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1 Loja m Apresentação m meados do ano de 2003 distribuímos alguns poucos exemplares de um livrete, impresso por meios próprios de igual teor deste. Alguns Irmãos reproduziram o livrete por cópias xerográficas e distribuíram em suas Lojas. A partir de então passamos a receber algumas consultas sobre temas variados, mas, principalmente, aqueles envolvendo questões litúrgicas, ritualísticas e protocolares. Como as respostas às questões apresentadas demandaram pesquisas, estudos, em busca de fundamentações que pudessem produzir textos de esclarecimentos desprovidos de opinião pessoal, juntos, aprendíamos mais. Desde modo dividimos com os Irmãos o conhecimento adquirido, disponibilizando nosso trabalho a um número maior de Irmãos. Como no livrete anterior os temas abordados se referem aos Rituais dos Graus Simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito. As citações aos Rituais e a dispositivos legais maçônicos têm por referência os editados pela Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro. O livro não encerra propósito de figurar como manual de procedimentos. As interpretações são fundamentadas nas descrições dos Rituais e, em fatos e princípios relativos à genuinidade do Rito; concepções e pesquisas alicerçadas em obras literárias de historiado- res e escritores maçônicos fidedignos. O Livrete é oferta gratuita; estamos regiamente pagos por sua leitura – nossa maior recompensa. O trabalho pode ser reenviado, copiado e distribuído, porém, exclusivamente, entre Maçons regulares e membros das Lojas jurisdicionadas a GLMERJ. Paulo Roberto Marinho de Almeida Dezembro 2010 E E Comentários aos Graus Simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito Por Paulo Roberto Marinho de Almeida Da Abertura ao Encerramento O Templo Ornamentação Decoração Liturgia Ritualística Formalidades Protocolares Dinâmica dos Procedimentos Conceitos Administração e Aspectos Legais. EXLUSIVAMENTE para Maçons das Lojas Jurisdicionadas a Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de janeiro

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    m meados do ano de 2003 distribuímos alguns poucos exemplares de um livrete, impresso por meios próprios de igual teor deste. Alguns Irmãos

    reproduziram o livrete por cópias xerográficas e distribuíram em suas Lojas. A partir de então passamos a receber algumas consultas sobre temas variados, mas, principalmente, aqueles envolvendo questões litúrgicas, ritualísticas e protocolares. Como as respostas às questões apresentadas demandaram pesquisas, estudos, em busca de fundamentações que pudessem produzir textos de esclarecimentos desprovidos de opinião pessoal, juntos, aprendíamos mais. Desde modo dividimos com os Irmãos o conhecimento adquirido, disponibilizando nosso trabalho a um número maior de Irmãos.

    Como no livrete anterior os temas abordados se referem aos Rituais dos Graus Simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito. As citações aos Rituais e a dispositivos legais maçônicos têm por referência os editados pela Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro. O livro não encerra propósito de figurar como manual de procedimentos. As interpretações são fundamentadas nas descrições dos Rituais e, em fatos e princípios relativos à genuinidade do Rito; concepções e pesquisas alicerçadas em obras literárias de historiado-res e escritores maçônicos fidedignos.

    O Livrete é oferta gratuita; estamos regiamente pagos por sua leitura – nossa maior recompensa. O trabalho pode ser reenviado, copiado e distribuído, porém, exclusivamente, entre Maçons regulares e membros das Lojas jurisdicionadas a GLMERJ.

    Paulo Roberto Marinho de Almeida

    Dezembro 2010

    EE

    Comentários aos Graus Simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito Por Paulo Roberto Marinho de Almeida Da Abertura ao Encerramento O Templo Ornamentação Decoração Liturgia Ritualística Formalidades Protocolares Dinâmica dos Procedimentos Conceitos Administração e Aspectos Legais. EXLUSIVAMENTE para Maçons das Lojas Jurisdicionadas a Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de janeiro

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    Índice

    A A Luz .............................................................. 40 A mim, meus Irmãos! ..................................... 18 Abóbada Celeste ............................................... 9 Abstenção ....................................................... 20 Apresentação .................................................... 1 Assessores ...................................................... 44 Ata e Expediente ............................................ 20 Atos e Decretos .............................................. 21

    B Bater à Porta ................................................... 26 Bibliografia ..................................................... 46 Bolsa de PProp:. E IInf:. ................................ 22

    C Candelabro de Três Luzes ................................ 7 Castiçal nos Altares .......................................... 7 Cena de São João ............................................ 41 Coluna da Harmonia ....................................... 13 Colunas ............................................................. 9 Compor o Sinal Antes da Abertura dos

    trabalhos ...................................................... 14 Conclusões ..................................................... 45 Conclusões e Permissões do Orador .............. 24 Considerações e Conceitos ............................. 29 Constrangimentos ao Iniciando ...................... 40 Convite para abertura do Livro da Lei ........... 16 Cortejo de Entrada .......................................... 12

    D Das Qualidades Maçônicas ............................ 41 Decoração ......................................................... 6 Direito de sentar-se no Trono ......................... 36 Diretriz e Compromissos .................................. 4

    E Entrada de Retardatários ................................ 27 Escolta Armada .............................................. 38

    F Fala do Ven�Mestre ...................................... 25 Formalidades de Entrada e Saída ................... 25

    G Golpe na Liturgia ........................................... 30

    I Instalação X Posse .......................................... 36 Introdução ......................................................... 3

    L Liturgia ........................................................... 12 Luto Maçônico ............................................... 34

    M Marcha Ritualística ........................................ 27

    Mestre Instalado - Poderes ............................. 41 Missão dos Diáconos ...................................... 19 Mistério ............................................................ 5 Movimentação das Colunetas ......................... 18

    N Nós... Ao invés de eu... ................................... 33

    O O Círculo com o Ponto ................................... 11 O Delegado Maçônico .................................... 42 O Delta Luminoso ............................................ 8 O Templo .......................................................... 6 Ordem do Dia ................................................. 22 Ornamentação ................................................... 6

    P Palavra à Bem da Ordem ... ............................ 23 Pálio ................................................................ 14 Paramentos da Grande Loja ...uso e costume 30 Pavimento Mosaico .......................................... 9 Portar Espada .................................................. 39 Posição das Bolsas ............................................ 9 Posicionamento dos Diáconos ........................ 14 Preleções no Átrio .......................................... 12 Preparar-se para cobrir o Templo ................... 29

    Q Quem abre e fecha Livro da Lei? ................... 15

    R Recepção de Autoridades e Visitantes ........... 27

    S Saudações as Luzes e ao Delta ....................... 28 Sessões Maçônicas ......................................... 12 Sinais com Instrumentos de Trabalho ............ 19 Sob Malhete .................................................... 29 Sobre a Cerimônia de Iniciação ...................... 40 Sobre os ignorantes ........................................ 33 Sobre os Rituais ................................................ 3 Sólio X Docel ................................................... 7 Superstições .................................................... 35

    T Taça Sagrada .................................................. 40 Títulos Profanos ............................................. 32 Tronco de Solidariede .................................... 23 Trono e Altar .................................................... 6 Trono Vazio .................................................... 36

    V Venerável Mestre Ad Vitam ........................... 41 Vibrar na Cadeia de União ............................. 35 Votação do Balaústre ...................................... 21 Venerança e Filosofismo.................................39

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    Introdução

    Maçom dedicado trabalha para seu aperfeiçoamento, porque sabe que é imperfeito; afetuoso, não ostenta seus supostos conhecimentos pelos erros de seus Irmãos; consciencioso, sabe que

    os Rituais contêm erros, que a Bíblia Sagrada contém erros, que a Constituição do País contém erros, enfim, que todas as obras literárias importantes, ou não, são inexatas; nascem, glorificam-se ou são ignoradas imperfeitas porque são obras produzidas por homens, seres imperfeitos que todos sabemos ser. É consciência maçônica doutrinária respeitar e cumprir as determinações contidas nos Rituais, mesmo que alguns procedimentos neles descritos possam parecer equivocados, desnecessá-rios ou obsoletos.

    Fidelidade obediencial comporta submissão doutrinária e legal, mas, não é mote de impedi-mentos intelectuais. Ignorar nossos erros e enganos “é abrir mão da razão, da ação, e não agir equivale a não existir”. Einstein dizia que “se o homem soubesse de tudo sua vida perderia a graça, pois, a beleza está na curiosidade, no estudo, na pesquisa, na hipótese, na sensação de que sempre falta alguma coisa, a saber,” – a transferência de conhecimentos. Aquele que procura o conhecimento não deve abster-se de pensar; a reflexão é o exercício da razão. A Maçonaria Universal, “não impõe limites à livre e consciente investigação da verdade em prol da doutrina e do aperfeiçoamento de seus adeptos” – postulado presente em todas as constituições maçônicas.

    Sobre os Rituais

    “Se alguém afirma "eu minto”, e o que diz é verdade, a afirmação é falsa; e se o que diz é falso, a afirmação é verdadeira e, por isso, novamente falsa”. (O Paradoxo do Mentiroso – Eubúlides Mileto , pensador do século IV a.C)

    Por analogia ao pensamento do filósofo, diríamos que: se procedimentos equivocados são inseridos nos Rituais Maçônicos, eles ganham legitimidade, como não foram fundamentados na história e na genuinidade do Rito, eles perdem a legitimidade, mas, como estão descritos nos Rituais e, por isso, eles são novamente legítimos.

    As adequações ritualísticas no cotidiano das Lojas são as principais causadoras do distancia-mento do projeto de uniformização litúrgica reclamado por Maçons ritualistas; surgem através de duas vertentes a arbitrária: por iniciativas individuais dos Obreiros das Oficinas e a oficial: quando os procedimentos são inseridos em novas edições de Rituais por autoridades legalmente constituí-das. As adequações arbitrárias observam três aspectos: frívolo, porque “se acha” bonito; místico, quando, e porque, se estende a alguma religião ou seita; e lógico, porque é coerente e racional, resulta de um dado, de um fato, mormente práticas de outros Ritos. Sejam como for, são adequações que nascem subjetivas e crescem adotadas pelo descaso; frívolas, não completam nem acrescentam nada a não ser vaidades e egocentrismos; quando religiosas desrespeitam Obreiros de crenças diferentes, maculam o Rito com crendices; e mesmo lógicas, embora demonstrem causa e razões, subestimam os Rituais – mesmo que os Rituais contenham erros eles têm que ser seguidos. As adequações pessoais à ritualística, ilegais que são, carecem ser rejeitadas na origem; jamais deveriam ganhar força, pois, tornam-se práticas coletivas e, daí, inseridas nos Rituais sob a égide de “costumes arraigados” transformando-se, deste modo, em adequações oficiais. Um erro praticado por centenas ou milhares de pessoas continua sendo um erro.

    O maior equívoco no processo das “adequações” litúrgicas e ritualísticas caracteriza-se pela falta de informações e por desconsideração para com aqueles que deveriam, pela lei e pela razão, propor, debater e aprovar procedimentos ritualísticos, ou seja, o Órgão Litúrgico da Obediência. Argumenta-se que em assembléia com muitos participantes perde-se muito tempo. Daí, então, se

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    nomeia uma comissão com três ou quatro membros, cujo último quesito, pelo resultado produzido, é o conhecimento; maculam o Rito com impropriedades; sem apresentar fundamentação. Não há o cuidado em verificar se as adequações não serão contraditórias às instruções contidas nos Rituais de cada grau; não serão contrárias à doutrina maçônica que é mística e de essência liberal, mas, pela filosofia e pela lógica; não será retrocesso à didática do ensino maçônico que é simbólico e alegórico, justamente, para induzir o estudante a pensar, a exercitar o raciocínio abstrato – o método mais eficaz para desenvolver a inteligência.

