
b) cemitério parque ou jardim: é aquele predominantemente recoberto por jardins, isento de construções tumulares, e no qual as sepulturas são identificadas por uma lápide, ao nível do chão, e de pequenas dimensões;
c) cemitério vertical: é um edifício de um ou mais pavimentos dotados de compartimentos destinados a sepultamentos; e
d) cemitérios de animais: cemitérios destinados a sepultamentos de animais.
II - sepultar ou inumar: é o ato de colocar pessoa falecida, membros amputados e restos mortais em local adequado;
III - sepultura: espaço unitário, destinado a sepultamentos;
IV - construção tumular: é uma construção erigida em uma sepultura, dotada ou não de compartimentos para sepultamento, compreendendo-se:
a) jazigo: é o compartimento destinado a sepultamento contido;
b) carneiro ou gaveta: é a unidade de cada um dos compartimentos para sepultamentos existentes em uma construção tumular; e
c) cripta: compartimento destinado a sepultamento no interior de edificações, templos ou suas dependências.
V - lóculo: é o compartimento destinado a sepultamento contido no cemitério vertical;
VI - produto da coliqüação: é o líquido biodegradável oriundo do processo de decomposição dos corpos ou partes;
VII - exumar: retirar a pessoa falecida, partes ou restos mortais do local em que se acha sepultado;
VIII - reinumar: reintroduzir a pessoa falecida ou seus restos mortais, após exumação, na mesma sepultura ou em outra;
IX urna, caixão, ataúde ou esquife: é a caixa com formato adequado para conter pessoa falecida ou partes;
X - urna ossuária: é o recipiente de tamanho adequado para conter ossos ou partes de corpos exumados;
XI - urna cinerária: é o recipiente destinado a cinzas de corpos cremados;
XII - ossuário ou ossário - é o local para acomodação de ossos, contidos ou não em urna ossuária;
XIII - cinerário: é o local para acomodação de urnas cinerárias;
XIV - columbário: é o local para guardar urnas e cinzas funerárias, dispostos horizontal e verticalmente, com acesso coberto ou não, adjacente ao fundo, com um muro ou outro conjunto de jazigos;
XV - nicho: é o local para colocar urnas com cinzas funerárias ou ossos; e
XVI - translado: ato de remover pessoa falecida ou restos mortais de um lugar para outro.
Art. 3 o Na fase de Licença Prévia do licenciamento ambiental, deverão ser apresentados, dentre outros, os seguintes documentos:
I caracterização da área na qual será implantado o empreendimento, compreendendo:
a) localização tecnicamente identificada no município, com indicação de acessos, sistema viário, ocupação e benfeitorias no seu entorno;
b) levantamento topográfico planialtimétrico e cadastral, compreendendo o mapeamento de restrições contidas na legislação ambiental, incluindo o mapeamento e a caracterização da cobertura vegetal;
c) estudo demonstrando o nível máximo do aqüífero freático (lençol freático), ao final da estação de maior precipitação pluviométrica;
d) sondagem mecânica para caracterização do subsolo em número adequado à área e características do terreno considerado; e
II - plano de implantação e operação do empreendimento.
§ 1 o É proibida a instalação de cemitérios em Áreas de Preservação Permanente ou em outras que exijam desmatamento de Mata Atlântica primaria ou secundária, em estágio médio ou avançado de regeneração, em terrenos predominantemente cársticos, que apresentam cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos, em áreas de manancial para abastecimento humano, bem como naquelas que tenham seu uso restrito pela legislação vigente, ressalvadas as exceções legais previstas.
§ 2 o A critério do órgão ambiental competente, as fases de cença Prévia e de Instalação poderão ser conjuntas.
§ 3 o Excetuam-se do previsto no parágrafo anterior deste artigo, cemitérios horizontais que:
I- ocupem área maior que cinqüenta hectares;
II- localizem-se em Áreas de Proteção Ambiental-APA's, na faixa de proteção de Unidades de Conservação de Uso Integral, Reservas Particulares de Patrimônio Natural e Monumento Natural;
IIIlocalizem-se em terrenos predominantemente cársticos, que apresentam cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos; e
IV- localizem-se em áreas de manancial para abastecimento humano.
Art. 4 o Na fase de Licença de Instalação do licenciamento ambiental, deverão ser apresentados, entre outros, os seguintes documentos:
I - projeto do empreendimento que deverá conter plantas, memoriais e documentos assinados por profissional habilitado; e
II - projeto executivo contemplando as medidas de mitigação e de controle ambiental.
Art. 5 o Deverão ser atendidas, entre outras, as seguintes exigências para os cemitérios horizontais:
I - a área de fundo das sepulturas deve manter uma distância mínima de um metro e meio do nível máximo do aqüífero freático;
II - nos terrenos onde a condição prevista no inciso anterior não puder ser atendida, os sepultamentos devem ser feitos acima do nível natural do terreno;
III - adotar-se-ão técnicas e práticas que permitam a troca gasosa, proporcionando, assim, as condições adequadas à decomposição dos corpos, exceto nos casos específicos previstos na legislação;
IV - a área de sepultamento deverá manter um recuo mínimo de cinco metros em relação ao perímetro do cemitério, recuo que deverá ser ampliado, caso necessário, em função da caracterização hidrogeológica da área;
V - documento comprobatório de averbação da Reserva Legal, prevista em Lei;e
VI - estudos de fauna e flora para empreendimentos acima de cem hectares.
Art. 6 o Deverão ser atendidas as seguintes exigências para os cemitérios verticais:
I - os lóculos devem ser constituídos de:
a) materiais que impeçam a passagem de gases para os locais de circulação dos visitantes e trabalhadores;
b) acessórios ou características construtivas que impeçam o vazamento dos líquidos oriundos da coliqüação;
c) dispositivo que permita a troca gasosa, em todos os lóculos, proporcionando as condições adequadas para a decomposição dos corpos, exceto nos casos específicos previstos na legislação; e
d) tratamento ambientalmente adequado para os eventuais efluentes gasosos.
Art. 7 o Os columbários destinados ao sepultamento de corpos deverão atender ao disposto nos arts. 4 o e 5 o , no que couber.
Art. 8 o Os corpos sepultados poderão estar envoltos por mantas ou urnas constituídas de materiais biodegradáveis, não sendo recomendado o emprego de plásticos, tintas, vernizes, metais pesados ou qualquer material nocivo ao meio ambiente.
Parágrafo único. Fica vedado o emprego de material impermeável que impeça a troca gasosa do corpo sepultado com o meio que o envolve, exceto nos casos específicos previstos na legislação.
Art. 9 o Os resíduos sólidos, não humanos, resultantes da exumação dos corpos deverão ter destinação ambiental e sanitariamente adequada.
Art. 10. O procedimento desta Resolução poderá ser simplificado, a critério do órgão ambiental competente, após aprovação dos respectivos Conselhos de Meio Ambiente, se atendidas todas as condições abaixo:
I - cemitérios localizados em municípios com população inferior a trinta mil habitantes;
II - cemitérios localizados em municípios isolados, não integrantes de área conurbada ou região metropolitana; e
III - cemitérios com capacidade máxima de quinhentos jazigos.
Art. 11. Os cemitérios existentes e licenciados, em desacordo com as exigências contidas nos arts. 4 o e 5 o , deverão, no prazo de cento e oitenta dias, contados a partir da publicação desta Resolução, firmar com o órgão ambiental competente, termo de compromisso para adequação do empreendimento.
Parágrafo único. O cemitério que, na data de publicação desta Resolução, estiver operando sem a devida licença ambiental, deverá requerer a regularização de seu empreendimento junto ao órgão ambiental competente, no prazo de cento e oitenta dias, contados a partir da data de publicação desta Resolução.
Art.12. No caso de encerramento das atividades, o empreendedor deve, previamente, requerer licença, juntando Plano de Encerramento da Atividade, nele incluindo medidas de recuperação da área atingida e indenização de possíveis vítimas.
Parágrafo único. Em caso de desativação da atividade, a área deverá ser utilizada, prioritariamente, para parque público ou para empreendimentos de utilidade pública ou interesse social.
Art. 13. Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério Público, ou por cinqüenta cidadãos, o órgão de meio ambiente competente promoverá Reunião Técnica Informativa.
Parágrafo único. Na Reunião Técnica Informativa é obrigatório o comparecimento do empreendedor, da equipe responsável pela elaboração do Relatório Ambiental e de representantes do órgão ambiental competente.
Art. 14. O descumprimento das disposições desta Resolução, dos termos das Licenças Ambientais e de eventual Termo de Ajustamento de Conduta, sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei n o 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outros dispositivos normativos pertinentes, sem prejuízo do
dever de recuperar os danos ambientais causados, na forma do art. 14, § 1 o , da Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Art. 15. Além das sanções penais e administrativas cabíveis, bem como da multa diária e outras obrigações previstas no Termo de Ajustamento de Conduta e na legislação vigente, o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá exigir a imediata reparação dos danos causados, bem como a mitigação dos riscos, desocupação, isolamento e/ou recuperação da área do empreendimento.
Art. 16. Os subscritores de estudos, documentos, pareceres e avaliações técnicas utilizados no procedimento de licenciamento e de celebração do Termo de Ajustamento de Conduta são considerados peritos, para todos os fins legais.
Art. 17. As obrigações previstas nas licenças ambientais e no Termo de Ajustamento de Conduta são consideradas de relevante interesse ambiental.
Art. 18. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
MARINA SILVA
Presidente do Conselho
Edição Número 61 de 29/03/2006 Gabinete Ministério do Meio Ambiente
RESOLUÇÃO N o 368, DE 28 DE MARÇO DE 2006
Altera dispositivos da Resolução n o 335, de 3 de abril de 2003, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei n o 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto n o 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria n o 168, de 10 de junho de 2005, e
Considerando a necessidade de revisão da Resolução n o 335, de 3 de abril de 2003, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios, em função das particularidades existentes em áreas de proteção de mananciais localizadas em regiões metropolitanas, resolve:
Art. 1 o Os arts. 3 o e 5 o da Resolução n o 335, de 3 de abril de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 3 o ...................................................................................
.................................................................................................
§ 1 o É proibida a instalação de cemitérios em Áreas de Preservação Permanente ou em outras que exijam desmatamento de Mata Atlântica primária ou secundária, em estágio médio ou avançado de regeneração, em terrenos predominantemente cársticos, que apresentam cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos, bem como naquelas que tenham seu uso restrito pela legislação vigente, ressalvadas as exceções legais previstas.
......................................................................................" (NR)
"Art. 5 o ...................................................................................
.................................................................................................
I - o nível inferior das sepulturas deverá estar a uma distância de pelo menos um metro e meio acima do mais alto nível do lençol freático, medido no fim da estação das cheias.
.................................................................................................
§ 1 o Para os cemitérios horizontais, em áreas de manancial para abastecimento humano, devido às características especiais dessas áreas, deverão ser atendidas, além das exigências dos incisos de I a VI, as seguintes:
I - a área prevista para a implantação do cemitério deverá estar a uma distância segura de corpos de água, superficiais e subterrâneos, de forma a garantir sua qualidade, de acordo com estudos apresentados e a critério do órgão licenciador;
II - o perímetro e o interior do cemitério deverão ser providos de um sistema de drenagem adequado e eficiente, destinado a captar, encaminhar e dispor de maneira segura o escoamento das águas pluviais e evitar erosões, alagamentos e movimentos de terra;
III - o subsolo da área pretendida para o cemitério deverá ser constituído por materiais com coeficientes de permeabilidade entre 10 -5 e 10 -7 cm/s, na faixa compreendida entre o fundo das sepulturas e o nível do lençol freático, medido no fim da estação das cheias. Para permeabilidades maiores, é necessário que o nível inferior dos jazigos esteja dez metros acima do nível do lençol freático.
§ 2 o A critério do órgão ambiental competente, poderão ser solicitadas informações e documentos complementares em consonância com exigências legais específicas de caráter local."
....................................................................................." (NR)
Art. 2 o Fica revogado o inciso III, do § 3 o , do art. 3 o da Resolução n o 335, de 2003.
Art. 3 o Os cemitérios existentes na data de publicação da Resolução n o 335, de 2003, terão prazo de até dois anos para adequarse às normas constantes desta Resolução, contados a partir da data de sua publicação.
Art. 4 o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
MARINA SILVA
MINISTÉRIO DA SAÚDE
PORTARIA N.º 518, DE 25 DE MARÇO DE 2004
Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outrasprovidências.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições e considerando o disposto
no Art. 2º do Decreto nº 79.367, de 9 de março de 1977, RESOLVE: Art. 1º Aprovar a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, na forma do Anexo desta
Portaria, de uso obrigatório em todo território nacional. Art. 2º Fica estabelecido o prazo máximo de 12 meses, contados a partir da publicação desta
Portaria, para que as instituições ou órgãos aos quais esta Norma se aplica, promovam as adequações necessárias a seu cumprimento, no que se refere ao tratamento por filtração de água para consumo humano suprida por manancial superficial e distribuída por meio de canalização e da obrigação do monitoramento de cianobactérias e cianotoxinas.
Art. 3º É de responsabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a
adoção das medidas necessárias para o fiel cumprimento desta Portaria. Art. 4º O Ministério da Saúde promoverá, por intermédio da Secretaria de Vigilância em Saúde –
SVS, a revisão da Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano estabelecida nesta Portaria, noprazo de 5 anos ou a qualquer tempo, mediante solicitação devidamente justificada de órgãos governamentais ou não governamentais de reconhecida capacidade técnica nos setores objeto desta regulamentação.
Art. 5º Fica delegada competência ao Secretário de Vigilância em Saúde para editar, quando
necessário, normas regulamentadoras desta Portaria. Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
HUMBERTO COSTA
Anexo a Portaria n.º , de de de 2004.
NORMA DE QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO
CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Norma dispõe sobre procedimentos e responsabilidades inerentes ao controle e à
vigilância da qualidade da água para consumo humano, estabelece seu padrão de potabilidade e dá outras providências.
Art. 2º Toda a água destinada ao consumo humano deve obedecer ao padrão de potabilidade e está
sujeita à vigilância da qualidade da água. Art. 3º Esta Norma não se aplica às águas envasadas e a outras, cujos usos e padrões de qualidade
são estabelecidos em legislação específica.
