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Termodinâmica

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Física II – 2015 - IO

Gases Ideais

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Propriedades dos Gases: Equação de Estado dos Gases Ideais

Fluido homogêneo: caracterizado por qualquer par das três variáveis

(P, V, T) ⇒⇒⇒⇒ ∃∃∃∃ uma relação funcional do tipo f(P, V, T) = 0, chamada

equação de estado do fluido. Vamos encontrá-la para o caso mais

simples, ou seja, para um gás ideal ou perfeito.

⇒⇒⇒⇒ Um gás real pode ser tratado como um gás ideal no limite de rare-

fação extrema. Quanto mais distante a temperatura do gás em relação

a seu ponto de liquefação e quanto menor a pressão, mais ele seaproxima do comportamento de um gás perfeito.

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Equação de Estado dos Gases Ideais

Hg (ρ)

Ar

Po

V h

(1) A Lei de Boyle: relação entre P e V (T=constante)

A pressão P exercida sobre o volume V de ar é

V = cte./P ⇒ PV = constante

onde cte. depende de T e de m

P = Po + ρHg g h

Variando-se a coluna de Hg, mantendo fixos Te a massa m de ar, varia-se a pressão e ovolume do ar aprisionado ⇒ V inversamenteproporcional a P:

Lei de Boyle (1662): O volume de uma dada quantidadede gás, a temperatura constante, varia inversamente coma pressão (lei relativa à elasticidade do ar)

(1)

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Equação de Estado dos Gases Ideais (2) A Lei de Charles: relação entre V e T (P=constante)

(verificada posteriormente com maior precisão por Gay-Lussac)

Equivale a estudar o coeficiente de dilatação volumétrica β do gás.Charles observou que todos os gases têm, aproximadamente, omesmo coeficiente de dilatação volumétrica, β ≈ 1/273 (oC-1). Assim,escrevendo a equação da dilatação volumétria de um gás utilizando aescala absoluta de temperatura (To = 273K), temos que

Lei de Charles (1787): O volume de um gás, a pressãoconstante, é diretamente proporcional à temperaturaabsoluta (no limite P → 0, pode ser usada para definir aescala termométrica de um termômetro de gás apressão constante)

(2)

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Equação de Estado dos Gases Ideais (3) Relação entre P e T (V=constante): termômetro de

gás a volume constante

No estudo do termômetro de gás a volume constante encontramos que

A Lei dos Gases Ideais

Combinando as três relações, podemos saber como passar de um

estado (Po, Vo, To) para um estado (P, V, T). Para isso vamosutilizar um gráfico P x V

(3)

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A Lei dos Gases Ideais

A figura mostra duas isotermas (lei de Boyle) no

plano (P,V), para uma dada massa de gás.

Vamos passar do ponto O para o ponto a

seguindo primeiro o caminho O → 1 (pressão

constante Po) e depois o caminho 1 → a

(temperatura constante T ).

1o) O (Po, Vo, To) → 1 (Po, V1, T ): 2o) 1 (Po, V1, T ) → a (P, V, T ):

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T

To

a

VoV V1

Po

P

1O

isotermas

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A Lei dos Gases Ideais A constante que aparece na equação depende apenas da natureza do gás

e de sua quantidade. A lei de Avogadro diz que um mol de qualquer gás,

nas CNTP (T = T0 = 273,15K e P = P0 = 1atm), ocupa sempre omesmo volume V0 = 22,415 ℓ . Assim, para um mol de gás, temos que

constante universal dos gases

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A Lei dos Gases Ideais A equação de estado encontrada, para um mol de gás é

Como o volume é proporcional à quantidade de gás, uma massa de n moles

de gás ocupa um volume n vezes maior e obtemos a equação de estado dosgases ideais para n moles de gás

lei dos gases perfeitos

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Expansão Isotérmica de um Gás Ideal: Trabalho

O trabalho Wi→f realizado na expansão isotérmica reversível, por um gásideal, para ir de um volume Vi até Vf é

trabalho = área

sob a curva

T

Pela equação de estado, para T = constante,

temos que

Para Vf > Vi ⇒ Wi→f > 0 (expansão)

Para Vf < Vi ⇒ Wi→f < 0 (compressão)

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Se f(x,y) = Z , então uma pequena variação de Z será

derivada parcial de f em

relação à x, mantendo yconstante

derivada parcial de f em

relação à y, mantendo xconstante

Parênteses Matemático

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Energia Interna de um Gás Ideal 1) A Experiência de Joule: Expansão livre(∆U = 0) dentro do calorímetro para verificar se a ener-gia interna de um gás varia com seu volume. Com a vál-vula fechada, mediu Ti da água e, depois de aberta,mediu sua temperatura Tf. Nenhuma variação de tem-peratura foi detectada: ∆T = 0

Que conclusão pode-se tirar deste resultado sobre a va-riação da energia interna de um gás com seu volume?