    A moderna ciência garante que quanto mais se usa o raciocínio abstrato, a cognição, mais desenvolvido fica o cérebro, mais se expandem as conexões entre os neurônios e, cada neurônio pode ter milhares de conexões. Pode parecer um exagero esta associação da bioquímica com o aprendizado maçônico, mas a verdade é que adequações enigmáticas sem correspondência as instruções, aos Símbolos e as Alegorias, dissimulam seus consagrados e seculares significados, promovendo um ensino mais decorado do que por assimilação – essência do processo da escala iniciática maçônica: intuição, análise e síntese.

    Diretriz e Compromissos

    “Os segredos da Maçonaria repousam, sobretudo, na sua simbologia. Usando esse sis-tema, só os que são Iniciados chegarão ao pleno conhecimento daquilo que ela, realmente, procura transmitir. Os não Iniciados podem ler e reler obras maçônicas que nunca irão, por mais cultos que sejam, apossar-se dos segredos da Arte Real. O profano não chegará jamais a captar o sentido real e verdadeiro daquilo que é essencial, o básico, em nossos mistérios”. (Raimundo Rodrigues - A Filosofia da Maçonaria Simbólica - Editora A Trolha)

    Embora este livro tenha sua distribuição dirigida somente a Maçons, a cautela é salvaguarda necessária para a preservação dos segredos da Ordem.

    A verdadeira arte da Maçonaria é a arte do pensamento – Arte Real. A ciência maçônica é o saber que se adquire através dos métodos simbólicos de produzir e transmitir bens intelectuais e morais. Para se ter acesso aos métodos de ensino da arte de pensar e da sabedoria maçônica é preciso ser reconhecido como Maçom. E, somente são reconhecidos Maçons àqueles que detêm os segredos do reconhecimento, ou seja, os SS∴ , os TT∴ ∴ ∴ ∴ e as PP∴ ∴ ∴ ∴ – os verdadeiros segredos de cada Grau; “o que há de mais difícil para ser alcançado”. Integram-se ao método de reconheci-mento as perguntas e respostas do Telhamento e, por costume, frases harmônicas a ritualística maçônica – Tens trabalhado muito meu Ir∴ ? – Sim, de... ... à ... ... Exceto o método de reconhe-cimento, todos os demais segredos não são na realidade transmitidos e sim percebidos. Na verdade, é pouco provável que muitos Maçons compreendam o que os seus segredos representam. Que dirá o homem profano. Quando se diz que o verdadeiro Maçom é reconhecido por sua conduta, sem dúvida, alude as virtudes que o Maçom deva possuir e, não a método de reconhecimento. Muitos Maçons têm péssima conduta, evidente que isto não é exclusividade da Maçonaria; em todas as instituições, sejam religiosas, beneficentes ou filosóficas há maus homens. Da remota antiguidade vem a história de um grupo evangelizador de apenas treze membros; exceto um, todos, na posteri-dade, foram canonizados; entretanto, um deles vendeu seu líder por trinta moedas, outro, aterrorizado com as atrocidades físicas e morais que eram impingidas ao seu líder, mentiu por três vezes dizendo – não o conheço! E somente um deles acompanhou seu Mestre durante todo o percurso, entre o covarde tribunal e o calvário.

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    Mistério

    Mistério [Do gr. mystérion, pelo lat. mysteriu.] Ant. = 1. Conjunto de doutrinas e ceri-mônias religiosas que só eram conhecidas e praticadas pelos iniciados; culto secreto: os mistérios de Ísis; os mistérios Elêusis. ... 7. Conhecimento aprofundado de uma arte ou ciên-cia, inacessível aos não iniciados: os mistérios da física. (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).

    Mistério não difere muito da definição do vocábulo Segredo. Os Mistérios da Ordem espe-lham a Doutrina da Maçonaria – conjunto de princípios que servem de base a seu sistema filosófico, progressista e filantrópico. Há diferenças entre os Mistérios da Ordem e os Mistérios das antigas Escolas Iniciáticas que se originaram, a saber: do Egito a lenda de Ísis e Osíris, da Grécia os Eleusianos, da Palestina os Essênios, a Cabala Hebraica e a Lenda da Construção do Templo. Estes fazem parte da cultura maçônica; neles as Lendas da Ordem se inspiram e fundamentam suas dramatizações e alegorias. Tanto a doutrina maçônica como as cerimônias maçônicas são de conhecimento do público profano, isto é um fato, que mal pode causar à Maçonaria? Pelo menos podemos fazer ver que não cultuamos o demônio e a figura do bode como ícone maçônico só existe dentro do crânio blindado da ignorância. Narrar os Mistérios não significa revelar os segredos da Ordem. Os segredos, – conhecimento e percepção das sutilezas das lendas iniciáticas fundadas nos Mistérios das antigas civilizações, SS∴ ∴ ∴ ∴ Causais e Penais, TT∴ ∴ ∴ ∴ e PP∴ ∴ ∴ ∴ – são sempre preservados sob o véu das comunicações acobertas e do Código Maçônico.

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    OO TTeemmpplloo em as igrejas e nem os Templos maçônicos são, como pretendem alguns autores, cópias do templo hebraico (de Jerusalém ou de Salomão), pois este serviu, apenas, como um

    modelo aproximado para as igrejas, assim como estas serviram de modelos aproximados pa-ra os Templos maçônicos”. (José Castellani -Dicionário Etimológico Maçônico - Editora A Trolha.).

    Decoração

    Decorar significa dar cor e forma. Forma não designa apenas dimensões, mas, também, estrutura, estilo e padrão. Por exemplo: a Abóbada Celeste, o Pavimento Mosaico, o Oriente, o Ocidente, os Altares, a Balaustrada, as Colunas e o conjunto de ornamentos. O Templo maçônico representa o Templo de Jerusalém por analogia simbólica e não por formato arquitetônico.

    Ornamentação.

    Ornamentar significa guarnecer com ornatos; enfeitar. São os utensílios que, no Templo, realçam a decoração. Por exemplo: o Pavilhão Nacional, o Estandarte da Loja, os Castiçais e Candelabros, o Turíbulo e a Naveta, o Mar de Bronze, a Pira do Fogo Sagrado, as Colunetas e os Painéis. Entretanto, pela observância de preceitos do ensino da simbologia maçônica os ornamentos da Loja são: o Pavimento Mosaico, a Orla Dentada e o Delta Radiante

    Podem, também, ser considerados ornatos as ferramentas simbólicas de trabalho de cada Grau: o Maço, o Cinzel e a Régua; o Esquadro, o Nível e o Prumo; o Cordel, o Lápis e o Compasso. Cada uma com seu simbolismo didático maçônico e iniciático, indispensáveis nas comunicações dos Mistérios. Malhetes, Bastões, Espadas e Bolsas de coletas, embora, também, ornamentem são ferramentas reais de trabalho litúrgico. Tenhamos sempre em mente que Rituais, livros, pastas e objetos pessoais, não fazem parte da Decoração e Ornamentação do Templo, não são ferramentas ou instrumentos de trabalho simbólico ou litúrgico. (Ver Sinais com Instrumentos de Trabalho)

    Trono e Altar

    Muitos Obreiros costumam confundir Trono com mesa, Altar ou área do Altar – chamam de Trono tudo o que se encontra sob o dossel –, o que é um erro, Trono é a cadeira onde tem assento o Ven∴ Mestre. Essa confusão ocorre por interpretações equivocadas, inclusive, e, principalmente, quando na redação de Rituais:

    “... o TRONO, destinado ao Ven∴ ∴ ∴ ∴ M∴ , deforma triangular ou quadrangular, onde re-pousam uma espada, um malhete,...”

    Ou ainda onde trata das Normas e Procedimentos em Loja, quando se refere ao acendimento de velas.

    “... No TRONO do Venerável, Altares dos VVig∴ ∴ ∴ ∴ e Mesas dos IIr∴ ∴ ∴ ∴ Sec∴, Tes∴ , e Chanc∴∴∴∴”

    O correto é designar como TRONO somente a cadeira onde o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre se assenta para presidir os trabalhos. O Ven∴ Mestre sentará “no” Trono e não “ao” Trono. Torna-se óbvio, então, que a referência e a cadeira, pois, todos sabemos que mesa não é assento.

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    Sólio X Dossel

    O 1º Diác∴ ∴ ∴ ∴ tem assento à direita do Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre e, em nível de piso, abaixo do Trono ou Sólio, porque, Trono e Sólio representam a mesma coisa, ou seja, são sinônimos. Para se chegar ao Trono do Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre sobe-se três degraus. Dossel é a armação ornamental, saliente, forrada e franjada, que encima o Altar e o Trono do Ven∴ Mestre.

    Castiçal nos Altares

    No Ritual de Aprendiz Maçom editado pela GLMERJ, lê-se na página 11: “... o Trono (o correto seria a mesa ou Altar) destinado ao Ven∴ M∴ ... onde repousam..., um castiçal de uma luz ...”. Todavia, no mesmo Ritual de Aprendiz, na sétima Instrução, páginas 136 e 137, lê-se:

    “... Este é o mais precioso talismã que pode possuir o iniciado, quando condensa seu i-deal no justo, no belo e no verdadeiro.

    – E qual símbolo que oculta esta verdade?

    – O candelabro de 3 luzes, que se vê sobre o Altar do Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, ideal que é o único para qual tendem todas as aspirações humanas”.

    Ao lermos com extrema atenção o texto da sétima Instrução de Aprendiz podemos verificar, perante a Ciência dos Números – disciplina didática maçônica –, como é belo seu conteúdo na magnífica representação alegórica da figura do Candelabro de Três Luzes. Entretanto, o simbolismo de toda aquela narrativa cai por terra, quando o Candelabro de Três Luzes é substituído por um Castiçal – objeto de uma luz. Opondo-se àquela narrativa esotérica, reprime o estímulo interpretati-vo – o raciocínio abstrato – pois, anula a referência que é o Ternário.

    Candelabro de Três Luzes

    “As LUZES da oficina são o Venerável, o 1º Vigilante e o 2º Vigilante, só eles possuem luzes simbólicas. Nas outras mesas, as Dignidades e Oficiais que por dever de ofício tem que lidar com papéis e livros, lendo-os ou escrevendo – caso do Orador, do Secretário, do Tesou-reiro e do Chanceler –, costuma-se colocar luminárias sobre suas mesas, apenas para facilitar a leitura, mas, tal luz não tem qualquer significado simbólico. Lamentavelmente, po-rém, alguns “achistas” – e eles existem as pencas – resolveram colocar a sua colher torta nesse angu e acharam lindo colocar uma lampadazinha sobre cada uma dessas mesas, o que é um absurdo”. (José Castellani - O Rito Escocês Antigo e Aceito - Editora A Trolha.).