CAPÍTULO II DAS DEFINIÇÕES
Art. 4º Para os fins a que se destina esta Norma, são adotadas as seguintes definições: I. água potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos
e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde; II. sistema de abastecimento de água para consumo humano – instalação composta por conjunto de
obras civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e à distribuição canalizada de água potável para populações, sob a responsabilidade do poder público, mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão;
III. solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano – toda modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário, distribuição por veículo transportador, instalações condominiais horizontal e vertical;
IV. controle da qualidade da água para consumo humano – conjunto de atividades exercidas de forma contínua pelo(s) responsável(is) pela operação de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a manutenção desta condição;
V. vigilância da qualidade da água para consumo humano – conjunto de ações adotadascontinuamente pela autoridade de saúde pública, para verificar se a água consumida pela população atende à esta Norma e para avaliar os riscos que os sistemas e as soluções alternativas de abastecimento de água representam para a saúde humana;
VI. coliformes totais (bactérias do grupo coliforme) - bacilos gram-negativos, aeróbios ouanaeróbios facultativos, não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5 oC em 24-48 horas, e que podem apresentar atividade da enzima ß -galactosidase. A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros e espécies pertençam ao grupo;
VII. coliformes termotolerantes - subgrupo das bactérias do grupo coliforme que fermentam a lactose a 44,5 ± 0,2oC em 24 horas; tendo como principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal;
VIII. Escherichia Coli - bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol, com
produção de ácido e gás a 44,5 ± 0,2oC em 24 horas, produz indol a partir do triptofano, oxidasenegativa, não hidroliza a uréia e apresenta atividade das enzimas ß galactosidase e ß glucoronidase, sendo considerada o mais específico indicador de contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos patogênicos;
IX. contagem de bactérias heterotróficas - determinação da densidade de bactérias que são capazes de produzir unidades formadoras de colônias (UFC), na presença de compostos orgânicos contidos em meio de cultura apropriada, sob condições pré-estabelecidas de incubação: 35,0, ± 0,5oC por 48 horas;
X. cianobactérias - microorganismos procarióticos autotróficos, também denominados como cianofíceas (algas azuis), capazes de ocorrer em qualquer manancial superficial especialmente naqueles com elevados níveis de nutrientes (nitrogênio e fósforo), podendo produzir toxinas com efeitos adversos à saúde; e
XI. cianotoxinas - toxinas produzidas por cianobactérias que apresentam efeitos adversos à saúde por ingestão oral, incluindo:
a) microcistinas - hepatotoxinas heptapeptídicas cíclicas produzidas por cianobactérias, com efeitopotente de inibição de proteínas fosfatases dos tipos 1 e 2A e promotoras de tumores;
b) cilindrospermopsina - alcalóide guanidínico cíclico produzido por cianobactérias, inibidor desíntese protéica, predominantemente hepatotóxico, apresentando também efeitos citotóxicos nos rins, baço, coração e outros órgãos; e
c) saxitoxinas - grupo de alcalóides carbamatos neurotóxicos produzido por cianobactérias, nãosulfatados (saxitoxinas) ou sulfatados (goniautoxinas e C-toxinas) e derivados decarbamil, apresentando efeitos de inibição da condução nervosa por bloqueio dos canais de sódio.
CAPÍTULO III
DOS DEVERES E DAS RESPONSABILIDADES
Seção I Do Nível Federal
Art. 5º São deveres e obrigações do Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de
Vigilância em Saúde - SVS: I. promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água, em articulação com as Secretarias de
Saúde dos Estados e do Distrito Federal e com os responsáveis pelo controle de qualidade da água, nos termos da legislação que regulamenta o SUS;
II. estabelecer as referências laboratoriais nacionais e regionais, para dar suporte às ações de maiorcomplexidade na vigilância da qualidade da água para consumo humano;
III. aprovar e registrar as metodologias não contempladas nas referências citadas no artigo 17 deste Anexo;
III. definir diretrizes específicas para o estabelecimento de um plano de amostragem a serimplementado pelos Estados, Distrito Federal ou Municípios, no exercício das atividades de vigilância da qualidade da água, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS; e
IV. executar ações de vigilância da qualidade da água, de forma complementar, em caráter excepcional, quando constatada, tecnicamente, insuficiência da ação estadual, nos termos da regulamentação do SUS.
Seção II
Do Nível Estadual e Distrito Federal
Art. 6º São deveres e obrigações das Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal: I. promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em
articulação com o nível municipal e os responsáveis pelo controle de qualidade da água, nos termos da legislação que regulamenta o SUS;
II. garantir, nas atividades de vigilância da qualidade da água, a implementação de um plano deamostragem pelos municípios, observadas as diretrizes específicas a serem elaboradas pela SVS/MS;
III. estabelecer as referências laboratoriais estaduais e do Distrito Federal para dar suporte às ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano; e
IV. executar ações de vigilância da qualidade da água, de forma complementar, em caráter excepcional, quando constatada, tecnicamente, insuficiência da ação municipal, nos termos da regulamentação do SUS.
Seção III
Do Nível Municipal Art. 7º São deveres e obrigações das Secretarias Municipais de Saúde: I. exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em articulação com os
responsáveis pelo controle de qualidade da água, de acordo com as diretrizes do SUS; II. sistematizar e interpretar os dados gerados pelo responsável pela operação do sistema ou
solução alternativa de abastecimento de água, assim como, pelos órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos, em relação às características da água nos mananciais, sob a perspectiva da vulnerabilidade do abastecimento de água quanto aos riscos à saúde da população;
III. estabelecer as referências laboratoriais municipais para dar suporte às ações de vigilância daqualidade da água para consumo humano;
IV. efetuar, sistemática e permanentemente, avaliação de risco à saúde humana de cada sistema de abastecimento ou solução alternativa, por meio de informações sobre:
a) a ocupação da bacia contribuinte ao manancial e o histórico das características de suas águas; b) as características físicas dos sistemas, práticas operacionais e de controle da qualidade da água; c) o histórico da qualidade da água produzida e distribuída; e d) a associação entre agravos à saúde e situações de vulnerabilidade do sistema. V. auditar o controle da qualidade da água produzida e distribuída e as práticas operacionais
adotadas; VI. garantir à população informações sobre a qualidade da água e riscos à saúde associados, nos
termos do inciso VI do artigo 9 deste Anexo; VII. manter registros atualizados sobre as características da água distribuída, sistematizados de
forma compreensível à população e disponibilizados para pronto acesso e consulta pública; VIII. manter mecanismos para recebimento de queixas referentes às características da água e para
a adoção das providências pertinentes; IX. informar ao responsável pelo fornecimento de água para consumo humano sobre anomalias e
não conformidades detectadas, exigindo as providências para as correções que se fizerem necessárias; X. aprovar o plano de amostragem apresentado pelos responsáveis pelo controle da qualidade da
água de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, que deve respeitar os planos mínimos de amostragem expressos nas Tabelas 6, 7, 8 e 9;
XI. implementar um plano próprio de amostragem de vigilância da qualidade da água, consoantediretrizes específicas elaboradas pela SVS; e
XII. definir o responsável pelo controle da qualidade da água de solução alternativa.
Seção IV Do Responsável pela Operação de Sistema e/ou Solução Alternativa
Art. 8º Cabe ao(s) responsável(is) pela operação de sistema ou solução alternativa de
abastecimento de água, exercer o controle da qualidade da água. Parágrafo único. Em caso de administração, em regime de concessão ou permissão do sistema de
abastecimento de água, é a concessionária ou a permissionária a responsável pelo controle da qualidade da água.
Art. 9º Ao(s) responsável(is) pela operação de sistema de abastecimento de água incumbe: I. operar e manter sistema de abastecimento de água potável para a população consumidora, em
conformidade com as normas técnicas aplicáveis publicadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e com outras normas e legislações pertinentes;
II. manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída, por meio de: a) controle operacional das unidades de captação, adução, tratamento, reservação e distribuição; b) exigência do controle de qualidade, por parte dos fabricantes de produtos químicos utilizados
no tratamento da água e de materiais empregados na produção e distribuição que tenham contato com a água;
c) capacitação e atualização técnica dos profissionais encarregados da operação do sistema e do controle da qualidade da água; e
d) análises laboratoriais da água, em amostras provenientes das diversas partes que compõem o sistema de abastecimento.
III. manter avaliação sistemática do sistema de abastecimento de água, sob a perspectiva dos riscos à saúde, com base na ocupação da bacia contribuinte ao manancial, no histórico das características de suas águas, nas características físicas do sistema, nas práticas operacionais e na qualidade da água distribuída;
IV. encaminhar à autoridade de saúde pública, para fins de comprovação do atendimento a estaNorma, relatórios mensais com informações sobre o controle da qualidade da água, segundo modelo estabelecido pela referida autoridade;
V. promover, em conjunto com os órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos, as ações cabíveis para a proteção do manancial de abastecimento e de sua bacia contribuinte, assim como efetuar controle das características das suas águas, nos termos do artigo 19 deste Anexo, notificando imediatamente a autoridade de saúde pública sempre que houver indícios de risco à saúde ou sempre que amostras coletadas apresentarem resultados em desacordo com os limites ou condições da respectiva classe de enquadramento, conforme definido na legislação específica vigente;
VI. fornecer a todos os consumidores, nos termos do Código de Defesa do Consumidor, informações sobre a qualidade da água distribuída, mediante envio de relatório, dentre outros mecanismos, com periodicidade mínima anual e contendo, no mínimo, as seguintes informações:
a) descrição dos mananciais de abastecimento, incluindo informações sobre sua proteção,disponibilidade e qualidade da água;
b) estatística descritiva dos valores de parâmetros de qualidade detectados na água, seusignificado, origem e efeitos sobre a saúde; e
c) ocorrência de não conformidades com o padrão de potabilidade e as medidas corretivas providenciadas.
VII. manter registros atualizados sobre as características da água distribuída, sistematizados de forma compreensível aos consumidores e disponibilizados para pronto acesso e consulta pública;
VIII. comunicar, imediatamente, à autoridade de saúde pública e informar, adequadamente, à população a detecção de qualquer anomalia operacional no sistema ou não conformidade na qualidade da água tratada, identificada como de risco à saúde, adotando-se as medidas previstas no artigo 29 deste Anexo; e
IX. manter mecanismos para recebimento de queixas referentes às características da água e para a adoção das providências pertinentes.
Art. 10. Ao responsável por solução alternativa de abastecimento de água, nos termos do inciso
XII do artigo 7 deste Anexo, incumbe: I. requerer, junto à autoridade de saúde pública, autorização para o fornecimento de água
apresentando laudo sobre a análise da água a ser fornecida, incluindo os parâmetros de qualidade previstos nesta Portaria, definidos por critério da referida autoridade;
II. operar e manter solução alternativa que forneça água potável em conformidade com as normastécnicas aplicáveis, publicadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, e com outras
normas e legislações pertinentes; III. manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída, por meio de análises
laboratoriais, nos termos desta Portaria e, a critério da autoridade de saúde pública, de outras medidas conforme inciso II do artigo anterior;
IV. encaminhar à autoridade de saúde pública, para fins de comprovação, relatórios com informações sobre o controle da qualidade da água, segundo modelo e periodicidade estabelecidos pela referida autoridade, sendo no mínimo trimestral;
V. efetuar controle das características da água da fonte de abastecimento, nos termos do artigo 19deste Anexo, notificando, imediatamente, à autoridade de saúde pública sempre que houver indícios de risco à saúde ou sempre que amostras coletadas apresentarem resultados em desacordo com os limites ou condições da respectiva classe de enquadramento, conforme definido na legislação específica vigente;
VI. manter registros atualizados sobre as características da água distribuída, sistematizados de forma compreensível aos consumidores e disponibilizados para pronto acesso e consulta pública;
VII. comunicar, imediatamente, à autoridade de saúde pública competente e informar,adequadamente, à população a detecção de qualquer anomalia identificada como de risco à saúde, adotando-se as medidas previstas no artigo 29; e
VIII. manter mecanismos para recebimento de queixas referentes às características da água e para a adoção das providências pertinentes.
CAPÍTULO IV
DO PADRÃO DE POTABILIDADE
Art.11. A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico conforme Tabela 1, a seguir:
Tabela 1 - Padrão microbiológico de potabilidade da água para consumo humano
PARÂMETRO
VMP(1)
Água para consumo humano(2)
Escherichia coli ou coliformes termotolerantes(3)
Ausência em 100ml
Água na saída do tratamento
Coliformes totais
Ausência em 100ml
Água tratada no sistema de distribuição (reservatórios e rede)
Escherichia coli ou coliformes termotolerantes(3)
Ausência em 100ml
Coliformes totais
Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês:
Ausência em 100ml em 95% das amostras examinadas no mês;
NOTAS: (1) Valor Máximo Permitido. (2) água para consumo humano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas,
nascentes, dentre outras. (3) a detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada. §1º No controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras com resultado positivo
para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, novas amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que as novas amostras revelem resultado satisfatório.
§2º Nos sistemas de distribuição, a recoleta deve incluir, no mínimo, três amostras simultâneas, sendo uma no mesmo ponto e duas outras localizadas a montante e a jusante.
§3º Amostras com resultados positivos para coliformes totais devem ser analisadas paraEscherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, devendo, neste caso, ser efetuada a verificação e confirmação dos resultados positivos.
§4º O percentual de amostras com resultado positivo de coliformes totais em relação ao total de amostras coletadas nos sistemas de distribuição deve ser calculado mensalmente, excluindo as amostrasextras (recoleta).
§5º O resultado negativo para coliformes totais das amostras extras (recoletas) não anula o resultado originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amostras com resultado positivo.
§6º Na proporção de amostras com resultado positivo admitidas mensalmente para coliformestotais no sistema de distribuição, expressa na Tabela 1, não são tolerados resultados positivos que ocorram em recoleta, nos termos do § 1º deste artigo.
§7º Em 20% das amostras mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de distribuição,deve ser efetuada a contagem de bactérias heterotróficas e, uma vez excedidas 500 unidades formadorasde colônia (UFC) por ml, devem ser providenciadas imediata recoleta, inspeção local e, se constatada irregularidade, outras providências cabíveis.