Escrevendo U = U(V,T), então uma pequena variação ∆U será

=0 =0

energia interna de um gás não depende do volume U = U(T)⇒

A energia interna do gás não depende de seu volume, dependendo somente de sua temperatura: U = U(T)

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VácuoGás

água

Válvula

termicamente isolado

≠0

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Energia Interna de um Gás Ideal 2) A Experiência de Joule-Thomson:Expansão livre substituída por uma expansãoatravés de uma parede porosa, que reduz a pressãodo gás, em regime estacionário (Q = 0). O gás àesquerda sofre uma compressão isobárica, pas-sando da condição inicial (Pi Vi) para (Pi 0), e ogás à direita, sofre uma expansão isobárica,passando da condição inicial (Pf 0) para (Pf Vf). A

Medidas de Ti e Tf do gás mostraram que ∆T ≈ 0 (extrapolando para um

gás ideal tem-se ∆T = 0) ⇒ ∆U = 0. Como Vi ≠ Vf ⇒ U =U(T)

variação da energia interna do sistema é o trabalho total realizado pelo

gás:

A energia interna de um gás ideal só depende de sua temperatura: U = U(T)

*

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Vi Pi

Vi

Pf

Vf

paredes adiabáticas

parede porosa

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Entalpia de um Gás Ideal

⇒ Da experiência de Joule-Thomson encontrou-se que

ou seja, a grandeza H = U + PV assume o mesmo valor nos estados

inicial e final. Como U, V e P são funções de estado, H também é uma

função de estado e chama-se entalpia do sistema. A equação diferencial daentalpia é

variação de entalpia em umprocesso infinitesimal reversível

se isobárico (P = constante) ⇒

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Capacidade Térmica Molar de um Gás Ideal

Transferência de calor à P constante:Transferência de calor à V constante:

Como U=U(T) ⇒ CV dT = CP dT – PdV

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⊥⊥ ⊥

isocóricoT T+dT dQV

P+dPV

T+dT

U+dU

V

P T

U

isobáricoT T+dT dQP

V

P T

U

dWP

V+dV

T+dT

U+dU

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Capacidade Térmica Molar de um Gás Ideal

Para um mol de um gás ideal: PV = RT

=0 (processo isobárico)

⇒ Utilizando que:

Para um gás ideal, a capacidade térmica molar apressão constante (CP) é maior que a capacidadetérmica a volume constante (CV), sendo a diferen-ça dada pela constante universal dos gases R

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Energia Interna de um Gás Ideal

Para um mol de um gás ideal, encontramos que a variação daenergia interna do sistema , que depende só de T, é dada por

Para n moles de gás temos, então

Veremos que CP e CV, paraum gás ideal, são constantes

Gás Ideal

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processo isocórico

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Processos Adiabáticos (dQ=0): Gás Ideal

⇒ (1)

(2)

(3)

(4)

(5)

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Gás ideal: γ é constante e podemos integrar a equação entre um

estado inicial (P0,V0) e um estado final (P,V ):

(ondas sonoras: processo adiabático)

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Processos Adiabáticos (dQ=0): Gás Ideal

processo adiabáticogás ideal

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Gás Ideal: Diagrama P x V

isotermas

processo adiabático

Ti > Tf

a

Processos Isotérmicos (i→a):

Processos Adiabáticos (i→f):

Declividade mais abrupta para a adiabática do

que para a isoterma e Pf´ > Pf . Em uma ex-

pansão adiabática, a temperatura diminui.

Pf´

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Processos Adiabáticos: Gás Ideal Podemos reescrever a equação das curvas adiabáticas em termosde (V,T) ou (P,T), através da equação de estado dos gases ideais:

T diminui quando V aumenta expansão adiabática

T aumenta quando P aumentacompressão adiabática

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Expansão Adiabática: Trabalho

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Expansão Adiabática: Trabalho (verificação)

Podemos reescrever a expressão do trabalho em uma expansãoadiabática utilizando a equação de estado dos gases ideais:

= R

�f

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Expansão AdiabáticaExemplo: Um litro de oxigênio (γ = 1,40) a temperatura de 27oC e a umapressão de 10 atm se expande adiabaticamente até quintuplicar de volu-me. Quais são a pressão e a temperatura finais? Qual o trabalho realizadopelo gás na expansão? Se a expansão fosse isotérmica em vez deadiabática, qual seriam a pressão final e o trabalho realizado pelo gás?

temperatura de liquefação do O2 : 90K (-183oC)

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Adiabática:

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� Se a expansão fosse isotérmica em vez de adiabática, qual seriam a pressão final e o trabalho realizado pelo gás?

Expansão Isotérmica

maior que na expansão adiabática

Começando em um mesmo estado (Pi, Vi) e

chegando ao mesmo volume Vf , a isoterma

termina com uma pressão Pf maior que a

adiabática e como o trabalho é a área sob a

curva, ele é menor para a expansãoadiabática do que para a expansão isotérmica.

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isotermas

processo adiabáticoTi > Tf

a