    É absolutamente correto, em Loja de Aprendiz, o acendimento de apenas uma luz em cada altar das LUZES, entretanto, em um candelabro de três braços, deste modo, não só, porque se mantém a alegoria contida na sétima instrução, mas, principalmente, porque há procedimentos diferentes de acendimentos de luzes para cada Grau. Em Loja de Aprendiz se acendem três luzes: uma no Altar do Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, outra no Altar do 1º. Vig∴ ∴ ∴ ∴ e a terceira no Altar do 2º. Vig∴, – Oriente, Ocidente e Meio-dia – todas no braço central do candelabro de três braços. Em outros Graus o acendimento é diferente e, a razão, facilmente compreendida, a Loja de Grau inferior é menos iluminada que a de Grau superior – iluminação inerentemente referencial ao conhecimento, ao progresso, a ascensão. Diga-se, de passagem, que castiçal só pode ser de uma luz se houver ramificações para duas ou mais luzes designa-se candelabro.

    À bem da verdade, as LUZES da Loja são os três dignitários que a governam – o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre e os VVig∴ . É por isso que suas mesas são ornadas com Luzes Representativas –

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    alusivas ao Sol, a Lua e a Estrela Flamejante. Orador e Secretário não são LUZES da Loja, muito menos Tesoureiro e Chanceler, pois estes, nem sequer dignitários são; por que luzes simbólicas em suas mesas.

    Podemos notar que o Mestre de Harmonia tem em sua mesa de som uma pequena lâmpada elétrica para auxiliá-lo na visão dos comandos do equipamento e na leitura dos títulos dos discos ou fitas magnéticas, e, assim melhor conduzir a Coluna da Harmonia. Desse modo, fazia-se em tempos passados com as mesas do Orador, do Secretário, do Tesoureiro e do Chanceler, oficiais com funções de escrituração; precisam de iluminação em suas mesas. Com o tempo essas luzes foram se integrando as LUZES simbólicas da Loja e, por fim, enxertadas nos Rituais sem nenhum esclareci-mento, ou melhor, fundamento.

    O Delta Luminoso

    “Não podendo pintar o Painel completo, deve ser substituído com as figuras do Sol e da Lua em quarto crescente, tendo no meio destes um triângulo isóscele com o Olho da Provi-dência”. (Ritual Grau 1- O Templo Maçônico).

    O Delta Luminoso ou Radiante é o triângulo eqüilátero tendo no seu interior a figura de um olho esquerdo – Olho da Providência – ou a primeira letra do tetragrama Iôd, He, Vav, He. Repre-senta a divindade. Sua localização correta é na parede Oriental do Templo, compondo, ou não, o Painel Simbólico. Por representar a divindade ele não pode ser encoberto por nada ou ninguém. Infelizmente, sem nenhuma fundamentação, o Delta foi transferido para frente do dossel e instalado uma lâmpada elétrica, desta forma ninguém duvidaria que aquele seria o Delta Luminoso. Como se não bastasse inventaram um Delta para a Loja de Companheiro, este com a Estrela Flamejante ou Hominal. Retiraram o Símbolo da divindade e colocam um símbolo do homem ignorando as prescrições dos Rituais:

    “A Estrela Flamejante brilha no centro da Loja” “Está colocada entre o Sol e a Lua” (Venerável e 1º Vig∴, portanto, ao “Meio-dia” é representada pelo 2º Vig∴ − Ritual Grau 2, 4º Instrução).

    Nos Rituais mais antigos, no texto que descreve a cerimônia iniciática de Elevação ao grau 2, lê-se:

    “... contemplai este Delta Misterioso... este DELTA resplandecente de luz, dominando nossa Loja, vos mostra duas grandes verdades e duas sublimes idéias. A letra Iôd ou G, re-presenta...”.

    Já nos Rituais mais recentes lê-se:

    “... contemplai este Delta Misterioso... Esta ESTRELA resplandecente de luz, dominando nossa Loja, vos mostra duas grandes verdades e duas sublimes idéias. A letra Iôd ou G repre-senta...”.

    Isto foi o suficiente para inventarem o tal “Delta do Grau 2”. Enxertaram a Estrela dentro do Delta materializando o sentido figurado, a conotação. Esqueceram, ou fizeram “vista grossa”, a parte do texto que define em todas as edições dos Rituais do grau de Companheiro Maçom o simbolismo da letra Iôd ou G que figuram, uma ou outra, inscritas no Delta. O Pentagrama com a letra “G” em seu interior é figura que compõe o Painel do grau de Companheiro Maçom; também, faz parte dos Ornamentos da Loja de Comp∴ ∴ ∴ ∴ (Pavimento Mosaico, Orla Dentada e Estrela Flamejante), e como tal deveria estar suspensa no centro geométrico do Templo – Meio dia, próximo ao 2º Vig∴ .

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    Posição das Bolsas

    A balaustrada – grade que divide o Oriente do Ocidente – não é cabide de descanso das Bolsas de coletas ritualísticas. A B∴ ∴ ∴ ∴ de PP∴ ∴ ∴ ∴ e II∴ ∴ ∴ ∴ deve repousar sobre a mesa do Secr∴ ∴ ∴ ∴ e a do Tr∴ ∴ ∴ ∴ de Sol∴ ∴ ∴ ∴ sobre a mesa do Tes∴ ∴ ∴ ∴ , , , , pois, a estes oficiais e que correspondem seus conteúdos. (Ritual Grau 1 – O Templo Maçônico)

    Pavimento Mosaico

    O Pavimento Mosaico, e não “de Mosaico”, pois, neste caso, mosaico é um adjetivo relativo a Moisés, é o piso ou soalho do Templo, composto de quadrados ou losangos alternadamente em brancos e pretos. É herança histórica dos primeiros Templos Maçônicos construídos na Inglaterra por inspiração nas arquiteturas dos prédios públicos, principalmente, do Parlamento Britânico e dos Templos Anglicanos. Atualmente, no sistema de Grandes Lojas Brasileiras, o Pavimento Mosaico é representado de forma reduzida, seus Rituais designam, apresentam e materializam o Pavimento Mosaico, por um pequeno quadrilátero que figura no centro do Templo. Mas, lembramos, ele representa todo o piso ou o soalho do Templo.

    É ledo engano julgar que não se deve pisar no Pavimento Mosaico. Em Loja aberta, natural-mente, não se pisa no pequeno Pavimento, quando, e, porque se caminha em círculos, mas, só por isso. Pisa no Pavimento Mosaico o iniciando, o Aprendiz quando da Elevação, o Companheiro quando da Exaltação. Dizer-se que somente MM∴ II∴ podem pisar no Mosaico é outra utopia; o Orador pode não ser M∴ I∴, mas, abre o L∴ da L∴ nas ausências ou impedimentos dos ex-Veneráveis e neste procedimento pisa no Mosaico, os Diáconos pisam no Mosaico, de outro modo como o 1º Diácono abriria e fecharia os Painéis, com um gancho na ponta de seu bastão? (No REAA primitivo o Livro da Lei era aberto na mesa do Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, depois, em uma mesa anexa e a frente da mesa do Ven∴ ∴ ∴ ∴ . Os Diáconos não portavam Bastões; após a transmissão da palavra voltavam aos seus lugares.)

    Abóbada Celeste

    A origem da Abóbada Celeste no Templo Maçônico foi perdida. A versão mais aceita pelos historiadores é que ela representa o céu de 21 de março, quando, o Sol, cruza a linha do equador no equinócio de primavera no hemisfério norte. É também, quando começa o calendário maçônico mais usado, o hebraico. A criação artística da Abóbada Celeste que temos atualmente é da mesma época dos Painéis dos Graus, pintados por John Harris em 1813 por encomenda da Grande Loja Unida da Inglaterra. Não há rigor, sob o ponto de vista astronômico, na disposição dos astros na figura da Abóbada Celeste, mas, devemos manter a tradição que já perdura próximo aos 200 anos, que é a do hemisfério norte.

    Colunas “B” e “J”

    Alguns pesquisadores argumentam que as Colunas B e J por serem denominadas “Vestibula-res” e, por isto, devem ser instaladas no vestíbulo, ou seja, no Átrio; outros argumentam que não podem ser vestibulares, pois, no Templo de Jerusalém estavam situadas, externamente, à porta do Templo e não no interior do vestíbulo, ou Átrio. O posicionamento das Colunas “B” e “J” sempre foi motivo de controvérsias, há contradição entre os próprios Rituais. No Ritual do Grau de Apr∴ Maçom, a figura 2 na página 4 mostra as Colunas dispostas no interior do Templo, já nos Rituais dos Graus de Comp∴ e de M∴Maçom figuram no Átrio. Podemos notar como trabalham alguns “adequadores” e como suas propostas são desprovidas de pesquisas e fundamentações.

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    Alteraram a figura do Plano do Templo pondo as Colunas no Átrio não se dando ao trabalho de ler as instruções de Circulação em Loja contidas nos Rituais de Comp∴ e de M∴Maçom, idênticas ao do Ritual de Aprendiz:

    “O Obreiro circulando em Templo nunca deve passar por trás dos Pilares J e B, e sim pela frente dos mesmos....” (Ritual de Apr∴ pág. 149)

    Ora, como poderia o Obreiro, nas circulações em Loja, passar por trás dos Pilares (a definição correta é Colunas) estando estes no Átrio?

    As Colunas B e J não têm, nem tiveram nos “tempos bíblicos” função de sustentação; são colunas decorativas, por isto, o que importa é sua representação – alegorias contidas nas instruções de cada Grau –, suas referências simbólicas. O Templo Maçônico não é, e nunca foi réplica do Templo de Salomão. As reuniões de nossos antigos Irmãos, no período de transição da Maçonaria operativa para a dos Aceitos ou Especulativa, eram realizadas nas Tabernas e nos Átrios das Igrejas. Os primeiros Templos Maçônicos foram construídos na Inglaterra, no século XVIII, como já dissemos antes, por projetos inspirados nas arquiteturas dos prédios públicos da época, principal-mente, dos Templos Anglicanos e o do Parlamento Britânico. Destes se originam o Átrio, o Mosaico, as Colunas, etc., inclusive a Sala dos Passos Perdidos copiada do Parlamento que, até os dias de hoje existe e assim é denominada. Os Templos maçônicos atuais representam a terra e o universo, e, isso é claramente visível: a Abóbada Celeste, as Colunas Zodiacais, o Norte, o Sul, o Oriente, o Ocidente, o Zênite e o Nadir. (Ver na quinta instrução do Grau 1 – o primeiro diálogo entre o Ven∴ ∴ ∴ ∴ e o 1º Vig∴ )

    Nesta concepção as Colunas “B” e “J” representam os pontos solsticiais; alinhadas ao eixo do Templo definem as paralelas que se estendem e alcançam o Sol no Oriente; os trópicos de câncer e de capricórnio (ver sexta instrução do Grau 1); estão inseparavelmente ligadas ao Zodíaco que ornamenta as 12 Colunas ao Norte e ao Sul do Templo; integram as alegorias que contemplam as instruções de cada Grau, como as Colunas de fogo e nuvens que guiava e protegia o povo hebreu na fuga do Egito e da ira do Faraó. No interior do Templo as Colunas preponderam; estão sempre “vivas” e ativas no simbolismo e analogias da didática maçônica. Isoladas, no Átrio, não aludem quaisquer representações – ligações simbólicas ou alegóricas relacionadas ao Átrio ou ao exterior – estão solitárias não refletem “Estabilidade e Firmeza”, “Força e Apoio”.