§8º Em complementação, recomenda-se a inclusão de pesquisa de organismos patogênicos, com oobjetivo de atingir, como meta, um padrão de ausência, dentre outros, de enterovírus, cistos de Giardia spp e oocistos de Cryptosporidium sp.
§9º Em amostras individuais procedentes de poços, fontes, nascentes e outras formas deabastecimento sem distribuição canalizada, tolera-se a presença de coliformes totais, na ausência de Escherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, nesta situação devendo ser investigada a origem da ocorrência, tomadas providências imediatas de caráter corretivo e preventivo e realizada nova análise de coliformes.
Art. 12. Para a garantia da qualidade microbiológica da água, em complementação às exigências
relativas aos indicadores microbiológicos, deve ser observado o padrão de turbidez expresso na Tabela 2, abaixo:
Tabela 2 - Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção
Sistemas que analisam menos de 40 amostras por mês:
Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100ml
TRATAMENTO DA ÁGUA VMP(1)
Desinfecção (água subterrânea) 1,0 UT(2) em 95% das amostras
Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta) 1,0 UT(2)
2,0 UT(2) em 95% das amostras
NOTAS: (1) Valor máximo permitido. (2) Unidade de turbidez.
§ 1º Entre os 5% dos valores permitidos de turbidez superiores aos VMP estabelecidos na Tabela2, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 UT, assegurado, simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 UT em qualquer ponto da rede no sistema de distribuição.
§ 2º Com vistas a assegurar a adequada eficiência de remoção de enterovírus, cistos de Giardia
spp e oocistos de Cryptosporidium sp., recomenda-se, enfaticamente, que, para a filtração rápida, se estabeleça como meta a obtenção de efluente filtrado com valores de turbidez inferiores a 0,5 UT em 95% dos dados mensais e nunca superiores a 5,0 UT.
§ 3º O atendimento ao percentual de aceitação do limite de turbidez, expresso na Tabela 2, deve
ser verificado, mensalmente, com base em amostras no mínimo diárias para desinfecção ou filtração lenta e a cada quatro horas para filtração rápida, preferivelmente, em qualquer caso, no efluente individual de cada unidade de filtração.
Art. 13. Após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5
mg/L, sendo obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L em qualquer ponto da rede de distribuição, recomendando-se que a cloração seja realizada em pH inferior a 8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos.
Parágrafo único. Admite-se a utilização de outro agente desinfetante ou outra condição de
operação do processo de desinfecção, desde que fique demonstrado pelo responsável pelo sistema de tratamento uma eficiência de inativação microbiológica equivalente à obtida com a condição definida neste artigo.
Art.14. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que
representam risco para a saúde expresso na Tabela 3, a seguir:
Tabela 3 - Padrão de potabilidade para substâncias químicas que representam risco à saúde
Filtração lenta
PARÂMETRO UNIDADE VMP(1)
INORGÂNICAS Antimônio mg/L 0,005Arsênio mg/L 0,01Bário mg/L 0,7Cádmio mg/L 0,005Cianeto mg/L 0,07Chumbo mg/L 0,01Cobre mg/L 2Cromo mg/L 0,05Fluoreto(2) mg/L 1,5Mercúrio mg/L 0,001Nitrato (como N) mg/L 10Nitrito (como N) mg/L 1 Selênio mg/L 0,01 ORGÂNICAS
NOTAS: (1) Valor Máximo Permitido. (2) Os valores recomendados para a concentração de íon fluoreto devem observar à legislação específica
vigente relativa à fluoretação da água, em qualquer caso devendo ser respeitado o VMP desta Tabela. (3) É aceitável a concentração de até 10 μg/L de microcistinas em até 3 (três) amostras, consecutivas ou não,
nas análises realizadas nos últimos 12 (doze) meses. (4) Análise exigida de acordo com o desinfetante utilizado. § 1º Recomenda-se que as análises para cianotoxinas incluam a determinação de
cilindrospermopsina e saxitoxinas (STX), observando, respectivamente, os valores limites de 15,0 μg/L e 3,0 μg/L de equivalentes STX/L.
§ 2º Para avaliar a presença dos inseticidas organofosforados e carbamatos na água, recomenda-se
a determinação da atividade da enzima acetilcolinesterase, observando os limites máximos de 15% ou 20% de inibição enzimática, quando a enzima utilizada for proveniente de insetos ou mamíferos, respectivamente.
Acrilamida μg/L 0,5Benzeno μg/L 5Benzo[a]pireno μg/L 0,7Cloreto de Vinila μg/L 51,2 Dicloroetano μg/L 101,1 Dicloroeteno μg/L 30Diclorometano μg/L 20Estireno μg/L 20Tetracloreto de Carbono μg/L 2Tetracloroeteno μg/L 40Triclorobenzenos μg/L 20Tricloroeteno μg/L 70 AGROTÓXICOS Alaclor μg/L 20,0Aldrin e Dieldrin μg/L 0,03Atrazina μg/L 2Bentazona μg/L 300Clordano (isômeros) μg/L 0,22,4 D μg/L 30DDT (isômeros) μg/L 2Endossulfan μg/L 20Endrin μg/L 0,6Glifosato μg/L 500Heptacloro e Heptacloro epóxido μg/L 0,03Hexaclorobenzeno μg/L 1Lindano ( -BHC) μg/L 2Metolacloro μg/L 10Metoxicloro μg/L 20Molinato μg/L 6Pendimetalina μg/L 20Pentaclorofenol μg/L 9Permetrina μg/L 20Propanil μg/L 20Simazina μg/L 2Trifluralina μg/L 20 CIANOTOXINAS Microcistinas(3) μg/L 1,0 DESINFETANTES E PRODUTOS SECUNDÁRIOS DA DESINFECÇÃO Bromato mg/L 0,025Clorito mg/L 0,2Cloro livre (4) mg/L 5Monocloramina mg/L 32,4,6 Triclorofenol mg/L 0,2Trihalometanos Total mg/L 0,1
Art. 15. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de radioatividade expresso na
Tabela 4, a seguir:
Tabela 4 - Padrão de radioatividade para água potável
NOTAS: (1) Valor máximo permitido.
(2) Se os valores encontrados forem superiores aos VMP, deverá ser feita a identificação dos radionuclídeos presentes e a medida das concentrações respectivas. Nesses casos, deverão ser aplicados, para os radionuclídeos encontrados, os valores estabelecidos pela legislação pertinente da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, para se concluir sobre a potabilidade da água.
Art. 16. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de aceitação de consumo
expresso na Tabela 5, a seguir:
Tabela 5 - Padrão de aceitação para consumo humano
NOTAS: (1) Valor máximo permitido. (2) Unidade Hazen (mg Pt–Co/L). (3) critério de referência (4) Unidade de turbidez. § 1º Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a
9,5. § 2º Recomenda-se que o teor máximo de cloro residual livre, em qualquer ponto do sistema de
abastecimento, seja de 2,0 mg/L. § 3º Recomenda-se a realização de testes para detecção de odor e gosto em amostras de água
PARÂMETRO UNIDADE VMP(1) Radioatividade alfa global BQ/L 0,1(2) Radioatividade beta global BQ/L 1,0(2)
PARÂMETRO UNIDADE VMP(1) Alumínio mg/L 0,2 Amônia (como NH3) mg/L 1,5 Cloreto mg/L 250 Cor Aparente uH(2) 15 Dureza mg/L 500 Etilbenzeno mg/L 0,2 Ferro mg/L 0,3 Manganês mg/L 0,1 Monoclorobenzeno mg/L 0,12 Odor - Não objetável(3) Gosto - Não objetável(3) Sódio mg/L 200 Sólidos dissolvidos totais mg/L 1.000 Sulfato mg/L 250 Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,05 Surfactantes mg/L 0,5 Tolueno mg/L 0,17 Turbidez UT(4) 5 Zinco mg/L 5 Xileno mg/L 0,3
coletadas na saída do tratamento e na rede de distribuição de acordo com o plano mínimo de amostragem estabelecido para cor e turbidez nas Tabelas 6 e 7.
Art. 17. As metodologias analíticas para determinação dos parâmetros físicos, químicos,
microbiológicos e de radioatividade devem atender às especificações das normas nacionais que disciplinem a matéria, da edição mais recente da publicação Standard Methods for the Examination ofWater and Wastewater, de autoria das instituições American Public Health Association (APHA),American Water Works Association (AWWA) e Water Environment Federation (WEF), ou das normas publicadas pela ISO (International Standartization Organization).
§ 1º Para análise de cianobactérias e cianotoxinas e comprovação de toxicidade por bioensaios em
camundongos, até o estabelecimento de especificações em normas nacionais ou internacionais que disciplinem a matéria, devem ser adotadas as metodologias propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua publicação Toxic cyanobacteria in water: a guide to their public health consequences, monitoring and management.
§ 2º Metodologias não contempladas nas referências citadas no § 1º e “caput” deste artigo, aplicáveis aos parâmetros estabelecidos nesta Norma, devem, para ter validade, receber aprovação e registro pelo Ministério da Saúde.
§ 3º As análises laboratoriais para o controle e a vigilância da qualidade da água podem ser realizadas em laboratório próprio ou não que, em qualquer caso, deve manter programa de controle de qualidade interna ou externa ou ainda ser acreditado ou certificado por órgãos competentes para essefim.
CAPÍTULO V DOS PLANOS DE AMOSTRAGEM
Art. 18. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água devem elaborar e aprovar, junto à autoridade de saúde pública, o plano de amostragem de cada sistema, respeitando os planos mínimos de amostragem expressos nas Tabelas 6, 7, 8 e 9.
Tabela 6
Número mínimo de amostras para o controle da qualidade da água de sistema de abastecimento,para fins de análises físicas, químicas e de radioatividade, em função do ponto de amostragem, da população abastecida e do tipo de manancial
PARÂMETRO TIPO DE
MANANCIAL SAÍDA DO
TRATAMENTO (NÚMERO DE
AMOSTRAS POR UNIDADE DE
TRATAMENTO)
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (RESERVATÓRIOS E REDE)
População abastecida <50.000
hab. 50.000 a
250.000 hab. > 250.000 hab.
Cor, Turbidez
pH
Superficial
1 10
1 para cada 5.000 hab.
40 + (1 para cada 25.000 hab.)
Subterrâneo 1 1 para cada 20 + (1 para cada
NOTAS: (1) Cloro residual livre. (2) As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, em pontos de maior tempo de detenção da água no sistema de
distribuição. (3) Apenas será exigida obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de causas de
radiação natural ou artificial. (4) Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e, ou, no
manancial, à exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição.
Tabela 7 - Freqüência mínima de amostragem para o controle da qualidade da água de sistema de abastecimento, para fins de análises físicas, químicas e de radioatividade, em função do ponto de
amostragem, da população abastecida e do tipo de manancial.
5 10.000 hab. 50.000 hab.)
CRL(1) Superficial
1
(Conforme § 3º do artigo 18). Subterrâneo
1
Fluoreto
Superficial ou Subterrâneo
1
5 1 para cada 10.000 hab.
20 + (1 para cada 50.000 hab.)
Cianotoxinas Superficial 1
(Cf. § 5º do art.18)-
- -
Trihalometanos Superficial
1
1(2)
4(2) 4(2)
Subterrâneo
- 1(2)
1(2)
1(2)
Demais
parâmetros(3)
Superficial ou Subterrâneo
1 1(4)
1(4)
1(4)
PARÂMETRO TIPO DE MANANCIAL
SAÍDA DO TRATAMENTO (FREQÜÊNCIA
POR UNIDADE DE TRATAMENTO)
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (RSERVATÓRIOS E REDE)
População abastecida
<50.000 hab.
50.000 a 250.000 hab.
> 250.000 hab.
Cor, Turbidez, pH, Fluoreto
Superficial A cada 2 horas
Mensal
Mensal
Mensal
Subterrâneo Diária
CRL(1) Superficial A cada 2 horas(Conforme § 3º do artigo 18).
Subterrâneo Diária
Cianotoxinas Superficial Semanal (Cf. § 5º do art. 18)
- - -
Trihalometanos Superficial Trimestral
Trimestral Trimestral Trimestral
Subterrâneo - Semestral Semestral
NOTAS: (1) Cloro residual livre. (2) Apenas será exigida obrigatoriedade de investigação dos parâmetros radioativos quando da evidência de causas de
radiação natural ou artificial. (3) Dispensada análise na rede de distribuição quando o parâmetro não for detectado na saída do tratamento e, ou, no
manancial, à exceção de substâncias que potencialmente possam ser introduzidas no sistema ao longo da distribuição. Tabela 8 - Número mínimo de amostras mensais para o controle da qualidade da água de sistema de abastecimento, para fins de análises microbiológicas, em função da população abastecida.
NOTA: na saída de cada unidade de tratamento devem ser coletadas, no mínimo, 2 (duas) amostras semanais,
recomendando-se a coleta de, pelo menos, 4 (quatro) amostras semanais. Tabela 9 - Número mínimo de amostras e freqüência mínima de amostragem para o controle da
qualidade da água de solução alternativa, para fins de análises físicas, químicas e microbiológicas, em função do tipo de manancial e do ponto de amostragem.
NOTAS: (1) Devem ser retiradas amostras em, no mínimo, 3 pontos de consumo de água. (2) Para veículos transportadores de água para consumo humano, deve ser realizada 1 (uma) análise de CRL
em cada carga e 1 (uma) análise, na fonte de fornecimento, de cor, turbidez, PH e coliformes totais com freqüência mensal, ou outra amostragem determinada pela autoridade de saúde pública.
(3) Cloro residual livre. § 1º A amostragem deve obedecer aos seguintes requisitos: I. distribuição uniforme das coletas ao longo do período; e II. representatividade dos pontos de coleta no sistema de distribuição (reservatórios e rede),
Anual
Demais parâmetros(2)
Superficial ou Subterrâneo Semestral
Semestral(3)
Semestral(3)
Semestral(3)
PARÂMETRO
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (RESERVATÓRIOS E REDE) População abastecida
< 5.000 hab. 5.000 a 20.000 hab. 20.000 a 250.000 hab. > 250.000 hab. Coliformes totais
10
1 para cada 500 hab. 30 +
(1 para cada 2.000 hab.) 105 +
(1 para cada 5.000 hab.) Máximo de 1.000
PARÂMETRO
TIPO DE MANANCIAL
SAÍDA DO TRATAMENTO
(para água canalizada)
NÚMERO DE AMOSTRAS RETIRADAS NO PONTO
DE CONSUMO(1) (para cada 500 hab.)
FREQÜÊNCIA DE AMOSTRAGEM
Cor, turbidez, pH e coliformes totais(2)
Superficial
1
1
Semanal
Subterrâneo
1
1
Mensal
CRL(2) (3)
Superficial ou Subterrâneo
1
1
Diário
combinando critérios de abrangência espacial e pontos estratégicos, entendidos como aqueles próximos a grande circulação de pessoas (terminais rodoviários, terminais ferroviários, etc.) ou edifícios que alberguem grupos populacionais de risco (hospitais, creches, asilos, etc.), aqueles localizados emtrechos vulneráveis do sistema de distribuição (pontas de rede, pontos de queda de pressão, locais afetados por manobras, sujeitos à intermitência de abastecimento, reservatórios, etc.) e locais com sistemáticas notificações de agravos à saúde tendo como possíveis causas agentes de veiculação hídrica.
§ 2º No número mínimo de amostras coletadas na rede de distribuição, previsto na Tabela 8, nãose incluem as amostras extras (recoletas).
§ 3º Em todas as amostras coletadas para análises microbiológicas deve ser efetuada, no momentoda coleta, medição de cloro residual livre ou de outro composto residual ativo, caso o agente desinfetante utilizado não seja o cloro.
§ 4º Para uma melhor avaliação da qualidade da água distribuída, recomenda-se que, em todas asamostras referidas no § 3º deste artigo, seja efetuada a determinação de turbidez.
§ 5º Sempre que o número de cianobactérias na água do manancial, no ponto de captação, exceder 20.000 células/ml (2mm3/L de biovolume), durante o monitoramento que trata o § 1º do artigo 19, será exigida a análise semanal de cianotoxinas na água na saída do tratamento e nas entradas (hidrômetros) das clínicas de hemodiálise e indústrias de injetáveis, sendo que esta análise pode ser dispensada quando não houver comprovação de toxicidade na água bruta por meio da realização semanal de bioensaios em camundongos.
Art. 19. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistemas e de soluções alternativas
de abastecimento supridos por manancial superficial devem coletar amostras semestrais da água bruta, junto do ponto de captação, para análise de acordo com os parâmetros exigidos na legislação vigente de classificação e enquadramento de águas superficiais, avaliando a compatibilidade entre as características da água bruta e o tipo de tratamento existente.
§ 1º O monitoramento de cianobactérias na água do manancial, no ponto de captação, deve obedecer freqüência mensal, quando o número de cianobactérias não exceder 10.000 células/ml (ou 1mm3/L de biovolume), e semanal, quando o número de cianobactérias exceder este valor.
§ 2º É vedado o uso de algicidas para o controle do crescimento de cianobactérias ou qualquerintervenção no manancial que provoque a lise das células desses microrganismos, quando a densidade das cianobactérias exceder 20.000 células/ml (ou 2mm3/L de biovolume), sob pena de comprometimento da avaliação de riscos à saúde associados às cianotoxinas.
Art. 20. A autoridade de saúde pública, no exercício das atividades de vigilância da qualidade da
água, deve implementar um plano próprio de amostragem, consoante diretrizes específicas elaboradas no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
CAPÍTULO VI
DAS EXIGÊNCIAS APLICÁVEIS AOS SISTEMAS E SOLUÇÕES ALTERNATIVAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Art. 21. O sistema de abastecimento de água deve contar com responsável técnico,
profissionalmente habilitado. Art. 22. Toda água fornecida coletivamente deve ser submetida a processo de desinfecção,
concebido e operado de forma a garantir o atendimento ao padrão microbiológico desta Norma. Art. 23. Toda água para consumo humano suprida por manancial superficial e distribuída por meio
de canalização deve incluir tratamento por filtração. Art. 24. Em todos os momentos e em toda sua extensão, a rede de distribuição de água deve ser
operada com pressão superior à atmosférica. § 1º Caso esta situação não seja observada, fica o responsável pela operação do serviço de
abastecimento de água obrigado a notificar a autoridade de saúde pública e informar à população,identificando períodos e locais de ocorrência de pressão inferior à atmosférica.
§ 2º Excepcionalmente, caso o serviço de abastecimento de água necessite realizar programa de manobras na rede de distribuição, que possa submeter trechos a pressão inferior à atmosférica, o referido programa deve ser previamente comunicado à autoridade de saúde pública.
Art. 25. O responsável pelo fornecimento de água por meio de veículos deve: I. garantir o uso exclusivo do veículo para este fim; II. manter registro com dados atualizados sobre o fornecedor e, ou, sobre a fonte de água; e III. manter registro atualizado das análises de controle da qualidade da água. § 1º A água fornecida para consumo humano por meio de veículos deve conter um teor mínimo de
cloro residual livre de 0,5 mg/L. § 2º O veículo utilizado para fornecimento de água deve conter, de forma visível, em sua
carroceria, a inscrição: “ÁGUA POTÁVEL”.
CAPÍTULO VII DAS PENALIDADES
Art. 26. Serão aplicadas as sanções administrativas cabíveis, aos responsáveis pela operação dos
sistemas ou soluções alternativas de abastecimento de água, que não observarem as determinações constantes desta Portaria.
Art. 27. As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios estarão sujeitasa suspensão de repasse de recursos do Ministério da Saúde e órgãos ligados, diante da inobservância do contido nesta Portaria.
Art. 28. Cabe ao Ministério da Saúde, por intermédio da SVS/MS, e às autoridades de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, representadas pelas respectivas Secretarias de Saúde ou órgãos equivalentes, fazer observar o fiel cumprimento desta Norma, nos termos da legislação que regulamenta o Sistema Único de Saúde – SUS.
CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 29. Sempre que forem identificadas situações de risco à saúde, o responsável pela operação do
sistema ou solução alternativa de abastecimento de água e as autoridades de saúde pública devem estabelecer entendimentos para a elaboração de um plano de ação e tomada das medidas cabíveis, incluindo a eficaz comunicação à população, sem prejuízo das providências imediatas para a correção da anormalidade.
Art. 30. O responsável pela operação do sistema ou solução alternativa de abastecimento de água pode solicitar à autoridade de saúde pública a alteração na freqüência mínima de amostragem dedeterminados parâmetros estabelecidos nesta Norma.
Parágrafo único. Após avaliação criteriosa, fundamentada em inspeções sanitárias e, ou, em histórico mínimo de dois anos do controle e da vigilância da qualidade da água, a autoridade de saúde pública decidirá quanto ao deferimento da solicitação, mediante emissão de documento específico.
Art. 31. Em função de características não conformes com o padrão de potabilidade da água ou de outros fatores de risco, a autoridade de saúde pública competente, com fundamento em relatório técnico, determinará ao responsável pela operação do sistema ou solução alternativa de abastecimento de água que amplie o número mínimo de amostras, aumente a freqüência de amostragem ou realize análises laboratoriais de parâmetros adicionais ao estabelecido na presente Norma.
Art. 32. Quando não existir na estrutura administrativa do estado a unidade da Secretaria de Saúde, os deveres e responsabilidades previstos no artigo 6º deste Anexo serão cumpridos pelo órgão equivalente.
RESOLUÇÃO SEMA Nº 019, DE 04 DE MAIO DE 2004 (D.O.E.PR. Nº 0000 DE 00/05/2004)
Estabelece requisitos e condições técnicas para a implantação de cemitérios destinados ao sepultamento, no que tange à proteção e à preservação do ambiente, em particular do solo e das águas subterrâneas.
O SECRETÁRIO DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 10.066, de 27 de julho de 1992, Lei nº 11.352, de 13 de fevereiro de 1996, Lei nº 8.485, de 03 de junho de 1987, pelo Decreto nº 4.514, de 23 de julho de 2001 e Decreto nº 011, de 01 de janeiro de 2003, CONSIDERANDO que a proteção do meio ambiente é um dever do Poder Público, conforme dispõe o art. 225, § 1º, da Constituição Federal do Brasil; CONSIDERANDO que a proteção do meio ambiente é um dever do Poder Público Estadual, conforme dispõe o art. 207, § 1º, da Constituição Estadual do Paraná; CONSIDERANDO que a realização do Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente instituídos pela Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e regulados pela Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986, do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, são obrigatórios para os empreendimentos que, mesmo que potencialmente, causem significativa degradação ambiental, conforme disposição dos artigos 225, § 1º, inciso IV, e art. 207, § 1º, inciso V, da Constituição Federal e Estadual, respectivamente; CONSIDERANDO a necessidade de regulamentação da instrução e trâmite de processos de licenciamento ambiental de cemitérios; CONSIDERANDO o contido na Política Nacional de Meio Ambiente - Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 e nas Resoluções CONAMA de nº 001/86, nº 237/97 e nº 335/03, os quais disciplinam o Sistema de Licenciamento Ambiental, estabelecendo procedimentos e critérios, visando a melhoria contínua e o aprimoramento da gestão ambiental; CONSIDERANDO a necessidade de dar efetividade ao princípio da prevenção, consagrado, em seu artigo 2º, incisos I, IV e IX, bem como no princípio nº 15, da Declaração do Rio de Janeiro de 1992; CONSIDERANDO que a competência concorrente dos Estados-Membros para legislar sobre a proteção do meio ambiente e suas formas de poluição, conforme determina o art. 24, da Constituição Federal do Brasil, permite aos Estados editar normas mais protetoras do meio ambiente em relação às normas federais; CONSIDERANDO o potencial e efetiva degradação ambiental provocada pela instalação e manutenção de cemitérios e a necessidade da adoção de uma Política Ambiental que vise a proteção do solo, subsolo, recursos hídricos superficiais e subterrâneos, e a proteção da saúde pública e a sadia qualidade de vida da população;
CONSIDERANDO o respeito às práticas e valores religiosos e culturais da população; RESOLVE: Estabelecer requisitos e condições técnicas para a implantação de cemitérios destinados ao sepultamento, no que tange à proteção e à preservação do ambiente, em particular do solo e das águas subterrâneas. Art. 1º - Os cemitérios horizontais e verticais deverão ser submetidos ao processo de licenciamento ambiental, nos termos desta Resolução e dos demais dispositivos legais cabíveis. Art. 2º - Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições: I – cemitério: área destinada a sepultamentos; a) cemitério horizontal: é aquele localizado em área descoberta compreendendo os cemitérios tradicionais e os cemitérios parques ou jardins; b) cemitério parque ou jardim: é aquele predominantemente recoberto por jardins, isento de construções tumulares, e no qual as sepulturas são identificadas por uma lápide, ao nível do chão, de pequenas dimensões; c) cemitério vertical: é um edifício de um ou mais pavimentos dotados de compartimentos destinados a sepultamentos; d) cemitérios de animais: cemitérios destinados a sepultamentos de animais. II – sepultar ou inumar: é o ato de colocar pessoa falecida, membros amputados e restos mortais em local adequado; III – sepultura: espaço unitário, destinado a sepultamentos; IV - construção tumular: é uma construção erigida em uma sepultura, dotada ou não de compartimentos para sepultamento, compreendendo-se: a) jazigo: é o compartimento destinado a sepultamento contido; b) carneiro ou gaveta: é a unidade de cada um dos compartimentos para sepultamentos existentes em uma construção tumular. c) cripta: compartimento destinado a sepultamento no interior de edificações, templos ou suas dependências; V - lóculo: é o compartimento destinado a sepultamento contido no cemitério vertical; VI - produto da coliqüação ou necrochorume: é o líquido biodegradável oriundo do processo de decomposição dos corpos ou partes; VII - exumar: retirar a pessoa falecida, partes ou restos mortais do local em que se acha sepultado; VIII - reinumar: reintroduzir a pessoa falecida ou seus restos mortais, após exumação, na mesma sepultura ou em outra; IX - urna, caixão, ataúde ou esquife: é a caixa com formato adequado para conter pessoa falecida ou partes; X - urna ossuária: é o recipiente de tamanho adequado para conter ossos.