    Diga-se a bem da verdade que não há nas escrituras sagradas das religiões, ligadas ao simbo-lismo hebraico, referências a esferas representando o mapa do “Globo Terrestre” e do “Globo Celeste” encimando as Colunas “B” e “J”. Estas esferas existem no Painel do Grau de Comp∴ ∴ ∴ ∴ Maçom, por criatividade alegórica de nossos Irmãos dos tempos em que os Painéis eram desenhados no chão – hábito de desenhar a Loja. O primeiro globo terrestre foi construído em 1492.

    “... Na Mina, conheceu Martim Behaim, geógrafo que acompanhara a expedição de Diogo Cão e que em 1492 concluiria um grandioso projeto: a fabricação do primeiro globo terres-tre, reformulando as idéias de Ptolomeu”. (Eduardo Bueno - A Viagem do Descobrimento - Editora Objetiva).

    Nos Rituais passados, editados pela GLMERJ, relata-se que segundo as tradições maçônicas as Colunas eram ocas para que ali fossem guardados as ferramentas e os tesouros dos Aprendizes e Companheiros, porém, na nova edição do Ritual do Grau de Comp∴ Maçom, foram adequados para Aprendizes MAÇONS e Companheiros MAÇONS, tal como Adonhiram, que no Ritual de Instalação recebe, do mesmo modo, o tratamento de Mestre MAÇOM. As Lendas das antigas civilizações, nas quais a Maçonaria espelha sua doutrina, seus Mistérios e sua filosofia, por lendas, não têm nenhum compromisso com verdades históricas. As lendas maçônicas, fundamentadas

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    naquelas, são episódios adaptados pela imaginação para gerar as alegorias de cunho moral e filosófico, engendra o sincretismo didático maçônico.

    “... Nada, historicamente, autoriza a hipótese de uma divisão de Obreiros, durante a construção do Templo de Jerusalém, o primeiro, o de Salomão; esta lenda é mais medieval, com base nas corporações de Ofício da Idade Média, as quais, essas sim, possuíam essa divi-são”. (Frederico G. Costa e José Castellani - Manual do Rito Moderno - Editora A Trolha).

    As mentes mais ávidas por grandiosidades maçônicas, e até mesmo, por superestimação e Amor a Ordem, costumam, à revel da história, dar veracidade as lendas e converter à Maçonaria seus personagens. Denominar os construtores do primeiro Templo de Jerusalém como Maçons leva a crer que naquela época haveria uma agremiação com a denominação de Maçonaria. E isso, dá força à imaginação de alguns Maçons que adoram antiquar a Ordem aos tempos de Cristo, Noé e até mesmo Adão, desacreditando a Maçonaria e os Maçons perante a comunidade literária universal à luz da história da humanidade. Na remota antiguidade encontramos associações semelhantes à Maçonaria onde a mesma filosofia era ministrada os seus adeptos, entretanto, se confundirmos os títulos maçônicos com a filosofia maçônica, e procurarmos a origem desses títulos na sua forma atual, somente às encontraremos após o século dez, ou seja, distantes 1900 anos da construção do Templo.

    Do Ritual da GLMERJ, editado na década de 60, transcrevemos, sintetizada, a seguir, a narra-tiva sobre a Origem da Maçonaria, história aceita pela maioria dos pesquisadores maçônicos como a mais próxima da verdade:

    “... Desde os primeiros dias o povo romano distinguiu-se por seu ativo espírito coloniza-dor, e logo que suas legiões dominaram os povos semi-bárbaros da Espanha, Gália, Alemanha e Bretanha, eles, aí, deram início ao estabelecimento de colônias e edificaram ci-dades. Cada legião que era enviada à conquista de novas terras, levava uma sociedade do grande corpo de Roma, que marchava e acampava com a tropa e, quando era fundada uma colônia, nela ficava para cultivar as sementes da civilização romana, inculcar os princí-pios das artes romanas e construir templos às divindades e casas e acomodações para os habitantes... Os descendentes dos antigos colégios romanos estabeleceram escolas de arqui-tetura e ensinaram a arte dos construtores entre os povos libertos ... Dessa escola saíram os construtores que naquele tempo eram conhecidos como Francomaçons e que do X ao XVI sé-culo, percorreram toda a Europa”.

    O Círculo com o Ponto

    No Ritual do Grau 1, página 5, encontra-se a figura do Painel Alegórico da Loja de Aprendiz adotado pela GLMERJ (O correto seria o painel da página 6). Da figura do Painel da página 5, foi suprimida, sem nenhuma justificativa ou explicação, a figura de um dos maiores símbolos da Maçonaria Universal: o desenho do Círculo com um Ponto no meio, presente em todos os Painéis do passado.

    “O Círculo que se nota na parte frontal do Altar tem inserido no centro um Ponto. ... é um símbolo tradicional que aparece em todos os Painéis antigos” (Rizzardo da Camino - Os Painéis da Loja de Aprendiz - Editora A Trolha).

    “Em toda Loja Maçônica Regular, Justa e Perfeita, existe um ponto dentro de um círculo, que o verdadeiro Maçom não pode transpor. Este círculo é limitado ao Norte e ao Sul por duas linhas paralelas, uma representando Moisés; e outra o Rei Salomão. Na parte superior deste círculo, fica o Livro da Lei que suporta a Escada de Jacó ...” ...” (Ritual de Aprendiz Maçom. Segunda Instrução, pág. 106).

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    LL ii ttuurr ggiiaa Sessões Maçônicas

    as Lojas da Obediência as Sessões serão magnas, econômicas e especiais. Magnas as sessões de iniciação, elevação, exaltação, filiação, regularização, sagração adoção de

    “lowtons”, confirmação de matrimônio, pompas fúnebres e conferências. Econômicas, aque-las em que se tratar de interesse gerais da Ordem e particulares da Loja, as de trabalhos ordinários e de instrução. Especiais, as de eleição, posse e de finanças. (Art. 79 do Reg. Ge-ral pág. 66)

    Sessão Administrativa não existe. Quando os Obreiros da Oficina se reúnem fora do Templo, informalmente, para tratar de assuntos administrativos, este trabalho deve ser apenas burocrático dos departamentos e não da Loja como assembléia; aqueles de expediente da Secretaria, Hospitala-ria, Chancelaria, Tesouraria e Oratória. Trabalhos que seus Oficiais, mais comumente realizam em seus próprios domicílios, “longe das vistas profanas” É irregular promover “Sessões Administrati-vas” para tomada de decisões e votações por não se constituírem em assembléia. As assembléias maçônicas somente podem ser assim consideradas sob a tutela do Ritual. Nenhum Balaústre pode ser traçado sem que nele constem as descrições estabelecidas pelo Regulamento Geral em seu artigo 104: “O Venerável Mestre certificou-se da segurança do Templo e abriu os trabalhos de acordo com o Ritual do grau..... “ ...o Venerável Mestre os despediu pelo Esquadro encerrando a reunião a meia-noite em ponto cumprindo fielmente o Ritual.”

    Preleções no Átrio

    Alguns IIr∴, quando nas funções de M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ costumam fazer preleções e, ou, preces no Átrio; procedimentos que estão se tornando costumeiros nas Lojas da Obediência; a prática é generalizada. No R∴ E∴ A∴ A∴, na liturgia do simbolismo e nas normas e práticas da Obediên-cia não há preleção ou prece no Átrio; o Átrio, não é purgatório de “pensamentos profanos” ou extensão de nossas crenças religiosas. E a consciência religiosa pessoal é de foro íntimo, portanto, inviolável. As preces ou preleções no Átrio, mesmo sem intenção do Obreiro que as faz, desautori-zam o Ven∴ Mestre e a cerimônia de abertura dos trabalhos, pois, naquele momento é que está previsto a prece, que é pedido de auxílio e agradecimento ao G∴ A∴ D∴ U∴ Embora as preces de abertura e encerramento sejam um enxerto no REAA primitivo, elas têm que ser respeitadas. Os Rituais denominam esta parte da Abertura dos Trabalhos como Exortação; significa animar, incitar, encorajar, estimular os Obreiros para o início dos trabalhos. Ninguém tem o direito de se antecipar ao Venerável e a ordem dos trabalhos desordenando a liturgia. Cabe ao M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴, naquele momento, organizar a entrada nada mais.

    Cortejo de Entrada

    Na ordem de entrada no Templo não é correto a seqüência de primeiro AApr∴ ∴ ∴ ∴ depois, CComp∴, MM∴, Oficiais etc. Muito menos anunciar quem está entrando e como deve entrar. Romper a marcha com o pé esquerdo é noção ritualista elementar, embora muitos desconheçam seu verdadeiro significado.

    “... a marcha com o pé esquerdo se justifica facilmente porque precisamente então nos apoiamos no pé direito. A direita, isto é, a razão, permanece estável, enquanto a esquerda, isto é, o sentimento, é a única que se move...” (Jules Boucher - A Simbólica Maçônica - Edi-tora Pensamento).

    NN

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    O cortejo nada mais é que uma fila dupla, tendo seu início um Apr∴ à esquerda e um Comp∴ ∴ ∴ ∴ à direita, eles entram juntos, lado a lado. Isto, porque se entra no Templo, em Loja fechada, por ambos os lados, ou seja, tanto pelo N∴ ∴ ∴ ∴ como pelo S∴. Inclusive, para quem tem assento no Or∴. Mesmo não se formando, o que é um erro, a fila dupla, a entrada deverá ser dois a dois – aos pares. Quem tem assento no N∴ ∴ ∴ ∴ toma posição à esquerda e quem tem assento no S∴ ∴ ∴ ∴ toma posição à direita. Para Visitantes e Autoridades Maçônicas há procedimentos especiais de entrada no Templo.

    Após a formação do cortejo de entrada alguns MM∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴, costumam dizer, antes do golpe na porta:

    “Irmãos G∴ ∴ ∴ ∴ do Templo e M∴ ∴ ∴ ∴ de Harmonia, queiram ocupar os vossos lugares”.

    Isto não consta nos Rituais e, é uma prática sem qualquer fundamentação. Estes Oficiais são senhores de suas responsabilidades e devem cumprir suas funções sem necessidade de ordens ou pedidos do M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴; devem ingressar no Templo durante a organização do Cortejo, ou mesmo antes.

    Como a maioria dos Obreiros insiste em ingressar no Templo somente pelo lado Norte, tirando a harmonia e o equilíbrio do cortejo, forma-se um aglomerado de Irmãos próximo à grade do Oriente, inclusive MM∴II∴ ∴ ∴ ∴ sem cargo, que têm lugar garantido no Oriente; ficam aguardando a passagem do Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre para somente depois tomarem seus lugares; interrompem o caminhar do cortejo de entrada para fazer uma mesura desnecessária que mais atrapalha de que reverencia. Os Rituais indicam com clareza que os Obreiros adentram ao Templo tanto pelo lado Norte quanto pelo lado Sul, ocupando seus lugares.

    Atentamos, também, que as funções do M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ estão restritas às dispostas nos Rituais, ele não tem poderes para determinar quem tem assento no plano do Trono do Venerável ou mesmo no Oriente. Os MM∴ ∴ ∴ ∴ II∴ ∴ ∴ ∴ não devem estacionar no Ocidente aguardando convite do M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ para tomarem assento no Oriente, isto porque, como dissemos antes, no Oriente eles têm lugar garantido.

    Coluna da Harmonia

    Durante a marcha, (Cortejo de Entrada) o órgão executará uma música lenta e os Irmãos poderão acompanhá-la com um cântico apropriado. (Ritual Grau 1 da GLMERJ pág. 28

    Gostaríamos de melhor comentar este procedimento, após assistir uma sessão maçônica em um Templo que possuísse um órgão de sopro (ou mesmo eletrônico) e, que algum Obreiro do Quadro soubesse entoar cânticos maçônicos. A Grande Loja está “cochilando” com este texto que já deveria ter sido mudado há décadas. Manter procedimentos anacrônicos instiga adequações subjetivas na liturgia; dão força aos inventores de plantão. Na salvaguarda das tradições a cultura, a identidade doutrinária e o progresso seguem juntos. Por esta ótica, devemos sempre ter em mente que práticas cerimoniais consideradas fora de época não abrem licença para enxertos de modernis-mos profanos impróprios na liturgia maçônica. Trocando em miúdos: a falta de órgão ou cânticos não autoriza a execução de músicas mais comum a bares, boates e churrascarias. A função do M∴ ∴ ∴ ∴ de Harmonia é produzir e conduzir a “Trilha Sonora da Sessão Maçônica”, músicas – melodias, instrumentais ou cantatas –, que sejam condizentes com o momento ritualístico vivido. É como a “Música de Cena” que se desenvolve nos teatros destinada a acompanhar determinados momentos. Também, designada como “Música Incidental” é aquela que incide sobre algo, reflete, referencia-se a algo, no caso da sessão maçônica aos procedimentos ritualísticos. Justamente por isto chama-se “Coluna da Harmonia”, tem que harmonizar cada momento da liturgia e não ao gosto seresteiro ou sertanejo dos Obreiros. Podemos citar como exemplo de “impropriedade incidental” a inegável bela

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    composição “Ronda”, que é sucesso nacional e internacional. Porém, mesmo, quando só melodia faz lembrar a letra. Isto se dá com outras músicas, havendo sempre algum obreiro que sussurra o canto. “Ronda”, “Meu Pequeno Cachoeiro” e “Dançando na Chuva”, ao exemplo, são lindas canções, todavia, desvia a atenção do Obreiro por não se coadunar com a liturgia; não são desres-peitosas, mas, evidentemente impróprias.

    Pelo lado doente dos “Usos e Costumes” ensina-se que o Mestre de Harmonia tem a função de silenciar as conversas durante a sessão maçônica, aumentando o volume de áudio do sistema de som; sobrepondo as músicas às vozes dos Obreiros. Este absurdo quase não se pratica mais, entretanto, é bom enterrá-lo de vez: será que não ouvem o que 2º Diácono diz na abertura dos Trabalhos com relação as suas funções? – “... velar para que os Irmãos se conservem nas CCol∴ ∴ ∴ ∴ com o devido respeito, disciplina e ordem”. Quem dirige os Obreiros da Col∴ ∴ ∴ ∴ do Sul é o 2º Vig∴, da Col∴ ∴ ∴ ∴ do Norte é o 1º Vig∴, além de ser o responsável por todo o Ocidente; acima destes ainda temos o Venerável que é quem dirige o Oriente e tudo mais, isto é elementar. O M∴ ∴ ∴ ∴ de Harmonia não tem mando de “Admoestador Sonoro”

    Compor o Sinal antes da Abertura dos Trabalhos

    É um erro crasso compor o Sinal do Grau, quando no início dos trabalhos o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre pronuncia “em Loja meus Irmãos”. O M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ , é o responsável pela verificação se todos os cargos estão preenchidos, ou com mínimo de oficiais necessários para a realização da abertura dos trabalhos, ele não é o responsável pela segurança e inviolabilidade do Templo, tarefa esta a cargo do Guarda do Templo e do Cobridor. Por isto, qualquer sinal maçônico somente pode ser executado após o 1º Vigilante certificar-se, através do Guarda do Templo se o Templo está devidamente coberto das indiscrições profanas e comunicar ao Venerável Mestre que se pode dar começo aos trabalhos. É, também, uma recomendação; é como dizer-se: “Meus Irmãos, a partir deste instante estamos reunidos em Loja, peço a todos a máxima atenção e reverência”.

    Posicionamento dos Diáconos

    O posicionamento dos DDiác∴ em relação ao Norte e ao Sul, no A∴ ∴ ∴ ∴ dos JJur∴ ∴ ∴ ∴ durante a ce-rimônia de abertura e de encerramento dos Trabalhos, diferem entre os Rituais das Grandes Lojas. O 1º Diác∴, após a transmissão da palavra deve posicionar-se ao lado Sul do Altar e o 2º Diác∴ ∴ ∴ ∴ ao lado Norte. Isto apenas por uma questão de harmonia na circulação. Desde modo e, neste procedi-mento, ambos cruzam o eixo do Templo em número igual de vezes (quatro). De outro modo o 1º Diác∴ após a transmissão da palavra se posicionar ao lado Norte do Altar e o 2º Diác∴ ∴ ∴ ∴ ao lado Sul, haverá desarmonia, pois o 1º Diác∴cruzará o eixo do Templo somente duas vezes e o 2º Di-ác∴ ∴ ∴ ∴ quatro vezes.

    (No R∴E∴A∴A∴genuíno não há Altar∴dos JJur∴ ∴ ∴ ∴ no Ocidente; ali está somente o Painel da Loja. O Livro da Lei é aberto no Oriente em uma mesa próxima ao Altar do Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, como se fosse uma extensão deste e, sem a participação dos DDiác∴ ∴ ∴ ∴ )

    Pálio

    Pálio [Do lat. palliu.] S. m. = 1. Ant. Manto, capa. 2. Sobrecéu portátil, com varas, que se conduz em cortejos e procissões, caminhando debaixo dele a pessoa festejada ou o sacer-dote que leva a custódia. (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

    O cruzamento de Bastões dos DDiác∴, não estabelece, indica ou define conceito de “Formação de Pálio” sendo no sentido denotativo ou conotativo. Na cerimônia de abertura do L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴ ∴ ∴ ∴ as

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    instruções dos Rituais são bem claras “Os DDiác∴ ∴ ∴ ∴ cruzam os Bastões acima do Ir∴ ∴ ∴ ∴ que for abrir o L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴ ∴ ∴ ∴ e sobre o A∴ ∴ ∴ ∴ dos JJur∴ ” É um procedimento para destacar – dar vulto, emoldurar, ornar em volta – naquele momento, as Três Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria – O L: da L∴ ∴ ∴ ∴ o Esquadro e o Compasso – e não festejar ou homenagear o Obreiro que abre o L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴ ∴ ∴ ∴ Não há comparações com manto, capa ou sobrecéu, e o L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴ ∴ ∴ ∴ não é “custódia religiosa” – objeto de ouro ou prata em que se expõe a hóstia consagrada. Os Bastões, não são varas de pálio. Diga-se, a bem da verdade, que no R∴E∴A∴A∴ genuíno os DDiác∴ ∴ ∴ ∴ não portam Bastões.

    Houve no passado, a inclusão do Bastão do M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ neste procedimento e, que, por “costumes”, engendrou figurações de “Triângulos” , “Pirâmide” e finalmente “Pálio” . Mas, esta participação do M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ no cruzamento dos Bastões já foi abolida dos textos das novas edições dos Rituais, levando junto, a pretensa justificativa para o uso da expressão “Formação do Pálio” .

    Quem abre e fecha Livro da Lei?

    Não é correto convidar o Orador para abertura do L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴ quando ausente o Past Master imediato e presentes ex-Veneráveis que não estejam ocupando cargos. Entre estes deverá ser convidado o mais recente, ou seja, aquele que passou o Malhete mais recentemente, desde que não esteja ocupando cargo. O Obreiro portando Jóia de cargo está ocupando cargo. Caso todos os ex-Veneráveis da Loja estejam ocupando cargo, inclusive o Past Master imediato, então sim, abre o L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴ ∴ ∴ ∴ o Orador. No Boletim Informativo da GLMERJ Ano XL nº 632 Agosto de 2009 consta o seguinte parecer da Grande Oratória aprovado pelo Ser∴ ∴ ∴ ∴ Grão-Mestre:

    “Aprovo os termos do Parecer proferido pelo Respeitável Irmão Grande Orador, definin-do que o ex-venerável mais recente que não estiver ocupando cargo, terá sempre precedência para fechar e abrir o Livro da Sagrada Lei, independentemente de tê-lo ou não aberto no iní-cio dos trabalhos.

    Tudo leva a crer que o parecer da Grande Oratória fundamentou-se no Regulamento Geral e, pelo entendimento que este tem precedência sobre o Ritual – Reg. Geral pág. 69 Art. 103:

    “Compete ao Past Master mais recente, e deste que não seja Oficial da Loja, abrir e fechar o Livro da Lei Sagrada, nas sessões da Oficina. Se ausente ou impedido, fá-lo-á o Orador, e quem o fizer estará de pé e à Ordem”.

    O artigo é muito sucinto e deixa margem a várias interpretações. A primeira delas e a velha dicotomia do ser e estar; ser o Oficial da Loja eleito ou estar Oficial da Loja ad hoc. A outra é “abrir e fechar“ questão principal.

    No contexto do art. 103, abrir e fechar, embora envolva dois procedimentos na dinâmica ritualística, designa uma única função litúrgica - A incumbência de abrir e fechar. Se ausente ou impedido, o Past Master, a função é transferida a outrem, no caso o Orador. E, que função foi transferida? A de abrir e fechar. O que poderia resumir-se no seguinte:

    Compete ao Past Master abrir e fechar, caso ausente fará o Orador; fará o quê? Abrir e fe-char! Se o Past Master chega depois da abertura do livro a função de abrir e fechar já foi transferida a outrem. Não há nenhuma determinação ou mesmo indicação normatizada que a função deva ser retomada pelo Past Master.

    O título dado a consulta pela Grande Oratória é Consulta Jurídico Litúrgica. Todavia, não percebemos nas atribuições do Grande Orador estabelecidas pelo Reg. Geral (Pág. 46) as de interpretar as leis, sejam normativas legais ou litúrgicas; tarefas atribuídas as Grandes Comissões

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    Permanentes ou Conselhos. O Grande Orador é o Guardião da Lei, o Fiscal da Lei, ou seja, sua tarefa é de exigir o cumprimento da lei; velar e ponderar, mas, ponderar, neste caso, não significa apresentar parecer, o que qualquer bom dicionário conceitua como a Opinião fundamentada sobre determinado assunto, emitida por especialista e esta especialidade é exercida pelas Grandes Comissões Permanentes; a de Liturgia tem que ser, obrigatoriamente, "ouvida" em todas as questões pertinentes a liturgia maçônica e cerimônias a ela ligadas. (Reg. Geral pág. 49 parágrafo 1º item 4)

    A precedência do Regulamento Geral sobre os Rituais, também é duvidosa pelo descrito no próprio Regulamento Geral, que em suas Disposições Gerais na página 100, determina:

    Art. 204 - As Lojas da Obediência que trabalhem em rito onde não tenha aplicação os dispositivos deste regulamento por força dos rituais que lhes são próprios, ficam, neste parti-cular, dispensadas de observar. Todavia, cumpre-lhes atender estritamente as prescrições dos rituais seguidos.