XI - urna cinerária: é o recipiente destinado a cinzas de corpos cremados; XII - ossuário ou ossário: é o local para acomodação de ossos, contidos ou não em urna ossuária; XIII - cinerário: é o local para acomodação de urnas cinerárias; XIV - columbário: é o local para guardar urnas e cinzas funerárias, dispostas horizontal e verticalmente, com acesso coberto ou não, adjacente ao fundo, com um muro ou outro conjunto de jazigos; XV - nicho: é o local para colocar urnas com cinzas funerárias ou ossos; XVI - translado: ato de remover pessoa falecida ou restos mortais de um lugar para outro. Art. 3º - Dependerá de Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, a ser elaborado por equipe multidisciplinar, a concessão de Licença Prévia de toda e qualquer implantação e ampliação de cemitérios, de acordo com o que estabelece o art. 225, § 1º, inciso IV, da Constituição Federal do Brasil e a Resolução do CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. I - O Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA dependerá de aprovação do Instituto Ambiental do Paraná - IAP. II - O Estudo Prévio do Impacto Ambiental será submetido à consulta popular, mediante audiências públicas, promovidas pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP, nos termos da Resolução do CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Art. 4° - Os projetos de implantação ou ampliação dos cemitérios, submetidos ao licenciamento do Instituto Ambiental do Paraná – IAP e constantes do EPIA/RIMA deverão atender aos seguintes requisitos mínimos: I - O perímetro e o interior do cemitério deverão ser providos de um sistema de drenagem superficial adequado e eficiente, além de outros dispositivos (terraceamentos, taludamentos, etc.) destinados a captar, encaminhar e dispor de maneira segura o escoamento das águas pluviais e evitar erosões, alagamentos e movimentos de terra, bem como a implantação de acondicionamento do necrochorume no interior do jazigo; II - Internamente, o cemitério deverá ser contornado por uma faixa com largura mínima de 5 (cinco) metros, destituída de qualquer tipo de pavimentação ou recobertura de alvenaria, destinada à implantação de uma cortina constituída por árvores e arbustos adequados, preferencialmente de essências nativas. Esta faixa poderá ser destinada a edifícios, sistema viário ou logradouro de uso público, desde que não contrariem a legislação vigente: a) não será permitido o sepultamento e o depósito de partes de corpos exumados na faixa descrita neste inciso; b) na área descrita neste inciso, deverão ser mantidas as faixas de isolamento previstas na legislação vigente, onde não será efetuado sepultamento; III – caso sejam plantadas árvores no interior dos cemitérios, na chamada zona de enterramento ou sepultamento, estas deverão possuir
raízes pivotantes a fim de evitar invasão de jazigos, destruição do piso e túmulos ou danos às redes de água, de esgoto e drenagem; IV - O subsolo deverá ser constituído por materiais com coeficientes de permeabilidade entre 10-4 (dez a menos quatro) e 10 -6 (dez a menos seis) cm/s (centímetros por segundo), na faixa compreendida entre o fundo das sepulturas e o nível do lençol freático (medido no fim da estação de cheias); ou até 10 m de profundidade, nos casos em que o lençol freático não for encontrado até este nível. Coeficientes de permeabilidade diferentes só devem ser aceitos, condicionados a estudos geológicos e hidrogeológicos, fundamentados em conjunto com a tecnologia de sepultamento empregada, os quais demonstrem existir uma condição equivalente de segurança, pela profundidade do lençol freático e pelo uso e importância das águas subterrâneas no local, bem como pelas condições do projeto; V - O nível inferior das sepulturas deverá estar a uma distância mínima de 1,5m (um metro e meio) acima do mais alto nível do lençol freático, devendo os fundos dos jazigos possuir uma contenção para o necrochorume; VI - Resíduos sólidos relacionados à exumação dos corpos, tais como urnas e material descartável (luvas, sacos plásticos, etc.) deverão ter o mesmo tratamento dado aos resíduos sólidos gerados pelos serviços de saúde, de acordo com a legislação vigente (Resolução CONAMA nº 005, de 1993); VII - Deverão ser implantados sistemas de poços de monitoramento, instalados em conformidade com a norma vigente - ABNT NBR 13.895 - Construção de Poços de Monitoramento e Amostragem, estrategicamente localizados a montante e a jusante da área do cemitério, com relação ao sentido de escoamento freático: a) os poços deverão ser amostrados e as águas subterrâneas analisadas, antes do início de operação do cemitério, para o estabelecimento da qualidade original do aqüífero freático, de acordo com os padrões da Portaria nº 1.469/2000, do Ministério da Saúde e suas sucessoras; b) os poços deverão ser amostrados, em conformidade com a norma NBR 13.895 e as amostras de água analisadas para os seguintes parâmetros: sólidos totais dissolvidos, dureza total, pH, cloretos, chumbo total, ferro total, fosfato total, nitrogênio amoniacal, nitrogênio nitrato, coliformes fecais, bactérias heterotróficas e mesófilas, salmonella sp., cálcio e magnésio. As amostras deverão obedecer a seguinte tabela: Cemitérios implantados até 1 (um) ano Amostragem trimestral Cemitérios implantados de 1 (um) ano a 5 (cinco) anos
Amostragem semestral
Cemitérios implantados acima de 5 (cinco) anos
Amostragem anual
c) caso ocorram indícios de contaminação, deverão ser analisados novamente os parâmetros de qualidade da água estabelecidos na Portaria nº 1.469/2000 do Ministério da Saúde ou sua sucessora, efetuando a descontaminação do mesmo, através de projeto específico, devidamente previsto no EPIA/RIMA, devendo ainda, ser acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART; d) O Instituto Ambiental do Paraná - IAP poderá realizar, concomitantemente, análises periódicas do lençol freático, através dos poços de monitoramento;
e) Os columbários para entumulamento de cadáveres deverão ser impermeabilizados, de forma a não permitir a passagem de água ou outro efluente líquido ou gasoso para a área externa; VIII - Os Cemitérios Verticais deverão ter sistema de controle de poluição atmosférica oriundo dos gases cadavéricos, apresentando programa de combate aos vetores, bem como apresentar projeto de tratamento do líquido oriundo da decomposição dos corpos. § 1º - A escolha da localização para implantação de cemitério deverá, além do previsto nas letras seguintes, ser observada a norma ABNT NBR nº 10157/1987: a) fica proibida a implantação de cemitérios em terrenos sujeitos à inundação permanente e sazonal; b) fica proibida a implantação de cemitérios onde a permeabilidade dos solos e produtos de alteração possa estar modificada e/ou agravada por controles lito-estruturais, como por exemplo, falhamentos, faixas de cataclasamento e zonas com evidências de dissolução (relevo cárstico); c) fica proibida a implantação de cemitérios em áreas de influência direta dos reservatórios destinados ao abastecimento público (Área de Proteção de Manancial – APM), bem como nas Áreas de Preservação Permanente (APP). Art. 5º - Os resíduos sólidos, não humanos, resultantes da exumação dos corpos deverão ter destinação ambiental e sanitariamente adequada, de acordo com a disposição do Art. 4º, VI, da presente Resolução, e da Resolução do CONAMA nº 05, de 1993. Art. 6º - Os cemitérios já existentes e licenciados, deverão, no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da publicação desta Resolução, firmar com o Instituto Ambiental do Paraná - IAP termo de compromisso para adequação, no que couber, do empreendimento. § 1º - O cemitério que, na data de publicação desta Resolução, estiver operando sem a devida licença ambiental, deverá requerer a regularização de seu empreendimento junto ao Instituto Ambiental do Paraná – IAP, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias. § 2º - Os cemitérios já implantados e licenciados deverão proceder a um exame ambiental, nos termos do inciso VIII, letra "b", do art. 4º, no prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias, a partir da publicação desta Resolução, devendo o mesmo ser entregue ao Instituto Ambiental do Paraná - IAP. Art. 7º - Os cemitérios já existentes, a instalar ou a ampliar em municípios com população inferior a 30.000 (trinta mil) habitantes, não integrantes de regiões conurbadas e com capacidade limitada a 500 jazigos, poderão ter o procedimento de licenciamento simplificado, a critério do IAP e nos termos da Resolução SEMA nº 031/98. Art. 8º - O descumprimento das disposições desta Resolução, dos termos das Licenças Ambientais e de eventual Termo de Ajustamento de Conduta sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outros dispositivos normativos pertinentes, sem prejuízo do dever de recuperar os danos ambientais causados, na forma do art. 225, § 4º, da Constituição Federal do Brasil, e do art. 14, § 1o, da Lei nº 6.938, de 1981. Art. 9º - No caso de encerramento das atividades, o empreendedor deve, previamente, requerer licença, juntando Plano de Encerramento da Atividade, nele incluindo medidas de recuperação da área atingida.
Art. 10 - Revogam-se as disposições em contrário. Art. 11 - Revoga-se a Resolução SEMA nº 027/03, de 08 de agosto de 2003. Art. 12 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Curitiba, 04 de maio de 2004.
LUIZ EDUARDO CHEIDA
Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
ANEXO 2
Questionário de Caracterização dos Cemitérios (Modificado de Costa, 2002)
CARACTERIZAÇÃO DOS CEMITÉRIOS DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DA BAÍA DE GUANABARA (Modificado de Costa, 2002)
IDENTIFICAÇÃO
(1) Nome do cemitério: ____________________________________________________________________________
(2) Endereço: ________________________________________________________________ Cep: ______________
(3) Nome do contato: __________________________________ Cargo: _____________________
(4) Tel.: ___________________ E-mail: _______________________________
ADMINISTRAÇÃO / CONSTRUÇÃO / OPERAÇÃO
(5) Início de Operação: ___ (mês/ano)
(6) Tipo de Administração: Privada: Municipal:
(7) Nº Empregados: na Administração _____ nos Serviços Funerários _____ Área Total: _________ (m2)
(8) Tipo de Construção: Horizontal: Vertical: Parque:
(9) Número de Sepultamentos até 2004: _ Número Médio de Sepultamentos/Mês: ______
(10) Tipos de Sepultamento:
(a) Inumação (urnas depositadas diretamente no solo) - covas não revestidas: (b) covas revestidas lateralmente:
(c) Tumulação (urnas sobre gavetas/prateleiras de alvenaria acima do solo): (d) Cremação:
(11) Período Mínimo de Exumação: Adultos: (anos) Crianças: (anos)
(12) Disposição dos Resíduos após a Exumação: Humanos_______________ Outros Materiais:__________________________
(13) Há registros/conhecimento de locais onde os corpos exumados aparentavam conservados?____________________(*)
(14) Possui Estruturas de Sepulturas de Subsuperficie (S/N): _______ Tipo de Estrutura: Concreto Alvenaria:
Nº de urnas p/ estrutura: ____ Prof. Max. estrutura: (m)
(15) Recobrimentos das Sepulturas: Concreto: Cal: Aterro: Grama:
(16) Existem Quadras Desativadas p/ não serem Adequadas (S/N): (a) Quais os Problemas destas Quadras: ____________________________________________________________________________________________(*)
(17) Exala odor fétido de decomposição em que situações? ___________________________________________________(*)
(18) Ocupação do Entorno: Residencial Urbana Comercial: Favela: Rural: Outra:
(19) Distância do muro às construções (m): ____________
(20) Distância de Rios (nome?) : a menos de 100m entre 100m e 500m: mais de 500m: (comentar no verso)
(21) Distância dos Poços de Captação mais Próximos: _______(m) Tipo de Uso: doméstico: irrigação: Outro:_________
(22) Como ocorre Sepultamento Indigentes (Cuidados Operacionais): _______________________________________ (*)
DRENAGEM / SANEAMENTO BÁSICO / ABASTECIMENTO D’ÁGUA / SEGURANÇA&SAUDE
(23) O Cemitério possui Sistema de Drenagem Pluvial (S/N): _____
(24) As Sepulturas possuem Sistema de Drenagem (S/N): ____ Qual a disposição deste sistema?: _____________
(25) Existem áreas encharcadas?
(26) Existe Área Especial para Depósito do Lixo Funerário (restos de caixões, roupas, etc) (S/N): ___
(27) Existe Coleta Especial do Lixo Funerário independente do Lixo Comum (S/N): Empresa de coleta:
(28) Onde são Armazenados / Destinados os Ossuários das Exumações:
(29) Existe Sistema de Coleta de Esgoto no Entorno (S/N): _______
(30) Qual o Destino do Esgoto do Cemitério: rede pública: fossas sépticas: ETE: rios:
(31) Fonte de Abastecimento de Água Potável do Cemitério: rede pública: poço: outro:
(32) Consumo Médio Mensal água: _________(m3/mês)
(33) As Exumações são realizadas com EPI (S/N): Botas PVC: Luvas: Uniformes: Protetor respiratório: * COMENTÁRIOS NO VERSO
OBSERVAÇOES DO LOCAL INVESTIGADO / FOTOS Cobertura do solo Lixo exposto / queima de lixo Vazamentos de líquido coliquativo pelas paredes Ossuário exposto Odor Tipo de comunidade do entorno Outras
ANEXO 3
Localização das SEs e Poços
1
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 1
Fonte: http://earth.google.com Legenda: Quadra B
2
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 2
Fonte: http://earth.google.com
3
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 3
Fonte: http://earth.google.com
4
Fonte: Modificado do PDRH (2005c)
FIGURA 4
Fonte: http://earth.google.com
5
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 5
Fonte: http://earth.google.com Entradas
6
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 6
Fonte: http://earth.google.com
7
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 7
Fonte: http://earth.google.com
8
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 8
Fonte: http://earth.google.com
9
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 9
Fonte: http://earth.google.com
10
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 10
Fonte:http://earth.google.com
11
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 11
Fonte: http://earth.google.com
12
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 12
Fonte: http://earth.google.com
13
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 13
Fonte: http://earth.google.com
14
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 14
Fonte: http://earth.google.com
15
Fonte: PDRH (2005c)
FIGURA 15
Fonte: http://earth.google.com
ANEXO 4
Sondagens Elétricas Verticais – SEs
Fig.
1 –
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CACHOEIRAS DE MACACU - CEMITÉRIO
Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.
SE-1
SE-2
SE-3
SE-4
SE-5
0.00
0.00
737640.00 737680.00 737720.00 737760.007502960.00
7502980.00
7503000.00
7503020.00
7503040.00
7503060.00
7503080.00
7503100.00
7503120.00
7503140.00
Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)
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6067
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3320
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4067
3360
6733
8067
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2075
0038
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5a)
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5a)
Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.
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7483450
7483460
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ITABORAÍ - CEMITÉRIO
Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)
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(200
5a)
Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.
NOVA IGUAÇU - CEMITÉRIO
Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)
SE-1
SE-2
SE-3
SE-4
SE-5
0
0
659020 659030 659040 659050 659060 659070 659080 659090
7483200
7483210
7483220
7483230
7483240
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RH-B
(200
5a)
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SE-4
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(200
5a)
.
Rio Bonito - Cemitério
Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)
SE-1
SE-2
SE-3
SE-4
SE-5
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743540 743550 743560
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5a)
SÃO JOÃO DE MERITI – CEMITÉRIO
Fig. 2 – Locação das SEs e o movimento da água no terreno.
Legenda: Localização prevista p/ piezômetro Fonte: PDRH-B (2005a)
SE-1
SE-2
SE-3
SE-4
SE-5
0
0
669020 669030 669040 669050 669060 669070 669080 669090 669100 669110
7479020
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7479040
7479050
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(200
5a)
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5a)
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3640
7336
6073
3680
7484
260
7484
280
7484
300
7484
320
ANEXO 5
Sondagens Geológicas / Poços de Monitoramento
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Belford Roxo
Obra:
Local:Rua Virginia Bichiere,s/n- Belford Roxo RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:Designação:
Cemitério de Belford Roxo
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-13,00 m
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Argi la com are ia f ina ,co lo ração mar rom.So loresidual.
-4.0
-5.0
-6.0
-7.0
-8.0-8.0
-9.0
-8.0
-10.0-10.0
-11.0
-13.0
-12.0
Argi la com are ia f ina ,coloração vermelha.Soloresidual.
Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.
Argi la com are ia f ina ,co lo ração mar rom.So loresidual.
Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.
Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.
Poço seco
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Belford Roxo
Obra:
Local:Rua Virginia Bichiere,s/n- Belford Roxo RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:Designação:
Cemitério de Belford Roxo
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-11,00 m
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Argi la com are ia f ina ,co lo ração mar rom.So loresidual.
-4.0
-5.0
-6.0
-7.0
-8.0-8.0
-9.0
-8.0
-10.0-10.0
-11.0
Argi la com are ia f ina ,coloração vermelha.Soloresidual.
Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.
Argi la com are ia f ina ,co lo ração mar rom.So loresidual.
Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.
Argi la com are ia f ina ,co lo ração amare la .So loresidual.
Poço seco
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Belford Roxo
Obra:
Local:Rua Virginia Bichiere,s/n- Belford Roxo RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:Designação:
Cemitério de Belford Roxo
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-11,00 m
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Aterro:Argila com areia grossa eentulho, coloração marrom.
-4.0
-5.0
-6.0
-7.0
-8.0-8.0
-9.0
-8.0
-10.0-10.0
-11.0
A r g i l a c o m a r e i a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a ,coloração marrom. Soloresidual.
A r g i l a c o m a r e i a d egranulometria de fina a média ,coloração vermelho claro.Soloresidual.
Poço seco
Argi la com are ia f ina ,coloração vermelho claro.Soloresidual.
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Cachoeira de Macacu
Obra:
Local:Rua Joaquim Vieira Filho,s/n-Japuíba RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Japuíba
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-3,50m - 4,50 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 3,50
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .C o l o r a ç ã o m a r r o mavermelhado. Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração marrom claro. Soloresidual.
-4.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria média comseixos de quartzo. Coloraçãomarrom escuro. Solo residual.
0,5 m
-5.0
Argila. Coloração amareloclaro. Solo residual.
Argila de coloração cinza clarointercalado com vermelho.Solo residual.
Argila de coloração vermelhoclaro. Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro esbranquiçado.Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina e coloraçãorosa claro. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo-ocre.Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãoalaranjado. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .C o l o r a ç ã o c i n z a c l a r oesbranquiçado. Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Cachoeira de Macacu
Obra:
Local:Rua Joaquim Vieira Filho,s/n-Japuíba.RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Japuíba
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-3,05m - 3,80 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 3,05
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Argila com grãos grossos dequartzo. Coloração cinza claroesbranquiçado. Solo residual.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina ,comseixos pequenos de quartzo.Coloração marrom escuro.Solo residual.
-4.0
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina . Coloraçãocinza claro. Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Cachoeira de Macacu
Obra:
Local:Rua Joaquim Vieira Filho,s/n-Japuíba.RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Japuíba
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-3,00m - 4,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 3,00
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Argila caolinítica com grãosgrossos de quartzo. Coloraçãocinza claro esbranquiçado.Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelho. Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .C o l o r a ç ã o m a r r o mavermelhado. Solo residual.
-4.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina comp e q u e n o s s e i x o s d equartzo.Coloração cinzaclaro. Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração marrom intercaladocom cinza escuro. Soloresidual.
Argila de coloração amarelo-o c r e i n t e r c a l a d o c o mvermelho. Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e GeológicoCemitério de Duque de Caxias
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Duque de Caxias
Estrada Rio D’Ouro,Km 51.
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-5,00 m - 6,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 5,00
0 (m)
-3.0
-1.0Areia de granulometria médiacom seixos de quartzo econcreções argilosas decoloração marrom. Soloresidual
Aterro:Blocos e concreto fragmentosde tijolo e telha.
-2.0
-4.0
-5.0
-6.0
Piso:Concreto.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com grãosde quartzo e caolim. Coloraçãovermelha. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com grãosde quartzo e caolim. Coloraçãoamarelo-ocre variegado. Soloresidual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com grãosde quartzo e caolim. Coloraçãovermelho variegado. Soloresidual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e GeológicoCemitério de Duque de Caxias
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Duque de Caxias
Estrada Rio D’Ouro,Km 51.
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-4,63 m - 6,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 4,63
0 (m)
-3.0
-1.0
Argila com grãos finos dequartzo e caolim coloraçãoavermelhada variegada. Soloresidual.
Aterro:Blocos e concreto fragmentosde tijolo e telha.
-2.0
-4.0
-5.0
-6.0
Argila com raros grãos finos dequartzo e caolim. Coloraçãoamarelo-ocre variegada. Soloresidual.
Areia argilosa com raros grãosfinos de quartzo e caolim.Coloração amarelo-ocre. Soloresidual .
Areia argilosa com raros grãosfinos de quartzo e caolim.Coloração laranja variegada.Solo residual.RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e GeológicoCemitério de Duque de Caxias
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Duque de Caxias
Estrada Rio D’Ouro,Km 51.
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-2,00 m - 3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 2,00
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Argila com grãos finos dequartzo e caolinita. Coloraçãovermelho. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometr ia f ina comgrânulos quartzosos médios.Coloração amarelo ocre. Soloresidual.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Guapimirim
Obra:
Local:Estrada do Bananal,s/n.Guapimirim-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Guapimirim
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-2,00m - 2,95 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 2,00
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Areia de granulometr iagrossa. Coloração cinza claro.Solo aluvio-coluvionar.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
Areia argilosa granulometriamédia, com blocos e seixosintemperizados. Coloraçãoamarelo-ocre.Solo aluvio-coluvionar.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Guapimirim
Obra:
Local:Estrada do Bananal,s/n.Guapimirim-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Guapimirim
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-1,90m - 3,23 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,90
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Areia de granulometr iagrossa. Coloração cinza claroamarelado. Solo aluvio-coluvionar.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média, comb l o c o s e s e i x o sintemperizados. Coloraçãoamarelo-ocre.Solo aluvio-coluvionar.
-4.0
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria grossa comb l o c o s e s e i x o sintemperizados. Coloraçãocinza escuro. Solo aluvio-coluvionar.
Areia de granulometria médiacom seixos de quartzo.C o l o r a ç ã o v e r m e l h oarroxeado. Solo aluvio-coluvionar.
0,5 m
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Guapimirim
Obra:
Local:Estrada do Bananal,s/n.Guapimirim-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Guapimirim
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-4,00m - 5,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 4,00
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Areia de granulometr iagrossa. Coloração cinza claro.Solo aluvio-coluvionar.
Piso:Concreto.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média, comb l o c o s e s e i x o s d eintemperizados. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo aluvio-coluvionar.
-4.0
-5.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelha . Solo a luv io-coluvionar.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Itaboraí
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Itaboraí
Rua salvador de Mendonça, s/n.
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-1,35 m -3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,35
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina com seixosp e q u e n o s d e q u a r t z o .Coloração marrom claro. Solocolúvio-aluvionar.
Argila arenosa deg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração vermelho compontos acinzentados. Solocolúvio-aluvionar.
caolinítico
Piso:Concreto
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Itaboraí
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Itaboraí
Rua Salvador de Mendonça.
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-5,50 m - 6,80 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 5,50
0 (m)
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina coloraçãomarrom escuro. Solo colúvio-aluvionar.
-2.0
-4.0
-5.0
-6.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo ocre com vermelho.Solo colúvio-aluvionar.
-7.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro. Solo colúvio-aluvionar.
Argila,coloração cinza clarocom vermelho variegado.Solocolúvio-aluvionar
Argila, coloração cinza claro..Solo colúvio-aluvionar.
Argila, coloração cinza clarocom vermelho variegado. Solocolúvio-aluvionar.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina . Coloraçãocinza claro esbranquiçado.Solo colúvio-aluvionar.
0,5 (m)
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Itaboraí
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Itaboraí
Rua salvador de Mendonça, s/n.
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-2,00 m -3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 2,00
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina com seixosp e q u e n o s d e q u a r t z o .Coloração marrom claro. Solocolúvio-aluvionar.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a ,c a o l i n í t i c o . C o l o r a ç ã ov e r m e l h o c o m p o n t o sacinzentados. Solo colúvio-aluvionar.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Magé
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Magé.
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-2,06 m -5,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 2,06
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Argila com raros grãos finos dequartzo. Coloração amareloocre. Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Cor cinzaclaro. Solo residual.
Aterro:Areia grossa, com entulho. Corcinza escuro.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Cor cinzaclaro com intercalaçõesvermelhas. Solo residual.
-4.0
-5.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Cor cinzaclaro com intercalaçõesamarelas. Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria média. Coralaranjada. Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria média. Coralaranjada a variegada. Soloresidual.
0,5 (m)
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Magé
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Magé
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-1,87m - 3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,87
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração cinza escuro. Soloresidual.
Areia argilosa com muitosgrãos quartzosos grossos.Coloração cinza claro aesbranquiçado. Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Magé
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Magé
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-3,76 m -5,00m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 3,76
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com poucosg r â n u l o s q u a r t z o s o s .Coloração avermelhada avariegada. Solo residual.
0 (m)
-2.0
-3.0
-4,0
-1.0
-5,0
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração cinza escuro. Soloresidual.
Areia argilosa com muitosgrãos quartzosos grossos.Coloração cinza claro aesbranquiçado. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i aq u a r t z o s a . C o l o r a ç ã oamarronzada .Solo residual.
Argila arenosa com algunsgrãos médios de quartzo.Coloração amare lada avariegada. Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Mesquita
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Mesquita
Av. Gov. Celso Pessanha,5861.
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-14,20 m -16,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 14,20
0 (m)
-3.0
-1.0
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração marrom. Soloresidual.
-2.0
-4.0
-5.0
-6.0
Argila siltosa. Coloração cinzaclaro intercalado com amarelo-ocre. Solo residual.
-9.0
-7.0
-8.0
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com grãosd e q u a r t z o . C o l o r a ç ã overmelho variegado. Soloresidual.
-10.0
-11.0
-12.0
-13.0
-14.0
-15.0
-16.0
Argila siltosa. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo residual.
Argila siltosa. Coloraçãorosáceo. Solo residual.
Argila siltosa. Coloraçãocinza claro. Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Mequita
Obra:
Local:Av. Governador Celso Peçanha, 586.Mesquita-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Mesquita
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-1,40m -2,40 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,40
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro.Solo residual
Aterro:Areia grossa , com entulho.
A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria média, comseixos .Coloração cinza claro .Solo residual
A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãovermelho.Solo residual
0,5 (m)
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Mesquita
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Mesquita
Av. Gov. Celso Pessanha,5861.
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-7,50 m -9,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 7,50
0 (m)
-3.0
-1.0
A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria fina coloraçãomarrom escuro.Solo residual
Aterro:Blocos e concreto fragmentosde tijolo e telha.
-2.0
-4.0
-5.0
-6.0
A r e i a - a r g i l o s a , d egranulometria fina com grãosde quartzo e caolim. Coloraçãovermelha.Solo residual
Areia, de granulometria médiaa grossa com grãos de quartzo ecaolim, de coloração laranjavariegado.Solo residual
Areia de granulometria mediacom grãos de quartzo e caolim.C o l o r a ç ã o v e r m e l h oarroxeado.Solo residual
-9.0
-7.0
-8.0
A r e i a - a r g i l o s a , d egranulometria fina com grãosde quartzo. Coloração marromclaro.Solo residual
Areia de granulometria mediacom pequenos seixos dequartzo e caolim. Coloraçãoamarelo- ocre.Solo residual
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Nilópolis
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Poço seco
Designação:
Cemitério de Nilópolis
Rua Deputado Andrade de Filgueira s/n.
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04”
-8,00 m
0 (m)
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom. Solo residual.
-2.0
-4.0
-5.0
-6.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo residual.
-7.0
-8.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelho. Solo residual.
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Nilópolis
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Poço seco
Designação:
Cemitério de Nilópolis
Rua Deputado Andrade de Filgueira, s/n.
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04”
-11,00 m
0 (m)
-3.0
-1.0
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom escuro. Solo residual.
-2.0
-4.0
-5.0
-6.0
-9.0
-7.0
-8.0
-10.0
-11.0
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom claro. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelho. Solo residual.
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Nilópolis
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Poço seco
Designação:
Cemitério de Nilópolis
Rua Deputado Andrade de Filgueira s/n.
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04”
-8,00 m
0 (m)
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom. Solo residual.
-2.0
-4.0
-5.0
-6.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo-ocre. Solo residual.
-7.0
-8.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãovermelho. Solo residual.
Argila arenosa granulometriafina. Coloração vermelhoarroxeado. Solo residual.
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Niterói
Obra:
Local: Rua Francisco da Cruz Nunes, s/n.Niterói -RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Maruim
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-1,52m - 2,20m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,52
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Aterro:Areia grossa com entulho.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média comseixos de quartzo. Coloraçãocinza escuro Solo colúvio-aluvionar.
0,5(m)
Piso:Concreto
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Niterói
Obra:
Local: Rua Francisco da Cruz Nunes, s/n.Niterói -RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Maruim
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-1,10m - 2,70m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,10
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Aterro:Areia grossa com entulho.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média comseixos de quartzo. Coloraçãocinza escuro. Solo colúvio-aluvionar.
Piso:Concreto
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Niterói
Obra:
Local: Rua Francisco da Cruz Nunes, s/n.Niterói -RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Maruim
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-0,80m - 1,80m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 0,80
0 (m)
-2.0
-1.0
Aterro:Areia grossa com entulho.
A r e i a - a r g i l o s a d egranulometria média comseixos de quartzo. Coloraçãocinza esuro. Solo coluvio-aluvionar
Piso:Concreto
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Nova Iguaçu
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Nova Iguaçu
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-3,73 m -5,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: -3,73
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria grossa, comseixos de quartzo leitoso.Coloração marrom claro.Soloresidual.
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração marrom comintercalações amarelas.Soloresidual.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
0.5 (m)
-4.0
-5.0
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração vermelho.Soloresidual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina,com muitocaolim. Coloração amareloocre.Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina, comconcreções argilosas brancas ecinza escuro. Coloraçãoa m a r e l o o c r eesbranquiçado.Solo residual.
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Nova Iguaçu
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério Nova Iguaçu
Estrada Rio D’Ouro,Km 51.
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-1,90 m -3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,90
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Areia de granulometria média.Coloração marrom. Soloresidual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média comgrânulos quartzosos medianos.Coloração cinza escuro comp e q u e n a s i n t e r c a l a ç õ e samarelo-ocre. Solo residual.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometr ia f ina comconcreções argilosas e grãosgrossos de quartzo. Coramarelo ocre a variegado. Soloresidual.
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Nova Iguaçu
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Nova Iguaçu
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-1,46m -3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,46
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0 Areia de granulometriagrossa com concreçõesvermelhas .Coloração marrom.Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro. Solo residual.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria média, comc o n c r e ç õ e s v e r m e l h a s.Co lo ração c inza c la roesbranquiçado. Solo residual.