    O dispositivo que trata da abertura e fechamento do Livro da Lei Sagrada, artigo 103, não diz a que Rito se refere. Se buscarmos validar a aplicação do dispositivo pela dinâmica ritualística descrita no Ritual do grau de Aprendiz do REAA, não teríamos que validar todo o texto? Ou seja, quem fecha o Livro é o cargo?

    Para complicar ainda mais a questão: pág. 34 do Ritual de Aprendiz (Abertura).

    "...vai convidar um dos ex- Veneráveis, a partir do mais recente, e que não esteja ocu-pando cargo..."

    Já na pág. 47 (Fechamento)

    "....conduz o Irmão que estiver ocupando o mesmo cargo do Irmão que procedeu a aber-tura do L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴ ∴ ∴ ∴ "

    Tarefa impossível o M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ encontrar este cargo se o Irmão que abriu o L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴ ∴ ∴ ∴ não estava ocupando cargo algum. Paradoxal, não?

    Se a qualidade de ex-Venerável fosse cargo tudo bem... Mas, não é. Por outro lado, sempre há um Irmão ocupando o cargo de Orador, senão a Loja não poderia ser aberta. Usar a expressão estiver ocupando o mesmo cargo, pressupõe que outros cargos, também, podem abrir e fechar o Livro, o que é equivocado. Sem a presença de um ex-Venerável, somente o Orador pode abrir o Livro e Fechar o Livro.

    Pelo exposto, entendemos que: para questões que envolvam os Rituais a precedência de apreci-ação para apresentação de pareceres tem que ser fundamentadas nos próprios Rituais. O parecer da Grande Oratória, por nossa opinião, foi equivocado, entretanto, aprovado pelo Sereníssimo Grão-Mestre, que tem a administração suprema da Grande Loja e publicado, toma força de lei; tem que ser seguido. Portanto, até disposições em contrário, quem fecha o Livro da Lei Sagrada é o ex-Venerável mais recente, independentemente de tê-lo ou não aberto no início dos trabalhos.

    Convite para abertura do Livro da Lei

    “O M ∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ sai de seu lugar e vai convidar um dos ex-Veneráveis, a partir do mais re-cente... para acompanhá-lo até o Altar dos Juramentos...” (Ritual de Aprendiz página 34)

    Independentemente das modificações feitas no Ritual de Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito desde 1927 por Mario Bhering e, posteriormente, nos editados pela Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro por sugestões de outros ritualistas de menor expressão; e,

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    ainda, considerando por nossa interpretação que os Rituais contêm erros, os procedimentos neles contidos devem ser cumpridos em respeito aos nossos diplomas legais e litúrgicos.

    Da dinâmica ritualística do grau de Aprendiz, o procedimento em epígrafe é um dos mais discutidos e controvertidos e, que geram várias interpretações das quais as mais comuns são aquelas da falas, pelos Mestres de Cerimônias, de acordo com os costumes de sua Loja; cuja mais comum é:

    “Irmão Past Master, de parte (ou por ordem) do Venerável mestre vos convido a acompa-nhar-me ao Altar dos Juramentos para a abertura do Livro da Lei”.

    O Texto que descreve como o M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ deve proceder naquele momento da liturgia, não faz parte de nenhum dos Rituais editados no passado. Em 1979 a CMSB promoveu o XI Congresso da Maçonaria Simbólica do Brasil, no Rio de Janeiro, e aprovou os três Rituais dos Graus Simbóli-cos nos quais se lê:

    “Neste momento, o ex-Ven∴ ∴ ∴ ∴ Imed∴ ∴ ∴ ∴ ou (caso esteja ocupando cargo) o Orador vai postar-se junto ao Altar dos JJur∴, acompanhado do M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴, que ficará ...”

    Nota-se que nestes Rituais na há nenhuma menção a convites, falados ou não, do M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ A frase com a expressão “Convidar”, que foi incluída na última edição do Ritual de Aprendiz, distribuída em 1998, cremos, teve a intenção de lembrar ao M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ que ele deve acompanhar o ex-Venerável Imediato e, na ausência deste, induzir e predispor outro ex-Venerável para aquela função litúrgica; mas, esqueceram de avisar que o vocábulo “Convidar” não é na acepção restrita da palavra e sim por denotação, no sentido lato – fazer notar; fazer ver; manifestar, indicar. Basta o M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ sair de seu lugar e postar-se frente ao Obreiro, – o ex-Venerável mais recente ou o Orador – que estará convidando-o a abrir o L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴ ∴ ∴ ∴ É preciso entender que o verbete “Convidar” tem várias acepções e seu adequado significado depende do contexto em que é aplicado. Por exemplo, consultando o Dicionário Houaiss:

    Convidar -3 Despertar a vontade; atrair, induzir; predispor Ex.: o silêncio convida à medita-ção, o calor excessivo convida (as pessoas) à preguiça, o mar calmo convidava, e entraram todos na água.

    E, isso independe de falas. É nessa acepção que deve ser entendida a descrição do procedi-mento do M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ naquele momento. Além do que nos parece inadmissível que um ex-Venerável ou um “Fiscal da Lei” ignore o porquê de o M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ ir até ele naquele momento.

    Pode-se argumentar que os Rituais são omissos neste pormenor e a expressão “Convidar” é na plena acepção da palavra. Entretanto, procedimentos litúrgicos ambíguos se fazem esclarecidos por análise do contexto da dinâmica ritualística. E, em que contexto o termo “convidar e aplicado? É aplicado no contexto da cerimônia de Abertura dos trabalhos em que todos os procedimentos falados estão determinantemente descritos no Ritual, por exemplo: - Ao sul Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre; - No Ocidente Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre; - Sim Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre; - Meio dia em ponto Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre. Todas estas respostas as perguntas do Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, mesmo tão curtas e simples, estão lá escritas para que o Obreiro não invente falas que não existem. Não há nenhuma fala descrita para o M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ no ato de “convidar” o Obreiro para abrir o L∴ ∴ ∴ ∴ da L∴, ou seja, está fora do contexto. Por isso é que no Ritual de abertura ritualística o verbete Convidar é no sentido de despertar a vontade; atrair, induzir; predispor e não o de chamar, convocar falando. Se não fosse assim porque uma simples fala “Sim Venerável Mestre” está descrita no Ritual e a outra longa e inapropriada de convite falado não está? Diga-se de passagem, que o M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ quando circula em Loja em companhia de um ou mais Obreiros estará conduzindo-os e não sendo conduzido por estes. Conduzir significa ir em compa-nhia guiando, orientando, abrindo caminho, portanto vai a frente.

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    Movimentação das Colunetas

    “...Os Bastões dos IIrm∴DDiác∴ ∴ ∴ ∴ são descruzados, o Ir∴ ∴ ∴ ∴ 1º Vig∴ ∴ ∴ ∴ levanta a Col∴ ∴ ∴ ∴ de seu Altar e o 2º Vig∴ ∴ ∴ ∴ abaixa a do seu ...” (Ritual Grau 1- Abertura dos Trabalhos).

    As movimentações, das Colunetas, sobre as mesas ou Altares das “Luzes”, (Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, 1º e 2º VVig∴ ∴ ∴ ∴ ) no Rito Escocês Antigo e Aceito, não tem nenhum significado simbólico ou alegórico; são procedimentos copiados, e mesmo assim mal copiados, do Rito de York. As Colunetas e suas movimentações foram enxertadas no R∴E∴A∴A∴ ∴ ∴ ∴ por Mário Marinho Behring em 1927/28 quando mandou editar os Rituais para a Grande Loja Unida da Bahia, Grande Loja Symbólica do Rio de Janeiro e Grande Loja Symbólica de São Paulo, as primeiras, respectivamente, a receberem Carta Constitutiva do Supremo Conselho criado por Behring pela grande cisão com o GOB. Naquela época havia grande interesse de Behring em agradar a Grande Loja Unida da Inglaterra, pois, buscava o reconhecimento da Potência mãe para o sistema de Grandes Lojas que iniciara no Brasil; inseriu, então, vários procedimentos do Rito de York nos Rituais do R∴E∴A∴A∴. Entre outros as Colunetas nos Altares das “Luzes”, a transferência do Altar dos Juramentos do Oriente para o Ocidente, os Castiçais em torno do Altar dos Juramentos – Castiçais, não Colunas como normalmente se vê, os Bastões dos DDiác∴ ∴ ∴ ∴ e o título de “Past Master”. Todas aquelas modificações visavam deixar os trabalhos das Lojas mais próximos do Emulation Rite – Rito oficial da Grande Loja Unida da Inglaterra.

    Pode-se notar que para todos os utensílios simbólicos ou litúrgicos que adornam o Templo do R∴E∴A∴A∴, desde do pequeno lápis até a corda de 81 nós que circunda todo o Templo, existem explicações concretas ou alegóricas nas instruções contidas nos Rituais dos graus simbólicos; indicativos para interpretações filosóficas, ensinamentos morais e origem histórica, exceto para as Colunetas. No Rito Escocês Antigo e Aceito a elucidação sobre os três pilares Sabedoria, Força e Beleza, aos quais a Loja se apóia, são apresentados através da quinta e da sexta instrução do grau de Aprendiz; representam as três grandes Luzes da Loja, o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, 1º e 2º Vigilantes e não por representação física de Colunetas sobre as mesas destas dignidades.

    Não há, nos Rituais dos graus simbólicos, quaisquer citações as Colunetas, a não ser em textos de esclarecimentos, após as preces de exortação e de despedida e na descrição do Templo. Texto de esclarecimento, posto entre parêntesis, indica que se interrompe um período ou uma narrativa para fazer-se uma digressão, o que sugere intervenção subjetiva. Quaisquer interpretações, ou fundamen-tações, que se faça da movimentação das Colunetas nas mesas dos Vigilantes, no R∴E∴A∴A∴, carecem de apoio histórico que envolve a genuinidade do Rito, carecem de identidade ritualista estabelecida por relação instrucional. Por tudo, só podemos concluir que o uso das Colunetas já está consagrado, entretanto, deveriam ser fixas e representar apenas ornatos simbólicos de Sabedo-ria, Força e Beleza, nada mais, pois, estas qualidades estão amplamente descritas nos Rituais do R∴E∴A∴A∴ ∴ ∴ ∴ por suas analogias virtuosas e morais.

    A mim, meus Irmãos!

    Logo após o término da prece de abertura dos trabalhos quando o Ven∴ Mestre diz: “A mim meus IIr∴ ∴ ∴ ∴ pelo Sinal ...”. Neste momento o Ven∴ ∴ ∴ ∴ e os VVig∴ ∴ ∴ ∴ não costumam fazer o Sinal, permanecendo com o Malh∴ ∴ ∴ ∴ apoiado ao P∴ . O comando “A Mim ...” significa “Sigam-me ...”, “Façam como eu ...”, “Acompanham-me ...”. Portanto, o Ven∴ ∴ ∴ ∴ e VVig∴, devem executar a trilogia completa – pelo S∴ ∴ ∴ ∴ (com a mão), pela B∴ ∴ ∴ ∴ (com o Malh∴ ∴ ∴ ∴ ou as mãos) e pela Acl∴ ∴ ∴ ∴ (com o sinal convencional). Existe a interpretação que o comando “A mim meus Irmãos” significa executar a trilogia Sinal, Bateria, Aclamação para o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, mas, isso é um grande equívoco. A Sauda-ção poderia ser ao Venerável, porém, nunca a Bateria e a Aclamação, isso é depreciativo as qualidades que um Venerável deve ter; é vaidosa pretensão. Além do mais o Ritual é bem claro, diz:

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    “Todos fazem a Saudação a Bateria e a Aclamação. (Pag. 35) inclusive os Vigilantes, mesmo se, ainda assim, algum Venerável insistir que a trilogia é para ele.

    Sinais com Instrumentos de Trabalho

    Proíbe-se fazer quaisquer sinais com instrumentos de trabalho. Por mais absurdo que pareça, as Luzes da Loja – Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre e VVig∴ ∴ ∴ ∴ –, em tempos passados, costumavam executar o sinal gutural, o sinal de aclamação e apontar, tudo, com os Malhetes e não com a mão que é a maneira correta.. Daí transformaram uma clara frase disciplinadora – “Não se faz nenhum sinal COM os instrumentos de trabalho” – em outra complicadora – “Não se faz nenhum sinal PORTANDO instrumentos de trabalho”. Não há nada de errado em executar a saudação portando quaisquer objetos na mão esquerda – não sendo ferramenta de trabalho simbólico ou litúrgico –, tais como, Rituais, Livros ou objetos de uso pessoal. Basta para isso estar parado, com os PP∴ ∴ ∴ ∴ em Esq∴ ∴ ∴ ∴ e com o corpo ereto. Há exceção para o sinal de Comp∴ ∴ ∴ ∴ pois, este sofreu um enxerto no passado; um complemento usando a mão esquerda, copiado do sinal de súplica do Rito York, e, que faz também a alegria de Maçons ocultistas, pois, argumentam que é uma clara alusão à quiromancia – mostrar nas linhas das mãos o “M” de Maçonaria, “triângulos” e outros significados quiméricos.

    No R∴E∴A∴A∴ ∴ ∴ ∴ genuíno executava-se o Sinal de Ordem, mesmo portando instrumentos ou ferramentas na mão esquerda. Existem hoje, alguns procedimentos que são inexplicáveis justamente por terem sido modificados sem fundamentação, por exemplo, por que se porta a Espada com a mão esquerda quando o neófito recebe a Luz? Somente porque é o lado do coração? Vejamos o que diz um Ritual da Grande Loja do Rio de Janeiro editado na década de 60:

    “O Neófito e novamente vendado e conduzido ao Templo,... todos voltam para seus lugares, onde permanecem de pé e à Ordem, com a Espada na mão esquerda.”

    Isto é o que diz, também, o Vade-Mecum Iniciático do saudoso Irmão Nicola Aslan:

    “No decorrer de todas estas Cerimônias, os Maçons seguram as Espadas com a mão es-querda, a mão direita permitindo-lhe pôr-se à Ordem..” (Comentários ao Ritual de Aprendiz – Editora A Trolha)

    Cabe aqui um comentário para reflexão: sempre culpamos Mário Behring por todos os enxer-tos no R∴E∴A∴A∴, mas a grande verdade é que nossos Rituais sofreram mais nos últimos 25 anos com adequações desprovidas de fundamentação do que todo o período sob a influência de Behring.

    Missão dos Diáconos

    É comum assistir o M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ saracoteando no Templo, levando recados. Para qualquer missão na Loja que envolva ordens ou recados do 1º Vig∴ ∴ ∴ ∴ ou do Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, estas, devem ser transmitidas através dos Diáconos e não do o M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ As ordens devem ser cumpridas ao final de cada procedimento ritualístico. Para isto o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre tem que estar atento e pausar a liturgia enquanto o Diácono transmite a ordem a algum Dignitário ou Oficial. É isto o que diz em sua fala:

    “Para transmitir vossas ordens ao Ir∴ ∴ ∴ ∴ 1º Vig∴ ∴ ∴ ∴ e a todos os Dignitários e Oficiais, afim de que os trabalhos sejam executados com ordem e perfeição”

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    Ata e Expediente

    O Livro de atas é a memória da Loja, seu traçado deve ser claro e coeso, objetivamente deta-lhado e realista. Contudo, não dever ser romanceado ou, por outro lado, abreviado. O Obreiro, quando fizer uso da palavra, deve estar ciente que tudo que disser será registrado no Livro – palavras boas ou más, nobres ou vulgares.

    Constata-se que os secretários das Lojas, em sua maioria, utilizam o ano do calendário hebraico nos registros de datas em seus traçados. Isto ocorre porque os Mestres mais antigos, também, em sua maioria, são colados nos chamados “Altos Graus” – do 4 ao 33 – e como nestes Graus os registros de datas são com a utilização do calendário hebraico, julgam que nos Graus Simbólicos, também o são, o que é um erro. Para a certeza dos registros com datas corretas basta ler na Carta Constitutiva da Loja, lá está o ano da emissão da carta acrescentado em 4000, exemplo, ano de 2000 da E∴ V∴ ∴ ∴ ∴ e 6000 da V∴ L∴ ∴ ∴ ∴

    Para por uma pá de cal sobre o assunto, transcrevemos, abaixo, o texto inicial da histórica ata da criação e inauguração do “Grande Oriente Braziliano”, (Hoje Grande Oriente do Brasil) berço da Maçonaria em nosso País, no ano de 1822. (o Sistema de Grandes Lojas surgiu 105 anos depois)

    “Aos vinte e oito dias do terceiro mez do Anno da Verdadeira Luz 5822, achando-se a-bertos os trabalhos da nossa Officina em o gráo de Aprendiz e havendo descido do Oriente o irmão Graccho, Veneravel da Loja Commercio e Artes, única até este dia existente e regular no Rio de Janeiro... e que nessa ocasião resumia o povo maçonico reunido para a inaugura-ção e criação de um Grande Oriente Braziliano em toda a plenitude de seus poderes, foi por acclamação nomeado o irmão Graccho, que acabava de Veneravel, para presidente da ses-são magna e extraordinaria naquella ocasião convocada para a eleição dos officiais da Grande Loja na conformidade do paragrafo-capitulo da parte da Constituição jurada. ... e logo depois que o Presidente disse que se passasse a fazer a nomeação do Grão Mestre da Maçonaria brasileira, foi nomeado por acclamação o irmão José Bonifacio de Andrada...”

    Abstenção

    Após a leitura do Balaústre, o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre, em quaisquer dos Graus em que a Loja esteja tra-balhando, pede aos IIr∴, que aprovam sua redação, para se manifestarem com o Sinal Convencional. É comum, a Obreiros ausentes naquela citada reunião, se absterem de votar, ou melhor, aprovar. E esta manifestação é feita com o sinal de abstenção. Nas novas edições dos Rituais da GLMERJ o ato deixa de ser voluntário para ser obrigatório, pois é determinado:

    “ ... Os IIr∴ ∴ ∴ ∴ que não estiveram na citada sessão ficarão de P∴ ∴ ∴ ∴ e à Ord∴ .” (Ritual Grau 1, pág. 37 GLMERJ)

    Ato de abstenção é por espontaneidade, vontade própria, designa ação voluntária, não pode ser estabelecido, perde o sentido e as designações do verbete. Não há razão que impeça o Obreiro de aprovar a redação da ata que ouviu ser lida. Mesmo porque o que está em votação é a redação do traçado e não o mérito dos assuntos tratados. Após a leitura a palavra é concedida para quem queira, sobre a ata, fazer observações; quando há observações elas são examinadas e dirimidas; o Orador, que é o fiel guardião da Constituição, conclui que retificado o traçado pelas observações deliberadas a ata pode ser votada, embora a conclusão óbvia seria de que redação do balaústre estaria aprovada. (Não havendo manifestações fica evidenciado que a votação torna-se desnecessá-ria). É incoerente que após todos estes procedimentos alguém vá rejeitar a redação da ata ou mesmo se abster. Sendo assim, todos os IIr∴ ∴ ∴ ∴ que estiveram presentes na citada sessão aprovarão a redação da ata. É claro que não cabe ao Obreiro, ausente a determinada sessão, tecer comentários, rejeitar ou emendar o texto sobre os assuntos nela tratados, todavia, por que não confiar na capacidade e

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    competência daqueles que estão aprovando? Abster-se, neste caso, é recusa voluntária de participar do ato de aprovação. É demonstração de amabilidade e respeito ratificar a resolução da assembléia que aprovou o a redação da ata. A ação de abstenção é de foro íntimo.

    Não há motivos, também, para proibir o Obreiro de usar a palavra e manifestar-se sobre a reda-ção da ata de reunião que não esteve presente:

    “Só será permitida a palavra aos IIr∴ que estiveram presentes a citada sessão.” Imediatamente após a aprovação do Balaústre este é assinado pelo Secretário, pelo Orador e

    pelo Venerável Mestre, depois, não poderá mais ser emendado ou rasurado. Os IIr∴ ∴ ∴ ∴ impedidos de usar a palavra não puderam se manifestar sobre erros de concordância que alteram a narrativa, sobre datas erradas, sobre nomes de pessoas ou instituições equivocados e que somente eles perceberam . E o que dizer de fatos relacionados a eles mesmos, que porventura não condizem com a realidade?

    Votação do Balaústre

    É equívoco do M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ , após a verificação dos votos para aprovação da redação do Bala-ústre, dizer “O Balaústre foi aprovado Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre”. É atribuição do Venerável mestre as proclamações em Loja. O artigo 116, do Regulamento Geral, que trata das atribuições do Ven∴∴∴∴ Mestre, em sua alínea “e”, diz: “proclamar o resultado das votações e resoluções da oficina”. Cabe ao M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ verificar a votação e comunicar ao Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre. (Ritual de Apr∴ ∴ ∴ ∴ Pág. 37). O correto é o M∴ ∴ ∴ ∴ de CCer∴ ∴ ∴ ∴ contar (Verificar) os votos e comunicar ao Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre o número de Obreiros que votaram pela aprovação. Aí então o Venerável proclama o resultado dizendo, se for o caso, “Declaro aprovado a Redação do Balaústre que acaba de ser lido” A bem da verdade este procedimento de votação é desnecessário se na concessão da palavra para observações sobre a redação do Balaústre, não houver manifestações. Reinando silêncio torna-se óbvio, patente e salta á vista que todos aprovam a redação do Balaústre, justamente, por não se oporem a redação do mesmo.

    Leitura de Balaústre, sua discussão e aprovação não é função litúrgica, é um procedimento puramente administrativo dentro da ordem dos trabalhos. Não há nada que contrarie a Lei se o Venerável declarar: “Não havendo observações contrarias a redação do Balaústre declaro-o aprovado.” Não precisa votação, nem conclusões do Orador, seriam redundantes, desnecessárias.