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Rio Bonito
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Rio Bonito
Rua Dr. Matos, s/ n°.
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-1,20 m -3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,20
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r g i l a s i l t o s a , b e mcompactado de coloraçãocinza-escuro.Solo residual.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
Areia de granulometria médiae coloração cinza-claro.Soloresidual.
0,5 (m)
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Rio Bonito
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Rio Bonito
Rua Dr. Matos s/n Rio Bonito-RJ
Sondagem e instalação de PM
PM 02
2,48 m -5,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,20
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com poucosg r â n u l o s q u a r t z o s o s .Coloração avermelhada avariegada. Solo residual.
0 (m)
-2.0
-3.0
-4,0
-1.0
-5,0
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro.Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro a esbranquiçado.Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina com seixosquartzoso. Coloração amareloocre .Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãoamarelo ocre. Solo residual.
Piso:Concreto.
04’’
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Rio Bonito
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Rio Bonito
Rua Dr. Matos s/n Rio Bonito-RJ
Sondagem e instalação de PM
PM 03
-1,50 m -5,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,50
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a ecoloração cinza claro. Soloresidual.
0 (m)
-2.0
-3.0
-4,0
-1.0
-5,0
Aterro:Entulho de coloração vermelha
04’’
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria de média agrossa e coloração cinzaescuro. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina e coloraçãocinza claro. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a , d egranulometria fina e coloraçãoamarelo ocre. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a , d egranulometria fina e coloraçãovermelho .Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina e coloraçãovermelho claro. Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina e coloraçãovermelho arroxeado. Soloresidual.
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e GeológicoCemitério do Rio de Janeiro
Obra:
Local:Rua Murundu,1140 Padre Miguel-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Padre Miguel
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-1,13m - 2,80 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,13
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Areia de granulometria fina.Coloração cinza claro. Solocoluvio-aluvionar.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina, comi n t e r c a l a ç õ e svermelhas.Coloração cinzaclaro. Solo colúvio-aluvionar.
Piso:Concreto.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração vermelha. Solocolúvio-aluvionar.
Areia de granulometria fina.Coloração vermelho claro.Solo colúvio- aluvionar.
0,5 (m)
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e GeológicoCemitério do Rio de Janeiro
Obra:
Local:Rua Murundu,1140. Padre Miguel-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Padre Miguel
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-0,50m -2,30 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 0,50
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Areia de granulometria média.Coloração cinza claro. Solocolúvio-aluvionar.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria muito fina.Co lo ração c inza c la roesbranquiçado. Solo colúvio-aluvionar.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
Piso:Concreto.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro com vermelho.Solo colúvio-aluvionar.
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e GeológicoCemitério do Rio de Janeiro
Obra:
Local:Rua Murundu,1140.Rio de Janeiro-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Padre Miguel
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-0,77m - 3,00m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 0,77
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro. Solo colúvio-aluvionar.
Argila siltos .Coloração cinzaclaro esbranquiçado. Solocolúvio- aluvionar.
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração cinza escuro. Solocolúvio-aluvionar.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina. Coloraçãoa m a r e l o - o c r e c o mintercalações vermelho. Solocolúvio-aluvionar.
RN:Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de São Gonçalo
Obra:
Local: Rua Dr Francisco Portela,s/n São Gonçalo -RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de São Gonçalo
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-2,00m - 3,00m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 2,00
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Aterro:Areia grossa com entulho.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i aC o l o r a ç ã o c i n z a c l a r ointercalado com marrom .Soloresidual.
0,5(m)
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina . Coloraçãomarrom. Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza escuro. Solo residual.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .Coloração cinza claro. Soloresidual.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a .C o l o r a ç ã o c i n z a c l a r oesbranquiçado. Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de São Gonçalo
Obra:
Local:Rua Dr.Francisco Portela s/n São Gonçalo-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de São Gonçalo
Sondagem e instalação de PM
PM 2 04’’
-1,00m - 3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,00
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro. Solo residual.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a g r o s s a .Coloração cinza claro. Soloresidual.
Piso:Concreto.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina .Coloraçãomarrom. Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de São Gonçalo
Obra:
Local:Rua Dr.Francisco Portela s/n São Gonçalo-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de São Gonçalo
Sondagem e instalação de PM
PM 3 04’’
-1,00m - 3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,00
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãocinza claro. Solo residual.
Aterro:Areia grossa , com entulho.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a g r o s s a .Coloração cinza claro.
.Solo
residual
Piso:Concreto.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Coloraçãomarrom. Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de São João de Meriti
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de São João de Meriti
Av.João de Deus de Menezes s/n .
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-1,87m - 4,70 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,87
Aterro:Arenoso com entulho.Corvermelho
0,0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d ecoloração cinza claro. Solocolúvio-aluvionar
A r g i l a a r e n o s a d egranulometr ia f ina decoloração amarelo-ocre.Solocoluvio-aluvionar
-4.0
-5.0
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de São João de Meriti
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de São João de Meriti
Av.João de Deus de Menezes s/n .São João de Meriti - RJ
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-2,00 m - 3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 2,00
Aterro:Arenoso com entulho.
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria média, decoloração vermelha. Solocolúvio-aluvionar.
0,0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
0,5
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d ecoloração vermelha. Solocolúvio-aluvionar.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d eco loração c inza escurointercalado com vermelho.Solo colúvio-aluvionar.
A r g i l o a r e n o s o d egranulometria média, decoloração cinza clara. Solocolúvio-aluvionar.
A r g i l o - a r e n o s o b e mcompactado de granulometriagrossa, de coloração cinzaclaro esbraquiçado. Solocolúvio-aluvionar.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de São João de Meriti
Obra:
Local:
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de São João de Meriti
Av.João de Deus de Menezes s/n .
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-1,90m - 3,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,90
Aterro:Arenoso com entulho.Corvermelho
0,0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d ecoloração cinza claro. Solocolúvio-aluvionar.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a d ecoloração amarelo-ocre. Solocolúvio-aluvionar.
A r g i l a a r e n o s a d eg r a n u l o m e t r i a f i n a , d ec o l o r a ç ã o c i n z a c l a r ointercalado com laranja. Solocolúvio-aluvionar.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 01Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Tanguá
Obra:
Local: Rua Manuel Tahlantiel de Velasco, s/n Tanguá-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Tanguá.
Sondagem e instalação de PM
PM 01 04’’
-1,20 m - 5,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,20
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Argila com raros grãos finos deq u a r t z o . C o l o r a ç ã omarrom.Solo residual.
Piso:Concreto.
Argila arenosa de areia fina.C o r c i n z a c l a r o c o mi n t e r c a l a ç õ e s e mamarelo.Solo residual.
-4.0
-5.0
A r g i l a a r e n o s a d egranulometria fina. Cor cinzaclaro esbranqiçado comintercalações amarelas.Soloresidual.
0,5 (m)
Argila com raros grãos finos dequartzo.Coloração amareloocre.Solo residual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 02Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Tanguá
Obra:
Local:Rua Manuel Tahlantiel de Velasco s/n Tanguá-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Tanguá
Sondagem e instalação de PM
PM 02 04’’
-1,66m - 4,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,66
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Areia argilosa granulometriafina .Coloração marrom.Soloresidual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro intercalado comamarelo-ocre.Solo residual.
Piso:Concreto.
-4.0
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a. C o l o r a ç ã o m a r r o mescuro.Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a.Coloração cinza escuro.Soloresidual.
A r e i a a r g i l o s a d eg r a n u l o m e t r i a m é d i a.Coloração cinza claro.Soloresidual.
RN: Boca do furo
Poço de Monitoramento 03Perfil Construtivo e Geológico
Cemitério de Tanguá
Obra:
Local:Rua Manuel Tahlantiel de Velasco s/n Tanguá-RJ
Tipo de Serviço:
Profundidade Final:
Diâmetro do Furo:
Nível do Aquífero:
Designação:
Cemitério de Tanguá
Sondagem e instalação de PM
PM 03 04’’
-1,20m - 4,00 m
Tampa de Ferro
Selo Sanitário
Bentonita
Brita
Revestimento
Filtro
NA: - 1,20
0 (m)
-2.0
-3.0
-1.0
Aterro:Arenoso com entulho
A r e n a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro intercalado comvermelho.Solo residual.
Piso:Concreto.
-4.0
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza escuro.Solo residual.
A r e i a a r g i l o s a d egranulometria fina .Coloraçãocinza claro esbranquiçadoi n t e r c a l a d o c o mvermelho.Solo residual.
RN: Boca do furo
ANEXO 6
Formulário de Caracterização do Meio Físico
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Belford Roxo Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): Colúvio x (F) Residual x (F) Depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Cachoeiras de Macacu Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Duque de Caxias Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x (F) Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Guapimirim Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (*) (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações (*) Possibilidade estimada por margem de segurança com base nos dados do município.
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Itaboraí Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (*) (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações (*) Possibilidade estimada por margem de segurança com base nos dados do município.
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Magé Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Mesquita Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Nilópolis Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Niterói Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Nova Iguaçu Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Rio Bonito Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (*) (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações (*) Possibilidade estimada por margem de segurança com base nos dados do município.
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Rio de Janeiro Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5 m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério São Gonçalo Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério São João do Meriti Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Distância > 1000 m x (F) Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações
Formulário de Caracterização do Meio Físico do Cemitério Tanguá Tipo de unidade geológica: Homogênea x (F) Heterogênea x Tipo de estrutura (Presença de falhas e fraturas): Não Observada x (F) Sem Conectividade x (F) Com Conectividade x Tipo de solo (cobertura inconsolidada): colúvio x (F) residual x (F) depósito sedimentar aluvionar x depósito sedimentar marinho x Textura do solo: Argiloso x (F) arenoso x presença de blocos de rocha x Espessura da camada não saturada de solo: Entre 0 e 2,4 m x Entre 2,4 e 5m x (F) > 5m (espesso) x (F) Topografia: Cotas Baixas (5-20m) x Cotas Altas (>20m) x (F) Declividade <20% x (F) Declividade >20% x Ocupação do entorno: Pastagens x (F) Habitações próximas ao muro x Habitações distantes x (F) Corpos hídricos e nascentes: Distância < 500m x Distância entre 500 e 1000m x (F) Distância > 1000 m x Local Sujeito a Alagamentos em Períodos Chuvosos: Sim x Não x (F) Habitações com captação de água subterrânea: Distância < 500m x Distância > 500 m x (*) (F) Distância Desconhecida x Outras Características Não Avaliadas neste Estudo Feições entorno: Erosivas x Não erosivas x (F) Permeabilidade do solo (cm/s): Alta (> 10-3) x Média (entre 10-3 e 10-5) x Baixa (entre 10-5 e 10-7) x (F) Vegetação nativa: Distância < 500m x Distância > 500 m x (F) Nota: (F) Característica favorável às instalações (*) Possibilidade estimada por margem de segurança com base nos dados do município.