    Atos e Decretos

    Faz parte do expediente a leitura, pelo Orador, dos Atos e Decretos emanados do Grão-Mestrado. E, devem ser lidos com todos os Obreiros à Ordem. É delito maçônico arquivar estes documentos sem suas leituras em Loja Aberta. Os Atos e Decretos lidos devem ser registrados nos Balaústres com suas referências – número e epígrafe. Epígrafe e a curta citação sobre o que DISPÕE o documento – normalmente, já disposta na parte superior direita do documento. A reverência que se deve ter – estar à Ordem – durante a leitura destes documentos, não deve ser um martírio para os Obreiros, muitos deles idosos e, ou, com dificuldades nas articulações orgânicas. Após todos estarem à Ordem o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre pode e deve mandar que desfaçam o Sinal, quando da leitura de documentos longos ou mais de um documento, permanecendo, porém, todos, de pé. Ao término da leitura, mandará o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre que todos recomponham o Sinal, depois, assentarem-se. De passagem, esclarecemos que somente se fica à Ordem de pé, portanto, é desnecessário dizer-se “de pé e à Ordem”, basta “à Ordem” que naturalmente fica-se de pé.

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    Bolsa de PProp∴ ∴ ∴ ∴ e IInf ∴ ∴ ∴ ∴

    Muitos Irmãos tem mania de enfiar tudo que aparece na Bolsa de PProp∴ ∴ ∴ ∴ e IInf∴ ∴ ∴ ∴ Chega-nos ao conhecimento que, medalhas, Placas de Homenagens e até estatuetas foram parar na Bolsa. Somente se deposita na Bolsa aquilo que, por seu nome se destina – propostas e Informações. Correspondências, contas, recibos, notas fiscais ou boletos não passam pela Bolsa, fazem parte do Expediente a cargo e guarda do Secretário que lhe dará o destino certo.

    Com a justificativa de que faz parte dos Usos e Costumes, muitos Veneráveis dizem que “a B∴ ∴ ∴ ∴ de PP∴ ∴ ∴ ∴ e II∴, além dos bons fluidos dos Irmãos colheu ...”.

    Fluidos: S. m. pl. No ocultismo, suposta influência ou força misteriosa que emanaria dos as-tros, dos seres e das coisas, e que explicaria formas de energia aparentemente inexplicáveis. (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

    Acrescentar “fluidos” na ritualística maçônica abre discussão entre Irmãos de crenças diferen-tes, pois, cada razão tem seu próprio ponto de vista; todos teriam o mesmo direito de acrescentar prodígios de suas Fés – Prana, Ectoplasma e outras modalidades de influências psicossomáticas.

    O Ritual é claro: (Ritual de Apr∴ Pág. 40) “ V∴ ∴ ∴ ∴ Mestre: (Após conferir o conteúdo da B∴ ) Comunico a Oficina que a B∴ ∴ ∴ ∴ de PP∴ ∴ ∴ ∴ e II∴, colheu ... CCol∴ ∴ ∴ ∴ Grav∴ ∴ ∴ ∴ que passarei a decifrar”, nada mais. Mesmo porque, havendo algum tipo de energia emanada por boas intenções, e, se fosse possível coletar estes “fluidos” em uma bolsa, isto não seria feito pela bolsa de coletas administrati-vas – Bolsa de Propostas e Informações – e sim através da bolsa que recebe a solidariedade, a beneficência, o auxílio; as boas intenções, ou seja, a Bolsa para o Tronco de Solidariedade.

    Ordem do Dia

    A Ordem o Dia é o expediente predeterminado dos trabalhos de cada dia; o conjunto de instru-ções divulgado pelo secretário, ouvido o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre. Isso, quer dizer que o Secretário organiza a pauta e a sujeita ao Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre que adaptará a luz de seu conhecimento. E, os trabalhos são realizados pelos Obreiros da Oficina ou convidados; palestras, exposições, arquiteturas, teses, propostas, instruções de Grau e assuntos administrativos em geral, tudo, quando em Sessão Econômica, ou seja, sessão “Ordinária”. Nas sessões “Extraordinárias” – Magna ou Especial – a cerimônia se desenvolve exclusivamente para aquele ato – Iniciação, Filiação, Eleição, Posse, etc., respeitando-se a Ordem dos procedimentos litúrgicos do Grau em que a Loja esteja trabalhando.

    Todo obreiro tem o direito de incluir na ordem do dia trabalho cultural maçônico – Sobre a história da Ordem, doutrina e de ensinamento, moral ou social; projetos ou propostas de interesse da Loja ou da Ordem, entretanto, os assuntos nela incluídos deverão ser previamente apresentados para análise e programação. A organização da Ordem do Dia é de responsabilidade do Ir∴ ∴ ∴ ∴ Secretário, ouvido o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre. Se o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre julgar, que determinada matéria proposta para a Ordem do Dia contenha impedimentos, encaminhará a mesma ao Orador que no prazo determinado pelo Ven∴Mestre, deverá emitirá seu parecer. O autor de matéria rejeitada tem direito a recurso. Cabendo a Loja em Assembléia e como última instância, deliberar a questão. No universo da Loja a assembléia é soberana.

    Nas deliberações de propostas apresentadas a Loja e sujeitas à votação, aqueles que se decidi-rem pelo voto contrário devem apresentar suas razões ou emendas que julguem adequadas ao melhoramento dos propósitos originais. Já os assuntos de ordem financeira somente poderão ser deliberados em ordens do Dia de sessões especiais de finanças, estando a Loja reunida em grau de Mestre.

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    Tronco de Solidariedade

    Em todas as nossas reuniões fazemos circular pela Loja, através do Irmão Hospitaleiro, a Bolsa para o Tronco de Solidariedade, destinada a recolher óbolos aos quais costumamos chamar de “Metais” ou “Medalhas Cunhadas”. O giro da Bolsa obedece a um ato litúrgico dos mais importan-tes, porque quando o Maçom deposita seu óbolo esta depositando, também, parte de si, ou seja, seus benéficos sentimentos de solidariedade humana.

    A receita do Tronco de Solidariedade será escriturada a título especial e aplicada na benefi-cência maçônica da Oficina. Assim, os Metais colhidos são creditados a Hospitalaria para atender aos que batem à nossa porta em busca de apoio, compreensão e ajuda.

    O Tronco de Solidariedade é sigiloso e igualitário, de modo que se desconheça quem deu mais ou quem deu menos. Procuramos seguir aquela máxima do simbolismo Cristão, que diz: “Não saiba a tua mão esquerda o que a direita faz”.

    O verdadeiro Maçom pratica o Bem e, na medida de suas forças, leva sua solicitude aos infe-lizes; não se deixando pender, nem para um lado, nem paro outro; pela cor da pele, pela religião que professa e, tão pouco, pela posição que ocupa na escala social. Assim, estaremos cultuando um dos mais belos sentimentos: o da solidariedade humana. A fraternidade é, de uma só vez: sentimento, virtude e dever para aquele cujo coração bem formado está subordinado às regras do Amor e da razão. Tu, Maçom, ao depositares teu óbolo, sejas altruísta e distribuas parte do que o bom Deus de proporcionou.

    Palavra à Bem da Ordem ...

    O R∴E∴A∴A∴ ∴ ∴ ∴ tem herança nobiliárquica, desde sua primeira manifestação textual pelo fa-moso ”Discurso de Ramsey”, publicado em 1738. Do grau um ao grau trinta e três há cerimoniais protocolares estabelecidos por Constituições, dispositivos complementares, Rituais, práticas consuetudinárias e tradições. Dizemos isto para que não nos esqueçamos que na Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, bem como, nas Conclusões do Orador, não devemos nos dirigir à assembléia, dispensando os tratamentos protocolares: os nomes dos Obreiros precedi-dos de seus respectivos títulos honoríficos, de distinções ou de graduação, devem ser citados. Isto está claro nos rituais e deve ser rigorosamente observado. Não significa apego a frívolas ostentações e sim respeito ao Rito e cumprimento ao ritual, que é pomposo por suas tradições cavalheirescas; diferente do Rito Schroeder que é o mais conciso pela sua simplicidade e do Rito Adonhiramita, o mais belo pela riqueza cênica. As formalidades para o pedido de uso da palavra estão descritas nos Rituais com clareza e de fácil entendimento.

    Quando o Ven∴ ∴ ∴ ∴ Mestre concede a palavra nas CCol∴, significa exatamente o que ele disse: que a palavra está nas CCol∴. E, o responsável por cada uma das Col∴ ∴ ∴ ∴ é seu respectivo Vigilante, que daquele momento em diante organiza e controla a concessão da palavra até que reine silêncio.

    “Ao Vigilante da Coluna compete autorizar que o Obreiro faça uso da palavra.” (Ritual de Apr∴ pág. 156, 1º parágrafo)

    Significa, também, que: "à bem da Ordem" – com respeito a Ordem – são os assuntos de interesse da Maçonaria, temas concernentes à Maçonaria. “Do quadro em particular” são os assuntos restritos à Loja, litúrgicos ou administrativos e, ou, sobre obreiros da Oficina. Fora disto é irregular. O Obreiro que desejar falar sobre assunto que não esteja relacionado diretamente com a Ordem deve, inclusive, através da Bolsa de Propostas e Informações, pedir ao Ven∴Mestre para incluí-lo na Ordem do Dia. Quando em Sessões Magnas ou Especiais, a palavra somente deve ser pedida para se falar sobre o ato realizado. E, quando em visitação somente um Obreiro da Loja visitante deve fazer uso da palavra. Não é uma norma estabelecida, mas o bom senso comedido.

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    Quando é franqueada a palavra, qualquer Obreiro que queira dela fazer uso o faz apenas uma vez. O M∴de CCer∴ goza do privilégio de falar do local em que se encontra, por dever de ofício, seja no Oriente ou Ocidente, no momento da tramitação da palavra. Isso, todavia, não o autoriza a mudar de lugar para falar mais de uma vez, em detrimento dos direitos dos demais Obreiros. Sendo permitido a um determinado Obreiro o uso da palavra mais de uma vez, esta, deve retornar as CCol∴ ∴ ∴ ∴ para que todos tenham o mesmo direito.

    As interrogações sobrevindas na Palavra a Bem da Ordem e do Quadro em Particular, devem ser dirimidas pelo Ven∴Mestre ou por Obreiro designado por ele, quando legais, pelo Orador nas Conclusões. Os demais Obreiros não devem se antecipar e se manifestarem, principalmente, quando não possuem a correta resposta e divagam pelo hipotético "Eu acho ..." Ninguém é sabido o suficiente que possa responder a tudo. É melhor calar-se e ouvir do que ensinar errado. Diga-se de passagem, muitos Obreiros se aproveitam do uso da palavra para manifestarem seus supostos conhecimentos maçônicos. Quase sempre suas manifestações são utilizadas para as famosas “puxadinhas de tapete”. Gratuitamente e, pela simples intenção de demonstração de pretenso conhecimento, não se importam em praticar indelicadezas desmerecendo seus “amados Irmãos”, expressão sempre presente, no início de suas falas e, na retórica maçônica.

    Conclusões e Permissões do Orador

    O Orador deve lembrar que “Conclusões do Orador” é função litúrgica, com procedimentos estabelecidos nos Rituais. Nas sessões ordinárias (Econômicas) saúda os visitantes, apresenta um resumo dos assuntos tratados e os ensinamentos que a reunião proporcionou, nada mais. Nas Sessões Magnas há textos complementares relativos a respectiva cerimônia, pre