ANEXO 7
Formulário de Avaliação Qualitativa do Cemitério Estudado
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Belford Roxo 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação Favorável Desfavorável Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 15 5 + 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Seco Poço Seco Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) N.A. Condutividade (mS/cm) N.A. pH à 25 º C N.A. Potencial Redox (Eh) (mV) N.A. Temperatura (oC) N.A. DQO (mg/l) N.A. DBO (mg/l) N.A. OD (mg/l) N.A. Dureza Total (mg/l) N.A. Ferro Total (mg/l) N.A. Manganês Total (mg/l) N.A. Outros metais N.A. Nitrogênio Amoniacal (mg/l) N.A. Nitrogênio de Nitratos (mg/l) N.A. Nitrogênio de Nitritos (mg/l) N.A. Fósforo Total (mg/l) N.A. Cloretos (mg/l) N.A. 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) N.A. Coliforme Fecal (NMP/100ml) N.A. Estreptococo Fecal (NMP/100ml) N.A. Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) N.A. Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) N.A. Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) N.A. Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) N.A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.A. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Cachoeira de Macacu 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada N.I. Sistema de drenagem superficial N.I. Sistema de drenagem de subsuperfície N.I. Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local N.I. Armazenamento / destino dos ossos das exumações N.I. Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno N.I. Destino do esgoto do cemitério N.I. Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações N.I. TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 10 3 + 8 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Jusante
P2 NA: 3,05 m
Poço Jusante P3
NA: 3,0 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Pouca variação 160 170 Condutividade (mS/cm) Pouca variação 290 260 pH à 25 º C Pouca variação 6,9 6,9 Potencial Redox (Eh) (mV) Pouca variação 23 19 Temperatura (oC) Pouca variação 24 24 DQO (mg/l) Pouca variação 35 40 DBO (mg/l) - < 1,0 3 OD (mg/l) - 5,2 3,7 Dureza Total (mg/l) - 60 50 Ferro Total (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão 0,29 0,01 Outros metais Muito abaixo dos
padrões - -
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 1,61 3,74 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Fósforo Total (mg/l) Pouca variação 0,05 0,08 Cloretos (mg/l) Pouca variação 30 28 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 17 500 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 4 21 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 21 24 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Muito elevado em P2 1.200 500 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - A. A. Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. 2,2 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T N.T N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Duque de Caxias 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 / Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 12 7 + 2 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Montante
P1 NA: 5,0 m
Poço Jusante P2
NA: 4,63 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 215 320 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 300 460 pH à 25 º C Variação esperada 7 7,7 Potencial Redox (Eh) (mV) Variação esperada 90 -90 Temperatura (oC) Variação esperada 25 24 DQO (mg/l) - 20 20 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 4,4 0 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 120 200 Ferro Total (mg/l) Baixa conc. < 0,01 0,1 Manganês Total (mg/l) Acima do padrão 0,4 0,8 Outros metais Muito abaixo dos
padrões - -
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixa conc. 0,04 2,9 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 3,87 0,31 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Baixa conc. 0,29 0,03 Fósforo Total (mg/l) Pouca variação 0,05 0,05 Cloretos (mg/l) Variação esperada 14 27 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 21 110 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 4 6 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) Acima do padrão 1140 1420 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Muito elevado em P2 500 2.800 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 75 210 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 9,2 9,2 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Guapimirim 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 / Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada N.I. Sistema de drenagem superficial N.I. Sistema de drenagem de subsuperfície N.I. Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local N.I. Armazenamento / destino dos ossos das exumações N.I. Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno N.I. Destino do esgoto do cemitério N.I. Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) N.I. Utilização de equipamentos de segurança durante exumações N.I. TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 6 5 + 10 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Jusante
P1 NA: 2,0 m
Poço Montante P3
NA: 4,0 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Não esperada em P3 210 370 Condutividade (mS/cm) Não esperada em P3 210 510 pH à 25 º C Não esperada em P3 7,3 7,5 Potencial Redox (Eh) (mV) - -51 -60 Temperatura (oC) Variação esperada 25 24 DQO (mg/l) - 30 20 DBO (mg/l) - < 1,0 6,0 OD (mg/l) - 1,1 3,2 Dureza Total (mg/l) Não esperada em P3 110 140 Ferro Total (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos
padrões - -
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Elevado 9,7 9,7 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 2,17 2,17 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Fósforo Total (mg/l) Sem variação 0,07 0,07 Cloretos (mg/l) Sem variação 45 45 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Não esperada em P3 9 22 Coliforme Fecal (NMP/100ml) Não esperada em P3 4 7 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 57 18 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 500 300 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 16 16,1 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. 5,1 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Itaboraí 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 / Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável Local (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 17 4 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Montante
P1 NA: 1,35 m
Poço Jusante P2
NA: 5,5 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Sem variação 360 360
Condutividade (mS/cm) Variação não
esperada 480 450
pH à 25 º C - 7,2 9 Potencial Redox (Eh) (mV) - -41 -160 Temperatura (oC) Sem variação 25 25 DQO (mg/l) - < 10 10 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 4,8 < 0,1 Dureza Total (mg/l) 160 150 Ferro Total (mg/l) Baixas conc. < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Baixas conc. 0,08 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos
padrões < 0,01 < 0,01
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixas conc. 0,22 < 0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 8,93 10,92 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão 0,11 0,07 Fósforo Total (mg/l) Variação esperada 0,05 0,25 Cloretos (mg/l) Variação não
esperada 50 40
4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 26 34 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 9 7 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 4 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 75 19 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Elevado 1.500 2.500 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 9,2 16,1 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Magé 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações N.I. TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 4 15 + 2 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Montante
P1 NA: 2,06 m
Poço Jusante P3
NA: 3,76 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 130 280 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 200 420 pH à 25 º C Variação esperada 7,6 7,3 Potencial Redox (Eh) (mV) Variação esperada -78 -7 Temperatura (oC) Variação esperada 25 25 DQO (mg/l) - < 10 10 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 0 1,2 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 80 120 Ferro Total (mg/l) Baixos < 0,01 0,1 Manganês Total (mg/l) Acima do padrão (P3) < 0,01 0,6 Outros metais Muito abaixo dos
padrões - -
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo < 0,01 0,09 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 0,46 6,12 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Fósforo Total (mg/l) Grande variação 0,06 0,1 Cloretos (mg/l) Grande variação 7 64 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Muito elevado em P1 3.000 17 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 400 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 80 17 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 100 300 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 39 16 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 2,2 A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Mesquita 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 9 11+ 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Jusante
P2 NA: 1,4 m
Poço Jusante P3
NA: 7,5 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) - 220 200 Condutividade (mS/cm) - 310 290 pH à 25 º C - 6,6 7,3 Potencial Redox (Eh) (mV) - 78 -18 Temperatura (oC) - 24 25 DQO (mg/l) - < 10 40 DBO (mg/l) - < 1,0 6,0 OD (mg/l) - 6,0 1,0 Dureza Total (mg/l) - 60 100 Ferro Total (mg/l) - < 0,01 0,2 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos
padrões < 0,01 < 0,01
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo < 0,01 0,19 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 7,4 0,3 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 0,07 Fósforo Total (mg/l) - 0,05 0,08 Cloretos (mg/l) - 25 20 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 17 280 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 31 52 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Muito elevado em P3 300 2.200 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 5,1 93 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Nilópolis
1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação Favorável Desfavorável Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada N.I. Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 15 4 + 2 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Seco Poço Seco Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) N.A. Condutividade (mS/cm) N.A. pH à 25 º C N.A. Potencial Redox (Eh) (mV) N.A. Temperatura (oC) N.A. DQO (mg/l) N.A. DBO (mg/l) N.A. OD (mg/l) N.A. Dureza Total (mg/l) N.A. Ferro Total (mg/l) N.A. Manganês Total (mg/l) N.A. Outros metais N.A. Nitrogênio Amoniacal (mg/l) N.A. Nitrogênio de Nitratos (mg/l) N.A. Nitrogênio de Nitritos (mg/l) N.A. Fósforo Total (mg/l) N.A. Cloretos (mg/l) N.A. 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) N.A. Coliforme Fecal (NMP/100ml) N.A. Estreptococo Fecal (NMP/100ml) N.A. Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) N.A. Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) N.A. Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) N.A. Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) N.A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.A. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Niterói 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 8 12 + 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Montante
P1 NA: 1,52 m
Poço Jusante P3
NA: 0,8 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 350 500 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 500 710 pH à 25 º C - 8,3 8,2 Potencial Redox (Eh) (mV) - -93 -120 Temperatura (oC) - 25 24 DQO (mg/l) - < 10 < 10 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 3,3 1,5 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 220 290 Ferro Total (mg/l) Acima do padrão 1,3 0,8 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos
padrões < 0,01 < 0,01
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo < 0,01 0,1 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 5,5 0,8 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão 0,1 0,17 Fósforo Total (mg/l) Equilibrados 0,18 0,27 Cloretos (mg/l) Equilibrados 16 15 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 80 340 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 11 11 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 48 16 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Muito elevado em P3 100 2.200 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 2,2 43,0 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 5,1 A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Nova Iguaçu 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 14 7 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Montante
P2 NA: 1,9 m
Poço Jusante P3
NA: 1,46 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Pouca variação 220 215 Condutividade (mS/cm) Pouca variação 315 310 pH à 25 º C Pouca variação 7 7,2 Potencial Redox (Eh) (mV) Pouca variação 86 76 Temperatura (oC) Pouca variação 25 24 DQO (mg/l) - < 10 < 10 DBO (mg/l) - < 1 1,5 OD (mg/l) - 1,5 1,7 Dureza Total (mg/l) Sem variação 100 100 Ferro Total (mg/l) Baixos < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) No padrão 0,4 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos
padrões - -
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo 2,1 0,03 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 6,53 7,58 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 0,07 Fósforo Total (mg/l) Pouca variação 0,05 0,07 Cloretos (mg/l) Pouca variação 22 10 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 80 1.400 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 17 230 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2
Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) Acima do padrão em P2 890 340
Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 200 300 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 64 39 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 5,1 A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Rio Bonito 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 10 9 + 2 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Jusante
P1 NA: 1,2 m
Poço Montante P2
NA: 1,2 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Pouca variação 180 160 Condutividade (mS/cm) Pouca variação 260 230 pH à 25 º C - 8,1 7,4 Potencial Redox (Eh) (mV) - -83 -99 Temperatura (oC) - 25 25 DQO (mg/l) - 30 < 10 DBO (mg/l) - 7 < 1,0 OD (mg/l) - 0,8 6,3 Dureza Total (mg/l) - 100 80 Ferro Total (mg/l) Acima do padrão em P1 0,8 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Acima do padrão em P1 1,4 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos
padrões < 0,01 < 0,01
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo 0,33 0,05 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 0,17 1,31 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Fósforo Total (mg/l) Pouca variação 0,08 0,06 Cloretos (mg/l) Pouca variação 9 9 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Extrapolado em P1 17.000 70 Coliforme Fecal (NMP/100ml) Muito elevado em P1 1.600 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - 240 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 24 61 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 200 300 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 2,2 2,2 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério do Rio de Janeiro 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo N.I. Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério N.I. Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações N.I. TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 8 9 + 4 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Jusante
P1 NA: 1,13 m
Poço Jusante P2
NA: 0,5 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) - 410 520 Condutividade (mS/cm) - 630 700 pH à 25 º C - 7,7 7,9 Potencial Redox (Eh) (mV) - -51 -101 Temperatura (oC) - 25 25 DQO (mg/l) - 10 20 DBO (mg/l) - 7 4 OD (mg/l) - 1 5,5 Dureza Total (mg/l) - 335 300 Ferro Total (mg/l) Próximo ao padrão em P2 0,2 0,3 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão < 0,01 < 0,01 Outros metais Muito abaixo dos padrões < 0,01 < 0,01 Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo < 0,01 < 0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 0,78 3,5 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Acima do padrão em P2 0,6 2,3 Fósforo Total (mg/l) - 0,1 0,2 Cloretos (mg/l) - 15 26 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 110 1.600 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 14 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 8 9 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Elevado 1.010 1.800 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 150 16,1 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 2,2 2,2 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de São Gonçalo 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 12 8 + 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Jusante
P1 NA: 2,05 m
Poço Montante P3
NA: 1,0 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Não esperada em P3 320 380 Condutividade (mS/cm) Não esperada em P3 460 540 pH à 25 º C - 8,3 7,6 Potencial Redox (Eh) (mV) - -116 -77 Temperatura (oC) - 24 25 DQO (mg/l) - 30 10 DBO (mg/l) - 5 3 OD (mg/l) - < 0,1 < 0,1 Dureza Total (mg/l) - 50 190 Ferro Total (mg/l) Muito acima do
padrão em P1 2,1 0,2
Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão 0,02 0,03 Outros metais Muito abaixo dos
padrões - -
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo <0,01 <0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 0,5 2,6 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão <0,01 <0,01 Fósforo Total (mg/l) - 0,23 0,34 Cloretos (mg/l) - 37 20 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) - 14 34 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - <2 7 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 54 146 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) Elevadas em P3 10 1.900 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 2,2 5,1 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 16,1 2,2 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de São João do Meriti 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea N.I. Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossos das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 14 6 + 1 N.I. 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Montante
P1 NA: 1,87 m
Poço Jusante P2
NA: 2,0 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 300 380 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 430 550 pH à 25 º C Variação esperada 7 7,8 Potencial Redox (Eh) (mV) - 96 59 Temperatura (oC) - 25 26 DQO (mg/l) - < 10 10 DBO (mg/l) - < 1 < 1 OD (mg/l) - 0 0 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 110 300 Ferro Total (mg/l) No limite em P2 < 0,01 0,3 Manganês Total (mg/l) Acima do padrão 0,5 0,4 Outros metais Muito abaixo dos
padrões - -
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Elevado em P2 0,08 3,2 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Abaixo do padrão 1,23 0,1 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão 0,14 <0,01 Fósforo Total (mg/l) Equilibrados 0,05 0,2 Cloretos (mg/l) Equilibrados 48 14 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Elevado em P1 1.600 80 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - <2 <2 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 10 15 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 500 500 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 39 42 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - A. 5,1 Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica
Avaliação Qualitativa dos Aspectos Estudados no Cemitério de Tanguá 1- Favorabilidade quanto ao Local de Instalação - Aspectos Físicos (Anexo 7.1 /Cap. 4 e 6) Favorável Desfavorável
Tipo de unidade geológica X Tipo de estrutura X Tipo de solo X Textura do solo X Espessura da camada não saturada do solo X Topografia cotas X Topografia declividade X Ocupação do entorno X Corpos hídricos e nascentes nas proximidades X Local sujeito a alagamentos em períodos chuvosos X Habitações com captação de água subterrânea X Feições do entorno N.A. N.A. Permeabilidade do solo N.A. N.A. Vegetação nativa nas proximidades N.A. N.A. 2 – Favorabilidade quanto aos Cuidados Construtivos, Operacionais e de Infra-estrutura (Anexo 4 / Cap. 4) Favorável Desfavorável
Existência de locais com corpos em estado conservativo X Utilização de revestimento na maioria das covas na área investigada X Sistema de drenagem superficial X Sistema de drenagem de subsuperfície X Cuidados com o lixo funerário / incinerações do lixo no local X Armazenamento / destino dos ossuários das exumações X Existência de sistema de coleta e esgoto no entorno X Destino do esgoto do cemitério X Fonte de abastecimento da água potável (poços / rede pública) X Utilização de equipamentos de segurança durante exumações X . TOTAL DE ASPECTOS FAVORÁVEIS/DESFAVORÁVEIS 13 8 3 – Quanto aos Resultados das Análises Físico-Químicas da Água Subterrânea (Cap. 6.3)
Parâmetro Observações Poço Montante
P1 NA: 1,2 m
Poço Jusante P2
NA: 1,66 m Resíduo Filtrável Total - RFT (mg/l) Variação esperada 240 270 Condutividade (mS/cm) Variação esperada 340 390 pH à 25 º C - 7,3 7,3 Potencial Redox (Eh) (mV) - -64 -54 Temperatura (oC) - 24 24 DQO (mg/l) - < 10 < 10 DBO (mg/l) - < 1,0 < 1,0 OD (mg/l) - 4,4 0,2 Dureza Total (mg/l) Variação esperada 76 140 Ferro Total (mg/l) Baixos < 0,01 < 0,01 Manganês Total (mg/l) Abaixo do padrão 0,04 0,11 Outros metais Muito abaixo dos
padrões - -
Nitrogênio Amoniacal (mg/l) Baixo 0,05 <0,01 Nitrogênio de Nitratos (mg/l) Próximos ao padrão 8,8 9,7 Nitrogênio de Nitritos (mg/l) Abaixo do padrão 0,02 0,02 Fósforo Total (mg/l) Equilibrados 0,05 0,05 Cloretos (mg/l) Equilibrados 33 17 4 - Quanto à Toxicidade e Presença de bactérias (Cap. 6.4) Coliforme Total (NMP/100ml) Elevado em P1 1.600 34 Coliforme Fecal (NMP/100ml) - 14 11 Estreptococo Fecal (NMP/100ml) - 14 8 Bactérias Heterotróficas (UFC/ml) - 21 48 Bactérias Lipolíticas (UFC/ml) - 400 200 Bactérias Proteolíticas (NMP/100ml) - 9,2 39 Clostridios Sulfito Redutores (NMP/100ml) - 9,2 A. Toxicidade Danio rerio (Brachydanio rerio) N.T. N.T. N.T. Notas.: N.A.: Não Avaliado; N.I.: Não Informado; N.T.: Não Tóxica